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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
MARIA LAURA DE JESUS OLIVEIRA
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM COM ENFOQUE NA
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
MARIA LAURA DE JESUS OLIVEIRA
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM ENFOQUE NA
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Linhas de Cuidado em
Enfermagem – Atenção Psicossocial do
Departamento de Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Catarina como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista.
Profa. Orientadora: Marciana Fernandes
Moll
iii
FOLHA DE APROVAÇÃO
O trabalho intitulado A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM COM ENFOQUE NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL de autoria da aluna
MARIA LAURA DE JESUS OLIVEIRA foi examinado e avaliado pela banca avaliadora,
sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em
Enfermagem – Área Atenção Psicossocial.
_____________________________________
Profa. Dra. Marciana Fernandes Moll
Orientadora da Monografia
_____________________________________
Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes
Coordenadora do Curso
_____________________________________
Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos
Coordenadora de Monografia
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha
vida, razão de tantas alegrias e, que com as quais cresci
como ser humano.
Aos meus adorados pais, LAURITA MARIA DE
OLIVEIRA ALVES e ANTÔNIO DE JESUS DA SILVA,
ao meu amado esposo, MARCELO ELIAS FERREIRA e
aos meus queridos irmãos, ANTÔNIO RUFINO DA
SILVA, ANDREA DE JESUS PIRES, JULIANA DA
SILVA DE JESUS e RAFAEL AUGUSTO DE OLIVEIRA
DA SILVA (in memoriam).
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS, meu melhor amigo em todas as horas, por ter me dado à vida e o dom de
cuidar do ser humano.
Aos meus queridos pais, LAURITA MARIA DE OLIVEIRA ALVES E ANTÔNIO DE JESUS
DA SILVA, a quem honro pelo exemplo de vida e sou grata por terem sempre acreditado no meu
potencial.
Ao meu amado esposo, MARCELO ELIAS FERREIRA, por ser fonte de inspiração e por todo
carinho, apoio, dedicação e amor compartilhado.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para realização deste sonho.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 10
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 20
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 25
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 27
APÊNDICE A ...................................................................................................... 31
vii
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, cujo objetivo foi compreender o
papel da SAE no contexto da atenção psicossocial para proposição de um instrumento de coleta
de dados que contribua para a sistematização da assistência de enfermagem no campo da saúde
mental, através de uma revisão integrativa da literatura nacional acerca do tema. Foram
selecionados ao final 26 artigos na base de dados BVS e na biblioteca virtual SciELO. O estudo
aponta que a aplicação de uma metodologia na assistência de enfermagem é o elemento utilizado
pelo enfermeiro para documentar o cuidado embasado cientificamente. Identificou-se que a
implementação da SAE permite ao enfermeiro colocar em prática seus conhecimentos técnico-
científicos em benefício do cliente; contribui para a sua autonomia clínica e social ao
sistematizar, individualizar e humanizar o cuidado prestado; permite o gerenciamento e
otimização da assistência de enfermagem de forma segura, dinâmica e competente; organiza e
direciona o trabalho da enfermagem; favorece o estabelecimento da relação terapêutica
enfermeiro-paciente, tornando sua prática assistencial diferenciada. Verificou-se que, a
implementação da consulta de enfermagem no campo da atenção psicossocial constitui-se como
uma importante ferramenta terapêutica por torna-se um instrumento, um veículo de aproximação
e interação enfermeiro-paciente, contribuindo, sobremaneira, na melhoria contínua da qualidade
da assistência prestada, trazendo benefícios para o profissional, clientela e instituições de saúde.
Como resultado, elaborou-se no presente estudo, um roteiro (instrumento de coleta de dados),
com o intuito de fomentar a sistematização da assistência de enfermagem no campo da atenção
psicossocial.
Palavras-chave: SAE; Sistematização da Assistência de Enfermagem; Processo de Enfermagem;
Consulta de Enfermagem, Enfermagem Psiquiátrica.
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1 INTRODUÇÃO
A priori todo ser humano é um cuidador, o cuidado faz parte da essência humana
(BOFF, 1999). Todavia, o Enfermeiro é o cuidador por excelência que tem por objeto de
trabalho, o cuidado, embasado cientificamente. Por conseguinte, sabe-se que a Enfermagem é
uma ciência baseada em um conjunto de atividades que visam prestar assistência às
necessidades de cuidado do ser humano (HORTA, 1979), o que exige um eixo norteador que
foi denominado de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) (ALFARO-
LEFEVRE 2005, HORTA, 1979).
Nesse sentido, a resolução COFEN 358/2009 preconiza a implementação da
sistematização da assistência em todas as instituições de saúde do país onde se desenvolva
ações de enfermagem (BRASIL, 2009). Contudo, muitos profissionais não despendem
esforços para a promoção dessa sistematização no seu processo de trabalho; seja pela negação
de sua prática, indefinição do papel do enfermeiro, desvinculação do foco para ações
administrativas, desarticulação técnico-científica, número insuficiente de pessoal, excesso de
atribuições sob sua responsabilidade, pela falta de apoio institucional e/ou desvalorização da
sistematização da assistência pela equipe de enfermagem ou pelo próprio enfermeiro
(MARQUES & CARVALHO, 2005).
Segundo Moraes (2003), foi a partir da metade do século XVIII que Florence
Nightingale iniciou a caminhada da enfermagem para a adoção de uma prática baseada em
evidencias através do cuidado com base holística e humanitária, abandonando gradativamente
a postura de atividade intuitiva e empírica. Desde então, diversos conceitos e modelos teóricos
específicos à prática da enfermagem foram e estão sendo desenvolvidos. Todos estes modelos
convergem para a necessidade de se prestar uma assistência sistematizada, com o intuito de
adequar o trabalho da enfermagem a uma metodologia, o processo de enfermagem
(ALFARO-LEFEVRE 2005; MORAES, 2003).
Na conjuntura brasileira, a partir da segunda metade da década de 60, Wanda de
Aguiar Horta trouxe para o cenário nacional o processo de enfermagem como forma de
organizar, operacionalizar, aperfeiçoar e otimizar os serviços de enfermagem. Tal processo se
fundamentou na Teoria das Necessidades Humanas Básicas (ALAFARO-LEFEVRE, 2005;
HORTA, 1979).
