universidade federal do pará – ufpa instituto de ciências...
TRANSCRIPT
Universidade Federal do Pará – UFPA Instituto de Ciências Exatas e Naturais – ICEN
Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente - PPGCMA
ELIAS JOSÉ TUMA FILHO
ANÁLISE DE FATORES AMBIENTAIS EM PROJETOS DE ASSENTAMENTO DO INCRA NA AMAZÔNIA
BELÉM
2017
Universidade Federal do Pará – UFPA Instituto de Ciências Exatas e Naturais – ICEN
Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente - PPGCMA
ELIAS JOSÉ TUMA FILHO
ANÁLISE DE FATORES AMBIENTAIS EM PROJETOS DE ASSENT AMENTO DO INCRA NA AMAZÔNIA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente (Área de Concentração: Recursos Naturais e Sustentabilidade), sob a orientação do Profº. Dr. Marcelo de Oliveira Lima, na Linha de Pesquisa: Conservação e Construção do Meio Ambiente.
BELÉM
2017
Universidade Federal do Pará – UFPA Instituto de Ciências Exatas e Naturais – ICEN
Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente - PPGCMA
ELIAS JOSÉ TUMA FILHO
ANÁLISE DE FATORES AMBIENTAIS EM PROJETOS DE ASSENT AMENTO DO INCRA NA AMAZÔNIA
Dissertação intitulada “Análise de fatores ambientais em projetos de assentamento do INCRA na Amazônia”, de autoria do mestrando Elias José Tuma Filho, apresentada no dia 29/06/2017 à banca examinadora, constituída pelos seguintes professores:
_______________________________________________
Profº. Dr. Marcelo de Oliveira Lima
Universidade Federal do Pará/Instituto Evandro Chagas
_______________________________________________
Profª. Dra. Kelly Miranda Costa
Universidade Federal do Pará
_______________________________________________
Profº. Dr. Lourivaldo da Silva Santos Universidade Federal do Pará
BELÉM
2017
Dados Internacionais de Catalogação - na - Publicação (CIP) Biblioteca de Pós-Graduação do ICEN/UFPA ____________________________________________________________________________
Tuma Filho, Elias José Análise de fatores ambientais em projetos de assentamento do INCRA na Amazônia/Elias José Tuma Filho; orientador, Marcelo de Oliveira Lima.-2017. 92 f. : 29 cm Inclui bibliografias
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio ambiente, Belém, 2017.
1. Reforma agrária-Brasil. 2. Meio ambiente. 3. Impacto ambiental. 4. Assentamentos humanos. 5. Educação ambiental. Lima, Marcelo de Oliveira, orient. II. Título.
CDD – 22 ed. 333.3181
____________________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
À Deus pela minha vida, saúde, família e oportunidades.
Aos meus pais, Lucy e Elias Tuma (in memoriam), que sempre insistiram na
minha instrução, não desistiram de meu progresso e que fizeram de sua humilde vida
um sacerdócio na educação dos filhos.
À minha mulher Rahilda pela dedicação e companhia nas angústias e vitórias
ao longo do Curso.
Às minhas lindas filhas Elen Fabricia e Erica Fabiola pelo incentivo,
compreensão e consolo.
Aos meus irmãos Graça, Lúcia, José, Simão e o gêmeo Eduardo pelo apoio e
conhecimentos.
Ao meu querido e companheiro afilhado e sobrinho André (in memoriam) pela
saudade de sua precoce partida eterna.
Aos meus familiares e amigos que aceitaram minhas ausências no
relacionamento.
Ao INCRA pela disponibilidade de dados e apoio financeiro ao
desenvolvimento dos estudos.
À UFPA, Academia, pelo celeiro de saberes e tecnologias, que fiz uso habitual.
Ao Orientador, Profº Dr. Marcelo de Oliveira Lima (IEC) pelos conhecimentos
e aprendizado, além de sua disponibilidade, acolhimento ao meu nome e à minha
proposta de tema.
À Profª Nutricionista MSc. Rahilda Brito Tuma, minha coorientadora de fato,
pelo assessoramento e colaboração na elaboração desta pesquisa e de sua metodologia.
Ao Coordenador do PPGCMA e seus demais docentes de quem recebi
profícuas experiências e incentivo durante o Curso.
Ao Geógrafo Dr. Edilson Almeida de Souza (INCRA) pela elaboração de
mapas e tabelas, além da colaboração na descrição da metodologia para análise de
desmatamento.
Ao Engenheiro Agrônomo Murilo Lorenzoni Almeida (INCRA) pela
colaboração na confecção de gráficos e tabelas.
Ao Engenheiro Civil e Ambiental Marcelo José Cunha Arbage (INCRA) pela
colaboração na elaboração de mapas
Aos colegas do Serviço de Meio Ambiente e Recursos Naturais do INCRA
pela sua compreensão e amizade.
RESUMO
Reforma agrária no Brasil é a missão do INCRA sendo os assentamentos importantes
para o desenvolvimento rural sustentável. Avaliou-se as atividades de Projetos de
Assentamento (PA) associadas às retiradas das florestas, queima e utilização de
produtos químicos, o destino dos dejetos humanos, embalagens e resíduos, a origem e
tratamento da água para consumo humano e animal. A pesquisa abrangeu os municípios
de Aurora do Pará e São Domingos do Capim e a área delimitada foi de 5 PA:
Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, Palheta e Terra Nova; avaliou-se imagens e dados
cartográficos do PRODES/INPE e do INCRA, informações do SIPRA/INCRA e de
levantamento do diagnóstico por meio de questionários do INCRA. Foi observada
aumento de desflorestamento entre os períodos antes e após a criação dos projetos,
práticas inadequadas nas questões sanitárias e ambientais que podem impactar na saúde
e meio ambiente. Ficou evidente a carência de infraestrutura, informações e
procedimentos ambientais básicos, mostrando a necessidade de desenvolvimento da
educação ambiental; existem impactos ambientais causados por condutas lesivas e não
conformidades a várias leis ambientais, expressando uma situação preocupante, estando
as famílias sujeitas à contaminação ambiental do solo, subsolo, ar, água (corpos d’água
e lençol freático) comprometendo a saúde, a recreação, a vivência cotidiana, as
atividades produtivas e o meio ambiente. Estes cenários servem para decisões no
INCRA, contribuindo à implementação de mecanismos eficazes de informação,
monitoramento, controle e fiscalização em colaboração com órgãos ambientais, além da
sua atuação mais intensa com visitas e vistorias, permitindo o cumprimento da
legislação ambiental nesses PA, bem como prevenir e/ou atenuar a ocorrência de
impactos.
Palavras-chave: meio ambiente; reforma agrária; educação ambiental.
ABSTRACT
Agrarian reform in Brazil is the mission of INCRA being the settlements important for
sustainable rural development. It was evaluated the activities of Settlement Projects
(PA) associated with forest retreat, burning and use of chemicals products, the
destination of human waste, packaging and remainders, the origin and treatment of
water for human and animal consumption. The research covered the municipalities of
Aurora do Pará and São Domingos do Capim, and the delimeted area was 5 PA:
Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, Palheta and Terra Nova; it was evaluated images
and cartographic data of PRODES/INPE and INCRA, information from the
SIPRA/INCRA and of survey diagnosis through INCRA questionnaires. Deforestation
increase was observed between the periods before and after the creation of the Projects,
inadequate practices in sanitary and environmental issues that can impact health and the
environment. The lack of infrastructure, basic environmental information and
procedures was evident, showing the need to develop environmental education; there
are environmental impacts caused by harmful behaviors and non-conformities to several
environmental laws, expressing a worrying situation, with families being subject to
environmental contamination, of soil, subsoil, air, water (water bodies and water table),
compromising health, recreation, daily life, productives activities and the environment.
These scenerys serve for decisions in the INCRA, contributing to the implementation of
effective mechanisms of information, monitoring, control and surveillance in
collaboration with environmental agencies, moreover to their more intense with visits
and surveys, enabling compliance of environmental legislation in these PA, as well as
prevent and/or attenuate the occurrence of impacts.
Keywords: environment; agrarian reform; environmental education.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de localização dos PA na Microrregião do Guamá. Pará, 2016 ........... 22
Figura 2 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao destino dado aos dejetos
humanos em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim. Pará, 2009 ..................................................................................... 42
Figura 3 – Informações (%) de grupos familiares quanto à origem da água para consumo
humano em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim. Pará, 2009 ..................................................................................... 43
Figura 4 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao tratamento da água para
consumo humano em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará
e São Domingos do Capim. Pará, 2009 ........................................................................... 44
Figura 5 – Informações (%) de grupos familiares quanto à origem da água para consumo
animal em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim. Pará, 2009 ..................................................................................... 45
Figura 6 – Informações de grupos familiares quanto ao destino do lixo em projetos de
assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará,
2009 ................................................................................................................................. 46
Figura 7 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao destino dado às embalagens
em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos
do Capim. Pará, 2009 ...................................................................................................... 47
Figura 8 – Dejetos humanos nas margens de igarapé no assentamento Esperança. Pará,
09/11/2006 ....................................................................................................................... 50
Figura 9 – Informações (%) de grupos familiares quanto à realização de queimada no
preparo da terra para plantio em projetos de assentamento (PA) nos municípios de
Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009 ................................................. 61
Figura 10 – Informações (%) de grupos familiares quanto à utilização de adubos
químicos em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim. Pará, 2009 ..................................................................................... 62
Figura 11 – Quantidade de km² por foco de queimada, no comparativo entre a área total
dos 5 projetos de assentamento (PA), nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim e a área do Estado do Pará, 2017 ................................................... 63
Figura 12 – Mapa da cobertura vegetal dos PA pesquisados no ano de 2009. Pará, 2016 .
.........................................................................................................................................65
Figura 13 – Mapa da cobertura vegetal dos PA pesquisados no ano de 2015. Pará, 2016 .
.........................................................................................................................................66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Comparativo do desflorestamento por ano de criação, lote, área e perímetro
dos PA pesquisados. Pará, 2016 ..................................................................................... 24
Tabela 2 – Relação de PA, segundo RB (Relação de Beneficiários), nº e % de
questionários aplicados no ano de 2009. Pará, 2016 ...................................................... 36
Tabela 3 – Histórico dos projetos de assentamento. Pará, 2016..................................... 38
Tabela 4 – Distribuição das famílias segundo a origem da água utilizada para consumo
humano e animal e tratamento da água nos 5 projetos de assentamento no ano de 2009.
Pará, 2016 ....................................................................................................................... 39
Tabela 5 – Distribuição das famílias segundo o destino de dejetos humanos, lixo e
embalagens nos 5 projetos de assentamento no ano de 2009. Pará, 2016 ...................... 40
Tabela 6 – Distribuição das famílias segundo as práticas de queimada no preparo da
terra e de adubação química nos 5 Projetos de Assentamento no ano de 2009. Pará, 2016
........................................................................................................................................ 61
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
APP – Área de Preservação Permanente
ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental
CNUMAD – Comissão das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento
ONU – Organização das Nações Unidas
PA – Projeto de Assentamento
PRODES – Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal
por Satélite
SR/01 – Superintendência Regional do Pará
TCU – Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13
3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 14
3.1 GERAL ...................................................................................................................... 14
3.2 ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 14
4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 15
4.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................... 15
4.2 ACESSO .................................................................................................................... 15
4.3 MÉTODO .................................................................................................................. 15
4.4 INSTRUMENTO DE COLETA ............................................................................... 16
5 CAPÍTULO I .............................................................................................................. 17
5.1 RESUMO .................................................................................................................. 17
5.2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17
5.3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 22
5.3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. .22
5.3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 23
5.3.3 CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL .............................................................. 23
5.4 RESULTADOS ......................................................................................................... 24
5.5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 25
5.6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27
6 CAPÍTULO II ............................................................................................................. 28
6.1 RESUMO .................................................................................................................. 28
6.2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 28
6.3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 35
6.3.1 ÁREA DE ESTUDO .............................................................................................. 36
6.3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 36
6.3.3 CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL .............................................................. 37
6.4 RESULTADOS ......................................................................................................... 38
6.5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 47
6.6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 51
7 CAPÍTULO III ........................................................................................................... 52
7.1 RESUMO .................................................................................................................. 52
7.2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 52
7.3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 54
7.3.1 ÁREA DE ESTUDO .............................................................................................. 54
7.3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 54
7.3.3 CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL .............................................................. 55
7.4 RESULTADOS ......................................................................................................... 55
7.5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 56
7.6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 60
8 RESULTADOS ........................................................................................................... 64
9 CONCLUSÃO..... ........................................................................................................ 66
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .. ................................................................. 67
11 APÊNDICES ............................................................................................................. 80
12 ANEXOS ................................................................................................................... 87
12
1 – INTRODUÇÃO
A Superintendência Regional do Pará (SR/01) do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA) apresenta 400 projetos criados, com 98.726 famílias
assentadas, desde 26/11/1986 até 29/12/2015; São Domingos do Capim possui 07
criados (entre 23/10/2003 e 13/12/2010) com 987 famílias e Aurora do Pará tem 10
criados (entre 26/11/1986 e 29/12/2015) com 911 famílias (INCRA, 2016c).
A dimensão total dessas áreas, Projetos de Assentamento de Reforma Agrária
implantados pelo INCRA, até 1984 na Amazônia Legal, que consta atualmente nos
sistemas do INCRA, é de 9.240.756.33 hectares, com capacidade de assentamento de
101.809 famílias. Entre 1985 e 1992, a área da reforma agrária na Amazônia se elevou a
14.332.097,94 hectares e capacidade para 189.237 famílias em 295 assentamentos.
Entre 1993 e 1998, a área da reforma agrária na Amazônia chegou a 1.168 projetos de
assentamento, perfazendo 30.625.316.85 hectares e capacidade para 379.240 famílias. A
desapropriação por interesse social, instituída pela Lei 8.629/1993, foi determinante
para o aumento da área do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) na Amazônia.
Em cinco anos, mais que dobrou a superfície territorial da reforma agrária na região e a
capacidade de assentamento de famílias. O crescimento do número de assentamentos
criados foi quase exponencial – de 295 projetos em 1992 para 1.168 em 1998 – um
aumento de 395% (BRASIL, 2012a).
Nesta temática ambiental foram introduzidos novos conceitos associados às
relações políticas e econômicas regionais e internacionais, tais como a preservação e
aproveitamento dos nichos de biodiversidade existentes no planeta, dentro de limites à
utilização dos recursos naturais disponíveis em cada país (ALBAGLI, 1995).
O INCRA contratou uma empresa (INCRA, 2016b) para executar serviços de
assessoria técnica, social e ambiental, incluindo, entre outros, a elaboração de um
diagnóstico contendo aspectos físicos, socais e ambientais dos PA no lote 5 do Certame,
constituído por 13 (treze) PA, quais sejam, Benedito Alves Bandeira, Calmaria I,
Calmaria II, Esperança, Flor de Minas, Miritipitanga, Nova Santa Maria, Novo Jauara,
Pirâmide, Palheta, Terra Nova, Três Irmãos e Tropicália. Entretanto, como no PA
Pirâmide, não foi aplicado nenhum questionário, visto que os beneficiários não foram
encontrados na ocasião do levantamento, logo, foram trabalhados 12 PA, dos quais 7
13
(sete) foram objeto de outra pesquisa e os 5 (cinco) restantes serão analisados nesta
Dissertação.
O Programa ATES – Assessoria Técnica Social e Ambiental, além de destinar-se
à prestação de atividades de assessoria técnica, social e ambiental, também se dedica à
assistência técnica e extensão rural, abrangendo temáticas como: agricultura familiar,
desenvolvimento sustentável, agroextrativismo, pesca artesanal, agroecologia, meio
ambiente, gestão de associações e cooperativas, gênero, geração e etnia,
desenvolvimento humano, social e rural.
Inicialmente foi realizada a coleta de dados e informações, mediante aplicação
de questionário pela equipe de campo, junto a cada uma das 486 (quatrocentas e oitenta
e seis) famílias presentes na ocasião da realização da entrevista (Tabela 2), tendo sido
inquiridos, a mulher (ou pessoa que cuida da casa) e o homem.
O quantitativo de entrevistas/questionários não corresponde à informação
constante das RB – Relação de Beneficiários no SIPRA do INCRA (Tabela 2), uma vez
que a atualização do mesmo, por meio da atividade de Supervisão Ocupacional, não se
faz de forma sistemática; a diferença numérica constatada (para mais ou para menos)
resulta da ocorrência de diversos fatores como a aglutinação de lotes pela compra de
vários por uma mesma família, venda ou abandono (evasão com média de cerca de
30%) de lotes pelos proprietários que se deslocam para outras cidades, necessidade de
abrigo de outros candidatos que tenham o perfil para assentamento, incorporação de
áreas limítrofes aos projetos, finalização do serviço de demarcação topográfica, entre
outros; possibilidade de inclusão de mais beneficiários aumentando a capacidade do PA;
as divergências são consequência de um processo constante e dinâmico de entrada e
saída de beneficiários.
2 – JUSTIFICATIVA
A transformação de espaços coletivos em lugares produtivos e sustentáveis
ajudará na melhoria do ambiente e produção de comunidades rurais com consequente
avanço na qualidade de vida, bem como na integração das políticas públicas,
principalmente àquelas vinculadas ao meio ambiente e à reforma agrária (BRASIL,
1964).
14
O licenciamento ambiental possui, entre outros, o objetivo de fiscalização e/ou
monitoramento das atividades poluidoras e/ou degradadoras (BRASIL, 2009).
