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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
CENTRO INTERDISCIPLINAR DE NOVAS TECNOLOGIAS DA EDUCAÇÃO
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA EDUCADORES
Maria das Graças Costa Reis
EAD: APRENDIZAGEM COOPERATIVA E COLABORATIVA
Profa. Mestra em Educação: Rute Vera Maria Favero
Orientadora
Porto Alegre
2009
Maria das Graças Costa Reis
EAD: APRENDIZAGEM COOPERATIVA E COLABORATIVA
Trabalho de Conclusão de Curso de
Especialização em Tecnologias da Informação
para Educadores do programa de Pós-Graduação
do Centro Interdisciplinar de Novas tecnologias
da Educação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul projeto em conjunto com a
Universidade Virtual do Estado do Maranhão.
Porto Alegre
2009
DEDICATÓRIA
Ao José Luiz, meu irmão; a Josiene, Josele, Elzilene e o Enio Luiz, meus sobrinhos; às crianças Amanda e João Gabriel, sobrinhos netos, como incentivo para que jamais desistam de seus ideais.A Professora e Mestra: Rute Vera Maria Favero, com minha gratidão. A todos os educadores e educadoras que trabalham por uma educação de qualidade.
AGRADECIMENTOS
Ao Divino Pai Eteno, nosso Deus Amado, Luz e força sempre presente no meu caminhar ao longo desta jornada;
A UFRGS/UNIVIMA, aos magníficos reitores, a todos os professores, coordenadores, equipes administrativas e técnicas, aos colegas que contribuíram cada um a sua maneira, com seus conhecimentos e dons.
À querida professora, Mestra em Educação, Rute Vera Maria Favero, - tutora durante todo o Curso - pelo apoio, pelo carinho e pela atenção à avaliação das atividades; pela oportunidade que me concedeu aceitando ser também orientadora, pela leitura e releitura do trabalho final, pela orientação e críticas convincentes e oportunas, porém sempre gentis que foram essenciais para a minha motivação e concretização desta monografia.
Às minhas sobrinhas: Josiene e Josele pelo apoio e por sempre me incentivaram quando eu desanimava; e o Enio Luiz, meu sobrinho, por ter dado apoio técnico, algumas vezes, em relação ao uso da ferramenta computador. A Josiene pela ajuda na digitação.
Aos pequenos: João Gabriel e Amanda, meus sobrinhos-netos, que, mesmo quando pediam a minha atenção, ou bagunçavam, me obrigavam a parar um pouco os trabalhos, o que me permitia recarregar as energias e poder continuar.
Aos governos Estadual e Municipal, que através da criação de um pólo de Educação a Distância, na minha cidade, e com a parceria com outras instituições vem possibilitando as várias outras pessoas e a mim, em particular, a oportunidade de ampliação dos estudos.
Enfim, sou grata e reconhecida a todos que, direta ou indiretamente, estiveram ou estão presentes, com apoio, palavras de incentivo, neste trabalho de conclusão de curso, contribuindo para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. [...] que toda a prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico. Paulo Freire
RESUMO
Esta monografia disserta sobre a Educação a Distância, vista como uma modalidade de ensino que vem se expandindo, de forma expressiva no Brasil, devido à crescente necessidade de busca de informações, de atualização permanente e formação continuada por parte das pessoas; considerando a evolução das Tecnologias da Informação Comunicação (TIC), enfatizando a Cooperação, a Colaboração e Interação com uso das ferramentas dos ambientes virtuais, com menção particular, o ambiente TelEduc utilizado como suporte para os cursos da Universidade Virtual do Maranhão - UNIVIMA em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, na modalidade a distância, como práticas metodológicas e utilização de outros recursos, para a construção do conhecimento. Os fundamentos para este trabalho consistem em uma revisão bibliográfica objetivando aprofundar os estudos sobre a modalidade à distância, os avanços em termos de utilização de tecnologias, as formas de cooperação e colaboração nos ambientes virtuais na aprendizagem ativa; com algumas reflexões, a partir da experiência no contexto de um curso de especialização em educação à distância, em um pólo da UNIVIMA, desenvolvido basicamente on-line, em um ambiente virtual, com destaque para as formas de interatividade do aluno da EAD. Faz-se uma abordagem breve para o contexto histórico de sua evolução ao longo de diversas gerações, detendo-se mais na atual geração com educação a distancia envolvendo o aprendizado on-line, em classes e universidades virtuais, baseadas em tecnologias da internet. Estabelece uma comparação entre as vantagens e desvantagens vislumbrando as tendências e desafios quanto a sua expansão, qualidade e seu ordenamento legal. Finalizando com algumas considerações sobre a avaliação na educação a distância, no seu significado, as formas e métodos.
Palavras-chave: Cooperação. Colaboração. Interação. Educação a Distância. Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Aprendizagem ativa
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................10
1.1 OBJETIVOS:...............................................................................................................................................101.2 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................................................101.3 MÉTODO.....................................................................................................................................................111.4 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................................................11
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA..........................................................................................................................13
2.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................................................132.2. TERMINOLOGIAS UTILIZADAS NA EAD...........................................................................................142.3. ASPECTOS GERAIS.................................................................................................................................16
2.3.1. Por que Educação a Distância?..........................................................................................................182.3.2 - Visão histórica da EAD no Brasil – Mudanças e Evolução..............................................................192.3.3. Tendências...........................................................................................................................................242.3.4. Vantagens e Desvantagens..................................................................................................................25
2.4. EAD NO BRASIL- BASES LEGAIS - O DECRETO 5.622/2005...............................................................272.5. EAD NA UNIVIMA...................................................................................................................................28
2.5.1. Pólo de Porto Franco – Cursos e infra-estrutura...............................................................................29
3. A INTERAÇÃO, COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA E RECURSOS DA INTERNET.............................................................32
3.1 AMBIENTE VIRTUAL – TELEDUC........................................................................................................363.2. A INTERAÇÃO FORA DOS AVA - CORREIO ELETRÔNICO – E-MAIL, BLOG E OUTROS.........41
4. EAD E A INTERNET: USO DE TECNOLOGIA - AMBIENTES DIGITAIS DE APRENDIZAGEM. 46
4.1 APRENDIZADO POR COMPUTADOR....................................................................................................474.2. A INTERNET E A BUSCA DO CONHECIMENTO................................................................................48
4.2.1 Ambientes digitais - Computadores em Rede.......................................................................................504.2.2 Aprendizado com base na Internet - Web - Hipertextos.......................................................................51
5. AVALIAÇÃO NA EAD....................................................................................................................................55
5.1 AVALIAÇÃO FORMATIVA NO TELEDUC...........................................................................................58
6. CONCLUSÃO...................................................................................................................................................64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................67
ANEXOS................................................................................................................................................................70
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Evolução da EAD....................................................................................................20
Figura 2 – Página inicial ambiente TelEduc............................................................................36
Figura 3 - Mapa conceitual; recursos para alunos e formadores............................................39
Figura 4 - Mapa conceitual: recursos para formadores............................................................40
Figura 5 - Organograma das Ferramentas do Teleduc relacionadas a atividades....................61
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - EAD no Brasil no contexto de mudanças tecnológicas no então primeiro e segundo grau - educação básica .............................................................................................................23
Quadro 2 - EAD no Brasil no contexto de mudanças tecnológicas na educação no ensino superior ................................................................................................................................... 24
Quadro 3 - Elaborado baseado no artigo de Gilda Helena B. de Campos................................26
1. INTRODUÇÃO
A idéia básica de educação a distância é muito simples: alunos e professores estão em locais diferentes durante todo ou grande parte do tempo em que aprendem e
ensinam. Estando em locais distintos, eles dependem de algum tipo de tecnologia para transmitir informações e lhes proporcionar um meio para interagir.
MOORE & KEARSLEY
De acordo com alguns textos lidos, no contexto atual aonde mudanças vêm
ocorrendo pelo grande numero de informações, da comunicação e da busca do saber
revolucionando a sociedade; a grande demanda por atualização pessoal e profissional, e aonde
ainda há limitações no ensino presencial, a Educação a Distancia (EAD) aliada à evolução das
tecnologias, considerando em especial o uso da internet, com os ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA), surge como a possibilidade da democratização da educação no Brasil,
proporcionando a um maior número de pessoas a oportunidade de desenvolvimento de novas
competências e habilidades, como uma aprendizagem ativa intermediada pela colaboração,
cooperação e interação, oportunizando qualificação profissional e a inserção no mercado por
meio de um ensino de qualidade oferecido por instituições educacionais públicas ou privada, e
pessoal cada vez mais capacitado.
Minha motivação, a principio baseada na experiência de um curso a distância, que
me permitiu vivenciar intensamente várias etapas do processo de ensino aprendizagem dessa
modalidade levou-me a elaborar, para este trabalho, os seguintes objetivos:
1.1 OBJETIVOS:
-Aprofundar os estudos sobre a EAD, como a modalidade que se encontra em ampla expansão
no Brasil, com atenção para suas mudanças apoiada pela evolução e uso das tecnologias; suas
vantagens e desvantagens; considerando os avanços e desafios.
- Aprofundar os estudos sobre AVA que possibilitam colaboração, cooperação e interação e
que contribuem para uma aprendizagem ativa na modalidade a distancia através da internet.
-Identificar as formas de colaboração, cooperação e interação a partir da experiência no
contexto de um curso de especialização a distância, desenvolvido basicamente on-line,
refletindo sobre o desempenho do aluno, no ambiente TelEduc, tendo como referencial a EAD
na Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA) no pólo de Porto Franco.
1.2 JUSTIFICATIVA
Nas consultas realizadas nas obras de alguns autores, a crescente necessidade de
busca de informações e de atualização permanente por parte das pessoas e a evolução das
tecnologias da informação e comunicação em destaque a Internet e AVA vem possibilitando a
abertura de um grande e importante espaço para a EAD que, atualmente no Brasil, vem se
expandindo de forma bem expressiva pelo motivo de oferecer opções para a formação
continuada, a especialização através da individualização da aprendizagem conquistada com o
uso da internet, notadamente nos AVA, com programação dinâmica e flexível em relação a
horário de estudos, que pode ser organizado de acordo com a disponibilidade e perfil de cada
um, especialmente o aluno ou aprendiz adulto, na maioria das vezes, comprometido com as
funções profissionais e de trabalho, assim também como os compromissos familiares sem, no
entanto, abandonar suas atividades, podendo ele estar no controle do curso, com mais
iniciativa e autonomia para administrar todo o processo centrado mais na aprendizagem ativa.
Baseado em Gouvêa e Oliveira (2006), sobre os aspectos relacionados à interação
entre professor e aluno, na modalidade presencial e a distância, podem ser estimulados e
realizados a partir de diferentes formas. As tecnologias, com as condições de sua
aplicabilidade e utilização nos processos interativos educacionais, devem ser objeto de
interesse e estudo por parte dos profissionais da educação, considerando que estão inseridas
na dinâmica da aprendizagem. Em se tratando de tecnologias que facilitam as atividades do
processo da aprendizagem, na modalidade a distância se fazem necessário ressaltar a
importância da internet e os AVA e tudo que a elas se relaciona: interação entre alunos e
materiais, alunos e professores, alunos e alunos; avaliação, exercícios e etc.
Então, a justificativa para a escolha do tema deste trabalho, teve como base os
estudos e práticas vivenciadas durante o curso, com o propósito de ampliação dos
conhecimentos e o incentivo para novos estudos.
1.3 MÉTODO
A metodologia utilizada baseou-se em uma pesquisa de revisão bibliográfica de
autores renomados, sendo complementada por consulta de artigos, trabalhos e textos
publicados em revistas e na internet; e ainda por uma breve pesquisa participante no curso a
distância em um pólo da UNIVIMA.
11
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
O capítulo 2 aborda a Educação a Distância a partir de sua definição legal; as
terminologias mais usadas, baseadas em Moore; Kearsley (2007), os aspectos gerais
justificando o porquê da adoção da educação nessa modalidade, uma visão do contexto
histórico de Brasil, enfatizando as mudanças, as tendências e evolução em relação às
tecnologias e uma apreciação para as vantagens e desvantagens estabelecendo um quadro
comparativo; focalizando ainda o ordenamento legal baseado na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB, 1996). Em um contexto particular é tratado sobre a EAD na UNIVIMA, no
pólo de Porto Franco, na atuação de cursos de atualização e formação continuada e as práticas
pedagógicas.
No capítulo seguinte o destaque é para a cooperação, colaboração e interação no
processo de ensino aprendizagem na modalidade a distância com os recursos da internet em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem com abordagem específica para o ambiente virtual
TelEduc e os recursos disponíveis para alunos e formadores; Relaciona outros recursos da
WEB que possibilitam a comunicação - o correio eletrônico – e-mail e blog (como ferramenta
que possibilita a interatividade e aprendizagem cooperativa) e a classificação de algumas
ferramentas de comunicação assíncrona e síncrona, no desenvolvimento das atividades.
A EAD e a Internet: Uso e tecnologia – ambientes digitais de aprendizagem é o
tema do capítulo 4, onde ressaltamos a presença das tecnologias digitais, o aprendizado por
computador como ferramenta e, conectado em rede facilitando a busca do conhecimento,
aprendizado baseado na WEB e a importância dos Hipertextos.
No último capítulo, finalizamos com uma abordagem sobre a Avaliação na EAD, o
seu significado no processo; as formas e os métodos da avaliação on-line que possibilitem
uma avaliação formativa do desempenho do aluno da EAD o uso dos recursos e ferramentas
do TelEduc por todos os atores do processo: formadores, alunos e equipe de apoio.
Este trabalho é o resultado de uma pesquisa de revisão bibliográfica que apresenta
uma pequena parte de um assunto tão amplo e tão atual, devido a sua evolução, e não se
esgota aqui, mas esperamos que seja de estímulo para novas pesquisas sobre tema tão
importante para a educação brasileira e que ainda é, de alguma forma, pouco conhecido e por
isso mesmo pouco valorizado: A Educação a Distância e Ambientes Virtuais de
Aprendizagem Cooperativa.
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2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tecendo considerações iniciais sobre EAD, baseado em Moran (2006), dentro de
um panorama de evolução de tecnologias, da busca constante de informações e da rapidez
como estas se processam, se atualiza e também se tornam defasadas; dessa forma percebe-se a
importância dos aparatos tecnológicos no processo educativo como suporte às práticas
pedagógicas, oportunizando aos atores desse processo mais interação na realização de
atividades para a construção do conhecimento.
As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância,
o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre
todos os que estão envolvidos nesse processo.
Para Tavares (2006), adotar estratégias tecnológicas na EAD exige um repensar na
relação professor-aluno e dos meios de comunicação e interação que poderão aproximar as
pessoas, como também afastá-las. Algumas tendências acenam para que a EAD adote uma
abordagem problematizadora, investigativa e reflexiva. Conforme Belloni (2003), essas
tendências sinalizam para alunos mais autônomos, maduros e sempre prontos a aprender,
contudo, os ambientes devem prover as tecnologias e as facilidades para a implementação da
interação, que visa viabilizar o processo de ensino-aprendizagem. É importante salientar,
porém, que não é o ambiente em si próprio que determina a interatividade, mas os atores que
fazem parte desse cenário, objetivando a construção do conhecimento, de forma colaborativa.
2.1. DEFINIÇÃO
Com a necessidade de ampliação dos conhecimentos sobre este assunto tão atual,
ao mesmo tempo tão amplo e que se atualiza a medida que as tecnologias evoluem e que
carece de ser mais conhecido, portanto, para elaboração deste trabalho optou-se por começar
pela definição, a partir daquela que tem a base legal sendo acrescida pela de dois autores
conhecedores do assunto.
Educação a Distância – Definição - Art. 1º. Para os fins deste Decreto, caracteriza-
se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (DECRETO Nº. 5.622, DE 19 DE
DEZEMBRO DE 2005).
Para Chaves1 (1999) - é o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo e no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e se propõe que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz, e imagens (apud BASTOS FILHO; TEIXEIRA, 2008, p. 14).
Segundo Moran (2002), EAD é ensino/aprendizagem onde professores e alunos
não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por
tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser
utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias
semelhantes.
Após consultar outros autores que tratam sobre a EAD, constata-se que suas
definições, às vezes, se aproximam ou diferem em alguns pontos e por isso mesmo não existe
uma única definição, mas pode haver algum ponto em comum, portanto, cito a ABED que
esclarece sobre o que é o consenso mínimo:
Muitas são as definições possíveis e apresentadas, mas há um consenso mínimo em torno da idéia de que EAD é a modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos exclusivamente) sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora (ABED, 2008).
2.2. TERMINOLOGIAS UTILIZADAS NA EAD
Por não existir uma definição única e por ser muito abrangente, há, segundo
Scremin (2002), nacional e internacionalmente, um grande debate sobre qual a melhor e mais
apropriada terminologia para a educação na modalidade a distância, sendo, portanto, usada
diversas expressões.
A designação, Ensino a Distância (EAD), aplica-se (em termos de uma definição rápida) ao conjunto de métodos, técnicas e recursos, postos à disposição de populações estudantis dotadas de um mínimo de maturidade e de motivação suficiente para que, em regime de auto-aprendizagem, possam adquirir conhecimentos ou qualificações a qualquer nível. Baseia-se tudo isto na idéia comprovada de que qualquer adulto, a quem não faltem os conhecimentos de base necessários à aquisição de conhecimentos mais avançados, pode aprender por si próprio, sem se postular a existência de uma relação direta professor/aluno, desde que lhe seja fornecido a totalidade dos elementos didáticos associados ao aprendizado de uma dada disciplina: textos de base e complementares, indicações bibliográficas, exercícios e trabalhos de aplicação, várias formas de clarificação ou ilustração da matéria e, finalmente, elementos para avaliações parciais e finais (ARTAGEY; NELL; TILIO. Educação a Distancia2).
