universidade federal do rio de janeiro escola de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS
QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
FELIPE AUGUSTO MORO LOUREIRO
Desenvolvimento de membranas polimeacutericas nanoestruturadas condutoras
protocircnicas para ceacutelulas a combustiacutevel do tipo PEM
Rio de Janeiro
2014
FELIPE AUGUSTO MORO LOUREIRO
Desenvolvimento de membranas polimeacutericas nanoestruturadas condutoras
protocircnicas para ceacutelulas a combustiacutevel do tipo PEM
TESE SUBMETIDA AO CORPO
DOCENTE DA ESCOLA DE QUIacuteMICA
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSAacuteRIOS PARA A
OBTENCcedilAtildeO DO TIacuteTULO DE DOUTOR
EM CIEcircNCIAS EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E
BIOQUIacuteMICOS
Orientadora Profordf Drordf Ana Maria Rocco
Rio de Janeiro
2014
CIP ndash Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
M867d
Moro Loureiro Felipe Augusto
Desenvolvimento de membranas polimeacutericas
nanoestruturadas condutoras protocircnicas para ceacutelulas a
combustivel do tipo PEM Felipe Augusto Moro
Loureiro -- Rio de Janeiro 2014
219 f
Orientadora Ana Maria Rocco
Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio
de Janeiro Escola de Quiacutemica Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos 2014
1 Membrana Polimeacuterica Condutora Protonica 2
Rede Polimeacuterica Semi-Interpenetrante 3 Impedacircncia
Eletroquiacutemica 4 Ceacutelulas a Combustiacutevel do tipo PEM 5
Materiais Polimeacutericos Nanosetruturados I Rocco
Ana Maria orient II Tiacutetulo
Elaborado pelo Sistema de Geraccedilatildeo Automaacutetica da UFRJ com os Dados fornecidos pelo(a) autor(a)
JUNHO DE 2014
Desenvolvimento de membranas polimeacutericas nanoestruturadas condutoras
protocircnicas para ceacutelulas a combustiacutevel do tipo PEM
Felipe Augusto Moro Loureiro TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA DE QUIacuteMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSAacuteRIOS PARA A OBTENCcedilAtildeO DO TIacuteTULO DE DOUTOR EM CIEcircNCIAS EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS Aprovado por
RIO DE JANEIRO-RJ-BRASIL
JUNHO DE 2014
Dedico esta tese principalmente aos meus pais
Jair e Jandira agrave minha noiva Alana Lemos e aos
meus irmatildeos Rachell e Rodrigo e suas famiacutelias
pela admiraccedilatildeo dedicaccedilatildeo paciecircncia e
principalmente por toda a feacute e confianccedila que
sempre foi depositada em mim durante toda minha
vida e sempre me deram apoio e encorajamento
para poder superar as adversidades da vida
Agradecimentos
Agradeccedilo primeiramente a Deus por sempre iluminar meu caminho e
esclarecer meus pensamentos A minha famiacutelia meus pais Jair e Jandira meus
irmatildeos Rachell e Rodrigo meus cunhados Aloiacutesio Daniele e meus sobrinhos Pedro
Ana Beatriz e Rafael
Agradeccedilo a minha noiva Msc Alana Lemos pelo carinho dedicaccedilatildeo
compreensatildeo e ajuda prestada em vaacuterias figuras da Tese
Agradeccedilo especialmente agrave estimada Orientadora Profa Dra Ana Maria Rocco
pelos conhecimentos adquiridos ao longo desta jornada pela amizade e respeito
nestes anos de convivecircncia
Ao Prof Dr Robson Pacheco Pereira por todo auxiacutelio prestado ao longo da
Tese e tambeacutem pelos ensinamentos e camaradagem ao longo de todos esses anos
Aos meus colegas do Grupo de Materiais Condutores e Energia (GMCE)
Ao Prof Dr Karim Dahmouche pelas horas de estudo e modelagem dos
perfis de SAXS das amostras
Ao Prof Dr Cristiano Oliveira e ao DrTarsis e ao DrAntocircnio Carlos pelas
anaacutelises de Difraccedilatildeo de Raios-X agrave Baixo Acircngulo (SAXS) realizado no Instituto de
Fiacutesica da USP
Agrave Leonice pelo grande auxiacutelio prestado nas medidas de FTIR e tambeacutem pelas
sugestotildees na preparaccedilatildeo das amostras
Ao Heacutelio que bastante me auxiliou na adaptaccedilatildeo dos equipamentos no
Laboratoacuterio I-164
Agrave Profa Dra Mariana de Mattos Vieira Mello Souza pelas anaacutelises de Difraccedilatildeo
de Raios-X (DRX) e Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA) realizadas em seu laboratoacuterio
Ao Prof Dr Marcos Lopes pelas anaacutelises de Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX)
realizadas no Instituto de Macromoleacuteculas (IMA-UFRJ)
Agrave Profa Dra Renata Simatildeo e ao Funcionaacuterio Heleno pelas medidas de
Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM) realizadas no Laboratoacuterio de Filmes Finos na
Engenharia de Materiais da UFRJ
Ao Prof Dr Maacutercio Nele e ao Laboratoacuterio de Modelagem Simulaccedilatildeo e
Controle de Processos (LMSCP) na COPPE-UFRJ pelas medidas de Calorimetria
Diferencial de Varredura (DSC)
Aos professores do programa TPQB que me auxiliaram durante a minha
formaccedilatildeo
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)
pelo apoio financeiro durante o desenvolvimento deste trabalho
ldquoThe wisest men follow their own directionrdquo (Euripedis 484-406BC)
Resumo
LOUREIRO Felipe Augusto Moro Desenvolvimento de membranas polimeacutericas
nanoestruturadas condutoras protocircnicas para ceacutelulas a combustivel do tipo
PEM Tese (Doutorado em Engenharia Quiacutemica) ndash Escola de Quiacutemica Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2014
A aplicaccedilatildeo de Ceacutelulas a Combustiacutevel (CaC) tornou-se nas uacuteltimas trecircs deacutecadas
alternativa muito promissora para conversatildeo de energia Seu baixo impacto
ambiental e possibilidade de conversatildeo de energia distribuiacuteda em locais de difiacutecil
acesso pela malha eleacutetrica convencional satildeo dois fatores que contribuem para o
interesse que esses dispositivos despertam As CaCs ainda podem ser aplicadas em
dispositivos moacuteveis como carros eleacutetricos nos quais satildeo empregadas ceacutelulas de
membrana condutora protocircnica (PEMFC) por serem mais leves e menores
Essas membranas condutoras protocircnicas devem apresentar estabilidade quiacutemica
eletroquiacutemica e mecacircnica aleacutem de condutividade adequada para esta aplicaccedilatildeo
Visando substituir membranas comerciais como o Nafionreg no presente trabalho foi
sintetizado e caracterizado um sistema polimeacuterico de rede semi-interpenetrante
(SIPN) Partiu-se do DGEBA (diglicidil eacuteter do bisfenol A) e do agente de cura DDS
(diamino difenil sulfona) na presenccedila de PEI (polietilenoimina) Foi obtida uma seacuterie
de membranas (SIPNx) variando-se a concentraccedilatildeo de PEI na SIPN em 9 17 23
29 33 38 41 44 47 e 50 PEI para DGEBADDS (mm) As amostras foram
estudadas como obtidas (SIPNx) e sulfonadas (SIPNxSO3H) Membranas da seacuterie
SIPNx foram estudadas dopadas com soluccedilotildees aquosas de H3PO4 5 10 15 20 e 30
vv Para a obtenccedilatildeo das membranas SIPNxSO3H foram empregadas quatro
diferentes razotildees molares entre o agente sulfonante e o nuacutemero de grupos
aromaacuteticos no sistema 14 12 11 e 21
As membranas foram caracterizadas por Espectroscopia Vibracional no
Infravermelho (FTIR) e Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear no estado soacutelido (13C RMN)
As amostras foram caracterizadas tambeacutem por Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA) e
Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial (DSC) Microscopia Eletrocircnica de Varredura
(MEV) Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM) Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX) Difraccedilatildeo
de Raios-X agrave Baixo Acircngulo (SAXS) e Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica
(EIS) Para a anaacutelise EIS foram empregadas as membranas (i) dopadas com H3PO4
(SIPNxH3PO4) e (ii) sulfonadas (SIPNxSO3H) Adicionalmente foram realizados
ensaios de absorccedilatildeo de aacutegua
Os resultados obtidos por FTIR e RMN confirmaram a reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo e a
presenccedila de PEI no sistema de SIPN Adicionalmente confirmaram a inserccedilatildeo dos
grupos sulfocircnicos agrave SIPNx A estabilidade teacutermica da seacuterie de membranas SIPNx foi
superior a 240oC sendo que as mesmas apresentaram retenccedilatildeo de aacutegua em
temperatura elevadas superiores a 200ordmC
As nanoestruturas propostas para as SIPNx foram confirmadas por AFM e SAXS
tendo-se verificado que estas influenciam fortemente os valores de condutividade
das membranas os quais foram comparaacuteveis aos obtidos para o Nafionreg O maacuteximo
de condutividade alcanccedilada a 80 oC foi da ordem de 10-1 Ω-1cm-1para as amostras
SIPN47H3PO4 20 e 30 e da ordem de 10-2 Ω-1cm-1para a seacuterie SIPNxSO3H Todas
as membranas mostraram um comportamento de condutividade termo ativado e
foram modeladas pela equaccedilatildeo de Arrhenius As Energias de Ativaccedilatildeo calculadas
evidenciam processos de conduccedilatildeo protocircnica pelo mecanismo veicular e pelo
mecanismo de Grotthus Os resultados indicam que as membranas
nanoestruturadas de SIPNxH3PO4 e SIPNxSO3H estudadas satildeo promissoras para
aplicaccedilatildeo em Ceacutelulas a Combustiacutevel do tipo PEM
Palavras-chave SIPN Ceacutelulas a Combustiacutevel nanoestrutura
Abstract
LOUREIRO Felipe Augusto Moro Desenvolvimento de membranas polimeacutericas
nanoestruturadas condutoras protocircnicas para ceacutelulas a combustivel do tipo
PEM Tese (Doutorado em Engenharia Quiacutemica) ndash Escola de Quiacutemica Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2014
The advent of sustainable policies in power generation over the past decade also
stimulation in reducing the consumption of fossil fuels have been widely
disseminated in many countries including Brazil Power generation devices such as
Fuel Cells (FC) which perform by fuel conversion by electrocatalytic oxidizing
generating an electrical current and the waste water vapor The FC devices have
become in recent years one of the most researched alternative sources of energy
and promising due to low environmental impacts and can be applied into places with
difficult access to conventional power grid and in mobile devices such as electric
cars The main component used in FCs are the polymer exchange membrane
(PEMFC) and they are the most studied nowadays to reduces their cost
These membranes needs to present good thermal mechanical stability and high
proton conductivity suitable for this application Currently the commercial membrane
is Nafion reg the most used in PEMFC Seeking to replace commercial membranes
many studies have been reported on membranes or blends copolymers composites
nanocomposites and interpenetrating polymer networks (IPN and semi - IPN)
In this work samples of SIPN not sulfonated and sulfonated series were studied
they were characterized as membranes based on semi-IPN referred to simplified as
SIPNx (non sulfonated membranes ) and SIPNxSO3H (sulfonated membranes) To
obtain the SIPN membranes DGEBA (diglycidil ether of bisphenol A) and PEI
(polyethyleneimine) were used along with DDS (diamine diphenyl sulfone) as curing
agent SIPNxSO3H membranes were obtained using different sulfonation degrees
(the ratio between the sulfonating agent and the aromatic groups) of 14 12 11
and 21 in membranes containing 29 33 38 41 44 47 and 50wt PEI The
membranes were characterized by Infrared Vibrational Spectroscopy (FTIR) Nuclear
Magnetic Resonance (C13-NMR) Thermo Gravimetric Analysis (TGA) Differential
Scanning Calorimetric (DSC) Scanning Electron Microscopy (SEM) Atomic Force
Microscopy (AFM) X - Ray Diffraction (XRD) Small Angle X Rays Scattering
(SAXS) and Electrochemical Impedance Spectroscopy (EIS) Additionally tests were
also performed for all samples to water uptake and photo macrographs
The results obtained by FTIR and NMR confirmed the crosslinking reaction and the
presence of PEI in the SIPN system on the other hand the confirmation of the
insertion of sulfonic groups to the backbone of SIPNx they were confirmed by FTIR
The Thermal stability shows high stability over 240oC and shows water retention at
elevated temperature above 200oC The synthesis of nanostructures proposed in the
SIPN was confirmed by SAXS and AFM analysis which strongly influence the
conductivity values of the SIPN yielding membranes with comparable to those
obtained for the Nafion reg conductivity The maximum of conductivity were
approximately 10-1 Ω-1cm-1for the non sulfonated samples and 10-2 Ω-1cm-1 to
sulfonated samples
The results indicate that the nanostructured membranes SIPN and SIPNx SO3H can
be applied as membranes in the cells of the PEM fuel
Key ndash words SIPN Fuel Cell Nanostructure polymer
Iacutendice de Figuras
Figura 1 Ilustraccedilatildeo de uma ceacutelula a combustiacutevel e o seu princiacutepio de funcionamento 27 Figura 2 Estrutura molecular do Nafionreg 33 Figura 3 Diagrama esquemaacutetico da nanoestrutura do Nafionreg 33 Figura 4 Seis combinaccedilotildees de dois poliacutemeros representadas por linhas soacutelidas e tracejadas respectivamente Os pontos representam ligaccedilotildees covalentes (a) uma blenda polimeacuterica (b) um copoliacutemero graftizado (c) um copoliacutemero em bloco (d) um copoliacutemero AB com ligaccedilotildees cruzadas (e) um poliacutemero de rede interpenetrante de dois poliacutemeros com ligaccedilotildees cruzadas (f) um poliacutemero de retiacuteculo semi-interpenetrante
37 Figura 5 Duas metodologias de siacutentese baacutesicas para a obtenccedilatildeo de IPN (a) IPN Sequenciais e (b) IPN Simultacircneas (SIN) 39 Figura 6 Nuacutemero de publicaccedilotildees envolvendo em (a) SIPN e (b) IPNs em funccedilatildeo do ano de publicaccedilatildeo 42 Figura 7 Estrutura molecular de um anel epoxiacutedico 46 Figura 8 Estruturas dos monocircmeros epoacutexi mais utilizados (a) diglicidil eacuteter de bisfenol A (DGEBA) (b) NNNN - tetraglicidil 44- methileno dianilina (TGMDA) (c) 34-epoxicicloexano metil-34-epoxicicloexano (d) p-glicidil oxiestireno (GOS) e glicidil metacrilato (GMA) 47 Figura 9 Estrutura do Diglicidil de bisfenol A (DGEBA) 48 Figura 10 Aminas utilizadas como agentes de cura comercial a) Aminas alifaacuteticas b) Estruturas das aminas ciclo alifaacuteticas e em c) Estrutura das aminas aromaacuteticas 50 Figura 11 Foacutermula estrutural DDS 51 Figura 12 Foacutermula Estrutural da PEI 51 Figura 13 Diagrama de Nyquist ideal para um filme fino redox 53 Figura 14 Reaccedilotildees (a) de formaccedilatildeo do agente sulfonante e (b) da sulfonaccedilatildeo do anel aromaacutetico 64 Figura 15 Macrografias do (a) DGEBADDS e das membranas (b) SIPN33 (c) SIPN38 (d) SIPN41 (e) SIPN44 (f) SIPN47 e (g) SIPN50 74 Figura 16 Espectros FTIR para o DGEBA a PEI e as membranas SIPNx na regiatildeo entre 4000 e 400 cm-1 75 Figura 17 Espectros FTIR para as membranas SIPN para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre 1000 e 400 cm-1 78 Figura 18 Cura do DGEBA com o DDS 79 Figura 19 Espectros FTIR para as membranas SIPNx para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre 1800 e 1000 cm-1 81 Figura 20 Espectros FTIR para as membranas SIPNx para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre 4000 e 2600 cm-1 83 Figura 21 Espectros FTIR na regiatildeo entre 4000 e 2000 cm-1 para as amostras (a) SIPN29SO3H (b) SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
88
Figura 22 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1400 e 2000 cm-1 para as amostras (a) SIPN29SO3H (b) SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
90
Figura 23 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1400 e 1000 cm-1 para as amostras (a) SIPN29SO3H (b) SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e)
SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H 93 Figura 24 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1000 e 400 cm-1 para as amostras (a) SIPN29SO3H (b) SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H 95 Figura 25 Espectro de RMN 13C para a amostra da resina epoacutexi DGEBA 96 Figura 26 Estrutura do DGEBA [Sigma-Aldrich Nuacutemero do Produto D3415] 97 Figura 27 Espectro de RMN 13C CP-MASS para a amostra de SIPN33 98 Figura 28 Estrutura do DDS com seus respectivos deslocamentos quiacutemicos 99
Figura 29 Estrutura quiacutemica do PEI e s 99 Figura 30 Esquema da reaccedilatildeo de obtenccedilatildeo da SIPNx 101 Figura 31 Curvas de TGA para o DGEBA e para as membranas SIPNx obtidas a 10 ordmCmim sob atmosfera de N2 104 Figura 32 Curvas DTG para o DGEBA e para as membranas SIPN 108 Figura 33 Curvas de DSC para as amostras da seacuterie SIPNx e os reagentes DGEBA e DDS 111 Figura 34 Imagem MEV da membrana SIPN33 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 50x (b) 500x (c) 1000x e (d) 7000x 114 Figura 35 Imagem MEV da membrana SIPN38 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 40x (b) 400x (c) 1000x e (d) 7000x 115 Figura 36 Imagem MEV da membrana SIPN41 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 50x (b) 500x (c) 1000x e (d) 7000x 115 Figura 37 Imagem MEV da membrana SIPN44 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 500x (c) 1000x e (d) 7000x 116 Figura 38 Imagem MEV da membrana SIPN47 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 500x (c) 1000x e (d) 7000x 116 Figura 39 Imagem MEV da membrana SIPN50 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 600x (c) 1000x e (d) 7000x 117 Figura 40 Imagens AFM da amostra DGEBA-DDS11em diferentes
ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste
de fase da mesma regiatildeo de (a) (c) Micrografia topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (c) (e) Micrografia
topograacutefica 2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (e)
120 Figura 41 Imagens AFM da amostra SIPN17 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 5x5 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma
regiatildeo de (a) (c) Micrografia topograacutefica 1x1 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (c)
121
Figura 42 Imagem AFM membrana de SIPN23 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 2x2 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 07 x
07m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
122 Figura 43 Imagem AFM membrana de SIPN29 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 2x2 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 07 x
07m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
124 Figura 44 Imagens AFM membrana de SIPN38 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de
contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 2 x 2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
125
Figura 45 Imagens AFM membrana de SIPN41 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 20x20 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 10x10 m (d) micrografia de
contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 5x5 m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
126 Figura 46 Imagens AFM membrana de SIPN44 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de
contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
128 Figura 47 Imagens AFM membrana de SIPN47 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de
contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
130 Figura 48 Imagens AFM membrana de SIPN50 em diferentes ampliaccedilotildees (a)
Micrografia topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de
contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
132 Figura 49 Imagens AFM em 3D mostrando as micrografias topograacuteficas
10x10 m das amostras (a) DGEBA-DDS (b) SIPN29 (c) SIPN38 (d) SIPN41 (e) SIPN44 (f) SIPN47
133
Figura 50 Imagem AFM membrana de SIPN41SO3H na razatildeo 21 11 12 e 14 grupo estirenosulfonante em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia
topograacutefica 5x5 m da SIPN41SO3H-21 (b) micrografia de contraste de fase
da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 10x10 m da membrana SIPN41SO3H-11 (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (d)
(e) Micrografia topograacutefica 5x5 m da membrana SIPN41SO3H-12 (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e) (g) Micrografia
topograacutefica 5x5 m da membrana SIPN41SO3H-14 (h) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
137 Figura 51 Imagem AFM membrana de SIPN47 SO3H na razatildeo 21 de grupo estireno sulfonante em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a)
137 Figura 52 Difratogramas de Raios-X para as amostras SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 SIPN50 139 Figura 53 Perfis SAXS da seacuterie de membranas SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50 141 Figura 54 Ampliaccedilatildeo da regiatildeo dos perfis de SAXS atribuiacuteda aos agregados das membranas de SIPN33 a SIPN50 Em destaque a ampliaccedilatildeo das SIPN38 e SIPN50 143 Figura 55 Graacutefico de ln [q4 I(q)] versus 10q2 para os perfis de SAXS das
membranas de SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50 145 Figura 56 Representaccedilatildeo esquemaacutetica das nanoestruturas hieraacuterquicas na
seacuterie de membranas de SIPNx com base nos estudos de SAXS 149 Figura 57 Perfis de SAXS das membranas SIPN47 e SIPN47SO3H 21 11 12 e 14 agente sulfonanteestireno 150 Figura 58 Perfis de SAXS das membranas de SIPN47 e as membranas sulfonadas de SIPN47 21 11 12 e 14 agente sulfonanteestireno 152 Figura 59 Perfis de SAXS das membranas SIPN47 e SIPN47SO3H 21 11 12 e 14 agente sulfonanteestireno 154 Figura 60 Representaccedilatildeo esquemaacutetica das nanoestruturas hieraacuterquicas nas membranas da seacuterie SIPNxSO3H 157 Figura 61 Comportamento de absorccedilatildeo de aacutegua com a composiccedilatildeo de PEI nas SIPN 161 Figura 62 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 5 em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
163
Figura 63 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 5 172
Figura 64 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 10 173
Figura 65 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 15 174
Figura 66 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 20 175
Figura 67 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 30 176
Figura 68 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN29SO3H 185
Figura 69 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN33SO3H 186
Figura 70 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN38SO3H 187
Figura 71 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN41SO3H 188
Figura 72 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN44SO3H 189
Figura 73 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN47SO3H 190
Figura 74 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN50SO3H 191
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 Principais caracteriacutesticas dos diferentes tipos de CaC [10] 28 Tabela 2 Algumas propriedades dos reagentes utilizados 59 Tabela 3 Razotildees maacutessicas DGEBADDS e massas empregadas nas reaccedilotildees de cura iniciais
60
Tabela 4 Valores maacutessicos na relaccedilatildeo entre DGEBA PEI e DDS 61 Tabela 5 Volume dos reagentes empregados para siacutentese do agente sulfonante em funccedilatildeo da massa da membrana SIPNx
63
Tabela 6 Atribuiccedilotildees de bandas caracteriacutesticas do DGEBA 76 Tabela 7 Atribuiccedilotildees referentes a bandas caracteriacutesticas do PEI 77 Tabela 8 Grau de conversatildeo das membranas SIPNx apoacutes a reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo por 1h30min a 130 ordmC
85
Tabela 9 Atribuiccedilotildees das Bandas mais importantes observados nos espectros de FTIR das amostras SIPNxSO3H
95
Tabela 10 Deslocamentos quiacutemicos observados no espectro do DGEBA 97 Tabela 11 Deslocamentos quiacutemicos para o espectro RMN 13C [125] 99 Tabela 12 Deslocamento quiacutemico para o monocircmero de PEI 100 Tabela 13 Temperaturas iniciais e finais de desidrataccedilatildeo (Tid e Tfd) associadas agrave etapa de desidrataccedilatildeo das membranas SIPNx e os respectivos valores de perda de massa ()
106 Tabela 14 Temperaturas iniciais e finais de decomposiccedilatildeo (Tid e Tfd) temperatura onde a velocidade de perda de massa eacute maacutexima e valores de massa residual para as membranas SIPN
109 Tabela 15 Valores das porcentagens das aacutereas dos picos de degradaccedilatildeo obtidos pelas decomposiccedilotildees primitivas gaussianas das curvas de DTG
110
Tabela 16 Valores de Tg da seacuterie de amostras SIPNx 113 Tabela 17 Valores dos paracircmetros calculados apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs com a equaccedilatildeo 19
144
Tabela 18 Valores das inclinaccedilotildees da reta do graacutefico de ln [q4 I(q)] versus q2 Figura 54
145
Tabela 19 Valores de q1 q2 d1 d2 calculados para a seacuterie de membranas de SIPNx
147
Tabela 20 Valores dos paracircmetros G1 B1 Raio (Aring) e χ2 apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs
151
Tabela 21 Valores das distacircncias entre domiacutenios nas membranas de SIPN
152
Tabela 22 Valores dos paracircmetros calculados apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs com a equaccedilatildeo 21
154
Tabela 23 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN29 e SIPN29SO3H 158 Tabela 24 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN33 e SIPN33SO3H 159 Tabela 25 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN38 e SIPN38SO3H 159 Tabela 26 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN41 e SIPN41SO3H 159 Tabela 27 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN44 e SIPN44SO3H 159 Tabela 28 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN47 e SIPN47SO3H 160 Tabela 29 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN50 e SIPN50SO3H 160 Tabela 30 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 5 de H3PO4
165
Tabela 31 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 10 de H3PO4
165 Tabela 32 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 15 de H3PO4
166 Tabela 33 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 20 de H3PO4
166 Tabela 34 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 30 de H3PO4
167 Tabela 35 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 5 de H3PO4
177 Tabela 36 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 10 de H3PO4
177 Tabela 37 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 15 de H3PO4
177 Tabela 38 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 20 de H3PO4
178 Tabela 39 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 30 de H3PO4
178 Tabela 40 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN29SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
182 Tabela 41 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN33SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
182 Tabela 42 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN38SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
182 Tabela 43 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN41SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
183 Tabela 44 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN44SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
183 Tabela 45 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN47SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
183 Tabela 46 Valores de condutividade (σ em Ω-1cm-1) de membranas SIPN50SO3H nas razotildees de sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
184
Tabela 47 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN29SO3H
192
Tabela 48 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN33SO3H
192
Tabela 49 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN38SO3H
192
Tabela 50 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN41SO3H
193
Tabela 51 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN44SO3H
193
Tabela 52 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN47SO3H
193
Tabela 53 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN50SO3H
194
Lista de Abreviaturas
PEMFC Ceacutelula a combustivel de membranas trocadoras de proacuteton
CaC Ceacutelulas a combustivel
IPN Redes Interpenetrantes polimeacutericas
SIPN Semi - Redes Interpenetrantes polimeacutericas
DGEBA diglicidil eacuteter de bisfenol A
PEI Polietilenoimina
DDS 44-diaminodifenilsulfona
SOFC Ceacutelula a combustivel de Oacutexido Soacutelido
PAFC Ceacutelula a combustivel de Aacutecido Fosfoacuterico
AFC Ceacutelula a combustivel Alcalina
MCFC Ceacutelula a combustivel de Carbonato Fundido
Ads Adsorvido
RMN Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear
PBI polibenzimidazol
PEO poli(oacutexido de etileno)
PAM Poliacrilamida
PEEK poli(eacuteter eacuteter cetona)
AMPS - EMA poli(2-acrilamida-2-metil-1-propano aacutecido sulfocircnico-co-
metacrilato de etila)
PVP Polivinilpirrolidona
PAMPS poli(2-acrilamida-2-metil-1-propanosulfocircnico)
TG Anaacutelise Teacutermica
DSC Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial
FTIR Espectroscopia Vibracional no Infravermelho com
Transformada de Fourier
DRX Difraccedilatildeo de Raios - X
DTG Primeira Derivada das Curvas
Termogravimeacutetricas
EIS Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica
SAXS Difraccedilatildeo de Raios ndash X agrave baixo acircngulo
AFM Microscopia de Forccedila Atocircmica
Sumaacuterio
CAPIacuteTULO 1 22
11 Introduccedilatildeo 22
12 Objetivo 25
CAPIacuteTULO 2 26
21 Revisatildeo Bibliograacutefica 26
212 Ceacutelulas a Combustiacutevel 26
2121 Ceacutelulas a combustiacutevel com membrana de troca protocircnica (PEMFC) 29
2122 Membranas polimeacutericas condutoras iocircnicas para ceacutelulas a combustiacutevel 31
213 Redes de Poliacutemeros Interpenetrantes (IPN) 36
2131 Siacutentese de IPN e SIPN 38
2132 Aplicaccedilotildees de IPN como membranas condutoras protocircnicas 41
214 Resinas Epoxiacutedicas 46
2141 Agentes de cura para resinas epoxiacutedicas 49
215 Agente de Cura ndash Diaminodifenilsulfona (DDS) 51
216 Polietilenoimina (PEI) 51
217 Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS) 52
2171 A Representaccedilatildeo de Nyquist 53
218 Teor de Absorccedilatildeo de Aacutegua 55
219 Mecanismos de Conduccedilatildeo Protocircnica 56
2110 Difraccedilatildeo de Raios-X de Baixo Acircngulo (SAXS) 57
CAPIacuteTULO 3 59
31 Metodologia 59
311 Reagentes 59
312 Sintese do poliacutemero reticulado poli(diglicidil eacuteter de bisfenol A) com o
agente de cura 44-diaminodifenilsulfona (DDS)
60
313 Ajuste inicial das condiccedilotildees para a siacutentese da SIPN baseada no DGEBA
DDS e PEI
60
314 Siacutentese das membranas SIPN baseadas em DGEBA DDS e PEI 61
315 Dopagem das membranas SIPN 62
316 Reaccedilotildees de sulfonaccedilatildeo para amostras de SIPN 62
317 Caracterizaccedilatildeo por Espectroscopia Vibracional no Infravermelho com
Transformada de Fourier (FTIR)
64
318 Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA) 65
319 Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial (DSC) 65
3110 Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS) 66
3111 Microscopia Eletrocircnica de Varredura (MEV) 67
3112 Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM) 67
3113 Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX) 67
3114 Difraccedilatildeo de Raios-X agrave Baixo Acircngulo (SAXs) 68
3115 Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear (RMN) 68
3116 Absorccedilatildeo de Aacutegua 69
CAPIacuteTULO 4 70
41 Resultados e Discussatildeo 70
411 Macrografias das membranas obtidas 73
412 Espectroscopia Vibracional no Infravermelho com Transformada de
Fourier (FTIR)
75
4121 Caracterizaccedilatildeo das Ligaccedilotildees Cruzadas por FTIR 84
4122 Espectroscopia Vibracional no Infravermelho para as amostras SIPNx
e SIPNxSO3H
86
4123 Conclusotildees parciais dos estudos de FTIR 95
413 Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear (RMN) 96
414 Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA) 104
415 Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial (DSC) 110
416 Microscopia Eletrocircnica de Varredura (MEV) 114
417 Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM) 118
4171 AFM das membranas sulfonadas 135
418 Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX) 139
419 Difraccedilatildeo de Raios-X a Baixo Acircngulo (SAXs) 140
4191 Perfis de SAXs das amostras SIPN47SO3H nas razotildees 21 11 12 e
14 agente sulfonante estireno
149
4110 Teor de Absorccedilatildeo de Aacutegua 158
4111 Estudo de EIS para amostras SIPN dopadas com H3PO4 162
4112 Energia de Ativaccedilatildeo e Mecanismo de Conduccedilatildeo Protocircnica 171
4113 Estudo de EIS para membranas SIPNxSO3H 181
4114 Energia de Ativaccedilatildeo e Mecanismo de Conduccedilatildeo Protocircnica para as
membranas SIPNxSO3H
185
CAPIacuteTULO 5 197
51 Conclusotildees 197
CAPIacuteTULO 6 199
61 Trabalhos Futuros 199
CAPIacuteTULO 7 200
71 Referecircncias 200
Apecircndices 220
Anexos 269
22
CAPIacuteTULO 1
11 Introduccedilatildeo
O petroacuteleo eacute produzido atraveacutes da decomposiccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis e
devido agraves altas emissotildees poluentes oriundas de sua queima de fatores relacionados
ao seu esgotamento e de fatores geopoliacuteticos em decorrecircncia das maiores reservas
naturais estarem em regiotildees de grande conflito novas formas de energia estatildeo
sendo pesquisadas e deveratildeo fazer parte da matriz energeacutetica de diversos paiacuteses [1
2]
A pesquisa sobre formas de energia renovaacuteveis e natildeo poluentes se tornou
essencial para o desenvolvimento e o aproveitamento sustentaacutevel dos recursos
naturais As energias solar eoacutelica e hidroeleacutetrica dentre outras estatildeo sendo cada
vez mais utilizadas Uma das alternativas mais atraentes como produtores de
energia renovaacutevel e natildeo poluente satildeo as Ceacutelulas a Combustiacutevel (CaC) onde o
hidrogecircnio uma fonte de energia limpa e abundante [1] pode ser utilizado como
combustiacutevel assim como o metanol etanol e em algumas configuraccedilotildees de CaC o
gaacutes natural Desta forma a crescente demanda por novas tecnologias de conversatildeo
de energia compatiacuteveis com o cenaacuterio atual juntamente com o avanccedilo da
nanotecnologia tornou o estudo das CaC uma das aacutereas de pesquisa mais ativas e
promissoras em conversatildeo de energia [2]
O interesse na utilizaccedilatildeo e desenvolvimento de fontes de energia renovaacutevel
(biodiesel biocombustiacuteveis) vem aumentando consideravelmente nos uacuteltimos anos
Dentre as tecnologias envolvendo dispositivos de conversatildeo de energia limpa
podem-se citar ceacutelulas solares baterias de iacuteon liacutetio supercapacitores ou capacitores
eletroquiacutemicos e em especial as ceacutelulas a combustiacutevel (CaC) As CaC satildeo
dispositivos eletroquiacutemicos de conversatildeo de energia onde o hidrogecircnio ou ainda o
metanol ou o etanol satildeo oxidados liberando H+ o qual reage com o oxigecircnio do ar
ou oxigecircnio puro gerando energia eleacutetrica Adicionalmente satildeo gerados calor e
aacutegua como subprodutos que podem ser reutilizados O combustiacutevel (hidrogecircnio)
pode ser obtido a partir de recursos naturais renovaacuteveis como a biomassa e
tambeacutem da eletroacutelise da aacutegua empregando energia limpa gerada por ceacutelulas
fotovoltaicas (energia solar) energia eoacutelica hidroeleacutetrica ou energia geoteacutermica
23
Pode tambeacutem ser gerado pela reforma cataliacutetica de combustiacuteveis foacutesseis [3] o que
entretanto envolve quantidade consideraacutevel de emissotildees de poluentes
Dentre as tecnologias de CaC a ceacutelula a combustiacutevel de membrana
polimeacuterica a PEMFC eacute a mais promissora pois esta opera em baixas temperaturas
entre 50 e 120 degC eacute eficiente de raacutepido e faacutecil acionamento e desligamento
A comercializaccedilatildeo em larga escala das CaCs ainda pode demorar alguns
anos em funccedilatildeo do alto custo da energia gerada quando comparada a
combustiacuteveis foacutesseis Entretanto considerando as poliacuteticas mais rigorosas com
relaccedilatildeo a emissatildeo de poluentes no meio ambiente que estatildeo sendo implementadas
nos uacuteltimos anos por diversos paiacuteses ela se tornaraacute mais competitiva
Adicionalmente existe uma previsatildeo de que se atinja o maacuteximo de potecircncia de
exploraccedilatildeo das reservas de combustiacuteveis foacutesseis em aproximadamente 40 anos
apoacutes esse periacuteodo havendo uma queda de produccedilatildeo Antes disso o custo do barril
de petroacuteleo aumentaria drasticamente e se tornaria impeditivo Neste cenaacuterio
econocircmico o custo da energia convertida pelas CaCs tornar-se-ia viaacutevel assim
como o custo da energia convertida pelas outras tecnologias anteriormente citadas
As CaCs reuacutenem vaacuterias vantagens como sua alta eficiecircncia baixiacutessima geraccedilatildeo de
poluentes mesmo ao considerar-se toda a cadeia de produccedilatildeo do hidrogecircnio
empregando-se fontes de conversatildeo de energia limpa Aleacutem disso satildeo silenciosas
compactas e de faacutecil manutenccedilatildeo
As vaacuterias aplicaccedilotildees possiacuteveis das CaCs abrem o leque de interesse para
outros setores produtivos Por estas razotildees vislumbra-se um mercado para
sistemas de ceacutelulas a combustiacutevel para conversatildeo de energia com aplicaccedilotildees
estacionaacuterias (hospitais supermercados shoppings condomiacutenios residenciais
reparticcedilotildees puacuteblicas bancos centros de informaccedilatildeo e transmissatildeo de dados)
moacuteveis (automoacuteveis veiacuteculos em geral) e portaacuteteis (notebook celulares) [4 5]
O desenvolvimento da tecnologia de ceacutelulas do tipo PEM no paiacutes abriraacute um
novo mercado para empresas de energia distribuiacuteda favorecendo a geraccedilatildeo de
empregos e a reduccedilatildeo da crise energeacutetica atual e para uma nova induacutestria
automotiva contribuindo para a reduccedilatildeo do impacto ambiental
Para a diminuiccedilatildeo dos custos das CaCs seria necessaacuterio ainda encontrar
novos materiais de patente nacional com propriedades adequadas para emprego
nesses dispositivos em especial materiais de eletrodo (nanoeletrocatalisadores
suportes de catalisadores) e eletroacutelitos (membranas polimeacutericas condutoras de
24
proacutetons) A membrana liacuteder de referecircncia na aacuterea eacute o Nafionreg (DuPont) mas as
empresas Asahi Chemicals Gore Dow Chemicals e 3Mreg tambeacutem conseguem
colocar suas membranas no mercado Entretanto o desenvolvimento de novas
membranas de patente nacional para a substituiccedilatildeo do Nafionreg com maior
estabilidade teacutermica quiacutemica eletroquiacutemica e alta condutividade eacute um dos pontos
principais para a diminuiccedilatildeo dos custos de fabricaccedilatildeo desses dispositivos no Brasil
Muitos trabalhos encontram-se na literatura versando a respeito de compoacutesitos e
nanocompoacutesitos baseados no Nafionreg o que natildeo elimina a dependecircncia desse
poliacutemero [6] Muitos trabalhos envolvem a sulfonaccedilatildeo de poliacutemeros comerciais [7] e
outros empregam poliacutemeros baacutesicos dentre eles o poliimidazol e o polibenzimidazol
[8] A partir destes poliacutemeros baacutesicos satildeo formulados complexos com aacutecidos fortes
(em especial H3PO4) que atuam como fonte de proacutetons para o transporte de carga
na membrana
Siacutenteses de redes de poliacutemeros interpenetrantes (IPN) para emprego em
membranas tecircm sido propostas ultimamente [9] motivadas em especial agrave
possibilidade de controle do volume livre e agrave estabilidade dimensional mecacircnica e
quiacutemica associada a esses poliacutemeros
As membranas de conduccedilatildeo protocircnica devem atingir propriedades desejadas
dentre as quais
Alta condutividade iocircnica (e zero condutividade eletrocircnica) em condiccedilotildees de
funcionamento da ceacutelula
Estabilidade quiacutemica e mecacircnica em temperaturas elevadas e em ambientes
oxidantes e redutores
Boa resistecircncia mecacircnica e natildeo sofrer perda de estabilidade dimensional com o
intumescimento da membrana
Baixa permeabilidade de combustiacutevel o qual deve permanecer no anodo
Bom contato com as interfaces dos eletrodos (anodo e catodo)
Baixo custo
Neste sentido pretende-se desenvolver e empregar membranas condutoras
protocircnicas nanoestruturadas para aplicaccedilatildeo em Ceacutelulas a Combustiacutevel do tipo PEM
(PEMFC) Seratildeo estudadas membranas baseadas em poliacutemeros reticulados
25
contendo grupos baacutesicos e aacutecidos (apoacutes sulfonaccedilatildeo) onde o controle do grau de
reticulaccedilatildeo e do volume livre poderaacute resultar na modulaccedilatildeo de estruturas
nanomeacutetricas ao longo da membrana Pretende-se obter membranas otimizadas
que possam ser operadas em condiccedilotildees anidras ou em presenccedila de aacutegua e
minimizar os possiacuteveis danos ocorridos normalmente com as membranas durante a
operaccedilatildeo das ceacutelulas
12 Objetivo
O objetivo deste trabalho eacute a obtenccedilatildeo atraveacutes de siacutenteses de uma nova
membrana condutora protocircnica utilizando o conceito de redes polimeacutericas semi-
