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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ELISDETE MARIA SANTOS DE JESUS MÉTODO TRADICIONAL E ATIVO: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E PENSAMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA E MEDICINA ARACAJU 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ELISDETE MARIA SANTOS DE JESUS

MÉTODO TRADICIONAL E ATIVO: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM

E PENSAMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA E MEDICINA

ARACAJU

2018

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ELISDETE MARIA SANTOS DE JESUS

MÉTODO TRADICIONAL E ATIVO: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM

E PENSAMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA E MEDICINA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe, como requisito para obtenção do grau de

Doutora em Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Ângelo Roberto

Antoniolli

Coorientadora: Profª. Drª. Adriana Andrade

Carvalho

ARACAJU

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

J58m

Jesus, Elisdete Maria Santos de

Método tradicional e ativo: uma análise dos estilos de aprendizagem

e pensamento crítico de estudantes de farmácia e medicina / Elisdete Maria

Santos de Jesus; orientador Ângelo Roberto Antoniolli; coorientadora

Adriana Andrade Carvalho. – Aracaju, 2018.

172 f.: il.

Tese (doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de

Sergipe, 2018.

1. Aprendizagem. 2. Metodologias de Ensino. 3. Pensamento Crítico.

4. Estudantes de Farmácia. 5. Estudantes de Medicina. I. Antoniolli,

Ângelo Roberto, orient. II. Carvalho, Adriana Andrade, coorient. III.

Título.

CDU 61

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ELISDETE MARIA SANTOS DE JESUS

MÉTODO TRADICIONAL E ATIVO: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM

E PENSAMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA E MEDICINA

Aprovada em: 27 de Agosto de 2018

____________________________________________________

Coorientadora: Profª. Drª. Adriana Andrade Carvalho

____________________________________________________

1º Examinadora: Profª. Drª. Luciana Pereira Lobato

____________________________________________________

2º Examinadora: Profª. Drª. Izadora Barros da Silva

________________________________________________

3ª Examinadora: Profª. Drª. Adriana Karla de Lima

___________________________________________________

4º Examinador: Profº. Dr. Marcos Cardoso Rios

PARECER

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Saúde da

Universidade Federal de Sergipe, como requisito

para obtenção do grau de Doutora em Ciências

da Saúde.

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Dedico este trabalho aоs meus pais, (in

memoriam Edite Maria e José Raimundo

Santos) que até onde lhes foi possível lutaram

para que eu fosse uma pessoa de bem, aos

meus irmãos, que seguraram na minha mão e

me ajudaram a subir mais esse degrau, e ao

meu esposo Marcus, que dе forma incansável

mе deu força е coragem, mе apoiando nоs

momentos dе dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu senhor e meu Deus, por ter sido sempre tão fiel e presente em todos os momentos

minha vida.

Aos meus pais que, até onde lhes foi concedido fizeram de tudo para que eu fosse uma pessoa

de bem e que mesmo do plano celestial continuam fazendo parte da minha vida, obrigada por

terem plantado em meu coração as sementes da persistência, coragem e amor incondicional.

Aos meus irmãos Ricardo, Geovânia, Eliana, e familiares por estarem ao meu lado sempre com

palavras de força e me ajudando a subir mais esse degrau, me dando forças e compreendendo

as minhas ausências, Amo vocês com toda força do meu coração.

A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais

que primas Diana e Jossa e a minha tia Fátima que me apoiam em tudo que faço que me

acolheram de maneira maternal durante esse processo e sempre estiveram do meu lado me

incentivando, rezando, amando a vocês o meu mais que obrigada, Amo vocês.

Ao meu Esposo Marcus presente de Deus em minha vida, pelo incentivo, pelo apoio em cada

etapa do desenvolvimento deste trabalho e, principalmente, pela sua compreensão, carinho e

força que nunca me faltaram, Te Amo.

Aos mais que amigos que nasceram pela fé, Ana Paula, Nilton, Rose(irmã) meu “filho” Enzo

Gabriel, Clélia, Luizinho, Perla, Josivan, Rabelo e Carol, pelo incentivo e ombro nos momentos

difíceis obrigada por estarem comigo e fazerem essa maratona mais leve e divertida.

Agradeço aos Professores Angelo Antoniolli e Adriana Carvalho meus orientadores. Pela

oportunidade, confiança e por todo aprendizado compartilhado.

Ao Professor Wellington Barros da Silva, obrigada pela oportunidade, por estar comigo em

momentos cruciais desta trajetória, ajudando a arquitetar e concretizar mais este passo da minha

caminhada.

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Ao Prof. Divaldo Lyra Júnior pelos ensinamentos e contribuições de um verdadeiro mestre que

ama e acredita acima de tudo no futuro da nossa profissão.

A família do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social-Lepfs, obridada pela

acolhida, convívio, pelo apoio nos momentos difíceis, por dividirem comigo momentos de

descontração e alegria e, acima de tudo, por terem me cercado de carinho e conhecimento nesses

oito anos. Obrigada por ensinar na prática que unidos alcançamos vôos mais altos. O meu muito

obrigada a todos e em especial a Aline Dósea, Aline Santana, Bárbara, Carla, Dyego Carlos,

Fernando Gabriela, Lincoln, Luana, Luiza, Kérilin, Patrícia, Rafaela Sabrina, Thaciana,

Tâmara, Tatiane Marques, Vanessa Alves e Vanessa Lima.

Aos professores do departamento de Farmácia dos Campus de Lagarto por toda colaboração do

decorrer desse trabalho em especial às minhas companheiras de Práticas de Ensino

Farmacêutico na Comunidade, Chiara, Giselle, Izadora e Thelma. Obrigada por serem exemplo

de equipe, por todas as valorosas discussões. Obridaga por todo respeito, carinho, amizade e

companheirismo.

Agradeço a Marcio Lima, Adanne Gondim e Franciele meus alunos de iniciação cientifica pelo

esforço e dedicação esse trabalho saibam que sem a ajuda de vocês não seria possível; obrigada

pela confiança, apoio e por compartilhar comigo a concretização desse trabalho.

Agradeço de forma especial aos meus amigos Daniel Tenório e Juliana Rabelo pois literalmente

me pegaram pela mão e me conduziram com muito carinho durante esse oito anos. Dan a você

o meu muito obrigada você é um ser iluminado nem que eu viva cem anos vou consegui retribuir

tudo que você fez e faz por mim. Ju obrigada por ser essa calmaria que sempre tem algo para

me dizer no momento que mais preciso. Obrigada por vocês existirem na minha vida.

Agradeço a Carina Carvalho, Genival Júnior e Thelma Onozato, meus amigos, companheiros e

“co-autores” desse Doutorado. Obrigada por me permitirem dividir cada dificuldade, angústia

e dúvida, por darem as mãos nos momentos que eu mais precisava me reeguer e seguir essa

jornada. Eu Amo vocês.

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Aos eternos amigos, Professora Maria de Lara, Professoras Adriana Karla, Ana Paula Belizário,

Luciana Magalhães, Rangel, Givanildo e Joelma por todo o companheirismo no decorrer dessa

jornada.

À Universidade Federal de Sergipe.

À turma de doutorado, professores e colaboradores do Programa de Pós-graduação em Ciências

da Saúde, muito obrigado pelos conhecimentos compartilhados.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da

bolsa durante o período de elaboração desta obra.

No momento de agradecer devemos...

Olhar para o passado com Gratidão, tudo que passou foi importante para te levar ao presente.

Olhar para o presente com Alegria, o presente é o agora viva plenamente o hoje.

Olhar para o futuro com Esperança, o amanhã é o futuro do hoje então por tudo seja grato.

Muito Obrigada!

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RESUMO

MÉTODO TRADICIONAL E ATIVO: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS DE

APRENDIZAGEM E PENSAMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA

E MEDICINA. Elisdete Maria Santos de Jesus, Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Saúde, Aracaju, 2018.

Introdução: O empenho em compreender como se processa a aprendizagem e como os alunos

expressam criticamente seus pensamentos tem implicado no desenvolvimento de teorias,

métodos. Sua relevância para o ensino pode ser explicada pelas evidências de que cada aluno

tem uma forma de aprender e esse fator pode levar a inadequações ou conflitos entre os estilos

de aprendizagem dos estudantes e o estilo de ensinar do professor comprometendo a efetividade

do processo. Objetivo: Analisar os estilos de aprendizagem e o pensamento crítico de

estudantes de Farmácia e Medicina da Universidade Federal de Sergipe. Métodos: O estudo foi

desenvolvido em três etapas: na primeira etapa foi realizada uma revisão sistemática da

literatura com o objetivo de avaliar a relação entre as estratégias e métodos de ensino mais

apropriados para os estilos de aprendizagem durante a graduação de estudantes dos cursos de

Farmácia e Medicina presentes na literatura; na segunda etapa foi realizado um estudo

longitudinal com avaliação antes-depois, para caracterizar as preferências dos estilos de

aprendizagem e competência de pensamento crítico em estudantes de graduação em Medicina

submetidos a métodos de ensino tradicional e ativo; na terceira etapa foi realizado um estudo

longitudinal para analisar as competências de pensamento crítico em estudantes de Farmácia

em dois cursos com metodologias de ensino distintas.Resultados: Os achados da revisão

sistemática apontaram que dos 2196 estudos analisados, 20 cumpriram os critérios de inclusão

estabelecidos. Apesar de não estar claro quais estilos de aprendizagem são favorecidos com as

estratégias de aprendizagem, o método Aprendzagem Baseada em Problemas (PBL), recursos

audiovisuais e programas de iniciação à pesquisa mostraram-se úteis para melhorar as

experiências de aprendizagem. No estudo longitudinal, os estudantes de Medicina dos dois

Campi apresentaram o mesmo perfil de preferência de estilos de aprendizagem sendo

caracterizados pelos estilos sensorial, visual, reflexivo e sequencial. No que diz respeito ao

pensamento crítico verificou-se que os estudantes da metodologia ativa obtiveram uma

pontuação significativa na competência Análise (p= 0,0323). No geral, os estudantes foram

caracterizados com elevada demonstração de competência de pensamento crítico ao longo do

tempo. No estudo da análise da competência de pensamento crítico, os estudantes de Farmácia

apresentaram alta demonstração de competência de pensamento crítico. A classificação por

escalas de competência demonstrou diferença significativa para as escalas Inferência (p=

0,0109) para o método ativo e nas escalas de Avaliação (p=0,0049), Inferência (p=0,0156) e

Explicação (p=0,0459) para o método tradicional. Conclusão: A revisão sistemática revelou

que os métodos PBL, recursos audiovisuais e programas de aprendizagem assistida por

computador mostraram-se úteis para melhorar as experiências de aprendizagem em diversos

estudos. Os estudantes do curso de Medicina mesmo quando inseridos em métodos de ensino

diferentes apresentaram preferência pelos estilos de aprendizagem sensorial, visual, reflexivo e

sequencial, sendo categorizados com “elevada demonstração de competência de pensamento

crítico”. Para os estudantes do curso de Farmácia, constatou-se que existem diferenças na

competência de pensamento crítico quando esses estudantes são submetidos a metodologias de

ensino distintas, apontando um declínio na competência Inferência para o método ativo e

tradicional e melhora dos níveis de competência nas escala de Avaliação e Explicação.

Descritores: Estilos de aprendizagem. Metodologias de Ensino. Pensamento Crítico. Estudante

de Farmácia. Estudante de Medicina.

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ABSTRACT

TRADITIONAL AND ACTIVE METHOD: AN ANALYSIS OF LEARNING STYLES

AND CRITICAL THINKING OF PHARMACY AND MEDICINE STUDENTS.

Elisdete Maria Santos de Jesus, Aracaju, 2018.

Introduction. The commitment to understand how learning is handled and how students

express their thoughts critically has led to the development of theories and methods. Its

relevance to teaching can be explained by the evidence that each student has a way of learning

and this factor can lead to inadequacies or conflicts between the students' learning styles and

the teaching style of the teacher compromising the effectiveness of the process. Objective.To

analyze the learning styles and critical thinking of students of Pharmacy and Medicine of the

Federal University of Sergipe. Methods. The study was developed in three stages: in the first

stage a systematic review of the literature was carried out with the objective of evaluating the

relationship between the strategies and teaching methods most appropriate for the learning

styles during undergraduate students of Pharmacy courses and Medicine present in the

literature; in the second stage a longitudinal study with before-after evaluation was carried out

to characterize the preferences of learning styles and critical thinking competence in

undergraduate medical students submitted to traditional and active teaching methods; in the

third stage a longitudinal study was carried out to analyze the critical thinking skills in

Pharmacy students in two courses with different teaching methodologies. Results.The findings

of the systematic review indicated that of the 2196 studies analyzed, 20 met the established

inclusion criteria. Although it is unclear which learning styles are favored with learning

strategies, the Problem Based Learning (PBL) method, audiovisual resources, and research

initiation programs have proved to be useful for improving learning experiences. In the

longitudinal study, the medical students of the two Campuses presented the same profile of

preference of learning styles being characterized by the sensorial, visual, reflexive and

sequential styles. With respect to critical thinking, it was found that the students of the active

methodology obtained a significant score in the Competence Analysis (p = 0.0323). Overall,

students were characterized with high demonstration of critical thinking competence over time.

In the study of the analysis of the critical thinking competence, Pharmacy students presented a

high demonstration of critical thinking competence. The classification by competence scales

showed a significant difference for the Inference (p = 0.0109) scales for the active method and

for the Assessment (p = 0.0049), Inference (p = 0.0156) and Explanation (p = 0.0459) for the

traditional method. Conclusion. The systematic review revealed that PBL methods, audiovisual

resources and computer-aided learning programs have proved useful in improving learning

experiences in a number of studies. The students of the medical school even when inserted in

different teaching methods had preference for the styles of sensorial, visual, reflexive and

sequential learning, being categorized with "high demonstration of competence of critical

thinking". For students of the Pharmacy course, it was found that there are differences in the

competence of critical thinking when these students are submitted to different teaching

methodologies, pointing to a decline in competence Inference to the active and traditional

method and improvement of the levels of competence in the scale Assessment and Explanation.

Key-words: Learning styles. Teaching Methodologies. Critical Thinking. Pharmacy student.

Medicine student.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 9

1.1 Estrutura da tese................................................................................. 11

2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................ 14

2.1 METODOLOGIAS DE ENSINO: METODO ATIVO E MÉTODO

TRADICIONAL NO CONTEXTO DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E

DAS COMPETÊNCIAS DE PENSAMENTO CRÍTICO...................................... 14

2.1.1 Metodologias Métodos e Estratégias de ensino........................ 14

2.1.2 O Método Tradicional..................................................................... 17

2.1.3 O Método Ativo .............................................................................. 20

2.2 CONCEPÇÕES DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM............................ 26

2.2.1 A Teoria dos estilos de aprendizagem........................................... 26

2.2.2 O Modelo de Kolb de Estilos de Aprendizagem........................... 28

2.2.3 O Modelo VARK de Estilos de Aprendizagem............................. 29

2.2.4 O Modelo de Felder e Silverman de Estilos de Aprendizagem... 31

2.2.5 Novas perspectivas de utilização do instrumento ILS 33

2.3 PENSAMENTO CRÍTICO: CONCEITOS, DISPOSIÇÕES E

HABILIDADES.................................................................................................... 34

2.3.1 Disposição, habilidades e competência de pensamento crítico.... 36

2.3.2 O pensamento crítico e seus instrumentos de análise................... 37

3 OBJETIVOS...................................................................................................... 41

3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................ 41

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................. 41

4 RESULTADOS.................................................................................................. 43

4.1 MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ESTUDANTES DE

GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA E MEDICINA: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA..................................................................................................... 43

4.2 COMPETÊNCIA DE PENSAMENTO CRÍTICO E ESTILOS DE

APRENDIZAGEM: O PERFIL DE ESTUDANTES DE MEDICINA

SUBMETIDOS A METODOLOGIA ATIVA E

TRADICIONAL..................................................................................................... 89

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4.3 MÉTODO TRADICIONAL VERSUS MÉTODOS ATIVO: UMA

ANÁLISE DO PERFIL DO PENSAMENTO CRÍTICO EM ESTUDANTES DE

FARMÁCIA........................................................................................................ 111

5 CONTRIBUIÇÕES DA TESE........................................................................ 131

5.1 Estratégias e metódos para os estilos de aprendizagem.............. 131

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 136

7 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 138

8 APÊNDICES................................................................................................... 154

9 ANEXOS ........................................................................................................... 156

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

Os estilos de aprendizagem estão relacionados à forma como as pessoas interagem com

as situações de aprendizagem e envolvem questões cognitivas, afetivas, ambientais que podem

auxiliar no processamento de informações (CERQUEIRA, 2000). Já o pensamento crítico é

uma habilidade cognitiva estruturalmente complexa que abrange processos mentais envolvidos

na habilidade de julgar racionalmente. Esse julgamento demanda interpretação, análise,

avaliação, inferência, explanação e autorregulação, como também deve ser baseado em

evidências, conceitos, metodologias, critérios ou contextos (FACIONE, 1990 apud

CARBOGIM, 2016).

O empenho em compreender como se processa a aprendizagem e como os alunos

expressam criticamente seus pensamentos tem implicado no desenvolvimento de teorias,

métodos e escalas utilizados para categorizar essas duas vertentes no meio educacional

(ENGELS; GARA, 2010). Sua relevância para o ensino pode ser explicada pelas evidências de

que cada aluno tem uma forma de aprender e esse fator pode levar a inadequações ou conflitos

entre os estilos de aprendizagem dos estudantes e o estilo de ensinar do professor

comprometendo a efetividade do processo (FELDER, 1993).

Por outro lado, a estimulação do pensamento crítico faz com que os aprendizes se

afastem da mera aceitação de crenças e os encorajam a avaliar as situações. Sendo assim, os

mesmos devem ser preparados para usarem as suas capacidades de pensamento crítico na

escolha, avaliação e uso da informação para resolução de problemas e tomada de decisão a nível

pessoal e profissional (VIEIRA, 2004).

Neste contexto, as evidências disponíveis sugerem que conhecer os estilos de

aprendizagem e o pensamento crítico dos estudantes torna-se relevante por favorecer a seleção

de estratégias de ensino utilizadas em sala de aula que podem contribuir para o aprendizado

integrado. Alguns estudos revelam que existe uma relação entre estilos de aprendizagem e

pensamento crítico.

O estudo de Colucciello (1999), por exemplo, com estudantes de Enfermagem que

utilizou a escala California Critical Thinking Disposition Inventory (CCTDI) e o Inventário de

Estilos de Aprendizagem de Kolb, verificou que havia uma relação entre estilos de

aprendizagem e disposição de pensamento crítico. Outro exemplo é o estudo realizado por

Guven e Kurum (2008) que também utilizou a Escala CCTDI e o Inventário de Estilos de

Aprendizagem de Kolb evidenciou que havia uma relação entre os estilos de aprendizagem dos

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professores e disposição para pensar criticamente. A pesquisa de Ghazivakili (2014) realizada

com estudantes de medicina, utilizou a escala California Critical Thinking Skills Test (CCTST)

e o Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb, observou que houve relação entre o estilo

de aprendizagem e o pensamento crítico principalmente em relação ao raciocínio indutivo.

A análise dos estilos de aprendizagem e do pensamento crítico pode auxiliar na

interação das características de cada indivíduo, pois, a maneira como cada pessoa aprende e

utiliza esse conhecimento, estimula o aprendizado de maneira eficaz, tornando o indivíduo mais

participativo e preparado para suas futuras atribuições profissionais (PIEMOLINI-BARRETO,

2011).

Desta forma, a adoção de novos elementos metodológicos de aprendizagem baseados

na perspectiva do pensamento crítico e nos estilos de aprendizagem pode levar o aprendiz a se

sentir envolvido com a dinâmica da aula, por esta corresponder às suas necessidades de

aprendizagem, e, por conseguinte, obter melhores resultados em sua vida acadêmica e

profissional.

No tocante ao ensino superior na área da saúde, o modelo hegemônico para formação

curricular desses profissionais, por muito tempo, se restringiu ao método de ensino conservador

(ou tradicional), o qual é considerado por muitos estudiosos como pouco eficaz no

desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico, da capacidade de análise, julgamento e

avaliação, bem como da capacidade investigativa e criativa dos estudantes (GOMES et al.,

2011).

Em 2002, a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de

graduação da área da saúde apresenta mudanças paradigmáticas para essa área do

conhecimento. Desde então, apontou-se a necessidade de que a formação dos profissionais

dessa área ultrapassasse o modelo biomédico incorporando o binômio saúde-doença em seus

diversos níveis envolvendo ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde,

considerando uma assistência integrada e coletiva.

Assim, propôs-se também uma mudança curricular. O currículo composto,

essencialmente, por disciplinas fragmentadas onde eram priorizadas atividades teóricas daria

lugar a propostas modulares com a utilização de metodologias que privilegiam a participação

ativa dos estudantes na construção do conhecimento, bem como a integração entre o ensino, a

pesquisa e a extensão (assistência) (ROCHA et al., 2013).

Observa-se que, de acordo com as DCN, a formação deve estar vinculada às

necessidades do público alvo e para tanto faz-se necessário a diversificação dos cenários de

práticas de modo a fortalecer a parceria e a interação entre ensino e comunidade.

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Nesse sentido, exige-se do profissional uma formação generalista, humanista, crítica e

reflexiva (BRASIL, 2002). Nesse ínterim, em consonância com as demandas atuais, a

Universidade Federal de Sergipe (UFS) amplia as suas propostas de métodos de ensino. Assim,

além da metodologia tradicional, vem utilizando em novos campi1 metodologias ativas de

ensino a exemplo da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), Problem Based Learning

(PBL) e o Processo Orientado guiado em Inquérito de Aprendizagem (POGIL) sendo a mais

utilizada a PBL.

Deste modo, considerando o contexto do processo ensino e aprendizagem com suas

diversas metodologias, sua influência no desenvolvimento do pensamento crítico e os estilos

individuais de aprendizagem dos alunos a questão de pesquisa que este estudo se propôs a

investigar foi a seguinte: Qual o estilo de aprendizagem predominante dos graduandos dos

cursos da área da saúde, em específico, Medicina e Farmácia da Universidade Federal de

Sergipe (UFS)? Existem diferenças no tocante ao pensamento crítico de estudantes submetidos

a metodologias de ensino distintas?

1.1 Estrutura da tese

A presente pesquisa tem como objeto os estilos de aprendizagem e o pensamento crítico

de estudantes da área da saúde da Universidade Federal de Sergipe. Dessa forma, esta tese foi

estruturada em:

➢ Revisão da literatura que apresenta uma concepção geral a respeito dos estilos de

aprendizagem e pensamento crítico com os seus principais conceitos, teorias e modelos no

contexto da área da saúde. Neste tópico são abordados os temas: Metodologias de ensino:

método ativo e método tradicional no contexto dos estilos de aprendizagem e das

competências de pensamento crítico; Concepções de estilos de aprendizagem; Pensamento

crítico: conceitos, disposições e habilidades. Em seguida apresenta-se os objetivos geral e

específicos do estudo. Os resultados da pesquisa foram estruturados no formato de artigos.

1 A Universidade Federal de Sergipe possui cinco campi sendo o mais antigo o Campus Prof. José Aloísio de

Campos (1968) localizado na cidade de São Cristóvão a 4 km da capital sergipana. No início dos anos 2000 essa

instituição começa o seu processo de interiorização inaugurando mais quatro campi – Campus Prof. Alberto

Carvalho, localizado no município de Itabaiana (2002), Campus de Laranjeiras (2007), Campus da Saúde Prof.

Antônio Garcia Filho (2011), localizado na cidade de Lagarto, e Campus do Sertão (2015), localizado no município

de Nossa Senhora da Glória.

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➢ Resultados da pesquisa

➢ Artigo I – Intitulado: “Métodos e estratégias de ensino para estudantes de graduação em

Farmácia e Medicina: uma revisão sistemática”, foi submetido no periódico científico

Medical Teacher. Neste artigo foi possível analisar os resultados da busca sistemática da

literatura a respeito dos métodos e estratégias de ensino mais apropriadas para cada estilo

de aprendizagem.

➢ Artigo II – Intitulado: “Competência de pensamento crítico e estilos de aprendizagem: o

perfil de estudantes de medicina submetidos a metodologia ativa e tradicional”, submetido

no periódico Medical Teacher. Este artigo apresenta os resultados da análise de um estudo

longitudinal do tipo antes e depois das preferências dos estilos de aprendizagem e

competência de pensamento crítico em estudantes de graduação em Medicina submetidos

a métodos de ensino Ativo e tradicional.

➢ Artigo III – Intitulado: “Método tradicional versus métodos ativo: uma análise do perfil do

pensamento crítico em estudantes de farmácia”, submetido no periódico American Journal

Pharmaceutical Education. Este manuscrito apresenta os resultados da análise de um

estudo longitudinal da competência de pensamento crítico em estudantes de graduação em

Farmácia submetidos a métodos de ensino distintos.

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REVISÃO DA

LITERATURA

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 METODOLOGIAS DE ENSINO: MÉTODO ATIVO E MÉTODO TRADICIONAL

NO CONTEXTO DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E DAS COMPETÊNCIAS DE

PENSAMENTO CRÍTICO

2.1.1 Metodologias, Métodos e Estratégias de ensino

Os estilos ou o conjunto de preferências de aprendizagem determinam as abordagens

individuais para aprender, as quais nem sempre são compatíveis com as situações de

aprendizagem. Todo o estudo produzido a respeito dos estilos de aprendizagem visa entender

como os estudantes aprendem novos conhecimentos, considerando seus domínios afetivos,

cognitivos e físicos, não se prendendo somente aos aspectos cognitivos (AMARAL, 2017).

Ao analisar os três domínios que sustentam os estilos de aprendizagem é importante

ressaltar que a multidimensionalidade do processo de aprender precisa ser cada vez mais

compreendida. Dessa forma, entender os perfis de aprendizagem dos estudantes é de

fundamental importância para estruturar metodologias e estratégias de ensino que promovam a

aprendizagem de forma significativa (AMARAL, 2017).

Mazzioni (2013), enfatiza que existem diversos fatores, que interferem no processo de

ensino-aprendizagem dentre eles as condições estruturais da instituição de ensino, as condições

de trabalho dos docentes, as condições sociais dos alunos, e as estratégias de ensino utilizadas

pelos docentes. Não obstante, é importante salientar que a interdependência entre esses fatores

é essencial para o desenvolvimento dos trabalhos de aprendizagem, de educação ou de ensino.

De acordo com Brighenti (2015), o processo de ensino-aprendizagem perpassa por

interações do ambiente educacional ao qual pertencem os professores e estudantes, os quais

estão envolvidos diretamente com processos comportamentais atribuídos como ensinar e

aprender.

Para compreender e identificar os métodos e metodologias essenciais no processo

educacional, é preciso antes entender os elementos típicos do processo de ensino-aprendizagem.

No processo de ensino é importante que o professor defina as metodologias, métodos,

estratégias e técnicas a serem utilizadas para o alcançar os objetos de aprendizagem (VEIGA,

2006).

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De acordo com Nérice (1978, p.284 apud Brighenti 2015), a metodologia do ensino é

um conjunto de procedimentos didáticos, representados por seus conteúdos, objetivos, métodos,

técnicas, recursos didáticos e processos avaliativos, os quais possuem o intuito de alcançar

objetivos do ensino e da aprendizagem.

Para Brighenti (2015), o método de ensino perpassa por um conjunto de ações

coordenadas utilizadas pelo professor com o objetivo de conduzir o estudante a desenvolver

conhecimentos, adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideais. Nesse contexto,

Libâneo (2013) descreve o método de ensino como as ações do professor pelas quais se

organizam as atividades de ensino e dos estudantes para atingir objetivos do trabalho docente

em relação a um conteúdo específico (LIBÂNEO, 2013).

Portanto, o professor ao direcionar e estimular o processo de ensino em função da

aprendizagem dos estudantes, ele deve utilizar intencionalmente um conjunto de ações, passos,

condições externas e procedimentos para chegar a um objetivo de ensino.

As metodologias e métodos de ensino são destinados a efetivar o processo de ensino,

desta forma, existem diversas classificações de métodos de ensino conforme os critérios de cada

autor (quadro 1). Dentro da concepção, os métodos de ensino possuem uma estreita relação

com os métodos de aprendizagem. Neste sentido, a classificação dos métodos de ensino resulta

da relação existente entre ensino e aprendizagem, concretizada pelas atividades do professor e

alunos no processo de ensino (LIBÂNIO, 1994).

Quadro 1. Classificação dos métodos de ensino

Classificação Método

Nomeados a partir de quem os idealizou

Método Freiriano

Método Waldorf

Três momentos pedagógicos de Delizoicov

Nomeados a partir de uma estratégia nuclear Aprendizagem baseada em problemas (PBL)

Aprendizagem baseada em equipes (TBL)

Método expositivo

Nomeados a partir da concepção pedagógica,

filosófica ou epistemológica Método auto - instrutivo

Método construtivista

Método escolanovista

Nomeados de acordo com a visão de sociedade

Método Humanista

Método Tecnicista

Método Democrático

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Nérice (1987), Libâneo, (2004), Brighenti (2015).

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A estratégia de ensino pode ser definida como plano de ação didática, (uso de

informações, escolha dos recursos, métodos e técnicas para a execução de objetivos, formas de

apresentação dos conteúdos), com o propósito de tornar o ensino e a aprendizagem mais

eficientes para alcançar os objetivos estipulados (BRIGHENTI, 2015; NÉRICI, 1992).

As técnicas de ensino são componentes operacionais dos métodos, têm caráter

instrumental e são destinadas a direcionar a aprendizagem do estudante na investigação de um

determinado tema por exemplo, ou na execução de uma etapa particular de um método

(BRIGHENTI, 2015). Para Araújo (2006) a técnica de ensino engloba um conjunto de

procedimentos e orientações que precisam estar em consonância com o contexto do aluno, de

outra forma se torna inadequada.

Não obstante, Nérici (1987) enfatiza que diferenciação entre metodologia, método e

técnica de ensino não é muito clara. Contudo, Brighenti (2015) afirma que de maneira

processual a metodologia do ensino inclui método e técnicas de ensino, por sua vez o método

de ensino se concretiza por meio das técnicas de ensino que são utilizadas para alcançar os

objetivos por ele instituídos.

Desta forma, ao escolher a metodologia de ensino o professor precisa estar atento ao

contexto social, cultural, político, e econômico e, as necessidades educativas dos alunos de

modo que está favoreça a aprendizagem. Vale também ser ressaltado que existem

personalidades distintas e que as mesmas têm interferência sobre o estilo de aprendizagem dos

alunos. Dependendo da característica de determinado grupo de alunos, a aprendizagem pode

ocorrer de formas diferentes: por meio de experimentação, reflexão, observação e através dos

sentidos.

Assim sendo, a metodologia de ensino deve ser compreendida por ações para alcançar

os objetivos propostos, e não somente como um roteiro prescritivo que busca promover uma

ação docente descontextualizada (SILVA, 2011). Desta forma, é fundamental que o professor

tenha clareza do que, para que, como e a quem está ensinando, para, a partir daí, utilizar uma

metodologia que contemple as necessidades educacionais do estudante.

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2.1.2 O Método Tradicional

Apontado por ser um método de transmissão de conhecimentos, o método tradicional

surgiu no século passado a partir do advento dos sistemas nacionais de ensino, e só atingiram

maior força e abrangência nas últimas décadas do século XX (LEÃO, 1999). Este tipo de

concepção de educação é encontrado em vários momentos da história permanecendo

atualmente sob diferentes formas.

A linha de ensino tradicional se estruturou através do método pedagógico expositivo,

entretanto Kruger (2013) enfatiza que outros autores discordam dessa nomenclatura

apresentando o método com diferentes denominações. A esse despeito, Mezzari (2011) o

nomeia como uma modalidade de ensino; Chemello, Manfrói e Machado (2009) como Modelo

de Ensino Tradicional; para Traversini e Buaes (2009) pode ser chamado de discursos

pedagógicos tradicionais; Pereira (2003) o apresenta como pedagogia tradicional; Haddad et al.

(1993) o apresentam como educação tradicional.

Os componentes teóricos da abordagem tradicional se fundamentam numa prática

educativa que se perpetuou ao longo dos anos e não apenas em teorias que foram consideradas

válidas de maneira empírica (MIZUKAMI, 1986). A definição desse método foi influenciada

tanto do método científico, em que se destacaram F. Bacon e Galileu Galilei, como do método

filosófico, em que sobressaiu Descartes (ROCHA, 1988). Nesse contexto, Saviani (1991)

enfatiza que a matriz teórica pode ser identificada nos cinco passos formais de Herbart, que são

preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação os quais correspondem ao

método científico indutivo formulado por Bacon.

Nessa perspectiva, Leão (1999) destaca que a ênfase do ensino tradicional é transmitir

os conhecimentos, de modo que os conteúdos a serem ensinados por esse modelo seriam

previamente compreendidos, sistematizados e incorporados. Sob essa premissa, é o professor

que domina os conteúdos os quais são organizados e estruturados para serem transmitidos aos

alunos (SAVIANI, 1991).

A figura do professor é vista como sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem,

transmitindo seu conhecimento aos alunos, comumente por meio de aula teórica (SANTOS,

2011; MEZZARI, 2011; OLIVEIRA FILHO, 2003). Nesse sentido, Anastasiou (2001) enfatiza

que as aulas são geralmente expositivas com memorização de conteúdos e resolução de

exercícios sistematizados para a memorização.

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Abreu (2009) aponta que as aulas são ministradas para grupos grandes, ofertadas no

formato de palestras e conferências, com grande quantidade de informações.

