universidade federal do cearÁ centro de ciÊncias ... · bianca de freitas terra universidade...

108
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS CECÍLIA LICARIÃO BARRETO LUNA CONDIÇÃO CORPORAL E ABUNDÂNCIA DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL FORTALEZA 2017

Upload: dodan

Post on 16-Dec-2018

230 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS

CECÍLIA LICARIÃO BARRETO LUNA

CONDIÇÃO CORPORAL E ABUNDÂNCIA DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS

DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL

FORTALEZA

2017

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

CECÍLIA LICARIÃO BARRETO LUNA

CONDIÇÃO CORPORAL E ABUNDÂNCIA DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS

DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL

Dissertação apresentada à Coordenação

do Curso de Pós-Graduação em Ecologia

e Recursos Naturais da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em

Ecologia e Recursos Naturais. Área de

concentração: Ecologia e Recursos

Naturais

Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Macedo

Mestre

Co-orientadores: Prof. Dr. Lorenzo Roberto

Sgobarro Zanete e Dra. Juliana Rechetelo

FORTALEZA

2017

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

CECÍLIA LICARIÃO BARRETO LUNA

CONDIÇÃO CORPORAL E ABUNDÂNCIA DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS

DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL

Dissertação apresentada à Coordenação

do Curso de Pós-Graduação em Ecologia

e Recursos Naturais da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em

Ecologia e Recursos Naturais.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Augusto Macedo Mestre

Universidade Federal do Paraná – UFPR

_________________________________________________________ Prof. Dr. Mauro Pichorim

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

__________________________________________________________ Profa. Dra. Bianca de Freitas Terra

Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UEVA

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

AGRADECIMENTOS

À Deus, pois aprendi o bastante para não crer em Sua existência, mas

tive provações suficientes para crer e confiar na Sua vontade.

À minha família pela torcida, pelo apoio, por chorar e comemorar junto

cada suado passo dessa jornada. Pelo investimento aplicado, pelas encomendas

enviadas a ilha da magia, pelas horas ao telefone escutando todas as tensões e

alegrias. Por acreditar e sonhar o meu sonho junto comigo. Por ser esse porto seguro.

Obrigada por me ensinar muito do que sei sobre a vida, por me fazer essa pessoa tão

destemida e cheia de sonhos.

Aos meus orientadores, Luiz Mestre, Lorenzo Zanette e Juliana

Rechetelo pelos ensinamentos ao longo da jornada, por confiar que eu seria capaz de

executar esse projeto me dando todo suporte necessário para que ele se fizesse

concreto. Pelos puxões de orelha, por sentar junto, pelo exemplo, por todas as

conversas e chás de entusiasmo. Foi realmente uma grande satisfação ter trabalhado

com vocês ao longo desses quase três anos. Muito da minha transformação

profissional ao longo desse período devo a vocês. Muito obrigada.

Às funcionárias do ICMBio Thayná Mello e Viviane Vilella que, por quase

um ano, me tiraram as dúvidas sobre os trâmites burocráticos para conseguir realizar

qualquer tipo de pesquisa na ilha, sempre me respondendo com a maior paciência e

cordialidade. À Thayná que já na ilha me deu suporte e apoio sempre que precisei.

À Marinha do Brasil por disponibilizar o alojamento ao longo de três

meses para que eu pudesse realizar a pesquisa. Além das caronas, alimentação,

palavras de incentivo e olhares de admiração que faziam com que qualquer um

recarregasse as baterias mesmo depois de um dia inteiro de baixo de chuva ou sol

regado a picadas doloridas das cafifas. Meu muito obrigada, em especial ao

comandante Hélio de Araújo e ao subcomandante Eduardo Bonifácio, sem vocês esse

trabalho jamais seria possível.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais

(PPGERN) da UFC. À CAPES pela bolsa de estudos que permitiu que o trabalho de

campo pudesse ser realizado. À Idea Wild e Kate Secor pelas doações de

equipamentos de campo. À administração do Arquipélago de Fernando de Noronha,

pela isenção do pagamento da Taxa de Preservação Ambiental.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

À Christiane Faria que aceitou o convite de participar da equipe desse

projeto, somando muito com suas contribuições. Obrigada pelos brainstorms, pela

empolgação e pelo brilho no olhar quando fala da ciência e de todas as perguntas

incríveis que podem ser respondidas. Obrigada pelo sotaque mineiro que aquece meu

coração e por ter feito moradia aqui no peito.

A todos da ilha que ajudaram no trabalho de campo. Ao Seu João,

motorista do ICMBIO, pelas caronas as sextas feiras para o Capim Açu, pelo eterno

sorriso no rosto e bom humor. Ao Maneco que sempre estava bem-disposto a ajudar,

fosse abrindo trilhas no Capim Açu, fosse me dando conselhos valiosos sobre a vida.

A todos os funcionários do ICMBio que me tratavam carinhosamente de “menina

sebito” e que sempre guardavam as carcaças das aves e marcavam os ninhos pela

ilha para me levar lá depois. Ao Dudu por disponibilizar sua casa para nos receber,

pelas caronas matutinas, pelos cafés-da-manhã sensacionais depois de meses de

jejum de tapioca e cuscuz.

À Ariane Gouveia, voluntária do ICMBio, que conheci logo na primeira

semana de ilha e que eu mal sabia que ela iria permanecer na minha vida por um

bocadinho mais de tempo. Obrigada Ari pelas conversas, pelo apoio, pelos dias de

campo, por dividir essa magia comigo. A todos os desconhecidos que me deram

caronas nas ladeiras vulcânicas, aos amigos que fiz entre uma ladeira e outra que

muitas vezes se aproximavam por curiosidade sobre aquela pessoa vestida de bióloga

no meio do mato ou nas praias e que acabaram se alojando no meu peito.

Às queridas Paula Jéssica, Victória Lima, Mariana Rodrigues e Josy

Assunção que me acompanharam durantes longos dias triando os artrópodes na lupa,

sem as quais eu jamais conseguiria separar e contar os quase oito mil espécimes

coletadas na ilha. Meu muito obrigado, se não fossem vocês possivelmente eu estaria

até agora contando todos eles.

À prof.ª Lígia Queiroz por disponibilizar o laboratório e os equipamentos

para que fosse possível a análise dos insetos. Ao Dr. Fábio Akashi da UNESP pela

identificação dos ácaros. Ao Paulo Siqueira pela identificação dos itens alimentares

nas fezes das aves.

Aos amigos pessoais que acompanharam de perto toda a construção e

realização desse sonho. Priscila Caracas, Amanda Aragão, Júlia Queiroz e Sarah

Sant’Anna, amigas que a biologia e que a vida se encarregou de não desviar do meu

caminho. À Daniela Pinheiro, Ivana de Paula e Suély Ferreira por abraçar a minha

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

ideia maluca de pedir financiamento pela cidade, pelas elaborações dos projetos e

listas de possíveis patrocinadores. Obrigada por terem comprado a minha ideia.

À família Fernandes Martins que me acompanhou desde o embrião

desse projeto até a execução. Que aturou todos os maus momentos, que me deu

força e acreditou sempre mais do que eu, que quando eu achava que nada iria dar

certo, lá vinham eles com a sua fé inabalável e crença de que tudo sairia da melhor

maneira possível, e assim se fez. Obrigada por ser meu exemplo de integridade.

Aos colegas da UFC, Márcia Cristina, Diego Sales, Dayana Oliveira,

Maria Carolina, Edson Amaro e Tamara Marciel por compartilharem os altos e baixos

de todo o processo. Por aguentarem todas as minhas surtadas. Pela ajuda no

desenvolvimento das ideias, nas análises estatísticas, nas escritas de projetos de

financiamento. Pelas noites a dentro no laboratório. Pelos finais de semana e feriados

escrevendo o projeto, pelas ajudas nas análises estatísticas. Enfim, pelo aprendizado,

companhia e diversão. Tudo foi bem mais leve na presença de vocês. Aos anjos da

estatística, Carlos Alberto e Ronaldo César, que me acudiram várias vezes em horas

de sufoco e me ajudaram a fazer os gráficos mais lindos no R.

À amiga Ruth Soares por sempre me socorrer quando preciso de mapas

georeferenciados, pois sem essas preciosidades meus campos não teriam sido os

mesmos. Ao querido Ismael Franz por sempre me socorrer quando eu precisei de

qualquer artigo que se tratasse das Elaenias. Ao querido amigo Marcelo Holderbaum

que por várias vezes me ajudou durante o processo e que emprestou o material de

campo para que fosse possível toda a logística do anilhamento. À equipe do “Ornito

CE” sempre prontificados para tirar minhas dúvidas e por ser fonte de inspiração por

todo o amor e dedicação pela ornitologia. Ao Hugo Fernandes por toda a ajuda desde

antes de qualquer projeto nascer, pelos brainstorms pelas madrugadas na idealização

de um projeto que fosse incrível e possível de ser executado. À amiga Shirliane Araújo

que caiu do céu em um momento crucial, me dando um choque de realidade e suporte

que fez total diferença no desenvolvimento desse trabalho. Ao inspirador “menino

passarinho”, vulgo Luciano Lima, por ter me dado a brilhante ideia de passar três

meses na ilha imersa na pesquisa. Pelas revisões, pelas dicas de leitura, pelos puxões

de orelha e inspiração diária. Muito obrigada Lu. Ao querido Alberth Aguiar pelas

revisões.

Este trabalho é resultado da dedicação e colaboração de inúmeras

pessoas, sem as quais ele certamente não teria sido possível. Sou grata a cada um

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

de vocês. E aos infinitos tons de azul, verde, amarelo, rosa e roxo de Fernando de

Noronha, pelas suas águas cristalizas e reenergizantes, pelas ladeiras sem fim, pelos

dias ensolarados, pela plenitude da recompensa de todo o esforço.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

“Prezo insetos mais que aviões. Prezo a

velocidade das tartarugas mais que a dos

mísseis. Tenho em mim esse atraso de

nascença. Eu fui aparelhado para gostar

de passarinhos. Tenho abundância de ser

feliz por isso. Meu quintal é maior do que o

mundo. ”

Manoel de Barros

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

RESUMO

A qualidade do habitat - disponibilidade de recursos e cobertura vegetal - afeta a

condição corporal das aves, e quando alterada, pode levar ao declínio populacional e

até extinções. Assim, avaliamos a condição corporal e abundância da cocoruta

(Elaenia ridleyana) e do sebito (Vireo gracilirostris) em duas áreas (antropizada e

conservada) da ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. Nós medimos

a condição corporal (peso, gordura, desgaste de penas, ectoparasitas, placa de

incubação e protuberância cloacal) de 45 cocoruta e 52 sebitos, disponibilidade de

recursos alimentares (10 pontos de amostra de armadilha de malaise e 20 de guarda-

chuva entomológico). Observamos que as penas foram mais desgastadas em área

antrópica para cocoruta (X2 = 15.26; p = 0.009) e sebito (X2 = 13.10; p = 0.0042) e um

maior número de indivíduos de cocoruta com placas de incubação na área

preservada. A abundância de cocoruta e sebito foi maior na área conservada (GLMM

Chi2 = 9.91, p = 0.001, GLMM Chi2 = 56.61, p <0.000, respectivamente), sendo

associada à cobertura vegetal. O processo de antropização, com menor

disponibilidade de recursos alimentares e cobertura vegetal na área antrópica, pode

levar a alterações na condição corporal da cocoruta e sebito. Nossas descobertas

podem ajudar com ações de conservação e gerenciamento, fornecendo informações

ecológicas de espécies endêmicas e ameaçadas expostas à alteração do habitat.

Palavras chave: Qualidade do habitat. Elaenia ridleyana. Vireo gracilirostris.

Antropização. Condição corporal. Abundância. Aves insulares.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

ABSTRACT

Habitat quality - resource availability and environmental conditions - affects body

condition of birds, and when altered can lead to population decline and extinctions.

Thus, we evaluated body condition and abundance of Noronha Elaenia (Elaenia

ridleyana) and Noronha Vireo (Vireo gracilirostris) in anthropic and preserved areas in

Fernando de Noronha, and sampled vegetation cover and food resource availability.

We measured body condition (weight, fat, feather wear, ectoparasites, brood patch

and cloacal protuberance) of 45 Noronha Elaenia and 52 Noronha Vireo, food resource

availability (10 sample points of malaise trap and 20 of entomological umbrella) and

vegetal cover (20 sample points). We observed that feathers were worn in anthropic

area for Noronha Elaenia (X2 = 15.26; p = 0.009) and Noronha Vireo (X2 = 13.10; p =

0.004) and a greater number of Noronha Elaenia individuals with brood patches in the

preserved area. The abundance of Noronha Elaenia and Noronha Vireo was greater

in preserved area (GLMM Chi2 = 9.91, p = 0.001, GLMM Chi2 = 56.61, p <0.000,

respectively), being associated the vegetation cover. The anthropization process, with

less food resource availability and vegetation cover in anthropic area may be leading

to changes in body condition in Noronha Elaenia and Noronha Vireo. Our findings

might assist with conservation and management actions, providing ecological

information of endemic and threatened species exposed to habitat alteration.

Keywords: Habitat quality. Elaenia ridleyana. Vireo gracilirostris. Anthropisation. Body

condition. Abundance. Islands birds.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Indivíduo de cocoruta, Elaenia ridleyana, na trilha do Capim Açu

na área conservada - Parque Nacional Marinho na ilha principal

do arquipélago de Fernando de Noronha. (Foto: Cecília

Licarião) .........................................................................................

24

Figura 2 - Indivíduo de sebito, Vireo gracilirostris, marcado com anilhas

coloridas (combinação YYBC – amarelo, amarelo, branco, cinza)

na área conser-vada do Parque Nacional Marinho na ilha principal

do arquipélago de Fernando de Noronha. (Foto: Cecília Licarião).

26

Figura 3 - Mapa do arquipélago de Fernando de Noronha com a

delimitação das Unidades de Conservação. Os limites do Parque

Nacional Marinho de Fernando de Noronha, área conservada, são

determinados pela linha sólida. A Área de Proteção Ambiental de

Fernando de Noronha, área antropizada, está fora do polígono da

ilha principal (adaptado de Google Earth image 2016 Digital

Globe). A inserção indica a localização do arquipélago (estrela

vermelha)........................................................................................

34

Figura 4 - Pontos de coleta na ilha principal de Fernando de Noronha na

área conservada (cinza escuro) e na área antropizada (cinza

claro): A – Redes de neblina (oito pontos de amostragem, quatro

na área conservada e quatro na área antropizada); B - Armadilha

de malaise (10 pontos de amostragem, cinco em cada área) e

guarda-chuva entomológico (20 pontos de amostragem, 10 em

cada área); C – Cobertura vegetal (20 pontos de amostragem, 10

em cada área); D - Pontos de escuta (32 pontos de amostragem,

16 em cada área).............................................................................

36

Figura 5 - Mapa da ilha principal de Fernando de Noronha, representando

uma das 20 unidades amostrais em que foi realizada a

caracterização de habitat utilizando o método de ponto quadrante.

Em cada unidade amostral há 12 subpontos nos quais são

mensuradas as distâncias entre as quatro árvores/arbustos mais

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

próximos de cada subponto. Para cada uma dessas quatro árvores

foi medido o diâmetro na altura do peito e do solo, altura e

densidade de dossel.....................................................................

39

Figura 6 - Armadilhas utilizadas para coleta de artrópodes nas áreas

conservada e antropizada da ilha principal do arquipélago de

Fernando de Noronha. A - Armadilha do tipo malaise, método

passivo. B - Armadilha do tipo guarda-chuva entomológico, método

ativo. (Fotos: Juliana Rechetelo)......................................................

42

Figura 7 - Níveis de desgaste das penas das asas e cauda de Elaenia

ridleyana e Vireo gracilirostris nas áreas conservada e antropizada

na ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. O nível

‘zero’ representa as penas sem desgastes e nível ‘cinco’ as penas

muito desgastadas...........................................................................

51

Figura 8 - Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris nas áreas

conservada e antropizada mensurada através de 32 pontos de

escuta (16 em cada área) na ilha principal do arquipélago de

Fernando de Noronha......................................................................

52

Figura 9 - Cobertura vegetal e do solo nas áreas conservada e antropizada

da ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. Média

das porcentagens da cobertura dos 16 pontos por área. Cobertura

vegetal: Anthrop.: área antropizada; Open: área aberta; Und. Bush:

vegetação rasteira; Bush: arbusto; Tree: árvore. Cobertura do solo:

Rock: rocha; Sub.: subarbusto; Bare ground: solo exposto; Litter:

serapilheira; HNG: herbáceas não graminóides; HG: herbáceas

graminóides.....................................................................................

55

Figura 10 - Caracterização da cobertura vegetal e do solo nas áreas

conservada e antropizada da ilha principal do arquipélago de

Fernando de Noronha. Observou-se diferença da caracterização

da vegetação entre as áreas, (PERMANOVA, F = 24.755; p =

0.001). Ordenação em escalonamento multidimensional não-

métrico (NMDS, stress = 0.2254) das áreas em relação a cobertura

do solo e da vegetação (hg: herbáceas graminóides; hng:

herbáceas não graminóides; se: serapilheira; so: solo exposto; su:

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

subarbusto; ro: rocha; ar: árvore; ar: arbusto; vr: vegetação

rasteira; ab: área aberta; an: área antropizada)................................

57

Figura 11 - Ordenação em escalonamento multidimensional não-métrico

(NMDS, stress = 0.1781; F = 0.0722, p = 0.009 para área; F =

0.2047, p = 0.001 para armadilha) DGH áreas conservada e

antropizada em relação a abundância de artrópodes como:

arachinida (ara), blattodea (bla), colembola (cll), coleóptera (col),

díptera (dip), hemíptera (hem), heteroptera (het), homóptera

(hom), hymenoptera (hym), isoptera (isso), lepdoptera (lep),

orthoptera (orth) e psocoptera (pso)...............................................

60

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Variáveis de condição corporal dos indivíduos de Elaenia ridleyana e

Vireo gracilirostris nas áreas conservada e antropizada da ilha principal

do Arquipélago de Fernando de Noronha. (Código das variáveis: X2 =

valor do teste chiquadrado; df = graus de liberdade; p = valor de ‘p’; N0,

N1, N2, N3, N4 e N5 níveis de classificação de cada variável) *Relação

de significância (p<0.05)............................................................................ 50

Tabela 2 - Classificação de modelos para abundância de E. ridleyana e V.

gracilirostris entre as áreas conservada e antropizada usando regressão

logística; a função dredge no pacote MuMIn foi usada para testar todas

as combinações possíveis das variáveis selecionadas. São também

mostrados o ΔAICc (diferença no valor de AICc em relação ao melhor

modelo) e o peso de AICc. Os modelos são classificados de acordo com

o ΔAICc. (Código das variáveis: df = graus de liberdade; AICc = Aikake

Information Criterion; ΔAICc = Aikake Information Criterion)...................... 53

Tabela 3 - Modelo final com base na seleção dredge apontando as variáveis mais

relevantes que predizem a abundância de E. ridleyana entre as áreas

antropizada e conservada na ilha principal de Fernando de

Noronha...................................................................................................... 53

Tabela 4 - Modelo final com base na seleção dredge apontando as variáveis mais

relevantes que predizem a abundância de V. gracilirostris entre as áreas

antropizada e conservada na ilha principal de Fernando de Noronha......... 54

Tabela 5 - Escores dos estratos de vegetação obtidos a partir da ordenação em

escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) e analisados

para a diferenciação de cada uma das áreas quanto as características

vegetais predominantes entre as áreas. Os valores positivos do eixo 1

são referentes às características do habitat predominantes na área

antropizada e os valores negativos referentes à área conservada............ 56

Tabela 6 - Escores da abundância de artrópodes por ordem entre as áreas

conservada e antropizada obtidos a partir da ordenação em

escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS)............................... 59

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO........................................................................................ 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 17

2.1 Aves e a qualidade dos habitats................................................................... 17

2.2 Impactos antrópicos e a conservação de aves em ilhas oceânicas...... 19

2.3 Conservação de aves insulares no Brasil: o caso de Fernando de

Noronha.......................................................................................................

21

3 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 30

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 32

4.1 Área de estudo............................................................................................. 32

4.2 Espécies de estudo..................................................................................... 35

4.3 Coleta de dados........................................................................................... 35

4.3.1 Caracterização da vegetação........................................................................ 38

4.3.2 Disponibilidade de recurso alimentar........................................................ 40

4.3.3 Abundância das aves endêmicas.................................................................. 43

4.3.4 Condição corporal dos indivíduos................................................................. 45

4.4 Análises estatísticas................................................................................... 46

5 RESULTADOS.............................................................................................. 48

5.1 Condição corporal dos indivíduos............................................................ 58

5.2 Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris........................... 52

5.3 Caracterização da vegetação..................................................................... 54

5.4 Disponibilidade de recurso alimentar....................................................... 58

6 DISCUSSÃO................................................................................................ 60

6.1 Condição corporal dos indivíduos............................................................ 60

6.2 Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris........................... 62

6.3 Caracterização da vegetação..................................................................... 64

6.4 Disponibilidade de recurso alimentar...................................................... 66

7 CONCLUSÕES............................................................................................. 67

REFERÊNCIAS............................................................................................. 68

APÊNDICE A – CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO ............................ 97

APÊNDICE B – CONDIÇÃO CORPORAL DOS INDIVÍDUOS ................... 98

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

APÊNDICE C – CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E

SOLO............................................................................................................

99

APÊNDICE D – ESPÉCIES DE ÁRVORES UTILIZADAS PARA

FORRAGEIO E NIDIFICAÇÃO.....................................................................

100

APÊNDICE E – DISPONIBILIDADE DE RECURSO ALIMENTAR.............. 101

ANEXO A – PREDAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS POR EXÓTICAS ....... 102

ANEXO B – QUANTITDADE DE GORDURA ARMAZENADA NA

FÚRCULA.....................................................................................................

103

ANEXO C – MÚSCULO PEITORAL QUE ENVOLVE OSSO ESTERNO.... 104

ANEXO D – DESGASTE DE PENAS........................................................... 105

ANEXO E – PRTUBERÂNCIA CLOACAL................................................... 106

ANEXO F – PLACA DE INCUBAÇÃO......................................................... 107

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

17

1 APRESENTAÇÃO

O presente estudo avaliou a condição corporal e abundância de

indivíduos das espécies de aves Elaenia ridleyana (Tiranídeo) e Vireo gracilirostris

(Vireonídeo) em relação à qualidade do habitat – cobertura vegetal e disponibilidade

de recurso alimentar – na ilha principal do arquipélago do arquipélago de Fernando

de Noronha, Pernambuco, Brasil. O arquipélago tem um histórico marcante de

ocupações humana e impacto na fauna e flora local. Estudos anteriores apontam uma

preferência de E. ridleyana e V. gracilirostris por ambientes mais arborizados,

sugerindo uma possível sensibilidade dessas aves à ocupação humana. A qualidade

do habitat - capacidade de um ambiente em oferecer condições adequadas para a

sobrevivência, sucesso reprodutivo e persistência das populações – pode ser avaliada

medindo condições ambientais, medidas demográficas e de condição corporal.

Ambientes com variações na disponibilidade de recursos e redução da cobertura

vegetal podem alterar a condição corporal das aves, podendo levar ao declínio

populacional e até extinções. Com esta base, o presente estudo avaliou a condição

corporal e a abundância das duas espécies endêmicas de passeriformes em relação

a disponibilidade de recurso alimentar e cobertura vegetal em áreas conservada e

antropizada (vilas) em Fernando de Noronha.

Essa dissertação é composta por uma revisão bibliográfica que objetiva

situar o leitor no contexto do estudo, focando nos temas relacionados as aves e seus

habitats, aos impactos antrópicos, a conservação de aves em ilhas oceânicas e mais

especificamente sobre a conservação de aves de Fernando de Noronha, com

apresentação das espécies estudadas. Seguidamente há um capítulo em formato de

artigo, que descreve o estudo proposto; a sua base teórica e os métodos utilizados

para testar se as diferentes características ambientais, influenciadas pela

antropização, estão relacionadas a condição corporal e abundância das aves

endêmicas de Fernando de Noronha.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Aves e a qualidade dos habitats

Aves, assim como diversas espécies animais, selecionam o ambiente

onde vivem de forma não aleatória (Johnson, 2007). A presença de abrigos,

disponibilidade de recursos alimentares e de locais adequados para a reprodução

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

18

podem levar ao uso desproporcional de um habitat (Fahrig, 2001; Luck, 2001).

Indivíduos podem ocupar ou até selecionar habitats de baixa qualidade, no entanto,

muitas aves parecem ser incapazes de se adaptar a esses ambientes (Pulliam, 2000).