interpenetrantes (SIPN) Para tanto seraacute empregada uma resina termorriacutegida que
deveraacute conferir alta estabilidade dimensional ao novo sistema As matrizes
polimeacutericas reticuladas seratildeo obtidas a partir de reaccedilotildees de cura em soluccedilatildeo com
controle de temperatura entre o diglicidil eacuteter do bisfenol A (DGEBA) e a
polietilenoimina (PEI) em presenccedila do agente de cura 44-diaminodifenilsulfona
(DDS)
As amostras com melhores propriedades fiacutesicas e quiacutemicas seratildeo
empregadas em reaccedilotildees de sulfonaccedilatildeo e todas as membranas sulfonadas ou natildeo
seratildeo caracterizadas estrutural morfoloacutegica teacutermica espectroscoacutepica e
eletroquimicamente
26
CAPIacuteTULO 2
21 Revisatildeo Bibliograacutefica
Nesta seccedilatildeo consta uma revisatildeo sobre aspectos relevantes e referentes agrave
proposta dessa pesquisa Apresentadou-se a tecnologia de ceacutelulas a combustiacutevel
definindo-se os conceitos de redes de poliacutemeros semi-interpenetrantes (SIPN) assim
como mencionados os meacutetodos de obtenccedilatildeo das mesmas os tipos de poliacutemeros
normalmente empregados nesses sistemas polimeacutericos e as suas aplicaccedilotildees
212 Ceacutelulas a Combustiacutevel
As CaCs podem encontrar vaacuterias aplicaccedilotildees tecnoloacutegicas como por exemplo
a geraccedilatildeo de eletricidade em aacutereas remotas veiacuteculos automotivos ou como fonte de
energia para equipamentos portaacuteteis Trata-se de um sistema eletroquiacutemico que
converte energia quiacutemica em energia eleacutetrica atraveacutes da oxidaccedilatildeo de um
combustiacutevel Esse tipo de conversatildeo de energia gera produtos que natildeo satildeo
danosos agrave populaccedilatildeo e ao meio ambiente logo natildeo contribuindo para o efeito
estufa
Uma CaC eacute composta basicamente de dois eletrodos porosos separados
entre si por uma membrana condutora protocircnica (eletroacutelito) No eletrodo negativo
anodo ocorre agrave oxidaccedilatildeo do combustiacutevel (hidrogecircnio metanol etanol etc) e a
formaccedilatildeo de proacutetons que satildeo transportados atraveacutes do eletroacutelito ateacute atingir o
eletrodo positivo catodo onde ocorre a oxidaccedilatildeo do oxigecircnio do ar com a
consequente formaccedilatildeo de aacutegua Para completar o sistema eleacutetrons provenientes da
reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do combustiacutevel circulam pelo circuito externo realizando
trabalho eleacutetrico (Figura 1)
27
Figura 1 Ilustraccedilatildeo de uma ceacutelula a combustiacutevel e o seu princiacutepio de funcionamento [10]
Alguns tipos de CaCs satildeo alcalina de membrana de troca de proacuteton
(PEMFC) de oacutexido soacutelido (SOFC) e de aacutecido fosfoacuterico (PAFC) dentre outras [11]
Uma CaC baseada em eletroacutelitos soacutelidos inorgacircnicos requer altas temperaturas de
operaccedilatildeo (acima de 500 ordmC) e um sistema de produccedilatildeo em larga escala Em geral
tais ceacutelulas satildeo adequadas em plantas para grande geraccedilatildeo de potecircncia enquanto
que as CaCs baseadas em eletroacutelitos soacutelidos polimeacutericos satildeo destinadas
especialmente para veiacuteculos eleacutetricos ou em geradores de energia residenciais A
Tabela 1 resume os principais dados referentes a esses tipos de Ceacutelulas a
Combustiacutevel
28
Tabela 1 Principais caracteriacutesticas dos diferentes tipos de CaC [10]
Tipo de CaC Tipo de
Eletroacutelito
Temperatura de
Operaccedilatildeo (ordmC) Problemas Aplicaccedilotildees
Alcalina (AFC)
Soluccedilatildeo
Aquosa de
KOH
60 ndash 120 Envenename
nto de CO2
Veiacuteculos eleacutetricos
usos militares e
espaciais
Membrana de
Troca de
Proacuteton
(PEMFC)
Membrana
Polimeacuterica 60 ndash 120
Umidificaccedilatildeo
dos gases
reacionais
Veiacuteculos eleacutetricos
usos militares e
espaciais
Aacutecido
Fosfoacuterico
(PAFC)
H3PO
4
concentrado 160 ndash 220
Eletrodos
sensiacuteveis a
CO
Sistemas de
regeneraccedilatildeo
(gt180ordmC)
Carbonato
Fundido
(MCFC)
Mistura de
Carbonatos
Fundidos
(Li2CO
3K
2CO
3)
600 ndash 650
Necessidade
de
reciclagem
de CO2
Sistema de
regeneraccedilatildeo eou
dispersatildeo
(gt 600ordmC)
Oacutexido Soacutelido
(SOFC)
Soacutelido
Ceracircmico
(ZrO2(Y
2O
3))
900 ndash 1000
Necessidade
de ceacutelulas
ceracircmicas
Sistemas de
regeneraccedilatildeo eou
dispersatildeo
(gt 1000ordmC)
Dentre as tecnologias de CaC a PEMFC eacute uma das mais convenientes em
funccedilatildeo da sua eficiecircncia na faixa de temperatura de 50 a 125 ordmC para as aplicaccedilotildees
de menor potecircncia Apesar da CaC natildeo ser uma tecnologia recente o estudo de
membranas polimeacutericas como eletroacutelitos cresceu muito nos uacuteltimos anos Portanto
as CaCs despontam como principal alternativa para a utilizaccedilatildeo futura em veiacuteculos
Aleacutem do desenvolvimento dos materiais para CaCs como as membranas e os
catalisadores o desenvolvimento dos sistemas de PEMFC alcanccedilou vaacuterios avanccedilos
Vaacuterias linhas de pesquisa surgiram abordando tanto a eficiecircncia quanto a
confiabilidade dos sistemas Recentemente trabalhos envolvendo caacutelculos teoacutericos
foram publicados [12 13 14] facilitando o projeto desses componentes avanccedilados
para a sua utilizaccedilatildeo Outro fator que demonstra o desenvolvimento e estudo dessa
nova tecnologia eacute o crescimento do nuacutemero de patentes relacionadas ao assunto
pelo emprego do termo ldquofuel cellrdquo de 170926 ocorrecircncias em abril de 2014 [15 16]
29
2121 Ceacutelulas a combustiacutevel com membrana de troca protocircnica (PEMFC)
A PEMFC desperta grande interesse por operar em baixas temperaturas e
utilizar uma membrana polimeacuterica de troca protocircnica como eletroacutelito (soacutelido) o que
simplifica o seu emprego Esse tipo de ceacutelula consiste de um anodo onde o
combustiacutevel eacute oxidado e um catodo onde o oxigecircnio usualmente do ar ambiente eacute
reduzido A circulaccedilatildeo de eleacutetrons no circuito externo da pilha produz trabalho
eleacutetrico Ambas as reaccedilotildees anoacutedica e catoacutedica satildeo heterogecircneas e ocorrem na
interface eletrodoeletroacutelito sendo catalisadas na superfiacutecie dos eletrodos utilizando-
se platina como catalisador
As reaccedilotildees quiacutemicas responsaacuteveis pela operaccedilatildeo de uma CaC satildeo muito
simples No caso de hidrogecircnio como combustiacutevel em uma PEMFC o hidrogecircnio
adsorvido no anodo libera eleacutetrons e proacutetons [17]
Equaccedilatildeo 1
Os proacutetons gerados no anodo satildeo transferidos via membrana de troca iocircnica
para o catodo reagindo com o oxigecircnio presente para a formaccedilatildeo de aacutegua
Equaccedilatildeo 2
O hidrogecircnio eacute o combustiacutevel que conduz ao melhor desempenho de uma
CaC Entretanto o desenvolvimento industrial dessa tecnologia com hidrogecircnio
apresenta alguns inconvenientes tais como o problema de estocagem de
seguranccedila e de distribuiccedilatildeo de H2
Assim nos uacuteltimos anos as CaCs que utilizam aacutelcoois de baixo peso
molecular diretamente como combustiacutevel (DAFC Direct Alcohol Fuel Cell) [18] vem
despertando bastante interesse pois natildeo apresentam necessidade de estocagem ou
a geraccedilatildeo atraveacutes da reforma de hidrocarbonetos como eacute o caso do hidrogecircnio
Atualmente o metanol eacute o combustiacutevel alternativo mais provaacutevel de utilizaccedilatildeo em
uma PEMFC O metanol eacute um combustiacutevel facilmente produzido a um preccedilo
competitivo a partir do gaacutes natural Aleacutem disso ele possui uma estrutura quiacutemica
muito simples e pode ser oxidado a H2 na presenccedila de catalisador adequado Os
30
detalhes da reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do metanol satildeo resumidos de acordo com a
Equaccedilatildeo 3
Equaccedilatildeo 3
Os proacutetons satildeo transportados diretamente no eletrodo polimeacuterico ateacute atingir o
catodo e os eleacutetrons satildeo transportados via circuito externo ateacute atingir o catodo A
reaccedilatildeo de reduccedilatildeo no catodo eacute a seguinte
Equaccedilatildeo 4
A reaccedilatildeo geral da oxidaccedilatildeo do metanol em uma ceacutelula a combustiacutevel eacute a
seguinte
Equaccedilatildeo 5
Em contrapartida o etanol estaacute se destacando como o combustiacutevel ideal
Pois pode ser produzido a partir de fontes renovaacuteveis pela fermentaccedilatildeo de diversos
produtos agriacutecolas (cana de accediluacutecar beterraba milho uva etc) No caso do Brasil
onde o etanol eacute produzido em larga escala estudos quanto agrave utilizaccedilatildeo desse
combustiacutevel satildeo de extrema importacircncia Aleacutem disso o etanol eacute menos toacutexico que o
metanol aleacutem de sua produccedilatildeo em larga escala apresentar custos razoaacuteveis
Estudos recentes mostram que a eletro-oxidaccedilatildeo direta de etanol em uma PEMFC eacute
possiacutevel apesar de exibir desempenho inferior ao do metanol Cabe salientar que
ao empregar outro combustiacutevel que natildeo o H2 haacute necessariamente liberaccedilatildeo de CO2
natildeo sendo essa alternativa a mais adequada em longo prazo
A oxidaccedilatildeo eletroquiacutemica direta do etanol formando dioacutexido de carbono eacute
dada pela Equaccedilatildeo 6
Equaccedilatildeo 6
que deve estar associada agrave reduccedilatildeo do oxigecircnio (Equaccedilatildeo 7)
Equaccedilatildeo 7
31
Os eleacutetrons circulam pelo circuito externo produzindo energia eleacutetrica e os
iacuteons H+ devem atravessar a membrana protocircnica A reaccedilatildeo que corresponde agrave
oxidaccedilatildeo completa do etanol estaacute representada na Equaccedilatildeo 8
Equaccedilatildeo 8
A oxidaccedilatildeo do etanol deve acontecer em temperaturas medianas (80 ndash
120 ordmC) para que o potencial do eletrodo promova a eletrocataacutelise Como
consequecircncia eacute necessaacuterio desenvolver catalisadores adequados para ativar as
moleacuteculas de aacutegua e do aacutelcool promovendo o rompimento da ligaccedilatildeo C-C formando
CO2 O principal eletrocatalisador utilizado nas membranas de troca protocircnica eacute a
platina O monoacutexido de carbono eacute um dos intermediaacuterios adsorvidos que mais afeta
o desempenho de uma CaC devido a sua forte adsorccedilatildeo sobre a superfiacutecie da
platina bloqueando os siacutetios ativos reacionais A remoccedilatildeo do CO adsorvido ocorre
atraveacutes da reaccedilatildeo superficial com espeacutecies oxigenadas (tipo OHads) formada pela
decomposiccedilatildeo da aacutegua em excesso no meio reacional produzindo CO2 e liberando
o siacutetio ativo do catalisador A formaccedilatildeo das espeacutecies superficiais oxigenadas sobre
platina ocorre em potenciais da ordem de 07 V um valor muito alto para fins
praacuteticos
Por consequecircncia o desenvolvimento de novos catalisadores tolerantes ao
CO e outros adsorbatos isto eacute materiais que possam formar espeacutecies oxigenadas
em potenciais entre 03 e 05 V satildeo de extrema importacircncia A preparaccedilatildeo desses
materiais se faz atraveacutes de ligas binaacuterias ou ternaacuterias de platina com rutecircnio oacutesmio
estanho roacutedio iriacutedio molibdecircnio cobalto [19 20] etc Esses materiais dopantes tecircm
a facilidade de formar OHads em potenciais significativamente mais baixos que a
platina
2122 Membranas polimeacutericas condutoras iocircnicas para ceacutelulas a combustiacutevel
A membrana condutora protocircnica eacute um dos elementos fundamentais da
ceacutelula devendo apresentar algumas caracteriacutesticas como por exemplo estabilidade
mecacircnica e quiacutemica (por longos periacuteodos) em um ambiente extremamente oxidante
alta condutividade e seletividade aos iacuteons Vaacuterias membranas utilizadas sofrem
32
degradaccedilatildeo teacutermica e quiacutemica com o funcionamento da ceacutelula o que limita a
temperatura e o tempo de uso assim como aumenta o custo operacional
O Nafionreg uma das membranas mais utilizadas em PEMFC possui
condutividade de 10-2 Ω-1cm-1 agrave temperatura ambiente Em niacutevel macroscoacutepico
membranas de Nafionreg satildeo convenientes por apresentarem uma durabilidade
satisfatoacuteria e facilidade de processamento Microscopicamente a aacutegua eacute
seletivamente incorporada aos domiacutenios hidrofiacutelicos facilitando a condutividade
protocircnica por solvataccedilatildeo dos fragmentos inchamento dos poros hidrofiacutelicos e
formaccedilatildeo de caminhos contiacutenuos de conduccedilatildeo atraveacutes da membrana [21]
Embora haja desacordo com relaccedilatildeo ao modelo estrutural exato de
membranas de Nafionreg estudos por RMN [22 23] espalhamento de raios-X a baixo
acircngulo [24 25] espectroscopia no infravermelho [26 27] e dinacircmica molecular [28
29] tecircm confirmado a formaccedilatildeo de clusters de aacutegua com domiacutenios hidrofiacutelicos os
quais satildeo fases nanomeacutetricas separadas da cadeia principal hidrofoacutebica
Adicionalmente otimizando a segregaccedilatildeo de fases e fornecendo um canal para a
conduccedilatildeo o comportamento dinacircmico de moleacuteculas de aacutegua estaacute tambeacutem
intimamente relacionado agrave magnitude e mecanismo da conduccedilatildeo protocircnica
permeabilidade dos reagentes e fluxo eletro-osmoacutetico nas membranas [30 31]
Com isto a membrana eacute muito sensiacutevel agrave variaccedilatildeo das condiccedilotildees de umidificaccedilatildeo
A hidrofobicidade e a mobilidade protocircnica a altas temperaturas natildeo satildeo muito altas
devido agrave cadeia principal do Nafionreg ser baseada no poli (tetrafluoroetileno) [32] A
condutividade protocircnica destas membranas decresce para valores menores que 10-6
-1cm-1 enquanto a absorccedilatildeo de aacutegua diminui rapidamente a temperaturas maiores
que 100 oC devido agrave desidrataccedilatildeo
O Nafionreg possui a arquitetura molecular de um copoliacutemero sendo
caracterizado por uma cadeia hidrofoacutebica principal de tetrafluoroetileno e cadeias
laterais curtas igualmente espaccediladas de perfluorovinil eacuteter cada uma terminada
por um grupo sulfocircnico fortemente hidrofiacutelico [33] A estrutura molecular do Nafionreg
117 e um diagrama esquemaacutetico da sua nanoestrutura estatildeo representadas nas
Figuras 2 e 3
33
Figura 2 Estrutura molecular do Nafionreg
Figura 3 Diagrama esquemaacutetico da nanoestrutura do Nafionreg [33]
A resistecircncia mecacircnica das membranas Nafionreg eacute consequecircncia das
interaccedilotildees entre as cadeias perfluoradas Para sua aplicaccedilatildeo como condutor
protocircnico a membrana porosa conteacutem cerca de 20 de H2O formando a camada
de hidrataccedilatildeo ao redor dos grupos aniocircnicos do aacutecido sulfocircnico covalentemente
ligado A condutividade eacute atribuiacuteda agrave mobilidade de proacutetons hidratados (H3O+) como
portadores de carga Para a passagem de carga atraveacutes da membrana uma
microestrutura percolada do tipo esponja fornece os canais de transporte (50 nm
aproximadamente) Cerca de 10 a 20 de intumescimento da membrana ocorre
depois da absorccedilatildeo da aacutegua Deste modo o H3O+ gerado no anodo da CaC se
desloca ateacute o catodo possibilitando a sua reaccedilatildeo com o oxigecircnio
Aleacutem das propriedades mencionadas o desenvolvimento de novas
membranas visa atingir os seguintes objetivos [34]
A operaccedilatildeo de PEMFC em temperatura acima de 120 ordmC pois nessa temperatura
o envenenamento do catalisador por CO eacute reduzido e a cineacutetica de oxidaccedilatildeo eacute
melhorada com significativo aumento da eficiecircncia da ceacutelula
34
Diminuir o risco de acidentes durante a produccedilatildeo jaacute que existem etapas da
produccedilatildeo do Nafionreg de riscos elevados
O preccedilo atual por 1m2 de uma membrana Nafionreg 117 de espessura 0007 in
obtido do cataacutelogo Sigma-Aldrich [35] eacute de aproximadamente R$ 4092162
O alto custo do Nafionreg assim como o seu fraco desempenho a altas
temperaturas gera o interesse no estudo da sua modificaccedilatildeo Dentre as
alternativas uma delas consiste na incorporaccedilatildeo de soacutelidos inorgacircnicos
higroscoacutepicos agrave matriz do Nafionreg visando aumentar sua temperatura de operaccedilatildeo
como proposto em alguns trabalhos [36]
Baglio e colaboradores [37] prepararam com sucesso duas membranas
compoacutesitas incluindo duas zeoacutelitas naturais a chabazita e a clinoptilotita agrave matriz do
Nafionreg Observaram um aumento de condutividade protocircnica e a retenccedilatildeo de aacutegua
no eletroacutelito em temperaturas de operaccedilatildeo da ceacutelula de 150 ordmC Nestes trabalhos os
soacutelidos inorgacircnicos incorporados agrave matriz polimeacuterica possuem tanto conduccedilatildeo
protocircnica quanto propriedades higroscoacutepicas agrave temperatura de operaccedilatildeo [38]
Considerando as desvantagens envolvidas na aplicaccedilatildeo de membranas
perfluoradas haacute tambeacutem vaacuterios estudos de novas membranas protocircnicas as quais
podem ser usadas em substituiccedilatildeo ao Nafionreg em CaC [39] principalmente em
carros eleacutetricos Para aplicaccedilatildeo em CaC compactas e leves deve-se obter uma
membrana com as seguintes caracteriacutesticas
Condutividade protocircnica elevada (da ordem de 10-2 Ω-1cm-1)
Boa estabilidade teacutermica na faixa de temperatura de 50 a 170 ordmC pois acima de
100 ordmC o iacutendice de envenenamento do catalisador por CO eacute diminuiacutedo [40]
Retenccedilatildeo de aacutegua suficiente acima de 100 ordmC
Baixa permeabilidade a H2 e O2
Estabilidade ao ataque de radicais
Baixo custo
Durabilidade por pelo menos 10 anos
Dentre os poliacutemeros mais utilizados estatildeo os polieletroacutelitos parcialmente
fluorados membranas de polieletroacutelitos graftizados polieletroacutelitos natildeo fluorados
com cadeias polimeacutericas aromaacuteticas parcialmente sulfonadas polieletroacutelitos com
35
ligaccedilotildees cruzadas iocircnicas [41] complexos polimeacutericos com aacutecidos inorgacircnicos
nanocompoacutesitos orgacircnicos inorgacircnicos e compostos polimeacutericos com
heteropoliaacutecidos (HPA) [42] De todos os sistemas polimeacutericos que empregam a
aacutegua como carreador de proacutetons a maioria utiliza como fonte de proacutetons o grupo
sulfocircnico Poucos estudos satildeo encontrados com sistemas baseados no aacutecido vinil
fosfocircnico [43]
Os complexos polimeacutericos com aacutecidos inorgacircnicos utilizam aacutecidos fortes como
o fosfoacuterico e o sulfuacuterico como fontes de proacuteton e os poliacutemeros descritos na literatura
satildeo o polibenzimidazol (PBI) poli(oacutexido de etileno) (PEO) [44 45 46] poliacrilamida
(PAM) [47] poli(aacutelcool viniacutelico) (PVA) [48] dentre outros poliacutemeros [49 47 50 51]
Mais recentemente tem sido dada atenccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo de complexos tribloco e
blendas ternaacuterias Em trabalho de 2004 Savadogo [52] apresenta os vaacuterios
aspectos do estudo de membranas trocadoras de proacutetons para aplicaccedilotildees em
PEMFC e outros processos
Ecircnfase jaacute era dada ao desenvolvimento de membranas para operaccedilatildeo a
temperaturas acima de 100oC Vaacuterias abordagens para tanto tecircm sido descritas
como a funcionalizaccedilatildeo de poliacutemeros aromaacuteticos de alta estabilidade com grupos
sulfocircnicos a incorporaccedilatildeo de soacutelidos inorgacircnicos nas membranas e a complexaccedilatildeo
de condutores protocircnicos com baixa pressatildeo de vapor como o aacutecido fosfocircnico ou
imidazola com diferentes matrizes polimeacutericas [53 54]
Visando evitar o problema de diminuiccedilatildeo da condutividade ocasionado pela
desidrataccedilatildeo a altas temperaturas estudam-se sistemas cuja condutividade seja
regida pelo mecanismo de Grotthus o qual se daacute com pouca aacutegua no sistema
Dentre os sistemas que apresentam a proposta de eliminar a aacutegua o mais estudado
eacute o polibenzimidazol como anteriormente mencionado Poucos trabalhos na
literatura utilizam poliacutemeros nitriacutelicos Um dos mais recentes eacute o de Martinelli e
colaboradores [55] que utilizaram o sistema poli(fluoreto de vinilideno)
poliacrilonitrilaAl2O3 dopado com H2SO4 Os autores observaram que a
poliacrilonitrila e o Al2O3 aumentaram a hidrofilicidade da matriz polimeacuterica e a
absorccedilatildeo de aacutecido assim como melhoraram as propriedades morfoloacutegicas da matriz
Poucos trabalhos envolvendo grupos nitriacutelicos foram encontrados para
sistemas umidificados como o de Schmeisser e colaboradores [56] Nesse trabalho
foi realizada a sulfonaccedilatildeo do poli(eacuteter eacuteter cetona) PEEK e posterior mistura de
poliacutemeros incluindo a poliacrilonitrila de modo a introduzir siacutetios baacutesicos para
36
coordenaccedilatildeo de proacutetons Satildeo encontrados ainda poucos trabalhos utilizando
poliacrilonitrila em blendas para eletroacutelitos soacutelidos de conduccedilatildeo de Li+ como os
trabalhos de Panero e colaboradores [57] e Rajendran e colaboradores [58]
213 Redes de Poliacutemeros Interpenetrantes (IPN)
De acordo com a definiccedilatildeo IUPAC uma rede de poliacutemero interpenetrante
(IPN interpenetrating polymer networks) eacute ldquoUm poliacutemero composto por dois ou mais
retiacuteculos os quais satildeo no miacutenimo parcialmente intercalados em uma escala
molecular mas natildeo covalentemente ligados um ao outro e natildeo podem ser
separados a menos que ligaccedilotildees quiacutemicas sejam quebradas Uma mistura de dois
ou mais retiacuteculos preacute-formados natildeo eacute uma IPNrdquo [59]
Redes de poliacutemeros interpenetrantes foram primeiramente propostas por R
Millar dos Estados Unidos em 1960 [60] Entretanto a primeira monografia dedicada
a IPNs ldquoInterpenetrating Polymer Networks and Related Materialsrdquo foi publicada em
1979 em Russo Ela foi escrita por YS Lipatov e LM Sergeeva e dois anos depois
foi publicada por Plenum Press [61] Segundo YS Lipatov e TT Alekseeva [62] Dr
Jonas W Aylsworth provavelmente foi o primeiro em 1914 que desenvolveu uma
IPN sendo que apenas muito tempo depois Millar (1960) propocircs uma definiccedilatildeo e
supocircs que dois retiacuteculos fossem interpenetrantes
O desenvolvimento de IPNs foi uma das aacutereas do campo das misturas
polimeacutericas que mais cresceu nas uacuteltimas trecircs deacutecadas Haacute vaacuterias aplicaccedilotildees e uma
variedade de tecnologias para IPNs onde blendas natildeo satildeo possiacuteveis de serem
empregadas IPNs satildeo como jaacute definidos uma combinaccedilatildeo de dois ou mais
retiacuteculos polimeacutericos onde no miacutenimo um deles eacute preparado ou reticulado na
presenccedila do outro sendo que os sistemas multicomponentes obtidos dispotildeem de
uma ampla faixa de propriedades A natureza fiacutesica dos constituintes do retiacuteculo
suas proporccedilotildees relativas nas misturas controlam o desempenho das IPNs
resultantes [63 64 65]
Eacute importante enfatizar que blendas e Poliacutemeros de Retiacuteculos Interpenetrantes
satildeo diferentes de copoliacutemeros mas da mesma forma que estes satildeo usados para
empregar sinergicamente propriedades de poliacutemeros diferentes [66] As
propriedades individuais dos poliacutemeros tais como resistecircncia agrave tensatildeo ao impacto
37
e resistecircncia quiacutemica a processabilidade e a flexibilidade podem ser modificadas
conforme a necessidade As propriedades fiacutesicas de uma IPN dependem das
propriedades dos poliacutemeros originais e da forma como eles satildeo combinados
Na Figura 4 satildeo mostrando os modelos de estrutura de IPNs e materiais
polimeacutericos relacionados onde as linhas soacutelidas e pontilhadas indicam o poliacutemero 1
e o poliacutemero 2 respectivamente Os pontos indicam ligaccedilotildees cruzadas
Figura 4 Seis combinaccedilotildees de dois poliacutemeros representadas por linhas soacutelidas e tracejadas
respectivamente Os pontos representam ligaccedilotildees covalentes (a) uma blenda polimeacuterica (b) um
copoliacutemero graftizado (c) um copoliacutemero em bloco (d) um copoliacutemero AB com ligaccedilotildees cruzadas (e)
um poliacutemero de rede interpenetrante de dois poliacutemeros com ligaccedilotildees cruzadas (f) um poliacutemero de
retiacuteculo semi-interpenetrante [67]
Na Figura 4 a estrutura (a) indica uma blenda polimeacuterica onde os dois
poliacutemeros satildeo misturados mas natildeo satildeo ligados quimicamente em nenhum ponto A
estrutura (b) indica um copoliacutemero graftizado onde o poliacutemero 2 eacute ligado ao longo
da lateral da cadeia do poliacutemero 1 A estrutura (c) indica um copoliacutemero em bloco
onde os poliacutemeros 1 e 2 satildeo ligados calda a calda Essas trecircs estruturas satildeo todas
termoplaacutesticas desde que natildeo havendo ligaccedilotildees cruzadas elas fluem se aquecidas
acima da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea eou temperaturas de fusatildeo A estrutura
(d) ilustra um copoliacutemero em ligaccedilatildeo cruzada AB Nesse caso poliacutemeros 1 e 2 satildeo
ligados um ao outro A estrutura (e) indica uma IPN algumas vezes chamada uma
IPN plena onde ambos os poliacutemeros possuem ligaccedilotildees cruzadas A estrutura (f)
ilustra uma SIPN onde um poliacutemero mas natildeo ambos possuem ligaccedilotildees cruzadas
38
Essas trecircs uacuteltimas estruturas satildeo termofixas porque no miacutenimo o retiacuteculo de um
poliacutemero se estende por todo o material resultando na falta de fluidez no
aquecimento
A definiccedilatildeo IUPAC de (SIPN semi interpenetrating polymer networks) Semi-
IPN eacute ldquoUm poliacutemero compreendendo um ou mais retiacuteculos e um ou mais poliacutemeros
lineares ou ramificados caracterizados pela penetraccedilatildeo em escala molecular de pelo
menos um dos retiacuteculos por pelo menos uma das macromoleacuteculas lineares ou
ramificadasrdquo [59]
2131 Siacutentese de IPN e SIPN
IPN podem ser obtidas por duas formas diferentes (i) Reticulaccedilatildeo simultacircnea
(SIN) ou (ii) Reticulaccedilatildeo sequencial (sIPN) de dois diferentes sistemas polimeacutericos
[68 69 70 71]
Um IPN do tipo SIN eacute produzido reagindo uma mistura de monocircmeros
reagentes de reticulaccedilatildeo e catalisador para os dois sistemas reagentes Um IPN
sequencial eacute produzido por uma mistura reagente de um poliacutemero a ser reticulado e
os reagentes do outro sistema reticulante Semi-IPN e Pseudo-IPN refere-se agrave
siacutentese sequencial e simultacircnea respectivamente de retiacuteculos polimeacutericos
interpenetrantes nos quais um dos poliacutemeros natildeo eacute reticulado
Na Figura 5 satildeo mostradas as duas metodologias baacutesicas de siacutentese de uma
IPN Nessa figura as caixas representam monocircmeros os subscritos nas caixas
indicam se seraacute sintetizado o poliacutemero 1 (P1) ou o poliacutemero 2 (P2) As linhas
indicam os poliacutemeros e os pontos indicam ligaccedilotildees cruzadas
39
Figura 5 Duas metodologias de siacutentese baacutesicas para a obtenccedilatildeo de IPN (a) IPN Sequenciais e (b)
IPN Simultacircneas (SIN)
Definiccedilotildees de IPN
As diferenccedilas nos meacutetodos de siacutentese na morfologia e na termodinacircmica etc
devem ser usadas como base para classificaccedilatildeo de IPN
Segundo Sperling [72 66] IPNs produzidas por diferentes meacutetodos devem ser
diferenciadas da seguinte forma
(i) IPN Sequencial onde o retiacuteculo do poliacutemero I eacute preparado primeiramente O
retiacuteculo I eacute inchado com o monocircmero II e o agente reticulante para sua posterior
polimerizaccedilatildeo in situ Dessa forma na siacutentese sequencial a siacutentese de um
retiacuteculo segue a siacutentese do outro
(ii) IPN Simultacircnea onde os monocircmeros e os agentes reticulantes para a siacutentese
de ambos os retiacuteculos satildeo misturados As reaccedilotildees satildeo realizadas
simultaneamente Eacute importante que a reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo proceda atraveacutes de
diferentes mecanismos para evitar interaccedilatildeo quiacutemica entre macromoleacuteculas dos
dois retiacuteculos
40
Normalmente os mecanismos de reaccedilatildeo empregados satildeo o poliadiccedilatildeo e
polimerizaccedilatildeo radicalar sendo muito rara a utilizaccedilatildeo da polimerizaccedilatildeo aniocircnica [73]
Nos mecanismos (i) e (ii) a transferecircncia de cadeia via polimerizaccedilatildeo deve
tomar lugar e IPN graftizadas devem ser formadas [74] Outros tipos de IPN
considerados por Sperling satildeo (i) IPN gradientes (ii) IPN laacutetex e (iii) IPN
termoplaacutesticas e (iv) SIPN
(i) IPN Gradiente eacute caracterizada pela existecircncia de um gradiente em escala
macroscoacutepica de composiccedilatildeo eou densidade de ligaccedilotildees cruzadas o qual eacute o
resultado de um inchamento fora do equiliacutebrio do retiacuteculo preparado
previamente sendo este um caso especial de IPN sequencial Estas estruturas
satildeo formadas pelo inchamento do primeiro retiacuteculo polimeacuterico pelo segundo
monocircmero da mistura seguido por raacutepida polimerizaccedilatildeo antes que o equiliacutebrio
difusional tome lugar
(ii) IPN Latex eacute formada a partir da mistura de dois retiacuteculos frequentemente
exibindo uma estrutura nuacutecleo (core) e uma casca (Shell) A reticulaccedilatildeo ocorre
em niacutevel de duas partiacuteculas de laacutetex Os poliacutemeros satildeo feitos via polimerizaccedilatildeo
por emulsatildeo cada partiacutecula constituindo uma micro-IPN Frequentemente um
monocircmero e um agente reticulante formam um poliacutemero seguido pela adiccedilatildeo de
um segundo monocircmero e agente reticulante o qual eacute tambeacutem polimerizado
Dependendo da velocidade de adiccedilatildeo relativa do monocircmero para a de
polimerizaccedilatildeo vaacuterios graus de interpenetraccedilatildeo eou de morfologias caroccedilocasca
podem ser obtidas
(iii) IPN termoplaacutesticas satildeo materiais que utilizam mais ldquoligaccedilotildees cruzadasrdquo fiacutesicas
do que quiacutemicas Dessa forma esses materiais podem ser sintetizados com
propriedades de fluidez a altas temperaturas Dessa forma podem ser
considerados hiacutebridos entre blendas polimeacutericas e IPN Tais ligaccedilotildees cruzadas
devem envolver copoliacutemeros em bloco ionocircmeros eou semicristalinidade
(iv) SIPN satildeo compostas de um poliacutemero com ligaccedilotildees cruzadas e um poliacutemero
linear Se a siacutentese eacute sequencial a terminologia IPN semi-I e IPN semi-II refere-
se a ter o primeiro ou o segundo poliacutemero com ligaccedilotildees cruzadas
respectivamente
41
Do ponto de vista morfoloacutegico todos os IPN devem ser convenientemente divididos
em (i) ideal (ii) parcialmente interpenetrantes e (iii) fase-separados
(i) Ideal Um sistema ideal eacute um sistema com mistura dos constituintes do retiacuteculo
em um niacutevel molecular Praticamente eacute impossiacutevel obter tal retiacuteculo devido agrave
incompatibilidade termodinacircmica dos constituintes
(ii) IPN Parcial eacute resultado de uma mistura incompleta de componentes entretanto
eles satildeo caracterizados por um maacuteximo maior de relaxaccedilatildeo frequentemente
considerado como um sinal de compatibilidade
(iii) Fase-separada satildeo baseadas em poliacutemeros incompatiacuteveis sendo as mais
comuns e mais estudadas Entretanto devido a razotildees termodinacircmicas tais
IPN devem ter propriedades muito diferentes e em funccedilatildeo disso a sua
classificaccedilatildeo eacute muito vaga
2132 Aplicaccedilotildees de IPN como membranas condutoras protocircnicas
Vaacuterios artigos de revisatildeo foram publicados envolvendo membranas natildeo
fluoradas [75 76] membranas para DMFC [77] ionocircmeros [71 78 79 80 81] e
outros aspectos de membranas polimeacutericas [75 76 82] Entretanto nenhum foi
encontrado relatando o emprego de IPN Em 2011 Chikh e colaboradores
publicaram um trabalho onde eacute feita uma revisatildeo da aplicaccedilatildeo de SIPN como
membranas polimeacutericas [83] Segundo esses autores a maior dificuldade eacute localizar
membranas baseadas em SIPN e por outro lado descartar as que satildeo assim
denominadas poreacutem de acordo com os passos da metodologia de siacutentese descrita
na verdade natildeo o satildeo
No presente trabalho jaacute foi mencionada a definiccedilatildeo IUPAC de uma IPN
SIPN diferem de IPN no sentido de serem compostas por um poliacutemero linear
aprisionado com o retiacuteculo de um outro poliacutemero A definiccedilatildeo IUPAC eacute ldquoUm poliacutemero
compreendendo um ou mais retiacuteculos e um ou mais poliacutemeros lineares ou
ramificados caracterizados pela penetraccedilatildeo em escala molecular de pelo menos um
dos retiacuteculos por pelo menos uma das macromoleacuteculas lineares ou ramificadasrdquo
Poder-se-ia acrescentar a essa definiccedilatildeo o seguinte ldquoRetiacuteculos polimeacutericos
de uma SIPN podem ser distinguidos do retiacuteculo de uma IPN porque o seu
42
constituinte polimeacuterico linear ou ramificado pode em princiacutepio ser separado do
retiacuteculo polimeacuterico constituinte sem quebrar ligaccedilotildees quiacutemicasrdquo O poliacutemero linear
pode normalmente ser extraiacutedo com solvente apropriado [79]
SIPN tecircm mostrado um excelente potencial de desenvolvimento aleacutem de
suas caracteriacutesticas fundamentais de siacutentese e paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos que
governam sua morfologia Eles satildeo dotados de estabilidade dimensional de longo
termo mas tambeacutem exibem propriedades natildeo usuais de resistecircncia ao
envelhecimento quiacutemico ou fiacutesico
Um nuacutemero pequeno de estudos foram dedicados agrave aplicaccedilatildeo de SIPN como
membranas para ceacutelulas a combustiacutevel A maioria deles dedicada a DMFC e
poucos deles satildeo baseados em membranas para PEMFC Entretanto nos uacuteltimos
sete anos um nuacutemero maior de trabalhos dedicados a essas aplicaccedilotildees tem sido
realizado Na Figura 6 mostra-se o resultado de uma busca por nuacutemero de
publicaccedilotildeespatentes contendo simultaneamente os termos ldquoIPNrdquo e ldquoceacutelula a
combustiacutevelrdquo em funccedilatildeo do ano de publicaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 6 Nuacutemero de publicaccedilotildees envolvendo em (a) SIPN e (b) IPNs em funccedilatildeo do ano de publicaccedilatildeo [84]
O nuacutemero de publicaccedilotildees reportadas encontra-se igualmente dividido entre
patentes e artigos
O interesse nas SIPN como membranas para ceacutelulas a combustiacutevel
permanece nas propriedades intriacutensecas desses materiais Suas ligaccedilotildees cruzadas
43
satildeo tidas como sendo potencialmente uacuteteis para contornar inconvenientes surgidos
em matrizes polimeacutericas com poliacutemeros lineares
Ligaccedilotildees cruzadas que tornam qualquer poliacutemero insoluacutevel em todos os solventes
dificultando a fuga dos poliacutemeros para fora da membrana durante a operaccedilatildeo da
ceacutelula
Ligaccedilotildees cruzadas decrescendo a habilidade de intumescimento da membrana a
qual em seu turno reduz a extensatildeo de sua degradaccedilatildeo fiacutesica durante os ciclos de
intumescimento e processo contraacuterio na ceacutelula em funcionamento
Materiais reticulados natildeo fluem o que auxilia na otimizaccedilatildeo de seu desempenho
mesmo em trabalhos estaacuteticos
Certa similaridade entre essas estruturas polimeacutericas pode advir da
comparaccedilatildeo da morfologia do Nafionreg declarada pelos seus fabricantes na qual
esta tem sido identificada como uma estrutura composta por fases separadas de
uma matriz hidrofoacutebica e clusters iocircnicos hidrofiacutelicos interconectados chamados
canais iocircnicos [85 86] A condutividade ocorre atraveacutes dos canais iocircnicos formados
pela separaccedilatildeo das micros - e nanofases entre os siacutetios hidrofiacutelicos trocadores de
proacutetons e os domiacutenios hidrofoacutebicos [87 88] Vaacuterias SIPN de natureza quiacutemica e
faixa de composiccedilotildees variaacuteveis mostram uma morfologia de fase co-contiacutenua
Inuacutemeros trabalhos incluindo anaacutelise morfoloacutegica por microscopias eletrocircnicas
reportam estruturas similares em termos de morfologia co-contiacutenua e faixa de
domiacutenio de fase tanto para o Nafionreg quanto para a IPN
Foi mencionado anteriormente que em uma arquitetura SIPN um dos
poliacutemeros eacute linear Essa associaccedilatildeo do tipo poliacutemero linearpoliacutemero reticulado tem
vaacuterias vantagens sobre os IPN Primeiramente em um sistema SIPN natildeo eacute
necessaacuterio que um poliacutemero linear seja funcionalizado portanto a disponibilidade de
escolha dos materiais iniciais eacute grande Em segundo lugar somente uma reaccedilatildeo
quiacutemica (a ligaccedilatildeo cruzada do segundo poliacutemero) tem que ser realizada de modo a
obter-se o material final Este uacuteltimo fato reduz consideravelmente a ocorrecircncia de
reaccedilotildees secundaacuterias indesejadas entre os dois componentes reaccedilotildees secundaacuterias
como copolimerizaccedilatildeo e graftizaccedilatildeo Entretanto a arquitetura da SIPN tambeacutem tem
alguns inconvenientes por definiccedilatildeo um poliacutemero linear pode ser extraiacutedo de um
material sob condiccedilotildees que tem que ser determinadas e evitadas Entretanto a
44
extensatildeo do domiacutenio de fase rico no poliacutemero eacute micromeacutetrico o que leva a um grau
de separaccedilatildeo de fase que pode se prejudicial ao comportamento da condutividade
Sistemas SIPN podem ser elaborados para a aplicaccedilatildeo contendo um
polieletroacutelito que natildeo necessariamente precisa ser o par reticulado Polieletroacutelitos
contendo grupos de aacutecido sulfocircnico satildeo particularmente interessantes em funccedilatildeo de
sua alta condutividade protocircnica em solventes aquosos ou em aacutegua a qual resulta
de constantes de dissociaccedilatildeo do grupo aacutecido sulfocircnico [89]
Siacutentese condutividade e permeabilidade a metanol
As SIPN satildeo classificadas de acordo com a natureza quiacutemica do composto
polieletroacutelito (reticulado ou natildeo) incorporado na membrana Reaccedilotildees que levam agrave
polimerizaccedilatildeo ou formaccedilatildeo de ligaccedilotildees cruzadas satildeo geralmente alcanccediladas via
mecanismos envolvendo radicais livres e iniciadas por processos teacutermicos
fotoquiacutemicos Essas reaccedilotildees satildeo desenvolvidas na presenccedila do segundo
componente polimeacuterico o qual foi previamente impregnado ou solubilizado em uma
reaccedilatildeo precursora
SIPN baseadas no Nafionreg
Uma das maiores limitaccedilotildees da aplicaccedilatildeo das membranas Nafionreg em DMFC
eacute o crossover de metanol o qual eacute altamente danoso para o desempenho da CaC
Cerca de 40 do metanol pode ser perdido atraveacutes da membrana devido agrave sua
capacidade excessiva de intumescimento com esse solvente [90] Para minimizar
este problema membranas de Nafionreg tecircm sido modificadas empregando diferentes
estrateacutegias e em particular combinando-as com um poliacutemero reticulado
sintetizando-se SIPN nas quais Nafionreg eacute retido Dessa forma o Nafionreg tem sido
associado com diferentes retiacuteculos hidrofiacutelicos e hidrofoacutebicos iniciados
fotoquimicamente ou termicamente por passo sinteacutetico in situ ou impregnaccedilatildeo Um
bom artigo de revisatildeo relatando essas siacutenteses eacute o de Chikh e colaboradores [83]
Um desses sistemas SIPN que apresentou excelentes caracteriacutesticas foi o
Nafionregpoli(2-acrilamida-2-metil-1-propano aacutecido sulfocircnico-co-metacrilato de etila)
45
(AMPS-co-EMA) obtido pela impregnaccedilatildeo da membrana comercial com soluccedilotildees de
AMPS EMA e um agente reticulante [91] Uma das composiccedilotildees de SIPN resultou
em uma membrana com condutividade da mesma ordem de grandeza que o
Nafionreg (18times10-2Scm) poreacutem com um terccedilo de intumescimento em metanol da
membrana Nafionreg padratildeo
A associaccedilatildeo de Nafionreg com um retiacuteculo hidrofoacutebico tem sido realizada por
siacutentese in situ durante a qual ocorre separaccedilatildeo de fases Pan e colaboradores
prepararam uma SIPN combinando o Nafionreg com uma poliimida fluorada e
reticulada sem observar separaccedilatildeo de fases [92] Entretanto a condutividade
protocircnica da SIPN foi mais baixa que a do Nafionreg 112 e a condutividade (91times10minus2
Scm) decrescem com o aumento da poli-imida fluorada e decresce como a
temperatura
Recentemente uma SIPN com Nafionreg e polivinilpirrolidona foi obtida
