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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
GABRIEL JACOMIN VARGAS DA SILVA
PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO DA DISCIPLINA QUI 138 – FUNDAMENTOS DE
QUÍMICA ORGÂNICA – BASEADA NO RELATO DE GRADUANDOS E NA
EXPERIÊNCIA DE UM TUTOR DO PROGRAMA DE TUTORIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
VIÇOSA – MINAS GERAIS – BRASIL
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
GABRIEL JACOMIN VARGAS DA SILVA
PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO DA DISCIPLINA QUI 138 – FUNDAMENTOS DE
QUÍMICA ORGÂNICA – BASEADA NO RELATO DE GRADUANDOS E NA
EXPERIÊNCIA DE UM TUTOR DO PROGRAMA DE TUTORIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
Monografia apresentada ao Departamento de Química da
Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências para a conclusão do Curso de Licenciatura em Química.
ORIENTADOR: RÓBSON RICARDO TEIXEIRA
VIÇOSA – MINAS GERAIS – BRASIL
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
GABRIEL JACOMIN VARGAS DA SILVA
PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO DA DISCIPLINA QUI 138 – FUNDAMENTOS DE
QUÍMICA ORGÂNICA – BASEADA NO RELATO DE GRADUANDOS E NA
EXPERIÊNCIA DE UM TUTOR DO PROGRAMA DE TUTORIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
Monografia aprovada em 23 de Novembro de 2018.
Professor Antônio Jacinto Demuner
Departamento de Química – UFV Avaliador do Trabalho
Professora Vânia Maria Teixeira
Carneiro Departamento de Química – UFV
Avaliadora do Trabalho
Professor Róbson Ricardo Teixeira
Departamento de Química – UFV Orientador do Trabalho
Professor Vinícius Catão de Assis Souza
Departamento de Química – UFV Coordenador da Disciplina
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por todas as graças recebidas e todo livramento
que me deu durante toda a graduação e à Nossa Senhora por nunca ter me desamparado
neste caminho.
Aos meus pais, por toda paciência, empenho e zelo e por terem acreditado em
meus sonhos e me ajudado sempre a seguir em frente.
Aos meus irmãos Thiago, Rodrigo e Beatriz, por terem me apoiado sempre e por
terem me dado força mesmo que a distância.
À minha namorada Roberta, por todo amor e por nunca ter me deixado desistir.
Ao professor Róbson por ter acreditado em mim, por toda atenção, incentivo e
confiança ao longo do desenvolvimento desse trabalho. Por ter me acolhido e
compartilhado sua experiência e profissionalismo ao longo destes anos.
Aos meus queridos e amados alunos do Ensino Básico, tutorandos e profissionais
do Programa de Tutoria da Universidade Federal de Viçosa, pelo carinho, dedicação,
disponibilidade e participação de sempre.
Aos professores da banca examinadora, por terem aceitado participar da
finalização deste trabalho.
Muito obrigado!
A arte suprema do professor está em despertar prazer
por meio da expressão criativa do conhecimento. Albert Einstein
RESUMO
DA SILVA, Gabriel Jacomin V. Proposta de reformulação da disciplina QUI
138 – Fundamentos de Química Orgânica – baseada no relato de graduandos e na
experiência de um tutor do Programa de Tutoria da Universidade Federal de Viçosa.
Monografia de conclusão do Curso de Licenciatura em Química. Universidade Federal de
Viçosa, 23 de Novembro de 2018. Orientador: Prof. Róbson Ricardo Teixeira.
A disciplina QUI 138 – Fundamentos de Química Orgânica – é oferecida pelo
Departamento de Química (DEQ) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os
graduandos dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Engenharia de Alimentos, Engenharia
Florestal, Engenharia Ambiental e Ciência e Tecnologia de Laticínios obrigato riamente
cursam esta disciplina. O conteúdo ministrado na QUI 138 serve de alicerce para que os
graduandos possam cursar disciplinas mais específicas durante suas formações acadêmicas.
Assim, a maneira como a disciplina é apresentada aos estudantes possui significativo
impacto no processo ensino-aprendizagem. A contextualização dos conceitos apreendidos
na QUI 138 com outras disciplinas específicas dos cursos dos graduandos matriculados
pode contribuir para a melhoria no processo ensino-aprendizagem. Dentro deste contexto,
o presente trabalho teve como meta a proposição de uma reformulação da QUI 138
baseada na ideia de uma maior contextualização da disciplina com aspectos mais
específicos dos cursos de graduação para os quais ela é ministrada.
Palavras-chave: Reformulação, Química Orgânica, contextualização.
ABSTRACT
DA SILVA, Gabriel Jacomin V. Reformulation proposal based of the QUI 138
– Fundamentals of Organic Chemistry course based on the students' reports as well
as the experience of a teaching assistant. Undergraduate Final Paper Submitted to the
Department of Chemistry in Partial Fulfillment of the Requirements for the Undergaraute
degree of Chemistry. Federal University of Viçosa, November 23, 2018. Advisor: Prof.
Róbson Ricardo Teixeira.
