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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
MARIA MICHELINE BARRETO GOMES
AVALIAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) EM UMA EMPRESA INCORPORADORA NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA
FORTALEZA 2009
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ii
MARIA MICHELINE BARRETO GOMES
AVALIAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) EM UMA EMPRESA INCORPORADORA NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Profº Luiz Fernando Mählmann Heineck, PhD Co-orientador: Aerson Moreira Barreto, mestrando
FORTALEZA 2009
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G615a Gomes, Maria Micheline Barreto Avaliação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) em uma empresa incorporadora o Município de Fortaleza / Maria Micheline Barreto Gomes, 2009.
52 f. ; il. color. enc. Orientador: Prof. Ph. D. Luiz Fernando Mählmann Heineck Co-orientador: Mestrando Aerson Moreira Barreto Área de concentração: Construção Civil
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia. Depto. de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Fortaleza, 2009.
1. Combate ao desperdício 2. Gestão de resíduos 3. Resolução do CONAMA nº 307/02 I. Heineck, Luiz Fernando Mählmann (orient.) II. Barreto, Aerson Moreira (co-orient.) III. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Engenharia Civil IV. Título
CDD 620
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Dedico este trabalho aos meus pais,
Erivaldo e Socorro.
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vi
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por estar sempre presente nos momentos difíceis e por ter-me permitido
chegar até aqui.
A toda a minha família, em especial aos meus pais Erivaldo e Socorro, que
renunciaram seus sonhos em prol dos meus e que apostaram na minha vitória.
Ao professor Heineck pelo incentivo e sugestões dadas para a realização desta
monografia.
Ao mestrando Aerson Barreto por toda a sua paciência e disposição em contribuir para
o desenvolvimento do assunto.
À construtora por ter cedido sua obra e todos os dados necessários para a realização
deste estudo.
A todos os meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, enfrentando todos os
obstáculos, acreditando em mim e em meus ideais.
Aos amigos que fiz nesses anos de faculdade, que compartilharam comigo as horas de
estudo e os momentos de descontração.
Aos professores e aos funcionários por todo o apoio a me prestado.
A todos aqueles que participaram dessa caminhada e que mesmo sem saber me
ajudaram e ensinaram a superar meus limites.
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vii
A persistência é o caminho do êxito.
Charles Chaplin
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viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Fluxograma da metodologia ................................................................................... 4 Figura 3.1 – Exemplo de transporte de brita. ........................................................................... 21 Figura 3.2 – Exemplo de transporte de tijolos. ......................................................................... 21 Figura 3.3 – Uso de masseiras plásticas. .................................................................................. 22 Figura 3.4 – Uso do escantilhão. .............................................................................................. 22 Figura 3.5 – Armazenamento de tijolos em pallets. ................................................................. 23 Figura 3.6 – Uso de baias para agregados. ............................................................................... 23 Figura 3.7 – Armazenamento de sacos de cimento .................................................................. 23 Figura 3.8 – Exposição de traços em quadros didáticos. .......................................................... 24 Figura 3.9 – Gabarito para padronização da espessura da argamassa. ..................................... 24 Figura 3.10 – Central de montagem do aço. ............................................................................. 25 Figura 3.11 – Central de carpintaria. ........................................................................................ 25 Figura 3.12 – Central de corte de madeira................................................................................ 25 Figura 3.13 – Programação de produção e controle. ................................................................ 26 Figura 3.14 – Exemplos de quebra da alvenaria para instalações. ........................................... 26 Figura 3.15 – Exemplos de armazenamento incorreto. ............................................................ 27 Figura 3.16 – Exemplos de resíduos de tijolos cerâmicos. ....................................................... 27 Figura 3.17 – Contêiner ............................................................................................................ 28 Figura 3.18 – Armazenamento de materiais (areia e brita). ..................................................... 28 Figura 4.1 – Manifesto de transporte de resíduos. .................................................................... 35
LISTAS DE TABELAS
Tabela 2.1 – Índices de perdas levantados por Pinto (1989 apud Zordan, 1997) .................... 10 Tabela 3.1 – Índice de perdas em um canteiro de obras. .......................................................... 29
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ix
LISTAS DE QUADROS
Quadro 4.1– Plano síntese de gerenciamento de resíduos sólidos (adaptado). ........................ 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente ISO – International Organization for Standardization INOVACON - CE – Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil no Ceará PBQP - H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PGRCC – Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos PIGRCC – Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PMGRCC – Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil RCD – Resíduos da construção civil SEMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano SINDUSCON - CE – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará SINDUSCON - SP – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo TCPO – Tabela de Composição Orçamentária UFC – Universidade Federal do Ceará
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RESUMO
O gerenciamento de resíduos no canteiro de obra surgiu da necessidade de reduzir os impactos ambientais produzidos pela construção civil, o que através de técnicas e práticas adequadas associadas à legislação visa à minimização e o reaproveitamento dos resíduos. Procuraram-se identificar ações que reduzam o desperdício no canteiro de obras e estas foram propostas ao plano de gerenciamento de resíduos de uma obra, além de fazer um comparativo do indicador de perdas da literatura, de dois materiais de construção, com o da obra em estudo. A pesquisa foi desenvolvida a partir de um estudo de caso de uma obra. Palavras-chave: Ações que reduzem o desperdício, gerenciamento dos resíduos, plano de gerenciamento, resolução CONAMA nº 307/02.
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ viii LISTAS DE TABELAS ......................................................................................................... viii LISTAS DE QUADROS ......................................................................................................... ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. x 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 Objetivos .................................................................................................................... 2 1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 2 1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 3
1.2 Metodologia ............................................................................................................... 3 1.3 Estrutura do trabalho .............................................................................................. 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 6 2.1 Resíduos da Construção Civil (RCC) ..................................................................... 6
2.1.1 O desenvolvimento sustentável e a construção civil .......................................... 6 2.1.2 Impactos dos resíduos da construção civil (RCC) .............................................. 7
2.2 A construção civil e o desperdício ........................................................................... 7 2.2.1 Definição de desperdício na construção civil ..................................................... 8 2.2.2 Identificadores de perdas nos canteiros de obras................................................ 9 2.2.3 Gestão dos resíduos no canteiro de obras ......................................................... 10 2.2.4 Identificação das ações para redução de desperdício nos canteiros de obra .... 11
2.3 Resolução do CONAMA nº 307/02 ....................................................................... 14 2.4 Legislação do município de Fortaleza ................................................................... 16 2.5 Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil .............. 16
3 ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 19 3.1 História da construtora .......................................................................................... 19 3.2 Obra de estudo ........................................................................................................ 20 3.3 Coleta de dados sobre as práticas do PGRS da obra em estudo ........................ 21
3.3.1 Práticas encontradas no canteiro de obras ........................................................ 21 3.3.2 Indicador de perda de materiais da construção no canteiro de obra ................. 28
3.4 Seleção de ações que reduzem o desperdício no canteiro de obra ..................... 29 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................... 31
4.1 Análise da aplicação do PGRS no canteiro de obra ............................................ 31 4.2 Análise dos indicadores de perdas no canteiro de obra ...................................... 35 4.3 Análise das ações que reduzem o desperdício no canteiro de obra .................... 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 42 APÊNDICE A – Exemplos de ações que reduzem o desperdício ....................................... 48 ANEXO A – Itens constantes no PGRS da obra existente .................................................. 51 ANEXO B – Itens propostos para o PGRS da obra estudada ............................................ 52
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1
1 INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, o homem de diversas formas criou meios para utilizar e
aproveitar, de forma mais intensa, os recursos naturais, com a finalidade de atender às suas
necessidades. Porém, a busca pelo desenvolvimento trouxe grandes impactos ambientais,
como a geração dos resíduos sólidos. Em busca de uma melhor qualidade de vida, foram
adotadas tecnologias e matérias-primas, sem a preocupação com a geração de resíduos, que
necessitariam de um destino final apropriado, sejam eles perigosos ou não (ARAÚJO, 2006).
A construção civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para
o desenvolvimento econômico e social, porém comporta-se como grande geradora de
impactos ambientais. Isto pode se dar pelo consumo de recursos naturais ou pela quantidade
de resíduos gerados através de atividades relacionadas à construção e demolições de
edificações (CARVALHO et al., 2008).
Segundo Schenini et al. (2004), na indústria da construção civil, até então, não
havia nenhuma preocupação quanto ao esgotamento dos recursos naturais utilizados na
criação de novos produtos e, muito menos, com os custos e prejuízos gerados pelo desperdício
de materiais e destino dos resíduos produzidos nesta atividade.
Biancamano (2008) afirma que o volume dos resíduos de construção e demolição
é duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano, chegando a 450 kg por habitante.
Preocupados com a natureza e com os recursos por ela formados, algumas
construtoras estão trabalhando no sentido da não geração de resíduos, ou seja, alternativas que
tornem o processo produtivo mais limpo, diminuindo os impactos causados pela utilização
desses recursos (GORON et al., 2008).
No entanto, no Brasil são poucas as empresas de construção civil que fazem a
gestão de resíduos em canteiros de obra e desenvolvem ações planejadas para redução da sua
geração. Faz-se necessário desenvolver programas que incluam a segregação dos resíduos no
canteiro, a fim de reaproveitá-los ou conduzi-los à destinação adequada, mas para isso é
preciso o envolvimento dos diferentes agentes do setor da construção civil na gestão dos
resíduos no canteiro de obras (LÔRDELO et al., 200_).
Com as discussões das questões ambientais, veio o interesse por políticas públicas
para a redução dos desperdícios gerados pela construção civil, uma vez que o desperdício de
materiais, mesmo que em forma de resíduos de construção, popularmente chamado de
entulho, significa desperdiçar recursos naturais, o que coloca o setor da construção civil no
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centro das discussões na busca pelo desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões
(SOUZA et al., 2004).
Devido a essa preocupação com o meio ambiente foi criada a resolução nº 307 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 2002, que estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, que cria a cadeia de
responsabilidades (gerador, transportador e receptor). Isto abre caminho para o preparo de
normas técnicas, para o manejo correto dos resíduos e para o seu uso pós-reciclagem. Estas
obrigam os geradores a reduzir, reutilizar e reciclar, tratar e dispor os resíduos de construção e
demolição (RCD) (KARPINSKI et al., 2008).
O canteiro de obras é o local onde os operários processam a matéria-prima e a
transforma em bens e serviços. Porém, esse processo de transformação gera impactos
ambientais que podem ser reduzidos na etapa de planejamento de uma edificação. Isto
envolve o estudo e a análise crítica dos projetos, a elaboração dos cronogramas financeiros,
das atividades e de treinamentos e o estudo do layout do canteiro de obras com o objetivo de
aperfeiçoar a realização das atividades previstas (GEHLEN, 2009).
A gestão e gerenciamento no canteiro de obra surgiram da necessidade de reduzir
os impactos ambientais produzidos na construção civil, o que através de técnicas e
metodologias adequadas associadas à legislação visa à minimização e o reaproveitamento dos
resíduos (BARRETO et al., 2009a).
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é fundamental para a
redução dos resíduos gerados nos canteiros de obras. Esse plano estabelece procedimentos
necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos, além de
indicar à melhor forma de minimizar, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos
gerados pelas empresas. Estes elementos fazem parte do processo de licença ambiental
(PUCCI, 2006).
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo identificar as ações que diminuam a ocorrência
de desperdício em canteiros de obras e propô-las no Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos (PGRS) elaborado por uma construtora no município de Fortaleza, visando minimizar
a geração, bem como os impactos provocados pelos resíduos. Propõe-se também fazer um
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comparativo do indicador de perdas da literatura com o da obra através de um estudo do
revestimento cerâmico e da argamassa colante.