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Baseado nos saberes de Horta (1979), Alfaro-Levfreve (2005) e Tannure (2008), o
Processo de Enfermagem pode ser entendido como a dinâmica conjunta de ações
sistematizadas e inter-relacionadas que visam à assistência de enfermagem integral centrada
na subjetividade do ser humano, composto geralmente por 5 (cinco), etapas sobrepostas que
devem ser previamente estabelecidas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem,
planejamento, implementação e avaliação do cuidado prestado ao paciente (TOLEDO, 2004).
Para Hermídia (2006), o processo de enfermagem é a operacionalização de um método
científico para se implementar na prática profissional uma teoria de enfermagem, ou seja, é
uma metodologia que organiza e direciona o trabalho do enfermeiro para o cuidado
permitindo ao profissional de acordo com Alfaro-Lefevre (2005), enfocar não apenas os
problemas patológicos de um cliente, mas principalmente sua forma de reagir frente a eles,
tornando sua prática assistencial diferenciada, dinâmica e organizada.
Este enfoque holístico assegura que na elaboração de um plano de cuidados, as
intervenções sejam elaboradas para o indivíduo e não apenas para a doença (ALAFARO-
LEFEVRE, 2005). Assim, a sistematização da assistência de enfermagem direciona e organiza
o processo de trabalho do enfermeiro visto que, proporciona habilidades de pensamento
crítico inerentes ao exercício profissional e permite a este profissional assumir a
responsabilidade pelo seu objeto de trabalho, o cuidado, através do diagnóstico e tratamento
que busca preservar as necessidades humanas básicas (ALFARO-LEFEVRE, 2005;
BETEGHELLI et al, 2005; HORTA, 1979; TANNURE, 2008).
Considerando que a SAE é uma atividade privativa do Enfermeiro, a qual deve ser
implementada em todas as instituições de saúde pública e privada em todo território nacional,
onde se desenvolva ações de enfermagem contribuindo assim para a promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade (BRASIL, 1986); o
enfermeiro atuante na saúde mental deve valorizá-la e adotar um método que sistematize sua
práxis (TOLEDO, 2004) para não proporcionar um cuidado fragmentado e pautado no modelo
biomédico (TOLEDO apud BETEGHELLI et al, 2005) e sim, um cuidado fundamentado nos
potenciais de reabilitação do cliente e na sua dimensão psicossocial (TOLEDO, 2004). Deste
modo, a utilização da SAE na atenção psicossocial permite ao enfermeiro embasar
cientificamente seu processo de trabalho, capacitando-o para planejar as ações, determinar o
cuidado, registrar tudo o que foi planejado e executado e, finalmente, avaliar o resultado,
permitindo assim gerar conhecimentos a partir da prática (ARAÚJO apud MORAES, 2003).
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Procurando contribuir e somar esforços para a melhoria da assistência de enfermagem
com ênfase na Atenção Psicossocial propôs-se na presente investigação responder ao seguinte
questionamento: Como inserir a Sistematização da Assistência de Enfermagem no contexto da
atenção psicossocial?
Em função do exposto, acredita-se que a assistência de enfermagem psiquiátrica
fundamentada na aplicação do processo de enfermagem, possibilite amiúde ao enfermeiro
conhecer a realidade, planejar com consistência, implementar intervenções pertinentes e
avaliar o resultado, buscando e conquistando melhorias contínuas na qualidade da assistência
despendida a sua clientela. Mediante este cenário, esta reflexão torna-se relevante por se
voltar para a prática segura da enfermagem e a prestação do cuidado baseado em evidência,
contribuindo assim para a divulgação e efetivação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem, para que esta seja uma realidade no contexto da Atenção Psicossocial.
Assim, o presente estudo tem como objetivo geral compreender o papel da
sistematização da assistência de enfermagem no contexto da atenção psicossocial e, os
seguintes objetivos específicos: relacionar a aplicação da SAE com a otimização da
assistência de enfermagem na atenção psicossocial e propor um roteiro (instrumento de coleta
de dados), que contribua para sistematização da assistência de enfermagem na atenção
psicossocial.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Atualmente, em virtude das transformações sócio-econômicas e político-culturais, a
sociedade passou a requerer enfermeiros pró-ativos, dinâmicos e criativos, implicando aos
profissionais a necessidade de mudança da percepção acerca de seu papel na prevenção,
promoção e recuperação da saúde do indivíduo, família e comunidade. Deste modo, a
utilização de um método de trabalho que favoreça a individualização e a continuidade do
cuidado de enfermagem e estimule o pensamento crítico do enfermeiro é uma estratégia
necessária para atender a esta demanda (CANABRAVA et al, 2012).
A Consulta de Enfermagem, atividade assistencial sistematizada de operacionalização
do Processo de Enfermagem (BRASIL, 2009), é uma orientação legal segundo a Lei 7.498 de
25 de Junho de 1986 (BRASIL, 1986). Trata-se de um instrumento utilizado pelo enfermeiro
para a identificação de alterações no processo saúde-doença através da realização de um
histórico de enfermagem; levantamento dos problemas e das reações humanas, com um
enfoque que vai além dos aspectos biológicos; elaboração de diagnósticos de enfermagem;
prescrição e implementação de intervenções de enfermagem compatíveis com a realidade do
paciente que contribuam para a recuperação da saúde e a prevenção de agravos
(BRUSAMARELLO et al, 2013; CANABRAVA et al, 2011; CANABRAVA et al, 2012;
MENDES, 2009).
A resolução COFEN 358/2009 define a Sistematização da Assistência de Enfermagem
como atividade privativa do enfermeiro e dispõe acerca da implementação do Processo de
Enfermagem em todas as instituições de saúde pública e privada em todo território nacional,
onde se desenvolva ações de enfermagem, proporcionando a aplicação de conhecimentos
técnico-científicos para identificação de problemas de saúde-doença, subsidiando a prescrição
de cuidados e as ações de assistência de enfermagem que contribuam para a promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade (BRASIL,
2009); favorecendo o estabelecimento da relação terapêutica enfermeiro-paciente, além de
sistematizar, individualizar e humanizar o cuidado prestado (CANABRAVA et al, 2012;
CARVAL,HO et al, 2006; MARQUES, 2009). Esta resolução contribui para a autonomia
clínica e social do enfermeiro e para o reconhecimento da Enfermagem enquanto ciência ao
fomentar o exercício da enfermagem baseada em evidências científicas, refletindo melhorias
na qualidade da assistência prestada. (BRASIL, 2009; CASTILHO, 2009). Ademais, sua
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implantação é uma estratégia para a organização da práxis do enfermeiro que atua em serviços
de saúde mental.
