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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA EFEITOS CARDIOVASCULARES DA ASSOCIAÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO E DO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS WISTAR. Uberlândia 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA

EFEITOS CARDIOVASCULARES DA ASSOCIAÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO E DO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS WISTAR.

Uberlândia 2013

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FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA

EFEITOS CARDIOVASCULARES DA ASSOCIAÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO E DO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS WISTAR.

Uberlândia 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências para obtenção do titulo de mestre em Ciências da Saúde. Área de concentração: Ciências da saúde. Orientador: Prof. Dr. Elmiro Santos Resende

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil. S729e 2013

Souza, Fernanda Rodrigues de, 1981- Efeitos cardiovasculares da associação do hormônio tireoidia- no e do exercício físico em ratos Wistar / Fernanda Rodrigues de Souza. -- 2013. 69 f. : il. Orientador: Elmiro Santos Resende. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Inclui bibliografia.

1. Ciências médicas - Teses. 2. Hormônios tireoidianos - Teses. 3. Hipertireoidismo - Teses. 4. Exercícios físicos - As- pectos fisiológicos - Teses. 5. Coração - Hipertrofia - Teses. I. Resende, Elmiro Santos. II. Universidade Federal de Uberlân- dia. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. III. Título.

CDU: 61

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FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA

EFEITOS CARDIOVASCULARES DA ASSOCIAÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO E DO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS WISTAR.

Aprovado em 4 de fevereiro de 2013. Banca examinadora:

Dr.Elmiro Santos Resende (Orientador)

Dr. Marcos Vinícius Simões

(Examinador USP)

Dr. Paulo Tannús Jorge (Examinador UFU)

Uberlândia 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências para obtenção do titulo de mestre em Ciências da Saúde

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AGRADECIMENTOS À Deus, pela sua presença constante na minha vida, sem que eu precise pedir, pelo auxílio nas minhas escolhas. Aos meus avós Agripina e Pedro, minha mãe Sandra, meu irmão Luiz Humberto e meu filho Nélio Netto pelo incentivo e apoio incondicional ao longo de toda minha vida e obrigada por vocês existirem aqui pertinho de mim. Ao meu companheiro Mauro, pelo apoio incondicional e, sobretudo, pelo seu amor. Ao meu orientador e amigo Dr. Elmiro Santos Resende, pelos ensinamentos tanto científicos quanto pessoais, pela amizade e apoio. Obrigada! Ao meu amigo Leandro Lopes, responsável por me apresentar à pesquisa. Sem você este projeto não teria sido realizado. Aos meus colegas do mestrado, Poliana, Lílian e Thiago, pela amizade e companheirismo. À Inês, por ser essa pessoa maravilhosa e ao Jeovane e Edgar obrigada por me salvar várias vezes deste mundo tecnológico. Valeu! Aos técnicos José Eustáquio, Taísa, Marcelo e Fabrício pela atenção e auxílio constantes. Aos meus familiares que sempre me deram força, valorizando meus potenciais. À todos os meu amigos e amigas que sempre estiveram presentes me aconselhando e incentivando com carinho e dedicação. Aos professores do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Uberlândia pela importante contribuição dada a minha formação. A CAPES, Fapemig e CNPq pelo apoio financeiro. À todos o meu profundo agradecimento.

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Dedico esta dissertação; À Deus, minha família, meus amigos e colegas de trabalho, ao meu orientador pelo apoio, força, incentivo, companherismo e amizade. Sem eles nada disso seria possível.

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1: Localização da tireoide........................................................................... 16 Imagem 2: Aspectos microscópicos da glândula tireoide......................................... 17

Imagem 3: Aferição da pressão arterial sistólica e frequência cardíaca no

esfigmomanômetro adaptado para ratos................................................................. 27

Imagem 4: Pressão de pulso obtida através do esfigmomanômetro de cauda

adaptado para ratos.................................................................................................. 28

Imagem 5: Pressão arterial sistólica obtida através do esfigmomanômetro de cauda

adaptado para ratos.................................................................................................. 28

Imagem 6: Frequência cardíaca obtida através do esfigmomanômetro de cauda

adaptado para ratos.................................................................................................. 29

Imagem 7: Treinamento na água.............................................................................. 30

Imagem 8: Administração do hormônio tireoidiano, pelo método de gavagem........ 30

Imagem 9: Diâmetro transversal dos cardiomiócitos................................................ 31

Imagem 10: Quantificação de colágeno................................................................... 32

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Concentração sérica de T3 e T4 após seis semanas de intervenção..... 33

Gráfico 2: Peso corporal pré e após seis semanas de intervenção........................ 34

Gráfico3: Tolerância ao esforço após seis semanas de intervenção....................... 35

Gráfico 4: Frequência cardíaca pré e após seis semanas de intervenção.............. 36

Gráfico 5: Pressão arterial sistólica pré e após seis semanas de intervenção........ 37

Gráfico 6: Peso total do coração após seis semanas de intervenção..................... 38

Gráfico 7: Peso ventricular esquerdo após seis semanas de intervenção.............. 39

Gráfico 8: Diâmetro transversal dos cardiomiócitos após seis semanas de

intervenção................................................................................................................ 40

Gráfico 9: Percentagem de colágeno do ventrículo esquerdo após seis semanas de

intervenção................................................................................................................ 41

Gráfico 10: Correlação do peso ventricular esquerdo e peso total do coração no

grupo controle............................................................................................................ 42

Gráfico 11: Correlação do diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso total do

coração do grupo hormônio....................................................................................... 43

Gráfico 12: Correlação do peso ventricular esquerdo e peso total do coração do

grupo exercício.......................................................................................................... 43

Gráfico 13: Correlação do diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso

ventricular esquerdo do grupo exercício................................................................... 44

Gráfico 14: Correlação do percentual do colágeno e peso ventricular esquerdo do

grupo exercício.......................................................................................................... 44

Gráfico 15: Correlação do percentual de colágeno e diâmetro transversal dos

cardiomiócitos do grupo exercício............................................................................. 45

Gráfico 16: Correlação do peso ventricular esquerdo e peso total do coração do

grupo H+E................................................................................................................. 45

Gráfico 17: Correlação do diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso

ventricular esquerdo do grupo H+E .......................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Concentração sérica de T3 e T4 após seis semanas de intervenção...... 33

Tabela 2: Peso corporal pré e após seis semanas de intervenção.......................... 34

Tabela 3: Tolerância ao esforço após seis semanas de intervenção....................... 35

Tabela 4: Frequência cardíaca pré e após seis semanas de intervenção............... 36

Tabela 5: Pressão arterial sistólica pré e após seis semanas de intervenção......... 37

Tabela 6: Peso total do coração após seis semanas de intervenção....................... 38

Tabela 7: Peso ventricular esquerdo após seis semanas de intervenção................ 39

Tabela 8: Diâmetro transversal dos cardiomiócitos após seis semanas de

intervenção................................................................................................................ 40

Tabela 9: Percentagem de colágeno após seis semanas de intervenção............... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS

AMPc = Adenosina monofosfato

ATP= Adenosina trifosfato

AT1= Receptor de angiotensina II

AKT= Proteina quinase B (PKB)

bpm= Batimentos por minuto

C= grupo controle

DIT= Diiodotirosina

dl= decilitros

DNA= Ácido desoxirribonucléico

DTC= Diâmetro transversal dos cardiomiócitos

ERK= Quinase reguladora de sinais extracelulares

E= grupo exercício

Fak= Quinase de adesão focal

FC= Frequência cardíaca

g= grama

HC= Hipertrofia cardíaca

H+E= grupo hormônio tireoidiano + exercício

HT= Hormônio tireoidiano

IGF-1= Fator de crescimento semelhante à insulina

IGF-1R= Receptor de IGF-1

kg= quilograma

MAPK= Proteínas quinases ativadas por mitógenos

mg= miligramas

MHC= Cadeia pesada de miosina

MIT= Monoiodotirosina

ml= mililitros

mm= milímetros

mmHg= milímetro de mercúrio

mTOR= Mammaliam target of Rapamycin

ng= nanograma

PAS= Pressão arterial sistólica

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PCor= Peso total do coração

PDK= Fosfoinositideo dependente de quinase

PI3K= Fosfatidil-inositol-3 quinase

PIP2= Fosfatidil-inositol 4,5-bifosfato

PIP3= Fosfatidil-inositol 3,4,5-bifosfato

PLC= Fosfolambam

PVE= Peso ventricular esquerdo

SERCA= Ca2+ATPase

Src= Tirosinas-quinases

T3= Triiodotironina

T4= Tetraiodotironina (tiroxina)