Para Pinho (2010) e Pereira (2003) o conteúdo a ser transmitido já está pronto e o

estudante se limita, apenas a escutá-lo. Acredita-se que dessa maneira a formação só irá

depender do arcabouço das informações adquiridas e do domínio dos conhecimentos

consolidados. O modelo de avaliação utiliza o sistema de provas e visa a exatidão da reprodução

do conteúdo comunicado em sala de aula. Dessa forma, os estudantes assumem uma postura

passiva, sem participar do seu próprio aprendizado apenas assimilam as informações

repassadas, não contribuindo no processo de aprendizagem (MEZZARI, 2011).

Por se mostrar como o detentor do conhecimento, o professor possui maior controle da

aula, de acordo com Pinho (2010) esse controle é apontado como uma das vantagens que o

método apresenta. Souza (2014) aponta como vantagem desse método a abrangência do

conteúdo que pode ser adquirido sobre um tópico, dessa forma o professor tem menos trabalho,

o trabalho com grandes grupos e o baixo custo. Contudo, Backes e colaboradores (2010) e

Mezzari, (2011) enfatizam que uma das principais desvantagens está sob a perspectiva de que

os estudantes pouco desenvolvem o seu pensamento crítico por não haver espaços para o aluno

inquirir, criar e construir apenas assimilar o que é repassado.

Os professores se envolvem de maneira pontual dessa forma, não ocorre a interação com

os conteúdos que são comuns as outras disciplinas levando o ensino a repetições e desperdício

de tempo (VANZOLINE, 2006). A esse respeito, Weintraub, Hawlitschek e João (2011)

argumentam que a pouca interação entre o estudante e os conteúdos estudados gera pouca

reflexão, pois os conteúdos são apenas transmitidos, porém não se sabe até que ponto o

estudante o colocou no contexto da sua realidade transformando o conteúdo em algo

significativo gerando o aprendizado.

Em relação aos estilos de aprendizagem, onde os estudantes demonstram as maneiras

pelas quais aprendem melhor e preferem o aprendizado, a educação tradicional baseada na

transmissão do professor, não atinge a todos de forma equitativa (KALATZIS, 2007).

Nessa perspectiva, Santos e Mognon (2010) salientam que a escola ainda segue o

modelo educacional homogêneo, não considerando as diferenças no processo de

aprendizagem dos estudantes, e como consequência, o conhecimento não se torna igualmente

acessível a todos. Neste sentido, Machado (2013), aponta para as evidências do estudo realizado

por Dryden e Vos (1996), onde apenas 30% dos alunos que se classificam com o estilo de

aprendizagem auditivo se lembram de até 75% do que ouvem durante um período normal de

aula, 40% dos estudantes visuais retêm três quartos daquilo que leem ou veem.

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O estudo realizado por Miranda (2007), que investigou a relação entre os estilos de

aprendizagem e as principais técnicas de ensino utilizadas, mostra que a aula expositiva é a

técnica mais utilizada. Esse estudo também aponta que 24% dos estudantes com estilo auditivo

afirmam que estratégia como aulas práticas, resolução de exercícios e debates facilitariam o

aprendizado deles.

Embora as evidências apontadas a respeito de estilos de aprendizagem apresentarem as

limitações do aprendizado auditivo, ainda há um volume significativo de professores que

utilizam em suas aulas esse estilo baseado exclusivamente na oratória, no qual o professor passa

a maior parte do tempo falando e o aluno, passivamente, ouvindo (MACHADO, 2013).

Há, portanto, o desafio aos docentes de mudar ou adaptar a forma ensinar para optar por

caminhos que levem ao aprender. Quando o docente tem conhecimento sobre o estilo de

aprendizagem do aluno, facilita o desenvolvimento e a utilização de metodologias e técnicas de

ensino, provendo a geração de melhores resultados na aprendizagem (MUHLBEIER;

MOZZAQUATRO, 2011). Neste sentido, torna-se necessário entender de forma clara como

ocorre a relação entre estilos de aprendizagem e o ensino tradicional, ou seja, os benefícios que

os estilos de aprendizagem podem proporcionar na melhora da utilização desse método.

Mesmo com todas essas características Saviani (1991) afirma que o método tradicional

é o mais utilizado pelos sistemas de ensino, no entanto, essa mesma autora chama atenção para

a qualidade desse tipo de ensino na atualidade devido ao empobrecimento na abordagem dos

conteúdos. Traversini e Buaes (2009) declaram que o método tradicional não é adequado para

o ensino, contudo enfatizam que o método é utilizado há muito tempo tanto na educação básica

quanto na superior.

Embora seu uso seja alvo de diversas críticas, vale salientar que a utilização do método

de ensino tradicional apresenta importantes resultados, pois, caso contrário, atualmente não

seriam mais utilizadas aulas teóricas por parte dos professores. De acordo com Kruger (2013)

alguns autores argumentam que o método tradicional deve ser complementado com outros

métodos de ensino (WEINTRAUB; HAWLITSCHEK; JOÃO, 2011; OLIVEIRA et al., 2012).

Essa proposta surge na perspectiva de romper com a postura de transmissão de

informações, auxiliar o processo de aprendizagem melhorando as habilidades de aprendizagem

dos estudantes. Contudo, Oliveira et al. (2012) enfatizam que não basta apenas inserir novos

métodos, nesse contexto as mudanças devem ser constantemente avaliadas para identificar se

ainda assim existem lacunas a serem ajustadas para um melhor aprendizado.

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2.1.3 O Método Ativo

Ao longo das últimas décadas, é crescente a percepção difundida entre os educadores

de que os estudantes estão adotando novos perfis e postura diferenciadas no processo de

aprendizagem, desta forma, a mera transmissão de informação sem a adequada recepção não

caracteriza um processo eficaz de ensino-aprendizagem (SANTOS; SOARES, 2011).

No contexto da área de saúde, um dos fatos mais importante das duas últimas décadas

foram as mudanças nos currículos das escolas médicas. Diversas propostas foram reformuladas,

com mudanças profundas na forma e conteúdo de ensino (BARROS, 2006). Em 2002,

mudanças nas diretrizes curriculares de ensino dos cursos da área da saúde culminaram no

redirecionamento das atividades profissionais, com o propósito de atender as novas demandas

sociais.

A esse respeito também se reflete a formação farmacêutica com os avanços das novas

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). De acordo com as novas DCN's, o profissional

precisa desenvolver um conjunto de competências e habilidades, para atuar na área de cuidado

à saúde, gestão e na área da tecnologia, assim, entre outras capacidades, esse profissional deverá

estar apto à resolução de problemas de saúde; a tomar decisões apropriadas, ao exercício da

liderança, da administração e do gerenciamento, compromisso com o cuidado e a defesa de uma

saúde integral (BRASIL, 2017).

Em face às transformações na área da saúde, discutindo o processo educacional no

mundo contemporâneo, o conhecimento dos indivíduos está constantemente em construção e,

por esse motivo, a ênfase na utilização de diferentes metodologias deve mobilizar o aluno na

busca constante pelo conhecimento (MIRANDA; CASA NOVA; CORNACCHIONE

JÚNIOR, 2012). Nesse contexto, o principal desafio é o de romper com processo de ensino que

ainda trazem uma postura cristalizada e formar profissionais de saúde com competências que

lhes permitam atuar na dimensão do cuidado (CYRINO, 2004).

De acordo com Cunha e colaboradores (2001), a ruptura com os modelos tradicionais

pode contribuir para construção e utilização de novas formas de trabalho que representem novas

formas de pensar o ensinar e o aprender, numa perspectiva emancipatória.

Nesse contexto, para a elaboração de novas propostas pedagógicas, surge a perspectiva

da adoção de uma metodologia mais holística e de métodos mais participativos (BARROS

2006). Diante dessa realidade, adotando novas formas de ensino-aprendizagem e de

organização curricular, destacam-se as metodologias ativas de ensino (MARIN et al., 2010).

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A metodologia ativa traz em sua matriz pedagógica a escolanovista. No Brasil, o

movimento escolanovista foi estabelecido por Sampaio Dória, em 1920 (CAVALIERE, 2003).

Centrada na aprendizagem, na metodologia ativa o aluno passa a ser autoaprendiz o que

significa uma hegemonia do aluno sobre o professor. A edificação pedagógica escolanovista

está fundamentada na atividade, a qual estabeleceu um divisor em relação à metodologia

tradicional, pois a atividade se mostra contrária a passividade empregada por esse método

(ARAUJO, 2015).

Em meados do século XX diversos estudiosos (John Dewey, Adolphe Ferrière, Jean-

Ovide Decroly, Edouard Claparède) contestaram o modelo de escola tradicional. Para Dewey

(1978) o aluno tinha que ter iniciativa, originalidade e agir de forma cooperativa; Ferrière

(1929) propôs a educação nova integral, prática, ativa e autônoma onde o indivíduo está no

centro das perspectivas educativas; Claparède (1950) enfatizou a questão da expansão do saber.

Araújo e Colvara (2015) acreditavam nos métodos ativos, baseados na possibilidade de o aluno

conduzir seu aprendizado, visando o seu próprio desenvolvimento.

É nesse sentido que alguns autores (BASTOS, 2006; XAVIER, 2014; BORGES 2014;

BERBEL, 2011) defendem o uso de práticas pedagógicas inovadoras denominadas

metodologias ativas, que favorecem a aprendizagem, pois o foco passa a estar no aluno. Bastos

(2006) considera que as metodologias ativas se constituem como processos interativos de

conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões, como objetivo de prover soluções para

um problema proposto. Para Xavier (2014) a metodologia ativa, tem como princípio teórico a

autonomia do discente. Nesse princípio o sujeito procura construir a sua história considerando

sua cultura, seus saberes acumulados tornando-se corresponsável pelo seu processo de

aprendizagem.

Para Borges (2014) essas metodologias são formas de desenvolver o processo do

aprender utilizadas pelos professores com o propósito de conduzir a formação crítica. Berbel,

(2011) enfatiza que as metodologias ativas são meios de aprimorar o processo de aprender,

empregando experiências reais ou simuladas, visando solucionar sob diferentes perspectivas os

desafios das atividades de sua prática social. Na visão de Freire (1996) as metodologias ativas

têm a função libertadora pois traz consigo o poder de impulsionar a aprendizagem através da

superação dos desafios, construindo novos conhecimentos a partir das experiências prévias dos

indivíduos.

As metodologias ativas de ensino-aprendizagem propõem aos estudantes o papel de

protagonistas, dessa forma assumem o lugar de sujeitos na construção do conhecimento, sendo

o professor o orientador do processo (MELO, 2012).

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Dentro desse processo, o professor atua como facilitador para que o estudante pesquise,

reflita e decida o que fazer para atingir os objetivos de aprendizagem estabelecidos (BERBEL,

2011). Nessa perspectiva, o professor poderá fazer uso de diversas ferramentas como o estímulo

à curiosidade, à postura ativa e à experimentação do aluno, promovendo a análise crítica da

realidade durante o processo de formação (FREIRE, 2011).

Um dos grandes desafios da metodologia ativa é aperfeiçoar a autonomia individual do

estudante e efetivar uma educação que seja capaz de desenvolver a compreensão de aspectos

cognitivos, afetivos, socioeconômicos, políticos e culturais, construindo uma prática

pedagógica dentro do contexto social (BERBEL, 1999). Existem várias possibilidades de

metodologias ativas, com potencial de levar os estudantes a aprendizagem para a autonomia, e

de um indivíduo crítico. Dentre elas podemos destacar como os métodos mais utilizados a

Aprendizagem Baseada em Problemas e a Metodologia da Problematização.

Aprendizagem baseada em problemas (ABP), teve origem na expressão original

Problem Based Learning (PBL). Camargo Ribeiro (2008) e Borges (2014) afirmam que o PBL

é caracterizado pelo uso de problemas do mundo real com o objetivo de estimular os estudantes

a desenvolverem o pensamento crítico e habilidades de solução de problemas e assim

adquirirem conhecimento sobre os conceitos trabalhados. A ABP pressupõe: cooperar em

pequenos grupos; condução do tutor; auto estudo; educação multidisciplinar; educação em

bloco e avaliação progressiva.

Dessa forma, esse método parte de um problema, que deve ser formulado em termos

concretos, dirigindo a aprendizagem a um número limitado de etapas. As etapas são realizadas

durante a sessão tutorial a qual tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento de hipóteses

para explicar o referido problema, traçando objetivos que deverão ser estudados, para que uma

nova discussão seja realizada para síntese e aplicação do novo conhecimento (MELO, 2012).

Durante uma sessão tutorial são formados grupos de 8 a 12 estudantes e um tutor, entre

os estudantes ocorre a escolha de um coordenador e um secretário, variando a cada tutorial,

para que todos estudantes exerçam essas funções.

De acordo com Berbel (1998) as etapas da sessão tutorial são: Leitura do problema;

Identificação e esclarecimento de termos desconhecidos; Identificação dos problemas propostos

pelo enunciado; Formulação de hipóteses explicativas para os problemas identificados com

base no conhecimento prévio do estudante com resumo das hipóteses; Formulação dos

objetivos de aprendizagem; Estudo individual dos assuntos levantados nos objetivos de

aprendizagem; Retorno ao grupo tutorial para rediscussão do problema.

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ABP foi introduzida no ensino de Ciências da Saúde em 1969 pela universidade

McMaster no Canadá (BORGES, 2014). Essa metodologia, tem sido utilizada em diversas áreas

de ensino, a exemplo da arquitetura (KINGSLAND, 1996), administração de empresas

(STINSON; MILTER, 1996), engenharia (WOODS, 1996), enfermagem, pedagogia

(RIBEIRO, 2008).

No Brasil, as instituições de ensino superior utilizam essa metodologia de ensino desde

1997, a exemplo da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) em 1997, Universidade

Estadual de Londrina (UEL) em 1998, Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1993,

Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e a Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2012,

a qual traz no seu processo de ampliação novos rumos para educação (CARLINI, 2006; MITRE

2008; MELO, 2012).

Metodologia da Problematização (MP), O ensino pela problematização ou ensino

baseado na investigação (Inquiry Based Learning) teve início em 1980, na Universidade do

Havaí (MITRE, 2008). Utiliza situações nas quais os estudantes podem observar a realidade de

modo crítico, os temas estão diretamente relacionados com a vida cotidiana, e tem por objetivo

motivar o discente a ressignificar suas descobertas diante dessas situações (MELO, 2017;

BERBEL, 2011). Nessa concepção, a problematização, considera como preparação para

educação a realidade do indivíduo, suas vivências e experiências, seus saberes e conhecimentos

prévios (SCHAURICH 2007).

A MP tem como referência, o “Arco de Charles Maguerez” ou “Método do Arco” que

foi proposto em 1982, por Bordenave e Pereira (BORDENAVE, 1989; PRADO et al., 2012).

A metodologia é desenvolvida a partir de cinco etapas: observação da realidade e elencar os

problemas, formulação de pontos chave, teorização, levantamento de hipóteses e proposta de

soluções, retorno a realidade.

Nesse universo plural, pode-se evidenciar outros métodos e estratégias de ensino que

impulsionam a postura ativa do estudante a respeito da estratégia do Trabalho em grupo,

Massetto (2003) analisa o trabalho em grupo como uma forma de extrair do aluno algo a mais,

que no trabalho individual muitas vezes fica intrínseco, dentre elas: a capacidade de estudar um

problema em grupo; a capacidade de discutir e debater ideias; aprofundar a discussão de um

tema, conseguindo chegar a uma conclusão.

A Construção de Mapas Conceituais, são úteis para representar o conhecimento,

facilitando a retenção e a recuperação de informações durante o aprendizado (AGUIAR, 2013).

Desenvolve no estudante a competência para organizar os dados, interpretar os textos, expressar

uma ideia, ser crítico, e classificar a informação de acordo com seu grau de importância

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(ANASTASIOU, 2004). O Estudo de Caso, consiste na apresentação de um caso real ou

hipotético aos estudantes para que estes o apreciem, discutam e de forma prática possam

confrontar as ideias. Assim os alunos começam a interagir, desenvolvendo habilidades de

diagnóstico, de análise e de tomada de decisão (PETRUCI, 2006).

Aprendizagem Baseada em Projeto ou Aprendizagem por Projeto, é uma

abordagem pedagógica de caráter ativo que utiliza as atividades de um projeto com o objetivo

de desenvolver competências e habilidades por meio de um processo de investigação. Nessa

perspectiva o aluno é centro do processo, caracterizando-se por ser um processo ativo,

cooperativo, integrado, interdisciplinar e orientado para a aprendizagem do discente.

(MASSOM 2012). Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) ou Team-based learning

(TBL) é uma estratégia educacional apropriada para turmas grandes. É formada por um

conjunto de tarefas e atividades que torna o estudante responsável por sua aquisição de

conhecimentos. Essa técnica estimula o desenvolvimento de competências, como o raciocínio

crítico, a tomada de decisão e o trabalho efetivo e colaborativo em equipe (KRUG 2016).

Processo Orientado guiada Inquérito de aprendizagem- POGIL é um processo de

aprendizagem guiado por perguntas, baseado no trabalho cooperativo em grupos. O POGIL

desenvolve habilidades de processo, como pensamento crítico, resolução de problemas e

comunicação através da cooperação e reflexão, ajudando os alunos a se tornarem aprendizes ao

longo da vida e preparando-os para ser mais competitivo no mercado de trabalho (EBERLEIN

et al., 2008).

Qualquer estratégia de inovação deve levar em conta suas práticas de avaliação. No

método ativo de ensino, a avaliação ocorre durante todo o processo de aprendizagem sendo

descrito, como uma avaliação formativa. Para avaliação, o professor observa desenvolvimento

do processo de aprendizagem dos estudantes, como as perguntas elaboradas, as respostas aos

questionamentos, a elaboração de sínteses orais e escritas, a idealização do material utilizado

para as palestras e orientações e o uso de portfólios reflexivos (GUEDES-GRANZOTTI, 2015).

Dessa forma, Dias e Fonseca (2015), enfatizam que a avaliação na metodologia ativa

prioriza as avaliações diagnósticas, formativas/processuais e somativas, que perpassam a todas

as fases de desenvolvimento do método. Para Mitre et al. (2008), para que a avaliação seja

inovadora é preciso um trabalho planejado e executado com a participação de todos e deve se

basear na colaboração, no empenho para uma nova formação.

Considerando que o uso de metodologias ativas vem sendo proposto como alternativa

para a formação de profissionais na área da saúde a fim de imprimir uma nova lógica de atenção

é importante ressaltar que metodologia apresenta algumas dificuldades e desvantagens para sua

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utilização. De acordo com Sousa (2014), consome muito tempo do docente com o preparo,

aplicação e avaliação das atividades. Exige a realização de trabalho em pequenos grupos para

que seja efetiva.

Há também dificuldade de adaptação de estudantes com estilos de aprendizagem

individualistas, competitivos e introvertidos devido à natureza participativa e colaborativa da

metodologia (RIBEIRO 2008; MARIN 2010).

Em contrapartida, Souza (2014) aponta como vantagens do método a possibilidade de

individualizar as necessidades dos alunos ao se trabalhar com grupos pequenos, facilitando a

interação aluno-professor. Kalatzis (2008) enfatiza a autonomia dos estudantes pois se tornam

responsáveis pela própria aprendizagem. Karakas (2008) aponta como vantagens o aprendizado

por meio das situações reais que são relevantes na prática.

No contexto dos estilos de aprendizagem, e a sua influência na escolha da metodologia,

os estilos de aprendizagem afetam a forma de estar e de atuar dos sujeitos em diferentes planos

da vida. Afetam, não só a forma como as pessoas aprendem, mas também como atuam em

grupo, participam em atividades, se relacionam com os outros, resolvem problemas e trabalham

(KOLB; SMITH,1996).

Zapalska e Brozik, (2006) demonstram que o conhecimento dos estilos de aprendizagem

é possível escolher as melhores estratégias de ensino para determinados conteúdos. Butzke

(2017) afirma que no processo de ensino aprendizagem, os estilos podem determinar qual será

o melhor contexto a ser usado na estratégia de ensino proposta, haja vista que as teorias dos

estilos de aprendizagem apresentam diversos modelos para caracterizar esses estilos.

Dessa forma, as metodologias ativas podem contribuir para a evolução do aprendizado

dos estudantes com seus diferentes estilos ampliando sua visão de mundo por meio das

situações reais que irão estimular os estudantes a buscar suas formas de aprender para resolver

ou encarar as situações diárias e assim se prepararem para o mercado de trabalho.

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2.2 CONCEPÇÕES DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM

2.2.1 A teoria dos estilos de aprendizagem

A interpretação das diferenças encontradas nos indivíduos durante o processo de

aprendizagem vem resultando na conscientização da existência dos estilos de aprendizagem e

na maneira de como estes influenciam cada indivíduo a compreender a realidade, se apropriar,

processar as informações de forma a transformá-la em conhecimento alcançando resultados de

aprendizagem (SANTOS et al., 2010).

Segundo Zanella (2007) e Becker (2013), a aprendizagem ocorre como um processo

ininterrupto durante toda a vida do indivíduo, em qualquer situação, desde o seu nascimento até

a sua morte e à medida que isto acontece, valores, percepções e comportamentos são

modificados. Os estudos de Rodrigues (2011) e colaboradores afirmam que, cada estudante

possui uma “forma de aprender” diferente, que dá a cada um, uma característica de reter e

processar o conhecimento no momento da aprendizagem.

Diante dessa perspectiva, Mattar (2010) enfatiza que um estilo de aprendizagem

representa a maneira única de como cada indivíduo processa, absorve, retém e organiza as

informações. Para Piemolini-Barreto (2011), os estilos de aprendizagem são vistos como as

particularidades que cada um possui para adquirir seus conhecimentos, suas habilidades e

atitudes, se diferenciado no processo de sistematização do conhecimento.

Existem várias teorias que se propõem a explicar os estilos de aprendizagem, sendo

difícil estabelecer um consenso, pois grande parte destas apresenta conceitos e modelos com

diferenças significativas entre si (CASSIDY, 2004; ROMANELLI, BIRD, RYAN, 2009;

COFFIELD et al., 2004; PASHLER et al., 2008). Apesar disso, há consenso entre as diversas

teorias de que os estilos de aprendizagem não implicam em distintos níveis de habilidade,

capacidade ou inteligência, mas trata-se do modo preferencial de alguém utilizar habilidades

em situações de aprendizagem, o que significa que existem diferenças individuais ante a

aprendizagem que fazem com que cada pessoa reaja de maneira particular diante de uma tarefa

exigida (COFFIELD et al., 2004).

De acordo com Butzke (2017), a compreensão dos estilos de aprendizagem pode

direcionar a métodos específicos e à adaptação de processos mais eficientes para a

aprendizagem, sendo possível compreender como os alunos aprendem e fazem escolhas dentre

as melhores estratégias de ensino para determinados conteúdos.

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Nesse ínterim, identificar os estilos pode ser visto como uma possibilidade de investir

em procedimentos metodológicos de ensino, e melhorar as capacidades de aprendizado do

estudante por meio de diversas e diferentes oportunidades de exercitar o estilo no qual ele é

mais forte, como também desenvolver os outros estilos em que demonstra ser fraco, o qual, não

significa a sua capacidade de aprender (LAWRENCE, 1979).

De acordo com Felder e Silverman (1988) as principais aplicações para a identificação

dos estilos de aprendizagem parte da premissa de que o conhecer os estilos pode servir como

direcionamento para os professores para ajudá-los a organizar um programa que compreenda

a diversidade existente na sala de aula, que possa atender os estilos dos seus alunos e por

conseguinte os estudantes também são beneficiados, pois o conhecimento dos seus estilos,

pode favorecer a criação de estratégias pessoais para se saírem melhor nas atividades

(FELDER; SILVERMAN, 1988). Diante disso, a identificação dos estilos de aprendizagem dos

estudantes pode ser uma estratégia promissora para reduzir a não participação do estudante e

melhorar a aprendizagem e tem sido recomendada por diversas organizações de todos os níveis

educacionais (PASHLER et al., 2008).

Nessa perspectiva, Fernandes (2015) e Coffield (2004) enfatizam que a maneira como

cada indivíduo adquire o conhecimento é o centro motivador de diversas pesquisas, dessa forma

é possível encontrar na literatura teorias e modelos que podem caracterizar a forma de

aprendizagem dos indivíduos, considerando seus estilos, preferências, personalidades,

concepções e cultura.

Assim, Silva (2012) aponta que no Brasil, dentre os modelos de análise para

caracterizar as preferências em aprendizagem dos indivíduos, destacam-se: o Índice de Estilos

de Aprendizado (ILS), desenvolvido por Felder e Soloman (1991) e traduzido para o português

por Giorgetti e Kuri (1998) e o Inventário de Estilos de Aprendizagem, versão brasileira do

Learning Style Inventory – LSI, desenvolvido por Kolb (1971). Um outro modelo também

apontado como um dos mais utilizados principalmente na área médica foi o modelo elaborado

por Fleming em 1992 com o VARK (Visual, Aural-Read, Write and Kinesthetic) (VALASKI

et al., 2011). Por este motivo, estes modelos serão tratados de forma mais detalhada nesta

fundamentação.

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2.2.2 Modelo de Kolb de Estilos de Aprendizagem

O estilo de aprendizagem de Kolb é considerado um dos mais influentes modelos de

estilos de aprendizagem, desenvolvido na década de 70, o chamado modelo de aprendizagem

experiencial baseia-se nas teorias e investigações sobre aprendizagem e desenvolvimento

humano, advindas principalmente de Vygotsky e Carl Jung, Kolb desenvolveu a Teoria da

Aprendizagem Experiencial, que concebe a aprendizagem como um processo cíclico

(CERQUEIRA, 2000).

De acordo com Kolb (1984), o "Modelo de Aprendizagem Experiencial" foi construído

com base na perspectiva de que as experiências vividas têm um papel fundamental no processo

de aprendizagem de modo que o conhecimento é constantemente criado e recriado. Uma pessoa

aprende motivada por seus próprios propósitos, isto é, empenha-se deliberadamente na

obtenção de aprendizado que lhe faça sentido (PIMENTEL, 2007). Ao desenvolver sua teoria,

Kolb foi aspirado pela teoria da aprendizagem de Lewin e Piaget e considerou experiências,

percepção, cognição e comportamentos como fatores críticos no processo de aprendizagem.

A Teoria da Aprendizagem Experiencial propõe duas dimensões de aprendizagem: a

percepção “como se percebe” a informação, através da experiência concreta e conceituação

abstrata; e o processamento “como se processa” a informação, por meio da observação reflexiva

e experimentação ativa (KOLB, 1996).

Nessa perspectiva, para que a aprendizagem se torne efetiva ela deve cumprir quatro

etapas que são: As experiências concretas de um indivíduo (experiência concreta) (CE),

realizando observações sobre essas experiências e processos de reflexão (observação reflexiva)

(OR), desenvolvendo conceitos abstratos dessas reflexões (conceituação abstrata) (AC) e,

finalmente, experimentação ativa, que permite contrastar o resultado da aprendizagem com a

realidade (Experiência Ativa) (AE) (KOLB, 1984).

A combinação das duas dimensões de aprendizagem acaba por gerar os possíveis modos

(estilos) de resposta às situações de aprendizagem: divergente, assimilador, convergente e

acomodador (quadro 2). Dentro dessas etapas, Kolb apresenta os quatro estilos de aprendizagem

que descritos da seguinte forma:

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Quadro 2: Estilos de aprendizagem descritos por Kolb.

Estilos de

Aprendizagem

Descrição dos estilos

Convergentes (abstrato,

ativo)

Baseia-se na conceituação abstrata e experimentação ativa.

Usam raciocínio dedutivo para aplicação prática das ideias,

resolver problemas e tomar decisões;

Acomodadores (concreto,

ativo)

Enfatizam a experiência concreta e experimentação ativa. Tem

como característica a execução, experimentação desenvolvem as

habilidades de aprendizagem por tentativa e erro.

Divergentes (concreto,

reflexivo)

Enfatizam a experiência concreta e observação reflexiva.

Confrontam as situações por múltiplas perspectivas, reconhecem

com facilidade os problemas e usam o debate para resolvê-los;

Assimiladores (abstrato,

reflexivo)

Preferem conceituação abstrata e observação reflexiva. Tendem

a ser concisos e reflexivos, usam a lógica para definir problemas

e utilizam modelos teóricos em sua aprendizagem Fonte: (MCNULTY, 2009; BARROS, 2014).

O Modelo de Kolb trabalha com o inventário de estilos de aprendizagem para a

identificar os estilos de aprendizagem preferencial dos estudantes. O instrumento - Learning

Style Inventory – LSI é composto de sentenças as quais estão associadas a alternativas, essas

alternativas que recebem um peso de acordo com o que o estudante acredita que melhor

descreve suas atitudes e sentimentos no momento em que ele está aprendendo (LEITE FILHO,

2008). Segundo Mainemelis, Boyatzis e Kolb (2002), até 1999 o LSI foi utilizado em mais de

1000 estudos, em diversas áreas: educação, gestão, informática, psicologia, medicina,

enfermagem, contabilidade e direito.

2.2.3 O Modelo VARK de Estilos de Aprendizagem

Neil Fleming e Mills criaram em 1992, uma técnica de mapeamento de estilos de

aprendizagem denominada de VARK (Visual, Auditivo, Leitura-Escrita e Sinestésico) (VARK-

LEARN, 2012). De acordo com Fleming (2001) e Martins, (2012) o VARK não é considerado

um modelo, mas sim uma estratégia que define as preferências de aprendizagens de um modo

simples. Devido à sua flexibilidade e facilidade de implementação, Martins (2008) afirma que

a estratégia VARK é bastante utilizada.

Fundamentada em pesquisas de programação neurolinguística, Ortiz (2011) afirma que

essa estratégia pode auxiliar na recepção e assimilação das informações, assegurando que a

maneira de iniciar a aprendizagem é através da percepção de certos estímulos.

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Fleming (2006) enfatiza que o VARK pode servir de catalisador para o desenvolvimento

pessoal, pois a sua utilização pode propor estratégias cada vez mais adequadas para o ensino de

diferentes grupos de alunos. O estilo de aprendizagem VARK propõe que os alunos aprendam

de maneiras diferentes e que todos possam ser bem-sucedidos se usarem as suas preferências

de aprendizagem.

De acordo com Mello (2014), uma das maneiras para o sucesso na aprendizagem é

prover os próprios estudantes de conhecimento sobre seu estilo individual, de maneira que eles

possam aprender a adaptar-se de acordo com a situação vivenciada.

O método VARK apresenta uma maneira simples de explicar e compreender o estilo de

aprendizagem de cada pessoa (quadro 3). Este estilo divide os alunos em quatro modos, de

acordo com as suas preferências de aprendizagem, auditivo, cinestésico, leitura/escrita e visual,

diagnosticando-se estes modos após a realização de um pequeno questionário através do qual é

possível avaliar os estilos de aprendizagem preferenciais das pessoas.

Quadro 3: O estilo de aprendizagem método VARK.

Estilos de Aprendizagem Descrição do estilos

Estilo visual

Pessoas preferem ver e ler, isto é, preferem o

uso de coisas que possam ser observadas e

analisadas, como por exemplo, mapas,

tabelas, gráficos, diagramas, folhetos,

fluxogramas, marcadores, cores diferentes,

imagens e variados arranjos espaciais.

Estilo auditivo

Tem predileção pela escuta e pelo diálogo,

gostam de explicar ideias, discutir temas,

assistir a palestras e aprender com histórias.

Estilos leitura / escrita

Aprendem melhor valendo-se de listas,

ensaios, relatórios, livros de texto,

definições, folhetos impressos, leituras,

manuais e páginas da web.

Estilo cinestésico

Preferem tocar e fazer para assimilarem a

informação aprendem por experimentação e

tentativa e erro para entender.

Fonte: (HAWK E SHAH, 2007; CUNHA 2015).

O estilo do respondente será determinado pela maior soma no número de respostas em

cada modo. Vale salientar que nenhum respondente é restrito a apenas um dos quatro tipos: V,

A, R ou K. Dessa forma, o indivíduo pode ser identificado no estilo Multimodal (M), que é

considerado híbrido.

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O respondente ainda pode ser classificado em dois ou mais estilos do Vark e consegue

se adequar melhor a diversas situações, já que sua forma de se adaptar para um método de

ensino é flexível.

2.2.4 O Modelo de Felder e Silverman de Estilos de Aprendizagem

Ao desenvolverem este modelo sobre os estilos de aprendizagem os autores Felder e

Silverman (1988) consideraram os aspectos da personalidade, cognitivos e psicológicos.

Inicialmente esse modelo foi idealizado pela combinação de outros dois modelos Kolb et al.

(1984) e Myers et al. (1985).

A definição de estilos de aprendizagem se dá pelas preferências detectadas nas formas

de perceber, captar, organizar, processar e compreender o conhecimento e/ou a informação.

De acordo com Silva (2012) dentre os modelos descritos na literatura o modelo proposto

por Felder e Silverman é um dos mais bem aceitos no cenário acadêmico brasileiro sendo

amplamente utilizado por pesquisadores nacionais em pesquisas com estudantes universitários

(KURI, 2004; SILVA, 2006, TREVELIN, 2007, FIGUEIREDO, NORONHA e OLIVEIRA

NETO, 2008; CATHOLICO 2009; VIEIRA JUNIOR, 2009). Pesquisas recentes, com

estudantes da área da saúde, que utilizaram esse modelo (HUR e KIM 2007; ZHANG, 2011;

TEEVAN, 2011; MCCROW,2014) apontam que a identificação de estilos de aprendizagem

fornece informações que podem desenvolver e fortalecer programas educacionais nesse campo.

Felder e Silverman (1988) destacam que o modelo de aprendizagem pode ser definido

a partir do entendimento de como os estudantes percebem, captam, organizam e processam a

informação e propuseram quatro dimensões: Percepção da informação (Sensorial / Intuitivo);

Retenção da informação (Visual / Verbal); Processamento da informação (Ativo / Reflexivo);

Organização da informação (Sequencial / Global).