1 Professor Titular de Teoria do Conhecimento, Filosofia Política, Filosofia da Educação, e Tecnologia na Educação, Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (1974 - presente).2 On-line
14
Moore; Kearsley (2007, p.2) mencionam a importância do aprendizado planejado
exigindo técnicas especiais e os principais aspectos relacionados nessa definição indicam o
estudo e educação a distância como:
aprendizado e ensino;
aprendizado que é planejado, e não acidental;
aprendizado que normalmente está em lugar diferente do local de ensino;
comunicação por meio de diversas tecnologias.
Após observar as definições e conceitos na sua base legal e de alguns autores, vêm
à ideia noções mais claras e básicas de educação a distância envolvendo:
alunos e professores em locais diferentes durante e quase todo o tempo quando
ensinam e aprendem;
Alunos e professores precisam de:
algum tipo de tecnologia para trocar informações e interagir;
as tecnologias devem ser bem selecionadas e normalmente diferentes daquelas usadas
em sala de aula no ensino presencial;
usar bem essas tecnologias exige tempo, bom planejamento e conhecimento;
O aluno a distância tem perfil diferente e precisa ter aptidões para o estudo e
habilidades de comunicação e interação e necessita de diferentes tipos de suporte e auxílio
para gerenciar as atividades com uso das tecnologias.
Quando se fala de educação à distância podemos identificar, nas expressões das
pessoas e de muitos autores muitas terminologias, que, às vezes, são usadas de formas
distintas ou similares e nem sempre consensual.
Educação a distância - usada na maioria das vezes quando se quer focar não somente o
aprendizado, mas o ensino e o aprendizado a distância;
Aprendizado intencional – não se referindo ao que se aprende na sala de aula nem tão-
só o que se aprende aleatoriamente quando se surfa na web, "mas sim um aprendizado
planejado e pelo qual uma pessoa – o aluno – propõe deliberadamente a aprender e é
auxiliada por outra - o professor – que cria, também deliberadamente, meio para
ajudar essa pessoa a aprender" (MOORE; KRARSLEY, 2007, p.2).
“Aprendizado variado” – expressão nova que é usada para descrever a situação em que
professores utilizam em sala de aula, a tecnologia para oferecer programas de
aprendizado individual para estudo fora da sala de aula, a fim de apoiar métodos face a
face para grupos.
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Educação a distância usa a palavra normalmente - na definição é usada essa expressão
para indicar que o lugar do aprendizado pode até ocorrer no mesmo local de ensino e
que os alunos se reúnam e até com o professor em um mesmo local, mas normalmente
o local de aprendizado não inclui a presença do professor e a tecnologia é o único ou
principal meio de comunicação. (MOORE; KRARSLEY, 2007, p.3).
Educação pela tecnologia usada - Ocorre uma confusão quando as pessoas definem
educação pela tecnologia usada:
·“Educação por correspondência”- distribuição de materiais e interação professor e
alunos pelo sistema postal;
“Aprendizado assíncrono” – muitas vezes utilizado como educação a distância que
utiliza tecnologia da internet, mesmo que a comunicação aconteça com
participação simultânea.
“Universidade aberta” ou “aprendizado aberto” - usada em alguns paises, muitas vezes
em relação a educação superior elitista. Não no sentido educação para todos.
“Aprendizado distribuído”- utilizado como sinônimo de educação a distância para
significar a disponibilidade do aprendizado em todo lugar e a qualquer tempo.
2.3. ASPECTOS GERAIS
Existe atualmente, em várias partes do mundo, e, especificamente aqui no Brasil,
um estudo intenso e discussões em torno do tema da Educação a Distância e, sobre qual
terminologia seria mais apropriada para definir ou qualificar tal modalidade, considerando até
mesmo algumas divergências ou semelhanças em relação a algumas expressões usadas e
também a sua forma de definição.
Conforme Scremin (2002, p. 6) “Diversas são as denominações que encontramos
relacionadas com esta modalidade: ‘e-learning’, ‘e-training’, ‘ensino a distância’, ‘formação a
distância’, ‘ensino e aprendizagem a distancia’, ‘educação a distância etc.”.
No Brasil, usam-se frequentemente os termos: “Ensino a Distância” e “Educação a
Distância” como se fossem sinônimos, porém com algumas diferenças:
-Ensino – instrução, transmissão de conhecimento e informações, adestramento,
treinamento.
-Educação – prática educativa, processo de ensino aprendizagem que leva o indivíduo
a “aprender a aprender”, a criar, a inovar a construir conhecimentos, participar ativamente do
seu próprio crescimento e desenvolvimento.
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Podem até existir situações em que possa ser usada a terminologia “ensino a
distância”, e até alguns autores preferem usar essa semântica, porém, por se tratar de um
assunto de grande abrangência e que se refere a um processo que envolve mudanças numa
relação pessoal dialógica e numa ação educativa, a terminologia que mais pode expressar,
com clareza, a temática é Educação a Distância.
Seja qual for a nomenclatura usada, é importante esclarecer que a ideia básica de
educação a distância é a separação entre professor e aluno no espaço, ou seja, em locais
diferentes e/ou no tempo, ou quase todo o tempo em que acontece o processo ensino
aprendizagem e que a comunicação necessita de algum tipo de tecnologia.
Retomando aqui as definições e conceitos de educação a distância percebe-se
ainda a existência de outros elementos importantes e ainda baseando-se em Scremin (2002)
que, se referindo a Preti (1996), comentando a definição de Garcia Aretio, destaca os
elementos:
a - A distância física professor-aluno: a presença física do professor ou do tutor, isto é,
do interlocutor, da pessoa com quem o estudante vai dialogar não é necessária e indispensável
para que se dê a aprendizagem. Ela se dá de outra maneira, "virtualmente”;
b - De estudo individualizado e independente: reconhece-se a capacidade do estudante
de construir seu caminho, seu conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e
autor de suas práticas e reflexões;
c - Um processo de ensino-aprendizagem mediatizado: a EAD deve oferecer suporte e
estruturar um sistema que viabilize e incentive a autonomia dos estudantes nos processos de
aprendizagem;
d - O uso de tecnologias: os recursos técnicos de comunicação, que hoje têm alcançado
um avanço espetacular (correio, rádio, TV audiocassete, hipermídia interativa, Internet),
permitem romper com as barreiras das distâncias, das dificuldades de acesso à educação e dos
problemas de aprendizagem por parte dos alunos que estudam individualmente, mas não
isolados e sozinhos. Oferecem possibilidades de se estimular e motivar o estudante, de
armazenamento e divulgação de dados, de acesso às informações mais distantes e com uma
rapidez incrível;
e - A comunicação bidirecional: o estudante não é mero receptor de informações, de
mensagens; apesar da distância, busca-se estabelecer relações dialogais, criativas, críticas e
participativas.
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2.3.1. Por que Educação a Distância?
Baseado em Chaves (Tecnologia da Educação) abordando sobre a crescente
necessidade de atualização pessoal e profissional, a permanente busca pelo conhecimento e
acelerada demanda por educação, como parte de um amplo e contínuo processo de mudanças
que vem ocorrendo na sociedade alicerçada sobre a informação e o saber e os avanços e a
disseminação do uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) podendo permitir a
democratização do acesso a níveis diferentes de escolaridade cada vez mais crescentes, tendo
como aspiração a aprendizagem como processo pessoal e social, a educação continuada e a
formação de sujeitos autônomos, criativos e participantes, capazes de “aprender a aprender”,
de buscar novos conhecimentos e continuar aprendendo ao longo de toda a vida e de serem
capazes de um aperfeiçoamento constante para atuar de maneira comprometida no ambiente
físico e social em que estão inseridos e devido às limitações dos sistemas de ensino presencial
e público é que se abre para Educação a Distância um espaço muito grande de possibilidades
para jovens e adultos a uma educação permanente.
Dentro dessas perspectivas é que se pode justificar o ensino a distância e
considerar as vantagens em relação ao ensino presencial. Porém, deve-se fazer também uma
análise criteriosa sobre algumas posições contrárias, principalmente em relação à perda da
dimensão do contato pessoal direto professor-aluno em sala de aula; o que pode ser suprido
mediante a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem. Retomando as posições
favoráveis vemos a Internet como meio possível de superar tais desafios.
Os avanços e a disseminação do uso das TIC descortinam novas perspectivas para a EAD com suporte em ambientes digitais de aprendizagem acessados via internet. Considerando-se que a distância geográfica e o uso de múltiplas mídias são características inerentes à EAD, mas não suficientes para definirem a concepção educacional, discute-se a educação a distância (EAD) não como uma solução paliativa para atender alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais nem apenas como a simples transposição de conteúdos e métodos de ensino presencial para outros meios e com suporte em distintas tecnologias. Os programas de EAD podem ter o nível de diálogo priorizado ou não segundo a concepção epistemológica, tecnologias de suporte e respectiva abordagem pedagógica (ALMEIDA, 2003).
Segundo Moore; Kearsley (2007, p.8), os responsáveis por políticas em nível
institucional e governamental têm introduzido a educação a distância para atender àquilo que
consideram certas necessidades, o que inclui: o acesso crescente a oportunidades de
aprendizado e treinamento; oportunidades para atualizar aptidões; a redução de custos dos
recursos educacionais a qualidade das estruturas educacionais existentes, nivelar
desigualdades entre grupos etários; oferecer uma combinação de educação com o trabalho e
vida familiar; agregar uma dimensão internacional à experiência educacional.
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2.3.2 - Visão histórica da EAD no Brasil – Mudanças e Evolução
Buscando um maior entendimento para o que a EAD representa atualmente no
cenário da educação, buscou-se pesquisar sobre como ela evolui ao longo do tempo, em
termos de Brasil e também estabelecer um comparativo como se desenvolveu dentro do
campo mais restrito, no caso, o município de Porto Franco.
Dentro de um contexto histórico, segundo Moore & Kearsley, (2007) das
transformações constantes e rápidas que acontecem atualmente e a elevação no nível da
informação e comunicação, para falar da EAD é necessário conhecer desde sua origem, que
não aconteceu como muitos podem imaginar, com o surgimento das novas tecnologias da
comunicação, ou seja, com a chegada da Internet. Passou por uma evolução histórica através
de vários momentos distintos e com características específicas, com atualizações constantes
dos meios utilizados até chegar a EAD que se tem atualmente.
Iniciando com os cursos de instrução conhecidos como os de correspondência, em
que a entrega do material e o meio de comunicação era via correio; passando a seguir na sua
escala de evolução pelo rádio, televisão, vídeo e por último com a utilização do computador
como ferramenta mais sofisticada e a rede de computadores como a mais recente forma de
tecnologias utilizadas na EAD envolvendo o ensino e o aprendizado on-line, nas mais
diversas instituições como empresas, universidades virtuais baseadas na internet. Veja a
seguir a figura sobre evolução da EAD, tomada como base na figura nº.1 (MOORE;
KEARSLEY, 2007, p. 26), só que em ordem ascendente, adaptada pela autora.
Figura 1 - Evolução da EAD
5ª Internet/Web
4ª Teleconferências
3ª Universidades Abertas
2ª Rádio e televisão
1ªCorrespondência
Fonte: baseada em Moore e Kearsley (2007).
Conforme está ilustrado na figura, e baseado em (MOORE; KEARSLEY 2007, p.
26) a EAD evoluiu ao longo de diversas gerações, na história:
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A primeira geração ocorreu quando o meio de comunicação era o texto, e a
instrução, por correspondência. O histórico da educação a distância começa com os cursos de
instrução que eram entregues pelo correio. Denominado usualmente estudo por
correspondência, também chamado estudo em casa pelas primeiras escolas com fins
lucrativos, e estudo independente pelas universidades. O motivo principal para os primeiros
educadores por correspondência era a visão de usar tecnologia para chegar até aqueles que de
outro modo não poderiam se beneficiar dela.
A segunda geração foi o ensino por meio da difusão pelo rádio e pela televisão. O
rádio como nova tecnologia, a principio, foi aceito pelos educadores com otimismo e
entusiasmo, mas não fez jus às expectativas, devido aos interesses restritos de alguns e o
amadorismo dos poucos professores que mostravam interesse; a televisão assim como o rádio
não provocava interação de professores com alunos; porém agregou as dimensões orais e
visual à apresentação de informações aos alunos a distância.
A terceira geração não foi muito caracterizada pela tecnologia de comunicação, mas preferencialmente, pela invenção de uma nova modalidade de organização da educação, de modo mais notável nas universidades abertas. Em seguida, na década de 1980, tivemos nossa primeira experiência de interação de um grupo em tempo real a distância, em cursos por áudio e videoconferência transmitidos por telefone, satélite, cabo de redes de computadores. Por fim, a geração mais recente de educação a distância envolve ensino e aprendizado on-line, em classes e universidades virtuais, baseadas em tecnologias da internet (MOORE; KEARSLEY 2007, p. 25).
Como podemos perceber na evolução das tecnologias usadas na EAD nas três
gerações sempre esteve e continua em foco a comunicação para facilitar a interação e
diminuir as distâncias e isso se deu de diversas formas através de variadas formas de textos e
grande parte de forma escrita.
Ainda, é oportuno destacar que o material escrito, seja na forma impressa ou nas produções mais sofisticadas que permitem sua integração em multimídia, continua exercendo papel de extrema importância nos programas de educação na modalidade a distância (SCREMIN. 2002, p. 8).
Procurando sintetizar o que já foi exposto sobre a evolução da EAD tendo como
relação a evolução tecnológica e baseado em dados buscados na internet , para uma melhor
compreensão, criou-se a tabela abaixo.
20
Tabela 1 - Fases ou gerações da EAD - tecnologia / evolução.FASES OU GERAÇÕES DA EAD-TECNOLOGIA / EVOLUÇÃO
DENOMINAÇÃO TECNOLOGIA USADA PRÁTICAS METODOLÓGICAS E RECURSOS
Primeira geração ou Geração Textual:
Material impresso. Ensino por correspondência;
Auto-aprendizagem.Segunda geração ou Geração Analógica
Textos impressos complementados por recursos tecnológicos de áudio e vídeo;
Auto-aprendizagem;
Comunicação síncrona.
Terceira geração ou Geração Digital
Internet e comunicação - via satélite.WEB - Ambientes interativos.
Auto-aprendizagem com suporte em recursos tecnológicos altamente diferenciados. Comunicação Síncrona e assíncrona. Ambientes Virtuais
Fonte: Scremin, 2002; Wikipedia, acesso em 17 nov.2008.
Concluímos então, que estamos na geração digital que nos permite o acesso rápido
a informação, ao conhecimento. É preciso refletir que mesmo com todos os avanços ainda
existe exclusão nessa forma de educação, aqui no Brasil, especificamente em algumas regiões,
o que torna a educação a distância, nessa geração digital, ainda inatingível para muitos.
Existem barreiras como a falta de preparação, a exclusão ao acesso à internet
devido aos altos custos, a falta de preparação tecnológica, uma gestão pedagógica para o uso
integrado das mídias. Apesar da existência desses fatores desfavoráveis não se pode negar que
a EAD passa hoje por processo de mudanças e mudanças positivas
- Contexto de Mudanças - Com base em Castro Neves, (apud ALMEIDA;
MORAN 2005, p.137), a EAD está avançando cada vez mais em termos de uso de
tecnologias, cada vez mais atualizadas, e também em relação à qualidade. Não deve ser vista
simplesmente como uma nova onda de métodos e técnicas e também simplesmente como um
“modismo” da era conhecida como da informação e da comunicação. É uma modalidade
educacional que apresenta características de um processo amplo e contínuo de mudanças que
se reflete na facilidade e democratização do acesso, na organização, na sua atualização
constante e que devido a esses fatores exige um cuidado especial.
A educação a distância, vista no contexto de mudança e evolução tecnológica,
avança muito rápido aqui no Brasil apesar de ainda existir muita exclusão, e o elemento
primordial dentro desse contexto está relacionado ao uso, cada vez mais crescente, dos
recursos da internet.
21
No entanto, a demanda de recursos humanos e tecnológicos nos empreendimentos em EAD, o campo de possibilidades que se abre diante de sua aplicação e o tamanho do universo de pessoas que podem se beneficiar, nos levam a pensar que, ao mesmo tempo em que é considerada uma modalidade alternativa, ela deve ser problematizada como um sistema que coloca em jogo diferentes competências, o que por si só já exigiria um cuidado maior na sua adoção (GOUVÊA 2007, p. 40).
Diante do exposto, pode-se perceber que nem sempre as tecnologias mais
evoluídas, por si só são capazes de suprir todas as necessidades e nem sempre são as mais
indicadas, visto que é exigida uma preparação e muitas pessoas podem não ter acesso a elas
ou não saber utilizá-las.
Segundo Rodiney3 a EAD vem passando por várias transformações, passando por
mudanças dos valores culturais, sociais, mudanças na legislação, com maior significado para a
contextualização de saberes, assumindo um papel importante na sociedade globalizada que
tem necessidade de comunicação e informação.
Em âmbito geral, levando em consideração as mudanças que vem acontecendo em nossa sociedade, podemos entender a EAD como uma modalidade de ensino que tem peculiaridades, na qual sua proposta pedagógica deverá ser rediscutida no que se refere à modalidade a distância em que seu referencial de fazer educação não seja, parcialmente, anulado. O avanço das TICs provocou mudanças significativas em fazer EAD, logo foi criando corpo, hoje, está presente em todos os setores, em particular, sua presença no sistema educacional faz com que reflitamos sobre pontos inerentes à educação, como: didática, metodologia, avaliação, planejamento, dentre outros pontos relevantes (RODINEY, Aprendizagem em EAD).