TR= Receptor do hormônio tireoidiano

TRE= Elemento responsivo de T3

TSH= Hormônio tireo-estimulante

TSC2= Tuberous sclerosis protein 2

VE= Ventrículo esquerdo

µg= micrograma

µm= micrômetro

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RESUMO

Introdução: O hipertireoidismo produz modificações hemodinâmicas e hipertrofia cardíaca, porém muitas de suas características e os efeitos de sua associação com o exercício físico não estão esclarecidos. Objetivo: Analisar os efeitos cardiovasculares da associação do hormônio tireoidiano e do exercício físico em ratos Wistar. Método: Foram utilizados 37 ratos machos, adultos com peso aproximadamente de 250 gramas, distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: controle (C), exercício (E); hormônio tireoidiano (HT); hormônio tireoidiano e exercício (H+E). Os animais dos grupos HT e H+E receberam hormônio tireoidiano por gavagem, na dose de 20 µg/100kg de peso, diariamente, durante seis semanas. Os animais dos grupos E e H+E realizaram exercício físico, cinco vezes por semana, durante seis semanas. O grupo controle não sofreu qualquer intervenção. Os grupos foram comparados quanto aos valores séricos de T3 e T4, peso corporal, tolerância ao esforço, frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, peso total do coração, peso ventricular esquerdo, diâmetro transversal dos cardiomiócitos e percentagem de colágeno. Para comparar os resultados obtidos utilizou-se o teste t de Student, Wilcoxon, ANOVA complementada, quando necessário, pelo teste de Tukey e a correlação de Pearson. Resultados: O T4 foi mais elevado nos grupos HT e H+E; o peso corporal foi maior em todos os grupos ao final do tratamento e a tolerância ao esforço foi maior no grupo H+E. O peso total do coração foi maior nos grupos que receberam hormônio tireoidiano e o peso ventricular esquerdo foi maior no grupo HT. O diâmetro transversal dos cardiomiócitos aumentou nos grupos HT, E e H+E em relação ao grupo C sendo os maiores valores encontrados no grupo HT. A percentagem de colágeno foi maior nos grupos E e H+E. No grupo C houve correlação positiva entre o peso ventricular esquerdo e peso total do coração (r= 0,74). O grupo HT, apresentou correlação positiva apenas entre o diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso total do coração (r= 0,70). No grupo E houve correlação positiva entre o peso ventricular esquerdo e peso total do coração (r= 0,67), e entre a percentagem de colágeno e peso ventricular esquerdo (r= 0,79). Houve também correlação negativa entre diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso ventricular esquerdo (r= 0,62) e entre a percentagem de colágeno e diâmetro transversal dos cardiomiócitos (r= 0,67). No grupo H+E foi encontrada correlação positiva entre peso ventricular esquerdo e peso total do coração (r=0,80) e entre o diâmetro transversal dos cardiomiócitos e peso ventricular esquerdo (r= 0,71). Conclusão: A associação do hormônio tireoidiano com o exercício físico de elevada intensidade produziu hipertrofia cardíaca caracterizada pelo aumento do peso total do coração e diâmetro transversal dos cardiomiócitos, sem aumento concomitante do peso do ventrículo esquerdo. O padrão hipertrófico da associação de hormônio tireoidiano e exercício físico não foi diretamente correlacionado ao grau de fibrose. Palavras-chave: hipertireoidismo, hipertrofia cardíaca, exercício físico.

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ABSTRACT

Introduction: The hyperthyroidism produces hemodynamic changes and cardiac hypertrophy, however, many of their characteristics and effects of its association with physical exercise are not clear. Objective: Evaluating the cardiovascular effects of the association of thyroid hormone and physical exercise in rats. Methods: We used 37 adult male rats weighing approximately 250 grams were randomly divided into four groups: control (C), exercise (E), thyroid hormone (TH), thyroid hormone and exercise (H + E). The animals of the groups TH and H+E thyroid hormone received by gavage, a dose of 20 µg /100 kg of body weight, daily for six weeks. The animals of groups E and H + E exercise performed five times per week for six weeks. The control group did not undergo any intervention. The groups were compared in terms of T3 and T4, body weight, exercise tolerance, heart rate, blood pressure systolic, total heart weight, left ventricular weight, transverse diameter of cardiomyocytes and percentage of collagen. To compare the above variables were used the t test, Wilcoxon, ANOVA complemented by Tukey test and the Pearson correlation. Results: The T4 levels were elevated in TH e H+E groups. Body weight was higher in all groups after the treatment. Exercise tolerance was higher in group H + E. The total weight of the heart was higher in the groups receiving thyroid hormone. The ventricular weight was higher in the TH group. The transverse diameter of cardiomyocytes showed higher values in the groups TH, E and H+E comparing to C group, the highest values were obtained in the TH group. The percentage of collagen was higher in groups E and H+E. There was a positive correlation. The variables in the group C showed a positive correlation between total weight of the heart and left ventricular weight (r = 0.74). The TH group, showed a positive correlation only between the transverse diameter of cardiomyocytes and total weight of the heart (r = 0.70). The group E had a positive correlation between left ventricular weight and the total weight of the heart (r = 0.67), and between the percentage of collagen and the left ventricular weight (r = 0.795) and showed a negative correlation between transverse diameter of cardiomyocytes and left ventricular weight (r = 0.62) and between the percentage of collagen and transverse diameter of cardiomyocytes (r= 0.67). In the group H + E there was a positive correlation between the left ventricular weight and the total weight of the heart (r = 0.80) and between the transverse diameter of cardiomyocytes and the left ventricular weight (r = 0.71). Conclusion: The association of thyroid hormone with high-intensity exercise produced cardiac hypertrophy characterized by increased weight of the heart and transverse diameter of cardiomyocytes without concomitant increase in the weight of the left ventricle. The pattern of association of hypertrophic thyroid hormone and exercise was not directly correlated with the degree of fibrosis. Keywords: hyperthyroidism, cardiac hypertrophy, physical exercise

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1. Hipertireoidismo............................................................................. 16

1.2. Exercício físico............................................................................... 20

1.3. Hipertrofia cardíaca........................................................................ 21

1.4. Colágeno ....................................................................................... 23

2. OBJETIVO ........................................................................................... 26

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................... 27

4. ESTATÍSTICAS ................................................................................... 32

5. RESULTADOS .................................................................................... 33

6. DISCUSSÃO ....................................................................................... 47

7. CONCLUSÕES .....................................................................................57

8. REFERÊNCIAS ....................................................................................58

9. ANEXO A- Passo a passo da preparação histológica

9.1. Coloração com Eosina hematoxilina..............................................66

9.2. Coloração com Picrosirius red........................................................67

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1-INTRODUÇÃO

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16

1.1- Hipertireoidismo

A tireoide é uma glândula situada na parte anterior do pescoço

(GREENSPAN, STREWLER, 2003), varia de tamanho e forma sendo, em geral, um

pouco maior nas mulheres do que nos homens numa mesma faixa etária. Tem a

forma de um H ou de um U (Imagem 1) apresentando dois lobos, direito e esquerdo,

unidos por uma fita variável de tecido glandular, chamada istmo (DANGELO,

FATTINI, 2007). A tireóide é um órgão muito vascularizado, rica

em capilares sanguíneos e linfáticos.

Imagem 1: Localização da glândula da tireoide.

http://www.google.com.br/imgres?num=10&hl=ptBR&biw=1280&bih=709&tbm=isch&tbnid=J1DkPXI1

3OBsuM:&imgrefurl=http://www.libertas.com.br/site/index.php%3Fcentral%3Dconteudo%26id%3D297

7&docid=8QZ1k9vAu1TlAM&imgurl=http://www.libertas.com.br/site/extra/2010_05_08_11_29_14_tiroi

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=203&start=0&ndsp=15&ved=1t:429,r:5,s:0,i:89

A glândula tireoide é constituída por numerosos folículos que são as

verdadeiras unidades funcionais da glândula. Cada folículo é formado por uma fina

parede constituída por uma única camada celular, o seu interior é ocupado por uma

substância de consistência viscosa denominada colóide e são revestidos por células

epitelióides cúbicas que secretam seus produtos no interior dos folículos. O principal

componente do colóide é uma grande glicoproteína, a tireoglobulina, que contém os

hormônios tireoidianos em sua molécula. Esta glândula é responsável pela

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produção, armazenamento e secreção dos hormônios tireoidianos tiroxina (T4) e

triiodotironina (T3), hormônios estes que promovem o crescimento, desenvolvimento

e regulam uma variedade de funções homeostáticas, como a produção de energia e

calor, aumentando o metabolismo do corpo (ARTHUR, GUYTON, 2009).

Imagem 2: Aspectos microscópicos da glândula da tireoide.

Arthur C., Guyton, M.D. Tratado de Fisiologia Médica. ed. 9, p. 725, Jul.2009.

A secreção do hormônio tireoidiano (HT) pela tireóide é controlada pelo

hormônio tireo-estimulante (TSH) que é secretado pelo lobo anterior da hipófise. O

TSH é um hormônio que exerce seu efeito por ligar-se a um receptor específico

sobre a membrana celular tireoidiana. Esta ligação ativa a adenilciclase, na célula

tireoidiana, a qual converte ATP intracelular em AMP cíclico. O AMP cíclico inicia, a

seguir, uma série de eventos químicos resultando na estimulação da produção de

hormônio tireoidiano (CARLSON, HERSHMAN, 1975).

Para a síntese de tiroxina, são necessários cerca de 50 mg de iodo por ano

em adultos. A primeira etapa da síntese dos HT consiste no transporte dos iodetos

do liquido extracelular para as células glandulares e para os folículos da tireóide. Em

seguida os iodetos incorporam-se aos resíduos de tirosina unindo-se ao núcleo

tirosil da tireoglobulina e formando as iodotirosinas, monoiodotirosina (MIT) e

diiodotirosina (DIT). A síntese da tiroxina exige a fusão de duas moléculas de DIT

para que seja formada a estrutura definitiva com dois anéis iodados, enquanto que a

síntese de triiodotironina se dá pela junção de MIT e DIT (WILSON et al., 1998).

Cerca de 90% do hormônio secretado pela tireóide consiste em tiroxina (T4),

e 10% em triiodotironina (T3). A maior parte do T3 é produzida pela desiodação

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enzimática de T4 nos tecidos periféricos, de modo que ambos os hormônios são

importantes do ponto de vista funcional. As funções desses dois hormônios são

qualitativamente idênticas, porém eles diferem na rapidez e intensidade de sua

ação. A triiodotironina é cerca de quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas

ocorre em quantidades bem menores e persiste na circulação sanguínea por período

de tempo bem menor que a tiroxina (ARTHUR, GUYTON, 2009).

Os hormônios tireoidianos circulam na corrente sanguínea quase que

totalmente ligados às proteínas plasmáticas e apenas 0,02% do T4 e 0,2% do T3

encontram-se na forma livre. A entrada e a saída do hormônio nas células ocorrem,

em uma menor parcela, por difusão passiva e, principalmente, através de

transportadores específicos que regulam a captação e o efluxo dos hormônios

tireoidianos (RIBEIRO, 1998; HENNERMANN, 2001). No interior da célula, o T3 liga-

se a receptores específicos localizados no núcleo, os receptores do hormônio

tireoidiano (TRs). Os TRs medeiam a ação do hormônio ligando-se diretamente na

região promotora dos genes alvo e regulando a transcrição em todos os tecidos

(RIBEIRO, 1998).