The QUI 138 - Fundamentals of Organic Chemistry is an undergraduate course
taken by students of Agronomy, Animal Science, Food Engineering, Forestry Engineering,
Environmental Engineering and Dairy Science and Technology of the Federal University
of Viçosa. The content taught in QUI 138 serves as a foundation for undergraduates to
take more specific courses. Thus, the way by which the course is presented to the students
has a significant impact on the teaching- learning process. The contextualization of the
concepts learned in the QUI 138 with other specific courses taken by undergraduate can
contribute to the improvement of the teaching- learning process. Within this context, the
present work had as a goal the proposal of a reformulation of the discipline QUI 138 based
on the idea of a greater contextualization of this fundamental organic chemistry course
with more specific aspects of the undergraduate courses for which the discipline is taught.
Contextualization can help in this regard it is the main idea defended here.
Keywords: Reformulation, Organic Chemistry, Contextualization
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 9
1.1 LIVRO-TEXTO _______________________________________________________________10
1.2 A EMENTA DA DISCIPLINA __________________________________________________11
1.3 AVALIAÇÕES ________________________________________________________________12
2 OBJETIVOS ____________________________________________________ 12
3 METODOLOGIA_________________________________________________ 13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO _____________________________________ 14
5 PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO _________________________________ 19
5.1 CONTEÚDO ABORDADO NA DISCIPLINA _____________________________________19
5.2 FORMAS DE AVALIAÇÃO ____________________________________________________21
5.3 LIVRO-TEXTO _______________________________________________________________21
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________ 21
7 PERSPECTIVAS _________________________________________________ 22
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________ 23
9
1 INTRODUÇÃO
A disciplina QUI 138 – Fundamentos de Química Orgânica – é oferecida pelo
Departamento de Química (DEQ) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os
graduandos dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Engenharia de Alimentos, Engenharia
Florestal, Engenharia Ambiental e Ciência e Tecnologia de Laticínios obrigatoriamente
cursam esta disciplina. Devido à elevada demanda apresentada pela QUI 138, ela é
considerada uma disciplina de massa de acordo com o Registro Escolar da UFV.
O conteúdo ministrado na QUI 138 serve de alicerce para que os graduandos
possam cursar disciplinas mais específicas dos cursos supracitados. Em outras palavras, a
QUI 138 é um pré-requisito de outras disciplinas. Ela possui uma carga horária teórica
semanal de 3 h, perfazendo um total de 45 h ao longo de um semestre letivo.
A ementa atual da disciplina contempla as principais classes de compostos
orgânicos, suas nomenclaturas e reações químicas. Dentro deste contexto, durante as aulas
são apresentadas as características de certa classe de compostos orgânicos (qual grupo
funcional identifica a classe de compostos sendo estudada; as propriedades físicas
relacionadas à classe e tendências vinculadas a estas propriedades), regras para nomear os
compostos, reações químicas e mecanismos de reações relacionados à determinada
funcionalidade. Esta é uma maneira tradicional de abordar a química orgânica, conforme
pode ser depreendido analisando-se livros de graduação voltados para o ensino-
aprendizagem da química orgânica, tais como Química Orgânica (Craig B. Fryhle e T. W.
Graham Solomons, Volumes 1 e 2, décima edição, 2012); Química Orgânica (Paula
Yurkanis Bruice, Volumes 1 e 2, quarta Edição, 2006); Química Orgânica: Estrutura e
Função (Peter Volhardt e Neil E. Schore, Sexta Edição, 2013); Química Orgânica (John
Mcmurry, 2016). Porém, alguns questionamentos podem ser feitos neste ponto: será que os
estudantes de graduação matriculados na QUI 138 e que terão a química orgânica
apresentada segundo a ótica descrita anteriormente, perceberão, de fato, a química orgânica
de uma forma contextualizada? Os objetivos da disciplina são alcançados? Será que os
estudantes serão capazes de perceber a aplicabilidade de cada conceito apresentado? São
perguntas que serão debatidas no presente trabalho e, então, uma proposta de reformulação
da disciplina será feita considerando a experiência profissional como tutor do autor desta
monografia bem como os relatos apresentados por estudantes que estão cursando ou já
cursaram a QUI 138 e que foram entrevistados durante o desenvolvimento deste trabalho.
Salienta-se que este trabalho corresponde a um olhar crítico no que tange à atual forma de
ensino adotada na QUI 138 e que em nenhum momento intencionou-se criticar os
10
profissionais (professores da disciplina) encarregados de lecionar a referida disciplina.
Segundo LEMOV (2011) é importante concentrar-se em consertar seus erros ou fraquezas
e é ainda mais importante em melhorar suas qualidades. Dentro deste contexto, o que se
buscou neste trabalho foi a proposição de uma nova maneira para a abordagem da química
orgânica na QUI 138. Além disso, buscou-se também a apresentação de uma proposta com
respeito ao sistema de avalição da disciplina.
