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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
GRADUAÇÃO EM BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS EXATAS E
TECNOLÓGICAS
MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE
CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RECÔNCAVO DA BAHIA
SHEILA MIRANDA CORREIA
CRUZ DAS ALMAS, 2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
GRADUAÇÃO EM BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS EXATAS E
TECNOLÓGICAS
MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE
CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RECÔNCAVO DA BAHIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.
Orientador (a): Prof. Roberta Alessandra Bruschi
Gonçalves Gloaguen.
SHEILA MIRANDA CORREIA
CRUZ DAS ALMAS, 2019
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Sheila Miranda Correia
Medição individualizada no uso racional da água – Estudo de caso em Duas
unidades acadêmicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia /
Sheila Miranda Correia – Brasil, 2019 – 52 p.:il. (algumas coloridas); 30 cm
Orientador: Roberta Alessandra Bruschi Gonçalves Gloaguen
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –
UFRB
Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas, 2019.
1. Uso Racional da Água. 2. Medição individualizada. I. Roberta Alessandra
Bruschi Gonçalves Gloaguen. II. Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia. III. Medição individualizada no uso racional da água – Estudo de caso
em Duas unidades acadêmicas da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida e por ter me dado força pra chegar
até aqui e realizar uma etapa do meu sonho. Tudo é pra ti, meu Pai!
Agradeço a minha mãe, Mª Aurora, pela ajuda e conselhos, sem ela eu não estaria
aqui. Sou grata eternamente a ela, pois, se eu tenho algo na vida, é por causa de todo
esforço que ela tem feito, essa realização é nossa.
Ao meu pai e meus irmãos, pelo companheirismo, em especial, à Carla por ter me
livrado de um grande sufoco na execução dessa monografia. Estamos juntos!
À Wesley, que soube me apoiar na formação do curso e me acompanhar para a
realização deste trabalho, te amo!
Aos amigos, Ellder, Daniele e Paula, pelo companheirismo e desabafo ao longo do
curso.
Aos queridos, Elves e Lidiane, pela paciência, dedicação, orientação e ensinamentos,
que enriqueceram este trabalho e por ter me dado essa oportunidade de desenvolver
esse estudo. Sou muito grata a vocês dois.
A minha orientadora, Roberta, pelo incentivo e conselhos para terminar esse trabalho
com êxito. Obrigada, querida orientadora.
E, por fim, a todos aqueles que não foram citados, mas que contribuíram durante esta
pesquisa.
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MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE
CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RECÔNCAVO DA BAHIA
RESUMO
A medição individualizada tem sido fundamental no controle do desperdício de água nas edificações.
Atualmente, as Universidades Públicas têm tomado iniciativas com o intuito de preservar esse recurso
que é essencial para a sobrevivência da humanidade, a água, recorrendo a ações eficazes, como é o
caso da implantação do SMI. A instalação de hidrômetros em cada ponto de consumo de um edifício,
o que possibilita corrigir possíveis anomalias (vazões) na rede de distribuição em curto tempo e obtendo
uma diminuição na conta de água/esgoto emitida pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento. A
proposta inicial deste trabalho é a implantação de um sistema que possa medir separadamente o
consumo de cada prédio, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Na atual configuração da
rede, existe apenas um medidor para diversos pontos de consumo, o qual realiza a leitura do volume
de água consumido de dois ou mais prédios; este é o caso, por exemplo das duas unidades da UFRB:
o Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências Biológicas, que possui apenas um hidrômetro
para obter informações do consumo. Com o intuito de mudar essa realidade, foi feita uma análise de
como o consumo se comportaria caso fosse aderido SMI nas duas unidades, e a expectativa de ganho
financeiro nas contas de água e esgoto decorrente da redução do consumo médio de água após
utilização dessa nova forma de medição.
Palavras-chave: medição individualizada; meio ambiente; consumo; economia.
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MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE
CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RECÔNCAVO DA BAHIA
ABSTRACT
The individualized measurement has been fundamental against the combat of water in buildings i;
Actually, the Public Universities have taken initiatives with the intention of preserving the resource that
it is essential for the survival of humanity, the water, calling upon effective actions, as is the case of the
implantation of the SMI, the installation of hydrometers in each point of consumption of a building, which
makes it possible to correct possible anomalies (flows) in the distribution network in a short time and
getting a decrease in the water/sewer bill issued by the Bahian Water and Sanitation Company. The
initial proposal of this work it is the implementation of a system that can measure separately the
consumption of each building, in the Federal University of the Recôncavo of Bahia. In the current
configuration of the network, there is only one meter for several points of consumption, which realizes
the read the volume of water consumed by two or more buildings; this is the case, for example of those
two units of UFRB: The Engineering Laboratory and the Sciences Biological Sector, that has only one
hydrometer to obtain information on consumption. In order to change this reality, an analysis was made
of how the consumption would behave if SMI were adhered in the both units, and the expectation of
financial gain in water and sewage bills resulting from the reduction of average water consumption after
using this new form of measurement.
Keywords: individualized measurement; environment; consumption; economy
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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
ÁGUAPURA – Programa de Uso Racional da Água.
CUASO – Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira.
EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento.
EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
HD – Hidrômetro.
LE – Laboratório das Engenharias.
NUMAM – Núcleo de Meio Ambiente.
PE – População Equivalente.
PURA – Programa de Uso Racional da Água.
SB – Setor de Ciências Biológicas.
SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
SANEAGO – Empresa de Saneamento de Goiás.
SMI – Sistema de Medição Individualizada.
SMC – Sistema de Medição Coletiva.
TECLIM – Rede de Tecnologias Limpas.
USP – Universidade de São Paulo.
UFBA – Universidade Federal da Bahia.
UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Benefícios da Medição Individualizada em sistemas prediais .................... 18
Figura 2: Esquema de telemedição da USP ............................................................. 26
Figura 3: Restrições da leitura manual (Sistema Vianet) .......................................... 30
Figura 4: Laboratório de Engenharias (LE). .............................................................. 33
Figura 5: Setor de Ciências Biológicas (SB).............................................................. 34
Figura 6: Hidrômetro (matricula - 54690960)............................................................. 34
Figura 7: Metodologia para obtenção de População Equivalente ............................. 36
Figura 8: Localização do HD em relação às unidades abastecidas .......................... 38
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Perfil de consumo mensal das unidades da UFBA ................................... 30
Tabela 2: Número de usuários das unidades ............................................................ 36
Tabela 3: Tarifas para sistema de abastecimento de água em prédios públicos ...... 37
Tabela 4: Média mensais das unidades (conta água/esgoto) ................................... 42
Tabela 5: Média mensais das unidades 2019 (conta água/esgoto) .......................... 43
Tabela 6: Médias mensais da unidade LE ................................................................ 46
Tabela 7: Médias mensais da unidade SB ................................................................ 46
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LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1: Perfil de consumo após a implantação do PURA-USP ............................ 27
Gráfico 2: Perfil de consumo após a implantação do ÁGUAPURA-UFBA ............... 31
Gráfico 3: Consumo de água do LE e SB em 2016 .................................................. 39
Gráfico 4: Consumo de água do LE e SB em 2017 .................................................. 40
Gráfico 5: Consumo de água do LE e SB em 2018 .................................................. 40
Gráfico 6: Previsão do consumo das duas unidades ............................................... 43
Gráfico 7: Previsão de consumo do LE .................................................................... 44
Gráfico 8: Previsão de consumo do SB .................................................................... 45
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LISTA DE SÍMBOLOS
Ch – Indicador de consumo no período histórico.
Dm – Quantidade de dias úteis por mês.
IC – Indicador de Consumo.
Ice – Indicador de consumo estimado.
IRC – Indicador de consumo per capita.
NA – Número de agentes consumidores.
m³ - metros cúbicos
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16
2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17
3.1 MEDIÇÃO SETORIZADA OU INDIVIDUALIZADA ....................................... 17
3.1.1 Medição setorizada no mundo ............................................................... 18
3.1.2 Medição setorizada no Brasil ................................................................. 19
3.1.3 Nível de setorização .............................................................................. 21
3.1.4 Planejamento e implantação da setorização ......................................... 22
3.2 IMPLANTAÇÃO DE MEDIÇÃO SETORIZADA NAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR .............................................................................................. 23
3.2.1 Programa de Uso Racional da Água na Universidade de São Paulo –
PURA.... .............................................................................................................. 23
3.2.2 Programa de Uso Racional da Água da Universidade Federal da Bahia –
ÁGUAPURA ........................................................................................................ 27
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 33
4.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................... 33
4.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA
UNIVERSIDADE DO RECONCAVO DA BAHIA .................................................... 35
4.3 PREVISÃO DO CONSUMO DE ÁGUA DAS DUAS UNIDADES
ACADEMICAS ....................................................................................................... 35
4.4 COMPARAÇÃO DO CONSUMO ESTIMADO DOS DOIS SISTEMAS ........ 37
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 38
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS ..................... 38
5.1.1 Informações do atual sistema de medição de água ............................... 38
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5.2 CONSUMO DE ÁGUA NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS COM O
SISTEMA DE MEDIÇÃO COLETIVA ..................................................................... 39
5.2.1 Avaliação do consumo de água anual ................................................... 39
5.2.2 Situação financeira: tarifa cobrada pela concessionária ........................ 41
5.3 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE
MEDIÇÃO COLETIVA ............................................................................................ 42
5.4 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE
MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA ............................................................................... 44
5.4.1 Consumo anual do LE e SB .................................................................. 44
5.4.2 Situação financeira: tarifa cobrada com o novo sistema ........................ 45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 47
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 49
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1 INTRODUÇÃO
A disponibilidade da água tem sido um fatore decisivo para o desenvolvimento
econômicos de uma região. O mau uso dá água e o consumo exagerado tem gerado
escassez, má distribuição e péssima qualidade da água. Por esse motivo, é bastante
relevante a análise aprofundada nesse setor, com a finalidade de trazer soluções
eficazes, no que se trata de um consumo eficiente da água.
De acordo com Oliveira (1999), foram criadas alternativas que ajudam no
controle e na redução do consumo da água, como: Sistema de medição
individualizada e equipamentos economizadores de água. Desde modo, a medição
individualizada é uma estratégia eficaz na redução do consumo de água, que traz
como benefícios à melhoria no controle da utilização da água de cada unidade
abastecida, precavendo possíveis desperdícios gerada a partir de vazamentos visíveis
e não visíveis.
E, por esse motivo o Sistema de Medição Individualizada aos poucos tem sido
destaque no Brasil, porém, em algumas Instituições Públicas de Ensino Superior não
adotam esse método de monitoramento, como é o caso da UFRB, sendo identificadas
irregularidades em todo o campus, onde existem vários pontos de consumo ligado a
apenas um hidrômetro, gerando a ineficiência no controle do consumo de água nos
prédios e a falta de responsabilidade com o meio ambiente.
A motivação deste trabalho é a utilização de forma responsável no que se
trata de um recurso essencial para a sobrevivência da espécie humana. A concepção
pra a implantação de estratégias para redução e controle no consumo de água,
viabilizando a valorização dos recursos hídricos do nosso país.
A realização deste estudo piloto em duas unidades acadêmicas da UFRB,
trará uma responsabilidade social e ambiental referente à utilização da água de forma
ponderada, através da redução das contas vinculadas ao abastecimento do campus.
Este trabalho faz parte de um grupo de pesquisa (GT Águas) e propõe alternativas
visando a utilização eficiente da água na UFRB . O procedimento de coleta de dados
para o desenvolvimento deste trabalho foi a partir de pesquisa documental, estudo
bibliográfico em teses e revistas.
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Para uma melhor compreensão, este trabalho foi dividido em sete capítulos.
O capítulo 1 apresenta uma breve introdução. O capítulo 2 apresenta os principais
objetivos desse trabalho. No capítulo 3, uma revisão da literatura existente,
conceituando a medição individualizada, enfatizando os programas de uso racional da
água (PURA) nas Universidades, como a USP e a UFBA, e metodologias de
implantação do sistema de medição individualizada através do PURA. O capítulo 4
explica como foi realizado o desenvolvimento da pesquisa. No capítulo 5, inicia-se a
caracterização do consumo de água nas duas unidades do prédio da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia, onde é apresentada uma análise do consumo; No
capitulo 6, estão apresentadas as considerações finais e no 7, as referências
bibliográficas.