Neste contexto, Oliveira (2012) esclarece que tais dimensões são trabalhadas como

polos opostos, ou seja, o indivíduo é classificado como detentor de um estilo: ativo ou reflexivo,

sensorial ou intuitivo, visual ou verbal, ativo ou reflexivo, sequencial ou global. No entanto, na

classificação dos estilos não significa que todos os indivíduos que apresentem um tipo de estilo

sejam iguais, visto que existe uma escala de preferência dentro de um mesmo estilo e cada

pessoa é classificada na escala como detentora de um estilo forte, moderado ou fraco

(CARDOSO, 2015).

De acordo com o modelo proposto, Felder e Solomon (1991) desenvolveram o

instrumento Índice de Estilos de Aprendizagem, Index of Learning Styles (ILS) com o propósito

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de identificar os diferentes modos de aprender através da avaliação das preferências dos

estudantes.

Atualmente, a utilização do ILS tem sido justificada em pesquisas por que diferente de

outros instrumentos, que avaliam apenas as dimensões da aprendizagem, esse examina

preferências dos estudantes em quatro dimensões, bem como ajuda a explicar a formação de

estilos de aprendizagem com base na percepção e processamento da informação. Além de ser

um instrumento validado com confiabilidade assegurada, que requer um tempo mínimo para

aplicação. (TEEVAN; SCHLESSELMAN, 2011).

O ILS se apresenta através de um questionário e é constituído de 44 questões, sendo que

cada categoria compreende 11 itens. A escolha da preferência do estudante dentro de cada uma

das quatro categorias ocorre pela análise estatística de cada opção marcada, uma vez que cada

alternativa conta com apenas duas questões mutuamente excludentes.

A partir da análise das respostas, o perfil do aluno fornece uma indicação de pontos

fortes e possíveis tendências ou hábitos (quadro 4). O instrumento caracteriza as quatro

dimensões de estilos de aprendizagem do seguinte modo:

Quadro 4:Estilos de aprendizagem classificados pelo ILS.

Estilo de aprendizagem Descrição dos Estilos

Ativo/Reflexivo

Os estudantes ativos compreendem melhor as

informações discutindo ou explicando para

os outros, os estudantes reflexivos recebem a

informação precisam de um tempo para

processá-la.

Sensorial/Intuitivo

Refere-se ao como os estudantes percebem a

informação, os sensoriais relacionam-se com

sons e sensações físicas e os estudantes

intuitivos com possibilidades e palpites.

Estilo Visual/Verbal

Os estudantes visuais lembram-se mais

facilmente de imagens, diagramas e de

filmes, enquanto os verbais têm mais

facilidade com as explicações orais e escritas.

Sequencial/Global

Os estudantes sequenciais avançam com

entendimento parcial e contínuo, já os

aprendizes globais absorvem o conteúdo

aleatoriamente a grandes passos, de forma

holística Fonte: (VIEIRA JÚNIOR, 2012; JESUS, 2017).

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2.2.5 Novas perspectivas de utilização do instrumento ILS

Originalmente, para se determinar os estilos de aprendizagem, Felder e Soloman

(1991) desenvolveram o ILS (Index of Learning Styles) um teste com 44 questões.

Esse instrumento foi traduzido para vários países e amplamente utilizado para

identificar estilos de aprendizagem em diversas áreas, inclusive para o Brasil.

Diante da sua ampla utilização, esse instrumento também foi alvo de estudos de

validade por alguns pesquisadores, Lopes (2002) e Machado et al. (2001).

Ainda que a sua versão original, em inglês, tenha sido considerada válida por Felder e

Spurlin (2005) os estudos no Brasil concluíram, por meio de análise fatorial exploratória, que

a versão brasileira não cumpria satisfatoriamente o objetivo para o qual se propunha.

Nesse contexto, Vieira Junior (2012) propôs e validou uma nova versão do teste,

chamada de New Index of Learning Styles (N-ILS), adaptada ao contexto brasileiro. Essa nova

versão é composta por 20 questões (Anexo B) diferindo do questionário proposto anteriormente

o qual tinha 44 questões (quadro 5). A redução no número de questões baseou-se na hipótese,

confirmada por alguns testes vistos em Vieira Júnior (2012), de que a extensão do teste gerava

respostas aleatórias, em função do cansaço, que eram de difícil mensuração (PEREIRA, 2013).

Quadro 5: Representação esquemática do N-ILS.

Fonte: elaborado pelo autor.

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Na presente pesquisa utilizou-se inicialmente, na aplicação do teste piloto, o ILS de

Felder e Silverman (1991). Após os resultados acerca da aplicabilidade desse instrumento e por

meio de levantamentos na literatura científica constatou-se a existência e as vantagens trazidas

pela sua nova versão, isto é, o N-ILS. O N-ILS foi utilizado no estudo longitudinal para coletar

os dados dos estudantes e subsidiar as informações da pesquisa em questão.

2.3 PENSAMENTO CRÍTICO: CONCEITOS, DISPOSIÇÕES E HABILIDADES

Nas últimas décadas, o tema pensamento crítico tem sido amplamente debatido e

investigado, tanto em termos conceituais, como em relação aos seus diversos contextos de

aplicação (AMORIM, 2013). Nesse contexto, Lipman (2008) chama também a atenção para

valorização da clareza de pensamento em relação aos temas relevantes que podem influenciar

no desenvolvimento da educação.

Nessa perspectiva, Siegel (2003) afirma que essa vertente é discutida na literatura

educacional sob a expressão pensamento reflexivo, ou “bom pensar”. Lipman (1988),

caracterizou o pensamento crítico como o pensamento habilidoso e responsável que facilita o

julgamento porque é orientado por critérios, é autocorretivo e é sensível ao contexto. Moore e

Parker (2012) afirmam que todas as vezes que pensamos criticamente nos orientamos pelos

critérios da razão, da evidência e da lógica. Halpern (2003) enfatiza que o pensamento crítico é

quando fazemos uso de habilidades cognitivas e estratégias que aumentam a probabilidade de

um resultado desejável, e esse tipo de pensamento é movido por propósitos, razões, e

direcionado a objetivos já estabelecidos (GUZZO, 2015).

Para Ennis (1985) e Costa (2007) o pensamento crítico, constitui-se como um

pensamento racional e reflexivo, centrado em decidir em que confiar ou no que fazer. Tenreiro-

Vieira (2006) conceitua o pensamento crítico como um instrumento importante para enfrentar,

com êxito, os avanços da modernidade científica e tecnológica. Para Rosete (2012), esse

artifício torna possível o uso correto do conhecimento e a sua aplicação a novas situações,

contribuindo para abordagem científica de vários problemas sociais.

A American Philosophical Association Project define o pensamento crítico como

"julgamento proposital, de auto regulação, que resulta em interpretação, análise, avaliação e

inferência, bem como em explicação de provas conceituais, metodológicas e a avaliação

criteriológica ou contextual as quais se fundamentam o julgamento" (OZTURK et al., 2007;

FACIONE; FACIONE, 1996).

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De acordo com as várias definições apresentadas, verifica-se que o pensamento crítico

reúne, essencialmente, três pontos fundamentais: a habilidade intelectual que cada indivíduo

tem para procurar, identificar e desafiar premissas do raciocínio que considera importantes para

a tomar de decisões; a capacidade para expressar a experiência, o conhecimento e o raciocínio

na identificação e exploração de situações alternativas dentro de diversos contextos, e um

componente atitudinal, que incorpora os domínios afetivos, capaz de influenciar o pensamento

lógico, situacional e intencional, orientado para os resultados (PEIXOTO, 2017).

O conhecimento a respeito do pensamento crítico pode ajudar na identificação de

problemas, a tomar decisões, aumentar a perspectiva de alcançar maneiras de contribuir para o

aprimoramento do ensino e aprendizagem (ALVES, 2014). Dias (2011), justifica que a

estimulação do pensamento crítico pelas instituições de ensino traz como vantagens o poder de

mensurar a qualidade do seu desempenho enquanto instituição ao mesmo tempo em que serve

de base para que os alunos se tornem mais hábeis a empregar as competências para o

desenvolvimento do pensamento crítico.

A esse respeito, Hanse (2012) afirma que a Federação Mundial de Educação Médica

considerou o pensamento crítico como um dos padrões de treinamento médico, de modo que

nas faculdades credenciadas este assunto é tratado como um dos pontos cruciais para formação.

Da mesma forma, o Conselho de Credenciamento para Educação em Farmácia (ACPE) (2006),

aprovou a inserção do pensamento crítico nos currículos de Farmácia por meio das diretrizes

de acreditação, este documento direcionou as faculdades e as escolas de Farmácia a utilizar

métodos de ensino, aprendizagem e avaliação para promover o desenvolvimento e

amadurecimento das habilidades de pensamento crítico (FREITAS, 2015).

Nessa perspectiva, Nascimento (2009) enfatiza que a educação crítica tem se tornado

uma forte aliada na inserção de indivíduos ativos e críticos no mundo de questões científicas,

tecnológicas e sociais, contribuindo para construção do conhecimento refletido e não somente

integrado as formas usuais e esperadas de pensamento. Diante disso, Rainbolt (2010) e Farias

(2016) salientam que o pensamento crítico não é um método a ser aprendido, mas um processo,

uma orientação da mente, incorporando os domínios afetivo e cognitivo, pois, se trata de uma

habilidade que deve ser bem desenvolvida e trabalhada no contexto acadêmico, estimulando a

investigação e promovendo o raciocínio do futuro profissional.

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2.3.1 Disposição, habilidades e competência de pensamento crítico

O pensamento crítico abrange basicamente dois aspectos (SIEGEL,1997): O primeiro

aspecto é o componente de “avaliação de razões”, que envolve habilidades relevantes para um

entendimento e análise apropriados de razões, afirmações e argumentos; o segundo

corresponde as disposições de comportamento, atitudes e hábitos mentais que tornam o

indivíduo propenso a usar as habilidades cognitivas para realizar o julgamento de quaisquer

ideias, mesmo aquelas que são contrárias aos seus interesses e suas crenças.

Neste contexto, Tiwari et al. (2003), Tiwari, (2006) afirmam que disposição de

pensamento crítico é a propensão que o indivíduo apresenta para valorizar e fazer uso de suas

habilidades de pensamento crítico. Segundo a Teoria Motivacional de Lewin, a motivação para

cerrar a lacuna entre o que é apreciado e o que é adquirido impulsiona um indivíduo com

disposição para o pensamento crítico e para obter o domínio das habilidades de pensamento

crítico (TIWARI, 2006).

Segundo Faria (2016), as habilidades de pensamento crítico provocam transformações

culturais e no modo de compreender a vida. De acordo com Shin (2006) as habilidades de

pensamento crítico geralmente são referidas em termos de disposição cognitiva e afetiva. Em

termos conceituais, a habilidade representa o potencial expresso em realizações ou

desempenhos que envolvem a apresentação de respostas corretas para problemas e

conhecimentos sobre determinado assunto. Já a competência é um nível padronizado de

realização (MAYER; SALOVEY, 1998). Portanto, ter habilidade não necessariamente implica

em ter competência, mas a competência pode ser alcançada com o aprimoramento das

habilidades (VAN WINKLE, 2013).

No contexto das utilização das competências para classificação das vertentes do

pensamento crítico, diversas definições e reflexões foram elaboradas, sendo possível identificar

alguns pontos de convergência (ALMEIDA; FRANCO, 2011; HALPERN, 1999), de acordo

com Amorim (2013), esse ponto de convergência entre os diversos autores apontam a

competência ou conjunto de competências (COTTRELL, 2005; FACIONE, 1990a; FACIONE,

1990b; FACIONE 2010; FACIONE 2011; FOUNDATION FOR CRITICAL THINKING,

2007; KUHN, 1999; LIPMAN, 1988) como alvo de reflexão, desenvolvimento e aplicação do

pensamento crítico.

Neste sentido, as capacidades que se evidenciam como fundamentais para avaliar as

competências de pensamento crítico são: interpretação, análise, avaliação, inferência,

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explicação. Esta seleção está baseada nos resultados da investigação de diversos especialistas

que integraram o Delphi Report (FACCIONE, 1990), apresentando por isso elevado consenso

na comunidade científica. Essas capacidades são distribuídas e descritas pelas funções

cognitivas da seguinte maneira:

Interpretação se refere a capacidade de compreender, classificar, categorizar as

informações com base em experiências, situações, acontecimentos, julgamentos, crenças,

regras e procedimentos assimilados e expressando o significado ao que foi observado

(AMORIM, 2013; ALICH 2016).

Análise com essa competência é possível identificar e avaliar as relações intencionais e

as inter-relações entre afirmações, questões, conceitos, descrições ou outras formas de

representação destinada a expressar crenças, julgamentos, experiências, informações ou

opiniões (AMORIM, 2013; ALICH 2016).

Avaliação com o uso desta capacidade podemos avaliar a credibilidade de afirmações

e argumentos que constituem relatos ou descrições da percepção, experiência, situação,

julgamento, crença, ou opinião de alguém; bem como avaliar a lógica das relações inferenciais

entre afirmações, descrições ou outras formas de representação (AMORIM, 2013; ALICH

2016).

Explicação com o uso desta capacidade se apresenta os resultados de um raciocínio. A

apresentação envolve o detalhamento das justificativas com argumentos evidências, conceitos,

metodologias, com os critérios e contextos nos quais os resultados se basearam; expondo o

raciocínio sob a forma de argumentos convincentes (AMORIM, 2013; ALICH 2016).

Inferência na aplicação dessa competência é possível identificar elementos necessários

para a formulação de conclusões razoáveis; examinar as evidências, formar conjecturas e

hipóteses; considerar relevante as informações originadas por dados, afirmações, princípios,

provas, juízos, crenças, opiniões, conceitos, descrições, perguntas, ou outras formas de

representação (AMORIM, 2013; ALICH 2016).

2.3.2 O pensamento crítico e seus instrumentos de análise

Como vimos, o pensamento crítico envolve avaliar produtos intelectuais adequadamente

(afirmações, argumentos, definições etc), e debater construtivamente raciocínios e argumentos

apresentados por outros no contexto de discussões (deliberações), o que envolve assumir

postura questionadora e respeitosa, alicerçada na autorreflexão (BAILIN et al., 1999).

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Devido ao crescente desenvolvimento do pensamento crítico na área da educação, vários

instrumentos foram elaborados com o objetivo de avaliar essa competência.

Nesse contexto ganha destaque a categorização de Ennis (1993), que classifica os

instrumentos de avaliação em dois tipos: os que avaliam duas ou mais competências de

pensamento crítico, e aqueles que avaliam apenas uma competência específica. Esses

instrumentos são mais rápidos de cotar e, por isso fornecem um resultado mais rápido para

interpretação, sendo especialmente indicado quando se pretende avaliar um elevado número de

indivíduos (ALICH, 2016).

Ainda nesse contexto, Cerullo (2010) e Amorim (2013), enfatizam que na literatura há

diversos instrumentos de avaliação do pensamento crítico (quadro 6), que procuram ir ao

encontro a diferentes objetivos, podendo destacar:

Quadro 6: Instrumentos de avaliação do pensamento crítico

Instrumentos de avaliação Descrição do instrumento

Halpern Critical Thinking

Assessment (HCTA)

De formato misto, combina perguntas de escolha

múltipla e perguntas que exigem elaboração, pelo

que permite avaliar o constructo em análise de uma

forma compreensiva, pois abrange ambas as

componentes, comportamental e atitudinal

(HALPERN, 2010).

California Critical Thinking

Disposition Inventory (CCTDI)

Instrumento desenvolvido por Facione e Facione

(1996). Ferramenta composta por uma escala

Likert de 75 itens com 7 categorias: curiosidade,

abertura mental, sistematização, analítica,

verdade, confiança e maturidade (SHIN et al.,

2006).

Watson & Glaser Critical Thinking

Appraisal (WGCTA)

Constituído por 80 itens, divididos em 5

categorias: inferência, reconhecimento de

premissas, dedução, interpretação e avaliação de

habilidades de argumento (SHIN et al., 2006).

Health Sciences Reasoning Test

(HSRT)

Trata-se de um teste de habilidades de pensamento

crítico com questões retratadas em um

determinado contexto da saúde. Compõe-se de 33

questões de múltipla escolha organizadas em cinco

domínios do pensamento crítico (D’ANTONI et

al., 2010).

California Critical Thinking Skills

Test (CCTST)

Instrumento amplamente utilizado em estudantes da área da saúde para mensurar as habilidades de

pensamento crítico subdividido em 5 categorias:

análise, avaliação, inferência, raciocínio dedutivo

e raciocínio indutivo (CISNEROS, 2009).

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39

Ainda sobre o processo de avaliação, é importante destacar que atualmente na literatura

são encontrados vários instrumentos de avaliação, no entanto esses são de difícil acesso, pois

encontram-se comercializados em linha e protegidos por direitos autorais.

Não obstante uma revisão da literatura revelou a inexistência de instrumentos para

avaliação do pensamento crítico a nível nacional (ALICH, 2016). Contudo, na Europa os

estudos na área da saúde detêm também a atenção dos investigadores, nomeadamente na

avaliação dos estudantes universitários e profissionais (AMORIM; SILVA, 2014).

Essas autoras verificando importância que o pensamento crítico configura nas mais

diversas áreas profissionais e acadêmicas, bem como a necessidade de acesso a instrumentos

de avaliação que fossem acessíveis para avaliar as competências de pensamento crítico no

âmbito da saúde, desenvolveram um instrumento “Questionário de Pensamento Crítico para

Estudantes e Profissionais de Saúde”. Elaborado com base nos testes apresentados por

Facione (2011), o instrumento configura-se como um conjunto de questões de múltipla escolha,

em torno de dilemas clínicos em diversos contextos, e envolvendo diferentes âmbitos

profissionais dentro do contexto da saúde (AMORIM, 2014).

Nesta perspectiva, Alich (2016) enfatiza que a utilização dos testes de pensamento

crítico pode servir como ferramenta para o diagnóstico das metas educativas, devendo ser

estimulado, promovido na perspectiva que os estudantes possam demonstrar essas

competências como resultado. Essa mesma autora complementa que uma boa avaliação do

pensamento crítico irá permitir que o sistema nacional de ensino direcione para as carências

que os seus estudantes sentem no tocante a essas competências, sendo capaz de dar resposta às

necessidades evidenciadas pelos mesmos.

Nessa pesquisa elegeu-se como instrumento para avaliar o pensamento crítico de

estudantes de Farmácia e Medicina o Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e

Profissionais da Saúde (Anexo C). Esse instrumento foi escolhido, inicialmente, por ser gratuito

e de fácil acesso, e também por estar em sua forma original na língua portuguesa (Portugal)

facilitando a tradução desse para o português brasileiro, além de se tratar de um instrumento

que avalia profissionais e estudantes da área da saúde que é o objetivo do estudo.

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40

OBJETIVOS

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41

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

Caracterizar e analisar os estilos de aprendizagem e o pensamento crítico dos estudantes

de Farmácia e Medicina da Universidade Federal de Sergipe.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Identificar a relação entre os métodos e estratégias de ensino mais apropriadas para os

estilos de aprendizagem durante a graduação em Farmácia e Medicina;

● Analisar os estilos de aprendizagem e as competências de pensamento crítico de

estudantes de Medicina submetidos a diferentes métodos de ensino.

● Analisar as competências de pensamento crítico em estudantes de Farmácia submetidos

ao métodos de ensino tradicional e ativo.

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RESULTADOS

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43

4 RESULTADOS

4.1 MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO

EM FARMÁCIA E MEDICINA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores:

Elisdete Maria Santos de Jesus1, Paulo Henrique Santos Andrade1, Daniel Tenório da Silva2,

Genival Araujo dos Santos Junior1, Wellington Barros da Silva1, Ângelo Antoniolli1, Adriana

Andrade Carvalho1.

Afiliação:

1Universidade Federal de Sergipe

2Universidade Federal do Vale do São Francisco

Instituição em que a pesquisa foi conduzida:

Universidade Federal de Sergipe

Endereço do autor correspondente:

Elisdete Maria Santos de Jesus, Avenida Governador Marcelo Déda - São José, Lagarto - SE,

49400-000, Universidade Federal de Sergipe, Campus José Antônio Garcia Filho,

Departamento de Farmácia, Bloco A.

[+55 (79) 98819-7073; [email protected]].

Conflitos de Interesse: Os autores declaram que não há conflito de interesses.

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RESUMO

Pesquisadores em educação médica e farmacêutica estão cada vez mais conscientes de que a

compreensão a respeito dos estilos de aprendizagem pode proporcionar uma experiência de

aprendizado bem-sucedida. Todavia, ao deparar-se com uma infinidade de preferências de

aprendizagem, estes pesquisadores põem-se a refletir sobre quais seriam as melhores

metodologias e estratégias de ensino a serem aplicadas na sala de aula, para construção do

conhecimento. Visando resposta a esta reflexão, a presente revisão sistemática buscou avaliar

a relação entre métodos e estratégias de ensino para os estilos de aprendizagem durante a

graduação de estudantes dos cursos de Farmácia e Medicina. Para tal, foram identificados

estudos científicos nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Scopus, Education Resources

Information Center (ERIC). Os descritores utilizados foram: “learning style” e “Students,

Pharmacy” / “Students, Medical”. Vinte estudos, realizados entre os anos de 2000 e 2016, foram

incluídos na presente revisão sistemática, nesse contexto, apesar da subjetividade e a ausência

de delineamentos mais robustos, o pareamento das estratégias de ensino com os estilos de

aprendizagem pareceu melhorar o desempenho dos estudantes. Em contrapartida, a

subjetividade voltada a preferência do estudante por estratégias de ensino obteve destaque, uma

vez que programas de aprendizagem assistida por computador, e o autoconhecimento sobre o

seu estilo de aprendizagem, repercutiram em uma pressuposta melhora na performance

estudantil. Deste modo, apesar de uma melhora evidente nas experiências de aprendizagem

após o método PBL, recursos audiovisuais e programas de formação em pesquisas de curto

prazo, ainda não há evidências sobre os estilos de aprendizagem que se beneficiem destas

estratégias.

Palavras-chave: Estilos de Aprendizagem; Estudantes de Farmácia; Estudantes de Medicina.

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INTRODUÇÃO

A formação nos cursos da área de saúde estabelece a necessidade de atualização constante. O

ensino superior deve propiciar a autonomia intelectual que permita o aprender a aprender como

eixo principal do processo de ensino aprendizagem (Brasil 2014). Dessa forma, a ênfase na

formação em saúde não deve ser pautada em uma educação voltada apenas para a transmissão

de conhecimento, mas para as relações sociais, para a problematização e transformação da

realidade, integrando docentes, discentes, usuários e profissionais de saúde no cotidiano dos

serviços (Biscarde 2014). Neste contexto, onde a autonomia intelectual e a integração dos

conhecimentos se fundem, o conhecimento acerca das formas como se aprende pode ser um

aliado no processo educacional (Ginani 2014).

O conceito de estilo de aprendizagem embasa-se na hipótese de que cada indivíduo aprende de

forma distinta (Gurpinar et al. 2010). Segundo Kharb et al. (2013) o estilo de aprendizagem

trata-se de uma abordagem pessoal onde os indivíduos buscam por meio de suas preferências a

melhor maneira para receber, processar, interpretar, organizar e analisar as informações. Estas

preferências estão moldadas pelas características genéticas, experiências individuais, e

expectativas do meio onde aprendem.

Assim, as evidências sugerem que ter conhecimentos acerca dos estilos de aprendizagem dos

estudantes favorece o trabalho de professores e gestores, uma vez que cada estilo de

aprendizagem requer distintos métodos e estratégias de ensino (Pereira e Vieira Júnior 2013;

Lopes e Araújo 2000). Ademais, estes conhecimentos favorecem o planejamento e seleção das

situações de ensino utilizadas em sala de aula, potencializando a efetividade do processo de

ensino-aprendizagem. Entretanto, verifica-se a ausência de estudos que avaliem

sistematicamente os métodos e estratégias de ensino mais adequadas para cada tipo de estilo de

aprendizagem, em especial entre os estudantes de Farmácia e Medicina. Frente ao exporto, o

objetivo da presente revisão sistemática foi avaliar a relação entre os métodos e estratégias de

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ensino mais apropriadas para os estilos de aprendizagem durante a graduação de estudantes dos

cursos de Farmácia e Medicina.

MÉTODOS

Este estudo compreende uma revisão sistemática realizada no período de abril a agosto de 2017,

com intuito de responder a seguintes questões:

• Quais métodos e estratégias de ensino são mais adequados a cada tipo de estilo de

aprendizagem, durante a formação dos estudantes dos cursos de graduação em Farmácia e

Medicina?

• Como as metodologias e/ou estratégias de ensino influenciam a performance de estudantes

de graduação em Farmácia e Medicina em cada estilo de aprendizagem durante a formação

acadêmica?

O desenho do estudo seguiu as diretrizes preconizadas no Preferred Reporting Items for

Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA; Tabela 1 Suplementar) (Urrútia e Bonfill

2010).

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Critérios de elegibilidade

Tabela 1. Critérios de elegibilidade.

Estudos Incluídos Critérios Razões

População Estudantes de farmácia e

medicina

Ausência de estudos de

revisões sistemática sobre

o tema nesta população

Exposição Metodologias/Estratégias de

ensino na graduação

Mudança no perfil de

formação acadêmica

Variavel

avaliada

Performance do estudante por

estilo de aprendizagem

Esclarecer a relação entre

os métodos/estratégias de

ensino e os estilos de

aprendizagem

Outros Critérios Estudos originais

n/a

Estudos que, identifiquem os

instrumentos utilizados para aferir

os estilos de aprendizagem

Estudos em inglês, espanhol e

português com resumo disponível

Estudos Excluídos Critérios Razões

Literatura cinzenta n/a

Revisões sistemáticas n/a

Estudos que não identifiquem os

instrumentos usados para avaliar o

os estilos de aprendizagem

n/a: não se aplica.

Estratégia de busca

As bases de dados utilizadas foram: PubMed/MEDLINE, Scopus, Education Resources

Information Center (ERIC). As principais palavras-chave utilizadas na busca foram: “learning

style” referente à exposição e “Students, Pharmacy” / “Students, Medical”, para população.

Para expandir a busca foram incorporadas não apenas os termos indexados como também os

seus sinônimos e subcategorias (Tabela 2).

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Tabela 2. Estratégias de busca.

PubMed/MEDLINE: 1950 até 30 junho 2017.

Farmácia

("learning style" OR "learning Styles") AND ("Students, Pharmacy" OR "Pharmacy

Students" OR "Student, Pharmacy" OR "Pharmacy Student")

Medicina

("learning style" OR "learning Styles") AND ("Students, Medical" OR "Medical Students"

OR "Student, Medical" OR "Medical Student")

Scopus: 1996 até 30 junho de 2017; ERIC: 1966 até 30 junho de 2017

Farmácia

("learning style" OR "learning Styles" OR "estilo de aprendizaje" OR "estilos de

aprendizaje" OR "estilo de aprendizagem" OR "estilos de aprendizagem") AND

("Students, Pharmacy" OR "Pharmacy Students" OR "Student, Pharmacy" OR "Pharmacy

Student" OR "Estudiantes de Farmacia" OR "Estudantes de Farmácia")

Medicina

("learning style" OR "learning Styles" OR "estilo de aprendizaje" OR "estilos de

aprendizaje" OR "estilo de aprendizagem" OR "estilos de aprendizagem") AND

("Students, Medical" OR "Medical Students" OR "Student, Medical" OR "Medical

Student" OR "Estudiantes de Medicina" OR "Estudantes de Medicina")

Seleção dos estudos

Os títulos dos estudos foram agrupados em planilha do Microsoft Excel. Os estudos foram

selecionados conforme critérios de elegibilidade por dois revisores (EMSJ e PHSA) de maneira

independente. Em caso de discordância, um terceiro revisor (DTS) foi utilizado.

Coleta de dados

Os artigos incluídos foram avaliados por dois revisores (EMSJ e PHSA). Os seguintes dados

extraídos: nome do autor; ano de publicação; país em que a pesquisa foi realizada; nome da

revista em que foi publicado; delineamento do estudo (quando descrito); número de estudantes

incluídos no estudo; instrumento de medida para aferir os estilos de aprendizagem; estratégias

e/ou métodos de ensino-aprendizagem testadas nas pesquisas; variável primária da pesquisa,

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passível a alterações por intermédio das estratégias, métodos e/ou modelos de ensino-

aprendizagem analisadas; limitações descritas pelos autores; e principais resultados e

conclusões referentes às mudanças significativas no fator avaliado categorizado por estilo de

aprendizagem, juntamente as suas medidas-resumo, expressas em resultados de testes de

comparação e correlação seguidos de seu níveis de significância estatística.

Análise dos dados

Os resultados deste estudo foram expressos por meio de análise descritiva e exploratória dos

dados. A análise da qualidade dos estudos incluídos e as medidas-resumo descritas na coleta de

dados foram analisadas por um especialista em epidemiologia (PHSA) quanto a sua

congruência. Para tal, foi verificada a viabilidade do método empregado, em consonância com

a análise estatística descrita pelos autores e a conveniência da interpretação dos resultados

apresentados nos trabalhos. Apenas foram descritos neste trabalho os dados expressos com

relevância estatística.

Os resultados foram apresentados evidenciando a relação entre os métodos/estratégias de ensino

e os estilos de aprendizagem. Foram abordados os resultados da efetividade das estratégias de

ensino utilizadas nos estudos incluídos, para cada estilo de aprendizagem, por ordem

decrescente de citação. Também foram abordados os fatores avaliados para mensurar a

efetividade das métodos/estratégias.

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RESULTADOS

Estudos incluídos: A busca inicial, após a exclusão de duplicatas, identificou 2.196 títulos

potencialmente relevantes e o processo de triagem resultou na seleção de 20 estudos, sendo dois

realizados com estudantes do curso de Farmácia (Novak et al. 2006; Pungente et al. 2003) e 18

estudos com estudantes do curso de graduação em medicina (Gradl-Dietsch et al. 2016;

Papanagnou et al. 2016; Anbarasi et al 2015; Ankad et al. 2015; Bhalli et al. 2015; Topal et al.

2015; Dumbauld et al. 2014; Kharb et al. 2013; Alghasham 2012; Kumar e Chacko 2012;

Halbert et al. 2011; Sarikcioglu et al. 2011; Gurpinar et al. 2010; Mcnulty et al. 2009; Hur e

Kim 2007; Shankar et al. 2006; Engleberg et al 2001; Martin et al. 2000) (Figura 1). Todos os

estudos incluídos foram realizados entre os anos de 2000 e 2016. As características avaliadas

em cada publicação podem ser observadas na Tabela 1.

[inserir figura 1]

As características dos estudos incluídos podem ser observadas nas Tabelas 3 e 4.

Instrumentos de avaliação dos estilos de aprendizagem

O presente estudo evidenciou a utilização de diversos instrumentos para identificação dos

estilos de aprendizagem com destaque para o Learning Style Inventory - LSI de David Kolb, o

Questionário de estilo de aprendizagem VARK e o Index of Learning Styles – ILS de Felder &

Solomon. Devido as particularidades de cada instrumento, suas características são apresentadas

na Tabela 5.

Relação entre métodos / estratégias de ensino e estilos de aprendizagem

Método da Aprendizagem Baseada em Problema (PBL): Este método foi utilizado por seis

(Topal et al. 2015; Alghasham 2012; Gurpinar et al. 2010; Hur e Kim 2007; Novak et al. 2006;

Pungente et al. 2003) dos 20 estudos incluídos na presente revisão sistemática, sendo dois deles

(Novak et al. 2006; Pungente et al. 2003) em graduandos de farmácia.

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Em relação aos únicos estudos realizados com graduandos em farmácia, Novak et al. (2006)

observou que após uma experiência PBL houve melhora significativa nas notas dos estudantes

com estilo de aprendizagem "evasivo" e estudantes com estilo participativo apresentaram uma

piora significativa em seu desempenho, resultando em um achado contraditório. Por outro lado,

Pungente et al. (2003), utilizando o LSI de Kolb, investigou a relação entre os estilos de

aprendizagem dos alunos e suas preferências em relação às diversas atividades associadas ao

PBL no primeiro ano de graduandos em farmácia. Neste estudo, foi verificado que todos os

grupos (estilos de aprendizagem) indicaram que o “componente PBL” era valioso para a sua

educação em farmácia, dos quais destacaram-se os assimiladores. Apesar dos achados, os

resultados podem estar comprometidos, devido a uma forte relação entre optar por uma

instituição que utiliza o “componente PBL” e preferir o “componente PBL”, uma vez que a

pesquisa está sendo realizada nos primeiros meses do primeiro período do curso. Deste modo,

e baseado em ambos os estudos, ainda não está claro o impacto da utilização de componentes

metodológicos tal como o PBL sobre a performance de estudantes de graduação em farmácia.

Sobre os estudos realizados com estudantes de medicina, Topal et al. (2015), utilizando o ILS

de Vermunt e Vermetten (2004), avaliaram as percepções dos estudantes sobre o PBL e notou

que a maioria dos estudantes com estilos de aprendizagem relacionados a estratégias de

regulação de aprendizagem (regulação externa), se beneficiaram pouco no desenvolvimento de

habilidades de resolução de problemas e no desenvolvimento da capacidade de explicar e

transferir conhecimento em sessões PBL.

Além disso, a maioria dos estudantes com estilos de aprendizagem relacionados a orientações

de aprendizagem (pessoalmente interessado) se beneficiaram moderadamente com a avaliação,

conhecimentos e habilidades adquiridos nas sessões PBL.

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Assim como, a maioria dos estudantes com estilos de aprendizagem relacionados a estratégias

de processamento (processamento gradual) se beneficiaram moderadamente com a

organização, planejamento, conteúdo, avaliação, conhecimentos e habilidades adquiridos nas

sessões PBL.