1.1.2 Objetivos Específicos
Para a obtenção do objetivo geral, especificam-se as etapas a serem realizadas:
a) Identificar ações na literatura que contribuam para a redução do desperdício em canteiros
de obras;
b) Aplicar uma dinâmica com as ações encontradas na literatura com à administração da obra
(engenheiro, mestre, encarregado e estagiários de Engenharia Civil) e com alunos e
professores do mestrado de construção civil do programa de pós graduação em Engenharia
Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC);
c) Propor a implementação das ações encontradas na literatura em uma proposta de Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) elaborado pela obra em estudo;
d) Comparar o indicador de perdas da literatura com o da construtora, através do estudo de
dois materiais utilizados em uma obra residencial;
e) Propor a inclusão de itens no plano de gerenciamento de resíduos sólidos para a referida
obra.
1.2 Metodologia
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi inicialmente o
estudo bibliográfico relacionado ao desperdício e a coleta das ações que reduzem o
desperdício em canteiro de obras. Após o levantamento na literatura foi feito um quadro
apresentando as ações e os exemplos encontrados na literatura.
Em seguida, foi feita uma dinâmica individual para a hierarquização das ações
utilizando-se fichas de papel, as quais tinham escritas as ações encontradas na literatura. Foi
realizada a seleção das ações com a administração da obra (engenheiro, mestre, encarregados
e estagiários de Engenharia Civil) e com alunos e professores do mestrado de Construção
Civil do programa de pós-graduação em Engenharia Civil da UFC. Das oito ações
selecionadas foi feita uma classificação em ordem crescente, a partir do grau de importância
dado pelos participantes.
Após isso, verificaram-se as ações selecionadas em uma obra residencial. Na
mesma obra comparou-se o indicador de perdas de dois materiais utilizados no momento da
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pesquisa, a cerâmica 60cm x 60cm para piso e a argamassa colante tipo AC II flex, com o
encontrado na literatura. Após a aplicação das ações no canteiro de obra e do comparativo dos
indicadores, propôs-se a inclusão de itens no plano de gerenciamento de resíduos para a
referida obra.
A sequência da metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa pode
ser verificada através do fluxograma apresentado na Figura 1.1.
Figura 1.1 – Fluxograma da metodologia
1.3 Estrutura do trabalho
Este trabalho está dividido em 5 capítulos, os quais apresentam-se resumidos logo
abaixo:
No capítulo 1 está descrito a introdução do trabalho, os objetivos gerais e
específicos e a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho.
No capítulo 2 estão apresentados os impactos causados pela geração de resíduos,
os conceitos relacionados ao desperdício, as ações encontradas na literatura que diminuem o
Revisão Bibliográfica
Coleta/seleção das ações
Elaboração da dinâmica individual
Pesquisa com a empresa: – Coleta de dados – Material fotográfico
Análise dos dados
Conclusão da 1ª parte: Pesquisa Exploratória
Conclusão da 2ª parte: Levantamento de dados
Proposta de itens para o plano de gerenciamento de resíduos sólidos
Conclusão 3ª parte: Considerações finais
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desperdício em canteiros de obras, a Resolução CONAMA nº 307/02 e a importância do
PGRS em um canteiro de obras.
No capítulo 3 é apresentado um estudo de caso de um canteiro de obras de uma
construtora no município de Fortaleza.
No capítulo 4 são apresentadas as análises da pesquisa no canteiro de obras.
Por fim, no capítulo 5 encontram-se as conclusões deste trabalho.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A revisão bibliográfica é a parte do trabalho que aborda os principais aspectos do
resíduo da construção civil (RCC), onde são abordados tópicos sobre o desenvolvimento
sustentável e a construção civil, os impactos causados pelos resíduos, os conceitos
relacionados ao desperdício na construção civil, as ações existentes na literatura que
contribuem para a redução de desperdício em canteiros de obras e os princípios que guiam o
PGRS.
2.1 Resíduos da Construção Civil (RCC)
Devido às atividades realizadas dentro do canteiro de obra existe a necessidade de
uma gestão sustentável. Para isso é fundamental a minimização da geração dos resíduos
através do gerenciamento e do uso dos resíduos (REZENDE NETO, 2008).
2.1.1 O desenvolvimento sustentável e a construção civil
Devido a escassez dos recursos naturais e a atenção dada as questões ambientais,
tem-se incentivado a procura de soluções que unam o desenvolvimento econômico e
sustentável, com o objetivo de combater o problema da disposição de resíduos em locais
inapropriados (KARPINSKI et al., 2008).
O conceito de desenvolvimento sustentável surge da necessidade de buscar o
equilíbrio entre a produção e a preservação ambiental, ou seja, satisfazer as condições atuais
sem comprometer a geração futura (GAEDE, 2008).
O desenvolvimento sustentável é uma forma de desenvolvimento econômico que
visa a preservação dos recursos naturais não apenas em benefício do presente, mas também
para as gerações futuras, dando condições para que as mesmas tenham chance de viver bem,
de acordo com suas necessidades (SJÖSTROM, 1996 apud GAEDE, 2008).
Para conseguir a sustentabilidade do setor da construção civil é preciso que cada
empresa de construção civil passe por transformações, ou seja, crie procedimentos para
gerenciar os resíduos produzidos na forma mais racional possível (REZENDE NETO, 2008).
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2.1.2 Impactos dos resíduos da construção civil (RCC)
Segundo Araújo (2002 apud Tozzi, 2006) os resíduos gerados decorrentes das
atividades da construção civil podem comprometer o meio ambiente na geração e na
disposição final. Gaede (2008) afirma que todas as etapas da cadeia produtiva causam
impactos ambientais, desde a extração de matérias-primas passando pela construção,
utilização e demolição.
De acordo com Sinduscon-SP (2005), estudos realizados em diversas cidades
brasileiras, indicam que cerca de 75% dos resíduos gerados pela construção nos municípios
provêm de construções informais (obras de construção, reformas e demolições, geralmente
realizadas pelos próprios usuários dos imóveis) e que a construção formal contribui com
cerca de 15% a 30% na massa dos resíduos da construção e demolição.
Embora representem uma parcela menor em relação à construção informal, os
resíduos provenientes da construção formal podem ser destinados de forma irregular, assim
como os resíduos da construção informal. Isto tem causado impactos ambientais
significativos, além de expor a atividade da construção empresarial a penalidades decorrentes
da responsabilização por crime ambiental (SINDUSCON-SP, 2005).
De acordo com Ângulo e John (2003), a ausência ou a ineficiência de políticas
específicas para o controle da geração de resíduos tem feito com que os mesmos apresentem
impactos ambientais. Segundo Shenini et al. (2004), grande parte dos resíduos originados na
construção civil é depositada clandestinamente em terrenos baldios, em córregos e rios
comprometendo a paisagem urbana e o tráfego de veículos e pedestres.
Tozzi (2006) cita que alguns dos impactos são causados devido ao mau
gerenciamento dos resíduos, o que interfere na qualidade do ar, do solo e no surgimento de
insetos que afetam à saúde, além da contaminação de outros resíduos na área de
armazenamento temporário. Com isso, se faz necessário buscar alternativas que reduzam os
impactos causados pelo setor da construção civil, em especial nos canteiros de obras.
2.2 A construção civil e o desperdício
De acordo com Gaede (2008) até a década de 80 não havia nenhuma preocupação
em relação ao esgotamento dos recursos não renováveis utilizados no processo produtivo,
nem com os custos e prejuízos causados pelo desperdício de materiais e muito menos com o
destino dado aos resíduos produzidos.
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Porém, segundo Schenini et al.(2004) esta situação reverteu-se e as informações
obtidas pelas pesquisas exibem os índices de perdas e a quantidade de resíduos gerados
devido a atividades ligadas a construção civil
No Brasil, a geração dos resíduos da construção civil está diretamente ligada à
parcela do excesso de consumo de materiais nos canteiros de obras (GAEDE, 2008;
PICCOLI, 2008).
Cada obra tem uma característica própria, porém isso não é justificativa para os
erros que acontecem na indústria da construção civil. O desperdício afeta a todos os setores
produtivos, o que faz necessário rever as técnicas e os métodos adotados no processo de
produção (CEIC, 1996).
Para o desenvolvimento da construção é preciso conhecer os valores das perdas,
compreender as decisões tecnológicas que reduzem o consumo desnecessário de materiais e
ter um programa de gestão dentro do canteiro de obras, o que envolve a redução da produção
de resíduo, o seu gerenciamento, sua reciclagem e o reuso (PICCOLI, 2008).
2.2.1 Definição de desperdício na construção civil
O conceito de desperdício em obras de construção civil geralmente está associado
a perdas de materiais e a geração de resíduos, porém o desperdício pode estar também
relacionado com perdas financeiras (BARRETO; HEINECK, 2009).
Para diferenciar os termos perdas e desperdícios, Soibelman (1993) caracteriza as
perdas em inevitáveis como sinônimo de perdas naturais e em perdas evitáveis, as quais são
geradas em decorrência do emprego inadequado dos materiais, roubo e vandalismo.
Para Souza (1997) as perdas seriam o consumo de materiais que excede a
quantidade teoricamente necessária e podem ser medidas através de unidades físicas ou
financeiras. São classificadas em aparentes (ou diretas) e de natureza oculta (indiretas). As
perdas diretas representam as perdas que saem da obra como entulho, as indiretas representam
as perdas que ficam incorporadas à obra na forma de componentes cujas dimensões finais são
superiores àquelas projetadas. Podem ser subdivididas em perdas por substituição, por
imprevisão e por negligência.
Formoso et al. (1997) afirmam que as perdas devem ser entendidas como
qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital
em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação. Dessa forma, as
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perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas
desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor.
Assim, perda é um conceito que engloba tanto as ocorrências evitáveis quanto
inevitáveis, enquanto o desperdício corresponde somente às ocorrências evitáveis
(SOIBELMAN, 1993).
2.2.2 Identificadores de perdas nos canteiros de obras
O canteiro de obras é uma estrutura dinâmica e flexível que durante o
desenvolvimento da obra assume características distintas em função da mão-de-obra, dos
materiais e dos equipamentos. Entretanto, os recursos que são transformados em produtos
geram impactos ambientais e devido ao mau uso são desperdiçados. Para diminuir esses
problemas é preciso que se desenvolvam sistemas de controle de materiais que auxiliem no
seu gerenciamento (GEHLEN, 2008).
De acordo com Soibelman (1993), a falta de informação sobre as perdas de
materiais de construção nos canteiros de obras gera incerteza quanto ao consumo real dos
materiais, trazendo dificuldades para a estimativa de custos. Os orçamentos, ao invés de
refletir o real desempenho da empresa, são elaborados com índices de perdas obtidos em
publicações técnicas, que variam entre 5% a 10%.
Os indicadores de perdas podem ser utilizados de diversas maneiras: para fazer
um comparativo entre obras semelhantes, para a criação de indicadores como base para
orçamentos, para controle de consumo e para comparação entre diferentes tecnologias
(SOUZA, 1997 apud PALIARI, 1999; SOUZA; PALIARI, 2006).
Os indicadores de perdas têm a função de demonstrar o desempenho atual de uma
organização, de controlar um processo em relação a um padrão estabelecido e para servir
como instrumento para o estabelecimento de metas ao longo do processo de melhoria
contínua. Apresentam papel importante na motivação das pessoas envolvidas no processo de
produção (FORMOSO et al, 1997).