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver um diagnóstico e apresentar uma proposta para a implantação
de sistema de medição individualizada no Laboratório das Engenharias e no Setor de
Ciências Biológicas no campus de Cruz das Almas, da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar o atual sistema de medição de água dos prédios Laboratório das
Engenharias e no Setor de Ciências Biológicas no campus de Cruz das Almas,
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia;
• Analisar o consumo das unidades estudadas referente aos anos de 2016, 2017
e 2018;
• Prever o consumo referente ao ano de 2019;
• Avaliar o grau de economia no consumo de água, caso as duas unidades
adotassem o sistema da medição individualizada;
• Sugerir uma nova configuração para o atual sistema de medição de água do
LE e SB do campus da URFB.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 MEDIÇÃO SETORIZADA OU INDIVIDUALIZADA
A medição individualizada significa a instalação de hidrômetros em cada ponto
de consumo, como em um edifício ou em unidade residencial, de modo que seja
possível medir todo o volume de água consumido (COELHO, 2004). A finalidade
dessa técnica é a redução do desperdício de água, fazendo com que as pessoas
tenham conhecimento da quantidade de água mensal que está sendo utilizada para
determinados serviços.
Para Carvalho (2010), o sistema de medição individualizada tem sido bastante
utilizado em edifícios residenciais, em que consiste na instalação de um hidrômetro
por apartamento, possibilitando emitir contas individualizadas. Segundo o autor, a
medição individualizada do consumo de água em cada edifício é uma ação
responsável no que se diz a respeito do desperdício de água, incentivando um
consumo racional e dando devidas atenções nas manutenções das instalações
hidráulicas em caso de vazamentos
Existem diversas variedades para implantação tecnológicas que contribuem
na redução e na maior eficiência no controle do consumo de água como, sistema de
medição individualizada, equipamentos que economizam a utilização da água e
correção de vazamentos, que geram impactos positivos economicamente e
socialmente (YAMADA, 2001). Para Yamada (2001), este tipo de sistema é conhecido
como:
“A medição individualizada ou setorizada em edifícios se enquadra como
sendo uma ação indireta de intervenção em metodologias para a
economia de água (grifo nosso), tanto para o usuário como para o
condomínio [...]”.
Em outras palavras, a medição setorizada é uma ação indireta, pois não atua
diretamente na minimização do consumo como a instalação de equipamentos que
reduz a vazão. Entretanto, a economia de água se deve à medida que o usuário
começa a pagar exatamente o que consome e na possibilidade da verificação de
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possíveis vazamentos, assegurando uma maior consciência na utilização da água e
curto tempo para reparação de problemas na rede de distribuição.
Para Tamaki (2003), a medição setorizada é um instrumento de gestão, pois
possibilita a obtenção dos dados através das leituras realizadas in loco pela própria
entidade responsável, realizando medições diariamente e em tempo real, obtendo
informações necessárias para detectar anomalias em poucos dias e assegurando, em
curto tempo, uma ação que possa corrigir possíveis problemas.
Figura 1: Benefícios da Medição Individualizada em sistemas prediais
Fonte: TAMAKI, 2003.
3.1.1 Medição setorizada no mundo
Nos anos 50, a medição individualizada começou a ser utilizado na Alemanha,
nessa época as pessoas começaram a querer controlar e se responsabilizar pelos
seus gastos de água (SOUZA apud LACERDA, 2008).
Segundo Coelho (2004), a medição setorizada tem sido frequentemente
utilizada em outros países, pelas vantagens que essa técnica proporciona para a
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economia e um mundo sustentável. Países Europeus como, Alemanha, Portugal e
França, utiliza o método da medição individualizada nas unidades de edifícios há
anos, com a intenção na redução e controle no consumo de água.
Segundo Yamada (2001), a França adota sistema bastante moderno, com alto
desempenho para o monitoramento do consumo de cada indivíduo do país e ainda
disponibiliza plataformas especificas como, cartões inteligentes, para o consumidor
realizar o pagamento da conta gerada de acordo com o seu consumo de água.
Nos Estados Unidos, a medição setorizada é bastante utilizada, pois utilizam
de metodologias que sejam eficazes para a conservação da água. As leituras dos
hidrômetros em algumas regiões dos Estados Unidos são realizadas de forma
automatizadas, equipamentos que fornecem medições por rádio frequência (SOUZA
apud YAMADA, 2008).
Na África do Sul, devido ao clima com longos períodos de seca, várias cidades
tem adotados medidas no que se refere a racionalização no consumo da água, criando
e implantando estratégias que sejam eficazes para a diminuição de desperdício de um
recurso que para o país é muito escasso, como estabelecendo, para aqueles que
consomem além do limite pré-determinado, altos valores a serem pagos, e
conscientizando na adoção da hidrometração individualizada.
3.1.2 Medição setorizada no Brasil
A medição individualizada no Brasil tem ocorrido há cerca de trinta anos,
porém não são todos os estados brasileiros que tem dado a devida importância a essa
técnica. No estado de São Paulo, no ano de 1980 os edifícios residenciais já utilizavam
desta técnica, sendo contabilizados 2.880 apartamentos registrados com medição
individualizada (TEIXEIRA apud HOLANDA, 2006, p.10, 2008). (TEIXEIRA apud
COELHO E MAYNARD 1999, 2008) No estado de Pernambuco, em 1999, foram
registrados 1.700 edifícios, que corresponde à emissão das contas individuais de
40.000 apartamentos.
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De acordo com Silva (2010), a Companhia Pernambucana de Saneamento foi
o primeiro Estado brasileiro a aderir em alta amplitude a quantificação do consumo de
água por meio da medição setorizada por apartamento.
Na metrópole de Goiânia, foi registrado no ano de 2008 pela Empresa de
Saneamento de Goiás (Saneago), 424 condomínios com a técnica da medição
individualizada (SILVA apud AGUIAR, SIQUEIRA e REIS, 2010).
Na capital da Bahia, Salvador, essa prática tem se tornado mais comum no
ano de 2006, mas, um pouco antes disso, algumas localidades da cidade de Salvador
como, Cajazeiras e Fazenda Grande se preocuparam e iniciaram a aplicação dessa
nova tecnologia de obter as contas de água e esgoto individualizada, sendo entregue
o projeto hidráulico para ser aceito pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(EMBASA), onde seria avaliado se as instalações dos hidrômetros estão devidamente
instalados, como serem implantados em áreas externas e com facilidades para
leituras manuais (SILVA, 2010).
De acordo com a divulgação no site, pela EMBASA, na cidade de Salvador foi
imposta uma lei que obrigou as construtoras de edifícios que adotassem o sistema de
medição individualizada para cada unidade condominial, a Lei Municipal de número
7780/2009, que se encontra descrita assim:
LEI Nº 7780 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009
Institui a obrigatoriedade da instalação de hidrômetros individuais somente
para novos prédios, construídos a partir da vigência dessa lei estabelecida na
cidade de Salvador.