Conforme previamente mencionado, o autor deste trabalho vem atuando como
tutor do Programa de Tutoria da UFV. Neste programa estudantes da QUI 138 que
enfrentam dificuldades na disciplina recebem apoio durante o período. Enquanto tutor, o
autor deste trabalho ministra quatro sessões semanais (cada sessão de uma hora e quarenta
minutos a duas horas) buscando sanar as dúvidas apresentadas pelos estudantes
matriculados na QUI 138. A ideia do desenvolvimento do presente trabalho surgiu ao ouvir
relatos com respeito à insatisfação e à frustração de tutorandos (estudantes de graduação da
UFV que participam do programa de tutoria) com relação ao conteúdo ministrado durante
as aulas de QUI 138. Muitos destes estudantes não entendiam o porquê da QUI 138 estar
inserida em sua grade curricular e o porquê do excesso de conteúdo abordado durante as
aulas e cobrado nas avaliações, sendo que em muitos casos os conceitos apresentados não
eram efetivamente compreendidos.
Assim, por acreditar firmemente que o conhecimento é mais facilmente adquirido
quando se tem um entendimento claro de aspectos conceituais bem como da aplicabilidade
destes conceitos, buscou-se desenvolver este trabalho. Acredita-se que quando se entende o
porquê das coisas, o aprendizado da química orgânica (e outros ramos da ciência) torna-se
mais dinâmico, eficaz e prazeroso.
1.1 LIVRO-TEXTO
A bibliografia básica utilizada na QUI 138 é o livro “Introdução a Química
Orgânica” (São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2011, 331p.) de autoria de Luiz Cláudio
de Almeida Barbosa. Nele está presente todo o conteúdo descrito na ementa da disciplina,
dividido em treze capítulos. Menciona-se que o capítulo 7 do livro não é abordado durante
as aulas da disciplina, sendo o conteúdo deste capítulo vinculado aos haletos orgânicos,
suas nomenclaturas e reações – englobando a substituição nucleofílica bimolecular
(reações tipicamente conhecidas como SN2) e substituição nucleofílica unimolecular
(reações normalmente denominadas de SN1).
A bibliografia complementar da disciplina corresponde aos seguintes livros:
11
- ALLINGER, N.L.; CAVA, M.P.; JONGH, D.C.; JOHNSON, C.R.; LEBEL, N.A.;
STEVENS, C.L. Química orgânica. 2ª ed. trad. Rio de Janeiro: Guanabara dois S.A., l978.
961p.
- RICHEY JR., H.G. Química orgânica. ed. trad. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil,
1986. 418p.
- SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. 9.ed. trad. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 2009. 698p. vol 1 e 2.
Todos os exemplares, incluindo o livro-texto, estão disponíveis na biblioteca
central da UFV.
1.2 A EMENTA DA DISCIPLINA
A ementa da disciplina QUI 138 foi comentada, de modo breve, anteriormente e
neste ponto será feita uma apresentação pormenorizada da mesma.
Os tópicos descritos na ementa e abordados na disciplina seguem a sequência dos
assuntos apresentados nos capítulos do livro-texto da QUI 138. Assim, aos estudantes são
inicialmente apresentados conceitos sobre orbitais (atômicos e moleculares) ; representação
das estruturas dos compostos orgânicos; polaridade das moléculas e forças
intermoleculares; estruturas e propriedades físicas; reações ácidos e bases – teorias de
Arrhenius, Brønsted-Lowry e Lewis. Estes conceitos são o alicerce para uma compreensão
de outros conteúdos que serão discutidos na disciplina em capítulos subsequentes. Seis
horas-aula são destinadas à abordagem desses conteúdos.
Na sequência da disciplina, são apresentadas diferentes classes de compostos
orgânicos, assim como suas respectivas nomenclaturas e principais reações. As primeiras
classes de compostos apresentadas aos estudantes são alcanos, alcenos, alcinos e
compostos aromáticos (14 horas-aula são destinadas à discussão destes tópicos). Em
seguida, é apresentado aos discentes da QUI 138 o tópico estereoquímica (5 horas-aula).
Os tópicos descritos neste parágrafo e no parágrafo anterior são aqueles abordados na
primeira avaliação da disciplina e cujo valor corresponde a 36 pontos.
Antes da segunda avaliação, os conteúdos abordados são álcoois, éteres, fenóis,
aminas, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos e seus derivados. Novamente, para cada uma
dessas classes de compostos são apresentadas as nomenclaturas e reações típicas de cada
grupo. Cinco horas-aula são destinados a cada um destes capítulos. Exceção a esta
generalização são os tópicos álcoois, éteres e fenóis; neste caso, oito horas-aula são
utilizadas.
12
Todos os dados apresentados anteriormente podem ser obtidos no site do Registro
Escolar da UFV, catálogo de graduação, no programa analítico da disciplina.
(http://www.catalogo.ufv.br/ementario.php?campus=vicosa&ano=2018&disciplina=QUI1
3, Acesso em 11/10/2018).
1.3 AVALIAÇÕES
Ao longo de um semestre letivo, os graduandos matriculados na QUI 138 são
avaliados por meio de testes realizados em sala de aula (estes testes são feitos em dupla,
sendo permitida consulta bibliográfica) e por meio de duas provas realizadas fora do
horário de aula, previamente marcadas pelo Registro Escolar da UFV.