Ainda sobre o PBL, outros dois estudos (Alghasham 2012; Hur e Kim 2007) avaliaram o

desempenho de estudantes com estilos de aprendizagem ativo e reflexivo (ILS-Felder &

Solomon) nas sessões do PBL. Por meio de seus resultados, Hur e Kim (2007) concluíram que

nas sessões PBL os estudantes reflexivos se destacaram, significativamente mais, no nível de

participação, habilidades de resolução de problemas, quiz e trabalho em equipe, quando

comparado ao ativo.

Em contrapartida, Alghasham (2012), verificou, significativamente, que em sessões PBL,

estudantes ativos i) tendem a usar múltiplas atividades para alcançar objetivos em estudos

independentes; ii) se ajustam melhor às normas e funções para trabalhar em equipe, formulando

e analisando hipóteses, bem como relacionando os componentes dos problemas de maneira

mais eficiente; e iii) enquanto participação ativa, ajudaram seus colegas no esclarecimento de

ideias, demonstram participação mais ativa durante as sessões PBL, compartilharam os

conhecimentos com o grupo e reforçaram a discussão com uso de diagramas. Estes autores

ainda observaram que os estudantes reflexivos: i) tendem a usar múltiplos recursos e sentirem-

se mais motivados em estudos independentes; ii) ouvem com mais atenção as instruções no

PBL em trabalhos em equipe; e iii) usam melhor as informações previamente adquiridas na

resolução de problemas.

Por fim, Gurpinar et al. (2010), investigou a relação entre estilos de aprendizagem dos

estudantes de medicina (acomodadores, assimiladores, divergentes e convergentes; LSI-Kolb)

e a satisfação/desempenho acadêmico em dois métodos de instrução: o tradicional e o PBL.

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Quanto a satisfação, todos os estudantes estavam, significativamente, mais satisfeitos com o

método PBL do que o tradicional. Em relação ao desempenho, não foram verificadas diferenças

significativas entre estes estilos, em ambos os métodos. Entretanto, os assimiladores foram

preditores do sucesso acadêmico nos exames do bloco tradicional. Apesar destes resultados de

satisfação, é importante ressaltar que o autor afirma que pode haver vieses de detecção, uma

vez que, o PBL foi um novo método aplicado após extensa utilização de atividades tradicionais

e a validade do questionário de satisfação estava comprometido, o que poderia favorecer o PBL.

Com base nestes achados, ainda não está claro quais estilos de aprendizagem são favorecidos

pelo método PBL.

Múltiplas estratégias de ensino: quatro estudos (Bhalli et al. 2015; Kharb et al. 2013;

Sarikcioglu et al. 2011; Shankar et al. 2006) avaliaram a preferência de estudantes de medicina

por distintas estratégias de ensino com base em seus diferentes estilos de aprendizagem. Bhalli

et al. (2015) correlacionou a preferência do estudante por diferentes estratégias de ensino –

leitura direcionada; PBL: palestras interativas, palestras presenciais, discussão em pequenos

grupos, participação em sessão tutorial; demonstração em modelos e espécimes; e a prática do

auto estudo – ao seu desempenho acadêmico em dois exames de aptidão profissional de nível

universitário, os achados mostraram que: i) 42,8% dos ativos preferiram o PBL, assim como

33,4% dos pragmáticos; ii) 38,9% dos refletores preferiram leitura interativa; iii) 30,7% dos

teóricos preferiram discussão em pequenos grupos e demonstração de espécimes e modelos.

Entretanto, não observou correlação significativa entre estilos de aprendizagem e estratégias de

ensino e nem entre estilos de aprendizagem e desempenho acadêmico. Nessa perspectiva, Kharb

et al. (2013), ao verificar as preferências dos estudantes de medicina com diferentes estilos de

aprendizagem (VARK) por outros métodos de ensino – palestras, práticas/dissecções, tutoriais,

autoaprendizagem – observou a preferência: i) dos cinestésicos por práticas/dissecções; ii) dos

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visuais por leitura; iii) dos auditivos por tutoriais; e iv) do de leitura-escrita por

autoaprendizagem, assim como, notou uma correlação positiva entre os estilos de aprendizagem

e as estratégias de ensino utilizadas. Do mesmo modo, Sarikcioglu et al. (2011) avaliou a

satisfação dos estudantes em relação à utilização de métodos de resumo após palestra divididos

em breve resenha dos slides, perguntas/respostas e demonstração de vídeos, observados com

base no LSI de Kolb. Entretanto em seu estudo, Sarikcioglu et al. (2011) não avaliou a

correlação estatística entre essas variáveis. Diferente dos demais, Shankar et al. (2006) ao

avaliar as preferências dos estudantes por diferentes tipos de ensino – apoio ao entendimento e

transmissão de informação – e correlacionar os estilos de aprendizagem (ASSIST) ao

desempenho no segundo ano de um exame universitário, observou a ausência de preferência

clara por qualquer tipo particular de ensino e uma correlação negativa entre a aprendizagem de

“superfície apático” e os resultados obtidas no exame universitário do segundo ano. Baseado

nestes achados, supõe-se que alguns estilos de aprendizagem preferem estratégias de ensino

que se assemelhem a seu perfil. Entretanto, estes estudos não demonstram o real impacto destas

estratégias sobre o aprendizado do aluno.

Uso de programas de aprendizagem assistida por computador: esta estratégia foi utilizada

em três estudos (Halbert et al. 2011; Mcnulty et al. 2009; Engleberg et al. 2001). Nos estudos

de Halbert et al. (2011) verificou-se a utilização de recursos de aprendizagem on-line, em

estudantes do primeiro ano de medicina osteopática com diferentes estilos de aprendizagem

conforme ILS de Felder & Solomon. O recurso de aprendizagem online tratava-se de um curso

pré-clínico constituído por aulas no formato de palestra. Como resultado, estudantes ativos,

intuitivos, globais e visuais foram mais propensos a usar recursos educacionais on-line quando

comparados aos reflexivos, sensíveis, sequenciais e verbais. Entretanto, não foi avaliada se estas

diferenças eram significativas ou não entre os pares de estilos de aprendizagem.

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Por outro lado, Macnulty et al. (2009) analisou a utilização de três tipos de instruções assistidas

por computador – i) teste descritivo ii) flash - iii) fórum em estudantes de medicina, observando

de maneira significativa resultados baseado nos estilos de aprendizagem, o quiz foi utilizado

com maior frequência pelos introvertidos do que pelos extrovertidos, assim como o flash e o

fórum foram utilizados com maior frequência pelos sensoriais do que pelos intuitivos. Além

disso, observou também que, baseado no LSI de Kolb, os convergentes utilizaram com mais

frequência o quiz e o Flash do que os assimiladores.

Diferente dos demais, Engleberg et al. (2001) estudou o entusiasmo de estudantes de medicina

em relação à aprendizagem interativa assistida por computador, além de palestras, sessões de

discussão em pequenos grupos, utilização de textos e anotações durante um curso intensivo em

microbiologia e doenças infecciosas. Baseado no LSI de Kolb, Engleberg et al. (2001) observou

que havia uma correlação fraca, porém significativa, entre a preferência por aprender com

experiência concreta e o entusiasmo pela aprendizagem interativa assistida por computador e

sessões de discussão em pequenos grupos.

Apesar desses achados, a heterogeneidade entre os estudos, principalmente a diferença entre os

instrumentos de avaliação dos estilos de aprendizagem dificulta o agrupamento das informações

de modo a indicar algum estilo de aprendizagem em destaque após a utilização desta estratégia

de aprendizagem. Além disso, não há resultados que demonstrem a melhora do desempenho de

algum estilo de aprendizado específico após o uso de programas de aprendizagem assistida por

computador.

Ensino por pares de estilos de aprendizagem (professor/aluno): O pareamento entre alunos

e instrutores com o mesmo estilo de aprendizagem foi avaliado em dois estudos (Papanagnou

et al. 2016; Gradl-Dietsch et al. 2016).

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A estratégia de simulação por pares foi utilizada apenas no estudo de Papanagnou et al. (2016).

Em seu estudo Papanagnou et al. (2016), avaliou o sucesso da técnica simulada de colocação

de cateter intravenoso (IV) após ensino por pares. O estudo foi realizado em etapas. A primeira,

denominada sessão didática, e a segunda chamada de sessão de simulação. Na primeira sessão,

foram ministradas instruções verbais com a leitura das etapas para a colocação do cateter IV

aos estudantes. Após esta sessão, foi iniciada uma breve demonstração da introdução do cateter

IV. Entretanto, as demonstrações foram repetidas quando os estudantes não executavam

corretamente o procedimento e em caso de erro, os instrutores conduziram as mãos dos

estudantes no simulador, sempre observando o procedimento. Como conclusão, Papanagnou et

al. (2016) observou que combinar estilos de aprendizagem do estudante e instrutor não promove

necessariamente um ambiente de aprendizagem mais efetivo, uma vez que não houve diferença

estatisticamente significativa no resultado da avaliação entre os alunos pareados (auditivo,

cinestésico, visual).

Do mesmo modo, Gradl-Dietsch et al. (2016), ao avaliar o impacto de duas intervenções

pedagógicas de ensino (artroscopia e ultrassom) realizada por pares nos escores de exame de

anatomia, e a influência dos estilos de aprendizagem (acomodadores, assimiladores,

convergentes, divergentes e equilibrados; LSI-Kolb) nestes escores, verificou que não houve

diferenças relevantes entre os grupos em relação ao exame de anatomia e nem influência dos

estilos de aprendizagem. Entretanto, enquanto às avaliações subjetivas, houve um efeito

significativo na percepção e avaliação dos alunos.

Apesar dos achados, ainda não há evidências de que o ensino por pares favorece o aprendizado

ou desempenho dos estudantes de medicina.

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Associação da estratégia de ensino com estilo de aprendizagem: esta estratégia foi utilizada

apenas em um estudo (Anbarasi et al 2015). Nesse estudo, foi mensurada a utilização de um

programa de intervenção educacional durante a disciplina de fisiologia respiratória, baseado em

estratégias de ensino para cada estilo de aprendizagem (VAK) e também para o método

tradicional. A análise decorreu de uma comparação entre os resultados obtidos em um pré-teste

com perguntas de múltipla escolha para avaliar o conhecimento inicial sobre o assunto e dois

pós-testes semelhantes ao pré-teste, um após a intervenção e outro após 30 dias. No grupo

visual, utilizaram vídeos animados, imagens brilhantes e coloridas e slides do PowerPoint. No

grupo auditivo, realizaram-se apresentações orais, demonstrações, recitações orais, debates e

discussões. No grupo cinestésico, os modelos e as experiências práticas foram realizadas

utilizando aparelhos simples e recursos disponíveis. Já no grupo tradicional utilizou-se leitura

didática de rotina usando imagens do PowerPoint sem imagens, vídeos ou animações.

Sendo assim, houve melhora no conhecimento de todos os grupos comparando os pós-teste ao

pré-teste inclusive o tradicional. Entretanto, no pós-teste 1, apenas houve diferença

significativas entre os grupos cinestésico e tradicional. Já no pós-teste 2 houve diferenças

significativas entre os grupos: i) visual e tradicional; ii) auditivo e tradicional; e iii) cinestésico

e tradicional. Demonstrando assim que os estudantes de medicina nestas condições, quando

ensinados em seu estilo de aprendizagem preferido, a curto prazo, aprendem e se desempenham

melhor do que aqueles ensinados com o método tradicional.

Inserção de conteúdos clínicos e pré-clínicos em currículo de graduação: esta estratégia foi

utilizada apenas em um estudo (Martin et al. 2000). Nesse estudo, Martin et al. (2000) avaliou

a relação entre os estilos de aprendizagem e o desempenho dos estudantes usando a técnica do

exame clínico objetivo estruturado por estações (OSCE) na aquisição de experiência clínica em

estudantes de medicina no final de seu primeiro ano.

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Como resultados, foram observados que: i) o estilo “realização” obteve uma correlação regular

e significativa ao desempenho no exame da OSCE; ii) o estilo “realização”, “significado” e

“versatilidade” teve uma correlação fraca a regular, porém significativa, com o maior índice de

atividade clínica.

DISCUSSÃO

Instrumentos de avaliação dos estilos de aprendizagem

Os vários modelos foram desenvolvidos para explicar os diferentes estilos e categorizar as

diferentes formas de retenção, processamento e organização da informação recebida pelo

indivíduo. Em relação aos instrumentos utilizados, os achados desta revisão são corroborados

pelo estudo de Valaski et al. (2011) que identificou em suas pesquisas o ILS de Felder e

Silverman (1988) como o instrumento mais utilizado, seguido pelo LSI de Kolb (1984) e o

VARK de Fleming e Mills (1992).

Apontado como um dos modelos mais utilizados dentre os instrumentos para determinar os

estilos de aprendizagem, o LSI de Kolb identifica os estilos predominantes dos estudantes por

meio de características comuns para avaliar e melhorar o método de ensino usado. Nessa

perspectiva, Butzke e Alberton (2017) descrevem a utilização desse instrumento evidenciando

três aspectos fundamentais para identificação dos estilos de aprendizagem: a ênfase no processo

de aprendizagem, o conhecimento como processo dinâmico e aprendizagem vivencial. Além

disso, Schmitt e Domingues (2016) reafirmam que o ciclo de aprendizagem proposto por Kolb

propicia o desenvolvimento da autonomia do aprendizado.

A classificação das diferenças individuais na percepção da realidade tem influência direta na

maneira como aprendemos e ensinamos. Essa percepção foi evidenciada nesta revisão por meio

do questionário de estilo de aprendizagem VARK. Anjali (2016) enfatiza que esse instrumento

não se destina apenas a encaixar os aprendizes em uma mentalidade a que foram diagnosticados

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ou rotulados. Pelo contrário, os seus resultados visam incitar discussões e reflexões sobre as

preferências de aprendizagem e como os estudantes percebem a realidade a sua volta.

A verificação dos estilos de aprendizagem por meio da utilização do ILS de Felder, ficou

evidenciado pela demonstração de como o processamento das informações despertam nos

estudantes de medicina o interesse em solucionar problemas. Conforme Dumbauld et al. (2014),

o ILS tem sido amplamente utilizado pela facilidade de acesso, administração, análise, validade

e confiabilidade.

Pesquisas recentes, com estudantes da área da saúde, que utilizaram esse instrumento (Teevan

e Schlesselman 2011; Zhang 2011) apontam que a identificação de estilos de aprendizagem

fornece informações que podem desenvolver e fortalecer programas educacionais neste campo.

Diante disto, verifica-se que o estudo dos estilos de aprendizagem, independente do modelo

utilizado, é de grande importância pois a sua caracterização indica como os aprendizes

percebem, interagem e respondem ao ambiente de aprendizagem. Neste sentido, visando a

melhoria do processo ensino-aprendizagem, torna-se necessário conhecer os fatores que

influenciam a performance dos alunos, para que a partir deste conhecimento, melhores

estratégias possam ser implementadas e praticadas.

As diversas teorias que caracterizam os estilos de aprendizagem, apontam que cada estilo possui

suas próprias estratégias. Desse modo, ao se deparar com uma infinidade de preferências de

aprendizagem, os professores devem refletir sobre quais seriam as melhores metodologias e

estratégias de ensino a serem aplicadas em sala de aula, visando construir o conhecimento da

melhor maneira possível (Nogueira 2009).

Relação entre métodos / estratégias de ensino e estilos de aprendizagem

Na perspectiva de verificar os métodos e estratégias de ensino que desencadearam ou não uma

mudança no desempenho dos estudantes, os estudos inseridos na presente revisão apontaram

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para uma série de estratégias dentre as quais destacamos: o método PBL, múltiplas estratégias

de ensino e o uso de programas de aprendizagem assistida por computador.

PBL: O PBL é um método que está apoiado nos processos de aprendizagem por descoberta

(Souza et al. 2014; Mitre 2008). Neste sentido, a compreensão dos conteúdos deve então ser

construída, reorganizada e adaptada à estrutura cognitiva do aluno para que haja a assimilação.

Este método foi introduzido nos currículos das escolas como uma alternativa a um modelo de

ensino didático tradicional (Novak et al. 2006). Segundo Borges e Alencar (2014) as atividades

em grupos facilitam o processo de aquisição de conhecimentos e contribui para o

desenvolvimento das habilidades de comunicação, trabalho em equipe e solução de problemas.

Baseado nestas informações, os estudantes com estilos de aprendizagem “ativos” por

processarem as informações apreendidas por meio da experimentação, parecem reter melhor as

informações quando submetidos a trabalhos em equipe (Pereira e Vieira Junior 2013). Sendo

assim, o contexto em que o ensino acontece pode favorecer ou inibir a aprendizagem. O fato

dos estudantes não apresentarem diferenças no desempenho em relação aos métodos pode

relacionar-se ao período em que o estudante se encontra na graduação, pois estudantes mais

novos ainda não tem experiência suficiente para opinar enquanto aos benefícios dos métodos

sobre a aprendizagem. Por outro lado, o fato de os estudantes apresentarem melhor julgamento

pode ser influenciado pelo PBL apresentar-se como um novo elemento nunca antes vistos por

eles.

Uso de programas de aprendizagem assistida por computador: a utilização dos programas

de computadores, leva o estudante a trabalhar com explorações mais substanciais, desafiam o

aluno a pensar sobre o que está sendo feito e deste modo articulam os significados conduzindo

a uma mudança de paradigma com relação ao estudo (Aguiar 2008). De acordo com Lopes e

Araújo (2000), as instruções assistidas por computador são caracterizadas por apresentar

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diversos links que permitem ao aluno transitar entre os temas de acordo com seus interesses,

gerando assim participação ativa do aluno na utilização de recursos tecnológicos.

A introdução da tecnologia pelo uso do computador na educação tem provocado uma mudança

relevante na concepção de ensino e de aprendizagem (Ames 2003). Neste sentido, as

investigações que elucidam associações entre estilos de aprendizagem e uso da tecnologia

devem ser estudadas no sentido de verificar os resultados dessa associação.

Neste contexto, quando verificados os resultados obtidos por Halbert et al. (2011), percebe-se

que os dados corroboram com as caraterísticas dos estilos ativos, intuitivos, globais e visuais,

pois estes estudantes tendem a aprender por meio de um conjunto de atributos que o ensino por

computador carrega. A exemplo do modo de exposição dos conhecimentos para ativos, da

novidade sem repetições para os estudantes intuitivos, da formulação de problemas complexos

para os estudantes globais e das figuras e diagramas para os estudantes visuais (Schmitt e

Domingues 2016; Pereira e Vieira Junior 2013). Por outro lado, observando os resultados

obtidos por Macnulty (2009), percebemos que os dados corroboram com as caraterísticas dos

estilos convergentes e assimiladores. Os convergentes tendem a ser mais orientados a símbolos

e o seu aprendizado perpassa pelo modo analítico, baseado no raciocínio lógico; enquanto que

os assimiladores preferem aprender assistindo aulas, o que lhes dá a possibilidade de serem

observadores, característica que acompanha de maneira mais pausada os achados com a

utilização dos computadores (Schmitt e Domingues 2016).

Múltiplas estratégias de ensino: a diversificação metodológica praticada durante a aula amplia

as perspectivas de aprendizagem, estimula a participação nas atividades, e aumenta a motivação

na geração da aprendizagem (Rangel 2006). Os estilos de aprendizagem e as estratégias de

ensino podem ser afetados por diversos fatores sendo eles: sociais, culturais, educacionais e

ambientais. Neste aspecto, a tarefa de inserir novas e diferentes estratégias é algo complexo e

exige mudanças de hábito e paradigmas entre os docentes (Souza et al. 2014).

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Escolher métodos e técnicas de ensino faz com que o docente leve em consideração diversos

aspectos da aprendizagem tais como a disposição para a aprendizagem, o raciocínio lógico, a

construção e relevância dos conteúdos no processo de formação profissional (Ruaro 2009).

Sendo assim, atualmente, apoia-se a proposta de abandono a transmissão de conteúdos prontos,

acabados e determinados, que leve o aprendiz a uma postura passiva. Para tanto, se faz

necessário que o papel do docente seja exercido no tocante a sua autonomia de trabalho na

escolha de metodologias e técnicas de ensino, bem como, a escolha dos objetivos do conteúdo

a ser ensinado. Contudo, é importante afirmar que as estratégias de ensino mais adequadas são

as que auxiliam o professor e o estudante a alcançarem os objetivos propostos. Assim, o ponto

central, na escolha de uma estratégia, deve ser o conhecimento dos objetivos que se deseja

alcançar e estes devem ser planejados em prol de um ensino eficiente.

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LIMITAÇÕES

Os resultados deste estudo devem ser interpretados conforme as suas limitações. Esta revisão

sistemática buscou estudos que abordassem estratégias e métodos de ensino mais apropriadas

para os estilos de aprendizagem durante a graduação de estudantes dos cursos de farmácia e

medicina. Portanto, não deve ser extrapolado para a população estudantil em geral. Apesar da

pequena quantidade de palavras-chave utilizada na estratégia de busca e de algumas delas não

estarem indexadas, a estratégia permitiu uma busca ampla das publicações. Ademais, a presente

revisão não utilizou qualquer instrumento de avaliação de qualidade. Assim, como a estratégia

de seleção das bases de dados e a restrição da língua de publicação podem ter excluídos alguns

estudos relevantes.

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CONCLUSÃO

Esta revisão revelou que o método PBL, assim como, recursos audiovisuais e programas de

formação em pesquisas de curto prazo mostraram-se úteis para melhorar as experiências de

aprendizagem em diversos estudos, apesar de não estar claro quais estilos de aprendizagem são

favorecidos por eles. Ao mesmo tempo, identificaram-se evidências da preferência dos

estudantes ante estratégias de ensino que se assemelham a seu perfil.

Neste aspecto, o uso de programas de aprendizagem assistida por computador, e o

autoconhecimento sobre o seu estilo de aprendizagem parecem destacar-se entre as estratégias

de ensino. Uma vez que certos estilos de aprendizagem preferem a utilização destas estratégias

e pressupõem uma melhora em sua performance estudantil, mesmo que o impacto desta melhora

ainda não tenha sido evidenciado.

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Tabela 1Suplementar. PRISMA Checklist

Section/Topic # Checklist item Reported on page

#

Title

1 Identify the report as a systematic review, meta-analysis, or both 1

Abstract

Structured summary 2 Provide a structured summary including, as applicable: background; objectives; data sources; study

eligibility criteria, participants, and interventions; study appraisal and synthesis methods; results;

limitations; conclusions and implications of key findings; systematic review registration number

2

Introduction

Rationale 3 Describe the rationale for the review in the context of what is already known. 3

Objectives 4 Provide an explicit statement of questions being addressed with reference to participants, interventions,

comparisons, outcomes, and study design (PICOS). 4

Methods

Protocol and

registration

5 Indicate if a review protocol exists, if and where it can be accessed (eg, Web address), and, if available,

provide registration information including registration number. 4

Eligibility criteria 6 Specify study characteristics (eg, PICOS, length of follow-up) and report characteristics (eg, years

considered, language, publication status) used as criteria for eligibility, giving rationale. 5, Table 1

Information sources 7 Describe all information sources (eg, databases with dates of coverage, contact with study authors to identify

additional studies) in the search and date last searched.

5, Supplemental

Table 2

Search 8 Present full electronic search strategy for at least one database, including any limits used, such that it could

be repeated.

Supplemental

Table 2

Study selection 9 State the process for selecting studies (i.e., screening, eligibility, included in systematic review, and, if

applicable, included in the meta-analysis). 5,6

Data collection

process

10 Describe method of data extraction from reports (eg, piloted forms, independently, in duplicate) and any

processes for obtaining and confirming data from investigators. 6

Data items 11 List and define all variables for which data were sought (eg, PICOS, funding sources) and any assumptions

and simplifications made. 6

Risk of bias in

individual studies

12 Describe methods used for assessing risk of bias of individual studies (including specification of whether

this was done at the study or outcome level), and how this information is to be used in any data synthesis. 6

Summary measures 13 State the principal summary measures (eg, risk ratio, difference in means). 6

Synthesis of results 14 Describe the methods of handling data and combining results of studies, if done, including measures of

consistency (eg, I2) for each meta-analysis. 6

Risk of bias across

studies

15 Specify any assessment of risk of bias that may affect the cumulative evidence (eg, publication bias,

selective reporting within studies). N/A

Additional analyses 16 Describe methods of additional analyses (eg, sensitivity or subgroup analyses, meta-regression), if done,

indicating which were prespecified. 6

Results

Study selection 17 Give numbers of studies screened, assessed for eligibility, and included in the review, with reasons for

exclusions at each stage, ideally with a flow diagram. 7, Figure 1

Study characteristics 18 For each study, present characteristics for which data were extracted (eg, study size, PICOS, follow-up

period) and provide the citations.

Supplemental

Table 2

Risk of bias within

studies

19 Present data on risk of bias of each study and, if available, any outcome level assessment (see item 12).

Supplemental

Table 2

Results of individual

studies

20 For all outcomes considered (benefits or harms), present, for each study: (a) simple summary data for each

intervention group (b) effect estimates and confidence intervals, ideally with a forest plot. N/A

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Synthesis of results 21 Present results of each meta-analysis done, including confidence intervals and measures of consistency. N/A

Risk of bias across

studies

22 Present results of any assessment of risk of bias across studies (see Item 15). N/A

Additional analysis 23 Give results of additional analyses, if done (eg, sensitivity or subgroup analyses, meta-regression [see Item

16]). N/A

Discussion

Summary of evidence 24 Summarize the main findings including the strength of evidence for each main outcome; consider their

elevance to key groups (eg, healthcare providers, users, and policy makers). 15

Limitations 25 Discuss limitations at study and outcome level (eg, risk of bias), and at review-level (eg, incomplete retrieval

of identified research, reporting bias). 17

Conclusions 26 Provide a general interpretation of the results in the context of other evidence, and implications for future

research. 18

Funding

27 Describe sources of funding for the systematic review and other support (eg, supply of data); role of funders

for the systematic review. N/A

Source: Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group (2009). Preferred Reporting Items for Systematic

Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 6(6): e1000097. PICOS: population, intervention, comparator,

outcome, study.

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71

Tabela 3 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em farmácia.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator

avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Novak et al.,

American

Journal of

Pharmaceutica

l Education

2006

(EUA)

NR (118

estudantes do

2º ano)

Escalas de Estilo

de Aprendizagem

Grasha-

Riechmann -

GRSLSS

(independente,

evasivo,

colaborativo,

dependente,

competitivo

participante)

Desempenho

(nota) dos

estudantes pré

e pós

experiência de

PBL aplicada

em aulas de

farmacoterapia

em

laboratórios

Método de

Aprendizage

m Baseada

em Problema

- PBL

Houve um aumento estatisticamente

significativo nas notas dos estudantes

com estilo de aprendizado "evasivo"

(p=0,028) entre os momentos pré e

pós. Houve uma diminuição

estatisticamente significativa das notas

dos estudantes com estilo de

aprendizagem "participante"

(p=0,014). Um ligeiro aumento

ocorreu no escore de estilo de

aprendizagem "independente" e uma

leve diminuição ocorreu nas

pontuações "colaborativo" e

"competitivo", mas essas mudanças

não foram estatisticamente

significantes.

O PBL é um método de

ensino apropriado para os

laboratórios de

farmacoterapia

introdutórios. Houve

aumento na nota do

estudante com estilo de

aprendizagem "evasivo" e a

diminuição da nota do

estudante com estilo de

aprendizado "participante".

Este último resultado deve-

se aos evasivos terem:

dificuldade de se adaptarem

a mudanças de estratégia de

aprendizado (didático para

PBL), e problemas de

adaptação ao trabalho em

grupo.

O estilo de ensino

do facilitador não

foi medido. O

GRSLSS não foi

bem validado e

não tem sido

usado na pesquisa

em educação para

farmácia. Não foi

medido ou

exigida aos

facilitadores

qualquer

experiência em

ensino PBL.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

72

Tabela 3 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em farmácia. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator

avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Pungente et al.,

American

Journal of

Pharmaceutical

Education, 2003

(Canadá)

NR (116

estudantes do

1º ano)

LSI de Kolb

LSI-Kolb

(acomodadores,

assimiladores,

convergentes,

divergentes)

Inquérito sobre

o PBL criado

pelo autor

baseado em um

questionário

com 2 questões

sendo uma delas

com quatro itens

(escala Likert de

5 pontos)

Método de

Aprendizagem

Baseada em

Problema -

PBL

Todos os grupos indicaram, em ambos

inquéritos, que o “componente PBL” é

valioso para a sua educação em farmácia.

Entre eles os assimiladores deram uma

pontuação maior na 2ª fase para este item

(p<0,05). Todos os grupos foram

favoráveis à “pesquisa independente sobre

os problemas de aprendizagem”,

principalmente os assimiladores, na 1ª fase

e os divergentes na 2ª fase. “Expressar sua

compreensão dos conceitos em discussões

de grupo” foi favorável a todos os grupos,

principalmente os convergentes, além

disso, este grupo deu uma pontuação maior

na 2ª fase, assim como os divergentes

deram uma pontuação menor na 2ª fase (p

< 0,05). “Ouvir outros membros do grupo

para elaboração do seu conceito” foi

preferido pelos acomodadores na 1ª fase;

todavia na 2ª fase essa pontuação diminuiu

(p < 0,05). Por fim, “escrever a solução em

um relatório de resumo” foi a nota mais

baixa entre as questões. Na 1ª pesquisa os

divergentes expressaram maior

preferência.

Os assimiladores e convergentes deram

uma pontuação maior na segunda fase

(p<0,05).

Este estudo revela que dos

quatro estilos de

aprendizagem divergentes

indicaram a menor preferência

global para as atividades

associadas ao PBL. Em geral,

os convergentes mostraram

fortes preferências por essas

atividades. Enquanto os

convergentes e divergentes

indicaram preferências opostas

em geral para as atividades

associadas ao programa PBL.

Em geral os assimiladores e

acomodadores indicaram

respostas positivas às

atividades de PBL.

Nos levantamentos

PBL seria mais

apropriado usar os

termos "discordo

fortemente” a

“concordo

fortemente" na

escala Likert ao

invés de "pobre a

excelente". Os itens

da Pergunta 2 não

são mutuamente

exclusivos e, como

tal, um aluno

poderia ter avaliado

todos os itens de

forma igual.

Sobreposição das

categorias de estilo

de aprendizado do

Kolb.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

73

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Gradl-Dietsch

et al., Annals of

Anatomy -

Anatomischer

Anzeiger,

2016

(Alemanha)

Prospectivo

randomizado

(360

estudantes)

LSI-Kolb

(acomodadores,

assimiladores,

convergentes,

divergentes e

equilibrados)

Escores de exame

de anatomia

(exame de escolha

múltipla) após

intervenção de

ensino de pares

(professor e aluno

com mesmo estilo

de aprendizagem)

em três grupos: 1-

ultrassom; 2-

artroscopia; 3-

controle.

Avaliação

subjetiva em

relação ao estilo

de aprendizagem.

Intervenções de

ensino (uso de

ultrassom e uso de

artroscopia)

Todos os alunos preferiram o ultrassom à

artroscopia. Não houveram diferenças

relevantes entre os três grupos em relação ao

exame de anatomia. Enquanto a avaliação

subjetiva, houve um efeito significativo na

percepção e avaliação dos alunos. Os

divergentes encontraram-se melhor preparados

para o exame de anatomia (F=2,8, p=0,03),

enquanto que os assimiladores, não se

encontravam melhor preparados para realizar

este exame (F=2,8, p=0,03). Os outros estilos,

exceto divergentes, descobriram que

aprenderam muito na intervenção com

ultrassom (F=3,1, p=0,02). Os acomodadores

afirmaram que: i) o ultrassom e artroscopia

são um complemento razoável para o ensino

de anatomia (F=2,6, p=0,04); ii) o assunto era

agradável (F=2,7, p=0,03); iii) que sua

imaginação espacial melhorou (F=2,7,

p=0,03); e iv) que os exercícios ajudaram a

preservar seu conhecimento anatômico

(F=2,5, p=0,04).

Não foi possível

demonstrar que o

ultrassom ou a

artroscopia aplicado

em um conceito de

ensino de pares

melhorou o

conhecimento

anatômico. A análise

qualitativa, no entanto,

revelou diferenças na

percepção e avaliação

dos alunos por estilo de

aprendizagem.

Realizado em um

único centro,

portanto a

generalização dos

resultados não é

adequada. Não

foram registrados

dados de linha de

base (pré-teste),

portanto, não é

possível assumir a

existência de

conhecimento

anatômico prévio.

Tabela

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

74

Tabela 4 Suplementar. Característica dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Papanagnou et

al., Medical

Education,

2016

(EUA)

NR (162

estudantes do

2ºano e 20

instrutores)

VARK (visual,

auditivo e

cinestésico)

Sucesso da

simulação e

resultado da

avaliação em três

grupos: 1- visual,

2- auditivo, 3-

cinestésico. Por

meio da avaliação

do pareamento de

estilos de

aprendizagem

entre instrutor e

estudante.

Simulação na

colocação de

cateter

intravenoso (IV)

Entre os três grupos, os alunos autoavaliados

como cinestésicos que foram pareados a um

instrutor cinestésico tiveram uma diferença

notável no sucesso da simulação, quando

comparados aos seus homólogos que não

foram pareados aos instrutores (X2 = 3,28,

p=0,07). O que não ocorreu nos grupos visuais

e auditivos (p =0,92 e p=0,40,

respectivamente). Além disso, não houve

diferença estatisticamente significativa no

resultado da avaliação entre os alunos

pareados (auditivo, p =0,47; cinestésico,

p=0,77; visual, p=0,91).