“Art. 1º Torna a obrigatória a previsão e futura instalação de hidrômetros
individuais para medição do consumo em cada unidade domiciliar autônoma,
nos projetos e execução de novas obras de: I - prédios de apartamentos; II -
Condomínios horizontais; III – Conjuntos habitacionais; IV – Loteamentos; V
– Outros imóveis ou áreas que se caracterizam pela pluralidade de unidades
de consumo.
Art. 4º Fica estabelecido que as edificações que integram os condomínios
somente terão suas plantas aprovadas pelo órgão público municipal
competente desde que, além de apresentarem na planta hidráulica um
hidrômetro comum para o condomínio, apresentarem também um
hidrômetro individual para cada unidade residencial ou não residencial
(grifo nosso), para aferição do consumo de água da unidade. [...]”
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De acordo com Santos (2010), essa lei garante que os construtores tenham a
possibilidade de criar e realizar novos sistemas com o intuito da conservação da água
em futuras edificações. O autor relata que seria ideal que a medição individualizada
abrangesse todos os condomínios de Salvador, porém a imposição dessa lei não seria
tão viável para os prédios antigos, pois dificilmente obteria o resultado desejado.
Segundo Yamada (2001), a maioria dos edifícios localizados no Brasil utiliza-
se da técnica da leitura convencional, por meio de leituristas credenciados pelas
empresas que realizam a leitura manual dos hidrômetros todos os meses, realizando
essas leituras em edifícios com a medição individualizada como em medição coletiva.
Nas universidades, tem se buscado a preservação da água, com iniciativas
de controle no consumo desse recurso e monitoramento de possíveis vazões
encontradas nas tubulações hidráulicas. Portanto, tem-se adotado medidas como, a
medição individualizada nas edificações no campus, para obter melhores resultados
no que se refere ao consumo de água em cada prédio e medidas preventivas contra
desperdícios de águas.
3.1.3 Nível de setorização
Segundo Tamaki (2003), o objetivo de conhecer os diferentes tipos de níveis,
facilita no domínio dos dados de consumo da água no determinado local. O nível que
se anseia para a realização da setorização, vai ser dependente dos aspectos
ocupacionais, tanto os físicos como os funcionais das instalações prediais. Adotaram-
se em uma escala crescente seis níveis de setorização:
▪ Entidade: referente a toda a infraestrutura contemplada em determinada área
(indústria, universidade, etc.);
▪ Conjunto de edifícios: conjunto que compõe uma unidade da entidade e possui
identidade em comum de acordo com aspectos funcionais, administrativos, etc.
▪ Edifício/bloco: a edificação e as partes que venham a compor a estrutura;
▪ Ambiente: sala, sanitário, laboratório, cozinha, piscina, etc.;
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▪ Equipamento: cada equipamento que consome água, podendo ser comum ou
especial.
Ainda segundo Tamaki (2003), o conhecimento dos níveis possibilita alguns
aspectos econômicos como:
▪ Domínio do consumo de sistemas específicos, permitindo seu
acompanhamento e controle;
▪ Economia de recursos financeiros, verificando de forma contínua ao setor
medido através do levantamento do perfil de consumo, prevendo possíveis
problemas ou solucionando-os de forma mais rápida;
▪ Possibilidade de cobrança pela água consumida pelos usuários.
3.1.4 Planejamento e implantação da setorização
Após a determinação do nível de setorização pretendido, é necessária a
iniciativa de um planejamento para a implantação da medição individualizada
(TAMAKI, 2003). Para Tamaki (2003), a execução do planejamento, no início é
necessária a realização do levantamento de dados, coletando informações sobre os
sistemas já existentes no local que será implantado o método da medição setorizada,
a população que o ocupa, as atividades que normalmente são realizadas nas
edificações e os dados de consumo disponíveis. Logo, com esses parâmetros é
possível estimar o consumo de água de cada prédio a ser atendida por cada
hidrômetro. Portanto, é essencial a verificação das vazões para poder dimensionar os
equipamentos de medição.
Logo após o planejamento e antecedente a implantação, é necessária a fase
de definição de responsabilidades pelo projeto que entrara em execução, na qual é
determinado pessoas a serem responsáveis pela a execução e gerenciamento do
projeto, como a parte administrativa e técnica (TAMAKI, 2003).
Ainda de acordo com o autor, a implantação propriamente dita, consiste na
inclusão das construções de abrigos pra os hidrômetros, definição dos hidrômetros
que serão utilizados e a implantação de todo o sistema de telemedição.
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3.2 IMPLANTAÇÃO DE MEDIÇÃO SETORIZADA NAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
3.2.1 Programa de Uso Racional da Água na Universidade de São Paulo -
PURA
No campus da Universidade de São Paulo (USP), adota-se a implantação de
medição setorizada, especificamente na Cidade Universitária Armando de Salles
Oliveira (CUASO), desde 1998, pela necessidade de se dispor dos melhores dados
sobre o consumo de água no campus (TAMAKI e SILVA, 2004).
O Programa de Uso Racional da Água (PURA) foi idealizado desde 1995, o
programa implantou ações que possibilitasse a redução do consumo de água no
campus universitário da USP, em contrapartida a Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo (Sabesp), concedeu alguns benefícios como, desconto de
25% sobre as contas emitidas de água e esgoto, pelas ações racionais implantadas
de caráter tecnológicas e comportamentais dentro do campus (TAMAKI, 2003).
Nakagawa (2009) cita a tomada de ações do Programa de Uso Racional da
Água – PURA em quatro etapas, descritas a seguir:
1. Auditoria do consumo de água
Nesta etapa, considera o levantamento das características físicas e funcionais
do prédio analisado, especialmente o sistema hidráulico. É solicitado o levantamento
do indicador de consumo (IC), onde indica o volume de água consumido em um
determinado período com o número de agentes consumidores, também é solicitado
um diagnóstico preliminar que permita uma avaliação prévia do consumo de água e a
previsão do impacto de redução de consumo, utilizando o indicador de consumo
estimado (Ice) e de sua comparação com o valor de indicador de consumo no período
histórico (Ch).
2. Diagnóstico do consumo de água no edifício
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Nesta etapa contém as informações obtidas na auditoria do consumo de água,
possibilitando a execução de uma intervenção com ações específicas para cada
tipologia de edifício e a consideração das características próprias de cada sistema.
Considera o consumo diário de água no período histórico; número de agentes
consumidores; valor do indicador de consumo de água no período histórico;
desperdício diário estimado; índice de desperdício estimado; perda por vazamento
visível; índice de perda por vazamento visível; índice de vazamento visível; perda por
vazamento não-visível; índice de perda por vazamento não-visível; índice de
vazamento não-visível; perda diária total levantada no sistema; consumo diário de
água em sistemas hidráulicos especiais; procedimentos inadequados dos usuários
relacionados ao consumo de água.