O indicador de perda pode ser definido como a relação percentual entre os
recursos efetivamente utilizados na produção de um produto e os recursos de referência de um
determinado serviço e/ou obra. Os indicadores de perdas são geralmente expressos em
porcentagem (PALIARI, 1999; SOUZA; PALIARI, 2006).
Embora exista pouca bibliografia que aborde o uso de indicadores, os índices
apresentados encontram-se às vezes subestimados para uma grande maioria de materiais, além
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de não os relacionarem, em muitos casos, com as características dos materiais e dos serviços
onde os mesmos são consumidos (PALIARI, 1999).
Como exemplo de índices de perdas tem-se a Tabela 2.1 onde a cal hidratada e a
argamassa colante são apresentadas por Pinto com valores de perdas demasiadamente altos.
Porém, esses índices não podem ser generalizados, já que se trata de valores obtidos em uma
única obra (PINTO apud ZORDAN, 1997).
Tabela 2.1 – Índices de perdas levantados por Pinto (1989 apud Zordan, 1997)
Material Índice de desperdício (%)
Real Usual Madeiras em geral 47,45 15,00 Concreto usinado 1,34 5,00 Aço 26,19 20,00 Componentes de vedação 12,73 5,00 Cimento 33,11 15,00 Cal hidratada 101,94 15,00 Areia 39,02 15,00 Argamassa colante 86,68 10,00 Azulejos 9,55 10,00 Cerâmica de piso 7,32 10,00
Para Souza e Paliari (2006), o uso de indicadores serve para a tomada de decisão e
para o planejamento do consumo de materiais, evitando dessa forma o uso excessivo de
materiais.
2.2.3 Gestão dos resíduos no canteiro de obras
A gestão dos resíduos tem como diretrizes técnicas a melhoria da limpeza urbana,
a possibilidade do exercício das responsabilidades dos pequenos geradores por meio de
pontos de captação, a racionalização como ferramenta para a redução de resíduos e o
incentivo ao gerenciamento dos resíduos gerados através da caracterização, triagem,
acondicionamento, transporte e destinação final (GAEDE, 2008).
Segundo Resolução do CONAMA nº 307/02 o gerenciamento de resíduos visa
reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos, envolvendo planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao
cumprimento das etapas previstas em programas e planos.
Para SOUZA et al.(2004) é necessário que ações sejam implantadas nas diversas
fases da construção, em especial na fonte de geração, ou seja, nos canteiros de obras. Com
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isso, são realizados estudos com o objetivo de desenvolver ações planejadas para redução dos
resíduos no canteiro de obras.
Ângulo e John (2000) identificam algumas ações que se direcionam para a
redução de resíduos na construção civil: mudanças de tecnologia para combater as perdas;
aperfeiçoamento e flexibilidade de projeto; melhoria da qualidade de construção, de forma a
reduzir a manutenção causada pela correção de defeitos; seleção adequada de materiais,
considerando, inclusive, o aumento da vida útil dos diferentes componentes e da estrutura dos
edifícios; capacitação de recursos humanos; utilização de ferramentas adequadas; melhoria
das condições de estoque e transporte; melhor gestão de processos; incentivo para que os
proprietários realizem modificações nas edificações e não demolições; taxação sobre a
geração de resíduos; medidas de controle de disposição e campanhas educativas.
2.2.4 Identificação das ações para redução de desperdício nos canteiros de obra
As perdas são causadas devido a processos inadequados. Porém, a literatura
apresenta ações que têm contribuído para que o desperdício de materiais seja reduzido antes
da realização da edificação e durante a sua execução. No apêndice A encontra-se o
levantamento de ações retiradas da bibliografia que contribuem para a redução do desperdício
em canteiros de obras.
Segundo Gehlen (2009), o planejamento da obra é primordial para a qualidade do
empreendimento, pois é nesta fase que são previstos os impactos ambientais e são elaboradas
diretrizes e padrões a serem seguidos durante a execução dos projetos. Esse planejamento
deve englobar o estudo e análise crítica dos projetos, elaboração dos cronogramas financeiros
baseados em orçamentos, treinamento da mão de obra e estudo do layout do canteiro de obras
de modo que venham a contribuir para a realização das atividades previstas de maneira
adequada.
Gehlen (2008) afirma que grande parte das perdas no canteiro de obras pode ser
evitada com a compatibilização de projetos antes do início da obra. Estudos antecipados dos
projetos minimizam a paralisação das atividades da obra, enquanto se procura a solução de
detalhes por parte dos executores e uma maior interação entre construtores e projetistas para
reduzir gastos desnecessários com a correção de erros.
Uma razão para a perda de materiais é a falta de qualificação dos operários das
obras, o que resulta em erros na execução e consequentemente no desperdício de materiais.
Assim é importante o treinamento da mão de obra em relação aos procedimentos e as técnicas
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que devem ser adotadas na execução dos serviços (PUCCI, 2006; SOIBELMAN, 1993). A
pesquisa realizada por Formoso et al. (1993) mostrou que a mudança de atitude dos
envolvidos no processo construtivo é mais importante que as mudanças tecnológicas para o
bom desempenho das atividades no canteiro de obras.
Uma forma de reduzir o desperdício é através do planejamento de canteiro, pois
durante a fase de construção este passa por constantes modificações. O planejamento do
canteiro é definido como planejamento de layout e da logística das instalações provisórias,
instalações de movimentação e armazenamento de materiais e instalações de segurança. A
organização do canteiro de obras é importante para o bom desenvolvimento das atividades, ou
seja, para o perfeito funcionamento dos processos relacionados às instalações de canteiro
(SAURIN, 1997 apud PALIARI, 1999).
Para definir o layout de canteiro é preciso ter informações sobre as atividades
desenvolvidas nele, as plantas apresentando o tamanho do empreendimento e os materiais
utilizados para a execução da construção (SOUZA, 1997 apud CALLOU FILHO, 2008).
Segundo Soibelman (1993), através do layout de canteiro consegue-se determinar
o arranjo físico de homens, materiais e equipamentos, de modo a utilizar o espaço físico
eficientemente e com isso reduzir as perdas em processos como o recebimento, a estocagem,
o manuseio e a utilização dos materiais.
Na etapa do recebimento de materiais é preciso estabelecer procedimentos e
critérios padronizados, conferir a quantidade de material entregue de acordo com a
especificação do pedido e utilizar locais específicos para o descarregamento do material
(SEBRAE, 1996; PALIARI, 1999).
De acordo com Pinto (1992 apud Xavier, 2001) a ausência de qualidade dos
materiais e componentes de construção ofertadas no mercado são motivos para a geração de
resíduos, porém Souza et al. (2004) afirmam que a aquisição de material através da relação
custo/benefício pode evitar materiais defeituosos durante o seu recebimento.
Para materiais frágeis, como blocos, placas cerâmicas e telhas, o
acondicionamento inadequado nos equipamentos de transporte, associado às condições de
trajeto desfavoráveis, podem ocasionar a quebra dos mesmos, o que resulta em perdas para a
construtora (PALIARI, 1999).
Outra etapa importante é a de estocagem de materiais que pode responder por uma
significativa parcela das perdas nos canteiros de obras. Durante o planejamento do layout do
canteiro é importante definir o local de armazenamento, se possível, próximo ao local de
utilização do material para evitar o duplo manuseio (SEBRAE, 1996).
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Paliari (1999) menciona alguns procedimentos para o armazenamento de
materiais:
a) Os agregados devem ser estocados em compartimentos separados;
b) Os sacos de cimento devem ser armazenados sobre estrados de madeira, o mais
próximo da betoneira, em pilhas de, no máximo, 15 sacos, durante período de armazenamento
não superior a 15 dias, ou na altura de, no máximo, 10 sacos, quando for utilizado dentro de
um período superior a este. Deve-se estocar segundo o princípio PEPS (primeiro que entra,
primeiro que sai);
c) As barras de aço devem ser separadas por bitola e evitar o seu contato com o
solo;
d) Com relação ao gesso, eles devem ser estocados sobre estrados e as pilhas não
devem conter mais do que 20 unidades superpostas.
Para controlar o consumo de material, Chen (2002 apud Pucci 2006) sugere a
utilização de etiquetação do material através de códigos de barra, pois isto tanto controla o
estoque no almoxarifado como quanto cada equipe solicitou para a execução de suas
atividades. De acordo com Sebrae/RS (1996) a previsão do consumo de materiais pode ser
feita com base no orçamento, levando em conta os níveis de perdas.
Scardoelli et al. (1994 apud PALIARI, 1999) especificam o controle que pode ser
utilizado na produção de argamassa e concreto. Ele pode ser feito através da exposição dos
traços em quadros didáticos utilizando desenhos e cores e através do uso de padiolas
corretamente dimensionadas. Pode-se adotar também um sistema de fichas coloridas que são
entregues ao responsável pela produção destes materiais, de acordo com a necessidade do
posto de trabalho.
As perdas de placas cerâmicas também podem ser devido às quebras de
componentes durante o corte, muitas vezes em função do uso de equipamentos inadequados.
Pode ocorrer também devido a falta de projeto de paginação e da inadequação das peças às
dimensões dos ambientes em que são aplicadas (PALIARI, 1999).
Outra forma de reduzir o desperdício no canteiro de obras é através do projeto de
paginação das alvenarias. A falta de modulação de projeto e de padronização das dimensões
dos blocos e as variações dimensionais podem ser causas para os elevados índices de perdas
em algumas obras (PUCCI, 2006).
Embora a modulação do projeto de alvenaria seja útil na redução do desperdício
de tijolos, se não houver previsão de todos os componentes necessários a cada posto de
trabalho, pode ocorrer a geração de entulho à medida que o pedreiro, na falta do componente
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especificado em projeto, utilizar o que está disponível, perdendo o controle do processo e a
finalidade do projeto de modulação (PALIARI, 1999).
A elaboração de projeto específico de alvenaria de vedação em coordenação com
os outros projetos (arquitetura, estrutural, instalações e outros), reduz as interferências com as
instalações elétricas e hidro-sanitárias, o que diminui os rasgos na parede durante a execução
desses serviços (PALIARI, 1999).
Com relação às placas de gesso, as perdas na construção são significativas, devido
às atividades de corte. Elas dependem muito da modulação da obra. O gesso aplicado como
revestimento diretamente sobre alvenaria gera grande quantidade de resíduos (JOHN;
CINCOTTO, 2007).
Segundo Pucci (2006) a utilização de tapetes de borracha com espessura de
aproximadamente de 5mm seria uma alternativa para a redução dos resíduos do gesso, pois o
tapete resiste ao processo de secagem do gesso.
2.3 Resolução do CONAMA nº 307/02
No Brasil até 2002 não existiam leis e resoluções para os resíduos gerados em
obras da construção civil. Em janeiro de 2002 foi criado pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) a Resolução nº 307, que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações
necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da
construção civil (KARPINSKI et al., 2008).
A Resolução nº 307/02 apresenta como grande mudança o fato de que o gerador é
o responsável pelo resíduo gerado. Dessa forma, a preocupação da construção civil não é
apenas com a contratação de um caçambeiro e sim com a geração, gestão e transporte dos
resíduos até o seu destino final (PUCCI, 2006).