Interaccedilotildees aacutecido-base entre os grupos amino do reticulo do PVP e os grupos
sulfocircnicos do Nafionreg formam um retiacuteculo ionocircmero ionicamente reticulado o qual
decresce a permeabilidade do metanol e promove a transferecircncia de proacuteton A
permeabilidade a metanol foi reduzida a 53 e a condutividade aumentada de cerca
de 38 em comparaccedilatildeo ao Nafionreg [93]
Do trabalho de revisatildeo de Chikh e colaboradores [83] pode-se concluir que a
condutividade das SIPN baseadas no Nafionreg eacute geralmente diminuiacuteda em
comparaccedilatildeo ao Nafionreg em funccedilatildeo da alteraccedilatildeo da nanoestrutura em canais
Quanto agrave permeabilidade a metanol dessas membranas ela eacute comparaacutevel ou menor
do que a observada para o Nafionreg Os resultados relatados mostram que o
aprisionamento do Nafionreg em uma arquitetura polimeacuterica do tipo SIPN natildeo melhora
as propriedades desejadas de forma significativa A combinaccedilatildeo deste com um par
em um retiacuteculo leva a um aumento (retiacuteculo polieletroacutelito) ou a um decreacutescimo
(retiacuteculo hidrofoacutebico) da Capacidade de Troca Iocircnica (CTI) do material resultante
comparado ao Nafionreg
46
Outros sistemas
O poliestireno sulfocircnico tem sido usado linear ou com ligaccedilotildees cruzadas como
um polieletroacutelito em arquiteturas SIPN com poliacutemeros hidrofoacutebicos Em funccedilatildeo do
segundo poliacutemero e das composiccedilotildees foram encontradas membranas flexiacuteveis e
mostradas condutividades na faixa de 5 a 810-2 -1cm-1 a 23 oC [17]
A poli(2-acrilamida-2-metil-1-propanosulfocircnico) (PAMPS) apresenta alta
condutividade protocircnica devido agrave presenccedila de grupos aacutecido sulfocircnico com maior
condutividade do que o Nafionreg uma vez que funciona melhor a niacuteveis mais baixos
de hidrataccedilatildeo [94] o que a torna atraente para ser empregada e estudada em
arquiteturas polimeacutericas do tipo IPN Outra classe de poliacutemero empregado em uma
seacuterie de SIPN eacute baseada na poliimida sulfonada [95] A condutividade protocircnica
permanece entre 0021 e 0031 -1cm-1 quando a poliimida sulfonada aumenta para
cerca de 40 a 80 em massa Poliimidas sulfonadas tecircm sido obtidas com
retiacuteculos epoacutexi atraveacutes de siacutenteses in situ de SIPN [96] O valor de CTI para um
desses sistemas aumentou de 082 a 115 mequivg quando a proporccedilatildeo do retiacuteculo
epoacutexi foi aumentada de 20 a 50 em massa A condutividade permaneceu da
ordem de 94 m-1cm-1 a 25 ordmC menor que a do Nafionreg
214 Resinas Epoxiacutedicas
Resinas epoxiacutedicas satildeo definidas como macromoleacuteculas obtidas a partir de
monocircmeros que conteacutem pelo menos dois aneacuteis epoxiacutedicos [97] (Figura 7)
Figura 7 Estrutura molecular de um anel epoxiacutedico
Um dos monocircmeros epoacutexi mais utilizado eacute derivado da reaccedilatildeo de bis (4 -
fenileno hidroxi) - 22 propano (chamado de bisfenol A) e 1-2 cloropreno ndash oacutexido
47
(chamado de epicloridrina) na presenccedila de hidroacutexido de soacutedio A estrutura
originada eacute o produto diglicidil eacuteter de bisfenol A (DGEBA) poreacutem esta reaccedilatildeo eacute
dependente da estequiometria dos reagentes podendo resultar em outros
monocircmeros como eacute mostrado na Figura 8
(a) (b)
(c) (d)
Figura 8 Estruturas dos monocircmeros epoacutexi mais utilizados (a) diglicidil eacuteter de bisfenol A (DGEBA)
(b) NNNN - tetraglicidil 44- methileno dianilina (TGMDA) (c) 34-epoxicicloexano metil-34-
epoxicicloexano (d) p-glicidil oxiestireno (GOS) e glicidil metacrilato (GMA)
Grupos de aneacuteis epoacutexi ou oxirano podem ser gerados atraveacutes de uma reaccedilatildeo
pela peroxidaccedilatildeo das ligaccedilotildees duplas entre carbono-carbono
As reaccedilotildees dos monocircmeros epoacutexi ocorrem atraveacutes de ligaccedilotildees lineares ou
reticuladas (cruzadas) atraveacutes da reaccedilatildeo em presenccedila de agentes de cura que satildeo
co-monocircmeros chamados de endurecedores eou iniciadores
A polimerizaccedilatildeo de resinas epoacutexi pode ser produzida atraveacutes de reaccedilotildees
como fases (passos) ou em cadeia ou eventualmente por uma combinaccedilatildeo de
ambos os mecanismos
A etapa de inicio de polimerizaccedilatildeo se daacute via o procedimento ldquopasso a passordquo
atraveacutes de uma sucessatildeo de reaccedilotildees elementares entre os siacutetios ativos Cada
etapa ocorre de maneira independente causando o desaparecimento dos dois ou
mais siacutetios ativos que a resina epoacutexi possui criando novas ligaccedilotildees covalentes
48
entres os pares de grupos funcionais O nuacutemero de siacutetios reativos por monocircmero eacute
chamado de funcionalidade onde a razatildeo molar entre os siacutetios reativos satildeo os
principais paracircmetros para o controle da estrutura polimeacuterica
Para a obtenccedilatildeo de poliacutemeros lineares os endurecedores devem ser
bifuncionais endurecedores monofuncionais interrompem o crescimento da cadeia
polimeacuterica A condiccedilatildeo para a obtenccedilatildeo para ligaccedilotildees cruzadas eacute no miacutenimo que
um monocircmero tenha a funcionalidade maior que dois A massa molar do produto
cresce gradualmente e a polidispersatildeo tende a dois para poliacutemeros lineares para
poliacutemeros de alta densidade de ligaccedilotildees cruzadas a meacutedia da massa molar tende ao
infinito ateacute o ponto de conversatildeo criacutetica (gelificaccedilatildeo)
O crescimento da cadeia na polimerizaccedilatildeo eacute caracterizada pela presenccedila da
iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo transferecircncia da cadeia e as etapas de terminaccedilatildeo No caso
de resinas epoacutexi a etapa de iniciaccedilatildeo produz um iacuteon (tanto acircnion ou caacutetion) que eacute
chamado o centro ativo da polimerizaccedilatildeo O iacuteon pode ser gerado pela reaccedilatildeo
quiacutemica ou por uma quantidade adequada de uma fonte de irradiaccedilatildeo Uma vez que
os siacutetios ativos foram gerados eles produzem as primeiras cadeias atraveacutes da
consecutiva adiccedilatildeo dos monocircmeros pela etapa de propagaccedilatildeo da reaccedilatildeo Como os
siacutetios ativos estatildeo sempre presentes no final das cadeias primaacuterias a reaccedilatildeo de
propagaccedilatildeo continua ateacute ser interrompida pela etapa de terminaccedilatildeo
Os principais paracircmetros para controlar a estrutura polimeacuterica eacute a
funcionalidade dos monocircmeros a razatildeo molar entre o iniciador (endurecedor) e
monocircmero a concentraccedilatildeo das espeacutecies que satildeo envolvidas nas etapas de
transferecircncia de cadeia e a temperatura (ciclo teacutermico) que afeta a razatildeo relativa
nas diferentes etapas
Figura 9 Estrutura do Diglicidil de bisfenol A (DGEBA)
49
2141 Agentes de cura para resinas epoxiacutedicas
Para obter-se alta densidade de ligaccedilotildees cruzadas entre resinas epoacutexi e
agentes de cura eacute importante controlar a razatildeo estequiomeacutetrica entre o monocircmero
de epoacutexi o agente de cura Essa razatildeo tem efeito significativo na estrutura e
desempenho da matriz polimeacuterica obtida
Teoricamente a ligaccedilatildeo cruzada formando uma estrutura termorriacutegida eacute obtida
quando as quantidades satildeo equimolares entre monocircmero e o agente de cura Em
aplicaccedilotildees praacuteticas as formulaccedilotildees de resinas epoacutexi satildeo otimizadas quando a
estequiometria de cura eacute completa Isto ocorre quando a cura procede em resinas
epoacutexi de alta massa molecular originando grupos hidroxila
Quando aminas primaacuterias e secundaacuterias satildeo utilizadas como agente de cura
normalmente eacute utilizada razatildeo estequiomeacutetrica equimolar Aminas terciaacuterias
funcionam como catalisadores produzindo aacutelcoois secundaacuterios poreacutem
experimentalmente eacute observado em menor concentraccedilatildeo do que teoricamente
Contudo eacute utilizado menos amina em relaccedilatildeo ao monocircmero epoacutexi e a reaccedilatildeo de
cura natildeo ocorre completamente somente com aplicaccedilatildeo de calor que a cura termina
(poacutes-cura)
A utilizaccedilatildeo de agente de cura em excesso resulta em aminas que reagem
fazendo com que as ligaccedilotildees cruzadas diminuam causando um aumento de
elasticidade da cadeia polimeacuterica resultante e diminuindo sua estabilidade a ataques
quiacutemicos Nas formulaccedilotildees contendo agentes de cura do tipo anidrido as razotildees
natildeo satildeo equimolares sendo normalmente utilizadas as razotildees 050 a 085 de
anidrido resina epoacutexi
As resinas epoxiacutedicas podem ser curadas com diferentes agentes de cura
inclusive com aacutecidos de Lewis conforme as necessidades de cura e produto final
Os principais compostos usados pela induacutestria satildeo
a) aminas alifaacuteticas
b) aminas ciclo alifaacuteticas
c) aminas aromaacuteticas entre outras
A cura de resinas epoxiacutedicas com aminas alifaacuteticas eacute muito mais raacutepida
quando comparada com aminas aromaacuteticas A diferenccedila na velocidade de reaccedilatildeo eacute
dada pela reatividade que pode ser relacionada ao efeito de impedimento esteacuterico
[98]
50
Algumas estruturas de aminas usadas como agente de cura comercial de
resinas epoxiacutedicas satildeo mostradas na Figura 10
a) Aminas alifaacuteticas
b) Aminas Ciacuteclo Alifaacuteticas
c) Aminas Aromaacuteticas
Figura 10 Aminas utilizadas como agentes de cura comercial [99] a) Aminas alifaacuteticas b) Estruturas
das aminas ciclo alifaacuteticas e em c) Estrutura das aminas aromaacuteticas
51
215 Agente de Cura - Diaminodifenilsulfona (DDS)
A amina aromaacutetica DDS cuja foacutermula estrutural eacute mostrada na Figura 11 eacute
usada como agente de cura pois o sistema epoxiacutedico curado apresenta uma boa
estabilidade quiacutemica eleacutetrica excelente resistecircncia agrave hidroacutelise e boa estabilidade
teacutermica Tais propriedades satildeo desejaacuteveis em um sistema de membrana condutora
protocircnica
Figura 11 Foacutermula estrutural DDS
216 Polietilenoimina (PEI)
Na SIPN empregada na reaccedilatildeo de sulfonaccedilatildeo objeto deste estudo o
termoplaacutestico PEI (polietilenoimina) cuja formula estrutural eacute mostrada na Figura 12
eacute empregado como poliacutemero natildeo reticulado na SIPN do presente trabalho
Figura 12 Foacutermula Estrutural da PEI
A PEI eacute frequentemente utilizada como esqueleto de moleacuteculas funcionais
devido a sua estrutura ramificada alta solubilidade em aacutegua e faacutecil modificaccedilatildeo de
seus grupos amino por meio de reaccedilotildees de alquilaccedilatildeo acilaccedilatildeo ou formaccedilatildeo de
grupos imino [100]
N
NH
NN
HN
NH2 NH
NH2
NH2N NH2
52
217 Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS)
Dentre as anaacutelises de membranas polimeacutericas protocircnicas a condutividade eacute
uma das mais importantes sendo o resultado dessa anaacutelise decisivo na
possibilidade de aplicaccedilatildeo comercial das mesmas A condutividade eacute obtida
normalmente atraveacutes do Espectro de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS)
A Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica eacute uma teacutecnica de anaacutelise
eletroquiacutemica a qual dentre outras aplicaccedilotildees permite a determinaccedilatildeo da
condutividade iocircnica de membranas condutoras protocircnicas De forma geral a EIS
fornece um grande conjunto de informaccedilotildees sobre o sistema em estudo Podem ser
analisados sistemas como eletrodos modificados com filmes polimeacutericos
eletroativos soluccedilotildees contendo liacutequidos imisciacuteveis eletrodos iacuteon-seletivos eletrodos
modificados com filmes finos de oacutexidos inorgacircnicos etc A teacutecnica proporciona
ainda o estudo das constantes de tempo associadas aos processos eletroquiacutemicos
que ocorrem nas interfaces de um eletrodo
O princiacutepio da teacutecnica consiste em aplicar uma perturbaccedilatildeo senoidal de
tensatildeo ao sistema de pequena amplitude e de frequecircncia variaacutevel gerando assim
uma corrente provocada por um potencial )sin( tE que de acordo com a Lei de
Ohm origina a impedacircncia RtEZ )]sin([ [101]
A espectroscopia de impedacircncia envolve uma grande polecircmica com relaccedilatildeo agrave
forma de interpretaccedilatildeo dos dados experimentais
Usada no iniacutecio de seu surgimento (deacutecada de 1970) para estudar processo
redox em filmes finos de oacutexidos metaacutelicos ou em soluccedilotildees foi adaptada para o
estudo de sistemas de eletrodos-modificados com poliacutemeros condutores Esta uacuteltima
aplicaccedilatildeo da teacutecnica envolve o estudo de um sistema completamente diferente
(estrutura composiccedilatildeo distribuiccedilatildeo eletrocircnica etc) dos sistemas estudados
inicialmente
Deste modo podem ser encontrados vaacuterios modelos para anaacutelise de dados
experimentais tais como mecanismos de difusatildeo iocircnica em eletrodos modificados
sob diferentes ldquocondiccedilotildees de fronteirardquo ou interfaces eletrodo modificado em contato
com soluccedilatildeo eletroliacutetica contendo um par redox sem um par redox na soluccedilatildeo
usando eletroacutelito soacutelido polimeacuterico sem contato entre o eletrodo e o poliacutemero
condutor ou sem soluccedilatildeo eletroliacutetica (eletrodos bloqueantes)
53
No presente trabalho foram empregados eletrodos bloqueantes nos sistemas
SIPN na anaacutelise por EIS caracterizando os poliacutemeros condutores obtidos
2171 A Representaccedilatildeo de Nyquist
Um dos modos utilizados para apresentar as medidas de impedacircncia eacute
atraveacutes do graacutefico de Nyquist [102] no qual se pode observar os valores da parte
imaginaacuteria da impedacircncia (Zrsquorsquo que correspondem a valores de reatacircncias indutiva e
capacitiva) em funccedilatildeo dos valores da parte real (Zrsquo que correspondem a valores de
resistecircncia) Se os experimentos forem executados em uma ampla faixa de
frequecircncia eacute possiacutevel a separaccedilatildeo de diferentes eventos ocorridos no sistema
distinguindo-se os processos controlados pela cineacutetica das reaccedilotildees redox na regiatildeo
de altas frequecircncias (=104Hz) dos processos controlados pelo transporte de massa
visualizados na regiatildeo de baixas frequecircncias (lt10-1Hz) como ilustrado na Figura 13
Figura 13 Diagrama de Nyquist ideal para um filme fino redox
Um diagrama de Nyquist ideal apresenta um semiciacuterculo na regiatildeo de altas
frequecircncias e uma reta em meacutedias e baixas frequecircncias Na regiatildeo de altas
frequecircncias o efeito da relaxaccedilatildeo de transferecircncia de carga eacute mostrado atraveacutes de
um semiciacuterculo a partir do qual eacute possiacutevel obter os valores de Re Rtc e Cd onde
54
bull Re eacute a resistecircncia do eletroacutelito + eletrodo e pode ser obtida pela primeira interseccedilatildeo
do semiciacuterculo com o eixo real Na segunda interseccedilatildeo do semiciacuterculo com o eixo
real encontra-se o valor de Re + Rtc
bull Rtc eacute a resistecircncia de transferecircncia de carga associada agrave interface
poliacutemeroeletroacutelito
bull Cd eacute a capacitacircncia da dupla camada resultante do acuacutemulo de cargas na interface
e pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo 9
tc
dRf
C
2
1 Equaccedilatildeo 9
A frequecircncia de relaxaccedilatildeo (f) eacute a frequecircncia na qual ocorre o maacuteximo do
semiciacuterculo Como pode ser observada na Figura 11 a regiatildeo de baixas frequecircncias
apresenta dois comportamentos distintos uma regiatildeo de difusatildeo semi-infinita
definida por uma reta cuja inclinaccedilatildeo eacute geralmente igual a 1 e outra onde o
transporte de massa eacute limitado em favor de um acuacutemulo de cargas adquirindo um
comportamento puramente capacitivo que eacute representado no diagrama e
impedacircncia por uma reta vertical em relaccedilatildeo ao eixo real Pode-se assim calcular
RL e CL que satildeo a resistecircncia limite e a capacitacircncia limite respectivamente
associadas ao coeficiente de difusatildeo (D) das espeacutecies dentro do filme atraveacutes da
Equaccedilatildeo 10 onde L eacute a espessura do filme
D
LCR LL
3
2
Equaccedilatildeo 10
A interseccedilatildeo dessa reta vertical com o eixo real fornece o valor
correspondente agrave soma de Re + Rtc + RL permitindo a determinaccedilatildeo de RL
CL pode ser calculado atraveacutes de um graacutefico da parte imaginaacuteria da
impedacircncia em funccedilatildeo do inverso da frequecircncia angular (2f) Na regiatildeo de
saturaccedilatildeo de carga CL eacute independente da frequecircncia e eacute definido pela Equaccedilatildeo 11
LCfZ
2
1 Equaccedilatildeo 11
55
Dessa maneira CL eacute igual ao inverso do coeficiente angular da reta formada e
voltando agrave Equaccedilatildeo 10 pode-se calcular o coeficiente de difusatildeo das espeacutecies D
A resposta em altas frequecircncias (regiatildeo I) consiste na adiccedilatildeo agrave soluccedilatildeo
eletroliacutetica (onde se atribui uma resistecircncia Re em paralelo a um capacitor Ce) de um
semiciacuterculo devido agrave resistecircncia do poliacutemero Rp em paralelo com sua capacitacircncia
geomeacutetrica Cg Conhecendo-se a espessura d do filme a condutividade σ pode ser
calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo 12 onde A eacute a aacuterea geomeacutetrica do eletrodo
A
LRp ou
pRA
L
Equaccedilatildeo 12
218 Teor de Absorccedilatildeo de Aacutegua
Uma das principais desvantagens das resinas epoxi eacute a sua elevada absorccedilatildeo
de aacutegua Aacutegua deteriora as suas propriedades termomecacircnicas (Tg moacutedulo de
elasticidade resistecircncia agrave deformaccedilatildeo) e a adesatildeo que induz a degradaccedilatildeo
quiacutemica da rede e tambeacutem gera tensotildees devido a inchaccedilo ( Nogueira et al 2001
Cotugno et al 2001 Blanco et al 2006 Ji et al 2006 Xiao amp Shanahan 2008)
Esforccedilos significativos tecircm sido feitos para elucidar as interaccedilotildees de aacutegua com redes
de epoacutexiamina e os mecanismos de difusatildeo que operam durante a absorccedilatildeo de
aacutegua e muitas teacutecnicas diferentes foram utilizadas a partir da gravimetria faacutecil e
raacutepido agraves teacutecnicas mais complexas como a espectroscopia de RMN (Zhou amp Lucas
1999) ou de fluorescecircncia (Mikes et al 2003) Espectroscopia vibracional no
infravermelho (IR) tambeacutem tem sido amplamente usada O FTIR mostra uma
vantagem quando comparado com gravimetria ela natildeo eacute apenas uma teacutecnica
apurada para determinar a concentraccedilatildeo de aacutegua mas tambeacutem fornece informaccedilotildees
em niacutevel molecular sobre as interaccedilotildees entre as moleacuteculas de aacutegua e a estrutura dos
termofixos podendo ser usado para fornecer informaccedilotildees sobre as alteraccedilotildees
dimensionais das espeacutecies A aacutegua tem trecircs modos ativos de vibraccedilatildeo no
infravermelho correspondentes ao estiramento da ligaccedilatildeo OH (asymp3800-3600 cm-1 no
estado liacutequido ) e de dobragem ( asymp 1650-1590 cm-1 no estado liacutequido)
56
219 Mecanismos de Conduccedilatildeo Protocircnica
O grau de hidrataccedilatildeo em uma membrana eacute o fator principal que governa a
sua condutividade iocircnica O mecanismo de transporte de proacuteton pode ser descrito ou
pelo mecanismo de hopping ou por um fenocircmeno de Difusatildeo O transporte de
proacutetons em uma membrana comercial como o Nafionreg assim como em algumas
membranas compoacutesitas [103] eacute promovido pela presenccedila de aacutegua do sistema como
deduzido com base em estudos espectroscoacutepicos estruturais e por impedacircncia
eletroquiacutemica nesses sistemas que possuem canais preenchidos com moleacuteculas de
aacutegua Com isso considera-se que a difusatildeo de proacutetons ocorre atraveacutes de canais
pelos mesmos mecanismos pelos quais ocorre em aacutegua Dessa forma a
condutividade eacute dependente das interaccedilotildees entre o proacuteton e as moleacuteculas de aacutegua
e normalmente ocorre atraveacutes de dois mecanismos difusionais [104 105 106 107]
(i) Mecanismo de Grotthus (difusatildeo estrutural ou hopping)
(ii) Difusatildeo veicular
Ambos competem pelo transporte de aacutegua em toda a faixa de hidrataccedilatildeo com
grau de contribuiccedilatildeo variaacutevel em funccedilatildeo da hidrataccedilatildeo da membrana embora em
condiccedilotildees de hidrataccedilatildeo alta da membrana prevaleccedila o mecanismo veicular Vale
tambeacutem ressaltar que qualquer alteraccedilatildeo na dinacircmica das moleacuteculas de aacutegua
acarretaraacute numa alteraccedilatildeo da mobilidade protocircnica independente do modelo de
transporte
O modelo de Grotthus tambeacutem conhecido como ldquodifusatildeo estruturalrdquo eacute um
modelo largamente empregado para justificar a mobilidade do proacuteton em meio
aquoso em situaccedilatildeo de moderado a baixo niacutevel de hidrataccedilatildeo Nesse mecanismo a
condutividade ocorre pela transiccedilatildeo entre duas estruturas denominadas iacuteons Eigen e
Zundel sendo o proacuteton transportado atraveacutes da formaccedilatildeo e quebra de ligaccedilotildees
hidrogecircnio migrando atraveacutes de estruturas de clusters de aacutegua em equiliacutebrio A
formaccedilatildeo e quebra dessas ligaccedilotildees promove o deslocamento do centro de simetria
desses complexos no espaccedilo e consequentemente o centro da regiatildeo com excesso
protocircnico Devido agrave reduccedilatildeo da constante dieleacutetrica () dos domiacutenios de hidrataccedilatildeo
57
dos grupos protocircnicos o excesso de proacutetons eacute mais estaacutevel no centro dos canais do
que na regiatildeo interfacial [108 109 110]
Durante o funcionamento das ceacutelulas agrave medida que a membrana eacute
desidratada a fase hidrofiacutelica torna-se menor e o nuacutemero de interaccedilotildees aacutegua-aacutegua eacute
reduzido as ligaccedilotildees hidrogecircnio satildeo enfraquecidas desfavorecendo a difusatildeo
estrutural Nesse caso o proton pode ser transferido atraveacutes de siacutetios carregados
(siacutetios de coordenaccedilatildeo na macromoleacutecula) resultando em uma baixa condutividade
de proacuteton Desta forma a reduccedilatildeo no conteuacutedo de aacutegua promove uma reduccedilatildeo na
contribuiccedilatildeo do mecanismo de difusatildeo estrutural na condutividade protocircnica Em
caso limite da membrana desidratada na ausecircncia de umidade eacute descrito portanto
o mecanismo natildeo veicular (hopping) onde o proacuteton desloca-se entre siacutetios de
coordenaccedilatildeo baacutesicos natildeo passiacuteveis de difusatildeo como ocorre em membranas da
poliimidazola e polibenzimidazola dopadas com aacutecido [111]
O segundo mecanismo responsaacutevel pela difusatildeo protocircnica eacute conhecido como
difusatildeo veicular e ocorre pelo transporte do proacuteton por um ldquoveiacuteculordquo que o carrega
de um ponto a outro dentro de um meio contiacutenuo No caso do proacuteton em meio
aquoso os portadores satildeo moleacuteculas de aacutegua atraveacutes da formaccedilatildeo de iacuteon hidrocircnio
que possuem um alto valor de coeficiente de difusatildeo (D = 225 10-5 cm2s) [112] As
moleacuteculas de aacutegua ao se difundirem carregam consigo os proacutetons que estatildeo
solvatando
Quando o niacutevel de hidrataccedilatildeo eacute extremo os dois mecanismos veiculares
podem ocorrer simultaneamente
2110 Difraccedilatildeo de Raios-X de Baixo Acircngulo (SAXS)
A morfologia das membranas polimeacutericas eacute fundamental para as propriedades
eletroquiacutemicas e portanto de conduccedilatildeo do material Teacutecnicas como AFM SANS e
TEM satildeo usualmente empregadas para estudar a morfologia e correlaciona-la com o
comportamento eletroquiacutemico da membrana
Essas teacutecnicas satildeo empregadas para estudar clusters iocircnicos em estruturas
polimeacutericas e separaccedilatildeo de fases hidrofoacutebicas e hidrofiacutelicas nessas estruturas [113
114 115] Vaacuterias estruturas tecircm sido caracterizadas em detalhes pela teacutecnica de
Difraccedilatildeo de Raios-X de Baixo Acircngulo SAXS incluindo as formadas por clusters
58
iocircnicos Estes clusters presentes em matrizes polimeacutericas de baixas constantes
dieleacutetricas satildeo usualmente indicados pela existecircncia de um espalhamento maacuteximo
O espalhamento maacuteximo eacute normalmente chamado de ldquopico de ionocircmerordquo no SAXS
De acordo com a teoria fundamental de SAXS a intensidade de espalhamento I(q)
oscila com o aumento do vetor de onda de acordo com a Equaccedilatildeo 11
q = 4π sinθ λ Equaccedilatildeo 13
onde
λ= eacute o comprimento de onda
2θ eacute o acircngulo de espalhamento
O espaccedilamento de Bragg d eacute relacionado com q pela Equaccedilatildeo 14
d = 2πq Equaccedilatildeo 14
A origem do pico de ionocircmero tem sido estudada Normalmente dois modelos
tecircm sido propostos para interpretar as observaccedilotildees de SAXS o ldquomodelo
interpartiacuteculasrdquo e o ldquomodelo intrapartiacuteculasrdquo [116 117] O ldquomodelo intrapartiacuteculasrdquo
atribui o pico do ionocircmero agrave interferecircncia com o cluster iocircnico implicando que o
espalhamento maacuteximo eacute relacionado com a estrutura interna do cluster iocircnico Por
outro lado o pico do ionocircmero foi atribuiacutedo tambeacutem agrave interferecircncia entre diferentes
clusters iocircnicos O espaccedilamento de Bragg refere-se agrave distacircncia ldquocentro a centrordquo
entre os dois clusters o qual deve indicar o tamanho do cluster iocircnico
Neste trabalho a teacutecnica de SAXS foi empregada para estabelecer um
modelo da nanoestrutura do material e explicar separaccedilotildees de fases hidrofoacutebicas e
hidrofiacutelicas para a correlaccedilatildeo com os estudos de AFM Detalhes da interpretaccedilatildeo
dos dados seratildeo apresentados na parte de resultados e discussatildeo
59
CAPIacuteTULO 3
31 Metodologia
Nesta seccedilatildeo estatildeo descritos os materiais e meacutetodos utilizados para realizaccedilatildeo
deste trabalho
311 Reagentes
Todos os reagentes empregados neste trabalho foram obtidos da Vetec
(aacutecido fosfoacuterico aacutecido sulfuacuterico diclorometano acetona aacutelcool isopropiacutelico etanol
anidrido aceacutetico hidroacutexido de soacutedio e clorofoacutermio) e da Sigma-Aldrich 44-
diaminodifenilsufona (DDS) diglicidil eacuteter do bisfenol A (DGEBA) e polietilenoimina
(PEI) soluccedilatildeo aquosa 50 Os solventes foram destilados previamente agrave utilizaccedilatildeo
e estocados em frasco contendo peneira molecular de 4Aring
Na Tabela 2 encontram-se algumas propriedades dos reagentes e poliacutemeros
utilizados no presente trabalho
Tabela 2 Algumas propriedades dos reagentes utilizados
Poliacutemero DGEBA PEI DDS
Foacutermula molecular
(monocircmero) C21H25O4 C23H57N11 C12H12N2SO2
Mn (ou massa molar) 3401 gmol 1800 gmol 248 gmol
Aspecto fiacutesico Poacute branco Soluccedilatildeo aquosa
50
Tg (ordmC) -- 112 --
O DDS foi escolhido como agente de cura por apresentar boa estabilidade
quiacutemica eleacutetrica excelente resistecircncia agrave hidroacutelise e boa estabilidade teacutermica A
presenccedila do grupo sulfona faz com que as aminas reajam rapidamente com os siacutetios
reativos do monocircmero epoacutexi
60
312 Siacutentese do poliacutemero reticulado poli(diglicidil eacuteter de bisfenol A) com o
agente de cura 44-diaminodifenilsulfona (DDS)
Foram testadas quatro composiccedilotildees contendo DGEBA e DDS listadas na
Tabela 3
Tabela 3 Razatildeo molar do DGEBADDS e massas empregadas nas reaccedilotildees de cura iniciais
Reaccedilatildeo Razatildeo molar DGEBA (g) DDS (g)
1 11 05000 03647
2 31 05000 01216
3 32 05000 02431
4 25 05000 09312
A reaccedilatildeo de cura da resina epoacutexi foi realizada atraveacutes de uma adaptaccedilatildeo da
siacutentese proposta por Smith e colaboradores [118] empregando-se inicialmente
temperatura de siacutentese de 170 ordmC O DGEBA foi solubilizado em diclorometano a 70
ordmC por 10 minutos Apoacutes a solubilizaccedilatildeo completa foi adicionado o agente de cura
(DDS) nas concentraccedilotildees adequadas A temperatura do meio reacional foi elevada
a 170 ordmC sob agitaccedilatildeo mecacircnica mantendo-se estas condiccedilotildees por uma hora e trinta
minutos adicionais Apoacutes este periacuteodo o sistema foi levado agrave estufa para completar
a cura a 170 ordmC por uma hora
313 Ajuste inicial das condiccedilotildees para a siacutentese da SIPN baseada no DGEBA
DDS e PEI
Todas as membranas produzidas foram obtidas na proporccedilatildeo DGEBADDS
11 variando-se a adiccedilatildeo de PEI em porcentagem maacutessica utilizando-se 9 17 23
29 33 38 41 44 47 e 50 em relaccedilatildeo agrave massa total do sistema (DGEBA + DDS
reaccedilatildeo 1 da Tabela 4)
Para encontrar as melhores condiccedilotildees de siacutentese foram testados (i) o melhor
solvente (ii) a ordem de adiccedilatildeo dos reagentes e (iii) a temperatura de reaccedilatildeo
A primeira etapa de ajuste consistiu na adequaccedilatildeo do solvente para a reaccedilatildeo
de obtenccedilatildeo do sistema DGEBADDSPEI Foram testados os seguintes solventes
61
diclorometano acetona aacutelcool isopropiacutelico e etanol Evitou-se empregar solventes
como o DMF THF DMSO e metanol dada as suas altas toxicidades
As reaccedilotildees foram realizadas de duas formas (i) dissolvendo-se o DGEBA e o
PEI e adicionando-se o DDS a seguir de acordo com o procedimento para obter-se
uma SIPN (ii) realizando-se a reticulaccedilatildeo do DGEBA com DDS e adicionando-se o
PEI Foram testadas trecircs temperaturas de reaccedilatildeo 170 150 e 130 oC A temperatura
de 130ordm C foi escolhida de modo que a soluccedilatildeo resultante da obtida estivesse na
fase liacutequida facilitando a obtenccedilatildeo das membranas por casting
314 Siacutentese das membranas SIPN baseadas em DGEBA DDS e PEI
As siacutenteses foram realizadas apoacutes os ajustes citados no procedimento
descrito na seccedilatildeo 43 Visando manter a razatildeo (maacutessica) 11 entre DGEBA e DDS
mantiveram-se as massas destes reagentes constantes variando-se a massa de
PEI A razatildeo (maacutessica) 11 entre DGEBADDS foi escolhida pois apresentava a
formaccedilatildeo de membrana mediante a teacutecnica de casting e por apresentar
propriedades mecacircnicas melhores que as demais razotildees sitadas anteriormente As
proporccedilotildees maacutessicas utilizadas satildeo mostradas na Tabela 4
Tabela 4 Valores maacutessicos na relaccedilatildeo entre DGEBA PEI e DDS
Composiccedilotildees DGEBA (g) DDS (g) PEI (g) Massa total
(g)
Reaccedilatildeo 1 (razatildeo 11) SIPN9 05000 03647 00865 09512
Reaccedilatildeo 2 (razatildeo 11) SIPN17 05000 03647 01730 10377
Reaccedilatildeo 3 (razatildeo 11) SIPN23 05000 03647 02594 11241
Reaccedilatildeo 4 (razatildeo 11) SIPN29 05000 03647 03460 12107
Reaccedilatildeo 5 (razatildeo 11) SIPN33 05000 03647 04323 1297
Reaccedilatildeo 6 (razatildeo 11) SIPN38 05000 03647 05188 13852
Reaccedilatildeo 7 (razatildeo 11) SIPN41 05000 03647 06052 14699
Reaccedilatildeo 8 (razatildeo 11) SIPN44 05000 03647 06918 15564
Reaccedilatildeo 9 (razatildeo 11) SIPN47 05000 03647 07782 16429
Reaccedilatildeo 10 (razatildeo 11) SIPN50 05000 03647 08647 17294
62
Foram adicionados DGEBA e PEI a um balatildeo de fundo redondo contendo 40
mL de etanol Como somente o DGEBA dissolve em temperatura ambiente o
sistema foi aquecido sob agitaccedilatildeo a 70 ordmC e mantido por 30 minutos nesta
temperatura para que a solubilizaccedilatildeo se completasse ateacute a formaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo homogecircnea e transparente Apoacutes a solubilizaccedilatildeo dos monocircmeros e o PEI
em etanol a soluccedilatildeo foi aquecida sob agitaccedilatildeo constante e refluxo a 130 ordmC
O agente de cura (DDS) foi solubilizado sob agitaccedilatildeo constante (em um
recipiente agrave parte) em 30 mL de etanol a 70 ordmC A soluccedilatildeo de DDS foi adicionada
apoacutes a dissoluccedilatildeo do DGEBA e PEI e a soluccedilatildeo resultante foi aquecida sob agitaccedilatildeo
a 130 ordmC por 1 hora Apoacutes este tempo observa-se turbidez da soluccedilatildeo resultante a
qual foi depositada em placas de Petry de Teflon Estas foram levadas ao
dessecador para a completa evaporaccedilatildeo do solvente ateacute peso constante das
amostras Apoacutes a completa secagem das membranas estas se soltam do fundo das
placas e satildeo entatildeo mantidas no dessecador para que se matenham iacutentegras e que
possam ser utilizadas posteriormente para as demais caracterizaccedilotildees
315 Dopagem das membranas SIPN
Apoacutes a secagem as membranas foram imersas por 24h em uma soluccedilatildeo
aquosa de H3PO4 5 10 15 20 e 30 vv Antes das medidas de impedacircncia retirou-
se o excesso de aacutegua da superfiacutecie das membranas com papel de filtro obtendo-se
as membranas dopadas SIPNxH3PO4 para a realizaccedilatildeo das caracterizaccedilotildees por
Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS)
316 Reaccedilotildees de sulfonaccedilatildeo para as amostras de SIPN
A siacutentese das membranas foi desenvolvida de acordo com o descrito na
seccedilatildeo 44 A soluccedilatildeo resultante da siacutentese da SIPN foi depositada em placa de
Petry de Teflon e deixada em repouso no dessecador para a evaporaccedilatildeo do
solvente ateacute peso constante Foram sulfonadas as membranas SIPN com 29 33
38 41 44 47 e 50 PEI mm de acordo com a Tabela 6 as quais foram
63
nomeadas SIPN29SO3H SIPN33SO3H SIPN38SO3H SIPN41SO3H SIPN44SO3H
SIPN47SO3H e SIPN50SO3H
Preparaccedilatildeo do agente sulfonante
Em um recipiente retangular de isopor foi preparado um banho de gelo
mantendo-se a temperatura entre 0 agrave 5ordm C Dentro do recipiente de isopor foi
inserido um Beacutecher de 100 mL com 50 mL de dicloro metano o qual foi submetido a
resfriamento Em um segundo Beacutecher de 100 mL em banho de gelo adicionou-se
anidrido aceacutetico (Tabela 5) e apoacutes 10 minutos adicionou-se lentamente H2SO4
concentrado (Tabela 5) para a formaccedilatildeo do agente sulfonante
Tabela 5 Volume dos reagentes empregados para siacutentese do agente sulfonante em funccedilatildeo da
massa da membrana SIPNx
Razatildeo
nAgSulfnarom
Massa da
membrana
SIPNX (g)
Volume de H2SO4
(mL)
Volume de Anidrido
Aceacutetico (mL)
14 07280 0162 0285
12 06752 0324 0569
11 16845 0648 1139
21 10142 1296 2278
Nuacutemero de mols do agente sulfonantenuacutemero de mols dos grupos aromaacuteticos da membrana
De acordo com a Tabela 5 foram utilizadas as razotildees de agente
sulfonanteestireno de 21 11 12 e 14 (nAgSulfnarom) visando avaliar a influecircncia do
grau de sulfonaccedilatildeo nas propriedades da membrana condutora protocircnica
Sulfonaccedilatildeo das membranas SIPN
O procedimento adotado para a sulfonaccedilatildeo foi adaptado de Elabd e
colaboradores [119] A reaccedilatildeo introduz um grupamento sulfocircnico (SO3H-) no anel
aromaacutetico do poliacutemero como ilustrado na Figura 14
64
(a)
(b)
Figura 14 Reaccedilotildees (a) de formaccedilatildeo do agente sulfonante e (b) da sulfonaccedilatildeo do anel aromaacutetico
Em um Beacutecher de 100 mL foi adaptado um suporte de vidro perfurado a fim
de que a membrana polimeacuterica natildeo fosse danificada pelo contato com o agitador
magneacutetico A este sistema adicionou-se 50 mL de dicloro metano juntamente com o
agente sulfonante acetil sulfato nas proporccedilotildees da Tabela 5
A mistura foi aquecida de forma branda ateacute 50 ordmC sob agitaccedilatildeo constante
Apoacutes 15 h a reaccedilatildeo foi interrompida retirando a membrana do meio reacional
lavando-a com aacutegua deionizada para a remoccedilatildeo de excesso de agente sulfonante
natildeo reagido As membranas permaneceram armazenadas em sistema de vaacutecuo
para secagem ateacute peso constante
317 Caracterizaccedilatildeo por Espectroscopia Vibracional no Infravermelho com
Transformada de Fourier (FTIR)
A caracterizaccedilatildeo espectroscoacutepica das membranas SIPN por FTIR foi
realizada em um equipamento Nicolet Magna-IR760 na regiatildeo entre 4000 e 400 cm-
1 utilizando 1 cm-1 de resoluccedilatildeo e 128 varreduras por espectro A anaacutelise FTIR das
amostras foi realizada apoacutes o teacutermino da reaccedilatildeo com a soluccedilatildeo pingando-se uma
gota da soluccedilatildeo reacional na superfiacutecie de uma pastilha de KBr evaporando-se o
solvente em seguida Jaacute para as amostras sulfonadas (SIPNxSO3H) as amostras
para FTIR foram das cortando-se as membranas em pedaccedilos os quais foram
triturados e misturados com KBr para obter-se pastilhas
O
H3C
H3C
OO
SO3H
CH3 O
H3C CH3
O
H3C CH3
++
SO3H
SO3H
O
H3C CH3
SO3H
(b)
65
Para a avaliaccedilatildeo do grau de reticulaccedilatildeo da resina foi feito um estudo
envolvendo a aacuterea do pico do anel epoacutexi a 915 cm-1 e a aacuterea do pico de referecircncia
utilizando-se como padratildeo interno o pico a 1507 cm-1 para a normalizaccedilatildeo dos
espectros Essas aacutereas foram avaliadas para o sistema antes e apoacutes a reaccedilatildeo de
reticulaccedilatildeo Esse pico tambeacutem foi empregado para normalizar todos os espectros de
FTIR para comparaccedilatildeo de intensidades de pico entre amostras de composiccedilotildees
diferentes
318 Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA)
Anaacutelises termogravimeacutetricas TGA foram realizadas em um equipamento TA
Instruments Thermoanalyzer SDT Q600 nas temperaturas de 25 a 800 oC
empregando-se taxa de aquecimento de 10 oCmin sob fluxo de nitrogecircnio A
amostra foi previamente seca ateacute massa constante e mantida no dessecador
319 Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial (DSC)
As anaacutelises de DSC foram realizadas em um equipamento DSC 7 da marca
Perkin Elmer As anaacutelises foram realizadas no laboratoacuterio LMSCP (Laboratoacuterio de
Modelagem Simulaccedilatildeo e Controle de Processos) do Programa da COPPE situado
no Bloco I-164
O programa de anaacutelise empregado para todas as amostras SIPN estudadas
neste trabalho e para o DGEBA puro foi
(i) Aquecimento a 10 oCmin de 25 oC ateacute 300 oC
(ii) Isoterma (300 oC) por 5 minutos
(iii) Resfriamento a 10 oCmin ateacute -60 oC
(iv) Isoterma (-60 oC) por 5 minutos
(v) Aquecimento a 10 oCmin de -60oC ateacute 300oC
66
3110 Espectroscopia de Impedacircncia Eletroquiacutemica (EIS)
Para a determinaccedilatildeo dos espectros EIS as membranas SIPNx foram secas
previamente e mantidas sob vaacutecuo ateacute peso constante sendo entatildeo imersas nas
soluccedilotildees aquosas de 5 10 15 20 e 30 H3PO4 vv agrave temperatura ambiente por
24h As amostras SIPNXSO3H foram imersas em aacutegua Mili-Q por 24 h Apoacutes esse
tempo as amostras foram secas superficialmente com papel de filtro para a
remoccedilatildeo da aacutegua da superfiacutecie Espectros de impedacircncia eletroquiacutemica das
membranas foram obtidos em um equipamento AUTOLAB PGSTAT30FRA na
regiatildeo de frequecircncia entre 10 mHz e 1 MHz e empregando-se eletrodos bloqueantes
de accedilo inoxidaacutevel com 0707 cm2 de aacuterea
As membranas foram estudadas entre 20 e 80oC sob 100 de umidade
relativa mantendo-se a ceacutelula mergulhada em aacutegua com controle de temperatura A
cada aquecimento o sistema foi mantido na temperatura de medida por 40 min para
estabilizar a temperatura do sistema
A resistecircncia (R) obtida no ponto de intersecccedilatildeo do semiciacuterculo com o eixo
real (Z) dos espectros de impedacircncia foi utilizada para calcular a condutividade ()
de proacutetons de acordo com a Equaccedilatildeo 12 A resistecircncia foi simulada
geometricamente natildeo assumindo modelo particular de circuito equivalente Foram
obtidos trecircs espectros para cada amostra empregando-se os valores meacutedios de
resistecircncia e calculando-se o desvio da meacutedia
A dependecircncia da condutividade das membranas com a temperatura foi
estudada empregando-se o modelo de Arrhenius o qual relaciona a dependecircncia da
condutividade com o inverso da temperatura atraveacutes da Equaccedilatildeo 15
TR
EA
a
)log()log( 0 Equaccedilatildeo 15
onde
A0 = fator preacute-exponencial
Ea = energia de ativaccedilatildeo
R = constante dos gases e
T = a temperatura absoluta
67
3111 Microscopia Eletrocircnica de Varredura (MEV)
As imagens MEV foram obtidas usando um microscoacutepio Hitachi TM1000 no
Laboratoacuterio de Tecnologias do Hidrogecircnio (LabTecH) na Escola de Quiacutemica da
UFRJ O equipamento utiliza uma voltagem de aceleraccedilatildeo de 15 kV um detector de