Como consequência dessa escolha, populações podem ser negativamente afetadas,

ocorrendo em menor abundância e até mesmo sendo extintas localmente em habitats

de baixa qualidade (Chace; Walsh, 2006; Clergeau et al., 2006; Hollander et al., 2011).

As perturbações antrópicas, como a urbanização e a introdução de

espécies, alteram a qualidade do habitat através da modificação da cobertura vegetal

e disponibilidade de recursos, como alimento e sítios de nidificação (Orians;

Wittenberger, 1991; Gonzalez-Abraham et al., 2007). Perturbações antrópicas são o

principal fator na perda de biodiversidade e descaracterização dos ecossistemas

naturais na atualidade (World Resources Institute et al., 1992). Sendo o

desenvolvimento urbano a maior causa de ameaças as espécies, esgotando recursos

e mudando significativamente a paisagem (Czech et al., 2000; McKinney, 2002;

Gonzalez-Abraham et al., 2007). Afetando também o sucesso reprodutivo das aves,

aumentando as taxas de predação e parasitismo em ninhos (Robison et al., 1995). A

antropização também é responsável por outra grande problemática, a introdução de

espécies exóticas, que alteram e podem invadir áreas modificando a composição e a

ecologia das comunidades existentes e ameaçando a diversidade local, sendo

considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade, atrás somente da

descaracterização do habitat (Mashhadi; Radosevich, 2004; Grice, 2006; Pimentel,

2011). Além disso, alterações no ambiente podem interferir nas relações parasito-

hospedeiro, levando a maiores infestações em áreas alteradas (Erritzoe, 2003;

Tolesano-Pascoli, 2005) ou, no caso de alterações climáticas e de disponibilidade de

alimento, alterar a resposta imunológica.

A qualidade do habitat está relacionada com a dinâmica de populações

de aves de uma determinada localidade, sendo a preservação de habitats com alta

qualidade fundamental para conservação das espécies. Entretanto, medir a qualidade

de um habitat é complexo, utilizando-se diversas formas de avaliar essa qualidade.

São mensuradas características do próprio ambiente como os recursos disponíveis

(Penteriani et al., 2002), medidas demográficas como densidade, sobrevivência e

sucesso reprodutivo (Van Horne; Horne, 1983; Smith; Nilsson, 1987; Johnson, 2007),

medidas de distribuição como ocupação, padrão de chegada e partida (Hollander et

al., 2011), risco de predação (Sergio; Newton, 2003), além de medidas de condição

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

19

corporal (Liker et al., 2008; Madliger et al., 2015). Nem sempre uma única medida,

como densidade dos indivíduos, está relacionada positivamente com a qualidade do

habitat (Van Horne; Horne, 1983). Dessa forma, é importante utilizar outros

parâmetros, como a condição corporal das aves, para obter mais informações sobre

a qualidade do habitat, ajudando a entender melhor os efeitos das perturbações

antrópicas sobre os indivíduos (Van Horne; Horne, 1983; Johnson, 2007; Hollander et

al., 2011).

A qualidade do habitat também está relacionada a sua heterogeneidade,

estando os indivíduos mais bem preparados aptos a ocupar os melhores habitats, e

essas escolhas irão refletir em seu sucesso reprodutivo (Fretwell, 1972; Milligan;

Dickinson, 2016). Quanto maior a área/habitat, maior será sua heterogeneidade

estrutural e florística, resultando em uma maior diversidade (Mohd-Azlan et al., 2015).

A estrutura do habitat é frequentemente usada como indicador de qualidade de habitat

(Martin, 1998; Thogmartin, 1999; Warren; Anderson, 2005; Murray; Best, 2014). A

estrutura da vegetação influencia o modo como os animais usam o ambiente, uma vez

que eles têm exigências ecológicas específicas quando buscam recursos (Block;

Brennan, 1993). A estrutura da vegetação fornece informações sobre a

heterogeneidade dos habitats e consequentemente a disponibilidade de locais para

nidificar, forragear, pernoitar e descansar (Deppe; Rotenberry, 2008; Augenfeld et al.,

2008). Assim, estudos focando na relação condição corporal e qualidade do habitat –

que podem ser medidas através da disponibilidade de recurso e cobertura vegetal –

podem fornecer informações relevantes para auxiliar ações de manejo e conservação,

particularmente de espécies sensíveis as perturbações antrópicas.

2.2 Impactos antrópicos e conservação de aves em ilhas oceânicas

A ilhas oceânicas são ambientes desafiadores para a prevalência de

comunidades da fauna e da flora. São ambientes isolados, com recursos reduzidos,

expostos a condições climáticas oceânicas extremas e com alta vulnerabilidade a

mudanças ambientais e gargalos genéticos (Ângelo, 1989; Frankham, 1997; Duvat et

al., 2015). A limitação de área nesses ambientes faz com que ilhas possuam cadeias

tróficas menos complexas, com estrutura de comunidades relativamente constantes e

menor diversidade quando comparadas a ambientes continentais (Dexter, 1978; Yu;

Lei, 2001; Medina et al., 2011). O isolamento geográfico permite uma alta

concentração de biotas endêmicas com capacidades de dispersão reduzidas,

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

20

novidades evolutivas e alterações reprodutivas (Gillespie et al., 2008). As espécies

insulares tendem a ter distribuição geográfica limitada e populações naturalmente

pequenas vulneráveis a extinção como resultado de eventos demográficos

estocásticos (Gillespie et al., 2008). Além disso, os elevados índices de competição

e alteração do habitat, devido a mudanças geológicas e climáticas, aumentam a

vulnerabilidade dessas espécies, desempenhado um papel fundamental na formação

dessa biota (Gillespie et al., 2008; Kueffer; Fernández-Palacios, 2010).

Apesar de toda a sua importância e singularidade, ilhas oceânicas vêm

sofrendo pressões antrópicas ao longo dos séculos, tendo seus processos ecológicos

transformados devido as alterações das estruturas desses habitats (Marzluff, 2001;

McKinney, 2002). As espécies animais insulares são mais sensíveis do que as

continentais, mais susceptíveis a doenças e impactos devido sua evolução em

isolamento, sendo as taxas de extinção em ilhas 40 vezes maior do que as do

continente (Johnson; Stattersfield, 1990; Karels et al., 2008; Martin; Blackburn, 2012).

Embora essas espécies tenham sido sempre vulneráveis, o número de extinções

aumentou muito desde as primeiras colonizações humanas (Blackburn et al., 2004).

Desde 1500, 53% das espécies extintas no mundo foram aves e 94% dessas

extinções ocorreram em ilhas (Ricketts et al., 2005).

No Havaí (EUA), desde sua colonização em 1400, mais de 140 espécies

e subespécies de aves foram extintas e muitas espécies estão criticamente

ameaçadas (Biber, 2002; Hawaii Bird Conservation, 2017, Medina et al., 2011). Nas

ilhas Maurício (África), ocorreu um dos casos mais conhecidos de extinção de aves

em ilhas. O dodô (Raphus cucullatus), ave endêmica de Maurício foi extinta no século

XVII em menos de 100 anos após a colonização da ilha, devido à caça e

descaracterização do habitat (Cheke, 2006). As ilhas oceânicas localizadas no leste

do Oceano Pacifico foram as últimas regiões da Terra colonizadas por humanos, com

extinções catastróficas, com estimativas variando de 800 a 2000 espécies (Duncan et

al., 2013). Na Nova Zelândia, das 473 espécies de aves avaliadas na revisão de status

de conservação de espécies, 77 estavam ameaçadas e 56 extintas (Robertson et al.,

2013).

Atualmente, a principal ameaça para as aves insulares é a

descaracterização do habitat e a presença de espécies introduzidas, particularmente

predadores (Ricketts et al., 2005; Guo, 2014). A descaracterização do habitat é

principalmente ocasionada pela colonização humana que afeta mais de 50% das

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

21

espécies ameaçadas nas ilhas (Johnson, 1990; Blackburn, 2005). Antes da

colonização, muitas ilhas oceânicas não possuíam predadores naturais, assim, as

aves endêmicas, tendo evoluído em sua ausência, não desenvolveram respostas

evolutivas apropriadas para se defender dos predadores (Blackburn et al., 2004; Kier

et al., 2009). A introdução de espécies exóticas como gatos ferais (Felis catus) e ratos

(Rattus spp. e Mus musculus) são os principais exemplos de espécies invasoras

responsáveis por extinções em ilhas (Ashmole et al., 2000; Roff; Roff, 2003). Os gatos

ferais são responsáveis por pelo menos 14% de extinções globais de aves, mamíferos

e répteis em ambiente insulares, representando a principal ameaça a 8% das espécies

de aves criticamente ameaçadas (Medina et al., 2011). Na Nova Zelândia e Havaí,

Anthornis melanocephala e Porzana sandwichensis são exemplos de aves que foram

extintas por gatos (Medina et al., 2011).

Apesar das alterações antrópicas serem uma das principais causas da

perda de biodiversidade em ilhas, os mecanismos de resposta a impactos

associados à colonização humana ainda são pouco compreendidos para a maior parte

da fauna insular (Shochat et al., 2006; Sol et al., 2014). Conhecer os recursos

limitantes do habitat que influenciam na sobrevivência das aves é de grande

importância, já que as espécies selecionam as características do meio com o intuito

de aumentar a probabilidade de sobrevivência (Fretwell; Lucas, 1970). Assim,

conhecendo as alterações do ambiente insular e as altas taxas de extinção, é

importante concentrar esforços na conservação da avifauna insular, elaborando

estratégias de manejo e conservação mais eficientes (Davis, 2005; Gjerdrum et al.,

2005).

2.3 Conservação de aves insulares no Brasil: o caso de Fernando de Noronha

O arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil, é marcada

por pressões antrópicas desde sua colonização em 1503 (Oren, 1982; Batistella,

1996). Durante esses séculos de ocupação humana, diferentes instâncias

administrativas ficaram responsáveis pelo arquipélago, que foi de colônia penal no

século XVII a unidade de conservação federal no século XX, sofrendo influências

distintas sobre o seu ambiente, com maiores ou menores impactos na estrutura do

habitat (Oren, 1982; Schulz-Neto, 2004).

No arquipélago existem seis espécies de animais consideradas

endêmicas, entre as aves há o sebito (Vireo gracilirostris) e a cocoruta (Elaenia

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

22

ridleyana), entre os répteis há a cobra-cega (Amphisbaena ridleyi) e o lagarto mabuia

(Trachylepis atlantica). Quanto os invertebrados há dois representantes dos

gastrópodes (Ridleya quinqueradiata e Hyperaulax ridleyi). Existem ainda registros de

duas espécies endêmicas já extintas, sendo uma ave da família Rallidae e um

mamífero roedor (Noronhomys vespuccii) (Oren, 1984; 1982; Olson, 1981; Sazima;

Haeming, 2006).

O arquipélago abriga a maior diversidade de aves marinhas do país com

65 espécies relatadas, sendo possível observar colônias de reprodução de 11

espécies, com aproximadamente 30.000 indivíduos reproduzindo anualmente nos

costões rochosos (Olson, 1982; Oren, 1982; Teixeira et al., 1987). O trinta-réis-preto

(Anous minutus), a viuvinha (Gygis alba) e o atobá-grande (Sula dactylatra) são

exemplos de aves marinhas com colônias reprodutivas no arquipélago (Nacinovic;

Teixeira, 1989; Soto et al., 2000; Schulz-Neto, 2004). Além disso, estas ilhas abrigam

a única colônia de rabo-de-palha-de-bico-laranja (Phaethon lepturus) conhecida no

Brasil (BirdLife International, 2016c). Diante da sua importância como área insular de

permanência, reprodução, descanso e passagem de aves no Atlântico Sul, Fernando

de Noronha é classificada como uma área de grande importância para a conservação

de aves (Important Bird Area – IBA; Vooren; Brusque, 1999; BirdLife International,

2017).

Apesar da sua importância para fauna marinha, terrestre e endêmica, a

história do arquipélago foi marcada por vários episódios de introdução de fauna, com

mais de 15 espécies reportadas como introduzidas. Algumas dessas espécies não

conseguiram se estabelecer na ilha, como as jandaias (Aratinga jandaya), os chorões

(Sporophila leucoptera), os canários (Sicalis flaveola) e os papagaios-moleiro

(Amazona farinosa; Oren, 1984). Porém, outras espécies como os cardeais (Paroaria

dominicana), os pardais (Passer domesticus), os mocós (Kerodon rupestris), os

camundongos (Mus musculus), os gatos ferais (F. cattus), os ratos (Rattus spp.), os

sapos (Rhinella jimi), as rãs (Scinax ruber), os tejos (Salvator merianae), as cabras

(Capra sp.) e as vacas (Bos spp.) permanecem até hoje (Oren, 1982; 1984; Schulz-

Neto, 2004). Essas espécies introduzidas impactam a fauna nativa, como foi possível

observar tejos predando caranguejos (Johngarthia lagostoma), gatos ferais predando

ninhos de aves marinhas e sebito (Vireo gracilirostris) e garças predando espécie

endêmica de mabuia (Anexo A; Silva e Silva, 2008; Rechetelo com. pessoal,

2009observação pessoal, 2016; Mestre;).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

23

Atualmente, cinco espécies da avifauna terrestre – aves que usam os

recursos provenientes da terra e não do mar - possuem populações estáveis na ilha

principal: a avoante (Zenaida auriculata), a cocoruta (E. ridleyana), o sebito (V.

glacilirostris), a garça-vaqueira (Bubulcus ibis) e o pardal (P. domesticus). Fernando

de Noronha é o único arquipélago do Brasil que possui populações residentes de

espécies de aves terrestres endêmicas (Schulz-Neto, 2004).

Elaenia ridleyana Sharpe, 1888

A cocoruta (E. ridleyana; Figura 1) é comumente encontrada nas

florestas e nas áreas menos afetadas pelos animais introduzidos na ilha principal, não

sendo comum próxima às habitações humanas (Nacinovic; Teixeira, 1989; Silva e

Silva, 2008). Relatada como rara em 1980, com os indivíduos observados na área

com vegetação seca (Caatinga) (Oren, 1982). Por ser menos conspícua do que o V.

gracilirostris, a população dessa espécie pode ter sido muitas vezes subestimada,

variando de 480 a 1000 indivíduos (Oren, 1984; Antas et al., 1990; Ridgely; Tudor,

1994; BirdLife International 2016b). Segundo a IUCN (International Union for

Conservation of Nature) o tamanho oficial da população é de 750 indivíduos. Tais

estimativas, todavia, necessitam de confirmações por meio de monitoramento regular

a fim de determinar com exatidão o tamanho da população. Além disso, as diferenças

nos métodos não permitem a realização de comparações detalhadas entre as

abundâncias ao longo dos anos.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

24

Figura 1 - Indivíduo de cocoruta, Elaenia ridleyana, na trilha do Capim Açu na área

conservada - Parque Nacional Marinho na ilha principal do arquipélago de Fernando

de Noronha. (Foto: Cecília Licarião).

Devido às semelhanças de caracteres morfológicos e vocalização, E.

ridleyana foi tida por muito tempo como subespécie de E. spectabilis, sendo elevada

à espécie por Ridgely e Tudor (1994). As filogenias recentes para o gênero Elaenia

não incluíram amostras de E. ridleyana possivelmente devido à dificuldade de acesso

ao material (Rheindt et al., 2008). No continente, E. spectabilis é amplamente

distribuída, com exceção do norte do país, vivendo à beira da mata, capoeira e árvores

isoladas (Sick, 1997). Já E. ridleyana tem distribuição restrita ao arquipélago de

Fernando de Noronha, onde pode ser observada na ilha principal e na ilha Rata

(Olson, 1994). Estudos sobre biologia e ecologia das espécies do gênero Elaenia são

poucos (e.g. Medeiros; Marini, 2007; Marini et al., 2009; Hoffmann et al., 2013),

particularmente para E. ridleyana (e.g. Antas et al., 1990; Mestre et al., 2016).

Informações sobre E. ridleyana são em sua maioria existentes em inventários (Ridley,

1890; Bokermann, 1978; Oren, 1982; 1984; Ridgely; Tudor,1994) e aspectos da

história natural (Antas et al., 1990; Antas, 1991; Schulz-Neto, 1995; 2004; Silva e Silva,

2008), havendo poucos estudos ecológicos ou genéticos mais detalhados (Rheindt et

al., 2008; Mestre et al., 2016).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

25

Quanto aos hábitos de forrageamento, E. ridleyana tem alimentação

bastante variada, o que possivelmente garantiu sua sobrevivência no arquipélago,

mesmo depois da grande destruição da vegetação durante o estabelecimento da

colônia penal no século XIX (Oren, 1982; Silva e Silva, 2008). Elaenia ridleyana

forrageia nos estratos da vegetação mais baixa até a copa das árvores, capturando

insetos e pequenos frutos. Os itens alimentares descritos para essa espécie foram:

chumbinho (Lantana camara;Verbenaceae) e a endêmica gameleira (Ficus noronhae;

Moraceae) (Oren, 1984; Olson, 1994; Antas et al., 1990; Silva e Silva, 2008). Análises

de conteúdo estomacal registraram frutos de jabuticaba da praia (Eugenia rotundifolia;

Myrtaceae) além de alguns poucos insetos, larvas e adultos de Myrmeleontidae e

Neuroptera (Nacinovic; Teixeira, 1989; Miranda, 2007). No segundo semestre a ilha

passa por um longo período de estiagem e o néctar do mulungu (Erythrina velutina)

torna-se um importante recurso alimentar (Thunberg, 1822, Sazima et al., 2009; Silva

e Silva, 2008).

Elaenia ridleyana foi registrada reproduzindo-se principalmente entre

fevereiro e maio (Antas et al., 1990). No entanto, já foram observados ninhos ativos

nos meses de outubro em 1999 e 2008 (Silva e Silva, 2008). O ninho é construído

com a semente de Gonolobus micranthus e com os galhos de Cucurbitaceae

alinhados e adensados formando um novelo de lã, forrados no interior com pecíolos

muito finos localizados nos ramos desencapados de burra leiteira (Sapium argutum;

Euphorbiaceae), mulungu (E. velutina; Fabaceae) e cajueiro (Anacardium occidentale;

Anacardiaceae) (Ridley, 1890; Oren, 1982). Fragmentos de plásticos que lembravam

a pele de um lagarto foram observados compondo um dos ninhos (Bokermann, 1978).

O ninho tem em média 54,9 mm altura, 75,5 x 86,9 mm de diâmetro e 33,6 mm de

profundidade nos quais são postos em média dois ovos brancos com manchas

vermelhas escuras com aproximadamente 22 x 16 mm e 3 g (Schulz-Neto, 2004).

E. ridleyana é classificada como uma espécie ameaçada de extinção

com status de ‘vulnerável’ dada sua distribuição restrita (MMA, 2014; BirdLife

International, 2016b). Apesar de habitar uma área de proteção conferida pelo Parque

Nacional Marinho (PARNAMAR), essa espécie está sujeita a várias ameaças como a

predação por animais introduzidos, tais como gatos, e todas as outras ameaças

provocadas pela antropização no arquipélago. Antes da implementação do parque,

essa espécie era abatida pelos habitantes locais para fins de recreação (Nacivovic;

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

26

Teixeira, 1989). Diante dessas circunstâncias, é necessário estudar a história de vida

e ecologia dessa espécie para se tomar medidas eficientes de conservação.

Vireo gracilirostris (Sharpe), 1890

A distribuição do sebito, V. gracilirostris, se restringe à ilha principal de

Fernando de Noronha (Olson, 1984; Figura 2). Nesta ilha, é encontrado nas mesmas

áreas onde são observadas as E. ridleyana. Há relatos de que a espécie era frequente

nos cajueiros (Anacardium sp.) e coqueiros (Cocos sp.) na área antropizada,

ocorrendo em habitat secundário, mas ausente nas áreas abertas sem vegetação

(Ridley, 1888). A ausência de V. gracilirostris nessas áreas sugere que a espécie era

historicamente mais difundida, já que a ilha teria sido coberta de floresta antes da

colonização (Olson, 1994). Estudos do tamanho populacional de V. gracilirostris

estimaram de 84 a 1000 indivíduos (BirdLife International, 2016b). Segundo a IUCN o

tamanho oficial da população é de 1000 indivíduos (BirdLife International, 2016b),

mas, assim como para E. ridleyana, essas estimativas não são padronizadas,

impossibilitando a compreensão de possíveis flutuações populacionais.

Figura 2 - Indivíduo de sebito, Vireo gracilirostris, marcado com anilhas coloridas

(combinação YYBC – amarelo, amarelo, branco, cinza) na área conservada do Parque

Nacional Marinho na ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. (Foto:

Cecília Licarião).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

27

Filogeneticamente, V. gracilirostris é mais aparentado com V. olivaceus,

espécie migratória que tem distribuição nas Américas (Sharpe, 1890; Brewer;

Orenstein, 2010; BirdLife International, 2016b). V. gracilirostris possui maior

abundância em áreas mais conservadas com vegetação arbóreo/arbustiva

predominante, contudo, também podem ser encontrados nas áreas antropizadas

(Schulz-Neto, 2004; Mestre et al., 2016).

Vireo gracilirostris tem hábito alimentar principalmente insetívoro,

alimentando-se de pequenos artrópodes. Forrageia revirando folhas e caules desde

as copas das árvores até o chão, sendo observado percorrendo pequenas distâncias

atrás da presa além de ser facilmente observado pendurado de cabeça para baixo

capturando presas na vegetação (Oren, 1982). Análises de conteúdo estomacal

mostraram insetos das ordens Coleoptera, Hymenoptera, Orthoptera e Trichoptera, e

poucos frutos de chumbinho (Lantana camara) (Nacinovic; Teixeira, 1989). Outros

itens alimentares menos frequentes são o néctar de mulungu (E. velutina), frutos de

flamboyant (Delonix regia; Fabaceae) e fedegosa (Cassia tora; Fabaceae) (Oren,

1982; Olson, 1981; 1994; Sazima et al., 2009).

No que se refere ao período reprodutivo de V. gracilirostris, alguns

autores relatam que ocorre no primeiro semestre, iniciando com a chegada do período

chuvoso, entre março e abril, podendo se prolongar até julho, estando sujeito ao

período de chuvas (Silva e Silva, 2008). Outros relatam que coincide com a estação

seca (setembro e outubro) (Nacinovic; Teixeira, 1989). Essas aves põem de dois a

três ovos e nidificam durante 13 dias. O ninho tem forma de uma tigela funda e é

construído de folhas e fibras vegetais macias presas na forquilha das árvores e tem

diâmetros médios de 21 x 14 mm por 18 x 12 mm (Silva e Silva, 2008).

Vireo gracilirostris é considerada como ‘quase ameaçado’ de extinção

devido à sua distribuição restrita, além da sua pequena população, estando, portanto,

sob maior risco de eventos estocásticos (BirdLife International, 2016b). Apesar de ter

a mesma distribuição de E. ridleyana, o status de conservação é distinto. Essa

diferença se dá pelo fato da população estimada de E. ridleyana ser menor do que a

V. gracilirostris (BirdLife International, 2016b).

A IUCN propõe algumas ações de conservação tanto para V.

gracilirostris quanto para E. ridleyana, medidas como o monitoramento das

populações e análise das tendências de habitat com objetivo de assegurar que os

habitats remanescentes de floresta secundária recebam proteção adequada (BirdLife

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

28

International, 2016). Para embasar ações de conservação é necessário que se

conheça a biologia e ecologia da espécie. No entanto, poucos estudos foram

realizados até hoje com essas aves, sendo o estudo mais completo publicado até

agora para V. gracilirostris resultado da viagem que Storrs Olson realizou ao

arquipélago em 1973 (Olson, 1994), que descreve aspectos da história de vida,

morfologia e ecologia da espécie.

Justificativa

Diante das particularidades dos ambientes insulares e da alteração da

qualidade do habitat ocasionadas pela antropização, é preciso entender melhor as

necessidades ecológicas dessas espécies a fim de auxiliar ações de conservação e

evitar novas extinções. A conservação de espécies insulares somente se dará se for

mantido a qualidade do habitat através da conservação de sua vegetação, uma vez

que a fauna insular é dependente desses ambientes. Além disso, é preciso monitorar

os efeitos das espécies exóticas sob populações nativas de forma a promover a

conservação das espécies nativas.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

29

CAPÍTULO 1

CONDIÇÃO CORPORAL E ABUNDÂNCIA DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS NO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL

Cecília Licarião1 (*), Luiz Mestre2,3, Lorenzo Zanette1 e Juliana Rechetelo3,4 1 Department of Biology, Federal University of Ceará, Brazil. 2 Federal University of Paraná, Brazil. 3 Ornithology Lab, Centre of Marine Studies, Federal University of Paraná, Brazil. 4 Hyacinth Macaw Institute. * Corresponding author: [email protected] ___________________________________________________________________ Artigo a ser submetido para publicação no periódico Bird Conservation International

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

30

3 INTRODUÇÃO

As aves escolhem o ambiente onde vivem de forma não aleatória,

selecionando características do habitat que podem variar de acordo com as diferentes

espécies e localidades (Luck, 2001; Johnson, 2007). Características como a cobertura,

densidade e heterogeneidade da vegetação, disponibilidade de alimento, densidade de

potenciais competidores, presença de abrigos e de locais adequados para a reprodução

são atributos importantes na escolha (Fahrig, 2001; Jones, 2001; Mezquida, 2004;

Brightsmith, 2005; Johnson, 2007; Aguilar et al., 2008). Essas escolhas levam ao uso

desproporcional do meio, em que habitats com maior qualidade tendem a apresentar

maior abundância de espécies (Shanahan et al., 2011).