Ainda com base em Rodiney, as mudanças da EAD avançam também no sentido
de possibilitar a inclusão social visando, através dos espaços interativos proporcionarem a
troca de saberes em que devem ser potencializadas competências que possam garantir a
formação de um cidadão atuante e presente na sociedade, necessitando para isso de um
repensar das práticas educativas e a formação de parcerias para a concretização de uma
educação inclusiva e justa, onde todos possam ser beneficiados.
Em relação a prática da educação a distância como proposta inclusiva atualmente,
ainda, tem muitas carências podendo ser repensada para uma educação para o futuro. São
questões importantes que devem ser consideradas como caminho para a educação inovadora
caracterizada pela interatividade e não-linearidade, em que se apresenta como forma
complementar às práticas e formas que já se tem no sentido de se ter cada vez mais uma
educação de qualidade, considerando-se também os desafios. E tratando-se de desafios da
EAD percebe-se que são muitos e merecem uma atenção especial por se tratar de modalidade
em evolução e de grande importância.
3 Especialista em Educação a Distancia (SENAC), colunista Brasil Escola.
22
Podemos notar o quanto há desafios a serem superados, pois, é superando os mitos arraigados neste cenário de fazer educação na modalidade a distância que podemos assumir compromissos e responsabilidade de uma forma mais competente, tornando mais fácil à efetivação de um novo fazer, realmente compromissada, eficaz e proveitosa para os envolvidos (RODINEY, Aprendizagem em EAD,).
Abaixo quadros demonstrativos da EAD no contexto de mudanças tecnológicas.
Quadro 1 - EAD no Brasil no contexto de mudanças tecnológicas no então primeiro e segundo grau - educação básica
EAD NO BRASIL NO CONTEXTO DE MUDANÇAS TECNOLÓGICAS NO ENTÃO PRIMEIRO E SEGUNDO GRAU - EDUCAÇÃO BÁSICA
INICIATIVAS E AUTORIAS
TECNOLOGIAS E PERÍODOS/ ANOS
OBJETIVOS E PUBLICO/ALVO
-Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (pioneira na EAD.) - Roquete Pinto e professores. Tornou-se Rádio MEC.
Uso do Rádio
-Períodos: 1923 e 1936
Ação educativa e cultural
Curso MadurezaConjugação de recursos tecnológicos: rádio e Televisão
Formação.Classes menos favorecidas
Projeto Minerva Rádio MEC e completado por material impresso
Promover o ensino primário até o ginasial
Movimento de Educação de Base – MEB -, idealizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e colaboração do MEC.
Programas de Rádio
Criado na década de 1960.
Extinto em 1964. Ditadura militar.
Promovia: o processo de alfabetização, cidadania e a visão humanista de educação.
Prontel – Programa Nacional de Teleducação – MEC - SEAT-Secretaria de Aplicações Tecnológicas TV Rio
Emissoras de TVs educativas
1960 a 1979
Coordenar as atividades de teleducação em todo país.Curso de alfabetização.
Telecurso 1º e 2º Grau – Fundação Roberto Marinho em parceria com fundação Padre Anchieta e a TV Cultura de São Paulo. Mais tarde teve apoio do MEC.
Rádio, TV e Material impresso e uso de vídeo e livros organizados para tele aulas. Início na década de 1970.
Melhoria do ensino na educação básica e dos cursos profissionalizantes para maiores de 21 anos com ação supletiva.
Telecurso 2000 nova denominação do Telecurso.
TVs comerciais e educativas - desde 1998.
Programa TV Escola. Canal de Televisão, programas educativos, completados por vídeo e DVD. Programação para o Ensino Fundamental (inicio) e Ensino Médio. Criado em 1995.
Aperfeiçoamento e valorização dos professores e gestores da rede pública.
Fonte. Gouvêa e Oliveira, (2006)
23
Quadro 2 - EAD no Brasil no contexto de mudanças tecnológicas na educação no ensino superiorEAD NO BRASIL NO CONTEXTO DE MUDANÇAS TECNOLÓGICAS NA
EDUCAÇÃO NO ENSINO SUPERIORINICIATIVAS E
AUTORIASTECNOLOGIAS E PERÍODOS/ ANOS
OBJETIVOS E PUBLICO/ALVO
Universidade de Brasília 1980 Primeiros cursos de Extensão - Nível superior
Universidade Virtual Pública do Brasil/ UniRede e o Consórcio de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro/ Cederj
2000
Democratização do acesso à educação de qualidadeCursos de Graduação e Pós-graduação e extensão.Alunos de curso de graduação
Incorporação do Cederj a Cecierj e parcerias com universidades consorciadas 2002
Promover a democratização do acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade.
UNIVIMA - parcerias, com a Federal de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, e do Maranhão.A instituição possui 11 pólos localizados em alguns municípios.
Começou a funcionar dia 14 de julho de 2003
Desde 2004
Democratização da educação; projetos na formação inicial e continuada de professores. Cursos de graduação, extensão e pós-graduação.
Fonte. Gouvêa e Oliveira, 2006.
Uma menção especial para a UNIVIMA por ser do Estado do Maranhão, onde
existe ainda um percentual significativo de professores sem curso superior ou com formação
adequada para exercer a profissão. A EAD na UNIVIMA é uma realidade e também uma
possibilidade através das parcerias com outras universidades e também com apoio dos
governos municipais. Vale destacar que se utiliza de tecnologias apropriadas para o
desenvolvimento de sua proposta pedagógica.
2.3.3. Tendências
Com a expansão das novas tecnologias, com os recursos da Internet, com a atual
necessidade de atualização permanente por parte das pessoas exigida pela atividade
profissional e mercado de trabalho, manifestam-se novas tendências e ou evolução inerentes à
educação a distância que podem ser percebidas claramente pelo surgimento de muitos cursos
dentro dessa modalidade, muito adotada e discutida ultimamente, embora a história revele sua
existência desde tempos remotos, mas atualmente surge como avanços a possibilidade de um
aprendizado diferente e individualizado onde o aluno, possivelmente o adulto, pode estar no
controle do curso e do processo de aprendizagem de acordo com horários de sua preferência e
24
as facilidades das tecnologias de comunicação e informação. Outra tendência claramente
observável é o interesse por parte dos professores em buscar atualização.
A informática tornou-se essencial a todas as áreas e os professores que viravam as costas para a EAD, começam hoje, até por uma questão de sobrevivência profissional, a se interessar. Daí para descobrir as possibilidades que oferece como complemento ao ensino presencial e à EAD, é um passo. [...] Os professores das novas tecnologias na educação, no futuro, irão considerar a concepção da aprendizagem como o processamento de informações em lugar de acumulação das informações, sobre a base do princípio segundo o qual os conhecimentos não se assimilam nem se reproduzem, e sim que se constroem e reconstroem (análise contínua). Em consequência os docentes deverão se converter em verdadeiros estimuladores e facilitadores da criatividade do pensamento crítico e lógico, assim como, em mediadores entre o conhecimento, a informação e os aprendizes (ARTAGEY; NELL; TILIO. Educação a Distância).
2.3.4. Vantagens e Desvantagens.
Percebem-se, atualmente transformações que vêm acontecendo, de uma maneira
geral na educação e, de forma especial, considera-se o enorme potencial de expansão que vem
acontecendo na prática e estudo da educação a distância e, como essa modalidade, cada vez
mais, está sendo aceita no contexto acadêmico - na área da educação formal - e no
treinamento - nos meios empresariais - como uma necessidade imperativa de atualização.
Partindo dessas considerações em termos de transformações e expansão da EAD,
apoiada pelos avanços das novas tecnologias, faz-se necessário, também, considerar as
vantagens e desvantagens e estabelecer um paralelo.
As principais vantagens estão ligadas às facilidades oferecidas pela maior flexibilidade com relação a horários e lugares e em relação a alguns dos principais objetivos como o da democratização do acesso a educação, isto a possibilidade da educação para todos com redução e eliminação de barreiras que impedem participação em cursos ou diferentes níveis de estudo. As principais desvantagens estão relacionadas aos custos de desenvolvimento, que podem ser relativamente elevados e ainda a falta de socialização e também preconceito existente por parte de alguns alunos de que o curso a distância não requer esforço e por isso não possui a validade tanto quanto os cursos presenciais. (ABED, FAQ.).
Para Campos4 (2000), “a educação a distância apresenta várias vantagens”.
Segundo Paula Tavares Mello5 (apud CAMPOS, 2000) muitas dessas vantagens se resumem à
própria concretização de seus objetivos. E estão relacionadas à abertura, flexibilidade,
eficácia, formação permanente e personalizada, e à economia de recursos financeiros.
Partindo da análise de alguns textos pesquisados na internet sobre as vantagens e
desvantagens da EAD e tomando como base um texto publicado6 por Gilda Helena B. de
4 Atua no CCEAD-PUC-Rio, é pesquisadora colaboradora da COPPE/UFRJ, consultora de projetos de EAD e universidades corporativas.5 Professora de Informática na Educação e de algumas disciplinas de Ciência da Computação em diferentes faculdades6- Coluna publicada em 21.11.2000
25
Campos, elaborou-se um quadro estabelecendo um paralelo entre as vantagens e
desvantagens.
Quadro 3 - Elaborado baseado no artigo de Gilda Helena B. de Campos VANTAGENS DESVANTAGENS
-Democratização de acesso a Educação –Atende a uma população numerosa, ainda que dispersa geograficamente, oferecendo oportunidades de formação adequadas às exigências atuais daqueles que não puderam iniciar ou concluir sua formação anteriormente.
Falta de socialização – empobrecimento da troca direta de experiências. Ausência de comunidades dinâmicas de aprendizagem na Internet.Impede a interatividade, a participação ativa do aluno, à aprendizagem colaborativa.
-Alcance - maior alcance do que o ensino presencial. Diversificação e ampliação da oferta de curso por diversas mídias e pela Internet.
Distribuição inadequada dos conteúdos, muitas vezes excessivos, o que provoca grande evasão.
Personalização e Individualização - que cada pessoa usa as estratégias de aprendizagem que lhe são mais positivas possui um ritmo de aprendizagem específica, nas suas necessidades próprias, seus objetivos pessoais, um estilo cognitivo determinado. Pode estar no controle. O aluno passa a ser sujeito ativo em sua formação.
As respostas são mais lentas, mesmo utilizando ferramentas síncronas. A orientação e/ou correção das atividades pedagógicas é mais complexa, o que exige um rigoroso planejamento anterior.
Perda da dimensão pessoal que, se não necessária ao ensino em si, é essencial ao ensino eficaz.
Capacitação tecnológica - Permite o treinamento dos professores e alunos com as novas tecnologias, da informação e computacionais. Possibilita uso dos recursos de multimídia, alta qualidade de formação, acesso a materiais instrucionais audiovisuais elaborados pelos melhores especialistas em cada assunto.
É preciso também considerar a exigência do indivíduo ser letrado o suficiente para que possa compreender os textos e utilizar a Rede.
Interatividade – Depende de Curso bem projetado e executado. Professores e alunos: aprendizagem colaborativa. Estimula o trabalho cooperativo entre professores, alunos e administradores.Intercâmbio de informações a nível internacional e nacional com outras organizações, mediante o acesso à internet.
Tendência muito comum, nos cursos on-line, de se transferir simplesmente um curso presencial ou a distância baseado em material escrito para o virtual, o que descaracteriza o meio.
Fonte: ABED, (2008); CAMPOS, (2000) e outras páginas da internet.
Analisando o quadro comparativo, pode-se concluir que muitas são as vantagens,
mas não se pode negar também o aspecto negativo apresentado na lista das desvantagens,
entretanto, isto servirá como pistas para que os atores envolvidos na EAD, incluindo as
26
políticas publicas, concentrem esforços com objetivo de vencer os obstáculos para que se
tenha cada vez uma educação de qualidade.
2.4. EAD NO BRASIL- BASES LEGAIS - O Decreto 5.622/2005.
Segundo Gouvêa; Oliveira (2006) no Brasil a Educação a Distância tem como
marco das suas bases legais o ano de 1996 quando a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei Nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a legitimou em alguns níveis de
ensino, no seu artigo 80 e que depois a regulamentou pelo Decreto nº. 5.622, de 20/12/05;
visto que até aí ela já era uma modalidade adotada, mas não apresentava condições de
certificação.
Devido a crescente demanda de processos de implantação de cursos na modalidade
a distância, a legislação vem sendo alterada, com a finalidade de regulamentar itens
específicos em relação à definição de alguns procedimentos relacionados a níveis ou
modalidades.
O Decreto nº 5.622/05 que regulamenta o Art.80 da LDB e revoga o decretos
2.494/98 e 2.561/98 apresenta algumas alterações:
Caracterização (Art.1º) da Educação a Distância com a supressão da expressão auto-
aprendizagem, passando a ser caracterizada como uma modalidade que pode ser viável
pelo uso das tecnologias prevendo a possibilidade de maior mediação e interação entre
professor-aluno;
prever obrigatoriamente momentos presenciais para: avaliações, estágios, defesa de
trabalho de conclusão de curso. atividades de laboratório, quando for o caso; (Art 1º § 1º)-
alteração em relação a criação, organização e duração de cursos. (Art. 3º § 1º) deste
decreto, em consonância com a legislação nacional como nos cursos presenciais.
Em relação à normatização dos cursos, a legislação oferece indicações, ou
orientações específicas nos diferentes níveis e modalidade dispostos no (Art.2º), e para
criação, organização e oferta de cursos (Art.3º) do Decreto 5.622/2005:
Educação Básica – Art.30º do Decreto nº. 5.622; para oferecer ensino fundamental e
médio, mediante solicitação, pelas instituições credenciadas, de autorização dos órgãos
normativos, para complementação de aprendizagem e em situações emergenciais;
Educação Superior para a oferta de curso será regida pelo capitulo IV e a autorização
será orientada pelo: O documento indicadores de qualidade para cursos de graduação a
distancia. Primeiro parágrafo desse texto e seguintes (BRASIL, MEC/SEED-2007).
27
Embora seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial
norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos processos
específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada.
Pós-Graduação a Distância – A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e
especialização a distância foi disciplinada pelo Capitulo V do Decreto nº. 5.622/05 e pela
Resolução nº.1, da Câmara de Ensino Superior - CES, do Conselho Nacional de Educação
- CNE, em 3 de abril de 2001 (BASTOS FILHO, 2008, p 17).
A legislação hoje vigente, na medida em que reconhece o papel da educação a
distância como estratégia de ampliação das oportunidades por educação ao longo da vida,
torna viável o atendimento da atual e futura demanda por formação profissional, não apenas
com exigência para empregabilidade, mas para a cidadania (SCRIMEN, 2002, p. 16).
2.5. EAD NA UNIVIMA
Segundo notícia7, criada pela Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia -
SECTEC, a UNIVIMA, implantada pelo atual Reitor, o Prof. Dr. Othon de Carvalho Bastos,
começou a funcionar dia 14 de julho de 2003. A universidade surgiu para democratizar o
acesso à educação a distância, integrando ensino, pesquisa, extensão e tecnologia.
No Maranhão, o Governo do Estado, em consonância com o Governo Federal vem
tentando elevar o índice de professores com formação superior. Nesta batalha, conta com o
auxílio da UNIVIMA no intuito de formar professores que já se encontram atuando em salas
de aula. Desde 2004, desenvolve projetos na formação inicial e continuada de professores e
para isso conta com grandes parceiras, como a Federal de Santa Catarina, do Rio Grande do
Sul e do Maranhão.
Segundo o Pró-Reitor de Ensino da UNIVIMA, Paulo César Marques Doval, a
instituição vem cumprindo seu papel na democratização da educação. “Com o aparato
tecnológico e a metodologia da educação a distância, a UNIVIMA pode alcançar todos os
municípios do Maranhão, capacitando professores em formação específica para o exercício do
magistério. Uma vez que em nosso estado, cerca de 40% dos professores da educação básica
não possuem qualificação adequada para a profissão”, esclareceu.
Fazendo uma análise sobre que foi noticiado entende-se que existe uma
preocupação por parte da UNIVIMA em melhorar a situação da educação, dando um destaque
especial para a modalidade a distância.
7 Noticia publicada em 14 de outubro de 2008, in (notícias/univima. ma.gov.br)
28
Objetivando estender sua rede de comunicação satelital, e assim contribuir para democratizar o acesso à Educação em vários níveis – Graduação, Capacitação, Extensão, Projetos Culturais - a UNIVIMA vem ampliando em ritmo acelerado o seu território de atuação, dentro e fora do estado. Hoje, já conta com 11 pólos (unidades de ensino) instalados no Maranhão e 13 núcleos tecnológicos (salas de aula). Pólos e núcleos operam com a tecnologia IP. TV, um sistema que transforma os sinais de TV tradicional em linguagem de internet, possibilitando transmissão e recepção de alta qualidade (UNIVIMA, 2008).
2.5.1. Pólo de Porto Franco – Cursos e infra-estrutura
Porto Franco é um dos pólos (unidades de ensino) beneficiado pela UNIVIMA
que, através da modalidade a distância, vem promovendo cursos tanto para a educação de
adultos como atualização, e, em vistas da melhoria do ensino ofertado nas salas de aula, na
formação continuada de professores, qualificando docentes, e no ensino superior com cursos
de extensão, graduação e pós-graduação, estes através das parcerias e/ou convênios:
UNIVIMA/UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina; UNIVIMA/ Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
Possui uma infra-estrutura com sala equipada para tele e videoconferência, dois
laboratórios de informática, cada um com vinte computadores conectados à internet; sala de
coordenação, biblioteca, possuindo equipamentos tecnológicos e metodologia da educação a
distância; professores e pessoal técnico para realizar as atividades de apoio aos alunos. Para
ilustrar isso foram anexadas algumas fotos (ANEXO C).