eleacutetrons retroespalhados (BSE) com uma ampliaccedilatildeo de 20-10000x As imagens
MEV foram obtidas das membranas sem recobrimento superficial por filme de
material condutor
3112 Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM)
As anaacutelises AFM foram realizadas pelo meacutetodo topograacutefico utilizando o
equipamento Digital Instruments Dimension 3000 atomic force microscope As
imagens obtidas foram de contraste de fase e imagens topograacuteficas coletadas de
amostras com 1cm2
As amostras antes das medidas foram mantidas em dessecador As medidas
foram realizadas no Laboratoacuterio de Filmes Finos localizado na Engenharia
Metaluacutergica e de Materiais - COPPEUFRJ e Instituto de Macromoleacuteculas (IMA) da
UFRJ
3113 Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX)
A anaacutelise por Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX) foi aplicada no presente trabalho
para a determinaccedilatildeo das fases cristalinas presentes nas amostras
As anaacutelises de DRX foram realizadas em um Difratocircmetro de Raios-X Miniflex
da Rigaku (V= 15 kV I= 30 mA) que utiliza radiaccedilatildeo k de cobre (=15418 Aring)
empregando-se intervalo angular 2 de 20-90deg com tempo de contagem de 005 s
O aparelho eacute do Laboratoacuterio de Tecnologias do Hidrogecircnio (LabTecH) na Escola de
Quiacutemica da UFRJ
68
3114 Difraccedilatildeo de Raios-X a Baixo Acircngulo (SAXS)
As anaacutelises de SAXS foram realizadas em um instrumento Bruker-
NanostarTM localizado no laboratoacuterio de Grupo de Fluidos Complexos (Complex
Fluids Group) no Instituto de Fiacutesica da Universidade de Satildeo Paulo Brasil As
amostras foram mantidas em vaacutecuo e as experiecircncias foram realizadas sob um feixe
monocromaacutetico (λ = 15418 Acirc) focado na horizontal A distacircncia escolhida amostra-
detector foi de 650 mm permitindo a investigaccedilatildeo de uma variaccedilatildeo do vetor lsquoqrsquo entre
(2389 nm-1) e (00079 nm-1) Os espectros foram plotados em funccedilatildeo do
espalhamento de intensidade I(q) em funccedilatildeo do moacutedulo de dispersatildeo do vetor lsquoqrsquo (=
4πsinθ λ) onde 2θ eacute o acircngulo de dispersatildeo Sendo as amostras
macroscopicamente isotroacutepicas as intensidades dependem apenas do moacutedulo de q
A intensidade de espalhamento foi normalizada subtraindo o espalhamento de fundo
e com a aderecircncia da amostra no suporte e a espessura da amostra Cada padratildeo
de SAXs correspondeu a um tempo de coleta de dados de 2 h
3115 Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear (RMN)
A anaacutelise de ressonacircncia magneacutetica nuclear foi utilizada na identificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo da seacuterie de membranas SIPNx e da resina epoacutexi reticulada com DDS
na razatildeo estequiomeacutetrica 11 DGEBA DDS
Todas as amostras foram analisadas por RMN C13 CPMAS frequumlecircncia de
14 kHz utilizando tempo de contato de 07 msd13s e com uma sonda de 32 mm
As medidas foram realizadas utilizando um aparelho da marca BRUKER modelo
AVANCE III 400 MHz Todas as anaacutelises foram realizadas a temperatura ambiente
As medidas foram realizadas no Instituto de Quiacutemica da UFRJ no Laboratoacuterio de
RMN de soacutelidos no equipamento de projeto multiusuaacuterio
69
3116 Absorccedilatildeo de Aacutegua
Foram recortadas amostras com 1 cm2 pesadas e imersas em aacutegua MiliQ a
25 o por 24 h Apoacutes esse tempo o excesso de aacutegua foi removido com papel filtro
para a retirada do excesso de aacutegua superficial sendo pesadas a seguir
rapidamente Foram colocadas em dessecador para secagem sob vaacutecuo a 80 oC e
pesadas novamente ateacute peso constante da amostra O teor de absorccedilatildeo de aacutegua foi
calculado pela Equaccedilatildeo 16
100)(
D
DW
W
WWS
Equaccedilatildeo 16
onde
WW = eacute a massa da membrana umidificada
WD = eacute a massa da membrana apoacutes secagem
70
CAPIacuteTULO 4
41 Resultados e Discussatildeo
Neste capiacutetulo seratildeo mostrados e discutidos os resultados dos estudos de
obtenccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo das membranas obtidas
As membranas obtidas foram dimensionalmente estaacuteveis com cerca de
19 cm2 As membranas apresentaram boa homogeneidade evidenciada por um
aspecto regular das amostras a niacutevel macroscoacutepico A homogeneidade
macroscoacutepica eacute um requisito fundamental para a aplicaccedilatildeo de tais membranas em
ceacutelulas a combustiacutevel e outros dispositivos
Obtenccedilatildeo das membranas
Dentre as condiccedilotildees de reticulaccedilatildeo estudadas (apresentadas no item 42) a
melhor razatildeo DGEBADDS para a reaccedilatildeo de cura foi a 11 (Tabela 5) O material
obtido atraveacutes dessa reaccedilatildeo eacute mostrado na macrografia da Figura 16 (a) Dentre as
condiccedilotildees estudadas a reaccedilatildeo nuacutemero 1 permitiu obter um material com
estabilidade dimensional podendo-se observar a formaccedilatildeo de uma membrana em
condiccedilotildees controladas de evaporaccedilatildeo do solvente Para as demais reaccedilotildees foi
obtido um poacute apoacutes a evaporaccedilatildeo do solvente
Tal resultado era esperado dado aos mecanismos de polimerizaccedilatildeo e de
reticulaccedilatildeo dos sistemas epoacutexi (Step Growth Polymerization e Chain Polymerization)
[97]
Para realizar as reaccedilotildees para a obtenccedilatildeo da membrana SIPN (DGEBA
reticulada e PEI) foi necessaacuterio adequar o melhor solvente inclusive considerando-
se que este deveria ser de faacutecil evaporaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo direta de membrana a
partir do produto de siacutentese empregando o meacutetodo de casting
Trecircs fatores anteriormente descritos foram avaliados para determinar uma
condiccedilatildeo oacutetima de obtenccedilatildeo das membranas
71
(i) Solvente
Na maioria dos artigos que reportam a cura de resinas epoacutexi eacute utilizado um
solvente como o DMF (NN-dimetilformamida) o THF (tetrahidrofurano) o tolueno o
metanol o DMSO (dimetil sulfoacutexido) o hexano ou o diclorometano Os artigos que
tratam da utilizaccedilatildeo da PEI relatam solventes menos toacutexicos uma vez que a PEI eacute
um poliacutemero parcialmente soluacutevel em aacutegua Neste caso os solventes mais
utilizados satildeo substacircncias polares de baixo peso molecular como metanol acetona
aacutelcool isopropiacutelico etanol e ateacute mesmo aacutegua
Neste trabalho inicialmente foi testado o diclorometano pois este solvente
foi utilizado na primeira reaccedilatildeo da resina epoacutexi (reaccedilatildeo 1 Tabela 5) A solubilizaccedilatildeo
do sistema DGEBADDSPEI natildeo foi possiacutevel pois o PEI eacute insoluacutevel em
diclorometano Como alternativa foram testados a acetona e o aacutelcool isopropiacutelico
poreacutem em ambos os casos o sistema natildeo apresentava boa solubilidade na adiccedilatildeo
do agente de cura Por fim foi testado o etanol o qual apresentou solubilizaccedilatildeo do
PEI DGEBA e DDS Com a utilizaccedilatildeo do etanol obteve-se homogeneidade do meio
reacional ateacute as temperaturas de reaccedilatildeo Optou-se a partir destes ensaios pelo
etanol como solvente para a siacutentese
(ii) Ordem de adiccedilatildeo dos reagentes
A escolha da ordem de adiccedilatildeo dos reagentes tambeacutem foi avaliada Embora
por definiccedilatildeo a SIPN seja obtida reticulando-se um dos poliacutemeros na presenccedila do
outro testaram-se duas abordagens experimentais para a siacutentese tentando obter um
material de faacutecil manuseio para a obtenccedilatildeo das membranas
Primeiramente foi realizada a adiccedilatildeo da PEI depois da cura da resina
DGEBADDS a 170 ordmC mantendo-se o sistema sob agitaccedilatildeo constante e refluxo por
1h As membranas com baixa concentraccedilatildeo de PEI (9 17 23 29 33)
apresentaram formaccedilatildeo de gracircnulos na soluccedilatildeo e apoacutes a evaporaccedilatildeo do solvente o
material resultante apresentava-se em poacute natildeo formando uma membrana contiacutenua
As amostras com maiores composiccedilotildees (38 41 44 47 e 50 em PEI)
apresentaram formaccedilatildeo de membranas apoacutes a evaporaccedilatildeo do solvente No entanto
as membranas contendo 38 41 44 em PEI apoacutes a evaporaccedilatildeo apresentavam-se
riacutegidas e quebradiccedilas
72
Passou-se a solubilizar primeiramente o DGEBA em etanol a 70 ordmC
aumentando a temperatura a 170 ordmC e adicionando simultaneamente DDS e PEI
mantendo-se o sistema sob agitaccedilatildeo constante e refluxo por 1h Todas as
composiccedilotildees obtidas apresentaram o mesmo comportamento das reaccedilotildees
anteriores As amostras com melhores propriedades mecacircnicas foram as contendo
47 e 50 em PEI
Por fim de acordo com a metodologia de obtenccedilatildeo de SIPNs foi testada a
adiccedilatildeo simultacircnea de DGEBA e PEI solubilizando-os a uma temperatura de
aproximadamente 70 ordmC sob agitaccedilatildeo constante Formou-se uma soluccedilatildeo
homogecircnea a qual foi aquecida ateacute 170 ordmC Mantendo-se o sistema nesta
temperatura foi adicionado o DDS e a soluccedilatildeo foi mantida sob aquecimento e
agitaccedilatildeo constante por 1h As membranas obtidas apresentaram estabilidade
dimensional boa e manuseabilidade As membranas com composiccedilotildees entre 9 e 23
em PEI se apresentam contiacutenuas mas ainda riacutegidas Jaacute as amostras com
maiores concentraccedilotildees de PEI SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e
SIPN50 apresentaram boa estabilidade mecacircnica e dimensional e foram maleaacuteveis
apoacutes a secagem
(iii) Temperatura
Algumas das membranas obtidas a 170 ordmC natildeo apresentaram boas
caracteriacutesticas No trabalho de Smith e colaboradores [115] a cineacutetica da reaccedilatildeo
para o sistema DGEBADDS foi estudada sendo definida essa temperatura para
obtenccedilatildeo de um grau de reticulaccedilatildeo de aproximadamente 80 apoacutes 90 minutos de
reaccedilatildeo Os autores testaram tambeacutem a temperatura de 150 ordmC para a qual foi
encontrado um grau de reticulaccedilatildeo de aproximadamente 50 Ainda segundo os
autores a temperatura para obtenccedilatildeo do maacuteximo grau de cura foi de 230 ordmC Para a
aplicaccedilatildeo agrave qual se destinam as membranas obtidas neste trabalho natildeo eacute
conveniente um alto grau de reticulaccedilatildeo
Foram testadas ainda no presente trabalho as temperaturas de 150 e 130 oC
Na temperatura de 150 oC as amostras obtidas apresentaram comportamento e
propriedades similares agravequelas obtidas a 170 oC Ao utilizar-se a temperatura mais
baixa de 130 ordmC foram obtidas membranas com melhor estabilidade dimensional e
73
manuseabilidade as quais mesmo apoacutes 6 meses ainda se manteacutem integras a
partir deste periacuteodo as membranas desidratam e ficam quebradiccedilas
411 Macrografias das membranas obtidas
As fotomacrografias (oacutepticas) das membranas SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41
SIPN44 SIPN47 e SIPN50 satildeo mostradas na Figura 15 juntamente com o DGEBA
reticulado com DDS
74
(a) (b) (c)
(d) (e)
(f) (g)
Figura 15 Macrografias do (a) DGEBADDS e das membranas (b) SIPN33 (c) SIPN38 (d) SIPN41 (e)
SIPN44 (f) SIPN47 e (g) SIPN50
As amostras apresentaram estabilidade dimensional aspecto homogecircneo e
satildeo transparentes em especial as com maior composiccedilatildeo de PEI (41 44 47 e 50
(mm)) As membranas contendo 29 e 33 PEI mostraram superfiacutecie mais rugosa
75
com pouca estabilidade dimensional As amostras contendo 9 17 e 23 PEI (mm)
natildeo formaram filmes e nem agregados e foram obtidas sob a forma de poacute
412 Espectroscopia Vibracional no Infravermelho com Transformada de
Fourier (FTIR)
Os espectros FTIR do DGEBA da PEI e das membranas SIPN nas diferentes
composiccedilotildees empregadas satildeo mostrados na Figura 16 na regiatildeo entre 4000 e 400
cm-1
Figura 16 Espectros FTIR para o DGEBA a PEI e as membranas SIPNx na regiatildeo entre 4000 e 400
cm-1
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
PEI
50 PEI
47 PEI
44 PEI
41 PEI
38 PEI
33 PEI
29 PEI
23 PEI
17 PEI
9 PEI
DGEBA
Nuacutemero de onda (cm-1)
Ab
sorv
acircn
cia
(u
nid
ad
es a
rbitraacute
ria
s)
76
Para todas as amostras SIPNx foram observados picos caracteriacutesticos do
DGEBA e da PEI e novos picos caracteriacutesticos do produto de reaccedilatildeo
A Tabela 6 lista algumas atribuiccedilotildees do espectro FTIR do DGEBA [120] Satildeo
observados picos atribuiacutedos agrave presenccedila de grupos aromaacuteticos eacuteter e epoacutexi Os
grupos epoacutexi foram inferidos pela presenccedila de duas bandas caracteriacutesticas no
espectro uma muito fraca relativa ao estiramento da ligaccedilatildeo C-H no anel epoacutexi em
3056 cm-1 e uma forte relativa ao estiramento do anel epoacutexi em 916 cm-1 A
substituiccedilatildeo 14 do anel aromaacutetico (anel para-substituiacutedo) eacute detectada a partir do
pico com maacuteximo em 830 cm-1 como indicado na Tabela 6
Tabela 6 Atribuiccedilotildees de bandas caracteriacutesticas do DGEBA
Nuacutemero de
onda (cm-1)
Intensidade
Relativa Atribuiccedilatildeo
760-770 w (CH2) + (CndashH) do anel aromaacutetico para-substituiacutedo
830-773 m (C=C-H) e (C-H) respectivamente
831 s (CndashH) do anel aromaacutetico para-substituiacutedo + (COC) (epoacutexi)
916 m assimeacutetrico ( )
1036 m δ CndashH do anel aromaacutetico para-substituiacutedo + (simeacutetrica) Cndash
OndashC
1085 m δ(CndashH) do anel aromaacutetico
11551184 s δ(CndashH) do anel aromaacutetico
1187 1247 s Estiramento do grupo epoacutexi (-C-C-O-C-)
1297 s (CH2) t + (CH2) w (twisting e wagging)
1363 1386 w Estiramento simeacutetrico do CH3 (dubleto)
1458 m (-CH2-) + (CH3) assimeacutetrico + (C=C) do anel aromaacutetico
para-substituiacutedo
1508 1582
1608 m (C=C) do anel aromaacutetico para-substituiacutedo
2855 2872 w (CH2) e (CH3) (simeacutetricos) respectivamente
2925 2967 w (CH2) e (CH3) (assimeacutetricos) respectivamente
2873 2930
2969 w (CndashH) (alifaacutetico)
3000-3038 w (CndashH) (aromaacutetico)
3056 w (CndashH) (epoacutexi)
O
CC
77
Os modos vibracionais da PEI foram reportados por Sanchez e colaboradores
[117] e satildeo mostradas na Tabela 7
Tabela 7 Atribuiccedilotildees referentes a bandas caracteriacutesticas do PEI [121]
Nuacutemero de
onda (cm-1)
Intensidade
relativa Atribuiccedilatildeo
3417 ndash 3250 S (OH) (aacutegua)
2951 M assimeacutetrico (C-H) (estiramento)
2826 M simeacutetrico(C-H) (estiramento)
1592 S (NH2) (flexatildeo)
1463 S (CH2) (flexatildeo)
1306 M simeacutetrico (CH2) (modos combinados de flexatildeo e rotaccedilatildeo)
1051 e 1117 M (C-N)
870 W simeacutetrico (CH2CH3) (rotaccedilatildeo angular no plano)
Em 1592 cm-1 observa-se o pico atribuiacutedo agrave vibraccedilotildees da deformaccedilatildeo angular
de grupos amina (NH2) caracteriacutestica do sistema e indicando que grupos aminas
livres natildeo reticulados estatildeo presentes Tendo-se empregado razotildees
estequiomeacutetricas de DGEBA e DDS para a reticulaccedilatildeo acredita-se que os grupos
amina possam ser os do PEI
Os espectros FTIR do DGEBA da PEI e das membranas SIPNx na regiatildeo
entre 1000 e 400 cm-1 satildeo mostrados na Figura 17 na regiatildeo entre 1800 e 1000 cm-
1 na Figura 19 e entre 4000 e 2600 cm-1 na Figura 20
78
Figura 17 Espectros FTIR para as membranas SIPN para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre
1000 e 400 cm-1
Na Figura 17 em 530 cm-1 eacute observado um pico atribuiacutedo ao modo
vibracional N-H Este pico estaacute presente nos espectros de todas as membranas
SIPN natildeo sendo observado na amostra de DGEBA
O desaparecimento ou uma diminuiccedilatildeo da intensidade do pico em 916 cm-1
atribuiacuteda ao modo vibracional assimeacutetrico do anel epoacutexi [122 123 124] eacute
evidenciado para todas as amostras indicando a cura da resina epoacutexi Como
resultado da cura com a formaccedilatildeo de grupos aacutelcool (Figura 16) passa a ser
detectada uma banda com um ombro a 1638 cm-1 [116] atribuiacuteda a estiramentos do
grupo hidroxila fora do plano
1000 900 800 700 600 500 400
PEI
50 PEI
47 PEI
44 PEI
41 PEI
38 PEI
33 PEI
29 PEI
23 PEI
17 PEI
9 PEI
DGEBA
Nuacutemero de onda (cm-1)
Absorv
acircncia
(unid
ades a
rbitraacute
rias)
79
Figura 18 Reaccedilatildeo de Cura do DGEBA com o DDS onde R eacute o agente de cura de DDS
A ausecircncia do pico do anel epoacutexi a 916 cm-1e a presenccedila dos modos
associados ao grupo O-H confirmam a conversatildeo do grupo epoacutexi do DGEBA com a
formaccedilatildeo de uma estrutura macromolecular envolvendo as unidades bisfenol A
Outra evidecircncia da formaccedilatildeo do poliacutemero reticulado eacute a presenccedila da banda a 1149
cm-1 (Figura 19) atribuiacuteda ao grupo sulfona (O=S=O) do agente de cura
Um dublete em 720 e 690 cm-1 (Figura 17) eacute observado nos espectros das
amostras SIPNx natildeo estando presentes nos espectros do DGEBA ou da PEI Este
dublete eacute geralmente observado em materiais polimeacutericos e atribuiacutedo segundo
Silverstein [127] agrave presenccedila de grupos metileno na amostra sendo uma vibraccedilatildeo do
tipo rocking no plano ((CH2) Este eacute caracteriacutestico do comportamento de amostras
soacutelidas de alto peso molecular Shi e colaboradores [125] estudaram a formaccedilatildeo de
ligaccedilotildees cruzadas com a polietilenoimina modificada com grupos ramificados
gerando um poliacutemero graftizado Com relaccedilatildeo ao dublete no caso do trabalho
desses autores em 719 e 730 cm-1 sugere-se a formaccedilatildeo de uma estrutura cristalina
e altamente organizada identificada como uma fase ortorrocircmbica Estes resultados
foram confirmados pelas teacutecnicas de Espalhamento de Raios-X a baixo acircngulo
(SAXS) e DRX Em trabalho similar Xu e colaboradores [126] estudando polietileno
de alta densidade verificaram o mesmo comportamento espectroscoacutepico com o
surgimento de um dublete em 750 e 690 cm-1 atribuiacutedo a uma vibraccedilatildeo do tipo
rocking para o metileno formando uma estrutura cristalina tambeacutem ortorrocircmbica
80
Na Figura 19 satildeo mostrados os espectros na regiatildeo entre 1000 e 1800 cm-1
Foram observados trecircs picos em 1183 1144 e 1105 cm-1 na regiatildeo atribuiacuteda agraves
vibraccedilotildees de deformaccedilatildeo axial de C-O Em eacuteteres alifaacuteticos eacute observada uma banda
larga nessa regiatildeo que no caso de ramificaccedilotildees nos aacutetomos de carbono adjacentes
ao oxigecircnio levam usualmente agrave subdivisatildeo da banda como a observada neste
trabalho com a formaccedilatildeo do triplete Uma banda intensa em 1495 cm-1 foi atribuiacuteda
ao estiramento simeacutetrico do grupo N-H da amina aromaacutetica (do DDS) A presenccedila do
grupo sulfona (O=S=O) no agente de cura DDS normalmente eacute revelada por uma
banda intensa atribuiacuteda ao estiramento simeacutetrico do grupo entre 1170-1110 cm-1
[127] Portanto na mesma regiatildeo do triplete atribuiacutedo agrave vibraccedilatildeo axial do C-O
Sendo assim nesses espectros deve estar ocorrendo sobreposiccedilatildeo de sinais Outra
vibraccedilatildeo que resulta em pico nessa regiatildeo eacute a do grupo C-N evidenciado por uma
banda em 1109 cm-1
Proacuteximo ao pico de baixa intensidade em 1638 cm-1 atribuiacutedo agrave vibraccedilatildeo do
grupo O-H existe um pico mais definido em 1608 cm-1 atribuiacutedo agrave vibraccedilatildeo C=C do
anel aromaacutetico substituiacutedo na posiccedilatildeo 1-4 No trabalho de Rajic e colaboradores
[116] o sinal relativo ao estiramento O-H se encontra presente poreacutem sobreposto
pela banda C=C do anel aromaacutetico a qual eacute muita larga nos espectros do trabalho
desses autores No presente trabalho os dois picos encontram-se bem definidos
81
Figura 19 Espectros FTIR para as membranas SIPNx para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre
1800 e 1000 cm-1
Uma segunda mudanccedila no espectro decorrente da abertura do anel epoacutexi
ocorre na regiatildeo entre 4000 e 2600 cm-1 mostrada na Figura 20 Esta eacute referente agrave
formaccedilatildeo da ligaccedilatildeo C-OH durante a reaccedilatildeo com a formaccedilatildeo do aacutelcool (Figura 18)
No espectro do DGEBA uma banda larga entre 3280 e 3500 cm-1 eacute atribuiacuteda
agrave vibraccedilatildeo do grupo O-H da aacutegua absorvida durante a manipulaccedilatildeo da amostra para
a medida Da Figura 20 observa-se alteraccedilatildeo da banda nessa regiatildeo comparando-se
o espectro do DGEBA e das amostras de SIPNx Nos espectros das membranas
SIPNx nas vaacuterias composiccedilotildees nota-se uma alteraccedilatildeo na intensidade e no formato
dessa banda com o surgimento da definiccedilatildeo de trecircs contribuiccedilotildees diferentes com um
maacuteximo em 3444 3365 e 3227 cm-1 Nessa mesma regiatildeo satildeo sobrepostas bandas
1800 1600 1400 1200 1000
PEI
50 PEI
47 PEI
44 PEI
41 PEI
38 PEI
33 PEI
29 PEI
23 PEI
17 PEI
9 PEI
DGEBA
Nuacutemero de onda (cm-1)
Absorv
acircncia
(unid
ades a
rbitraacute
rias)
82
do estiramento vibracional da ligaccedilatildeo N-H (N-H)Com a inserccedilatildeo do PEI na SIPN
satildeo adicionadas ao sistema aminas primaacuterias Estas apresentam vibraccedilotildees
fundamentais simeacutetricas e assimeacutetricas com duas bandas bem separadas proacuteximas
a 3335 cm-1 separadas por aproximadamente 70 cm-1 [128] Desta forma
provavelmente os ombros em 3444 e 3365 cm-1 surgem em decorrecircncia da presenccedila
das aminas e a 3227 cm-1 provavelmente tem-se a contribuiccedilatildeo do estiramento O-H
proveniente da formaccedilatildeo do aacutelcool secundaacuterio O sistema estudado eacute complexo e
interaccedilotildees intermoleculares podem causar alteraccedilatildeo na posiccedilatildeo e intensidade das
bandas Entretanto mesmo supondo-se esses fenocircmenos a alteraccedilatildeo no formato
da banda pode ser atribuiacuteda agrave coexistecircncia de aminas primaacuterias e grupos hidroxila
provenientes de aacutelcool e aacutegua absorvida (3600 cm-1)
Enquanto relacionado agrave absorccedilatildeo de aacutegua este comportamento pode resultar
em uma estrutura que favoreccedila a conduccedilatildeo protocircnica quando as membranas
estiverem dopadas por aacutecido Em sistemas contendo grupos sulfocircnicos imobilizados
em um ambiente hidrofoacutebico como o Nafionreg pode ocorrer agrave formaccedilatildeo de
nanoestruturas tipo canais que permitem a conduccedilatildeo direcional do proacuteton [32] No
presente trabalho apesar de natildeo haver na estrutura a imobilizaccedilatildeo covalente de
grupos sulfocircnicos a absorccedilatildeo de aacutegua pode resultar em domiacutenios hidratados de
alguns nanocircmetros dispersos pela matriz polimeacuterica os quais participaratildeo do
processo de conduccedilatildeo do proacuteton quando essa membrana for dopada com H3PO4
83
Figura 20 Espectros FTIR para as membranas SIPNx para o DGEBA e para a PEI na regiatildeo entre
4000 e 2600 cm-1
Ainda na Figura 20 na regiatildeo entre 2800 e 3000 cm-1 no espectro do DGEBA
satildeo observadas as contribuiccedilotildees referentes aos estiramentos das ligaccedilotildees C-H de
grupos aromaacuteticos Nos demais espectros com a adiccedilatildeo gradual de PEI ao sistema
essas bandas satildeo sobrepostas pelas bandas de alta intensidade associadas ao
modo vibracional (N-H) entre 3100 e 2700 cm-1
3900 3600 3300 3000 2700
50 PEI
47 PEI
44 PEI
41 PEI
38 PEI
33 PEI
29 PEI
23 PEI
17 PEI
9 PEI
DGEBA
Nuacutemero de onda (cm-1)
Absorv
acircncia
(unid
ades a
rbitraacute
rias)
84
4121 Caracterizaccedilatildeo das Ligaccedilotildees Cruzadas por FTIR
A teacutecnica de espectroscopia FTIR eacute frequentemente utilizada para
acompanhar a cineacutetica de cura de resinas epoacutexi pois eacute possiacutevel detectar a variaccedilatildeo
de concentraccedilatildeo de um grupo funcional a partir dos espectros analisados em
diferentes intervalos de tempo Isto ocorre com o aumento do grau de conversatildeo
refletido na alteraccedilatildeo da intensidade e da aacuterea dos picos nos espectros [129] Para
efeito quantitativo a anaacutelise de uma banda de referecircncia eacute frequentemente utilizada
O pico analisado no presente trabalho eacute o relativo ao anel epoacutexi a 915 cm-1 o qual
diminui durante o processo de polimerizaccedilatildeo e o pico a 1507 cm-1 atribuiacutedo ao
estiramento C=C (aromaacutetico) foi tomado como referecircncia interna
Pode-se comparar a intensidade relativa de modos vibracionais relacionados
ao grupo epoacutexi em relaccedilatildeo a modos do anel aromaacutetico [116 130 131] A conversatildeo
de grupos epoacutexi foi estimada utilizando a relaccedilatildeo a seguir
100)(
)(1
0
refepoxy
trefepoxy
AA
AA Equaccedilatildeo 17
Onde eacute a porcentagem de conversatildeo do anel epoacutexi (AepoxyAref)t eacute a razatildeo
entre a aacuterea do pico do grupo epoacutexi terminal e do de referecircncia no tempo t e
(AepoxyAref)0 eacute a razatildeo entre a aacuterea do pico do grupo epoacutexi terminal e a do de
referecircncia no momento inicial
O grau de conversatildeo foi estudado para a temperatura de obtenccedilatildeo das
amostras 130 ordmC e para um tempo de reaccedilatildeo de 1h30min A Tabela 8 mostra os
valores de grau de conversatildeo dos grupos epoacutexi nas membranas SIPN preparadas
85
Tabela 8 Grau de conversatildeo das membranas SIPNx apoacutes a reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo por 1h30min a 130
ordmC
Membrana SIPNx (Conversatildeo do grupo epoacutexi )
DGEBA 000
SIPN9 8282
SIPN17 8107
SIPN23 8216
SIPN29 7709
SIPN33 7646
SIPN38 6860
SIPN41 7802
SIPN44 7698
SIPN47 7791
SIPN50 7738
Para todas as amostras sintetizadas obtiveram-se altos valores de conversatildeo
sendo o menor grau de conversatildeo o da amostra contendo 38 PEI (6860) e o
maior para a amostra contendo 9 PEI (8282) O grau de conversatildeo indica a
densidade de ligaccedilotildees cruzadas apoacutes a abertura do anel epoacutexi reagindo com o
agente de cura logo para todas as amostras observa-se um alto grau de ligaccedilotildees
cruzadas entre o DGEBA e o DDS Este comportamento influencia diretamente no
aumento da viscosidade da soluccedilatildeo e garante alto grau de conversatildeo sem a
necessidade de tratamento teacutermico posterior para finalizaccedilatildeo da etapa de reticulaccedilatildeo
[132133134] Este aumento da viscosidade da soluccedilatildeo permite que apoacutes a
evaporaccedilatildeo do solvente as amostras obtidas formem membranas na maioria das
composiccedilotildees estudadas
O grau de conversatildeo calculado utilizando os espectros FTIR mostrou ser um
bom indicador da extensatildeo da reaccedilatildeo de cura utilizado por vaacuterios pesquisadores
dentre os quais Zlatovic e colaboradores [135] Outro meacutetodo tambeacutem utilizado
para analisar o grau de ligaccedilotildees cruzadas eacute a Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial
empregada como medida direta para avaliar o grau de conversatildeo e a formaccedilatildeo das
ligaccedilotildees cruzadas observando processos teacutermicos caracteriacutesticos nas curvas de
DSC [136 137] entretanto este meacutetodo natildeo foi empregado neste trabalho
86
4122 Espectroscopia Vibracional no Infravermelho para as amostras SIPNx e
SIPNxSO3H
Os espectros FTIR da seacuterie de amostras SIPNx-SO3H satildeo mostrados da
Figura 21 a 24 associados por porcentagem de PEI presente nas amostras e
separados em regiotildees espectroscoacutepicas para facilitar a visualizaccedilatildeo e a discussatildeo
dos dados Para comparaccedilatildeo foi acrescentado em cada figura o espectro da
membrana SIPNx usada para a sulfonaccedilatildeo
Na Figura 21 satildeo mostrados os espectros FTIR na regiatildeo entre 4000 e
2000 cm-1 para a seacuterie de membranas SIPNxSO3H nos graus de sulfonaccedilatildeo SO3H-
grupo estireno 21 11 12 e 14
Observa-se uma banda larga entre 3100 e 3600 cm-1 e como comentado
anteriormente essa regiatildeo eacute de anaacutelise complexa Nessa regiatildeo pode haver
contribuiccedilotildees na banda em decorrecircncia de modos vibracionais (N-H) e (O-
H)presentes na estrutura dos reagentes e provenientes da adsorccedilatildeo de aacutegua pelo
sistema Nas membranas sulfonadas adicionalmente haacute contribuiccedilatildeo dos modos
vibracionais da hidroxila decorrentes de grupos aacutecidos (-SO2OH) Comparando-se as
seacuteries de espectros de (a) a (g) observa-se que haacute alteraccedilatildeo no formato e na
intensidade relativa da banda entre a membrana SIPN e as membranas sulfonadas
(SIPN-SO3H) e para estas uacuteltimas em funccedilatildeo do seu grau de sulfonaccedilatildeo Mantendo
o formato das bandas observa-se que estas se tornam mais intensas com a
concentraccedilatildeo de PEI Isso indica que haacute uma variaccedilatildeo mais forte da intensidade
natildeo em funccedilatildeo do grau de sulfonaccedilatildeo mas da presenccedila de grupos N-H
provenientes do PEI
87
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN29
SIPN29
- SO3H 21
SIPN29
- SO3H 11
SIPN29
- SO3H 12
SIPN29
- SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN33
SIPN33
-SO3H 21
SIPN33
-SO3H 11
SIPN33
-SO3H 12
SIPN33
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
(a) (b)
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN38
SIPN38
-SO3H 21
SIPN38
-SO3H 11
SIPN38
-SO3H 12
SIPN38
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN41
SIPN41
-SO3H 21
SIPN41
-SO3H 11
SIPN41
-SO3H 12
SIPN41
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
(c) (d)
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN44
SIPN44
-SO3H 21
SIPN44
-SO3H 11
SIPN44
-SO3H 12
SIPN44
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN47
SIPN47
-SO3H 21
SIPN47
-SO3H 11
SIPN47
-SO3H 12
SIPN47
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
(e) (f)
88
4000 3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000
SIPN50
SIPN50
-SO3H 21
SIPN50
-SO3H 11
SIPN50
-SO3H 12
SIPN50
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(N-H) (O-H)
(g)
Figura 21 Espectros FTIR na regiatildeo entre 4000 e 2000 cm-1
para as amostras (a) SIPN29SO3H (b)
SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
Segundo Iwamoto e colaboradores [138] uma banda larga centralizada em
3242 cm-1 ((OH)) evidencia a presenccedila de iacuteons hidrocircnio (H3O+) oriundo da
dissociaccedilatildeo dos grupos sulfocircnicos como mostrado na Equaccedilatildeo 18 (Reaccedilatildeo)
SIPN-SO3H + n H2O SIPN-SO3-(H3O
+)(H2O)n-1 Equaccedilatildeo 18
Nas amostras estudadas neste trabalho essa banda existe em vaacuterias
amostras em diferentes intensidades Sendo relativa agrave presenccedila do iacuteon hidrocircnio
esta eacute funccedilatildeo tambeacutem da aacutegua presente no sistema Apesar das amostras terem
sido secas antes das anaacutelises durante a manipulaccedilatildeo podem facilmente absorver
aacutegua e esta absorccedilatildeo eacute funccedilatildeo tambeacutem da composiccedilatildeo das amostras que podem
conter maior ou menor nuacutemero de grupos hidrofiacutelicos
Os espectros vibracionais compreendidos na regiatildeo entre 2000 e 1400 cm-1
para as membranas SIPN-SO3H satildeo mostrados na Figura 22
89
2000 1950 1900 1850 1800 1750 1700 1650 1600 1550 1500 1450 1400
1507-1462 cm-1
(C=C)
1635 cm-1
as
(O-H)
SIPN29
SIPN29
- SO3H 21
SIPN29
- SO3H 11
SIPN29
- SO3H 12
SIPN29
- SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1592 cm-1
(NH2)
2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400
1507-1462 cm-1
(C=C)1492 cm
-1
(NH2)
SIPN33
SIPN33
-SO3H 21
SIPN33
-SO3H 11
SIPN33
-SO3H 12
SIPN33
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1635 cm-1
as
(O-H)
(a) (b)
2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400
1592 cm-1
(NH2)
1507-1462 cm-1
(C=C)
SIPN38
SIPN38
-SO3H 21
SIPN38
-SO3H 11
SIPN38
-SO3H 12
SIPN38
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1635 cm-1
as
(O-H)
2000 1950 1900 1850 1800 1750 1700 1650 1600 1550 1500 1450 1400
1507-1462 cm-1
(C=C)1592 cm-1
(NH2)
SIPN41
SIPN41
-SO3H 21
SIPN41
-SO3H 11
SIPN41
-SO3H 12
SIPN41
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1634 cm-1
as
(O-H)
(c) (d)
2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400
SIPN44
SIPN44
-SO3H 21
SIPN44
-SO3H 11
SIPN44
-SO3H 12
SIPN44
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1507 - 1462cm-1
(C=C)1592 cm
-1
(NH2)1634 cm
-1
as
(O-H)
2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400
SIPN47
SIPN47
-SO3H 21
SIPN47
-SO3H 11
SIPN47
-SO3H 12
SIPN47
-SO3H 14
1507 - 1462cm-1
(C=C)
1592 cm-1
(NH2)
1634 cm-1
as
(O-H)
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(e) (f)
90
2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400
1507-1463cm-1
(C=C)
SIPN50
SIPN50
-SO3H 21
SIPN50
-SO3H 11
SIPN50
-SO3H 12
SIPN50
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1633 cm-1
as(O-H)
1592cm-1
(NH2)
(g)
Figura 22 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1400 e 2000 cm-1
para as amostras (a) SIPN29SO3H (b)
SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
Na regiatildeo entre 2000 e 1400 cm-1 observa-se uma banda entre 1610 e 1690
cm-1 Essa banda deve receber a contribuiccedilatildeo de diferentes sinais Um deles eacute
atribuiacutedo agrave deformaccedilatildeo angular da ligaccedilatildeo N-H s(N-H) [120] reportada em geral
proacutexima a 1617 cm-1 O segundo sinal jaacute relatado eacute relativo ao as(O-H) centrado em
1635 cm-1 e associado ao surgimento do aacutelcool secundaacuterio apoacutes a quebra do anel
epoacutexi Adicionalmente em 1630 cm-1 segundo Iwamoto e colaboradores [132]
estaria presente um sinal relativo ao (O-H) atribuiacutedo agrave presenccedila do iacuteon hidrocircnio
(H3O+) no sistema Essa banda estaacute presente em diferentes intensidades e com
pequenos deslocamentos nos espectros de (a) a (g) variando com a composiccedilatildeo da
SIPNx e do grau de sulfonaccedilatildeo como esperado
Os picos em 1592 e 1507 cm-1 satildeo atribuiacutedos aos modos vibracionais da
deformaccedilatildeo angular de grupos amina ((NH2)) e (C=C) (aromaacutetico para
substituiacutedo) respectivamente O pico em 1462 cm-1 eacute atribuiacutedo ao (C=C) o qual
natildeo sofre alteraccedilotildees significativas com a sulfonaccedilatildeo
Os espectros FTIR das membranas SIPN-SO3H na regiatildeo entre 1400 e
1000 cm-1 satildeo mostrados na Figura 23 Essa regiatildeo eacute conhecida como a de
impressatildeo digital para compostos sulfonados
No espectro das membranas SIPNx nas diversas composiccedilotildees um pico com
maacuteximo em 1183 cm-1 eacute atribuiacutedo agrave vibraccedilatildeo axial do grupo metileno (-CH2-)
Alteraccedilatildeo na intensidade relativa deste pico indica que a sulfonaccedilatildeo nos aneacuteis
aromaacuteticos causou alteraccedilatildeo na estrutura alifaacutetica do DGEBA Na maioria dos
91
espectros das membranas sulfonadas esse pico perde a definiccedilatildeo comparando-se
com o espectro da membrana natildeo sulfonada Nas amostras sulfonadas
(SIPNxSO3H) o sinal dessa vibraccedilatildeo manifesta-se como um ombro ao redor de 1187
cm-1 em uma banda que tem sua forma e posiccedilatildeo alterados em funccedilatildeo do grau de
sulfonaccedilatildeo
Proacuteximo a 1247 cm-1 observa-se uma banda em todas as amostras
sulfonadas Nesta regiatildeo de acordo com Atorngutjawat e colaboradores [139]
verifica-se a presenccedila de bandas associadas a estiramentos assimeacutetricos (onde o
proacuteton se coordena com apenas um aacutetomo de oxigecircnio) e simeacutetricos (onde o proacuteton
se coordena com os trecircs aacutetomos de oxigecircnio) do grupo sulfocircnico Essa regiatildeo tem
sido utilizada para a confirmaccedilatildeo da presenccedila de grupos sulfocircnicos ligados
covalentemente a aneacuteis aromaacuteticos o que eacute indicado pela banda larga decorrente
de diferentes contribuiccedilotildees moleculares originadas pela sulfonaccedilatildeo assim como da
dissociaccedilatildeo do grupo aacutecido [140 141]
Como nesta regiatildeo se localizam bandas relacionadas agrave presenccedila de grupos
sulfocircnicos e de ligaccedilotildees C-S diferentes autores empregam essas bandas para
confirmar reaccedilotildees com grupos sulfocircnicos Dang e colaboradores [142] estudaram a
sulfonaccedilatildeo da estrutura principal do poli(aril eacuteter cetona) (SPAEK) comprovando o
aparecimento de bandas centradas em 1240 1011 1080 e 3433 cm-1 referente ao
grupamento sulfocircnico (-SO3H-) Mais especificamente a banda que aparece
aproximadamente a 3433 cm-1 eacute atribuiacuteda agrave vibraccedilatildeo O-H do grupamento sulfocircnico
As outras bandas estatildeo associadas com a vibraccedilatildeo do grupamento sulfona
(O=S=O) em 1240 cm-1 as(O=S=O) 1080 cm-1 atribuiacuteda ao s(O=S=O) e em 1011
cm-1 atribuiacuteda ao s(S=O) sobrepondo-se a alguns sinais de vibraccedilotildees do DGEBA
Tais bandas aumentam de intensidade com o grau de sulfonaccedilatildeo Essas
bandas e o seu comportamento com o grau de sulfonaccedilatildeo tambeacutem foram
observadas no trabalho de Feng e colaboradores [143] Estes autores estudaram
reaccedilotildees de sulfonaccedilatildeo de poli(eacuteter sulfona)s (SPESs) utilizando aacutecido sulfuacuterico
concentrado
92
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1183cm-1
(CH2)
1141cm-1
(C-O-C)
(O=S=O)
1105 e 1012cm-1
(-SO3H) e (-SO
3
-)1245cm
-1
as
(O=S=O)
SIPN29
SIPN29
- SO3H 21
SIPN29
- SO3H 11
SIPN29
- SO3H 12
SIPN29
- SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1298cm-1
(C-N)
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1080cm-1
(O=S=O)
1105-1011cm-1
(-SO3H e -SO
3
-)1240cm
-1
as
(O=S=O)
SIPN33
SIPN33
-SO3H 21
SIPN33
-SO3H 11
SIPN33
-SO3H 12
SIPN33
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1298cm-1
(C-N)
(a) (b)
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1183 cm-1
(CH2)
1244 cm-1
as
(O=S=O)
1141cm-1
(C-O-C) e
(O=S=O)1105 e 1012 cm
-1
(-SO3H e -SO
3
-)
SIPN38
SIPN38
-SO3H 21
SIPN38
-SO3H 11
SIPN38
-SO3H 12
SIPN38
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1298 cm-1
(C-N)
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1298cm-1
(C-N)
1183cm-1
(CH2)
1141cm-1
(C-O-C)
(O=S=O)
1105 e 1012cm-1
(-SO3H) e (-SO
3
-)
SIPN41
SIPN41
-SO3H 21
SIPN41
-SO3H 11
SIPN41
-SO3H 12
SIPN41
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1244cm-1
(O=S=O)
(c) (d)
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1105 e 1012 cm-1
(-SO3H) e (-SO
3
-)
1140 cm-1
(C-O-C)
(O=S=O)
1183cm-1
(CH2)
1244cm-1
as
(O=S=O)
SIPN44
SIPN44
-SO3H 21
SIPN44
-SO3H 11
SIPN44
-SO3H 12
SIPN44
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1298cm-1
(C-N)
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1183cm-1
(CH2)
SIPN47
SIPN47
-SO3H 21
SIPN47
-SO3H 11
SIPN47
-SO3H 12
SIPN47
-SO3H 14
1141cm-1
(C-O-C)
(O=S=O)1245cm
-1
as
(O=S=O)1298cm-1
(C-N)
1105 e 1011cm-1
(SO3H) e (-SO
3
-)
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
(e) (f)
93
1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050 1000
1183 cm-1
(CH2)
1244 cm-1
as
(O=S=O)
1141 cm-1
(C-O-C)
(O=S=O)
SIPN50
SIPN50
-SO3H 21
SIPN50
-SO3H 11
SIPN50
-SO3H 12
SIPN50
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
1105 e 1012 cm-1
(SO3H) e (-SO
3
-)
1298 cm-1
(C-N)
(g)
Figura 23 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1400 e 1000 cm-1
para as amostras (a) SIPN29SO3H (b)
SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
Bandas presentes nas regiotildees espectrais entre 1141ndash1040 cm-1 e 1105ndash
1012 cm-1 ainda podem ser atribuiacutedas a modos vibracionais dos grupos eacuteter e grupo
sulfocircnico protonado (-SO3H) e ionizado (-SO3ndash) [127]
As bandas em 1306 e 1297 cm-1 podem ser atribuiacutedas a vibraccedilotildees dos grupos
metileno rotaccedilatildeo e flexatildeo e encurtamento e alongamento do mesmo grupo
respectivamente [127]
O pico em 1298 cm-1 tambeacutem pode ser atribuiacutedo agraves aminas presentes na
membrana que induzem absorccedilatildeo forte associada agrave deformaccedilatildeo axial da ligaccedilatildeo
C-N O pico estaacute presente nos espectros de todas as membranas SIPNxSO3H
estudadas
Os espectros FTIR na regiatildeo espectral entre 1000 e 400 cm-1 satildeo mostrados
na Figura 24 Nesses espectros eacute observado um pico intenso em 831 cm-1 atribuiacutedo
agrave substituiccedilatildeo 14 do anel aromaacutetico (anel para-substituiacutedo) Pode ser observado
como anteriormente descrito o duplete com maacuteximo em 720 e 690 cm-1 o qual para
as amostras SIPN-SO3H apresentam uma diminuiccedilatildeo significativa de intensidade
relativa corroborando com as observaccedilotildees anteriores sobre a inserccedilatildeo covalente do
grupo sulfocircnico nos aneacuteis aromaacuteticos
94
Ainda nos espectros da Figura 24 uma banda entre 650 e 600 cm-1 foi
atribuiacuteda ao estiramento da ligaccedilatildeo C-S A banda entre 500 e 575 cm-1 foi atribuiacuteda
ao modo vibracional (N-H)
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
SIPN29
SIPN29
- SO3H 21
SIPN29
- SO3H 11
SIPN29
- SO3H 12
SIPN29
- SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel epoxi
p (-CH2-) (C-S)
(C-N)