A qualidade do habitat, no entanto, é modificada pelas alterações

antrópicas que comprometem a estrutura dos ambientes ao substituir o habitat natural

por ambientes modificados, alterando os recursos e as características ecológicas

essenciais para os indivíduos (McKinney, 2002). As alterações antrópicas modificam,

por exemplo, a quantidade e a previsibilidade dos recursos alimentares, principalmente

devido às alterações na estrutura da vegetação (Tubelis et al., 2004; Laurance et al.,

2011; Von Post et al., 2012; Powell et al., 2015). A menor complexidade vegetal nas

áreas antropizadas e menor abundância de presas diminui as oportunidades de

forrageamento das aves, principalmente as insetívoras, havendo grandes declínios

dessas populações ao longo de gradientes de antropização (Oliveira-Filho et al., 2001;

Sekercioglu et al., 2002; Adamík et al., 2003; Traveset et al., 2015).

Com a persistência das perturbações antrópicas, muitas espécies não

conseguem se adaptar às novas condições ambientais, o que leva a um decréscimo da

riqueza e abundância local (Santos et al., 2008; Pavoine et al., 2011; Leal et al., 2012).

O que é intensificado nos ambientes insulares (Blackburn et al., 2005). Por estas

razões, muitas espécies de aves estão declinando para níveis de populações

insustentáveis nesses ambientes (Zedler et al., 2001).

Os fatores antrópicos interferem na qualidade do habitat influenciando a

distribuição dos indivíduos no ambiente, sendo necessário levar em consideração os

fatores determinantes da qualidade do habitat, identificando como esses fatores afetam

as escolhas dos indivíduos (Jones, 2001; Luck, 2001). Para compreender como a

antropização afeta os indivíduos, são usadas medidas como a condição corporal que é

sensível a variação do ambiente, referindo-se ao estado energético do animal, sendo

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

31

considerada como um indicador da saúde, qualidade e vigor do indivíduo (Schulte-

Hostedde et al., 2001; Green, 2001; Cox et al., 2014). Mensurar a condição corporal

dos indivíduos pode fornecer respostas sobre como a antropização afeta as aves (Liker

et al., 2008; Meillère et al., 2015). Muitas aves apresentam condições corporais

inferiores em ambientes antropizados quando comparadas com aquelas em áreas

conservadas (Chávez-Zichinelli et al., 2013; Leloutre et al., 2014). Muitas vezes a

condição corporal é associada ao fitness, porque muitos dos traços selecionados

sexualmente e da história de vida são dependentes da condição dos indivíduos

(Lochmiller; Deerenberg, 2000; Tomkins et al., 2004; Milenkaya et al., 2015). É

necessário considerar várias medidas de condição corporal que quando

correlacionadas refletem aspectos diferentes da fisiologia de um animal, incluindo a

aquisição de recursos, estado nutricional e estresse (Milenkaya et al., 2015).

Para avaliar a condição corporal dos indivíduos são utilizadas medidas

como o peso e a quantidade relativa de gordura e de músculos no corpo das aves, as

quais tendem a diminuir quando os indivíduos se tornam energeticamente restritos

(Khalilieh et al., 2012). Medidas como o estágio da protuberância cloacal e a placa de

incubação são importantes para avaliar o desempenho reprodutivo (Marini; Durães,

2001; Faria et al., 2008). A condição corporal também pode influenciar no período de

muda da ave, afetando a qualidade das penas, que é medida através do seu nível de

desgaste (Pap et al., 2008; Vágási et al., 2011). O desgaste de penas afeta diretamente

o desempenho das aves, uma vez que penas mais desgastadas vão diminuir a

eficiência de voo e de termorregulação (Merila; Hemborg, 2000). A presença de

ectoparasitas também influencia diretamente a condição corporal das aves e,

dependendo do nível de infestação podem reduzir o sucesso reprodutivo, a postura, o

tamanho e sobrevivência da ninhada (Thompson et al., 1997; Storni, 2005; Enout et al.,

2009).

As alterações antrópicas têm efeito negativo sobre a condição corporal

dos indivíduos, já que o armazenamento de energia afeta a sobrevivência e

desempenho reprodutivo (Marzluff, 2001; Perrig et al., 2014). A condição corporal dos

indivíduos está relacionada com a qualidade do habitat, como foi observado para a

espécie europeia Sylvia atricapilla (Sylviidae) e para a norte americana Chen

caerulescens (Anatidae), que apresentaram melhor condição corporal em habitas de

melhor qualidade (Mainguy et al., 2002; Carbonell et al., 2003).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

32

Assim, aliar o conhecimento da qualidade do habitat através dos recursos

disponíveis no ambiente com a condição corporal dos indivíduos pode ser vantajoso

para se obter respostas das populações às alterações da paisagem (Johnson et al.,

1985; Janin et al., 2011) e para avaliar ambientes em diversos graus de conservação

(Costa; Macedo, 2005).

Diante das alterações antrópicas e das suas consequências para a

avifauna, é crucial entender não apenas como os organismos são afetados pelas

mudanças de qualidade do habitat, mas também como eles podem ou não se adaptar

às novas restrições (Meillère et al., 2015). O conhecimento dos elementos mais

importantes do habitat que influenciam na condição corporal dos indivíduos é

especialmente importante para aves ameaçadas que habitam ilhas alteradas pela

antropização. Como é o caso do arquipélago de Fernando de Noronha, uma área

importante pela riqueza e biodiversidade, que abriga espécies de aves endêmicas

(Vireo gracilirostris e Elaenia ridleyana) mas que tem um histórico marcado pela

antropizadação (Schulz-Neto, 2004; Oppel et al., 2004; BirdLife International, 2014).

Deste modo queremos testar se há diferença da qualidade do hábitat entre as áreas

conservada e antropizada na ilha principal de Fernando de Noronha e verificar qual a

influência dessas modificações sobre a condição corporal e abundância dos

passeriformes endêmicos dessa ilha.

Como na área de estudo há um alto grau de perturbação antrópica,

possibilitando verificar as diferentes respostas das aves terrestres a esses distúrbios.

Dessa forma, nossas hipóteses são: 1. Há diferença na qualidade do hábitat

(disponibilidade de recurso e cobertura vegetal) entre as áreas conservada e

antropizada. 2. Em áreas antropizadas a baixa qualidade de habitat afetará

negativamente a condição corporal e abundância dos indivíduos de Vireo gracilirostris

e Elaenia ridleyana.

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Área de estudo

Este estudo foi realizado na ilha principal do arquipélago de Fernando de

Noronha. Esse arquipélago está localizado no Atlântico Sul equatorial (3º52'S,

32º26'W), distante 345 km a nordeste da costa brasileira e pertence ao Estado de

Pernambuco (Almeida, 1955). Além da ilha principal, com 17 km2 o arquipélago é

composto por mais 20 ilhas, ilhotas e rochedos totalizando uma área de 26 km2

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

33

(Teixeira et al., 2003). O arquipélago apresenta uma estação seca (agosto a janeiro) e

uma chuvosa (fevereiro a julho) bem definidas, com temperatura média anual de 27º C

(Teixeira et al., 2011; Almeida, 2002).

O arquipélago de Fernando de Noronha, colonizado em 1503, tem uma

história de ocupação marcada por fortes pressões antrópicas, sendo o único ambiente

insular brasileiro constantemente ocupado há cinco séculos (Batistella, 1996). Ao longo

desses séculos, as comunidades de plantas nativas foram severamente alteradas pelo

desflorestamento, extração de madeira seletiva e incêndios florestais (Alves, 2006). Em

1870 a vegetação da ilha principal foi retirada em quase sua totalidade (Oren, 1982;

Antas, 1991).

A vegetação dominante na ilha principal é considerada xerofítica

caducifólia com características semelhantes a vegetação de Caatinga (Batistella,

1996). Atualmente, a ilha é coberta por vegetação seca em estágio secundário de

regeneração, dominada por trepadeiras e arbustos, com representantes da família

Capparaceae (Capparis cynophallophora), Fabaceae (Cassia sp.) e Euphorbiaceae

(Sapium sceleratum). A vegetação rasteira é representada por espécies da família

Convolvulaceae (Hypomoea sp. e Merremia sp.) e algumas árvores emergentes podem

chegar a 20 m de altura, como membros da família Sapotaceae (Bumelia sartorum),

Anacardiaceae (Spondias spp.), Moraceae (Ficus noronhae) e Fabaceae (Erythrina

velutina) e terra nua, dominado por florestas secundárias (IBAMA, 1990; Alves, 2006;

Mello, 2016).

Atualmente, a ilha principal é a única habitada, as demais já foram

habitadas há décadas atrás, como a ilha Rata. A população residente na ilha é de

aproximadamente três mil habitantes e está distribuída em seis vilas na ilha principal

(Vila dos Remédios, Vila dos Trinta, Vila Floresta Velha, Vila Quixába, Vila Boldró e

Floresta Nova; IBAMA, 2010). Além da população residente, a ilha conta com a visita

anual de aproximadamente 80 mil turistas (ADEFN, 2014). O turismo e a ocupação

irregular são importantes fatores que modificam e impactam a fauna e flora nativas

(Silva e Silva, 2008). A introdução de animais e plantas exóticas e o descarte irregular

de lixo são os maiores problemas enfrentados no arquipélago desde a colonização

(Schulz-Neto, 2004; Mello; Oliveira, 2016).

O arquipélago de Fernando de Noronha está inserido em duas Unidades

de Conservação Federais administradas pelo ICMBio: a Área de Proteção Ambiental

de Fernando de Noronha (APA-FN) e o Parque Nacional Marinho de Fernando de

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

34

Noronha (PARNAMAR-FN). A APA-FN corresponde a 30% da área total do

arquipélago, sendo a área da ilha principal correspondente a 7,8 km² na qual estão

localizadas as instalações de infraestrutura, a indústria hoteleira, a atividade

agropecuária e as residências (IBAMA, 1990). O PARNAMAR-FN é formado por 2/3 da

ilha principal (9,2 km²) e inclui todas as ilhas secundárias, com área total de 112,7 km²

(IBAMA, 1990). Nesse estudo, a APA-FN foi considerada como área antropizada dada

a ocupação local, impactos antrópicos e localização das vilas, tendo sua paisagem

intensamente modificada ao longo dos anos de colonização. Enquanto que o

PARNAMAR-FN foi considerado como área conservada, devido à quase inexistência

de construções antrópicas, sendo utilizado apenas para pesquisa e turismo

supervisionado (Figura 3).

Figura 3 - Mapa do arquipélago de Fernando de Noronha com a delimitação das duas

Unidades de Conservação. Os limites do Parque Nacional Marinho de Fernando de

Noronha, área conservada, são determinados pela linha sólida. A Área de Proteção

Ambiental de Fernando de Noronha, área antropizada, está fora do polígono da ilha

principal (adaptado de Google Earth image 2016 Digital Globe). A inserção indica a

localização do arquipélago (estrela vermelha).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

35

O arquipélago de Fernando de Noronha abriga a maior diversidade de

aves marinhas do país, e é o único arquipélago do Brasil que possui populações

residentes de aves terrestres endêmicas (Schulz-Neto, 2004). Atualmente existem

cinco espécies de aves terrestres com populações estáveis na ilha. Estas espécies são:

Zenaida auriculata (avoante), Elaenia ridleyana (cocoruta), Vireo gracilirostris (sebito),

Bubulcus ibis (garça-vaqueira) e Passer domesticus (pardal). Os nomes científicos e

populares estão de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO;

Piacentini et al., 2015).

4.2 Espécies de estudo

Neste estudo, as espécies foco foram Elaenia ridleyana e Vireo

gracilirostris, aves endêmicas do arquipélago com populações mais abundantes na ilha

principal (Schulz-Neto, 2004; Mestre et al., 2009). Essas aves são principalmente

insetívoras, alimentando-se de pequenos artrópodes encontrados nos arbustos e no

folhiço, forrageando tanto na copa das árvores quanto no chão, revirando folhas e

caules (Olson, 1994). Podem ainda se alimentar do néctar de mulungu (E. velutina)

(Sazima et al., 2009) e das inflorescências e pequenos frutos de chumbinho (L. camara)

e gameleira (F. noronhae) (Oren, 1984; Olson, 1994).

O status de conservação de E. ridleyana e V. gracilirostris é nacionalmente classificado

como ‘vulnerável’ dada sua distribuição restrita (apenas no arquipélago de Fernando

de Noronha) (MMA, 2014). Internacionalmente, E. ridleyana é classificada como

‘vulnerável’ e V. gracilirostris como ‘quase ameaçado’ (BirdLifeInternational, 2016a).

Essa distinção na classificação internacional se dá pelo fato da população de E.

ridleyana ter sido estimada em aproximadamente 750 indivíduos, enquanto a população

de V. gracilirostris é estimada em aproximadamente 1000 indivíduos

(BirdLifeInternational, 2016b). No entanto, essas estimativas do tamanho populacional

precisam ser revisadas.

4.3 Coleta de dados

A pesquisa foi realizada entre 8 de março e 22 maio de 2016 na ilha

principal de Fernando de Noronha, durante a estação chuvosa. Primeiramente foram

coletados dados de condição corporal das aves (10 a 24 de março). Em seguida foram

coletados dados de qualidade do hábitat (disponibilidade de recurso alimentar e

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

36

caracterização da vegetação) e por fim foram coletados dados de abundância dos

indivíduos na área conservada (PARNAMAR-FN) e antropizada (APA-FN) (Figura 4).

A execução do projeto, captura das aves e coleta de material biológico foi feita sob

licença do ICMBio através do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade

(SISBIO) nº 49595-3, e o anilhamento das aves foi autorizado pelo Centro Nacional de

Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) registrada no Sistema Nacional

de Anilhamento (SNA) como projeto nº 4075.

Figura 4 - Pontos de coleta na ilha principal de Fernando de Noronha na área

conservada (cinza escuro) e na área antropizada (cinza claro): A – Redes de neblina

(oito pontos de amostragem, quatro na área conservada e quatro na área antropizada);

B - Armadilha de malaise (10 pontos de amostragem, cinco em cada área) e guarda-

chuva entomológico (20 pontos de amostragem, 10 em cada área); C – Cobertura

vegetal (20 pontos de amostragem, 10 em cada área); D - Pontos de escuta (32 pontos

de amostragem, 16 em cada área).

A

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

37

C

B

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

38

4.3.1 Caracterização da vegetação

Para testar o pressuposto de que a área conservada (PARNAMAR)

possuía melhor qualidade de hábitat do que a área antropizada (APA), foram

mensuradas variáveis de estrutura da vegetação, de cobertura da vegetação e do solo

(Apêndice A). Para isso, foram amostrados 20 pontos de caracterização da vegetação

na ilha principal, 10 pontos na área conservada e 10 na área antropizada. A distância

entre os pontos foi de 300 m. Em cada ponto amostral (transecto), foram marcados 12

subpontos distantes 10 m entre si (Figura 5). Os transectos foram posicionados

paralelos às trilhas preexistentes nas áreas, estando a 5 m de distância da mesma. Em

cada subponto foi aplicado o método do ponto quadrante.

O método do ponto quadrante foi utilizado para quantificar a estrutura

horizontal e vertical da vegetação em cada área (Brower, et al., 1997; Martins,1993;

Mitchell, 2004; Freitas; Magalhães, 2012). Esse método consiste em mensurar as

quatro árvores ou arbustos mais próximos, calculando a distância mínima do ponto

para as árvores/arbustos determinadas. A densidade de árvores por unidade de área

pode ser calculada a partir da distância média entre árvores (Ashby, 1972; Martins,

1979). Cada ponto de amostragem é dividido em subpontos nos quais se estabelece

uma cruz delimitando quatro quadrantes (Figura 5).

D

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

39

Figura 5 - Mapa da ilha principal de Fernando de Noronha, detalhando uma das 20

unidades amostrais em que foi realizada a caracterização de habitat utilizando o método

de ponto quadrante. Em cada unidade amostral há 12 subpontos nos quais são

mensuradas as distâncias entre as quatro árvores/arbustos mais próximos de cada

subponto. Para cada uma dessas quatro árvores foi medido o diâmetro na altura do

peito e do solo, altura e densidade de dossel.

A estrutura vertical da vegetação foi medida através da altura, do

diâmetro na altura do peito (DAP) (padronizado a 1.30 m do chão), do diâmetro na

altura do solo (DAS) e da densidade de dossel de cada árvore/arbusto. A densidade

de dossel foi medida através de fotografias da copa das árvores analisando a

porcentagem de sombreamento no programa Gap Light Analyzer 2.0.4. (Frazer et al.,

1999). As fotografias foram feitas a 1.30 m do solo com lente hemisférica olho de peixe

acoplada ao aparelho celular (Iphone 5s) na porção inferior das copas em um ponto

focal.

Além disso, em cada um dos 20 pontos amostrais foi determinada a

porcentagem de cobertura da vegetação em um raio de 25 m. A área poderia ser

coberta por: árvores (vegetação com mais de 5 m de altura, com troncos espessos e

lignificados), arbustos (plantas com pequeno diâmetro e poucas ramificações

lignificadas entre 0,5 a 5 m de altura), vegetação rasteira (plantas rasteiras entre 0 e

0,5 m de altura), área aberta (areia ou trilhas abertas) e área antropizada (incluindo

estradas, casas e outras instalações feitas pelo homem; IBGE, 2012; Mestre et al.,

2016).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

40

Para determinar a cobertura do solo foi posicionado um quadrante de

1x1 m nos mesmo subpontos utilizados no método do ponto quadrante citados acima,

totalizando 120 pontos na área conservada e 120 pontos na área antropizada. Em

cada quadrante, foi determinado a porcentagem de cobertura do solo por herbáceas

graminóides (plantas herbáceas com crescimento em touceiras), herbáceas não

graminóides (plantas herbáceas com caule não lenhoso), subarbusto (vegetal que na

fase adulta é semilenhosa ou lenhosa na base, e tem altura inferior a 1 m), serapilheira

(cobertura superficial do solo de material vegetal seco e em decomposição misturado

a terra), solo exposto (solo nu, sem cobertura vegetal) e rocha. Em cada quadrante, o

somatório das porcentagens de cada tipo de cobertura deve totalizar 100%

(Cornelissen et al., 2003; IBGE, 2012).

Durante as amostragens de caracterização vegetal, foram observados

indivíduos se alimentando e nidificando em algumas árvores, sendo essas

informações reportadas sem utilização de padronização de método. Essas

observações foram utilizadas para compor o conhecimento da história natural dessas

aves.

4.3.2 Disponibilidade de recurso alimentar

Para estimar a disponibilidade de recurso alimentar para E. rildeyana e

V. gracilirostris, espécies preferencialmente insetívoras, foram utilizados métodos

ativos e passivos para capturar artrópodes nas áreas conservadas e antropizadas.

Armadilhas do tipo malaise (método passivo) foram utilizadas para capturar

artrópodes alados e o guarda-chuva entomológico (método ativo) foi utilizado para

capturar artrópodes presentes nas folhagens de árvores e arbustos (Martin, 1977;

Southwood; Henderson, 2000; Cotton, 2007; Mallet-Rodrigues, 2010).

A armadilha do tipo malaise consiste em uma tenda aberta com um

acesso na ponta, preferencialmente de cor escura e uma coberta inclinada de cor clara

para direcionar os artrópodes ao frasco coletor contendo detergente (Malaise, 1937;

Townes, 1972; Mallet-Rodrigues, 2010; Figura 6). Foram instaladas armadilhas

malaises em dez pontos da ilha, cinco em cada área, sendo mantida uma distância

mínima de 300 m entre elas (Figura 5). As armadilhas foram abertas das 6 h ás 18 h

em dois dias seguidos, totalizando 24 h por ponto. O esforço total foi de 240 h de

armadilha malaise abertas, 120 h por área. Os artrópodes foram capturados em

recipientes de 200 ml contendo detergente, e ao serem retirados da armadilha foram

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

41

devidamente lavados com álcool e em seguida armazenados em álcool a 70% para

posterior triagem e identificação (Brescovit et al., 2004). As amostragens dos

artrópodes não coincidiram no tempo e espaço com as amostras das aves, sendo

realizados dez dias depois.

O guarda-chuva entomológico consiste em um tecido de coloração

branca de 60x60 cm, fixado em uma armação de madeira em cruz (Figura 6). A

vegetação é agitada por meio de um batedor e os artrópodes que caem sobre o pano

são imediatamente coletados com o auxílio de um pequeno aspirador, pinça ou pincel,

e transferidos para frascos com álcool 70% (Campos, 2006; Mallet-Rodrigues, 2010)

e posteriormente levados ao Laboratório de Ecologia de Comportamento Animal na

Universidade Federal do Ceará (UFC) para identificação. Foram amostrados 10

pontos na área conservada e 10 na área antropizada (Figura 5). Em cada ponto foi

percorrido um transecto de 150 m ao longo de trilhas preexistentes. A distância entre

os locais era de 300 m a fim de garantir a independência espacial dos pontos e cobrir

a maior área possível da ilha. A amostragem consistiu em inserir aleatoriamente o

guarda-chuva entomológico abaixo dos ramos das árvores e arbustos (20 batidas em

cada árvore, arbustos ou ramos; Brescovit et al., 2004). A captura de artrópodes com

o guarda-chuva entomológico foi realizada por uma hora dentro do intervalo de 9 h e

12 h, totalizando um esforço de 10 h por área. Totalizando um esforço amostral de

260 horas de coleta de artrópodes. As ordens de amostragem dos pontos para as

duas armadilhas foram aleatorizadas entre as áreas conservada e antropizada.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

42

Figura 6 - Armadilhas utilizadas para coleta de artrópodes nas áreas conservada e

antropizada da ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. A - Armadilha

do tipo malaise, método passivo. B - Armadilha do tipo guarda-chuva entomológico,

método ativo. (Fotos: Juliana Rechetelo).

Os artrópodes foram classificados a nível de ordem (para as classes

Insecta e Arachnida) e classe (para Diplopoda) e posteriormente separados em

morfotipos. A triagem do material foi realizada com auxílio de lupa estereoscópio (20x)

(NIKON SMZ 1500). Os artrópodes foram identificados com o auxílio de literatura

(Chinery, 2007; Carvalho et al., 2012). Subsequentemente, foi mensurada a

abundância (número de indivpiduos), a biomassa (volume dos indivíduos) e a riqueza

(número de morfotipos) de artrópodes por área. Os espécimes foram cuidadosamente

fotografados com uma câmera (modelo DS-Fi1) acoplada a lupa (NIKON SMZ 1500).

A posteriori, essas fotografias foram utilizadas no software ImageJ onde pode ser

mensurado o comprimento e a largura dos indivíduos (Rasband, 1997). O volume dos

artrópodes foi calculado através da fórmula de volume elipsoide (Magnusson et al.,

2003):

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

43

Onde, V = volume, C = comprimento e L = largura, obtendo o volume em milímetro

cubico (mm3).

Para auxiliar na identificação das ordens de artrópodes consumidos

pelas aves em estudo, também foram analisadas seis amostras de fezes, quatro de

E. ridleyana e duas de V. gracilirostris, obtidas durante a campanha de anilhamento.

Durante o anilhamento, as aves costumam defecar dentro do saco de contenção ou

durante o manuseio quando isso ocorre as fezes são coletadas e armazenadas em

álcool para posterior análise (Ralph et al., 1985). As amostras de fezes foram

analisadas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

4.3.3 Condição corporal dos indivíduos

Redes de neblina foram utilizadas para capturar indivíduos de E. ridleyana

e V. gracilirostris e assim mensurar a condição corporal dos mesmos. As redes de

neblina foram dispostas em trilhas pré-existentes na ilha principal para capturar as aves.