Além do patrocínio primordial do Governo do Estado, a UNIVIMA tem também,
no município de Porto Franco, a parceria incondicional da Prefeitura e Secretaria de Educação
Municipal. Surge como um marco importante no momento em que, no Brasil, a educação a
distância passa por significativas mudanças. A UNIVIMA, neste contexto, apresenta-se como
uma força propulsora do desenvolvimento educacional proporcionando aos professores, que
ainda não possuem uma formação de acordo com as exigências da LDB para o exercício
profissional, a oportunidade de fazer um curso a distância e ainda contribuindo para a
melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Maranhão especificamente nos
municípios onde existem os pólos.
Conforme consta no site da UNIVIMA e segundo informações verbais dos
membros da equipe da UNIVIMA do pólo de Porto Franco relacionam o que a Universidade
oferece:
- Educação de Jovens Adultos como Atualização e Capacitação
Segundo informação verbal do pessoal administrativo do pólo, a UNIVIMA
realiza projetos de capacitação a distância, em parceria com SESI – Serviço Social da
29
Indústria e SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Tem oferecidos cursos a
distância de capacitação a profissionais liberais autônomos e/ou a funcionários das escolas
públicas estaduais e municipais. Cursos como: “Boas Práticas de Fabricação de Alimentos”,
“Biotecnologia” e Mecânica Básica para carros de linha leve (carros de passeio) além de
ciclos de palestras – Como forma de levar conhecimento e promover a inclusão social, com
diversos temas e em diversas áreas, como da Saúde, Educação, Direitos, etc. promove
palestras, por diferentes profissionais que tratam de diversos assuntos de interesse direto da
população.
Para capacitar alunos egressos da rede pública de ensino, o Núcleo UNIVIMA –
UEMA-Universidade Estadual do Maranhão oferece o curso pré-vestibular - Vestibular da
Cidadania para Inclusões Sociais – na sua terceira edição - nesse pólo muitos alunos já foram
beneficiados. “Através do Vestibular da Cidadania, a Universidade Virtual foi a primeira
instituição no país a trabalhar com o sistema de cotas raciais. No programa, 51% das vagas
são destinadas a negros, indígenas e seus descendentes”(Site da UNIVIMA). É destinado não
especificamente a docentes, mas aos jovens da cidade do polo como das cidades vizinhas que
não tiveram ou não tem a possibilidade de fazer um curso presencial.
- Na Formação Continuada de Professores e no Ensino Superior
Capacitação – Além da programação fixa, são desenvolvidos também pela
instituição, vários cursos voltados para os professores da rede pública estadual e municipal de
ensino. O objetivo maior dessas ações é a capacitação dos profissionais e a transformação
deles em agentes multiplicadores do conhecimento: Curso de extensão em Língua estrangeira
com destaque para o Espanhol. -Curso de Extensão de Introdução em Informática na
Educação, em convênio com a UFRGS. Conforme consta no edital: “O Curso fará uso de
Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, utilizando a modalidade de Educação a
Distância (EAD), adequada à realidade do Estado do Maranhão, com o apoio da mídia
eletrônica e da videoconferência”;
Licenciaturas - Com o curso de Matemática em pleno andamento e com convênios
já firmados e aprovados pelo MEC, desenvolve ações em cursos de graduação de nível
superior, através do Núcleo UNIVIMA – UFSC. O Núcleo UNIVIMA – UEMA: através do
trabalho conjunto das duas IES; e o consórcio da Universidade Aberta do Brasil, com o curso
piloto de graduação em Administração a Distância.
30
Pós-graduação lato sensu (especialização) em Tecnologias da Informação para
Educadores, oferecido no Estado do Maranhão para todos os pólos através da parceira com a
UFRGS, destinando dez vagas para Porto Franco, conforme EDITAL no 001/PROEN/2007.
Partindo de uma reflexão sobre as práticas pedagógicas realizadas nas aulas, em
sala de aula tradicionais, com o ensino de forma presencial, em que o professor, mesmo
usando de diversas metodologias para repassar as informações à turma, pode realizar
atividades em grupo com os alunos, com o objetivo de proporcionar uma interação entre eles,
o que se pode identificar é que, mesmo trabalhando juntos falta-lhes o espírito de cooperação
prevalecendo o individualismo e a competição, pois nesse processo de ensino tradicional as
instruções são com a finalidade de avaliar o aluno individualmente.
No contexto da EAD o sucesso de um aluno pode e deve estar relacionado ao
sucesso do grupo pelo trabalho cooperativo, pela colaboração e interação através dos
ambientes digitais de aprendizagem e dos recursos da internet.
Assim, faz-se necessário salientar, concluindo este capítulo - com base no estudo
realizado e, em experiências que tive como aluna em dois cursos na modalidade a distância,
utilizando a internet, com atividades on-line - a importância dessa modalidade de ensino.
Interessante destacar também que, devido a evolução das tecnologias, diversas práticas
metodológicas permitem a interatividade no ambiente virtual com os colegas e formadores,
destacando ainda a colaboração, a cooperação que será o assunto de estudo do próximo
capítulo.
31
3. A INTERAÇÃO, COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO NOS
PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA E
RECURSOS DA INTERNET.
A educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza a mediação de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à ação do professor em
sua interação pessoal direta com os estudantes. BELLONI
Segundo Vigotsky (SANTOS apud LA ROSA), é pela aprendizagem com os
outros que o individuo constrói constantemente o conhecimento promovendo o
desenvolvimento mental, passando, desse modo, de um ser biológico a um ser humano. O
desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que ele realiza num
determinado grupo cultural, a partir da interação com indivíduos da sua espécie. Ainda,
segundo a autora, a aprendizagem pressupõe uma natureza social baseada na interação com
outras pessoas. A internalização dos signos e significados só é possível numa relação com os
outros e na relação com eles, e isso se chama interação.
“O construtivismo ou interacionismo representa uma postura epistemológica que
compreende a origem do conhecimento na interação do sujeito com o objeto”. (RIES apud LA
ROSA, 2003, p.106, p.109). Sendo que para alguns teóricos a construção do conhecimento se
dá pela interação com outros sujeitos e com objeto; Piaget, citado por (RIES apud LA ROSA,
idem) diz que o sujeito não é passivo nem pré-formado, mas interage com o meio e nesta
interação constrói o conhecimento através de descobertas e invenções. As operações
individuais da inteligência e as operações que asseguram a troca na cooperação cognitiva são
uma e a mesma coisa, sendo a coordenação geral das ações, a coordenação interindividual e
intra-individual, porque essas ações são ao mesmo tempo coletivas e executadas por
indivíduos.
Ainda, continuando na linha de reflexão sobre a ação do ser como sujeito ativo que
interage consigo mesmo e com outros indivíduos e que, capaz de individual e coletivamente,
construir o conhecimento, em se tratando da EAD, observa-se que o coletivo está presente,
pois existe a interação e essa interação é possível, embora não aconteça no mesmo espaço e
nem no mesmo tempo.
Na EAD, a interação com o professor é indireta e tem de ser mediatizada por uma combinação dos mais adequados suportes técnicos de comunicação, o que torna esta modalidade de educação bem mais dependente de mediação que a educação convencional, de onde decorre a grande importância dos meios tecnológicos. [...] A interação entre o professor e o estudante ocorre de modo indireto no espaço
(distância, descontígua) e no tempo (comunicação diferida, não simultânea) o que acrescenta complexidade ao já bastante complexo processo de ensino aprendizagem na EAD (BELLONI, 2006, p. 54).
Ainda, baseando-se em Belloni (2006), as análises das definições de EAD sempre
são enfatizadas como característica a distância, ou seja, o fato de os alunos estarem dispersos
não podendo se reunir no mesmo espaço, desconsiderando, às vezes, como essencial o fator
tempo, que conforme ponto de vista do aluno é mais fácil lidar com a separação no espaço
que é facilitado pelas tecnologias que permitem interação do que com o elemento temporal
que apresenta certa rigidez ou pouca flexibilidade quanto aos prazos (inscrição, avaliação,
etc.) assemelhando-se ao sistema de ensino convencional. Ainda em relação ao aspecto
temporal é importante lembrar que é de extrema importância: o contato regular e eficiente,
que facilita uma interação satisfatória e propiciadora de segurança psicológica entre os
estudantes e a instituição “ensinante” é crucial para a motivação do aluno, condição
indispensável para a aprendizagem autônoma.
Porém, no contexto atual da EAD as facilidades de comunicação oferecidas pelas
TICs vêm modificar as possibilidades de interação a distância, tanto em relação a espaço e
tempo, pondo à disposição dos sistemas, dos alunos, e professores técnicas eficientes e, em
alguns casos baratos como o e-mail, por exemplo, quanto em relação ao acesso às
informações.
A característica principal dessas tecnologias é a interatividade, característica técnica que significa a possibilidade de o usuário interagir com uma máquina. "Interação tem como conceito sociológico – ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre a intersubjetividade, isto é, encontro de dois sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação") (BELLONI, 2006, p. 54).
Estamos vivendo a era da interatividade, das novas tecnologias, da chamada
sociedade do conhecimento onde é possível perceber que os alunos mudaram, buscam e
encontram informações com muita facilidade, em novos ambientes de aprendizagem e são
eles mesmos os agentes da própria navegação. É preciso quebrar um paradigma de
transmissão de conhecimentos. É preciso buscar novas formas de se pensar e fazer educação
baseada no compartilhamento de vivências e experiências onde o professor não se considere
como o dono da verdade e que também não considere o aluno como alguém que não sabe e
que deva ser considerado como o destinatário do saber do professor. “Ensinar não é transferir
conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”
(FREIRE, 2008, p.47).
33
As teorias da aprendizagem são muito importantes por oferecer linhas de reflexão
para uma tomada de posição em relação aos desafios do processo de ensino e aprendizagem.
Estudando essas teorias compreendemos que todas elas apresentam entre si pontos de
convergência e divergência e que, nas práticas pedagógicas do dia-a-dia das escolas e dos
professores, elas estão presentes de forma consciente ou não, ora uma, ora outra, mas nunca
uma única na sua total integralidade.
Segundo Santos (2003), referindo-se Vygotski diz que o aprendizado – tanto o
processo de ensino como o de aprendizagem – é o responsável pelo desenvolvimento. Para
isso é exigida a apropriação e a internalização de instrumentos e signos em um contexto de
interação. “A aprendizagem vai depender do desenvolvimento prévio não somente da criança,
do aluno, mas também do colega com quem ela está interagindo” (Vygotski).
Segundo Franco (2006) o conceito de interação, fundamental no estudo da
comunicação mediada por computador, pode ser explicado através da teoria
sociointeracionista preconizada por Vygotsky. Ainda, diz que, além disso, Vygotsky destaca a
interação como função mediadora no desenvolvimento cognitivo. Essa interação ocorre
quando existe a troca e também a colaboração, quando alguém sabe partilhar e também está
aberto a receber. Em consequência, a aprendizagem é um processo social, que se realiza desde
o nascimento e que ocorre na interação com outras pessoas. A partir da interação social, o
sujeito desenvolve a sua relação com o mundo, mediada pela linguagem, que lhe permitirá ter
acesso aos bens culturais da sociedade em que está inserido.
Segundo Almeida (2000), na abordagem contrucionista cabe ao professor
promover a aprendizagem do aluno para que este possa construir o conhecimento dentro de
um ambiente que o desafie e o motive para a exploração e a descoberta, sendo para isso
necessário conhecer as potencialidades de seus alunos e suas experiências. Sendo assim, o
professor torna-se um mediador e como tal deve propor diálogos e criar condições para que a
aprendizagem ocorra como processo dinâmico que envolve múltiplos elementos: a reflexão
defendida por Dewey; a construção do conhecimento explicitada por Piaget; um ambiente em
que o aluno é sujeito da aprendizagem, conforme Freire, e em que o professor atua como
mediador, segundo o conceito de Zona Proximal de Desenvolvimento (ZPD) definido por
Vygotsky. Assim, o professor mediador procura reconhecer o momento propício de intervir
para “promover o pensamento do sujeito e engajar-se com ele na implementação de seus
projetos, compartilhando problemas, sem apontar soluções; respeitando os estilos de
pensamento e interesses individuais; estimulando a formalização do processo empregado;
ajudando assim o sujeito a entender, analisar, testar e corrigir os erros” (ALMEIDA, 1991).
34
O professor com uma atitude crítico-reflexiva diante de sua prática, trabalha em
parceria com os alunos na construção cooperativa do conhecimento, promove-lhes a fala e o
questionamento e considera o conhecimento sobre a realidade que o aluno traz para construir
um saber científico que continue a ter significado. Para tanto, é preciso desafiar os alunos em
um nível de pensamento superior ao trabalhado no treinamento de habilidades e incitá-los a
aprender. As ações do professor são para despertar a curiosidade, esclarecer a dúvida,
estimular a pergunta, a investigação e a criação, num ambiente em que, conforme diz Paulo
Freire (1995- 1996 apud ALMEIDA, 2000): além de ensinar, o professor aprende, e o aluno,
além de aprender, ensina.
Em um ambiente virtual de aprendizagem, os alunos costumam participar do aprendizado de um modo mais ativo, pois é decisivo que haja uma atuação pessoal para obter informações dos outros alunos participantes, recuperar material de apoio na rede, estudar um assunto e discuti-lo com os colegas, tirar dúvidas com os professores, fazer trabalho em conjunto ou mesmo expor o próprio conhecimento ou obter o dos outros (LANDER, 1997 apud TUSSET, 2004)
Segundo Almeida (2003), participar de um ambiente digital significa superar as
distâncias mediadas pelas tecnologias da comunicação e citando Prado; Valente (2002) diz
que é o estar junto virtual, isto é, não estando juntos fisicamente, mas é como se estivesse,
uma vez que atuar nesse ambiente significa expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar,
trocar informações e experiências e produzir conhecimento. A colaboração e interatividade
são condições essenciais para a educação a distância. As interações por meio dos recursos
disponíveis no ambiente propiciam as trocas individuais e a constituição de grupos
colaborativos que interagem, discutem problemáticas e temas de interesses comuns, realizam
pesquisas e cooperativamente criam produtos ao mesmo tempo em que se desenvolvem.
Para que seja estabelecida a comunicação entre alunos e professores dispersos é
necessária a escolha e o conhecimento de ferramentas apropriadas para facilitar as práticas
pedagógicas, que sejam facilitadores de aprendizagem no ambiente virtual, que os estudantes
possam ser agentes desse processo e os formadores sejam os facilitadores da aprendizagem
colaborativa, cooperativa e também interativa no ambiente virtual.
Segundo Moore; Kearley (2007 p. 152s), o ensino a distância depende de uma
profunda compreensão da natureza da interação e de como facilitá-la tendo como base o uso
de tecnologias e faz uma classificação em três tipos de interação:
-Interação Aluno-conteúdo: Cada aluno precisa elaborar seu próprio conhecimento
por meio de um processo de inserção pessoal das informações em estruturas cognitivas
previamente existentes. O professor precisa facilitar essa interação ajudando o aluno que vai
interagindo com o conteúdo planejado para transformá-lo em conhecimento pessoal. É a
35
interação com o conteúdo que resulta nas alterações da compreensão do aluno, aquilo que
algumas vezes denominamos de uma mudança de perspectiva.
-Interação Aluno-instrutor: O segundo tipo de interação, considerado como
essencial pela maioria dos alunos e como altamente desejável pela maior parte dos
educadores, é a interação do aluno com o instrutor (no caso da UNIVIMA considerado como
Tutor). Os instrutores ou tutores auxiliam os alunos a interagir com os conteúdos, ajudam a
aplicar aquilo que aprendem. Os instrutores organizam testes, e avaliações formais e
informais, criados para assegurar que o aluno está progredindo. Proporcionam apoio e
incentivo e até conselhos variando a natureza de sua extensão de acordo com o nível
educacional dos alunos, e a personalidade e filosofia do professor e outros fatores. Em se
tratando do ensino on-line pode haver a individualização da instrução, pois embora o
conteúdo seja comum para professor e alunos em um determinado texto a reação de cada
aluno é diferente e, portanto, a reação do instrutor a cada aluno também é diferente.
- Interação Aluno-aluno: Dimensão relativamente nova para os professores de
educação a distância: a interação dos alunos, de um aluno com outros alunos. Dois tipos
diferentes de interação estão incluídos nesse caso: internamente nos grupos e entre os grupos,
que ocorrem nos programas baseados na tecnologia de teleconferência. O outro é a interação
de aluno para aluno em ambientes on-line, quando as pessoas não se reúnem face a face e seu
grupo – se houver - é um grupo virtual. A interação com os colegas é bastante estimulante e
motivadora e as discussões entre os alunos são extremamente valiosas. Grupos reais ou
virtuais podem ser usados pelos instrutores para gerar conteúdos, especialmente quando os
alunos podem ser organizados em equipes de projeto e assumir responsabilidade.
As instituições, com modalidade de educação a distância, com aprendizagem
virtual, exemplificando a UNIVIMA, utilizam ambientes para suporte a práticas pedagógicas
direcionadas para a aprendizagem cooperativa. No contexto da UNIVIMA quero citar o
ambiente usado no curso Pós-graduação em Tecnologias da Informação para Educadores que
é o TelEduc para mediação entre formadores e alunos e entre alunos.