3. Plano de Intervenção
Nesta etapa, são focados na correção de vazamentos detectados; Implantação
de medição setorizada do consumo de água é um dos sistemas de controle que
permite a detecção de problemas. Após essa etapa ser concluída é necessário um
acompanhamento, com o objetivo de obter melhores resultados
4. Avaliação do impacto de redução do consumo
Primeiro é necessário calcularmos o Indicador de Consumo (ICAP) e (ICDP)
em litros/aluno/dia, utilizando a seguinte equação:
Equação 1
Onde o (Cm) é o indicador de consumo médio, (NA) número de agentes
consumidores e (Dm) quantidade de dias úteis por mês.
Nesta etapa, é necessário calcularmos o impacto de redução do consumo de
água por agente consumidor (IR), conforme a equação:
Equação 2
Onde o (ICAP) é o indicador de consumo antes do PURA e (ICDP) é o
indicador de consumo depois do PURA.
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3.3.1.1 Estudo de caso PURA-USP
A escolha para adotá-la um novo sistema de medição ocorreu no segundo
semestre de 1998, a proposta era realizar a medição dos consumos, substituindo os
hidrômetros existentes por outros equipamentos que atendessem a proposta da
telemedição, sem que perca a função de instrumento de tarifação (TAMAKI, 2003). O
autor cita alguns aspectos positivos por adotar esse sistema:
▪ Melhor informação sobre a demanda de água (consumo diário e perfil
ao longo do tempo) e sua sistematização;
▪ Avaliação do impacto das intervenções realizadas pelo PURA-USP;
▪ Detecção de anomalias de consumo como vazamentos;
▪ Monitoramento em tempo real, de um grande número de consumidores
simultaneamente.
Segundo Tamaki (2003), foi optado pelo PURA-USP, o sistema M-BUS, é um
sistema de comunicação para a telemedição de dados dos hidrômetros
convencionais, sendo um sistema integro nos dados fornecidos para a Central de
Gerenciamento. Inicialmente foram adotados por dois fabricantes (Hydrometer e
Meinecke) para possíveis comparações e escolha do melhor fornecedor. A instalação
da telemedição foi realizada mediante a USP e Sabesp. A Sabesp instalava os
hidrômetros eletrônicos e fornecia o programa de controle e gerenciamento, enquanto
que a USP era responsável na execução da rede física para a telemedição,
providenciando equipamentos necessários e ambientes adequados para os
medidores. Após testes frustradas de compatibilização entre as duas marcas, a
Meinecke apresentava discrepância nos dados obtidos remotamente e a exibida na
relojoaria, logo se optou pelo Hydrometer/ABB em 1999.
Para a realização da escolha dos hidrômetros, foram selecionadas de acordo
com a determinação das áreas de setorização, sendo possível ter leituras de volumes
de água consumidos diariamente ou mensalmente, ao decorrer do tempo, foi sendo
estudada a possibilidade de adquirir novo sistema de medição (TAMAKI, 2003).
-
26
Na USP os hidrômetros utilizados são de relojoaria eletrônica, do tipo
velocímetro multijato ou Woltman, DN 15 a DN 100, tendo as vazões nominais de
1,5m³/h a 60,0m³/h das classes B e C. Tamaki 2003 apresenta um fluxograma da
estrutura montada no campus:
Figura 2: Esquema de telemedição da USP
Fonte: Tamaki, 2003.
No edifício de Engenharia Elétrica – EPUSP foi possível detectar a seguinte
anomalia, a partir do sistema de telemedição utilizado no campus, um alto índice de
consumo de água registrado no medidor, no dia 09 de junho de 2002, o que
possibilitou uma ação corretiva em curto tempo. Segundo algumas características,
houve rompimento de uma tubulação, acarretando no vazamento de água (OLIVEIRA,
2009).
Atualmente, na Universidade de São Paulo, o Hidronet é o programa mais
adequado para a telemedição dos hidrômetros no campus, instalado no ano de 2002,
o programa apresenta estabilidade em situações de um grande banco de dados,
mostra perfis de consumo de cada edificação (vazão em função do tempo), acionando
alarmes para anomalias extraordinárias, como vazamentos, e a possibilidade para a
emissão de faturas (TAMAKI, 2003).
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27
Gráfico 1: Perfil de consumo após a implantação do PURA-USP
Fonte: PURA-USP, 2013.
As ações do PURA-USP têm ajudado na grande redução da demanda de
água nas unidades da CUASO. No ano de 1998 a 2013, foi registrada a redução
expressiva de 41% em todo o campus, variando de 137.881 para 81.005 m³/mês, nas
unidades da Fase 1 de 57% e 19% na da Fase 2 (PURA-USP, 2013).
3.2.2 Programa de Uso Racional da Água da Universidade Federal da Bahia –
ÁGUAPURA
Foi desenvolvida pela Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM), em 2004 na
Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Programa de Uso Racional da Água –
Águapura, tendo por finalidade na redução do consumo de água no campus,
acompanhando o consumo de água nas edificações, o que possibilita intervenções
imediatas sobre anomalias no consumo, controlando os desperdícios de água
(SANTOS, 2010).
Nakagawa (2009) cita a metodologia do Programa ÁGUAPURA, dividindo em cinco
etapas:
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28
1. Levantamento do sistema hidráulico predial
Nesta etapa, foi realizada uma análise preliminar dos dados do sistema
hidráulico de cada unidade do campus, como o tipo e o registro do medidor de água
e a operacionalidade de cada equipamento utilizado, permitindo a execução de um
plano com ações direcionadas a tipologia do prédio.
2. Monitoramento e análise do consumo de água das unidades
Foi desenvolvido um estudo sobre o consumo de água, levantamento de
consumidores no local, analise dos equipamentos de consumos especiais e perdas
físicas, criando um programa para que registrasse o consumo de cada unidade.
3. Detecção e correção de vazamentos visíveis e não visíveis
Foram realizados os levantamentos dos vazamentos de forma visual e
manutenção dos prédios para substituição de peças danificadas.
4. Levantamento dos hábitos dos usuários
Foram aplicados questionários e observação visual para determinação do
consumo de cada prédio
5. Utilização de tecnologias de processo e produto para racionalização do
consumo
Esta etapa é voltada para modificações nos sistemas prediais (tecnologias de
processo), ex: substituição de componentes convencionais por economizadores de
água.