Segundo a Resolução 358 do Conselho Federal de Enfermagem, o Processo de
Enfermagem organiza-se em etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes que
norteiam à práxis do enfermeiro (BRASIL, 2009):
I - Coleta de Dados de Enfermagem (Histórico de Enfermagem) - processo
deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas
variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família
ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo
saúde e doença. II - Diagnóstico de Enfermagem - processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de
decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais
exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das
ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. III
- Planejamento de Enfermagem - determinação dos resultados que se espera
alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às
respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. IV
- Implementação - realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de
Planejamento de Enfermagem. V - Avaliação de Enfermagem - processo
deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde
doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o
resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas
etapas do Processo de Enfermagem (BRASIL, 2009, p. 3)
Para a professora Horta (1979), o processo de enfermagem é dividido nas seguintes
fases:
Histórico de enfermagem, este é realizado por um roteiro sistematizado para
levantamento de dados, estes dados, convenientemente analisados e avaliados,
levam ao segundo passo; diagnóstico de enfermagem, que identifica as necessidades
do ser humano com base no grau de dependência do paciente em relação aos
cuidados da enfermagem; plano assistencial, é a determinação global da assistência diante dos diagnósticos identificados; plano de cuidados ou prescrição de
enfermagem, é a implementação do plano assistencial, sempre fornecendo os dados
necessários para o quinto passo; evolução de enfermagem, constitui-se no relato
diário (ou aprazado) das mudanças sucessivas pela qual o paciente apresenta, por
essa evolução é possível avaliar a resposta do indivíduo à assistência implementada;
prognóstico de enfermagem, representa a estimativa da capacidade do ser em
atender suas necessidades básicas (HORTA, 1979).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem surgiu com o propósito de qualificar
a assistência prestada ao cliente contribuindo de forma significativa para o reconhecimento da
Enfermagem enquanto ciência (CASTILHO, 2009). Portanto, traz para o enfermeiro uma
diretriz a seguir para definição e reconhecimento do seu papel social e do seu espaço de
atuação, saindo do assistir intuitivo, assistemático, para o agir organizado, dinâmico e
sistemático (CASTILHO, 2009).
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O processo de cuidar em enfermagem, ou processo de enfermagem, entendido como
um instrumento que nos possibilite identificar, compreender e descrever como nossa
clientela responde aos problemas de saúde ou aos processos vitais, e determinar que
aspectos dessas respostas exigem uma intervenção profissional de enfermagem
(GÁRCIA, 2000, p. 2).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem pode ser definida como a aplicação
prática de um modelo assistencial de gestão do cuidado de enfermagem despendido aos
pacientes (TOLEDO, 2001). É um instrumento metodológico capaz de aumentar a qualidade
do trabalho por organizar e estruturar o tempo do enfermeiro para as ações cuidativas,
essenciais para proporcionar um cuidado digno, humano e diferenciado, pautado em
conhecimentos científicos bem como, para exercer as atividades gerenciais que fazem parte
do cotidiano do enfermeiro (ALVES, 2008); permitindo ao profissional identificar,
compreender, descrever, explicar e/ou predizer a resposta dos indivíduos aos problemas de
saúde ou aos processos vitais, e determinar que aspectos dessas respostas exigem uma
intervenção profissional (TOLEDO, 2001). Como instrumento de trabalho, a SAE, além de
caracterizar a prática profissional do enfermeiro, permite a aplicação de seus conhecimentos
técnico-científicos e humanos na assistência ao cliente. (ARAÚJO et al, 1996; CARVALHO
et al, 2006; CASTILHO, 2009; HERMIDA, 2006).
Portanto, a SAE como metodologia inovadora e norteadora de trabalho, proporciona
ao enfermeiro assumir técnico-cientificamente o seu papel de coordenador da assistência
proporcionando ao cliente uma assistência individualizada (CASTILHO, 2009; GARCIA,
2000; HERMIDA, 2006). Ademais, concretiza o cuidado sistematizado promovendo,
mantendo ou restaurando o nível de saúde do paciente, como também documenta sua práxis,
visando à avaliação da qualidade da assistência prestada (FREITAS, 2007). Neste contexto, o
processo de enfermagem, constitui-se como peça-chave fundamental para que o enfermeiro
possa gerenciar e otimizar a assistência de enfermagem de forma organizada, segura,
dinâmica e competente (BACKES, 2005).
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O Processo de Enfermagem apressa os diagnósticos e o tratamento dos problemas de
saúde potenciais e vigentes realizados a partir de um enfoque holístico que garante a
priorização de cuidados em prol de uma assistência de enfermagem mais efetiva, contínua e
passível de avaliação (MARQUES, 2009); contribui para redução da estadia hospitalar;
promove a flexibilidade do pensamento independente do enfermeiro; previne erros, omissões
e repetições desnecessárias; além de gerar satisfação aos clientes e profissionais pela obtenção
de resultados (ARAÚJO et al, 1996; GÁRCIA, 2000; HERMIDA, 2006). Ao utilizar-se o
processo de enfermagem, busca-se a priorização de cuidados, para que a assistência de
enfermagem se torne mais efetiva, contínua e passível de avaliação, proporcionando melhor
assistência ao cliente (MARQUES, 2009).
A aplicação de uma metodologia na assistência de enfermagem é o elemento utilizado
pelo enfermeiro para documentar o cuidado embasado cientificamente. Ao colocar em prática
seus conhecimentos técnico-científicos em benefício do cliente, qualifica o cuidado prestado,
humaniza o atendimento, define o papel social do enfermeiro, direciona a equipe de
enfermagem, facilita a avaliação dos resultados e a mensuração/diminuição de custos
(ADAMY et al, 2013; CASTILHO, 2009). Nessa perspectiva, a aplicação da Sistematização
da Assistência de Enfermagem (SAE), Processo de Enfermagem (P.E) ou Consulta de
Enfermagem (C.E), desenvolve no profissional uma visão holística do ser humano de forma
sistemática, incorporada a rotina de trabalho da equipe de enfermagem, possibilitando
intervenções pautadas na identificação das necessidades humanas, bem como estabelece uma
inter-relação com a equipe (ADAMY et al, 2013).