Os hormônios tireoidianos possuem papel importante no crescimento,

desenvolvimento e metabolismo do organismo. Um alvo da ação desses hormônios

é o tecido cardíaco onde eles exercem grande número de influências promovendo

alterações estruturais, funcionais e moleculares (DILLMANN, 2002). Além disso,

apresentam ação importante sobre a regulação do metabolismo basal de diversos

tecidos, tais como o músculo esquelético, fígado, rins e cérebro (VENDITTI e DI

MEO, 2006).

Uma das doenças que está relacionada com o mau funcionamento da tireóide

é o hipertireoidismo que se caracteriza pelo excesso de produção e secreção de T4,

de T3 ou de ambos, resultando na hiperatividade da glândula. As causas mais

comuns deste distúrbio são a doença de Graves (condição auto-imune com

produção de anticorpos contra os receptores de TSH), bócio multinodular tóxico e

adenoma tóxico (nódulos hiper-secretores com função autônoma) (COOPER, 2003).

Os sinais e sintomas associados ao hipertireoidismo incluem fadiga, perda de peso,

hiperatividade, intolerância ao calor, palpitações, aumento da frequência cardíaca e

hipertensão arterial sistólica (BRAUNWALD, 2001).

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As manifestações cardiovasculares mais frequentes do hipertireoidismo são

taquicardia, arritmias e hipertensão arterial sistólica. Este estado cardiocirculatório

hiperdinâmico é causado tanto pela ação dos hormônios sobre a transcrição gênica

de proteínas regulatórias e estruturais do coração, como pelo maior consumo de

oxigênio causado pelo metabolismo elevado dos tecidos (FERNANDES, 2010).

Os efeitos nucleares do HT são mediados pela ativação transcricional ou

repressão dos genes alvos específicos que codificam proteínas estruturais ou

funcionais (DILLMANN, 1990). Este processo inicia com a entrada de T3 no

cardiomiócito através de proteínas de transporte específicas localizada no interior da

membrana celular (EVERTS et al., 1996). Uma vez no cardiomiócito, o T3 entra no

núcleo e interage com os ativadores transcricionais específicos (receptor α1) ou

repressores (receptor α2). A combinação de T3 a seus receptores (α1, α2), permite

que o complexo receptor-hormônio ative ou reprima as sequências de DNA (TRE),

modificando a taxa de transcrição dos genes alvo específicos (BRENT, 1994).

Dentre as várias proteínas cuja expressão é modulada a nível transcricional,

as mais expressas são as cadeias pesadas de miosina (MHC), proteína do retículo

sarcoplasmático Ca2+ATPase (SERCA) e fosfolambam (PLC). A MHC é um dímero

composto por filamentos alfa e beta, produtos de dois genes diferentes. SERCA é

uma enzima (Ca 2 + ATPase) que transfere Ca 2 + a partir do citosol da célula para

o lúmen do retículo endoplasmático à custa da hidrólise de ATP durante o

relaxamento do músculo. Fosfolambam é uma proteína que inibe a atividade de

SERCA no estado não fosforilado (DILLMANN, 1990).

O HT parece modificar a expressão de outros canais iônicos, tais como

Na+/K+ ATPase, Na+/Ca2+ e alguns canais voltagem dependentes, como os de K+.

Desse modo, coordena as respostas eletrofisiológicas e mecânicas do coração

(OJAMAA et al., 2010).

Os efeitos indiretos do HT provocam mudanças importantes na

hemodinâmica, pois exercem um importante efeito no sistema vascular, reduzindo a

resistência periférica ao promover o relaxamento das células musculares lisas das

paredes vasculares (OJAMAA et al.,1996).

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1.2- Exercício físico

O exercício físico provoca inúmeras alterações morfo-fisiológicas e funcionais.

Estas alterações ocorrem tanto a nível central como periférico (BARATA et al., 1997;

FAGGARD, 2004). Dentre os principais parâmetros cardiovasculares que sofrem as

adaptações ao treinamento físico, estão a frequência cardíaca (FC) (NEGRÃO et al.,

1992; KALIL, 1997) e a pressão arterial (NEGRÃO et al., 1992; BRUM, 1995), sendo

que um dos principais efeitos do treinamento físico é a diminuição da frequência

cardíaca de repouso.

A HC induzida pelo treinamento físico caracteriza-se pelo aumento de massa

muscular em resposta à sobrecarga de trabalho nas sessões de exercício (BARBIER

et al., 2006; CARREÑO et al., 2006). Esta hipertrofia é um mecanismo fisiológico

compensatório caracterizado, principalmente, pelo aumento do comprimento e

diâmetro dos cardiomiócitos, sendo estes mecanismos, desta forma, responsáveis

pela manutenção da tensão na parede ventricular em níveis ainda fisiológicos

(COLAN, 1997; URHAUSEN, KINDERMANN, 1999).

O treinamento físico induz HC podendo resultar em modificações descritas

como “coração de atleta”. Nestas condições, portanto, a hipertrofia é, em geral, do

tipo fisiológica e beneficia o sistema cardiovascular ocorrendo, concomitantemente,

diminuição da FC de repouso e aumento do tempo de enchimento ventricular, com

consequente aumento do volume sistólico, esses ajustes ajudam o coração a manter

as exigências derivadas do exercício físico (McARDLE et al., 2008).

O treinamento físico inclui atividades de padrão predominantemente aeróbio

ou anaeróbio. O treinamento do tipo aeróbio ocasiona HC excêntrica devido à

sobrecarga de volume provocada pelo aumento da pré-carga que ocorre em

consequência do aumento do retorno venoso, fato este capaz de gerar um pico

elevado de tensão diastólica. Para tentar normalizar o estresse no miocárdio

provocado por tal evento, ocorre crescimento dos cardiomiócitos por adição de

sarcômeros em série e aumento de miofibrilas. Em contrapartida, em corações de

atletas que realizam treinamento de força, ocorre aumento da pós-carga com

consequente elevação do pico de tensão sistólica, caracterizando a sobrecarga de

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pressão. A resposta subsequente é a HC concêntrica por adição de sarcômeros em

paralelo (MAGALHÃES et al., 2008).

Observa-se, portanto, que os fatores que desencadeiam a HC fisiológica

estão normalmente relacionados às sobrecargas, tanto de volume quanto de

pressão, impostas pela modalidade escolhida de treinamento. Além disso, no

entanto, ocorre envolvimento de fatores endócrinos e parácrinos que, estimulados

pelo exercício, também estão associados ao aumento da massa cardíaca (SERNERI

et al., 2001; OLIVEIRA; KRIEGER, 2002; IEMITSU et al., 2006).

É importante salientar que tanto no treinamento físico aeróbio como no

anaeróbio ocorre HC do tipo fisiológica, com características diferentes da observada

na hipertrofia patológica. A principal diferença que determina o padrão de hipertrofia

é o tipo e a duração do estímulo que o coração recebe. Em situações nas quais os

atletas recebem sobrecargas de pressão apenas durante a atividade física, a

hipertrofia cardíaca é, em geral, fisiológica. Contrariamente, em situações

patológicas o coração está exposto continuamente à sobrecarga funcional que

ocorre por longo tempo (LOPES, 2010).

1.3- Hipertrofia cardíaca

O coração é composto, fundamentalmente, por miócitos, vasos e matriz de

colágeno. Esses três componentes, em equilíbrio, contribuem para a manutenção da

forma e da função do órgão. Alterações nas composições desses componentes

podem se refletir no processo de remodelamento cardíaco que está intimamente

associado com a disfunção cardíaca. Esse remodelamento ocorre em resposta a

estímulos desencadeados por agentes mecânicos ou humorais sobre o tecido

cardíaco, o que resulta em reorganização das estruturas do coração com alterações

na geometria, volume e massa do órgão (BRILLA; MATSUBARA; WEBER, 1996).

Embora o remodelamento cardíaco seja definido como uma condição patológica,

nem sempre ele está associado a condições de doença. Os estímulos para o

desenvolvimento do remodelamento cardíaco incluem fatores mecânicos e

bioquímicos que têm ações endócrinas, parácrinas e autócrinas. Esses fatores

atuam em receptores, como as integrinas, e em canais iônicos presentes no

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sarcolema, ativando sinalizadores que promovem alteração na expressão gênica e

aumento da síntese protéica (SWYNGHEDAUW, 1999).

A hipertrofia cardíaca (HC) constitui um dos componentes do remodelamento

cardíaco e ocorre em resposta a um aumento da atividade ou da sobrecarga

funcional do coração. Esta adaptação pode se dar em resposta ao aumento da

necessidade metabólica impondo um aumento do débito cardíaco, ao aumento de

carga pressórica ou de volume e a mecanismos intrínsecos de natureza genética

(MILL, VASSALO, 2001). O processo de HC se caracteriza por alterações da

estrutura geométrica do coração, do volume das células musculares, da composição

bioquímica, da geração e condução elétrica, da organização do colágeno e dos

vasos sanguíneos (COHN et al., 2000).

A HC pode evoluir de forma fisiológica ou patológica, dependendo da

composição mais ou menos equilibrada dos elementos musculares e intersticiais. Na

perspectiva geométrica da HC, ela pode adquirir um padrão concêntrico ou

excêntrico em relação à cavidade do órgão. Estes dois padrões de hipertrofia

apresentam diferentes características estruturais, morfológicas, bioquímicas e

moleculares (MILL; VASSALO, 2001; MCMULLEN; JENNINGS, 2007).

É preciso mencionar que, mesmo em condições fisiológicas, pode ocorrer

tanto hipertrofia concêntrica quanto excêntrica. A primeira pode ser desencadeada

por treinamento físico resistido e ocorre em consequência à sobrecarga de pressão

imposta. A segunda forma pode aparecer em indivíduos em treinamento dinâmico ou

aeróbico e o padrão hemodinâmico observado é caracterizado por aumento da

frequência cardíaca e do volume sistólico com consequente incremento do débito

cardíaco. Estes componentes provocam sobrecarga do tipo volumétrico (OLIVEIRA;

KRIEGER, 2002).