As redes de neblina (12x3 m; 36 mm) foram abertas ao amanhecer (5 h) e fechadas no

início da tarde (14 h) sendo monitoradas em intervalos de 20-30 min para evitar que os

indivíduos capturados permanecessem muito tempo nas redes (Low, 1957; Ralph et

al., 1993; Roos, 2010). Foram amostrados quatro pontos de rede de neblina em cada

área, sendo que o esforço amostral por área dependeu do número de indivíduos

capturados, sendo realizados 1.06 horas/rede na área conservada e 1.17 horas/rede

na área antropizada. Foram totalizadas 96 horas de redes abertas e um esforço de

19.162 m2h em 13 dias de captura. (metros quadrados de rede de neblina por hora de

rede aberta). A taxa de captura de indivíduos na área antropizada foi 5,69 ind/h/rede e

7,81 ind/h/rede na área conservada.

As aves foram marcadas com anilhas metálicas numeradas cedidas pelo

CEMAVE/ICMBio. Cada indivíduo recebeu também três anilhas coloridas, formando

combinação única de cores que permite a individualização de cada ave. Em seguida

as aves foram soltas no mesmo local de captura.

Para inferir a condição corporal dos indivíduos de E. ridleyana e V.

gracilirostris foram medidos: o peso (Milenkaya et al., 2015), a reserva de gordura,

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

44

onde foi classificada a quantidade de gordura armazenada na fúrcula (Milenkaya et

al., 2013, 2015), o tamanho do músculo peitoral que envolve o esterno (Ludtke et al.,

2013; Milenkaya et al., 2013), o desgaste das penas de voo (Merilä; Hemborg, 2000),

a quantidade de ectoparasitas (Loye; Zuk, 1991; Mestre, 2011; Calegaro-Marques;

Amato, 2014), a protuberância cloacal e a placa de incubação (Davies et al., 2015).

Para a pesagem, os indivíduos foram imobilizados dentro de um cilindro

de papelão (4x10 cm e 1 mm de espessura aberto nas duas extremidades) e pesados

em uma balança analógica digital (com precisão de 0,01 g). O comprimento da asa,

da cauda, do bico e do tarso foi mensurado com o auxílio de um paquímetro analógico

digital (com 0,01 mm de precisão; Apêndice B). A presença de gordura na fúrcula foi

classificada de zero a quatro, sendo: 0 – ausência de gordura na cavidade da fúrcula,

1- a cavidade está 1/3 preenchida, 2- a cavidade está 2/3 preenchida, 3- a cavidade

está completamente preenchida e 4- a cavidade da fúrcula está mais do que cheia, i.

e. 4/3. (Kaiser, 1993; Gosler, 2004; Sutherland et al., 2004; Anexo B).

A medida do músculo peitoral que envolve o esterno foi classificada de

zero a dois, sendo: 0- pouco músculo peitoral com o osso esterno bem visível, 1- com

musculatura peitoral cobrindo o osso esterno e 2- grande volume de músculo peitoral

não sendo fácil a percepção do osso esterno (Bolton et al., 1993; Anexo C).

Para o desgaste de penas foram contabilizadas as penas de voo

(primárias) da asa por serem as mais importantes na manutenção do voo, além de

serem significativamente mais desgastadas do que as penas secundárias e terciarias

(Vágasi, et al., 2011), além das penas da cauda que mantem a qualidade do voo. O

desgaste de penas da asa e da cauda foi classificado de zero a cinco, sendo: 0- penas

primárias com bordas perfeitas e 5– penas excessivamente usadas, com

extremidades quebradas (IBAMA, 1994; Anexo D).

O grau de infestação das aves por ectoparasitas foi estabelecido

visualmente para evitar a utilização de reagentes químicos que afetam a sobrevivência

das aves (Whalter, Clayton, 1997; Dowling et al., 2001). Para avaliar a presença e

quantidade de ectoparasitas, foram observadas as penas da asa e da cauda contra a

luz e classificadas em graus de infestação: 1- nulo (sem presença ou sinais de

ectoparasitas), 2- sinais (presença de lesões, contudo sem a presença dos

ectoparasitos), 3- baixo (presença de até 10 indivíduos de ectoparasitos), 4- médio

(presença de 10 a 20 indivíduos de ectoparasitos) e 5- alto (presença de mais de 20

indivíduos de ectoparasitos; Mestre, 2011; Koop; Clayton, 2013; Magalhães et al.,

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

45

2014). Para detectar a presença de outros ectoparasitas também foi observado todo

o corpo dos indivíduos, mas esses dados não entraram para a análise. Para posterior

identificação, alguns exemplares de ectoparasitas foram coletados com auxílio de fita

adesiva e posteriormente fixados em álcool 70% (Walther, Clayfon, 1997; Visnak,

Dumbacher, 1999).

A protuberância cloacal, um indicativo do estado reprodutivo dos

indivíduos machos, foi classificada em três categorias: 0– estado não reprodutivo, 1–

estado reprodutivo parcial e 2– estado reprodutivo completo (Anexo E; IBAMA, 1994).

A placa de incubação, que também pode fornecer informações sobre o período

reprodutivo dos indivíduos, foi classificada em cinco categorias: 0– placa de incubação

não está presente, 1– as penas do peito foram perdidas e algumas vascularizações

podem ser vistas, mas a maior parte da área apresenta-se ainda lisa e vermelho

escura, 2– vascularização evidente, 3– vascularização é extrema, 4– a maior parte da

vascularização desapareceu e 5– vascularização e fluido desapareceram por

completo (IBAMA, 1994; Anexo F).

4.3.4 Abundância das aves endêmicas

As abundâncias de E. ridleyana e V. gracilirostris foram estimadas pelo

método de pontos de escuta (Ralph et al., 1995; Thompson, 2002; Rosenstock et al.,

2002). Foram realizados 32 pontos de escuta, 16 na área conservada e 16 na área

antropizada realizados entre as 6 h e 9 h, horário de maior atividade das aves (Vielliard

et al., 2010; Anjos et al., 2010). Os pontos foram escolhidos de acordo com Mestre et

al. (2016) com o intuito de comparar a abundância ao longo dos anos. Cada ponto de

escuta foi repetido quatro vezes em dias diferentes, totalizando um esforço amostral

de 12 horas de ponto de escuta. As amostragens dos pontos eram alternadas de

acordo com o dia e a área, sempre intercalando uma amostragem na área conservada

com a área antropizada. O tempo de permanência em cada ponto de escuta foi de

cinco minutos, durante o qual foram contabilizados os contatos visuais e sonoros com

as aves presentes em um raio de 25 m (Anjos et al., 2010; Mestre et al., 2016). Para

assegurar independência entre os pontos e evitar contar o mesmo indivíduo, casal ou

bando duas vezes no mesmo ponto amostral, os pontos foram distanciados 200 m

entre si (Vielliard; Silva, 1990; Vielliard et al., 2010; Anjos et al., 2010).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

46

4.4 Análises estatísticas

A diferença de cobertura vegetal e do solo entre as áreas foi verificada

através da análise de variância multivariada com permutações (PERMANOVA),

considerando as frequências das categorias de cobertura vegetal (árvores, arbustos,

ervas, área aberta e área antropizado) e cobertura do solo (herbáceas graminóides,

herbáceas não graminóides, subarbusto, serapilheira, solo exposto e rochas), como

variáveis resposta, e o local (antropizada ou conservada) como variável categórica

explicativa. Para visualizar a distribuição das amostras entre as áreas, usou-se o

escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS). Por se tratar de dados de

porcentagem foi necessário a transformação dos dados através da função logit (logit

= log[p/(1 - p)]) no pacote “car” do software R (Fox et al., 2016). Após a transformação

foram gerados valores negativos, assim, adicionou-se um valor constante ao menor

valor negativo para tornar os valores positivos. Para realizar essas análises utilizou-

se o pacote “vegan” (Oksanen et al. 2011).

Para comparar o peso das aves entre as áreas de estudo aplicou-se o

teste não paramétrico T de Welch de duas amostras, esse teste não paramétrico foi

utilizado por permitir comparações de matrizes diferentes, uma vez que temos número

de indivíduos diferentes entre as áreas. Para comparar as diferenças entre as

frequências observadas e esperadas das variáveis qualitativas (ectoparasitas,

desgaste de pena da cauda e da asa, protuberância cloacal, placa de incubação,

gordura na fúrcula e exposição do esterno) entre as áreas de estudo foi realizado o

teste Qui-quadrado.

Para avaliar se as variáveis explicativas estavam correlacionadas foi

realizado o teste de Pearson. Ao final obtivemos as seguintes variáveis: áreas, DAP,

altura, dossel, distância entre as árvores, cobertura por vegetação (árvores, arbustos,

ervas, área aberta e área antropizada), cobertura do solo (herbáceas graminóides,

herbáceas não graminoides, serapilheira, solo exposto, subarbustos e rocha) e

biomassa, neste último foi utilizado a função (log (biomassa)) uma vez que seus

valores brutos eram muito altos o que poderia influenciar diante dos baixos valores

aplicados nas outras variáveis explicativas.

Os dados de porcentagem de cobertura de vegetação e de solo foram

reduzidos utilizando a Análise de Componentes Principais (PCA) utilizando apenas o

componente principal mais informativo (PC1). As cinco colunas de cobertura de

vegetação (árvore, arbusto, ervas, área aberta, e área antropizada) foram reduzidas

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

47

a uma só (PC1). Assim como as seis colunas de cobertura do solo (herbácea

graminóide, herbácea não graminóide, serapilheira, solo exposto, subarbusto e rocha)

foram reduzidas a uma só (PC1). Após reduzidos, esses componentes foram

utilizados como variáveis explicativas nas análises de MLR. Para essa análise foi

usada a função “prcomp” no pacote “stats” (Venables; Ripley, 2002).

A fim de verificar quais variáveis ambientais estariam influenciando a

condição corporal das aves, foi aplicado uma MLR usando o pacote mlogit (Bartoń,

2015). Somente variáveis de condição corporal que foram significativamente

diferentes entre as áreas foram utilizadas no modelo. As variáveis respostas utilizadas

foram áreas, DAP, altura das árvores, dossel, distância entre árvores, vegetação

(árvores, arbustos, ervas, área aberta e área antropizada), cobertura do solo

(herbáceas graminóides, herbáceas não graminoides, serapilheira, solo exposto,

subarbustos e rocha) e biomassa.

Para verificar quais variáveis ambientais – cobertura vegetal e

disponibilidade de recurso alimentar – estariam influenciando na abundancia de Vireo

gracilirostris e Elaenia ridleyana, foi utilizada a regressão logística (Nagawaka;

Schielzeth, 2010; Crawley, 2013). Para a regressão logística utilizou-se a função GLM

usando o pacote “MuMIn” e a família poisson. A importância relativa das variáveis foi

avaliada através de todas as combinações possíveis das variáveis selecionadas

usando a função dredge no pacote “MuMIn” (Bartoń, 2015) para encontrar o melhor

modelo preditivo para abundância das aves endêmicas. Seguidamente foi utilizado o

ΔAICc para verificar o melhor modelo. O Critério de Informação Akaike (AIC) é um

método para selecionar um modelo a partir de um conjunto de modelos (Burnham;

Anderson, 2002). A seleção de modelos se deu pelo valor de ΔAICc mais baixo, sendo

aceitáveis modelos com valores entre 0 e 2. Os pesos de Akaike dão a probabilidade

de que um modelo seja o melhor modelo, considerando os dados e o conjunto de

modelos possíveis (Burnham; Anderson, 2002).

Para verificar diferenças da riqueza, biomassa e abundância dos

artrópodes separadamente entre as áreas foi realizado o teste não paramétrico Teste

T de Welch. Modelos Lineares Generalizados (GLMs) foram utilizados para testar a

diferença de disponibilidade de itens alimentares entre as áreas, em que a biomassa

de artrópodes foi utilizada como variável resposta e o local (antropizada ou

conservada) como variável categórica explicativa. A abundância de insetos entre as

áreas foi analisada através do escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS)

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

48

baseado no índice de dissimilaridade de Bray-Curtis, levando em consideração

apenas as ordens com número mínimo de dez espécimes (Legendre; Legendre 1998).

Todas as análises foram realizadas no programa R (R Core Team, 2015).

5 RESULTADOS

5.1 Condição corporal dos indivíduos de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris

A condição corporal de 97 indivíduos foi estimada, sendo 52 Vireo

gracilirostris (30 na área conservada e 22 na antropizada), e 45 Elaenia ridleyana (21

na área conservada e 24 na área antropizada).

O número de ectoparasitas nos indivíduos de E. ridleyana e V.

gracilirostris não diferiu entre as áreas. Todos os indivíduos capturados estavam com

ectoparasitas nas penas da asa e cauda. Ao todo foram coletados ectoparasitas de 11

aves diferentes (cinco de V. gracilirostris e seis de E. ridleyana), todas as amostras

continham espécimes de ácaros dos gêneros Trouessartia e Amerodectes. Nas

amostras de ectoparasitas de V. gracilirostris foram encontrados exemplares de ácaros

da espécie Amerodectes vireonis descrita recentemente em outro hospedeiro, Vireo

olivaceus (Hernandes et al., 2016) e está sendo reportada pela primeira vez em V.

gracilirostris. Nas amostras de ectoparasitas de E. ridleyana foram encontrados

exemplares de ácaros de duas espécies novas Amerodectes sp. e Trouessartia sp.

Nenhum outro tipo de ectoparasita foi encontrado em nenhum dos indivíduos.

Não foi observada diferença de peso e do índice de gordura na fúrcula

para as aves entre as áreas de estudo. A maioria dos indivíduos de E. ridleyana (n =

43) não apresentaram gordura na fúrcula, sendo todos os indivíduos da área

antropizada com índice ‘zero’. O mesmo foi observado para V. gracilirostris. O grau de

cobertura do osso esterno por músculos também não diferiu entre as áreas observadas

(Tabela 1).

Havia mais indivíduos de E. ridleyana com placa de incubação na área

conservada (X2 = 13.481; p = 0.019). Para V. gracilirostris não foi observado diferença

das classificações das placas de incubação entre as áreas (X2 = 6.663; p = 0.246)

(Tabela 1). Indivíduos com protuberância cloacal não diferiram entre as áreas. Para E.

ridleyana o maior número de indivíduos se encontravam no estágio reprodutivo

completo (nível 2; n = 24 do total de 45 indivíduos), sendo 12 em cada área. Os

indivíduos de V. gracilirostris, em sua maioria, apresentaram protuberância cloacal no

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

49

estado não reprodutivo (nível 0; n = 26 do total de 52 indivíduos), sendo a maioria dos

indivíduos encontrados (n = 18) na área conservada (Tabela 1).

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

50

Tabela 1. Variáveis de condição corporal dos indivíduos de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris nas áreas conservada e antropizada

da ilha principal do Arquipélago de Fernando de Noronha. (Código das variáveis: X2 = valor do teste chiquadrado; df = graus de

liberdade; p = valor de ‘p’; N0, N1, N2, N3, N4 e N5 níveis de classificação de cada variável) *Relação de significância (p<0.05).

Conservado Antropizado

Níveis N0 N1 N2 N3 N4 N5 N0 N1 N2 N3 N4 N5 X2 df p

Elaenia ridleya-

Gordura - fúrcula 20 2 0 2 0 - 20 1 0 1 0 - 1.876 5 0.598

Esterno 2 12 5 - - - 2 8 13 - - - 4.917 2 0.085

Desgaste da asa 0 2 14 4 3 0 1 0 4 11 5 1 15.26 5 0.009*

Desgaste da cauda 0 0 7 8 2 6 1 0 0 2 10 8 15.74 3 0.001*

Placa de incubação 9 3 3 0 3 5 16 1 1 3 0 0 13.48 5 0.019*

Protuberan. cloacal 6 5 12 - - - 3 7 12 - - - 2.329 2 0.312

Ectoparasita asa 0 1 0 0 5 19 0 0 0 3 6 16 4.348 3 0.226

Ectoparasita cauda 0 3 0 11 2 9 0 0 0 9 6 10 5.252 3 0.154

Vireo gracilirostris

Gordura - fúrcula 21 1 2 4 2 - 17 1 3 0 1 - 3.754 4 0.440

Esterno 0 6 11 - - - 0 5 24 - - - 1.055 1 0.304

Desgaste da asa 0 6 18 6 0 0 0 0 8 12 2 0 13.1 3 0.004*

Desgaste da cauda 0 0 4 8 10 8 0 0 0 1 7 14 12.18 3 0.006*

Placa de incubação 14 0 1 4 8 3 14 1 0 4 3 0 6.663 5 0.246

Protuberan. cloacal 18 3 9 - - - 8 4 10 - - - 3.242 2 0.197

Ectoparasita asa 0 6 0 14 7 3 0 4 0 8 6 5 1.718 3 0.632

Ectoparasita cauda 0 23 0 5 1 1 0 14 0 6 1 2 1.718 3 0.632

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

51

O desgaste de penas das asas foi menor na área conservada tanto para

E. ridleyana (X2 = 15.2647; df = 5; p = 0.009) como para V. gracilirostris (X2 = 13.1024;

df = 3; p = 0.0042) (Figura 7; Apêndice B). O desgaste das penas da cauda também

foi menor na área conservada, para E. ridleyana (X2 = 15.7417; df = 3; p = 0.001) e

para V. gracilirostris (X2 = 12.1866; df = 3; p = 0.006) (Figura 7; Apêndice B).

Figura 7 - Níveis de desgaste das penas das asas e cauda de Elaenia ridleyana e

Vireo gracilirostris nas áreas conservada e antropizada na ilha principal do arquipélago

de Fernando de Noronha. O nível ‘zero’ representa as penas sem desgastes e nível

‘cinco’ as penas muito desgastadas.

Com base nos resultados das análises anteriores foram utilizadas oito

variáveis para a construção de um modelo global de previsão do desgaste de pena:

1) área (antropizada e conservada), 2) DAP das árvores, 3) altura das árvores, 4)

biomassa de artrópodes (logaritimizado), 5) cobertura de dossel, 6) distância entre as

árvores, 7) cobertura do solo (modelo reduzido utilizando apenas o primeiro eixo da

PCA) e 8) cobertura da vegetação (modelo reduzido utilizando apenas o primeiro eixo

da PCA). No entanto, o desgaste de penas das asas de E. ridleyana (todos os p> 0.05;

R2 = 0.026) e V. gracilirostris (todos os p> 0.05; R2 = 0.021) não foi explicado por

nenhuma das variáveis mensuradas.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

52

5.2 Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris

O maior número de indivíduos de E. ridleyana detectado através do

ponto de escuta foi 125 (x̅=3.90; dp=2.70), sendo 60 na área antropizada (x̅=3.87;

dp=2.06) e 65 na área conservada (x̅=3.37; dp=1.89). Para V. gracilirostris o maior

número de indivíduos detectados foi 117 (x̅=3.65; dp=2.84), sendo 37 (x̅=5;

dp=2.42) na área conservada e 80 (x̅=3.65; dp=2.84) na área antropizada.

A média de abundância por porto de amostragem de E. ridleyana (x̅ =

1.26 ind/dia x ponto) e V. gracilirostris (x̅ = 1.1 ind/dia x ponto) foi maior na área

conservada, assim como a abundância geral para E. ridleyana e V. gracilirostris (t

= 2.138, df = 29.97, p = 0.040,e t = 3.497, df = 28.58, p = 0.001; respectivamente)

(Figura 8).

Figura 8 - Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris nas áreas

conservada e antropizada mensurada através de 32 pontos de escuta (16 em cada

área) na ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha.

Foram utilizadas as seguintes variáveis para formular o modelo global

de previsão da abundância das aves: 1- árvores, 2- arbustos, 3- ervas, 4- altura das

árvores, 5-cobertura do solo por áreas antropizadas, 6- DAP das árvores, 7- DAS

das árvores, 8- herbáceas graminoides, 9- herbáceas não graminoides, 10-

serrapilheira, 11- solo exposto, 12- subarbusto, 13- rochas, 14- distância média das

árvores, 15- densidade de dossel e 16- biomassa dos artrópodes (logaritimizados).

De acordo com os melhores modelos preditivos (Tabela 2), observou-

se que a abundância de E. ridleyana foi melhor explicada pela porcentagem de

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

53

cobertura do solo por áreas antropizadas e biomassa de artrópodes (Tabela 3). E

para V. gracilirostris, a abundância foi melhor explicada pela cobertura das áreas

por árvores e a cobertura do solo por áreas antropizadas (Tabela 4).

Tabela 2 - Classificação de modelos para abundância de E. ridleyana e V.

gracilirostris entre as áreas conservada e antropizada usando regressão logística; a

função dredge no pacote MuMIn foi usada para testar todas as combinações

possíveis das variáveis selecionadas. São também mostrados o ΔAICc (diferença no

valor de AICc em relação ao melhor modelo) e o peso de AICc. Os modelos são

classificados de acordo com o ΔAICc. (Código das variáveis: df = graus de liberdade;

AICc = Aikake Information Criterion; ΔAICc = Aikake Information Criterion).

Elaenia ridleyana

Fórmula do modelo df AICc ΔAICc peso

1 Antro + árvore + biomassa 5 74.19 0 0.37

2 Antro + biomassa 4 74.84 0.65 0.27

3 Antro + biomassa + subarbusto 5 76.05 1.87 0.15

4 Antro + subarbusto 4 76.50 2.32 0.12

5 Antro + hg + subarbusto 5 76.79 2.60 0.10

Vireo gracilirostris

Fórmula do modelo df AICc ΔAICc peso

1 Árvore + rocha 4 76.38 0 0.25

2 Árvore + rocha + DAS 5 76.61 0.24 0.22

3 Árvore + rocha + ervas 5 76.85 0.47 0.20

4 Árvore 3 76.89 0.52 0.19

5 Rocha + ervas + subarbusto 5 77.70 1.32 0.13

Tabela 3 - Modelo final com base na seleção dredge apontando as variáveis mais

relevantes que predizem a abundância de E. ridleyana entre as áreas antropizada e

conservada na ilha principal de Fernando de Noronha.

Estimate Std. Error t value p value

(Intercept) 14.6473 3.3347 4.392 0.0004

Antro -1.8952 0.4220 4.491 0.068

Biomassa -0.9268 0.3729 2.486 0.024

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

54

Tabela 4 - Modelo final com base na seleção dredge apontando as variáveis mais

relevantes que predizem a abundância de V. gracilirostris entre as áreas antropizada

e conservada na ilha principal de Fernando de Noronha.

Estimate Std. Error t value p value

(Intercept) -2.3145 1.3850 1.671 0.113

Árvore 1.1608 0.2788 4.163 0.0006

Rochas 0.4254 0.2295 1.854 0.08

5.3 Caracterização da vegetação

Tanto a estrutura (distância entre as árvores, DAP, DAS e altura das

árvores) quanto a cobertura da vegetação e solo diferiu entre as áreas (Figura 9;

Apêndice C). Na área conservada, existe maior cobertura por árvores e arbustos

(juntos representam 85% da cobertura total). Na área antropizada, a cobertura por

árvores juntamente com a cobertura por área antropizada construída (casas e ruas,

por exemplo) foram predominantes (juntos representam 59.5% da cobertura total)

(Figura 9; Apêndice C). A cobertura do solo também diferiu entre as duas áreas

(Figura 9; Apêndice C). Na área conservada, o solo é predominantemente coberto

por serapilheira e subarbusto (juntos representam 59.4% da cobertura total). Já o

solo das áreas antropizadas é coberto em sua maior parte por serapilheira e

herbáceas graminóides (juntos representam 66.7% da cobertura total) (Figura 9;

Apêndice C).

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

55

Figura 9 - Cobertura vegetal e do solo nas áreas conservada e antropizada da ilha

principal do arquipélago de Fernando de Noronha. Média das porcentagens da

cobertura dos 16 pontos por área. Cobertura vegetal: Anthrop.: área antropizada;

Open: área aberta; Und. Bush: vegetação rasteira; Bush: arbusto; Tree: árvore.

Cobertura do solo: Rock: rocha; Sub.: subarbusto; Bare ground: solo exposto; Litter:

serapilheira; HNG: herbáceas não graminóides; HG: herbáceas graminóides.

Ao analisar todas as variáveis de caracterização vegetal, observou-se

diferença significativa entre as áreas, (PERMANOVA, F = 24.755; p = 0.001). A

área antropizada tem maior porcentagem de vegetação rasteira, herbáceas

graminóides, herbáceas não graminóides, solo exposto e áreas antropizadas. As

árvores têm maior DAP e DAS e maior densidade do dossel. Enquanto a área

conservada tem maior porcentagem de árvores, arbustos, rochas, subarbustos e

maior altura média (como foi possível observar através da análise NMDS) (Figura

10; Tabela 5). As variáveis de caracterização da vegetação, mesmo quando

analisadas separadamente, através do Teste T de Welch, foram diferentes entre as

áreas (Apêndice C).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

56

Tabela 5 - Escores dos estratos de vegetação obtidos a partir da ordenação em

escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) e analisados para a

diferenciação de cada uma das áreas quanto as características vegetais

predominantes entre as áreas. Os valores positivos do eixo 1 são referentes às

características do habitat predominantes na área antropizada e os valores

negativos referentes à área conservada.