Esta resolução classifica os resíduos de acordo com sua possibilidade de
reutilização (MARIANO, 2008):
a) Classe A - reutilizáveis ou recicláveis como agregados (tijolos e cerâmicas);
b) Classe B - recicláveis para outras destinações (plásticos, papéis, metal e
madeira);
c) Classe C - inviáveis quanto a sua reutilização em função da tecnologia
disponível (gesso);
d) Classe D - perigosos e oriundos do processo de construção (tintas e amianto).
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Segundo Piovezan (2007 apud Biancamano, 2008), a classificação dos resíduos
nessas quatro classes facilita a segregação e o transporte desses materiais além de possibilitar
a redução no custo de disposição final e ganhos sócio-ambientais.
As diretrizes especificadas na Resolução nº307/02 tornam obrigatória a
elaboração de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PIGRCC), bem como a criação de um Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil (PMGRCC) em todos os municípios (TOZZI, 2006).
O PMGRCC deverá conter o cadastramento de áreas públicas ou privadas para
receber o resíduo de acordo com sua classificação, o estabelecimento de processos de
licenciamento dessas áreas, os critérios de cadastramento de transportadores, ações de
orientação, fiscalização e controle dos agentes envolvidos (TOZZI, 2006).
Esta Resolução obriga as construtoras a prestarem contas do entulho gerado nos
canteiros de obras, ou seja, além de exercerem sua função de construir, têm que adotar um
plano de gerenciamento e apresentá-lo aos órgãos de licenciamento municipais para a
obtenção da licença de construção (PUCCI, 2006; TOZZI, 2006).
Segundo Lôrdelo (2006) a elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil para cada empreendimento envolve o estabelecimento de procedimentos
necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
As construtoras têm que indicar a quantidade de entulho que a obra irá gerar,
comprometendo-se em reciclar uma parte e de informar o destino das sobras, sob o risco de
não obterem o alvará (REZENDE NETO, 2008).
De acordo com Pucci (2006), uma das falhas dessa resolução é que dá tratamento
diferenciado ao gerador de pequeno e grande porte, mas não estabelece critérios para
diferenciá-los. Além disso, não diferencia os municípios por tamanho e/ou capacidade de
aplicação da resolução, pois grande parte dos municípios não possuem aterro sanitário.
Wiens e Hamada (2006) citam que a ausência de normas locais ou a fiscalização
ineficiente favorecem as deposições irregulares ou inadequadas que, por sua vez, criam um
cenário favorável ao surgimento de problemas como desperdício de recursos naturais.
Segundo o Sinduscon - SP (2005), para que haja o cumprimento das normas, as
construtoras deverão ser submetidas às Leis de Crimes Ambientais da resolução de fevereiro
de 1998, que prevê penalidades para a disposição final de resíduos em desacordo com a
legislação.
O manual do Sinduscon - SP (2005) menciona também que é os agentes
envolvidos na gestão dos resíduos devem ser previamente identificados e qualificados, para
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garantir a segurança dos processos posteriores à geração.
2.4 Legislação do município de Fortaleza
A Prefeitura Municipal de Fortaleza, através do Plano Integrado de
Gerenciamento, busca a solução para o problema dos pequenos volumes, quase sempre mal
dispostos e, toma providências em relação aos agentes envolvidos com os grandes volumes de
resíduos (LIMA, 2006).
Segundo Lima (2006), o município de Fortaleza possui uma legislação própria
com relação aos resíduos da construção civil (RCC), mas precisa buscar técnicas e
procedimentos de gestão que, com base em experiências realizadas em outros municípios
brasileiros como Curitiba, tornem eficientes a implantação de um sistema de gestão de RCC.
Um dos seus artigos expressa o seguinte texto:
“Art. 1º - Os produtores de resíduos vegetais, inertes e de natureza séptica se obrigam a apresentar Plano de Gerenciamento de seus resíduos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano - SEMAM, a quem competirá a análise de todos os Planos de Gerenciamento de Resíduos do Município de Fortaleza, competindo-lhe ainda a emissão do respectivo Termo de Aprovação”.
O decreto nº 11.646/2004 determina que as empresas além de apresentar um
projeto de gerenciamento à SEMAM, estas devem enviar mensalmente um relatório com as
quantidades e o destino dos resíduos gerados na construção (FORTALEZA, 2004).
O Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil da Prefeitura Municipal de
Fortaleza tem os seguintes princípios: facilitar a ação do conjunto dos agentes envolvidos;
disciplinar sua ação institucionalizando atividades e fluxos; incentivar sua adesão tornando
vantajosos os novos procedimentos e melhorar o gerenciamento e fiscalização dos agentes
envolvidos. Isto pode ser obtido através de planos de ações para pequenos e grande geradores
de resíduos (LIMA, 2006).
2.5 Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC)
é composto pelo Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PMGRCC) e pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC).
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Trata-se de um instrumento para a implementação da gestão de resíduos da construção civil e
de responsabilidade dos Municípios, Distrito Federal e geradores (BIANCAMANO, 2008).
O Programa Municipal de gerenciamento de RCC deve apresentar diretrizes
técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores e
transportadores. O Plano de gerenciamento de RCC deve orientar, disciplinar e expressar o
compromisso por parte dos grandes geradores de resíduos, sejam eles públicos ou privados
(PUCCI, 2006).
O Plano tem como objetivo o gerenciamento de todos os resíduos de forma
apropriada e segura, desde a sua geração até a disposição final. Neste documento devem
constar as seguintes exigências (GORON et al., 2008):
a) Caracterização: identificação e quantificação dos resíduos da obra;
b) Triagem: preferencialmente na origem, conforme as classes estabelecidas;
c) Acondicionamento: do confinamento ao transporte, assegurando a condição de
reutilização e reciclagem;
d) Transporte: de acordo com as características dos resíduos e normas técnicas
específicas;
e) Destinação: de acordo com a classe dos resíduos.
Segundo Goron et al. (2008), a etapa da segregação é fundamental, pois através da
separação dos materiais, ocorre a identificação dos resíduos gerados em um canteiro de obra.
Com esta prática evita-se a mistura dos resíduos, garante-se a possibilidade de reutilização,
reciclagem e a segurança no manuseio. A segregação deve ser feita no local de origem desse
resíduo.
O acondicionamento está diretamente ligado à etapa da segregação e depende de
cada tipo de resíduo, forma de tratamento e/ou disposição final e tipo de transporte utilizado.
Segundo Gaede (2008), o acondicionamento adequado após a geração até a etapa de
transporte evita acidentes e facilita a realização da etapa da coleta, além de minimizar o
impacto visual e olfativo.
Em relação ao transporte do resíduo, estes devem permanecer armazenados na
obra temporariamente e normalmente são coletados por empresa terceirizada. É importante
verificar se a empresa que é responsável pela coleta e pelo transporte do resíduo gerado está
de acordo com as Normas Técnicas e à legislação vigente. O gerador é o responsável pelo seu
resíduo até que ele sofra algum tipo de transformação (GORON et al., 2008).
O mesmo autor afirma que o tratamento e a disposição final dos resíduos são
etapas fundamentais para o gerenciamento destes. Deve-se sempre buscar o tratamento do
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resíduo, seja através do reuso, da reciclagem interna ou da reciclagem externa. Caso algum
resíduo não consiga ser tratado e se mesmo após o tratamento ele tiver que ser disposto, então
serão usados locais apropriados para essa disposição que são os aterros. Os aterros são
construídos de forma adequada para receberem resíduos que não podem ter outra destinação.
Araújo et al. (2003) destacam que dentro de um plano de gerenciamento adota-se
uma escala de prioridades. Inicialmente tem-se a importância da prevenção, através da
modificação do processo produtivo e da substituição de matérias-primas e insumos, seguida
da minimização da geração que é fundamentada na adoção da política dos 3R’s (reutilização,
reaproveitamento e reciclagem).
Barreto et al. (2009b) desenvolveram, a partir de um estudo de caso, um quadro
com os dados coletados dos planos de gerenciamento de quatro obras visitadas por eles.
Verificaram que o plano de gerenciamento de forma sumária deve orientar a gestão interna do
canteiro, a remoção e a destinação dos resíduos, dando atenção, explicitamente, as etapas de
caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação. O quadro elaborado por
estes autores foi adaptado para posterior utilização na análise dos resultados da obra, objeto de
estudo deste trabalho.
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3 ESTUDO DE CASO
No capítulo anterior foi apresentado a importância dos indicadores de perdas e as
ações que contribuem para a redução do desperdício no canteiro de obras. Foi analisado o
objetivo do plano de gerenciamento de resíduos nas obras e neste capítulo é apresentado um
estudo de caso envolvendo uma obra residencial.
Segundo Yin (2001) o estudo de caso é uma investigação empírica que estuda um
fenômeno dentro do seu contexto real, o qual se baseia em fontes de evidências para que
beneficie o desenvolvimento das proposições teóricas conduzindo-as para a coleta e análise de
dados.
O mesmo autor destaca que para realizar um estudo de caso de qualidade são
fundamentais seis fontes de evidências: a documentação, os registros em arquivos, as
entrevistas, a observação direta, a observação participante e os artefatos físicos.
Para o desenvolvimento do estudo de caso utilizou-se a observação direta na obra
de estudo e esta foi complementada com material fotográfico com o objetivo de dar um
melhor entendimento do assunto aos observadores externos.
Este capítulo apresenta estudo de caso de uma obra do setor da construção civil,
situada em Fortaleza, Ceará. Analisou-se a empresa através de observações de práticas
realizadas no canteiro de obra e da aplicação do uso de indicador de perdas em dois materiais
de construção.
3.1 História da construtora
É uma empresa de Fortaleza que atua no ramo da construção civil. Suas obras
executadas somam mais de 650.000m² em todo o país. São residenciais de alto padrão,
empreendimentos hospitalares e obras industriais para clientes de grande porte.
Na área residencial, atua na escolha da localização, na definição da planta até a
construção e na comercialização do empreendimento. Desde 2006, tem-se destacado por
realizar construções de condomínios horizontais de luxo.
Ela é uma empresa certificada pela ISO 9001-2000 e PBQP-H, além de ser uma
empresa afiliada ao Sinduscon/CE. A construtora desenvolveu um trabalho coordenado pelo
INOVACON-CE relacionado ao planejamento do controle de produção, fazendo parte deste
projeto professores universitários, engenheiros, mestres e estagiários da obra. O planejamento
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foi implantado no seu atual empreendimento, um condomínio de luxo de 14 unidades
residenciais previsto para ser entregue em junho/2010.
3.2 Obra de estudo
A obra estudada está situada no bairro Dunas. Trata-se de um empreendimento
residencial horizontal com 14 unidades em um terreno de 7.870m², com lotes de até 579,50m²
e casas com áreas de até 352,43m². O projeto inicial de cada casa consta de 03 suítes, estar
íntimo com opção de gabinete e lavabo, tendo a possibilidade de modificações. Além disso,
consta com uma área de lazer com piscina, guarita e uma caixa d’água coletiva.
No momento da coleta de dados a obra estava realizando atividades em 06
residências, na área de lazer (clube e piscina) e na caixa d’água, ou seja, ela se encontrava em
uma etapa com diversos serviços sendo executados simultaneamente, como alvenaria,
revestimento de piso, execução de contrapisos, instalações elétricas e hidráulicas,
revestimento de gesso, chapisco, reboco e colocação de forro de gesso acartonado. Na obra
trabalhavam aproximadamente 100 operários (funcionários da empresa e terceirizados), todos
divididos em pacotes de serviço e localizados em unidades residenciais diferentes.
A obra conta com um plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) de
acordo com a resolução nº 307/02. Os itens apresentados em seu plano encontram-se no
Anexo A.