Entre múltiplos aspectos que oferecem risco à saúde humana, pela interface com
a questão ambiental, relevo para o Arco de Desmatamento, onde o total de área
antropizada, por atividades agrícolas e pecuárias, alcança 160 mil km², solicitando
assim uma ação mais cuidadosa dos agentes públicos e o urgente reflorestamento da
referida área (ALCÂNTARA, 2008).
Fatores como a baixa renda familiar e o baixo nível de escolaridade,
identificados em assentamentos, contribuem para menor compreensão e assimilação de
novas técnicas e tecnologias e elevam a probabilidade da inadimplência do crédito rural
(COSTA, NETO, 2011). Logo, o Projeto “Análise de fatores ambientais em Projetos de
Assentamento do INCRA na Amazônia”, é de essencial importância, posto que as
questões ambientais citadas serão expressas no diagnóstico apresentado.
3 – OBJETIVOS
3.1 – GERAL
Apresentar um diagnóstico da realidade da situação ambiental em 5 (cinco)
Projetos de Assentamento - PA do INCRA/SR-01, nos municípios de Aurora do Pará e
São Domingos do Capim, Estado do Pará, conforme “Mapa de localização dos projetos
de assentamento” (Apêndice 3).
3.2 – ESPECÍFICOS
Estudar a relação das famílias dos assentados de 5 (cinco) PA, nos Municípios
de Aurora do Pará e São Domingos do Capim, com o meio ambiente;
Identificar condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, não conformidades
às legislações ambientais e impactos ambientais;
Propor medidas preventivas e/ou atenuantes àqueles impactos que contribuam
para a melhoria da convivência das famílias com as questões ambientais, por meio da
educação ambiental.
15
4 – METODOLOGIA
Esta dissertação será apresentada em 3 capítulos, sob a forma de 3 (três) Artigos
enviados à avaliação de periódicos científicos, sendo 1 (um) à Revista “Sociedade e
Natureza”, conforme comprovante constante no Apêndice 6, 1 (um) à Revista “Ibero-
Americana de Ciências Ambientais”, consoante comprovante passado no Apêndice 7 e
outro, já concluído e prestes a ser submetido à revistas.
4.1 – DESCRIÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo constitui parte do diagnóstico físico, social e ambiental
integrante do rol de atividades de assessoria técnica, social e ambiental em PA
contemplado com o Programa ATES, contratado, através de licitação modalidade
concorrência, pelo INCRA/SR-01 junto à empresa Plantar-Planejamento e Assessoria
Técnica Rural S/C Ltda., no ano de 2009.
4.2 – ACESSO
Os dados obtidos foram acessados a partir de autorização por escrito, constante
dos apêndices 1 (MEMO/No8/2016/INCRA/GAB/SR(01)PA), 2 (MEMO/INCRA/
QUIL./S/No/ 2016), 4 (MEMO/No081/2015/INCRA/GAB/ SR(01)PA) e 5 (MEMO/
INCRA/QUIL./S/No /2015).
4.3 – MÉTODO
Para a elaboração da RB, o INCRA realiza um cadastramento das famílias
candidatas, a serem assentadas em determinada área, selecionadas por critérios
definidos na legislação agrária, regulamentada por normas internas do INCRA, com
possibilidades de serem beneficiárias do PNRA para fazerem jus a melhoramentos,
entre os quais a concessão de créditos.
16
4.4 – INSTRUMENTO DE COLETA
Questionário de 4 (quatro) folhas, aplicado pela empresa Plantar, junto às
famílias assentadas, denominado “Diagnóstico socioeconômico e ambiental”, do qual se
extraiu as questões, sendo:
- Destino dado aos dejetos humanos
- Forma de preparo do solo
- Origem da água para consumo humano
- Tratamento da água
- Origem da água para consumo animal
- Qual o destino do lixo
- Realizam reciclagem
- No preparo da terra para plantio faz queimada
- Utiliza adubos químicos
- Qual o destino das embalagens
- Utiliza adubos orgânicos
- Faz consórcio
- Rotação de culturas
- Práticas de manejo do solo como plantio de contorno/curva de nível
- Existe mata no lote
- Utilização da mata
17
5 – CAPÍTULO I
ALTERAÇÃO NAS ÁREAS DE FLORESTA DE ASSENTAMENTOS LEGAIS NA
AMAZÔNIA
5.1 – RESUMO
Reforma agrária no Brasil é a missão do INCRA e os assentamentos são
importantes para o desenvolvimento rural sustentável, considerando-se a extinção ao
ano de espécies da fauna e flora pelo ritmo acelerado das queimadas e desmatamentos
nas florestas tropicais e a poluição nas águas. Os antropismos alteram a qualidade de
vida e aumentam a exposição ambiental a poluentes, danosos para saúde. Apreciou-se as
modificações em florestas associadas às atividades de Projetos de Assentamento (PA).
A pesquisa abrangeu 2 municípios: Aurora do Pará e São Domingos do Capim e a área
delimitada foi 5 PA: Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, Palheta e Terra Nova;
avaliou-se as imagens da vegetação para identificação do incremento de desmatamento
por corte raso, usando arquivos vetoriais shape file do PRODES/INPE por Satélite,
complementadas com informações dos dados cartográficos do INCRA de 2016 através
da extração de feições do limite interno dos PA, usando software ArcGis 10.1.
Resultado: alteração de desflorestamento entre os períodos antes e após a criação dos
PA. Estes cenários servem para decisões no INCRA, contribuindo à implementação de
mecanismos eficazes de informação, monitoramento, controle e fiscalização em
colaboração com órgãos ambientais, permitindo o cumprimento da legislação ambiental
nesses PA.
5.2 – INTRODUÇÃO
Assentamentos rurais são unidades empresariais associativas, familiares,
autônomas e geridas por trabalhadores para o desenvolvimento econômico e social dos
assentados (INCRA, 1996). Estes núcleos populacionais tem características e
especificidades diferenciadas, pois os conflituosos processos de luta pela terra, o
distanciamento na relação destes produtores com o Estado e o ineditismo da experiência
associado a origem geográfica destes que viveram um processo de transição reversa
18
passando do campo para a cidade e retornando ao campo vivenciando a partir daí
relações com a terra diferentes de seus antepassados, fazem com que esta população
apresente distinção (PALMEIRA, 1994).
A definição aos assentamentos e aos assentados pelos órgãos do Governo
Brasileiro, responsáveis pelo programa de reforma agrária, entende estes assentamentos
como áreas que recebem políticas públicas e os assentados como beneficiários desse
processo. Contudo, os movimentos sociais compreendem que os assentamentos se
efetivam na luta pela terra, provocando uma reconstrução de práticas e valores e
expressando a tradução de um processo de conquista de dignidade e melhorias na
qualidade de vida dos trabalhadores rurais ora excluídos e marginalizados (ARAÚJO,
2016).
Nesse contexto, o INCRA é uma autarquia governamental a qual foi atribuída
implementar a reforma agrária, controlar o cadastro nacional de imóveis rurais,
administrar as terras de domínio do Estado Brasileiro e contribuir para o
desenvolvimento rural garantindo sua sustentabilidade (BRASIL, 1970). Nessas
diretrizes, o INCRA tem responsabilidade de criar e implantar assentamentos rurais
sustentáveis a partir do licenciamento de atividades e empreendimentos nestes
realizados com vistas a melhorias na qualidade de vida e capacidade produtiva dos
assentados (INCRA, 2016a; BRASIL, 2013).
A busca da sustentabilidade agrega novos conceitos associados às relações
políticas e econômicas regionais e internacionais, em que se valoriza a preservação e
aproveitamento dos nichos de biodiversidade no planeta nos limites da utilização dos
recursos naturais em cada país (ALBAGLI, 1995).
Nas relações internacionais só ações paliativas foram adotadas com êxito,
considerando que a sustentabilidade implica profundas transformações da sociedade,
com a substituição dos modelos de produção, desenvolvimento tecnológico e
distribuição de bens. Assim, questões ambientais trazem às sociedades a busca de novas
formas de pensar e agir de caminhos e modelos de produção de bens para suprir
necessidades humanas, diminuindo as desigualdades e exclusão social, e garantindo a
sustentabilidade ecológica, pois recursos naturais são finitos e o principal responsável
por sua degradação é o homem. (WOLKMER, 2011).
A cada ano milhares de espécies da fauna e flora são extintas com possibilidade
de desaparecimento de cerca de 30% das espécies em até 30 anos, fato fortemente
19
associado ao ritmo acelerado das queimadas e desmatamentos nas florestas tropicais e
poluição nas águas. Inúmeras destas espécies são o resultado de milhões de anos de
evolução no planeta e essas perdas empobrecem a diversidade biológica na biosfera,
fato preocupante para as atuais formas de vida e gerações futuras (ESPÍNDOLA;
ARRUDA, 2008).
Como as atividades humanas são, a principal ameaça da biodiversidade, é
necessário se analisar essas atividades, evitando a degradação ambiental pela remoção
da cobertura vegetal, pelas atividades do agronegócios, por exemplo, as monoculturas,
pelo empobrecimento do solo (queimada, lixiviação) e pela erosão. Quanto à perda de
biodiversidade, a ONU diz que a variedade de vertebrados no planeta caiu cerca de um
terço entre 1970 e 2006. Portanto, o desmatamento altera a biologia dos ecossistemas
terrestres e aquáticos, a falta de mata ciliar aumenta o assoreamento e maior inserção de
sedimentos nos corpos hídricos, aumentando a turbidez das águas e alterando o habitat
dos organismos aquáticos (SOARES, 2012).
Estes antropismos oferecem risco à saúde humana, pela interface entre os
impactos ambientais e efeitos sobre a qualidade de vida, possibilitando a exposição
ambiental a poluentes, como, o que vem ocorrendo no sul da Amazônia na região
identificada como Arco de Desmatamento (ALCÂNTARA, 2008). Nestas áreas
antropizadas por pastos, plantação de soja ou derrubada e queima da floresta, a
população rural é exposta a poluentes atmosféricos e agrotóxicos.
Assim, discuti-se as ligações entre raça, pobreza e poluição, estabelecendo
vínculos entre problemas ambientais e desigualdade social. Essa perspectiva introduziu
variáveis sociais nos tradicionais estudos de impacto ambiental, possibilitando uma
integração analítica entre os processos biofísicos e sociais, numa perspectiva de justiça
ambiental. (SANTOS, 2011).
A degradação decorre, por fatores como avanço da urbanização, desmatamento e
queimadas. Os desmatamentos e queimadas, além de poluírem a atmosfera, trazem
sérios prejuízos econômicos e sociais, contribuem para o desflorestamento, para a perda
da biodiversidade local, devastam a fauna e flora, empobrecem o solo (através da
compactação do solo reduzem a penetração de água no subsolo) e causam mortes e
acidentes (CASTRO, 2016).
Desde 1965, o Brasil possui legislação, denominado Código Florestal, sobre a
proteção, a conservação, estabelecendo limites para remoção e o uso das florestas em
20
áreas privadas, como os assentamentos rurais (BRASIL, 1988; BRASIL, 1981;
BRASIL, 2012c). Após revisões foi elaborado em 2012 o Novo Código Florestal
através do qual se estabelece áreas de proteção com manutenção da vegetação nativa,
identificada como Reserva Legal (ZAKIA, 2014). Destaca-se que esta Lei possui
aplicação diferenciada associada ao tamanho do imóvel rural e a quantidade de
vegetação nativa (ZAKIA, 2014; BRASIL, 2008).
Para controlar a aplicação do Novo Código Florestal, o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) edita anualmente normativa informando as cidades no Bioma
Amazônia cuja identificação das florestas nos imóveis rurais será avaliada pela história
de desmatamento verificada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com
base em três critérios: 1) área de floresta desmatada; 2) área de floresta desmatada nos
últimos três anos e; 3) aumento da taxa de desmatamento em pelo menos três, dos
últimos cinco anos (BRASIL, 2007a).
O INPE disponibiliza um sistema, Projeto de Monitoramento do Desmatamento
na Amazônia Legal (PRODES), para calcular anualmente a taxa de desmatamento por
imagens de satélite. No PRODES é feito o inventário de perda de floresta primária pelo
mapeamento do desmatamento por corte raso. O desmatamento por corte raso resulta na
remoção completa da cobertura florestal em um curto tempo. Assim, a cobertura
florestal é totalmente removida e substituída por outras coberturas e usos (agrícola,
pastagem, urbano, hidroelétricas, entre outros). A partir destas informações o governo
brasileiro define a cada ano as cidades do Bioma Amazônia que serão penalizadas com
restrições no acesso a créditos rurais e impõem medidas de regularização fundiária para
redução de desmatamento (INPE, 2013).
O grande número de assentamentos e as imensas áreas de pastagens dedicadas a
bovinos no sudeste do Pará resultaram na derrubada da floresta, deixando grandes áreas
degradadas. Entretanto, apesar da precariedade de infraestrutura, a pecuária avança
largamente nesta região, contribuindo para esse crescimento os assentamentos em
pastagens de antigas fazendas de gado. Ali, além de encontradas áreas com alguma
infraestrutura à pecuária, houve o interesse dos assentados em iniciar esta atividade
(IBGE, 2013).
Nos Projetos de Assentamento (PA) implementados pelo INCRA, em sua
maioria, ocorre desmatamento e exploração de madeira ilegalmente. Como exemplo, em
1995 uma fazenda foi ocupada por agricultores sem terra na Amazônia e esta
21
apresentava, quanto a cobertura vegetal: 38% de sua vegetação nativa preservada, 34%
de floresta descaracterizada em razão da extração madeireira e 28% em pastagem
plantada. Este PA concluiu sua implementação em 1997 e após 10 anos ocorreu a
supressão completa da vegetação nativa (SOARES, 2008).
Estudos mostram que os PA criados no Estado do Pará nas décadas de 80 e 90
apresentavam 93% de suas áreas desflorestadas, uma contradição a legislação ambiental
para Amazônia Legal que autoriza desmatar no máximo 20%. Estima-se que a alteração
da cobertura florestal primária em PA tradicionais causou um passivo ambiental de
cerca 73%, considerando apenas a área desmatada acima do permitido na legislação
ambiental (INCRA, 2008).
Até a década de 1960, o desmatamento na Amazônia era considerado
desprezível. Contudo, a partir da construção da rodovia Belém-Brasília é intensificada a
exploração madeireira e a instalação de pastagens. Este processo se amplia na década de
70 com a abertura de estradas, como a Transamazônica, o estabelecimento de grandes
projetos agropecuários e a colonização agrícola por assentamentos dirigidos (INCRA,
2008). O INCRA manifestou intenção de ajustar sua conduta, envidando esforços para a
adequada gestão ambiental dos assentamentos da Amazônia. Desta forma foram criadas
metas de redução de desmatamento alinhadas com o Plano de Ação para Proteção e
Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM) implementado pelo Governo
Brasileiro (Ministério Público Federal, 2013).
Na bacia hidrográfica do Rio Capim, no Estado do Pará, os resultados da
interferência humana no meio físico não foram diferentes, tendo se abreviado e
intensificado o desflorestamento das áreas. Estudos na bacia do Rio Maracaxi, afluente
do Rio Capim, revelam que, de uma área total de 46.879,00 ha com cobertura nativa,
Floresta Equatorial Perenifólia densa, 74% foram alterados, desflorestados, e hoje
apresentam uma intensa modificação da paisagem (INCRA, 2008).
Assim, averiguar as modificações na cobertura florestal contribui para
preservação ambiental na Amazônia através do conhecimento dos processos de
desflorestamento e de atividades lesivas ao ambiente nestas áreas. O estudo analisou a
modificação da vegetação em 5 PA do INCRA nos municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim, no Pará. Este tomou como base relatórios de diagnóstico físico,
social e ambiental organizados pela Assessoria Técnica, Social e Ambiental da
Superintendência Regional no Pará do INCRA. Destacando que a análise temporal das
22
imagens de um PA identifica a ampliação do desmatamento na área de floresta nativa,
permitindo avaliar a alteração na paisagem nos anos seguintes.
5.3 – MATERIAL E MÉTODOS
5.3.1 – ÁREA DE ESTUDO
A pesquisa foi planejada para abranger os municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim, pertencentes à Microrregião do Guamá e integrantes da
Mesorregião Nordeste Paraense (Figura 1). A área de delimitação do estudo foram cinco
PA: Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, localizados em Aurora do Pará, Palheta em
São Domingos do Capim e Terra Nova pertencente a ambos os municípios. Estes PA
estão situados em territórios próximos às bacias hidrográficas dos Rios Capim e Guamá
e o acesso rodoviário é através das rodovias PA-420, PA-140, PA-252, PA-451 e PA-
127, BR-316 e BR-010.
Figura 1 – Mapa de localização dos PA na Microrregião do Guamá. Pará, 2016.
Fonte: INCRA-Base Cartográfica da SR-01, 2016 e SIPRA-Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária, 2016. Org. de Edilson Almeida de Souza.
23
5.3.2 – COLETA DE DADOS
Este estudo é analítico e foi realizado pelas imagens da cobertura vegetal dos
cinco PA. Para identificação das taxas de incremento de desmatamento por corte raso,
foram utilizados arquivos vetoriais (polígonos com atributos) em formato shape file do
PRODES por Satélite/INPE, contendo dados temáticos, classificados segundo legenda
do PRODES Digital.
Os arquivos vetoriais do PRODES foram gerados pelas imagens de satélites
Landsat-5 TM (20 a 30 metros de resolução espacial e taxa de revisita de 16 dias),
juntamente às imagens CCD do CBERS-2 e do CBERS-2B, satélites do programa sino-
brasileiro de sensoriamento remoto. Complementarmente usou-se as imagens LISS-3,
do satélite indiano Resourcesat-1, e imagens do satélite inglês UK-DMC2. Estes
arquivos foram adquiridos na projeção Lat/Long, georreferenciado no Datum SAD69.