Em estados patológicos, a hipertrofia excêntrica é acompanhada de

sobrecarga crônica de volume como ocorre na insuficiência mitral ou aórtica. Por sua

vez, a hipertrofia concêntrica é derivada da sobrecarga de pressão que aparece, por

exemplo, na hipertensão arterial e é associada ao espessamento da parede do

ventrículo esquerdo, com diminuição da cavidade interna ventricular (OLIVEIRA;

KRIEGER, 2002).

O hormônio tireoidiano em excesso pode promover esses dois padrões de

hipertrofia acima descritos (hipertrofia cardíaca mista). Esta resposta parece

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decorrer, em parte, da sobrecarga de volume em função do aumento do retorno

venoso produzido pelo HT (KLEIN; OJAMAA, 2001; DILLMANN, 2010).

1.4- Colágeno

O colágeno é a proteína mais abundante nos vertebrados e constitui

aproximadamente um quarto do total de proteínas do corpo dos organismos adultos.

Nas fibras ou formas rígidas, os vários tipos de colágeno funcionam primariamente

como principal suporte de elementos em uma vasta variedade de tecidos conjuntivos

(BENEDICTO, 2002).

Os tecidos conjuntivos funcionam principalmente através de seus

componentes extracelulares, no que diferem dos demais tecidos. São estruturas

biológicas complexas, formados por uma variedade de componentes químicos

distintos. Esses tecidos contêm células nativas, como fibroblastos, condrócitos,

osteócitos, células relacionadas a atividade imunológica, como leucócitos,

macrófagos, mastócitos, vasos sanguíneos, nervos e toda uma gama dos

componentes da matriz extracelular, como o colágeno (na forma fibrilar e não

fibrilar), proteoglicanos, glicoproteínas, água e minerais. A quantidade relativa de

cada um dos componentes varia significativamente em cada tecido conjuntivo, em

particular, e também com a idade (PARRY; CRAIG, 1988).

A matriz extracelular do coração tem por função a preservação da integridade

deste órgão e é uma estrutura dinâmica cujos constituintes protéicos são mantidos

por controle homeostático (FOMOVSKY; THOMOPOULOS; HOLMES, 2009). Além

de fornecer suporte estrutural para os tecidos, a matriz se constitui em um

importante meio através do qual transitam informações entre as células, participando

direta ou indiretamente de uma série de processos que incluem morfogênese,

diferenciação e migração celular (FINK, 2008).

Os cardiomiócitos representam em torno de 30% das células encontradas na

parede do coração, sendo, outras, as células musculares lisas dos vasos, as

endoteliais e os fibroblastos. Circundando e interligando todas essas estruturas, está

uma complexa e organizada rede de colágeno (WEBER, 1989), uma macromolécula

da matriz extracelular que possui conformação em tripla hélice. A unidade

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monomérica do colágeno é denominada tropocolágeno; estas unidades se

polimerizam e formam fibrilas. Por sua vez, as fibrilas se agregam e constituem as

fibras de colágeno reconhecidas por possuírem o aminoácido glicina repetido a cada

terceira posição da sequência e também pela presença dos aminoácidos

hidroxiprolina e hidroxilisina. O colágeno tem, por principal função, a resistência à

tensão, além de promover a integridade estrutural de diversos órgãos e tecidos

(REST; GARRONE, 1991). Portanto, o tecido colágeno é importante modulador da

arquitetura e da função cardíaca, podendo ocorrer, dependendo do estímulo,

acúmulo de colágeno, caracterizando, assim, a fibrose cardíaca. Esse fenômeno

pode interferir com a manutenção da geometria normal cardíaca e/ou comprometer a

função ventricular (WEBER, 1997; LORELL, CARABELLO, 2000).

Atualmente são conhecidos mais de 20 tipos de colágeno. Os principais tipos

encontrados são I, II, III, IV, V, VII. Dentre estes, com exceção do colágeno tipo IV,

todos formam fibrilas com estriações transversais, facilmente identificadas nas

micrografias eletrônicas, e são consequência do arranjo das moléculas de

tropocolágeno (ALBERTS et al., 2002). O colágeno tipo I e III são os componentes

predominantes do tecido conjuntivo. Produzidos por fibroblastos cardíacos, suportam

e auxiliam a manter o alinhamento dos miócitos e, devido à sua resistência à

distensão e elasticidade, resistem à deformação, mantêm a forma e espessura,

prevenindo as rupturas cardíacas e contribuindo para o enrijecimento passivo e ativo

do miocárdio (BENEDICTO, 2002). O tecido colágeno do miocárdio, normal e

maduro, é predominantemente do tipo I. Ele tem força tensora similar ao aço, em

contraste com o colágeno imaturo, que é mais fraco, ou o do tipo III, que é

depositado durante o processo de cura e tem baixa força tensora (JUGDUTT;

JOLJART; KHAN, 1996).

Os fatores responsáveis pelo aumento no conteúdo de fibras de colágeno

são, no momento, desconhecidos. Segundo Dolber e Spach (1987), o conteúdo de

colágeno no tecido conjuntivo do coração varia com a espécie, a região, a idade, o

sexo e o estado patológico. Tratados clássicos de morfologia apresentam, de

maneira geral, que alterações na quantidade ou no arranjo do tecido conjuntivo do

músculo cardíaco, especialmente de fibras colágenas, possuem a propriedade de

alterar a função do tecido e, consequentemente, a função do órgão. Da mesma

forma, uma série de enfermidades que comprometem os elementos do tecido

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cardíaco, seja muscular ou conjuntivo, pode promover alteração na função cardíaca

(BENEDICTO, 2002).

Desta forma, qualquer variação na função da tireóide que promova alteração

na produção, armazenamento e liberação dos hormônios da tireóide, pode estar

diretamente ligada ao processo de produção de colágeno. O hormônio tireoidiano

altera os fibroblastos cardíacos e a matriz de colágeno. Yao e Eghbali (1992),

estudando os efeitos do HT no colágeno em cultura de fibroblastos, encontrou que o

HT gera um downregulation do RNAm do colágeno tipo I, um colágeno fibrilar do

miocárdio como acima mencionado. Esta baixa regulação do RNAm causa inibição

na síntese de colágeno, não gerando fibrose cardíaca, apesar do HT promover

hipertrofia cardíaca.

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OBJETIVO

Analisar os efeitos cardiovasculares da associação do hormônio tireoidiano e do

exercício fisico em ratos Wistar.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética na utilização de

animais da Universidade Federal de Uberlândia, conforme o Protocolo 077/10. O

estudo conduzido é do tipo experimental. Foram utilizados 37 ratos da linhagem

Wistar, machos, adultos que pesassem aproximadamente 250 gramas, provenientes

do laboratório de experimentação animal da Universidade Federal de Uberlândia

(CEBEA/UFU) onde foi desenvolvido o experimento.

As condições ambientais para todos os grupos foram as mesmas, no que se

refere à temperatura, umidade relativa do ar, nível de ruído e luminosidade de

conformidade com o ritmo circadiano. Os animais foram alimentados com ração e

água “ad libitum”. Os ratos foram pesados e distribuídos aleatoriamente em quatro

grupos identificados como: controle (C) 8 animais, hormônio tireoidiano (HT) 10

animais, exercício (E) 9 animais, hormônio tireoidiano e exercício (H+E) 10 animais;

depois de distribuídos, os animais passaram por um período de adaptação de 15

dias no laboratório.

Após o período de adaptação foi aferida a frequência cardíaca e a pressão

arterial sistólica (PAS), utilizando-se o método pletismográfico, com sensor colocado

na cauda dos animais e registro da curva em aparelho Power Lab. Para o registro

dessas variáveis, os ratos foram aquecidos em gaiolas individuais e colocados

dentro de um contêiner (Imagem 3). Imagem 3: Aferição da PAS e FC no esfigmomânometro adaptado para ratos

(Power Lab).

3a 3b

Imagem 3a- rato dentro do contêiner, imagem 3b- esfigmomanômetro na cauda do

animal

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Posteriormente colocou-se o esfigmomanômetro na cauda do animal e o

manguito foi insuflado até que o fluxo sanguíneo fosse ocluído (Imagem 3b). Ao ser

desinsuflado, os primeiros picos de pulso foram visualizados no computador e no

mesmo instante foi registrada a pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca,

conforme demonstrado na imagem 4, 5 e 6. Para registro da PAS e FC foram

realizadas cinco aferições repetidas, sendo considerando o valor correspondente à

média dos valores obtidos.

Imagem 4: Pressão de pulso obtida através do esfigmomanômetro de cauda

adaptado para ratos.

(----) Demarcação da primeira pressão de pulso após a artéria ser desobstruída

Imagem 5: Pressão arterial obtida em imagem através do esfigmomanômetro de

cauda adaptado para ratos.

.

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29

(____) Demarcação da pressão arterial após a artéria ser desobstruída e é compatível com a

demarcação da pressão de pulso.

Imagem 6: Frequência cardíaca obtida em imagem através do esfigmomanômetro

de cauda adaptado para ratos.

(----) Demarcação da frequência cardíaca arterial após a artéria ser desobstruída e é compatível com

a demarcação da pressão de pulso.

O tipo do exercício utilizado foi de caráter anaeróbio. Para o treinamento foi

utilizado um vidro com 250mm de diâmetro (ROGATTO; LUCIANO, 2001), visando

limitar a alternativa do animal em seguir para outra direção. A altura da coluna de

água no vidro foi correspondente a 150% do comprimento corporal do rato.

A temperatura da água foi mantida entre 30ºC e 32ºC por ser considerada

termicamente neutra em relação à temperatura corporal do rato (HARRI; KUUSELA,

1986).

Após análises realizadas em laboratório, observou-se que 20% do peso

corporal do rato seria a carga máxima suportada pelo animal durante exercício.