O plano de gerenciamento da obra destaca à aplicação de critérios que minimizam
a quantidade de resíduos gerados. Na etapa de projeto, o plano aborda a racionalização do
processo que deve ocorrer nos serviços de alvenaria e na aplicação de revestimentos
cerâmicos. Deve existir um projeto de paginação adequado evitando o corte do tijolo e o da
cerâmica.
Segundo o plano, os resíduos da classe A devem ser reaproveitados para reboco e
alvenaria. Os demais resíduos relacionados B devem ser levados à usina de reciclagem de
resíduos sólidos situada em Cajazeiras, Fortaleza. Os resíduos relacionados ao gesso devem
ser moídos, ensacados e reaproveitados em uma nova obra pertencente à construtora ou ser
aplicada em enchimento de rasgos da alvenaria para instalações elétricas.
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3.3 Coleta de dados sobre as práticas do PGRS da obra em estudo
A coleta de dados se desenvolveu a partir da análise do PGRS no canteiro de obra
da referida construtora através das práticas encontradas na obra, do uso de indicador de perda
para dois materiais de construção e da coleta de ações que contribuem para a redução do
desperdício no canteiro de obra.
3.3.1 Práticas encontradas no canteiro de obras
No canteiro de obras verificou-se uma preocupação em relação ao transporte e ao
armazenamento de materiais como areia, brita e tijolos. A construtora fez a substituição dos
carros de mão pelos bobcats para fazer o transporte de materiais (areia, brita, cerâmicas) até o
local de armazenamento. Estes equipamentos são utilizados também para a movimentação
paletizada de tijolos conforme apresentam a Figura 3.1 e Figura 3.2.
Figura 3.1 – Exemplo de transporte de brita.
Figura 3.2 – Exemplo de transporte de tijolos.
Outra prática utilizada é o uso de masseiras de plástico transportáveis em
carrinhos especiais, conforme Figura 3.3, que reduzem o tempo de transporte e propiciam
posições de trabalho confortáveis. Elas também evitam o desperdício de materiais decorrentes
das mudanças de recipientes como de baldes para carrinhos e destes para as masseiras.
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Figura 3.3 – Uso de masseiras plásticas.
Observou-se no canteiro de obra a utilização do escantilhão, equipamento
destinado para a elevação da alvenaria. Ele faz parte dos itens de verificação da planicidade
da parede e do nível das fiadas, conforme observado na Figura 3.4.
Figura 3.4 – Uso do escantilhão.
Verificou-se também o uso de pallets tanto para o transporte quanto para o
armazenamento de tijolos, conforme mostra a Figura 3.5. Após o recebimento na obra é feito
um controle da quantidade de tijolos colocados em cada pallet.
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Figura 3.5 – Armazenamento de tijolos em pallets.
Outra prática observada é o uso de baias (Figura 3.6) com proteção nas três faces.
Este procedimento evita que os agregados se espalhem pelo canteiro.
Figura 3.6 – Uso de baias para agregados.
No canteiro existe um local coberto para o armazenamento dos sacos de cimento,
o qual fica próximo à betoneira. A Figura 3.7 mostra que estes são empilhados em cima de
estrados de madeira.
Figura 3.7 – Armazenamento de sacos de cimento
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A dosagem da argamassa e do concreto é feita através do uso de padiolas
corretamente dimensionadas e do uso de tabela de traços, que se encontra no local da
betoneira, conforme apresenta a Figura 3.8.
Figura 3.8 – Exposição de traços em quadros didáticos.
O uso de gabarito para padronizar a espessura da argamassa na execução da
alvenaria, conforme mostrado na Figura 3.9, foi uma prática adotada pelo mestre da obra.
Segundo ele, reduz a quantidade de argamassa nas juntas horizontais durante o assentamento
de tijolos, além de apresentar um aspecto estético agradável.
Figura 3.9 – Gabarito para padronização da espessura da argamassa.
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A ferragem utilizada na obra vem do fornecedor cortada e dobrada de acordo com
as dimensões especificadas pelos projetistas estruturais. Apenas a montagem é realizada no
canteiro da obra em uma central de aço, conforme apresentado na Figura 3.10.
Figura 3.10 – Central de montagem do aço.
A obra também possui uma central de carpintaria, local onde é realizada a
montagem das fôrmas de madeira conforme apresentada na Figura 3.11 e uma central de corte
de madeira (Figura 3.12).
Figura 3.11 – Central de carpintaria.
Figura 3.12 – Central de corte de madeira.
Esta obra juntamente com o grupo INOVACON - CE desenvolveu um projeto de
produção e de controle. A Figura 3.13 apresenta os itens que constam na programação de
produção (nome do funcionário, a função, a descrição do serviço, a duração da atividade e o
valor da produção).
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Figura 3.13 – Programação de produção e controle.
Verificou-se que a elaboração dos pacotes de serviços é feita com o auxílio do
mestre e em função do número de operários existente na obra e do tipo de serviço executado
durante a semana do planejamento.
Os serviços de instalações são incluídos no planejamento, porém conforme
apresenta a Figura 3.14, para executar as instalações hidráulicas e elétricas são feitos rasgos
na alvenaria para a passagem de tubulações e eletrodutos.
Figura 3.14 – Exemplos de quebra da alvenaria para instalações.
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Na Figura 3.15 percebe-se que os sacos de papelão (cimento) e os resíduos de
madeira são armazenados em locais inadequados.
Figura 3.15 – Exemplos de armazenamento incorreto.
Na Figura 3.16 é apresentada à disposição incorreta dos resíduos de tijolos no
canteiro de obra e a mistura dos resíduos.
Figura 3.16 – Exemplos de resíduos de tijolos cerâmicos.
A obra faz uso de caçamba estacionária (contêiner) para a colocação dos resíduos
gerados e esta fica localizada em frente à obra. A Figura 3.17 mostra a disposição dos
resíduos dentro da caçamba.
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Figura 3.17 – Contêiner
Assim como o contêiner, o armazenamento de materiais como a areia e a brita
ocorre fora do canteiro de obras, conforme mostra a Figura 3.18.
Figura 3.18 – Armazenamento de materiais (areia e brita).
3.3.2 Indicador de perda de materiais da construção no canteiro de obra
No canteiro da obra em estudo, verificou-se a perda de dois materiais de
construção, da cerâmica para piso e da argamassa colante.
Para a coleta de dados foi analisado o pavimento superior de duas edificações do
condomínio fechado, com áreas semelhantes e a aplicação da mesma cerâmica para piso e da
argamassa colante.
Segundo Souza e Paliari (2006), os indicadores usados para expressar as perdas de
materiais têm sido definidos pela seguinte expressão:
Perdas(%)=(QMR – QMT/QMT) x 100 (3.1)
Onde:
QMR - quantidade de material realmente utilizada.
QMT - quantidade de material teoricamente necessária.
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No primeiro momento, determinou-se a quantidade de material teoricamente
necessária através do cálculo de áreas dos ambientes que usariam a cerâmica escolhida para o
estudo. Depois com a ajuda do almoxarife fez-se um registro da quantidade de caixas de
cerâmicas e dos sacos de argamassa colante liberadas. Após a finalização do assentamento
cerâmico, verificou-se a quantidade de material realmente utilizada.
Com esses dados, calculou-se o índice de perdas dos materiais através da fórmula (3.1), resultando nos valores
apresentados na
Tabela 3.1. A partir desses dados fez-se um comparativo entre os índices de
perdas com os encontrados na literatura. Os valores teóricos foram retirados de Pinto (1989
apud Zordan, 1997).
Tabela 3.1 – Índice de perdas em um canteiro de obras.
Material Perdas reais (%)
Perdas teóricas (%)
Edificação 1 Edificação 2 usual Argamassa colante 8,00 6,90 10,00 Cerâmica de piso 8,32 8,97 10,00
A Tabela de Composição Orçamentária (TCPO 10, 1996) dá uma estimativa do
índice de perda destes materiais variando entre 5 e 10% (PALIARI, 1999).
3.4 Seleção de ações que reduzem o desperdício no canteiro de obra
Após o levantamento na literatura foram listadas 27 ações relacionadas a redução
do desperdício, as quais encontram-se no Apêndice A. Através de uma dinâmica individual
com a administração da obra, alunos e professores do mestrado da UFC foram selecionadas
oito ações pelo grau de importância, em um canteiro de obras. O critério utilizado para a
seleção baseou-se nas seguintes etapas:
a) Das 27 ações retiradas da literatura, cada pessoa selecionava apenas oito ações
que eram consideradas importantes para ela;
b) Após concluída a dinâmica, criou-se um quadro com as ações selecionadas
pelos participantes, em seguida colocou-se os valores de 1 a 8 para cada ação escolhida;
c) Concluído o item acima se fez o somatório dos valores atribuídos para cada
ação e do número de votos em cada uma delas;
d) Para retirar as oito ações mais votadas adotou-se um critério de eliminação dos
votos, descritos a seguir;
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e) Fez-se a soma da quantidade de pessoas que votaram na mesma ação;
f) Se a quantidade de pessoas, que votaram na mesma ação, fosse menor que 4,
esta ação era eliminada e assim fez-se para todas as que foram votadas. Por exemplo, se uma
ação pela soma dos graus de importância foi 20 e a quantidade de votos recebidos foi apenas
um, esta ação estava eliminada. Através desse procedimento foram escolhidas as ações mais
importantes para esse grupo de pessoas, as quais se encontram alistadas abaixo:
1º - Treinar os funcionários para a execução dos serviços;
2º - Elaborar o consumo de materiais com base no orçamento levando em conta as
perdas;
3º - Planejar a organização do canteiro de obra;
4º - Especificar e detalhar todos os projetos (arquitetura, estrutural, formas e
instalações);
5º - Compatibilizar projetos de arquitetura, estrutural e instalações;
6º - Verificar a quantidade e qualidade do material entregue na obra;
7º - Selecionar material de boa qualidade;
8º - Adotar procedimentos de controle para a execução do serviço de acordo com
as especificações recomendadas.
As ações acima selecionadas pelos participantes são identificadas como
procedimentos que reduzem a geração de desperdício quando implantadas no canteiro de
obra. Verificou-se a ocorrência destas ações na obra em estudo e isto é abordado no capítulo
seguinte
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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na coleta de dados no canteiro da obra estudada, verificou-se a introdução de
práticas que contribuem para a redução do desperdício, o que é fundamental para a aplicação
do plano de gerenciamento de resíduos. Mas, por outro lado, verificou-se o desperdício de
materiais através das atividades realizadas pela obra gerando resíduos no canteiro. Os itens
abaixo apresentam a análise do que foi exposto no capítulo 3.
4.1 Análise da aplicação do PGRS no canteiro de obra
A obra apresenta práticas que ajudam a reduzir a geração de resíduos. Um
exemplo é o deslocamento dos materiais até o local de armazenamento, pois quando estas
etapas não são realizadas de maneira correta resultam em perdas de materiais. A utilização de
bobcats, além de reduzir o tempo de deslocamento, contribui para o mínimo de perdas dos
materiais transportados.
Outra prática verificada foi à utilização de masseiras de plástico que evita o
desperdício de argamassa que é ocasionado pela mudança de recipientes.
A utilização do escantilhão, conforme observado no canteiro, tornou-se uma
prática adotada pelos operários. Este equipamento auxilia na verificação da planicidade da
alvenaria o que garante que os tijolos utilizados nesta atividade não serão trocados por outros,
o que ocorreria, caso houvesse um erro de execução.