O estudo conclui que

combinar estilos de

aprendizagem do

estudante e instrutor

não promove

necessariamente um

ambiente de

aprendizagem mais

efetivo. Os dados

sugerem que a

incorporação de

múltiplos estilos de

aprendizagem e ensino

pode ser capaz de

alcançar resultados

efetivos de

aprendizagem.

Baixa

generalização dos

dados. Os estilos

de aprendizagem

dos alunos foram

gerados com base

na preferência e

autopercepção.

Os achados do

estudo podem ter

sido

artificialmente

inclinados para

outras

modalidades de

aprendizagem.

Ausência de

cálculo de

tamanho da

amostra.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

75

Tabela 4 Suplementar. Característica dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Anbarasi et al.,

Advances in

Physiology

Education,

2015

(Índia)

Intervenção

educacional

(146

estudantes)

VAK (visual,

auditivo,

cinestésico)

Conhecimento

prévio sobre

fisiologia da

respiração (pré-

teste) e

conhecimento

posterior a

intervenção (pós-

teste 1: logo após

a intervenção;

pós-teste 2: 30

dias após a

intervenção).

Programa de

ensino

aprendizagem

baseado em

estratégias de

ensino para cada

estilo de

aprendizagem e

também para o

método

tradicional.

Houve melhora no conhecimento de todos os

grupos comparando o pós-teste ao pré-teste. A

análise da pontuação do pré-teste não mostrou

diferença entre os grupos. As pontuações no

pós-teste 1 mostrou diferença estatisticamente

significativas entre os grupos cinestésico e

tradicional (p=0.002). Já os escores do pós-

teste 2 mostraram diferenças estatisticamente

significativas entre os grupos: i) visual e

tradicional (p=0.002); ii) auditivo e tradicional

(p=0.03); e iii) cinestésico e tradicional

(p=0.001).

Os estudantes de

medicina, quando

ensinados em seu estilo

de aprendizagem

preferido, aprendem e

se desempenham

melhor do que aqueles

ensinados com o

método tradicional.

Ausência de

análise enquanto

ao reforço de

aprendizagem

durante os 30 dias

entre o pós-teste 1

e 2.

Ankad et al.,

Advances in

Physiology

Education

2015

(Índia)

NR (97

estudantes)

VARK (visual,

auditivo, leitura-

escrita e

cinestésico)

Desempenho no

pré e pós

experiência de

ensino utilizando

o Power Point.

Estratégia de

ensino usando o

PowerPoint.

Comparativamente ao pré-teste, houve

melhora no desempenho do pós-teste de todos

os estudantes, independente do seu estilo de

aprendizagem. Entretanto, nenhuma análise

estatística foi descrita no intuito de apresentar

a significância deste resultado por estilos de

aprendizagem.

O presente estudo

demonstra que as

apresentações em

Power Point, como

auxílio audiovisual,

não só são eficazes

para os aprendentes

auditivos e visuais,

como também são

igualmente eficazes

para estudantes com

estilo de aprendizagem

de escrita e cinestésico.

NR

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

76

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Bhalli et al.,

Journal of Ayub

Medical

College

Abbottabad,

2015

(Paquistão)

NR (77

estudantes)

LSQ (ativos,

refletores, teóricos e

pragmáticos)

Preferência do

estudante por

metodologias de

ensino/estratégias

de instrução e

desempenho

acadêmico do

estudante por

intermédio de

dois exames de

aptidão

profissional de

nível

universitário.

Diversas

metodologias de

ensino/estratégias

de instrução:

leitura

unidirecional,

palestras

interativas,

discussão em

pequenos grupos,

seção

tutoriais/PBL,

demonstração de

espécimes e

modelos

Refletindo apenas a maioria, 42,8% dos ativos

preferiram PBL, assim como 33,4% dos

pragmáticos; 38,9% dos refletores preferiram

leitura interativa; 30,7% dos teóricos

preferiram discussão em pequenos grupos

assim como 30,7% deste mesmo grupo

preferiram demonstração de espécimes e

modelos. Apesar destes resultados, não houve

correlação significativa entre estilos de

aprendizagem e metodologias de ensino

(p=0,171), assim como não houve correlação

significativa entre estilos de aprendizagem e

desempenho acadêmico (p= 0,318). Além

disso, as metodologias de ensino preferidas e

o desempenho acadêmico também não

mostraram correlação significativa (p=0,519).

A conclusão não

apresenta a correlação

entre estilos de

aprendizagem,

metodologia preferidas

e desempenho

acadêmico.

Apresentando apenas

resultados descritivos

sem distinguir os

estilos de

aprendizagem.

NR

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

77

Topal et al.,

Marmara

Medical

Journal,

2015

(Turquia)

NR (149

estudantes do

1º ao 3º ano)

ILS de Vermunt-

(Nível executivo:

estratégias de

processamento,

Nível de controle:

estratégias de

regulação, Nível

conceitual:

orientações de

aprendizagem)

Percepções dos

estudantes sobre

atividades de

aprendizagem

centradas no

aluno

Método de

aprendizagem

baseada em

problema – PBL

Houve uma diferença estatisticamente

significativa entre desenvolvimento de

habilidades de resolução de problemas na

sessão PBL e os estilos de aprendizagem

relacionados as estratégias de regulação

externa (X2=7,18, p<0,05), predominando os

que se beneficiaram pouco. Houve uma

relação estatisticamente significativa entre o

desenvolvimento da capacidade de explicar e

transferir conhecimento (habilidades de

relatório) em sessões PBL e estilos de

aprendizagem relacionados as estratégias de

regulação externa (X2 = 6,40, p<0,05),

predominando os que se beneficiaram pouco.

Houve uma diferença estatisticamente

significativa entre as opiniões sobre a

organização e planejamento dos módulos PBL

e estilos de aprendizagem relacionados a

orientações de aprendizagem e estratégias de

processamento (X2=9,82, p<0,01; X2=6,42,

p<0,05), predominando os que se

beneficiaram moderadamente.

Em conclusão, a

satisfação dos alunos

no PBL e outras

atividades de

aprendizagem

centradas no aluno

pode surgir após o

desenvolvimento das

habilidades de

autorregulação. O

desenvolvimento do

currículo e os estudos

de avaliação de

programas devem

considerar melhorar o

desenvolvimento das

habilidades

autorreguladoras e

profissionais dos

alunos.

Tamanho de

amostra

relativamente

pequeno.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

78

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Dumbauld et

al., Clinical and

Translational

Science,

2014

(EUA)

NR (76

estudantes)

ILS (ativo-

reflexivo, intuitivo-

sensitivo visual-

verbal, sequencial-

global)

Auto eficiência da

pesquisa pré e pós

formação, por

intermédio da

RSES (Escala de

Auto Eficiência

de Pesquisa).

Programas de

formação em

estudos de curto

prazo: MSTAR

(formação de

estudantes de

medicina em

pesquisa sobre

envelhecimento);

M-STREAM

(formação e

experiência de

estudantes de

medicina em

pesquisas sobre

saúde mental).

Todos estilos de aprendizagem, exceto o

verbal apresentaram melhora significativa do

valor médio do RSES (p<0,001). No pré-teste,

apenas os entrevistados com estilo de

aprendizagem verbal (versus visual)

apresentaram maiores pontuações RSES

(F=6,9, p=0,011). Os entrevistados com estilo

de aprendizagem (vs. verbal), p=0,017,

sequencial (vs. global), p=0,09, e intuitivo

(versus sensorial), p=0,039 apresentaram

melhora na pontuação de autoeficiência mais

significativa que seus pares.

Programas

prospectivos desse tipo,

orientados pelas

preferências

individuais de

aprendizagem dos

formandos, podem

proporcionar uma

oportunidade para

melhorar o treinamento

de pesquisa clínica e

translacional.

O tamanho da

amostra foi

pequeno. Houve

dependência de

medidas

subjetivas (ILS e

RSES). Alguns

estudantes

puderam procurar

informações ou

instruções

adicionais através

de fontes on-line

ou outras.

Kharb et al.,

Journal of

Clinical &

Diagnostic

research,

2013

(Índia)

Transversal

(100

estudantes)

VARK (visual,

auditivo, leitura-

escrita e

cinestésico)

Preferências de

métodos

específicos de

ensino-

aprendizagem.

Métodos

específicos de

ensino-

aprendizagem:

palestras,

práticas/dissecçõe

s, tutoriais,

autoaprendizagem

.

O estilo de aprendizagem cinestésico preferiu

práticas/dissecções; o visual, leitura; o

auditivo, tutorial e o leitura-escrita,

autoaprendizagem. Foi observada uma

correlação positiva (R=0,752) entre as

preferências dos modos VARK e os métodos

de ensino-aprendizagem.

A conclusão

apresentada remete

uma hipótese não

justificada pelos

resultados descritos.

Tamanho de

amostra

relativamente

pequeno. A

utilização de um

instrumento

(VARK) que

analisa apenas um

aspecto do estilo

de aprendizagem.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

79

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Alghasham,

Medical

Teacher, 2012

(Arábia

Saudita)

NR (75

estudantes)

ILS-Felder &

Solomon (ativo,

reflexivo)

Desempenho

comportamental

dos alunos em

cada etapa da

sessão de tutorial

do método PBL

(estudo

independente;

trabalho em

equipe;

razão/habilidades

de resolução de

problemas e

participação ativa)

Método de

Aprendizagem

Baseada em

Problema - PBL

Estudo independente: ativos tendem a usar

múltiplas atividades (p=0,015); reflexivos

usaram múltiplos recursos (p=0,023) e

sentiram-se mais motivados (p=0,046).

Trabalho em equipe: ativos se ajustam melhor

às normas e funções para trabalhar em grupo

(p=0,012); reflexivos ouviram com mais

atenção as instruções no PBL (p=0,021).

Razão/habilidades de resolução de problemas: ativos formularam e analisaram hipóteses

(p=0,031) e ligaram os componentes dos

problemas de forma mais eficiente (p=0,022);

reflexivos usaram melhor as informações

previamente adquiridas (p=0,038).

Participação ativa: ativos ajudaram seus

colegas no esclarecimento de ideias

(p=0,021), demonstraram participação mais

ativa durante as sessões PBL (p=0,023),

compartilharam os conhecimentos com o

grupo (p=0,041) e reforçaram a discussão com

uso de diagramas (p=0,031).

Os alunos ativos e

reflexivos diferem no

desempenho em cada

etapa da sessão de

tutorial do método

PBL. Os alunos ativos

apresentaram melhor

desempenho em

algumas atividades,

enquanto os alunos

reflexivos foram mais

eficientes em outras

atividades.

Estudo realizado

com apenas

estudantes de

primeiro ano que

não tiveram

experiência

prévia com o PBL

e ausência de

análise do efeito

do tutor sob o

aluno.

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80

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Kumar et al.,

Education for

Health,

2012

(Índia)

NR (62

estudantes)

VARK (visual,

auditivo, leitura-

escrita e

cinestésico)

Autopercepção

dos alunos sobre a

utilidade da

intervenção para

melhorar a

aprendizagem pré

e pós intervenção

a partir da

pesquisa de

apreciação.

Autoconhecimento

acerca de seu estilo

de aprendizagem e

estratégias de

aprendizagem que

funcionavam dentro

do ambiente

institucional

Os escores médios pós-intervenção

mostraram uma mudança significativa

(p=0,0001) na autopercepção do aluno sobre

a utilidade de conhecer um estilo de

aprendizagem e descoberta de estratégias

que funcionavam dentro do ambiente

institucional. Foi evidenciado pelos

estudantes que a intervenção (o

autoconhecimento) os ajudou a se tornarem

mais confiantes na aprendizagem (84%),

facilitando a aprendizagem em geral (100%)

e na compreensão dos conceitos (100%). No

entanto, apenas 29% dos alunos

concordaram que a intervenção os ajudou a

aplicar melhor o conhecimento aprendido e

31% sentiram que melhorou seu

desempenho em exames.

Os estudantes de

medicina sentiram que

a intervenção os ajudou

a se tornarem melhores

estudantes e que a

pesquisa de apreciação,

os ajudou a descobrir

suas estratégias

adaptativas positivas e

a aprender outras

estratégias que

ajudaram outros

estudantes na escola.

Amostra pequena

de estudantes.

Pesquisa baseada

em autorrelato

demonstrando,

apenas a

percepção de

benefício dos

estudantes.

Halbert et al.,

Medical

Teacher,

2011

(EUA)

NR (270

estudantes do

1º ano)

ILS-Felder &

Solomon (ativo-

reflexivo, intuitivo-

sensorial, visual-

verbal, global-

sequencial)

Utilidade de

materiais de

aprendizagem on-

line

Estratégia de

aprendizagem on-

line

Os estudantes ativos (68%), intuitivos

(71%), globais (69%) e visuais (62%) eram

mais propensos a usar recursos educacionais

on-line do que seus pares.

A identificação do

estilo de aprendizagem

dos estudantes pode

ajudar os educadores

médicos a direcionar os

alunos para aprender

recursos que melhor

atendam às suas

necessidades

individuais.

NR

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS ... · A minha avó Domingas por ser um exemplo de força com seus ensinamentos, as minhas mais que primas Diana e Jossa e a

81

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineamento

do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos

de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Sarikcioglu et

al.,

Advances in

Physiology

Education,

2011

(Turquia)

NR (131

estudantes)

LSI-Kolb

(acomodadores,

assimiladores,

convergentes,

divergentes)

Satisfação do

estudante para a

lição de

neuroanatomia

através de

questionários

Métodos resumidos

referentes à

disciplina tópicos

de neuroanatomia

através de palestras:

breve resenha dos

slides, resposta da

questão e

demonstração de

vídeos.

Enquanto a demonstração de vídeo, 100%

dos acomodadores e divergentes se sentiram

satisfeitos, assim como 91,2% dos

convergentes e 89,7% dos assimiladores.

Enquanto à resposta da questão, 60% dos

acomodadores e 66,7% dos divergentes

sentiam-se insatisfeitos e 70,6% dos

convergentes 61,5% dos assimiladores

sentiam-se satisfeitos. Enquanto a breve

resenha dos slides, 50% dos acomodadores,

55,6% dos divergentes, 70,6% dos

convergentes e 62,88% dos assimiladores

sentiam-se insatisfeitos.

Sugerimos que esse

método sumário seja

incorporado nas lições

de anatomia

NR

Gurpinar et

al.,

American

Physiological

Society,

2010

(Turquia)

NR (170

estudantes)

LSI-Kolb

(acomodadores,

assimiladores,

convergentes,

divergentes)

Satisfação e

desempenho

acadêmico no

ensino PBL e

tradicional

(palestras)

Método de

Aprendizagem

Baseada em

Problema - PBL e

Ensino tradicional

Quanto à satisfação, os estilos de

aprendizagem estavam mais satisfeitos com

o PBL do que o tradicional (p<0,05).

Enquanto ao desempenho acadêmico não

houve diferença estatisticamente

significativa entre estes estilos, tanto no PBL

(p=0,35) quando no tradicional (p=0,44). Os

assimiladores foram preditores do sucesso

acadêmico nos exames do bloco tradicional

(p=0,009).

Os assimiladores

tiveram maior

satisfação e

desempenho acadêmico

com método de ensino

tradicional.

Tamanho da

amostra pequeno.

Viés de

confundimento

grande utilização

de atividades

tradicionais antes

da aplicação do

questionário

Validade

comprometida do

questionário de

satisfação (alguns

itens podem

favorecer o PBL).

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82

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina. Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

McNulty et al., Anatomical

Sciences

Education,

2009

(EUA)

NR (811

estudantes)

Indicador de Tipo

de Meyers Briggs-

MBTI e

LSI- Kolb

(acomodadores,

assimiladores,

convergentes,

divergentes)

Nível de

utilização das

instruções

assistidas por

computador (CAI)

Instruções

assistidas por

computador (CAI):

“Fórum”, “Quis” e

“Flash”

Para o MBTI, foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas (p<0,05) na

utilização de CAI nos seguintes itens: 1-

“Quis”: introvertido utilizou com mais

frequência que o extrovertido; 2- “Fórum”:

sensorial utilizou com mais frequência que o

intuitivo; 3- “Flash”: sensorial utilizou com

mais frequência que o intuitivo. Para os

estilos de aprendizagem de Kolb, os

estudantes convergentes utilizaram com

mais frequência o “Quis” e “Flash” do que

assimiladores (p<0,05). Entretanto não

houve diferença estatisticamente

significativas entre eles na utilização do

“Fórum”.

Os ados fornecem

evidências da

importância de

entender as

preferências e os estilos

de aprendizagem dos

alunos ao implementar

o CAI no currículo.

Alta variabilidade

de utilização do

CAI entre os

estudantes de

medicina.

Taxa de resposta

relativamente

baixa para a

pesquisa sobre

como os alunos

usaram o CAI.

Falta de análise

estatística dos 16

tipos de MBTI

devido ao

pequeno tamanho

da amostra.

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83

Tabela Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineamento

do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator

avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

Engleberg, et

al., Teaching

and

Learning in

medicine,

2001

(EUA)

NR (136

estudantes)

LSI- Kolb

[preferência pelo

pensamento sobre o

sentimento (AC-

CE), preferência

por fazer a

observação (AE-

RO)]

Entusiasmo pela

modalidade de

ensino.

Desempenho

acadêmico

(notas) em

escala analógica

visual.

Modalidade de

ensino: palestras,

sessão de pequenos

grupos (SG),

programas de

aprendizagem

assistida por

computador (CAL)

e leitura de livros

didático.

Os estudantes que preferiram aprender com

experiência concreta, em vez de formar

conceitos abstratos, avaliaram inicialmente

seu entusiasmo pelos elementos de ensino

participativo, SG (R2=0,06, p=0,004) e CAL

(R2=0,06, p=0,005). Da mesma forma, os

alunos que preferem a observação reflexiva

para a experimentação ativa foram

inicialmente mais entusiasmados com as

palestras como modalidade de ensino

(R2=0,05, p=0,01). O maior preditor de

desempenho no questionário CAL foi o

desempenho geral no exame final.

Os alunos em períodos

avançados podem

adquirir e reter as

informações

necessárias de uma

variedade de fontes,

independente do estilo

de aprendizagem e

modalidade

educacional.

NR

Hur e Kim,

Medical

Teacher, 2007

(Coreia)

NR

(64 estudantes)

ILS-Felder &

Silverman (ativo-

reflexivo)

Avaliação PBL

(Participação,

Habilidades de

resolução de

problemas,

Quiz, Trabalho

em equipe)

Método de

Aprendizagem

Baseada em

Problema - PBL

Quanto ao nível de participação houveram

diferenças estatisticamente entre o grupo

ativo e o grupo reflexivo (p < 0,001),

predominando o reflexivo e entre o grupo

ativo e o grupo de controle (p = 0,004),

predominando o controle. Enquanto às

habilidades de resolução de problemas,

houveram diferenças entre o grupo ativo e o

Agrupar os alunos de

acordo com seus

diferentes estilos de

aprendizagem pode ser

muito útil para

resultados de

aprendizagem

específicos e diversos.

Tamanho

amostral pequeno.

Utilização de

apenas uma

dimensão do ILS-

Felder.

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84

Tabela 4 Suplementar. Características dos estudos incluídos realizados na graduação em Medicina Continuação.

Autor,

Revista, Ano

(País)

Delineament

o do estudo

(População)

Instrumento de

análise (estilos de

aprendizagem)

Fator avaliado

Método/

Estratégia

utilizadas

Resultado Conclusão Limitações

grupo reflexivo (p = 0,015), predominando o

reflexivo. Enquanto ao resultado do Quiz,

houveram diferenças estatisticamente

significativas entre o grupo ativo e o grupo

reflexivo (p = 0,032), predominando o grupo

reflexivo. Enquanto ao trabalho em equipe,

houveram diferenças significativas entre o

grupo ativo e o grupo reflexivo (p = 0,007),

predominando o reflexivo e entre o grupo

ativo e o controle (p < 0,001), predominando

o grupo controle.

Shankar et al., Medical

Education

2006

(Nepal)

NR (92

estudantes)

Approaches and

Study Skill

Inventory -ASSIST

(profundo

estratégico,

superfície apático)

Preferências por

diferentes tipos de

ensino e o

desempenho no

segundo ano do

exame

universitário

Tipos de ensino: 1-

apoio ao

entendimento; 2-

transmitindo

informação

Não houve preferência clara por qualquer

tipo particular de ensino. Houve uma

correlação negativa entre a aprendizagem de

“superfície apático” e os resultados obtidas

no exame universitário do segundo ano

(p<0,01).

Uma associação

negativa foi observada

entre a aprendizagem

de superfície apática e

os resultados de

avaliação.

O estudo foi

realizado apenas

em um semestre.

O tamanho da

amostra foi

pequeno. Estudos

longitudinais de

um semestre

específico não

foram realizados.

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85

Martin, et al.,

Medical

education,

2000

(Reino Unido)

Estudo

prospectivo

(194

estudantes do

1ºano)

Inventário do estilo

de aprendizado do

Entwhistle

(realização,

reprodução,

significado,

compreensão,

operação, versátil e

patológico)

Desempenho no

exame da OSCE,

e um índice de

atividade clínica

composto

autorrelatado

durante o

primeiro ano

clínico dos alunos

Final do primeiro

ano clínico do

currículo de

graduação da Leeds

que tem dois anos

pré-clínicos,

seguidos por três

anos

predominantemente

clínicos.

O estilo “realização” foi associado ao

desempenho no exame da OSCE (r=0,336

(ajustado 0,563), p<0,001). Quando os

componentes individuais do exame da

OSCE foram analisados, a única correlação

entre o estilo de aprendizagem e o

desempenho não visto com o resultado geral

da OSCE foi uma associação significativa

entre a interpretação de dados e o estilo

“significado” (r=0,168 (ajustado 0,212),

p<0,04). Houve associações fortes e

significativas entre o estilo de aprendizagem

e a experiência clínica (r=0,345 (ajustado

0,578), p<0,001). O estilo “realização”

(r=0,189 (ajustado 0,317), p=0,043),

“significado” (r=0,317 (ajustado 0,532),

p=0,001) e “versatilidade” (r=0,321

(ajustado 0,538), p<0,001) foram associados

ao maior índice de atividade clínica.

A relação entre a

experiência clínica e o

desempenho do aluno é

complexa. Os estilos de

aprendizagem bem

organizados e

estratégicos parecem

influenciar os

benefícios do aumento

da exposição clínica. É

necessário um trabalho

adicional para elucidar

os aspectos mais

benéficos do ensino

clínico.

NR

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86

Tabela 5 Suplementar. Informações referente aos instrumentos de avaliação dos estilos de aprendizagem.

Instrumento de avaliação dos

estilos de aprendizagem Descrição

Inventário de Estilos de

Aprendizagem de Kolb (Learning

Style Inventory – LSI)

O instrumento foi desenvolvido por David Kolb (1984) para determinar os estilos de aprendizagem dos indivíduos (GUPINAR, 2010). Apontado como um

dos modelos mais utilizados dentre os instrumentos para avaliar os estilos de aprendizagem, o LSI é uma ferramenta de preferência de aprendizagem

cognitiva que classifica como alguém adquire conhecimento (PUNGENTE, 2003). O modelo identifica duas dimensões, percepção e processamento, através

de um ciclo continuo de quatro estágios: Experiência Concreta (EC; agir), Observação Reflexiva (OR; refletir), Conceitualização Abstrata (CA;

conceitualizar) e Experimentação Ativa (EA; aplicar). O LSI inclui 12 itens preenchidos por 4 declarações diferentes representativas de quatro elementos

do processo de aprendizagem (SARIKCIOGLU, 2011). Os itens preenchidos geram pontuações relativas para cada modo do processo de aprendizagem e

permite que o estilo de aprendizagem predominante seja classificado em um plano bidimensional usando os eixos EC-CA e OR-EA (SARIKCIOGLU,

2011). Ao combinar os dois opostos das dimensões (percepção e processamento) se define os quatro estilos de aprendizagem no modelo de Kolb são

categorizados como: divergentes, assimiladores, convergentes e acomodadores (SARIKCIOGLU, 2011, GRADL-DIETSCH, 2016). Dentro dessas

categorias, os quatro estilos de aprendizagem podem ser descritos da seguinte forma: i) convergentes – usam raciocínio dedutivo para resolver problemas

e tomar decisões; ii) acomodadores – desenvolvem as habilidades de aprendizagem por tentativa e erro são havidos por novas experiências; iii) divergentes

– analisam as situações por diferentes perspectivas, reconhecem com facilidade os problemas e usam o debate para resolvê-los; iv) assimiladores – tendem

a ser concisos e reflexivos, usam a lógica para definir problemas e utilizam modelos teóricos em sua aprendizagem (MCNULTY, 2009).

Questionário de estilo de

aprendizagem VARK

O modelo VARK, desenvolvido por Fleming e Mills (1992), é um questionário de autoavaliação com 16 itens que fornece um perfil dos estilos de

aprendizagem, com base nas modalidades sensoriais envolvidas na obtenção de informações (ANBARASI, 2015; KUMAR, 2012). O termo VARK é um

acrônimo para as modalidades visual (V), auditivas (A), leitura/escrita (R) e cinestésico (K) (KHARB, 2013). Dentro dessas categorias, os quatro estilos de

aprendizagem podem ser descritos da seguinte forma: i) visuais – aprendem melhor usando imagens, gráficos, diagramas; ii) auditivos – preferem ouvir e

discutir as informações; iii) leitura/escrita – aprendem melhor com materiais de texto; iv) cinestésicos – tendem a aprender melhor quando se envolvem em

atividades práticas onde podem manipular materiais (ANKAD, 2015).

Índice de estilos de aprendizagem

(Index of Learning Styles; ILS)

Esta ferramenta é um instrumento autoaplicável com 44 itens: 11 perguntas a respeito de cada um dos 4 pares específicos de estilos de aprendizagem. A

escala de cada estilo de aprendizagem está compreendida entre -11 (escore mínimo) e +11 (escore máximo). Os itens do instrumento analisam características

específicas de cada estilo de aprendizagem (ALGHASHAM, 2012, HUR E KIM, 2007). As preferências de aprendizagem dos estudantes são classificadas

de acordo com quatro dimensões as quais evidenciam os modos preferidos de transferência de informações: i) visual-verbal – visual: aprendem melhor com

o uso de imagens, diagramas, filmes e demonstrações; verbal: obtêm seu aprendizado por meio de palavras escritas ou falada; ii) sequencial-global –

sequenciais: tendem a aprender em etapas lineares e lógicas; globais: compreendem temas conceituais maiores antes de etapas individuais; iii) sensorial-

intuitivo – sensoriais: tendem a aprender usando métodos bem estabelecidos; intuitivos: tendem a aprender de forma rápida preferem abstrações, teorias e

inovações; e iv) ativo-reflexivo – ativos: tendem a processar as informações apreendidas por meio da experimentação; reflexivos aprendem de forma

silenciosa e introspectiva (DUMBAULD, 2014, HALBERT, 2011).

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Tabela 5 Suplementar. Informações referente aos instrumentos de avaliação dos estilos de aprendizagem Continuação.

Instrumento de avaliação dos

estilos de aprendizagem Descrição

Inventário de abordagens e

habilidades para estudantes

(ASSIST)

O ASSIST é um instrumento concebido por Entwistle e Tait (1996) para medir o uso de estratégias de aprendizagem dos alunos em suas atividades de

trabalho. O questionário é composto de 66 itens divididos em três seções: os primeiros seis itens identificam o conceito de aprendizagem do respondente,

os próximos 52 determinam as diferentes abordagens para estudar e os últimos oito determinam o tipo de aula valorizada pelos respondentes. Em os itens

há cinco opções de resposta. Os resultados do questionário são apresentados em três estratégias de aprendizagem: profunda, estratégica, superficial apática

(SHANKAR, 2016).

Inventário de estilo de

aprendizagem de Entwistle

Este inventário possui 30 perguntas, que abordam três princípios relativos ao aprendizado por compreensão, aprendizagem de operação, abordagem versátil

e patologias, assim como dispõe de quatro componentes suplementares, uma escala de reprodução (aprendizagem de superfície) e uma escala de significado

(aprendizagem profunda). Além disso, o inventário também aborda uma pontuação geral para o sucesso acadêmico (MARTIN, 2000)

Inventário de estilos de

aprendizagem de Vermunt

(ILS de Vermunt)

O ILS foi desenvolvido no contexto do ensino superior para identificar os padrões de aprendizagem dos estudantes. O instrumento é constituído de 100 itens

divididos em 4 subcategorias, das quais reúnem: i) as estratégias de processamento de conhecimento, subdivididas em profundas, gradativas e concretas; ii)

estratégias de regulação, subdivididas em autorregulação, regulação externa e ausência de regulação; iii) orientações de aprendizagem, subdivididos em

pessoalmente interessado, atestadamente direcionado, autoteste direcionado, vocação dirigida e ambivalente; e iv) modelos mentais de aprendizagem,

subdivididos em construção de conhecimento, consumo de conhecimento, uso de conhecimento, educação estimulante, cooperação (TOPAL 2016).

Escalas de estilo de

aprendizado de Grasha-

Riechmann (Grasha-

Riechmann Student Learning

Style Scales; GRSLSS)

Este instrumento é um questionário auto administrado de 60 itens divididos em seis escalas cada uma com 10 itens referentes a cada estilo de aprendizagem.

Para cada escala são atribuídas dez perguntas com respostas registradas por meio de uma escala Likert de 5 pontos que são utilizadas para a construção dos

estilos de aprendizagem. O instrumento mede os estilos de aprendizagem em relação às interações sociais e afetivas do estudante com o professor, do demais

colegas de classe e com os conteúdos. Os estilos de aprendizagem individuais foram descritos por Grasha da seguinte maneira: i) independente – indivíduo

que prefere pensar por si mesmo e trabalhar sozinho; ii) evasivo – indivíduo com pouco interesse na participação em atividades; iii) colaborativo –indivíduo

caracterizado por gostar de compartilhar ideias e conhecimentos; iv) dependente – indivíduo que desenvolve bem suas atividades quando são liderados por

figuras de autoridade, executando apenas tarefas que são necessárias; v) competitivo – indivíduo ávidos pelo reconhecimento do seu trabalho; e vi)

participativo – indivíduo que participa de maneira intensa da maior parte das atividades em sala de aula (NOVAK, 2006).

Questionário dos estilos de

aprendizagem de Peter Honey e

Alan Mumford (Learning Styles

Questionnaire – LSQ):

O instrumento foi desenvolvido com base no ciclo de aprendizagem de David Kolb. Esta ferramenta possui 80 itens e descreve quatro estilos de

aprendizagem: ativista, refletor, teórico e pragmático. Dentro dessas categorias, os quatro estilos de aprendizagem podem ser descritos da seguinte forma:

i) ativista – prefere os desafios de novas experiências, se envolvem rapidamente com novas situações, assim como aprendem melhor, com técnicas de

assimilação, resolução de problemas e discussões em pequenos grupos; ii) refletor – prefere aprender com atividades que lhes permitem assistir, pensar e

rever (tempo para pensar) o que aconteceu; iii) teórico – prefere pensar de maneira sequenciada se atendo aos detalhes, aprendendo melhor na participação

em palestras, estudos de caso, analogias e leituras; iv) pragmático – prefere aplicar novas aprendizagens ao contexto mais prático, apreciando aulas em

laboratórios, trabalho de campo e observações (BHALLI, 2015).

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Figura 1. Diagrama de fluxo adaptado do PRISMA.

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4.2 COMPETÊNCIA DE PENSAMENTO CRÍTICO E ESTILOS DE

APRENDIZAGEM: O PERFIL DE ESTUDANTES DE MEDICINA SUBMETIDOS A

METODOLOGIA ATIVA E TRADICIONAL

Autores:

Elisdete Maria Santos de Jesus1, Márcio Lima da Conceição Vieira1, Daniel Tenório da

Silva2, Laís Alves Marques2, Chiara Ermínia da Rocha1, Ângelo Antoniolli1, Adriana

Andrade Carvalho1.

Afiliação:

1Universidade Federal de Sergipe

2Universidade Federal do Vale do São Francisco

Instituição em que a pesquisa foi conduzida:

Universidade Federal de Sergipe

Endereço do autor correspondente:

Elisdete Maria Santos de Jesus, Avenida Governador Marcelo Déda - São José, Lagarto

- SE, 49400-000, Universidade Federal de Sergipe, Campus José Antônio Garcia Filho,

Departamento de Farmácia, Bloco A.

[+55 (79) 98819-7073; [email protected]].

Conflitos de Interesse: Os autores declaram que não há conflito de interesses

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Resumo

Introdução: O pensamento crítico e o estilo de aprendizagem corroboram na capacidade

de interpretar situações por estudantes. O pensamento crítico é uma competência

associada a tomada de decisões que pode influenciar na qualidade de serviços de cuidado

e é indicador de avaliação em cursos de medicina. Enquanto, o estilo de aprendizagem

apresenta-se como instrumento influenciador da criticidade. Objetivo: Analisar as

competências de pensamento crítico e os estilos de aprendizagem de estudantes de

Medicina submetidos a diferentes métodos de ensino. Método: Um estudo longitudinal

prospectivo foi realizado em dois campi de uma universidade pública do nordeste

brasileiro, que possuem métodos de ensino distintos (ativo e tradicional). O estudo

ocorreu em dois momentos, participando respectivamente 59 e 49 estudantes de medicina.

Os questionários New Index of Learning Styles e o Questionário de Pensamento Crítico

para Estudantes e Profissionais de Saúde foram utilizados para identificação e descrição

de estilos de aprendizagem e pensamento crítico dos estudantes. Os dados foram

analisados através dos testes de Qui quadrado, exato de Fisher e U de Mann-Whitney.