3.1 AMBIENTE VIRTUAL – TELEDUC
Considerando a importância do TelEduc como ambiente com recursos que
permitem a interação entre alunos e formadores; entre alunos e conteúdos trabalhados no
curso a distância, buscou-se no próprio TelEduc informações sobre cada ferramenta e suas
funcionalidades .
36
Figura 2 – Página inicial ambiente TelEduc
Fonte: TelEduc
O TelEduc é um ambiente para realização de cursos a distância através da
Internet. Está sendo desenvolvido no Nied (Núcleo de Informática Aplicada a Educação) sob
a orientação da Profa. Dra. Heloísa Vieira da Rocha do Instituto de Computação da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), a partir de uma metodologia de formação de
professores construída com base na análise das várias experiências presenciais realizadas
pelos profissionais do núcleo.
Através do ambiente TelEduc os participantes do curso a distancia - formadores e
alunos - utilizam-se de vários recursos de acordo com o perfil de cada um e suas funções.
Dos vários recursos existentes no ambiente, alguns são usado por todos os
integrantes de um curso com a finalidade de promover a interação, realização de atividades,
fortalecer o intercâmbio, trocar experiências e praticar a colaboração na construção do
conhecimento; outros são usados apenas pelos formadores e tem a finalidade de gerenciar e
administrar as atividades e desempenho do curso, acompanhar o desenvolvimento dos alunos
e os sistemas de avaliação utilizados e ainda permitir a interatividade entre professores e
administradores.
A partir da observação do ambiente TelEduc8 optou-se por selecionar alguns dos
recursos disponíveis e suas formas de aplicações e usos por alunos e formadores:
Estrutura do Ambiente - Contém informações sobre o funcionamento do
ambiente TelEduc.
Dinâmica do Curso - Contém informações sobre a metodologia e a organização
geral do curso.
8 TelEduc , on-line acesso em 13 dez 2008)
37
Agenda - É a página de entrada do ambiente e do curso em andamento. Traz a
programação de um determinado período do curso (diária, semanal, etc.).
Avaliações – É a ferramenta que lista as avaliações em andamento no curso.
Atividades - Apresenta as atividades a serem realizadas durante o curso.
Material de Apoio - Apresenta informações úteis relacionadas à temática do
curso, subsidiando o desenvolvimento das atividades propostas.
Leituras – Ferramenta que apresenta artigos relacionados à temática do curso,
podendo incluir sugestões de revistas, jornais, endereços na WEB, etc.
Mural - Espaço reservado para que todos os participantes possam disponibilizar
informações consideradas relevantes para o contexto do curso.
Fóruns de Discussão - Permite acesso a uma página que contém tópicos que estão
em discussão naquele momento do curso. O acompanhamento da discussão se dá por meio da
visualização de forma estruturada das mensagens já enviadas e, a participação, por meio do
envio de mensagens. Esta ferramenta foi a que mais proporcionou interação/interatividade.
Foi o espaço privilegiado de construção do conhecimento compartilhado. Particularmente, o
que muito colaborou para aprendizagem. Espaço que permitia a interação aluno-aluno de
forma colaborativa através das postagens que, a partir de um tópico sugerido pelo(a)
professor(a) da disciplina e, na maioria das vezes, pela tutora, era desencadeada uma "teia"
colaborativa e cooperativa de novas postagens, tecendo assim um conteúdo enriquecido pela
pesquisa de cada um; espaço interativo com a tutora que, a cada postagem dos alunos
estabelecia um vínculo entre elas, ora corrigindo, ora incentivando, esclarecendo as dúvidas e
também cooperando na construção do conhecimento.
Correio - Trata-se de um sistema de correio eletrônico interno ao ambiente.
Assim, todos os participantes de um curso podem enviar e receber mensagens através deste
correio. Todos, a cada acesso, devem consultar seu conteúdo a fim de verificar as novas
mensagens recebidas, caso as tenha recebido. - Esta foi uma ferramenta muito usada como
sistema de interação tutora–alunos e alunos-alunos, em relação à comunicação, interação
social e afetiva, como incentivo, como apoio metodológico e moral. Entretanto, apesar de ser
ferramenta destinada a todos os participantes de um curso o que se percebeu, no caso
particular ocorrido durante o curso no pólo de Porto Franco, foi pouquíssimo ou quase
nenhuma interação, por meio dessa ferramenta, com os formadores, ou seja, especificamente
com os professores.
Grupos - Permite a criação de grupos de pessoas para facilitar a distribuição e/ou
desenvolvimento de tarefas. - Algumas atividades foram realizadas com esta metodologia
38
para elaboração de aprendizagem colaborativa e cooperativa. Alguns grupos foram formados
pela exigência de alguns professores, em algumas disciplinas, para a realização de algumas
atividades e até mesmo em momentos considerados como avaliativas embora todas as
atividades sejam momentos de avaliação. Através dos grupos acontecia a interação presencial
também.
Perfil - Trata-se de um espaço reservado para que cada participante do curso possa
se apresentar aos demais de maneira informal, descrevendo suas principais características,
além de permitir a edição de dados pessoais. O objetivo fundamental do Perfil é fornecer um
mecanismo para que os participantes possam se “conhecer a distância" visando ações de
comprometimento entre o grupo. Além disso, favorece a escolha de parceiros para o
desenvolvimento de atividades do curso - formação de grupos de pessoas com os mesmos
interesses. O interessante do “perfil” é que além da descoberta de interesses comuns, pode-se
identificar as diferenças, essas diferenças que às vezes vem somar e enriquecer a formação de
grupos e a colaboração entre eles.
Diário de Bordo - Como o nome sugere, trata-se de um espaço reservado para que
cada aluno possa registrar suas experiências ao longo do curso: sucessos, dificuldades,
dúvidas, anseios visando proporcionar meios que desencadeiem um processo reflexivo a
respeito do seu processo de aprendizagem. As anotações pessoais podem ser compartilhadas
ou não com os demais. Em caso positivo, podem ser lidas e/ou comentadas pelas outras
pessoas, servindo também como um outro meio de comunicação. Esta ferramenta foi pouco
explorada e utilizada pelos durante o curso.
Portfólio - Nesta ferramenta os participantes do curso podem armazenar textos e
arquivos utilizados e/ou desenvolvidos durante o curso, bem como endereços da Internet.
Esses dados podem ser particulares, compartilhados apenas com os formadores ou
compartilhados com todos os participantes do curso. Cada participante pode ver os demais
Portfólio e comentá-los se assim o desejar. Foram muito usados pelos professores e alunos
para os momentos avaliativos na sua maioria individuais, havendo também alguns portfólios
com atividades de grupo. No princípio quando todos os portfólios poderiam ser totalmente
compartilhados serviam como referência para a construção de novas postagens, como
incentivo para novos estudos e pesquisas a fim de melhorar o que se havia postado, caso não
fosse tão bom e completo quanto os outros assim como eram importantes os comentários
deixados pela tutora, nos portfólios dos colegas. Infelizmente, sob alegação de plágio, os
portfólios passaram a ter somente a opção compartilhada com formadores o que
39
particularmente, creio ter empobrecido o aspecto referencial de interação como contribuição
para a aprendizagem.
Acessos - Permite acompanhar a frequência de acesso dos usuários ao curso e as
suas ferramentas.
Como forma ilustrativa apresenta-se um mapa conceitual elaborado tendo como
base as ferramentas do TelEduc disponíveis para alunos e formadores:
Figura 3 - Mapa conceitual; recursos para alunos e formadores.
Fonte: Baseado no TelEduc.
Recursos disponíveis apenas para formadores:
Intermap – Este recurso permite aos formadores visualizar a interação dos participantes do
curso nas ferramentas Correio, Fóruns de Discussão e Bate-Papo, facilitando o
acompanhamento do curso.
Administração – Recurso que permite gerenciar as ferramentas do curso, as pessoas que
participam do curso e ainda alterar dados do curso.
Suporte - Permite aos formadores entrar em contato com o suporte do Ambiente
(administrador do TelEduc) através de e-mail.
Autenticação de acesso O ambiente possui um esquema de autenticação de acesso aos
cursos. Para que formadores e alunos tenham acesso a um curso são necessárias identificação
pessoal e senha que lhes são solicitadas sempre que tentarem efetuar o acesso. Essas senhas
são fornecidas a eles quando se cadastram no ambiente.
Como forma ilustrativa, e para uma apresentação sintetizada sobre as ferramentas
acima mencionadas elaborou-se um mapa conceitual tendo como base o TelEduc:
40
Figura 4 - Mapa conceitual: recursos para formadores
Fonte: Baseado no TelEduc
Fazendo uma análise sobre o curso que já participei disponível em ambiente on-
line (Internet), como o de Extensão Informática para Educadores e este que estou concluindo -
Pós-graduação em Tecnologias da Informação para Educadores, (UNIVIMA/UFRGS) -
através do ambiente TelEduc, constato que realizamos uma aprendizagem cooperativa
utilizando alguns dos recursos existentes dando ênfase para os fóruns, portfólios, diário de
bordo através de resumos, sínteses, participação, interação com tutora e com os colegas e
trabalhos colaborativos em grupos.
A avaliação também realizada através de alguns recursos do TelEduc é tratada no
capítulo 5 (cinco) a ela destinado.
3.2. A INTERAÇÃO FORA DOS AVA - CORREIO ELETRÔNICO – E-MAIL, BLOG E OUTROS.
A comunicação e interação acontecem também através de correio e mural, no
próprio ambiente, e também de outros recursos da internet como e-mail e blog.
O e-mail por ser de mais fácil acesso sempre foi muito utilizado para os contatos
de grupos com finalidade de marcar encontros, enviar artigos, compartilhar atividades. O
conhecimento do blog como ferramenta de interação e construção hipertextual cooperativa e
coletiva foi trabalhado na disciplina Produção Textual para Materiais autodidáticos por
intermédio do professor Carlos Tadeu Queiroz de Morais quando apresentou o tutorial
http://www.blogger.com para ser criado um blog individual e outro coletivo. O blog foi uma
experiência enriquecedora, — o nosso blog: www.compartilhandoideiaspf.blogspot.com —
41
pois além de se ter oportunidade de construção coletiva e cooperativa da aprendizagem é
também uma motivação para sua aplicação como apoio às atividades de aula presencial.
Segundo Ramal; Buffara (2007/2008) o blog permite a construção e o compartilhamento do
próprio conhecimento. É um aplicativo que possibilita a qualquer pessoa que tenha acesso à
internet, levar ao público suas impressões sobre o mundo. Escrever no blog – ou postar, como
manda a linguagem específica – é uma maneira de o aluno promover o autoconhecimento,
realizando ainda um intercâmbio com outras pessoas à medida que freqüenta outras páginas.
Quando são interativos, criados coletivamente permitem a aprendizagem de forma
cooperativa. – No caso da disciplina acima mencionada foram realizadas várias atividades de
forma colaborativa a partir da criação do blog, das participações dos grupos na criação de
textos coletivos e na participação no blog dos outros grupos através dos comentários.
Segundo Mehlecke e Tarouco9 ambientes de educação a distância apresentam uma
diversidade de ferramentas que podem promover tanto a comunicação síncrona como
assíncrona.
Apresenta-se, a seguir, o que compõe cada comunicação:
Comunicação assíncrona:
E-mail e Grupos de discussão: com as mesmas características do correio e fóruns do
TelEduc.
World Wide Web (WWW): definida como um grande sistema de informações que
permite a recuperação de informação hipermídia. Ela possibilita o acesso universal de um
grande número de pessoas a um grande universo de documentos;
FTP e Download: disponibilização de arquivos contendo áudio, texto, imagens ou
vídeos;
Vídeo e Áudio sob demanda: permite assistir assincronamente, vídeos ou áudios
previamente gravados e armazenados no servidor.
Comunicação síncrona:
Chat ou bate-papo : como o do TelEduc.
Videoconferência: Comunicação bidirecional através de envio de áudio e vídeo em
tempo real via WEB, por meio de câmeras acopladas ao computador;
Teleconferência: Definida como todo o tipo de conferência a distância em tempo real,
envolvendo transmissão e recepção de diversos tipos de mídia, assim como suas
combinações;
9 Acessado na internet
42
Áudio-conferência : Sistema de transmissão de áudio, recebido por um ou mais
usuários simultaneamente.
A utilização de outros recursos tais como CDRoms, fitas de vídeo, disquetes e
materiais impressos, é uma forma de complementar e auxiliar os alunos com maior
dificuldade de acesso à Internet. Dessa forma, a inclusão de outros recursos para os cursos
virtuais facilitará, em alguns casos, o acompanhamento dos alunos que têm dificuldades em
suas conexões com a Internet nos cursos virtuais. O importante é levar os conhecimentos aos
mais diversos pontos, independentemente das tecnologias utilizadas. Isso não quer dizer que a
qualidade dos materiais tenha que ser inferior às disponíveis na rede.
Enfatizando a aprendizagem cooperativa na UNIVIMA e destacando o ambiente
TelEduc com seus recursos como apoio às praticas pedagógicas, por ter sido usado durante o
curso a distância; para complementação, e com fins ilustrativos, foi solicitada a colaboração
de alunos e da equipe do pólo, onde foi realizado o curso, para que emitissem opinião ou
parecer, por meio de um pequeno depoimento, sobre qual ou quais, dos recursos do TelEduc,
como por exemplo: fóruns, Portfólio, diário de bordo, ou outros do ambiente contribuiu para
aprendizagem colaborativa e cooperativa. E também como outros recursos como o e-mail e
blog, etc. possibilitaram ou não a interação entre todos.
Como estratégia para orientar a formulação do depoimento, elaborou-se um
questionário-roteiro (ANEXO A) que foi enviado a cada um através de uma ferramenta que
permite interação e comunicação: o e-mail.
Foram enviadas sete solicitações, das quais cinco responderam. O objetivo de ter
sido usado o e-mail tanto para o envio do questionário quanto para receber as respostas foi
para verificar e comprovar a possibilidade de interação e colaboração a distância por meio de
ferramentas de ambientes virtuais e recursos da internet. Algumas respostas vieram em tempo
razoável, outras nem tanto. O importante, porém, é que foi possível comprovar a colaboração
e também que se verificou que a comunicação assíncrona pode influenciar o fator tempo na
interação. Quanto aos recursos do ambiente TelEduc foram elaboradas questões objetivas
cujas respostas foram sintetizadas e se encontram a seguir. Para conhecimento do questionário
e também das respostas subjetivas, se assim o desejarem, estão em forma de anexo.
Dos itens “A” e “B”, do questionário-roteiro, correspondente aos tópicos:
ambiente, espaço físico e equipe; participou a coordenadora do pólo e também os alunos,
(colegas) em um total de cinco pessoas, das sete que foram solicitadas; respondendo, a
respeito da utilização dos ambientes, da seguinte forma: “Sim. O ambiente alcançou o
objetivo proposto pelo pólo” (resposta dada pela maioria); porém uma pessoa fez ressalva
43
apontando que houve falhas na utilização do laboratório por motivo de desconexão da
internet.
Sobre o espaço físico foram citados como meio de interação e utilizados pelos
alunos: a sala de vídeo conferência e o laboratório de informática; sendo citada também, pela
equipe, a sala de tutoria.
Na questão referente ao treinamento e sobre os membros da equipe, foi obtida
resposta da coordenadora, afirmando que houve treinamento apenas para o técnico em
informática e que a equipe é composta de: coordenadora pedagógica de pólo, secretária
acadêmica, auxiliar de biblioteca e técnico de informática.
Quanto ao item “B” foi respondido que o material chegou através da WEB, de
cópias e CDs sendo ainda mencionados DVDs e livros; e esses materiais contribuíram para a
aprendizagem.
Quanto ao ambiente utilizado como suporte, quase todos responderam que usaram
o ambiente TelEduc , exceto uma que respondeu de forma diferente, mencionando: via
internet.
A partir do item “C”, que trata da interatividade e da interação entre alunos e
professores, apenas participantes alunas, em número de quatro, responderam. Segundo essas,
os recursos utilizados que permitiram a interação/comunicação entre os diferentes atores;
alunos-alunos, alunos-formadores e tutores foram: chat, fóruns de discussão, fóruns, e-mails,
encontros presenciais alunos-alunos e videoconferência. Apenas uma pessoa citou como
forma de interação, o blog.
No que se refere à avaliação disseram que foram realizadas através de fóruns de
discussão, trabalhos postados no portfólio, individual e em grupo; aulas e provas presenciais
(videoconferência), levando-se em consideração a desenvoltura do trabalho. Acrescentaram
ainda que mesmo aquelas atividades com data marcada de entrega, quando não cumpridas no
tempo exigido, eram oferecidas novas oportunidades bastando para isso comunicação e
solicitação. Isso vem demonstrar que a interação aconteceu em todos os momentos através da
utilização das variadas ferramentas de comunicação disponíveis e que o aluno, mesmo
estando em espaços diferentes teve prioridades e foi atendido em suas solicitações.
Para o restante das questões, e por serem de respostas pessoais, optou-se por
transcrevê-las, com a devida permissão, sendo, portanto, consideradas como depoimentos que
serão apresentados, em anexo em forma de cópias dos e-mails recebidos (ANEXO B).
44
De conformidade com o que foi pesquisado, apoiado em referencial bibliográfico,
pesquisas na internet e pareceres de participantes de curso a distância sobre as formas de
interação, colaboração e cooperação na EAD apoiada pelas Tecnologias e ferramentas dos
ambientes virtuais e em particular o TelEduc e com a observação e análises de depoimentos
obtidos chegou-se a conclusão que a aprendizagem é cada vez mais significativa quando
existe a interação entre os atores do processo educativo e também quando existe a cooperação
e no caso da EAD pode ser facilitado pelas tecnologias da comunicação. E para continuar
aprofundando mais sobre as formas de interação na EAD buscou-se pesquisar sobre a EAD e
a internet: uso de tecnologia-ambiente digital de aprendizagem, tema do próximo capitulo.