Uma solução encontrada para a armazenagem de tijolos foi a utilização dos
pallets, o que contribui para a redução do desperdício e serve como indicador de perda do
material estocado. Este indicador pode ser obtido pela diferença da quantidade de tijolos
recebida e a quantidade estocada nos pallets.
O uso das baias é uma forma de armazenamento e faz parte do bom planejamento
do canteiro. A sua utilização evita que os agregados se misturem o que contribui para a
redução de desperdício na armazenagem de materiais.
Observou-se no canteiro que existe uma preocupação em relação ao
armazenamento dos sacos de cimento. Isto ocorre na limitação da altura deste material e na
obediência ao princípio PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).
Verificou-se o controle no uso da tabela de traço, que fica fixada no local onde
está a betoneira, o que evita que a dosagem dos materiais seja executada além do necessário.
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O uso do gabarito para a argamassa de assentamento de tijolos nas juntas
horizontais tem sido uma prática adotada em todas as obras da construtora. Com a sua
utilização verificou-se a redução na quantidade de material utilizado.
Verificou-se que a central de madeira e a central de corte contribuíram na
organização do canteiro de obra.
Quanto ao plano de produção, segundo o mestre da obra, contribuiu para o melhor
desempenho das atividades, pois os operários através de uma planilha que fica fixada em um
quadro sabem todas as tarefas que serão realizadas durante a semana. Dessa forma, evita-se o
uso de materiais e equipamentos desnecessariamente.
Todas as práticas mencionadas acima têm a finalidade de ajudar na diminuição da
geração de resíduos. Porém o que se nota é que não existe um comprometimento de todos os
envolvidos da obra com relação a segregação e diminuição dos resíduos, embora perceba-se
que as práticas mencionadas façam parte da rotina dos operários.
O plano de gerenciamento de resíduos sólidos desta obra corresponde a um plano
generalizado e não específico. Conforme apresentando no capítulo 3, trata-se de um
empreendimento residencial horizontal e no plano propõem-se medidas para edifícios
verticais, como o armazenamento dos resíduos nos andares da construção e o transporte
através de dutos verticais. Faz-se uma estimativa de trabalhadores que não corresponde a
realidade da obra.
O Quadro 4.1 abaixo foi retirado de um estudo de caso realizado por Barreto et al
(2009b) em quatro obras. Este foi adaptado para a obra em estudo, o qual serviu como um
comparativo entre o plano de gerenciamento da obra com um plano que contempla e sintetiza
as recomendações dos quatro planos levantados por Barreto et al (2009b). Através desse
levantamento verificou-se que os itens não assinalados no quadro precisam ser implementados
no plano da obra.
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Quadro 4.1– Plano síntese de gerenciamento de resíduos sólidos (adaptado).
Descrição dos itens do PGRS Sim Não Apresentação
- Apresenta texto explicativo sobre a construção civil e a geração de resíduos. x - Apresenta as três diretrizes básicas para a obra no tocante a entulho e áreas de triagem (facilitar, disciplinar e incentivar). x - Orienta os funcionários. x
Introdução - Apresenta comentários sobre qualidade de vida e os princípios da gestão dos resíduos. x - Explica sobre problemas oriundos da geração de resíduos e entulhos. x
Caracterização dos resíduos - Apresenta a classificação dos resíduos conforme a resolução nº 307/02. x - Detalha tabela de resíduos e composição de entulho separadamente. x
Proposta de gestão de resíduos - Trata da atitude da empresa em efetivamente colocar em prática o PGRS. x - Cita as diretrizes que se pretende alcançar na obra com o PGRS e as vantagens. x
Estimativa de RDC’s da obra em tabelas e gráficos - Apresenta tabela de estimativas de perdas por material em m³ e classificação. x - Apresenta tabela de estimativas de perdas por material em Kg e classificação. x - Apresenta gráfico de estimativa de perdas em percentual de material. x - Apresenta gráfico de estimativa de perdas diárias por classificação de resíduos. x
Modelo de gestão para os resíduos de construção e demolição - Apresenta como implantar equipamentos, acessórios e treinamentos. x - Descreve o monitoramento do sistema de gerenciamento. x
Plano de transporte dos resíduos da obra - Expõe as situações de risco a saúde e ambiental com relação à coleta de RCD. x - Mostra discriminação de transporte interno e externo à obra de resíduos. x - Descreve o plano de monitoramento do transporte de resíduo. x
Acondicionamento - Cita instalações para coleta seletiva na obra. x - Relaciona equipamentos como bombonas, caixas estacionárias, baias e contêiners. x
Destinos Finais - Indica os destinos finais dos resíduos a serem transportadas. x - Mostra as modalidades de convênios com entidades para reciclagem. x
Legislação - Transcreve a Resolução 307 do CONAMA. x - Descreve as leis Federais e municipais e Normas Técnicas relacionadas ao assunto. x
Modelo de relatórios mensais - Introduz a implementação, treinamento de RH e monitoramento do processo. x - Mostra formulários de controles. x - Possui o manifesto de transporte. x
Responsável e registro no órgão público - Consta o nome do engenheiro. x - Estampa o número do registro no órgão público municipal. x
Fonte: Barreto et al (2009b)
Embora houvesse uma preocupação com a redução da quebra dos tijolos,
verificou-se através do material fotográfico que os rasgos feitos na alvenaria para a colocação
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da tubulação das instalações, ocasionam a perda de tijolos através dos cortes, aumentando a
geração de resíduos dentro da obra.
A obra possui equipamento adequado para o corte de madeira, porém nota-se que
não existe um planejamento para o reaproveitamento do que sobra deste material.
Os resíduos gerados pela quebra de tijolos e pelas sobras de madeira são apenas
empilhados, sem nenhum critério de separação. Os resíduos são estocados de forma incorreta
gerando sujeira e desorganização no canteiro. Uma vez misturados, a separação desses
materiais ocasiona perda de tempo e uma maior quantidade de mão-de-obra para a realização
deste serviço. Eles deveriam ser acondicionados em espécies de baias com divisórias e
protegidos de intempéries.
No canteiro de obras não havia equipamentos do tipo tambores, bags, baias e
outros meios de armazenamento, o que resultou na colocação de resíduos em diversos locais
do canteiro e sem nenhum tipo de segregação e organização. O resultado é a mistura de
resíduos de diversas classes de acordo com o apresentado no item 3.3.1 do capítulo 3. Dessa
forma verifica-se que o item segregação não está sendo feito, ou seja, não se aplica o que está
escrito no PGRS da obra.
Com o aumento das atividades e, conseqüentemente, da geração de resíduos, a
construtora responsável pela execução da obra providenciou o encaminhamento de uma
caçamba estacionária (contêiner) para o canteiro de obra. Ela se encontra estacionada na parte
externa do canteiro em frente a construção, o permite a disposição de resíduos provenientes de
terceiros, sem nenhum critério de separação. Através do material fotográfico apresentado no
capítulo 3, observou-se que existe uma mistura de materiais dentro do contêiner.
A retirada de entulho é feita por empresa licenciada pela prefeitura, que leva o
material até o local autorizado para a colocação dos resíduos. Depois é feita uma prestação de
contas dos recebimentos no destino do resíduo, através de manifesto de transporte de resíduos
apresentado na Figura 4.1.
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Figura 4.1 – Manifesto de transporte de resíduos.
Outra prática observada foi o armazenamento de areia e brita fora do canteiro, o
que pode indicar a falta de espaço, seja por deficiência ou inexistência do planejamento do
layout.
Observa-se a realização de procedimentos inadequados para a segregação e a
forma de acondicionamento final para os resíduos, mas nada se pode concluir sobre a
inexistência de treinamento para os funcionários por parte da empresa e a respeito do não
cumprimento do plano, pois os fatos observados ocorreram durante um curto período de
observação.
4.2 Análise dos indicadores de perdas no canteiro de obra
Ao se analisar o uso de materiais em cada serviço, tem-se um esclarecimento
maior quanto aos consumos/perdas dos mesmos na obra como um todo. Por exemplo, nesta
obra verificou-se a perda de dois materiais de construção.
De acordo com o resultado apresentado foi possível avaliar se ocorria ou não uma
perda nos materiais escolhidos.
Os índices de perdas encontrados nas duas edificações, para os materiais
selecionados, foram menores que os apresentados na literatura. Mas em relação ao que o
plano de gerenciamento se propõe, não deveriam existir essas perdas, pois o objetivo do
projeto de paginação é exatamente eliminar os cortes na cerâmica, conseqüentemente,
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diminuir as perdas deste material. Para a argamassa colante deveria ser analisado a forma
como tem sido feita a sua aplicação nas peças cerâmicas.
4.3 Análise das ações que reduzem o desperdício no canteiro de obra
No item 3.4 do capítulo 3 foi apresentada a metodologia da seleção das oito ações
consideradas mais importantes pelos participantes da dinâmica em um canteiro de obras. A
análise dessas ações incluiu a sua verificação no canteiro de obra, as quais estão descritas
abaixo:
1- Treinar os funcionários para a execução dos serviços.
Do critério adotado para a seleção das oito ações mais importantes dentro de um
canteiro de obras, o treinamento de funcionários ficou em primeiro lugar. Através das práticas
observadas no canteiro, verificou-se que os funcionários recebem o treinamento em relação
aos procedimentos e técnicas que devem ser adotadas nos serviços realizados.
No momento da pesquisa percebeu-se procedimentos incorretos em relação a não
geração de resíduos, porém não se pode concluir sobre a inexistência de treinamento
específico para os funcionários relacionados a redução do desperdício de materiais, do correto
manuseio dos resíduos gerados e da separação na fonte de origem.
2- Elaborar o consumo de materiais com base no orçamento levando em conta as
perdas.
Esta foi à segunda ação considerada mais importante. Verifica-se que durante a
fase de projeto, a escolha dos materiais é baseada apenas em questões técnicas e econômicas
não se tendo a preocupação de reduzir os resíduos na obra.
Na sala técnica são calculados os quantitativos de materiais dos serviços que serão
executados e estes são lançados no orçamento da obra. É utilizado um programa para a
geração do orçamento e nele existem índices de perdas que são adotados para os materiais.
Ocorrendo uma discrepância entre o valor calculado e o obtido na prática é verificado a causa
do problema.
3- Planejar a organização do canteiro de obra.
O planejamento geral da obra tem relação direta com o planejamento do canteiro
de obras. Nota-se que as localizações das centrais de aço, de carpintaria, das baias, da
betoneira, do almoxarifado e da administração da obra não afetam a execução das edificações.
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Porém, verifica-se que a quantidade de material (areia e brita) recebida no local é maior que a
capacidade das baias, o que ocasiona o armazenamento do lado externo da obra. Isto pode
ocorrer devido a uma inexistência de planejamento de compra ou de layout de canteiro,
resultando no armazenamento incorreto da areia e da brita.
4- Especificar e detalhar todos os projetos (arquitetura, estrutural, formas e
instalações).
Antes de iniciar a execução da obra são discutidos detalhes como o desenho
arquitetônico, o tipo de estrutura e o tipo de material utilizado, para que no início das
atividades não existam problemas com os projetos. Mas como as unidades residenciais podem
sofrer alterações por parte dos clientes, os projetos são modificados, o que pode ocasionar
atraso na liberação da execução dos serviços relacionados a elas.
Existe um grande problema em relação ao serviço prestado pelos arquitetos
contratados pelos clientes que é a falta de informação em seus projetos. Eles não apresentam
detalhes com especificações de materiais, quadro de esquadrias e altura para os pontos
elétricos. Apenas entregam um estudo preliminar com as modificações desejadas para
liberação de serviços. Existe a possibilidade de ocorrer alterações posteriores o que poderá
resultar em perdas e em erros de execução.