Deste modo, a implantação da SAE traz benefícios não só para o profissional e
clientela, como também para as instituições. Entretanto, à maioria das instituições hospitalares
e dos profissionais de enfermagem ainda não adotaram esse metodologia de assistência, já que
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a falta de informações e experiência prévia associada ao déficit de conhecimento técnico-
prático dos enfermeiros acerca das etapas do processo de enfermagem gera resistência e
inúmeras dificuldades para a sua implantação nas instituições resultando em um processo de
amadurecimento lento e difícil em relação à sistematização da assistência, haja vista a
existência de uma prática mecanizada e inúmeras vezes retrógrada, resultante do excesso de
burocratização (HERMIDA, 2006; LOPES, 2000). Ademais, muitos profissionais ainda têm
uma visão que o processo de enfermagem é complexo, demanda muito tempo e não é,
portanto, viável na prática diária. Deste modo, o apoio e incentivo da diretoria de
enfermagem, tanto quanto a adesão do grupo de enfermeiras, é imprescindível para a
operacionalização do processo (LOPES, 2000).
No tocante a temática da atenção psicossocial, nas últimas décadas, mudanças no
modo de compreender a doença mental e o tratamento dispensado ao individuo e sua família,
impulsionadas pela Reforma Psiquiátrica - movimento político que lutou pela reorganização e
redefinição da atenção à saúde mental no Brasil - vêm requerendo dos profissionais de
enfermagem uma prática assistencial pautada em conhecimento científico e fundamentada na
ética, cidadania e humanização (BRUSAMARELLO et al, 2009).
Portanto, o advento da reforma psiquiátrica favoreceu as transformações no contexto
da assistência de enfermagem psiquiátrica nos últimos anos e têm trazido importantes
contribuições para repensar o cuidado de enfermagem aos pacientes portadores de sofrimento
mental. Este movimento preconiza a desospitalização; a implantação de uma rede de serviços
substitutivos; a reinserção social do paciente e ações de cunho sanitário, promocional,
preventivo e comunitário (BRUSAMARELLO et al, 2009; ZAPPATERRA, 2012).
Em contrapartida, a história da assistência da enfermagem psiquiátrica, nos primórdios
da sua existência, esteve marcada pelo modelo controlador e repressor, sendo ao longo dos
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tempos permeada pelo senso comum do controle, punição, abandono e marginalização do
sujeito. O cuidar significava a sujeição dos internos às barbáries cometidas pelos dos guardas
e carcereiros. Os maus tratos, a vigilância, a punição e a repressão eram os tratamentos
preconizados e, geralmente, aplicados pelo pessoal da “Enfermagem” (VILLELA, 2004). A
agressividade e os atos de violência eram características gerais na prática da enfermagem nos
hospícios, pois a falta de preparo e ausência de estímulo no trabalho gerava, em suas relações
com os alienados conflitos e atos de violência. (BRUSAMARELLO et al, 2009). Nesse
sentido, a enfermagem brasileira que paradoxalmente nasceu no hospício foi, durante muitos
anos, esquecida ou pouco lembrada pela academia e enfermeiros quanto à necessidade de
qualificação na área da psiquiatria (BRUSAMARELLO et al, 2009; VILLELA, 2004).
Historicamente, em meados do século XVIII, a assistência de enfermagem psiquiátrica
era praticada de acordo com a perspectiva do tratamento moral de Pinel. No Brasil, essa
assistência tem como marco inicial o Hospício D. Pedro II, inaugurado em 1852, no Rio de
Janeiro (BRUSAMARELLO et al, 2009; VILLELA, 2004). No século XIX, o enfermeiro que
atuava nos hospícios era caracterizado como um agente intermediário entre o guarda e o
médico, visto que o título prático em enfermagem era conferido a qualquer pessoa com
pequena experiência no tratamento dos enfermos (BRUSAMARELLO et al, 2009).
O papel terapêutico atribuído a enfermagem era apenas de assistir o médico. As práticas de enfermagem no interior das instituições asilares e, posteriormente, dos
hospitais psiquiátricos constituíam-se de tarefas de vigilância e manutenção da vida
dos doentes. As atividades de manutenção de vida envolviam “práticas de higiene,
alimentação, supervisão e execução de tratamentos prescritos.” (VILLELA, 2004,
p.2).
Entretanto, no decorrer da história, ocorreram transformações no papel do enfermeiro
atuante na saúde mental concomitantemente à evolução da assistência prestada ao paciente,
isto é, influenciadas pelas mudanças ocorridas no modo de perceber o doente, a doença
mental e o cuidar do enfermo, paralelamente, às tentativas de incorporação de novas técnicas
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e políticas públicas direcionadas ao tratamento do portador de sofrimento mental (MENDES,
2009; VILLELA, 2004).
Neste contexto, vale ressaltar a importante contribuição à assistência de enfermagem
psiquiátrica dada pela enfermeira americana Hildegar Peplau no final da década de 40, século
XX, quando esta formulou a Teoria das Relações Interpessoais. Para tal, a mesma utilizou e
preconizou o relacionamento terapêutico enfermeira-paciente, como instrumento básico da
assistência de enfermagem psiquiátrica (MENDES, 2009; VILLELA, 2004). Na formulação
desta pioneira teoria, a enfermeira Peplau, buscou valorizar a singularidade, a reciprocidade e
a ajuda mútua entre enfermeiro-paciente. Ela preconizava a utilização de um plano
assistencial que deveria reconhecer e compreender o que acontece quando o enfermeiro
estabelece uma relação terapêutica com a sua clientela (VILLELA, 2004).
Esse foi o primeiro modelo teórico sistematizado para a Enfermagem Psiquiátrica e
fez com que a Enfermagem passasse a buscar explicações sobre a loucura por meio de dois discursos: o psiquiátrico, que é basicamente organicista, predominante até o
momento, e o psicológico, com ênfase nos aspectos comportamentais das relações
humanas, que acontece no final dos anos. Nesse contexto de transformação sócio-
política, o enfermeiro passou a ser reconhecido como elemento integrante da equipe
psiquiátrica e a ser respeitado como profissional (VILLELA, 2004, p.2).