Resultados: Os estudantes dos métodos de ensino (ativo e tradicional) não apresentaram

perfis divergentes de preferência de estilos de aprendizagem nos momentos 1 e 2. Na

análise inter-campus, a dimensão de aprendizagem “Entrada” apresentou resultado

significativo, demonstrando que estudantes do método ativo comparados aos do

tradicional são 1,26 vezes mais verbais que visuais. Quanto ao pensamento crítico, os

estudantes do método tradicional apresentaram elevação na medida de competência de

pensamento crítico, enquanto nos estudantes do método ativo observou-se uma redução,

essas alterações não foram significativas. Conclusão: No geral, os estudantes

apresentaram preferência pelos estilos de aprendizagem sensorial, visual, reflexivo e

sequencial, sendo categorizados com “elevada demonstração de competência de

pensamento crítico” no decorrer do estudo. Logo, os dados corroboram para melhor

planejamento de estratégias efetivas de ensino, que otimizem o pensamento crítico.

Descritores: Estilos de Aprendizagem, Pensamento Crítico, Estudantes de Medicina

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Abstract

Introduction: Critical thinking and the learning style corroborate in the ability to

interpret situations by students. Critical thinking is a competence associated with decision

making that can influence the quality of care services and is an indicator of evaluation in

medical courses. Meanwhile, the learning style presents itself as an instrument that

influences criticality. Objective: To analyze the learning styles and critical thinking of

medical students submitted to different teaching methods. Method: A prospective

longitudinal study was carried out on two campuses of a public university in the Brazilian

Northeast, with different teaching methods (active and traditional). The study took place

in two moments, with 59 and 49 medical students participating respectively. The New

Index of Learning Styles questionnaires and the Critical Thinking Questionnaire for

Students and Health Professionals were used to identify and describe learning styles and

critical thinking of students. Data were analyzed using the Chi-square test, Fisher exact

test and Mann-Whitney U test. Results: Students of teaching methods (active and

traditional) did not present divergent profiles of preference for learning styles at times 1

and 2. In the inter-campus analysis, the "Entry" learning dimension presented a significant

result, demonstrating that students from the active method compared to traditional ones

are 1.26 times more verbal than visual. As for critical thinking, the students of the

traditional method presented an increase in the measure of critical thinking competence,

whereas in students of the active method a reduction was observed, these changes were

not significant.Conclusion: In general, the students presented preference for the

sensorial, visual, reflexive and sequential learning styles, being categorized with "high

demonstration of critical thinking competence" throughout the study. Therefore, the data

corroborate for better planning effective teaching strategies that optimize critical

thinking.

Keywords: Learning Styles, Critical Thinking, Medical Students

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INTRODUÇÃO

O pensamento crítico é uma competência essencial para os profissionais de saúde,

pois está associada com a provisão de serviços de cuidados com qualidade. De acordo

com Facione e Facione1 o pensamento crítico é um processo não linear e cíclico que

permite ao indivíduo tomar decisões acerca do que acreditam e do que fazer em um dado

contexto.

Essa competência tem sido exigida atualmente nos variados âmbitos de execução

de atividades, onde se necessite resolver problemas de maneira ampla, mescle diferentes

pensamentos, compreenda diversas situações com criatividade e criticidade, além de

possibilitar a superação de dificuldade com habilidade, interpretação e avaliação crítica

de situações2. Nesse sentido, a Federação Mundial de Educação Médica considera que o

pensamento crítico é um dos indicadores fundamentais a serem avaliados em Cursos de

Medicina3.

A capacidade de interpretar diversas situações através do pensamento crítico pode

ser influenciada pelo estilo de aprendizagem dos alunos. O estilo de aprendizagem

apresenta quatro dimensões que são preferíveis em situações distintas, não sendo um

estilo de aprendizagem mais adequado que outro, mas sim melhor adaptável a cada

pessoa.1

Segundo Felder e Silverman4 é possível avaliar quatro dimensões do estilo de

aprendizagem do aluno quanto ao processo de informação (ativo/ reflexivo); quanto à

maneira de como a informação será recebida (sensitivo/ intuitivo); quanto à preferência

da exposição à informação (visual/ verbal); e à maneira de organização da informação

(global/sequencial).4

Neste contexto, as evidências disponíveis sugerem que conhecer os estilos de

aprendizagem e o pensamento crítico entre estudantes torna-se relevante para professores

e gestores da área educacional por favorecer o planejamento e seleção das situações de

ensino utilizadas em sala de aula, potencializando a efetividade do processo de ensino-

aprendizagem. Assim, o objetivo do estudo foi analisar as competências de pensamento

crítico e os estilos de aprendizagem de estudantes de Medicina submetidos a diferentes

métodos de ensino.

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MÉTODO

Delineamento e Local do estudo

Trata-se de um estudo longitudinal (prospectivo) do tipo antes e depois, realizado

em uma universidade pública, localizada no Nordeste brasileiro. Esta universidade possui

dois campi da área da saúde, um com método tradicional e outro com métodos ativos de

ensino, como a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP ou Problem - Based

Learning (PBL)) e a Problematização (baseado no Arco de Charles Maguerez).

No primeiro campus os componentes curriculares estão dispostos em

ano/semestres, e são compostos por disciplinas de ensino com uso de estratégias, como:

aulas expositivas, palestras, atividades de caráter teórico-prático em laboratórios. Nesse

tipo de método, o professor, por meio de aulas habitualmente expositivas, é o grande

responsável por fornecer o conteúdo a ser aprendido.

No segundo campus, os anos de curso estão dispostos em blocos/ciclos e são

compostos por Módulos Tutoriais, Habilidades e Práticas de Ensino na Comunidade

(PEC), que correspondem aos componentes curriculares, de caráter obrigatório. Essas

metodologias buscam promover uma formação com base na reflexão sobre a realidade, a

partir de contextos teóricos e práticos de modo a desenvolver nos estudantes o raciocínio

crítico e a capacidade de resolver problemas aprimorando a maneira como esses

adquirem, retêm e usam o conhecimento.

Participantes do estudo

Foi selecionada uma amostra de conveniência constituída por estudantes do curso

de graduação em Medicina do primeiro semestre letivo, submetidos a método de ensino

tradicional e método de ensino ativo. Para serem considerados como população elegível

para o estudo, os estudantes deveriam estar devidamente matriculados no curso de

Medicina, estar presentes em sala de aula no momento da aplicação dos instrumentos,

bem como aceitar a solicitação de participação enviada pela plataforma on-line, e

concordar em participar por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

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Instrumentos para coleta de dados

Para identificação e descrição dos estilos de aprendizagem e pensamento crítico

dos estudantes foram utilizados os questionários New Index of Learning Styles (N-ILS) e

o Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e Profissionais de Saúde.

O N-ILS é uma versão do Index of Learning Styles Questionnaire- ILS de Felder

e Soloman5 foi adaptado por Vieira Junior.6 Para a avaliação da competência de

pensamento crítico, utilizou-se o Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e

Profissionais de Saúde (QPCEPS), instrumento desenvolvido por Amorim8, baseado nos

testes de pensamento crítico de Facione9, específico para estudantes na área de saúde,

apresenta dilemas clínicos em torno de diversos contextos da área de saúde, envolvendo

tomada de decisão ou resolução de problemas.

Procedimentos de Coleta de Dados

O procedimento de coleta de dados ocorreu em dois momentos distintos no

decorrer do curso:

1º Momento: No início do primeiro semestre letivo do primeiro ano de curso, ano

(2015) quando os estudantes ainda tinham apenas quatro semanas de curso realizando os

primeiros contatos com os métodos de ensino.

2º Momento: Início do terceiro semestre letivo do curso, ano (2017) quando já

tinham vivenciado as etapas e atividades dos referidos métodos.

A coleta de dados foi realizada de duas formas utilizando o aplicativo Google

Forms com envio dos questionários na versão online por mensagem eletrônica e aplicação

dos questionários de maneira presencial em sala de aula. Os questionários foram aplicados

de maneira presencial em sala de aula, em horários previamente determinados e com a

contribuição dos docentes responsáveis.

Os instrumentos de pesquisa foram aplicados nos mesmos estudantes de modo a

acompanhá-los em sua trajetória acadêmica. As variáveis de análise foram organizadas

em sociodemográficas: idade, gênero, trabalho em alguma atividade remunerada.; e sócio

educacionais: natureza da instituição onde cursou o ensino médio (pública ou privada),

período letivo, os estilos de aprendizagem (N-ILS), e a competência de pensamento crítico

(QPCEPS).

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95

Análise estatística

Uma vez identificadas às preferências de aprendizagem e as competências de

pensamento crítico, os dados foram tabulados e organizados em planilha do Microsoft

Office® Excel. Os resultados foram apresentados através de tabelas e medidas de

tendência central. Para analisar os dados categóricos, utilizou-se o teste do Qui quadrado.

Para a amostra cujo número de estudantes era menor que cinco foi utilizado o teste

exato de Fisher. Também foi utilizado o teste U de Mann-Whitney. Para identificar a

associação estatística entre os diferentes estilos para as duas metodologias de ensino e as

análises de competência de pensamento crítico foi adotado o intervalo de confiança de

95%.

Aspectos éticos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário da Universidade Federal de Sergipe, de acordo com a Resolução CNS nº

466/2012 sob o número do parecer 1.021.738.

RESULTADOS

No primeiro momento do estudo, participaram 59 estudantes do 1º semestre letivo

de graduação em Medicina, destes 39 discentes estavam devidamente matriculados no

curso com método ativo e 20 discentes matriculados no curso com o método tradicional

de ensino. No segundo momento, participaram 49 estudantes do 3º semestre, destes 32

pertencentes ao curso com método ativo e 17 do curso do método tradicional.

Os estudantes submetidos ao método de ensino Ativo apresentaram média de

19,88 (± 2,75) anos. Os estudantes do ensino tradicional apresentaram idade de 18,5

(±1,71) anos. Dos estudantes analisados 30 (50,84%) eram do sexo feminino, 29 (49,15%)

do sexo masculino, 34 (57,63%) estudaram o ensino médio em escola particular, 23

(38,99%) em escola pública, 56 (94,90%) dos alunos não exercem atividade remunerada,

enquanto 3 (5,10%) exercem algum tipo de atividade remunerada. Os dados podem ser

observados com mais detalhes na Tabela 1.

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96

Tabela 1: Dados sociodemográficos e sócio educacionais gerais dos estudantes do Curso de Medicina na

linha de base, método ativo e método tradicional. Sergipe, Brasil, 2017.

Variáveis Métodos de Ensino

Método ativo (N= 39) Método tradicional (N= 20)

Idade média (DP) 19,88 (± 2,75) 18,55 (± 1,71)

Sexo n (%) n (%)

Feminino 19(48,7%) 11(55 %)

Masculino 20(51,2%) 9(45%)

Ensino Médio

Escola Privada 15 (38,4%) 11(55%)

Escola Pública 23 (58,9%) 8(40%)

Ambas - 1(5%)

Não informou 1 (2,56%) -

Atividade Remunerada

Sim 2 (5,12%) 1 (5%)

Não 37 (94,8%) 19(95%)

Estilos de aprendizagem

As preferências dos alunos referentes aos estilos de aprendizagem foram caracterizadas

em dois momentos, intitulados de medida 1 (ano 2015) e medida 2 (ano 2017). Os

resultados encontram-se descritos na Tabela 2. Na medida 1, os estudantes dos dois

métodos de ensino (ativo e tradicional) apresentaram o mesmo perfil de preferência de

estilos de aprendizagem sendo caracterizados pelos estilos sensorial, visual, reflexivo e

sequencial. Não foi observada associação estatisticamente significativa na análise intra-

campus, ou seja, os estudantes do campus com metodologia ativa, no intervalo das

medidas 1 e 2, bem como entre aqueles do campus com metodologia tradicional, não

apresentaram diferenças nos polos que compõe as dimensões de aprendizagem (Tabela

2).

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97

Tabela 2. Distribuição dos estilos de aprendizagem dos estudantes de medicina dos campis com método Ativo e método Tradicional segundo a variável tempo (medida 1 e 2).

Sergipe, Brasil, 2017.

Dimensões de

Aprendizagem Polos

Método Ativo Método Tradicional

Medida 1

n=36 (%)

Medida 2

n=32(%)

p (Qui-

quadrado)

Medida 1

n=20 (%)

Medida 2

n= 17 (%) p (X²)

Percepção

Sensorial 33 (91,6) 29 (90,6)

>0,9999

19 (95) 16 (94,1)

>0.9999 Intuitivo

3 (8,3) 3 (9,3) 1 (5) 1 (5,9)

Entrada

Visual 24 (66,6) 19 (59,3)

0,5367

(0,3817)

14 (70) 15 (88,2)

0.3479 Verbal

12 (33,3) 13 (40,6) 6 (30) 2 (11,8)

Processamento

Ativo 15 (41,6) 12 (37,5)

0,7279

(0,121)

8 (40) 6 (35,3)

>0.9999 Reflexivo

21 (58,3) 20 (62,5) 12 (60) 11 (64,7)

Entendimento

Sequencial 25 (69,4) 27 (84,3)

0,1505

(2,068)

15 (75) 12 (70,6)

>0.9999 Global

11 (30,6) 5 (15,6) 5 (25) 5 (29,4)

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A utilização do instrumento N-ILS permite identificar os estilos de aprendizagem

dos estudantes bem como verificar a intensidade dessas preferências, isto é, se são leves,

moderadas ou fortes de acordo com os escores alcançados em cada uma das dimensões

de aprendizagem mensuradas. A Tabela 3 apresenta a intensidade das preferências de

aprendizagem dos estudantes de Medicina, de acordo com a metodologia de ensino a que

são submetidos nos momentos 1 e 2. Não foi observada associação estatisticamente

significativa entre as intensidades de preferência de aprendizagem e as dimensões de

aprendizagem dos estudantes.

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Tabela 3. Distribuição da intensidade das preferências de aprendizagem dos estudantes de medicina dos campis com método Ativo e método Tradicional segundo a variável

tempo (medida 1 e 2). Sergipe, Brasil, 2017.

DA = Dimensões de aprendizagem; Pe= Percepção; En= Entrada; Pr= Processamento; Ent = Entendimento; M 1 = Medida 1; M 2 = Medida 2.

DA

Polos

Método Ativo Método Tradicional

Preferência forte Preferência moderada Preferência leve Preferência forte Preferência moderada Preferência leve

M 1

n=36

(%)

M 2

n=32

(%)

p

M 1

n=36

(%)

M 2

n=32

(%)

p

M 1

n=36

(%)

M 2

n=32

(%)

p M 1

n=20

(%)

M 2

n=17

(%)

p

M 1

n=20

(%)

M 2

n=17

(%)

p

M 1

n=20

(%)

M 2

n=17

(%)

p

Pe

Sensorial 10

(30,3)

12

(41,3)

>0.99

19

(57,5)

12

(41,3)

0.344

4

(12,1)

5

(17,2)

0.545 8

(42,1)

8

(50)

-

8

(42,1)

7

(43,7)

-

3

(15,8)

1

(6,2)

>0.99

Intuitivo 1

(33,3)

1

(33,3)

0 (0)

2 (66,6)

2 (66,6)

0 (0)

0 (0)

0 (0)

0 (0)

0 (0)

1 (100)

1 (100)

En

Visual 6

(25)

2

(10,5)

>0.99

9

(37,5)

11

(57,9)

0.863

9

(37,5)

6

(31,5)

>0.99 4

(28,5)

4

(26,6)

-

5

(35,7)

6

(40)

0.3077

5

(35,7)

5

(33,3)

>0.99

Verbal 2

(16,6)

1

(7,7)

3 (25)

6 (46,1)

7 (58,3)

6 (46,1)

0 (0)

0 (0)

3 (50)

0 (0)

3 (50)

2 (100)

Pr

Ativo 0

(0)

0

(0)

-

3

(20)

2

(16,6)

>0.99

12

(80)

10

(83,3)

0.681 0

(0)

1

(16,7)

>0.999

2

(25)

2

(33,3)

>0.999

6

(75)

3

(50)

>0.99

Reflexivo 7

(33,3)

10

(50)

11 (52,4)

5 (25)

3 (14,3)

5 (25)

3 (25)

4 (36,4)

4 (33,3)

4 (36,4)

5 (41,6)

3 (27,2)

Ent

Sequencial 5

(20)

6

(22,2)

-

7

(28)

9

(33,3)

>0.99

13

(52)

12

(44,4)

0.329 3

(20)

4

(33,3)

>0.999

7

(46,6)

4

(33,3)

0.1026

5

(33,3)

4

(33,3)

0.755

Global 0

(0)

0

(0)

2 (18,2)

2 (40)

9 (81,8)

3 (60)

1 (20)

0 (0)

0 (0)

4 (80)

4 (80)

1 (20)

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100

Pensamento Crítico

A análise de competência de pensamento crítico foi avaliada pela pontuação total

do instrumento, a qual representa o resultado do somatório das cinco escalas, e pelos cinco

domínios que compõem a escala individualmente. A tabela 4 demonstra a evolução da

competência de pensamento crítico ao longo tempo (1 e 2) para ambos os campi.

Na avaliação do somatório total do QPCEPS foi identificada elevação na medida

da demonstração de competência de pensamento crítico para os estudantes submetidos ao

método de ensino tradicional (80,4±5,68 para 81,6±6,73) e redução para os estudantes

submetidos ao método ativo (81,0±6,24 para 80,4±6,97), porém ambas alterações não

foram significativas. Apesar das variações encontradas, em ambos os momentos de

coleta, os estudantes foram categorizados com “elevada demonstração de competência de

pensamento crítico” ao longo do tempo.

No que diz respeito à comparação intracampus das cinco escalas de pensamento

crítico, no tempo 1 e 2, foi observada diferença estatisticamente significante apenas na

escala “Análise” (p=0,0323), para os estudantes do curso submetidos ao método ativo

(Tabela 4). Na mesma comparação para o método de ensino tradicional, não foram

observadas diferenças estatisticamente significativas entre os estudantes.

Nas análises de comparação inter-campus da competência de pensamento crítico

não foi observada diferença estatisticamente significante nas escalas de pensamento

crítico entre os estudantes do curso no método ativo e método tradicional em ambos os

momentos de medida (Tabela 5).

Em relação às análises do pensamento crítico em relação ao sexo, apenas na

medida 2 ocorreu diferença estatisticamente significante na escala “Inferência” entre os

estudantes do sexo feminino inter-campus (U= 29,5; p= 0,049). Contudo, foi observado

que no total os estudantes do sexo masculino do curso no método ativo obtiveram valores

superiores quando comparados aqueles do método tradicional (U= 54,5; p=0,0455).

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Tabela 4. Distribuição das escalas de pensamento crítico entre os estudantes do curso de medicina dos campis com método Ativo e método Tradicional segundo a variável

método de ensino. Sergipe, Brasil, 2017.

Escalas Tempo de medida Método Ativo

(X± dp)

Z p valor Tempo de medida Método Tradicional

(X± dp)

Z p valor

M1- Ano 2015 M2- Ano 2017 M1- Ano 2015 M2- Ano 2017

Interpretação 17,1±1,78 16,7±2,67 1,54 0,1229 17,0±2,05 17,2±2,05 1.31 0.1873

Análise 16,4±1,34 15,9±1,67 2,14 0,0323* 16,0±1,53 15,7±1,82 1.39 0.1634

Avaliação 16,5±2,32 16,1±3,64 0,92 0,3547 16,6±2,35 17,2±2,14 0.82 0.408

Inferência 16,6±1,69 16,3±2,54 1,32 0,1859 16,6±1,98 17,2±2,46 0.61 0.5383

Explicação 14,3± 2,98 14,7± 2,78 0,51 0,6043 14,2±2,36 14,1±2,67 1.02 0.3061

Somatório 81,0± 6,24 80,4± 6,97 0,88 0,3764 80,4±5,68 81,6±6,73 0,78 0,4326

X = média da amostra; dp = desvio padrão da amostra.

Tabela 5. Distribuição das escalas de pensamento crítico entre os estudantes do curso de medicina dos campis com método Ativo e método Tradicional segundo a variável

tempo (medida 1 e 2). Sergipe, Brasil, 2017.

Escalas Tempo M1- Ano 2015

(X± dp)

Z p valor Tempo M2- Ano 2017

(X± dp)

Z p valor

Ativo Tradicional Ativo Tradicional

Interpretação 17,1±1,78 17,0±2,05 0.30 0.7582 16,7±2,67 17,2±2,05 0,26 0,7901

Análise 16,4±1,34 16,0±1,53 0.58 0.5552 15,9±1,67 15,7±1,82 0,12 0,8997

Avaliação 16,5±2,32 16,6±2,35 0.11 0.9047 16,1±3,64 17,2±2,14 1,14 0,2514

Inferência 16,6±1,69 16,6±1,98 0.03 0.9718 16,3±2,54 17,2±2,46 1,32 0,1857

Explicação 14,3± 2,98 14,2±2,36 0.51 0.608 14,7± 2,78 14,1±2,67 0,90 0,3664

Somatório 81,0± 6,24 80,4±5,68 0,72 0,4674 80,4± 6,97 81,6±6,73 0,37 0,7054

X = média da amostra; dp = desvio padrão da amostra.

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102

DISCUSSÃO

Os estilos de aprendizagem podem ser influenciados pelo ambiente de formação,

culturalmente, devido às diferentes experiências de socialização.1 Nesse sentido, os dados

encontrados na amostra do estudo possuem algumas similaridades e divergências em

relação à literatura.

Independentemente do curso, a revisão da literatura realizada por Silva11 aponta

que, quanto à percepção da informação, os estudantes brasileiros têm preferência por

aprender de forma mais prática, elegendo representações visuais para facilitar a entrada

da informação. Já quanto ao processamento, tendem a escolher situações dinâmicas

capazes de promover maior experimentação do conteúdo. Contudo, quanto ao

entendimento, parte dos alunos indica que para compreender melhor necessitam antes de

uma visão geral sobre o conteúdo, outros aprendem melhor através de uma sequência

lógica de etapas.

De modo semelhante, nos estudos internacionais alguns pontos são congruentes

com os achados. Especificamente na área de Saúde, estudo realizado com graduandos de

Enfermagem identificou perfil dominante de estudantes sensoriais, visuais, reflexivos e

globais.1 Na área de Odontologia os estudantes apresentaram preferência pelos estilos

sensorial e sequencial.12 Os alunos de Medicina Veterinária foram classificados como

sensoriais, visuais, ativos e sequenciais.13 Esse mesmo perfil foi identificado entre os

estudantes de Optometria.14

O fato de na linha de base os estudantes dos dois métodos de ensino (ativo e

tradicional) apresentarem o mesmo perfil de preferência de estilos de aprendizagem era

esperado, visto que inicialmente representavam a mesma população, graduados no ensino

médio que foram submetidos ao mesmo método de ensino no sistema educacional

brasileiro.

Os perfis de aprendizagem preteridos na linha de base também podem ser

explicados pelo modelo de sistema educacional adotado no Brasil. Em relação à dimensão

“processamento” os estudantes tinham estilo de aprendizagem reflexivo, ou seja,

precisam refletir sobre o assunto apresentado e processar o conteúdo preferencialmente

de maneira individual. Ademais, soma-se o estilo de entrada visual, podendo ser

hipotetizado que a observação por meio de aulas expositivas tradicionais no modelo

escolar, que utilizam como principal recurso a apresentação de slides e o encaminhamento

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de atividades para serem realizadas em suas residências, pode influenciar o

direcionamento do perfil dos estudantes.

Além disso, na dimensão “percepção” a ênfase no estilo sensorial está

intimamente associada à boa capacidade de memorização.5 Historicamente, a

memorização tem sido uma das estratégias de aprendizagem mais utilizadas na formação

escolar15,16 e, sobretudo, na preparação dos exames que possibilitam o acesso ao ensino

superior, em geral compostos por questões de múltiplas escolhas. Esse modelo de

avaliação também pode reforçar o perfil visual de aprendizagem, visto que pode

desencorajar a verbalização como método de entrada das informações.

É importante ressaltar que o perfil de egresso preconizado pelas Diretrizes

Curriculares Nacionais para os Cursos de Medicina aponta que os profissionais devem ter

“(...) formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos

diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e

reabilitação da saúde (...).17 Desse modo, os de estilos de aprendizagem identificados na

amostra do estudo podem comprometer algumas competências necessárias para este

perfil, como liderança, comunicação, administração e educação permanente. Contudo, a

caracterização do perfil de estilos não tem como foco a identificação de qual o melhor ou

pior domínio. De acordo com Felder18 todos os estilos apresentam pontos fortes e pontos

fracos, e afirma que os estudantes só desenvolverão a destreza mental de que necessitam

se forem instruídos a exercitar todos os tipos de estilos. Desse modo, a caracterização do

perfil serve como indicador norteador ou adaptador das estratégias de ensino que podem

ser apresentadas aos discentes, de modo a otimizar as competências requeridas para sua

formação plena.

Quando comparados ao sexo dos estudantes não houve diferenças significativas

entre os estilos de aprendizagem de homens e mulheres. Entre os estudos realizados com

estudantes da área de Saúde não existe unanimidade em relação ao fato do sexo

influenciar nos estilos de aprendizagem. Entre estudantes de Engenharia Biomédica uma

percentagem significativamente maior de estudantes do sexo feminino apresentou

preferência pelo estilo sensorial e ativo.19 Entre os estudantes de Optometria, as mulheres

apresentaram maior preferência pelo estilo reflexivo e visual do que os homens.14

Entretanto, não foram identificadas diferenças significativas entre os estilos e os sexos de

estudantes de Farmácia.20

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Ainda em relação a variável sexo, utilizando instrumentos diferentes também não

existe unanimidade em relação a sua influência sob os estilos de aprendizagem

Ghazivakili et al.2 encontraram relação entre os estilos de aprendizagem e o sexo dos

estudantes, com os homens apresentando maior perfil de aprendizagem assimilador e as

mulheres perfil convergente.

Porém, no estudo de Meyari et al.21 e no estudo de Yenice22 não foram

identificadas diferenças entre os estilos e o sexo dos estudantes. Assim, visto que as

evidências possuem diferentes abordagens e heterogeneidade nos métodos de avaliação,

a variável sexo não parece ser preditora do estilo de aprendizagem dos estudantes e as

relações encontradas podem estar novamente associadas às características culturais de

exposição social das amostras.

Na medida 2, o fato de os estudantes não terem modificado o perfil dos estilos de

aprendizagem pode ser abordado em duas vertentes. A primeira é que os estilos dos

graduandos não são modificados facilmente pois as suas preferências de aprendizagem

são construídas ao longo da sua carreira estudantil, assim que iniciam sua formação, bem

antes do início do curso universitário23,11. Com base nessa vertente as mudanças nos

estilos não seriam esperadas em ambos os campi. Ademais, visto que os estilos de

aprendizagem dos estudantes diferem de acordo com a área de conhecimento dos Cursos,

seria esperado que os dois grupos de alunos de Medicina possuíssem o mesmo perfil,

independentemente do método de ensino.

A segunda vertente é que os estilos de aprendizagem tendem a se modificar para

atender às exigências durante a formação no Curso. No estudo de Kuri24 e no estudo de

Siriopoulos e Pomonis25 foi identificada modificação nos perfis dos estilos de

aprendizagem entre a linha de base e após serem submetidos ao Curso superior. Partindo

desse pressuposto, o fato de o perfil dos estudantes submetidos ao método tradicional não

ter sido modificado poderia ser esperado, visto que o modelo de ensino tradicional é

bastante semelhante ao modelo adotado na formação pré-universitária. Por outro lado, os

estudantes submetidos ao método ativo poderiam ter modificado, pelo menos, o perfil no

domínio “processamento” para favorecer o aprendizado, visto que indivíduos com perfil

ativo possuem maior propensão aos métodos de ensino ativos.26

Ainda sobre a perspectiva de que os estilos poderiam ser modificados de acordo

com a exposição do estudante aos métodos de ensino, uma possível explicação para o

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perfil identificado no campus com metodologia ativa é que o intervalo entre as duas

coletas não foi longo suficiente para captar as modificações que o Curso possa ter causado

sob o perfil dos estilos de aprendizagem dos estudantes. Outra possível explicação pode

ser encontrada no estudo de Hur e Kim27, que comparou os resultados acadêmicos de

grupos de estudantes de Medicina (ativos, reflexivos e mistos) com diferentes estilos de

aprendizagem, submetidos à um cenário de ensino com método ativo. Os autores

apontaram que os estudantes caracterizados com perfil de aprendizagem ativos não

tiveram os melhores escores de pontuação em nenhuma das áreas testadas.

Hur e Kim27 identificaram que o grupo de estudantes caracterizados como

reflexivos tiveram melhor aproveitamento no aspecto “participação” e os estudantes do

grupo controle (composto por estudantes com perfil ativo e estudantes com perfil

reflexivo) apresentaram melhores resultados na variável “trabalho em equipe”. A

interpretação apresentada pelos autores é que, embora os aprendizes reflexivos não

apreciem discussões em grupo, eles exercitam bem o pensamento cognitivo que prove

motivação para participar dividindo seus pensamentos com os demais estudantes. Assim,

para o aprendizado baseado em método ativo não há vantagem para os estudantes em

relação ao estilo de aprendizagem. Para confirmar essa hipótese, futuras pesquisas devem

explorar melhor o efeito do método ativo a longo prazo sobre os estilos e sobre os

desfechos de aprendizagem.

No que concerne à avaliação da competência de pensamento crítico, as

modificações observadas nos dois Campi não foram significativas e podem estar

relacionadas às diferentes taxas de respostas na medida 2. Embora ambos os grupos de

estudantes tenham sido classificados com “elevada demonstração de competência de

pensamento crítico”, de acordo com os dados da literatura, seria esperada uma elevação

dos escores dessa competência entre os discentes submetidos ao método ativo28,29,30. Esse

ponto está associado ao fato de que a participação direta do estudante no aprendizado

pode influenciar o desenvolvimento do pensamento crítico.31

Nesse sentido, a ausência de alteração no grupo submetido à metodologia ativa

pode estar relacionada à duração e momento do Curso em que os dados foram coletados

no estudo. No estudo de Ozturk et al.29, que identificou diferença significativa na

competência de pensamento crítico dos estudantes, a avaliação foi realizada no último

ano do Curso de Enfermagem. De modo semelhante as diferenças mais significativas no

pensamento crítico entre os grupos foram identificadas com períodos maiores de

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106

exposição ao método ativo. Esses achados sugerem que quanto mais tempo os estudantes

são submetidos ao método ativo, maior a chance de incremento nessa competência. Além

disso, é natural que no primeiro ano de curso os estudantes não estejam acostumados com

as estratégias de ensino aplicadas no método ativo, comprometendo os seus resultados

em termos de competências.

É importante ressaltar que estes argumentos não significam que os estudantes

submetidos ao método tradicional não poderiam otimizar suas competências de

pensamento crítico. Entretanto, ao contrário dos estudos com foco no método ativo, existe

escassez de estudos que tenham testado essa mensuração em Cursos com métodos apenas

tradicionais.

Ao comparar as competências de pensamento crítico de estudantes de

Enfermagem, Choi et al.32 não encontram diferença significativa entre os discentes

submetidos ao método tradicional e método ativo. Pardamean33 não encontrou resultado

significativo na elevação do pensamento crítico de discentes de Odontologia submetidos

ao método ativo. Mesmo em alguns estudos que encontraram diferenças entre os dois

métodos, como o estudo de Oztuk et al.29, questões metodológicas não permitem uma

comparação efetiva, visto que não houve avaliação das competências na linha de base.

Apesar dos dados encontrados no estudo representarem algumas informações

importantes para caracterização dos estilos de aprendizagem e pensamento crítico de

estudantes de Medicina, algumas limitações devem ser destacadas. A primeira limitação

está relacionada ao tamanho amostral do estudo, que pode ter conduzido à perda de

significância estatística, e ao fato de ter sido realizado em uma instituição apenas, não

permitindo a generalização dos dados para outras universidades. Além disso, uma

limitação assumida em qualquer estudo que utilize questionários é que o auto-relato pode

conduzir a viés de os estudantes optarem por respostas socialmente desejáveis. Por fim,

apesar de estarem em Campi diferentes, os professores compõem a mesma instituição o

que permite a troca de experiências didáticas entre eles. Assim, alguns docentes do

Campus com método tradicional, ainda que de maneira pontual e isolada, geralmente

adotam estratégias de ensino baseadas no método de ensino ativo, o que pode ter

colaborado para ausência de diferenças inter-campus.

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107

CONCLUSÃO

Os estudantes dos dois Campi apresentaram o mesmo perfil de preferência de

estilos de aprendizagem sendo caracterizados pelos estilos sensorial, visual, reflexivo e

sequencial. Após serem submetidos aos métodos de ensino tradicional e ativo não houve

diferença significativa no perfil de estilos de aprendizagem dos estudantes. Em relação a

competência de pensamento crítico os estudantes foram categorizados com “elevada

demonstração de competência de pensamento crítico” ao longo do tempo. Ademais, não

foram identificadas modificações significativas nos escores QPCEPS após o período de

instrução nos Cursos, provavelmente devido à duração do estudo e estágio da graduação

em que os discentes estavam.

Assim, os dados encontrados possibilitaram a caracterização dos estilos de

aprendizagem e pensamento crítico dos discentes de Medicina na instituição estudada, de

modo à permitir que os docentes possam planejar as estratégias de ensino que sejam mais

efetivas para cada estilo, otimizando a capacidade de pensamento crítico dos alunos.

Entretanto, ambos os métodos necessitam de estudos com maior poder de generalização

e robustez metodológica para que as comparações possam ser efetivas.

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111

4.3. MÉTODO TRADICIONAL VERSUS MÉTODOS ATIVO: UMA ANÁLISE DO

PERFIL DO PENSAMENTO CRÍTICO EM ESTUDANTES DE FARMÁCIA

Autores:

Elisdete Maria Santos de Jesus1, Márcio Lima da Conceição Vieira1, Daniel Tenório da

Silva2, Chiara Ermínia da Rocha1, Ângelo Antoniolli1, Adriana Andrade Carvalho1.