Caracterização da vegetação Eixo 1 (MDS1) Eixo 2 (MDS2)

Cobertura do solo Subarbusto 0.46764 -0.6542

Cobertura da veg. Árvore 0.10436 0.01991

Cobertura do solo Serapilheira 0.07529 -0.13994

Estrutura da veg. Densidade do dossel 0.06863 0.0265

Cobertura da veg. Arbusto 0.03639 0.01904

Cobertura do solo Rocha 0.036 0.07359

Cobertura da veg. Área aberta 0.01927 -0.23403

Estrutura da veg. DAP -0.10447 -0.07836

Cobertura do solo Solo exposto -0.16331 0.38121

Estrutura da veg. Dist. árvore ao observador

-0.20583 -0.14654

Estrutura da veg. DAS -0.24091 -0.13166

Estrutura da veg. Altura da árvore -0.28892 -0.15731

Cobertura do solo Herbácea não graminóide

-0.45078 -0.38438

Cobertura da veg. Área antropizada -0.5975 -0.19436

Cobertura do solo Herbácea graminóide -0.62498 0.45952

Cobertura da veg. Vegetação rasteira -0.86662 0.15567

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

57

Figura 10 - Caracterização da cobertura vegetal e do solo nas áreas conservada e

antropizada da ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha. Observou-se

diferença da caracterização da vegetação entre as áreas, (PERMANOVA, F =

24.755; p = 0.001). Ordenação em escalonamento multidimensional não-métrico

(NMDS, stress = 0.2254) das áreas em relação a cobertura do solo e da vegetação

(hg: herbáceas graminóides; hng: herbáceas não graminóides; se: serapilheira; so:

solo exposto; su: subarbusto; ro: rocha; ar: árvore; ar: arbusto; vr: vegetação rasteira;

ab: área aberta; an: área antropizada).

Nos pontos de amostragem de vegetação foram identificadas 18

espécies de árvores que são utilizadas para nidificação ou forrageamento por V.

gracilirostris e E. ridleyana. Essas aves são principalmente insetívoras, mas na

estação chuvosa, quando há grande abundância de frutos, é possível observá-las

se alimentando de itens vegetais. Das árvores observadas, 11 foram utilizadas para

forrageamento (consumo de frutos, néctar e flores) e sete para nidificação. Dentre

as espécies usadas para forrageio, apenas três foram encontradas na área

conservada, enquanto todas as 11 foram encontradas na área antropizada. Das

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

58

sete espécies utilizadas para nidificação, cinco foram encontradas apenas na área

conservada, dentre elas a burra-leiteira (Sapium argutum), espécie tóxica. Na área

antropizada foram encontradas apenas duas espécies sendo utilizadas para

nidificação (Apêndice D).

5.4 Disponibilidade de recurso alimentar

Um total de 7127 artrópodes foi coletado, distribuídos em 15 ordens:

Lepidoptera, Isoptera, Orthoptera, Coleoptera, Homoptera, Hymenoptera, Diptera,

Blattodea, Collembola, Hemiptera, Heteroptera, Mantodea, Psocodea, Araneae e

Diplopoda. Na área conservada foram capturados 4499 espécimes (x̅ = 449,4

dp=281.16 artrópodes por ponto) e na área antropizada 2628 espécimes (x̅ = 262,8;

dp=136.68 artrópodes por ponto). Essas ordens foram subdivididas em 151

morfotipos (Apêndice E).

Foram coletados 3569 espécimes nas armadilhas malaise, sendo 1172

(x̅ = 234,4; dp=84.7 artrópodes por ponto) na área antropizada e 2397 (x̅ = 398.5;

dp=319.3 artrópodes por ponto) na área conservada, os quais estão distribuídos em

oito ordens: Collembola, Diptera, Homoptera, Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera,

Psocodea e Coleoptera. As ordens mais abundantes foram Diptera (82%) e

Hymenoptera (14%) (Apêndice E).

Com o auxílio do guarda-chuva entomológico foram capturados 3558

espécimes, sendo 1456 na área antropizada (x̅ = 145,6 sd=46.38 artrópodes por

ponto) e 2102 na área conservada (x̅ = 210,2 sd=117.84 artrópodes por ponto),

divididos em 15 ordens: Araneae, Blattodea, Coleoptera, Collembola, Diplopoda,

Diptera, Hemiptera, Heteroptera, Homoptera, Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera,

Mantodea, Orthoptera e Psocodea, das quais as mais abundantes foram

Hymenoptera (29%), Homoptera (27%) e Araneae (18%) (Apêndice E).

Nas análises de fezes foram encontrados fragmentos de Isoptera e

material vegetal para as amostras de E. ridleyana (n = 4). Nas amostras de V.

gracilirostris (n = 2), foram encontrados fragmentos de artrópodes das ordens:

Araneae, Isoptera, Hemiptera e Coleoptera. Através de observações visuais diretas

em campo foi possível observar V. gracilirostris se alimentando de Diplopoda e

Hymenoptera (vespa do gênero Polistes e formigas). As duas espécies de aves

foram observadas forrageando no solo, nos estratos baixo, médio e alto da

vegetação e realizando voos para a captura de artrópodes no ar.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

59

A área conservada apresentou maior biomassa de artrópodes do que

a área antropizada (15.356,68 mm3; x̅=33.58; dp=49.39 e 4.290,27 mm3, x̅=31.68;

dp=46.42 respectivamente; t = 2.89, df = 304.76, p = 0.004). (Apêndice E).

Não foi observada diferença na riqueza de morfotipos entre as áreas (t

= 0.2855, df = 27.72, p = 0.777). Sendo as ordens com maior número de morfotipos

em ambas as áreas: Hymenoptera, Coleoptera, Diptera e Homoptera (Apêndice E).

A abundância de artrópodes foi maior na área conservada (n = 4.499 x̅=280.8;

dp=195.6) do que a área antropizada (n = 2.628; x̅=170.6; dp=73.6) (t = 2.506, df =

443.4, p = 0.012). A análise NMDS mostra que na área antropizada as ordens mais

representativas em termos de abundância foram Aranaea, Blattlode, Collembola,

Hemiptera, Heteroptera, Hymenoptera, Lepdoptera, Orthoptera e Psocoptera. Na

área conservada as ordens mais representativas foram Diptera, Homoptera, Isoptera

e Coleoptera (NMDS, stress = 0.1781; F = 0.0722, p = 0.009 para área; Figura 11;

Tabela 6).

Tabela 6. Escores da abundância de artrópodes por ordem entre as áreas

conservada e antropizada obtidos a partir da ordenação em escalonamento

multidimensional não-métrico (NMDS).

Ordem Eixo (MDS1) Eixo (MDS2)

Diptera 0.8009588 -0.1003474

Hymenoptera 0.617079 0.74570963

Psocodea 0.2601904 1.33320654

Homoptera -0.2778907 -0.60059534

Coleoptera -0.3815936 -0.24162908

Lepdoptera -0.3938613 0.72638695

Isoptera -0.4219645 -0.53706621

Blattlodea -0.5754619 0.18108115

Aranaea -0.5821468 -0.0235696

Collembola -0.7536705 0.45424972

Orthoptera -0.7828873 1.11373456

Hemiptera -1.0061493 0.940455

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

60

Heteroptera -1.0421045 0.09310635

Figura 11 - Ordenação em escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS,

stress = 0.1781; F = 0.0722, p = 0.009 para área; F = 0.2047, p = 0.001 para

armadilha) DGH áreas conservada e antropizada em relação a abundância de

artrópodes como: arachinida (ara), blattodea (bla), colembola (cll), coleóptera (col),

díptera (dip), hemíptera (hem), heteroptera (het), homóptera (hom), hymenoptera

(hym), isoptera (isso), lepdoptera (lep), orthoptera (orth) e psocoptera (pso).

6 DISCUSSÃO

6.1 Condição corporal dos indivíduos

Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris apresentaram maior desgaste de

penas da asa e da cauda na área antropizada na ilha principal de Fernando de

Noronha. O desgaste de penas pode estar relacionado com a baixa qualidade do

habitat nas áreas antropizadas, uma vez que áreas com menor qualidade tem menos

recursos disponíveis o que pode levar a um aumento na área de forrageamento

causando maior desgaste de penas. Resultados semelhantes foram encontrados para

Passer domesticus no oeste da França e para Chiroxiphia caudata no sudeste de São

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

61

Paulo, em que os indivíduos ampliaram sua área de forrageamento em períodos em

que a qualidade do habitat diminuiu (Hansbauer et al., 2008; Leloutre et al., 2014).

O desgaste das penas diminui a qualidade e consequentemente o

desempenho do voo, influenciando na eficiência de fuga de predadores, capacidade

de termorregulação e probabilidade de sobrevivência para a próxima estação

reprodutiva (Hemborg, 2000; Pap et al., 2005; Jovani et al., 2010; Vágási et al., 2012;

Leloutre et al., 2014). Além das maiores distâncias a serem percorridas para forrageio,

o desgaste de penas também pode estar relacionado à idade dos indivíduos (Leloutre

et al., 2014). No entanto, nesse estudo só foram capturados indivíduos adultos, não

havendo viés relacionado à idade. Quanto às características de habitat mensuradas,

o desgaste de penas não foi relacionado a nenhuma delas.

As medidas indicativas de estágio reprodutivo demostraram que há

maior número de indivíduos de E. ridleyana com placas de incubação na área

conservada. A placa de incubação é indicador de estágio reprodutivo ativo (Faria et

al., 2008), ou seja, existem mais indivíduos de E. ridleyana se reproduzindo na área

conservada. Essa diferença pode estar relacionada às características ambientais,

uma vez que para maximizar o sucesso reprodutivo, os organismos geralmente

sincronizam esse período com as condições ótimas do ambiente (Lindström, 1999;

Lourdais et al., 2002; Davies et al., 2015). A área conservada oferece potencialmente

mais opções de sítios reprodutivos, por possuir vegetação mais estruturada além de

uma maior disponibilidade de recursos alimentares influenciando os padrões do uso

do habitat, como também foi observado em outros estudos (Holmes; Schultz, 1988;

Pérez; Bulla, 2000; Durães; Marini, 2005).

No que se refere a presença da protuberância cloacal, não foi observada

diferença dos indivíduos entre as áreas. O aumento do tamanho da protuberância

cloacal é observado nos machos durante o período reprodutivo (McGehee; Eitniear,

2006). No entanto, nem sempre há sincronia entre a presença de placa de incubação

nas fêmeas e o aumento da protuberância cloacal nos machos, como observado em

Elaenia albiceps chilensis na Argentina (Cueto et al., 2016). Indicando que pode haver

um período de diacronia entre os indivíduos, o que pode ter sido a causa dos

resultados observado nesse estudo. Além disso, a placa de incubação fica evidente

por maior período do que a protuberância cloacal, permitindo que ela seja mais

facilmente detectada.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

62

O peso e a gordura dos indivíduos não diferiram entre as áreas. A

maioria dos estudos que observam variação de peso e acúmulo de gordura são

relacionados a espécies que vivem em ambientes muito instáveis (Daniella R. F.

Teles, 2013) ou a aves migratórias (Goulart; Rodrigues, 2007) em que os indivíduos

precisam alocar maior nível de gordura em determinado período. Por exemplo, na

espécie migratória Vireo olivaceus que apresentou variações de peso entre 16 g e 28

g entre migrações (Connell et al., 1960). Quando não se trata de espécies migratórias

como o Phacellodomus rufifrons (Furnaridae), não foi possível observar variações nos

níveis de gordura entre áreas e períodos do ano (Goulart; Rodrigues, 2007). A

diferença de disponibilidade de alimento observada entre as áreas poderia causar

diferenças de peso e gordura nos indivíduos de E. ridleyana e V. gracilirostris. No

entanto, as amostras foram realizadas no período chuvoso, onde há grande

disponibilidade de alimento na ilha, e mesmo havendo diferenças entre as áreas, a

disponibilidade de alimento parece ter sido suficiente para manter as espécies em

boas condições corporais em ambas áreas. Todavia, na estação seca, quando a

disponibilidade de alimento diminui significativamente, essas diferenças poderão

influenciar no peso e gordura das aves entre as áreas.

Não houve diferença de infestação de ectoparasitas para as aves entre

as áreas. No entanto, estudos demonstram que há diferenças na prevalência e

intensidade de parasitismo ao longo do gradiente de urbanização (Hamer et al., 2012;

Calegaro-Marques; Amato, 2014; Giraudeau et al., 2014), constatando que as

modificações no ambiente podem interferir nas relações parasito-hospedeiro (Loye;

Carroll, 1995; Moller; Erritzoe, 2003). Em relação aos ectoparasitas observados em V.

gracilirostris e E. ridleyana todos foram ácaros de penas, não sendo encontrado

nenhum outro tipo. A relação das aves com esses ácaros é considerada simbiótica,

pois acredita-se que esses ácaros apenas se alimentam das secreções oleaginosas

das penas, não causando danos às aves (Blanco; Frías, 2001; Storni et al., 2005).

Assim é de se esperar que a presença de ácaros plumícolas não afete a condição

corporal de aves, como foi observado nesse estudo. Resultado similar foi observado

na ilha de Seychelles (África), para Acrocephalus sechellensis em que os indivíduos

também não apresentaram diferenças na condição corporal associadas à infestação

por ácaros de pena Trouessartia sp. (Dowling et al., 2001).

Os resultados demonstrados nesse estudo evidenciam que as aves

estão sendo afetadas pelas alterações antrópicas na ilha principal de Fernando de

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

63

Noronha. O fato de algumas variáveis de condição corporal não diferirem entre as

áreas, apesar das diferenças na qualidade do hábitat, pode ter ocorrido devido a

temporalidade da coleta de dados, mensuradas em apenas um período do ano. Além

disso, apesar do histórico de ocupação humana da ilha, o processo de antropização

atual pode não ser acentuado ao ponto de influenciar as demais variáveis de condição

corporal. Contudo, as diferenças encontradas no desgaste de penas e número de

indivíduos em atividade reprodutiva indica que o processo de antropização atual na

ilha está afetando a condição corporal de E. ridleyana e V. gracilirostris.

6.2 Abundância de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris

A abundância de E. ridleyana e V. gracilirostris foi maior na área

conservada. Esse resultado é devido à variação na disponibilidade de recursos e a

redução da cobertura vegetal na área antropizada. Sendo a maior abundância de aves

observada em territórios mais rentáveis (Janiszewski et al., 2013). As alterações

antrópicas diminuem a qualidade do habitat e expõem os organismos a condições

ambientais inferiores, com menor disponibilidade de recurso, microclima alterado e

interações desproporcionais entre espécies (McKinney, 2002; Chace; Walsh, 2006;

Meillère et al., 2015). Apesar de algumas aves ocorrerem nessas áreas antropizadas,

a abundância é menor, já que a maioria das espécies não tem adaptações para a

exploração de recursos e evitar riscos dos ambientes urbanos (Sol et al., 2014).

Algumas aves possuem requisitos que podem limitar a estrutura de sua população

(Loiselle; Blake, 1991; Ribon et al., 2003) e influenciar os padrões do uso do habitat

(Pérez; Bulla, 2000; Durães; Marini, 2005). Indivíduos de Vireo olivaceus, por

exemplo, respondem negativamente a urbanização (Chace; Walsh, 2006). Assim

como os indivíduos de Acrocephalus sechellensis (Acrocephalidae), das ilhas

Seychelles que foram mais abundantes em áreas mais conservadas e com maior

disponibilidade de recurso alimentar (Komdeur, 1996).

Nesse estudo também foi encontrado maior média de abundância por

ponto de amostragem de E. ridleyana (x̅ = 1.26 ind/dia x ponto) e V. gracilirostris (x̅ =

1.1 ind/dia x ponto) na ilha principal quando comparado aos resultados de Mestre et

al (2016) (x̅ = 0.32 ind/dia x ponto; x̅ = 0.28 ind/dia x ponto, respectivamente). Essa

diferença pode ser devida as amostras do presente estudo terem sido realizadas no

período reprodutivo aumentando assim a probabilidade de detecção das aves. Uma

vez que nesse período as aves estão mais ativas, realizando corte, construção de

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

64

ninho e alimentado filhotes (Newton, 1979). Já o trabalho de Mestre et al (2016) foi

realizado no segundo semestre, fora do período reprodutivo e na estação seca em

que os recursos são menos abundantes, estando as aves menos ativas.

A maior abundância de V. gracilirostris está associada a ambientes mais

conservados e com vegetação mais alta. A prevalência de florestas e arbustos nessas

áreas favorecem a abundância desses indivíduos, uma vez que essas aves estão

associadas a esse tipo de vegetação (Mestre et al., 2016). As áreas conservadas

apresentam maior complexidade de vegetação, possuindo heterogeneidade de

estratos, possibilitando maior variedade de recursos alimentares, sendo importante

para aves de pequeno porte que capturam artrópodes e se abrigam em meio a

vegetação densa, como a maioria dos Vireonídeos (Holmes, 1990; Gimenes; Anjos,

2003; Hansbauer et al., 2008).

Para E. ridleyana a abundância está positivamente relacionada com

ambientes conservados e com a cobertura da vegetação nas áreas. E assim como V.

gracilirostris, estão associadas a áreas com maior cobertura de florestas e arbustos

(Mestre et al., 2016). As espécies do gênero Elaenia têm preferência por áreas com

vegetação menos densa e com certo grau de exposição à luz (Camargo, 1986). No

entanto, as áreas antropizadas parecem apresentar um ambiente excessivamente

exposto, inibindo a presença dessa espécie. Além disso, essas espécies também tem

o hábito de forragear no solo, tendo as áreas antropizadas alto risco de predação no

solo e nos estratos mais baixos da vegetação pelas espécies invasoras como gatos e

tejos.

A maior abundância de indivíduos está associada as melhores estruturas

de vegetação na ilha principal corroborando com Mestre et al. (2016). V. gracilirostris

e E. ridleyana são preferencialmente associados a habitats florestadados, indicando

que essas espécies são dependentes de locais com uma boa cobertura de vegetação

para persistir. Dessa forma, é possível compreender a importância das associações

entre essas aves e a estrutura vegetal, enfatizando a vulnerabilidade destas aves em

relação a ocupação humana.

6.3 Caracterização da vegetação

A área conservada e antropizada diferiram quanto à cobertura vegetal, à

cobertura do solo e à estrutura da vegetação. Na área antropizada, a cobertura da

vegetação foi menor do que na área conservada, sendo predominante as áreas

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

65

abertas e as espécies exóticas enquanto que na área conservada predominaram as

árvores e arbustos nativos. Esse resultado torna evidente que as atividades antrópicas

ao longo dos anos alteraram grande parte da vegetação da ilha, que teve suas matas

derrubadas para dar lugar a construção de vilas e plantações. Essas alterações

também foram observadas por outros autores que encontraram paisagem diferente

da observada há séculos atrás pelos navegadores quando chegaram no arquipélago

(Darwin, 1860; Oren, 1982; Schulz-Neto, 2004; Silva e Silva, 2008).

Na área conservada observou-se cobertura predominante do solo por

serapilheira e subarbustos e na área antropizada por serapilheira e herbáceas não

graminoides. Essa composição é reflexo da complexidade da comunidade vegetal da

área e dos estágios de sucessão (Pereira et al., 2005; Maraschin-Silva et al., 2009).

A composição do substrato é de grande relevância para as espécies de Tiranídeos e

Vireonídeos que forrageariam no solo, uma vez que grandes quantidades de

artrópodes estão associadas a serapilheira (Olson, 1994; Brien; Ganger, 1990). E

quanto mais complexa a cobertura vegetal dessas áreas, maior será a variedade de

recursos alimentares disponíveis (Holmes, 1990; Holmes; Schultz, 1988; Bichier,

2005).

Indivíduos arbóreos com maior diâmetro da altura do peito e do solo,

alturas e dossel foram registrados na área antropizada. Esse resultado pode ser

devido ao grande número de plantas exóticas que encontraram na ilha um ambiente

propício para se desenvolverem rapidamente, destoando da vegetação nativa da ilha,

representadas por vegetação de caatinga, com árvores e arbustos de médio porte

(Bastitella, 1996). Na área antropizada a maioria das espécies de árvores observadas

sendo utilizadas para forrageamento por E. ridleyana e V. gracilirostris são espécies

introduzidas. Contraditoriamente, esse mesmo resultado foi observado na área

conservada, reflexo direto da antropização da ilha. A utilização desses itens pode ser

devido a maior disponibilidade de frutíferas introduzidas pelo homem para uso na sua

dieta nestes locais (Bastitella, 1996). A utilização de espécies introduzidas na dieta de

aves insulares já foi reportada em outros estudos, como é o caso das espécies de

passeriformes das ilhas do arquipélago de Galápagos (Equador) (Traveset et al.,

2015) e Nova Zelândia (Kelly et al., 2010). Essa substituição de itens alimentares pode

ser particularmente problemática, uma vez que essas aves são dispersoras de

sementes e polinizadoras, favorecendo a disseminação de espécies invasoras

(Olesen; Valido, 2004). O que pode levar a perturbações nas interações entre aves e

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

66

plantas nativas com consequências ecológicas e evolutivas ainda desconhecidas

(Traveset et al., 2015).

Além das espécies de árvores utilizadas para forrageamento, também

foi possível registrar algumas árvores sendo utilizadas como substrato para nidificação

por E. ridleyana e V. gracilirostris. A maioria das observações foram na área

conservada com registros de ninhos construídos sobre espécies exóticas e nativas na

mesma proporção. No entanto, essas observações foram realizadas sem aplicação

de nenhum método replicável, não podendo se afirmar nada a respeito da utilização

de substratos para nidificação entre as áreas.

Comparando a flora existente hoje com a do passado, é possível

observar muito pouco em relação ao que encontraram os primeiros navegadores que

chegaram ao arquipélago no começo do século XVI (Oren, 1982; Schulz-Neto, 2004).

Hoje a vegetação é predominantemente arbustiva e herbácea, com várias espécies

invasoras (Batistella, 1996; Silva e Silve, 2008). Um fato preocupante, uma vez que a

perda de habitat é o fator que mais contribuiu para os atuais eventos globais de

extinção (Thomas; Morris, 1995; Martin; Blackburn, 2012). Os resultados

apresentados nesse estudo deixam evidentes as transformações causadas pelo

homem na ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha, fazendo-se notórias

as diferenças entre as áreas antropizada e conservada, afetando a condição corporal

de E. ridleyana e V. gracilirostris.

6.4 Disponibilidade de recurso alimentar

Abundância e biomassa de artrópodes foram maiores na área

conservada. Resultado esperado, uma vez que as alterações antrópicas na vegetação

alteram a distribuição e diversidade das potenciais presas para as aves, estando os

artrópodes associados a maior riqueza da vegetação (Greenberg; Bichier, 2005;

Muller et al., 2012; Mendonça-Lima et al., 2014). A taxa de captura de presas está

relacionada a disponibilidade de recurso alimentar o que influencia na condição

corporal das aves e áreas degradadas diminuem a probabilidade de captura de

presas, como foi possível observar para os indivíduos de Phylloscartes ventralis, da

família Tiranidae (Mendonça-Lima; Hartz, 2014).

Além da abundância e biomassa, o tipo de presas disponíveis também é

importante, uma vez que cada espécie tem preferencias alimentares. Para Vireo

gracilirostris um dos itens mais observados na sua dieta são os "whiteflies"

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

67

(Homoptera; Olson, 1984), e estes foram mais abundantes na área conservada. No

entanto, V. gracilirostris também se alimenta de Araneae, Hemiptera, Diplopoda,

Hymenoptera, Isoptera e Coleoptera, sendo as duas últimas ordens também mais

abundantes na área conservada. A dieta de V. gracilirostris é similar a espécie

continental e mais próxima filogeneticamente, Vireo olivaceus, que se alimenta

preferencialmente de Araneae, Coleoptera, Hemiptera e Orthoptera (Souto, 2010).

Na área conservada, a ordem Isoptera também foi mais abundante do

que na área antropizada, sendo essa ordem a única encontrada nas análises de fezes

de E. ridleyana, mostrando a importância da composição de artrópodes dessa área

para a dieta dessas aves. A dieta de E. ridleyana ainda não foi estudada

profundamente, não sendo conhecidos quais os principais itens da sua dieta. No

continente, Elaenia spectabilis, espécie mais próxima filogeneticamente de E.

ridleyana, se alimenta preferencialmente de frutas, Cecropia sp. (Moraceae), Cordia

curassavica (Borraginaceae), além de artrópodes e insetos (Rosenberg, 1990; Marini;

Cavalcante, 1998; Sigrist, 2009).