Devido às possibilidades de modificações, pode acontecer que um projeto de
instalações seja liberado para a execução e depois ser alterado, provocando quebras e
aumentando a produção dos resíduos dentro do canteiro.
5- Compatibilizar projetos de arquitetura, estrutural e instalações.
A compatibilização dos projetos é uma atividade considerada essencial para que
não ocorram erros durante a execução da obra. Ao receber os projetos de arquitetura e
estrutural é feita uma sobreposição dos mesmos para verificar as possíveis interferências.
Os projetos de instalações elétricas e hidro-sanitárias da obra não são inicialmente
verificados com o projeto estrutural, pois para cada edificação existem projetos específicos de
instalações. Durante a colocação das tubulações é possível a interferência com as vigas e
pilares, o que pode resultar em quebras as quais poderiam ser evitadas caso fosse feita a
compatibilização dos projetos de instalações com o projeto estrutural.
Para diminuir esse problema, o encarregado de instalações só realiza o serviço
após analisar o projeto de instalações e o projeto estrutural, o que contribui para a diminuição
das perdas de tubulações e dos cortes na alvenaria.
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6- Verificar a quantidade e qualidade do material entregue na obra
A empresa é certificada pela ISO 9001-2000 e um dos itens analisados é a forma
de recebimento dos materiais considerados essenciais. São estabelecidos procedimentos para
verificar a quantidade e a qualidade dos materiais. Existe uma tabela que especifica o
material, os itens que deverão ser inspecionados, o meio de inspeção que será utilizado, o tipo
de amostragem e o critério de aceitação.
7-Selecionar material de boa qualidade
Além do custo, outro fator que é dado atenção é a qualidade do produto, pois na
ausência desta pode ocorrer a geração de resíduos. Nota-se que os materiais adquiridos
possuem uma relação com o preço para evitar problemas como defeitos e a substituição
durante ou após a execução da obra o que seria uma perda de material.
Por exemplo, depois de concluída a execução de uma das edificações percebeu-se
que o revestimento do piso da escada não era de boa qualidade. Assim para as próximas
edificações decidiu-se não aplicar este material. Dessa forma evitaram-se problemas como a
manutenção ou a substituição do material nas novas construções.
8- Adotar procedimentos de controle para a execução do serviço de acordo com as
especificações recomendadas.
Este item ficou em último lugar entre os considerados mais importantes em uma
obra. Na execução da argamassa e de concreto é utilizada uma tabela especificando o traço
referente a cada serviço a ser realizado. A utilização da tabela garante o controle na
quantidade de materiais utilizados para realizar a dosagem dos materiais. O mesmo
procedimento é adotado para a quantidade de água utilizada nas misturas.
Existe também o uso de padiolas corretamente dimensionadas o que permite a
colocação da quantidade correta de material na betoneira, evitando o desperdício
desnecessário de materiais.
A aplicação das ações mencionadas acima aconteceu em um período particular da
obra, ou seja, que os resultados obtidos para algumas práticas não podem ser generalizados.
Além disso, verifica-se que se a utilização dessas ações fizer parte do cotidiano da obra, elas
podem contribuir para a redução do desperdício. Uma alternativa para alcançar este objetivo
seria inseri-las no plano de gerenciamento de resíduos sólidos da obra.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho é identificar as ações que contribuam para a redução do
desperdício no canteiro de obra e propô-las no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(PGRS) elaborado por uma construtora no município de Fortaleza.
Para alcançar este objetivo, realizou-se um estudo bibliográfico relacionado ao
desperdício e a coleta das ações que reduzem o desperdício no canteiro de obras. Da literatura
foram listadas 27 ações relacionadas ao desperdício e através de uma dinâmica individual foram
selecionadas 8 ações consideradas importantes pelos participantes em um canteiro de obra.
No capítulo 2 elaborou-se uma revisão bibliográfica envolvendo conceitos sobre o
desenvolvimento sustentável, os impactos causados pelo mau gerenciamento dos resíduos, a
distinção dos conceitos de desperdício e perdas e o uso de indicadores de perdas. Abordou-se
também a importância da gestão dos resíduos dentro do canteiro de obras, das práticas que
reduzem o desperdício na obra incluindo explicação sobre a resolução nº 307/02 CONAMA.
Através do estudo de caso notou-se que existem práticas que estão relacionadas à
redução do desperdício, mas que não são realizadas com este objetivo. Verificou-se que a
elaboração e apresentação do PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) à Secretaria
de Meio Ambiente (SEMAM) para avaliação e aprovação não garantem a implantação do
plano, visto que não existe uma fiscalização constante por parte do órgão responsável.
Verificou-se também que a empresa objeto do estudo de caso tem uma preocupação
com a qualidade dos seus produtos. Para reduzir o custo da produção é preciso conhecer os
níveis de perdas praticados em seus canteiros de obras, o que envolve um sistema de
indicadores que forneça informações claras e confiáveis para serem usados em seus orçamentos.
Observou-se que são citadas medidas no plano de gerenciamento de resíduos
sólidos da obra que contribuem para a redução dos resíduos e para o reaproveitamento dos
mesmos, porém no momento da coleta de dados não se verificou a aplicação dessas medidas.
Notou-se também que o plano não está relacionado com a referida obra, ou seja, menciona
procedimentos para outro tipo de construção.
Para o bom funcionamento de uma gestão de resíduos, é preciso que esteja de
acordo com a Resolução nº 307/02 do CONAMA, o que envolve a separação dos resíduos e
onde estes serão armazenados. Isto contribui para a organização do canteiro. Com este objetivo,
no Anexo B são apresentados itens para o plano de gerenciamento de resíduos sólidos da obra.
As ações selecionadas neste trabalho também podem ser incluídas no plano de gerenciamento
da obra referida como forma de reduzir os resíduos.
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Para o PGRS funcionar melhor, a construtora poderia incluir treinamentos para os
seus funcionários com o objetivo de orientá-los sobre a importância de executar suas
atividades visando a redução do desperdício.
Conforme apresentado no capítulo 2, poderá ser usada a previsão do consumo de
materiais com base no orçamento, levando em conta os níveis de perdas. Estas podem ser
baseadas em valores reais adquiridos na prática.
O responsável pelo planejamento do canteiro deve fazê-lo antes do início da obra,
procurando identificar todas as interferências que poderão surgir no decorrer da construção. É
importante que o responsável pela obra solicite com antecedência os detalhes de todos os
projetos e estipule prazos para a entrega dos mesmos. Com isso evita-se o atraso das
atividades e o erro de execução, devido à falta de informações dos projetos.
A entrega dos projetos com data prevista é importante para se fazer a
compatibilização dos mesmos, pois através dessa atividade consegue-se ver com antecedência
as possíveis interferências antes da liberação dos serviços.
Conforme exposto em capítulos anteriores, o plano de gerenciamento visa reduzir
o desperdício e fazer a verificação da quantidade do material entregue a obra. Contribui para
que outros materiais não sejam usados em lugar do não recebido. Além disso, a qualidade do
produto influencia nos gastos. Para a sua escolha é importante adotar critérios de inspeção, de
aceitação, de identificação do fabricante do produto, suas dimensões e a sua vida útil.
Além de realizar o serviço de acordo com as instruções de trabalho, a construtora
deve conscientizar o operário sobre a importância de evitar gastos desnecessários com os
materiais utilizados em suas atividades. Isto envolve a utilização de tabelas de traços, controle
na espessura da argamassa e do reboco.
Todas as ações selecionadas são de grande importância em um canteiro de obras,
mas através do estudo de caso percebeu-se que elas são praticadas não como uma forma de
reduzir ou evitar o desperdício, mas como uma maneira de controlar os serviços e evitar erros.
A construtora terá grandes benefícios ao implantar as práticas sugeridas no seu
plano de gerenciamento de resíduos sólidos, pois apresentará uma imagem melhor da empresa
junto ao consumidor e aos seus concorrentes. A separação dos resíduos e a definição de onde
estes serão acondicionados fazem com que o canteiro fique limpo e seguro e as quantidades de
material de construção a serem compradas serão reduzidas, o que ajudará na preservação do
meio ambiente.
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Pode-se considerar este trabalho como início de uma discussão a qual deixa
condições para realizações de outros trabalhos futuros. Para tanto são sugeridos tópicos para
continuidade do trabalho, abaixo relacionados:
– Estudo de caso focando não somente a redução do desperdício, mas também
ligada à sustentabilidade;
– Comparativo entre os planos de gerenciamento de outras empresas ligadas ao
INOVACON-CE;
– Estudo de utilização de indicadores de perdas no mercado da construção civil em
Fortaleza;
– Criação de indicadores de aplicação do plano de gerenciamento no mercado da
construção em Fortaleza;
– Aprofundamento da elaboração e execução do PGRS em construções ligadas a
filosofia lean construction.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGULO, S. C.; JOHN, V. M. Variabilidade dos agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. e-Mat – Revista de Ciência e Tecnologia de Materiais de Construção Civil. Vol. 1, n.1, p. 22-32, maio 2004. Disponível em: < http://www.antac.org..br/e-mat/e-MAT-V1-N1/e-MAT-V1-N1-p22-32.pdf> Acesso em: 03 out. 2009. ARAÚJO, L. S.; NICOLAIEWSKY, E.; FREIRE, D. D. C. Estudo de caso do gerenciamento de resíduos sólidos em uma refinaria de petróleo. In: 2º CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS, 2006. BARRETO, A. M.; BERTINI, A. A.; CARVALHO, R. M. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos na construção civil: crítica à implementação. In: ENARC-ENCONTRO NACIONAL SOBRE APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO. 2009a, Feira de Santana. BARRETO, A. M.; HEINECK, L. F. M. Aplicação da análise de envoltória de dados (DEA) na avaliação da eficácia de ações gerenciais em relação aos desperdícios em obras. In: VI SIBRAGEC - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO. 2009, João Pessoa - PB. BARRETO, A. M.; BERTINI, A.A.; CARVALHO, R. M. Implementação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos em empresas de construção civil. In: VI SIBRAGEC - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO. 2009b, João Pessoa - PB. BIANCAMANO, P. E. B. Gestão de Resíduos Sólidos na Construção Civil: Análises de Estudos de Caso. 2008. 38 p. Monografia (Graduação em Engenharia Civil). Faculdade de Engenharia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. CALLOU FILHO, R. S. B. Proposta de manual de padronização das instalações de canteiro e planejamento de layout. 2008. 46p. Monografia (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal do Ceará. CARVALHO, R. C. A.; SILVA, A. A.; CAVALCANTI, G. L.; MIRANDA L. F. R.; SILVA, J. J. R. Análise da gestão racional de RCD em canteiros de obras da região metropolitana do Recife – RMR. In: XII ENTAC - ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2008, Fortaleza.
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47
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APÊNDICE A – Exemplos de ações que reduzem o desperdício
Item Ações Exemplificação Fonte
DE1 Adotar procedimentos de controle para a execução do serviço de acordo com as especificações recomendadas
Controle da produção de arga- massa para a execução de revestimentos de acordo com o traço adotado.
FORMOSO et al., 1997; SOUZA, 1997; JOHN; AGOPYAN, 2000; SOIBELMAN, 1993
DE2 Compatibilizar as dimensões da alvenaria com a estrutura.
Adquirir tijolo cerâmico levando-se em consideração modulação com o projeto estrutural.