Após aquisição os dados foram reprojetados para a Projeção Universal Transversa de
Mercator (UTM) e o Datum para Sirgas2000.
A partir da base de dados cartográfica do INCRA 2016 (limites dos PA, base
hidrográfica, rodovias, limites e sedes municipais) extraíram-se feições correspondentes
ao limite interno dos PA por meio da ferramenta Clip, do ArcToolbok, do software
ArcGis 10.1. Através deste software também foram realizados o processamento e
geração dos mapas temáticos.
5.3.3 – CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL
Obteve-se arquivos vetoriais do PRODES no recorte temporal entre a data de
criação até o ano de 2015. Como as datas de criação dos PA não são no mesmo ano,
houve a necessidade de gerar shape files dos anos de 2001, 2003, 2005, 2006, 2009 e
2015. O ano selecionado agrupa em uma única representação vetorial todos os
polígonos de desmatamento detectado e consolidado pelo Projeto em anos anteriores,
registrando o incremento do referido período.
24
5.4 – RESULTADOS
A Tabela 1 registra a alteração de desflorestamento entre os períodos do ano de
criação (2001-2003-2005-2006), 2009 e 2015 nos cinco PA. Os dados mostram que o
desflorestamento aumentou quando comparados os percentuais dos 3 períodos, exceto
no Novo Jauara, no qual foi registrada uma redução entre 2006 e 2009. No Três Irmãos,
o fenômeno foi mais intenso, pois em 2001 era 20,33% e passou para 49,06% em 2015,
quase dobrando a área desmatada. Nos PA Novo Jauara e Palheta as áreas de
desflorestamento se mantiveram praticamente as mesmas quando comparados os
períodos analisados. Nos demais PA (Esperança e Terra Nova) aumentou a área
desmatada, porém a taxa de crescimento do desflorestamento foi menor quando
comparado ao Três Irmãos.
Tabela 1 – Comparativo do desflorestamento por ano de criação, lote, área e perímetro dos PA pesquisados. Pará, 2016.
Projeto de
Assenta mento (PA)
Ano de criação
Lotes (média
em ha)
Área
(ha) Perímetro
(m)
Desflorestamento (%)
Ano de criação
2009 2015(1)
Esperança 2003 42 5.604,7217 37.537,33 56,83 63,94 67,64
Novo
Jauara 2006 28 1.462,6571 21.273,88 86,72 85,03 85,04
Palheta 2006 54 6.646,7888 41.168,27 89,86 90,91 92,61
Terra
Nova 2005 36 5.837,0491 59.628,00 82,17 87,95 89,72
Três
Irmãos 2001 28 3.479,3234 23.825,95 20,33 43,66 49,06
Fonte: Base Cartográfica INCRA - SR/01, 2016. SIPRA/SDM - Divisão de Monitoramento em 23/02/2016. PRODES do INPE, referente aos anos de 2001, 2003, 2005, 2006, 2009 e 2015. Org. do Autor. (1) Os anos selecionados agrupam em uma única representação vetorial (shape) todos os polígonos de desmatamento detectado pelo PRODES do INPE, de anos anteriores.
Na Tabela 1, nota-se que na época da criação os assentamentos Novo Jauara,
Palheta e Terra Nova já apresentavam taxas elevadas (respectivamente, 86,72%, 89,86%
e 82,17%) de desmatamento quando comparados aos assentamentos Esperança e Três
Irmãos (respectivamente, 56,83% e 20,33%).
25
Pela legislação brasileira, para manutenção de área com vegetação nativa,
quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE estadual, o poder
público federal poderá reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante
recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal com área rural
consolidada, em área de floresta na Amazônia Legal, para até 50% da propriedade,
excluídas as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e dos recursos
hídricos e os corredores ecológicos (BRASIL, 2012d). No ano de criação, os PA Novo
Jauara, Palheta, Terra Nova e Esperança apresentavam índices de supressão bastante
superiores ao permitido, enquanto no Três Irmãos era bastante inferior. No período
avaliado o PA Três Irmãos se manteve com níveis de supressão abaixo de 50%
enquanto os demais estiveram acima de 50%.
Estes PA, antes da criação pelo INCRA eram fazendas e se registra que a maior
parte das atividades dos assentamentos é o plantio de mandioca, seguida pela pecuária
bovina. Ressaltando que nestas áreas, historicamente, tanto as fazendas como as
atividades agropecuárias contribuíram para o desflorestamento.
5.5 – DISCUSSÃO
Após a criação do PA, a implantação de atividades agrícolas e pecuárias ocorre
tradicionalmente pela derruba e queima da vegetação, procedimentos comuns na
Amazônia e em especial no Nordeste do Estado do Pará. Estas práticas inadequadas
degradam o solo e como consequência reduzem a produtividade destes e causam
prejuízos econômicos aos agricultores (MACHADO, 2012; INCRA, 2014a). Outras
práticas que promovem a melhoria da qualidade do solo ainda são poucas difundidas na
agricultura familiar. Um exemplo são os sistemas agroflorestais (SAF’s) que poderiam
ser melhor incentivados para que os lotes se tornassem mais sustentáveis (pela melhoria
no uso da terra, geração de renda e conservação ambiental) do ponto de vista ambiental
e produtivo, podendo viabilizar o uso agropecuário de apenas 20% do imóvel
(GUIMARÃES, 2013; INCRA, 2014c). Os SAFs são maneiras de lavouras em que se
compartilham ou consorciam, em um mesmo local, árvores e arbustos com culturas
agrícolas e/ou criação de animais.
No PA Esperança, o desflorestamento se deve à exploração madeireira (INCRA,
2014a) e implantação do empreendimento agropecuário (ocupante antes do PA) até
26
cerca de 1984, sendo que depois pela exploração com culturas de subsistência por
agricultores (INCRA, 2003). No PA Novo Jauara, deve-se à extração madeireira, com
corte raso, pela fazenda (ocupante antes do PA) até cerca de 1976 e depois pela
exploração com culturas anuais por agricultores (INCRA, 2004). No PA Palheta, deve-
se à exploração madeireira e implantação do empreendimento agropecuário (ocupante
antes do PA), com corte raso, até cerca de 1999, sendo que depois pela exploração com
culturas de subsistência por agricultores (INCRA, 2006). No PA Terra Nova, deve-se à
fazenda (ocupante antes do PA) até cerca de 1996 e depois pela exploração, por corte
raso, com culturas temporárias por agricultores (INCRA, 2005). No PA Três Irmãos,
deve-se à exploração da floresta, com o corte raso, pela fazenda (ocupante antes do PA)
(INCRA, 2001) e por madeireiros entre 1999/2000, sendo que depois por agricultores
de culturas anuais, além de açaí, cacau, cupuaçu e pimenta do reino, como também para
criação de gado com a introdução de pastagens (INCRA, 2014b).
Assim, a exploração madeireira e de floresta, implantação de empreendimento
agropecuário e de culturas de subsistência, sobretudo pelo corte raso (retirada completa
da mata), por madeireiros, fazendeiros e agricultores tem sido responsável pelos
percentuais de desflorestamento detectados (SANTOS, 2010). O considerável aumento
entre a data de criação e o ano de 2009 no PA Três Irmãos, em relação aos outros 4
(quatro) PA credita-se a existência de outros cultivos e às pastagens.
Pelo ano de criação na Tabela 1, não é possível correlacionar a contribuição de
cada atividade (madeireira, empreendimento agropecuário, subsistência, etc.) para o
desmatamento, por inexistirem dados entre o ano de ocupação por agricultores (1984-
Esperança/1976-Novo Jauara/1999-Palheta/1996-Terra Nova/1999 à 2000-Três Irmãos)
e o ano de criação dos PA. Além disso, só há dados na plataforma online do PRODES a
partir do ano de 2000 (INPE, 2016). Ao desmatamento segue-se a queima e esta diminui
os nutrientes que voltam à terra pela matéria seca, ou seja, conteúdos inferiores de
cálcio e magnésio na porção rasa da terra queimada (DICK, 2008). Estas práticas para
limpar as roças, como a queima, são nocivas ao ambiente e diminuem as colheitas, pelo
desgaste do terreno (CASTRO; GOMES, 2007).
O desmatamento é em função das práticas agrícolas para o plantio (INCRA,
2015) pois para as roças usa-se o sistema de corte-e-queima da vegetação para o preparo
de área. A redução dos impactos da agricultura ao meio ambiente seria pelo do uso de
maquinários e implementos agrícolas, uso de técnicas agrícolas e práticas
27
conservacionistas de valorização ambiental como a rotação de culturas e recuperação de
áreas degradadas (INCRA, 2014d).
Ressalta-se, conforme a Tabela 1, que no ano de criação dos PA já havia o
desflorestamento, caracterizando o desmatamento consolidado em anos anteriores, ou
seja, antes da obtenção do imóvel, pelo INCRA, dos detentores anteriores.
A ausência da mata causa não conformidade com a legislação brasileira
(BRASIL, 1981), pois degrada a qualidade de vida e altera as características do meio
ambiente. Estas são condições adversas às atividades sócio econômicas e causam danos
à biota aquática e terrestre.
5.6 – CONCLUSÃO
Os assentamentos rurais precisam ser monitorados quanto ao uso da terra, pois
podem contribuir significativamente para o desmatamento na Amazônia.
A exploração madeireira e de floresta, implantação de empreendimento
agropecuário e de culturas de subsistência tem sido responsável pelo desflorestamento
detectado, sendo evidenciadas condutas lesivas e não conformidades com a legislação
ambiental brasileira.
Pelo uso de práticas inadequadas e não condizentes com a sustentabilidade, as
famílias estão sujeitas à degradação ambiental.
Há carência de informações e procedimentos ambientais básicos, por meio de
capacitação e tecnologia, o que indica a necessidade de educação ambiental,
monitoramento, controle e fiscalização, possibilitando o desenvolvimento sustentável
do seu empreendimento.
Deve-se adotar mecanismos mais eficazes de informação, monitoramento,
controle, fiscalização em estrita e estreita relação entre o INCRA e órgãos ambientais,
permitindo uma atuação com visitas e vistorias e buscando reforçar o cumprimento da
legislação ambiental.
28
6 – CAPÍTULO II
RESÍDUOS SÓLIDOS E CONDIÇÕES SANITÁRIAS EM ASSENTAMENTOS
LEGAIS NA AMAZÔNIA
6.1 – RESUMO
Reforma agrária no Brasil é a missão do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA), assentamentos rurais são importantes ao desenvolvimento
rural sustentável e a falta de abastecimento de água, rede de esgotamento sanitário e
coleta de lixo contribuem para a degradação ambiental. O estudo analisou o destino dos
dejetos humanos, embalagens e resíduos, a origem e tratamento da água para consumo
humano e animal em Projetos de Assentamento (PA) na Amazônia. A investigação
compreendeu 2 municípios, Aurora do Pará e São Domingos do Capim em cinco PA:
Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, Palheta e Terra Nova. Os dados foram obtidos do
Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (SIPRA) e de levantamento do
diagnóstico por meio de questionários. Os resultados mostraram práticas inadequadas
nas questões sanitárias que podem impactar na saúde e meio ambiente. Ficou evidente a
carência de infraestrutura, informações e procedimentos ambientais básicos, mostrando
a necessidade de desenvolvimento da educação ambiental; existem impactos ambientais
causados por condutas lesivas e não conformidades a várias leis ambientais,
expressando uma situação preocupante, estando as famílias sujeitas à contaminação
ambiental, reforçando a resolução no INCRA e auxiliando na execução de ações
eficazes de informação, monitoramento, controle e fiscalização em parceria com os
órgãos ambientais e de saúde.
6.2 – INTRODUÇÃO
Os assentamentos rurais (AR) são núcleos populacionais que apresentam
especificidades diferenciadas e se caracterizam como unidades empresariais
associativas, familiares, autônomas e geridas por trabalhadores para o desenvolvimento
econômico e social de suas famílias (INCRA, 1996).
29
O Governo Brasileiro, através de seuas instituições públicas que possuem a
missão de implementação do programa de reforma agrária, entende que estes
assentamentos devem receber políticas públicas e os assentados seriam os beneficiários
desse processo. De forma distinta, os movimentos sociais identificam estes
assentamentos como resultado de uma efetiva luta pela terra a partir da reconstrução de
práticas e valores que se traduzem em processos da dignidade humana e melhorias na
qualidade de vida dos trabalhadores rurais, historicamente excluídos e marginalizados
(ARAÚJO, 2016).
Nesse contexto, foi atribuída ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) o encargo por implementar a reforma agrária associada a outras
funções como controlar o cadastro nacional de imóveis rurais, administrar as terras de
domínio do Estado Brasileiro e contribuir para o desenvolvimento rural sustentável
(BRASIL, 1970). Nessas diretrizes, o INCRA possui a responsabilidade de
licenciamento de atividades e empreendimentos nestes assentamentos rurais como
forma de garantir o bem estar social e aprimorar a capacidade produtiva dos assentados
(INCRA, 2016a; BRASIL, 2013).
O conceito de sustentabilidade nos assentamentos rurais associa os mesmos às
relações políticas e econômicas regionais e internacionais através das quais se valoriza a
preservação e aproveitamento dos nichos de biodiversidade no planeta dentro dos
limites da utilização racional dos recursos naturais em cada país (ALBAGLI, 1995).
No âmbito das relações internacionais, atualmente, se buscam profundas
transformações da sociedade, havendo propostas para substituição radical dos modelos
de produção, desenvolvimento tecnológico e distribuição de bens. Portanto, nos últimos
anos, a sociedade busca novas formas de pensar e agir acerca dos modelos de produção
de bens para suprir necessidades humanas que proporcionem a diminuição das
desigualdades e estejam pautadas na sustentabilidade ecológica (WOLKMER, 2011)
Como medida de cautela e/ou abrandamento aos diversos impactos ambientais
observados recomenda-se a implantação de um plano que contemple ações com vistas a
esclarecer sobre saneamento básico, vigilância sanitária, proteção e recuperação do
meio ambiente, prejuízos ao meio ambiente com repercussão na saúde, qualidade
sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano conforme a Lei
8.080 (BRASIL, 1990a) e sobre lançamento de poluentes no meio ambiente, sobretudo
de efluentes no solo e nas águas sem causar contaminação, qualidade e deterioração dos
30
corpos de água, qualidade das águas destinadas ao consumo humano e à reutilização,
conforme Resolução CONAMA 430 (BRASIL, 2011).
Assim, averiguar as condições sanitárias, de resíduos e embalagens contribui
para preservação ambiental na Amazônia através do conhecimento do destino dos
resíduos, embalagens e dejetos humanos, da origem e tratamento da água para consumo
humano e animal e de atividades lesivas ao ambiente em assentamentos. Neste estudo se
analisou cinco projetos de assentamento do INCRA/SR-01 (Superintendência Regional
do Pará) localizados nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim, no
Pará quanto ao destino dado aos dejetos humanos, embalagens e resíduos, a origem e
tratamento da água para consumo humano e animal.
Historicamente, há quase cinco décadas, o governo brasileiro passou a formular,
executar e estimular ações visando a ocupação e dinamização econômica da Amazônia.
Neste contexto, o INCRA se tornou responsável por políticas ocupacionais e foram
implementadas iniciativas para estimular a migração de trabalhadores rurais de outras
regiões do Brasil. Este período da Colonização se estendeu até 1984 e foi predominado
pela criação de projetos de colonização nas suas variadas siglas e alguns projetos de
assentamento rural (BRASIL, 2012a).
Como os efeitos das atividades humanas podem resultar em ameaças à
biodiversidade, é necessário que estas sejam analisadas para se evitar desgastes
ambientais que podem afetar as biotas aquáticas e terrestres e também a qualidade de
vida dos seres humanos (SOARES, 2012). Ressaltando que mais de um bilhão dos
habitantes da Terra não tem acesso à habitação segura e serviços básicos de
abastecimento de água, rede de esgotamento sanitário e coleta de lixo, a falta destes
contribuem para a degradação do meio ambiente (MELO; PASQUALETTO, 2009).
Deste modo, passou-se a discutir as ligações entre raça, pobreza e poluição,
estabelecendo vínculos entre problemas ambientais e desigualdade social. Essa
perspectiva introduziu variáveis sociais nos tradicionais estudos de impacto ambiental,
possibilitando uma integração analítica entre os processos biofísicos e sociais, numa
perspectiva de justiça ambiental (SANTOS, 2011).
As questões ambientais são preocupações mundiais devido a sua real
importância para a existência e qualidade de vida humana e os países, em Conferências
Ambientais, tem debatido problemas ambientais comuns vivenciados, dentre estes:
poluição, chuva ácida, desmatamento, perda da biodiversidade, escasssez de água doce,
31
biopirataria, desertificação, variações climáticas e resíduos. Logo, o constante aumento
da degradação ambiental e as consequências desses problemas para nosso planeta,
estabelecem com urgência a possibilidade de se pensar ações que sejam capazes de
contribuir para minimizar esses problemas (CATALÃO, 2011).
A poluição, em suas diversas formas, apresenta-se basicamente nos três meios
principais onde ela é registrada, ou seja, no solo (uma das principais formas é a
disposição inadequada dos resíduos sólidos), na água (com três principais formas de
contaminação: a química, a física e a biológica) e no ar (a maior parte é produzida como
resultado da queima). São variados os problemas ambientais associados aos resíduos
sólidos, desde problemas de natureza estética, como a presença de resíduos nas ruas, até
a destruição de ecossistemas e a contaminação de águas superficiais e substerrâneas
causada pelo carreamento e percolação do chorume, oriundo de áreas de deposição
inadequada (SANETAL, 2011).