Assim, é importante identificar o tipo de dieta necessária à espécie, uma

vez que este influencia os padrões de uso do habitat (Chapman; Rosenberg, 1991). A

identificação de recursos alimentares que são críticos para espécies particulares pode

ser um grande aliado da conservação, ajudando a direcionar estratégias eficientes

(Durães; Marini, 2005; Lopes et al., 2005). A disponibilidade de recurso alimentar é

ainda mais representativa para as espécies insulares, tendo menor diversidade e

interações mais simples quando comparada ao continente (Traveset et al., 2015).

Assim, uma vez que os alimentos se tornem escassos nesses ambientes, as espécies

não têm a opção de migrarem para outras áreas em busca de alimento, estando

restritas aquelas ilhas.

7 CONCLUSÕES

Foram observadas alterações em algumas medidas de condições

corporais de Elaenia ridleyana e Vireo gracilirostris entre as áreas conservada e

antropizada.

A abundância das aves é diferente entre as áreas e pode ser explicada

pela qualidade do habitat (cobertura de vegetação).

A qualidade do habitat diferi entre as duas áreas.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

68

O processo de antropização na ilha principal de Fernando de Noronha

altera a qualidade do hábitat, e tais alterações podem influenciar na condição corporal

das aves endêmicas.

Considerações finais

Medidas são sugeridas pela IUCN afim de ampliar o conhecimento sobre

as exigências de E. ridleyana e V. gracilirostris e compreender como elas reagem as

alterações no meio (BirdLife International, 2017). Informações sobre o tamanho

populacional e da área de vida; efeitos das espécies invasoras (gatos, tejos e ratos)

sobre as populações dessas aves com sugestões de medidas eficientes para erradicar

essas espécies da ilha, e; monitoramento da flutuação das populações ao longo dos

anos afim de compreender a sua dinâmica. Essas ações propostas são importantes

para monitorar as populações dessas aves, tendo em vista que elas estão sendo

afetadas pela crescente antropização na ilha.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

69

REFERÊNCIAS

ADAMÍK, P.; KORNAN, M.; VOJTEK, J. The effect of habitat structure on guild

patterns and the foraging strategies of insectivorous birds in forests. Biologia [S.l.],

58:275-285, 2003.

ADEFN, 2014. Perfil do Turista de Fernando de Noronha. Acesso em 10 out. de

2016. Disponível em: <http://www.noronha.pe.gov.br>.

AGUILAR, T.M.; DIAS, R.I.; OLIVEIRA, A.C.; MACEDO, R.H. Nest-site selection by

Blue- black Grassquits in a Neotropical savanna: do choices influence nest success?

Journal of Field Ornithology [S.l.], 79(1): 24–31, 2008.

ALMEIDA, F.F.M. Arquipélago de Fernando de Noronha - Registro de monte

vulcânico do Atlântico Sul. In: Schobbenhaus C., Campos D.A., Queiroz E.T., Winge

M., BerbertBorn M.L.C. (Eds.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. 1ª ed.

Brasília: DNPM/CPRM - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos,

[S.l.], 01: 361-368, 2002.

ALVES, R.J.V. Terrestrial vascular floras of Brazil’s oceanic archipelagos. Ilhas

Oceânicas Brasileiras da Pesquisa ao Manejo (eds R.J.V. Alves & J.W. de A.

Castro), pp. 83– 104. MMA, SBF, Brasília, 2006.

ANJOS, L.; VOLPATO, G.H.; MENDONÇA, L.B.; SERAFINI, P.; LOPES, E.V.;

BOÇON, R.; SILVA, E.S., BISHEIMER, M.V. Técnicas de levantamento quantitativo

de aves em ambiente florestal: uma análise comparativa baseada em dados

empíricos. In: Matter, S.; Straube, F.C.; Accordi, I.; Piacentini, V.Q.; Cândido-Jr, J.F.

(Orgs.). Ornitologia e Conservação: ciência aplicada, técnicas de pesquisa e

levantamento. Technical Books Editora, Rio de Janeiro. p. 63-76, 2010.

ANJOS, L.A. Eficiência do método de amostragem por pontos de escuta na

avaliação da riqueza de aves. Revista Brasileira de Ornitologia [S.l.], 15 (2) 239-

243, 2007.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

70

ANTAS, P.T.Z. Status and conservation of seabirds breeding in Brazilian waters.

ICBP Technical Publication. [S.l.] 11: 141-158, 1991.

ANTAS, P.T.Z.; FILIPPINI. A; AZEVEDO, S.M. Anilhamento de aves oceânicas e/ou

migratórias no arquipélago de Fernando de Noronha em 1987 e 1988, p. 13-17. IV

Encontro Nacional de Anilhadores de Aves, Anais. Recife, Universidade Rural

de Pernambuco, 1990.

ASHBY, K. R. Patterns of daily activity in mammals. Mammal Rev. [S.l.], 1: 171–185,

1972.

ASHMOLE, P.; ASHMOLE, M. St Helena and Ascension Island: A Natural History.

Oswestry. Antony Nelson. [S.l.] 2000.

AUGENFELD, K.H.; FRANKLIN, S.B.; SNYDER, D.H. Breeding bird communities of

upland hardwood forest 12 years after shelterwood logging. Forest Ecology and

Management 255:1271-1282 [S.l.] 2008.

BARTOŃ, K. MuMIn: multi-model inference. R package version 1.13.1, 2015.

BARTON; K., BARTON, M.K. Package ‘MuMIn’. Version 1:18, 2014.

BATES, D., MAECHLER, M., BOLKER, B., WALKER, S. LME4: Linear Mixed-Effects

Models using 'Eigen' and S4. R package version 1.1-12. Acesso em 15 nov. de 2016.

Disponível em: <https://cran.r-project.org/web/packages/lme4/lme4.pdf, 2016>.

BATISTELLA, M. Espécies vegetais dominantes do Arquipélago de Fernando de

Noronha: grupos ecológicos e repartição espacial. Acta Botanica Brasilica, v. 10, n.

2, p. 223–235, [S.l.] 1996.

BIBER, E. Patterns of endemic extinctions among island bird species. Ecography,

25(6), 661-676, [S.l.] 2002.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

71

BIRDLIFE INTERNATIONAL. 2014. Elaenia ridleyana. In: IUCN Red List of

Threatened Species. Versão 2014.3. Acesso em 20 fev. de 2015. Disponível em:

<http://www.iucnredlist.org>.

BIRDLIFE INTERNATIONAL. 2016b. Vireo gracilirostris. In: IUCN Red List of

Threatened Species. Versão 2014.3. Acesso em 20 fev. de 2015. Disponível em:

<http://www.iucnredlist.org>.

BIRDLIFE INTERNATIONAL. 2016c. Phaethon lepturus. In: IUCN Red List of

Threatened Species. Acesso em: 23 fev. de 2017. Disponível em

<http://www.iucnredlist.org 2016>.

BIRDLIFE INTERNATIONAL. Elaenia ridleyana. In: IUCN Red List of Threatened

Species. Versão 2014.3. Acesso em: 20 fev. de 2015. Disponível em

<http://www.iucnredlist.org 2016a>.

BIRDLIFE INTERNATIONAL. Important Bird Areas factsheet: Arquipélago de

Fernando de Noronha. Acesso em 23 fev. de 2017. Disponível em

<http://www.iucnredlist.org 2017>.

BLACKBURN, T. M. Response to Comment on “Avian Extinction and Mammalian

Introductions on Oceanic Islands”. Science [S.l.], v. 307, n. 5714, p. 1412b–1412b,

2005.

BLACKBURN, T.M.; PHILLIP, C.; DUNCAN, R.P.; KARL, E.L.; KEVIN, J. G. Avian

extinction and mammalian introductions on oceanic islands. Science (New York,

N.Y.), v. 305, n. 5692, p. 1955–1958, 2004.

BLANCO, G.; FRÍAS, O. Symbiotic feather mites synchronize dispersal and

population growth with host sociality and migratory disposition. Ecography [S.l.], 24:

113-120, 2001.

BLOCK, W.; BRENNAN, L. The Habitat Concept in Ornithology. Pages 35-91 in D.

Power, editor. Current Ornithology. Springer US, 1993.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

72

BOKERMANN, W.C.A. Observações sobre a nidificação de Myiarchus ferox (Gmelin,

1789) (Aves, Tyrannidae). Revista Brasileira de Biologia, [S.l.] 38: 565-567, 1978.

BOLTON, M.; MONAGHAN, P.; HOUSTON, D.C. Proximate determination of clutch

size in lesser black-backed gulls: the roles of food supply and body condition.

Canadian Journal of Zoology [S.l.], 71, 273–279, 1993.

BRESCOVIT, A.D.; BERTANI, R.; PINTO DA ROCHA, R.; RHEIMS, C.A. Aracnídeos

na estação ecológica Juréia-Itatins: Inventário preliminar e história natural. In:

Estação Ecológica Juréia-Itatins: ambiente-físico, flora e fauna. (O.A.V. Marques &

W. Duleba, Eds.). Ed. Holos, Ribeirão Preto: 198-221p., 2004.

BREWER, D.; ORENSTEIN, R. Family Vireonidae (Vireos). J. del Hoyo, A. Elliott,

and D.A. Christie (editors), Handbook of the birds of the world. Volume 15, p. 378-

439. Lynx Edicions, Barcelona, 2010.

BRIGHTSMITH, D.J. Competition, predation and nest niche shifts among tropical

cavity nesters: Ecological evidence. Journal of Avian Biology [S.l.], v. 36, n. 1, p.

74–83, 2005.

BROWER, J.E.; ZAR, J.H.; ENDE, C.N.V. Field and Laboratory Methods for General

Ecology. 4 ed. Boston, WCB McGraw-Hill, 1997.

BURNHAM, K.P.; ANDERSON, D.R. Avoiding pitfalls when using Information-

Theoretic methods. The Journal of Wildlife Management [S.l.], 66:912-918, 2002.

CALEGARO-MARQUES, C.; AMATO, S.B. Urbanization breaks up host-parasite

interactions: a case study on parasite communityecology of rufous-bellied thrushes

(Turdus rufiventris) along a rural-urban gradient. PLoS One [S.l.], 9:e103144, 2014.

CAMARGO, H.F.A. Contribuição ao estudo das espécies brasileiras do Gênero

Elaenia (Aves: Tyrannidae). Boletim Centro de Estudos Ornitológicos [S.l.], 2: 6-

19, 1986.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

73

CAMPOS, R.; VASCONCELOS, H.L.; RIBEIRO, S. P.; NEVES, F. S.; SOARES, J. P.

Relationship between tree size and insect assemblages associated with

Anadenanthera macrocarpa. Ecography [S.l.], 29: 442–450, 2006.

CANADAY, C. Loss of insectivorous birds along a gradient of human impact in

Amazonia. Biological Conservation, [S.l.], v. 77, n. 1, p. 63–77, 1997.

CARBONELL, R.; PÉREZ‐TRIS, J.; TELLERÍA, J.L. Effects of habitat heterogeneity

and local adaptation on the body condition of a forest passerine at the edge of its

distributional range. Biological Journal of the Linnean Society, [S.l.], 78(4), 479-

488, 2003.

CARVALHO, C.J.B., RAFAEL, J.A., SOUTO, M., SILVA, V.C. Insetos do Brasil,

Diversidade e Taxonomia. Ribeirão Preto, Holos Editora, 2012.

CHACE, J. F.; WALSH, J. J. Urban effects on native avifauna: A review. Landscape

and Urban Planning [S.l.], v. 74, n. 1, p. 46–69, 2006.

CHÁVEZ-ZICHINELLI, C.A.; MACGREGOR-FORS, I.; QUESADA, J.; TALAMÁS

ROHANA, P.; ROMANO, M.C.; VALDÉZ, R.; SCHONDUBE, J.E. How Stressed are

Birds in an Urbanizing Landscape? Relationships Between the Physiology of Birds

and Three Levels of Habitat Alteration. The Condor [S.l.], 115(1), 84-92, 2013.

CHEKE, A.S. Establishing extinction dates - The curious case of the Dodo Raphus

cucullatus an the Red Hen Aphanapteryx bonasia. Ibis, [S.l.] v. 148, n. 1, p. 155–

158, 2006.

CHINERY. M. Insects of Britain and Western Europe. A & C Black Publishers Ltd;

2nd edition, 2007.

CLERGEAU, P.; CROCI, S.; JOKIMAKI, J.; KAISANLAHTI-JOKIMAKI, M.; DINETTI,

M.; KAISANLAHTI-JOKIMAKI, M.L. Avifauna homogenisation by urbanisation:

analysis at different European latitudes. Biol. Conserv., [S.l.], 127, 336–344, 2006.

CONNELL, C. E., ODUM, E. P., KALE, H. Fat-free weights of birds. Auk [S.l.], 77:1-

9, 1960.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

74

CORNELISSEN, J.H.C.; LAVOREL, S.; GARNIER, E.; DÍAZ, S.; BUCHMANN, N.;

GURVICH, D.E.; REICH, P.B.; STEEGE, H.T.; MORGAN, H.D.; HEIJDEN, M.G.;

PAUSAS, J.G.; POORTER, H. A handbook of protocols for standardised and easy

measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal of Botany

[S.l.], 51:335-380, 2003.

COSTA, F.J.V.; MACEDO, R.H. Coccidian oocyst parasitism in the Blue-black

Grassquit: influence on secondary sex ornaments and body condition. Animal

Behaviour [S.l.], 70:1401–1409, 2005.

COTTON, P.A. Seasonal resource tracking by Amazonian hummingbirds. Ibis [S.l.],

v. 149, n. 1, p. 135–142, 2007.

COX, R.M.; Lovern, M.B.; Calsbeek, R. Experimentally decoupling reproductive

investment from energy storage to test the functional basis of a life-history trade-off.

J. Anim. Ecol. [S.l.], 83:888–898, 2014.

CUETO, V.R.; SAGARIO, M.C.; CASENAVE, J.L. Do migrating White-crested

Elaenia, Elaenia albiceps chilensis, use stop-over sites en route to their breeding

areas? Evidence from the central Monte desert, Argentina. Emu [S.l.], 116(3), 301-

304, 2016.

CZECH, B; KRAUSMAN, P.R.; DEVERS, P.K. Economic associations among causes

of species endangerment in the United States. BioScience [S.l.], 50: 593–601, 2000.

DANIELLA REIS FERNANDES TELES. Condição corporal de aves em fragmento de

mata estacional semidecidual do triângulo mineiro, BRASIL. Dissertação

apresentada à Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Ecologia e

Conservação de Recursos Naturais. Orientadora Profa. Dra. Celine de Melo, 2013.

DARWIN, C. Journal of researches into the natural history and geology of the

countries visited during the voyage of H.M.S. Beagle round the world under the

command of Capt. Fitz Roy, R.N. by Charles Darwin. 2nd ed. J. Murray, London,

1860.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

75

DAVIES, S.; CROS, T.; RICHARD, D.; MEDDLE, S.L.; TSUTSUI, K.; DEVICHE, P.

Food availability, energetic constraints and reproductive development in a wild

seasonally breeding songbird. Functional Ecology, [S.l.], 29(11), 1421-1434, 2015.

DAVIS, S.K. Nest-Site Selection Patterns and the Influence of Vegetation on Nest

Survival of Mixed-Grass Prairie Passerines. The Condor [S.l.], v. 107, n. 3, p. 605–

616, 2005.

DAWSON, A., HINSLEY, S.A., FERNS, P.N., BONSER, R.H.C., ECCLESTON, L.

Rate of moult affects feather quality: A mechanism linking current reproductive effort

to future survival. Proc. R. Soc. B [S.l.], 22: 2093–2098, 2000.

DEPPE, J.L.; ROTENBERRY, J.T. Scale-dependent habitat use by fall migratory

birds: vegetation structure, floristics, and geography. Ecological Monographs [S.l.],

78:461-487, 2008.

DEXTER, R.W. Some historical notes on Louis Agassiz’s lecture on zoogeography.

Journal of Biogeography [S.l.], 5:207–209.Diamond, 1978.

DOWLING, D.K.; RICHARDSON, D.S.; KOMDEUR, J. No effects of a feather mite on

body condition, survivorship, or grooming behavior in the Seychelles warbler,

Acrocephalus sechellensis. Behavioral Ecology and Sociobiology [S.l.], v. 50, n. 3,

p. 257–262, 2001.

DUNCAN, R.P.; BOYER, A.G.; BLACKBURN, T. M. Magnitude and variation of

prehistoric bird extinctions in the Pacific. Proceedings of the National Academy of

Sciences [S.l.], 110(16), 6436-6441, 2013.

DURÃES R., MARINI, M.A. A quantitative assessment of bird diets in the Brazilian

Atlantic Forest, with recommendations for future diet studies. Ornitologia

Neotropical [S.l.], 16: 65-83, 2005.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

76

DURÃES R., MARINI, M.A. Diets of birds in the Brazilian Atlantic Forest, with

recommendations for future diet studies. Ornitologia Neotropical [S.l.], 16: 65-83,

2005.

DUVAT, V.; MAGNAN, A.; GATTUSO, J. Small islands, ocean and climate.

Oceanclimate, [S.l.], 2015.

ENOUT, A.M.J.; LOBATO, D.N.; AZEVEDO, C.S.; ANTONINI, Y. Parasitismo por

malófagos (Insecta) e ácaros (Acari) em Turdus leucomelas (Aves) nas estações

reprodutiva e de muda de penas no parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais,

Brasil. Zoologia [S.l.], v.23, n.3, p.534, 2009.

ERRITZOE, J.; MAZGAJSKI T. D.; REJT, L. Bird casualities on European roads – a

review. Acta Ornithologica, Warszawa, v. 28, n. 2, p. 77-93, 2003.

FAHRIG, L. How much habitat is enough? Biological Conservation [S.l.], v. 100, p.

65–74, 2001.

FARIA, L.C.P.; CARRARA, L.A.; RODRIGUES, M. Biologia reprodutiva do fura-

barreira Hylocryptus rectirostris (Aves: Furnariidae). Revista Brasileira de Zoologia

[S.l.], v. 25, n. 2, p. 172–181, 2008.

FOX, J. Car: Companion to Applied Regression, R package version 2.1-4. Acesso

em 12 dez. de 2016. Disponível em: <https://cran.r-

project.org/web/packages/car/car.pdf>.

FRANKHAM, R. Do island populations have less genetic variation than mainland

populations? Heredity [S.l.], v. 78 (Pt 3), p. 311–327, 1997.

FRAZER, G.W.; CANHAM, C.D.; LERTZMAN, K.P. Gap Light Analyzer (GLA),

Version 2.0: Imaging software to extract canopy structure and gap light transmission

indices from true-color fisheye photographs. Copyright 1999: Simon Fraser

University, Burnaby, BC, and the Institute of Ecosystem Studies, Millbrook, New

York, 1999.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

77

FREITAS, W.K.; MAGALHÃES, L.M.S. Métodos e Parâmetros para Estudo da

Vegetação com Ênfase no Estrato Arbóreo. Floresta e Ambiente [S.l.], v. 19, n. 4, p.

520–540, 2012.

FRETWELL, S.D. Populations in Seasonal Environments. Princeton University

Press, Prince- ton, New Jersey, 1972.

FRETWELL, S.D.; LUCAS, H.L. On territorial behavior and other factors influencing

habitat distribution in birds. Acta Biotheoretica, 1970.

GILLESPIE, R.G.; CLARIDGE, E.M.; RODERICK, G.K. Biodiversity dynamics in

isolated island communities: interaction between natural and human-mediated

processes. Mol Ecol [S.l.], 17:45–57, 2008.

GIMENES, M.R.; ANJOS, L. Efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades

de aves. Biological Sciences [S.l.], v. 25, n. 2, p. 391–402, 2003.

GIRAUDEAU, M.; MOUSEL, M.; EARL, S.; MCGRAW, K. Parasites in the city:

degree of urbanization predicts poxvirus and coccidian infections in house finches

(Haemorhous mexicanus). PLoS One, 2014.

GJERDRUM, C.; ELPHICK C.F.; RUBEGA, E.M. Nest site selection and nesting

success in saltmarch breeding sparrows: the importance of nest habitat, timing, and

study site differences. The Condor [S.l.], 107(4): 849-862, 2005.

GONZALEZ-ABRAHAM, C.; RADELOFF, V.; HAMMER, R.; HAWBAKER, T.;

STEWART, S.; CLAYTON, M. Building patterns and landscape fragmentation in

northern Wisconsin, USA. Landscape Ecology [S.l.], 22:217-230, 2007.

GONZALEZ-ABRAHAM, C.; RADELOFF, V.; HAMMER, R.; HAWBAKER, T.;

STEWART, S.; CLAYTON, M. Building patterns and landscape fragmentation in

northern Wisconsin, USA. Landscape Ecology [S.l.], 22:217-230, 2007.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

78

GOSLER, A. Birds in the hand. p. 85-118. In: Sutherland, W. J.; Newton, I.; Green, R.

E. (Eds) Birds ecology and conservation: a handbook of techniques. Oxford

University Press, New York, 2004.

GOULART, F.F.; RODRIGUES, M. Deposição diária e sazonal de gordura

subcutânea em Phacellodomus rufifrons (Wied) (Aves, Furnariidae). Revista

Brasileira de Zoologia, [S.l.], 24: 535-540, 2007.

GREEN, A.J. Mass/length residuals: measures of body condition or generators of

spurious results? Ecology [S.l.], 82:1473–1483, 2001.

GREENBERG, R.; BICHIER, P. Determinants of tree species preference of birds in

Oak-Acacia woodlands of Central America. Journal of Tropical Ecology [S.l.],

21:57-66, 2005.

GRICE, A. The impacts of invasive plant species on the biodiversity of Australian

rangelands. The Rangeland Journal [S.l.], 28:27-35, 2006.

GRIMM, N.B.; FAETH, S.H.; GOLUBIEWSKI, N.E.; REDMAN, C.L.; WU, J.; BAI, X.;

BRIGGS, J.M. Global change and the ecology of cities. Science [S.l.], 319(5864),

756-760, 2008.

GUO, Q. Species invasions on islands: Searching for general patterns and principles.

Landscape Ecology, [S.l.], v. 29, n. 7, p. 1123–1131, 2014.

HAMER, S.A.; LEHRER, E.; MAGLE, S.B. Wild birds as sentinels for multiple

zoonotic pathogens along an urban to rural gradient in greater Chicago, Illinois.

Zoonoses Public Health [S.l.], 59:355–364, 2012.

HANSBAUER, M.; STORCH, I.; PIMENTEL, R.G.; METZGER, J.P. Comparative

range use by three Atlantic Forest understorey bird species in relation to forest

fragmentation. Journal of Tropical Ecology, [S.l.], 24: 291-299, 2008.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

79

HAWAII BIRD CONSERVATION. Hawaii endanger bird conservation. Acessado em

5 de mai. de 2017. Disponível em:

http://www.sandiegozoo.org/hawaiibirdbook/hawaii_bird_conservation.html.

HILL, M.R.J., ALISAUSKAS, R.T.; ANKNEY, C. D.; LEAFLOOR, J.O. Influence of

Body Size and Condition on Harvest and Survival of Juvenile Canada Geese. The

Journal of Wildlife Management [S.l.], 67 (3): 530-541, 2003.

HOFFMANN, D.; GOMES, H.B.; GUERRA, T. Reproductive biology of Elaenia

cristata Pelzeln, 1868 (Passeriformes: Tyrannidae) in two areas of rocky fields of

Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia [S.l.], 17(37), 6, 2013.

HOLLANDER, F.A.; VAN DYCK, H.; SAN MARTIN, G.; TITEUX, N. Maladaptive

habitat selection of a migratory passerine bird in a human-modified landscape. Plos

One, [S.l.], 6(9), e25703, 2011.

HOLMES, R.T.; SCHULTZ, J.C. Food availability for forest birds: effects of prey

distribution and abundance on bird foraging. Canadian Journal Zoology, [S.l.], 66:

720-728, 1988.

IBAMA. Manual de anilhamento de aves silvestres. 2 ed. IBAMA. Brasília 146 p,

1994.

IBAMA. Plano de Manejo do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.

Brasília: IBAMA/FUNATURA, p. 253, 1990.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem populacional.

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Brasil. Acesso 20 dez. de 2016.

Disponível em: <http://www.sidra.ibge. gov.br/ 2010>.

JANIN, A.; LÉNA, J-P.; JOLLY, P. Beyond occurrence: Body condition and stress

hormone as integrative indicators of habitat availability and fragmentation in the

common toad. Biological Conservation [S.l.], 144: 1008–1016, 2011.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

80

JOHNSON, D.H.; KRAPU, G.L.; REINECKE, K.J.; JORDE, D.G. An Evaluation of

Condition Indices for Birds. The Journal of Wildlife Management [S.l.], v. 49, n. 3,

p. 569, 1985.