45
4. EAD E A INTERNET: USO DE TECNOLOGIA - AMBIENTES
DIGITAIS DE APRENDIZAGEM
A presença das tecnologias digitais em nossa cultura contemporânea cria novas possibilidades de expressão e comunicação [...] apresentam diversas facilidades
que permitem às pessoas serem autoras, produtoras e disseminadoras de conhecimento. A escola deve incorporar cada vez mais o uso das tecnologias
digitais para que os alunos e os educadores possam aprender a ler, escrever e expressar-se por meio delas.
VALENTE
De acordo com Valente, a presença das tecnologias digitais em nossa cultura
contemporânea cria novas possibilidades de expressão e comunicação e está introduzindo
novos modos de comunicação, como criação e uso de imagens, de som, de animação e a
combinação dessas modalidades.
Segundo Mantovani, é neste cenário que surgem novos ambientes computacionais
de aprendizagem, amparados pelo desenvolvimento e utilização de ferramentas interativas,
que abrem espaço para um trabalho interdisciplinar, interativo e cooperativo. Assim, estamos
incorporando ao processo de aprendizagem o paradigma da interdisciplinaridade, da
interatividade e da cooperação. É o paradigma da escola do terceiro milênio, que,
intermediado pela tecnologia, oportuniza a construção compartilhada do conhecimento. E, é
justamente aqui que a aplicação das novas tecnologias da informação e da comunicação tem
papel de destaque.
Utilizar essas ferramentas para otimização do novo paradigma implica em rever
concepções sobre interação, cooperação e colaboração e à luz desses novos conceitos,
incorporá-los aos ambientes de aprendizagem computadorizados.
Conforme Faria (apud ENRICONE, 2002, p. 59-60), sabemos que a educação
precisa ser repensada e que é preciso buscar formas alternativas para aumentar o entusiasmo
do professor e o interesse do aluno e isso pode ser possível através da aplicação inteligente do
computador na educação sugerindo mudanças na abordagem pedagógica, encaminhando os
sujeitos para atividades mais criativas, críticas e de construção conjunta. O computador é uma
ferramenta que intermedeia a ação do professor e o aprender do aluno, é um auxiliar, sempre
disponível e muito útil quando bem utilizado.
É a partir da criteriosa escolha dos softwares educativos e da adequada utilização
da WEB que podemos almejar maneiras de trabalho mais ousadas e até mais interativas. Em
suma, a tecnologia facilita a transmissão da informação, mas o papel do professor continua
sendo fundamental na escolha e correta utilização da tecnologia, dos softwares e seus
aplicativos, para auxiliar o aluno na realização das atividades.
O inicio do novo milênio trouxe ainda maior ênfase para a utilização das
tecnologias na educação, com abrangência maior, surgindo a educação a distância, não só
com o uso do computador mas também de outros recursos, como a teleconferência e
videoconferência.
Os ambientes de aprendizagem computacionais devem ser ambientes adequados para o aluno construir conhecimento científico ou meta-cognitivo. Justifica-se assim, o papel de destaque da interação nesse ambiente, uma vez que esta é o elemento básico e inicial, responsável pela abertura do canal de comunicação (MELLO 1989, apud MANTOVANI).
4.1 APRENDIZADO POR COMPUTADOR
Segundo Moore; Kearsley (2007, p. 92) quando se fala em aprendizado por
computador pode se entender de forma tradicionalmente como o aluno estudando sozinho,
operando um computador pessoal, utilizando-se de programas disponíveis em um CD-Rom
com fins educacionais que podem ser auto-gerenciados, ou seja o aluno pode dispor dele na
hora que tiver disponibilidade em que a interação com a máquina acontece, diferente de
quando acontece com a videoconferência por computador que o aluno interage com o
instrutor ou em alguns casos com o tutor.
Computadores são máquinas de produção intelectual capazes de produzir textos, imagens, filmes sons, operar cálculos com rapidez e usando planilhas poder criar gráficos podendo ser usada como instrumento de experimentação e produção (TORNAGHI, 2005).
Ainda segundo Moore; Kearsley (2007, p. 92), o aprendizado por computador
usado como ferramenta pode apresentar vantagens não tão amplas como baseadas na WEB,
mas que de certa forma tem sua importância, e destaca como a principal a da instrução por
computador que é poder oferecer uma oportunidade de alta qualidade para o aluno interagir
com a disciplina sob seu controle integral, utilizando-se de programas em formatos simples,
os mais antigos, e os de novas configurações. Os programas mais antigos apoiavam-se muito
em formatos de perguntas e respostas. Novas configurações englobam estratégias de ensino
mais sofisticadas envolvendo métodos de investigação, simulações e jogos. Além disso, novos
métodos para organizar informações usando hipertexto e hipermídia oferecem opções de
aprendizado mais eficientes. Com isso abre-se um leque de oportunidades para novas práticas
pedagógicas apoiadas pelo computador aliado a outras tecnologias - Na videoconferência por
computador, as imagens visuais muitas vezes aparecem em forma de slides do Power Point
47
que foram preparados off-line e inseridos no sistema de videoconferência e tem se tornado
difundida especialmente para treinamento empresarial.
A transmissão por vídeo é outra opção em alguns sistemas, porém apresenta
algumas limitações.
Segundo Faria (2002, p. 62), na sala de aula o uso do computador melhorou a
qualidade da apresentação das lâminas do retro projetor, através do aplicativo Power Point,
que tanto pode ser usado no retro projetor, como de forma mais dinâmica, com o uso de
multimídia-(data-show). Diversos são os tipos de aplicativos que o professor pode escolher,
dependendo dos objetivos da disciplina, conteúdo, características do educando e proposta
pedagógica da escola. Cortelazzo (1999 apud FARIA, 2002, p. 62) apresenta a seguinte
classificação de softwares:
Software de informação;
Tutorial (ensina procedimentos);
De exercício e prática (instrução programada);
Jogos educacionais (de cunho pedagógico);
Simulação (simulam situações da vida real);
Solução de problemas;
Utilitários (executam tarefas pré-determinadas);
Autoria.
Esses e outros softwares e aplicativos auxiliam as aulas presenciais e a distância
que são desenvolvidas por meio do computador e com auxilio do professor ou de tutores.
O uso das novas tecnologias de informação e de comunicação na escola, e em
particular na EAD é uma exigência da sociedade contemporânea digital também conhecida
como sociedade da informação e do conhecimento marcada pela tecnologia da informática
mediando a comunicação e a informação através da Internet.
4.2. A INTERNET E A BUSCA DO CONHECIMENTO
Com a evolução das tecnologias e por consequência o aumento das facilidades de
acesso a ela; as pessoas estão cada vez mais buscando mais o conhecimento, buscando
atualização tanto por necessidades de atividades do cotidiano de cada um, como resolver
situações de comunicação, comerciais, ou por necessidades profissionais que podem ser
facilitadas pelo uso da internet que de maneira considerável tem contribuído também para a
evolução da educação a distância.
48
Na aurora do século XXI, necessitam os professores estar mais preparados para interagir com uma geração mais atualizada e mais informada, porque , os modernos meios de comunicação, liderados pela Internet, permitem o acesso instantâneo à informação e os seus alunos têm mais facilidade de buscar conhecimento da tecnologia colocada à sua disposição (FARIA, apud ENRICONE, 2002).
As TICs vêm se apresentando como elementos possíveis de orientar e incentivar
modificações importantes na educação a distância permitindo criar e estabelecer relações
significativas na construção do conhecimento; possibilitando ao sujeito, no caso o aluno,
construir significados de relevância na realidade onde se encontra inserido.“Cada vez se
produz mais informação on-line socialmente partilhada. A educação on-line ganha adesão
nesse contexto e tem aí a perspectiva da flexibilidade e da interatividade próprias da Internet”
(SILVA apud ALMEIDA; MORAN (Org) .2005 p. 63).
São novas formas que vêm surgindo e criando novos espaços mais complexos com
informações digitalizadas, os ambientes digitais de aprendizagem questionando os modelos de
ensino até então adotados estabelecendo oposição a uma educação linear proporcionando
alternativas a uma educação de forma cooperativa e colaborativa.
Segundo Tusset (2004), com o advento das redes de computadores e da mídia, os
estudantes oficialmente matriculados em alguma instituição que buscam uma educação formal
ou ainda os estudiosos de uma forma geral que buscam atualização pessoal e profissional
participam e entram em contato com os melhores pesquisadores das diversas áreas do
conhecimento a que se tiver interesse específico podendo realizar pesquisas e complementar
estudos com informações que se atualizam constantemente. É a possibilidade concedida,
como apoio à educação na modalidade presencial e também como ferramenta indispensável
na modalidade a distância tanto nas instituições educacionais quanto fora delas.
Assim, com a introdução da informática na sociedade de hoje, a escola é obrigada
a rever seus paradigmas educacionais e buscar na tecnologia resolver velhos problemas,
como: a universalização do ensino, a qualificação docente e discente, a educação continuada,
mediante tecnologias educacionais a distância, softwares educacionais, redes de computação
(Internet e Intranet), ao mesmo tempo em que se renova, inova e, em se atualizando, aproxima
o real do virtual, o visual do sensorial, o conhecimento acadêmico do conhecimento
operativo. Na busca constante pela informação e também a necessidade de passar informação,
num mundo globalizado, o computador, como máquina de produção inteligente, surge como
uma tecnologia capaz de processar com rapidez essas informações e, se conectados em rede,
aumentam ainda mais seu campo de possibilidades.
49
As contribuições possíveis para a aprendizagem são as seguintes em relação ao
aluno: os recursos estimulam os estudantes a desenvolverem habilidades intelectuais,
mostrando mais interesse em aprender e se concentram mais. Estimulam a busca de
informações sobre um assunto e estimulam um maior número de relações entre as
informações e promovem cooperação entre os alunos.
A Internet é a tecnologia principal integrante nas atividades instrutivas em programas de aprendizagem a distância. Antes da Internet tinha-se uma EAD que utilizava apenas tecnologias de comunicação de "um-para-muitos" (rádio, TV) ou de um-para-um (ensino por correspondência). Via Internet temos as três possibilidades de comunicação reunidas numa só mídia: "um-para-muitos", "um-para-um" e, sobretudo, "muitos-para-muitos". É esta possibilidade de interação ampla que confere a EAD via Internet um outro status e vem levando a sociedade a olhar para ela de uma maneira diferente daquela com que olha outras formas de EAD (AZEVEDO apud TUSSET, 2004).
Conforme Faria (2002, p. 57-58) os procedimentos didáticos, nesta nova realidade,
também em relação à educação a distância, devem privilegiar a construção coletiva dos
conhecimentos de forma cooperativa, mediados pela tecnologia, na qual o professor é um
partícipe pró-ativo que intermedeia e orienta sua construção; e mencionando Valente (1999,
p.22), diz tratar-se de uma inovação pedagógica fundamentada no construtivismo
sociointeracionista que, com os recursos da informática, levará o educador a mediar e
contribuir no processo de construção do conhecimento. Com o uso das tecnologias, que se
caracterizam pela interatividade, não-linearidade na aprendizagem; é importante destacar que
os mais autênticos recursos da aprendizagem continuam sendo o professor e o aluno que,
conjunta e dialeticamente, poderão descobrir novos caminhos para a aquisição do saber, sendo
importante frisar a interação, a atuação participativa que é necessária em qualquer tipo de aula
com ou sem tecnologia; interação que implica processo de comunicação que não é linear, mas
representa uma comunicação em rede.
4.2.1 Ambientes digitais - Computadores em Rede
Na sociedade da informação e da comunicação acompanhamos os avanços
tecnológicos com suas facilidades e sua inserção no cotidiano das pessoas das mais simples as
mais complicadas atividades. Os computadores permitem a realização de variadas tarefas e,
em redes, em ambientes virtuais essas possibilidades se alargam e ampliam a inteligência dos
seres humanos possibilitando a interação e cooperação que favorecem a construção do
conhecimento de forma coletiva.
Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. [...] Os ambientes digitais de aprendizagem podem ser
50
empregados como suporte para sistemas de educação a distância realizada exclusivamente on-line, para apoio às atividades presenciais de sala de aula, permitindo expandir as interações da aula para além do espaço–tempo do encontro face a face ou para suporte a atividades de formação semipresencial nas quais, o ambiente digital poderá ser utilizado tanto nas ações presenciais como nas atividades a distância (ALMEIDA).
Quais contribuições, para EAD, essas tecnologias poderiam proporcionar?
Segundo Tusset (2004), com o desenvolvimento rápido das redes de computadores, as
melhorias foram significativas: no poder de processo nos computadores pessoais, avanços
notáveis em tecnologias eletrônicas. O acesso a Internet continua se ampliando cada vez mais,
tanto nas instituições educacionais, nos ambientes de trabalho, nos próprios ambientes
residenciais, permitindo números de usuários cada vez maiores se apropriarem de tais
vantagens. Para a EAD, tais desenvolvimentos se tornaram uma força dinâmica, introduzindo
meios novos e interativos para superar o tempo e a distância entre alunos e professores,
agilizando o processo e facilitando a aprendizagem.
As tecnologias permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos. As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade (ALMEIDA).
Conforme Almeida (2003), entretanto, mesmo com o uso de recursos das TICs,
observa-se com maior frequência a ocorrência de programas de EAD centrados na
disponibilidade de materiais didáticos textuais ou hipertextuais, cabendo ao aprendiz navegar
pelos materiais, realizar as atividades propostas e dar as respostas, muitas vezes isolado, sem
contato com o formador ou com os demais participantes do programa. Nesse caso, o exercício
da autonomia pelo aprendiz incita-lhe a tomada de decisão sobre os caminhos a seguir na
exploração dos conteúdos apresentados e a disciplina nos horários de estudos, tornando-o
mais ativo e criativo. Os recursos das TICs podem ser empregados para controlar os caminhos
percorridos pelo aprendiz, automatizar o fornecimento de respostas as suas atividades e o
feedback em relação ao seu desempenho.
4.2.2 Aprendizado com base na Internet - Web - Hipertextos
Baseando-se em Moore; Kearsley (2007) o aprendizado baseado na WEB,
contrastando com o aprendizado baseado em computador onde o aluno faz a interatividade
com a máquina, nele o aluno interage com o instrutor e outros alunos por meio de uma rede,
com novos métodos para organizar informações usando hipertextos e hipermídia com opões
51
de aprendizado mais eficiente. Surge uma nova forma de aprender com sistema de
aprendizado integrado com comunicação síncronas e assíncronas bem como o acesso ao
grande arquivo de materiais na WEB, sendo muito difundido, considerando-se como valioso o
sistema de fórum assíncrono.
Segundo Tornaghi (2002), a ligação em rede mundial, por si só, já indica que
computadores e rede de comunicação têm grande potencial para a educação, seja ela a
distância ou presencial. A internet possibilita que textos, imagens, animações, etc. produzidos
por qualquer pessoa, tenham alcance mundial. Hoje basta saber como divulgá-los. Além
disso, essas produções, quando editadas em páginas da internet podem ser atualizadas de
forma muito ágil e barata. Isso abre para a EAD uma possibilidade ímpar: a interação entre
estudantes e tutores; interação estudantes e estudantes, com pares e parceiros e troca de
produção de forma cooperativa. Muitas são as possibilidades da internet, dentre elas como o
conhecimento é representado em forma de Hipertextos. Os documentos que vemos pela
Internet (também chamados de web-pages) são tipicamente hipertextos.
Hipertexto: Conjunto de blocos mais ou menos autônomos de textos, apresentado em meio eletrônico computadorizado e no qual há remissões associando entre si diversos elementos, de tal modo que o leitor pode passar diretamente entre eles, escolhendo seu próprio percurso de leitura, sem seguir sequência predeterminada (FERREIRA, 2001, p.365).
Baseado em texto da Wikipedia, a ferramenta hipertexto utilizada na educação
pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual, facilita um ambiente no qual a
aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta em que o aluno participa
ativamente de um processo de busca do conhecimento. Na sala de aula, onde se trabalha com
hipertexto, os alunos, num sistema de colaboração, acabam aprendendo mais e através de
diversas fontes. Em se tratando da educação a distância tem uma importância fundamental
para a aprendizagem onde os alunos, num sitema de colaboração, acabam aprendendo muito
mais através de diversas fontes.
A cultura do hipertexto, por estar se popularizando cada vez mais, vem
provocando profundas transformações nas práticas educativas e ganhando novos significados
no cenário educacional.
A escola deve buscar formas para poder lidar com as práticas pedagógicas que
possibilitem a inserção desses recursos de hipertextos como ferramenta de aprendizagem
através da interatividade, da cooperação, da pesquisa e dos ambientes virtuais onde os alunos
aprendem juntos de forma colaborativa entre si e com os professores.
52
E ainda possibilitam maior interação com outros textos através dos links
relacionados nas páginas de hipertextos bem como facilitando a busca de informação de
maneira mais veloz e, através dos sites de relacionamentos e salas de bate papo
proporcionando a interação e facilitando a escrita de forma colaborativa.
Em relação à Internet percebe-se uma grande evolução sobre a leitura e a escrita
que passam da forma tradicional linear para uma forma mais livre existindo as opções de
buscar novas fontes de informação. Modifica também o conceito de autoria, pois permite ao
leitor também se tornar autor e/ou co-autor na produção textual.