Afiliação:

1Universidade Federal de Sergipe

2Universidade Federal do Vale do São Francisco

Instituição em que a pesquisa foi conduzida:

Universidade Federal de Sergipe

Endereço do autor correspondente:

Elisdete Maria Santos de Jesus, Avenida Governador Marcelo Déda - São José, Lagarto

- SE, 49400-000, Universidade Federal de Sergipe, Campus José Antônio Garcia Filho,

Departamento de Farmácia, Bloco A.

[+55 (79) 98819-7073; [email protected]].

Conflitos de Interesse: Os autores declaram que não há conflito de interesses.

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112

RESUMO

Introdução: o ensino farmacêutico em sua trajetória perpassou por diversas alterações

visando a definição clara do papel social do farmacêutico. Atualmente, é essencial a

discussão e reflexão buscando relacionar o conhecimento apreendido, com o perfil

profissional exigido no momento atual. Nessa perspectiva, a verificação do pensamento

crítico se mostra eficaz, uma vez que proporciona o desenvolvimento do raciocínio clínico

e contribui para uma prática profissional de excelência. Objetivo: analisar as

competências de pensamento crítico em estudantes de Farmácia em dois cursos com

metodologias de ensino distintas (tradicional e ativa). Método: Um estudo longitudinal

prospectivo foi realizado em dois campi de uma universidade pública do nordeste

brasileiro, que possuem métodos de ensino distintos (ativo e tradicional). O estudo

ocorreu em dois momentos, participando respectivamente 55 e 42 estudantes de farmácia.

O Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e Profissionais de Saúde foi

utilizado para identificação da competência de pensamento crítico dos estudantes. Os

dados foram analisados através dos testes de Qui quadrado, exato de Fisher e U de Mann-

Whitney. Resultados: os estudantes apresentaram média demonstração de competência

de pensamento crítico. A classificação por escalas de competência demonstrou diferença

significativa para as escalas Inferência (p= 0,0109) para o método ativo e nas escalas de

Avaliação (p=0,0049), Inferência (p=0,0156) e Explicação (p=0,0459) para o método

tradicional. Foi verificado que os estudantes do curso com do método ativo e tradicional,

apresentaram declínio no domínio Inferência. Houve melhora do nível de competência

nas escalas de Avaliação e Explicação, para o método tradicional. Conclusão Para os

estudantes do curso de Farmácia, constatou-se que existem diferenças na competência de

pensamento crítico quando esses estudantes são submetidos a metodologias de ensino

distintas, apontando um declínio na competência Inferência para o método ativo e

tradicional e melhora dos níveis de competência nas escala de Avaliação e Explicação

para o método tradicional. Esses achados podem auxiliar docentes a planejar estratégias

de ensino que sejam mais efetivas para o desenvolvimento e estimulação das

competências crítica dos estudantes de Farmácia.

Palavras-chave: Pensamento Crítico, Estudantes de Farmácia, Métodos de Ensino.

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ABSTRACT

Introduction: Pharmaceutical education in its trajectory has undergone several changes

aiming at the clear definition of the social role of the pharmacist. Currently, discussion

and reflection are essential, seeking to relate the knowledge learned, with the professional

profile required at the moment. From this perspective, the verification of critical thinking

proves to be effective, since it provides the development of clinical reasoning and

contributes to a professional practice of excellence. Objective: to analyze the critical

thinking skills in Pharmacy students in two courses with different teaching methodologies

(traditional and active). Method: A prospective longitudinal study was carried out on two

campuses of a public university in the Brazilian Northeast, with different teaching

methods (active and traditional). The study occurred in two moments, with 55 and 42

pharmacy students participating respectively. The Critical Thinking Questionnaire for

Students and Health Professionals was used to identify students' critical thinking

competence. Data were analyzed using the Chi-square test, Fisher's exact test and Mann-

Whitney U test. Results: the students presented a mean demonstration of critical thinking

competence. The classification by competence scales showed a significant difference for

the Inference (p = 0.0109) scales for the active method and for the Assessment (p =

0.0049), Inference (p = 0.0156) and Explanation (p = 0.0459) for the traditional method.

It was verified that the students of the course with the active and traditional method,

presented a decline in the Inference domain. There was an improvement in the

competence level in the Assessment and Explanation scales for the traditional method.

Conclusion: For students of the Pharmacy course, it was found that there are differences

in critical thinking competence when these students are submitted to different teaching

methodologies, pointing to a decline in competence Inference to the active and traditional

method and improvement of competence levels in the Scale of Evaluation and

Explanation for the traditional method. These findings may help teachers plan teaching

strategies that are most effective for the development and stimulation of critical

competencies of Pharmacy students.

Key-words: Critical Thinking, Pharmacy Students, Teaching Methods.

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INTRODUÇÃO

Atrelado às mudanças políticas e sociais, o ensino farmacêutico em sua trajetória

perpassou por diversas alterações até a uniformização de currículos, visando a definição

clara do papel social do farmacêutico (SILVA et al., 2011). A articulação da Federação

Internacional de Farmácia (International Pharmaceutical Federation - FIP) com a

Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para Educação,

Ciência e Cultura (UNESCO), resultou no documento “The Global Pharmacy Education

Action Plan 2008-2010” que estabeleceu o desenvolvimento de competências para os

serviços farmacêuticos e a garantia da qualidade para os cursos de formação em Farmácia

(ANDERSON et al., 2008).

Em 2012 nos Estados Unidos, 70% das escolas de Farmácia já adotavam as

recomendações sobre as estratégias para melhorar a proficiência dos alunos com a

integração da aprendizagem ativa nos currículos (SALINITRI et al., 2012). No Brasil, as

instituições de ensino superior, visando atender o que está preconizado pelas diretrizes

curriculares nacionais, passaram a direcionar seus currículos para uma formação

humanística, crítica e reflexiva, desenvolvendo nos futuros profissionais as habilidades

de tomada de decisão, liderança, raciocínio lógico e generalista integrando os diversos

saberes e visando a melhora da atuação desse profissional nas práticas farmacêuticas

relativas ao cuidado (BRASIL, 2017).

A busca por profissionais cada vez mais capacitados que atendam as demandas da

população cresce a procura por estratégias que identifiquem e caracterizem o perfil dos

estudantes baseando-se em sua forma de pensar, processar e reter a informação

(GHAZIVAKILI Z et al., 2014). No âmbito educacional, a estimulação do pensamento

crítico tem se tornando essencial para que os educadores conheçam e utilizem essa

ferramenta na tentativa de atender às necessidades dos estudantes.

O pensamento crítico é uma ação proposital e controlada que de acordo com

Facione (2011) resulta em interpretação, análise, avaliação, inferência e explicação

eficiente em alcançar os benefícios decorrentes de uma ação (MCCORMICK 2014).

Dentro do contexto da formação do farmacêutico, é essencial a discussão e

reflexão buscando relacionar o conhecimento apreendido com o perfil profissional

exigido no momento atual.

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Nessa perspectiva, a verificação do pensamento crítico se mostra eficaz, uma vez

que proporciona o desenvolvimento do raciocínio clínico e contribui para uma prática

profissional de excelência (CROSKERRY, 2012; FACIONE, 2011). Contudo é

necessário que os educadores estejam dispostos a ousar e apresentar estratégia e métodos

de ensino que garantam o aprendizado destas habilidades de modo a considerar e respeitar

as diferenças dos educandos (PAULSEN, 2015).

Diante do exposto, é importante adequar o modo de ensinar e, dessa forma,

propiciar aos alunos performance ideal, de modo a atender as expectativas de excelência

profissional, entendendo a profissão como uma forma de participação e contribuição

social (ALMEIDA & DALPIZZOL, 2014; JACONDINO 2015). Dessa forma, o objetivo

desse estudo foi analisar as competências de pensamento crítico em estudantes de

Farmácia em dois cursos com metodologias de ensino distintas (tradicional e ativa).

MÉTODO

Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo longitudinal (prospectivo) do tipo antes e depois, realizado

de março a agosto de 2017. Este estudo foi realizado em uma universidade pública,

localizada no nordeste brasileiro. Esta universidade possui dois campi da área da saúde,

um com método tradicional e outro com métodos ativos de ensino, como a Aprendizagem

Baseada em Problemas (ABP) e a Problematização (baseado no Arco de Charles

Maguerez).

No campus de metodologia tradicional os componentes curriculares estão

dispostos em ano/semestres, e são compostos por disciplinas de ensino com uso de

estratégias, como: aulas expositivas, palestras, atividades de caráter teórico-prático em

laboratórios. Nesse tipo de método, o professor, por meio de aulas habitualmente

expositivas, é o grande responsável por fornecer o conteúdo a ser aprendido.

No campus de metodologias ativas os anos de curso estão dispostos em

blocos/ciclos e são compostos por Módulos Tutoriais, Habilidades e Práticas de Ensino

Farmacêutico na Comunidade (PEFC), que correspondem aos componentes curriculares,

de caráter obrigatório. Essas metodologias promovem uma formação com base na

reflexão sobre a realidade, a partir de contextos teóricos e práticos de modo a desenvolver

nos estudantes o raciocínio crítico e a capacidade de resolver problemas aprimorando a

maneira como esses adquirem, retêm e usam o conhecimento.

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Participantes do estudo

Foi selecionada uma amostra por conveniência constituída por estudantes do curso

de graduação em Farmácia matriculados no primeiro semestre letivo nos dois campi. Para

serem considerados como população elegível para o estudo, os estudantes deveriam estar

devidamente matriculados no curso de Farmácia, estar presentes em sala de aula no

momento da aplicação dos instrumentos, (campus de Metodologia Ativa) ou aceitar

responder o questionário na plataforma on-line (campus de Metodologia Tradicional),

bem como aceitar a solicitação de participação enviada pela plataforma on-line, e

concordar em participar por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Instrumento para coleta de dados

Para identificação das competências de pensamento crítico dos estudantes foi

utilizado o Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e Profissionais de Saúde

(QPCEPS).

O Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e Profissionais de Saúde,

instrumento adaptado por Amorim (2013), baseado nos testes de pensamento crítico de

Facione (2011), que apresenta dilemas clínicos em torno de diversos contextos da área de

saúde, envolvendo tomada de decisão ou resolução de problemas.

Este instrumento possui 25 questões de múltipla escolha distribuídas em 5 escalas

que avaliam diferentes competências de pensamento crítico: Interpretação, Análise,

Avaliação, Inferência e Explicação, (ALICH, 2016, AMORIM, 2013). (O quadro 1

apresenta a descrição das escalas de competências de pensamento crítico). O instrumento

se baseia em uma avaliação do raciocínio que permite ao respondente optar por assinalar

uma opção de resposta que considere a mais correta e completa e que valida se o indivíduo

colocou ou não em prática uma determinada demonstração de competência de

pensamento crítico, mediante a sua opção de resposta ao dilema (AMORIM, 2013).

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Quadro 1: Descrição das escalas de competência de Pensamento crítico, Setembro, 2017.

Fonte: Adaptado de Alich (2016), Amorim, (2013).

Nesse instrumento, a obtenção do nível de demonstração de competência de

pensamento crítico é verificada utilizando uma classificação de pontos onde os

respondentes poderão ter uma classificação entre 5 e 20 pontos por escala de competência

e 20 e 100 pontos no total de demonstração da competência de pensamento crítico,

(quadro 2).

Quadro 2. Classificação da demonstração de competência de pensamento crítico.

Fonte: Adaptado Amorim, (2013).

Escalas (Competências) Descrição da competência a avaliar

Interpretação É a capacidade que nos permite compreender, classificar, categorizar as

informações com base em experiências, situações, acontecimentos, julgamentos,

crenças, regras e procedimentos assimilados e expressando o significado ao que

foi observado.

Análise Com o uso desta capacidade é possível identificar e avaliar as relações

intencionais e as inter-relações entre afirmações, questões, conceitos, descrições

ou outras formas de representação destinada a expressar crenças, julgamentos,

experiências, informações ou opiniões.

Avaliação Por meio do uso desta capacidade avalia-se a credibilidade de afirmações e

argumentos que constituem relatos ou descrições da percepção, experiência,

situação, julgamento, crença, ou opinião de alguém; bem como avaliar a lógica

das relações inferenciais entre afirmações, descrições ou outras formas de

representação.

Explicação Com o uso desta capacidade se apresenta os resultados de um raciocínio, a

apresentação envolve o detalhamento das justificativas com argumentos

evidenciais, conceituais, metodológicos, com os critérios e contextos nos quais

os resultados se basearam; expondo o raciocínio sob a forma de argumentos

convincentes.

Inferência Com esta capacidade é possível identificar elementos necessários para a

formulação de conclusões razoáveis; examinar as evidências, formar conjeturas

e hipóteses; considerar relevante as informações originadas por dados,

afirmações, princípios, provas, juízos, crenças, opiniões, conceitos, descrições,

perguntas, ou outras formas de representação.

Pontuação alcançada por escala Classificação

0 - 4 Muito baixa demonstração da competência

5 - 10 Baixa demonstração da competência

10 - 15 Média demonstração da competência

15 - 20 Elevada demonstração da competência

Pontuação total

(somatório das escalas)

Classificação

0 - 25 Demonstração muito baixa das competências de pensamento crítico

26 - 50 Demonstração baixa das competências de pensamento crítico

51 - 75 Demonstração média das competências de pensamento crítico

76 - 100 Demonstração elevada das competências de pensamento crítico

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Procedimentos de Coleta de Dados

O procedimento de coleta de dados ocorreu em dois momentos distintos:

1º Momento: No início do primeiro semestre letivo do primeiro ano de curso, ano

(2015), quando os estudantes tinham apenas quatro semanas de curso realizando os

primeiros contatos com os métodos de ensino.

2º Momento: Início do terceiro semestre letivo do curso, ano (2017), quando já

tinham vivenciado as etapas e atividades dos referidos métodos.

A coleta de dados foi realizada de duas formas utilizando um formulário online

com envio dos questionários por mensagem eletrônica e aplicação dos questionários de

maneira presencial em sala de aula. Os questionários foram aplicados de maneira

presencial em sala de aula, em horários previamente determinados e com a contribuição

dos docentes responsáveis pelas disciplinas. Foram esclarecidos os objetivos da pesquisa

e após preenchimento do TCLE pelo aluno, os instrumentos foram aplicados. Na

plataforma online os questionários e o TCLE ficaram disponíveis para preenchimento

durante dois meses.

O instrumento de pesquisa foi reaplicado após a conclusão de dois semestres

letivos nos mesmos estudantes, a fim de a acompanhá-los em sua trajetória acadêmica.

As variáveis de análise foram organizadas em: 1) sociodemográficas: idade, gênero,

trabalha em alguma atividade remunerada; 2) sócio educacionais: natureza da instituição

onde cursou o ensino médio (pública ou privada), período letivo, e as competências de

pensamento crítico (QPCEPS).

Análise estatística

Uma vez identificadas as competências de pensamento crítico, os dados foram

tabulados e organizados em planilha do Microsoft Office Excel®. Sendo apresentados os

resultados, em números absolutos e relativos. Também foi o teste U de Mann-Whitney,

para identificar a associação estatística entre as competências de pensamento crítico e as

metodologias de ensino foi adotado o nível de significância de 95% onde o p < 0,05 foi

considerado estatisticamente significativo.

As competências de pensamento crítico foram analisadas de duas formas:

individual, onde cada resposta é avaliada separadamente e corresponderam à

demonstração de uma competência específica, demonstrando em quais competências os

estudantes conseguiram se destacar mais.

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A outra forma de avaliar as competências de pensamento crítico é de maneira

global que resultaram no somatório de todas as escalas em que apresentaram um valor

que totalizaram uma baixa, média ou elevada demonstração de competência crítica entre

todas as competências de pensamento crítico.

Aspectos éticos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário da Universidade Federal de Sergipe, de acordo com a Resolução CNS nº

466/2012 sob o número do parecer 1.021.738.

RESULTADOS

No primeiro momento do estudo, participaram 55 estudantes do 1º semestre letivo

de graduação em Farmácia, 30 discentes estavam devidamente matriculados no curso com

método Ativo e 25 discentes matriculados no curso com o método tradicional de ensino.

No segundo momento, participaram 42 estudantes do 3º semestre, 24 pertencentes ao

curso com método ativo e 18 do curso do método tradicional. Esse resultado aponta que

houve perda de 13 (23,63%) estudantes.

Os estudantes submetidos ao método de ensino Ativo apresentaram média de

19,78 (± 2,76) anos. Os estudantes do ensino tradicional apresentaram idade de 21,66 (±

4,78) anos. Dos estudantes analisados 40 (72,72%) eram do gênero feminino e 15

(27,28%) do gênero masculino, 28 (50,90%) estudaram o ensino médio em escola

pública, 24 (43,64%) em escola particular e 3 (5,46%) em ambas as escolas, 47 (85,45%)

alunos não exercem atividade remunerada, enquanto 8 (14,55%) exercem algum tipo de

atividade remunerada. Os dados podem ser observados na Tabela 1.

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Tabela 1: Dados sociodemográficos e sócio educacionais gerais dos estudantes do Curso de Farmácia,

método ativo e método tradicional. Aracaju, 2017.

Variáveis Métodos de Ensino

Método ativo (N= 30) Método tradicional (N= 25)

Idade média (DP) 19,78 (± 2,76) 21,66 (± 4,78)

Sexo n (%) n (%)

Feminino 21(70%) 19(76 %)

Masculino 9 (30%) 6(24%)

Ensino Médio

Escola Privada 13 (43,33%) 11(44%)

Escola Pública 17 (56,67%) 11(44%)

Ambas - 3(12%)

Atividade Remunerada

Sim 2 (6,67%) 6 (24%)

Não 27 (90%) 19(76%)

Não informou 1 (3,33%) -

As análises de competência de pensamento crítico foram avaliadas por meio da

verificação da pontuação individual de cada escala e pontuação total, a qual representa o

resultado do somatório das escalas de competência. No que se refere a demonstração de

competência total, não foi verificada diferença estatisticamente significativa ao se

comparar os estudantes submetidos ao método ativo. Os estudantes iniciaram com média

demonstração de competência de pensamento crítico e essa mesma classificação

permaneceu ao longo do tempo (Tabela 3).

Por outro lado, foi possível observar diferença estatisticamente significativa entre

os estudantes do método tradicional ao longo do tempo (p= 0,0386). Inicialmente eles

foram classificados com elevada competência de pensamento crítico sendo classificados

posteriormente com média demonstração de competência.

No que diz respeito à classificação por escalas de competência de pensamento

crítico, quando comparados os métodos de ensino ativo e tradicional no tempo 1 e 2

(tabela 2), foi observada diferença estatisticamente significativa para as escalas Inferência

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com (p= 0,0109) para o método ativo e nas escalas de Avaliação (p=0,0049), Inferência

(p=0,0156) e Explicação (p=0,0459) para o método tradicional.

Foi verificado que os estudantes do curso com do método ativo sofreram declínio

para a demonstração de competência do pensamento crítico no domínio Inferência, em

relação ao tempo. Em relação à exposição ao método de ensino tradicional, houve

melhora ao longo do tempo dos níveis de competência do pensamento crítico nas escalas

de Avaliação e Explicação, por outro lado também foi verificado um declínio na escala

de competência Inferência.

As demonstrações de competência de pensamento crítico por gênero não

revelaram diferença estatisticamente significativa entre os indivíduos do curso de

farmácia submetidos aos métodos de ensino.

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Tabela 2. Distribuição das escalas de pensamento crítico entre os estudantes do curso de farmácia segundo a variável método de ensino. Sergipe, Brasil, 2017.

Escalas Método Ativo

(X± dp/ mediana)

Z p valor Método Tradicional

(X± dp/ mediana)

Z p valor

M1- Ano 2015 M2- Ano 2017 M1- Ano 2015 M2- Ano 2017

Interpretação 15,7±2,65/16 16,8±2,11/17 1,29 0,1952 15,6±2,89/16 16,2±2,13/16 1,85 0,0636

Análise 14,3±1,81/14 14,7±2,08/15 0,55 0,5812 14,6±1,57/14 15,1±2,14/16 1,37 0,1702

Avaliação 15,9±2,99/16 16,0±1,38/16 1,88 0,0593 15,8±2,71/16 15,8±1,75/15,5 2,81 0,0049

Inferência 15,8±2,58/16 15,1±2,49/15,5 2,54 0,0109 16,7±1,83/16 16,3±1,81/17 2,41 0,0156

Explicação 12,9± 2,48/ 12,9 14,1± 2,59/ 14 0,74 0,4593 14,1± 2,71/ 15 14,3± 2,37/ 14,5 1,99 0,0459

Somatório 74,5±7,70/ 76 76,7± 7,90/ 74 1,16 0,2455 77,6±8,09/ 76 78,0± 6,32/ 75 2,06 0,4705

X = média da amostra; dp = desvio padrão da amostra

Tabela 3. Distribuição das escalas de pensamento crítico entre os estudantes do curso de farmácia dos campis com método Ativo e método Tradicional segundo a variável

tempo (medida 1 e 2). Sergipe, Brasil, 2017.

Escalas Tempo de Medida M1- Ano 2015

(X± dp)

Z p valor Tempo de Medida M2- Ano 2017

(X± dp)

Z p valor

Ativo Tradicional Ativo Tradicional

Interpretação 15,7±2,65/16 15,6±2,89/16 0,1775 0,8591 16,8±2,11/17 16,2±2,13/16 0,9785 0,3278

Análise 14,3±1,81/14 14,6±1,57/14 0,879 0,3794 14,7±2,08/15 15,1±2,14/16 0,5083 0,6112

Avaliação 15,9±2,99/16 15,8±2,71/16 0,059 0,9528 16,0±1,38/16 15,8±1,75/15,5 0,2796 0,7798

Inferência 15,8±2,58/16 16,7±1,83/16 0,9128 0,3614 15,1±2,49/15,5 16,3±1,81/17 1,6648 0,096

Explicação 12,9 ±2,48/12 14,1± 2,71/ 15 1,9439 0,0519 14,1± 2,59/ 14 14,3± 2,37/ 14,5 0,394 0,6936

Somatório 74,5±7,70/ 76 77,6±8,09/ 76 0,7775 0,4368 76,7± 7,90/ 74 78,0± 6,32/ 75 0,1014 0,5292

X = média da amostra; dp = desvio padrão da amostra

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DISCUSSÃO

O instrumento (QPCEPS) fornece uma pontuação geral para as competências de

pensamento crítico e uma seleção de pontuações por escala. A pontuação geral descreve a força

geral no uso do raciocínio para formar julgamentos reflexivos sobre o que acreditar ou o que

fazer (CCTST, 2016). Nessa perspectiva, não foi observada a evolução dos estudantes de

farmácia que iniciaram a pesquisa caracterizados como indivíduos com média e elevada

competência de pensamento crítico passando para elevada competência ao longo de um ano.

Esse resultado pode estar atrelado a escolha dos conteúdos e utilização de estratégias

para lidar com situações de tomada de decisão individuais ou coletivas, uma vez que o uso desse

tipo de instrumento também serve para auxiliar o docente a descrever as potencialidades e

fragilidades relativas às habilidades específicas de pensamento crítico. De acordo com Carvalho

(2017) para obter uma boa pontuação geral, o estudante deve se destacar na aplicação

sustentada, focada e integrada das habilidades básicas de raciocínio, que inclui as pontuações

de análise, inferência, avaliação, indução e dedução.

Nesse contexto, verifica-se que, diante da demanda de reorientação profissional, há uma

necessidade de mudanças nos processos educativos para formar profissionais críticos e

reflexivos voltados para a necessidade do sistema de saúde (Albuquerque, 2009). Ainda que a

competência de pensamento crítico em ambos os campi tenha apresentado semelhanças,

apresentando média demonstração de competência crítica na soma total, foram evidenciadas

diferenças, para alunos da metodologia ativa com significância para competência Inferência e

no método tradicional com significância nas competências Avaliação, Inferência e Explicação.

De acordo com Carvalho (2017) e Alich (2016), a habilidade Inferência é usada quando

o estudante é capaz de utilizar essa competência para identificar elementos necessários para a

formulação de conclusões razoáveis; examinar as evidências, formular hipóteses e considerar

relevante as informações originadas por dados. Ainda dentro dessa perspectiva, o estudante ao

utilizar essa competência ele deve avaliar as informações como relevante ou não de uma dada

alternativa, questão, teoria, ou afirmação, e assim, determinar as estratégias de investigação

possíveis para a aquisição dessa informação.

Dentro desse contexto, verifica-se que os estudantes submetidos ao método de ensino

ativo e tradicional apresentaram declínio nessa competência, esse dado pode estar atrelado a

dois fatores: o primeiro o fato dos estudantes estarem cursando os períodos iniciais em que os

mesmos estão se adaptando aos conteúdos e a forma de participação nas aulas e o segundo fator

foram as perdas na amostras dos estudantes de um ano para o outro.

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124

Nessa perspectiva, Pinho (2015) enfatiza que a nova fase de adaptação à realidade do

ambiente universitário pode fazer com que os estudantes se sintam perdidos por ter que lidar

com diferentes situações aprendizagem que não correspondem com o conhecimento aprendido

anteriormente. Em seus estudos, Araújo e colaboradores (2015) e Rodrigues (2010), afirmam

que o primeiro ano acadêmico é determinante para os níveis de sucesso, satisfação acadêmica

e padrões de desenvolvimento. É um período de vulnerabilidade em que os problemas na

adaptação podem gerar abandono, pois os níveis de transição são considerados elevados pelos

estudantes, gerando problemas na resolução das atividades acadêmicas, pessoais e sociais.

Rodrigues (2010) enfatiza que um baixo rendimento acadêmico nessa fase, pode significar que

o estudante ainda não adquiriu os conhecimentos necessários para a sua formação e que não

possui as competências necessárias para a resolução de problemas.

Nesse contexto, os professores, juntamente com a equipe pedagógica, devem criar

condições que motivem os estudantes a desenvolver competências de análise de tarefas e

definição de objetivos, seleção e adaptação de estratégias, promovendo o processo de

aprendizagem dos estudantes. Dessa forma, salienta-se que a instituição de ensino superior deve

participar do processo criando espaços de apoio aos estudantes, para solucionar os problemas

na sua adaptação, essa intervenção deve passar, por uma perspectiva multidisciplinar e

transversal que envolva práticas pedagógicas de adaptação.

No tocante à competência Explicação, foram evidenciadas diferenças, favorecendo os

estudantes do método tradicional. De acordo com (Alich 2016), esta competência representa a

forma como o estudante consegue justificar e apresentar os resultados de um raciocínio a que

lhe é colocado. Uma pontuação elevada nessa competência significa que o aluno possui

capacidade de compartilhar seus pontos de vista e ser capaz de se fazer entender por outras

pessoas, mostrando como e por que razão chegou as suas conclusões.

Embora não tenham ocorrido mudanças significativas nos escores totais durante o

estudo, para os estudantes do método ativo, os escores obtidos para escala Explicação se

mostraram favoráveis. Os achados desse estudo estão corroborados pelos estudos de Cisneros

(2009), que avaliou o pensamento crítico em estudantes de farmácia nos Estados Unidos, onde

a competência explicação sofreu variação significativa quando comparando estudantes de duas

classes diferentes de um ano letivo para o outro. De modo semelhante, os dados se assemelham

aos estudos de Miller (2003) e Phillips et al. (2004) que relataram aumentos significativos nos

escores em seus estudos com as mesmo grupo de estudantes que foram acompanhados desde a

admissão até a graduação.

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No presente estudo, os escores foram comparados antes e após 1 ano acadêmico

apenas. O estudo de Miller (2003) também apresentou dados anuais para várias classes,

contudo nenhuma mudança anual significativa foi indicada. No entanto, o mesmo estudo

comprovou uma tendência para pontuações mais altas à medida que os alunos prosseguiam no

curso ao longo do tempo. Ademais, vale ressaltar que as diferenças de pontuação entre os

estudantes pode estar relacionada à inserção de novas estratégias de ensino aplicadas ao método

tradicional. Nesse contexto, Xavier (2014) e Almeida (2011), enfatizam a necessidade das

mudanças na educação e no sistema educativo, sobretudo na inserção de novas estratégias de

ensino com inserção de práticas pedagógicas críticas, reflexivas que estimulem o

desenvolvimento do pensamento crítico nos indivíduos.

Uma pequena mudança na pontuação embora não significativa foi verificada na escala

de Avaliação com os estudantes do método ativo. Esses dados corroboram com os estudos de

Cisneros (2009) e Miller (2003) com estudantes de farmácia que não apontaram grandes

mudanças nas competência de pensamento crítico ao longo do tempo.

Os dados obtidos nesse estudo apontam para diferenças significativas de modo positivo

para os estudantes do método tradicional na análise da competência Avaliação. Esses dados

correspondem de maneira contrária aos estudos de Pires (2009) e Lunney (2010 que apontam

esse método de ensino como uma das principais barreiras para a disseminação e o crescimento

do pensamento crítico no âmbito acadêmico.

O resultado da competência Avaliação para os estudantes do método tradicional pode

estar atrelado ao fato de os estudantes manterem a capacidade de articulação da avalição de

seus julgamentos mediante a exposição das informações no período estudado. É importante

destacar que mesmo sendo um método de poucas estratégias para estimulação do pensamento

crítico, Farias (2016) enfatiza que o desenvolvimento de competências e habilidades para o

pensamento crítico sempre foi objetivo da educação.

Na perspectiva da aprendizagem, o resultado observado corrobora com o estudo de

Amorim (2013) realizados com estudantes das área de saúde que ao manter os níveis elevados

dessa competência o estudante desenvolve habilidades de avaliar afirmações, reivindicações, e

os mais diversos argumentos. Contudo, é importante salientar que não existe uma única forma

de praticar ações de desenvolvimento e estimulação das competências de pensamento crítico,

por outro lado, é fundamental que o estudante seja despertado a utilizar sua capacidade de

avaliar as afirmações e argumentos para que ao exercer a sua prática consiga dominar suas

habilidades técnicas e utilizar o pensamento crítico para avaliar qual melhor decisão seguir no

planejamento dos cuidados em saúde.

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Embora os dados evidenciados no estudo representem informações importantes para

análise do perfil do pensamento crítico de estudantes de Farmácia, algumas limitações devem

ser destacadas. A primeira limitação está relacionada ao tamanho amostral do estudo, que pode

ter conduzido à perda de significância estatística, e ao fato de ter sido realizado em uma

instituição apenas, não permitindo a generalização dos dados para outras universidades. Outra

limitação está relacionada ao pequeno espaço de tempo para verificar as mudanças e influências

do pensamento crítico. Mudanças significativas nos escores de pensamento crítico com esse

instrumento exigem um período de verificação estudo mais longo.

CONCLUSÃO

Em relação à competência de pensamento crítico os estudantes foram caracterizados

com “elevada demonstração de competência de pensamento crítico” ao longo do tempo.

Ademais, foram identificadas modificações significativas nos escores QPCEPS após o período

de instrução nos cursos, apontando um declínio na competência Inferência para o método ativo

e tradicional. No entanto, em relação a exposição ao método de ensino tradicional houve

melhora dos níveis de competência do pensamento crítico nas escala de Avaliação e Explicação

ao longo do tempo, essas modificações no perfil podem estar relacionadas ao estágio da

graduação em que os discentes estavam e pela inserção de estratégias diferenciadas de ensino

ao método tradicional.

Assim, os dados encontrados possibilitaram a análise das competências de pensamento

crítico dos discentes de Farmácia na instituição, de modo à permitir que os docentes possam

planejar as estratégias de ensino que sejam mais efetivas para desenvolvimento e estimulação

das competências crítica dos estudantes.

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CONTRIBUIÇÕES DA

TESE

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5 Contribuições da tese

5.1 Estratégias e Métodos para os estilos de aprendizagem

As estratégias de ensino são caminhos utilizados pelos docentes na articulação do

processo de ensino, visam à obtenção de objetivos de aprendizagem e dessa forma, deve-se ter

clareza onde se pretende chegar com o processo de ensino e aprendizagem (MAZZIONI, 2013).

Nessa perspectiva, Petrucci e Batiston (2006) ressaltam que as estratégias apresentadas não são

absolutas, nem imutáveis, elas se constituem em ferramentas que podem ser adaptadas,

modificadas, ou combinadas pelo docente, conforme julgar necessário.

A necessidade de conhecer os estilos de aprendizagem dos alunos para evitar o uso de

metodologias ineficientes passou a ser o foco de estudos (MIRANDA, MORARES 2008,

TAPIAS et al, 2011, JESUS 2017). Desta forma, levar em conta os estilos de aprendizagem dos

estudantes, pode tanto auxiliar na escolha das estratégias de ensino mais adequadas para as

atividades, quanto auxiliar o próprio estudante, individualmente, na utilização de estratégias de

aprendizagem que se ajustem ao seu estilo.

Nesse contexto, se os professores conhecerem as forças e fraquezas dos estudantes, eles

poderão responder adequadamente a elas, assim acredita-se que de posse desse conhecimento

o aproveitamento dos estudantes tende a se elevar, as taxas de retenção tendem a decrescer

(COFFIELD et al, 2004). Portanto, conhecer a predominância dos estilos de aprendizagem

parece fundamental para adaptar as estratégias de ensino aprendizagem às características que

os estudantes (TAPIAS et al, 2011). Outrossim, convém retomar que a iniciativa de conhecer

os estilos não se constitui a prerrogativa de criar modelos, prescrevendo estratégias de ensino

específicas para cada estilo de aprendizagem, ao contrário o que se pretende é indicar algumas

alternativas que contribuam para o exercício da docência.

Na sequência, estão descritas as etapas que poderão auxiliar na identificação de

possíveis métodos e estratégias de ensino com base nos perfis dos estudantes (MIRANDA,

2011). O (quadro 1), aponta as etapas de identificação do métodos e estrátegias para os estilos

de aprendizagem.