Com respeito aos testes, são aplicados cinco testes ao longo do período e aquele
de menor nota é desconsiderado. As datas de aplicação dos testes são determinadas pelo
professor, sendo estes aplicados no horário das aulas da disciplina. A Tabela 1 a seguir
apresenta essas avaliações e as respectivas pontuações.
Tabela 1 – Sistema de avaliação da disciplina QUI 138
Avaliação Pontuação
Conjunto de testes 28 (7 pontos cada)
Prova 1 36
Prova 2 36
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Propor uma maneira alternativa de abordar a química orgânica na disciplina QUI
138.
2.2 Objetivos Específicos
- Propor uma reformulação da disciplina QUI 138, baseada em contextualizações
e aplicações dos conceitos aprendidos de acordo com as especificidades dos cursos para os
quais a disciplina é oferecida.
- Propor alterações na ementa da disciplina QUI 138.
- Propor alterações no sistema de avaliação da disciplina QUI 138.
13
3 METODOLOGIA
O presente trabalho investigou, por meio de uma pesquisa de extensão de caráter
qualitativo e exploratório (LUDKE & ANDRÉ, 1986), a opinião dos alunos sobre a
disciplina QUI 138 com relação à ementa, aos objetivos propostos, sua importância para o
seu curso e às avaliações realizadas ao longo do período letivo.
A amostra da pesquisa foi composta por um grupo de vinte estudantes que
estavam em diferentes períodos dos cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal,
Engenharia de Alimentos, Agronomia e Zootecnia. Dezessete deles já haviam sido
aprovados na disciplina e três ainda estavam cursando a mesma. A pesquisa foi iniciada no
ano de 2017 e finalizada no ano de 2018. As informações foram coletadas a partir de dois
estudantes do curso de Engenharia Ambiental, sete de Engenharia Florestal, dois de
Engenharia de Alimentos, seis de Agronomia e três de Zootecnia. Vale ressaltar que a
escolha dos estudantes foi feita de forma aleatória.
Aos vinte estudantes voluntários envolvidos na pesquisa, foram feitas as
perguntas apresentadas a seguir.
1. Qual o seu curso de graduação na UFV?
2. Qual período?
3. Qual foi sua nota na disciplina QUI 138?
4. Você teve dificuldade nessa disciplina?
5. Como foi sua formação em química para encarar essa disciplina?
6. Você usou métodos de memorização e “decoreba” nessa disciplina? Usa também nas
disciplinas básicas do seu curso?
7. Você acha essa disciplina importante para seu curso?
8. Você acha que os assuntos vistos nessa disciplina se aplicam nas disciplinas do seu
curso?
9. Você viu temas vistos na QUI 138 nas disciplinas básicas do seu curso?
10. Onde você acha que a química orgânica é mais importante nas disciplinas básicas do
seu curso?
11. Quais desses termos você acredita envolver um conteúdo de química orgânica? Tente
explicar em que situação esses termos se encaixam: I) Amido; II) Agrotóxico
(Agroquímico); III) DNA; IV) Adulteração de Alimentos; V) Adubo; VI) Vaporização de
álcool, água, gasolina etc.;
14
Conforme pode ser percebido, as perguntas foram feitas de maneira bastante
simples e objetiva e as respostas dadas foram gravadas, posteriormente transcritas e
analisados com base nas ideias/concepções apresentadas pelos discentes. Alguns dos
relatos dos entrevistados são descritos adiante.
Ao longo da apresentação dos resultados e discussão, a identidade dos estudantes
não será revelada e os mesmos serão designados por códigos Ex, onde x representa o
número (1 a 20) atribuído ao entrevistado (vide Tabela 2 a seguir).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As três primeiras perguntas (página 13) apresentadas aos voluntários da pesquisa
foram relacionadas ao curso de graduação o qual cada um está matriculado, seu respectivo
período e a nota final na disciplina QUI 138. As informações relacionadas a estas
perguntas estão apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2 – Dados relacionados às três primeiras perguntas apresentadas aos voluntários da pesquisa
Identificação Curso Período Nota
E1 Eng. Ambiental 3º 60
E2 Eng. Florestal 3º 90
E3 Eng. Florestal 4º 68
E4 Agronomia 2º 69
E5 Eng. Florestal 5º 76
E6 Agronomia 6º 63
E7 Zootecnia 2º *
E8 Zootecnia 2º *
E9 Agronomia 2º 70
E10 Eng. Florestal 4º 84
E11 Eng. Florestal 3º 85
E12 Agronomia 2º 78**
E13 Agronomia 3º 65**
E14 Eng. Florestal 3º 60**
E15 Eng. de Alimentos 2º 60
E16 Eng. Ambiental 4º 87**
E17 Eng. de Alimentos 5º 81
E18 Agronomia 7º 82
E19 Eng. Florestal 3º 84
E20 Zootecnia 2º *
* O discente estava cursando a disciplina quando participou da pesquisa
** Cursou a disciplina mais de uma vez
Eng. = Engenharia
15
Conforme pode ser observado, os cursos e períodos são diversos. Quando
questionados se tiveram dificuldade na disciplina, de modo geral os entrevistados
responderam que sim, tiveram dificuldades, mas mencionaram o Programa de Tutoria da
UFV como um importante instrumento para diminuir as dificuldades enfrentadas.