No contexto atual da Enfermagem, as funções do enfermeiro psiquiátrico estão
focadas na promoção da saúde, prevenção da enfermidade mental, estabelecimento de relação
terapêutica que contribua para o enfrentamento do sofrimento psíquico e na capacidade de
assistir a família, comunidade e o indivíduo em sua totalidade/subjetividade (VILLELA,
2004). Por conseguinte, destacam-se alguns princípios que devem orientar a prática do
enfermeiro psiquiátrico: considerar o sujeito como um ser holístico, compreendendo a
interdependência e a multiplicidade de suas necessidades; focalizar suas qualidades e
potencialidades, ao invés de suas fragilidades e deficiências, estimulando a autonomia e a
capacidade de crescimento; aceitá-lo como ser humano único e; estabelecer relacionamento
interpessoal terapêutico, atentando-se para o desenvolvimento da comunicação verbal e não-
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verbal efetiva (ZAPPATERRA, 2012). Nessa perspectiva, além de acolher o sujeito com sua
história de vida pautada em seu contexto psicossocial e político-cultural, a Enfermagem é
capaz de oferecer uma intervenção terapêutica, pois sedia o acolher, o ouvir e o intervir por
meio de instrumentos e ações que possibilitam à reabilitação psicossocial do portador de
sofrimento mental (VILLELA, 2004). Para tal, o enfermeiro deve usar sua capacidade de
percepção, observação e avaliação holística do sujeito; formular interpretações e diagnósticos
de enfermagem válidos; planejar a assistência; delinear o campo de ação, intervenções e
resultados esperados; implementar o plano de cuidados de enfermagem e; avaliar as condutas,
o desenvolvimento do processo e os resultados obtidos. Essas ações fazem parte do processo
de enfermagem, metodologia capaz de direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico
enfermeiro-paciente (MENDES, 2009; VILLELA, 2004).
As novas propostas de assistência às pessoas portadoras de transtorno mental
demandam que o enfermeiro e sua equipe pratiquem a assistência de enfermagem com caráter
terapêutico (ZAPPATERRA, 2012). Para tal, a utilização da consulta de enfermagem é um
dos métodos que o enfermeiro dispõe para realizar suas atividades de maneira científica,
aplicar seus conhecimentos na assistência e caracterizar sua prática profissional, colaborando
na definição e reconhecimento do seu papel para o paciente, comunidade e equipe
multiprofissional (ADAMY et al, 2013; VILLELA, 2004). Deste modo, percebe-se que a
enfermagem psiquiátrica pode praticar o cuidado baseado em evidência científica e
desenvolver ações de reabilitação psicossocial que visam ajudar o portador de sofrimento
mental a lidar com a realidade, compreender a dinâmica de suas relações, reconhecer suas
habilidades, capacidades e potencialidades bem como, aceitar e conviver com suas
fragilidades e limitações. Assim, por meio da implantação e implementação da SAE como
uma metodologia de trabalho que norteia à práxis do Enfermeiro, a dinâmica da assistência de
enfermagem passa a ser desenvolvida de maneira abrangente, consistente, qualificada,
18
sistemática, dialética e ética (BRUSAMARELLO et al, 2009; MENDES, 2009; VILLELA,
2004; ZAPPATERRA, 2012).
Refletindo-se sobre a SAE na consulta de enfermagem procura-se evidenciar que o
processo de Enfermagem é um método que viabiliza o trabalho do enfermeiro
durante o atendimento ao cliente, facilitando a identificação dos problemas e as
decisões a serem tomadas. A SAE, portanto, é um instrumento que proporciona não
apenas uma melhoria na qualidade da assistência, mas também confere ao
profissional maior autonomia de suas ações, o respaldo legal e o aumento do vínculo
entre o profissional e o cliente. A consulta de enfermagem é uma atividade
importante e resolutiva, sendo privativa do enfermeiro, tendo como finalidade a
promoção da saúde, diagnóstico e tratamento precoce (MARTINS et al 2013, p. 7).
Neste contexto, a consulta de enfermagem permite ao enfermeiro atuar de forma direta
e independente com o paciente, ao mesmo tempo em que documenta a sua prática. Ademais,
contribui para a prestação de um atendimento diferenciado por meio da abordagem per-
sonalizada e integral com a finalidade de desenvolver um cuidado direcionado ao indivíduo.
Isto possibilita melhoria na qualidade da assistência, pois permite compreender e respeitar o
sofrimento vivido pela pessoa com transtorno mental, bem como minimiza o preconceito
presente na vida dessas pessoas no decurso da história da saúde mental (BRUSAMARELLO,
2013; CANABRAVA et al, 2011; CANABRAVA et al, 2012). Assim, ao embasar-se nas
relações interpessoais (enfermeiro-paciente), a consulta de enfermagem torna-se “um
instrumento, um veículo de interação, de aproximação, de efetivo contato com o ser humano”
(CANABRAVA et al, 2011).
Dessa maneira, a implementação da consulta de enfermagem no campo da saúde
mental permite ao enfermeiro trabalhar sintomas clínicos do transtorno mental, considerados
primários, como delírios e alucinações, como também os sintomas secundários como a
solidão, isolamento social e problemas afetivos que, por vezes, são relegados a um segundo
plano, não sendo identificados como problemas de enfermagem (CANABRAVA et al, 2012).
Deste modo, a relação terapêutica constitui-se como uma ferramenta que permite ao
enfermeiro compreender a dificuldade da pessoa com sofrimento mental e se torna essencial
19
para o desenvolvimento dos cuidados de enfermagem dispensados ao paciente com as mais
diversas finalidades (CANABRAVA et al, 2011).
20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa exigiu de início a leitura e análise de documentos normativos/legislações
para a compreensão dos preceitos que norteiam a Sistematização da Assistência de
Enfermagem.
Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa e na modalidade
convergente assistencial. Para o alcance do objetivo deste estudo, realizou-se pesquisa
bibliográfica sobre o tema a partir do rastreamento feito em material de fonte primária e
secundária. Optou-se pelo método da revisão integrativa, visto que ele possibilita sintetizar os
resultados obtidos em pesquisas e obter conclusões sobre um determinado tema (SILVEIRA,
2006; SOUZA, 2010). Nesse sentido, a escolha da pesquisa bibliográfica permitiu o
aprofundamento a respeito do que se tem construído acerca da temática de estudo, visando o
aprimoramento de idéias que proporcione uma visão holística do tema. (SILVEIRA, 2006;
SOUZA, 2010).
A busca de referências para elaboração do estudo se deu nos bancos de dados
informatizados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e na biblioteca virtual SciELO Brasil
(Scientific Electronic Library Online). Foram utilizados para a busca de artigos os seguintes
descritores: SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem, Processo de Enfermagem,
Consulta de Enfermagem e Enfermagem Psiquiátrica.