JOHNSON, M. Measuring Habitat Quality: A Review. n. Newton 1998, p. 489–504,

2007.

JOHNSON, M.D. Evaluation of an arthropod sampling technique for measuring food

availability for forest insectivorous birds Ornithologists have long recognized difficulty

in effectively quantifying food availability for insectivorous birds (Morris. 1960,

Southwood, 1980. J. Field Ornithol. [S.l.], v. 71, n. 1, p. 88–109, 2007.

JOHNSON, T.H.; STATTERSFIELD, A.J. A global review of island endemic birds.

Ibis, [S.l.] v. 132, n. Phillips 1985, p. 167–180, 1990.

JONES, J. Habitat Selection Studies in Avian Ecology : A Critical Review Habitat

Selection Studies in Avian Ecology.  The Auk [S.l.], 118(2):557-562, 2001.

JOVANI, R.; BLAS, J.; STOFFEL, M.J.; BORTOLOTTI, L.E.; BORTOLOTTI, G.R.

Fault bars and the risk of feather damage in cranes. J. Zool. [S.l.], 281: 94–98, 2010.

KAISER, A. A new multi-category classification of subcutaneous fat deposits of

songbirds. Journal of Field Ornithology, [S.l.], 64(2): 246-255, 1993.

KARELS, T.J.; DOBSON, F.S.; TREVINO, H.S.; SKIBIEL, A.L. The biogeography of

avian extinction on oceanic islands. Journal of Biogeography [S.l.], v. 35, p. 1106–

1111, 2008.

KELLY, D.; LADLEY, J.J.; ROBERTSON, A.W.; ANDERSON, S.H.; WOTTON, D.M.;

WISER, S.K. Mutualisms with the wreckage of an avifauna: the status of bird

pollination and fruit-dispersal in New Zealand. New Zealand Journal of Ecology

[S.l.], 34(1), 66, 2010.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

81

KHALILIEH, A.; MCCUE, M.D.; PINSHOW, B. Physiological responses to food

deprivation in the house sparrow, a species not adapted to prolonged fasting. Am J

Physiol-Regul Integr Comp Physiol, [S.l.], 1;303(5):R551-61, 2012.

KIER, G., KREFT, H., LEE, T. M. A global assessment of endemism and species

richness across island and mainland regions. Proceedings of the National

Academy of Science [S.l.], 106, 9322–9327, 2009.

KOMDEUR, J. Seasonal timing of reproduction in a tropical bird, the Seychelles

warbler: a field experiment using translocation. J Biol Rhythms [S.l.], 11:333–346,

1996.

KOOP, J.A.H.; CLAYTON, D.H. Evaluation of two methods for quantifying

passeriform lice. Journal of Field Ornithology [S.l.], 84:210–215, 2013.

KUEFFER, C.; FERNÁNDEZ-PALACIOS, J.M. Comparative ecological research on

oceanic islands. Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics [S.l.],

12: 81–82, 2010.

LAURANCE, W.F., CAMARGO, J.L.C., LUIZAO, R.C.C., LAURANCE, S.G., PIMM,

S.L., BRUNA, E.M., STOUFFER, P.C., WILLIAMSON, G.B., BENITEZ-MALVIDO, J.,

VASCONCELOS, H.L., VAN HOUTAN, K.S., ZARTMAN, C.E., BOYLE, S.A.,

DIDHAM, R.K., ANDRADE, A., LOVEJOY, T.E., 2011. The fate of Amazonian forest

fragments: a 32-year investigation. Biol. Conserv. [S.l.], 144, 56–67.

LEAL, I.R.; FILGUEIRAS, B.K.C.; GOMES, J.P.; IANNUZZI, L.; ANDERSEN, A.N.

Effects of habitat fragmentation on ant richness and functional composition in

Brazilian Atlantic forest. Biodiversity and Conservation [S.l.], 21:1687-1701, 2012.

LELOUTRE, C.; GOUZERH, A.; ANGELIER, F. Hard to fly the nest: A study of body

condition and plumage quality in house sparrow fledglings. Current Zoology [S.l.], v.

60, n. 4, p. 449–459, 2014.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

82

LIKER, A.; PAPP, Z.; BÓKONY, V.; LENDVAI, Á. Z. Lean birds in the city: Body size

and condition of house sparrows along the urbanization gradient. Journal of Animal

Ecology [S.l.], v. 77, n. 4, p. 789–795, 2008.

LOCHMILLER, R.L.; DEERENBERG, C. Trade-offs in evolutionary immunology: just

what is the cost of immunity? Oikos [S.l.], 88:87–98, 2000.

LOISELLE, B.A.; BLAKE, J.G. Temporal variation in birds and fruits along an

elevational gradient in Costa Rica. Ecology [S.l.], 72: 180-193, 1991.

LOPES, L.E.; FERNANDES, A.M., MARINI, M.Â. Diet of some Atlantic Forest birds.

Ararajuba [S.l.], 13:95-103, 2005.

LOURDAIS, O.; BONNET, X.; SHINE, R.; DENARDO, D.; NAULLEAU, G.;

GUILLON, M. Capital-breeding and reproductive effort in a variable environment: a

longitudinal study of a viviparous snake. Journal of Animal Ecology [S.l.], 71, 470–

479, 2002.

LOW, S.H. Banding with mist nets. Bird Banding [S.l.], 28(3); 115-128, 1957.

LOYE, J.; CARROL, S. Birds, bugs and blood: avian parasitism and conservation.

Trends in Ecology and Evolution [S.l.], 10: 232-235, 1995.

LOYE, J.E.; ZUK, M. Bird-parasite interactions. Oxford University Press, Oxford,

1991.

LUCK, G.W. The habitat requirements of the rufous treecreeper (Climacteris rufa). 2.

Validating predictive habitat models. Biological Conservation [S.l.], v. 105, n. 3, p.

395–403, 2001.

LUDTKE, B. MOSER, I.,SANTIAGO-ALARCON, D., FISCHER, M., KALKO, E.KV.,

MARTIN S., H.SUAREZ-RUBIO, M., TSCHAPKA, M. RENNER, S.C. Associations of

forest type, parasitism and body condition of two European passerines, Fringilla

coelebs and Sylvia atricapilla. Plos One [S.l.], v. 8, n. 12, 2013.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

83

MADLIGER, C.L.; SEMENIUK, C.A.D.; HARRIS, C.M.; LOVE, O.P. Assessing

baseline stress physiology as an integrator of environmental quality in a wild avian

population. Implications for use as a conservation biomarker. Biol. Conserv. [S.l.],

192:409–417, 2015.

MAGALHÃES, R.B.; DINIZ, P.; MACEDO, R.H.; MAGALHA, R.B. 2014. Plumage

Coverage is Related to Body Condition and Ectoparasitism in Blue-black Grassquits.

The Wilson Journal of Ornithology [S.l.], v. 126, n. 3, p. 581–584.

MAGNUSSON, W.E; LIMA, A.P.; SILVA, W.A.; ARAÚJO, M.C. Use of geometric

forms to estimate volume of invertebrates in ecological studies of dietary overlap.

Copeia [S.l.], n.1 p.13- 19, 2003.

MAINGUY, J.; BÊTY, J.; GAUTHIER, G.; GIROUX, J.F. Are body condition and

reproductive effort of laying greater Snow Geese affected by the spring hunt? The

Condor [S.l.], 104: 156-161.MALAISE, R. 1937. A new insect-trap. Entomol. Tidskr.

58:148-160, 2002.

MALLET-RODRIGUES, F. Técnicas para amostragem da dieta e procedimentos

para estudos do forrageamento de aves. Ornitologia e conservação. Ed. Technical

Books. 1º Ed. 459-470, 2010.

MARASCHIN-SILVA, F.; SCHERER, A.; BAPTISTA, L.R.D.M. Diversidade e

estrutura do componente herbáceo-subarbustivo em vegetação secundária de

Floresta Atlântica no Sul do Brasil. Revista Brasileira de Biociências [S.l.], v. 7, n.

1, p. 53–65, 2009.

MARINI, M.A.; CAVALCANTE, R.B. Frugivory by Elaenia Flycatchers. Hornero [S.l.],

15:47-50, 1998.

MARINI, M.Â.; DURÃES, R. Annual cycles of molt and reproduction of passerines

from central-south Brazil. Condor [S.l.], 103(4): 767-775, 2001.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

84

MARINI, M.Â.; SOUSA, N.O.M.; BORGES, F.J.A.; SILVEIRA, M.B. Biologia

reprodutiva de Elaenia cristata (Aves: Tyrannidae) em cerrado do Brasil

Central. Neotropical Biology and Conservation [S.l.], 4(1), 3-12, 2009.

MARTIN, J.E.H. Collecting, preparing and preserving insects, mites, and spiders. The

Insects and Arachnids of Canada, Part 1. Publ. 1643, Res. Br., Canada Dep. Agric.,

Ottawa, On. 1977.

MARTIN, T.E. Are microhabitat preferences of coexisting species under selection

and adaptive? Ecology [S.l.], 79:656-670, 1998.

MARTIN, T.E. Nest predation and nest sites. BioScience [S.l.], 43(8): 523-532,

1993.

MARTIN, T.E.; BLACKBURN, G.A. Habitat associations of an insular Wallacean

avifauna: A multi-scale approach for biodiversity proxies. Ecological Indicators

[S.l.], 23, 491-500, 2012.

MARTINS, F.R. O método de quadrantes e a fitossociologia de uma floresta residual

do interior do Estado de São Paulo: Parque Estadual de Vassununga. São Paulo.

239 p. Tese (Doutorado) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, 1979.

MARZLUFF, J.M. Worldwide urbanization and its effects on birds. Pages 19–47 in

Marzluff, J.M., Bowman, R., Donnelly, R., eds. Avian Ecology in an Urbanizing

World. Norwell (MA): Kluwer, 2001.

MARZLUFF, J.M.; BOWMAN, R.; DONNELLY, R. A historical perspective on urban

bird research: trends, terms, and approaches. Avian Ecology and Conservation in an

Urbanizing World (eds J.M. Marzluff, R. Bowman & R. Donnelly), pp. 1–17. Kluwer

Academic Press, Dordrecht, the Netherlands, 2001.

MASHHADI, H.R.; RADOSEVICH, S.R. Invasive plants. Pages 1-28 Weed biology

and Management. Springer [S.l.], 2004.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

85

MCGEHEE, S.M.; EITNIEAR, J.C. Field verification of Zimmer’s wing-formula for

identification of Elaenia albiceps chilensis. Boletín SAO [S.l.], 16, 58-63, 2006.

MCKINNEY, M. L. Urbanization, Biodiversity, and Conservation. Bioscience [S.l.],

52:883-890, 2002.

MEDEIROS, R.D.; MARINI, M.Â. Reprodutive biology of Elaenia chiriquensis

(Lawrence) (Aves, Tyrannidae) in the Cerrado of the Brazil Central. Revista

Brasileira de Zoologia, [S.l.], 24(1), 12-20, 2007.

MEDINA, F.M.; ELSA, B.; ERIC, V.; TERSHY, B.R.; ZAVALETA, E.S.; JOSH, D.C.;

KEITT, B.S.; CORRE, M.; HORWATH, S.V.; NOGALES, M. A global review of the

impacts of invasive cats on island endangered vertebrates. Global Change Biology

[S.l.], v. 17, n. 11, 2011.

MEILLÈRE, A.; BRISCHOUX, F.; ANGELIER, F. Impact of chronic noise exposure on

antipredator behavior: an experiment in breeding house sparrows. Behav Ecol. [S.l.],

26: 569–577, 2015.

MELLO, T.J.; OLIVEIRA, A. Making a bad situation worse: An invasive species

altering the balance of interactions between local species. PLoS ONE [S.l.], v. 11, n.

3, p. 1–17, 2016.

MENDONÇA-LIMA, A; HARTZ, S.M. Foraging behavioral of Phylloscartes ventralis

(Aves, Tyrannidae) in native and planted forests of southern Brazil. Iheringia, Série

Zoologia, Porto Alegre, 104(4):391-398, 2014.

MERILÄ, J.; HEMBORG, C. Fitness and feather wear in the Collared flycatcher

Ficedula albicollis. J Avian Biol [S.l.], v. 31, p. 504–510, 2000.

MESTRE, L.A.M. Wildfires and Amazonian birds: A broad-scale and long-term study

on the effetcts of fire on Amazonian bird communities and populations. Dissertação

submetida para South Dakota State University, 2011.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

86

MESTRE, L.A.M., ROOS, A.L.; RECHETELO, J. Habitat requirements of Noronha

endemic birds. Ornithology Neotropical [S.l.], 27: 27–34. 28.2016.

MESTRE, L.A.M.; ROOS, A.L.; RECHETELO, J. Habitat associations of land birds in

Fernando de Noronha, BRAZIL. n. Neotropical Ornithology [S.l.], p. 27–34, 2016.

MEZQUIDA, E.T. Nest site selection and nesting success of five species of

passerines in a South American open Prosopis woodland. Journal of Ornithology

[S.l.], v. 145, n. 1, p. 16–22, 2004.

MILENKAYA, O., CATLIN, D.H., LEGGE, S., WALTERS, J.R. Body condition indices

predict reproductive success but not survival in a sedentary, tropical bird. PLoS One

[S.l.], 10, 1–18, 2015.

MILENKAYA, O., WEINSTEIN, N., LEGGE, S., WALTERS, J.R. Variation in body

condition indices of crimson finches by sex, breeding stage, age, time of day, and

year. Conservation Physiology [S.l.], v. 1, p. cot020, 2013.

MILLIGAN, M.C.; DICKINSON, J.L. Habitat quality and nest-box occupancy by five

species of oak woodland birds. The Auk: Ornithological Advances, 2016.

MIRANDA, A.M.F. A Flora Fanerogâmica Atual do Arquipélago de Fernando de

Noronha - Brasil. p. 296, 2007.

MITCHELL, K. Quantitative analysis by the point-centered quarter method.

Department of Mathematics and Computer Science. Geneva, NY. 2004.

MMA. Ministério do Meio Ambiente, Portaria 444, 17 dezembro 2014. Diário Oficial

da União Nº 245, 18/12/2014 (ISSN 1677‐7042), pp. 121–126, 2014.

MOHD-AZLAN, J.; NOSKE, R.A.; LAWES, M.J. The role of habitat heterogeneity in

structuring mangrove bird assemblages. Diversity [S.l.], 7(2), 118-136, 2015.

MOLLER, A.P.; ERRITZOE, J. Body Condition and Spleen Size in Birds. Oecologia,

[S.l.], 137: 621-626, 2003.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

87

MÜLLER, J.; MEHR, M.; BÄSSLER, C.; FENTON, M.B.; HOTHORN, T.;

PRETZSCH, H.; KLEMMT, H.; JOACHIM, B.R. Aggregative response in bats: Prey

abundance versus habitat. Oecologia [S.l.], v. 169, n. 3, p. 673–684, 2012.

MURRAY, L. D.; BEST, L. B. Nest-site selection and reproductive success of

Common Yellowthroats in managed Iowa grasslands. The Condor [S.l.], 116:74-83,

2014.

NACINOVIC, J.B.; TEIXEIRA, D.M. As aves de Fernando de Noronha: uma lista

sistemática anotada. Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Biologia [S.l.], 49: 709–

729, 1989.

NEWTON, I. Population ecology of raptors. Vermillion: Buteo Books, 1979.

OKSANEN, J., BLANCHET, F.G., WAGNER, R.K., LEGENDRE, P., MINCHIN, P.R.,

O’HARA, R.B., WAGNER, H. Vegan: Community ecology package. R package,

2011.

OLESEN, J.M.; VALIDO, A. Lizards and birds as generalized pollinators and seed

dispersers of island plants. Ecologia Insular [S.l.], p. 229–249, 2004.

OLIVEIRA-FILHO, A.T.; CURI, N.; VILELA, E.A.; CARVALHO, D.A. Variation in tree

community composition and struture with changes in soil properties within a fragment

of semideciduous Forest in south-eastern Brazil. Edinburgh Journal of Biology

[S.l.], 58: 139-158, 2001.

OLSON, S.L. Natural history of vertebrates on the Brazilian islands of the mid South

Atlantic. National Geographic Society Research Reports 13: 481–492, 1981.

OLSON, S.L. The endemic Vireo of Fernando de Noronha (Vireo gracilirostris). The

Wilson Bulletin [S.l.], v. 106, p. 1–17, 1994.

OLSON. The endemic vireo of Fernando de Noronha (Vireo gracilirostris). Wilson

Bulletin [S.l.], 106: 1–17, 1994.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

88

OPPEL, S., SCHAEFER, H., SCHMIDT, V., SCHRÖDER, B. Habitat selection by the

pale-headed brush-finch (Atlapetes pallidiceps) in southern Ecuador: Implications for

conservation. Biological Conservation, [S.l.], v. 118, n. 1, p. 33–40, 2004.

OREN, D.C. A avifauna do Arquipélago de Fernando de Noronha. Boletim do

Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoológica, 118:1-22, 1982.

OREN, D.C. Resultados de uma nova expedição zoológica a Fernando de Noronha.

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Zoologia [S.l.], 1: 19–44, 1984.

ORIANS, G.H., WITTENBERGER, J.F. Spatial and temporal scales in habitat

selection. American Naturalist [S.l.], 137: 29–49, 1991.

PAP P.L., VÁGÁSI C.I., CZIRJÁK G.Á., BARTA Z. Diet quality affects postnuptial

molting and feather quality of the house sparrow (Passer domesticus): interaction

with humoral immune function? Can. J. Zool. [S.l.], 86: 834–842, 2008.

PAVOINE, S.; VELA, E.; GACHET, S.; BÉLAIR, G.; BONSALL, M.B. Linking patterns

in phylogeny, traits, abiotic variables and space: a novel approach to linking

environmental filtering and plant community assembly. Journal of Ecology [S.l.],

99:165-175, 2011.

PENTERIANI, V.; GALLARDO, M.; ROCHE, P. Landscape structure and food supply

affect eagle owl (Bubo bubo) density and breeding performance: a case of intra-

population heterogeneity. Journal Zoology, London 257: 365-72, 2002.

PEREIRA, M.G.; MENEZES, L.F.T.; SILVEIRA-FILHO, T.B.; Silva, A.N.

Propriedades químicas de solos sob Neoregelia cruenta (R. Grah) L.B. Smith na

restinga da Marambaia, RJ. Floresta & Ambiente, [S.l.], 12: 70-73, 2005.

PÉREZ, E.M.; Bulla, L. Dietary relationships among four granivorous doves in

Venezuelan savannas. Journal of Tropical Ecology [S.l.], 16: 865–882, 2000.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

89

PERRIG, M, GRÜEBLER, M.U., KEIL, H., NAEF-DAENZER, B. Experimental food

supplementation affects the physical development, behaviour and survival of Little

Owl Athene noctua nestlings. Ibis [S.l.], 156 : 755–767, 2014.

PIACENTINI, V.Q. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian

Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê

Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, [S.l.], v. 23,

n. 2, p. 91–298, 2015.

PIMENTEL, D. Biological Invasions: Economic and Environmental Costs of Alien

Plant, Animal, and Microbe Species. Segunda Edição. Taylor & Francis Group,

Massachusetts, EUA, 2011.

PULLIAM, H.R. On the relationship between niche and distribution. Ecology Letters

[S.l.], 3:349– 361, 2000.

RALPH, C.J. Analysis of dropping to describe diets of small birds. Field Ornithol,

[S.l.], v. 56, n. 2, p. 165–174, 1985.

RALPH, C.J., FANCY, S. G. Demography and movements of Apapane and Iiwi in

Hawaii. Condor [S.l.], 97:729–742, 1995.

RALPH, C.J.; GEUPEL, G.R.; PYLE, P.; MARTIN, T.E.; DESANTE, D.F. Handbook

of field methods for monitoring landbirds. Gen. Tech. Rep. PSW-GTR-144. Pacific

Southwest Research Station, Forest Service, U. S. Department of agriculture,

Albany, 41p., 1993.

RASBAND, ImageJ 1.43u. National Institutes of Health, Bethesda, Maryland, USA.

RHEINDT, F.E.; CHRISTIDIS, L.; NORMAN, J.A. Habitat shifts in the evolutionary

history of a Neotropical flycatcher lineage from forest and open landscapes. BMC

Evolutionary Biology [S.l.], v. 8, p. 193, 2008.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

90

RIBON, R.; SIMON, J.E.; MATTOS, G.T. 2003. Bird extinctions in Atlantic Forest

fragments of the Viçosa region, southeastern Brazil. Conservation Biology [S.l.], 17:

1827-1839, 1997.

RICKETTS, T.H., DINERSTEIN, E., BOUCHER, T., BROOKS, T.M., BUTCHART,

S.H.M., HOFFMANN, M., LAMOREUX, J.F., MORRISON, J., PARR, M., PILGRIM,

J.D., RODRIGUES, A.S.L., SECHREST, W., WALLACE, G.E., BERLIN, K., BIELBY,

J., BURGESS, N.D., CHURCH, D.R., COX, N., KNOX, D., LOUCKS, C., LUCK,

G.W., MASTER, L.L., MOORE, R., NAIDOO, R., RIDGELY, R., SCHATZ, G.E.,

SHIRE, G., STRAND, H., WETTENGEL, W., WIKRAMANAYAKE, E. Pinpointing and

preventing imminent extinctions. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 102, 18497–18501,

2005.

RIDGELY, R.; TUDOR, G. The birds of South America, v.2 the Suboscine

passerines. Austin: University of Texas Press, 1994.

RIDGELY, R.; TUDOR, G. The birds of South America, v.2 the Suboscine

passerines. Austin: University of Texas Press, 1994.

RIDLEY, H.N. A visit to Fernando do Noronha. Zoologist [S.l.], 3(12): 41-49, 1888.

RIDLEY, H.N. Notes on the zoology of Fernando Noronha. Journal of the Linnean

Society of London (Zoology) [S.l.], 20: 473-570, 1890.

ROBERTSON, H.A; DOWDING, J.E.; ELLIOTT, G.P.; HITCHMOUGH, R.A.;

MISKELLY, C;M.; O’DONNELL, C.F.J.; POWLESLAND, R.G.; SAGAR, P.M.;

SCOFIELD, R.P.; TAYLOR, G.A. Conservation status of New Zealand birds.

Department of Conservation Te Papa Atawbai, 2012.

ROBISON, S. K.; THOMPSON III, F. R., DONOVAN, T. M.; WHITEHEAD, D. R.,

FAABORG, J. Regional forest fragmentation and the nesting success of migratory

birds. Science [S.l.], 267 1987-1990, 1995.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

91

ROFF, D.A.; ROFF, R.J. Of rats and Maoris: a novel method for the analysis of

patterns of extinction in the New Zealand avifauna before human contact.

Evolutionary Ecology Research [S.l.], 5:759–779, 2003.

ROSENBERG, K.V. Dead-leaf foraging specializations in tropical forest birds:

measuring resource availability and use. Stud. Avian Biol. [S.l.], 13:360-368, 1990.

ROSENSTOCK, S.; ANDERSON, D.R.; GIESEN, K.M.; LEUKERING, T.E.;

CARTER, M.F. Landbird counting techniques: Current practices and an alternative.

Auk [S.l.], 119:46–53, 2002.

SANTOS, J.C.; DELABIE, J.H.C.; FERNANDES, G.W.A. 15-year post evaluation of

the fire effects on ant community in an area of Amazonian forest. Revista Brasileira

de Entomologia [S.l.], 52:82-87, 2008.

SARKAR, D. 2015. Package 'lattice'. CRAN.

SAZIMA, I.; HAEMIG, P. D. Aves, mamíferos e répteis de Fernando de Noronha.

Ecologia-info, 17. http://www.ecologia.info/fernando-de-noronha.htm, 2006.

SAZIMA, I.; HAEMIG, P.D. Aves, mamíferos e répteis de Fernando de Noronha.

2006. Ecologia, 17. Acessado em 23 de fev. de 2017. Disponível em:

http://www.ecologia.info/fernando-de-noronha.htm

SAZIMA, I.; SAZIMA, C.; SAZIMA, M. A catch all leguminous tree: Erythrina velutina

visited and pollinated by vertebrates at an oceanic island. Australian Journal of

Botany, [S.l.], v. 57, n. 1, p. 26–30, 2009.

SCHLESINGER, M.D., MANLEY, P.N., HOLYOAK, M. Distinguishing stressors

acting on land bird communities in an urbanizing environment. Ecology [S.l.], 89:

2302–2314, 2008.