Segundo Carvalho10, a escolha por trabalhar com hipertexto na educação vai ao
encontro das teorias pedagógicas que defendem a autonomia, a interação e construção de
conhecimentos. O hipertexto é uma representação espacial permitindo acesso por meio de
redes e tramas, propiciando a interatividade e podendo favorecer a compreensão melhor do
que se conhece. Um sistema de hipertexto apresenta três características:
1. aleatoriedade ao acesso à informação;
2. flexibilidade para ir e voltar;
3. forma estrutural de rede.
Ainda para Carvalho, o trabalho com hipertextos permite trabalharmos de duas
formas complementares: forma usuário e a forma autor. Na forma usuário, utiliza-se a
navegação entre os nós e links do documento, numa interação autônoma - o leitor constrói o
seu texto a medida que forma sequências diferenciadas conforme seu interesse. Nesse caso o
usuário é livre para escolher o caminho a seguir, podendo avançar ou retornar. Ele decide a
navegação que faz no hipertexto conforme seus interesses e motivações. Na forma autor, cria-
se uma rede semântica entre as informações do hipertexto e os elementos midiáticos que o
amplificam tendo os cuidados necessários com a coerência. Em ambas as formas, a lógica da
exploração do documento se dá pela não linearidade e sim através da interconexão de links ou
pontos diversos que podem conduzir a outros textos, imagens, etc. com um simples clique.
Um link é uma ligação dentro de um mesmo nó ou entre outros nós. Por exemplo, é possível fazermos links dentro de um mesmo documento para indicarmos informações complementares do mesmo documento ou ligarmos as informações externas. Quando usamos o link dentro de um mesmo documento, chamamo-lo de âncora (CARVALHO).
Dessa forma percebe-se a importância das pesquisas da internet e para que sejam
bem realizadas necessita-se de conhecimentos básicos das funcionalidades e da forma de
10 Kassandra Brito de Carvalho Mestranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas/SP - Grupo de Pesquisa TICs
53
navegabilidade nos documentos hipertextuais para que possam atingir os objetivos que se
espera alcançar como leitor ou como autor.
Na Internet, os hipertextos podem ganhar uma dimensão planetária. Cada hipertexto pode fazer conexões com quaisquer outras páginas da Internet. Assim, começa a esboçar a inteligência coletiva que nos fala Pierre Lévy. Cada autor de um hiperdocumento na Internet pode lançar mão do conhecimento produzido por outros, colocando vínculos no hipertexto que produz e agregando assim, a sua produção o trabalho de terceiros (TORNAGHI, apud, ALMEIDA, MORAN, 2005 p.169).
Na Internet existem outras ferramentas, como e-mail, fóruns, chat, etc., que podem
ser usadas na educação a distância e podem servir de suporte à interação e cooperação, tendo
sido abordados em capítulos anteriores.
Diante do que foi exposto, apoiado em consulta bibliográfica e da Internet e,
consciente que muito falta a ser explorado levando-se em consideração que o conhecimento se
constrói de forma dinâmica e rápida, propõe-se, como aprofundamento do tema a continuação
das sobre as tecnologias procurando identificar quais são mais úteis nas atividades
pedagógicas relacionadas a EAD e quais podem proporcionar uma maior interação e como
reflexão e fator instigante para novos estudos: “Cabe dizer que essa tecnologia será útil para
projetos da EAD se servir para encurtar as distâncias e contribuir para humanizar as relações.
Robôs são as máquinas, os que se sentam em frente a elas são seres humanos. Que sirvam
para aproximar corações” (TORNAGHI, 2002).
A partir da reflexão sobre as contribuições que as tecnologias, de modo particular
o uso da internet, trazem para a EAD possibilitando e ajudando a desenvolver todo o processo
ensino aprendizagem, e como desse processo faz parte também a avaliação como fator
indispensável, não se poderia deixar de fazer uma abordagem sobre o assunto que será
tratado, embora de forma resumida, no próximo capitulo.
54
5. AVALIAÇÃO NA EAD
Segundo Artagey et al, a avaliação é considerada uma das principais etapas no
processo de ensino e aprendizagem, que deve ser feita a todo o momento, durante todo o
desenrolar do processo. Na EAD os professores não utilizam mais algumas das formas
complementares de avaliação como as perguntas usadas como reforço do que foi explicado; a
observação do aluno e a participação em aula; procedimentos próprios das aulas presenciais.
Em contrapartida estão se valendo de plataformas com ferramentas de tecnologias interativas,
que permitem a interação do aluno com o ambiente, possibilitando atividades educacionais
assíncronas, sem a exigência da presença física e simultânea de professor e alunos,
transformando a sala de aula em um espaço virtual, onde o professor pode observar, através
do número de acessos e permanência no ambiente virtual, aspectos como interesse,
cooperação e participação, novas habilidades sociais como a de se comunicar e colaborar e
ainda a interatividade do aluno e que podem ser consideradas tanto como critérios
quantitativos, como qualitativos.
Em EAD, avaliar significa, portanto, medir a qualidade de processos abrangentes,
a partir de critérios como consistência, previsibilidade, motivação, envolvimento,
performance, capacidade de articular conhecimentos, de comunicar-se e estabelecer relações.
Isso ajudará a preparar o cidadão da era do ciberespaço. Envolve aspectos diversos tanto os
cognitivos como os comportamentais.
A avaliação desempenha funções que a legitimam e a torna indispensável no processo educativo. Sua função mais evidente e reconhecida é a pedagógica, que visa, principalmente à verificação da aprendizagem dos alunos, à identificação de suas necessidades e à melhoria (regulação) do processo de ensino-aprendizagem. Essa função complementa-se com a função social de certificação dos alunos, compreendida como declaração de domínio de competências curriculares enunciadas em uma proposta pedagógica (AZZI, 2002).
Para Azzi11 (2002), a avaliação põe em destaque os fatos, as ações, os resultados
parciais (processo) e finais (produto) do processo ensino aprendizagem, mostrando não só o
que são, mas também porque são deste ou daquele modo. Ela constitui uma fonte permanente
de informações sobre a realidade do processo ensino-aprendizagem. Na EAD funciona como
um estímulo ao aluno, a sua aprendizagem e ao seu sucesso, pois favorece a autoconfiança, já
que ele é informado durante todo o tempo sobre o seu progresso.
Essa informação constante não acontece somente nos momentos formais de
avaliação (cadernos de avaliação, provas, seminários, monografia, observação da prática 11 Consultora técnico-pedagógica do projeto Veredas, Cursos de formação de Professores em EAD, Secretaria Estadual de Educação/MG.
pedagógica). O material didático utilizado na EAD bem elaborado, possibilita ao aluno uma
avaliação constante de seu progresso e de suas dificuldades, dando-lhe ensejo de continuar
e/ou indicativos da necessidade de buscar orientação complementar, seja do sistema de tutoria
ou de outro sistema de apoio que esteja disponível. Essa possibilidade de avaliação de seu
progresso a cada passo, a cada atividade de estudo realizada, contribui para uma melhor
compreensão da avaliação como parte integrante do processo ensino-aprendizagem e de suas
funções formadora e mobilizadora da aprendizagem segundo os ritmos individuais e
diferenciados dos alunos.
Baseado em Bastos Filho (2008, p.54-55), a EAD apoiada por computadores em
rede pode se apropriar de novas formas de aprender e ensinar e também de avaliar. A
apropriação do conhecimento tecnológico faz-se necessário à medida que as tecnologias
interativas vêm possibilitando novas atividades assíncronas, dispensando a presença física e
utilizando um espaço virtual. O desafio para EAD está em estudar e desenvolver
metodologias a serem empregadas na avaliação a distância que possibilitem avaliações mais
dinâmicas e interativas e justas, pois embora seja constatado o avanço da modalidade a
distância no sistema educacional, formas de avaliação inovadoras ainda são quase
inexistentes. Por inúmeras razões, um professor na modalidade a distância não pode avaliar
apenas através de testes e trabalhos, mas deve estar à disposição do aluno, orientar o aluno e,
certamente, não deve medir apenas quantidades ou refletir apenas um momento pontual.
Assim como o aluno da EAD demonstra preferência por um modo particular de aprendizado
cooperativo e individualizado, da mesma forma o processo de avaliação a distância deverá
também contemplar este tipo de aprendizagem.
A avaliação vem se constituindo como elemento fundamental no processo ensino-
aprendizagem merecendo uma atenção particular na EAD principalmente quando concebida
como processo interativo a partir de uma visão interacionista e construtivista. Baseado em
Silveira (2005), a avaliação apresenta-se em estreita relação com as teorias educacionais e
com os objetivos assumidos. Sendo assim, apresenta-se de forma diferente para cada uma das
propostas pedagógicas sendo muito importante em algumas ou sem nenhuma importância e,
às vezes, até prejudicial para outras. Para Alonso12 (2005, p.116), é possível afirmar que a
avaliação é parte integrante do ato educativo, pois é por meio dela que podemos evidenciar o
como o processo de ensino-aprendizagem se desenvolve e, se preciso for, adequá-lo,
redirecioná-lo ou reelaborá-lo. Assim, é importante a utilização de metodologia levando em
12 Professora do Departamento de Ensino e Organização escolar e coordenador do Núcleo e Educação Aberta e a Distancia na Universidade Federal de Mato Grosso.
56
consideração a escolha criteriosa dos instrumentos e a seleção das tecnologias a serem
utilizadas para a obtenção de informações relacionadas ao processo avaliativo.
Nos cursos a distância também existe essa busca por métodos de avaliação on-line que possibilitem a avaliação formativa do aluno, baseada no acompanhamento e orientação da participação destes no desenvolvimento de tarefas individuais ou em grupo. No contexto da Educação a Distância (EAD) este novo paradigma de avaliação tem relevância ainda maior por possibilitar a percepção do comportamento do aluno e favorecer a identificação de problemas. Por ser contínua, esta forma de avaliação permite também alguma forma de autenticação da identidade do aluno, pela familiarização com o estilo e habilidades do mesmo (OTSUKA; ROCHA, 2002).
Estabelecer critérios e metodologias de avaliação que envolva todo o processo de
ensino e aprendizagem de forma sistemática contínua e abrangente, sem se prender somente a
forma mais comum de avaliação do aprendizado - a prova - usada com caráter classificatório,
é um dos grandes desafios tanto para a educação presencial e mais ainda para a educação a
distância. É necessário se pensar, além dos critérios, os instrumentos, as formas de avaliação e
ainda as sistemáticas de recuperação dos alunos.
Segundo Azzi (2002), quando falamos de avaliação de desempenho do aluno não
estamos falando de um fato pontual ou de um ato singular, mas de todas as ações que devam
contemplar todas as fases do processo. A avaliação de desempenho escolar é um processo
sistemático de obtenção e análise de informações sobre uma realidade, buscando na
compreensão dessa realidade os elementos que possibilitam uma intervenção consciente
daqueles que dela participam, visando aos objetivos de ensino e aos fins da educação. A
avaliação de desempenho num programa de educação a distância deve, portanto, ser contínua,
cumulativa, abrangente, sistemática e flexível, de modo a permitir:
a) acompanhar o desempenho escolar de cada aluno, identificando aspectos que
demandem atenção especial;
b) identificar e planejar formas de apoio aos alunos que apresentam dificuldades;
c) verificar se os objetivos específicos propostos estão sendo alcançados;
d) obter subsídios para a revisão dos materiais e do desenvolvimento do curso.
E ainda segundo Azzi (2002), considerando a exigência legal de avaliação
presencial conforme previsto no Decreto 5622/2005 para os cursos de educação a distância é
importante destacar dois instantes da avaliação: um, em momentos diferenciados ao longo do
curso, segundo o ritmo de cada aluno, mas, dentro dos limites de um calendário proposto no
plano de trabalho, e outro ao final de cada módulo, ou do curso sob a forma de prova. A
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos pressupõe a realização da
avaliação em momentos formais, distintos e complementares e em momentos informais.
57
No primeiro, a avaliação de processo, estende-se por todo o módulo, caracteriza-se
por seus aspectos formativo e diagnóstico e favorece o diálogo constante entre as atividades
didáticas e a aprendizagem. Caracteriza-se como um processo contínuo e cumulativo. A
continuidade da avaliação está inscrita na continuidade da ação didática que é construída no
movimento continuidade - ruptura - continuidade. A avaliação cumulativa não é avaliação que
soma ou acumula resultados que se sobrepõem. Cada resultado parcial é a ruptura que brota
na continuidade do processo e possibilitam novas ações didáticas, dentre elas, as ações
avaliativas.
A avaliação de processo acontece de maneira formal e informal. Formal, quando
utiliza os instrumentos preparados para a obtenção de informações sobre habilidades e ou
competências previstas no projeto pedagógico do curso; informal, quando são considerados
fatos e informações não previstos, que emergem durante todo o processo, e que são
reveladores de avanços, progressos e dificuldades do aluno, bem como, indicadores da
adequação e da qualidade do material didático, do plano de trabalho elaborado para o curso,
do sistema de tutoria adotado. As avaliações formativa e diagnóstica que acontecem durante
todo o processo possibilitam que as dificuldades encontradas pelo aluno sejam percebidas no
momento em que aparecem e tornam possíveis as ações que visam à superação dessas
dificuldades.
O segundo momento é mais direcionado a avaliação somativa que segundo Alonso
(2005, p.191) é aquela utilizada como julgamento no final de um período ou curso, com o
objetivo de verificar em que nível foi conseguido o objetivo ou a aprendizagem, sendo
também essa a de que trata a exigência legal, já mencionada. É realizada através de provas ou
exames e se apresentam de diferentes formas, no entanto, as mais utilizadas são as escritas e,
em algumas vezes, orais sob a denominação de entrevista e ou defesa.
5.1 AVALIAÇÃO FORMATIVA NO TELEDUC
Os cursos de EAD, disponíveis em ambientes on-line, utilizam-se de vários
recursos para realizar a avaliação como exercícios de verificação, resumos, participação em
fóruns, provas, etc. visando uma avaliação contínua sistemática e com a possibilidade de
acompanhar o progresso do aluno e do processo educativo.
Ambientes de EAD como o TelEduc, possuem ferramentas de comunicação projetadas para facilitarem tanto a interação como a posterior análise de registros destas interações. Vários educadores têm usado os recursos destes ambientes para oferecerem cursos a distância baseados na avaliação formativa da performance dos aprendizes, por meio do acompanhamento dos registros das participações destes durante o desenvolvimento das atividades. No entanto, apenas o registro das
58
interações não é suficiente para prover suporte efetivo à avaliação formativa. Esse processo de avaliação demanda muito trabalho e tempo do professor no acompanhamento, análise e orientação das atividades desenvolvidas ao longo do curso, o que consiste num dos principais problemas da avaliação formativa, seja ela presencial ou a distância. Dessa forma, novas tecnologias computacionais vêm sendo pesquisadas, a fim de explorar melhor os registros das interações dos alunos em ambientes de EAD e prover suporte ao professor na coleta, identificação, seleção e análise de informações relevantes à avaliação formativa (OTSUKA; ROCHA, 2002).
Os cursos de EAD, disponíveis em ambientes on-line, utilizam-se de vários
recursos para realizar a avaliação como exercícios de verificação, resumos, participação em
fóruns, provas, etc.
Segundo Artagey et al, em relação aos recursos disponíveis para a avaliação
devem ser considerados vários aspectos: o conhecimento técnico adquirido, a motivação,
criatividade e autonomia dos alunos, bem como a colaboração e contribuições. Para tal, o uso
de alguns recursos ajuda a avaliar estes aspectos. Dentre esses recursos estão os editores de
textos, e-mails, fóruns, leitor de arquivos em PDF, etc.
De acordo com Azzi (2002), um sistema de avaliação acha-se diretamente
relacionado aos instrumentos utilizados para a obtenção de dados e informações e a
modalidade a qual se aplica como também a clientela alvo. Assim como na educação
presencial, na educação a distância a escolha desses instrumentos deve ser bastante criteriosa,
exigindo um bom planejamento tendo em vista os objetivos da avaliação e as características
dos dados a serem obtidos. Cita como exemplos de momentos e instrumentos para uma
avaliação na educação a distância:
• Avaliação mensal da aprendizagem ou unidade de estudo: prova, elaboração de
projetos de monografia, seminários, etc.
• Avaliação da prática pedagógica - ficha de registro de observação;
• Avaliação de final de curso: prova, memorial em sua versão final, monografia.
No ambiente TelEduc existem várias ferramentas que são utilizadas pelos
formadores, equipe de apoio e também pelos alunos no processo de avaliação da
aprendizagem. Como participante de um curso em EAD usando o ambiente Teleduc, pude
constatar a utilização de várias ferramentas que permitem a avaliação nas diferentes formas.
Como existem diferentes momentos de aprendizagem, também existem diferentes meios de
avaliar. No TelEduc, os fóruns de discussão, o diário de bordo, o correio, etc., são momentos
significativos para os registros diários de dados e impressões e também para troca de
experiências que podem favorecer o acompanhamento do desenvolvimento do aluno assim
como as suas dificuldades. Através dessas ferramentas tanto os formadores como os alunos
59
participam do processo da avaliação formativa ora avaliando, ora sendo avaliados, ou se
autoavaliando ou avaliando todo o processo.
Na UNIVIMA/UFRGS, considerando a exigência legal já mencionada, para as
avaliações presenciais, constatou-se que são realizadas na forma de prova escrita, no final de
cada disciplina ou etapa, com data previamente estabelecida colocada na ferramenta
“Agenda” do TelEduc. As provas são aplicadas no pólo e acompanhadas virtualmente pelos
formadores e tutores por meio da plataforma das teleconferências e presencialmente pelo
coordenador local.