1000 900 800 700 600 500 400
(N-H)C-S)
SIPN33
SIPN33
-SO3H 21
SIPN33
-SO3H 11
SIPN33
-SO3H 12
SIPN33
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel epoxi
(-CH2-)
(a) (b)
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
(C-S) (N-H)
SIPN38
SIPN38
-SO3H 21
SIPN38
-SO3H 11
SIPN38
-SO3H 12
SIPN38
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel epoxi
(-CH2-)
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
(C-S)
(N-H)
SIPN41
SIPN41
-SO3H 21
SIPN41
-SO3H 11
SIPN41
-SO3H 12
SIPN41
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel Epoxi
(-CH2-)
(c) (d)
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
(C-S)(-CH2-)
SIPN44
SIPN44
-SO3H 21
SIPN44
-SO3H 11
SIPN44
-SO3H 12
SIPN44
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel Epoxi
(N-H)
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
(C-S) (N-H)
SIPN47
SIPN47
-SO3H 21
SIPN47
-SO3H 11
SIPN47
-SO3H 12
SIPN47
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel Epoxi
(-CH2-)
(e) (f)
95
1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400
(C-S)
(C-N)
SIPN50
SIPN50
-SO3H 21
SIPN50
-SO3H 11
SIPN50
-SO3H 12
SIPN50
-SO3H 14
Ab
so
rvacirc
ncia
(u
a)
Numero de Onda (cm-1)
Anel epoxi
(-CH2-)
(g)
Figura 24 Espectros FTIR na regiatildeo entre 1000 e 400 cm-1
para as amostras (a) SIPN29SO3H (b)
SIPN33SO3H (c) SIPN38SO3H (d) SIPN41SO3H (e) SIPN44SO3H (f) SIPN47SO3H e (g) SIPN50SO3H
4123 Conclusotildees parciais dos estudos de FTIR
A partir da avaliaccedilatildeo dos espectros FTIR para as duas seacuteries de membranas
pode-se confirmar a formaccedilatildeo das estruturas SIPNx e SIPN-SO3H com
concentraccedilotildees diferentes de PEI sumarizando-se atribuiccedilotildees das bandas mais
importantes observadas nos espectros na Tabela 9 Estas comprovam a ligaccedilatildeo da
SIPN com os grupos sulfocircnicos
Tabela 9 Atribuiccedilotildees das bandas mais importantes observadas nos espectros de FTIR das amostras
SIPNx-SO3H
Nuacutemero de Onda (cm-1) Intensidade Relativa Atribuiccedilatildeo
650-600 S (C-S)
1390-1290 W assimeacutetrico(SO2)
1190-1120 M simeacutetrico(SO2)
1060-1020 W (O=S=O)
1150-1275 M (SO3H)-(SO3-)
As bandas mais importantes no espectro das membranas que sofreram
reaccedilatildeo de sulfonaccedilatildeo satildeo as que comprovam a ligaccedilatildeo da SIPN com grupos
sulfocircnicos Poreacutem as anaacutelises para todas as amostras de SIPN revelam que a banda
96
relativa agrave vibraccedilatildeo do modo C-S aparece para as membranas sulfonadas e nas natildeo
sulfonadas esta banda natildeo estaacute relata e ou visualizada As demais estatildeo sempre
servindo de referencia na investigaccedilatildeo de ligaccedilotildees de grupos sulfonas
413 Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear (RMN)
As Figuras 25 a 27 mostram os espectros de RMN 13C para o monocircmero
DGEBA e para a amostra de SIPN29 ilustrativamente
Na Figura 25 eacute mostrado o espectro RMN 13C para a amostra de DGEBA
utilizada no presente trabalho com seus deslocamentos quiacutemicos
DGEBAesp
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1562
4
1456
91432
6
1306
51271
31259
21239
81176
71139
11129
41120
91090
61078
4
706
1
515
7497
5
429
5
305
8
257
3
Figura 25 Espectro de RMN 13
C CPMAS para a amostra da resina epoacutexi DGEBA
A estrutura do monocircmero DGEBA eacute mostrada na Figura 25 com seus
deslocamentos quiacutemicos atribuiacutedos os quais satildeo apresentados na Tabela 10
juntamente com valores da literatura para comparaccedilatildeo Os valores de
deslocamentos mostrados na Figura 26 foram atribuiacutedos de acordo com Silverstein
[127] e podem diferir em plusmn 2 ou 3 ppm com relaccedilatildeo aos valores experimentais
97
OO OO1550
1377
12891149
695500442
424
310
C1C2
C3
C4
C5 C6
C7C8
C9
C5 C6 C6 C5
C3 C2 C1
C5C6
C7 C4
C9
Figura 26 Estrutura do DGEBA [Sigma-Aldrich Nuacutemero do Produto D3415]
Tabela 10 Deslocamentos quiacutemicos observados no espectro do DGEBA
Carbono Deslocamento
Quiacutemico (ppm)
Deslocamento
Quiacutemico (ppm)
[171]
Deslocamento
Quiacutemico (ppm)
[142]
C1 49 44 44
C2 51 51 50
C3 70 69 70
C4 156 155 157
C5 107 115 114
C6C6 127130 129 128
C7C7 142145 138 144
C8 42 42 42
C9C9 2530 31 30
Identificando todos os aacutetomos de carbono do monocircmero de DGEBA da
Tabela 10 tem-se
(i) Os deslocamentos quiacutemicos atribuiacutedos ao carbono C1(CH2O-) e do anel
oxirano (C2-CHO-) ocorrem a 497 e 516 ppm respectivamente O
deslocamento quiacutemico do carbono C1 foi maior que o previsto o que pode ter
ocorrido por uma maior blindagem dos carbonos adjacentes laterais em
relaccedilatildeo ao medido Considere-se que a estrutura estudada na referecircncia 142
difere um pouco da estrutura do material usado neste trabalho
(ii) O deslocamento a 7061 ppm relativo ao aacutetomo de carbono do grupo metileno
ligado a um oxigecircnio (C3) apresenta-se como um pico intenso Os
deslocamentos dos dois carbonos metil (C9-CH3) possuem valores diferentes
98
provavelmente por natildeo estarem simeacutetricos na estrutura portanto sofrendo
blindagem diferente com deslocamento quiacutemico em 2573 e 3058 ppm O
deslocamento relativo ao carbono quaternaacuterio que liga os aneacuteis aromaacuteticos do
bisfenol (C8-C-) aparece em 4293 ppm
(iii) Na regiatildeo entre 100 a 130 ppm estatildeo os sinais dos carbonos que constituem
o anel aromaacutetico Os carbonos C4 C5 C6 e C7 (Figura 25) do anel aromaacutetico
aparecem com deslocamento quiacutemico duplicado um para cada anel tais
como para os apresentam mais sinais tiacutepicos de C4 15624 ppm C5 10718 e
10906 ppm C6 e 12713 e 13065 ppm C7 14226 e 14569 ppm
(iv) Os demais sinais correspondem aos carbonos C5rsquo e C6rsquo dos dois aneacuteis
aromaacuteticos os quais possuem deslocamentos quiacutemicos proacuteximos aos
mencionados em C5 e C6
A Figura 27 mostra o espectro de RMN 13C para a amostra de SIPN33
Figura 27 Espectro de RMN 13
C CPMAS para a amostra de SIPN33
A anaacutelise das estruturas do agente de cura (DDS) e do PEI iratildeo guiar a
interpretaccedilatildeo dos espectros de RMN
A estrutura do DDS eacute mostrada na Figura 28 e os deslocamentos quiacutemicos
[125] satildeo mostrados na Tabela 11
SIPN9esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1561
2
1518
7
1437
5
1358
6
1289
5
1164
61137
9
840
7
696
4579
9537
5522
9510
8496
2473
2457
4448
9419
8321
6
99
SH2N NH2
O
O
1534
1173 1291
1314
12911173
1314
1291 1173
1534
11731291
Figura 28 Estrutura do DDS com seus respectivos deslocamentos quiacutemicos [125]
Tabela 11 Deslocamentos quiacutemicos para o espectro RMN 13
C [125]
Carbono
assinalado
Deslocamento
Quiacutemico (ppm)
C1 153
C2 117
C3 129
C4 131
Admitindo-se que a estrutura do DDS seja simeacutetrica os deslocamentos
quiacutemicos seriam quatro picos definidos atribuiacutedos ao carbono C1 em 1534 ppm ao
C2 em 1173 ppm ao C3 em 1291 ppm e ao C4 em 1314 ppm
Os deslocamentos quiacutemicos para o espectro de RMN de 13C do PEI
encontram-se resumidos na Tabela 12 e na Figura 29 eacute mostrada a sua estrutura
com os deslocamentos quiacutemicos correspondentes aos carbonos marcados [125]
N
NH
NH2
N
N
HN
NH
NH2
N
NH2H2N
118
215
563 538
469 469
535
560
409
510
497
535
535
469 518
237
115
469 513
411
845
537 537
407407
Figura 29 Estrutura quiacutemica do PEI e s [125]
1 1
2
3 4
5
4 6 5
6 4
7
2
8
9 9
10 10
9 5
3
7 9
1
3 2
4 1
2 3
4
2 2 3 3
100
Tabela 12 Deslocamento quiacutemico para o monocircmero de PEI
Carbono
assinalado
Deslocamento
Quiacutemico (ppm)
[125]
C1 11
C2 21-23
C3 56
C4 53
C5 46
C6 51
C7 51
C8 84
C9 40
C10 53
Na Figura 29 os dois carbonos marcados como C1 podem aparecer com
sinais muito fracos
Considerando-se uma unidade monomeacuterica do PEI os valores de
deslocamentos quiacutemicos para o C2 (-CH2-) e para o carbono C3 ligado a uma amina
terciaacuteria (-CH2-N-) apresentam-se como picos de baixa intensidade a 215 - 237 e
563 ppm respectivamente O deslocamento para o aacutetomo de carbono C4 eacute 538
ppm O deslocamento para o carbono C5 encontra-se em 469 ppm Os
deslocamentos dos dois carbonos metilenos ligados a uma amina ternaacuteria C6 -CH2-
N- e para o C7 grupo metileno na posiccedilatildeo alfa ligado a uma amina secundaacuteria (C7 -
CH2-NH-) satildeo 51 e 52 ppm respectivamente Os quatro carbonos C9 ligados agraves
aminas terminais (C9 -CH2-NH2) possuem pequenas variaccedilotildees de deslocamento em
407 ppm
O deslocamento do carbono C8 ligado a duas aminas terciaacuterias estaacute em 845
ppm Os carbonos dos grupos metilenos C10 do PEI proacuteximos agraves aminas terminais
poreacutem ligados a um grupamento amina secundaacuterio encontram-se com sinal em 537
ppm
Para as amostras SIPNx formadas pelo DGEBA reticulado com DDS na
presenccedila de PEI satildeo esperados a presenccedila dos picos de aminas terciaacuterias e de
101
grupamentos hidroxilas originados da abertura do anel epoacutexi Espera-se a ausecircncia
dos sinais presentes no espectro do monocircmero do DGEBA atribuiacutedos aos carbonos
que fazem parte do anel epoacutexi jaacute que nessa posiccedilatildeo a di-amina aromaacutetica faraacute a
reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo com a abertura do anel epoacutexi
Com base na reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo descrita na literatura para melhor
compreensatildeo dos espectros de RMN a Figura 30 esquematiza a reaccedilatildeo que ocorre
entre DGEBA e DDS e depois a inserccedilatildeo do PEI na SIPN
O
O
O
O
SH2N NH2
O
O
130oC
ON
HO
S
O
O
N
HO
O
HO
O
O
N
O
N
OH
OH
O
OH
1377
1289 1149
1550
11491289
424
1431
31031012821296
1359
1296 1282
716
665
605
605
1546
1153 1292
1309
12921153
1309
1292 1153
1546
11531292 605
605
665
716
1550
1149
1289 1377
1289
1149
4271467
310
310
1199
1299
11191580
1124
665
716
1550
1149
1289
1377
1289
1149
424
1377
310
3101289
1149
1550
1149
1289
716
663607
716
663607
665
716 1575
1144 1294
1204
12941144
Figura 30 Esquema da reaccedilatildeo de obtenccedilatildeo da SIPNx
No espectro da Figura 25 (SIPN33) satildeo atribuiacutedos 20 deslocamentos quiacutemicos
empregando-se como base os espectros dos precursores do sistema sendo
N
NH
NH2
N
N
HN
NH
NH2
N
NH2H2N
102
possiacutevel observar a presenccedila de picos tiacutepicos tanto do PEI como do poliacutemero
reticulado DGEBADDS
O espectro seraacute discutido separando-o em duas regiotildees distintas (i) a parte
alifaacutetica regiatildeo de 0 a 100 ppm e (ii) a regiatildeo aromaacutetica de 100 a 180 ppm
(i) Regiatildeo dos carbonos alifaacuteticos
Pode-se observar a presenccedila de dois picos relativamente intensos em 6994 e
3126 ppm O pico em 6994 ppm eacute atribuiacutedo o carbono C11 que de acordo com Park
e colaboradores [142] ocorre pela presenccedila do grupamento hidroxila ligado a um
grupo metileno Este pico eacute intenso e largo sendo que o alargamento pode ser
resultante da sobreposiccedilatildeo de um segundo sinal na mesma regiatildeo como o do grupo
eacuteter vizinho ao grupo epoacutexi reativo O pico em 3126 ppm eacute atribuiacutedo agrave presenccedila dos
grupamentos metila presentes no DGEBA (C3) de acordo com Park e colaboradores
A regiatildeo de 58 a 40 ppm apresenta alta densidade de sinais em especial da
ligaccedilatildeo carbono-nitrogecircnio do DGEBA-DDS Cardiano [144] atribui os
deslocamentos quiacutemicos em 5800 e 2000 ppm agrave formaccedilatildeo de aminas terciaacuterias
resultantes de reaccedilotildees de cura utilizando DGEBA e aminas aromaacuteticas
O C1 do DGEBA (anel epoacutexi) eacute o carbono que reage na reaccedilatildeo de abertura do
anel com a diamina diaromaacutetica (DDS) agrave medida que a reaccedilatildeo evolui acaba
originando uma amina terciaacuteria com deslocamento em 5799 ppm
Deslocamentos quiacutemicos caracteriacutesticos do PEI como os atribuiacutedos aos
carbonos C4 e C5 encontramndashse em 4198 e 5229 ppm respectivamente Outros
sinais no espectro relativos agrave presenccedila do PEI estatildeo em 5727 e 5375 ppm
referentes ao deslocamento quiacutemico do carbono C3 e do carbono C10
respectivamente O carbono C6 do PEI apresenta dois sinais os deslocamentos em
5108 e 4962 ppm e o C9 apresenta deslocamento em 3703 ppm
Os deslocamentos quiacutemicos que satildeo atribuiacutedos ao DGEBA satildeo os carbonos
[CH2-O (C1) e CH-O (C2)] em 4489 e 5108 ppm respectivamente mostrando que
a reticulaccedilatildeo natildeo ocorre totalmente deixando alguns grupamentos natildeo reagidos
Tavares e colaboradores [145] estudaram a reaccedilatildeo de cura da resina epoacutexi DGEBA
com uma amina alifaacutetica por meio de RMN de 13C onde foi observado que o anel
epoacutexi que natildeo reage apresenta deslocamento quiacutemico em 41-42 ppm Jaacute no
trabalho de RMN 13C de Wolff e colaboradores [146] que estudaram a reaccedilatildeo de
103
cura do DGEBA utilizando um diaacutelcool de pequena massa molecular na reticulaccedilatildeo
os carbonos do anel epoacutexi que possivelmente natildeo reagem mostram deslocamento
no espectro de RMN em 498 e 441ppm
(ii) Regiatildeo dos carbonos aromaacuteticos
Na segunda regiatildeo satildeo observados no espectro de RMN dois picos em
11379 e 11646 ppm deslocamento de carbonos aromaacuteticos O primeiro eacute do
carbono C5 mostrado na estrutura do DGEBA e o segundo eacute o do carbono C2 que
estaacute no anel aromaacutetico do DDS respectivamente O C em 12895 ppm eacute atribuiacutedo
ao carbono C6 do anel aromaacutetico do DGEBA embora o C3 do anel aromaacutetico do
DDS tambeacutem apresente deslocamento muito proacuteximo podendo contribuir para o
aumento da intensidade do sinal Os C que aparecem no espectro em 13586 e
14375 ppm satildeo relativos aos carbonos C4 e C7 do DDS e DGEBA respectivamente
Os picos de pequena intensidade em 15187 e 15612 ppm satildeo atribuiacutedos ao C1 do
DDS e ao C4 do DGEBA
Os espectros das amostras das demais composiccedilotildees de SIPNx satildeo muito
similares ao da amostra SIPN33 portanto satildeo omitidos neste trabalho Entretanto eacute
necessaacuterio mencionar que com o aumento da composiccedilatildeo de PEI possivelmente
ocorre um alargamento dos picos devido a maior contribuiccedilatildeo dos carbonos
constituintes do PEI
Foi observado o surgimento de picos na regiatildeo alifaacutetica e de desdobramentos
dos carbonos aromaacuteticos ou seja duplete
Os espectros das outras amostras foram omitidos entretanto a presenccedila do
PEI em concentraccedilatildeo crescente e suas interaccedilotildees intramoleculares e
intermoleculares com o reticulo pode alterar os sinais observados nos mesmos Em
especial nos espectros das amostras com menor concentraccedilatildeo de PEI
No apecircndice satildeo mostrados os espectros de RMN para as amostras SIPN9 e
de SIPN23 a SIPN50
104
414 Anaacutelise Termogravimeacutetrica (TGA)
As curvas termogravimeacutetricas (TGA) das membranas SIPNx e do DGEBA
encontram-se na Figura 31
Figura 31 Curvas de TGA para o DGEBA e para as membranas SIPNx obtidas a 10 ordmCmim sob
atmosfera de N2
A partir da Figura 31 observam-se as curvas de anaacutelise teacutermica das
membranas SIPN e do DGEBA As curvas do PEI e do poliacutemero reticulado
DGEBADDS natildeo foram obtidas experimentalmente por restriccedilatildeo de uso do
equipamento para determinado tipo de amostra sendo assim seratildeo empregados
dados da literatura para a discussatildeo dessas amostras Pipatsantipong e
colaboradores [147] estudaram a temperatura de degradaccedilatildeo para o PEI ramificado
em soluccedilatildeo aquosa Determinaram nesse estudo que ocorrem dois processos de
perda de massa o primeiro eacute referente agrave perda de grupos volaacuteteis e de aacutegua com o
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
0
20
40
60
80
100
Temperatura (oC)
Ma
ssa (
)
DGEBA
9 PEI
17 PEI
23 PEI
29 PEI
33 PEI
38 PEI
41 PEI
44 PEI
47 PEI
50 PEI
105
maacuteximo de perda de massa em 1078ordmC A segunda etapa estaacute relacionada com a
decomposiccedilatildeo do PEI com maacuteximo da decomposiccedilatildeo em 3245ordm C
Com relaccedilatildeo agrave resina epoacutexi Su e colaboradores [148] estudaram a
estabilidade teacutermica do DGEBA reticulado com DDS na mesma razatildeo
estequiomeacutetrica (11) empregada no presente trabalho Os autores caracterizaram a
resina epoacutexi por TGA e DSC sendo que a mesma apresentou somente um processo
de perda de massa com iniacutecio de perda em 377ordm C A anaacutelise foi ateacute 600ordm C com
perda total de 8460 de massa A Tg medida para resina epoacutexi estudada por DSC
foi de 163ordm C
Na Figura 31 as curvas de TG evidenciam que o iniacutecio de decomposiccedilatildeo das
amostras SIPNx varia com a concentraccedilatildeo de PEI Para as amostras de 23 a 50
PEI (mm) um processo de perda de massa se inicia em aproximadamente 90 ordmC e
se estende ateacute 280 ordmC sendo atribuiacutedo agrave perda de aacutegua absorvida nas membranas
Para as amostras contendo de 9 e 17 PEI (poacute das amostras) natildeo eacute detectada uma
etapa de perda de massa em baixas temperaturas provavelmente porque a
absorccedilatildeo de aacutegua aumenta com a concentraccedilatildeo do PEI na membrana como jaacute
verificado nos estudos por FTIR Estes mostraram aumento da intensidade das
bandas associadas aos modos vibracionais do grupo hidroxila em 1630 cm-1 e entre
3700 e 3200 cm-1 sugerindo aumento de grupos hidrofiacutelicos na matriz polimeacuterica
resultante e aumento de aacutegua
Comparando-se a estrutura do DGEBA com a do PEI observa-se que o PEI
possui nuacutemero consideravelmente maior de grupos hidrofiacutelicos do que o DGEBA
Portanto o PEI cumpre a funccedilatildeo inicial de aumentar a hidrofilicidade do sistema e
reter aacutegua na estrutura acima de 100 oC absorccedilatildeo que aumenta com a sua
composiccedilatildeo no sistema e eacute revelada pela perda de massa de aacutegua progressiva entre
90 ordmC e 280 ordmC Em niacutevel molecular a hidrofilicidade do PEI contribui para a
retenccedilatildeo de aacutegua nas membranas mesmo em altas temperaturas
Na Tabela 13 satildeo listados os valores das temperaturas iniciais e finais de
decomposiccedilatildeo para a primeira etapa de perda de massa associada agrave desidrataccedilatildeo
sendo a temperatura inicial 5oC do iniacutecio da perda de massa
106
Tabela 13 Temperaturas iniciais e finais de desidrataccedilatildeo (Tid e Tfd) associadas agrave etapa de
desidrataccedilatildeo das membranas SIPNx e os respectivos valores de perda de massa ()
Membranas SIPN Tid (oC) Tfd (
oC) Perda de massa ()
DGEBA -- -- --
9PEI 43 285 371
17PEI 55 206 101
23PEI 87 202 211
29PEI 80 247 445
33PEI 78 236 700
38PEI 77 245 881
41PEI 78 242 1024
44PEI 80 280 900
47PEI 79 274 520
50PEI 80 240 1000
Para as amostras contendo 33 38 41 e 44 PEI observa-se que a Tid se
manteacutem por volta de 80 ordmC encerrando-se por volta de 240 ordmC Para esta seacuterie de
amostras a retenccedilatildeo de aacutegua ocorre ateacute altas temperaturas (280 ordmC para a amostra
SIPN44) A temperatura de iniacutecio de perda de aacutegua aumenta com a concentraccedilatildeo de
PEI nas membranas alcanccedilando um maacuteximo de absorccedilatildeo de aacutegua a 10 para
amostra SIPN41 Para as amostras SIPN47 SIPN50 a Tid manteacutem-se
aproximadamente no mesmo valor assim como a Tfd
Considerando-se que as amostras foram secas previamente agrave anaacutelise ateacute
peso constante a quantidade de aacutegua eliminada na etapa de desidrataccedilatildeo pode ter
sido absorvida com o manuseio das amostras Este aumento da concentraccedilatildeo de
aacutegua na matriz polimeacuterica indica que ocorre provavelmente a formaccedilatildeo de
nanodomiacutenios hidrofiacutelicos originados com a presenccedila de PEI os quais poderatildeo ser
confirmados por estudos de AFM e SAXs Esse aumento de retenccedilatildeo de aacutegua na
matriz polimeacuterica pode aumentar de forma substancial a condutividade protocircnica das
amostras quando dopadas com aacutecido ou quando sulfonadas Sob as condiccedilotildees
operacionais de uma ceacutelula a combustiacutevel as membranas necessitam manter a
hidrataccedilatildeo em temperaturas maiores que 100ordmC de modo a que se minimize o
envenenamento do catalisador por CO Este gaacutes adsorve irreversivelmente sobre a
platina utilizada no anodo da ceacutelula em temperaturas menores que 80ordmC As
membranas SIPNx obtidas com concentraccedilotildees de PEI superiores a 17
107
apresentam a partir das anaacutelises de TGA retenccedilatildeo de aacutegua em uma faixa de
temperatura suficiente para a sua aplicaccedilatildeo em PEMFC agrave temperatura maior que
100ordmC
Um dos objetivos no desenvolvimento de novas membranas eacute alcanccedilar
sistemas com alto grau de intumescimento por aacutegua Han e colaboradores [149]
desenvolveram membranas SIPN baseadas em poliacutemeros como poliimida sulfonada
e poli(etileno glicol diacrilato) (PEGDA) observando um aumento de estabilidade
teacutermica e um aumento na absorccedilatildeo de aacutegua em comparaccedilatildeo ao Nafionreg 117 No
trabalho desses autores a SIPN apresenta uma primeira etapa de perda de massa
entre 100ordmC e 150ordmC associada agrave perda de aacutegua residual da amostra sendo que em
amostras Nafionreg 117 empregadas como controle no trabalho essa perda deu-se
entre 40ordmC e 100ordmC
Pan e colaboradores [150] obtiveram SIPNs utilizando poliimidas fluoradas
com o Nafionreg 212 as quais apresentaram intumescimento de 20 a 80 ordmC Poreacutem
analisando o comportamento teacutermico das amostras a primeira decomposiccedilatildeo
ocorreu por volta de 329 ordmC e as curvas de TGA natildeo apresentaram perda de aacutegua
devido a sua estrutura hidrofoacutebica o que resulta em baixos valores de
condutividade Nas amostras estudadas a absorccedilatildeo de aacutegua obtida eacute 10 no
maacuteximo para as amostras de SIPN41 e SIPN50 com temperatura maacutexima de inicio
de decomposiccedilatildeo em 280ordm C para a amostra SIPN44
No trabalho de Li e colaboradores [151] uma SIPN baseada em poli(vinil
pirrolidona) (PVP) e Nafionreg 117 foi obtida e o seu intumescimento em aacutegua foi lsquo
avaliado a altas temperaturas (290 ordmC) A perda de aacutegua foi de 038 enquanto que
para o Nafionreg 117 foi de 279 a 100 ordmC As amostras de SIPN estudadas neste a
partir do SPIN23 apresenta iacutenicio de perda de aacutegua agrave 80ordm C e continua em
temperaturas acima de 200ordm C e a melhor performance de um moacutedulo de CaC se daacute
agrave 120ordm C
Nas curvas de TGA se nota quanto agrave degradaccedilatildeo do sistema polimeacuterico duas
etapas de perda de massa Para melhor definir estas etapas foram calculadas as
curvas de DTG mostradas na Figura 32 para o DGEBA e para as membranas SIPN
108
Figura 32 Curvas DTG para o DGEBA e para as membranas SIPN obtidas a partir das curvas de
TG
Na Tabela 14 satildeo mostradas as temperaturas iniciais e finais da perda de
massa associadas agrave decomposiccedilatildeo das membranas SIPNx obtidas no presente
trabalho Eacute difiacutecil separar os dois processos tendo-se apenas colocado na tabela o
maacuteximo de degradaccedilatildeo para cada processo obtido da Figura 32
0 200 400 600 800
Temperatura (oC)
dm
dT
(
oC
)
DGEBA
9 PEI
17 PEI
23 PEI
29 PEI
33 PEI
38 PEI
41 PEI
44 PEI
47 PEI
50 PEI
109
Tabela 14 Temperaturas iniciais e finais de decomposiccedilatildeo (Tid e Tfd) temperatura onde a velocidade
de perda de massa eacute maacutexima e valores de massa residual para as membranas SIPN
[PEI] () Tid (oC) Tfd (
oC) Tmax1 (oC) Tmax2(
oC) Massa Residual ()
0 PEI
(DGEBA) 260 509 353 - 4646
SIPN9 314 535 404 - 2523
SIPN17 274 532 349 402 1841
SIPN23 294 530 359 413 900
SIPN29 302 539 357 401 460
SIPN33 305 543 358 393 045
SIPN38 283 525 357 401 005
SIPN41 310 532 360 400 300
SIPN44 319 558 368 397 554
SIPN47 302 521 354 400 689
SIPN50 280 537 353 407 368
As membranas apresentaram uma alta estabilidade teacutermica atribuiacuteda agrave
estabilidade teacutermica do DGEBA e agrave estrutura formada da SIPN Apoacutes o processo de
desidrataccedilatildeo duas outras etapas de perda de massa ocorrem para todas as
amostras Essas duas etapas de perda de massa podem ser visualizadas melhor
nas curvas de DTG (Figura 32)
Foi realizado um estudo de decomposiccedilatildeo em funccedilotildees primitivas Gaussianas
(origin) para os picos de maacuteximo nas curvas de DTG de modo a calcular a aacuterea do
pico considerando-se duas contribuiccedilotildees para cada curva Dos valores de aacuterea
obtidos foi subtraiacuteda para o primeiro pico a porcentagem de aacutegua eliminada e
anteriormente tabelada Os valores obtidos de porcentagem de massa satildeo
mostrados na Tabela 15 para as SIPN29 a SIPN50 as quais formaram filmes por
casting
110
Tabela 15 Valores das porcentagens das aacutereas dos picos de degradaccedilatildeo obtidos pelas
decomposiccedilotildees primitivas gaussianas das curvas de DTG
Normalizaccedilatildeo de P1 Normalizaccedilatildeo de P2
SIPN29 3690 5776
SIPN33 5827 4100
SIPN38 5756 4235
SIPN41 4774 4854
SIPN44 5398 4000
SIPN47 6179 3029
SIPN50 6307 3243
Observando-se a Tabela 15 nota-se que apesar de algumas oscilaccedilotildees a
porcentagem de massa perdida na primeira etapa eacute maior que na segunda etapa A
primeira etapa de degradaccedilatildeo eacute atribuiacuteda ao PEI e a segunda ao poliacutemero
reticulado Como descrito anteriormente a PEI apresenta maacuteximo de decomposiccedilatildeo
em 3245 ordmC [144] e o DGEBADDS tem iniacutecio de degradaccedilatildeo em 377 oC se
estendendo a quase 500 oC Sendo assim no caacutelculo dessas massas deve haver
erros provenientes do ajuste de linha base e tambeacutem decorrentes do limite difuso de
teacutermino de um processo e inicio de outro Mesmo assim observa-se a tendecircncia agrave
diminuiccedilatildeo da perda de massa com a diminuiccedilatildeo da PEI Para a segunda etapa de
perda de massa atribuiacuteda ao DGEBA da maior para a menor composiccedilatildeo de PEI haacute
um aumento de perda o que eacute coerente com o aumento da concentraccedilatildeo de
DGEBA que tambeacutem estaacute relacionado com o aumento da formaccedilatildeo de resiacuteduo Este
fato eacute coerente com o observado por outros autores que estudaram a
termodegradaccedilatildeo do DGEBADDS
415 Calorimetria Exploratoacuteria Diferencial (DSC)
Na Figura 33 encontram-se as curvas de DSC para as membranas da seacuterie
SIPNx e amostras puras do monocircmero de DGEBA e o agente de cura DDS
111
-40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
En
do
SIPN50
SIPN47
SIPN44
SIPN41
SIPN38
SIPN33
SIPN29
SIPN23
SIPN17
SIPN9
DDS
DGEBA
Flu
xo
de
Ca
lor
(mW
mg
)
Temperatura (oC)
185oC
85oC
Figura 33 Curvas de DSC para as amostras da seacuterie SIPNx e os reagentes DGEBA e DDS
O DGEBA apresenta uma Tg em -10ordm C As variaccedilotildees de temperatura de
transiccedilatildeo viacutetrea nas curvas satildeo marcadas pelo asterisco () As curvas de DSC para
as membranas SIPN apresentaram apenas um pico endoteacutermico Na literatura eacute
relatado que a resina epoacutexi natildeo apresenta picos endoteacutermicos natildeo apresenta
nenhum pico de cristalinidade
Na curva de DSC do DDS satildeo observados dois picos endoteacutermicos O
primeiro a 85ordmC pode ser atribuiacutedo a impurezas presentes no reagente o qual foi
utilizado sem preacutevia purificaccedilatildeo [152] o pico endoteacutermico a 185ordm C eacute relativo agrave fusatildeo
de cristais de DDS Costa e colaboradores [153] mostraram um pico endoteacutermico
para a amostra pura de DDS em 175ordm C em condiccedilotildees de varredura iguais agraves
empregadas no presente trabalho No trabalho de White e colaboradores a Tg do
DDS encontra-se entre 175 e 180ordm C [142]
As curvas SIPN mostram o pico endoteacutermico agrave 180ordmC referente agrave fusatildeo do
DDS Natildeo eacute observado pico exoteacutermico indicativo de cristalinidade das amostras O
DDS foi adicionado na proporccedilatildeo 11 entretanto o grau de reticulaccedilatildeo foi variaacutevel
permanecendo uma fraccedilatildeo do DDS como resiacuteduo da reaccedilatildeo na matriz epoacutexi
112
reticulada Isso pode ter originado as perdas de massa flutuantes entre as vaacuterias
composiccedilotildees de SIPN jaacute que o aumento de adsorccedilatildeo de aacutegua se daria com o
aumento da composiccedilatildeo do PEI
Este fato mostra a necessidade da purificaccedilatildeo da membrana com peroacutexido de
hidrogecircnio previamente agraves anaacutelises de impedacircncia eletroquiacutemica para medida de
condutividade de modo a remover resiacuteduos de reagentes
As temperaturas de transiccedilatildeo viacutetrea satildeo mostradas na Tabela 16 As duas
curvas para as amostras de SIPN9 e SIPN17 apresentaram duas Tg Para a amostra
SIPN9 a primeira foi em 688 e a segunda em 19506 ordmC Para a SIPN17 618 e
1305 ordmC respectivamente Wu e colaboradores [154] estudaram um sistema SIPN
baseado em resina epoacutexi curada com aminas aromaacuteticas que apresentou duas Tgs
tendo-se esse fato atribuiacutedo agrave imiscibilidade do sistema
A presenccedila das duas Tg nessas duas membranas indica um comportamento
imisciacutevel do sistema em niacutevel microestrutural Este se comporta como uma mistura
de poliacutemeros natildeo misciacutevel e natildeo como uma SIPN Uma das duas fases possui Tg
proacutexima agrave da resina epoacutexi curada com DDS o que corrobora com a hipoacutetese de
segregaccedilatildeo de fases A compatibilidade do ponto de vista morfoloacutegico pode ser
entendida como o grau de homogeneidade de uma mistura ou quatildeo finamente
disperso estaacute um poliacutemero em outro Uma uacutenica Tg ou uma Tg com transiccedilatildeo
Tle10oC eacute indicativa de miscibilidade termodinacircmica o que reflete homogeneidade
na microescala
Do ponto de vista tecnoloacutegico mistura compatiacutevel eacute aquela que leva agrave
melhoria das propriedades estudadas portanto para essas duas composiccedilotildees de
SIPN natildeo foram possiacuteveis obter membranas Houve segregaccedilatildeo de fases e as
amostras obtidas satildeo poacute ou formam estruturas descontinuas bastante rugosas
quebradiccedilas e opacas
Todas as amostras SIPN 29 PEI ou de maior concentraccedilatildeo apresentaram
apenas uma Tg As membranas satildeo dimensionalmente estaacuteveis e diminuem sua
opacidade agrave medida que PEI eacute adicionado Aparentemente as diferentes
composiccedilotildees e interaccedilotildees especiacuteficas geradas no sistema em funccedilatildeo da sua
variaccedilatildeo natildeo apresentam um comportamento regular com o aumento da
concentraccedilatildeo de PEI Nas amostras satildeo observados dois comportamentos de
aumento e diminuiccedilatildeo da Tg com relaccedilatildeo agrave concentraccedilatildeo de PEI O aumento da Tg
ocorre nas amostras de SIPN 29 33 e 38 PEI ateacute uma temperatura maacutexima de
113
1056ordm C entretanto para as concentraccedilotildees de 41 44 47 e 50 PEI ocorre uma
diminuiccedilatildeo na Tg ateacute o menor valor observado de 476ordm C
Apesar de haver uma uacutenica Tg para cada amostra o intervalo de temperatura
em que ocorre a transiccedilatildeo eacute largo sempre T ge 10 oC o que deve espelhar
heterogeneidade em escala microscoacutepica Este fenocircmeno eacute compatiacutevel com a
formaccedilatildeo de nanodomiacutenios hidrofiacutelicos e hidrofoacutebicos que se estendem ao longo da
matriz em funccedilatildeo da estrutura diferente dos componentes e pode ser comprovado
futuramente por medidas de acircngulo de contato
Tabela 16 Valores de Tg da seacuterie de amostras SIPNx
AMOSTRAS Tg1
(oC)
Tg1 onset
(oC)
Tg1 offset
(oC)
Tg2
(oC)
Tg2 onset
(oC)
Tg2 offset
(oC)
SIPN9 688 588 774 19506 16759 21633
SIPN17 618 433 788 1305 1252 1355
SIPN23 1935 1693 2143 - - --
SIPN29 799 695 938 - - -
SIPN33 901 835 976 - - -
SIPN38 1056 917 1201 - - -
SIPN41 1049 923 1162 - - -
SIPN44 778 715 826 - - -
SIPN47 7113 526 897 - - -
SIPN50 476 228 733 - - -
114
416 Microscopia Eletrocircnica de Varredura (MEV)
Na Figura 34 a 39 mostram-se as imagens MEV para as amostras SIPN33
SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50 em quatro diferentes ampliaccedilotildees 50x
500x 1000x e 7000x Em especial nas menores escalas a resoluccedilatildeo
eventualmente era ruim tendo-se ajustado agraves ampliaccedilotildees de modo a definir o foco
do equipamento portanto nem todas as imagens encontram-se na mesma
ampliaccedilatildeo
Figura 34 Imagem MEV da membrana SIPN33 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 50x (b) 500x (c) 1000x
e (d) 7000x
115
Figura 35 Imagem MEV da membrana SIPN38 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 40x (b) 400x (c) 1000x
e (d) 7000x
Figura 36 Imagem MEV da membrana SIPN41 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 50x (b) 500x (c) 1000x
e (d) 7000x
116
Figura 37 Imagem MEV da membrana SIPN44 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 500x (c) 1000x
e (d) 7000x
Figura 38 Imagem MEV da membrana SIPN47 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 500x (c) 1000x
e (d) 7000x
117
Figura 39 Imagem MEV da membrana SIPN50 em diferentes ampliaccedilotildees (a) 60x (b) 600x (c) 1000x
e (d) 7000x
O estudo por MEV foi realizado para observar a morfologia superficial das
membranas e verificar a homogeneidade microscoacutepica do material Anaacutelises de AFM
seratildeo apresentadas posteriormente As amostras SIPN apresentaram em geral uma
superfiacutecie compacta e contiacutenua com boa homogeneidade mesmo em diferentes
ampliaccedilotildees em especial nas baixas concentraccedilotildees de PEI Em algumas amostras
satildeo observados alguns pequenos pontos de aglomeraccedilatildeo provavelmente
decorrente do processo de obtenccedilatildeo da membrana por casting O DGEBA eacute amorfo
e a PEI pode apresentar cristalinidade Na anaacutelise por DSC todas as amostras
mostraram uma uacutenica Tg entretanto isso natildeo exclui a possibilidade de formaccedilatildeo de
pequenos cristalitos induzidos pela presenccedila do PEI no meio
As amostras SIPN38 SIPN41 apresentam morfologias semelhantes apesar do
aumento dos grupos hidrofiacutelicos (PEI) nas membranas A amostra SIPN44 no
aumento de 7000x mostrou mudanccedila superficial
As amostras SIPN47 e SIPN50 com maiores concentraccedilotildees de PEI
apresentam superfiacutecie heterogecircnea provavelmente induzida por diferenccedilas de
118
solubilidade dos poliacutemeros no solvente mas apenas uma Tg foi observada no
estudo por DSC
Com a inserccedilatildeo dos grupos hidrofiacutelicos mudanccedilas de tamanhos dos domiacutenios
hidrofoacutebicos e hidrofiacutelicos podem estar associadas agraves alteraccedilotildees de cor observadas
nas membranas Estas poderatildeo ser investigadas nos estudos por AFM
Em outros trabalhos descritos na literatura nos quais satildeo estudadas
morfologias co-contiacutenuas em membranas SIPN [171] eacute realizado estudo por
Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo (MET) para detectar estruturas da ordem de
alguns nanocircmetros No presente trabalho as membranas SIPN foram estudadas
observando-se estruturas micromeacutetricas O estudo da dimensatildeo nanomeacutetrica destas
membranas seraacute realizado por AFM
417 Microscopia de Forccedila Atocircmica (AFM)
As membranas foram estudas por Microscopia de Forccedila Atocircmica para
verificar segregaccedilatildeo de fase em niacutevel nanoestrutural Espera-se a presenccedila de
regiotildees hidrofoacutebicas e hidrofiacutelicas no sistema originadas por DGBEADDS (DGEBA
reticulado com DDS) e o PEI respectivamente A fase DGBEADDS eacute normalmente
descrita como uma regiatildeo hidrofoacutebica clara ou mais brilhante na imagem topograacutefica
e de contraste de fase [155156] A PEI formando a regiatildeo hidrofiacutelica conteacutem grupos
ramificados terminados em aminas primaacuterias distribuiacutedas ao longo da matriz epoacutexi
reticulada As regiotildees hidrofiacutelicas de membranas estudadas por AFM normalmente
se apresentam como regiotildees mais escuras e softer
A Figura de 40 mostra as imagens de AFM para a amostra DGEBADDS e as
Figuras de 41 a 47 as amostras de SIPN17 a SIPN50 As imagens a esquerda satildeo
topograacuteficas e as da direita satildeo as de contraste de fase para a mesma amostra e
ampliaccedilatildeo da imagem da esquerda Nas imagens de contraste de fase as regiotildees
escuras satildeo mais profundas e as regiotildees claras satildeo mais superficiais
Na Figura 40 (a) eacute vista a imagem topograacutefica do poliacutemero reticulado
DGEBADDS Observa-se com clareza a distribuiccedilatildeo homogecircnea de regiotildees mais
superficiais e mais profundas com diferenccedila de altura de 99nm Normalmente
imagens de microscopia eletrocircnica de transmissatildeo mostram os domiacutenios
nanomeacutetricos correspondentes agrave rede A imagem AFM em maior ampliaccedilatildeo
119
(10mx10m) natildeo poderia mostrar esses domiacutenios poreacutem aparentemente estas
formaccedilotildees podem orientar a formaccedilatildeo da superfiacutecie das amostras As Figuras (c) e
(e) mostram a imagem em menores ampliaccedilotildees onde eacute possiacutevel observar
formaccedilotildees globulares de pequeno diacircmetro dispersas na superfiacutecie Estas podem
corresponder agrave segregaccedilatildeo de material ocasionado pela existecircncia de reagente
residual Jaacute as imagens de contraste de fase mostram superfiacutecie homogecircnea como
o esperado uma vez que se trata de amostra monofaacutesica Nas trecircs ampliaccedilotildees haacute a
presenccedila das formaccedilotildees globulares
As amostras SIPN17 e SIPN23 natildeo formaram membranas As imagens AFM
mostradas foram obtidas de amostras do poacute resultante da siacutentese que foi prensado
Das imagens de contraste de fase observa-se claramente a presenccedila de uma
fase hidrofoacutebica e hidrofiacutelica proveniente da presenccedila de PEI nas amostras
120
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 40 Imagens AFM da amostra DGEBA-DDS11em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia
topograacutefica 10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (a) (c) Micrografia
topograacutefica 5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (c) (e) Micrografia
topograacutefica 2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (e)
121
(a) (b)
(c) (d)
Figura 41 Imagens AFM da amostra SIPN17 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
5x5 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (a) (c) Micrografia topograacutefica 1x1
m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo de (c)
122
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 42 Imagem AFM membrana de SIPN23 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
2x2 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 07
x 07m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
123
A partir da Figura 42 amostra SIPN29 observam-se imagens das membranas
SIPN Em (a) pode-se observar que haacute modificaccedilatildeo morfoloacutegica comparando-se com
a amostra DGEBADDS discutida anteriormente aumentando a diferenccedila entre a
parte mais profunda e mais superficial da amostra Com relaccedilatildeo agraves imagens de
contraste de fase observa-se uma distribuiccedilatildeo relativamente homogecircnea entre a
fase hidrofoacutebica e hidrofiacutelica da SIPN
Na Figura 43 (a) amostra SIPN38 observa-se superfiacutecie mais heterogecircnea
No contraste de fase (imagens b d f) foi observada a presenccedila de alguns pontos
parcialmente escuros e parcialmente claros Provavelmente haacute segregaccedilatildeo parcial
de fase hidrofiacutelica nestes pontos Adicionalmente deve ocorrer uma segunda
segregaccedilatildeo da fase hidrofoacutebica na segregaccedilatildeo hidrofiacutelica aumentando o diacircmetro
desses aglomerados Fenocircmeno similar foi observado no trabalho de Marieta e
colaboradores [157] que estudaram a resina epoacutexi reticulada com DDS na presenccedila
de PMMA observando pontos de segregaccedilatildeo da fase visco-elaacutestica na qual podiam
ser notados ainda pontos ricos na fase epoacutexi
Com relaccedilatildeo ao perfil de profundidade as regiotildees mais altas e mais baixas
possuem diferenccedila menor que 600 nm compatiacutevel com amostras que apresentam
duas fases
124
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 43 Imagem AFM membrana de SIPN29 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
2x2 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 07
x 07m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
125
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 44 Imagens AFM membrana de SIPN38 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica 2 x
2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
126
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 45 Imagens AFM membrana de SIPN41 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
20x20 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
10x10 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica
5x5 m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
127
A Figura 45 e 46 trazem as imagens das amostras SIPN41 e SIPN44 com
aumento consideraacutevel de PEI Isso se reflete na maior dispersatildeo da fase hidrofiacutelica