Destacam-se a seguir comentários que corroboram estes fatos.
E2: “No início sim, mas depois que eu comecei a frequentar a tutoria começou a
esclarecer melhor o conteúdo na minha cabeça”.
E12: “Bastante dificuldade. Na grade curricular ela é no primeiro período, mas
eu perdi na disciplina e tive que fazer de novo no segundo período, dessa vez
com a tutoria. Mas tive bastante dificuldade com a disciplina.”.
E17: “Eu tive dificuldade na hora de entender a matéria e com a tutoria ajudou
bastante. Eu só consegui entender através da tutoria e aí eu vi que a matéria
fazia sentido.”.
Questionou-se em seguida “como foi sua formação em Química para encarar
essa disciplina?”. Esta pergunta teve como propósito identificar se os estudantes
entrevistados tiveram no ensino médio acesso aos princípios básicos da química orgânica.
As respostas dadas deixaram claro que os estudantes entrevistados possuíram formação
deficitária em termos de química orgânica e este pode ser um fator que contribui para as
dificuldades sentidas na QUI 138. Tal fato pode ser verificado na seguinte resposta.
E6: “Praticamente nenhuma. Em meu ensino médio a professora não conseguiu
terminar nomenclatura de compostos orgânicos.”.
E7: “Não sinto que tive uma boa base em química porque nem sempre sei
conceitos ou algo que o professor cita como "matéria de ensino médio”.”.
E9: “Não foi tão boa não, já que eu cheguei na universidade sabendo apenas
hidrocarbonetos e alguns tipos de ligação. Eu não aprendi a reconhecer as
funções corretamente.”.
Não entrando no mérito da qualidade do ensino médio das escolas brasileiras, que
possuem um IDEB relativamente baixo, variando entre 2-4 (IDEB, 2017), uma vez que
uma discussão a este respeito não é o objetivo deste trabalho, e considerando as respostas
dadas pelos entrevistados, é provável que o ensino médio não esteja exercendo seu papel
16
de preparar estudantes para enfrentar os desafios do ensino superior. Os relatos dos
estudantes mostraram que a química orgânica só é apresentada aos estudantes na 3ª série
do ensino médio. Mesmo assim, aborda-se somente de maneira superficial nomenclatura e
identificação de grupos funcionais de alguns compostos orgânicos. Conforme mencionado
anteriormente, já nas primeiras aulas de QUI 138, já são apresentados conceitos mais
áridos tais como hibridização, carga formal, forças intermoleculares e reações ácido-base.
Tendo em vista as dificuldades em uma disciplina, estudantes lançam mão do
recurso da memorização para ajudá- los no decorrer da disciplina, sem muitas vezes
entender o que estão estudando. É exatamente este aspecto que é questionado na sexta
pergunta da pesquisa: “você usou métodos de memorização e “decoreba” nessa
disciplina? Usa também nas outras disciplinas do seu curso?”. O motivo dessa pergunta é
de demonstrar que quando um discente enfrenta dificuldades em algum conteúdo ou
disciplina, principalmente quando o conteúdo é denso e com muitos detalhes, uma das
alternativas utilizadas pelos alunos é de memorizar aquilo que está sendo estudado. Do
ponto de vista do autor deste trabalho e considerando minha experiência como tutor,
quando estudantes lançam mão da memorização, o aprendizado é prejudicado, pois
dificilmente o aluno entenderá porque ele está tendo que estudar determinado conteúdo e
também não terá este conhecimento consolidado e não irá se recordar do mesmo quando
for necessário utilizar este conhecimento em outra disciplina. O aluno E5 forneceu uma
resposta interessante à sexta pergunta do questionário (página 13).
E5: “Usei decoreba demais na disciplina, principalmente antes de entrar pra
prova. Umas duas, três horas antes eu pegava a reação e decorava como que
era a reação intermediária e a reação final. Não decorava tudo, uma boa parte
eu aprendi, por exemplo, a reação ácido-base. Isso aí já me ajudou 70% no
resto, mas mesmo assim eram muitas reações e as vezes não dava pra ir tudo aí
eu usava a decoreba geralmente; Quando não dá pra entender eu uso a
decoreba nas outras disciplinas também, não é sempre, mas de vez em quando.”.
Já as respostas dos alunos E9 e E5 vão de acordo com o pensamento defendido no
trabalho de que quando o aluno entende o porquê das coisas, aprende muito mais.
E9: “Não, os conhecimentos que eu aprendi eu realmente entendi e não apenas
decorei, pois sabia que iria utilizar eles mais pra frente no curso.”.
E5: “Às vezes, não vou negar que eu utilizava. Mas assim, na grande maio ria
para entender melhor a matéria mesmo é bem melhor quando a gente entende o
17
processo de como é feito aquilo e porque que usa aquilo, aí torna a matéria mais
fácil e melhor de entender e tipo não esquece tão fácil também né?!”.