3.3.2.1. Estudo de caso ÁGUAPURA-UFBA
Segundo Santos 2010, o acompanhamento do consumo diário de água nas
edificações da Universidade Federal da Bahia, é realizado pelo sistema Águapura-
Vianet, esse sistema foi desenvolvido pelo TECLIM. Para tanto, foi desenvolvido login
e uma senha para funcionários que agiriam diretamente nessa ação de coletar dados
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29
dos hidrômetros para serem inserido ao Águapura-Vianet. Santos (2010) apresentam
algumas informações contidas no sistema:
▪ Planilha relacionando as unidades;
▪ Sinalização da participação ou não do usuário nos últimos dois meses, como
também o aumento ou redução do consumo no mês;
▪ Apresentação de gráfico da média diária das últimas leituras em metros cúbicos
por dia;
▪ Apresentação de dados sobre a unidade, centro de custo, matrícula do
hidrômetro, responsável, diretor da unidade e telefone para contato;
▪ Verificação de leituras: ferramenta que disponibiliza as leituras diárias mensais
indicando a data da leitura, a coleta da leitura (m³) e o horário da coleta da
leitura;
▪ Informações sobre o hidrômetro: ferramenta que descreve a localização do
hidrômetro, fornecendo também a sua localização a partir de mapa e fotografia;
▪ Observações sobre a unidade: ferramenta que permite ao usuário o registro de
diversos eventos relacionados ao hidrômetro, tais como: falta de coleta de
leitura com justificativa, solicitação de reparos diversos no hidrômetro,
acompanhamento desses reparos, indicação de vazamentos na rede de
alimentação da unidade e etc.;
▪ Intervenções realizadas na unidade – ferramenta que permite ao usuário
registrar as intervenções físicas realizadas na rede de alimentação da unidade
após a execução da varredura no sistema, tais como: correção de vazamentos,
regulagens de válvulas, substituição de válvulas ou registro de que nenhum
problema foi detectado. [...]
O programa ÁGUAPURA Via Net, foi criado com a finalidade de ser um
sistema que possa monitorar o consumo de água nas unidades do campus da
universidade. Ao executar o programa é apresentado de forma geral o sistema do
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30
consumo diário, representado pela letra (D), e mensal, representado pelo (M), sendo
dados obtidos das leituras realizadas diariamente pelos responsáveis, o boneco
vermelho indica a falta de participação da unidade, já as setas representadas pelas
cores vermelhas ou verdes demonstram a redução ou o aumento do consumo na
unidade, logo, como esses dados fornecidos são possível para realizar o
monitoramento sobre o consumo de cada unidade (NAKAGAWA , 2009).
Tabela 1: Perfil de consumo mensal das unidades da UFBA
Fonte: NAKAGAWA, 2009.
Segundo Santana 2015, o programa Vianet é um sistema que possibilita o
acompanhamento no consumo com o apoio dos gráficos e tabelas acessando a
simplesmente uma plataforma Web, mas ainda assim, o Vianet necessita da
intervenção do homem, para a realização da leitura do hidrômetro e em seguida do
computador com acesso à internet para inserir os dados obtidos de forma manual pelo
leiturista responsável, e ao decorrer desse processo pode ocorrer várias falhas que
acarretam em futuros problemas. Santana 2015, demonstra a restrição que o
programa possui por necessitar da manutenção de um humano para poder obter os
dados para atualizar o sistema.
Figura 3: Restrições da leitura manual (Sistema Vianet)
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31
Fonte: SANTANA, 2015.
De acordo com Santos 2010, mesmo com alguns déficits no processo da
obtenção dos dados, o programa mostrou eficiente no que se trata da evolução do
consumo de água na UFBA entre o ano de 1999 até 2010. Foi analisado que, a partir
da implantação do Programa Águapura, em 2004, apresenta uma queda no consumo
de água, mesmo com o aumento da população acadêmica.
Gráfico 2: Perfil de consumo após a implantação do ÁGUAPURA-UFBA
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32
Fonte: UFBA, 2010
A UFBA apresentou a quantidade estimativa da população da universidade,
os valores do consumo de água e os valores dos consumos per capita nos períodos
de 1999 a 2010. Foi apresentada a redução de água referente a cada ano (IRC), dos
consumos per capita em porcentagem, a partir do ano de 2000. Como mostra a figura,
é possível notar que o consumo per capita caiu de 50,0 L/p.d para 18,7 L/p.d, uma
redução de 63%, o que indica sucesso na medição setorizada e, consequentemente,
o programa para poder acompanhar a demanda do consumo.
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4 METODOLOGIA
Apresenta-se a metodologia do estudo que buscou analisar o sistema de
medição de água na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, situada na cidade
de Cruz das Almas, Bahia.
4.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O estudo foi realizado no município de Cruz das Almas - BA, em duas
unidades acadêmicas da UFRB. O Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências
Biológicas possuem apenas um hidrômetro (matricula nº 54690960) para a realização
do consumo de água das duas edificações, que são abastecidas pela EMBASA; o
medidor é localizado em uma estrada de terra atrás da Universidade com distância
aproximada de 135m das unidades.
Figura 4: Laboratório de Engenharias (LE).
Fonte: próprio autor,19 de dezembro de 2018.
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34
Figura 5: Setor de Ciências Biológicas (SB).
Fonte: próprio autor, 19 de dezembro de 2018.
Figura 6: Hidrômetro (matricula - 54690960)
Fonte: SILVA, 2017.
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4.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA
UNIVERSIDADE DO RECONCAVO DA BAHIA
Esta etapa aborda a metodologia empregada para analisar os registros dos
consumos mensais de água que atende as duas unidades acadêmicas selecionadas.
Inicialmente foi realizada apenas uma visita ao Núcleo de Meio Ambiente (NUMAM),
setor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, para solicitação dos dados
referentes ao consumo de água, fornecidas pela EMBASA, das duas unidades nos
anos de 2016, 2017 e 2018. Os dados foram disponibilizados por e-mail, na planilha
do Excel; observou-se que o controle atual de demanda de água da Universidade é
realizado por apenas uma planilha, criada pelo servidor do campus. A partir dos dados
fornecidos, foram gerados gráficos possibilitando acompanhar o consumo referente a
cada ano estudado para poder analisar se houve aumento do consumo no decorrer
do tempo ou algum tipo de anomalia, como vazamentos.