O adequado manejo dos resíduos sólidos, com programas de coleta seletiva e
reciclagem, com tratamento e disposição final ambientalmente adequados, visa ao
cumprimento do Art. 225 da Constituição Brasileira (BRASIL, 1988).
Como medidas preventivas e atenuantes ao impacto ambiental da destinação e
disposição final dos resíduos é importante: a) o estabelecimento de uma estrutura
adequada constituída de coletores (com lixeiras, caixas, sacos plásticos, tonéis,
tambores, contêineres, etc.) aliada à informação; b) que o projeto de assentamento
gerencie seu lixo, melhorando a limpeza do assentamento e contribuindo para a
elevação da qualidade de vida. Para tanto, é necessário realizar a coleta seletiva
(separação dos resíduos por materiais como: plástico, papel, metal, vidro, orgânico) que
é um poderoso instrumento de redução do volume de resíduos sólidos urbanos
encaminhados aos locais de disposição final, pois pressupõe o reaproveitamento e a
reciclagem de partes dos resíduos coletados, facilitando a gestão dos resíduos, ademais
minimiza o impacto sobre o meio ambiente (CATALÃO, 2011); c) esclarecer sobre
poluição, proteção e qualidade ambiental; degradação e medidas para sua recuperação;
uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos, apoiados na legislação
brasileira (BRASIL, 1981) (BRASIL, 1997) (BRASIL, 1999); d) criação de programas
e ações de educação ambiental e sanitária que promovam a não geração, a redução, a
reutilização, a coleta seletiva e a reciclagem dos resíduos sólidos urbanos (SANETAL,
2011). Sendo importante considerar que o primeiro objetivo estipulado na Política
32
Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (BRASIL, 2010c) é a proteção da saúde pública
e da qualidade ambiental e os danos à saúde decorrentes da degradação ambiental
podem ser graves, provocando, direta ou indiretamente, diversas patologias (SILVA,
2015), portanto, a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais
devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção da saúde (CATALÃO, 2011).
Os principais objetivos da gestão de resíduos são: a) promover a redução de
resíduos e sua periculosidade; b) fomentar a coleta seletiva; c) valorizar os resíduos; d)
ordenar os resíduos; e) recuperar espaços e solos degradados por descargas
incontroladas de resíduos ou por contaminantes (SAFFER, 2014).
O gerenciamento, por meio da gestão integrada de resíduos sólidos, apoiado em
critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor o lixo,
acompanhando todo o ciclo dos resíduos, da geração à disposição final (“do berço ao
túmulo”) dedicando-lhe um destino final ambientalmente seguro, tanto no presente
como no futuro. Assim, o manejo ambientalmente saudável de resíduos deve ir além da
simples deposição ou aproveitamento por métodos seguros dos resíduos gerados a
buscar desenvolver a causa fundamental do problema, procurando mudar os padrões
não-sustentáveis de produção e consumo. Isto implica a utilização do conceito de
manejo integrado do ciclo vital, o qual apresenta oportunidade única de conciliar o
desenvolvimento com a proteção do meio ambiente (CARVALHO JUNIOR, 2006).
Instrumento fundamental para o sucesso da PNRS, a coleta seletiva foi criada
prevendo medidas de consumo sustentável e redução de impactos ambientais (de
lixiviados e emissões na atmosfera) além de estabelecer diretrizes para a gestão
integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, abrangendo coleta, destinação final e
tratamento dos resíduos urbanos, perigosos e industriais. A coleta seletiva, sendo uma
exigência da PNRS tem como motivações: a) preocupação crescente com a preservação
do meio ambiente e recursos ambientais por meio da reciclagem de materiais; b)
diminuição de rejeito a ser disposto em aterros sanitários, reduzindo custos de
disposição final e locais de disposição; e c) inclusão social de catadores (SAFFER,
2014).
A coleta seletiva constitui oportunidades de ganhos para as famílias na medida
em que podem vender os materiais, além de transformá-los em outros produtos como
artesanato e adubo orgânico.
33
Como medida atenuante aos impactos ambientais causados pela poluição e
degradação, é necessária a implementação de programa de educação ambiental, para
compreensão dos benefícios, entre outros, da coleta seletiva e fundamental para
sustentação da coleta seletiva (CATALÃO, 2011), com ações e práticas educativas
voltadas à sensibilização da coletividade, com base na legislação brasileira (BRASIL,
1981) (BRASIL, 1997) (BRASIL, 1999).
O meio ambiente saudável é necessário para a atual e às gerações futuras e sua
defesa e preservação encontram respaldos em instrumentos legais como a Política
Nacional de Meio Ambiente – PNMA (BRASIL, 1981) e a Constituição Brasileira
(BRASIL, 1988). Com o advento da PNMA foi atribuída ao INCRA a responsabilidade
pela elaboração de relatórios ambientais para a concessão do licenciamento ambiental
dos PA perante os órgãos ambientais competentes, que atualmente, pela mudança da
legislação ambiental tais relatórios não são mais exigidos.
Salientando que o licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à
instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou
degradadora do meio ambiente (IBAMA, 2016), o preparo desta peça requer discussão e
estudo das diversas questões ambientais, com destaque àquelas que causam impactos,
como o destino dos dejetos humanos, tratamento da água, armazenamento e destino do
lixo e embalagens, entre outros. Assim, o acesso e pesquisa de metodologias,
ferramentas e tecnologias voltadas para o desenvolvimento com sustentabilidade de
áreas rurais otimizarão e qualificarão a atuação e as atividades do INCRA junto à
sociedade e comunidades.
Esta transformação dos assentamentos de reforma agrária ocorre pela mudança
política, econômica e social indispensável para a democratização do campo e para a
mudança do padrão de modernização vigente, aqui entendida como reforma agrária que
junto com o desenvolvimento rural sustentável e agricultura familiar são envolvidos por
políticas públicas de desenvolvimento agrário (BRASIL, 2010d). Tal ligação está
pautada no Estatuto da Terra, o qual delineia que a reforma agrária é o conjunto de
medidas para promover a melhor distribuição da terra mediante modificações no regime
de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social, desenvolvimento rural
sustentável e aumento de produção (BRASIL, 1964).
No Brasil, nos últimos anos, a falta de saneamento básico (em especial a rede de
esgoto) responde por cerca de 80% das ocorrências de doenças e 65% das internações
34
hospitalares no país. Pode-se ainda destacar a presença de microorganismos
patogênicos, carreados pelo esgoto a céu aberto, que contaminam o solo e a água,
aumentando os gastos com saúde pública e tratamento da água (PARANAGUÁ, 2003).
O saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde,
são essenciais para manutenção da qualidade de vida e para manter o ambiente saudável
obras nas áreas de esgotamento sanitário (coleta, transporte e tratamento de esgotos),
abastecimento de água (adução, captação, tratamento e distribuição de água tratada) e
resíduos sólidos (segregação, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e
disposição final de resíduos sólidos) (SANETAL, 2011).
Análises de relatórios de viagens científicas à Amazônia, realizadas em 1910 e
1913, pela Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, apontam que as representações e
imagens descritas nos documentos sobre a região trouxeram não só informações sobre
as doenças tropicais, mas também denunciaram as graves condições sanitárias dos
trabalhadores da borracha (ALCÂNTARA, 2008).
Como medida preventiva e/ou atenuante aos diversos impactos ambientais
observados é desejável garantir cuidado contínuo com a qualidade da água (aspectos
físico-químicos, químicos e microbiológicos) aspirando redução da morbimortalidade
por doenças de veiculação hídrica, bem como o monitoramento da saúde populacional
no intuito de identificar eventuais contaminações de recursos hídricos fundamentados na
legislação brasileira (BRASIL, 1990a) (BRASIL, 2005) (BRASIL, 2011).
A abordagem de temas como lixo (produção de lixo, volume de lixo coletado,
domicílios atendidos por coleta de lixo, disposição final do lixo coletado), esgoto
(domicílios à rede coletora de esgoto, domicílios com fossas sépticas) e água (volume
de água distribuída pelo serviço público, volume de água tratada pelo serviço público,
domicílios atendidos pela rede pública, domicílios atendidos por poços ou nascentes)
avaliam a tendência do desenvolvimento de uma cidade, seja para o negativo
(insustentável), seja para o positivo (sustentável). Estes tipos de avaliação se baseiam
nos princípios de sustentabilidade das cidades, ou seja, com características de um local
limpo, urbanizado e humano. Referente ao destino do lixo, queimar e enterrá-lo trata-se
de um processo inadequado, uma vez que contamina o ambiente ao ser enterrado nas
matas ou jogado no rio, considerando que na sua composição há latas, desodorantes,
garrafas de vidro, entre outros dejetos. Estes são considerados problemas de saúde
35
ambiental, quando se considera ser o rio e os igarapés, uma das fontes de abastecimento
de água. Sobre o tipo de tratamento da água para beber, apenas tratamentos
simplificados da água pode representar risco de adoecimento. Percebe-se que esse fato é
agravado pelas ações poluentes no rio, que são caracterizadas pela presença de restos de
animais, lixo residencial, lixo dos barcos, garrafas plásticas (ALCÂNTARA, 2008).
Desta forma, para medidas preventivas e atenuantes aos impactos da destinação
e disposição de resíduos, é imprescindível o atendimento, ao disposto na legislação
brasileira, como: 1) utilizar racionalmente os recursos ambientais, promover o
aproveitamento de resíduos sólidos e a redução da poluição, combatendo todas as
formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos; 2) observar, na
gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, a seguinte ordem de prioridade – não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos e; c) promover a conscientização dos
consumidores em relação às suas responsabilidades no âmbito da responsabilidade
compartilhada e a coleta seletiva, com a logística reversa (BRASIL, 2010c) (BRASIL,
(2010b).
Também, como medida atenuante aos impactos da destinação do lixo, é
importante a redução de sua quantidade através do aproveitamento energético dos gases
(com vistas também à redução de emissões de gases de efeito estufa – GEE, entre os
quais o metano) gerados na biodigestão e na decomposição da matéria orgânica dos
resíduos domésticos (compostagem) e da lavoura (biomassa) (FARIA, 2014), uma vez
que o lixo pode contaminar os corpos d’água em função de ser veiculador de agentes
causadores de doenças transmissíveis e habitat de insetos e roedores (ESTEVO, 2012).
Como providência preventiva aos impactos do destino das embalagens, as
mesmas devem ser devolvidas ao fornecedor e tratadas com cautela no manuseio,
acondicionamento, armazenamento, condução e disposição final, evitando-se práticas
impróprias como jogar no lixo, deixar no terreno e depois enterrar ou queimar
(originando gases tóxicos), e assim resguardar o meio ambiente e conservar o seu
potencial hidrográfico (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005).
6.3 – MATERIAL E MÉTODOS
36
6.3.1 – ÁREA DE ESTUDO
A pesquisa foi planejada para abranger os municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim, pertencentes à Microrregião do Guamá (Figura 1), Estado do
Pará.
A área de delimitação do estudo foram cinco projetos de assentamento:
Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, localizados em Aurora do Pará, Palheta em São
Domingos do Capim e Terra Nova pertencente a ambos os municípios. Estes estão
situados em territórios próximos às bacias hidrográficas dos Rios Capim e Guamá,
sendo possível dos mesmos.
6.3.2 – COLETA DE DADOS
Trata-se de uma pesquisa de campo com estudo analítico transversal, realizada
com base populacional, abrangendo todas as famílias assentadas nestes assentamentos,
utilizando-se como instrumento de coleta o questionário “Diagnóstico socioeconômico e
ambiental” (INCRA, 2016b) aplicado junto às famílias beneficiárias da reforma agrária
(Tabela 2). As entrevistas foram realizadas em seus domicílios.
Tabela 2 – Relação de PA, segundo RB (Relação de Beneficiários), nº e % de questionários aplicados no ano de 2009. Pará, 2016.
Projeto de Assentamento RB/N° de Beneficiários
Questionários Aplicados
Percentual (%)
Palheta 125 135 108,00* Terra Nova 193 175 90,67 Esperança 85 90 105,88*
Novo Jauara 53 46 86,79 Três Irmãos 49 40 81,63
Total 505 486 96,24 Fonte: INCRA/SR-01 e Empresa Plantar-Ano: 2009. * A diferença da RB para os Questionários Aplicados (para mais ou para menos), em virtude de sua atualização não ser de forma sistemática, é resultado da ocorrência de diversos fatores, como anteriormente explicitados no item 5.3 MÉTODO.
O diagnóstico, que entre outros, se propunha a servir de instrumento avaliativo
do trabalho e das ações da empresa fornecedora de serviços do Programa, foi elaborado
com base no questionário referido que contém 39 (trinta e nove) perguntas abertas e
37
fechadas e se apresenta dividido em 5 seções: identificação, dimensão sociocultural,
dimensão econômica, utilização do lote e dimensão ambiental.
Para a elaboração do estudo foram extraídas 16 (dezesseis) questões referentes à
situação ambiental, sendo 1 (uma) da dimensão sociocultural, 1 (uma) da utilização do
lote e 14 (quatorze) da dimensão ambiental.
6.3.3 – CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL
Os dados, coletados em 2009, base deste estudo, em 5 (cinco) assentamentos na
Microrregião do Guamá (Figura 1), foram obtidos a partir da base de dados do INCRA
e do SIPRA (Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária) no ano de 2009.
O SIPRA é considerado fonte oficial de informações sobre assentamentos em todo
território nacional.
Preliminarmente, a equipe de coleta juntou-se com representantes dos
assentamentos para projetar suas ações, tendo sido realizadas reuniões em
estabelecimentos de ensino e comunitários como escolas e barracões (sedes das
associações).
A tabela 3 registra a relação com o nome dos PA, município, área (ha),
perímetro (m), nº de famílias (capacidade), nº de famílias assentadas, nº da Portaria de
Criação, data da Portaria de Criação, forma de obtenção do imóvel, data da obtenção do
imóvel e Código do Imóvel.
38
Tabela 3 – Histórico dos projetos de assentamento. Pará, 2016.
Nome do PA Esperança Novo Jauara Três Irmãos Palheta Terra Nova
Município Aurora do Pará Aurora do
Pará Aurora do
Pará
São Domingos do
Capim
São Domingos do Capim
Área (ha) 5.604,7217 1.462,6571 3.479,3234 6.646,7888 5.837,0491
Perímetro (m) 37.537,33 21.273,88 23.825,95 41.168,27 59.628,00
Nº de Famílias (capacidade)
115 53 64 167 207
Nº de Famílias Assentadas
100 52 55 167 200
Nº da Portaria de Criação
49 23 32 75 25
Data da Portaria de
Criação
23/10/2003 06/09/2006 15/12/2001 07/11/2006 14/07/2005
Forma de Obtenção do
Imóvel
Desapro- priação
Arrecadação Desapro-priação
Arrecadação Arrecadação
Data da Obtenção do
Imóvel 05/11/2002 05/12/1984 18/04/2001 13/08/1992 19/10/1982
Código do Imóvel
PA0259000 PA0318000 PA0253000 PA0370000 PA0289000
Fonte: INCRA-Base Cartográfica da SR-01, 2016 e SIPRA/SDM (Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária/Divisão de Monitoramento) em 23/02/2016. Observações: 1 - O PA Terra Nova pertence aos 2 municípios, sendo que a menor parte, cerca de 8% está no Município de Aurora do Pará. 2 – A Portaria de Criação é do Superintendente da SR/01
6.4 – RESULTADOS
Dada a amplitude e complexidade do tema, o mesmo foi analisado a partir do
levantamento de uma série de questões socioculturais e ambientais desses
assentamentos, como a origem e tratamento da água, o destino do lixo, dos dejetos
humanos e das embalagens. A maior parte das atividades dos assentamentos é o plantio
de mandioca, seguida pela pecuária bovina.
Os dados apresentados nas tabelas 4 e 5 se referem ao somatório dos (5) cinco
projetos de assentamento.
39
Tabela 4 – Distribuição das famílias segundo a origem da água utilizada para consumo humano e animal e tratamento da água nos 5 projetos de assentamento no ano de 2009. Pará, 2016.
VARIÁVEIS REFERENTES À ORIGEM E TRATAMENTO DA ÁGUA
FAMÍLIAS p-valor *
Nº %
Origem da água para consumo humano
Cacimba 179 36,83
ns
(>0,05)
Poço 198 40,74
Rio / igarapé / furo 50 10,29
Encanada 35 7,20
Cisterna 2 0,41
Chuva 0 0
Outros 2 0,41
Sem resposta 20 4,12
TOTAL 486 100
Tratamento da água
Nenhum tratamento 227 46,71
ns
(>0,05)
Filtrada 18 3,70
Fervida 45 9,26
Hipoclorito de sódio 164 33,75
Outros ** 4 0,82
Sem resposta 28 5,76
TOTAL 486 100
Origem da água para consumo animal
Cacimba 10 2,06
ns
(>0,05)
Poço 50 10,29
Rio / igarapé 335 68,93
Encanada 5 1,03
Cisterna 0 0
Chuva 4 0,82
Outros *** 4 0,82
Sem resposta 78 16,05
TOTAL 486 100
Fonte: INCRA/SR-01 e Empresa Plantar-Ano: 2009
* Teste Kolmogorov-Smirnov ** Outros: coada, água sanitária
*** Outros: açude ns – não significante
40
Tabela 5 – Distribuição das famílias segundo o destino de dejetos humanos, lixo e embalagens nos 5 projetos de assentamento no ano de 2009. Pará, 2016.