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132

➢ A primeira etapa visa identificar os perfis de aprendizagem dos alunos a fim de

reconhecer por quais meios estes discentes podem maximizar o aprendizado.

➢ Segunda etapa, com base nos perfis identificados, buscar métodos e estratégias. Nessa

etapa é importante salientar que, inicialmente, o docente pode utilizar a estratégia de

acordo com o estilo predominante do estudante. Contudo, a utilização de estratégias

associadas pode deixar o processo dinâmico permeando mais de um estilo até mesmo

aquele estilo que é pouco expressado pelo estudante;

➢ Terceira etapa tem como objetivo execução das estratégias selecionadas; nessa etapa o

professor deve se valer da utilização dos planejamento das ações pedagógicas (uso de

planos de ensino, planos de aulas);

➢ Quarta etapa avaliar se as estratégias desenvolvidas são eficazes para o perfil de

aprendizagem do discente, (averiguação de comportamento, envolvimento, participação,

interesse, rendimento) medir a eficácia desses métodos e estratégias e qual a visão

discente sobre os mesmos, feedback.

Quadro1. Etapas de identificação de possíveis método e estratégias para os estilos de

aprendizagem.

Verificação das caracteristicas de

aprendizagem

Escolha dos Métodos

/estratégia de ensino

Aplicação do método/estratégia

Avaliação das estratégias

desenvolvidas

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133

Os perfis de estilos de aprendizagem não indicam a adequação ou inadequação dos

estudantes para uma determinada forma de ensino, todavia eles se mostram de forma a se

repensar e melhorar as estratégia de ensino e aprendizagem. O (quadro 2) apresenta os estilos

de aprendizagem e as estratégias de ensinopara cada estilo.

Quadro 2. Apresentação das dimensões de ensino, estilos de aprendizagem e sugestões de

estratégias de ensino.

DIMENSÃO DE

APRENDIZAGEM

ESTILOS DE

APRENDIZAGEM

ESTRATÉGIAS E

MÉTODOS QUE PODEM

SER UTILIZADOS

Percepção da informação: atribui-se a identificação dos

aspectos ambientais por meio dos sentidos ou da intuição

Estilo Sensorial: aprendem as informações que vêm através dos

sentidos, isto é, aquelas que são observáveis, palpáveis, concretas,

fatos, o que vem da prática.

Estratégias: participação em experimentos e atividades

práticas Método: Aprendizagem

baseada em projetos ou em pesquisa (APB), Problematização

Estilo Intuitivo: aprendem a

informação externamente, através de relações, lidam com novos conceitos e abstrações.

Estratégias: Aulas expositivas

(teórica e dialogada), trabalhos individuais, participação em fóruns, Estudos de Casos

Método: Expositivo

Entrada da informação: está direcionada pelo modo como as informações são recebidas

(captadas) pelos estudantes

Estilo Visual: aprendem mais facilmente por meio de aulas com a utilização de figuras, diagramas,

fluxogramas, filmes e demonstrações.

Estratégias: participação em simulação, exposição de filmes, PowerPoint, gráficos, figuras,

modelos, Sala de aula invertida Método: Problematização

Estilo Verbal: os estudantes aproveitam as explicações orais ou

escritas.

Estratégias: Apresentação de seminários, rodas de conversa,

participação em simulação Método: PBL, TBL

Processamento da informação:

compreende a maneira como as

informações são processadas e percebidas pelos estudantes

Estilo Ativo: aprendem melhor por meio de discussão e as aulas

que abordam problemas mais práticos reais

Estratégias: preparação e apresentação de oficinas,

workshop, laboratório Método: ABP, PBL, TBL

Estilo Reflexivo: assimilam as informações de forma

introspectiva, precisam ter uma visão geral das teorias e conceitos para então deduzir as suas

aplicações

Estratégias: Pesquisas extraclasse, Aulas expositivas

(teórica e dialogada), Sala de aula invertida, Estudos de Casos Método: ABP, POGIL PBL,

TBL

Compreensão da informação: consiste na maneira como as informações são compreendidas e

podem ser percebidas

Estilo Sequencial: o entendimento do conteúdo ocorre de forma de forma linear, gradual

e lógica respeitando a informação anterior

Estratégias: Aulas expositivas (teórica e dialogada) Aulas mistas (teórica e prática)

Método: Problematização

Estilo Global: aprendem os conteúdos de modo não-linear. em

saltos completos de compreensão

Estratégias: Aulas expositivas (teórica e dialogada)

Método: PBL

Fonte: elaborado pelo autor e adaptado de Santos (2013), Cury (2002) com base em Felder e Silverman (1988)

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134

Contudo, todo este panorama indica que os estilos de aprendizagem não são apenas

importantes, mas podem ser determinantes para que ocorra a aprendizagem significativa.

Assim, o objetivo em compreender os estilos de aprendizagem mostra que é possível criar

diretrizes e orientar o ensino com o intuito de melhorar o nível e a qualidade da aprendizagem.

Desta forma, sendo o professor um dos atores no processo de aprendizagem, cabe a ele se

apropriar das diversas práticas pedagógicas e refletir sobre os problemas de formação,

motivação e preferências de aprendizagem, as quais são inerentes as suas habilidades, atitudes

e conhecimentos específicos, necessários para ministrar um determinado conteúdo (AMARAL,

2017).

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135

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

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136

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conjunto dos resultados apresentados permitiu identificar os estilos de aprendizagem

predominantes dos estudantes dos cursos de Medicina bem como, a existência de diferenças no

tocante à competência de pensamento crítico de estudantes Medicina e Farmácia submetidos a

metodologias distintas.

Além disso, os resultados específicos, demonstraram que:

● Os achados da revisão sistemática revelaram que o método PBL, assim como recursos

audiovisuais, uso de programas de aprendizagem assistida por computador, e

programas de iniciação a pesquisa mostraram-se úteis para melhorar as experiências de

aprendizagem no âmbito do ensino superior, apesar de não estar claro quais estilos de

aprendizagem são favorecidos por eles.

● A avaliação do estudo longitudinal, realizada com estudantes de Medicina, mostrou que

os estudantes dos dois campi apresentaram o mesmo perfil de preferência de estilos de

aprendizagem sendo caracterizados pelos estilos sensorial, visual, reflexivo e

sequencial. Após serem submetidos aos métodos de ensino tradicional e ativo não houve

diferença significativa no perfil de estilos de aprendizagem dos estudantes. Em relação

à competência de pensamento crítico, os estudantes foram caracterizados com elevada

demonstração de competência de pensamento crítico ao longo do tempo.

● A análise da competência do pensamento critico para os estudantes de farmácia revelou

que os estudantes apresentaram média demonstração de competência de pensamento

crítico ao longo do tempo. Ademais, foram identificadas modificações significativas nos

escores após o período de instrução nos cursos, apontando um declínio na competência

Inferência para o método ativo e tradicional. No entanto, em relação à exposição ao

método de ensino tradicional, houve melhora dos níveis de competência do pensamento

crítico nas escala de Avaliação e Explicação. Essas modificações no perfil podem estar

relacionadas às tentativas de inserção de estratégias diferenciadas de ensino ao método

tradicional.

● As contribuições advindas da tese tiveram como propósito elencar as principais etapas

para utilização de estrátegias de aprendizagem, bem como sugerir métodos e estrátegias

de ensino que pudesse direcionar os docentes quanto as escolhas das mesmas no

processo de ensino aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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154

8 APÊNDICES

8.1 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, Eu, Sr (a) ________________________________,

portador (a) de documento de identidade Nº______________________, após apresentação verbal sobre o projeto

Caracterização dos estilos de aprendizagem e pensamento crítico dos estudantes da área de saúde da

Universidade Federal de Sergipe, pelo farmacêutico (a) ___________________________________

____________, inscrito no Conselho Regional de Farmácia sob registro __________, declaro que estou ciente dos

procedimentos aos quais serei submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do que foi explicado. Assim,

firmo este Consentimento Livre e Esclarecido, concordando em participar do projeto Caracterização dos estilos

de aprendizagem e pensamento crítico dos estudantes da área de saúde da Universidade Federal de Sergipe.

Estou ciente de que determinadas perguntas feitas durante a participação no referido projeto podem me constranger

ou incomodar, assim posso escolher não responder quaisquer perguntas que me façam sentir desconfortável, que

as informações por mim prestadas são confidenciais e serão guardadas por força de sigilo profissional. Também

estou ciente de que minha participação é voluntária, não havendo qualquer tipo de compensação financeira ou

funcional por minha participação.

Fica claro que poderei a qualquer momento deixar de participar desse projeto retirando este Consentimento Livre

e Esclarecido sem sofrer nenhuma penalização, e ao me retirar do programa será fornecido uma cópia dos registros,

sendo os originais propriedade do profissional.

Autorizo a utilização destes dados como fonte para elaboração de tese, artigo científico e sua posterior publicação.

Ressalto que não deverá haver identificação dos meus dados pessoais, pois todas essas informações são

confidenciais e serão unicamente de uso dos farmacêuticos pesquisadores, para os fins supracitados. E, por

estarmos de acordo, firmamos o presente termo.

Aracaju, ___ de_____________ de 20____.

________________________________ _______________________________

Assinatura do estudante Assinatura do profissional

Nome da Pesquisadora: Elisdete S de Jesus

Endereço: Cidade Universitária Prof. José Aloisio

Campos, Laboratório de Ensino e Pesquisa em

Farmácia Social.

Telefone: (79)88197073

Nome da Pesquisadora: Adriana A Carvalho

Endereço: Campus Universitário Prof. Antônio

Garcia Filho - Campus de Ciências da Saúde/Lagarto.

Telefone: (79) 91916944

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155

ANEXOS

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156

9 ANEXOS

9.1 ANEXO A: PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM

PESQUISA

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158

9.2 ANEXO B: Instrumento - Novo Índice de Estilos de Aprendizagem (N-ILS)

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9.3 ANEXO C: Instrumento - Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e

profissionais de Saúde (QPCEPS)

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9.4 ANEXO D: INSTRUÇÃO PARA FORMATAÇÃO DOS ARTIGOS DE ACORDO COM

OS PERIÓDICOS

Seção 4.1 Artigo I: MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ESTUDANTES

DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA EMEDICINA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Seção 4.2 Artigo II: COMPETÊNCIA DE PENSAMENTO CRÍTICO E ESTILOS DE

APRENDIZAGEM: O PERFIL DE ESTUDANTES DE MEDICINA SUBMETIDOS A

METOLOGIA ATIVA E TRADICIONAL

MEDICAL TEACHER

Guidelines for Authors

Manuscript Submission

All submissions should be made online at Medical Teacher’s Scholar One Manuscripts site.

New users must first create an account. Once a user is logged onto the site, submissions should

be made via the Author Centre. For assistance with any aspect of the site, please refer to the

User Guide which is accessed via the ‘Get Help Now’ button at the top right of every screen.

A covering letter or email should be included indicating that the submission is made on behalf

of all authors, although it is not necessary for each author to sign the letter. On receipt, the

manuscript will be immediately acknowledged by email.

Manuscript Preparation

Style Guidelines Please refer to the quick style guidelines when preparing your paper, rather

than any published articles or a sample copy.

References The reference style for Medical Teacher is T&F Standard CSE.

Title page The first page of the manuscript should contain the following information:

i) the title of the paper

ii) a short title not exceeding 45 characters for use as a running head

iii) names of authors

iv) names of the institutions at which the research was conducted

v) name, address, telephone and fax number, and email address of corresponding author.

Abstract All papers should be accompanied by an abstract of up to 200 words. The abstract

should reflect the content of the paper including methods used, results, and conclusions drawn.

Text This should in general, but not necessarily, be divided into sections with the headings:

‘Introduction’, ‘Methods’, ‘Results’, ‘Discussion’ and ‘Conclusion’.

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166

Practice Points Up to 5 short bullet points which summarise the key messages of the article

should be included (not required for short communications). ‘Practice Points’ will be included

in a box at the end of the article.

Notes on Contributors All articles should be accompanied by ‘Notes on contributors’, short

biographical notes on each contributor to a maximum of 50 words per contributor.

Glossary Terms If you feel that there are terms or concepts central to your paper that the

reader may not be familiar with, please include definition of these terms, giving if possible a

reference. Your definitions will then be added in a box at the end of your paper and added to

the MedEdWorld glossary.

Illustrations and tables Illustrations and tables should not be inserted in the appropriate

place in the text but should be included at the end of the paper, each on a separate page.

Tables should be given Arabic numbers (e.g. Table 3), and their desired position in the text

should be indicated. Tables should be used only when they can present information more

efficiently than running text. Care should be taken to avoid any arrangement that unduly

increases the depth of a table, and the column heads should be made as brief as possible, using

abbreviations liberally. Lines of data should not be numbered nor run numbers given unless

those numbers are needed for reference in the text. Columns should not contain only one or two

entries, nor should the same entry be repeated numerous times consecutively. Units should

appear in parentheses in the column heading but not in the body of the table. Words or numerals

should be repeated on successive lines; 'ditto' or 'do' should not be used. Tables should be typed

using single-spacing.

All photographs, graphs and diagrams should be referred to as figures and should be numbered

consecutively in the text in Arabic numerals (e.g. Figure 3). A list of captions for the figures

should be submitted on a separate sheet (or where figures are uploaded as separate files,

captions can be entered during the electronic submission process) and should make

interpretation possible without reference to the text. Captions should include keys to symbols.

Avoid the use of colour and tints for purely aesthetic reasons. Figures should be produced as

near to the finished size as possible. All files must be 300 dpi or higher. Please note that it is in

the author's interest to provide the highest quality figure format possible.

Any part of the manuscript labelled 'Appendix' or any table that is likely to take up more than

one page in the journal will be published online as Supplemental Material, and will not appear

in the print version of the journal. Supplemental. Material is not typeset but is published in the

form submitted by the author.

Please do not hesitate to contact the Publisher’s Production Department if you have any

queries.

Acknowledgments and Declaration of Interest sections

Acknowledgments and Declaration of interest sections are different, and each has a specific

purpose. The Acknowledgments section details special thanks, personal assistance, and

dedications. Contributions from individuals who do not qualify for authorship should also be

acknowledged here. Declarations of interest, however, refer to statements of financial support

and/or statements ofpotential conflict of interest.

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Within this section also belongs disclosure of scientific writing assistance (use of an agency

or agency/ freelance writer), grant support and numbers, and statements of employment, if

applicable.

Acknowledgments section Any acknowledgments authors wish to make should be included

in a separate headed section at the end of the manuscript preceding any appendices, and

before the references section. Please do not incorporate acknowledgments into notes or

biographical notes.

Declaration of Interest section All declarations of interest must be outlined under the

subheading “Declaration of interest”. If authors have no declarations of interest to report, this

must be explicitly stated. The suggested, but not mandatory, wording in such an instance is:

The authors report no declarations of interest. When submitting a paper via ScholarOne

Manuscripts, the “Declaration of interest” field is compulsory (authors must either state the

disclosures or report that there are none). If this section is left empty authors will not be able to

progress with the submission.

Please note: for NIH/Wellcome-funded papers, the grant number(s) must be included in the

Declaration of Interest statement.

Click here to view our full Declaration of Interest Policy.

Additional Information Upon Acceptance

Electronic proofs When proofs are ready, corresponding authors will receive email

notification with a password and Web address from which to download a PDF. Hard copies of

proofs will not be mailed. To avoid delays in publication, corrections to proofs must be returned

within 48 hours, by electronic transmittal, fax or mail.

Offprints and reprints Offprints and reprints of articles published in Medical Teacher can be

obtained through Rightslink®. Please visit www.copyright.com to obtain a quotation or to

place an order. Copies of the Journal can be purchased at the author's preferential rate of

£15.00/$25.00 per copy.

Contacting the Editorial Office

For further clarification on any of the above, contact the Editorial Office at

[email protected] or Pat Lilley, Managing Editor, Medical Teacher.

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168

Seção 4.3 Artigo III: MÉTODO TRADICIONAL VERSUS MÉTODOS ATIVO: UMA

ANÁLISE DO PERFIL DO PENSAMENTO CRÍTICO EM ESTUDANTES DE

FARMÁCIA

American Journal of Pharmaceutical Education

INTRODUÇÃO

A Revista dedica-se a fornecer um fórum para a comunicação de informações relevantes para farmácias

einterprofissionaleducadores e todos os outros interessados no avanço da educação farmacêutica. Para ser

considerado para publicação, os manuscritos devem estar relacionados à educação farmacêutica e fornecer

informações úteis para o público nacional ou internacional da Revista . Se uma submissão tem apenas relevância

local ou regional, sua utilidade para a maioria dos leitores é limitada e, portanto, não será aceita. Para garantir que

apenas artigos precisos e substantivos sejam incluídos, todos os manuscritos passam por um processo de revisão

por pares cegado e aprovação editorial antes da aceitação.

PADRÕES DE PESQUISA

Para todos os manuscritos que relatam pesquisas envolvendo seres humanos, o autor deve enviar ao Gerente

Editorial todas as cartas relevantes do comitê de revisão institucional (IRB), que devem indicar que a pesquisa foi

revisada e aprovada pelo comitê de pesquisa ou ética humana apropriado ou que foi isenta de tal revisão. Para

pesquisas que tenham passado por essa revisão e aprovação, uma declaração nesse sentido também deve ser

incluída na seção de métodos do manuscrito. Todas as pesquisas devem atender aos critérios estabelecidos

pelo Conselho Editorial da Revista. Por favor, consulte os seguintes artigos para orientações:

• Persky AM, Romanelli F. Insights, pérolas e orientação sobre como produzir e publicar com sucesso a

pesquisa educacional. Am J Pharm Educ. 2016; 80 (5):

Artigo75. http://www.ajpe.org/doi/full/10.5688/ajpe80575

• Draugalis JR, Plaza CM. Melhores práticas para relatórios de pesquisa de opinião revisitados:

implicações da população-alvo, amostragem probabilística e taxa de resposta. Am J Pharm Educ. 2009;

73 (8): Artigo142. http://www.ajpe.org/doi/full/10.5688/aj7308142

• Draugalis JR, Coons SJ, Praça CM. Melhores práticas para pesquisas de opiniãorelatórios:uma sinopse

para autores e revisores. Am J Pharm Educ. 2008; 72 (1):

Artigo11. http://www.ajpe.org/doi/full/10.5688/aj720111

• Fincham JE. Taxas de resposta e capacidade de resposta para pesquisas, padrões e o Journal. Am J Pharm

Educ. 2008; 72 (3): Artigo43. http://www.ajpe.org/doi/full/10.5688/aj720243

• Anderson C. Apresentando e avaliando pesquisas qualitativas. Am J Pharm Educ. 2010; 74 (8):

Artigo141. http://www.ajpe.org/doi/full/10.5688/aj7408141

CONSIDERAÇÕES ESYLISTIC

As especificações de estilo para o diário devem ser seguidas minuciosamente. Abaixo estão as diretrizes gerais

para o formato e estilo do manuscrito. Em caso de dúvida sobre o estilo, os autores devem consultar o Manual de

Estilo da American Medical Association (AMA) ou consultar uma edição recente do Journal .

• Texto . Os manuscritos devem ter espaçamento duplo, fonte Times New Roman em tamanho 11, com

numeração de linha não contínua e sem quebras de página. O texto deve ser acadêmico, legível, claro e

conciso. A nomenclatura padrão deve ser usada. Os manuscritos preparados para apresentação oral

devem ser reescritos para impressão. Excessivamente longas seções de introdução ou discussão em

artigos de pesquisa são desencorajadas.

• Estilo da palavra . Consulte uma edição atual do dicionário Webster para obter orientação sobre

ortografia, composição e separação de palavras. Palavras estrangeiras, não em uso geral, devem estar em

itálico. Para o uso adequado de termos químicos e bioquímicos, equações matemáticas e expressões,

símbolos especiais, subscritos, sobrescritos ou letras gregas, consulte o Manual de Estilo da AMA .

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• Capitalização . Quando a palavra “journal” é capitalizada e em itálico como Journal , ela pode se referir

apenas ao American Journal of Pharmaceutical Education. Na escrita científica, sempre capitalize o

seguinte: principais palavras em títulos e cabeçalhos de manuscritos, designadores de tabelas, figuras e

apêndices (por exemplo, Apêndice 1), epônimos (mas não o substantivo que os segue, por exemplo, Gram

mancha, sinal de Babinski ), nomes de testes (por exemplo, Inventário de Depressão de Beck), nomes de

gêneros de organismos (mas não o nome de espécies, variedades ou subespécies), atos legislativos (por

exemplo, Medicare), prêmios (por exemplo, Prêmio Nobel), nomes proprietários ( por exemplo, Xerox

copiadora), o título de uma pessoa quando seguido pelo nome da pessoa (por exemplo, presidente John

W. Jones), nomes oficiais de organizações e instituições (por exemplo, Centros para Controle e Prevenção

de Doenças), lugares geográficos Estados Unidos), designações socioculturais (por exemplo,

republicanos, franceses) e eventos históricos (por exemplo, Guerra do Vietnã).

• Abreviaturas . Soletre ou defina abreviaturas e siglas na primeira utilização. Evite abreviações ad

hoc. Em casos em que o uso repetido de uma organização ou nome químico se tornaria inadequado, uma

abreviação oficial ou aceita pode ser substituída. A abreviação deve ser colocada entre parênteses

imediatamente após o primeiro uso do nome no corpo principal do texto. Abreviações de associações ou

organizações farmacêuticas comuns não exigem períodos ou espaços entre letras (por exemplo,

AACP). Abreviações de “por exemplo"E"ou seja, ”E“ et al ”não devem ser separados por períodos. Os

nomes dos países e dos estados dos EUA devem ser explicitados quando estiverem sozinhos (por

exemplo, “… farmacêuticos em todo o território dos Estados Unidos ...”). Não use abreviações postais

para estados no texto. A abreviatura "US" pode ser usada como um modificador apenas quando precede

diretamente a palavra que modifica (por exemplo, cuidados de saúde dos EUA). Caso contrário, deve ser

explicitado. Os nomes de todas as outras cidades, estados, províncias e países devem ser explicitados

quando ocorrerem dentro do texto do artigo. Consulte o Manual de Estilo da AMA para regras adicionais

sobre abreviações. Abreviaturas consideradas “perigosas” ou “proibidas” pela Joint Commission e / ou

pelo Institute for Safe Medication Practices devem ser evitadas (por exemplo, QD, SC, SQ) .

• Números . Os números de 0 a 9 devem ser escritos em geral. Dentroestatísticatexto, numeral arábico

pode ser usado se apropriado. Numerais arábicos também devem ser usados com designadores (por

exemplo, semana 1, coorte 2). Os números 10 e acima devem ser escritos como algarismos arábicos (a

menos que ocorram no início de uma sentença, caso em que devem ser explicados). Um número contendo

um decimal deve ser denominado como um número arábico. Todas as frações devem ser escritas como

equivalentes decimais. Em valores p , não inclua um zero à esquerda do ponto decimal.

• Medidas . Use o sistema métrico para todas as medições; no entanto, use unidades convencionais em vez

de unidades SI. Não use períodos quando abreviando unidades de medida.

• Números de referência . Os números de referência citados no texto de um artigo devem estar em

algarismos arábicos sobrescritos colocados no final da frase, fora do período final ou outra pontuação. As

citações de referência devem ser numeradas de acordo com a ordem de aparição no manuscrito. As

citações subsequentes à mesma referência devem ser indicadas pelo mesmo número originalmente

atribuído a essa referência. Não coloque parênteses em torno dos números de referência citadostexto.

CATEGORIAS DE MANUSCRITOS

• Comentários . As resenhas são artigos descritivos abrangentes e bem referenciados sobre tópicos de

ensino ou pesquisa relacionados diretamente com o nível de entrada e a educação de pós-graduação ou

pós-graduação e o treinamento ou desenvolvimento de habilidades. As revisões devem ser sistemáticas,

incluir todos os dados relevantes e não devem ser excessivamente influenciadas pelas opiniões e

preconceitos dos autores. Revisões podem ser artigos sobre a história da educação em farmácia. As

revisões não devem exceder 25 páginas em espaço duplo para todos os componentes.

• Artigos de pesquisa . Os artigos de pesquisa descrevem investigações experimentais ou observacionais

que utilizaram métodos formais de coleta de dados e relato de resultados de estudos diretamente

relacionados à educação em farmácia. Esta categoria também inclui novos métodos para instrução

profissional e de pós-graduação (palestras, laboratórios, experiências práticas ou cursos), ou manuscritos

informativos sobre desenvolvimento programático e curricular (anteriormente a categoria de Design

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170

Instrucional e Avaliação). Artigos de pesquisa não devem exceder 25 páginas em espaço duplo para todos

os componentes.

• Briefs . Existem dois tipos de resumos - Resumos de Pesquisa e Briefs de Educação. Os resumos de

pesquisa são estudos de pequena escala ou trabalhos piloto de interesse para outros com dados de

resultados limitados. Os resumos de educação descrevem abordagens novas e criativas de ensino e

aprendizado, currículo ou avaliação que são de interesse para os outros no campo, com medidas limitadas

de avaliação ou dados de resultados.

Para ambos os resumos, o conceito deve ser oportuno e

significativo. Resumos não devem exceder 15 páginas em espaço duplo para todos os componentes.

• Comentários . Estes manuscritos são descritivos e destinam-se a estimular a reflexão e o diálogo sobre

questões na educação farmacêutica (inclui categorias anteriores de Declarações, Artigos Especiais e

Pontos de Vista). Comentários estão sujeitos a revisão por pares e / ou editorial. Os autores podem

solicitar a consideração editorial de um comentário proposto, submetendo ao editor do Journalpara

aprovação um resumo de um parágrafo descrevendo o comentário proposto. Os comentários podem variar

em tamanho de 3 a 12 espaçamento duploPáginas, e deve ser devidamente citado.

• Cartas ao Editor . Cartas ao Editor servem como um fórum para a expressão de idéias ou para comentar

assuntos de interesse relevantes para artigos publicados anteriormente na Revista . Cartas também são

uma avenida para criticar ou expandir as informações apresentadas em um manuscrito publicado

anteriormente. Autores são obrigados a se identificar. O editor se reserva o direito de rejeitar, encurtar,

extrair ou editar cartas para publicação. As letras não devem exceder 4 páginas em espaço duplo.

ORGANIZAÇÃO DO MANUSCRITO

Ao submeter um manuscrito em Gerente Editorial , o documento manuscrito (um arquivo do Microsoft Word)

devem ser dispostos na seguinte ordem começando com uma nova página para cada seção: página de título,

resumo, texto, referências, tabelas, figuras e apêndices.

O Editorial Manager permite que os autores façam upload de arquivos com tabelas, figuras e apêndices

separadamente, se isso for mais conveniente. Isso é altamente recomendado para arquivos de imagem (ou seja,

figuras). Este arranjo não se aplica às Cartas ao Editor e aos comentários convidados.

• Página de título . A página de título deve incluir as seguintes informações: nomes dos autores, graus

acadêmicos, instituição, e-mail, número de telefone, palavras-chave (até 5), número total de páginas de

manuscrito, tabelas, figuras e apêndices. Por favor inclua quaisquer divulgações financeiras (se nenhuma,

especifique nenhuma), e quaisquer conflitos (se nenhum, especifique nenhum).

• Abstract . O número máximo de palavras para um resumo é 250. Não inclua valores p em resumos.

Para Artigos de Pesquisa, Resumos de Pesquisa e Briefs de Educação, inclua uma breve declaração (de 1

a 3 frases) para cada uma das seguintes seções: Objetivo, Métodos, Resultados e

Conclusão.

Para Revisões, inclua uma declaração para cada uma das seguintes seções: Objetivos, Descobertas e

Resumo.

Para Comentários, inclua um resumo não estruturado em forma de parágrafo que não exceda 150

palavras.

• Cabeçalhos Manuscritos . Estes devem espelhar títulos abstratos, com a adição de seções de Introdução

e Discussão. Um subtítulo ou subtítulo por seção é aceitável em artigos de pesquisa.

• Numeração de Páginas . Começando com a página de título, os manuscritos devem incluir numeração

de página no centro de cada página.

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Corpo principal de um manuscrito

A introdução deve fornecer o contexto para o artigo, o objetivo do estudo e a hipótese ou questão de pesquisacomo

e por que a hipótese foi desenvolvida e por que é importante. Geralmente não deve exceder 2 a 3 parágrafos.

Os métodos devem incluir desenho do estudo ou tipo de análise e datas / período de estudo, detalhes da amostra

(por exemplo, participantes ede onde foram tirados, critérios de inclusão / exclusão), medidas ou observações de

resultado e análise estatística. Esta seção deve ser escrita na voz do tempo passado.

Os resultados devem ser específicos e relevantes para a hipótese da pesquisa. As características dos participantes

do estudo devem ser seguidas da apresentaçãodos resultados. NÃO inclua implicações ou fraquezas do estudo

nesta seção, mas inclua medidas de validaçãose conduzido como parte do estudo. Os resultados não devem discutir

a justificativa para os procedimentos estatísticos utilizados. Dados em tabelas efiguras NÃO devem ser duplicadas

no texto. Veja Padronização de Relatórios Estatísticos .

A discussão deve ser uma consideração formal e um exame crítico do estudo. A questão ou hipótese de pesquisa

deve ser abordada. Os resultados devem ser comparados ou contrastados com os de outros estudos. Limitações e

generalização dos resultados devem serdiscutido, bem como menção de descobertas inesperadas com explicações

sugeridas. O tipo de estudos futuros necessários, se apropriado, deve ser mencionado.

A conclusão deve incluir apenas conclusões diretamente apoiadas pelos resultados, levando em consideração

limitações. Inclua implicações, mas eviteespeculação e supergeneralização. Indique se um estudo adicional é

necessário antes que as informações sejam usadas. Dar igual ênfase às conclusões positivas e negativas de igual

mérito.

Agradecimentos devem aparecer após a conclusão ou resumo do manuscrito e explicitamenteo que a pessoa sendo

reconhecida contribuiu para o manuscrito. O financiamento / apoio e quaisquer outras divulgações também devem

ser incluído nesta seção.

Outras partes de um manuscrito

• Referências . O Jornal segue o Manual de Estilo da AMA para referências. Sempre que apropriado, os

autores devem incluir citações relevantes para o tópico do manuscrito que aparecem em revistas com foco

na educação e outras publicações baseadas na profissão de saúde. Excesso excessivo de artigos

do periódico ou reiterações bem estabelecidashistóricoliteratura deve ser evitada, assim como auto-

citações excessivas. Estudos mencionados emtexto deve ser consultado com os nomes dos autores (por

exemplo, “Smith e o estudo do colega / revisão”), não com frases como “Um estudo / revisão recente”.

Exemplos de referências:

periódicos. Online: Gatwood J, Hohmeier K, Farr G, Eckel S. Uma comparação de abordagens para o

planejamento de negócios farmacêutico estudante em gestão de prática de farmácia. Am J Pharm

Educ . 2018; 82 (5): Artigo 6279. https://www.ajpe.org/doi/pdf/10.5688/ajpe6279 . Acessado em 14 de

julho de 2018.

Revistas Imprimir : Gatwood J, Hohmeier K, Farr G, Eckel S. Uma comparação de abordagens para o

planejamento de negócios farmacêutico estudante em gestão de prática de farmácia. Am J Pharm

Educ . 2018; 82 (5): Artigo 6279.

Livros Online: Katzung BG, Trevor AJ Farmacologia Básica e Clínica . 13ª edição. Nova York, NY:

McGraw-Hill Education; 2015. https://www.amazon.com/Basic-Clinical-Pharmacology-Bertram-

Katzung/dp/0071825053 . Acessado em 14 de julho de 2018.

Livros Imprimir: Wells BG, DiPiro JT, TL Schwinghammer, DiPiro CV. Manual de

Farmacoterapia. 10ª edição. Nova York, NY: McGraw-Hill Education; 2017.

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Websites Associação Americana de Faculdades de Farmácia. Programa ALFP e visão geral da

sessão. https://www.aacp.org/resource/alfp- program-and-session-overview. Acessado em 14 de julho

de 2018.

Publicação on-line antes da impressão. Donohoe KL, Raghavan A, Tran TT, FM Alotaibi, KE Powers,

Morgan L. Preparando estudantes de farmácia para gerenciar a crise de opióides [publicado on-line antes da

impressão (6 de julho de 2018)]. Am J Pharm

Educ . https://www.ajpe.org/doi/pdf/10.5688/ajpe6988. Acessado em 14 de julho de 2018.

• Tabelas As tabelas não devem duplicar as informações fornecidas no texto. Em vez disso, as tabelas

devem fornecer informações adicionais que ilustrem ou expandam em um ponto específico que o autor

deseja fazer. Cada tabela deve incluir um título descritivo o suficiente para tornar a tabela auto-explicativa

(ou seja, independente). As tabelas não devem ultrapassar as páginas, mas evite usar quebras de

página. Tabelas devem ser numeradas usando números arábicos seguindo a ordem para a qual elas são

referidas no texto. Tabelas devem ser criadas usando ferramentas de formatação de tabela do Microsoft

Word e devem estar no Times New Roman, tipo 10-point, com notas de rodapé no tipo 9-point (NÃO use

a tecla tab para formar linhas e colunas de dados conforme informações da guia são perdidas o documento

é processado pelo editor). Veja as Diretrizes da Tabela .

• Figuras . O Jornal aceita apenas figuras em preto e branco, sem figuras coloridas. As figuras devem ser

numeradas em números arábicos, com base na ordem em que são apresentadas no texto. Figuras devem

ser legíveis para os leitores. Arquivos de imagem gráficos grandes e / ou de alta resolução, salvos como

TIFFS, devem ser enviados para o Editorial Manager como arquivos separados do texto do manuscrito

(arquivo do Word). Veja as Diretrizes das Figuras .