As duas próximas perguntas buscaram avaliar a percepção sobre a importância da
disciplina para cada estudante, tendo como foco principal a aplicabilidade dos conceitos
aprendidos na QUI 138 em disciplinas futuras de seus cursos. Destaca-se que todos os
estudantes foram unânimes em apontar que a QUI 138 é uma disciplina importante para a
formação dos mesmos. Porém alguns comentários merecem destaque no que tange à
aplicabilidade do conteúdo visto abordado na QUI 138 em outras disciplinas a serem
cursadas pelos graduandos em seus cursos de graduação.
E19: “A gente precisa dela sim para as matérias futuras que a gente tem. Eu
ainda estou no terceiro período, mas vi que ela se aplica muito na matéria de
BQI 100. A gente vê muita a presença dela nos termos, na questão de isomeria
cis e trans. Que grupo pertence determinada estrutura, por exemplo: se vai ser
um ácido carboxílico, um éter, um éster, uma cetona. Ajuda na identificação
disso. Analisar também as cadeias carbônicas, com os temas de saturação e
insaturação.”.
E20: “Essa é uma disciplina muito interessante para o meu curso, pois a
zootecnia trabalha com produção animal. Dentro dessa produção animal você
tem vários ramos de atuação que só é possível ser compreendido e ter avanços
tecnológicos devido ao conhecimento da química dos compostos orgânicos.
Você pensar, por exemplo, no enriquecimento de uma carne de bovino com
ômega-3 e sendo o rúmen do bovino um ambiente muito ácido, você terá uma
bioidrogenação na câmara ruminal. Desta forma você precisa proteger esse
ácido graxo para que ele passe pelo rúmen e chegue ao intestino grosso...”.
E18: “A disciplina é muito importante para o curso de agronomia, porque ela
tem aplicação muito ampla dentro das principais áreas dentro da agronomia. Se
considerar as áreas de melhoramento de planta, as áreas de fisiologia vegetal,
as áreas de entomologia, todas estão de alguma forma relacionadas com a
química orgânica. Porque nisso tudo estão os organismos, e os organismos
estão todos relacionados com compostos carbônicos e com as vias metabólicas.
Então tudo está relacionado com a química orgânica.”.
Os comentários acima claramente mostram que os alunos veem que a química
orgânica é importante para sua formação. Um aspecto importante nas respostas dos alunos
é a busca pela contextualização da QUI 138 com os cursos nos quais eles estão inseridos.
Por exemplo, a resposta dada pela estudante E19 mostra a aplicação de vários conceitos
18
tratados na QUI 138 no contexto do aprendizado da BQI 100 (Bioquímica Fundamental).
Na BQI 100, são abordadas diversas reações químicas que acontecem em organismos
vivos. Muitas destas reações envolvem macromoléculas como carboidratos, lipídeos,
proteínas e nucleotídeos que apresentam em sua fórmula estrutural vários grupos
funcionais apresentados na química orgânica.
O comentário do estudante E20 trata da disciplina do curso de graduação em
Zootecnia, ZOO 201 – Fisiologia da Digestão – onde são tratadas reações químicas que
ocorrem no estômago de ruminantes, aves, gatos, equinos, dentre outros. Uma destas
reações é denominada bioidrogenação e consiste na conversão das ligações duplas
presentes nos ácidos graxos em ligações simples (OLIVEIRA, 2011). Na QUI 138, aborda-
se o processo de hidrogenação catalítica de alcenos. Neste caso, duplas ligações dos
alcenos são convertidas em ligações simples. O processo de bioidrogenação que ocorre no
rúmen dos animais e o processo de hidrogenação catalítica dos alcenos são processos
idênticos do ponto de vista da química orgânica. Assim, acredita-se que o estudo da
química orgânica para um estudante de Zootecnia é mais atrativo buscando-se associações
(contextualizações) como a exemplificada acima.
Já a disciplina destacada por E18 é a BVE 270 – Fisiologia Vegetal – que também
é oferecida aos estudantes de Engenharia Florestal. Nela a química orgânica é importante
para explicar a estrutura das paredes celulares e organelas membranosas, assim como
processos do metabolismo das plantas, sendo a fotossíntese um destes processos
(BUCHANAN, 2000).
A ênfase na contextualização é um dos principais aspectos do presente trabalho.
Isso porque firmemente se acredita que essa é uma das formas de tornar os conceitos da
química mais palpáveis para aqueles cursando a QUI 138, fazendo com que a
aprendizagem seja mais efetiva por parte dos alunos.
Buscando perceber se os estudantes da disciplina QUI 138 estão conseguindo
contextualizar todo o conteúdo com as outras disciplinas de seu curso e se os mesmos estão
sendo instigados a fazer isso, é que se formulou a última pergunta do questionário, a saber:
“Quais desses termos você acredita envolver um conteúdo de química orgânica? Amido,
Agrotóxico (Agroquímico), DNA, Adulteração de Alimentos, Adubo, Vaporização de
álcool, água, gasolina etc. Tente explicar em que situação esses termos se encaixam.” De
fato, todos os termos estão relacionados com a química orgânica; porém, o objetivo era
verificar se os alunos também pensavam assim. O mais surpreendente foi que, nem todos
os vinte entrevistados viu os termos como algo associado com a química orgânica. Outro
exemplo, um agrônomo não consegue perceber que ao estudar um agroquímico em seu
19
curso, ele estará vendo algo totalmente interligado aos conhecimentos adquiridos na QUI
138. Assim como os técnicos em laticínios e engenheiros de alimentos não veem a
adulteração de alimentos como um tema contextualizado.