VARIÁVEIS REFERENTES À DESTINAÇÃO DE DEJETOS, LIXO
E EMBALAGENS
FAMÍLIAS p-valor *
Nº %
Destino dado aos dejetos humanos
Rede de esgoto 33 6,79
ns
(>0,05)
Fossa séptica ou negra 334 68,72 Jogado a céu aberto 60 12,35 Jogado em rios ou cursos d´água 1 0,21
Sem resposta 58 11,93
TOTAL 486 100
Destino do lixo
Enterrado 48 9,88
ns
(>0,05)
Queimado 351 72,22 Jogado a céu aberto 66 13,58 Coletado (caminhão) 4 0,82
Jogado em cursos d’água 0 0
Outros 1 0,21
Duas ou mais variáveis 0 0
Sem resposta 16 3,29
TOTAL 486 100
Destino das embalagens
Enterradas 14 2,88
ns
(>0,05)
Queimadas 85 17,48 Coletadas 9 1,85
Recicladas / reutilizadas 12 2,47
Jogadas em cursos d’água 8 1,65
Deixadas a céu aberto 0 0
Outros ** 13 2,68
Sem resposta 345 70,99
TOTAL 486 100
Fonte: INCRA/SR-01 e Empresa Plantar-Ano: 2009 * Teste Kolmogorov-Smirnov ** Outros: guarda ns – não significante
As informações referentes à origem da água para consumo humano e animal e
tratamento da água são apresentadas na tabela 4. Quanto à origem da água para
consumo humano, nota-se que a maioria (40,74%) das famílias utilizava água de poço,
seguido de cacimba (36,83%). Relativamente ao tratamento da água, destaca-se que
grande parte (46,71%) não faz nenhum tratamento, procedido de hipoclorito de sódio
41
(33,75%). Em relação à origem da água para consumo animal, a maior parte (68,93%)
usava água de rio/igarapé, seguido de poço (10,29%).
Os dados concernentes ao destino dado aos dejetos humanos, do lixo e das
embalagens são expostos na tabela 5. Quanto ao destino dado aos dejetos humanos
observa-se a preponderância (68,72%) das famílias em destiná-los para fossa séptica ou
negra, seguido por jogado a céu aberto (12,35%). Relativamente ao destino do lixo, a
maioria (72,22%) queima, procedido por jogado a céu aberto (13,58%). Em relação ao
destino das embalagens, provavelmente, em virtude de não fazerem largo uso de
agrotóxicos (e seus respectivos invólucros), não há geração considerável de embalagens,
levando a maior parte (70,99%) das entrevistadas a não responder esse questionamento,
entretanto, entre as que informaram utilizar aqueles produtos, a variável com evidência
(17,48%) foi queimadas, seguido por enterradas (2,88%).
As informações exibidas nas figuras de 2 a 7 dizem respeito aos projetos de
assentamento separadamente. Quanto ao destino dado aos dejetos humanos, observa-se
na figura 2 relevância para fossa séptica ou negra (com 58% ou mais).
42
Figura 2 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao destino dado aos dejetos humanos em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
8 6 7
16
5
81 80 83
72
58
11 1410 9
37
30
10
20
30
40
50
60
70
80
90
% d
e G
rupo
s F
amili
ares
Projetos de Assentamento (PA)
Lançamento em Rede de Esgoto
Armazenamento em Fossa Séptica ou Negra
Disposição sobre o Solo (céu aberto)
Lançamento em Corpos Hídricos
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
Em relação à origem da água para consumo humano, nota-se na figura 3
distinção para poço (nos assentamentos Palheta e Esperança) e cacimba (nos projetos
Três Irmãos, Novo Jauara e Terra Nova).
43
Figura 3 – Informações (%) de grupos familiares quanto à origem da água para consumo humano em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
31
48
31
3741
52
38
54
22
32
12
4
1511
24
58
30
31 10
10
20
30
40
50
60
Palheta Terra Nova
Esperança Novo Jauara
Três Irmãos
% d
e G
rupo
s F
amili
ares
Projetos de Assentamento (PA)
Cacimba
Poço
Rio/Igarapé/Furo
Encanada
Cisterna
Outros
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
Referente ao tratamento da água para consumo humano, a figura 4 aponta realce
para hipoclorito de sódio (nos PA Três Irmãos e Esperança) e nenhum (nos projetos de
assentamento Palheta, Novo Jauara e Terra Nova).
44
Figura 4 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao tratamento da água para consumo humano em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
50
66
10
74
29
4 3 6 4 3
12 137
2 3
32
17
77
20
65
2 10
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Palheta Terra Nova
Esperança Novo Jauara
Três Irmãos
% d
e G
rupo
s F
amili
ares
Projetos de Assentamento (PA)
Nenhum
Filtrada
Fervida
Hipoclorito de Sódio
Outros
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
Relativamente à origem da água para consumo animal, a figura 5 registra a
saliência para rio/igarapé/furo (com 70% ou mais).
45
Figura 5 – Informações (%) de grupos familiares quanto à origem da água para consumo animal em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
Quanto ao destino do lixo, observa-se na figura 6 saliência para queimado (com
48% ou mais).
46
Figura 6 – Informações de grupos familiares quanto ao destino do lixo em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
Em relação ao destino dado às embalagens, nota-se na figura 7 destaque para
queima (com 33% ou mais).
47
Figura 7 – Informações (%) de grupos familiares quanto ao destino dado às embalagens em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
6.5 – DISCUSSÃO
Considerando-se que toda atividade antrópica gera um risco ambiental, posto
que muda a condição atual, cabe evitar-se, através do gerenciamento com medidas
preventivas, que o mesmo se transforme em impacto, dano e passivo ambientais. Em
caso de ocorrência de um fenômeno (acidente) como poluição e degradação, há que se
implementarem ações como atenuantes das consequências e prejuízos (BRASIL, 2009)
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014) (TAVEIRA, 2003). Em sustentabilidade
tem que haver qualidade de vida promovendo a satisfação humana. A ausência de
saneamento básico (abastecimento de água, tratamento, destinação de dejetos e controle
do lixo e embalagens) causa doenças e contaminação ambiental, haja vista que os
dejetos, lixo e embalagens, com seus microorganismos patogênicos, poluem o lençol
freático e os corpos d’água (CATALÃO, 2011). A legislação brasileira (BRASIL,
2007b) estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico no país, incluindo na
definição de saneamento básico, além do esgotamento sanitário e do abastecimento de
48
água, o manejo de resíduos sólidos, a limpeza urbana e o manejo das águas pluviais
urbanas.
A riqueza dos recursos naturais disponíveis, por vezes, ofusca-se pela carência
de serviços básicos de saúde, saneamento, água tratada, esgotamento sanitário, coleta de
lixo e educação formal; assim, alguns temas e indicadores são utilizados no processo de
monitoramento da saúde ambiental como percentagem de domicílios com rede coletora
de esgoto, percentagem de domicílios com fossas sépticas (esgoto) e cobertura de
domicílios com água encanada e tratada pelo serviço público (água) (ALCÂNTARA,
2008).
Algumas formas de intervenções pelo poder público são básicas e necessárias,
pois podem atuar de forma mais abrangente e beneficiar a área como um todo, tais como
cuidados com o abastecimento de água potável e de consumo, coleta e tratamento do
lixo, água de reuso, além de vigilância sanitária permanente (VERAS, 1995). Todas
essas medidas devem estar aliadas a uma orientação educacional para uso adequado
desses instrumentos de acordo com as especificidades locais.
Quanto à existência de água canalizada, encontramos percentuais piores nestes
assentamentos, 7,20%, quando comparados aos domicílios dos municípios de Aurora do
Pará e São Domingos do Capim, respectivamente de 69 e 49 (IBGE, 2017a) (IBGE,
2017b).
Em relação à origem e tratamento da água foram identificadas nos
assentamentos, não conformidades à legislação brasileira (BRASIL, 1981) (BRASIL,
1990a) (BRASIL, 2005) (BRASIL, 2007b) (BRASIL, 2010a) (BRASIL, 2011). Assim,
foram observados possíveis impactos ambientais tanto na origem da água para consumo
humano como no tratamento da água.
Referente ao destino do lixo encontramos percentuais mais sofríveis nos
projetos, onde 72,22% é queimado e 9,88% é enterrado, quando confrontados aos
domicílios dos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim, encontrando-
se no primeiro 61% queimado (na propriedade), seguido de 21% para coletado por
serviço de limpeza e no segundo 55% queimado (na propriedade), seguido de 28% para
coletado por serviço de limpeza (IBGE, 2017c) (IBGE, 2017d).
Em relação à destinação de dejetos, lixo e embalagens foram identificadas nos
PA, segundo a legislação brasileira, não conformidades (BRASIL, 1934) (BRASIL,
1981) (BRASIL, 1990a) (BRASIL, 2005) (BRASIL, 2007b) (BRASIL, 2010a)
49
(BRASIL, 2010c) e condutas lesivas (BRASIL, 1998) (BRASIL, 2008) (BRASIL,
2011). Desse modo, constatou-se que existem impactos ambientais tanto na destinação
dada aos dejetos humanos como na disposição final de resíduos sólidos (aqui presentes
como lixo e embalagem) classificados pela legislação (BRASIL, 2010c), quanto à
origem, como resíduos agrossilvopastoris, ou seja, os gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturais.
A inspiração de desejos é asseverar não só a produção, mas, também as
atividades cotidianas e na vivência, sem que isso signifique impacto demasiado ao
ambiente, adotando-se providências visando minimizá-lo, do mesmo modo que a
produção de energia por meio de fontes alternativas, recebendo-se créditos por isso,
como o biogás através de dejetos, lixo e biomassa.
Para prevenir e/ou atenuar os impactos da presença de resíduos ou despejos nas
águas, como o registrado na Figura 8, deve-se implantar um plano para verificação de
ocorrências capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação
conforme legislação brasileira (BRASIL, 2005).
50
Figura 8 – Dejetos humanos nas margens de igarapé no assentamento Esperança. Pará, 2016.
FFonte/Autor: SILVA, Raimundo Ernesto, 09/11/2006.
A maioria das embalagens dos produtos químicos é de difícil decomposição,
sendo perigosas, pois podem elevar a morbimortalidade e contaminar o meio ambiente,
quando manipuladas e dispostas inapropriadamente (PIRES, 2014).
Ao INCRA, como responsável pela implantação e implementação dos
assentamentos, sugere-se de forma integrada e articulada com órgãos (prefeituras,
governo do estado) e sociedade civil organizada (ONG’s, associações, sindicatos,
cooperativas e movimentos sociais representativos dos trabalhadores rurais), a
efetivação de campanhas, utilizando-se recursos midiáticos, para melhorar o nível de
conscientização das famílias quanto à utilização de práticas menos impactantes ao meio
ambiente.
51
6.6 – CONCLUSÃO
Existem impactos ambientais à implementação de práticas inadequadas e não
condizentes com a sustentabilidade, podendo tanto levar à contaminação do solo,
subsolo, ar, água (corpos d’água e lençol freático) quanto comprometer a saúde, a
recreação, as atividades produtivas e o meio ambiente. Essas práticas inadequadas e não
condizentes com a sustentabilidade mostram que as famílias estão sujeitas à degradação
ambiental e a maior exposição à doenças e agravos à saúde.
Há carência de infraestrutura, informações e procedimentos ambientais básicos,
revelando a necessidade de educação ambiental.
Os resultados servem de subsídio para futuras tomadas de decisão no sentido de
adotar mecanismos mais eficazes de informação, monitoramento, controle, fiscalização
do INCRA em parceria com órgãos ambientais e de saúde, além de ampliar sua atuação
a partir de visitas e vistorias com boa periodicidade. Estas ações poderiam prevenir e/ou
atenuar a ocorrência de impactos.
Os assentamentos rurais precisam ser melhorados quanto às condições sanitárias
e destino final de resíduos sólidos, pois essas podem contribuir significativamente para
o aumento da prevalência de doenças e agravos à saúde.
As questões sanitárias como as formas de abastecimento e tratamento das águas
de consumo humano, despejo de esgotos e disposição de resíduos sólidos têm sido
responsáveis pelos maiores índices de doenças e agravos.
Pelo uso de práticas inadequadas e não condizentes com a sustentabilidade, as
famílias estão sujeitas à degradação ambiental e a maior exposição à doenças e agravos
à saúde.
Por outro lado, os sistemas de gerenciamento de informações (SIPRA) do
INCRA possuem lenta atualização e necessitam ser mais céleres pois isto melhoraria a
disponibilidade de informações bem como facilitaria o acompanhamento dos projetos
de assentamento do INCRA.
52
7 – CAPÍTULO III
QUEIMA E PRODUTOS QUÍMICOS EM ASSENTAMENTOS LEGAIS NA
AMAZÔNIA
7.1 – RESUMO
Através do INCRA é implementada a migração de trabalhadores para a
Amazônia, predominando a criação dos projetos de colonização e assentamentos. Estes
antropismos oferecem risco à saúde, pela interface entre os impactos ambientais e
efeitos sobre a qualidade de vida com exposição ambiental a poluentes; na Amazônia, as
queimadas e uso de produtos químicos resultam em alterações no meio ambiente e na
saúde. No estudo examinou-se 5 PA, Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, Palheta e
Terra Nova, em Aurora do Pará e São Domingos do Capim, no Pará, quanto à prática de
queimada e uso de químicos (fertilizante), salientando-se as análises referentes às
famílias dos PA para identificar e avaliar agravos ao ambiente. Dados obtidos do
SIPRA e de levantamento do diagnóstico por questionários. Os resultados destacam que
90,95% das famílias praticavam queimadas e 72,43% não usava adubos químicos;
existem impactos por condutas lesivas e não conformidades a várias leis ambientais,
situação preocupante; por práticas inadequadas e não condizentes com a
sustentabilidade, as famílias sujeitam-se à contaminação ambiental, comprometendo a
saúde, a recreação e as atividades produtivas; o sistema SIPRA tem atualização lenta,
precisando ser mais célere; há carência de infraestrutura, informações e procedimentos
ambientais básicos indicando a necessidade de educação ambiental; em suma, servem
de subsídio para uma necessária tomada de decisão no sentido de adotar mecanismos
mais eficazes de informação, monitoramento, controle, fiscalização
7.2 – INTRODUÇÃO
Como os efeitos das atividades humanas representam ameaça para a
biodiversidade é necessária a análise crítica dessas atividades, evitando a degradação
ambiental (SOARES, 2012). Estes antropismos oferecem risco à saúde, pela interface
53
entre os impactos ambientais e efeitos sobre a qualidade de vida, possibilitando a
exposição ambiental a poluentes (BRASIL, 1990b) (DIAS et al, 1999) (ALCÂNTARA,
2008). Na Amazônia, as queimadas e uso de produtos químicos resultam
frequentemente em alterações no meio ambiente e na saúde das populações humanas.
O meio ambiente saudável é necessário para a atual e às gerações futuras e sua
defesa e preservação estão respaldados na Política Nacional de Meio Ambiente
(PNMA) (BRASIL, 1981) e na Constituição Brasileira (BRASIL, 1988).
Através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) vem
sendo implementadas, há algumas décadas, iniciativas para a migração de trabalhadores
e empreendimentos correlatos para a Amazônia, predominando a criação dos projetos de
colonização e assentamentos (BRASIL, 2012b). Contudo, nem todos esses projetos
cumprem a legislação ambiental (SOARES; ESPÍNDOLA, 2008). Os núcleos
populacionais, denominados assentamentos rurais (AR) no Programa de Reforma
Agrária do Brasil, têm características e especificidades diferenciadas, todas associadas a
necessidade de ocupação da terra (PALMEIRA, 1994; INCRA, 1996).
Após a criação do AR, a agricultura e pecuária ocorrem tradicionalmente pela
derrubada e queima da vegetação, utilizando-se de práticas inadequadas de manejo e de
conservação dos solos (INCRA, 2014a). Quando o fogo é utilizado sem o manejo
adequado gera danos ambientais e sociais como a perda de áreas florestais e problemas
de saúde devido a poluição do ar, acidente na aviação, etc. (DIAS et al, 1999) (PARÁ,
2010).
Os defensivos e fertilizantes são um fator de contaminação da água e do solo,
pois chegam aos rios ou aos lençóis freáticos (DIAS et al, 1999) (BRASIL, 2004),
provocando efeitos nocivos sobre a fauna e flora aquática (BRASIL, 2000). Se doses
excessivas de adubos nitrogenados forem aplicadas, as plantas não são capazes de
absorver todo o nitrato, que pode ser levado às águas subterrâneas, reduzindo a
qualidade da água porque o nitrogênio presente na forma de nitrato na água é tóxico à
saúde (CAMARGO, 2012).
Na sustentabilidade é destacada a importância da educação ambiental, cuja
abordagem aparece na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano
(ESPÍNDOLA; ARRUDA, 2008). A educação ambiental apresenta inter-relação com
variáveis de sustentabilidade, como o uso racional de produtos químicos. Portanto,
sustentabilidade está associada a variáveis como grau de instrução e cuidados após
54
aplicação dos químicos que por sua vez estão ligadas ao nível de conhecimento técnico
dos produtores (LOPES et al., 2009).
Desse modo, o acesso e pesquisa de metodologias, ferramentas e tecnologias
voltadas ao desenvolvimento rural sustentável, principalmente na reforma agrária,
otimizarão e qualificarão a atuação e as atividades do INCRA junto à sociedade. Por
outro lado a transformação de espaços coletivos em lugares produtivos e sustentáveis
contribuirá para melhoria do ambiente e produção das comunidades, com avanço na
qualidade de vida, bem como na integração das políticas públicas, principalmente as
vinculadas ao meio ambiente e à reforma agrária.