O período de treinamento foi iniciado após 7 dias de adaptação ao meio

líquido. O treinamento foi realizado em 6 semanas e consistiu em cinco sessões

semanais de natação limitadas pela exaustão (duração de aproximadamente 1’30” e

o rato precisava permanecer com o rosto fora da água), com uma carga adicional de

20% do peso corporal do rato, por ser esta considerada uma sobrecarga que

aumenta a concentração de lactado (MANCHADO et al., 2006). A referida carga de

trabalho consistiu de blocos de chumbo fixados em um colete na região anterior do

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tronco dos ratos. A carga foi reajustada semanalmente, conforme a variação do peso

dos animais.

Imagem 7: Treinamento na água.

O hormônio foi administrado por meio de sondagem oro-gástrica realizada

uma vez ao dia, durante 6 semanas, no periodo da manhã sem jejum. A dose de

hormônio tireoidiano foi de 20 µg/100g de peso corporal de uma suspensão

de T4 a 0,1% que foi obtida a partir de 10 comprimidos de 100 µg de T4 diluídos em

10ml de água destilada (ENGELMAN et al., 2001). O volume da suspensão

administrada foi de 2 ml/100kg de peso.

Imagem 8: Administração do hormônio tireoidiano (gavagem).

Para verificar a capacidade física dos animais, foi realizado, no final do

experimento, um teste de esforço no qual os ratos se exercitavam até a exaustão.

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Após as 6 semanas de experimento, os ratos foram sacrificados sob

anestesia, procedendo-se à abertura do tórax para a coleta do sangue por punção

cardíaca direta e para a retirada do coração.

Para verificar se os animais estavam em hipertireoidismo, foi feita uma análise

sanguínea de T3 e T4 utilizando-se o método ELISA.

O coração foi pesado e feito a formolização com formol a 10%; este processo

teve a duração de 24 horas. Após a formolização, foram retirados os átrios e

separados os ventrículos para pesagem; o material foi a seguir encaminhado para

processamento histológico (Anexo A).

Para analisar os diâmetros transversais dos cardiomiócitos as lâminas foram

coradas com eosina/ hematoxilina e para quantificar o colágeno as lâminas foram

coradas com picrossirius. Foram obtidos cinco cortes de cada ventrículo e medidos

os menores diâmetros de cinco células(com núcleo visível) em cinco campos

diferentes. Para as medidas foram realizadas análises em imagens digitais

capturadas aleatoriamente em microscópio binocular Olympus BX40 com objetiva de

40x. Para a mensuração dos valores dos diâmetros dos cardiomiócitos foi utilizado o

software HL Image(Western Vision).

Imagem 9: Diâmetro transversal dos cardiomiócitos em µm.

A quantificação de colágeno foi feita por técnica de supressão de pixels, onde

foram obtidos três cortes de cada ventrículo e selecionados cinco campos diferentes

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de cada corte histológico. Foi sugerida a área situada na porção média entre o

endocárdio e o epicárdio visceral. A medida foi realizada por um mesmo observador

que não teve conhecimento a qual grupo pertencia a lâmina examinada.

Imagem 10: Quantificação colágeno em percentagem.

ESTATÍSTICAS

O comportamento do peso corporal, FC, PAS no pré e pós tratamento, foi

comparado utilizando-se o teste t de Student pareado ou o teste de Wilcoxon. A

comparação do nível hormonal, peso corporal, tolerância ao esforço, FC, PAS, peso

total do coração, peso ventricular esquerdo, diâmetro transversal dos cardiomiócitos

e percentagem de colágeno entre os grupos, após o tratamento, foi feita utilizando-

se a análise de variância (ANOVA) complementada, quando necessário, pelo teste

de Tukey. Para analisar a existência ou não de correlação entre peso total do

coração, peso ventricular esquerdo, diâmetro transversal dos cardiomiócitos e

percentagem de colágeno utilizou-se o teste de correlação de Pearson.

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RESULTADOS

Hormônios séricos

Os níveis de T4 séricos foram mais elevados nos grupos HT e H+E em

comparação aos grupos C e E. Os valores de T3 não diferiram entre os grupos. Os

valores estão demonstrados no gráfico e tabela 1 abaixo:

Gráfico 1: Média da concentração sérica de T3 e T4 após seis semanas de

intervenção.

Tabela 1: Média e desvio padrão da concentração sérica de T3 e T4 após seis

semanas de intervenção.

Níveis séricos T4(µg/dl) T3(ng/ml)

Controle 9.08±0.58 2.67±1.31

Hormônio 13.76±0.56* 2.91±0.99

Exercício 9.81±0.36 2.45±0.9

H+E 12.47±0.29* 2.89±1.89 *p<0,05(ANOVA- Tukey)

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Peso corporal

O peso corporal foi maior em todos os grupos após o tratamento, mas não

houve diferença entre os grupos. Os valores estão demonstrados no gráfico e tabela

2 abaixo:

Gráfico 2: Média do peso corporal pré e após seis semanas de intervenção.

Tabela 2: Media e desvio padrão do peso corporal pré e após seis semanas de

intervenção.

Peso corporal(g) Pré-intervenção Pós-intervenção

Controle 280±11.81 384±37.86*

Hormônio 260±31.4 349±27.82*

Exercício 263±31.37 355±27.82*

H+E 277±27.79 343±44.03*

*p<0,05(t-Student e Wilcoxon).

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Tolerância ao esforço

A tolerância ao esforço após o tratamento foi maior no grupo H+E em

comparação aos grupos C e HT. Os valores estão demonstrados no gráfico e tabela

3 abaixo:

Gráfico 3: Média da tolerância ao esforço após seis semanas de intervenção.

Tabela 3: Média e desvio padrão da tolerância ao esforço após seis semanas de

intervenção.

Tolerância ao esforço (seg.)

Controle 50±5

Hormônio 51±10

Exercício 61±12

H+E 73±23*

*p<0,05(ANOVA-Tukey)

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Frequência cardíaca

Os valores da frequência cardíaca após o tratamento foram maiores nos

grupos HT e H+E em comparação aos grupos C e E. Os valores estão

demonstrados no gráfico e tabela 4 abaixo:

Gráfico 4: Média da frequência cardíaca pré e após seis semanas de intervenção.

Tabela 4: Média e desvio padrão da frequência cardíaca pré e após seis semanas

de intervenção.

Frequência cardíaca

(bpm) Inicial Final

Controle 376±22 384±24

Hormônio 377±30 428±32*

Exercício 399±42 377±39

H+E 389±45 431±41*

* p<0,05(t-Student e Wilcoxon) e (ANOVA-Tukey)

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Pressão arterial sistólica

Houve aumento da PAS entre as medidas pré-intervenção e pós-intervenção

em todos os grupos. Os valores estão demonstrados no gráfico e tabela 5 abaixo:

Gráfico 5: Média da pressão arterial sistólica pré e após seis semanas de

intervenção.

Tabela 5: Média e desvio padrão da pressão arterial sistólica pré e após seis

semanas de intervenção.

Pressão arterial

(mmHg) Inicial Final

Controle 109±11 130±21*

Hormônio 108±12 121±11*

Exercício 111±4 126±19*

H+E 108±10 121±13* *p<0,05(t-Student e Wilcoxon) e (ANOVA-Tukey)

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Peso total do coração

O peso total do coração foi maior nos grupos HT e H+E, em comparação aos

grupos C e E. Os valores estão demonstrados no gráfico e tabela 6 abaixo:

Gráfico 6: Média do peso total do coração após seis semanas de intervenção.

Tabela 6: Média e desvio padrão do peso total do coração após seis semanas de

intervenção.

Peso total do coração (g)

Controle 1.64±0.18

Hormônio 1.8±0.1*

Exercício 1.56±0.11

H + E 1.88±0.17*

*p<0,05 (ANOVA-Tukey)

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Peso ventricular esquerdo

O peso ventricular esquerdo foi maior no grupo HT em comparação ao E. Os

valores estão demonstrados no gráfico e tabela 7 abaixo:

Gráfico 7: Média do peso ventricular esquerdo após seis semanas de intervenção.

Tabela 7: Média e desvio padrão do peso ventricular esquerdo após seis semanas

de intervenção.

Peso ventricular (g)

Controle 0.71±0.07

Hormônio 0.79±0.06*

Exercício 0.70±0.06

H+E 0.77±0.07

*p<0,05 (ANOVA-Tukey).

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Diâmetro transversal dos cardiomiócitos

O diâmetro transversal dos cardiomiócitos do ventrículo esquerdo foi maior

nos grupos HT, E e H+E em comparação ao C, sendo os maiores valores

encontrados no grupo HT. Os valores estão demonstrados no gráfico e tabela 8

abaixo:

Gráfico 8: Média do diâmetro transversal dos cardiomiócitos após seis semanas de

intervenção.

Tabela 8: Média e desvio padrão do diâmetro transversal dos cardiomiócitos após

seis semanas de intervenção.

Diâmetro dos cardiomiócitos (µm)

Controle 11.6±0.63

Hormônio 13.5±0.77*

Exercício 12.7±0.54*

H+E 12.2±0.63*

*p<0,05 (ANOVA-Tukey)

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Percentagem de colágeno

A percentagem de colágeno no ventrículo esquerdo foi maior nos grupos E e

H+E, em comparação aos grupos C e HT. Os valores estão demonstrados no gráfico

e tabela 9 abaixo:

Gráfico 9: Média da percentagem de colágeno no ventrículo esquerdo após seis

semanas de intervenção.

Tabela 9: Media e desvio padrão da percentagem de colágeno após seis semanas

de intervenção.

Colágeno (%)

Controle 1.38±0.28

Hormônio 1.16±0.24

Exercício 1.51±0.33*

H+E 2.12±0.43*

*p<0,05 (ANOVA-Tukey)

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Correlações

A análise da correlação entre as variáveis peso total do coração (PCor), peso

ventricular esquerdo (PVE), diâmetro transversal dos cardiomiócitos (DTC) e

percentagem de colágeno dos grupos mostraram respostas distintas. As variáveis no

grupo C mostraram correlação positiva entre o PVE e PCor (r= 0,74; p<0,05). As

demais comparações não mostraram significância. Aplicadas as mesmas análises ao grupo HT, encontrou-se correlação positiva

apenas entre o DTC e PCor (r= 0,70; p<0,05).