na fase hidrofoacutebica O perfil de profundidade varia ateacute um maacuteximo de 1300 nm
(SIPN44) Satildeo notadas ainda em algumas das ampliaccedilotildees em especial nas imagens
de contraste de fase as formaccedilotildees globulares de segregaccedilatildeo de fase
128
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 46 Imagens AFM membrana de SIPN44 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica
2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
129
A Figura 47 traz as imagens da amostra SIPN47 refletindo o aumento da
concentraccedilatildeo de PEI Observa-se a dispersatildeo da fase hidrofiacutelica na fase hidrofoacutebica
O perfil de profundidade varia ateacute um maacuteximo de 600 nm Satildeo notadas ainda em
algumas das ampliaccedilotildees em especial nas imagens de contraste de fase as
formaccedilotildees globulares de segregaccedilatildeo de fase algumas com dimensotildees em torno de
150 nm Pode-se considerar que haacute homogeneidade na escala micromeacutetrica
Considerando-se a anaacutelise por DSC das amostras observou-se que essa amostra
tem apenas uma Tg com T = 37 oC A transiccedilatildeo larga reflete esse comportamento
130
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 47 Imagens AFM membrana de SIPN47 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica
2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
131
A Figura 48 traz as imagens da amostra SIPN50 com 50 mm de PEI A
grande concentraccedilatildeo de PEI reflete um aumento da dispersatildeo dos grupos
hidrofiacutelicos na matriz hidrofoacutebica ocasionando as alteraccedilotildees morfoloacutegicas em forma
de gloacutebulos grandes observadas nas imagens topograacuteficas e confirmadas nas
imagens de contraste de fase Entretanto a dispersatildeo de uma fase na outra pode
ser considerada homogenea A rugosidade eacute da mesma ordem de grandeza que
para as demais amostras
Os domiacutenios claros interligados indicam uma regiatildeo dominante de DGEBA
reticulado enquanto que as fases pseudocontiacutenuas do PEI (regiatildeo escura) indicam
regiotildees altamente hidrofiacutelicas presentes na membrana
132
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 48 Imagens AFM membrana de SIPN50 em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica
10x10 m (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica
5x5 m (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (c) (e) Micrografia topograacutefica
2x2m (f) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
133
A Figura 49 mostra as imagens AFM em 3D com as micrografias topograacuteficas
10x10 m das membranas DGEBA-DDS e algumas composiccedilotildees SIPN
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 49 Imagens AFM em 3D mostrando as micrografias topograacuteficas 10x10 m das amostras (a)
DGEBA-DDS (b) SIPN29 (c) SIPN38 (d) SIPN41 (e) SIPN44 (f) SIPN47
134
Nessa figura pode ser observado que a adiccedilatildeo de PEI e formaccedilatildeo da SIPN
modificam substancialmente a superfiacutecie da membrana DGEBADDS Contudo o
aumento da composiccedilatildeo da PEI no sistema natildeo afeta significativamente a imagem
3D das SIPNs sendo que o perfil de rugosidade indica profundidades de
aproximadamente 1 microm para todas as composiccedilotildees
Como discutido anteriormente a anaacutelise DSC das amostras revelou uma
uacutenica Tg para as amostras SIPN23 a SIPN50 Apesar da uacutenica Tg esta natildeo aumenta
com a concentraccedilatildeo de PEI mas sim apresenta um comportamento oscilante
aumentando de valor da SIPN29 a SIPN38 ~ SIPN41 Apresenta um comportamento
oscilante nas composiccedilotildees maiores de PEI O aumento da Tg com a concentraccedilatildeo
da PEI indica a miscibilidade da SIPN em uma escala dimensional entre 20 e 40 nm
e implica na miscibilidade das SIPNs [158] Neste ponto o estudo por AFM revelou
para algumas das membranas a presenccedila de formaccedilotildees globulares na superfiacutecie
atribuiacutedas agrave segregaccedilatildeo de fase Sabe-se tambeacutem que quando a transiccedilatildeo viacutetrea eacute
maior que 10 oC significa heterogeneidade em niacutevel de microestrutura como a
observada pelo AFM mas que entretanto natildeo satildeo revelados na anaacutelise por MEV
na ampliaccedilatildeo empregada
Nas concentraccedilotildees intermediaacuterias das SIPN tais como 38 41 e 44 PEI
(mm) ocorreu aumento de domiacutenios hidrofiacutelicos dispersos na matriz epoacutexi reticulada
o que era esperado com o aumento da concentraccedilatildeo de PEI nas membranas SIPN
Adicionalmente a distacircncia entre os domiacutenios hidrofiacutelicos diminui como se pode
observar tanto das imagens topograacuteficas quanto das de contraste de fase Como as
distacircncias entre os domiacutenios diminuem eacute provaacutevel a formaccedilatildeo dos canais hidrofiacutelicos
necessaacuterios agrave conduccedilatildeo do proacuteton atraveacutes da membrana de SIPN na sua dopagem
com aacutecido
As amostras SIPN17 a SIPN23 foram prensadas pois natildeo formaram filmes
portanto natildeo foram comparadas quanto agrave morfologia com as demais
As membranas com 29 a 33 PEI (mm) formam filmes opacos e
relativamente espessos por casting pouco maleaacuteveis quando comparadas agraves
demais de concentraccedilotildees maiores de PEI
Trabalhos avaliam a morfologia dos clusters iocircnicos de membranas
condutoras como NAFION reg geralmente caracterizado por microscopia de forccedila
atocircmica onde eacute possiacutevel comprovar sua existecircncia e os tamanhos dos domiacutenios
135
hidrofoacutebico-hidrofiacutelicos assim como mudanccedilas nas fases que constituem a
nanoestrutura das membranas Hiegsen e colaboradores [159] avaliam a correlaccedilatildeo
dos nanodomiacutenios hidrofiacutelicos com a capacidade de intumescimento de aacutegua Nas
imagens de AFM mostram as estruturas que apresentam pequenos pontos
dispersos ao longo do bulk estas regiotildees satildeo atribuiacutedas aos domiacutenios iocircnicos
condutores compostos por regiotildees hidrofiacutelicas
4171 AFM das membranas sulfonadas
As membranas SIPN foram submetidas agraves reaccedilotildees de sulfonaccedilatildeo e mantidas
no dessecador sob vaacutecuo para evitar intumescimento
Apoacutes a sulfonaccedilatildeo as membranas apresentaram-se rugosas e foi possiacutevel a
anaacutelise por AFM apenas da amostra SIPN 41 (Figura 50) nas razotildees de agente
sulfonantegrupos estirenos 21 11 12 e 14 Foram obtidas imagens topograacuteficas
e de contraste de fase em diferentes aacutereas da membrana Foram empregadas as
ampliaccedilotildees 5 x 5 e 10 x 10 m
136
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
137
(g) (h)
Figura 50 Imagem AFM membrana de SIPN41SO3H na razatildeo 21 11 12 e 14 grupo
estirenosulfonante em diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica 5x5 m da SIPN41SO3H-
21 (b) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (a) (c) Micrografia topograacutefica 10x10
m da membrana SIPN41SO3H-11 (d) micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (d) (e)
Micrografia topograacutefica 5x5 m da membrana SIPN41SO3H-12 (f) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (e) (g) Micrografia topograacutefica 5x5 m da membrana SIPN41SO3H-14 (h)
micrografia de contraste de fase da mesma regiatildeo em (e)
(a) (b)
Figura 51 Imagem AFM membrana de SIPN47 SO3H na razatildeo 21 de grupo estireno sulfonante em
diferentes ampliaccedilotildees (a) Micrografia topograacutefica 10x10m (b) micrografia de contraste de fase da
mesma regiatildeo em (a)
138
As SIPN formuladas neste trabalho jaacute apresentavam antes da sulfonaccedilatildeo
grupos hidrofiacutelicos e hidrofoacutebicos Ao sulfonar as membranas aumentaram os
grupos hidrofiacutelicos poreacutem natildeo se notou diferenccedila substancial entre as morfologias
A maior diferenccedila morfoloacutegica foi notada da superfiacutecie da membrana DGEBADDS
para as SIPN com PEI Na Figura 50 satildeo mostradas as imagens das amostras
SIPN41SO3H na razatildeo 21 11 12 e 14 grupo estirenosulfonante Entre estas
nota-se uma alteraccedilatildeo superficial com o grau de sulfonaccedilatildeo entre as imagens (a) (e)
e (g) que se encontram na mesma ampliaccedilatildeo
Na Figura 50 (g) a topografia superficial eacute levemente modificada e no
contraste de fase haacute boa distribuiccedilatildeo entre domiacutenios hidrofoacutebicos e hidrofiacutelicos
Aumentando-se o grau de sulfonaccedilatildeo na Figura 50 (e) eacute possiacutevel perceber uma
orientaccedilatildeo de fase no sentido longitudinal a qual eacute confirmada na imagem (f) No
maior grau de sulfonaccedilatildeo (21) a morfologia se assemelha agraves amostras natildeo
sulfonadas e na imagem de contraste de fase eacute mostrada uma boa distribuiccedilatildeo
entre fase hidrofoacutebica e hidrofiacutelica
Na Figura 51 tem-se a amostra SIPN47SO3H na razatildeo 21 A imagem
topograacutefica e a de contraste de fase satildeo similares agraves amostras SIPN47 sem
sulfonaccedilatildeo
Com base nas amostras com maior grau de sulfonaccedilatildeo aparentemente os
grupos sulfocircnicos devem se orientar para o interior das amostras e a exemplo do
que ocorre em outros sistemas sulfonados provavelmente deve formar os clusters
iocircnicos necessaacuterios para a conduccedilatildeo
139
418 Difraccedilatildeo de Raios-X (DRX)
Na Figura 52 satildeo mostrados os difratogramas para as amostras SIPN33
SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50
10 20 30 40 50 60 70 80 90
44 PEI-21o
50 PEI-1445o
425o
575o
33 PEI
38 PEI
41 PEI
44 PEI
47 PEI
50 PEI
2 Angulo
Inte
nsid
ade (
ua
)
Figura 52 Difratogramas de Raios-X para as amostras SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47
SIPN50
As amostras natildeo apresentaram picos de difraccedilatildeo como previsto entretanto
todas apresentaram halos de difraccedilatildeo os quais podem ser atribuiacutedos agrave formaccedilatildeo de
estruturas parcialmente ordenadas num sistema natildeo cristalino possiacuteveis de existir
na micro e nanoestrutura complexa do sistema estudado Observa-se da figura que
o valor de 2θ a aacuterea e a amplitude destes halos variam com a composiccedilatildeo da SIPN
exceto para o halo com maacuteximo a 425o que permanece inalterado na seacuterie de
amostras analisadas Entretanto torna-se mais definido agrave medida que a
140
concentraccedilatildeo de PEI diminui na SIPN especialmente para a amostra contendo 33
de PEI
Dos dois componentes da SIPN apenas o PEI eacute cristalino A morfologia de
resinas epoacutexi associadas com outros poliacutemeros ou cargas mostra que a resina
reticulada eacute amorfa [160] logo a presenccedila de picos nos difratogramas eacute atribuiacuteda agrave
presenccedila do PEI
Saegusa e colaboradores [161] estudaram o comportamento cristalino do PEI
por DRX observando trecircs picos bem definidos no difratograma em 2θ = 13 21 e
23o Para as amostras estudadas no presente trabalho o DSC mostrou uma uacutenica Tg
de transiccedilatildeo larga A ausecircncia de picos de cristalinidade deve-se provavelmente agrave
boa dispersatildeo de uma fase na outra em niacutevel micromeacutetrico As amostras de maior
concentraccedilatildeo de PEI na anaacutelise de AFM mostraram formaccedilotildees globulares de 150
nm atribuiacutedas agrave separaccedilatildeo de fases Haacute indiacutecios nas imagens de contraste de fase
de que seriam formadas por uma fase PEI com uma fase epoacutexi diluiacuteda como
observado por Marieta e colaboradores no estudo de sistemas similares [162]
Provavelmente essas pequenas regiotildees ricas em PEI apresentam algum arranjo
cristalino Essa hipoacutetese eacute corroborada pelo DRX da amostra SIPN50 no qual se
observa um halo adicional bem definido em 1445ordm o qual por ser de baixo acircngulo
deve estar relacionado ao longo periacuteodo associado com a coexistecircncia de fase
amorfa e fase cristalina na microestrutura
419 Difraccedilatildeo de Raios-X a Baixo Acircngulo (SAXS)
O estudo por Difraccedilatildeo de Raios-X a baixo Acircngulo foi realizado para (i) A seacuterie
de membranas SIPNx quanto agrave variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de PEI na composiccedilatildeo da
matriz epoacutexi reticulada e (ii) inserccedilatildeo de grupos sulfocircnicos na membrana
SIPN47SO3H nas razotildees 21 11 12 e 14 agente sulfonanteestireno
(i) Estudo por SAXS da variaccedilatildeo da composiccedilatildeo de PEI na SIPN
O estudo foi realizado para as amostras SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41
SIPN44 SIPN47 e SIPN50 e seus perfis SAXS satildeo mostrados na Figura 53
141
001 01
1E-3
001
01
1
10
Regiao de Agregados
Regiao de Porod
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
Inte
nsid
ad
e (
ua
)
Vetor de espalhamento (A-1)
Regiao de Platocirc
Figura 53 Perfis SAXS da seacuterie de membranas SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e
SIPN50
Os perfis de SAXs das amostras na Figura 53 foram separados em trecircs
regiotildees distintas cada regiatildeo indica a existecircncia de uma morfologia
A primeira regiatildeo marcada com um ciacuterculo eacute definida como regiatildeo de Guinier
Nela haacute uma tendecircncia de platocirc em valores menores do vetor de espalhamento q o
que indica que haacute estruturas nanomeacutetricas dispersas no sistema polimeacuterico
A segunda regiatildeo marcada por um retacircngulo mostra um decaimento de
intensidade Esse segmento da curva possui uma inclinaccedilatildeo de reta -4 indicando
uma regiatildeo de Porod [163]
A regiatildeo marcada por um ciacuterculo mostra para a maioria das amostras
estudadas um pico pronunciado Esse pico indica a presenccedila de agregados ou
nanodomiacutenios dentro de agregados maiores monodispersos na regiatildeo de Guinier
[162]
142
A presenccedila dos platocircs nos perfis SAXs em baixos valores de ldquoqrdquo indica a
existecircncia de contraste de densidade no caso deste trabalho provavelmente entre
a matriz epoacutexi e o PEI e que o sistema eacute monodisperso ou diluiacutedo pela ausecircncia de
pico nesta regiatildeo Em perfis SAXS de sistemas diluiacutedos apresentando nanodomiacutenios
com alguma polidispersidade ocorre o decaimento na funccedilatildeo de intensidade I(q)
obedecendo as Leis de Guinier e Porod conforme ocorre no presente trabalho nos
valores intermediaacuterios de q (marcados pelo retacircngulo)
Adicionalmente analisando-se os perfis de SAXS a presenccedila do pico em
valores de intensidade de espalhamento ldquoqrdquo maiores indica uma estrutura em dois
niacuteveis que pode ser descrita como contribuiccedilotildees dos niacuteveis individuais dos domiacutenios
formados Os domiacutenios nanomeacutetricos (clusters ou ilhas) cada um deles eacute composto
por um conjunto denso de partiacuteculas dentro de uma matriz de baixa densidade e
agregados de maior densidade [164] Para as amostras SIPN38 e SIPN50 essa regiatildeo
eacute mostrada em detalhe na Figura 54 pois a intensidade do pico para essas duas
amostras eacute menor do que as demais
143
022 024 026 028 03 032
001
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
Inte
nsid
ad
e
Vetor de espalhamento q(A-1)
Figura 54 Ampliaccedilatildeo da regiatildeo dos perfis de SAXS atribuiacuteda aos agregados das membranas de
SIPN33 a SIPN50 Em destaque a ampliaccedilatildeo das SIPN38 e SIPN50
A Equaccedilatildeo 19 equaccedilatildeo semi-empiacuterica proposta por Beaucage [165] pode
ser aplicada em toda a curva de espalhamento e foi aplicada para modelar as curvas
experimentais deste trabalho ajustando-se os paracircmetros P1 B1 G1 e R1 O valor
de P1 que eacute a inclinaccedilatildeo da reta na regiatildeo de Porod eacute igual a -4
Equaccedilatildeo 19
Os paracircmetros G1 B1 P1 e R1 satildeo a intensidade de espalhamento de ldquoqrdquo
inicial na regiatildeo de Guinier intensidade de espalhamento inicial na regiatildeo de Porod
inclinaccedilatildeo da reta na regiatildeo de Porod e Raio de Giro do agregado respectivamente
Os valores calculados atraveacutes da modelagem das curvas satildeo mostrados na
Tabela 17
01
SIPN38
SIPN50
Inte
nsid
ad
e (
ua
)
q(A-1)
02850065
144
Tabela 17 Valores dos paracircmetros calculados apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs com a
equaccedilatildeo 19
Amostras Paracircmetros
G1 B1 Raio (Aring) χ 2
SIPN33 5755 57x10-6 3007 plusmn 44 09981
SIPN38 1546 15x10-7 4352 plusmn 74 09983
SIPN41 2755 10x10-7 3488 plusmn 58 09942
SIPN44 757 05x10-7 3419 plusmn 23 09986
SIPN47 1054 09x10-7 3409 plusmn 11 09997
SIPN50 154 15x10-7 6165 plusmn 507 09980
As curvas foram ajustadas mantendo o valor de χ2 de 099 utilizando 30
pontos da curva na regiatildeo selecionada na Figura 55 Desta forma a sobreposiccedilatildeo do
ajuste na curva experimental para a obtenccedilatildeo dos valores de R1 obtidos eacute aceitaacutevel
no ajuste da curva
Os raios correspondem aos raios de nanodomiacutenios existentes na matriz
Observou-se que o valor dos raios calculados aumenta com o aumento de PEI nas
amostras o que sugere o aumento dos domiacutenios hidrofiacutelicos na matriz reticulada
gerando agregados maiores observados na regiatildeo de Guinier Adicionalmente como
o PEI eacute bastante ramificado o possiacutevel agrupamento deste nanodomiacutenios dentro da
matriz faz com que o aumento seja mais visiacutevel nas imagens de AFM
Na regiatildeo de Porod da Figura 53 em maiores valores de q alguns trabalhos
aplicam a Lei de Porod no estudo da natureza da interface entre as regiotildees
hidrofoacutebicas e hidrofiacutelicas Para quantificar a separaccedilatildeo dos domiacutenios (hidrofoacutebico-
hidrofiacutelicos) eacute aplicada ao sistema a Equaccedilatildeo 20 [166 167]
Equaccedilatildeo 20
Onde Kp eacute a constante de Porod e I(q) eacute a intensidade de espalhamento O
coeficiente angular da reta eacute obtido pelo graacutefico de ln [q4 I(q)] versus q2 a altos
acircngulos de espalhamento ldquoqrdquo [168]
Da anaacutelise das curvas de ln [q4 x I(q)] versus 10q2 dos Perfis de SAXS para as
membranas SIPN foram calculados os valores de inclinaccedilatildeo da reta dados em Aring2
145
que indicam o comportamento da variaccedilatildeo da distacircncia entre os domiacutenios das duas
fases presentes hidrofiacutelica (PEI) e hidrofoacutebica (resina epoacutexi) Os valores dos
coeficientes angulares das inclinaccedilotildees das retas encontram-se na Tabela 18
002 004 006 008
01
1
10
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
ln [q
4
I(q
)]
10q2 (A
2)
q-4
Figura 55 Graacutefico de ln [q4 I(q)] versus 10q
2 para os perfis de SAXS das membranas de SIPN33
SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50
Tabela 18 Valores das inclinaccedilotildees da reta do graacutefico de ln [q4 I(q)] versus q
2 Figura 55
Amostra Inclinaccedilatildeo da reta χ2
SIPN33 341 plusmn 005 Aring2 0977
SIPN38 692 plusmn 026 Aring2 0964
SIPN41 542 plusmn 011 Aring2 0956
SIPN44 556 plusmn 012 Aring2 0946
SIPN47 540 plusmn 011 Aring2 0986
SIPN50 709 plusmn 025 Aring2 0988
146
Esse valor das inclinaccedilotildees indica o comportamento da variaccedilatildeo da distacircncia
entre as duas diferentes fases presentes no sistema com o aumento da
concentraccedilatildeo de PEI nas SIPNs O valor das inclinaccedilotildees das retas da amostra
SIPN33 para a amostra SIPN38 dobra Para as amostras de SIPN38 a SIPN47 os
valores se mantecircm similares aumentando cerca de 27 para a amostra SIPN50
Embora os valores das inclinaccedilotildees calculados indiquem que as distacircncias
entre as interfaces (domiacutenios hidrofoacutebicos e hidrofiacutelicos) seguem uma tendecircncia de
aumento com a concentraccedilatildeo de PEI na matriz epoacutexi os valores encontrados satildeo
menores ou parecidos com valores apresentados na literatura Valores abaixo de
1nm2 indicam uma estrutura mais compacta ou mais coesa com relaccedilatildeo agrave matriz
epoacutexi resultando em niacutevel macroscoacutepico na transparecircncia das membranas
Em trabalhos similares a este Li e colaboradores [169] estudaram a
morfologia do SPEEKK com diferentes graus de sulfonaccedilatildeo adicionando
concentraccedilotildees iguais de nanopartiacuteculas de prata nas amostras O sistema foi
estudado por SAXs e AFM Da anaacutelise da regiatildeo de Porod dos perfis de SAXs foi
inferido o comportamento de variaccedilatildeo da distacircncia entre os domiacutenios hidrofiacutelicos e
hidrofoacutebicos Os valores de q2 dos perfis SAXS das membranas de SPEEKK-1 a
SPEEKK-3 do menor grau de sulfonaccedilatildeo para o maior grau de sulfonaccedilatildeo foram de
143 a 157 nm2 respectivamente indicando o aumento da espessura de interface
entre as fases hidrofoacutebica e hidrofiacutelica das estruturas de SPEEKK com o grau de
sulfonaccedilatildeo
Zang e colaboradores [170] estudaram a morfologia de uma blenda polimeacuterica
composta por PBI e SPEEK variando a concentraccedilatildeo de PBI de 5 e 15 mm e
comparando o estudo com os resultados da anaacutelise para o SPEEK puro As
amostras foram estudadas por SAXs quanto agrave interaccedilatildeo das duas fases os grupos
sulfocircnicos do SPEEK e os grupos amina do PBI analisando-se as inclinaccedilotildees das
retas Esses valores foram de 134 128 e 120 nm2 para o SPEEK puro e com
adiccedilatildeo de 5 e 15 de PBI (mm) respectivamente A distacircncia entre as duas
interfaces (hidrofoacutebica e hidrofiacutelica) mostrou uma tendecircncia a diminuir com o
aumento de PBI na membrana Os autores atribuem o fato agrave formaccedilatildeo de ligaccedilatildeo
hidrogecircnio entre os dois poliacutemeros o que o torna mais compacto
147
Na Figura 54 foram mostrados os perfis de SAXS para todas as membranas
SIPN na regiatildeo de altos valores de ldquoqrdquo onde foi possiacutevel ver a presenccedila de picos em
026 e 029 Aring -1 para as membranas de SIPN33 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN38 e
SIPN50 respectivamente A presenccedila desses picos em altos valores de ldquoqrdquo eacute
atribuiacuteda agrave correlaccedilatildeo entre as estruturas cristalinas de menor tamanho que se
organizam dentro das estruturas monodispersas maiores indicadas pelo platocirc da
Regiatildeo de Guinier Podem ser atribuiacutedas agrave formaccedilatildeo da estrutura cristalina do PEI
eou agrave alta hidrataccedilatildeo dessas estruturas
O valor de q (Aring-1) maacuteximo nos perfis de SAXS eacute correlacionado agrave distacircncia
entre estruturas altamente cristalinas Na Figura 54 para as amostras SIPN38 e
SIPN50 satildeo observados dois picos um na regiatildeo de baixos acircngulos a 0065 e outro
na regiatildeo de 029 Aring-1
Os valores de maacuteximos dos picos do vetor de espalhamento q foram
utilizados para calcular o dmaacutex das estruturas cristalinas de PEI dispersas na matriz
epoacutexi pela Equaccedilatildeo 14 Tais valores se encontram na Tabela 19
Tabela 19 Dados de q1 q2 d1 d2 calculados para a seacuterie de membranas de SIPNx
Membranas q1 (Aring-1) q2 (Aring
-1) d1 (Aring) d2(Aring)
SIPN33 - 026 - 2415
SIPN38 0065 029 9661 2165
SIPN41 - 026 - 2415
SIPN44 - 026 - 2415
SIPN47 - 026 - 2415
SIPN50 0065 029 9661 2165
Os valores de dmaacutex calculados satildeo da ordem de 2415 Aring Essas distacircncias
estatildeo correlacionadas com as dimensotildees da estrutura cristalina do PEI Nas
amostras SIPN38 e SIPN50 foram observados dois picos como descrito
anteriormente o primeiro com menor intensidade e o segundo com a mesma
intensidade que as demais amostras em 0065 e 029 Aring respectivamente Estes
valores estatildeo associados ao longo periacuteodo do PEI na literatura [171] uma vez que o
PEI eacute cristalino ou tende a se agrupar formando regiotildees ricas em PEI O pico em
148
menores valores de q (q = 0065 A-1) eacute atribuiacutedo ao longo periacuteodo que eacute observado
na regiatildeo de 004 a 008 Aring-1 Para poliacutemeros perfluorados o longo periacuteodo destes
agregados satildeo maiores que os relatados nas amostras deste trabalho portanto as
membranas SIPN38 e SIPN50 apresentam uma morfologia menos ordenada e mais
dispersa pois a regiatildeo de longo periacuteodo compreende a regiatildeo cristalina mais a
regiatildeo amorfa Por outro lado agrave distacircncia maacutexima de 2165 e 2415 Aring para o PEI eacute
atribuiacuteda espessura lamelar altamente ordenada
Na literatura no trabalho de Hashida e colaboradores [172] o longo periacuteodo
calculado para o PEI foi de 67 a 159 Aring e a espessura lamelar cristalina do PEI de 30
Aring para todas as simulaccedilotildees com as diferentes concentraccedilotildees de aacutegua na estrutura
Portanto o valor de 97 Aring obtido neste trabalho eacute a soma da fase cristalina e fase
amorfa o qual eacute ilustrado na figura 56 sendo um valor intermediaacuterio aos encontrados
no trabalho de Hashida e colaboradores
Nas amostras SIPN estudadas neste trabalho eacute possiacutevel sugerir que as
espessuras lamelares das estruturas cristalinas do PEI satildeo da ordem de 22 a 24 Aring
E a espessura lamelar do longo periacuteodo para as amostras de SIPN38 e SIPN50 satildeo
da ordem de 97 Aring As demais amostras apresentam sinais muito fracos na mesma
regiatildeo estudada nos perfis das amostras de SIPN38 e SIPN50 portanto um estudo
mais detalhado modificando as condiccedilotildees de anaacutelise das amostras seja necessaacuterio
para esclarecer a morfologia do PEI na SIPN
Uma proposta sugerida para a nanoestrutura das amostras SIPN eacute mostrada
na Figura 56 Esta reporta a representaccedilatildeo esquemaacutetica dos nanodomiacutenios
propostos pela caracterizaccedilatildeo de SAXS e suas correlaccedilotildees Na primeira regiatildeo que
corresponde agrave regiatildeo de Guinier e Porod os nanodomiacutenios correlacionados
correspondem a regiotildees de alta densidade de PEI formando estruturas esfeacutericas da
ordem de no maacuteximo 60 nm (raio de giro) como calculado para a amostra de SIPN50
Estas satildeo regiotildees de aglomerados representando nanodomiacutenios hidrofiacutelicos
dispersos na matriz epoacutexi hidrofoacutebica o que concorda com as anaacutelises de AFM
Uma estrutura cristalina que possivelmente se originou pela reorganizaccedilatildeo e
cristalizaccedilatildeo do PEI dentro dos aglomerados maiores e foi indicada pelos picos
observados nos perfis de SAXS em maiores valores de q eacute mostrada A figura
mostra ainda estruturas esfeacutericas menores correspondentes ao longo periacuteodo e agrave
espessura lamelar do PEI obtendo-se assim as estruturas hieraacuterquicas para a SIPN
natildeo sulfonada
149
Figura 56 Representaccedilatildeo esquemaacutetica das nanoestruturas hieraacuterquicas na seacuterie de membranas de
SIPNx com base nos estudos de SAXS
4191 Perfis de SAXS das amostras SIPN47SO3H nas razotildees 21 11 12 e 14
agente sulfonanteestireno
Na Figura 57 satildeo mostrados os perfis de SAXS para as membranas de
SIPN47 e SIPN47-SO3H nas razotildees 21 11 12 e 14 agente sulfonanteestireno
onde se observam trecircs diferentes regiotildees similarmente agraves membranas natildeo
sulfonadas
150
001 01
1E-3
001
01
1
10
Regiao de Agregados
Regiao de Porod
SIPN47
SIPN47
- SO3H - 21
SIPN47
- SO3H - 11
SIPN47
- SO3H - 12
SIPN47
- SO3H - 14
Inte
nsid
ad
e (
ua
)
Vetor de Espalhamento q (A-1)
Regiao de Platocirc
Figura 57 Perfis de SAXS das membranas SIPN47 e SIPN47SO3H 21 11 12 e 14 agente
sulfonanteestireno
Em baixos acircngulos de espalhamento do vetor q observa-se uma tendecircncia agrave
formaccedilatildeo de platocirc A tendecircncia agrave formaccedilatildeo de platocirc estaacute presente em todas as
amostras na regiatildeo de Guinier indicando a presenccedila de aglomerados
monodispersos Em maiores valores de q a inclinaccedilatildeo da reta eacute de -4 ou seja na
regiatildeo de Porod haacute indiacutecio de que a forma destes agregados eacute esfeacuterica e que a
regiatildeo de interface entre os domiacutenios hidrofoacutebico-hidrofiacutelicos ocorre de forma
abrupta
Do estudo dessa regiatildeo pode-se avaliar o raio de giro destes agregados
maiores presentes nas membranas SIPN47 Os tamanhos destes agregados satildeo por
definiccedilatildeo maiores que os agregados iocircnicos que satildeo observados nos perfis de SAXS
para valores maiores de q onde aparece um pico
Os perfis de SAXS foram modelados de acordo com a Equaccedilatildeo 19 obtendo-
se o melhor ajuste e definidos os paracircmetros ao sistema Os valores calculados
atraveacutes da modelagem das curvas satildeo mostrados na Tabela 20
151
Tabela 20 Valores dos paracircmetros G1 B1 Raio (Aring) e χ2 apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs
Amostras Paracircmetros
G1 B1 Raio (Aring) χ2
SIPN47 1054 09x10-7 3409 plusmn 11 09997
SIPN47-SO3H-21 6024 40x10-7 1709 plusmn 20 09993
SIPN47-SO3H-11 5146 34x10-7 1788 plusmn 08 09952
SIPN47-SO3H-12 4796 06x10-7 1678 plusmn 22 09975
SIPN47-SO3H-14 1548 04x10-7 1712 plusmn 64 09954
As curvas foram ajustadas sempre mantendo o valor de χ2 de 099 utilizando
30 pontos nas duas regiotildees selecionadas na Figura 56 desta forma a sobreposiccedilatildeo
da modelagem no ajuste da curva experimental para a obtenccedilatildeo dos paracircmetros eacute
aceitaacutevel no ajuste
Da anaacutelise da Tabela 20 observa-se que os valores dos raios de giro
calculados diminuiacuteram apoacutes a reaccedilatildeo de sulfonaccedilatildeo com relaccedilatildeo agrave amostra natildeo
sulfonada (340 Aring) por outro lado com diferentes razotildees de sulfonaccedilatildeo os raios de
giro calculados permaneceram iguais por volta de 170 Aring Esta diminuiccedilatildeo dos
nanodomiacutenios sugere uma maior correlaccedilatildeo entre eles devido ao aparecimento de
um pico largo na regiatildeo de altos valores de q
Para o sistema sulfonado na regiatildeo de Porod a inclinaccedilatildeo da curva sendo -4
indica da mesma forma que para o sistema apenas reticulado que os agregados
satildeo densos e a regiatildeo de junccedilatildeo entre os domiacutenios hidrofoacutebico-hidrofiacutelicos ocorre de
forma abrupta pelo contraste com a suposta regiatildeo mais plana da matriz epoacutexi e as
formaccedilotildees globularesesfeacutericas da parte hidrofiacutelica PEI ou grupos sulfocircnicos nas
amostras sulfonadas
A regiatildeo destacada pelo retacircngulo foi analisada pela Lei de Porod tomando a
inclinaccedilatildeo da reta como -4 Morfologicamente isso significa que a regiatildeo de
interface dos domiacutenios presentes na SIPN ocorre de forma abrupta devido agrave
diferenccedila de densidade que haacute nas duas regiotildees propostas no sistema SIPN
estudado
Um estudo mais detalhado dos perfis de SAXS na regiatildeo de Porod foi
realizado aplicando a relaccedilatildeo da Equaccedilatildeo 16 ln [q4 x I(q)] versus 10q2 Obteacutem-se
152
uma reta (Figura 58) de cujo coeficiente angular infere-se a variaccedilatildeo da distacircncia
entre os domiacutenios Os valores de inclinaccedilatildeo calculados encontram-se na Tabela 21
0024 0032
001
01
1
SIPN47
SIPN47
- SO3H - 21
SIPN47
- SO3H - 11
SIPN47
- SO3H - 12
SIPN47
- SO3H - 14
ln [q
4
I(q
)]
10q2 (A
2)
Figura 58 Perfis de SAXS das membranas de SIPN47 e as membranas sulfonadas de SIPN47 21
11 12 e 14 agente sulfonanteestireno
Tabela 21 Mostram os valores das distacircncias entre domiacutenios nas membranas de SIPN
Amostra Inclinaccedilatildeo das retas χ2
SIPN47 540 plusmn 011 Aring2 0986
SIPN47-SO3H-21 617 plusmn 021 Aring2 0989
SIPN47-SO3H-11 689 plusmn 026 Aring2 0986
SIPN47-SO3H-12 918 plusmn 042 Aring2 0917
SIPN47-SO3H-14 687 plusmn 024 Aring2 0987
153
Pelos caacutelculos realizados os domiacutenios hidrofoacutebico-hidrofiacutelicos aumentam com
relaccedilatildeo agrave amostra natildeo sulfonada Poreacutem para as amostras com diferentes graus de
sulfonaccedilatildeo haacute indicaccedilatildeo de que a distacircncia entre os domiacutenios hidrofoacutebico-hidrofiacutelicos
se manteacutem similar exceto para a amostra SIPN47SO3H-12 que possui o maior valor
calculado de 918 Aring2 De acordo com os fatores jaacute discutidos anteriormente conclui-
se que as amostras SIPN47-SO3H-21 SIPN47-SO3H-11 SIPN47-SO3H-12 e SIPN47-
SO3H-14 apresentam a mesma caracteriacutestica das amostras natildeo sulfonadas uma
boa coesatildeo das fases que reflete na estabilidade dimensional das membranas
observada e confirmando a presenccedila dos grupos sulfocircnicos inseridos na matriz
epoacutexi
Na terceira regiatildeo dos perfis de SAXS (Figura 59) onde se encontram os
picos largos em altos valores de qos picos satildeo atribuiacutedos agrave presenccedila dos agregados
iocircnicos formados pelos clusters de ndashSO3H
Foi realizada para os perfis SAXS das amostras SIPN47 e SIPN47SO3H 21
11 12 e 14 uma modelagem da curva experimental aplicando a equaccedilatildeo semi-
empiacuterica proposta por Beaucage [166] Equaccedilatildeo 21 Os perfis de SAXS foram
modelados obtendo-se o melhor ajuste e foram definidos os paracircmetros do sistema
Os valores calculados atraveacutes da modelagem das curvas satildeo mostrados na Tabela
24
Equaccedilatildeo 21
154
012 015 018 021 024 027 03 033
1E-3
001
01
SIPN47
SIPN47
- SO3H - 21
SIPN47
- SO3H - 11
SIPN47
- SO3H - 12
SIPN47
- SO3H - 14
Inte
nsid
ad
e (
ua
)
Vetor de Espalhamento q (A-1)
Figura 59 Perfis de SAXS das membranas SIPN47 e SIPN47SO3H 21 11 12 e 14 agente
sulfonanteestireno
Tabela 22 Valores dos paracircmetros calculados apoacutes a modelagem dos perfis de SAXs com a
equaccedilatildeo 21
Amostras Paracircmetros
G1 B1 Rg (Aring) k dmaacutex(Aring) χ2
SIPN47-SO3H-21 0083 001x10-7 600 plusmn 005 493 2276 plusmn 002 09998
SIPN47-SO3H-11 0010 004x10-7 552 plusmn 007 491 2335 plusmn 005 09998
SIPN47-SO3H-12 0078 006x10-7 561 plusmn 002 483 2344 plusmn 009 09996
SIPN47-SO3H-14 0047 004x10-7 553 plusmn 003 471 2376 plusmn 003 09997
Os paracircmetros calculados pela Equaccedilatildeo 21 satildeo G1 B1 P1 e R1 k e dmaacutex
definidos como intensidade de espalhamento de ldquoqrdquo inicial na regiatildeo de Guinier
intensidade de espalhamento inicial na regiatildeo de Porod inclinaccedilatildeo da reta na regiatildeo
de Porod e Raio de Giro (Rg) fator de empacotamento e distacircncia maacutexima de
correlaccedilatildeo entre os agregados respectivamente O valor de P1 que eacute a inclinaccedilatildeo
155
no final da curva depois do pico foi fixado em 4 assumindo que o fator de forma eacute
definido pela Lei de Porod ou seja os agregados iocircnicos presentes nestes
nanodomiacutenios apresentam-se sob forma esfeacuterica
A modelagem das curvas na regiatildeo do pico foi satisfatoacuteria obtendo-se valores
de erros experimentais abaixo de 00001
Os valores de Rg satildeo de aproximadamente 1 nm o que condiz com os valores
de agregados iocircnicos relatados na literatura por volta de 2 nm [173] O fator de
empacotamento (k) diminui com a diminuiccedilatildeo de grupos sulfocircnicos inseridos nas
membranas sugerindo que quanto menor o nuacutemero de grupos hidrofiacutelicos maior
seraacute o volume livre O maior valor de k de 493 foi obtido para a amostra
SIPN47SO3H-21 o que era esperado pois eacute a amostra que possui maior grau de
sulfonaccedilatildeo O valor teoacuterico maacuteximo de k eacute de 59 o que indica que as membranas
sulfonadas estatildeo bem empacotadas possuindo uma distacircncia entre os
nanodomiacutenios de grupos sulfocircnicos de 23 nm para todas as amostras analisadas
de acordo com o caacutelculo empregado do ldquointerparticle modelrdquo
Estudos semelhantes satildeo relatados na literatura Li e colaboradores [174]
estudaram a morfologia de membranas sulfonadas baseadas em poli (eacuteter eacuteter
cetona cetona) (SPEEKK) com diferentes graus de sulfonaccedilatildeo com objetivo de
determinar e quantificar as regiotildees de domiacutenios hidrofoacutebicos e hidrofiacutelicos atraveacutes de
anaacutelises de SAXS e AFM Os autores confirmaram domiacutenios hidrofoacutebicos (regiatildeo
clara) e hidrofiacutelicos (regiatildeo escura) atraveacutes de imagens topograacuteficas das
membranas Desta forma foi possiacutevel dizer que as regiotildees tornam-se mais escuras e
mais largas com o aumento do grau de sulfonaccedilatildeo essas variaccedilotildees satildeo de grande
influecircncia para o comportamento de transporte das membranas Nos perfis de
SAXS para as amostras analisadas foi observado que os picos de agregados iocircnicos
foram de 01368 Aring-1 para a amostra com o maior grau de sulfonaccedilatildeo e a distacircncia
maacutexima de correlaccedilatildeo entre os grupamentos sulfocircnicos foi de 4591 Aring
Song e colaboradores [175] estudaram a morfologia de membranas
sulfonadas baseadas em PEEK com vaacuterios graus de sulfonaccedilatildeo por meio de SAXS
Os autores observaram que os picos de agregados iocircnicos nos perfis de SAXS
ocorrem em maiores acircngulos de espalhamento do vetor q de 028 e 035Aring-1 para a
amostra com maior concentraccedilatildeo de grupos sulfocircnicos Foi observado que a
distacircncia entre centros iocircnicos diminui com o aumento de grupos sulfocircnicos A
distacircncia maacutexima nos grupos ionomeacutericos calculados por Song e colaboradores
156
foram de 23 a 18 Aring sendo que 18 Aring foi a menor distacircncia calculada para a
membrana que continha maior concentraccedilatildeo de grupos sulfocircnicos
Nos perfis de SAXS das amostras estudadas as distacircncias maacuteximas obtidas
atraveacutes das simulaccedilotildees foi de 23 Aring o que mostra a mesma correlaccedilatildeo apresentada
nos trabalhos de Song e colaboradores e de Zang e colaboradores indicando uma
maior conetividade entre os grupos sulfocircnicos podendo ocasionar o aumento da
retenccedilatildeo de aacutegua nestes nanodomiacutenios e possivelmente aumento da condutividade
protocircnica nestas membranas
Alguns trabalhos relatam que com o aumento da concentraccedilatildeo de grupos
iocircnicos ocorre tambeacutem a diminuiccedilatildeo de distacircncia entre os centros iocircnicos o que
tambeacutem acontece com a distacircncia de correlaccedilatildeo dos agregados maiores geralmente
para sistemas polidispersos [176]
Zhang e colaboradores [177] estudaram membranas compoacutesitas baseadas
em poli (eacuteter eacuteter cetona) sulfonada (SPEEK) com poli benzimidazol (PBI) Os
autores sugeriram que as microestruturas influenciam nas propriedades das
membranas especialmente a distribuiccedilatildeo espacial dos clusters iocircnicos Foi estudada
a conectividade e os tamanhos dos domiacutenios hidrofoacutebicos e hidrofiacutelicos o qual pode
variar de acordo com a inserccedilatildeo de PBI no SPEEK Atraveacutes da anaacutelise de SAXS
foram calculados os tamanhos dos domiacutenios hidrofiacutelicos que mostraram uma
tendecircncia decrescente com o aumento da concentraccedilatildeo de PBI A distacircncia diminuiacutea
logo as membranas de compoacutesito ficaram mais compactas e com menor segregaccedilatildeo
de fase entre os nanodomiacutenios
Eisenbreg e colaboradores [178] estudaram o comportamento de agregados
de grupos sulfocircnicos em poliacutemeros orgacircnicos ele sugeriu que os agregados de
grupos sulfocircnicos podem constituir uma via de transporte de caacutetions ou iacuteons atraveacutes
de um canal de grupos iocircnicos
Atraveacutes do estudo e modelagem dos perfis de SAXS no presente trabalho foi
possiacutevel sugerir uma estrutura hieraacuterquica sobre a nanoestrutura das membranas
sulfonadas a qual eacute mostrada na Figura 60
157
Figura 60 Representaccedilatildeo esquemaacutetica das nanoestruturas hieraacuterquicas nas membranas da seacuterie
SIPNxSO3H
Na Figura 60 eacute mostrada a representaccedilatildeo esquemaacutetica das nanoestruturas
caracterizadas por SAXS e suas correlaccedilotildees A primeira regiatildeo analisada sob o
ponto de vista das Leis de Guinier e Porod foi atribuiacuteda a nanodomiacutenios hidrofiacutelicos
como ilhas ou clusters O maior tamanho de raio de giro calculado para as
membranas sulfonadas foi de 178 Aring (SIPN47-SO3H-11) embora os valores dos raios
permaneccedilam constantes quanto ao formato destes agregados estes satildeo esfeacutericos
e possuem de superfiacutecie lisa
Uma segunda regiatildeo eacute relativa aos grupos sulfocircnicos ou domiacutenios iocircnicos
que por serem hidrofiacutelicos tendem a se direcionar aos domiacutenios hidrofiacutelicos de PEI
na matriz epoacutexi Os valores dos agregados iocircnicos calculados estatildeo de acordo com
valores encontrados na literatura para membranas polimeacutericas sulfonadas [179]
As distacircncias entre os grupos de iocircnicos (-SO3H) de todas as SIPN estudadas
satildeo da ordem de 23Aring e o valor da inclinaccedilatildeo da curva ln [q4 x I(q)] versus 10q2 que
pode ser relacionada com a separaccedilatildeo de fase entre os nanodomiacutenios foi de 7Aring2
um pouco maior do que para as membranas natildeo sulfonadas Esse aumento pode
158
causar variaccedilotildees na separaccedilatildeo de fase podendo levar a variaccedilotildees morfoloacutegicas na
nanoestrutura das SIPN alterando a rugosidade e a opacidade das mesmas
As alteraccedilotildees das distacircncias entre os nanodomiacutenios hidrofiacutelicos podem levar a