4.3 PREVISÃO DO CONSUMO DE ÁGUA DAS DUAS UNIDADES ACADEMICAS
Foi estimado o consumo mensal do ano de 2019 das duas unidades, com a
medição coletiva e medição individualizada, utilizando a Metodologia 1:
- Metodologia 1: Cálculo utilizando o número de consumidores e o valor médio
de consumo de 50litros/dia por pessoa, a partir da Equação 3, fornecida pela
SABESP:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 (𝑚³ 𝑚ê𝑠) 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠ã𝑜 = (𝑛º 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑢á𝑟𝑖𝑜𝑠 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ∗ 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑙𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠)/1000⁄
Equação 3
O resultado que foi encontrado foi a estimativa do consumo do ano de 2019
com o sistema atual. Em seguida, foi aplicado novamente a Metodologia 1 para o
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sistema de medição individualizada. A quantidade de dias utilizada para cada mês, foi
de acordo com o calendário acadêmico do ano de 2019, disponibilizado no site da
UFRB.
A estimativa do número de usuários foi fornecida pelo grupo GT águas,
através da dissertação de Silva (2017), seguindo o passo-passo, como mostra a
Figura 7:
Figura 7: Metodologia para obtenção de População Equivalente
Fonte: Silva, 2017
A obtenção dos valores da média de usuários encontrados nas unidades
acadêmicas, como mostra a Tabela 2, foi importante para o cálculo do consumo
estimado, calculado posteriormente.
Tabela 2: Número de usuários das unidades
Fonte: Silva, 2017
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37
4.4 COMPARAÇÃO DO CONSUMO ESTIMADO DOS DOIS SISTEMAS
Nesta etapa, houve uma comparação com os dados do consumo com o atual
sistema de medição e os dados previstos se o sistema tivesse a medição
individualizada. Foram comparados a partir dos gráficos, o consumo mensal e a taxa
de tarifa emitida pela EMBASA, utilizando a tabela da concessionária do valor da tarifa
correspondente ao volume utilizado sem a taxa de esgoto.
Tabela 3: Tarifas para sistema de abastecimento de água em prédios públicos
Fonte: Embasa, 2019
E, por fim, os resultados encontrados das contas vinculadas a concessionária,
foram comparados entre si e posteriormente foi analisada a situação financeira dos
dois sistemas de medição. Também foi realizada uma avaliação qualitativa quanto à
redução do consumo.
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38
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta etapa mostra os resultados obtidos no estudo realizado. A partir destes,
foi feita uma análise sobre o comportamento do consumo de água na UFRB, onde
constatou-se que o campus ainda utiliza medição coletiva.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS
5.1.1 Informações do atual sistema de medição de água
O atual sistema de medição de água é bastante desregulado. Avaliando
especificamente duas unidades acadêmicas da UFRB, o Laboratório das Engenharias
e o Setor de Ciências Biológicas, é possível observar, como mostra a Figura 8, a falta
de controle do consumo individualmente de cada prédio, pois é estruturado com
apenas um hidrômetro para as duas unidades. O funcionamento do LE e SB ocorre
há mais de 6 anos.
Figura 8: Localização do HD em relação às unidades abastecidas
Fonte: Google Earth, 2019
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39
5.2 CONSUMO DE ÁGUA NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS COM O
SISTEMA DE MEDIÇÃO COLETIVA
5.2.1 Avaliação do consumo de água anual
O histórico de consumos mensais registrados junto a EMBASA no Laboratório
de Engenharia e Setor de Ciências Biológicas são expostos nos Gráficos 3, 4 e 5, nos
períodos de 2016, 2017 e 2018, respectivamente.
Gráfico 3: Consumo de água do LE e SB em 2016
Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.
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Gráfico 4: Consumo de água do LE e SB em 2017
Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.
Gráfico 5: Consumo de água do LE e SB em 2018
Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.
Assim como consta nas planilhas fornecidas pelo Núcleo de Meio Ambiente
(NUMAM) da UFRB, é possível observar no Gráfico 3 no ano de 2016, que no mês de
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41
junho constou como consumo zero devido a mudança de hidrômetro no local do mês
em questão. No ano de 2016 é possível analisar também que o período letivo
correspondeu aos meses de março a julho e setembro a dezembro, o que explica no
gráfico os maiores índices de consumo nesse período, devido ao alto fluxo de pessoas
nas duas unidades. No mês de novembro é notada uma discrepância significativa,
possuindo o maior índice de consumo durante todo o ano de 2016, correspondendo a
78m³, podendo ser ocasionado por algum tipo de vazamento, porém, corrigido logo
em seguida, pois no mês posterior esse número diminuiu para 30m³. Importante
ressaltar que no período de 24 de outubro a 15 de dezembro, houve greve na
Universidade, fazendo com que todas as atividades das unidades fossem paralisadas;
no entanto, o índice de consumo deste período foi maior, o que pode ser explicado
por possíveis vazamentos ou funcionamento dos setores de pesquisa/extensão.
No ano de 2017, é possível analisar que o consumo do ano foi elevado em
todos os meses comparados aos dos anos de 2016 e 2018, o que pode ter ocasionado
por um maior fluxo de atividades ou desperdício de água gerada por algum
equipamento nas unidades. Além disso, o mês de janeiro apesentou um valor de
250m³, coincidindo com o período letivo, mas sendo bastante elevado quando se trata
do histórico do consumo das unidades.
Avaliando o gráfico que corresponde ao ano de 2018, foi o mês de setembro,
período de recesso letivo, que mostrou o maior valor de consumo durante todo o ano;
superior aos meses letivos (de fevereiro e março, maio a agosto e outubro a
dezembro). Isto pode ter sido ocasionado por alguma atividade de Pesquisa ou de
Extensão nas unidades durante as férias, ou até mesmo vazamento.
5.2.2 Situação financeira: tarifa cobrada pela concessionária
Com a falta do sistema de medição individualizada, as tarifas correspondentes
ao volume consumido apresentaram valores elevados. A EMBASA possui uma
metodologia como mostra no item 4.4, porém com valores alterados de acordo com o
ano avaliado, para emitir as contas vinculadas ao consumo, possuindo uma relação
de volume consumido com a tarifa cobrada. A UFRB não paga o serviço de esgoto da
concessionária. Importante ressaltar que os respectivos valores correspondem
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42
apenas ao consumo das unidades, não estão inclusas outras tarifas como, juros,
impostos, entre outros.
Tabela 4: Média mensais das unidades (conta água/esgoto)
Fonte: NUMAM, 2019
Os valores da conta são bastante diferentes ano a ano; observou-se que no
decorrer dos anos, os valores aumentaram, gerando ainda mais gastos nesse setor.