Já no grupo E houve correlação positiva entre o PVE e PCor (r= 0,67;

p<0,05), e entre a percentagem de colágeno e PVE (r= 0,79; p<0,05). Houve ainda

correlação negativa entre DTC e PVE (r= 0,62; p<0,05) e entre a percentagem de

colágeno e DTC (r= 0,67; p<0,05).

No grupo H+E foi encontrada correlação positiva entre PVE e PCor (r=0,80;

p<0,05) e entre o DTC e PVE (r= 0,71; p<0,05). Os resultados estão demonstrados

nos gráficos abaixo:

Gráfico 10: Correlação entre o peso ventricular esquerdo (PVE) e o peso total do

coração (PCor) no grupo controle.

(r= 0,74; p<0,05)

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43

Gráfico 11: Correlação entre o diâmetro transversal dos cardiomiócitos (DTC) e o

peso total do coração (PCor) no grupo hormônio.

(r= 0,70; p<0,05)

Gráfico 12: Correlação entre o peso ventricular esquerdo (PVE) e o peso total do

coração (PCor) no grupo exercício.

(r= 0,67; p<0,05)

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44

Gráfico 13: Correlação entre o diâmetro transversal dos cardiomiócitos (DTC) e o

peso ventricular esquerdo (PVE) no grupo exercício.

(r= 0,62; p<0,05)

Gráfico 14: Correlação entre o percentual do colágeno e o peso ventricular esquerdo

(PVE) no grupo exercício.

(r= 0,79; p<0,05)

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45

Gráfico 15: Correlação entre o percentual de colágeno e o diâmetro transversal dos

cardiomiócitos (DTC) no exercício.

(r= 0,67; p<0,05)

Gráfico 16: Correlação entre o peso ventricular esquerdo (PVE) e o peso total do

coração (PCor) no grupo hormônio e exercício (H+E).

(r=0,80; p<0,05)

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46

Gráfico 17: Correlação entre o diâmetro transversal dos cardiomiócitos (DTC) e o

peso ventricular esquerdo (PVE) no grupo hormônio e exercício (H+E).

(r= 0,71; p<0,05)

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47

DISCUSSÃO

Vários modelos experimentais têm sido utilizados no estudo dos múltiplos

aspectos que envolvem a remodelação cardíaca. Pouco se conhece, porém, da

participação do hormônio tireoidiano (BEDOTTO et al., 1989) na remodelação

ventricular (KLEIN, 1988; ZIERHUT, ZIMMER, 1989). O presente experimento foi

conduzido com a finalidade de se verificar aspectos ainda desconhecidos da

interação entre a estimulação produzida pelo hormônio tireoidiano e pelo exercício

físico no padrão de remodelação cardíaca e se constitui em mais uma etapa da linha

de pesquisa já desenvolvida em nosso laboratório.

A confirmação da exposição dos animais a concentrações aumentadas de

hormônio tireoidiano foi realizada dosando-se os níveis séricos de T3 e T4 no final

do período experimental. Neste procedimento verificou-se uma diferença de

comportamento hormonal, pois os valores de T3 não diferiram entre os grupos após

o tratamento, enquanto os níveis de T4 foram significantemente mais elevados nos

grupos que receberam levotiroxina sódica (51% grupo HT e 37% grupo H+E) em

comparação ao grupo C. Tal fato indica que a dosagem utilizada durante o

experimento induziu tireotoxicose nos animais.

O peso corporal dos animais apresentou comportamento similar em todos os

grupos após tratamento, exibindo valores mais elevados. Este resultado não era

esperado, pois um dos sinais da tireotoxicose é a perda de peso, duas hipóteses

foram levantadas, uma é a via utilizada, e a outra foi o momento da administração,

estes dois fatores podem ter interferido no metabolismo do hormônio.

O teste de tolerância ao esforço aplicado após o tratamento mostrou que o

grupo H+E teve um melhor desempenho do que os demais grupos. Este resultado

corrobora os de Souza et al. (2010) ao observarem que a intolerância ao esforço

físico em ratos hipertireoideos pode ser minimizada com a prática de exercícios

físicos, embora não se conheça os riscos adicionais que poderiam advir desta

prática.

Os grupos que receberam hormônio tireoidiano (HT e H+E) apresentaram os

efeitos cronotrópicos positivos típicos relacionados ao hormônio tireoidiano,

resultados semelhantes também foram encontrados por Fernandes (2007) e Lopes

(2010). A elevação da frequência cardíaca induzida pelo hormônio tireoidiano tem

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sido objeto de estudos e pode ter ocorrido, pelo menos em parte, devido ao aumento

da atividade adrenérgica, da expressão de αMHC, da SERCA e da diminuição de

fosfolambam. A combinação de ações cronotrópicas decorrentes destas mudanças

está associada ao aumento da FC (KLEIN; OJAMAA, 1998; DANZI; KLEIN, 2002;

CINI et al., 2009).

O modo de ação do hormônio tireoidiano sobre o ciclo cardíaco aumenta a

frequência cardíaca por diferentes vias que merecem destaque especial. A

contração cardíaca depende do efluxo de cálcio do retículo sarcoplasmático

aumentando a concentração deste íon no citosol. Esse ajuste promove a ligação

actina-miosina nos miofilamentos iniciando a contração muscular. Por sua vez, o

relaxamento miocárdico depende do sequestro de cálcio ativado pelas ATPases do

retículo sarcoplasmático (SERCA) e pela modulação da fosfoproteína conhecida

como fosfolambam que, ao ser fosforilada, reduz a inibição sobre a SERCA

acelerando a remoção citosólica do cálcio. O fosfolambam, em seu estado

desfosforilado, inibe a afinidade da SERCA pelo cálcio resultando em maior lentidão

do relaxamento miocárdico. (CARR; KRANIAS, 2002). O hormônio tireoidiano atua

aumentando a expressão de SERCA e diminuindo a atividade do fosfolambam como

descrito acima. Desta maneira acelera-se o ciclo de contração-relaxamento

aumentando a frequência cardíaca.

De forma interessante, observou-se uma diminuição da frequência cardíaca

de repouso no grupo E. Esta resposta parece demonstrar que houve um ajuste

fisiológico relacionado ao efeito cronotrópico negativo decorrente do treinamento

físico (EVANGELISTA et al., 2003). Alguns estudos indicam que essa redução da

FC ocorre por aumento da atividade vagal, diminuição da atividade das terminações

neurais simpáticas e dos níveis plasmáticos de noradrenalina circulantes. Este fato

parece estar presente tanto em humanos quanto em animais (GOLDSMITH et al.,

1992)

Este efeito modulador do exercício físico em relação à frequência cardíaca foi

anulado pelo hormônio tireoidiano (grupo H+E). Uma provável explicação para tal

fato pode ser o efeito do hormônio tireoidiano aumentando a atividade cronotrópica

do coração mesmo na presença de exercício físico, conforme discutido

anteriormente. A incapacidade do exercício físico em diminuir a resposta

cronotrópica positiva decorrente da ação do hormônio tireoidiano pode ser explicada

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tanto pela forte resposta da ação genômica quanto pela ação não genômica do

hormônio tireoidiano. A ação nuclear do hormônio tireoidiano aumenta a expressão

da αMHC e diminui a expressão de βMHC, o que provoca aumento da frequência

cardíaca, como já mencionado. A sua ação não nuclear altera o comportamento dos

canais iônicos de sódio, potássio e cálcio da membrana dos cardiomiócitos, fato que

resulta em cronotropismo e inotropismo positivos do hormônio tireoidiano. Talvez

essas respostas diretas e indiretas provenientes da ação do hormônio sejam

predominantes em relação àquelas oriundas do exercício físico explicando, assim, a

perda do controle da FC pelo exercício físico (KLEIN; OJAMAA, 2001; KAHALY;

DILLMANN, 2005).

O comportamento da PAS diferiu antes e após o tratamento, apresentando

valores mais elevados em todos os grupos no final da intervenção. Contudo, não

houve diferença entre os grupos após o tratamento.

O aumento do peso total do coração e do ventrículo esquerdo nos grupos que

receberam hormônio tireoidiano (HT e H+E) parece ser o resultado dos efeitos

diretos e indiretos deste hormônio. Embora o peso do ventrículo esquerdo tenha

apresentado apenas uma tendência em aumentar. Como discutido anteriormente, o

hormônio tireoidiano produz alterações no metabolismo de quase todo o organismo.

Ocorre, assim, aumento do consumo de oxigênio pelos tecidos, com consequente

queda da resistência periférica, aumento do volume sistólico e do débito cardíaco,

modificações estas que, em conjunto, promovem aumento do trabalho cardíaco. O

hormônio também modifica e altera a síntese de proteínas contráteis do coração. A

associação destes fatores pode ter provocado o aumento do peso total do coração.

A hipertrofia cardíaca representa um importante mecanismo adaptativo que

ocorre em resposta à sobrecarga hemodinâmica crônica, permitindo ao coração

manter suas funções básicas em vigência do aumento das condições de carga

impostas (OLIVETTI, 2000).

Múltiplos mecanismos podem contribuir para o desenvolvimento da

hipertrofia, mas a sua estreita relação com a carga hemodinâmica imposta ao

coração indica a predominância de fatores mecânicos, como tensão e deformação,

como os principais estímulos para o desenvolvimento e a manutenção da hipertrofia

dos cardiomiócitos (FRANCHINI, 2001).

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Klein e Hong (1986) estudaram um modelo experimental de transplante

cardíaco heterotópico, onde o coração transplantado é estruturalmente normal,

apresenta batimentos espontâneos, mas, essencialmente, não trabalha. A presença

de dois corações com perfusão de sangue idêntica, mas sujeitos a condições

hemodinâmicas muito diferentes, permitiu estudar diretamente os efeitos de T4

sobre o crescimento cardíaco. Após o transplante, foi administrado T4 que produziu

hipertrofia no coração “local”, mas o coração transplantado não apresentou diferença

no tamanho em comparação ao grupo controle.

