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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO
INFLUÊNCIA DA DIVULGAÇÃO CONTÁBIL NO RETORNO FINANCEIRO DAS
AÇÕES DAS COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
JONATHAN VICTOR LOPES DA SILVA
Natal-RN
2014
JONATHAN VICTOR LOPES DA SILVA
INFLUÊNCIA DA DIVULGAÇÃO CONTÁBIL NO RETORNO FINANCEIRO DAS
AÇÕES DAS COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do curso de graduação em
Administração da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, com requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Valdemir Galvão Carvalho, M.Sc.
Natal-RN
2014
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Silva, Jonathan Victor Lopes da.
Influência da divulgação contábil no retorno financeiro das ações das
companhias abertas brasileiras/ Jonathan Victor Lopes da Silva. – Natal,
RN, 2014.
41f.
Orientador: Profº. M. Sc. Valdemir Galvão Carvalho.
Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento
de Ciências Administrativas.
1. Auditoria independente – Monografia. 2. Informação contábil –
Monografia. 3. Auditores - Parecer – Monografia. 4. Retorno financeiro –
Monografia. I. Carvalho, Valdemir Galvão. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 336.225.674:657
JONATHAN VICTOR LOPES DA SILVA
INFLUÊNCIA DA DIVULGAÇÃO CONTÁBIL NO RETORNO FINANCEIRO DAS
AÇÕES DAS COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
Monografia apresentada e aprovada em ____/____/____ pela Banca Examinadora
composta pelos seguintes membros:
_______________________________________________
Prof. Valdemir Galvão de Carvalho, M.Sc.
Orientador
_______________________________________________
Prof. Gabriel Martins de Araujo Filho, M.Sc.
Examinador
______________________________________________
Prof. Fernando Roberto Cavalcante Bandeira do Amaral, MBA.
Examinador
Natal, ___de________ de 2014.
Dedico este trabalho à minha incomparável família
em especial a minha Mãe, que sempre lutou e
buscou oferecer uma excelente educação, e um amor
e carinho incondicional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por reservar a minha pessoa todos estes
acontecimentos maravilhosos.
Agradeço em especial a minha mãe Fátima, pelos conselhos, carinho, amor e palavras
de incentivo.
Agradeço este trabalho a todas as pessoas que participaram direta ou indiretamente para
conclusão do mesmo.
Agradeço à minha família, pelo fato de sempre ter estado ao meu lado em todos os
momentos desta vida.
Agradeço também aos meus amigos pelos conselhos e palavras de carinho, conforto e
superação.
Agradeço a esta instituição – UFRN, aos funcionários e docentes, ou seja, agradeço a
todos os que fazem parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo trabalho e
ensinamentos depositados nesta jornada que está apenas se iniciando.
Agradeço ao meu orientador Valdemir Carvalho, que, em um mar de dúvidas e
incertezas, ajudou-me neste árduo trabalho.
Enfim, todo este trabalho é dedicado a vocês, pessoas que, de maneira direta ou indireta,
contribuíram significativamente para meu desenvolvimento enquanto aluno e, principalmente,
enquanto pessoa.
“O mais importante não é conquistar a vitória, e
sim merecê-la.”
Apócrifo
RESUMO
A análise das demonstrações contábeis oferece condições para uma avaliação da situação
patrimonial e financeira da empresa proporcionando ao usuário melhores condições para a
tomada de decisão. Dessa forma, a análise das Informações contábeis é uma das ferramentas
utilizadas pelos investidores para as decisões de investimentos, juntamente com os pareceres
de auditoria independente que dão uma confiabilidade maior as tomadas de decisões dos
usuários. Nesta perspectiva, pretende-se com essa pesquisa ampliar a discussão acerca da
efetividade das Demonstrações Contábeis a partir da análise da relevância da divulgação da
informação contábil na variação retornos financeiros das ações no mercado brasileiro. Assim,
o presente trabalho tem como objetivo principal analisar o impacto da divulgação da
informação contábil na variação dos retornos das ações das companhias abertas do segmento
da construção civil, tendo como período de análise os anos de 2008 a 2012. Para tanto, o
estudo caracteriza-se como descritivo, os procedimentos adotados na coleta dos dados são o
bibliográfico e o documental. Os resultados da análise proposta apontam que apesar de
algumas inferências que apresentam correlação entre a divulgação dos Relatórios Contábeis e
o retorno financeiro das ações das companhias abertas pesquisadas, não se pode afirmar com
veemência que a variação decorreu exclusivamente por conta das informações contábeis,
tendo em vista que foram identificadas poucas situações onde essa correlação se apresentou
de forma mais evidente.
Palavras-chave: Informações contábeis; parecer dos auditores; retorno financeiro.