A princípio foram encontradas 252 publicações científicas. Dentre os critérios de
inclusão foram selecionados os trabalhos publicados em português; em formato de artigos,
dissertações ou tese; com resumos disponíveis na base de dados. Para identificação dos
materiais de pesquisa, estabeleceu-se por recorte temporal na literatura nacional o período de
1979 a 2014, pelo fato do primeiro livro nacional de destaque sobre o processo de
enfermagem ter sido publicado no final na década de 70 e pelo interesse em desvendar a
21
evolução deste processo até a atualidade. Como critério de exclusão utilizou-se a existência de
duplicidade dos artigos na base de dados. Para tal, das 186 publicações científicas elegíveis
foram selecionadas e lidas os resumos de 72 artigos. Após a leitura dos resumos foram
selecionados 36 artigos para a realização do fichamento bibliográfico dos mesmos e, destes
utilizou-se ao final um total de 26 artigos, para elaboração desta pesquisa.
Após a coleta, procedeu-se a interpretação dos dados. Cabe referir que os artigos
foram lidos exaustivamente, com o intuito de responder à questão norteadora deste estudo. Os
dados encontrados na pesquisa foram analisados a luz do referencial teórico escolhido e
alicerçados em ALFARO-LEFEVRE (2005) e TANNURE (2008).
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A literatura contemporânea demonstra que, a atenção psicossocial, possibilitada pela
ampliação da noção de integralidade, o acolhimento, o cuidado, as trocas sociais e a oferta de
serviços que abarques a pessoa e não a doença, o que a faz ser um espaço de socialização e de
produção de subjetividades. Diante dessa contextualização essa modalidade de atenção
configura-se como um dispositivo estratégico para o tratamento contemporâneo do transtorno
mental e da dependência de álcool, crack e outras drogas (BETEGHELLI, 2005;
BRASAMARELLO, 2009; TOLEDO, 2004, VILLELA, 2004).
No tocante ao tema central deste estudo observou-se que, a Sistematização da
Assistência de Enfermagem é capaz de assegurar melhorias contínuas no processo de
assistência ao determinar a organização da prática de enfermagem de forma dinâmica e eficaz,
resultando ainda em um atendimento diferenciado (ALAFARO-LEFEVRE, 2005;
BETEGHELLI et al, 2005; GARCIA, 2000; CARVALHO et al, 2006; HERMIDA, 2006;
LOPES, 2000). Nesse sentido, ao utilizar a SAE, o enfermeiro é capaz de proporcionar maior
segurança ao paciente e o possibilita expressar suas ansiedades, medos e angústias, o que
acarreta na oferta de um cuidado integral e individualizado. (MORAES, 2003)
Assim, a aplicação do processo de enfermagem reflete na qualificação da práxis do
profissional, uma vez que lhe possibilita reconhecer as necessidades individuais e coletivas do
paciente, norteando uma tomada de decisão que associa a cientificidade às diversas situações
vivenciadas pelo enfermeiro enquanto gerenciador do cuidado (ANDRADE, 2005; TOLEDO,
2001; TOLEDO, 2004).
Para Zappaterra (2012), o enfermeiro psiquiátrico deve usar sua capacidade de
percepção, observação e avaliação para direcionar sua prática assistencial de acordo com os
seguintes princípios: considerar o sujeito como um ser holístico; estabelecer relacionamento
23
interpessoal terapêutico (enfermeiro-paciente); formular interpretações e diagnósticos de
enfermagem válidos; planejar a assistência; delinear o campo de ação, intervenções e
resultados esperados; e; avaliar as condutas, o desenvolvimento do processo e os resultados
obtidos. (MENDES, 2009; VILLELA, 2004). E Brusamarello (2013) coloca que durante a
consulta de enfermagem em saúde mental, o enfermeiro deve considerar o paciente em sua
integralidade, o que o faz desenvolver as seguintes ações: identificar os aspectos psicossociais
afetados que contribuíram para o processo de adoecer do sujeito; reforçar e estimular as suas
potencialidades e; respeitar a subjetividade do ser cuidado para, juntamente com o exame
físico, subsidiar e otimizar o cuidado integral ao individuo. Deste modo, vínculos entre o
profissional e o cliente podem ser construídos a fim de identificar e satisfazer as necessidades
deste cliente e obter qualidade no cuidado prestado (BRUSAMARELLO, 2013;
CANABRAVA 2011).
Assim, torna-se imprescindível ouvir o paciente de modo reflexivo e genuíno e ter a
clareza de que a consulta de enfermagem não é um simples procedimento técnico, mas um
amplo e profundo contexto de possibilidades de estabelecer relacionamento terapêutico entre
o profissional e o paciente. (CANABRAVA 2011)
Nessa perspectiva, além de acolher o sujeito com sua história de vida pautada na sua
subjetividade e em seu contexto psicossocial e político-cultural, a Enfermagem Psiquiátrica
deve ser capaz de oferecer uma intervenção terapêutica ao portador de sofrimento mental
através da implementação do processo de enfermagem que fundamenta uma assistência de
enfermagem sistematizada (MENDES, 2009; VILLELA, 2004).
24
Sendo a assistência da atualidade pautada na atenção psicossocial, espera-se que o
enfermeiro psiquiátrico foque suas ações na promoção da saúde e prevenção das enfermidades
mentais ou de complicações para àquelas pessoas que são portadoras de transtornos mentais
crônicos, o que requer o desenvolvimento de uma relação terapêutica (enfermeiro-paciente) e
a promoção de uma assistência integral ao indivíduo, à sua família e à comunidade
(VILLELA, 2004).
As considerações anteriormente apresentadas sinalizam que a aplicação da SAE
otimiza a assistência de enfermagem na atenção psicossocial, o que consequentemente
possibilita o exercício da cidadania. Fundamentadas nesta proposição, elaborou-se neste
estudo um roteiro (instrumento norteador centrado nos aspectos psicossociais), com o intuito
de possibilitar a identificação dos principais diagnósticos de enfermagem relacionados às
alterações psicossociais.
.
25
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em sua prática assistencial na atenção psicossocial o enfermeiro se depara com
inúmeras particularidades para atender às necessidades biopsicossociais da sua clientela.