Em outro experimento, Klein (1988) administrou propranolol simultaneamente

com o T4. Assim, tanto a frequência cardíaca como a resposta hipertrófica foi

bloqueada. A dose de propranolol utilizada, contudo, não teve efeito sobre a

frequência nem sobre o peso dos animais do grupo controle.

Além da verificação do peso, outra maneira de estimar a HC é verificar o

diâmetro transversal dos cardiomiócitos. Para isso selecionou-se aquelas células

que foram seccionadas perpendicularmente e mediu-se o seu menor diâmetro. Este

é um método confiável e facilmente reproduzido (FERREIRA, 2001; FERNANDES,

2007). No presente estudo, os grupos HT, E e H+E apresentaram aumento dos

diâmetros das células musculares cardíacas do VE (16,3%, 9,4% e 5,1%,

respectivamente), em relação ao grupo C. Como se percebe, o grupo HT apresentou

maiores diâmetros dos cardiomiócitos do que os demais grupos estudados.

Alguns experimentos (FRANCHINI, 2001; CARREÑO et al., 2006;

MAGALHÃES et al., 2008) descreveram as principais vias sinalizadoras da

hipertrofia cardíaca. Sabe-se que tanto o exercício físico quanto o hormônio

tireoidiano induzem HC e os mecanismos envolvidos nesta resposta hipertrófica

estão sendo progressivamente entendidos (MILL; VASSALO, 2001; OLIVEIRA;

KRIEGER, 2002; MCMULLEN et al., 2003; MAGALHAES et al., 2008; CINI et al.,

2009; OJAMAA, 2010). Como já mencionado, o estresse mecânico da atividade

física induz a hipertrofia por impor sobrecarga cardíaca decorrente do aumento do

retorno venoso (exercícios aeróbicos) ou da resistência periférica aumentada

(exercícios resistidos). A tradução da tensão mecânica muscular desencadeada pelo

esforço físico em estímulo hipertrófico cardíaco está relacionada à ação de algumas

proteínas ancoradas à membrana plasmática e que são conhecidas como integrinas.

Estas integrinas estão localizadas entre a matriz extracelular e o complexo de

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proteínas que formam a linha Z do sarcômero. Nesta malha são encontradas

proteínas sinalizadoras, como as tirosinas-quinases coativadoras de receptores

esteroidais (Src), a quinase de adesão focal (Fak) e o complexo p130, as quais têm

papel crucial na rápida fosforilação de proteínas quinases ativadas por mitógenos

(MAPK), da quinase reguladora de sinais extracelulares (ERK) e p38, e não são

ativadas pela estimulação de angiotensina II (SELVETELLA; LEMBO, 2005;

GARCIA; INCERPI, 2008; MAGALHAES et al,2008). A excitação desses sinais

bioquímicos leva à transcrição gênica nuclear e, no citoplasma, aumenta a

velocidade de tradução ribossomal para a produção de proteínas, ao mesmo tempo

em que diminui a degradação delas no citosol.

De acordo com Melo et al. (2011), mostraram a participação do receptor AT1,

na sinalização intracelular induzida por uma sessão de exercício de força através do

bloqueio com losartan. Ainda demonstraram que uma sessão de exercício de força

foi capaz de induzir a ativação da via de sinalização intracelular AKT-mTOR no

ventrículo esquerdo de ratos dependente da ativação do receptor AT1. Além disso,

Baraúna et al.(2008), demonstraram que o receptor AT1 participa do

desenvolvimento da hipertrofia cardíaca sem alterar a expressão gênica da relação

alfa/beta MCP (miosina de cadeia pesada) e ANF, os quais são dois importantes

marcadores da hipertrofia cardíaca patológica. O receptor AT1 funciona como um

sensor mecânico, ativando vias de sinalização hipertrófica, quando submetido ao

estiramento mecânico em cultura de cardiomiócitos, na ausência de angiotensina II

(ZOU et al, 2004). Estes efeitos descritos podem estar vinculados ao aumento do

diâmetro transversal dos cardiomiócitos no grupo E.

Evidências mostram que o hormônio tireoidiano também funciona na tradução

protéica e atuam sobre os processos de sinalização iniciados na membrana

plasmática e no citoplasma, os quais resultam em respostas biológicas (DAVIS;

DAVIS, 2002). A ativação intracelular das cascatas de sinalização independentes

dos receptores clássicos dos hormônios tireoidianos foi recentemente descrita

evidenciando a existência de outro receptor específico do hormônio tireoidiano na

superfície celular denominado integrina αVβ3 (BERGH et al., 2005). A interação se

dá, principalmente, através da ligação de T4-αVβ3 que promove a fosforilação do

MAPK/ERK1/2 e favorece a translocação do receptor tireoidiano β1 (TRβ1) para o

núcleo, levando ao aumento da transcrição gênica e culminando em

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neovascularização (angiogênese) (OJAMAA, 2010). A inativação da integrina β1

altera a integridade da membrana dos cardiomiócitos e da estrutura do sarcômero,

causando disfunção sistólica. Isso demonstra o papel crucial das integrinas no

processo de HC (SELVETELLA; LEMBO, 2005).

Os diâmetros celulares aumentados nos grupos que receberam hormônio

tireoidiano podem ser explicados, portanto, pelas ações do hormônio tireoidiano.

Estas ações são variadas e induzem modificação do fenótipo da célula mediada

pelos receptores (TRs) localizados no núcleo. Os TRs (TRα1 e TRβ1) são fatores

transcricionais que regulam a expressão de genes por meio de interações com

sequências específicas de DNA. Um estudo recente, ENCODE, indica que mais de

80% do genoma humano têm algum tipo de função bioquímica operacional

(JOSEPH et al.,2012). Dessa maneira, o T3, ao entrar no núcleo, liga-se aos seus

receptores nucleares que estão conectados a genes-alvo diversos e codificam

proteínas estruturais e regulatórias, incluindo proteínas miofibrilares como a MHC,

SERCA e o fosfolambam. As ações do HT com segmentos intermediários da cadeia

de DNA ainda não são conhecidas. Com essas alterações há modificação da função

cardíaca sistólica e diastólica aumentando a contratilidade e a frequência cardíaca e

melhorando o relaxamento das fibras (DILLMANN, 2002; KAHALY; DILLMANN,

2005).

No citosol, os TRs participam na sinalização citoplasmática e iniciam

processos que resultam em respostas biológicas. O T3 liga-se ao TR, principalmente

o TRα1, e medeia a ativação da via de transdução PI3K/AKT/mTOR, o que resulta

em aumento da síntese protéica e ativação de genes hipertróficos (KUZMAN et al.,

2005; HIROI et al., 2006; OJAMAA, 2010). Todos estes efeitos apontam no sentido

de existir maior quantidade acumulada de miofibrilas e de outros eventuais

componentes protéicos que podem ser os responsáveis pelo diâmetro celular

aumentado nestes animais dos grupos HT e H+E.

A análise detalhada dos resultados da hipertrofia obtida no grupo que

associou o exercício físico e o hormônio tireoidiano, desperta duas questões. A

primeira delas diz respeito ao modelo de hipertrofia e a segunda se refere à

ausência de efeito hipertrófico somatório.

Como já comentado, as hipertrofias fisiológicas mantém equilibradas as

relações existentes entre as fibras musculares, a estrutura de colágeno e a

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vascularização miocárdica. Este parece ser o padrão mais encontrado nas

hipertrofia cardíaca derivadas do exercício físico e do excesso de hormônio

tireoidiano (OJAMAA, 2010).

Algumas vias que, ativadas, produzem HC fisiológica, estão envolvidas nas

ações cardiovasculares do exercício físico e do hormônio tireoidiano. Uma delas é a

que envolve o fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-1) que se liga ao seu

receptor de tirosina quinase (IGF-1R) ativando e autofosforilando resíduos de

tirosina que promovem o recrutamento e ativação de uma lipídeo quinase, PI3K

(fosfatidilinositol-3 quinase). Esses processos iniciam a ativação de vias

intracelulares que produzem o aumento da síntese protéica e consequente HC

(SERNERI et al., 2001; PAEZ; SELLERS, 2003; KIM et al., 2008; IKEDA et al.,

2009). A via da PI3K tem um papel critico na hipertrofia cardíaca dependente de

volume e a sua interrupção inibe a síntese protéica, impedindo a resposta

hipertrófica mesmo na presença de exercício físico aeróbico e de hormônio

tireoidiano. Curiosamente isto parece não ocorrer nas sobrecargas de pressão

(MCMULLEN et al., 2003; LUO et al., 2005; HIROI et al., 2006) típicas do exercício

resistido.

A PI3K é uma molécula da membrana responsável por iniciar os processos de

fosforilação da AKT. Essa proteína possui duas isoformas: a PI3Kα (subunidade

PI3K-p85 e p-110α) e PI3KΥ (subunidade PI3K-p110Υ) que estão associadas à HC

fisiológica e à patológica, respectivamente (OUDIT et al., 2004). Na cascata de

ativação dessa via, a PI3K fosforila o segundo mensageiro, PIP2 (fosfatidil-inositol

4,5-bifosfato), em PIP3 (fosfatidil-inositol 3,4,5-bifosfato). O PIP3 recruta a AKT para

a membrana plasmática que é ativada quando fosforilada pela PDK (fosfoinositideo

dependente de quinase) (TRACHOOTHAM et al., 2008). A AKT, uma proteína

quinase B, tem um papel chave na regulação de uma ampla variedade de funções

em diferentes tecidos, tais como, na proliferação e crescimento celulares, na função

contrátil e na angiogenese coronariana (SHIOJIMA; WALSH, 2006). Dos três

membros da família AKT (AKT1, AKT2 e AKT3), as duas primeiras são bastante

expressadas no coração e sua atividade está relacionada com estímulos geradores

de hipertrofia fisiológica (WALSH, 2006). Recentemente, Debosch et al., (2006)

utilizaram camundongos nocautes para AKT1 e demonstraram que essa proteína

está implicada na resposta hipertrófica dos cardiomiócitos e sua ablação gera

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redução de síntese protéica na HC, mesmo após o treinamento físico. Isso sugere a

participação da AKT1 na HC induzida pelo treinamento físico.