SCHULTE-HOSTEDDE, A.I.; MILLAR, J.; HICKLING, G. Evaluating body condition in

small mammals. Can. J. Zool. [S.l.], 79:1021–1029, 2001.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

92

SCHULZ–NETO, A. Aves insulares do Arquipélago de Fernando de Noronha. In

Branco, J.O. (ed.). Aves Marinhas e Insulares Brasileiras: Bioecologia e

Conservação. UNIVALI, Itajaí, Brasil, 2004.

SCHULZ–NETO, A. Observando Aves no Parque Nacional Marinho de Fernando de

Noronha: guia de campo. Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis,

Brasília, Brasil, 1995.

SEKERCIOGLU, C.H.; EHRLICH, P.R.; DAILY, G.C.; AYGEN, D.; GOEHRING, D.;

SANDI, R.F. Disappearance of insectivorous birds from tropical forest fragments.

Proc. Natl. Acad. Sci. USA [S.l.], 99, 263–267, 2002.

SERGIO, F.; NEWTON, I. Occupancy as a measure of habitat quality. Journal of

Animal Ecology [S.l.], 72:857–865, 2003.

SHANAHAN, D.F.; POSSINGHAM, H.P.; MARTIN, T.G. Foraging height and

landscape context predict the relative abundance of bird species in urban vegetation

patches. Austral Ecology [S.l.], v. 36, n. 8, p. 944–953, 2011.

SHARPE, R.B. Aves. In: H. N. Ridley. Notes on the Zoology of Fernando Noronha.

Journal of the Linnean Society of London (Zoology) [S.l.], 20: 477- 480, 1890.

SHOCHAT, E.; WARREN, P.S.; FAETH, S.H.; MCINTYRE, N.E.; HOPE, D. From

patterns to emerging processes in mechanistic urban ecology. Trends in Ecology

and Evolution [S.l.], 21, 186–191, 2006.

SICK, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 912 p. 1997.

SIGRIST, T. Guia de Campo Avis Brasilis – Avifauna Brasileira: Descrição das

espécies.Editora avisbrasilis. 1° ed. Vinhedo, SP, 2009.

SILVA e SILVA, R. Aves de Fernando de Noronha. Avis Brasilis. Vinhedo – SP.

240p. 2008.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

93

SMITH, H.G.; NILSSON, J.A. Intraspecific variation in migratory pattern of a partial

migrant, the blue tit (Parus caeruleus): an evaluation of different hypotheses. Auk

104:109–115, 1987.

SOL, D.; GONZÁLEZ-LAGOS, C.; MOREIRA, D.; MASPONS, J.; LAPIEDRA, O.

2014. Urbanisation tolerance and the loss of avian diversity. Ecology Letters [S.l.],

v. 17, n. 8, p. 942–950, 2008.

SOTO, J.M.; FILIPPINI, A.; MINCARONE, M.M. Lista sistemática das aves

registradas no Arquipélago Fernando de Noronha, com novas inclusões, p. 352-353.

In: VIII Congresso Brasileiro de Ornitologia. Resumos. Florianópolis STEADMAN, D.

W. 1995. Prehistoric extinctions of Pacific island birds: biodiversity meets zoo

archaeology. Science 267, 1123–1131, 2000.

SOUTHWOOD, T.R.E.; HENDERSON, P.A. Ecological Methods, 3rd edn. Blackwell

Science, Oxford, 2000.

SOUTO, G. H. O. Ecologia alimentar de aves insetívoras de um fragmento de mata

decídua do extremo norte da Mata Atlântica. p. 87, 2010.

STORNI, A.; ALVES, M.A.S.; VALIM, M.P. Ácaros de pena e carrapatos (Acari)

associados a Turdus albicollis Vieillot (Aves, Muscicapidae) em uma área de Mata

Atlântica da Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia

[S.l.], 22 (2): 419-423, 2005.

STOUFFER, P.C.; BIERREGAARD, R.O. JR. 1995. Use of Amazonian forest

fragments by understory insectivorous birds. Ecology [S.l.], 76: 2429-2445.

SUTHERLAND, W. J.; NEWTON, I.; GREEN, E. R. Bird ecology and conservation.

Bird Ecology and Conservation: A Handbook of Techniques. p. 405. 2004.

TEIXEIRA, D.M.; NACINOVIC, J.B.; Pontual, F.B. Notes on some birds of

northeastern Brazil (2). Bull. Brit. Ornith. Club. [S.l.], 107:151-157, 1987.

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

94

TEIXEIRA, W., CORDANI, U. G., MENOR, E. de A., TEIXEIRA, M. G., LINSKER, R.

Arquipélago Fernando de Noronha – o paraíso do vulcão. Ed. Terra Virgem, 168 p.,

São Paulo, SP, Brasil. ISBN: 9788585981310, 2003.

TEIXEIRA, W.; CORDANI, U.G.; MENOR, E.A.; TEIXEIRA, M.G.; LINSKER, R.

Arquipélago de Fernando de Noronha: o paraíso do vulcão. São Paulo: Terra Virgem

Editora, 2011.

TEWS, J.; BROSE, U.; GRIMM, V. Animal species diversity driven by habitat

heterogeneity/diversity: the importance of keystone structures. J. Biogeography

[S.l.], 31, 79–92, 2004.

THOGMARTIN, W.E. Landscape Attributes and Nest-Site Selection in Wild Turkeys.

The Auk [S.l.], 116:912-923, 1999.

THOMAS, J.A.; MORRIS, M.G. Rates and patterns of extinction among British

invertebrates. Pages 111-130 in J. H. Lawton and R. M. May, editors. Extinction

rates. Oxford University Press, Oxford, United Kingdom, 1995.

THOMPSON, C.W.; HILLGARTH, N.; LEU, M.; MCCLURE, H.E. 1997. High parasite

load in house finches (Carpodacus mexicanus) is correlated with reduced expression

of a sexually selected trait. Am Nat [S.l.], 149:270–294, 1997.

THOMPSON, F.R.; DONOVAN, T. M.; DEGRAAF, R.M.; FAABORG, J.; ROBINSON,

S. K. A multi-scale prespective of the effects of forest fragmentation on birds in

eastern forests. Pages 9-19 in Effects of Habitat Fragmentation on Birds in Western

Landscapes: Contrasts with Paradigms from the Eastern United States (T. L. George

and D. S. Dobkin, Eds.). Studies in Avian Biology [S.l.], n. 25, 2002.

TOLESANO-PASCOLI, G.V.T. Ectoparasitismo em aves silvestres em um

fragmentode mata (Uberlândia, MG). MSc. dissertation. Uberlândia: Universidade

Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

95

TOMKINS, J.L., RADWAN, J.; KOTIAHO, J.; TREGENZA, T. Genic capture and

resolving the lek paradox. Trends Ecol. Evol. [S.l.], 19:323–328, 2004.

TOWNES, H. A light-weight Malaise trap. Ent. News [S.l.], 83:239-247, 1972.

TRAVESET, A.; OLESEN, J.M.; NOGALES, M.; VARGAS, P.; JARAMILLO, P.;

ANTOLÍN, E.; HELENO, R. Bird–flower visitation networks in the Galápagos unveil a

widespread interaction release. Nature communications, n 6. 2015.

TUBELIS, D.P.; COWLING, A.; DONNELLY, C. Landscape supplementation in

adjacent savannas and its implications for the design of corridors for forest birds in

the central Cerrado, Brazil. Biological Conservation [S.l.], 118: 353-364, 2004.

VÁGÁSI, C.I.; PAP, P.L.; TÖKÖLYI, J.; SZÉKELY, E.; BARTA, Z. Correlates of

variation in flight feather quality in the great tit Parus major. Ardea [S.l.], v. 99, n. 1, p.

53–60, 2011.

VÁGÁSI, C.I.; PAP, P.L.; VINCZE, O.; BENKŐ, Z.; MARTON, A. Haste makes waste

but condition matters: Molt rate-feather quality trade-off in a sedentary songbird. Plos

One [S.l.], 7: e40651, 2012.

VENABLES, W.; RIPLEY, B.D. Modern Applied Statistics with S. Springer, 2002.

VIELLIARD, J.M.E.; ALMEIDA, M.E.C.; ANJOS, I.; SILVA, W.R. Levantamento

quantitativo por pontos de escruta e o índice pontual de abundância (IPA). In: Matter,

S.V.; F.C. Straube; I. Accordi; V. Piacentini, J.F. Cândido-Jr. p.47-60. Ornitologia e

Conservação. Ciência Aplicada, Técnicas de Pesquisa e Levantamento. Rio de

Janeiro: Technical Books, 2010.

VISNAK, R.M.; DUMBACHER, J.P. Comparison of four fumigants for removing avian

lice. Journal of Field Ornithology [S.l.], 70(1):42-48, 1999.

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

96

VON POST, M.; BORGSTRÖM, P.; SMITH, H.G.; OLSSON, O. Assessing habitat

quality of farm-dwelling house sparrows in different agricultural landscapes.

Oecologia [S.l.], v. 168, n. 4, p. 959–966, 2012.

VOOREN, C.; BRUSQUE, L. As Aves Do Ambiente Costeiro Do Brasil:

Biodiversidade e Conservação. Laboratório de Elasmobrânquios e Aves. p. 125–182,

1999.

WALTHER, B.A.; CLAYFON, D.H. Dust-ruffling: a simple method for quantifying

ectoparasite loads of live birds. Journal of Field Ornithology [S.l.], 68(4):509-518,

1997.

WARREN, K.A.; ANDERSON, J.T. Grassland songbird nest-site selection and

response to mowing in West Virginia. Wildlife Society Bulletin [S.l.], 33:285-292,

2005.

WORLD RESOURCES INSTITUTE, International Union for Conservation of Nature,

& Natural Resources. Global biodiversity strategy: Guidelines for action to save,

study, and use earth's biotic wealth sustainably and equitably. World Resources Inst.,

1992.

YU, A.; LEI, S. Equilibrium Theory of Island Biogeography : A Review. USDA Forest

Service [S.l.], p. 163–171, 2001.

ZEDLER, J.B.; CALLAWAY, J.C.; SULLIVAN, G. Declining Biodiversity: Why Species

Matter and How Their Functions Might Be Restored in Californian Tidal Marshes:

Biodiversity was declining before our eyes, but it took regional censuses to recognize

the problem, long-term monitoring to identify the causes, and experimental plantings

to show why the loss of species matters and which restoration strategies might

reestablish species. Bioscience [S.l.], 51:1005-1017, 2001.

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

97

APÊNDICE A - CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO DOS 20 PONTOS AMOSTRAIS NA ILHA PRINCIPAL DE FERNANDO DE

NORONHA COM OS RESPECTIVOS MÉTODOS DE COLETA UTILIZADOS PARA MENSURAR AS VARIÁVEIS.

Caracterização da vegetação

Variáveis Método de coleta

Cobertura vegetal

Árvores

Estimativa da porcentagem de cobertura de uma área de raio de 25 metros por árvores, arbustos, vegetação rasteira, área aberta e área antropizada em que no final essas variáveis somam 100% da cobertura da área.

Arbustos

Vegetação rasteira

Área aberta

Área antropizada

Cobertura do solo

Herbácea graminóide

Estimativa da porcentagem de cobertura do solo em uma área de 1m2

por herbáceas graminóides, herbáceas não graminóides, serapilheira, solo exposto, subarbusto e rocha.

Herbácea não graminóide

Serapilheira

Solo exposto

Subarbusto

Rocha

Estrutura da vegetação

Diâmetro na altura do peito (DAP) Mensurado com fita métrica em centímetros a 1,30 cm do solo.

Diâmetro na altura do solo (DAS) Mensurado com fita métrica em centímetros a 1,30 cm do solo.

Altura da árvore Estimada a altura da árvore em metros com ponto referencial.

Distância ao observador Mensurado com fita métrica em metros a distância do observador ás quatro árvores mais próximas ao ponto delimitado.

Cobertura do dossel Mensurado com lente olho de peixe acoplado no celular (Iphone 5s) a 1 metro e meio do chão.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

98

APÊNDICE B - CONDIÇÃO CORPORAL DOS INDIVÍDUOS DE ELAENIA RIDLEYANA E VIREO GRACILIROSTRIS NA ÁREA

CONSERVADA E ANTROPIZADA DA ILHA PRINCIPAL DE FERNANDO DE NORONHA. (CÓDIGO DAS VARIÁVEIS: X̅ =

MÉDIA; DP = DESVIO PADRÃO; EP = ERRO PADRÃO; MIN = VALOR MÍNIMO OBSERVADO; MAX = VALOR MÁXIMO

OBSERVADO; T-VALOR = VALOR DO TESTE T; DF = GRAUS DE LIBERDADE; P = VALOR DE ‘P’).

Conservado Antropizado

Variáveis x̅ dp ep Min Max x̅ dp ep Min Max t df p

Elaenia ridleyana

Peso (g) 23.9 2.19 0.44 22 26.9 24 0.71 0.14 24 27.6 0.194 46.68 0.847

Asa direita (mm) 83.92 2.12 0.42 80 88 85.2 2.34 0.47 80 91 1.963 47.54 0.055

Cauda (mm) 71.88 3.07 0.62 65 88 73.6 3.89 0.78 70 78 1.733 45.54 0.090

Tarso (mm) 19.71 0.77 0.15 18.1 20.8 19.9 1.11 0.23 18 21.1 1.733 38.81 0.522

Bico (mm) 11.77 0.59 0.12 10.7 12.8 11.8 0.79 0.16 12 14.3 0.336 40.39 0.738

Vireo gracilirostris

Peso (g) 10.93 0.77 0.14 10 12.7 11 1.24 0.26 9.7 15.9 0.356 34.2 0.724

Asa direita (mm) 63.61 2.45 0.44 60 69 63.9 2.38 0.5 60 68 0.387 48.25 0.700

Cauda (mm) 57.13 2.94 0.53 50 64 56.9 2.97 0.62 49 60 -0.26 47.31 0.791

Tarso (mm) 19.23 0.89 0.16 18.4 21.2 19.1 0.93 0.19 17 20.9 -0.48 46.19 0.629

Bico (mm) 13.47 0.8 0.14 11.1 14.3 13.4 0.75 0.16 12 14.9 0.449 49.22 0.655

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

99

APÊNDICE C - CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E DO SOLO NAS ÁREAS CONSERVADA E ANTROPIZADA DA

ILHA PRINCIPAL DE FERNANDO DE NORONHA. (X̅ = MÉDIA; M = MEDIANA; DP = DESVIO PADRÃO; T= VALOR DO TESTE T; DF

= GRAUS DE LIBERDADE; P = VALOR DE ‘P’; W = VALOR DO TESTE WILCOXON). *RELAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA (P<0.05).

Conservada Antropizada

Variáveis x̅ m dp Min Max x̅ m dp Min Max t df p

Cobertura vegetal

Árvores (%) 67.5 70 7.166 50 75 41 45 15.79 15 65 33.471 668.17 <0.000*

Arbustos (%) 17.5 70 7.166 50 75 13.5 45 15.79 15 65 12.838 856.58 <0.000*

Vegetação rasteira (%) 0.5 0 1.501 0 5 11 2.5 15.95 0 50 14.356 487.49 <0.000*

Área aberta (%) 11.5 15 8.086 0 20 16 20 12.81 0 40 6.504 808.07 <0.000*

Área antropizada (%) 0 0 0 0 0 18.5 20 5.030 10 30 80.577 479 <0.000*

Cobertura do solo

Herbácea graminóide (%) 12.36 0 25.44 0 100 31.10 5 37.72 0 100 8.624 845.53 <0.000*

Herbácea não graminóide (%) 0.740 0 5.568 0 100 3.708 0 12.71 0 50 4.641 670.89 <0.000*

Serrapilheira (%) 36.38 30 35.51 0 100 35.62 20 37.26 0 100 0.316 907.01 0.751

Solo exposto (%) 16.10 0 26.45 0 100 11.80 0 21.31 0 100 2.855 827.48 0.004*

Subarbusto (%) 23.14 0 37.07 0 100 10.75 0 28.14 0 100 5.184 800.34 <0.000*

Rocha (%) 11.06 0 21.15 0 100 6.750 0 13.88 0 70 3.599 731.16 <0.000*

W df p

Estrutura da vegetação

DAP 0.096 0.06 0.096 0.03 0.93 0.139 0.08 0.266 0 2.40 5.601 602.1 0.000*

DAS 0.155 0.10 0.143 0.03 1.03 0.213 0.15 0.378 0 3 6.923 614.86 0.000*

Altura da árvore 2.271 2 0.931 1 7 2.662 2 2.234 0 13 5.767 635.92 0.000*

Distância ao observador 0.973 1 0.938 0 6.5 1.610 2 1.823 0 13 13.751 716.14 0.000*

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

100

APÊNDICE D - ESPÉCIES DE ÁRVORES UTILIZADAS PARA FORRAGEAMENTO E NIDIFICAÇÃO POR ELAENIA RIDLEYANA (ER) E

VIREO GRACILIROSTRIS (VG) NAS ÁREAS ANTROPIZADA E CONSERVADA NA ILHA PRINCIPAL DO ARQUIPÉLAGO DE

FERNANDO DE NORONHA. (A = ÁREA ANTROPIZADA; C = ÁREA CONSERVADA; F = ÁRVORES UTILIZADAS PARA

FORRAGEAMENTO; N = ÁRVORES UTILIZADAS PARA NIDIFICAÇÃO).

Árvores utilizadas como recurso alimentar e reprodutivo

Nome científico Nome comum A C F N

Guettarda platypoda Angélica - X - Er (n=2)

Psidium cattleianum Araçá X - X -

Musa spp. Bananeira X - X -

Sapium argutum Burra-leiteira - X - Er (n=2)

Spondias mombin Cajá X X - Er (n=2)

Lantana camara Chumbinho X X X -

Cocos nucifera Coco X - X -

Cynoplalla flexuosa Feijão bravo X - X -

Ficus longifolia Figueira X - X Er (n=1)

Ficus noronhae Gameleira X - X -

Leucaena leucocephala Linhaça X X X -

Mangifera indica Manga X - X -

Erythrina velutina Mulungu X X X -

Hibiscus mutabilis Papoula X - X -

Tabebuia roseoalba Peroba - X - Vg (n=1)

Sideroxylon obtusifolium Quixaba - X - Er (n=1)

Tamarindus indica Tamarindo - X - Er (n=1)

Spondias purpurea Siriguela X - X -

Total 13 10 12 7

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

101

APÊNDICE E - NÚMERO DE INDIVÍDUOS COLETADOS NA ÁREA ANTROPIZADA E CONSERVADA ATRAVÉS DAS ARMADILHAS

DE MALAISE E GUARDA-CHUVA ENTOMOLÓGICO NA ILHA PRINCIPAL DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA. (

ANTRO. = ÁREA ANTROPIZADA; CONS. = ÁREA CONSERVADA; N IND. = NÚMERO DE INDIVÍDUOS POR ARMADILHA; T =

VALOR DO TESTE T; DF = GRAUS DE LIBERDADE; P = VALOR DE ‘P’).

Áreas Malaise Guarda-chuva

Ordens Total (ind) Antro. Cons. n ind. t df p n ind. t df p

Mantodea 2 1 1 0 - - - 2 -1 9 0.343

Collembola 9 6 3 2 1 4 0.373 7 0 2.043 1

Heteroptera 10 10 0 0 - - - 10 1.890 9 0.091

Psocodea 13 12 1 2 1 4 0.373 11 2.043 10.250 0.067

Lepidoptera 24 9 15 9 -0.758 5.616 0.478 15 -0.832 14.664 0.418

Hemiptera 24 12 12 0 - - - 24 -0.738 9.568 0.478

Blattodea 45 25 20 0 - - - 45 0 18 1

Diplopoda 51 37 14 0 - - - 51 1.120 13.305 0.282

Orthoptera 80 42 38 0 - - - 80 -0.230 17.987 0.820

Coleoptera 178 76 102 40 -0.752 8.493 0.472 138 -0.773 16.307 0.450

Isoptera 265 34 231 2 -1 5 0.363 263 -1.060 9.272 0.315

Araneae 658 427 231 0 - - - 658 -0.347 12.22 0.734

Homoptera 1048 192 856 102 -0.925 6.266 0.389 946 -2.105 10.082 0.061

Hymenoptera 1506 997 509 485 0.679 5.511 0.524 1021 1.320 10.422 0.214

Diptera 3214 861 2353 2921 -1.058 5.471 0.334 293 -1.267 9.260 0.235

t df p

Abundância 7127 2628 4499 3569 -1.7013 161.57 0.0908 3558 -1.785 298.72 0.075

Biomassa (mm3) 19646.96 4290.27 15356.68 7302.48 -2.0876 107.88 0.0391* 12344.4 -2.895 304.7 0.004

Riqueza 151 120 108 74 - - - 117 0.285 27.7 0.777

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

102

ANEXO A - PREDAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS POR ESPÉCIES EXÓTICAS NA

ILHA PRINCIPAL DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA. A -

ESPÉCIES INTRODUZIDA DE TEJO (SALVATOR MERIANAE) PREDANDO

CARANGUEJO-AMARELO (JOHNGARTHIA LAGOSTOMA) AMEAÇADO DE

EXTINÇÃO. B – GATO FERAL (FELIS CATUS) PREDANDO AVE MARINHA

Fotos: Luiz Mestre

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

103

ANEXO B - QUANTIDADE DE GORDURA ARMAZENADA NA FÚRCULA

Ilustração: Renata Floriano-Cunha

0 – Sem gordura na cavidade da fúrcula, ou em qualquer outro lugar do corpo.

1 – O fundo da cavidade da fúrcula está completamente preenchido, completando 1/3

da cavidade total.

2 – A cavidade da fúrcula apresenta-se 2/3 preenchida. Alguma gordura também pode

ser observada logo abaixo da axila e geralmente também no abdômen.

3 – A cavidade da fúrcula está completamente preenchida. Uma compacta camada

de gordura também pode ser observada abaixo das asas e do abdome.

4 – A cavidade da fúrcula está mais do que cheia.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

104

ANEXO C - TAMANHO DO MÚSCULO PEITORAL QUE ENVOLVE O OSSO ESTERNO

Adaptado de Bonnie Jo Manion

0 – Pouco músculo peitoral com o osso esterno bem visível.

1 – Musculatura peitoral cobrindo o osso esterno.

2 - Grande volume de músculo peitoral não sendo fácil a percepção do osso esterno.

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

105

ANEXO D - DESGASTE DAS PENAS

Ilustração: Renata Floriano-Cunha

0 – Sem uso, bordas das primárias perfeitas, a coloração é perceptível em toda a barra

terminal, incluindo a extremidade das mesmas.

1 – Levemente usadas, bordas das primárias ainda não apresentam franjeamentos ou

cortes atuais. Uma discreta coloração mais clara e perceptível nas porções laterais, mas

não nas extremidades das penas.

2 – Relativamente usadas. Bordas das primarias apresentam cortes e franjeamento ainda

discretos.

3 – Franjeamento bem definido, cortes e falhas são óbvios ao longo das bordas;

4 – Muito usadas. As primarias apresentam-se completamente talhadas nas bordas laterais

e extremidades.

5 – Excessivamente usadas, penas completamente esfarrapadas nas bordas, as

extremidades estão completamente quebradas a ponto de exercerem alguma influência

sobre o voo das aves.

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

106

ANEXO E - PROTUBERÂNCIA CLOACAL

Ilustração: Rodrigo Valenzuela A.

0 – Estado não reprodutivo.

1 – Estado reprodutivo parcial.

2 – Estado reprodutivo completo.

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Bianca de Freitas Terra Universidade Estadual do Vale do Acaraú ... Amanda Aragão, ... amigas que a biologia e que a vida

107

ANEXO F - PLACA DE INCUBAÇÃO

Ilustração: Renata Floriano-Cunha

0 – Placa de incubação não está presente. O peito encontra-se mais ou menos emplumado

e apresenta suave coloração vermelho escuro. Nenhuma área do peito ou abdômen

evidencia vascularização.

1 – As penas do peito foram perdidas e algumas vascularizações podem ser vistas, mas a

maior parte da área apresenta-se ainda lisa e vermelho escura.

2 – Vascularização evidente, algumas pregas estão presentes e algum fluido abaixo da pele

começa a tornar-se perceptível, dando a área uma coloração um pouco rosácea-opaca,

contraria a coloração vermelha escura dos músculos.

3 – Vascularização é extrema, a placa de incubação é espessa e enrugada, há mais fluido

embaixo da pele. Este é o grau máximo de extensão da placa de incubação e corresponde

ao período de incubação dos ovos.

4 – A maior parte da vascularização desapareceu e o fluido embaixo da pele também,

embora a pele mantenha-se ainda espessa e com a aparência ressecada e enrugada;

5 – Vascularização e o fluido desapareceram por completo e a maior parte das pregas e

rugas também. Presença de canhões de penas na área.