Assim, averiguar a prática de queimada e uso de químicos (fertilizante)
contribuirá para preservação na Amazônia através do conhecimento de atividades
lesivas ao ambiente em assentamentos. Neste estudo examinou-se 5 PA do INCRA, nas
cidades de Aurora do Pará e São Domingos do Capim, no Estado do Pará, quanto à
prática de queimada e uso de químicos (fertilizante), no qual destaca-se as análises
referentes aos grupos familiares dos PA para identificar e avaliar agravos ao ambiente.
7.3 – MATERIAL E MÉTODOS
7.3.1 – ÁREA DE ESTUDO
A pesquisa foi planejada para abranger os municípios de Aurora do Pará e São
Domingos do Capim, pertencentes à Microrregião do Guamá (Figura 1), Estado do
Pará.
A área de delimitação do estudo foram cinco projetos de assentamento:
Esperança, Novo Jauara, Três Irmãos, localizados em Aurora do Pará, Palheta em São
Domingos do Capim e Terra Nova pertencente a ambos os municípios. Estes estão
situados em territórios próximos às bacias hidrográficas dos Rios Capim e Guamá,
sendo possível dos mesmos.
7.3.2 – COLETA DE DADOS
Trata-se de uma pesquisa de campo com estudo analítico transversal, realizada
com base populacional, abrangendo todas as famílias assentadas nestes assentamentos,
55
utilizando-se como instrumento de coleta o questionário “Diagnóstico socioeconômico e
ambiental” (INCRA, 2016b) aplicado junto às famílias beneficiárias da reforma agrária
(Tabela 2). As entrevistas foram realizadas em seus domicílios.
O diagnóstico, que entre outros, se propunha a servir de instrumento avaliativo
do trabalho e das ações da empresa fornecedora de serviços do Programa, foi elaborado
com base no questionário referido que contém 39 (trinta e nove) perguntas abertas e
fechadas e se apresenta dividido em 5 seções: identificação, dimensão sociocultural,
dimensão econômica, utilização do lote e dimensão ambiental.
Para a elaboração do estudo foram extraídas 16 (dezesseis) questões referentes à
situação ambiental, sendo 1 (uma) da dimensão sociocultural, 1 (uma) da utilização do
lote e 14 (quatorze) da dimensão ambiental.
7.3.3 – CRITÉRIO DE SELEÇÃO TEMPORAL
Os dados, coletados em 2009, base deste estudo, em 5 (cinco) assentamentos na
Microrregião do Guamá (Figura 1), foram obtidos a partir da base de dados do INCRA
e do SIPRA (Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária) no ano de 2009.
O SIPRA é considerado fonte oficial de informações sobre assentamentos em todo
território nacional.
Preliminarmente, a equipe de coleta juntou-se com representantes dos
assentamentos para projetar suas ações, tendo sido realizadas reuniões em
estabelecimentos de ensino e comunitários como escolas e barracões (sedes das
associações).
A Tabela 3 registra a relação com o nome dos PA, município, área (ha),
perímetro (m), nº de famílias (capacidade), nº de famílias assentadas, nº da Portaria de
Criação, data da Portaria de Criação, forma de obtenção do imóvel, data da obtenção do
imóvel e Código do Imóvel.
7.4 – RESULTADOS
Dada a amplitude e complexidade do tema, o mesmo foi analisado a partir do
levantamento de uma série de questões técnicas e ambientais desses assentamentos
56
como a prática de queimada e uso de adubos químicos (fertilizante). A maior parte das
atividades dos assentamentos é o plantio de mandioca, seguida pela pecuária bovina.
As informações apresentadas na tabela 6 se referem ao somatório dos (5) cinco
Projetos de Assentamentos e relativamente à prática de queimada, destaca-se que grande
parte (90,95%) fazia, contudo, em relação ao uso de adubos químicos (fertilizante), a
maior parte (72,43%) não usava.
Os dados exibidos nas Figuras 9 e 10 dizem respeito aos PA separadamente,
notando-se, quanto à prática de queimada, na Figura 9, relevância para realização (com
90% ou mais), entretanto referente ao uso de adubos químicos (fertilizante), a Figura 10
aponta realce para não (com 66% ou mais).
As informações expostas na Figura 11 fazem alusão ao somatório dos (5) cinco
Projetos de Assentamentos sobre focos de queimadas, em uma série histórica composta
pelos anos de criação (conforme tabela 1) dos PA e subsequentes além do ano da análise
comparativa (2016) com o Estado do Pará, indicando menores áreas (em km²) por foco
nos Projetos.
7.5 – DISCUSSÃO
Considerando-se que toda atividade antrópica gera um risco ambiental, posto
que muda a condição atual, cabe evitar-se, através do gerenciamento com medidas
preventivas, que o mesmo se transforme em impacto, dano e passivo ambientais. Em
caso de ocorrência de um fenômeno (acidente) como poluição e degradação, há que se
implementarem ações como atenuantes das consequências e prejuízos (DIAS et al,
1999) (BRASIL, 2009) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014) (TAVEIRA,
2003) e todas as ações devem estar aliadas a uma orientação educacional para uso
adequado de acordo com as especificidades locais. Em sustentabilidade tem que haver
qualidade de vida promovendo a satisfação humana. A inspiração de desejos é asseverar
não só a produção, mas, também as atividades cotidianas e na vivência, sem que isso
signifique impacto demasiado ao ambiente, adotando-se providências visando
minimizá-lo.
Práticas que podem ser realizadas e promovem a melhoria da qualidade do solo
ainda são poucas difundidas, pela capacitação e tecnologia, na agricultura familiar,
como os sistemas agroflorestais, precisando incentivá-las para que os lotes se tornem
57
mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e produtivo (INCRA, 2014b) e tornar
viável o emprego agropecuário de apenas 20% da área do imóvel (reserva de 80%).
Durante o diagnóstico físico, social e ambiental realizado pela Plantar, envolveu-
se os agricultores assentados, considerando-se que esses beneficiários são os maiores
detentores do conhecimento da sua realidade, na realização da oficina de
autodiagnóstico, oportunidade em que houve a identificação e priorização de problemas,
enfrentados por eles, bem como suas possíveis soluções com o fito de contribuir para o
desenvolvimento sustentável dos assentamento e segundo seus relatos: os cultivos
anuais utilizam técnicas tradicionais, em que as famílias adotam estas práticas desde os
seus ancestrais (conhecimento e prática cultural) e não acessam novas tecnologias
produtivas; as queimadas são problemas, pois provocam prejuízos, uma vez que o fogo
invade as propriedades e queima as plantações; as roças são preparadas por meio do
sistema de corte-e-queima da vegetação para o preparo de área; soluções para reduzir os
impactos da agricultura sobre o meio ambiente seriam por meio do uso de maquinários
e implementos agrícolas, incentivo ao uso de técnicas agrícolas e práticas
conservacionistas de valorização ambiental como a rotação de culturas e recuperação de
áreas degradadas (INCRA, 2014c).
Quanto às queimadas, encontramos índices mais perversos nos PA, no que tange
à área (em km²) por foco, 17,7/3,2/2,2/1,8/2,1/2,9/4,9 e 1,3, quando comparados ao
Estado do Pará, respectivamente de 26,2/9,2/9,1/5,9/6,5/9,3/6,7 e 4,2 (IBGE, 2017e)
(INPE, 2017).
Tendo em vista seus abalos altamente negativos sobre a fertilidade do solo a
longo prazo, biodiversidade e saúde humana, deve-se limitar radicalmente, como
instrumento de manejo do solo, o uso das queimadas (BRASIL, 2004), visto que em
relação a esta prática foram identificadas nos PA não conformidades à legislação
brasileira (BRASIL, 1981) (BRASIL, 1990b) (BRASIL, 1990a) (BRASIL, 2005)
(BRASIL, 2007b) (BRASIL, 2010a) (BRASIL, 2011). Assim, foi observado que existe
impacto ambiental pelo uso do fogo e como medida preventiva e/ou atenuante àquele
impacto, é necessário garantir cuidado contínuo com a qualidade do solo e do ar, bem
como o monitoramento da saúde populacional no intuito de identificar eventuais
contaminações (BRASIL, 1981) (BRASIL, 1986) (BRASIL, 1990b) (BRASIL, 1990a)
(DIAS et al, 1999).
58
Para otimização do uso de fertilizantes, é necessário elaborar um código de
práticas agrícolas que estimule as análises de solo e limite a utilização de adubos
sintéticos, por exemplo, nas zonas de captação de água e nas áreas de proteção
ambiental (BRASIL, 2000). Desta forma, como medida preventiva e/ou atenuante aos
diversos impactos ambientais observados e contribuir para a elevação da qualidade de
vida é essencial a implantação de um plano que contemple ações com vistas a
esclarecer, mormente com informações, sobre poluição, degradação, proteção e
recuperação do meio ambiente, uso racional dos recursos ambientais, prejuízos ao meio
ambiente e sobre lançamento de poluentes no meio ambiente, sobretudo de despejos no
solo e nas águas sem causar contaminação, conforme Resolução CONAMA 430
(BRASIL, 2011).
Para prevenir e/ou atenuar os impactos da presença de resíduos ou despejos nas
águas, sugere-se a implantação de um plano para verificação de ocorrências capazes de
oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação conforme legislação
brasileira (BRASIL, 2005).
Como medida de cautela e/ou redução aos diversos impactos ambientais
observados recomenda-se a implantação de um plano que contemple ações com vistas a
esclarecer sobre proteção e recuperação do meio ambiente, prejuízos ao meio ambiente
com repercussão na saúde, qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de
consumo e uso humano conforme a Lei 8.080 (BRASIL, 1990a) e sobre lançamento de
poluentes no meio ambiente, sobretudo de efluentes no solo e nas águas sem causar
contaminação, qualidade e deterioração dos corpos de água, qualidade das águas
destinadas ao consumo humano e à reutilização, conforme Resolução CONAMA 430
(BRASIL, 2011).
Como providência de atenuar aos impactos ambientais causados pela poluição e
degradação, sugere-se: 1) com base na legislação brasileira (BRASIL, 1981), a
implementação de programa de educação ambiental com ações e práticas educativas
voltadas à sensibilização da coletividade; 2) disseminar técnicas e tecnologias de
conservação, entre as quais rotação de culturas/plantio direto/sistema ILPF (integração
lavoura-pecuária-floresta)/trituração (substituição do fogo na limpeza de área para
plantio, pelo esmagamento em uma ensiladeira, do material vegetal e sua utilização
como cobertura morta do solo para plantio de culturas alimentares) (KATO et al, 1999);
3) buscar fontes de recursos, como: a) Programa ABC (agricultura de baixo carbono) do
59
governo federal, principal linha de crédito que financia práticas agrícolas sustentáveis,
cuja contratação de recursos tem ficado abaixo do esperado, pois muitos produtores não
procuram a linha, seja por desconhecimento, seja por falta de regularização ambiental
das propriedades (BRASIL, 2012b); b) GEF (Global Environment Facility) ou Fundo
do Meio Ambiente Global, do BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento) ou Banco Mundial, como um programa piloto no sentido de prestar
assistência à proteção do meio ambiente global e assim promover o desenvolvimento
econômico ambientalmente correto e sustentável, em cooperação com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA) (BURSZTYN, 2012); c) Programa de Agrobiodiversidade,
do Governo Federal, MMA (Ministério do Meio Ambiente), garantindo o
desenvolvimento da agricultura familiar, integrado à conservação ambiental na
Amazônia brasileira, disponibilizando mecanismos e incentivos econômicos para a
implementação das suas ações (BRASIL, 2006); d) PPG7 (Programa Piloto para a
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil), iniciativa do governo e da sociedade
brasileira, em parceria com a comunidade internacional, que tem como finalidade o
desenvolvimento de estratégias inovadoras para a proteção e o uso sustentável da
Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, associadas a melhorias na qualidade de vida
das populações locais, constituindo-se como um programa de cooperação multilateral
relacionado a uma temática ambiental de importância global, financiado por doações
dos países integrantes do ex-Grupo dos Sete, da União Européia e dos Países Baixos,
complementadas com contrapartida crescente do governo brasileiro, dos governos
estaduais e de organizações da sociedade civil (DE ANTONI, 2010).
Ao INCRA, como responsável pela implantação e implementação dos PA,
sugere-se de forma integrada e articulada com órgãos (prefeituras, governo do estado) e
sociedade civil organizada (ONG’s, associações, sindicatos, cooperativas e movimentos
sociais representativos dos trabalhadores rurais), a efetivação de campanhas, utilizando-
se recursos midiáticos, para melhorar o nível de conscientização das famílias quanto à
utilização de práticas menos impactantes ao meio ambiente.
60
7.6 – CONCLUSÃO
Existem impactos ambientais causados por condutas lesivas e não
conformidades a várias leis ambientais, expressando uma situação preocupante.
Pelo uso de práticas inadequadas e não condizentes com a sustentabilidade, as
famílias estão sujeitas à contaminação ambiental, do solo, sub-solo, ar, água (corpos
d’água e lençol freático) comprometendo a saúde, a recreação, a vivência cotidiana, as
atividades produtivas e o meio ambiente.
O sistema SIPRA do INCRA tem atualização lenta, precisando ser mais célere e
assim melhorar a disponibilidade de informações, o monitoramento, a fiscalização, as
eventuais retificações e as interfaces famílias/PA x INCRA e Divisão de Obtenção x
demais Divisões do INCRA.
Há carência de infraestrutura, informações e procedimentos ambientais básicos,
o que indica a necessidade de educação ambiental.
Os assentamentos rurais precisam ser monitorados quanto às queimadas e
produtos químicos, pois essas variáveis podem contribuir significativamente para o
agravos ao ambiente na Amazônia.
As questões de queimadas e utilização de produtos químicos tem sido
responsável pelos percentuais de agravos ao meio ambiente, sendo evidenciadas
condutas lesivas e não conformidades com a legislação ambiental brasileira.
Pelo uso de práticas não condizentes com a sustentabilidade, as famílias estão
sujeitas à degradação ambiental.
Há carência de informações e procedimentos ambientais, o que indica a
necessidade de educação ambiental, monitoramento, controle e fiscalização,
possibilitando o desenvolvimento sustentável do assentamento.
Em suma, os resultados aqui apresentados e discutidos servem de subsídio para
uma necessária tomada de decisão no sentido de adotar mecanismos mais eficazes de
informação, monitoramento, controle, fiscalização em estrita e estreita relação do
INCRA com os órgãos ambientais, além da sua atuação mais intensa com visitas e
vistorias, buscando reforçar o cumprimento da legislação ambiental, bem como prevenir
e/ou atenuar a ocorrência de impactos.
61
Tabela 6 – Distribuição das famílias segundo as práticas de queimada no preparo da terra e de adubação química nos 5 Projetos de Assentamento no ano de 2009. Pará, 2016.
VARIÁVEIS REFERENTES À QUEIMADA E ADUBO QUÍMICO
FAMÍLIAS p-valor
Nº %
Prática de queimada
Sim 442 90,95
(>0,0001)*
Não 21 4,32
Sem resposta 23 4,73
TOTAL 486 100
Uso de adubos químicos (fertilizante)
Sim 111 22,84 ns
(>0,0001)**
Não 352 72,43
Sem resposta 23 4,73
TOTAL 486 100
Fonte: INCRA/SR-01 e Empresa Plantar-Ano: 2009 * Teste Qui-quadrado ns – não significante
Figura 9 – Informações (%) de grupos familiares quanto à realização de queimada no preparo da terra para plantio em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
9298 98 96
90
8
2 2 4
10
0
20
40
60
80
100
120
Palheta Terra Nova Esperança Novo Jauara
Três Irmãos
% d
e G
rupo
s F
amili
ares
Projetos de Assentamento (PA)
Sim
Não
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
62
Figura 10 – Informações (%) de grupos familiares quanto à utilização de adubos químicos em projetos de assentamento (PA) nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Pará, 2009.
Palheta Terra Nova Esperança Novo JauaraTrês Irmãos0
10
20
30
40
50
60
70
80
9083
77
66
77
69
17
23
34
23
31
Não
Sim
Projetos de Assentamento (PA)
% d
e G
rupo
s Fa
mili
are
s
Fonte: INCRA-SR/01, 2009 e Empresa Plantar, 2009.
63
Figura 11 – Quantidade de km² por foco de queimada, no comparativo entre a área total dos 5 projetos de assentamento (PA), nos municípios de Aurora do Pará e São Domingos do Capim e a área do Estado do Pará, 2017.
17,7
3,22,2 1,8 2,1 2,9
4,9
1,3
26,2
9,2 9,1
5,9 6,5
9,3
6,7
4,2
0
5
10
15
20
25
30
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2016
Qua
ntid
ade
de k
m2
por
foco
de
quei
mad
a
Ano
km2 por foco na área total dos 5 PA
km2 por foco na área do Estado do Pará
Fonte: IBGE, 2017 e INPE, 2017.
64
8 – RESULTADOS
Efetivação do diagnóstico de fatores ambientais.
Proposição de medidas preventivas e/ou atenuantes aos impactos eventualmente
identificados como implantação de fossas sépticas e/ou rede de esgoto além de sistemas
de abastecimento de água, destinação de áreas de compensação para terrenos que não
possuem reserva legal, implantação de coleta seletiva de lixo e reciclagem com
comercialização de resíduos sólidos, alternativas à queima no preparo da terra,
implantação de depósitos para embalagens tóxicas, adoção de consórcio, rotação de
culturas e práticas de manejo do solo através de plantio de contorno ou curva,
cumprimento de regras de higiene e precaução de doenças e patologias de veiculação
hídrica.