alteraccedilotildees das propriedades de intumescimento em aacutegua de condutividade
protocircnica e de estabilidade teacutermica e dimensional das membranas polimeacutericas
Podem levar a grandes variaccedilotildees no caminho percorrido pelo proacuteton atraveacutes das
membranas podendo ser decisivo para o sucesso ou natildeo de novas rotas de siacutentese
para membranas trocadoras de proacuteton
4110 Teor de Absorccedilatildeo de Aacutegua
Pedaccedilos de membranas de 1 cm2 de amostras natildeo sulfonadas e sulfonadas
foram secas na estufa a uma temperatura de 120 oC ateacute peso constante Este peso
eacute tomado como o peso seco da amostra A seguir a membrana foi imersa em aacutegua
deionizada agrave temperatura ambiente por 24 horas e tambeacutem em metanol agrave
temperatura ambiente (~25 oC)
As porcentagens de absorccedilatildeo de aacutegua para todas as amostras satildeo mostradas
nas Tabelas 23 a 29
Tabela 23 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN29 e SIPN29SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN29 00187 00137 3650
SIPN29SO3H (14) 0198 0171 1580
SIPN29SO3H (12) 0289 0254 1378
SIPN29SO3H (11) 00384 00321 196262
SIPN29SO3H (21) 00126 00095 326316
159
Tabela 24 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN33 e SIPN33SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN33 00198 00145 3655
SIPN33SO3H (14) 0425 0375 133333
SIPN33SO3H (12) 00312 00274 138686
SIPN33SO3H (11) 00505 00421 199525
SIPN33SO3H (21) 00778 00598 301003
Tabela 25 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN38 e SIPN38SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN38 0045 0032 4065
SIPN38SO3H (14) 00287 00211 36019
SIPN38SO3H (12) 00219 00165 327273
SIPN38SO3H (11) 00483 00346 395954
SIPN38SO3H (21) 00281 00203 384236
Tabela 26 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN41 e SIPN41SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN41 00165 00114 4437
SIPN41SO3H (14) 00361 00329 972644
SIPN41SO3H (12) 00512 00463 105832
SIPN41SO3H (11) 00634 00535 185047
SIPN41SO3H (21) 00647 00502 288845
Tabela 27 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN44 e SIPN44SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN44 00433 00302 4338
SIPN44SO3H (14) 00346 00247 40081
SIPN44SO3H (12) 0398 0246 61788
SIPN44SO3H (11) 0289 0118 144915
SIPN44SO3H (21) 0593 0199 19799
160
Tabela 28 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN47 e SIPN47SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN47 00356 00237 5021
SIPN47SO3H (14) 00252 0014 8000
SIPN47SO3H (12) 00776 00444 7477
SIPN47SO3H (11) 00589 00238 14747
SIPN47SO3H (21) 00643 00234 17478
Tabela 29 Absorccedilatildeo de aacutegua para as membranas SIPN50 e SIPN50SO3H
Membrana massa uacutemida (g) massa seca (g) Absorccedilatildeo H2O
SIPN50 00584 00321 8193
SIPN50SO3H (14) 002 0014 4286
SIPN50SO3H (12) 00423 0028 5107
SIPN50SO3H (11) 00281 00184 5272
SIPN50SO3H (21) 00534 00307 7394
Os valores de absorccedilatildeo de aacutegua para a seacuterie de membranas natildeo sulfonadas
da SIPN29 a SIPN50 variou entre 3600 e 8193 respectivamente sendo que o
aumento de absorccedilatildeo de aacutegua ocorreu com o aumento de concentraccedilatildeo de PEI nas
membranas Esse comportamento era esperado pois o nuacutemero de grupos
hidrofiacutelicos dentro da matriz polimeacuterica aumentou significativamente corroborando
as anaacutelises de FTIR AFM e TGA Para a anaacutelise de TGA a retenccedilatildeo a altas
temperaturas (Tgt240ordmC) chega a um maacuteximo de 10 em massa para a membrana
SIPN50 A Figura 61 mostra o comportamento de absorccedilatildeo da aacutegua com o aumento
da concentraccedilatildeo de PEI nas membranas
161
28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
S
(W
ate
r A
bso
rtio
n)
SIPNxx
( PEI)
Figura 61 Comportamento de absorccedilatildeo de aacutegua com a composiccedilatildeo de PEI nas SIPN
Para as amostras sulfonadas houve um aumento na absorccedilatildeo de aacutegua com o
aumento da razatildeo de agente sulfonanteestireno ou seja com o aumento do caraacuteter
hidrofiacutelico das membranas sulfonadas
Para as membranas SIPNXSO3H observa-se uma tendecircncia ao aumento na
absorccedilatildeo de aacutegua com a composiccedilatildeo de PEI poreacutem estes apresentam
comportamento oscilante Os valores foram similares para as amostras SIPN29SO3H
SIPN33SO3H e SIPN41SO3H Estas trecircs amostras comeccedilam absorvendo pouca aacutegua
quando a razatildeo do grupo sulfonanteestireno eacute a menor (14) e aumenta
concomitantemente com o aumento de PEI nas membranas ateacute atingir o maacuteximo de
absorccedilatildeo de aacutegua por volta de 35
Para a amostra SIPN38SO3H o aumento ocorre da mesma forma poreacutem um
pouco mais pronunciado chegando a 38 de absorccedilatildeo valor similar ao da amostra
natildeo sulfonada
Para as amostras SIPN44SO3H e SIPN47SO3H o aumento de absorccedilatildeo de
aacutegua daacute-se com o aumento do nuacutemero de grupos hidrofiacutelicos (SO3H) chegando a
valores acima de 100 Esses valores satildeo maiores que o esperado para as
amostras tendo em vista que a porcentagem de PEI na amostra variou de 44 a 47
em massa Aparentemente esta mudanccedila na estrutura pode alterar o volume livre
162
da SIPN podendo acarretar numa melhor resposta de conduccedilatildeo protocircnica para as
amostras
A amostra SIPN50SO3H natildeo apresentou um aumento tatildeo pronunciado quanto
agraves que possuem menor concentraccedilatildeo de PEI na sua composiccedilatildeo O valor de
absorccedilatildeo de aacutegua obtido eacute menor que o da amostra natildeo sulfonada Esperaria-se que
fosse maior Pode estar ocorrendo interaccedilatildeo entre um nuacutemero significativo de
grupos sulfocircnicos com outros grupos do sistema indisponibilizando o siacutetio para o
processo de conduccedilatildeo O nuacutemero dessas interaccedilotildees muda com a composiccedilatildeo
Este comportamento demonstra a importacircncia do estudo da variaccedilatildeo da
composiccedilatildeo da membrana e do grau de sulfonaccedilatildeo no aumento da absorccedilatildeo de
aacutegua Houve um maacuteximo com posterior decreacutescimo
Comparando-se os resultados de absorccedilatildeo de aacutegua obtidos para a seacuterie de
membranas SIPNx (36 a 8193) com valores reportados na literatura para o Nafion-
117 (212) [180] observa-se um resultado extremamente promissor para a futura
aplicaccedilatildeo de algumas composiccedilotildees de SIPNxSO3H em PEMFC
A absorccedilatildeo de aacutegua em diferentes teores tambeacutem acarreta mudanccedilas
estruturais e dinacircmicas na membrana seja em estado estacionaacuterio ou sob
condiccedilotildees de fluxo Essas mudanccedilas satildeo significativas mesmo quando o teor de
aacutegua absorvido pela membrana eacute miacutenimo e ocorre um aumento no transporte iocircnico
de forma geral [181] Assim a estrutura e o tamanho dos domiacutenios hidrofiacutelicos tecircm
consequecircncias diretas nas propriedades de transporte dos proacutetons dentro das
membranas sendo importante modula-los
4111 Estudo de EIS para amostras SIPN dopadas com H3PO4
As amostras SIPN que resultaram em membranas SIPN29 SIPN33 SIPN38
SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50 foram estudadas por espectroscopia de
impedacircncia eletroquiacutemica (EIS) sulfonadas ou dopadas por imersatildeo em soluccedilatildeo
aquosa 5 10 15 20 30 em Aacutecido Fosfoacuterico (H3PO4) [182] por 24h agrave temperatura
ambiente Os espectros EIS foram obtidos nas temperaturas de 20 30 40 60 e
80 ordmC com 100 de umidade relativa e foram plotados no modo de Nyquist Devido
ao grande nuacutemero de anaacutelises realizadas foram mostradas ilustrativamente apenas
algumas curvas de impedacircncia sendo as demais figuras apresentadas no apecircndice
163
Primeiramente seraacute apresentado o estudo realizado das membranas da seacuterie
SIPNx dopadas nas diversas concentraccedilotildees de aacutecido fosfoacuterico e em seguida
apresentado o resultado para a seacuterie de membranas SIPNxSO3H
Membranas da seacuterie SIPNx dopadas com H3PO4
Na Figura 62 satildeo mostrados os espectros EIS para a membrana SIPN50PO4
5 em diferentes temperaturas
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
SIPN 50 - 20oC
SIPN 50 - 30oC
SIPN 50 - 40oC
SIPN 50 - 60oC
SIPN 50 - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura 62 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
Um diagrama de Nyquist ideal apresenta um semiciacuterculo na regiatildeo de altas
frequecircncias e uma reta em meacutedias e baixas frequecircncias Os espectros apresentam
normalmente um comportamento capacitivo-resistivo evidenciado pela presenccedila de
um semiciacuterculo na regiatildeo de altas frequecircncias e uma reta na regiatildeo de frequecircncias
intermediaacuterias e baixas O semiciacuterculo estaacute associado agrave resistecircncia ao transporte de
proacutetons enquanto a reta estaacute associada a fenocircmenos de polarizaccedilatildeo no interior da
membrana e nas interfaces entre a membrana e os eletrodos
-5 0 5 10 15 20 25 30
-5
0
5
10
15
20
25
30 SIPN 50 - 20
oC
SIPN 50 - 30oC
SIPN 50 - 40oC
SIPN 50 - 60oC
SIPN 50 - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
55kHz
164
Esses dois processos satildeo claramente delimitados e observaacuteveis nos
espectros de impedacircncia eletroquiacutemica de sistemas de eletroacutelitos soacutelidos
empregados em baterias de iacuteon liacutetio onde a condutividade em geral permanece em
torno de 10-4 cm-1 agrave temperatura ambiente Nesses sistemas a condutividade eacute
definida pelo processo de hopping onde o Li+ salta de siacutetio a siacutetio de coordenaccedilatildeo
em uma matriz hospedeira polimeacuterica com a conduccedilatildeo ocorrendo na amostra seca
na faixa de temperatura viscoelaacutestica do sistema portanto com uma resistecircncia agrave
conduccedilatildeo protocircnica significativa Em amostras muito condutoras como acontece
com o Nafionreg o semiciacuterculo a altas frequecircncias natildeo chega a se definir pois
existem vaacuterios fatores simultacircneos influenciando na condutividade do material O
mecanismo de conduccedilatildeo iocircnica no Nafionreg depende natildeo soacute da nanoestrutura do
material atraveacutes dos canais formados pela associaccedilatildeo dos grupos sulfocircnicos
quanto do seu grau de hidrataccedilatildeo Dependendo do nuacutemero de moleacuteculas de aacutegua
em torno de cada grupo sulfocircnico o regime de conduccedilatildeo muda podendo haver mais
que um regime de conduccedilatildeo operando simultaneamente no sistema em diferentes
domiacutenios A conduccedilatildeo eacute facilitada pela presenccedila de aacutegua nos canais e esses
fenocircmenos tornam o processo mais complexo diminuindo tambeacutem a resistecircncia ao
transporte de carga no sistema Isto tem como consequecircncia a perda de definiccedilatildeo
do semiciacuterculo em comparaccedilatildeo a um comportamento ideal de um eletroacutelito mais
resistivo
No sistema estudado neste trabalho o comportamento eacute similar ao do
Nafionreg jaacute que a estrutura da SIPN pode permitir em certo grau alguma arquitetura
similar ao Nafionreg Embora neste trabalho os primeiros pontos no espectro EIS a
altas frequecircncias possam sugerir um comportamento indutivo eacute importante
mencionar que a indutacircncia eacute normalmente uma linha reta proacutexima ao eixo positivo
Z e natildeo corresponde ao comportamento observado no espectro de impedacircncia das
amostras no qual eacute sugerido um semiciacuterculo a altas frequecircncias seguido da reta O
mesmo comportamento foi observado para o Nafionreg empregado como controle
neste trabalho e estaacute associado provavelmente agrave baixa resistecircncia ao transporte de
carga e aos possiacuteveis mecanismos muacuteltiplos de transporte em diferentes domiacutenios
como os observados na anaacutelise por AFM
Os valores de condutividade meacutedios calculados assim como o desvio
padratildeo da meacutedia satildeo mostrados nas Tabelas de 30 a 34 para as membranas
dopadas com 5 10 15 20 e 30 de H3PO4
165
Tabela 30 Valores de condutividade (σ em Ωcm
-1) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas
temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 5 de H3PO4
SIPN Condutividade (cm-1)
20 o C 30 o C 40 o C 60 o C 80 o C
29 (676 plusmn 135)times10-4 (467 plusmn 036)times10-3 (492 plusmn 023)times10-3 (549 plusmn 058)times10-3 (703 plusmn 096)times10-3
33 (347 plusmn 036)times10-3 (460 plusmn 141)times10-3 (485 plusmn 149)times10-3 (514 plusmn 134)times10-3 (604 plusmn 124)times10-3
38 (263 plusmn 032)times10-3 (232 plusmn 049)times10-3 (234 plusmn 066)times10-3 (346 plusmn 028)times10-3 (498 plusmn 215)times10-3
41 (365 plusmn 069)times10-3 (457 plusmn 273)times10-3 (428plusmn 022)times10-3 (506 plusmn 042)times10-3 (661 plusmn 074)times10-3
44 (156 plusmn 022)times10-3 (162 plusmn 009)times10-3 (184 plusmn 028)times10-3 (230 plusmn 018)times10-3 (248 plusmn 038)times10-3
47 (861 plusmn 146)times10-4 (198 plusmn 077)times10-3 (182 plusmn 003)times10-3 (544 plusmn 122)times10-3 (638 plusmn 201)times10-3
50 (180 plusmn 059)times10-3 (334 plusmn 073)times10-3 (638 plusmn 123)times10-3 (901 plusmn 078)times10-3 (138 plusmn 047)times10-2
Tabela 31 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas
temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 10 de H3PO4
SIPN Condutividade (cm-1)
20 o C 30 o C 40 o C 60 o C 80 o C
29 (623 plusmn 075)times10-3 (696 plusmn 101)times10-3 (746 plusmn 056)times10-3 (820 plusmn 090)times10-3 (800 plusmn 346)times10-3
33 (890 plusmn 030)times10-3 (101 plusmn 008)times10-2 (855 plusmn 118)times10-3 (860 plusmn 180)times10-3 (149 plusmn 059)times10-2
38 (629 plusmn 030)times10-3 (644 plusmn 017)times10-3 (613 plusmn 172)times10-3 (739 plusmn 090)times10-3 (800 plusmn 346)times10-3
41 (184 plusmn 041)times10-3 (207 plusmn073)times10-3 (324plusmn 128)times10-3 (524 plusmn 144)times10-3 (627 plusmn 239)times10-3
44 (971 plusmn 349)times10-3 (104 plusmn 045)times10-2 (981 plusmn 007)times10-3 (998 plusmn 017)times10-3 (144 plusmn 023)times10-2
47 (870 plusmn 098)times10-3 (110 plusmn 015)times10-2 (107 plusmn 059)times10-2 (134 plusmn 021)times10-2 (138 plusmn 017)times10-2
50 (995 plusmn 050)times10-3 (729 plusmn 088)times10-3 (101 plusmn 034)times10-2 (110 plusmn 017)times10-2 (168 plusmn 027)times10-2
166
Tabela 32 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas
temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 15 de H3PO4
SIPN Condutividade (cm-1)
20 o C 30 o C 40 o C 60 o C 80 o C
29 (543plusmn 079)times10-3 (527 plusmn 080)times10-3 (413 plusmn 040)times10-3 (138 plusmn 027)times10-2 (131 plusmn 012)times10-2
33 (898 plusmn 241)times10-3 (540 plusmn 095)times10-3 (522 plusmn 168)times10-3 (688 plusmn 144)times10-3 (711 plusmn 111)times10-3
38 (345 plusmn 232)times10-3 (849 plusmn 111)times10-3 (435 plusmn 162)times10-3 (745 plusmn 367)times10-3 (675 plusmn 101)times10-3
41 (716 plusmn 253)times10-3 (458 plusmn 075)times10-3 (605plusmn 147)times10-3 (739 plusmn 379)times10-3 (105 plusmn 007)times10-2
44 (483 plusmn 138)times10-3 (492 plusmn 138)times10-3 (683 plusmn 247)times10-3 (986 plusmn 113)times10-3 (118 plusmn 042)times10-2
47 (560 plusmn 092)times10-3 (678 plusmn 317)times10-3 (219 plusmn 109)times10-3 (884 plusmn 115)times10-3 (103 plusmn 014)times10-2
50 (484 plusmn 128)times10-3 (753 plusmn 036)times10-3 (676 plusmn 297)times10-3 (763 plusmn 251)times10-3 (102 plusmn 030)times10-2
Tabela 33 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas
temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 20 de H3PO4
SIPN Condutividade (cm-1)
20 o C 30 o C 40 o C 60 o C 80 o C
29 (285 plusmn 168)times10-3 (210 plusmn 088)times10-3 (249 plusmn 045)times10-3 (316 plusmn 088)times10-3 (574 plusmn 211)times10-3
33 (293 plusmn 104)times10-3 (233 plusmn 013)times10-3 (220 plusmn 148)times10-3 (320 plusmn 486)times10-3 (330 plusmn 324)times10-3
38 (103 plusmn 045)times10-2 (105 plusmn 051)times10-2 (144 plusmn 016)times10-2 (161 plusmn 038)times10-2 (191 plusmn 037)times10-3
41 (250 plusmn 041)times10-3 (233 plusmn 061)times10-3 (355 plusmn 052)times10-3 (469 plusmn 042)times10-3 (550 plusmn 068)times10-3
44 (179 plusmn 168)times10-2 (256 plusmn 147)times10-2 (145 plusmn 004)times10-2 (220 plusmn 010)times10-2 (211 plusmn 028)times10-2
47 (410 plusmn 016)times10-2 (544 plusmn 027)times10-2 (665 plusmn 073)times10-2 (774 plusmn 047)times10-2 (829 plusmn 189)times10-2
50 (515 plusmn 055)times10-2 (626 plusmn 060)times10-2 (592 plusmn 078)times10-2 (702 plusmn 054)times10-2 (879 plusmn 075)times10-2
167
Tabela 34 Valores de condutividade (σ em Ωcm-1
) de membranas SIPN29 a SIPN50 nas
temperaturas entre 20 a 80 ordmC dopadas com 30 de H3PO4
SIPN Condutividade (cm-1)
20 o C 30 o C 40 o C 60 o C 80 o C
29 (674 plusmn 135)times10-4 (467 plusmn 036)times10-3 (492 plusmn 079)times10-3 (529 plusmn 058)times10-3 (705 plusmn 097)times10-3
33 (347 plusmn 354)times10-3 (460 plusmn 130)times10-3 (485 plusmn 149)times10-3 (514 plusmn 134)times10-3 (604 plusmn 124)times10-3
38 (263 plusmn 032)times10-3 (232 plusmn 050)times10-2 (234 plusmn 066)times10-2 (346 plusmn 028)times10-2 (498 plusmn 215)times10-3
41 (365 plusmn 069)times10-3 (457 plusmn 273)times10-3 (428plusmn 022)times10-3 (506 plusmn 042)times10-3 (661 plusmn 074)times10-3
44 (670 plusmn 146)times10-3 (706 plusmn 059)times10-2 (112 plusmn 004)times10-2 (190 plusmn 050)times10-2 (285 plusmn 155)times10-2
47 (651 plusmn 187)times10-3 (826 plusmn 072)times10-3 (115 plusmn 061)times10-2 (226 plusmn 047)times10-2 (638 plusmn 048)times10-2
50 (446 plusmn 014)times10-3 (119 plusmn 060)times10-2 (117 plusmn 055)times10-2 (268 plusmn 072)times10-2 (687 plusmn 338)times10-2
Os valores de σ calculados para a seacuterie dopada com 5 variaram entre 10-4 e
10-3 cm-1 para temperaturas entre 20 e 80ordmC Este comportamento eacute observado
para todas as amostras estudadas onde o aumento da σ com a temperatura eacute um
consequecircncia do aumento do nuacutemero de portadores de carga no sistema
Para as membranas contendo menor concentraccedilatildeo de PEI (29) eacute
observado que o valor de σ na temperatura inicial de 20ordm C eacute de 676 x 10-4 cm-1
sendo esse o menor valor observado para todas as amostras Poreacutem houve
aumento da condutividade com a temperatura alcanccedilando-se σ= 703 x 10-3 cm-1 a
80 oC A membrana SIPN47 apresentou valores de σ iniciais da mesma ordem de
grandeza Para as demais composiccedilotildees de membranas foram observadas
condutividades da ordem de 10-3 cm-1 as quais aumentaram com a temperatura
para aproximadamente 10-2 cm-1 Esses valores satildeo similares aos apresentados
por membranas sulfonadas tais como PEEK PFSA PEEKK e ateacute mesmo o
NAFIONreg [183]
Os valores de σ para as amostras dopadas com 10 H3PO4 mantiveram-se
entre 10-3 e 10-2 cm-1 entre 20 e 80ordm C Esses valores foram observados para a
maioria das amostras exceto para as membranas SIPN29 e SIPN38 onde os valores
de σ calculados permaneceram por volta de 10-3 cm-1 O aumento da σ com a
168
dopagem eacute esperado jaacute que com ela aumenta o nuacutemero de portadores de carga no
sistema
Todas as membranas na temperatura de 20ordm C apresentaram valores de σ da
ordem de 10-3cm- 1 valendo ressaltar que as amostras SIPN44 SIPN47 e SIPN50
apresentaram valores de σ proacuteximos a 10-2 cm-1 971 870 e 995 x 10-3 cm-1
respectivamente As membranas com concentraccedilotildees menores de PEI tambeacutem
apresentaram um aumento nos valores de σ com relaccedilatildeo agrave seacuterie anterior (dopagem
com 5 H3PO4) o que era de se esperar pois a dopagem com 10 de H+ aumenta
o nuacutemero de portadores de carga no sistema
Os valores de σ para as amostras dopadas com 15 de aacutecido mantiveram-se
entre 10-3 e 10-2 cm-1 entre 20 e 80ordm C Foi seguida a tendecircncia de aumento da σ
com a temperatura como foi descrito anteriormente A dopagem com 15 de aacutecido
para as membranas mostrou efeito similar ao da seacuterie anterior (10 de H3PO4) a
maioria das amostras apresentando valores maacuteximos de σ a 80ordmC exceto as SIPN33
e SIPN38 as quais mostraram uma variaccedilatildeo irregular com a temperatura O nuacutemero
de portadores de carga com o aumento da dopagem nas membranas deveria em
princiacutepio aumentar a condutividade Entretanto esta eacute tambeacutem consequecircncia de
outros fatores como por exemplo as interaccedilotildees especiacuteficas inter e intramoleculares
no sistema como a ligaccedilatildeo hidrogecircnio interaccedilotildees dipolo-dipolo e interaccedilotildees mais
fracas as quais modulam a nanoestrutura do material Essas podem variar com a
composiccedilatildeo polimeacuterica e com a concentraccedilatildeo do aacutecido dissociado no meio Esse eacute
um dos motivos pelos quais em sistemas de eletroacutelitos soacutelidos costuma-se variar a
concentraccedilatildeo de iacuteon presente tanto em membranas de conduccedilatildeo protocircnica quanto
nas de conduccedilatildeo de Li+ [184] de modo a que se possa averiguar qual a
concentraccedilatildeo em que se atinge maior condutividade e quando se atinge um platocirc a
partir do qual natildeo haacute vantagem associada ao aumento da concentraccedilatildeo
Na dopagem com 20 de H3PO4 os valores de σ para as amostras
estudadas podem ser separados em dois grupos as membranas com valores de σ
entre 10-3 e 10-2 cm-1 e o segundo grupo com as amostras SIPN29 SIPN33 e
SIPN41 onde o maacuteximo valor foi de 550 x10-3 cm-1 (SIPN41) Nessas amostras o
aumento de aacutecido fosfoacuterico natildeo acarretou no aumento da σ Isto pode ser explicado
169
pelo tipo de morfologia das mesmas Nas anaacutelises de AFM estas apresentaram
maior segregaccedilatildeo de fase com relaccedilatildeo agraves demais
As amostras SIPN38 SIPN44 SIPN47 e SIPN50 mostraram comportamento de
aumento de σ com a temperatura e com relaccedilatildeo agraves amostras com menor grau de
dopagem As amostras SIPN47 e SIPN50 apresentaram os maiores valores de σ=829
e 879x10-2 cm-1 respectivamente Provavelmente isso se deve agrave maior
homogeneidade dessas amostras com morfologia bem distribuiacuteda de nanodomiacutenios
como observado pelo estudo por AFM
Os valores de σ para as amostras estudadas com dopagem com 30 H3PO4
mantiveram-se entre 10-3 e 10-2 cm-1 entre 20 e 80ordm C Os maiores valores de σ
desta seacuterie foram observados para a SIPN47 e SIPN50 com 638 e 687 x 10-2 cm-1
respectivamente a 80 oC
O valor de σ desta seacuterie natildeo excede os das membranas com dopagem de
20 de H3PO4 provavelmente por motivos anteriormente discutidos Estas tiveram
o melhor desempenho de transporte protocircnico Os valores de σ apresentados para
as amostras SIPN47 e SIPN50 chegaram aproximadamente a 01 cm-1 com
dopagem em 20 e 30 de H3PO4 Os valores de σ de ambas as membranas satildeo
similares ou melhores aos valores encontrados na literatura em trabalhos que
utilizam membranas como NAFIONreg e ou modificadas ou membranas de
polibenzimidazol (PBI) dopadas em concentraccedilotildees mais elevadas de H3PO4 do que
as empregadas no presente trabalho ou a maiores temperaturas
Leykin e colaboradores [185] estudaram trecircs variaccedilotildees estruturais do poli
benzimidazol (PBIs) O primeiro avaliado eacute o PBI sintetizado a partir do aacutecido iso-
fitaacutelico (DAB) denominado de MPBI o segundo eacute o PBI modificado com Poli [22rsquo-
(44rsquo-dioacutexido de fenileno)-55rsquo-bi-benzimidazol] com o reagente de Eatonrsquos (DOPBI) e
a terceira estrutura eacute Benzimidazol-2-il substituiacutedo por PBI (BPBI) o qual foi
sintetizado a partir do bis(12-benzoylene benzimidazol) and DAB nas membranas
denominadas de BPBI As membranas foram dopadas em concentraccedilotildees de H3PO4
de 60 85 e 95 em temperatura ambiente por sete dias Os valores de σ variaram
de 25times10minus2 Scmminus1 para a membrana de MPBI 30times10minus2 Scmminus1 para a membrana de
DOPBI e de 53times10minus2 Scmminus1 para a membrana de BPBI com dopagem de 85 de
aacutecido a uma temperatura de 180ordm C Para a amostra de DOPBI dopada com 95 de
170
aacutecido aumentou a condutividade protocircnica da membrana para 46times10minus2 Scmminus1
Foram empregadas concentraccedilotildees significativamente mais elevada de aacutecido para
obter valores de condutividade similares aos obtidos no presente trabalho poreacutem
em temperatura 100 oC maior do que as empregadas neste trabalho sendo que para
a ceacutelula a combustiacutevel do tipo PEM bastaria trabalhar a temperatura de 100-120 oC
de modo a diminuir o envenenamento do catalisador por CO
Lobato e colaboradores [186] prepararam membranas compoacutesitas baseadas
em PBI com 2 de oacutexido de titacircnio modificadas com NN-dimetil acetal amida
(DMAc) membranas de PBI modificadas com aacutecido trifluacuteor aceacutetico (TFA) e NN-
dimetil acetal amida (DMAc) e PBI sulfonado modificado com NN-dimetil acetal
amida (DMAc) Todas as membranas foram dopadas com 85 de H3PO4 As
medidas de σ foram realizadas em 125 135 e 175ordm C em baixa umidade relativa
O autor observou que houve decreacutescimo do valor de σ com o aumento da
temperatura para as quatro membranas analisadas o valor maacuteximo obtido de 018
cm-1 para uma temperatura de 125ordm C para a amostra sPBI-DMAc dopada com
85 de H3PO4 Jaacute em comparaccedilatildeo com a membrana de PBI preparada pelo meacutetodo
usual [187] medida a temperatura de 120ordm C apresenta pequeno valor de
condutividade de 61x10-4 cm-1 a 100 de umidade relativa
Che e colaboradores [188] prepararam membranas utilizando liacutequidos iocircnicos
com 1-butil-3-metil- cloreto de imidazola e 1-butil-3-metil imidazola hexafluor fosfato
em membrana sulfonada de poli eteretercetone (SPEEK) dopadas com H3PO4 A
melhor condutividade protocircnica foi de 20times10minus2 cm-1 a 160 degC para o compoacutesito
com a razatildeo de massa molar de 1069 de SPEEK1-butil-3-metil imidazolaBMIM
Em comparaccedilatildeo a esses outros sistemas as membranas SIPN47 e SIPN50
satildeo promissoras para a utilizaccedilatildeo em Ceacutelulas a Combustiacutevel pois apresentam
valores de condutividade superiores aos encontrados por membranas como Nafion
112 e 117reg e outras pesquisadas na literatura e jaacute relatadas Adicionalmente
apresentam alta estabilidade teacutermica e retenccedilatildeo de aacutegua em temperaturas maiores
que 200 oC Vale ressaltar que as temperaturas empregadas nas membranas SIPN47
e SIPN50 satildeo inferiores agraves que tecircm sido relatadas na maioria dos artigos que
trabalham com membranas dopadas
171
Pode-se concluir que em geral observou-se que a condutividade aumenta
com o conteuacutedo de PEI jaacute que com o aumento do nuacutemero de grupos hidrofiacutelicos haacute
possibilidade de coordenaccedilatildeo de um maior nuacutemero de proacutetons e de um maior
nuacutemero de moleacuteculas de aacutegua O maior nuacutemero de proacutetons (portadores de carga)
torna o processo de conduccedilatildeo mais eficiente e o maior nuacutemero de grupos
hidrofiacutelicos torna as distacircncias entre os mesmos menores o que impacta na Energia
de Ativaccedilatildeo para o deslocamento dos proacutetons na nanoestrutura podendo tornar a
velocidade do deslocamente maior Esses dados podem ser confirmados pelo
caacutelculo da Ea atraveacutes da modelagem dos valores de condutividade com a
temperatura pela equaccedilatildeo de Arrhenius [189][ 190]
4112 Energia de Ativaccedilatildeo e Mecanismo de Conduccedilatildeo Protocircnica
A dependecircncia da condutividade com a temperatura das membranas
SIPNxH3PO4 foi estudada empregando-se o modelo de Arrhenius As curvas da
dependecircncia da condutividade com a temperatura para todas as amostras em seus
diferentes graus de dopagem satildeo mostradas nas Figuras de 63 a 67
172
Dopagem das membranas de SIPN em 5 de H3PO4
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-330
-315
-300
-285
-270
-255
-240
-225
-210
-195
-180
-165
-150
-135L
og
(
em
c
m-1)
SIPN29
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
1T(K-1)
Figura 63 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 5
173
Dopagem das membranas de SIPN-H3PO4 10
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-28
-26
-24
-22
-20
-18
SIPN29
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
Lo
g
( em
c
m-1)
1T(K-1)
Figura 64 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 10
174
Dopagem das membranas de SIPN-H3PO4 15
00028 00030 00032 00034
-27
-24
-21
-18
Lo
g
( em
c
m-1)
SIPN29
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
1T(K-1)
Figura 65 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 15
175
Dopagem das membranas de SIPN-H3PO4 20
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-30
-25
-20
-15
-10
-05
00L
og
(
em
c
m-1)
SIPN29
SIPN33
SIPN38
SIPN41
SIPN44
SIPN47
SIPN50
1T(K-1)
Figura 66 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 20
176
Dopagem das membranas de SIPN-H3PO4 30
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-32
-30
-28
-26
-24
-22
-20
-18
-16
-14
-12
-10L
og
(em
-1c
m -
1)
1T(oC)
SIPN50
SIPN47
SIPN44
SIPN41
SIPN38
SIPN33
SIPN29
Figura 67 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas de SIPN-H3PO4 30
A relaccedilatildeo aproximadamente linear entre log () e 1T indica um processo
termicamente ativado comumente descrito em sistemas condutores de proacutetons Os
desvios nas medidas em cada temperatura (representados pelas barras de erro)
estatildeo provavelmente relacionados a efeitos de relaxamento bem como a rearranjos
moleculares envolvendo mudanccedilas no volume livre que sob as condiccedilotildees
empregadas podem conter aacutegua e espeacutecies iocircnicas originadas da dissociaccedilatildeo do
H3PO4
A Energia de Ativaccedilatildeo Ea no modelo de Arrhenius estaacute relacionada a
diferentes fenocircmenos dentre os quais relaxaccedilotildees moleculares difusatildeo de espeacutecies
moleculares e transporte de carga (transporte iocircnico) Portanto para a adequada
interpretaccedilatildeo dos valores de Ea estes seratildeo considerados como valores de energia
de ativaccedilatildeo aparente para o transporte de iacuteons A partir dos graacuteficos de Arrhenius
os valores de Ea e log (A0) foram calculados e encontram-se listados nas Tabelas de
35 a 39
177
Tabela 35 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a
SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 5 de H3PO4
Membrana Log (A0) Ea (kJmol-1) (cm-1 20ordm C) (cm-1 80ordm C)
SIPN29 5408 20774 (676 plusmn 135)times10-4 (703 plusmn 096)times10-3
SIPN33 0981 3594 (347 plusmn 036)times10-3 (604 plusmn 124)times10-3
SIPN38 1452 2826 (263 plusmn 032)times10-3 (498 plusmn 215)times10-3
SIPN41 1002 3553 (365 plusmn 069)times10-3 (661 plusmn 074)times10-3
SIPN44 1338 3639 (156 plusmn 022)times10-3 (248 plusmn 038)times10-3
SIPN47 3004 14778 (861 plusmn 146)times10-4 (638 plusmn 201)times10-3
SIPN50 2309 12071 (180 plusmn 059)times10-3 (138 plusmn 047)times10-2
Tabela 36 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a
SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 10 de H3PO4
Membrana Log (A0) Ea (kJmol-1) (cm-1 20ordm C) (cm-1 80ordm C)
SIPN29 1538 1574 (623 plusmn 075)times10-3 (800 plusmn 346)times10-3
SIPN33 1120 2326 (890 plusmn 030)times10-3 (149 plusmn 059)times10-2
SIPN38 1557 1613 (629 plusmn 030)times10-3 (800 plusmn 346)times10-3
SIPN41 0656 8282 (184 plusmn 041)times10-3 (627 plusmn 239)times10-3
SIPN44 1225 1966 (971 plusmn 349)times10-3 (144 plusmn 023)times10-2
SIPN47 0914 4271 (870 plusmn 098)times10-3 (138 plusmn 017)times10-2
SIPN50 0539 3789 (995 plusmn 050)times10-3 (168 plusmn 027)times10-2
Tabela 37 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a
SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 15 de H3PO4
Membrana Log (A0) Ea (kJmol-1) (cm-1 20ordm C) (cm-1 80ordm C)
SIPN29 0620 4330 (543plusmn 079)times10-3 (131 plusmn 012)times10-2
SIPN33 1810 1004 (898 plusmn 241)times10-3 (711 plusmn 111)times10-3
SIPN38 0750 4154 (345 plusmn 232)times10-3 (675 plusmn 101)times10-3
SIPN41 0029 5742 (716 plusmn 253)times10-3 (105 plusmn 007)times10-2
SIPN44 0396 6674 (483 plusmn 138)times10-3 (118 plusmn 042)times10-2
SIPN47 0645 4236 (560 plusmn 092)times10-3 (103 plusmn 014)times10-2
SIPN50 0517 4342 (484 plusmn 128)times10-3 (102 plusmn 030)times10-2
178
Tabela 38 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a
SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 20 de H3PO4
Membrana Log (A0) Ea (kJmol-1) (cm-1 20ordm C) (cm-1 80ordm C)
SIPN29 0889 4429 (285 plusmn 168)times10-3 (574 plusmn 211)times10-3
SIPN33 1659 2493 (293 plusmn 104)times10-3 (330 plusmn 324)times10-3
SIPN38 0471 3617 (103 plusmn 045)times10-2 (191 plusmn 037)times10-3
SIPN41 0261 5745 (250 plusmn 041)times10-3 (550 plusmn 068)times10-3
SIPN44 0809 6918 (179 plusmn 168)times10-2 (211 plusmn 028)times10-2
SIPN47 1014 5828 (410 plusmn 016)times10-2 (829 plusmn 189)times10-2
SIPN50 0113 2829 (515 plusmn 055)times10-2 (879 plusmn 075)times10-2
Tabela 39 Valores de log(A0) energia de ativaccedilatildeo e condutividade para as membranas de SIPN29 a
SIPN50 nas temperaturas de 20ordm C e 80ordm C dopadas com 30 de H3PO4
Membrana Log (A0) Ea (kJmol-1) (-1cm-1 20ordm C) (-1cm-1 80ordm C)
SIPN29 1743 11057 (674 plusmn 135)times10-4 (705 plusmn 097)times10-3
SIPN33 1233 2924 (347 plusmn 354)times10-3 (604 plusmn 124)times10-3
SIPN38 0741 4454 (263 plusmn 032)times10-3 (498 plusmn 215)times10-3
SIPN41 1095 3246 (365 plusmn 069)times10-3 (661 plusmn 074)times10-3
SIPN44 1750 9660 (670 plusmn 146)times10-3 (285 plusmn 155)times10-2
SIPN47 3513 14053 (651 plusmn 187)times10-3 (638 plusmn 048)times10-2
SIPN50 1868 1922 (446 plusmn 014)times10-3 (687 plusmn 338)times10-2
Para as membranas SIPN29 SIPN47 e SIPN50 a 5 de H3PO4 os valores de
Ea superiores a 10 kJmol-1 indicam um mecanismo de conduccedilatildeo
predominantemente veicular [191 192] Uma vez que a concentraccedilatildeo de aacutecido foi
mantida constante o valor de log(A0) apresenta valores muito proacuteximos refletindo
um nuacutemero semelhante de portadores de carga Os valores de condutividade
apresentaram-se entre 10-4 e 10-3 -1cm-1 na faixa de temperatura estudada As
demais amostras de SIPN com a mesma dopagem apresentaram valores de Ea
menores que 10 kJmol-1 indicando um mecanismo de conduccedilatildeo predominante de
Grotthus
179
Nas concentraccedilotildees de dopagem de 10 15 e 20 H3PO4 o mecanismo eacute
predominantemente Grotthus e a 30 de dopagem apenas as amostras SIPN29 e
SIPN47 apresentaram Eagt10kJmol-1 indicando um mecanismo predominantemente
veicular
A quantidade de aacutegua na membrana de uma CaC afeta a sua condutividade
protocircnica e o seu desempenho Os efeitos do grau de hidrataccedilatildeo do Nafionreg na sua
condutividade tecircm sido bem estudados [193 194] assim como nas membranas de
PBI [195 196] para que se possa compreender o mecanismo de conduccedilatildeo
protocircnica em meio aacutecido
Pu et al [197] propuseram que a conduccedilatildeo protocircnica numa membrana
PBIH3PO4 envolve dois mecanismos o mecanismo Grotthus [198] e o mecanismo
veicular [199] O mecanismo Grotthus propotildee que a passagem dos proacutetons atraveacutes
da membrana seja raacutepida e ocorra por meio de ligaccedilotildees hidrogecircnio entre as
moleacuteculas do solvente as quais incluem as moleacuteculas de aacutecido os grupamentos
azotos presentes nos heterociacuteclicos da matriz de PBI e entre as moleacuteculas de aacutegua
Jaacute o mecanismo veicular afirma que proacutetons satildeo transportados por autodifusatildeo de
moleacuteculas de aacutecido e aacutegua Nos dois mecanismos de transporte de proacutetons o
aumento de nuacutemero de moleacuteculas de aacutegua na membrana iraacute acarretar em um
aumento da condutividade de proacutetons aumentando a taxa de difusatildeo dos mesmos
ou a probabilidade dos proacutetons se movimentarem atraveacutes de ligaccedilotildees de hidrogecircnio
como moleacuteculas de aacutegua
Observa-se neste trabalho para as membranas estudadas nas dopagens de
5 10 15 20 e 30 de H3PO4 que os valores de Ea satildeo menores que 10 kJmol-1 para
a maioria delas logo o mecanismo predominante eacute o mecanismo de Grotthus
anteriormente descrito
A relaccedilatildeo quase linear entre log () e 1T indica um processo termicamente
ativado comumente descrito em sistemas condutores de proacutetons Os desvios nas
medidas em cada temperatura (representados pelas barras de erro) estatildeo
provavelmente relacionados a efeitos de relaxamento bem como a rearranjos
moleculares envolvendo mudanccedilas no volume livre que sob as condiccedilotildees
empregadas podem conter aacutegua e espeacutecies iocircnicas originadas da dissociaccedilatildeo do
H3PO4
180
Os valores de condutividade protocircnica desta ordem de grandeza satildeo
encontrados para sistemas baseados por exemplo em poliacutemeros gelificados uma
vez que estes sistemas encontram-se altamente hidratados Tambeacutem podem ser
encontrados em sistemas nos quais as cadeias polimeacutericas apresentem alta
mobilidade devido ao efeito de liacutequidos iocircnicos ou solventes aproacuteticos [200] No
presente trabalho provavelmente a nanoestrutura das membranas de SIPN
combinada com um comportamento altamente hidrofiacutelico de um de seus
componentes o PEI permite os altos valores de condutividade e de retenccedilatildeo de
aacutegua nas altas temperaturas observadas no estudo por TGA
Alguns trabalhos satildeo reportados na literatura como o de Asesino e
colaboradores [201 202] sobre membranas baseadas em PBI sulfonadas e
dopadas com soluccedilatildeo contendo 70 H3PO4 para as quais foram obtidos valores de
condutividade entre 10-3 e 10-2 Ω-1cm-1 O alto grau de sulfonaccedilatildeo verificado nesse
estudo foi o responsaacutevel pelos altos valores de condutividade encontrados em
comparaccedilatildeo ao poliacutemero natildeo sulfonado nas mesmas condiccedilotildees de anaacutelise e de
dopagem aacutecida
No presente estudo diferentemente daquele descrito nas referecircncias citadas
as membranas satildeo baseadas somente em poliacutemeros com caracteriacutesticas baacutesicas
natildeo contendo grupos protogecircnicos ligados covalentemente agraves cadeias Entretanto
atraveacutes das anaacutelises morfoloacutegicas as membranas SIPN apresentam nanodomiacutenios
hidrofiacutelicos dispersos na matriz da resina epoacutexi reticulada Esses nanodomiacutenios
podem servir como local de ancoragem dos grupos aacutecidos com os grupamentos
amina ramificados servindo de siacutetio de coordenaccedilatildeo para a passagem do proacuteton na
membrana Os valores de Ea predominantemente baixos sugerem que o
mecanismo de conduccedilatildeo protocircnica eacute via Grotthuss Os valores de condutividade
obtidos para as membranas de dopagens 20 e 30 H3PO4 chegaram a valores
proacuteximos a 01 cm-1 valor superior aos discutidos anteriormente para outros
sistemas na literatura com dopagens muito superiores agraves utilizadas neste trabalho e
a temperaturas elevadas natildeo usuais para CaC por volta de 140ordm C
Pan e colaboradores [203] estudando o comportamento das ligaccedilotildees
cruzadas de uma SIPN baseada em uma poliimida fluorada e Nafionreg117 obtiveram
valores de condutividade maiores que 19times10-2 cm-1 a temperatura ambiente
181
portanto superiores agravequeles obtidos para o Nafionreg Os autores tambeacutem utilizaram
o modelo de Arrhenius para obter os valores de Ea encontrando de 170 a
190 kJmol-1 sugerindo que o transporte protocircnico seja predominante regido por um
mecanismo veicular [204 205] Adicionalmente os autores sugerem que o
mecanismo seja controlado por espeacutecies H3O+ e H5O2
+ Como jaacute comentado
anteriormente poucas membranas obtidas no presente trabalho apresentaram
valores de Ea aparente superiores agrave 10kJmol- 1 Entretanto pode-se assumir
que exista a contribuiccedilatildeo dos dois mecanismos em especial nas amostras em que o
valor de Ea fica proacuteximo ao limite de 10kJmol-1
Dentre outras membranas descritas na literatura a poli(22prime-(14-fenileno)55prime-
bibenzimidazol) (para-PBI) dopada com altas concentraccedilotildees de aacutecido fosfoacuterico
apresentou valores de condutividade de 024 -1cm-1 a 160 ordmC [206] No entanto
esses trabalhos utilizando variaccedilotildees do polibenzimidazol (PBI) natildeo mostram estudos
teacutermicos comprovando a eficiecircncia das membranas em altas temperaturas [207 208
209] Essa ausecircncia de informaccedilotildees natildeo permiti assumir que esses materiais sejam
tecnologicamente aplicaacuteveis pela ausecircncia de dados de estabilidade teacutermica
4113 Estudo de EIS para membranas SIPNxSO3H
Membranas com composiccedilotildees de SIPN29SO3H a SIPN50SO3H nas razotildees de
sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 (agente sulfonanteestireno) foram analisadas por EIS
nas temperaturas de 20 30 40 60 e 80 ordmC sob 100 de umidade relativa Os
espectros de todas as amostras encontram-se no apecircndice
Todos os espectros de impedacircncia estudados para as amostras SIPNxSO3H