O consumo no ano de 2017 foi maior que do ano de 2018, porém, o valor da conta de
2018 foi ainda maior que o de 2017, isso por conta do aumento anual das taxas da
Concessionária.
5.3 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE
MEDIÇÃO COLETIVA
No próximo passo foi realizada a estimativa do consumo das duas unidades.
Aplicando-se a Metodologia 1, foi possível obter o valor do consumo do ano de 2019
previsto diante do sistema de medição que a UFRB já possui.
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Gráfico 6: Previsão do consumo das duas unidades
Fonte: próprio autor, 2019
De acordo com o calendário acadêmico, os meses de janeiro, março e agosto
não terão aulas, o que acarretou na diminuição do consumo, comparados aos outros
meses que tiveram suas atividades normalmente.
Comparada aos anos anteriores, a tendência do consumo será aumentar, de
acordo com a estimativa, fazendo com que as tarifas emitidas pela concessionária
seja alta, como mostra a Tabela 5:
Tabela 5: Média mensais das unidades 2019 (conta água/esgoto)
Fonte: próprio autor, 2019
Foi observado que houve aumento na conta comparado à do ano de 2018,
analisado anteriormente, pois, foi utilizada a nova tabela de tarifa que a EMBASA
estipula anualmente, para realizar as contas que seriam emitidas.
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44
5.4 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE
MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA
5.4.1 Consumo anual do LE e SB
Para poder comparar o consumo com os dois tipos de sistema (coletivo e
individualizado), foi calculada a estimativa do consumo, caso o sistema de medição
fosse individualizado. Logo, aplicando-se a Metodologia 1, foi possível obter o valor
do consumo do ano de 2019 previsto diante de um novo sistema.
Gráfico 7: Previsão de consumo do LE
Fonte: próprio autor, 2019
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Gráfico 8: Previsão de consumo do SB
Fonte: próprio autor, 2019
Os valores correspondentes aos gráficos 7 e 8, relatam o mesmo valor de
consumo quanto a medição coletiva; no entanto, a individualização das medições
promove a possibilidade da análise dos problemas e das demandas dos edifícios,
separadamente. Com essa análise individual dos gráficos acima, nota-se claramente
que o consumo do prédio da Biologia é bem inferior ao das Engenharias.
5.4.2 Situação financeira: tarifa cobrada com o novo sistema
Com a estimativa do consumo no sistema de medição individualizada, foi
possível calcular as tarifas cobradas pela EMBASA, com a ajuda da Tabela 3,
encontrada no item 4.4, apenas referente ao consumo, sem acréscimos de outros
tipos de taxas, como o serviço de esgoto.
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Tabela 6: Médias mensais da unidade LE
Fonte: próprio autor, 2019
Tabela 7: Médias mensais da unidade SB
Fonte: próprio autor, 2019
A implantação do SMI é importante, pois foi possível analisar separadamente
cada ponto de consumo, possibilitando um acompanhamento mais eficaz quanto a
demanda de cada unidade e a diferença nas taxas de tarifas. Um exemplo, seria o
mês de Janeiro no prédio do Laboratorio das Engenharia e o Setor de Ciências
Biologicas, o qual obteve uma estimativa de 21,6m³ e 8m³, respectivamente. Para
cada unidade foi calculado o valor que seria pago pelo consumo, chegando a um valor
aproximado de R$306 e R$89,2, respectivamente, o qual somados totalizam o valor
de R$395,2.
Para a mesma situação, porém utilizando-se o sistema de medição coletiva,
obteve-se o valor de R$459,2. A explicação encontra-se no item 5.3, o qual mostra
que em casos de medições coletivas, com a junção dos volumes de água consumidos,
a conta de água/esgoto será maior, pois seguirá o critério da Tabela 3, estabelecido
pela concessionária.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo apresentou um levantamento de dados do consumo das duas
unidades acadêmicas do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia: o
Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências Biológicas. Foi um trabalho
introdutório no que diz respeito à implantação de um sistema de medição
individualizado, construindo uma análise de como seria viável a adoção desse novo
método de medição no campus.
Portanto, algumas considerações foram tomadas para cada etapa da
execução do trabalho:
Quanto à avaliação do consumo de água referente aos anos de 2016, 2017 e
2018, é possível concluir que há uma discrepância significativa em vários meses. Em
algumas situações, foram períodos em que as unidades não estavam exercendo suas
atividades normalmente, pois não correspondiam aos dias letivos; este foi o caso do
mês de setembro, o qual apresentou o maior índice de consumo no ano de 2018. A
explicação pode ser algum tipo de vazamento ou atividades extras de pesquisa/
extensão, aonde possa ter havido circulação de servidores e discentes.
Quanto à estimativa de consumo para os dois tipos de sistema de medição,
individualizada e coletiva, os valores correspondentes a previsão do volume
consumido do Laboratório das Engenharias e do Setor de Ciências Biológicas,
mostraram-se elevados, pois a metodologia da SABESP, de acordo com a NTS 181,
considera 50 litros de água por pessoa, o que passa a ser um valor acima do comum,
pois não é todo dia que uma pessoa vai consumir essa quantidade de água. No
entanto, a SABESP extrapola esse número para que o sistema não fique
subdimensionado. Portanto, o consumo encontrado pela metodologia será um pouco
mais elevado que o consumo real das unidades.
Quanto à comparação do consumo estimado diante de dois sistemas distintos,
não houve tanta diferença nos valores do consumo, mas possibilitou um
acompanhamento individual da demanda de cada unidade, o que no sistema de
medição coletiva é impossível, pois mede o volume de água consumido apenas com
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um medidor, acarretando em problemas como falta de informações necessárias para
reparação de possíveis vazamentos.
Quanto à comparação do valor pago a concessionária, na medição
individualizada, foi possível notar a diminuição na conta água/esgoto, o que
correspondeu a uma diferença de R$2.514 anual, comparada com o sistema de
medição coletiva. Esse valor pode ser relativamente baixo, mas se for estender para
todas as unidades do campus, o valor irá aumentar, o que consequentemente, a
economia com a adoção do SMI será ainda maior. Vale ressaltar, que não está incluso
o serviço do esgoto, o que corresponderia 80% a mais do valor da conta, fazendo com
que o custo nesse setor seja bastante elevada.
Essa pesquisa abordou o sistema de medição individualizado pelo lado da
situação financeira e meio ambiente. É importante que se façam mais estudos nessa
área, pois as pesquisas contribuem para a sociedade; neste caso a compreensão da
importância do sistema de medição individualizada.
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49
7 REFERÊNCIAS
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