Identificação de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, especialmente o
atinente à cobertura vegetal, consoante as Figuras 12 e 13, respectivamente, Mapa da
cobertura vegetal dos PA pesquisados, ano 2009 e Mapa da cobertura vegetal dos PA
pesquisados, ano 2015 registram a alteração de desflorestamento entre os períodos 2009
e 2015 para os 5 PA, expondo a não conformidade com a legislação ambiental de 80%
de mata como Reserva Legal. Entretanto, ressalta-se, pelo destaque nas tabelas das 2
figuras que no percentual dos Mapas consta o desmatamento consolidado em anos
anteriores, ou seja, antes da obtenção do imóvel, pelo INCRA, dos detentores anteriores.
A referência do INCRA é a Base Cartográfica da SR-01 e a do INPE são as informações
geoespaciais do PRODES, disponíveis em seu site.
65
Figura 12 – Mapa da cobertura vegetal dos PA pesquisados no ano de 2009. Pará, 2016.
Fonte: INCRA/SR-01, 2016 e INPE, 2000-2009
66
Figura 13 – Mapa da cobertura vegetal dos PA pesquisados no ano de 2015. Pará, 2016.
Fonte: INCRA/SR-01, 2016 e INPE, 2000-2015.
9 – CONCLUSÃO
Existem impactos ambientais causados por condutas lesivas e não
conformidades a várias leis ambientais e pelo uso de práticas inadequadas e não
condizentes com a sustentabilidade, expressando uma situação preocupante pois pode
tanto levar à contaminação do solo, subsolo, ar, água (corpos d’água e lençol freático)
quanto comprometer a saúde, a recreação, as atividades produtivas e o meio ambiente,
sujeitando as famílias à degradação ambiental e a maior exposição à doenças e agravos
à saúde.
Há carência de infraestrutura, informações e procedimentos ambientais básicos,
por meio de capacitação e tecnologia, o que indica a necessidade de educação
ambiental, possibilitando o desenvolvimento sustentável do seu empreendimento.
Os assentamentos rurais precisam ser monitorados quanto ao uso da terra, pois
podem contribuir significativamente para o desmatamento na Amazônia.
67
A exploração madeireira e de floresta, implantação de empreendimento
agropecuário e de culturas de subsistência tem sido responsável pelo desflorestamento
detectado, sendo evidenciadas condutas lesivas e não conformidades com a legislação
ambiental brasileira.
Os assentamentos rurais precisam ser melhorados quanto às condições sanitárias
e destino final de resíduos sólidos, pois essas podem contribuir significativamente para
o aumento da prevalência de doenças e agravos à saúde.
As questões sanitárias como as formas de abastecimento e tratamento das águas
de consumo humano, despejo de esgotos e disposição de resíduos sólidos têm sido
responsáveis pelos maiores índices de doenças e agravos.
Os assentamentos rurais precisam ser monitorados quanto às queimadas e uso de
produtos químicos, pois essas variáveis podem contribuir significativamente para o
agravos ao ambiente na Amazônia, sendo evidenciadas condutas lesivas e não
conformidades com a legislação ambiental brasileira.
Os sistemas de gerenciamento de informações (SIPRA) do INCRA possuem
lenta atualização e necessitam ser mais céleres pois isto facilitaria a disponibilidade de
informações, o monitoramento, a fiscalização, as eventuais retificações e o
acompanhamento dos projetos de assentamento do INCRA bem como melhoraria as
interfaces famílias/PA x INCRA e Divisão de Obtenção x demais Divisões do INCRA.
Em suma, os resultados aqui apresentados e discutidos servem de subsídio para
uma necessária tomada de decisão no sentido de adotar mecanismos mais eficazes de
informação, monitoramento, controle, fiscalização em estrita e estreita relação do
INCRA com os órgãos ambientais e de saúde, além da sua atuação mais intensa (com
boa periodicidade) com visitas e vistorias, buscando reforçar o cumprimento da
legislação ambiental, bem como prevenir e/ou atenuar a ocorrência de impactos.
10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBAGLI, S. Informação e desenvolvimento sustentável: novas questões para o século
XXI. Rev. Ciência da Informação, v. 24, n. 1, 1995.
ALCÂNTARA, JV. Saúde ambiental de ribeirinhos no Baixo Acará. 2008. 135 f.
Dissertação (Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento Sustentável do Trópico
68
Úmido) - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará.
Belém-PA.
ARAUJO, CFS. Assentamento rural Campestre Norte frente a expansão do
agronegócio sucroenergético do Estado do Piauí. 2016. 175 f. Dissertação (Mestrado
em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade Federal do Piauí. Teresina-PI.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
05/10/1988.
BRASIL (a). Decreto nº 6.321. Dispõe sobre ações relativas à prevenção,
monitoramento e controle de desmatamento no Bioma Amazônia, bem como altera e
acresce dispositivos ao Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999, que dispõe sobre
a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências. Brasília, 21/12/2007.
BRASIL. Decreto nº 6.514. Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao
meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas
infrações, e dá outras providências. Brasília, 22/07/2008.
BRASIL (a). Decreto nº 7.217. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências.
Brasília, 21/06/2010.
BRASIL (b). Decreto nº 7.404. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010,
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da
Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos
Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Brasília, 23/12/2010.
BRASIL (c). Decreto nº 7.830. Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o
Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de
Regularização Ambiental, de que trata a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá
outras providências. Brasília, 17/10/2012.
69
BRASIL. Decreto nº 24.643. Decreta o Código de Águas. Brasília, 10/07/1934.
BRASIL. Decreto-Lei nº 1.110. Cria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), extingue o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, o Instituto
Nacional de Desenvolvimento Agrário e o Grupo Executivo da Reforma Agrária e dá
outras providências. Brasília, 09/07/1970.
BRASIL. Lei nº 4.504. Dispõe sobre o Estatuto da Terra e dá outras providências.
Brasília, 30/11/1964.
BRASIL. Lei nº 6.938. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA.
Brasília, 31/08/1981.
BRASIL (a). Lei nº 8.080. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências. Brasília, 19/09/1990.
BRASIL. Lei nº 9.433. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21
da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília, 08/01/1997.
BRASIL. Lei nº 9.605. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília,
12/02/1998.
BRASIL. Lei nº 9.795. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional
de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 27/04/1999.
BRASIL (b). Lei nº 11.445. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico;
altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990,
8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no
6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Brasília, 05/01/2007.
70
BRASIL (c). Lei nº 12.305. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 02/08/2010.
BRASIL (d). Lei nº 12.651. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, entre outros e
dá outras providências. Brasília, 25/05/2012.
BRASIL (b). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano setorial de
mitigação e de adaptação às mudanças climáticas para a consolidação de uma
economia de baixa emissão de carbono na agricultura: plano ABC (Agricultura de
Baixa Emissão de Carbono). Brasília: MAPA/ACS, 2012. 173 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Saúde e ambiente para as populações
do campo, da floresta e das águas. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 216 p.
BRASIL (d). Ministério do Desenvolvimento Agrário. Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável. Brasil rural em debate: coletânea de artigos.
Brasília: CONDRAF/MDA, 2010. 363 p.
BRASIL (a). Ministério do Desenvolvimento Agrário. Assentamentos Verdes. Boletim
de análise sobre o desmatamento em assentamentos na Amazônia, n. 1, dez./2012.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 1. Dispõe sobre
critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília,
23/01/1986.
BRASIL (b). Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 3. Dispõe sobre
padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. Brasília, 28/06/1990.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira: Bases para discussão.
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2000. 196 p.
71
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira: ações prioritárias.
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional. 2. ed.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. 158 p.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 357. Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem
como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências. Brasília, 17/03/2005.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas.
Agrobiodiversidade e Diversidade cultural. Série Biodiversidade, n. 20. Brasília,
2006. 82 p.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 420. Dispõe sobre
critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias
químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas
por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Brasília, 28/12/2009.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional do Meio Ambiente II
PNMA II - Fase 2 2009 – 2014. Componente desenvolvimento institucional.
Subcomponente licenciamento ambiental. Brasília, 2009.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 430. Dispõe sobre
as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução
nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
Brasília, 13/05/2011.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 458. Estabelece
procedimentos para o licenciamento ambiental em assentamento de reforma agrária, e
dá outras providências. Brasília, 16/07/2013.
BURSZTYN, MA; BURSZTYN, M; Fundamentos de política e gestão ambiental:
caminhos para a sustentabilidade. Rio de Janeiro: Ed. Garamond, 2012. 612p.
72
CAMARGO, MS de. A importância do uso de fertilizantes para o meio ambiente. Rev.
Pesquisa & Tecnologia, v. 9, n. 2, jul./dez. 2012.
CARVALHO JUNIOR, FH; NOGUEIRA, RC. Associação Brasileira de Engenharia
Sanitária e Ambiental. Seção Ceará. Resíduos sólidos urbanos: coleta e destinação
final . Fortaleza-CE: Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará, 2006. 112 p.
CASTRO, CE de; MASULLO, YAG. Gestão ambiental, uma diversificada
ferramenta na consolidação de paradigma ecológico inovador. São Luís:
EDUEMA, 2016. 299 p.
CATALÃO, VML; LAYRARGUES, PP; ZANETI, ICBB (Org.). Universidade para o
século XXI: educação e gestão ambiental na Universidade de Brasília. Brasília:
Cidade Gráfica e Editora. 2011. 340 p.
CODEVASF. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba. Selo Verde – Categoria Ouro. Disponível em:
<http://www2.codevasf.gov.br/programas_acoes/acoes-ambientais-1/selo-verde-
categoria-ouro>. Acesso em: 18 jun. 2016.
COSTA, JP; NETO, PMJ. 2011. Fatores determinantes da inadimplência do crédito
rural PRONAF em áreas de assentamento de reforma agrária no nordeste do estado do
Pará. Rev. Economia e Desenvolvimento, Recife, v. 10, n. 1, 2011.
DE ANTONI , G. O Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil
(PPG-7) e a globalização da Amazônia. Rev. Ambiente & Sociedade,v. XIII, n. 2, p.
299-313,jul.-dez. 2010.
DIAS, M do CO; PEREIRA, MCB; DIAS, PLF; VIRGILIO, JF. Manual de impactos
ambientais: orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades
produtivas. Fortaleza-CE: Banco do Nordeste, 1999. 297 p.
73
ESPÍNDOLA, MAJ; ARRUDA, DO. Política ambiental: ideologias, fazer
antropológico e engajamento social. Rev. Visões, v.1, n. 5, jul-dez, 2008.
ESTEVO, E. Lixo doméstico produzido em Goiânia: a exposição e o impacto na
saúde dos coletores. 2012. 178 f. (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde) -
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia-GO.
FARIA, FHOV de; BIFARONI, RG; BRACALENTE, J. Projeto Construtivo:
Biodigestor caseiro para produção de biogás a partir de lixo orgânico. Universidade
de Campinas. Departamento de Biologia Animal. Campinas-SP, 2014.
GUIMARÃES, ER. Caracterização e diagnóstico do uso da terra na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Uatamã-AM. 2013. 110 f. Dissertação (Mestrado
em Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia) - Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia. Manaus-AM.
IBAMA. Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal. EIAs -
Relatórios - Monitoramento disponíveis. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/licenciamento/>. Acesso em: 11 jul. 2016.
IBGE. Projeto Levantamento e Classificação do Uso da Terra. Uso da Terra no Estado
do Pará. Relatório Técnico. Rio de Janeiro, 2013.
IBGE (e). Estados@PARÁ. Área 2015 (km²). Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pa. Acesso em: 30/abr./2017.
IBGE (a). Censo 2010. Cidades. Existência de água canalizada e forma de
abastecimento de água. Município de Aurora do Pará. Brasília-DF, 2017.
IBGE (b). Censo 2010. Cidades. Existência de água canalizada e forma de
abastecimento de água. Município de São Domingos do Capim. Brasília-DF, 2017.
74
IBGE (c). Censo 2010. Cidades. Destino do lixo. Município de Aurora do Pará.
Brasília-DF, 2017.
IBGE (d). Censo 2010. Cidades. Destino do lixo. Município de São Domingos do
Capim. Brasília-DF, 2017.
INCRA. Superintendência Regional do Pará. Processo no 54100.002712/2001-53. p.
06-23. Belém, 2001.
INCRA. Superintendência Regional do Pará. Processo no 54100.001720/2003-44. p.
02-23. Belém, 2003.
INCRA. Superintendência Regional do Pará. Processo no 54100.001265/2004-68. p.
48-74. Belém, 2004.
INCRA. Superintendência Regional do Pará. Processo no 54100.001026/2005-17. p.
06-17. Belém, 2005.
INCRA. Superintendência Regional do Pará. Processo no 54100.001713/2006-95. p.
03-33. Belém, 2006.
INCRA. Plano de Recuperação do Assentamento - Projeto de Assentamento Nova
Santa Maria. Concórdia do Pará, 2008.
INCRA. Documento sobre Diretrizes e Estratégias de Capacitação. Brasília: INCRA,
1996. Appud VIEIRA, DAS; COSTA, D; COSTA, JO; CURADO, FF; MENDES-
NETTO, RS. Características socioeconômicas e estado nutricional de crianças e
adolescentes de assentamentos rurais de Pacatuba, Sergipe. J. Brazilian Soc. Food
Nutr. , v. 36, n. 1, p. 49-69, abr. 2011.
INCRA (a)/FLORANATIVA. Diagnóstico Sócio, Econômico e Ambiental: Projeto
de Assentamento Esperança: Aurora do Pará/PA. Concórdia do Pará, 2014.
75
INCRA (b)/FLORANATIVA. Diagnóstico Sócio, Econômico e Ambiental: Projeto
de Assentamento Três Irmãos: Aurora do Pará/PA. Concórdia do Pará, 2014.
INCRA (c)/FLORANATIVA. Diagnóstico Sócio, Econômico e Ambiental: PA Terra
Nova, São Domingos do Capim/PA. Mãe do Rio, 2014.
INCRA (d)/FLORANATIVA. Diagnóstico Sócio, Econômico e Ambiental: PA Novo
Jauara, Aurora do Pará/PA. Concórdia do Pará, 2014.
INCRA/FLORANATIVA. Relatório da Atividade do Autodiagnóstico do PA
Palheta, São Domingos do Capim, PA. Mãe do Rio, 2015.
INCRA (a). Competências. Disponível em:
<http://www.incra.gov.br/competencias>. Acesso em: 18 jun. 2016.
INCRA (b)-SR (01)/Plantar-Planejamento e Assessoria Técnica Rural S/C Ltda.
Contrato 373030.50.11000.2009. Disponível em:
http://compras.dados.gov.br/contratos/v1/contratos?uasg=373030. Acesso em:
08/jul./2016.
INCRA (c). Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária – SIPRA.
Projetos de Reforma Agrária Conforme Fases de Implementação. Brasília, 2016.
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Coordenadoria Geral de Observação
da Terra. Programa Amazônia – Projeto PRODES. Metodologia para o Cálculo da
Taxa Anual de Desmatamento na Amazônia Legal. São José dos Campos, 2013.
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Coordenadoria Geral de Observação
da Terra. Divisão de Processamento de Imagens. PRODES. Disponível em:
<http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.php>. Acesso em: 29 ago. 2016.
76
INPE. Programa Queimadas – Apoio. Banco de Dados de Queimadas.
Estado Pará. Disponível em: https://prodwww-queimadas.dgi.inpe.br/bdqueimadas#.
Acesso em: 30/abr./2017.
JACOBI, P. Meio Ambiente e sustentabilidade. Rev. Desenvolvimento e Meio
Ambiente. s/d, p.175-183.
KATO, OR; KATO, MAS; PARRY, MM; DENICH, M; VLEK, PLG. Método de
preparo de área sem queima: uma alternativa para agricultura tradicional da Amazônia
Oriental. Com. Téc., n. 13, p. 1-3, nov. 1999. Belém-PA: CPATU/EMBRAPA.
LOPES, FB; ANDRADE, EM de; AQUINO, D do N; LOPES, JFB. Proposta de um
índice de sustentabilidade do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú, Ceará, Brasil. Rev.
Ciência Agropecuária, v. 40, n. 2, p. 185-193, abr.-jun., 2009.
MACHADO, CA. Desmatamentos e queimadas na Região Norte do Estado do
Tocantins. Rev. on line Caminhos de Geografia, v. 13, n. 43, p. 217–229, out/2012.
MELO, RG; PASQUALLETO, A. O saneamento básico como forma preventiva da
dengue em Aparecida de Goiânia-GO. Goiânia-GO: Universidade Católica de Goiás,
2009. 22 p.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. INSTITUTO
BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Manual de educação para o
consumo sustentável. Brasília, 2005. 162 p.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Secretaria de Articulação Instituição e
Cidadania Ambiental. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Instrumento de
responsabilidade socioambiental na administração pública. Brasília: 2014. 64 p.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Termo de Compromisso que firmam o
Ministério Publico Federal e o INCRA, válido para toda a Amazônia Legal. Brasília,
2013.
77
PALMEIRA, M. Reforma Agrária: produção, emprego e renda. Relatório da FAO em
debate, p. 7-9. 1994. Appud VEIGA, GV; BURLANDY, L. Indicadores
socioeconômicos, demográficos e estado nutricional de crianças e adolescentes em um
assentamento rural no Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6,
p. 1465-1472, nov-dez, 2001.
PARÁ. Secretaria de Estado de Integração Regional. Atlas de Integração Regional do
Estado do Pará-2010. Belém-PA: SEIR, 2010. 347 p.
PARANAGUÁ, P; MELO, P; SOTTA, ED; VERÍSSIMO, A. Belém sustentável.
Belém-PA: IMAZON. 2003. 107 p.
PIRES, SHM. Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de
Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da
Eletrobrás. Manual Ambiental de Obras. Rio de Janeiro, 2014. 219 p.