FORMOSO et al., 1998; SOIBELMAN, 1993
DE3 Compatibilizar projetos de arquitetura, estrutura e insta- lações
Sobrepor as plantas para identificar as interferências entre os projetos, evitar retrabalho e a racionalização dos mesmos.
CEIC, 1996; FORMOSO et al., 1993; GEHLEN, 2008; PALIARI, 1999; SOIBELMAN, 1993
DE4 Detalhar os projetos de alvenaria.
Apresentar à paginação da alvenaria indicando o local de corte, a passagem de instalações e a indicação de meio tijolo.
FORMOSO et al., 1998; FRANCELINO et al., 2006; PALIARI, 1999; PALIARI; SOUZA, 2006; PUCCI, 2006; SAURIN, 2000; SEBRAE/RS, 1996; SOUZA, 1997; SOUZA et al., 2004; SOIBELMAN, 1993
DE5 Diminuir a interferência entre os projetos de estrutura e instalações.
Prever a utilização de shafts nos projetos de edificações.
SEBRAE/RS, 1996
DE6 Elaborar o consumo de materiais com base no orçamento levando em conta as perdas.
Controlar a quantidade de material utilizado durante a execução dos serviços.
SEBRAE/RS, 1996
DE7 Especificar e detalhar todos os projetos (arquitetura, estrutural, formas e instala- ções).
Paginar cerâmica de piso/parede, rasgos na parede, a bitola da armadura, o diâmetro da tubula- ção elétrica e hidro-sanitária; de- talhar em escala maior aspectos que podem dificultar a execução.
FORMOSO et al., 1993; FORMOSO et al., 1997; FORMOSO et al., 1998; PALIARI, 1999; SCHENINI et al., 2004; SEBRAE/RS, 2006; SOIBELMAN, 1993; PINTO (1992 apud XAVIER, 2001)
DE8 Normatizar as técnicas utili- zadas para a execução dos serviços.
Utilizar um manual de procedimentos como guia para a execução dos serviços.
CEIC, 1996; PINTO (1992 apud XAVIER, 2001)
DE9 Planejar a organização do canteiro de obra.
Caracterizar o layout e as ins- talações provisórias, movimenta- ção e o armazenamento de mate- riais.
CALLOU FILHO, 2008; FORMOSO et al., 1993; FORMOSO et al., 1997; PALIARI, 1999; SOUZA et al., 2004; SAURIN, 2000; SEBRAE/RS, 1996; SOIBELMAN, 1993
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49
DE10 Planejar a estocagem de materiais de acordo com as normas padrões.
Empilhar os materiais na altura máxima permitida com o objetivo de permitir a retirada de acordo com a utilização.
FORMOSO et al., 1997; FORMOSO et al., 1998; JOHN; AGOPYAN, 2000; PALIARI, 1999; PUCCI, 2006; SAURIN, 2000; SOUZA, 1997; SOUZA,2004; TOZZI, 2006
DE11 Planejar uma central de cortes.
Cortar cerâmica, aço, tijolo somente na central.
CALLOU FILHO, 2008; FORMOSO, 1993; MARACAJÁ et al., 2000; SOIBELMAN, 1993
DE12 Planejar uma central de carpintaria
Cortar madeira para forma (pilar, viga, laje) somente na central de corte.
SOIBELMAN, 1993
DE13 Planejar uma central de beneficiamento de tijolos.
Definir os embutimentos de caixas elétricas, separados em lotes.
CALLOU FILHO, 2008; SEBRAE/RS, 1996
DE14 Planejar uma central de cortes de peças cerâmicas.
Definir o corte das peças cerâmicas de acordo com a paginação.
CALLOU FILHO, 2008; FORMOSO et al., 1993; SEBRAE/RS, 1996
DE15 Usar projeto estrutural com pranchas de detalhes de ferragens
Elaborar caderno especifico de detalhes.
PUCCI,2006
DE16 Reduzir a variabilidade de produtos.
Comprar materiais de tamanhos uniformes, por exemplo, peças cerâmicas.
CALLOU FILHO, 2008; SOIBELMAN, 1993
DE17 Selecionar material de boa qualidade.
Observar o custo e benefício dos materiais antes de efetuar a compra.
JOHN; AGOPYAN, 2000; PINTO (1992 apud XAVIER 2001); SOUZA et al., 2004
DE18 Substituir materiais conven- cionais por materiais recicla- dos.
Utilizar madeira reciclada. TOZZI, 2006
DE19 Treinar os funcionários para a execução dos serviços.
Apresentar técnicas construtivas para a realização dos serviços para diminuir o desperdício.
FORMOSO et al., 1997; GEHLEN, 2008; JOHN; AGOPYAN, 2000; MARACAJÁ et al., 2000; PALIARI; SOUZA, 2006; PUCCI, 2006; SCHENINI et al., 2004;SEBRAE/RS, 1996; SOIBELMAN, 1993; SOUZA, 2004
DE20 Uniformizar a nomenclatura dos projetos.
Utilizar uma simbologia com- preensível.
SEBRAE/RS, 1996; SOUZA, 1997
DE21 Utilizar equipamento adequado para a execução dos serviços.
Utilizar carrinhos para o transporte de masseiras; utilizar pallets para transportar e estocar material.
FORMOSO et al., 1998; PALIARI, 1999; SAURIN, 2000; SCHENINI et al., 2004; SOIBELMAN, 1993; SOUZA,2004
DE22 Uniformizar a espessura das juntas na alvenaria.
Utilizar gabaritos. PALIARI, 1999; SAURIN, 2000; SOUZA, 2004; SOIBELMAN, 1993
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DE23 Utilizar métodos construti- vos modernos.
Utilizar peças de concreto pré-moldadas, formas metálicas e criar o tijolo emestrado.
FRANCELINO et al., 2006; JOHN; AGOPYAN, 2000; PUCCI, 2006
DE24 Utilizar materiais que possam ser reutilizados.
Reaproveitar as formas de madeira e os pregos.
MARACAJÁ et al., 2000; PUCCI, 2006; TOZZI, 2006
DE25 Uso de sistema computacio- nal no controle de estoque.
Utilizar códigos de barra para controlar o estoque de material.
PUCCI, 2006
DE26 Utilizar dispositivos de controle para produção de argamassa.
Utilizar fichas no controle de produção de argamassa.
FORMOSO et al., 1993; PALIARI, 1999
DE27 Verificar a quantidade e qualidade do material entregue na obra.
Verificar se o material recebido atende as especificações do pedido.
CEIC, 1996; FORMOSO et al., 1998; PALIARI, 1999; SOUZA, 1997; SOUZA, 2004
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ANEXO A – Itens constantes no PGRS da obra existente
1– Apresentação
– Faz comentários sobre a implantação de um programa de gestão ambiental de resíduos em
canteiro de obras.
2– Proposta de gestão de resíduos:
– Menciona a importância dos 3R’s ( reduzir, reaproveitar e reciclar);
– Apresenta a classificação dos resíduos conforme a Resolução 307 do CONAMA;
– Cita os agentes envolvidos na redução dos resíduos;
– Descreve o modelo de implantação da produção mais limpa e suas etapas;
– Descreve os passos para a implantação da coleta seletiva;
– Cita as ações, o tratamento e a destinação dos RCC de acordo com a classe dos mesmos.
3– Especificações técnicas dos dispositivos e acessórios de acondicionamento
– Cita os tipos de recipientes para armazenamento;
– Apresenta tabelas de destinação e classificação de resíduos;
– Define os pontos de segregação, transporte interno e externo;
– Apresenta um cronograma de implantação do PGRS;
– Cita os desafios no gerenciamento dos resíduos da construção civil;
– Menciona as empresas coletoras cadastradas no município.
4– Plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil da obra
– Apresenta tabelas de estimativa de expurgo em kg e em m³ e classificação dos resíduos;
– Apresenta tabela de reaproveitamento em kg e em m³ e classificação dos resíduos;
– Apresenta tabela de estimativa de resíduos gerados em m³ na obra;
– Apresenta tabela de pontos de geração de resíduos;
– Apresenta tabela mencionando como será realizado o transporte interno;
– Apresenta texto explicativo sobre o transporte externo;
– Cita o destino final de acordo com a classificação do resíduo;
– Apresenta um cronograma físico da obra e uma planta de situação.
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ANEXO B – Itens propostos para o PGRS da obra estudada
1– Apresentação
– Acrescentar comentários sobre a construção civil;
– Explicar o objetivo do plano de gerenciamento aplicado na obra com base nas três diretrizes
básicas (facilitar, disciplinar e incentivar).
2– Introdução
– Incluir comentários sobre a qualidade de vida da população;
– Apresentar os problemas ocasionados pelo mau gerenciamento dos resíduos;
– Informar a importância da criação da resolução nº 307/02 CONAMA.
3– Caracterização dos resíduos
– Apresentar texto explicativo sobre a caracterização dos resíduos;
– Fazer a classificação dos resíduos segundo a resolução nº 307/02 CONAMA;
– Apresentar uma tabela de resíduos com a sua destinação;
– Apresentar uma tabela com a composição de entulho.
4– Proposta de gestão de resíduos
– Mostrar a importância que a empresa dar para a preservação do meio ambiente;
– Destacar as diretrizes que a empresa pretende alcançar com a gestão de resíduos no canteiro
de obras;
– Incluir as ações mencionadas no trabalho como metas a serem utilizadas no combate ao
desperdício.
5– Estimativa de RCD’s da obra em tabelas e gráficos
– Especificar uma quantidade provável de funcionários durante o período de duração da obra;
– Apresentar a obra (área do lote, área da construção e área das edificações);
– Apresentar tabela com as quantidades de materiais que serão utilizados na obra e as suas
classificações de acordo com a resolução n° 307/02;
– Apresentar tabela com a quantidade de perdas estimadas em m³ e suas classificações;
– Apresentar tabela com a quantidade de perdas estimadas em kg e suas classificações;
– Apresentar gráficos com cada tipo de material utilizado na construção com a estimativa de
perdas diárias em porcentagem;
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– Apresentar gráfico com percentual de perdas diárias de acordo com a classificação dos
resíduos sólidos.
6– Modelo de gestão para os resíduos de construção e demolição
– Apresentar a implantação do método de gestão de resíduos incluindo atividades para serem
realizadas dentro e fora do canteiro de obras;
– Avaliar o plano através do monitoramento, que inclui relatórios periódicos.
7– Plano de transporte dos resíduos
– Apresentar as situações de riscos à saúde pública e ambiental;
– Apresentar a discriminação do transporte interno dentro e fora da obra;
– Descrever o plano de monitoramento do transporte de resíduo (documentos envolvidos e os
responsáveis).
8– Acondicionamento
– Citar a instalação de coleta seletiva;
– Relacionar o tipo de equipamento de acordo com as condições físicas dos resíduos.
9– Destinos finais
– Indicar o destino final dos resíduos gerados;
– Apresentar os locais autorizados pela coleta dos resíduos.
10– Resolução nº 307/02 CONAMA
– Anexar a resolução do CONAMA ao plano de gerenciamento de resíduos da obra;
– Apresentar as normas técnicas relacionadas ao assunto.
11– Modelos de relatórios mensais
– Incluir o treinamento e o monitoramento do processo;
– Anexar cópias dos documentos gerados (manifesto de transporte de resíduos, relatório
mensal da previsão dos resíduos e a qualificação de fornecedores ).
12– Responsável
– Apresentar a assinatura do responsável pela elaboração do plano;
– Apresentar carimbo do órgão responsável pela aprovação do plano.