Os portfólios permitem a avaliação do desenvolvimento do processo com função
formativa oportunizando feedback que possa trazer ao aluno informações necessárias dos seus
avanços ao longo do processo de aprendizagem e que ele também possa tomar consciência
dos seus erros e continuar em direção aos objetivos propostos. Nos cursos da
UNIVIMA/UFRGS os portfólios do TelEduc são ferramentas muito exploradas no momento
da avaliação contínua e interativa, especificamente pela interação aluno e tutor com a
utilização da função compartilhada com formadores. Através dessa ferramenta um aprendiz
ou grupo de aprendizes pode organizar suas informações, a fim de comunicar ao grupo, por
meio da função totalmente compartilhada, e ao formador o resultado de seu trabalho e receber
comentários e sugestões.
No TelEduc, a ferramenta “Atividades” é o elemento central do ambiente,em
termos de participação e interação do aluno. A ela estão correlacionadas outras ferramentas,
que foram criadas para apoiar o desenvolvimento das atividades. Estas possibilitam a ação
onde o aprendizado de conceitos em qualquer domínio do conhecimento é feito a partir da
realização de tarefas, com o subsídio de diferentes materiais didáticos como textos, software,
referências na Internet, dentre outros, que podem ser colocadas para o aluno usando
ferramentas como: Material de Apoio, Leituras, Perguntas Freqüentes, etc. “Atividades”,
como o próprio nome índica, é o ponto alto de inserção e participação do aluno no processo
de aprendizagem construtivista.
Figura 5 - Organograma das Ferramentas do Teleduc relacionadas a atividades
60
Fonte: Adaptado do TelEduc.
A respeito da avaliação formativa em ambientes de EAD, no TelEduc todas as
ferramentas de comunicação possuem registro das interações, inclusive as salas de bate-papo.
Tudo o que acontece em um curso é registrado (interações, conteúdos, acessos), portanto a
avaliação pode ser realizada de forma contínua, por meio da análise dos registros das
participações dos aprendizes durante o desenvolvimento de atividades individuais e em grupo.
Os registros das atividades podem ser observadas e analisadas por meio da ferramenta
InterMap que facilita a visualização, pelos formadores, dos dados quantitativos das interações
realizadas no ambiente e a participação dos atores envolvidos no curso.
Outra ferramenta que também fornece elementos de base para avaliação da
participação e interação é a ferramenta Acessos que permite a geração de relatórios contendo
o número de acessos e a data e hora do último acesso de cada participante ao curso, a
61
freqüência dos acessos de cada participante durante um determinado período do curso e os
acessos dos aprendizes a cada uma das ferramentas do TelEduc. Esta Ferramenta possibilita
aos formadores identificar, através dos dados quantitativos, os alunos mais atuantes, os menos
presentes e até os mais interativos, e também a participação em outras atividades através das
outras ferramentas.
Considerando que na avaliação não deve ser levado em conta apenas os dados
quantitativos encontrados através da ferramenta acessos, mas que esses elementos sejam
referenciais que mostrem as necessidades de ferramentas que sirvam de apoio à avaliação
qualitativa.
Aqui também é importante destacar o papel que desempenha o professor no
processo da avaliação formativa que se inicia na elaboração das atividades avaliativas, o
conhecimento e a utilização das diferentes ferramentas do TelEduc, a interação com a equipe
técnica de apoio que possa permitir a exploração dessas ferramentas para a aplicação de
diversos métodos de avaliação.
Partindo do que foi possível observar na prática da avaliação em curso a distância,
retomando o exemplo do curso da UNIVIMA/UFRGS, destacamos como fundamental a
interação aluno-tutor, aluno-formador e aluno-aluno. A construção do conhecimento deu-se
de forma colaborativa na interatividade do ambiente TelEduc.
As atividades realizadas foram muitas e diversas e exigiam a colaboração e
cooperação entre os membros de todo o processo. O papel desempenhado pela tutora nesse
contexto de educação dialógica, construtivista foi importante, não tanto pela função
orientadora e tampouco pela mediação que realizou para a utilização das ferramentas do
ambiente e do material didático, mas, e principalmente, por ser um membro ativo que interage
constantemente com os alunos, provocando junto a eles novas indagações, avaliando a
trajetória, incentivando-os a reconstruí-la, a partir da reflexão e da busca de novas
alternativas. Como se mencionou que a avaliação é todo um processo onde muitos estão
inseridos é importante também destacar a interação da tutora com a equipe de formadores. A
interação, aluno-formador no processo avaliativo deu-se na forma de compartilhar
experiências através das múltiplas e variadas atividades propostas e realizadas no decorrer do
curso. Quanto à interação aluno-aluno deu-se de forma colaborativa no processo de avaliação
na realização de atividades de grupo, no apoio e incentivo durante os momentos de estudo
que, mesmo não estando fisicamente juntos, poderiam interagir e compartilhar trabalhos por
meio de ferramentas do ambiente virtual e de outros recursos da internet como da criação e da
escrita colaborativa e cooperativa de textos para blog coletivo.
62
A colaboração e cooperação no curso estenderam-se até após o término das
disciplinas, sendo que a prova disso foram as respostas dadas pelas colegas aos questionários
enviados e que ao fazê-lo, emitindo considerações e pareceres sobre o ambiente usado e as
formas de interação sabiam também que ai estavam realizando avaliação e estariam também
colaborando com outra colega para a realização de seu trabalho, neste caso, a monografia.
63
6. CONCLUSÃO
É dessa forma que a ciência avança: toda investigação aproveita os resultados de estudos anteriores, acrescenta elementos novos e prepara o caminho para
ulteriores conquistas.D’ONOFRIO
Como resultado do que foi proposto como objetivo geral deste trabalho,
concluímos que a EAD, naquilo que foi possível estudar e aprender, fazendo uma revisão
bibliográfica, é um campo vastíssimo e, com uma literatura baseada em autores conceituados
conhecedores do assunto, mas que carece de mais estudo, porque pouco explorada e
conhecida.
No contexto atual em que a sociedade vive intensamente momentos de acelerada
evolução tecnológica e que as pessoas buscam, trocam e passam informações constantemente
e tem, cada vez mais necessidades delas, as TICs que possuem um caráter particular da
interatividade, exercem papel importante em todo o processo de informação e comunicação e,
por isso, precisam ser mais conhecidas, exploradas e dominadas, principalmente pelos
educadores.
As TICs possibilitam a EAD, que também passa por um processo evolutivo quanto
ao uso dessas tecnologias, responder às necessidades da educação que se caracterizam na
qualificação, formação e atualização para atender as exigências de mercado e a
democratização do acesso a diferentes níveis de escolaridade.
Ainda neste contexto em que são atribuídas às instituições de ensino novas
obrigações para a construção do conhecimento e formação, a EAD surge como uma
possibilidade para atender a demanda da educação que não está sendo suficientemente
atendida na modalidade presencial.
Diante do aqui exposto, é necessário também que sejam repensados os processos
de ensino aprendizagem, nas instituições de ensino em ambientes com limitações de espaço e
tempo dedicando uma atenção particular para a EAD nas suas vantagens e avanços
tecnológicos como uma possibilidade de, ultrapassando tais barreiras, proporcionar uma
aprendizagem ativa que seja concretizada pela cooperação, colaboração e interação tendo
como suporte os Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
A UNIVIMA, mesmo já realizando vários cursos e outras atividades, em conjunto
com outras Universidades, deverá continuar priorizando pela qualidade da educação a
distância, apoiando-se nas bases legais, na estruturação do ambiente e na formação,
capacitação e ampliação das equipes que atuam em cada pólo e cada núcleo.
Devido a sua importância no processo educativo, decidiu-se abordar sobre
Avaliação. Esse, às vezes, é um assunto polêmico em todo processo educacional, e, em se
tratando da EAD, não poderia ser diferente e, mesmo não sendo aqui o foco central, percebe-
se que é de suma importância que seja realizado um estudo cada vez mais aprofundado e
abrangente, por isso o que aqui consta é um apanhado das discussões que já vem ocorrendo e
uma amostra do processo de avaliação ocorrida nos cursos em que a autora fez parte como
aluna.
Tendo sido ressaltada a importância da interação, da colaboração e da cooperação
no estudo a distância mediado por ambientes virtuais, e a partir de alguns depoimentos
coletados - com a utilização de ferramentas ou recursos de interação e comunicação da
internet: e-mail - baseado na experiência de participação em curso a distância, e a partir da
análise deles e reflexão sobre sua importância para a construção coletiva do conhecimento,
identificou-se algumas vantagens relacionadas a tempo e flexibilidade de horários; vantagens
também em relação a interação, cooperação e a descoberta de novas ferramentas e ainda a
importância da colaboração, do apoio mútuo, que mesmo não tendo a presença física no
mesmo espaço e nem ao mesmo tempo pode ser realizada no espaço virtual através dos
recursos da comunicação como correio, e-mails, blogs e também das videoconferências, nos
momentos de interatividade e nas atividades coletivas e compartilhadas. Ainda, baseado em experiências e relatos identificou-se também que um - fator
que ajuda a manter a motivação, a participação do aluno, e consequentemente diminui o
índice de evasão, é o trabalho colaborativo.
Embora tenham sido identificadas vantagens e facilidades também não passaram
despercebidas algumas dificuldades em relação à interatividade e acessibilidade aos
ambientes digitais, as dificuldades de acesso ao laboratório e a internet, aquelas relacionadas
ao tempo para cumprimento das atividades que mesmo havendo flexibilidade, em alguns
momentos apresentou-se com certa rigidez e ainda as de ordem pessoal e de trabalho exigindo
de cada participante dedicação, paciência e empenho redobrado para não chegarem à
desistência.
Então, diante das dificuldades sugere-se que haja uma preparação prévia tanto em
relação ao ambiente, ao apoio técnico quanto em relação ao aluno e professor da EAD para o
uso das tecnologias, nos ambientes virtuais e ainda uma preocupação e cuidado especial por
parte das instituições, dos formadores e dos próprios colegas com o ritmo de cada aluno.
65
Considerando a limitação deste trabalho, que pode ser superado por outros de
maior amplitude; e o seu caráter provisório, devido à rapidez do acesso a novas informações
facilitadas pelo uso das novas tecnologias, propõe-se que, baseada nas referências
bibliográficas, e em outros autores renomados; sejam aprofundados os estudos sobre
a interação, a cooperação e colaboração na EAD baseada na WEB, como uma possibilidade
de uma aprendizagem colaborativa e cooperativa; e ainda sobre a EAD como possibilidades
na educação profissional, na formação continuada e na atualização, suportada pelos ambientes
virtuais de aprendizagem.
Considerando que o ser humano é um ser social capaz de interagir com o seu
semelhante na troca de experiências e capaz de interagir com o meio em que vive para
modificá-lo; porque não se pensar ou se querer uma forma de aprendizagem cooperativa e
colaborativa em que a interação e a interatividade sejam as bases para a construção do
conhecimento? Só assim podemos dizer que se estará implantando uma educação de
qualidade em relação ao ambiente e suporte tecnológico para a realização da educação na
modalidade a distância.
66
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ANEXOS
ANEXO A - Questionário / Roteiro para depoimentos.
Registro ou depoimentos dos alunos dos cursos a distância: Extensão de Informática
para Educadores e Pós-graduação em Tecnologias da Informação para Educadores pela
UFRGS/ UNIVIMA - pólo de Porto Franco - incluindo participação da equipe administrativa
do pólo, principalmente em relação aos primeiros itens. As questões a seguir foram elaboradas
com objetivo de oferecer algumas pistas para orientar os registros dos depoimentos:
A - Infra-estrutura para os cursos
1º espaço físico e equipamentos.
a) Ambientes utilizados pelos alunos durante o curso - quando usados atenderam a
expectativa?
b) Quais ambientes usados?
2º Equipe:
a) Houve treinamento para a equipe do pólo?
b) Quais são os membros da equipe?
B - Material didático:
a) O material adotado para o curso a foi disponibilizado de que forma?
b) Qual suporte do ambiente digital foi utilizado?
c) O material disponibilizado favoreceu a aprendizagem?
d) Considerações complementares.
C - Interação entre alunos, entre alunos e professores e tutores.
a) Quais recursos foram utilizados na interação/comunicação entre os diferentes atores
do curso?
b) Quais fatores que representaram obstáculos ao processo de comunicação/interação
entre os diferentes atores durante o curso?
c) E quais apresentaram facilidades?
d) Considerações complementares.
D - Avaliação Ensino aprendizagem
a) Como foi realizada a avaliação – breve descrição citando alguns recursos do
TELEDUC.
b) Os alunos conseguiram realizar todas as tarefas? Quem não realizou, teve outras
oportunidades?
c) Considerações complementares.
E - Avaliação do processo dos cursos EAD.
Avalie de forma breve, sua experiência no curso a distância em relação ao processo
ensino-aprendizagem.
ANEXO B – Cópias dos E-mails recebidos.
RE: Pedido de colaboração para monografia De: @hotmail.com)Enviada:quarta-feira, 14 de janeiro de 2009 4:13:15Para:
Ao saber. Cabe agora, aos professores se interessarem e aproveitarem a oportunidade não desistindo na primeira dificuldade encontrada.
E - Avaliação do processo dos cursos EAD.
Avalie de forma breve, sua experiência no curso a distancia em relação ao processo ensino aprendizagem.
Para mim, foi uma experiência magnífica, apesar de já ter participado de outros cursos a distâncias, esse, posso te garantir não foi nada fácil. Tive dificuldades em algumas disciplinas, mas com ajuda de colegas consegui superar. Percebemos que um curso a distância exige do aprendiz entre outras coisas, muita disciplina e autonomia de aprendizagem, e apesar da agilidade de comunicação que a Internet possibilita, a educação a distância não é educação para quem não tem tempo.
DepoimentoDe: @hotmail.com)Enviada:segunda-feira, 12 de janeiro de 2009 4:40:31Para: Durante o tempo que tive estudando o curso Tecnologia da Informação na informática passei por uma inovação de conhecimento com as TICs. Um dos aspectos importante para min foi o acesso que tive ao ambiente do teleduc. Quando fazia a minhas participações, interatividade com as colegas, professores e a grande tutora Rute. Os recados no correio, as discussões dos fóruns. Nessas Diretrizes do
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conhecimento, o mais importante pra min foi quando comecei a descobrir a utilidades das redes de comunicação existente na internet e a criação dos softwares, sites e-mail e blogs educacionais. Finalmente essas Técnicas são fontes de utilidade para facilitar os trabalhos com rapidez e comunicar com segurança
Parte inferior do formulário
Questionário De: @hotmail.com)Enviada:sábado, 10 de janeiro de 2009 17:13:22Para:Questões / Depoimentos
Registro ou depoimentos dos alunos dos cursos a distancia: Extensão de Informática para Educadores e Pós-graduação em Tecnologias da informação para educadores pela UNIVIMA – Porto Franco / UFRGS. Incluindo participação da equipe administrativa do pólo, principalmente para os primeiros tópicos.
c) Considerações complementares.
Os alunos que desistiram do curso, não foi por falta de oportunidades, e sim por falta de compromisso ou mesmo por que não conseguiam acompanhar o curso.
E - Avaliação do processo dos cursos EAD.
Avalie de forma breve, sua experiência no curso a distancia em relação ao processo ensino aprendizagem.
Tive dificuldades em alguns momentos, pois quando o professor encontra distante do aluno as coisas tornam mais difíceis para o aluno, o professor sempre será o facilitador nas dificuldades do aluno, mas para mim foi muito importante esta nova experiência de aprendizagem. Estudar a distância é um pouco complicado, requer das pessoas, dedicação, paciência, para não acabarem desistindo.
Para mim foi muito gratificante, pois aprendi muitas coisas interessantes dentro da EAD, o que vai ser bastante útil na minha prática pedagógica, sou persistente no que faço, não desisto das coisas com facilidade.
Questionário De: @hotmail.com)
Enviada:sexta-feira, 26 de dezembro de 2008 16:48:05
Para: Questões / DepoimentosRegistro ou depoimentos dos alunos dos cursos a distancia: Extensão de Informática para Educadores e Pós-graduação em Tecnologias da informação para educadores pela UNIVIMA – Porto Franco / UFRGS. Incluindo participação da equipe administrativa do pólo, principalmente para os primeiros tópicos.
As questões a seguir são algumas pistas para orientar os registros dos depoimentos.
c) Considerações complementares.
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Grande parte dos alunos que desistiram do curso, não foi por falta de oportunidades, foi devido ao tempo, falta mesmo de interesse e ás vezes ao grau de dificuldade do curso.
E - Avaliação do processo dos cursos EAD.
Avalie de forma breve, sua experiência no curso a distancia em relação ao processo ensino aprendizagem.
Não posso negar que em certos momentos foi difícil compreender certos pontos desse processo de ensino à distância, essa relação proximal entre professor/aluno (cara a cara), realmente é importante no sentido de facilitar a aprendizagem; mas não quero dizer que não houve aprendizagem, apenas que, esse processo requer mais do aluno.
Para mim, foi uma experiência e tanto, nunca tinha participado de um curso dessa forma. Confesso que em vários momentos tive que pedir ajuda (alguém do meu lado), uma orientação mais profunda, mas tudo valeu a pena; o importante é que aprendi.
Estudar a distância é um pouco complicado, requer do aluno paciência e dedicação, se isso não acontecer, acabam desistindo.
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ANEXO C – Fotos UNIVIMA – Porto Franco-MA - cedidas pela Coordenação do polo.
Foto 1 - Videoconferência
Solenidade de Abertura Pós TIC'S UFRGS-UNIVIMA.jpg
Foto 2-Sala de Videoconferência
Alunas Pós TIC'S.jpg
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