5 PROPOSTA DE REFORMULAÇÃO
Após uma análise das informações obtidas por meio da aplicação dos
questionários e considerando a experiência profissional do autor deste trabalho como tutor
do Programa de Tutoria da UFV, são apresentadas a seguir as propostas de alteração na
disciplina QUI 138.
5.1 CONTEÚDO ABORDADO NA DISCIPLINA
Um relato recorrente dos matriculados na QUI 138 é que, muitas vezes, há uma
falta de contextualização entre as diversas reações apresentadas na disciplina com os
cursos de graduação nos quais eles estão ligados. Na visão dos discentes, muitas reações
são bastante específicas e de pouca aplicabilidade prática. Considerando este aspecto bem
como a experiência profissional do autor desta monografia como tutor do Programa de
Tutoria da UFV, é apresentado na Tabela 3 uma sugestão de tópicos a serem abordados na
disciplina QUI 138. Destaca-se que em relação à atual ementa da QUI 138, sugere-se que
tópicos de menor aplicabilidade, a saber, substituição eletrofílica aromática, pirólise e
ataque nucleofílico ao carbono carbonílico, sejam removidos. A Tabela 3 possui ainda uma
sugestão de divisão do número de horas-aula a ser utilizado para abordagem dos tópicos.
Cumpre ressaltar que para muitas das funções orgânicas não foram inseridas reações
específicas que poderiam ser discutidas na QUI 138 contextualizadas com os cursos para
os quais a disciplina é ministrada. Deve ser notado que para o caso específico dos alcenos
incluiu-se a reação de hidrogenação catalítica uma vez que esta reação foi citada como
exemplo de possibilidade de contextualização da QUI 138 com outras disciplinas de cursos
de graduação.
Tabela 3 – Sugestão de tópicos a serem abordados na QUI 138 e relação de número de
horas-aula
Aulas teóricas Horas/aula
1. Moléculas orgânicas 1.1 Átomo de carbono e a ligação covalente
1.2 Fórmulas estruturais 1.3 Carga formal
1.4 Reações ácido-base de Arrhenius, Brønsted-Lowry e Lewis
6
20
Tabela 3 – cont.
2. Alcano 2.1 Hibridização sp3 2.2 Nomenclatura
2.3 Propriedades físicas 2.4 Combustíveis
5
3. Alcenos 3.1 Hibridização sp2 3.2 Nomenclatura
3.3 Propriedades físicas 3.4 Isomeria cis/trans e E/Z
3.5 Reação de hidrogenação catalítica 3.6 Polímeros 3.7 Terpenos e óleos essenciais
7
4. Alcinos 4.1 Hibridização sp 4.2 Nomenclatura
4.3 Propriedades físicas
4
5. Compostos Aromáticos
5.1 Nomenclatura 5.2 Ressonância 5.3 Fontes e toxicidade
4
6. Isômeros 6.1 Isomeria constitucional 6.2 Estereoisomeria
6.2.1 Carbono quiral 6.2.2 Enantiômero
6.2.3 Diastereoisômero 6.2.4 Projeção de Fisher 6.2.5 Atividade óptica
6.2.6 Exemplos de substâncias naturais e quirais
7
7. Alcoóis 7.1 Nomenclatura 7.2 Propriedades físicas
7.3 Reações envolvendo formação de carboidratos
3
8. Éter
8.1 Nomenclatura 8.2 Propriedades físicas
3
9. Aminas
9.1 Nomenclatura 9.2 Propriedades físicas
3
10. Ácidos carboxílicos e seus derivados 10.1 Nomenclatura 10.2 Propriedades físicas
10.3 Sabões, detergentes, gorduras, polímeros (poliésteres e poliamidas)
10.4 Reação de formação de proteínas
3
21
5.2 FORMAS DE AVALIAÇÃO
Com respeito à avaliação dos discentes que cursam a QUI 138, as modificações
sugeridas são a alteração com respeito à distribuição dos pontos e a inclusão de uma nova
forma de avaliação, no caso um seminário (Tabela 4).
Tabela 4 – Proposta de avaliação dos matriculados na QUI 138
Avaliação Pontuação
Conjunto de Testes 10 (1 ponto cada)
Prova 1 40
Prova 2 40
Seminário 10
Os testes seriam aplicados em sala de aula ao final de cada tópico,
individualmente e sem consulta, sendo um total de dez testes, cada um valendo um ponto.
A primeira prova abrangeria os tópicos de um a cinco da ementa proposta (Tabela 3) e a
segunda prova os tópicos seis a dez.