A AKT promove a fosforilação e inibição do produto do gene TSC2 que é um

inibidor do importante fator de crescimento tecidual, o mTOR (DEBOSCH et al.,

2006; MAGALHÃES et al., 2008). O mTOR é uma proteína quinase que atua

aumentando a síntese protéica e ativando outras proteínas quinases S6 (S6KI e

S6K2) as quais aumentam a tradução de proteínas, a biossíntese ribossomal, a

divisão celular e a hipertrofia. Elas também são responsáveis por acionar a liberação

da 4EBPI que proporciona o inicio da tradução ribossomal (MAGALHÃES et al.,

2008).

Fica, portanto, bastante evidente a importância da via PI3K/AKT/mTOR na

hipertrofia fisiológica induzida pelo treinamento físico e pelo hormônio tireoidiano.

Para explicar a ausência do efeito hipertrófico somatório no grupo H+E, pode-

se sugerir que tanto o exercício físico quanto o hormônio tireoidiano tenham induzido

hipertrofia utilizando a mesma via indutora, ou seja, a da PI3K-AKT-mTOR, via esta

estreitamente relacionada à hipertrofia cardíaca fisiológica (GERALD, 2007). O

modelo experimental utilizado no presente estudo induziu tireotoxicose por um

período aproximado de 4,4% da vida esperada do animal (34 meses) e como a

ativação da via da PI3K-AKT-mTOR se dá em curto prazo de tempo, esta hipótese

se torna bastante plausível. Uma alternativa a esta explicação poderia ser a de que

a somatória dos estímulos para a hipertrofia cardíaca tenha produzido um

esgotamento dos mecanismos hipertróficos e, assim, mesmo eventualmente

atuando por vias diferentes, eles tivessem atingido um platô de resposta impedindo

um maior crescimento muscular cardíaco no grupo H+E.

O teor de colágeno, o grupo H+E apresentou valores maiores que os grupos

C, HT e E. No grupo E a quantidade de colágeno encontrada foi mais elevada do

que no grupo HT.

De acordo com Benedicto (2002), um defeito adquirido ou congênito no

arranjo do colágeno pode levar a anormalidades na arquitetura miocárdica, na

função de bomba ou no mecanismo valvar. Burges et al. (2001) observaram que, em

fibroses cardíacas, as fibras colágenas externas irradiam-se entre as fibras

musculares, ocupando e comprimindo o espaço intersticial, e são a maior causa da

rigidez miocárdica resultando em um decréscimo na força contrátil e na capacidade

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de relaxamento do coração. Para Silva (1995), é importante ressaltar que esse

desarranjo promove uma série de modificações, os cardiomiócitos tornam-se mais

soltos, perdem a união e, ao mesmo tempo, necessitam hipertrofiar-se para

compensar a exigência de trabalho. Com a hipertrofia há a necessidade de maior

quantidade de fibras para ancorá-los, essa maior quantidade de fibras faz com que

os cardiomiócitos se sobrecarreguem para vencer a força tensora promovida pelas

fibras que o ancoram constituindo-se, assim, um ciclo vicioso, lento e continuo que

conduz à deterioração progressiva da estrutura.

Matsubara et al, (2006), compararam as alterações estruturais cardíacas em

modelos experimentais de sobrecarga de pressão e de volume e observaram que o

grupo com hipertensão arterial renovascular (sobrecarga de pressão) apresentaram

valores mais elevados da fração de colágeno intersticial, em relação aos grupos

controle e de sobrecarga de volume. Isto permite a conclusão que a sobrecarga de

volume causa padrão distinto de remodelação cardíaca quando comparada com

aquela decorrente da hipertensão arterial, sugerindo que as implicações funcionais

de cada padrão não são intercambiáveis.

Analisando-se as correlações entre as variáveis estudadas, verificou-se que a

exposição ao hormônio tireoidiano produziu aumento do peso do coração de forma

diretamente proporcional ao aumento do diâmetro transversal dos cardiomiócitos.

Essa correlação encontrada é positiva e forte. Este fato parece estar diretamente

vinculado a não detecção de acúmulo de colágeno nos corações do grupo HT

indicando que o aumento do peso do coração é dependente do aumento do

diâmetro transversal dos cardiomiócitos. Na literatura consultada não foi encontrada

qualquer referência a este padrão de hipertrofia.

A correlação detectada entre o peso do coração e o peso ventricular esquerdo

do grupo E restabelece o padrão obtido no grupo C e indica que o aumento do

colágeno pode estar diretamente implicado no aumento do peso ventricular

esquerdo. Ao mesmo tempo, a correlação negativa entre o diâmetro transversal dos

cardiomiócitos e o peso ventricular esquerdo e a percentagem de colágeno e o

diâmetro transversal dos cardiomiócitos reforçam essa hipótese e parece indicar que

a participação dos cardiomiócitos, embora eles apresentem um diâmetro transversal

dos cardiomiócitos maior do que o grupo C, tenha um papel menos importante na

hipertrofia cardíaca.

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A associação de hormônio tireoidiano e exercício físico manteve a correlação

positiva entre o peso ventricular esquerdo e o peso do coração e entre o diâmetro

transversal dos cardiomiócitos e o peso ventricular esquerdo, embora nenhuma

correlação tenha sido encontrada envolvendo o colágeno. Esse resultado é

interessante, pois a somatória dos efeitos parece reduzir a acúmulo de colágeno,

fato que pode ter relevância clínica e precisa ser mais bem estudado em futuros

modelos experimental.

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CONCLUSÃO

A associação do hormônio tireoidiano com o exercício físico de elevada

intensidade produziu hipertrofia cardíaca caracterizada pelo aumento do peso do

coração e diâmetro transversal dos cardiomiócitos, sem aumento concomitante do

ventrículo esquerdo.

Esta associação gerou um padrão hipertrófico não correlacionado diretamente

ao grau de fibrose.

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ANEXO

Anexo A Passo-a-passo da preparação histológica.

Coloração eosina/hematoxilina

Passo I: Inclusão do material em parafina

• Fixado o material em formol

• Cortado o músculo cardíaco e colocado em K7

• O material foi disposto em álcool a 70% por 30min

• Álcool 85% por 30min

• Álcool 95% por 30min

• Álcool absoluto I por 30 min

• Álcool absoluto II por 30 min

• Álcool absoluto III por 30 min

• Retirar o excesso de álcool em papel toalha

• Xilol I por 30 min

• Xilol II por 30 min

• Xilol III por 30 min

• Retirar o excesso em papel toalha

• Parafina I

• Parafina II

• Parafina III

• Inclusão em bloco de parafina.

O bloco foi cortado em micrótomo (5 micra) sendo realizados dois cortes em cada

lamina.

Passo II: Hidratar (desparafinizar)

• Xilol III por 10 min

• Xilol II por 10 min

• Xilol I por 10 min

• Retirar o excesso com papel toalha

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• Álcool absoluto III por 30 seg

• Álcool absoluto II por 10 seg

• Álcool absoluto I por 10 seg

• Álcool 95% por 10 seg

• Álcool 85% por 10 seg

• Álcool 70% por 10 seg

• Água corrente por 20 min

• Água destilada por 5 min

• Clorada com hematoxilina de Harris por 30 seg

• Água corrente 20 min

• Água destilada 5 min

• Corado com eosina/floxina de 1min, 30 seg e 2min

• Água corrente para retirar o excesso de eosina

• Água destilada por 4 seg

Passo III: Desidratar (Diafanizar)

• Álcool 70% por 10 seg

• Álcool 85% por 10 seg

• Álcool 95% por 10 seg

• Álcool absoluto I por 10 seg

• Álcool absoluto II por 10 seg

• Álcool absoluto III por 10 seg

• Retirar o excesso de álcool em papel toalha

• Xilol I por 30 seg

• Xilol II por 30 seg

• Xilol III por 30 seg

Coloração com picrosirius red

Passo I: Inclusão do material em parafina

• Fixado o material em formol

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68

• Cortado o músculo cardíaco e colocado em K7

• O material foi disposto em álcool a 70% por 30min

• Álcool 85% por 30min

• Álcool 95% por 30min

• Álcool absoluto I por 30 min

• Álcool absoluto II por 30 min

• Álcool absoluto III por 30 min

• Retirar o excesso de álcool em papel toalha

• Xilol I por 30 min

• Xilol II por 30 min

• Xilol III por 30 min

• Retirar o excesso em papel toalha

• Parafina I

• Parafina II

• Parafina III

• Inclusão em bloco de parafina.

O bloco foi cortado em micrótomo (5 micra) sendo realizados dois cortes em cada

lamina.

Passo II: Hidratar (desparafinizar)

• Xilol III por 10 min

• Xilol II por 10 min

• Xilol I por 10 min

• Retirar o excesso com papel toalha

• Álcool absoluto III por 30 seg

• Álcool absoluto II por 10 seg

• Álcool absoluto I por 10 seg

• Álcool 95% por 10 seg

• Álcool 85% por 10 seg

• Álcool 70% por 10 seg

• Água corrente por 20 min

• Água destilada por 5 min

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Secar o excesso com papel toalha

• Ácido fosfomolibidênico 0,2% por 2 min

Secar o excesso com papel toalha

• Picrosirius red por 90 min

Secar o excesso com papel toalha

• Solução HCL a 0,01% N por 2 min

• Água corrente por 15 min

• Água destilada por 5 min

Passo III: Desidratar (Diafanizar)

• Álcool 70% por 10 seg

• Álcool 85% por 10 seg

• Álcool 95% por 10 seg

• Álcool absoluto I por 10 seg

• Álcool absoluto II por 10 seg

• Álcool absoluto III por 10 seg

• Retirar o excesso de álcool em papel toalha

• Xilol I por 30 seg

• Xilol II por 30 seg

• Xilol III por 30 seg

• Montar a lâmina com entelan