Sendo o responsável por decisões clínicas que atendam às reais necessidades dos mesmos, por
meio do pensamento crítico e julgamento clínico, para oferecer um cuidado sistematizado,
torna-se imprescindível que o enfermeiro embase cientificamente sua práxis, em prol do
melhor resultado clínico. Nesse sentido, o processo de enfermagem é o método utilizado pelo
enfermeiro para o fornecimento do cuidado de enfermagem organizado, sistematizado, e
diferenciado a sua clientela.
Considera-se que a adoção da Sistematização da Assistência de Enfermagem
Psiquiátrica é a ferramenta essencial na construção de uma práxis segura e eficiente na
enfermagem psiquiátrica brasileira, no que se refere a promoção da reabilitação psicossocial.
Assim, a aplicação do processo de enfermagem na prática diária do enfermeiro atuante em
saúde mental constitiu-se como a base sólida para a qualificação do cuidado de enfermagem,
visto que esta prática permite a análise das respostas humanas, enfoca o sujeito em sua
singularidade/totalidade, deixando de lado o paradigma obsoleto de se planejar a assistência
de enfermagem baseado apenas da doença.
Acredita-se na SAE como um instrumento que possibilita um fazer direcionado por
ações científicas exequíveis na prática e espera-se que este estudo contribua para que os
enfermeiros possam refletir quanto à importância da aplicação do processo de enfermagem
como um instrumento metodológico e sistematizado em prol da melhoria contínua na
qualidade da assistência de enfermagem psiquiátrica, nos diferentes cenários da sua prática
profissional.
26
Assim sendo, o enfermeiro, como gerenciador de sua equipe e como membro de uma
equipe multidisciplinar precisa estar comprometido com sua profissão e com as exigências
por ela propostas, para demonstrar aos demais componentes que integram a sua equipe de
trabalho e alta administração o valor que a profissão do enfermeiro tem, pelo papel que
desempenha. Pois, se para a instituição a implantação da SAE é apenas uma exigência legal e
um indicativo de qualidade, para o enfermeiro, ela precisa ser a oportunidade para colocar em
prática o conhecimento técnico, científico e humano que constituem a essência de sua
profissão.
Por ser uma área da saúde que requer uma reflexão mais aprofundada do enfermeiro,
em decorrência da complexidade dos sinais e sintomas com que se depara, espera-se que o
presente estudo colabore para instigar o enfermeiro atuante na saúde mental a refletir acerca
de sua práxis. Nesse sentido, espera-se ainda que o instrumento de Sistematização da
Assistência de Enfermagem proposto contribua para a divulgação e implementação do
processo de enfermagem na temática da Atenção Psicossocial.
Por fim, conclui-se que a aplicação do Processo de Enfermagem na prática assistencial
aperfeiçoa a assistência oferecida à clientela. Contudo, constata-se que novos estudos devem
ser desenvolvidos, com vista a contribuir para uma efetiva aplicação da sistematização da
assistência de enfermagem, tanto na saúde mental como em outras áreas da atuação do
enfermeiro, pois essa prática é fundamental no seu processo de trabalho, já que proporciona
um cuidar reflexivo, com qualidade e visibilidade profissional. Espera-se assim, que a
abordagem do tema neste estudo contribua na divulgação e efetivação da SAE, preparando
muitos enfermeiros para iniciarem o seu processo de implantação, para que esta seja uma
realidade no contexto da atenção psicossocial.
27
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31
APÊNDICE A
RROOTTEEIIRROO PPAARRAA OO AATTEENNDDIIMMEENNTTOO DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM CCOOMM ÊÊNNFFAASSEE NNOOSS AASSPPEECCTTOOSS PPSSIICCOOSSSSOOCCIIAAIISS
1. Identificação do Paciente
Nome: __________________________________________________ N° Prontuário: ______________
Estado Civil: _______________________ Data Admissão: ___ /___ /____
Data Nascimento: _____/_____/________ Idade: ________ anos.
Naturalidade: _______________
Situação Ocupacional/Profissão: ______________________________ Escolaridade: _______________
Religião: __________________________ Raça/Cor: __________________
Endereço: ________________________________________________ Telefone: __________________
Procedência: ______________________________________________ Acompanhante: _____________
2. Fatores Predisponentes
História Pregressa Psiquiátrica: _________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Impacto da Doença Mental nas Atividades Diárias e Relações Interpessoais: _____________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Perdas e Mudanças Significativas: ______________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Fatores/Eventos Predisponentes a Crise: __________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3. História Pregressa
Personalidade Prévia (modo de ser e personalidade antes da doença): ___________________________________ __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Histórico Familiar (configuração familiar, dinâmica familiar e histórico psiquiátrico): _____________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Histórico Escolar (relação com colegas/professores, rendimento escolar, dificuldade de aprendizado,
popularidade e conflitos): _____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Histórico Ocupacional (relação com colegas/chefias, histórico empregatício, crescimento profissional, aptidões e influência do processo de saúde-doença na vida profissional): ________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Padrão Social (condição sócio-econômica individual e familiar, estilo de vida, contribuições do papel social):___
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Relação com Amigos/Colegas: _________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
32
Hábitos de Lazer (pratica esportiva, atividades em grupo, interesses culturais, práticas recreativas e influência do
processo de saúde-doença na vida social):_________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Religiosidade (crenças, práticas religiosas/espirituais e influência do processo de saúde-doença):_____________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Compreensão/Aceitação da Condição de Saúde e Expectativas Quanto ao Tratamento: _____________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Padrão de Capacidade de Enfretamento/Tolerância ao Estresse: _______________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Sistemas de Apoio: __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Práticas de Saúde (ações de preservação/manutenção da condição de saúde): _____________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Observações:_______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
4. Padrões de Comportamento e Desenvolvimento do Indivíduo
Infância:
Observações: _______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Adolescência:
Comportamento Anti-
L
33
Sim
Especifique:_____________________________________________
Não Especifique:_____________________________________________
Especifique:_____________________________________________
Especifique:___________________
__________________________________________________________________________________________
Observações: _______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Idade Adulta:
-Social
Laços de Ami
Especifique:_________________________________________________
Especifique:_________________________________________________
Especifique:_________________________________________________
Especifique:___________________
__________________________________________________________________________________________
Satisfação Com a Vida Sex
o
Especifique:_______________________________
Observações: _______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
5. Dados Complementares
Ativ
-se -se
Pos
Atos que Interferem na Adesão ao Tratamento: ____________________________________________________
e
Observações: _______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
34