apresentaram uma tendecircncia a semiciacuterculo na regiatildeo de altas frequecircncias e uma
linha reta na regiatildeo de baixas frequecircncias evidenciando um comportamento
capacitivo-resistivo Os espectros apresentam o comportamento esperado para
eletroacutelitos soacutelidos polimeacutericos de conduccedilatildeo protocircnica onde o semiciacuterculo a alta
frequecircncia estaacute associado ao comportamento resistivo de transporte de carga
atraveacutes da membrana A partir da interseccedilatildeo do semiciacuterculo com a abscissa (ou uma
extrapolaccedilatildeo do mesmo) os valores de resistecircncia foram obtidos permitindo a
determinaccedilatildeo da condutividade de cada amostra de acordo com a Equaccedilatildeo 10 Os
182
valores meacutedios de condutividade calculados a partir de triplicatas de espectros e o
seu erro satildeo mostrados nas Tabelas de 40 a 46
Tabela 40 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN29SO3H nas razotildees de
sulfonaccedilatildeo 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN29SO3H 21 SIPN29SO3H 11 SIPN29SO3H 12 SIPN29SO3H 12
20 (264 plusmn 032)x10-3 (171 plusmn 022)times10-3 (201 plusmn 146)times10-3 (379 plusmn 098)times10-4
30 (273 plusmn 012)x10-3 (198 plusmn 084)times10-3 (410 plusmn 146)times10-3 (367 plusmn 058)times10-4
40 (130 plusmn 032)X10-3 (162 plusmn 024)times10-3 (105 plusmn 035)times10-3 (475 plusmn 026)times10-4
60 (190 plusmn 030)X10-3 (299 plusmn 083)times10-3 (220 plusmn 176)times10-3 (719plusmn 136)times10-4
80 (231 plusmn 009)X10-3 (383 plusmn 076)times10-3 (288 plusmn 237)times10-3 (867 plusmn 037)times10-4
Tabela 41 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN33SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN33SO3H 21 SIPN33-SO3H 11 SIPN33-SO3H 12 SIPN33-SO3H 14
20 (216 plusmn 120)x10-3 (472 plusmn 041)times10-4 (239 plusmn 019)times10-4 (606 plusmn 057)times10-4
30 (302 plusmn 163)x10-3 (250 plusmn 018)times10-4 (250 plusmn 019)times10-4 (300 plusmn 018)times10-4
40 (308 plusmn 022)X10-3 (346 plusmn 031)times10-4 (296 plusmn 003)times10-4 (329 plusmn 085)times10-4
60 (313 plusmn 008)X10-3 (464 plusmn 069)times10-4 (470 plusmn 059)times10-4 (449 plusmn 034)times10-4
80 (334 plusmn 015)X10-3 (557 plusmn 015)times10-4 (691 plusmn 020)times10-4 (575 plusmn 009)times10-4
Tabela 42 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN38SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN38-SO3H 21 SIPN38-SO3H 11 SIPN38-SO3H 12 SIPN38-SO3H 14
20 (973 plusmn 220)x10-4 (143 plusmn 012)times10-4 (462 plusmn 235)times10-4 (766 plusmn 151)times10-4
30 (153 plusmn 022)x10-3 (174 plusmn 002)times10-4 (643 plusmn 169)times10-4 (174 plusmn 709)times10-4
40 (216 plusmn 140)x10-3 (230 plusmn 039)times10-4 (113 plusmn 063)times10-3 (149 plusmn 110)times10-3
60 (231 plusmn 144)x10-3 (425 plusmn 044)times10-4 (228 plusmn 104)times10-3 (289 plusmn 193)times10-3
80 (382 plusmn 123)x10-3 (504 plusmn 005)times10-4 (390 plusmn 134)times10-3 (344 plusmn 181)times10-3
183
Tabela 43 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN41SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN41-SO3H 21 SIPN41-SO3H 11 SIPN41-SO3H 12 SIPN41-SO3H 14
20 (196 plusmn 091)x10-3 (799 plusmn 217)times10-4 (159 plusmn 132)times10-3 (537 plusmn 442)times10-4
30 (300 plusmn 090)x10-3 (635 plusmn 225)times10-4 (195 plusmn 114)times10-3 (685 plusmn 196)times10-4
40 (355 plusmn 095)X10-3 (101 plusmn 026)times10-3 (353 plusmn 182)times10-3 (816 plusmn 239)times10-4
60 (855 plusmn 692)X10-3 (135 plusmn 064)times10-3 (500 plusmn 101)times10-3 (151 plusmn 016)times10-3
80 (804 plusmn 150)X10-3 (382 plusmn 253)times10-3 (635 plusmn 081)times10-3 (342 plusmn 063)times10-3
Tabela 44 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN44SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN44-SO3H 21 SIPN44-SO3H 11 SIPN44-SO3H 12 SIPN44-SO3H 14
20 (480 plusmn 236)x10-4 (595 plusmn 433)times10-5 (271 plusmn 134)times10-4 (150 plusmn 067)times10-4
30 (548 plusmn 032)x10-4 (114 plusmn 154)times10-4 (762 plusmn 030)times10-4 (114 plusmn 296)times10-4
40 (362 plusmn 029)X10-4 (215 plusmn 106)times10-4 (113 plusmn 015)times10-3 (669 plusmn 521)times10-4
60 (950 plusmn 382)X10-4 (247 plusmn 067)times10-4 (247 plusmn 144)times10-3 (178 plusmn 114)times10-3
80 (862 plusmn 208)X10-4 (161 plusmn 096)times10-3 (330 plusmn 128)times10-3 (292 plusmn 047)times10-3
Tabela 45 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN47SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN47-SO3H 21 SIPN47-SO3H 11 SIPN47-SO3H 12 SIPN47-SO3H 14
20 (206 plusmn 117)x 10-3 (109 plusmn 136)times10-4 (291 plusmn 085)times10-4 (614 plusmn 362)times10-4
30 (129 plusmn 054)x 10-3 (251 plusmn 053)times10-4 (398 plusmn 044)times10-4 (251 plusmn 208)times10-4
40 (354 plusmn 070)x 10-3 (809 plusmn 610)times10-4 (548 plusmn 153)times10-4 (777 plusmn 364)times10-4
60 (366 plusmn 162)x 10-3 (136 plusmn 025)times10-3 (209 plusmn 113)times10-3 (182 plusmn 156)times10-3
80 (357 plusmn 039)x 10-3 (275 plusmn 017)times10-3 (411 plusmn 284)times10-3 (269 plusmn 107)times10-3
184
Tabela 46 Valores de condutividade (σ em Ω-1
cm-1
) de membranas SIPN50SO3H sulfonadas nas
razotildees de 21 11 12 e 14 nas temperaturas entre 20 a 80 ordmC
T(oC) SIPN50-SO3H 21 SIPN50-SO3H 11 SIPN50-SO3H 12 SIPN50-SO3H 14
20 (470plusmn252)x10-4 (655 plusmn 220)times10-4 (116 plusmn 053)times10-3 (343 plusmn 460)times10-3
30 (103plusmn014)x10-3 (881 plusmn 571)times10-4 (939 plusmn 199)times10-4 (881 plusmn 365)times10-4
40 (220plusmn050)X10-3 (117 plusmn 028)times10-3 (279 plusmn 037)times10-3 (126 plusmn 029)times10-3
60 (207plusmn010)X10-3 (323 plusmn 090)times10-3 (385 plusmn 041)times10-3 (208 plusmn 105)times10-3
80 (453plusmn093)X10-3 (560 plusmn 047)times10-3 (558 plusmn 138)times10-3 (294 plusmn 017)times10-3
Foram calculados valores de σ entre 10-4 e 10-3 -1cm-1 em temperaturas
entre 20 e 80ordm C O aumento da σ com a temperatura foi observado para a maioria
das membranas estudadas em seus diferentes graus de sulfonaccedilatildeo A mobilidade
maior dos portadores de carga com a temperatura jaacute foi discutida e eacute esperada
Adicionalmente foi observado que para a maior parte das amostras SIPNxSO3H 21
a σ foi maior que nas outras razotildees de sulfonaccedilatildeo na temperatura inicial de 20 oC O
mesmo fato natildeo se verifica na temperatura de 80 oC para todas as amostras Este
comportamento pode ser atribuiacutedo a maior razatildeo de grupos sulfocircnicos que
aumentam o nuacutemero de domiacutenios hidrofiacutelicos e o nuacutemero de portadores de carga
Aparentemente esse fator influencia mais o transporte de proacutetons a baixas
temperaturas do que em altas
Como mencionado anteriormente poucas amostras em especial nas razotildees
12 e 11 apresentaram valores de σ maiores que as membranas 21 embora as
diferenccedilas nesses valores tenham sido pequenas e para a maioria das amostras em
todas as composiccedilotildees e graus de sulfonaccedilatildeo a σ a 80 oC apresentou um maacuteximo de
10-3 Ω-1cm-1 Portanto ao escolher-se uma amostra para estudo do aumento de
escala de produccedilatildeo da membrana sulfonada seria possiacutevel escolher uma das
membranas com menor grau de sulfonaccedilatildeo dependendo de suas caracteriacutesticas de
estabilidade teacutermica eletroquiacutemica e mecacircnica
185
4114 Energia de Ativaccedilatildeo e Mecanismo de Conduccedilatildeo Protocircnica para as
membranas SIPNxSO3H
O estudo da dependecircncia da condutividade com a temperatura empregando-
se o modelo de Arrhenius pode ser observado nas Figuras de 68 a 74 para a seacuterie
de amostras sulfonadas em seus diferentes graus de sulfonaccedilatildeo
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-34
-32
-30
-28
-26
-24
-22
-20 SIPN
29 -SO
3H- 21
SIPN29
- SO3H- 11
SIPN29
- SO3H- 11
SIPN29
- SO3H- 14
Lo
g
( e
m
-1 c
m-1)
1T (K)Figura 68 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN29SO3H
186
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-36
-34
-32
-30
-28
-26
-24
-22
-20
SIPN33
-SO3H-21
SIPN33
-SO3H-11
SIPN33
-SO3H-12
SIPN33
-SO3H-14
Lo
g
(e
m
-1cm
-1)
1T(K)Figura 69 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN33SO3H
187
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-40
-38
-36
-34
-32
-30
-28
-26
-24
-22
-20 SIPN
38-SO
3H-21
SIPN38
-SO3H-11
SIPN38
-SO3H-12
SIPN38
-SO3H-14
Lo
g
(-1c
m-1)
1T(K)Figura 70 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN38SO3H
188
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-34
-33
-32
-31
-30
-29
-28
-27
-26
-25
-24
-23
-22
-21
-20
SIPN41
-SO3H-21
SIPN41
-SO3H-11
SIPN41
-SO3H-12
SIPN41
-SO3H-14
Lo
g
(-1c
m-1)
1T(K)Figura 71 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN41SO3H
189
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-44
-42
-40
-38
-36
-34
-32
-30
-28
-26
-24
SIPN44
-SO3H-21
SIPN44
-SO3H-11
SIPN44
-SO3H-12
SIPN44
-SO3H-14
Lo
g
(-1c
m-1)
1T(K)Figura 72 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN44SO3H
190
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-41
-40
-39
-38
-37
-36
-35
-34
-33
-32
-31
-30
-29
-28
-27
-26
-25
-24
-23
SIPN47
-SO3H-21
SIPN47
-SO3H-11
SIPN47
-SO3H-12
SIPN47
-SO3H-14
Lo
g
(-1c
m-1)
1T(K)Figura 73 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN47SO3H
191
00028 00029 00030 00031 00032 00033 00034 00035
-36
-34
-32
-30
-28
-26
-24
-22
SIPN50
-SO3H-21
SIPN50
-SO3H-11
SIPN50
-SO3H-12
SIPN50
-SO3H-14
Lo
g
(-1c
m-1)
1T(K)Figura 74 Dependecircncia de log() com 1T para as membranas SIPN50SO3H
A relaccedilatildeo linear entre log () e 1T indica um processo termicamente ativado
comumente descrito em sistemas condutores de proacutetons
Os desvios nas medidas em cada temperatura representados pelas barras
de erro (contidas no tamanho dos pontos) estatildeo provavelmente relacionados a
efeitos de relaxamento bem como a rearranjos moleculares envolvendo mudanccedilas
no volume livre que sob as condiccedilotildees empregadas podem conter aacutegua e espeacutecies
iocircnicas Entretanto sendo o resultado de trecircs medidas diferentes satildeo considerados
pequenos
Observa-se da anaacutelise das Tabelas de 47 a 53 que os valores de Ea obtidos
para as membranas SIPNxSO3H variam em funccedilatildeo da composiccedilatildeo e grau de
sulfonaccedilatildeo
192
Tabela 47 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN29SO3H
SIPN29SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 081 154 137 595
Log (A0) 291 170 343 103
(-1cm-1 20ordm C) (262 plusmn
032)x10-3
(171 plusmn
022)x10-3
(201 plusmn
146)x10-3
(379 plusmn
097)x10-4
(-1cm-1 80ordm C) (231 plusmn
009)x10-3
(383 plusmn
076)x10-3
(288 plusmn
237)x10-3
(896 plusmn
036)x10-4
Tabela 48 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN33SO3H
SIPN33-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 117 069 796 442
Log (A0) 208 367 046 180
(-1cm-1 20ordm C) (216 plusmn
120)x10-3
(472 plusmn
042)x10-4
(239 plusmn
187)x10-4
(606 plusmn
057)x10-4
(-1cm-1 80ordm C) (334 plusmn
015)x10-3
(557 plusmn
015)x10-4
(694 plusmn
020)x10-4
(575 plusmn
009)x10-4
Tabela 49 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN38SO3H
SIPN38-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 1055 8308 1324 1013
Log (A0) 135 046 208 105
(-1cm-1 20ordm C) (973 plusmn
220)x10-4
(143 plusmn
013)x10-4
(462 plusmn
235)x10-4
(766 plusmn
151)x10-4
(-1cm-1 80ordm C) (382 plusmn
123)x10-3
(504 plusmn
005)x10-4
(390 plusmn
134)x10-3
(344 plusmn
181)x10-3
193
Tabela 50 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN41SO3H
SIPN41-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 885 982 875 988
Log (A0) 091 075 085 076
(-1cm-1 20ordm C) (196 plusmn
091)x10-3
(799 plusmn
217)x10-4
(159 plusmn
132)x10-3
(537 plusmn
151)x10-4
(-1cm-1 80ordm C) (804 plusmn
150)x10-3
(382 plusmn
253)x10-2
(635 plusmn
081)x10-3
(342 plusmn
063)x10-3
Tabela 51 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN44SO3H
SIPN44-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 447 1317 2237 1756
Log (A0) 023 333 277 291
(-1cm-1 20ordm C) (480 plusmn
236)x10-4
(595 plusmn
433)x10-5
(271 plusmn
134)x10-4
(150 plusmn
067)x10-4
(-1cm-1 80ordm C) (862 plusmn
208)x10-4
(161 plusmn
097)x10-3
(330 plusmn
128)x10-3
(292 plusmn
047)x10-3
Tabela 52 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN47SO3H
SIPN47-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 233 2038 2383 672
Log (A0) 163 442 603 049
(-1cm-1 20ordm
C)
(206 plusmn
117)x10-3
(109 plusmn
136)x10-4
(291 plusmn
085)x10-4
(614 plusmn
036)x10-4
(-1cm-1 80ordm
C)
(357 plusmn
039)x10-3
(275 plusmn
017)x10-3
(411 plusmn
284)x10-3
(269 plusmn
107)x10-3
194
Tabela 53 Valores de log(A0) Ea e a 20 e 80 ordmC para as membranas SIPN50SO3H
SIPN50-SO3H 21 11 12 14
Ea (kJmol-1) 8398 1289 1514 8884
Log (A0) 037 208 307 162
(-1cm-1 20ordm
C)
(973 plusmn
220)x10-4
(973 plusmn
220)x10-4
(973 plusmn
220)x10-4
(973 plusmn
220)x10-4
(-1cm-1 80ordm
C)
(382 plusmn
123)x10-3
(382 plusmn
123)x10-3
(382 plusmn
123)x10-3
(382 plusmn
123)x10-3
Os valores de Ea obtidos para a seacuterie de membranas SIPNxSO3H indicam que
o mecanismo de conduccedilatildeo varia com a concentraccedilatildeo de PEI na membrana e com o
grau de sulfonaccedilatildeo
Em geral percebe-se que independentemente do grau de sulfonaccedilatildeo satildeo
encontrados valores de Ea lt 10kJmol-1 para a maioria das amostras com
composiccedilatildeo de PEI mais baixa ateacute 41 Valores de Ea dessa ordem de magnitude
indicam que o mecanismo predominante de conduccedilatildeo protocircnica eacute o de Grotthus
que ocorre com um niacutevel de hidrataccedilatildeo mais baixo
Para as concentraccedilotildees de PEI nas amostras entre 44 e 50 observou-se
para alguns graus de sulfonaccedilatildeo uma tendecircncia ao aumento de Ea para
Ea gt 10 kJmol-1 chegando a valores maiores que 20 kJmol-1 Esses valores
indicam a presenccedila do processo de conduccedilatildeo veicular que ocorre quando haacute mais
aacutegua no sistema Isso eacute coerente com o fato de haver concentraccedilatildeo maior de PEI
que contribui com o aumento dos grupos hidrofiacutelicos
Entretanto eacute importante notar que para a razatildeo de sulfonaccedilatildeo 21 exceto
para a amostra SIPN38SO3H cuja Ea=1055 kJmol-1 em todas as outras
composiccedilotildees de PEI a Ea lt 10kJmol-1 Aparentemente o efeito do aumento
significativo dos grupos de aacutecido sulfocircnico no sistema eacute preponderante sobre outros
efeitos estruturais ou morfoloacutegicos Haacute uma consequente aproximaccedilatildeo fiacutesica dos
grupos aacutecidos e o aumento do nuacutemero de portadores de carga no sistema
195
determinando um mecanismo de conduccedilatildeo protocircnica menos dependente da
concentraccedilatildeo de aacutegua no sistema o mecanismo de Grotthus
Atualmente trecircs modelos satildeo empregados para representar o processo de
conduccedilatildeo protocircnica como mencionado anteriormente O primeiro eacute o mecanismo de
conduccedilatildeo tipo ldquoGrotthusrdquo tambeacutem chamado difusatildeo estrutural o qual prevecirc o
deslocamento de carga em domiacutenios hidratados nos quais o iacuteon hidrocircnio apresenta
uma foacutermula estrutural [(H3O+)(H2O)n] e o transporte de carga se daacute pelo rearranjo
(raacutepido) destas estruturas favorecendo uma baixa energia de ativaccedilatildeo [210] O
mecanismo veicular por sua vez eacute descrito como o transporte de uma espeacutecie
iocircnica (em geral um proacuteton) associado a uma espeacutecie molecular (B) formando
uma estrutura BH+ a qual se desloca pela membrana Em sistemas onde a aacutegua eacute
a espeacutecie B haacute uma forte influecircncia do equiliacutebrio entre as estruturas formadas por
interaccedilotildees intermoleculares (dipolo-dipolo e iacuteon-dipolo) e a dissociaccedilatildeo de grupos
aacutecidos na membrana Jaacute no mecanismo de hopping ocorre a transferecircncia da
espeacutecie iocircnica entre siacutetios baacutesicos adjacentes e esse mecanismo eacute o comumente
empregado para descrever a conduccedilatildeo de iacuteons liacutetio em eletroacutelitos soacutelidos
polimeacutericos secos [211]
No presente estudo foram observados dois comportamentos de conduccedilatildeo
distintos utilizando-se como criteacuterio os valores de energia de ativaccedilatildeo O modelo de
conduccedilatildeo de pela difusatildeo estrutural ou Grotthus ocorre predominantemente nas
seacuteries de membranas sulfonadas SIPN29SO3H SIPN33-SO3H e SIPN41-SO3H Essas
apresentam menores valores de absorccedilatildeo de aacutegua natildeo excedendo a 30
Sob o ponto de vista da aplicaccedilatildeo das membranas em PEMFC visando evitar
problemas de diminuiccedilatildeo de condutividade ocasionados pela desidrataccedilatildeo a altas
temperaturas eacute preferiacutevel que os sistemas apresentem condutividade regida tanto
pelo mecanismo veicular [212] quanto pelo mecanismo estrutural [213] Desta
forma independentemente das condiccedilotildees de hidrataccedilatildeo pode-se alcanccedilar valores
de condutividade adequados para a operaccedilatildeo do dispositivo no qual a membrana
seraacute aplicada Eacute necessaacuterio ressaltar que embora a contribuiccedilatildeo de cada mecanismo
varie em funccedilatildeo da condiccedilatildeo de hidrataccedilatildeo da membrana ambos os mecanismos
satildeo inibidos sob condiccedilotildees extremas de desidrataccedilatildeo da membrana nas quais o
196
mecanismo de hopping pode ainda permitir a conduccedilatildeo iocircnica Na SIPN formulada
neste trabalho a PEI fornece grande nuacutemeros de siacutetios coordenantes para o
processo de hopping
Embora em condiccedilotildees de alto grau de hidrataccedilatildeo da membrana a difusatildeo
estrutural seja o mecanismo predominante estudos indicam que em presenccedila de
campos eleacutetricos fortes os iacuteons hidratados satildeo direcionados ao catodo
favorecendo nesse caso a predominacircncia do mecanismo de difusatildeo veicular
197
CAPIacuteTULO 5
51 Conclusotildees
Membranas SIPN baseadas em DGEBA e PEI foram sintetizadas e
caracterizadas por FTIR TGA e EIS Atraveacutes do estudo de FTIR foi possiacutevel
concluir a formaccedilatildeo de uma SIPN natildeo havendo evidecircncia da formaccedilatildeo de ligaccedilotildees
da PEI com o DGEBA uma vez que as bandas caracteriacutesticas de aminas primaacuterias e
secundaacuterias da PEI natildeo satildeo suprimidas Ao contraacuterio com o aumento da
concentraccedilatildeo de PEI nas membranas ocorre um aumento na intensidade destas
bandas A confirmaccedilatildeo espectroscoacutepica da polimerizaccedilatildeo do DGEBA eacute o
desaparecimento da banda em 915 cm-1 e o surgimento de bandas caracteriacutesticas
de ligaccedilotildees O-H tanto em 1630 cm-1 e em 3700 a 3300 cm-1 Esta regiatildeo
espectroscoacutepica eacute tambeacutem associada agrave presenccedila de aacutegua nas membranas dado o
caraacuteter hidrofiacutelico da PEI o qual juntamente aos grupos hidroxila (aacutelcool) promove
um aumento na intensidade destas bandas em funccedilatildeo da concentraccedilatildeo de PEI
As anaacutelises termogravimeacutetricas evidenciaram uma alta estabilidade teacutermica
chegando a 270 ordmC para o iniacutecio da decomposiccedilatildeo das membranas As anaacutelises de
TGA tambeacutem evidenciaram um comportamento de retenccedilatildeo de aacutegua ateacute 210 ordmC
para todas as membranas uma caracteriacutestica promissora para sua futura aplicaccedilatildeo
em PEMFC Este comportamento sugere ainda a formaccedilatildeo de nanodomiacutenios ao
longo da matriz polimeacuterica os quais atuariam retendo aacutegua no interior (bulk) da
matriz
As anaacutelises de AFM e SAXS comprovam a existecircncia de nanoestrutura
evidenciando domiacutenios nanomeacutetricos hidrofiacutelicos dispersa sobre a matriz epoacutexi
hidrofoacutebica Atraveacutes das imagens AFM foram observadas para todas as amostras
nanodominios dispersos na matriz epoacutexi os nanodomiacutenios tornam-se aumentam em
concentraccedilotildees maiores de PEI podendo causar a formaccedilatildeo de nanocanais devido a
alta organizaccedilatildeo dos componentes hidrofiacutelicos ao longo da membrana o que
favoreceraacute o aumento da hidrataccedilatildeo das membranas conforme relatado na anaacutelise
de entumsecimento com aacutegua levando tambeacutem a altos valores de conduccedilatildeo
protocircnica das membranas como foi relatado nos espectros de EIS
198
Os espectros EIS revelaram um comportamento capacitivo-resistivo
associado agrave conduccedilatildeo protocircnica em membranas dopadas com H3PO4 em ambiente
com 100 de umidade relativa A 80 ordmC a membrana SIPN50H3PO4 20 alcanccedilou o
valor de 879 times10-2 -1cm-1 As membranas SIPNxSO3H apresentaram valores de
condutividade entre da ordem de 10-4 a 10-3 -1cm-1 Os valores de condutividade
obtidos resultam dentre outros fatores do comportamento de retenccedilatildeo de aacutegua
combinado agrave maior dissociaccedilatildeo do aacutecido em altas temperaturas e uma
nanoestrutura favoraacutevel
As propriedades gerais das membranas SIPNxH3PO4 estudadas no presente
trabalho indicam que este eacute um sistema promissor para aplicaccedilatildeo em uma PEMFC
para funcionamento a temperaturas mais altas
199
CAPIacuteTULO 6
61 Trabalhos Futuros
Na parte de resultados seria importante realizar novas medidas de DSC assim
como um estudo detalhado sobre a reaccedilatildeo de reticulaccedilatildeo da resina epoacutexi utilizando
o equipamento de DSC melhorando o controle das anaacutelises Avaliar a estabilidade
mecacircnica das membranas obtidas por Anaacutelise Dinacircmica Mecacircnica (DMA) Realizar o
estudo de volume livre no sistema estudado a fim de avaliar o efeito do agente de
reticulaccedilatildeo na reaccedilatildeo de cura da resina epoacutexi Para os estudos de desempenho de
Ceacutelula agrave Combustiacutevel com a membrana de SIPN obtida para futuros estudos seraacute
necessaacuterio fazer a Assimilaccedilatildeo EletrodoMembrana (MEA) onde o estudo daraacute os
valores de voltagem e a densidade de corrente aplicando as seacuteries estudadas de
membranas SIPNs num dispositivo de CaC
A reaccedilatildeo de sulfonaccedilatildeo seraacute feita utilizando agentes sulfonantes menos
agressivos a membrana de SIPN ou utilizar outro meacutetodo sulfonando diretamente o
monocircmero do DGEBA antes de obter a membrana
Modificar o agente de cura testando outros mais reativos e tambeacutem alguns
agentes de cura alifaacuteticos e aromaacuteticos
200
CAPIacuteTULO 7
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epichlorohydrin) and poly(vinyl ethyl ether) Polymer 51 (2010) 5151-5159
212 Dai C A Liu C P Lee Y H Chang C J Chao C Y Cheng Y Y
Fabrication of novel proton exchange membranes for DMFC via UV curing
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213 Pei H Q Hong L Lee J Y Embedded Hydrophilic Nanogranules with
Radiating Proton-Conducting Channels in a Hydrophobic Matrix Langmuir 23
(2007) 5077-5084
220
APEcircNDICE ndash A FIGURAS DE ESPECTRO DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA
NUCLEAR NO ESTADO SOacuteLIDO (13C-RMN) FIGURAS (A1 ndash A8)
As figuras A1 a A8 mostram os espectros de RMN para as amostras de
SIPN23 SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 SIPN47 e SIPN50
SIPN23esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1566
0
1522
4
1441
11427
8
1289
5
1164
61137
9
849
2
701
2685
5
572
7566
6544
8499
9463
5446
5 416
2 326
4311
9
Figura A1 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN23
221
SIPN29esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1572
11552
7 1521
11507
8
1436
21418
0
1288
3
1140
3
845
6
700
0685
5
604
2587
2554
5538
7526
6491
4469
6435
6 421
0
356
8
314
3294
9
Figura A2 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN29
SIPN33esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1568
4
1526
01518
7
1432
6
1288
31278
6
1137
9
837
1
707
3690
3
593
3572
7542
3
418
6
317
9310
7
Figura A3 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN33
222
SIPN38esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1567
21528
41450
81438
71429
0
1287
1
1137
9
861
3
713
4 692
7684
2
598
1571
4 564
2 536
3514
4496
2480
5423
5 315
5304
6
Figura A4 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN38
SIPN41esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1568
41522
41513
91454
41438
71430
21388
9
1288
3
1140
3
852
8
702
4685
5
590
9577
5
531
4510
8489
0
448
9419
8
320
4308
2285
2
Figura A5 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN41
223
SIPN44esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1563
61526
01515
1
1432
6
1289
5 1278
61271
3
1158
51137
9
835
9
702
4680
6
552
0529
0505
9486
5445
3 418
6408
9
314
3302
2269
4
Figura A6 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN44
SIPN47esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Norm
alized Inte
nsity
1566
0
1523
61501
7
1437
51430
2
1288
3
1137
9
840
7
706
1697
6679
4
599
3569
0549
6533
8513
2503
5491
4472
0
415
0395
6
315
5
185
7
Figura A7 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN47
224
SIPN50esp
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10N
orm
alized Inte
nsity
1567
21528
41509
01438
7 1426
5
1384
1
1279
8
1140
3
857
7
702
4690
3683
0644
2610
3571
4537
5521
7490
2481
7474
4440
5416
2
311
9
187
0
Figura A8 Espectro de RMN 13
C CP-MASS para a amostra de SIPN50
225
APEcircNDICE ndash B FIGURAS DE ESPECTRO DE IMPEDAcircNCIA
ELETROQUIacuteMICA (EIS) FIGURAS (B1-B62)
As Figuras B1 a B33 mostram os espectros de impedacircncia eletroquiacutemica
para a seacuterie de SIPN29 SIPN33 SIPN38 SIPN41 SIPN44 e SIPN47 dopadas
com soluccedilatildeo aquosa de H3PO4 nas concentraccedilotildees de 5 10 15 20 e
30 (vv) As Figuras B34 a B62 para a seacuterie de amostras sulfonadas nas
razotildees de grupos sulfonantes grupos estirenos 21 11 12 e 14 para as
membranas de SIPN29SO3H SIPN33SO3H SIPN38SO3H SIPN41SO3H
SIPN44SO3H SIPN47SO3H e SIPN50SO3H
-
00 50x103
10x104
15x104
20x104
25x104
30x104
35x104
40x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
29 PEI - 20o C
29 PEI - 30o C
29 PEI - 40o C
29 PEI - 60o C
29 PEI - 80o C
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B1 Espectros EIS para a membrana SIPN29H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
1 2 3 4 5 6 7 8 9
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9790Hz
29 PEI - 20o C
29 PEI - 30o C
29 PEI - 40o C
29 PEI - 60o C
29 PEI - 80o C
-Z
Oh
m
ZOhm
1MHz
226
-50x103 00 50x10
310x10
415x10
420x10
425x10
430x10
435x10
4
-50x103
00
50x103
10x104
15x104
20x104
25x104
30x104
35x104
33 PEI - 20oC
33 PEI - 30oC
33 PEI - 40oC
33 PEI - 60oC
33 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
30mHz
Figura B2 Espectros EIS para a membrana SIPN33H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
38 PEI - 20oC
38 PEI - 30oC
38 PEI - 40oC
38 PEI - 60oC
38 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B3 Espectros EIS para a membrana SIPN38H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
-12 00 12 24 36 48 60 72
-12
00
12
24
36
48
60
72
33 PEI - 20oC
33 PEI - 30oC
33 PEI - 40oC
33 PEI - 60oC
33 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
1MHz
52kHz
0 5 10 15 20 25
0
5
10
15
20
25
52kHz
38 PEI - 20oC
38 PEI - 30oC
38 PEI - 40oC
38 PEI - 60oC
38 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
1MHz
227
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
41 PEI - 20oC
41 PEI - 30oC
41 PEI - 40oC
41 PEI - 60oC
41 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B4 Espectros EIS para a membrana SIPN41H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
44 PEI - 20oC
44 PEI - 30oC
44 PEI - 40oC
44 PEI - 60oC
44 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B5 Espectros EIS para a membrana SIPN44H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1 2 3 4 5 6 7
0
1
2
3
4
5
6
7
41 PEI - 20oC
41 PEI - 30oC
41 PEI - 40oC
41 PEI - 60oC
41 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
1MHz
75kHz
0 2 4 6 8 10 12
0
2
4
6
8
10
12
44 PEI - 20oC
44 PEI - 30oC
44 PEI - 40oC
44 PEI - 60oC
44 PEI - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
228
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
SIPN 47 - 20oC
SIPN 47 - 30oC
SIPN 47 - 40oC
SIPN 47 - 60oC
SIPN 47 - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B6 Espectros EIS para a membrana SIPN47H3PO4 5 em diferentes temperaturas No
detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B7 Espectros EIS para a membrana SIPN29H3PO4 10 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 SIPN 47 - 20
oC
SIPN 47 - 30oC
SIPN 47 - 40oC
SIPN 47 - 60oC
SIPN 47 - 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
55kHz
-15 -10 -05 00 05 10 15 20 25 30 35 40
-15
-10
-05
00
05
10
15
20
25
30
35
40
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
11kHz
229
00 50x103
10x104
15x104
20x104
25x104
30x104
35x104
00
50x103
10x104
15x104
20x104
25x104
30x104
35x104
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B8 Espectros EIS para a membrana SIPN33H3PO4 10 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
-1x104 0 1x10
42x10
43x10
44x10
45x10
46x10
47x10
48x10
4
-1x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B9 Espectros EIS para a membrana SIPN38H3PO4 10 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
4 5 6 7 8
-2
0
2
4
6
8 SIPN
33 - 20
oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
17kHz
24kHz
-5 0 5 10 15 20 25
-5
0
5
10
15
20
25
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
79kHz
115kHz
11kHz
230
00 50x104
10x105
15x105
20x105
25x105
30x105
00
50x104
10x105
15x105
20x105
25x105
30x105
SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B11 Espectros EIS para a membrana SIPN44H3PO4 10 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
9x104
1x105
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
9x104
1x105
SIPN50
- 20oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B12 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 10 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
-1 0 1 2 3 4 5
-1
0
1
2
3
4
5
17kHz SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
57kHz
-1 0 1 2 3 4 5 6
-1
0
1
2
3
4
5
6 SIPN
50- 20
oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
11kHz
231
00 30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
18x105
00
30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
18x105
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B13 Espectros EIS para a membrana SIPN29H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B14 Espectros EIS para a membrana SIPN33H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 2 4 6 8
0
2
4
6
8
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75 kHz
0 2 4 6
0
2
4
6
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75 kHz
232
00 20x10440x10
460x10
480x10
410x10
512x10
514x10
516x10
518x10
5
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
18x105
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B15 Espectros EIS para a membrana SIPN38H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
SIPN41
- 20oC
SIPN41
- 30oC
SIPN41
- 40oC
SIPN41
- 60oC
SIPN41
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B16 Espectros EIS para a membrana SIPN41H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 2 4 6 8 10
0
2
4
6
8
10
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75 kHz
0 2 4 6 8
0
2
4
6
8
SIPN41
- 20oC
SIPN41
- 30oC
SIPN41
- 40oC
SIPN41
- 60oC
SIPN41
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75 kHz
233
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B17 Espectros EIS para a membrana SIPN44H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
9x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
9x104
SIPN47
- 20oC
SIPN47
- 30oC
SIPN47
- 40oC
SIPN47
- 60oC
SIPN47
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B18 Espectros EIS para a membrana SIPN47H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 2 4 6 8 10 12
0
2
4
6
8
10
12
SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75 kHz
-2 0 2 4 6 8 10
-2
0
2
4
6
8
10SIPN
47 - 20
oC
SIPN47
- 30oC
SIPN47
- 40oC
SIPN47
- 60oC
SIPN47
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
55 kHz
234
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
SIPN50
- 20oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B19 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 15 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B20 Espectros EIS para a membrana SIPN29H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 4 8 12 16 20
0
4
8
12
16
20
SIPN50
- 20oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
75KHz
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
052MHz
235
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B21 Espectros EIS para a membrana SIPN33H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x10240x10
260x10
280x10
210x10
312x10
314x10
316x10
318x10
3
00
20x102
40x102
60x102
80x102
10x103
12x103
14x103
16x103
18x103
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B22 Espectros EIS para a membrana SIPN38H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
5
10
15
20
25
30
35
40 SIPN
33 - 20
oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057 MHz03 MHz
0 1 2 3 4 5 6 7 8
0
1
2
3
4
5
6 SIPN
38 - 20
oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057MHz
236
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
SIPN41
-20oC
SIPN41
-30oC
SIPN41
-40oC
SIPN41
-60oC
SIPN41
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B23 Espectros EIS para a membrana SIPN41H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
SIPN44
-20oC
SIPN44
-30oC
SIPN44
-40oC
SIPN44
-60oC
SIPN44
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B24 Espectros EIS para a membrana SIPN44H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 5 10 15 20
0
5
10
15
20 SIPN
41-20
oC
SIPN41
-30oC
SIPN41
-40oC
SIPN41
-60oC
SIPN41
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
037 MHz
0 2 4 6 8
0
2
4
6
8
SIPN44
-20oC
SIPN44
-30oC
SIPN44
-40oC
SIPN44
-60oC
SIPN44
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
037MHz
237
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105 SIPN
47-20
oC
SIPN47
-30oC
SIPN47
-40oC
SIPN47
-60oC
SIPN47
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B25 Espectros EIS para a membrana SIPN47H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
SIPN50
-20oC
SIPN50
-30oC
SIPN50
-40oC
SIPN50
-60oC
SIPN50
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B26 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 20 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 05 10 15 20
00
05
10
15
20
SIPN47
-20oC
SIPN47
-30oC
SIPN47
-40oC
SIPN47
-60oC
SIPN47
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
027MHz
00 05 10 15
00
05
10
15
01 MHz
SIPN50
-20oC
SIPN50
-30oC
SIPN50
-40oC
SIPN50
-60oC
SIPN50
-80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
027 MHz
238
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B27 Espectros EIS para a membrana SIPN29H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B28 Espectros EIS para a membrana SIPN33H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
SIPN29
- 20oC
SIPN29
- 30oC
SIPN29
- 40oC
SIPN29
- 60oC
SIPN29
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
037MHz
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
SIPN33
- 20oC
SIPN33
- 30oC
SIPN33
- 40oC
SIPN33
- 60oC
SIPN33
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
037 MHz
239
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105 SIPN
38 - 20
oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B29 Espectros EIS para a membrana SIPN38H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x103
2x103
3x103
4x103
5x103
6x103
7x103
8x103
0
1x103
2x103
3x103
4x103
5x103
6x103
7x103
8x103
SIPN41
- 20oC
SIPN41
- 30oC
SIPN41
- 40oC
SIPN41
- 60oC
SIPN41
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B30 Espectros EIS para a membrana SIPN41H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 05 10 15 20 25 30
00
05
10
15
20
25
30
SIPN38
- 20oC
SIPN38
- 30oC
SIPN38
- 40oC
SIPN38
- 60oC
SIPN38
- 80oC
-Z
Oh
mZOhm
037 MHz
00 05 10 15 20 25
00
05
10
15
20
25 SIPN
41 - 20
oC
SIPN41
- 30oC
SIPN41
- 40oC
SIPN41
- 60oC
SIPN41
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057 KHz
240
00 30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
00
30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B31 Espectros EIS para a membrana SIPN44H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
0 1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
0
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
6x104
7x104
8x104
SIPN47
- 20oC
SIPN47
- 30oC
SIPN47
- 40oC
SIPN47
- 60oC
SIPN47
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B32 Espectros EIS para a membrana SIPN47H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 05 10 15
00
05
10
15
SIPN44
- 20oC
SIPN44
- 30oC
SIPN44
- 40oC
SIPN44
- 60oC
SIPN44
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057 KHz
00 05 10 15 20
00
05
10
15
20
SIPN47
- 20oC
SIPN47
- 30oC
SIPN47
- 40oC
SIPN47
- 60oC
SIPN47
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057 KHz
241
00 30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
00
30x104
60x104
90x104
12x105
15x105
SIPN50
- 20oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B33 Espectros EIS para a membrana SIPN50H3PO4 30 em diferentes temperaturas
No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos espectros
00 40x104
80x104
12x105
16x105
20x105
00
40x104
80x104
12x105
16x105
20x105
SIPN29
-SO3H 21 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B34 Espectros EIS para a membrana SIPN29-SO3H razatildeo 21 de agente sulfonante
grupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos
espectros
00 05 10 15 20 25
00
05
10
15
20
25
SIPN50
- 20oC
SIPN50
- 30oC
SIPN50
- 40oC
SIPN50
- 60oC
SIPN50
- 80oC
-Z
Oh
m
ZOhm
057 KHz
0 5 10 15 20 25 30 35
0
5
10
15
20
25
30
35SIPN
29-SO
3H 21 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 21 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
373 kHz
242
00 20x10440x10
460x10
480x10
410x10
512x10
514x10
516x10
518x10
5
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
18x105
SIPN29
-SO3H 11 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B35 Espectros EIS para a membrana SIPN29-SO3H razatildeo 11 de agente sulfonante
grupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos
espectros
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
5
10
15
20
25
30
35
40SIPN
29-SO
3H 11 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 11 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
373kHz
243
00 50x104
10x105
15x105
20x105
25x105
00
50x104
10x105
15x105
20x105
25x105
SIPN29
-SO3H 12 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10mHz
Figura B36 Espectros EIS para a membrana SIPN29-SO3H razatildeo 12 de agente sulfonante
grupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos
espectros
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
10
20
30
40
50
60
70
80 SIPN
29-SO
3H 12 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 12 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
373kHz
244
000 250x104
500x104
750x104
100x105
125x105
150x105
000
250x104
500x104
750x104
100x105
125x105
150x105
SIPN29
-SO3H 14 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
10 mHz
Figura B37 Espectros EIS para a membrana SIPN29-SO3H razatildeo 14 de agente sulfonante
grupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos
espectros
00 50x101
10x102
15x102
20x102
25x102
00
50x101
10x102
15x102
20x102
25x102
SIPN29
-SO3H 14 - 20
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 30
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 40
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 60
oC
SIPN29
-SO3H 14 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
373 kHz
245
Figura B38 Espectros EIS para a membrana SIPN33-SO3H razatildeo 21 de agente
sulfonantegrupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta
frequecircncia dos espectros
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
18x105
20x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
16x105
18x105
20x105
-Z
Oh
m
ZOhm
SIPN33
-SO3H-21-20
oC
SIPN33
-SO3H-21-30
oC
SIPN33
-SO3H-21-40
oC
SIPN33
-SO3H-21-60
oC
SIPN33
-SO3H-21-80
oC
10mHz
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
-Z
Oh
m
ZOhm
SIPN33
-SO3H-21-20
oC
SIPN33
-SO3H-21-30
oC
SIPN33
-SO3H-21-40
oC
SIPN33
-SO3H-21-60
oC
SIPN33
-SO3H-21-80
oC
373 kHz
246
00 20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
00
20x104
40x104
60x104
80x104
10x105
12x105
14x105
10mHz
SIPN33
-SO3H - 11 - 20
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 30
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 40
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 60
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
Figura B39 Espectros EIS para a membrana SIPN33-SO3H razatildeo 11 de agente sulfonante
grupo aromaacutetico em diferentes temperaturas No detalhe a regiatildeo de alta frequecircncia dos
espectros
00 50x101
10x102
15x102
20x102
25x102
30x102
00
50x101
10x102
15x102
20x102
25x102
30x102
SIPN33
-SO3H - 11 - 20
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 30
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 40
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 60
oC
SIPN33
-SO3H - 11 - 80
oC
-Z
Oh
m
ZOhm
327kHz