Com respeito aos seminários, os alunos se dividiriam em grupos de três para a
realização dos mesmos. As apresentações aconteceriam ao final da disciplina e o tema seria
sobre uma aplicação da química orgânica a algo específico de cada curso. Alguns
exemplos de possibilidade de seminários são apresentados a seguir (é claro que muitas
outras existem): estudantes de agronomia poderiam desenvolver seminários voltados para a
química dos agroquímicos; graduandos em zootecnia sobre a química de determinado
fármaco usado em animais; discentes de engenharia florestal sobre a química de uma
planta medicinal; os graduandos em engenharia ambiental sobre a química presente em
uma estação de tratamento de esgoto; os futuros engenheiros de alimentos e tecnólogos em
laticínios sobre a química de um surfactante utilizado em um tipo de alimento.
5.3 LIVRO-TEXTO
Sugere-se que um novo material didático seja elaborado no sentido de abarcar as
alterações propostas.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente trabalho de conclusão de curso teve como
propósito lançar um olhar crítico sobre a disciplina QUI 138 no que tange à abordagem dos
conteúdos ministrados na disciplina bem como o sistema de avaliação. Baseado em relatos
de graduandos que cursaram ou estão cursando a disciplina e na experiência profissiona l
22
do autor deste trabalho como tutor, foram apresentadas como propostas i) uma redução do
conteúdo a ser abordado na disciplina e ii) uma nova maneira de avaliação dos discentes
matriculados na QUI 138. Enfatiza-se que são propostas e que, conforme comentado
anteriormente, o desenvolvimento do trabalho não teve, em nenhum momento, o objetivo
de criticar os professores que ministram a referida disciplina. Os estudantes matriculados
na disciplina reconhecem sua importância acadêmica. Porém, acredita-se que se a QUI 138
for ministrada de uma maneira contextualizada e essa contextualização voltada para a
aplicação do que é ministrado na disciplina à situações dos cursos de graduação dos
estudantes matriculados na QUI 138, vislumbra-se que haverá um ganho tanto na
facilidade quanto no prazer de se aprender química orgânica. Após o encerramento deste
trabalho, fica o sentimento de ter tentado a germinação de uma semente com respeito a
possíveis reflexões que os professores que a ministram possam realizar no sentido de
torná- la ainda mais atraente ao olhar dos discentes que irão cursá- la.
7 PERSPECTIVAS
Durante a apresentação e avaliação deste trabalho, foram feitas sugestões para o
aprimoramento deste trabalho. Estas sugestões são descritas a seguir.
- Ampliar o número de discentes entrevistados;
- Ampliação do questionário incluindo questionamentos a respeito do tempo que
os entrevistados gastam estudando a disciplina, se eles dedicam tempo para a resolução dos
exercícios propostos no livro texto da disciplina, se os estudantes buscam resolver provas
aplicadas em semestres anteriores e disponíveis na plataforma PVA Net; se os estudantes
leem previamente o conteúdo a ser abordado nas aulas; como os estudantes buscam sanar
as dificuldades encontradas durante o curso de QUI 138; quais materiais didáticos são
utilizados pelos estudantes da QUI 138; quais tópicos os estudantes tiveram maior
dificuldades;
- Comparar respostas dos estudantes com referências sobre o ensino de química
orgânica;
- Realizar comparações com programas analíticos de disciplinas voltadas para o
ensino de química orgânica de outras universidades de modo a aprimorar a sequência de
tópicos a ser discutida na QUI 138;
- Avaliar a possibilidade de ampliar a carga horária da disciplina de 45h para 60h
de modo a melhor acomodar a proposta de apresentação de seminários pelos estudantes na
QUI 138;
- Elaboração de uma apostila, que pode ser complementar ao livro didático
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adotado na disciplina, mas que contemplem exemplos de aplicação dos tópicos estudados
relacionados com os cursos de graduação que os estudantes da QUI 138 estão envolvidos.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, L.C.A. Introdução a Química Orgânica. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall,
2011, 331p.
Catálogo de Graduação 2018, QUI 138 Fundamentos de Química Orgânica
(http://www.catalogo.ufv.br/ementario.php?campus=vicosa&ano=2018&disciplina=
QUI138). Acesso em 11/10/2018.
Resultado IDEB 2017 (http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-
basica/ideb/resultados). Acesso em 16/11/2018.
Catálogo de Graduação 2018, BVE 270 Fisiologia Vegetal
(http://www.catalogo.ufv.br/PDF/2018/vicosa/BVE270.pdf). Acesso em 19/10/2018.
Catálogo de Graduação 2018, ZOO 201 Fisiologia da Digestão
(http://www.catalogo.ufv.br/PDF/2018/vicosa/ZOO201.pdf). Acesso em 19/10/2018.
OLIVEIRA, E. R. Seminários de pós-graduação: bioquímica do tecido animal. Digestão de
lipídeos em ruminantes, 2011. 9p
(https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/elio_lipid_rumin.pdf). Acesso em
20/10/2018.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São
Paulo: EPU-Editora Pedagógica e Universitária Ltda, 1986.
LEMOV, D. Aula nota 10 – 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência.
Editora Fundação Lemann, 2011.
BUCHANAN, B. B.; GRUÍSSEM, W.; JONES, R. L. (eds). Biochemistry and molecular
biology of plants. Rockville, American Society of Plant Physiologists. 2000. 1367p.