SAFFER, M; IZAWA, MK; DUARTE, GAA; BRITZ, EB; ERCE, JA; BELOQUI, GL.
Fundação Instituto para o Fortalecimento das Capacidades Institucionais -IFCI. Agência
Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento - AECID. Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. Boas práticas Brasil e Espanha sobre
a gestão de resíduos sólidos urbanos com foco na coleta seletiva, reciclagem e
participação dos catadores. Inovação na Gestão Pública: Cooperação Brasil-Espanha.
Volume 10. 258 p. Brasília-DF: Editora IABS, 2014.
SANETAL ENGENHARIA & CONSULTORIA. Plano de gerenciamento integrado
de resíduos sólidos do Município de Valinhos – SP. Relatório IV. São Paulo, 2011.
641 p.
SANTOS, RP dos. Os principais fatores do desmatamento na Amazônia (2002-
2007) - uma análise econométrica e espacial. 2010. 130 f. Dissertação (Mestrado em
Desenvolvimento Sustentável) - Centro de Desenvolvimento Sustentável da
Universidade de Brasília. Brasília-DF.
78
SANTOS, J de O. Fragilidades e riscos socioambientais em Fortaleza-CE:
contribuições ao ordenamento territorial. 2011. 331 f. Tese (Doutorado em
Geografia Física) - Universidade de São Paulo. São Paulo-SP.
SOARES, JLN; ESPINDOLA, CR. Geotecnologias no planejamento de assentamentos
rurais: premissa para o desenvolvimento rural sustentável. Revista Nera, ano 11, n. 12,
p. 108-116, janeiro/junho de 2008.
SOARES, LC. Biologia e diversidade. Maringá - PR: Centro Universitário de Maringá.
Núcleo de Educação à Distância, 2012. 216 p.
SILVA, FX. O conhecimento e a prática de profissionais de saúde sobre o
gerenciamento de resíduos em um hospital público de Rondônia. 2015. 82 f.
(Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde) - Fundação Universidade
Federal de Rondônia. Núcleo de Saúde. Departamento de Medicina. Porto Velho-RO.
TAVEIRA, ALS. Provisão de recursos financeiros para o fechamento de
empreendimentos mineiros. 2003. 209 p. Tese (Doutorado em Engenharia) -
Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo. Escola Politécnica. Universidade
de São Paulo. São Paulo-SP.
VERAS, RP. População idosa no Brasil: considerações acerca do uso de indicadores de
saúde. In: MINAYO, MC (org). Os muitos Brasis – saúde e população na década de
80. São Paulo: HUCITEC; ABRASCO, 1995.
WCED. World Commission on Environment and Development. Our Common Future.
Oxford, University Press, 387 p. 1987. Appud SICHE, R; AGOSTINHO, F; ORTEGA,
E, ROMEIRO, A. Índices versus indicadores: precisões conceituais na discussão da
sustentabilidade de países. Rev. Ambiente e Sociedade. Campinas, v. X, n. 2, p. 137-
148. Jul-dez., 2007.
79
WOLKMER, M de FS; PAULITSCH, N da S. Ética ambiental e crise ecológica:
reflexões necessárias em busca da sustentabilidade. Rev. Veredas do Direito. Belo
Horizonte, v. 8, n. 16, p.211-233, Jul.-Dez., 2011.
ZAKIA, MJ; PINTO, LFG. Guia para aplicação da nova lei florestal em imóveis
rurais . 2a Edição revisada e ampliada. Piracicaba, SP: Imaflora, 2014. 36p.
80
11 – APÊNDICES
Apêndice 1 – MEMO/No 8/2016/INCRA/GAB/SR(01)PA
81
Apêndice 2 – MEMO/INCRA/QUIL./S/No /2016
82
Apêndice 3 – Mapa de localização dos Projetos de Assentamento. Pará, 2016. Fonte: INCRA-Base Cartográfica da SR-01, 2016 e SIPRA-Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária, 2016.
83
Apêndice 4 – MEMO/No 081/2015/INCRA/GAB/SR(01)PA
84
Apêndice 5 – MEMO/INCRA/QUIL./S/No /2015
85
Apêndice 6 – Comprovante de submissão à Revista “Sociedade e Natureza”, do Artigo “Alteração nas áreas de floresta de assentamentos legais na Amazônia”, referente ao Capítulo I.
86
Apêndice 7 – Comprovante de submissão à Revista “Ibero-Americana de Ciências Ambientais”, do Artigo “Resíduos sólidos e condições sanitárias em assentamentos legais na Amazônia”, referente ao Capítulo II.
87
12 – ANEXOS
ANEXO 1
DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO E AMBIENTAL QUESTIONÁRIO POR FAMÍLIA
Projeto de Assentamento: Comunidade: Data:
I - IDENTIFICAÇÃO
Titular: Apelido: Naturalidade: Estado Civil: a) Solteiro ( ) b) Casado ( ) c) Divorciado ( ) d) União Estável ( ) Outros ______________________ Cônjuge: Apelido: Naturalidade:
II - DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL: 1 - Origem da família antes de chegar ao PA
Estado/Município: Zona Rural ( ) Zona Urbana ( ) Trabalhava com agricultura familiar? Sim ( ) Não ( )
2 - Há quanto tempo mora na área? a) Entre 01 a 05 anos ( ) b) Entre 06 a 10 anos ( ) c) Mais de 10 anos ( )
3 - Qual a forma de ocupação da área? a) Invasão/Ocupação ( ) b) Compra ( ) c) Regularização Fundiária ( ) d) Outros ___________
4 – Situação do lote: a) Regularizado (está em RB desde a criação do PA) ( ) b) Trocou (não regularizado) ( ) c) Trocou (regularizado) ( ) d) Comprou ( ) e) Outros ___________
5 – Possuem filhos: a) Não ( ) b) Sim ( ) Quantos? 01 a 03 ( ) 04 a 06 ( ) 07 a 10 ( ) mais de 10 filhos ( )
6 - Principal atividade exercida pelos chefes das famílias (homem e mulher): a) Homem Agricultor ( ) Vaqueiro ( ) Comerciante ( ) Tratorista ( ) Motorista ( ) Diarista em outras propriedades ( ) Outros _____________ b) Mulher Agricultora ( ) Educadora ( ) Dona de casa ( ) Costureira ( ) Comerciante ( ) Outros ____________
7 – Escolaridade da família: 1- Analfabeto; 2- EJA/ALFA; 3- Educação Infantil; 4- Ensino Fundamental (menor); 5- Ensino Fundamental (maior); 6- Ensino Médio (incompleto); 7- Ensino Médio (completo); 8- Ensino Superior (incompleto); 9- Ensino Superior (completo); 10- Ensino Médio Profissionalizante.
8 - Saúde: Principais problemas de saúde da família (1 - Crianças; 2 - Jovens; 3 - Adultos; 4 - Idosos) Diabetes Hepatite Hipertensão Hanseníase Respiratório Chagas Cardíaco Malária Leishma
niose Outro
9 - Existem portadores de necessidades especiais na família? Não ( ) Sim ( ). Quantos? Auditiva Visual Física Mental Outros
10 - Quando alguém adoece na família qual o recurso utilizado? Benzedeira Médico Farmacêutico Agente de Saúde Auto-Medicação (sem orientação
de profissional habilitado) Auto-Medicação
(Ervas Medicinais) Outros
Sexo Idade Escolaridade e onde Estuda atualmente Observações M F Nível PA Fora Sim Não
Titular Conjugue Filho (a)1 Filho (a)2 Filho (a)3 Filho (a)4 Filho (a)5 Filho (a)6 Filho (a)7 Filho (a)8 Filho (a)9 Filho (a)10 Agregados
88
11 – Destino dado aos dejetos humanos: a) Rede de Esgoto ( ) b) Fossa Séptica ou Negra ( ) c) Jogado a céu aberto ( ) d) Jogados em rios ou cursos d´água ( )
12 - Quantos membros da sua família não possuem os seguintes documentos: a) Carteira de Identidade ( ) b) Certidão de Nascimento ( ) c) Carteira de Vacinação (crianças) ( ) d) CPF ( ) e) Certidão de Casamento ( ) f) Título de Eleitor ( )
13 – Recebeu crédito habitação: a) Não ( ) b) Sim ( ) 13.1 Situação da casa: a) Casa de taipa, barro ( ) b) Casa de alvenaria, sem reboco e piso, inacabada ( ) c) Casa de alvenaria com reboco e piso ( ) d) Casa de madeira (INCRA) ( ) e) Casa de madeira ( ) f) Outros ____________ 13.2 Tipo de iluminação utilizada na residência: a) Lampião ( ) b) Velas ( ) c) Energia Elétrica ( ) d) Outros ___________________ 14 - Organização Social. Alguém da família participa: a) Associação do Assentamento ( ) b) STR ( ) c) Cooperativas ( ) d) Grupo de Mulheres ( ) e) Grupo de Jovens ( ) f) Partido Político ( ) g) Outras organizações________________ 14.1 Grau de efetividade do funcionamento da Associação: ( ) Atuante ( ) Não atuante 15 - Créditos recebidos:
Crédito/Benefício R$ Pagou (S/N) Destino/uso
Instalação Fomento I
Habitação Reforma das casas Fomento II
Custeio/Investimento
PROCERA PRONAF A/C PRONAF C PRONAF A PRONAF C PRONAF Mulher PRONAF D FNO Outros
III - DIMENSÃO ECONÔMICA 1 – Principal (is) atividade (s) geradora (s) de renda da unidade familiar: a) Sem ocupação ou não explora o lote ( ) b) Agricultura de subsistência (milho, arroz, feijão, mandioca, etc) ( ) c) Pecuária de pequenos/médios animais ( ) d) Pecuária de grandes animais ( ) e) Fruticultura ( ) f) Apicultura ( ) g) Piscicultura ( ) h) Extrativismo ( ) i) Pesca ( ) j) Comércio ( ) k) Turismo ( ) l) Outros__________________ 2 - Qual a renda obtida com a venda desses produtos (venda in natura)? a) Menos de 01 SM ( ) b) 01 a 03 SM ( ) c) 04 a 06 SM ( ) d) 07 a 10 SM ( ) e) Mais de 10 SM ( ) 3 - A produção é beneficiada? a) Não ( ) b) Sim ( ) 3.1 Renda obtida com a venda dos produtos beneficiados: a) Menos de 01 SM ( ) b) 01 a 03 SM ( ) c) 04 a 06 SM ( ) d) 07 a 10 SM ( ) e) Mais de 10 SM ( ) 4 – Outras fontes de renda 4.1) Benefícios Assistencial/Previdenciário: Não ( ) Sim ( )
Benefícios R$ Quantidade Bolsa-Família PETI Aposentadoria Rural Auxílio doença Outros. Quais?
4.2) Jovens (14 a 25 anos): Trabalha? a) Não ( ) b) Sim ( ) b.1) No lote ( ) b.2) Em outros lotes/fazendas ( ) b.3) Fora do PA ( ) c) Qual a renda obtida c.1) Menos de 01 SM ( ) c.2) 01 a 03 SM ( ) c.3) 04 a 06 SM ( ) c.4) 07 a 10 SM ( ) c.5) Mais de 10 SM ( ) 4.3) Renda obtida com produtos não agrícolas (artesanato, doces, pães, biojóias, produtos de olaria, etc.): a) Não ( ) b) Sim ( ) b.1) Menos de 01 SM ( ) b.2) 01 a 03 SM ( ) b.3) 04 a 06 SM ( ) b.4) 07 a 10 SM ( ) b.5) Mais de 10 SM ( ) 4.4) Trabalha fora do PA (titular)? a) Não ( ) b) Sim ( ) b.1) Funcionário Público ( ) b.2) Empregado Privado ( ) b.3) Outros _____________ c) Qual a renda obtida c.1) Menos de 01 SM ( ) c.2) 01 a 03 SM ( ) c.3) 04 a 06 SM ( ) c.4) 07 a 10 SM ( ) c.5) Mais de 10 SM ( )
89
4.5) Trabalha fora do PA (cônjuge)? a) Não ( ) b) Sim ( ) b.1) Funcionário Público ( ) b.2) Empregado Privado ( ) b.3) Outros _____________ c) Qual a renda obtida c.1) Menos de 01 SM ( ) c.2) 01 a 03 SM ( ) c.3) 04 a 06 SM ( ) c.4) 07 a 10 SM ( ) c.5) Mais de 10 SM ( ) 5 - Como é feita a comercialização da produção? a) Não há comercialização ( ) b) Feiras livres ( ) c) Programas governamentais (CONAB, Prefeituras/merenda escolar) ( ) d) Atravessador ( ) e) Venda direta ao consumidor ( ) f) Exportação ( ) g) Outros ___________ 5.2 Quem participa da venda dos produtos? a) Toda família ( ) b) Titular ( ) c) Cônjuge ( ) d) Filhos ( ) e) Outros ______________ 5.3 Problemas enfrentados na comercialização: a) Estradas ( ) b) Transportes ( ) c) Preço ( ) d) Perda ( ) e) Outros __________ 5.4) A venda dos produtos é realizada de forma: a) Coletiva (associação, cooperativa, grupos de produtores) ( ) b) Individual ( ) IV – UTILIZAÇÃO DO LOTE 1 – Tamanho do lote a) Não sabe b) 25 a 50 ha c) 51 a 100 ha d) 101 a 150 ha e) Mais de 150 ha 2 - Como está estruturado o seu lote? ( ) _____ tarefa de milho ( ) tanque. Tamanho e quantidade: _____________ ( ) _____ tarefas de feijão ( ) aprisco: ________________________________ ( ) _____ tarefas de arroz ( ) curral _________________________________ ( ) _____ tarefas de mandioca ( ) aviário ________________________________ ( ) _____ tarefas de macaxeira ( ) pocilga ________________________________ ( ) _____ tarefas de capim ( ) frutíferas: _____________________________ ( ) outros _____________________________________________________________________ 3 - Dados de Produção: 3.1 - Origem Animal:
Produtos Consumido
(quantidade) Vendido Perdido
(quantidade) Quantidade (kg, saco, dz, litros) R$
1- Ovos 2- Leite 3- Frango 4- Peixe 5- Mel 6- Carne Ovino 7- Carne Suíno 8- Carne Bovino 9- Outros 3.2 - Origem Vegetal:
Produtos Consumido
(quantidade)
Vendido Perdido
(quantidade) Quantidade (kg, saco, dz, litros)
R$
1- Milho 2- Feijão 3- Farinha 4- Macaxeira 5- Mandioca 5- Frutas 6- Arroz 7- Hortaliças 8- Outros 3 - Forma de preparo do solo: a) Mecanizada ( ) b) Parcialmente mecanizada ( ) c) Manual ( ) d) Tração animal ( ) V – DIMENSÃO AMBIENTAL: ÁGUA 1 - Origem da água para consumo humano: a) Cacimba ( ) b) Poço ( ) c) Rio/Igarapé/Furo ( ) d) Encanada ( ) e) Cisterna ( ) f) Chuva ( ) g) Outros ___________ 2- Tratamento da água: a) Nenhum tratamento ( ) b) Filtrada ( ) c) Fervida ( ) d) Hipoclorito de sódio ( ) e) Outros _____________ 3 - Histórico de doenças na família por consumo de água? a) Não ( ) Sim ( ) Qual: ____________________________ 4 - Origem da água para consumo animal? a) Cacimba ( ) b) Poço ( ) c) Rio/Igarapé ( ) d) Encanada ( ) e) Cisterna ( ) f) Chuva ( ) g) Outros __________
90
LIXO 5 - Qual o destino do lixo? a) Enterrado ( ) b) Queimado ( ) c) Jogado a céu aberto ( ) d) Coletado ( caminhão) ( ) e) Jogado em cursos d’ água ( ) Outros ____ 6 - Realizam reciclagem? a) Não ( ) b) Sim ( ) PRÁTICAS AGRÍCOLAS 7 - No preparo da terra para plantio faz queimada? a) Sim ( ) b) Não ( ) 8 - Utiliza adubos químicos? a) Não ( ) b) Sim ( ). Quais? Inseticidas ( ) Herbicidas ( ) Fungicidas ( ) Fertilizantes ( ) Outros _________ 9- Qual o destino das embalagens? a) Enterra ( ) b) Queima ( ) c) Coleta ( ) d) Recicla/Reutiliza ( ) e) Joga nos cursos d′água ( ) f) Deixa a céu aberto ( ) g) Outros_ 10 - Utiliza adubos orgânicos? a) Não ( ) b) Sim ( ) Qual? Esterco ( ) Qual?__________ Caldas/Preparados ( ) Adubação Verde ( ) Composto ( ) Outros___________ 11 - Faz consórcio? a) Sim ( ) Não ( ) 12 - Rotação de Cultura? a) Sim ( ) b) Não ( ) 13 - Práticas de manejo do solo como plantio de contorno/curva de nível? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Realiza outros tipos ( ) MATAS 14 - Nascentes dos lotes? a) Sim ( ) b) Não ( ) 15- Existe mata no lote? a) Não ( ) b) Sim ( ). Atende a legislação ambiental (80% RL)? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Não Sabe (desconhece a legislação ambiental) ( ) 16- Utilização da mata? a) Apicultura ( ) b) Estacas/Mourão ( ) c) Artesanato ( ) d) Caça ( ) e) Lavoura ( ) f) Semente ( ) g) Criação animal ( ) h) Extração Mineral ( ) i) Outros ___________________
91
ANEXO 2 - Fotos
Foto 1- PA Esperança. Fonte: PROAGRI, 2012. Foto 2- PA Terra Nova. Fonte: PROAGRI, 2012.