6. Avaliação Psicossocial / Impressões e Observações de Enfermagem (avaliação do indivíduo atentando para
postura, gestos, expressão facial, discurso, queixas, ideações, comportamento, atitude frente ao examinador,
padrão sensorial-perceptivo, padrão cognitivo, padrão de autopercepção, padrão de enfretamento-tolerância,
percepção do processo de saúde-doença e impactos psicossociais)
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
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Data: ____/____/______
____________________________
Assinatura do Enfermeiro
COREN
35
PPRRIINNCCIIPPAAIISS DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOOSS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM
1. Adaptação Prejudicada Relacionado a:
s / Especificar: _______________________________________________________
___________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
2. Angústia
Relacionado a: -satisfeitas
ação interpessoal)
__
Evidenciado por: Incerteza e/ou Aflição
_______________________________________________ __________________________________________________________________________________________
3. Ansiedade
Relacionado a: -satisfeitas
________________________________________________________
Evidenciado por:
, ↑ micção, insônia e/ou sensação de boca seca
________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
4. Baixa Auto-Estima Situacional
Re
_______
Evidenciado por:
ão-assertivo
_________
__________________________________________________________________________________________
5. Risco de Baixa Auto-Estima Situacional
Relacionado a:
ado
__
__________________________________________________________________________________________
36
6. Automutilação
Relacionado a: nto alterados
-estima baixa ou instável
lpa, despersonalização
__
Evidenciado por:
-infligidas ifícios do corpo
______________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
7. Risco de Automutilação
Relacionado a:
-estima baixa ou instável
imentos de depressão, rejeição, ansiedade, culpa, despersonalização
Especificar:________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
8. Comunicação Verbal Prejudicada
Relacionado a:
__
Evidenciado por: usa obstinada em falar
___
__________________________________________________________________________________________
9. Confusão
Relacionado a:
/ Especificar: _______________________________________________________ Evidenciado por:
da aos estímulos
__________________________
__________________________________________________________________________________________
10. Conflito de Decisão
Relacionado a:
37
_____________________________________
timento de angustia
____________________
__________________________________________________________________________________________
11. Desempenho de Papel Ineficaz
Relacionado a:
-estima
mental, biopsicossocial)
___________
e pessimista
__________________
__________________________________________________________________________________________
12. Desesperança
Relacionado a:
ição ou falta de motivação
_______________________________________
______________________________________
__________________________________________________________________________________________
13. Distúrbio de Imagem Corporal
Relacionado a:
-estima
___________________________________________
imentos negativos em reação ao corpo
_____________________________________
__________________________________________________________________________________________
14. Enfretamento Ineficaz
Relacionado a:
___________________________________
sono alterado
___________________________________________
38
15. Interação Social Prejudicada
Relacionado a:
-estima
________________________________________________
Evidenciado por:
_______________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
16. Isolamento Social
Relacionado a:
ção Psicossocial prejudicada
-estima
_________
Evidenciado por:
/ Especificar: ________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________
17. Medo
Relacionado a:
Múltiplos estressores
______________________________________________________
Evidenciado por:
____________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
18. Padrão de Sono Perturbado
Relacionado a: -sono
inibidores do sono
___ Evidenciado por:
-descansado
___
__________________________________________________________________________________________
19. Percepção Sensorial Perturbada
Relacionado a: l alterada
39
Evidenciado por:
Especificar:_________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
20. Perambulação
Relacionado a:
terado
________
________
21. Processos de Pensamento Perturbados Relacionado a:
l
Evidenciado por:
___________________
__________________________________________________________________________________________
22. Processos Familiares Disfuncionais
Relacionado a:
________
_________
__________________________________________________________________________________________
23. Religiosidade Prejudicada
Relacionado a:
_______________________________
Evidenciado por:
_______
__________________________________________________________________________________________
24. Risco de Suicídio
Relacionado a:
40
dio
_______________________
__________________________________________________________________________________________
25. Risco de Violência Direcionada a Outros
Relacionado a: es)
-social violento
gia psicótica
______________________________
__________________________________________________________________________________________
26. Tristeza Crônica Relacionado a: io / enfretamento ineficaz
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Solidão
-estima
_____________
Outros Diagnósticos de Enfermagem
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41
PPRRIINNCCIIPPAAIISS IINNTTEERRVVEENNÇÇÕÕEESS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM
1. Encorajar maior envolvimento nas relações interpessoais. 2. Encorajar a participação em atividades sociais e comunitárias.
3. Encorajar o paciente a estabelecer uma rotina ao deitar para facilitar a transição do estado de alerta e sono.
4. Orientar o paciente o não consumo de alimentos/bebidas estimulantes em horários próximos ao adormecer
5. Encorajar o paciente a identificar suas potencialidades e capacidades.
6. Encorajar o paciente a verbalizar sentimentos, percepções, angústias e medos.
7. Facilitar a compreensão dos membros da família quanto aos aspectos clínicos e psicossociais do paciente.
8. Identificar e respeitar os mecanismos de enfrentamento do indivíduo e família.
9. Promover o envolvimento familiar.
10. Informar ao paciente sobre os benefícios do tratamento.
11. Estabelecer uma relação de confiança com o paciente e família. 12. Compartilhar os aspectos positivos da esperança.
13. Manter relacionamento terapêutico com o paciente.
14. Abordar o paciente com tranquilidade e respeito.
15. Incentivar a aproximação da família-paciente.
16. Potencializar mecanismos de controle pessoal, orientando no reconhecimento dos sintomas produtivos.
17. Orientar o paciente sobre o seu papel no tratamento.
18. Disponibilizar informações que contribuam para a orientação tempo-espaço dos pacientes.
19. Promover ambiente seguro, tranquilo e terapêutico.
20. Monitorar e registrar a eficácia e efeitos das medicações prescritas.
21. Realizar escuta ativa, permitindo ao paciente expressar verbalmente seus sentimentos.
22. Ajudar o paciente a identificar aspectos positivos de sua imagem corporal.
23. Incluir o paciente nas decisões relacionadas ao cuidado, sempre que possível. 24. Enfatizar e promover a participação do paciente no cuidado e promoção e recuperação da sua saúde.
25. Avaliar a importância da espiritualidade na vida do paciente e no enfretamento da doença.
26. Incentivar a prática de atividades recreativas e de lazer.
27. Incentivar o paciente a desenvolver o auto-cuidado.
28. Encorajar a interação social.
Plano de Cuidados
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Data: ____/____/______
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Assinatura do Enfermeiro
COREN