SUMÁRIO
1 PARTE INTRODUTORIA ........................................................................................................ 11
1.1 Contextualização e Problema ......................................................................................... 13
1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 13
1.2.1 Geral ........................................................................................................................ 13
1.2.2Especificos ................................................................................................................ 14
1.3 Justificativa do Estudo .................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................................... 16
2.1 Demonstrações Contábeis............................................................................................... 16
2.1.1 Conceito e Fundamentos ......................................................................................... 16
2.1.2 A Informação Contábil ............................................................................................ 16
2.2 Auditoria Independente .................................................................................................. 17
2.2.1 Conceitos e Objetivos da Auditoria Independente .................................................. 17
2.1.2 Breve Histórico da Auditoria Independente ............................................................ 18
2.1.3 Normas de Auditoria Independente ......................................................................... 21
2.2 Parecer de Auditoria ....................................................................................................... 22
2.2.1 Estrutura do Parecer de Auditoria ........................................................................... 23
2.2.2 Tipos de Pareceres de Auditoria .............................................................................. 23
2.2.2.2 Parecer com Ressalva ....................................................................................... 24
2.2.2.3 Parecer Adverso ................................................................................................ 25
2.2.2.4 Parecer com Abstenção de Opinião .................................................................. 25
2.2.3 Fato Relevante e Parágrafo de Ênfase ..................................................................... 26
2.3 Normatização da Comissão de Valores Mobiliários ...................................................... 26
3 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 28
3.1 Caracterização da Pesquisa ............................................................................................. 28
3.2 População e Amostra ...................................................................................................... 28
3.3 Dados e Instrumento de Coleta ....................................................................................... 29
3.4 Tratamento Estatístico e Forma de Análise .................................................................... 30
3.5 Desenho da Pesquisa ...................................................................................................... 30
3.6 Modelo Operacional ....................................................................................................... 31
3.6.1 CAPM ...................................................................................................................... 31
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................................... 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 36
REFERENCIAS ............................................................................................................................ 38
APÊNDICE ................................................................................................................................... 41
11
1 PARTE INTRODUTORIA
Atualmente, com o as rápidas mudanças no mercado e a crescente procura por
informações contábeis, objeto de estudo deste trabalho de pesquisa e que explicita todo o
patrimônio de uma organização, é um fator importante quando da análise de investimentos
pelos investidores. A precisão de aumentar a confiança em torno das demonstrações leva os
atuantes do mercado a considerarem o parecer uma peça fundamental na tomada de decisão
quanto a posteriores investimentos. Nesse cenário, a divulgação das informações juntamente
com o relatório do auditor independente possui uma grande importância para se ponderar
adequadamente as informações contábeis que afetam a precificação das ações.
O parecer se traduz de maneira de fácil compreensão para os usuários da informação
contábil, divulgando as conclusões às quais chegaram os auditores responsáveis a respeito das
demonstrações contábeis auditadas. Em relação às informações contábeis, a legislação
brasileira estabelece diferentes níveis de exigências sobre a evidenciação das variações
patrimoniais de um período a outro. Para as pequenas empresas, o foco das informações
contábeis está voltado ao aspecto tributário, diferentemente das grandes empresas, que
ampliam o universo de usuários. No Brasil, a Lei nº 6.404/76 (conhecida como Lei das
Sociedades por Ações), alterada pela Lei nº 11.638/07, estabelece que as companhias abertas
e as sociedades de grande porte devem ter suas demonstrações auditadas por auditor
independente registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de modo que apresentem a situação
da empresa de forma fidedigna, tanto em relação aos seus direitos e obrigações, como aos
resultados realizados no período em exame. Por sua vez, o parecer do auditor independente
sobre essas demonstrações contábeis tem o propósito de traduzir a confiabilidade referente às
informações ali prestadas. Boynton, Johnson e Keel (2002, p.78) ressaltam que, apesar da
entidade auditada ser cliente da auditoria, a “responsabilidade dos auditores é significativo
para com os usuários de seu parecer”.
É importante frisar que os modelos de pareceres seguem, em essência, os
pronunciamentos internacionais editados pelo American Institute of Certified Accountantas
(AICPA) e pela International Federation of Accountants (IFAC), conforme ensina Niyama
(2005, p. 11). A normatização da contabilidade vem sendo transformada nos últimos anos
12
com uma velocidade vertiginosa com advento da lei 11.638/2007 e da lei 11.941/2009, o
esforço por parte dos órgãos competentes é evidente, são muitas mudanças significativas na
cultura contábil brasileira com a quebra de paradigmas e costumes. Percebemos que as
informações contábeis passam por um processo de desvinculação de interesses
monopolizados pelo fisco.
O objetivo da implantação das normas internacionais é a de realizar por meio de uma
linguagem única a possibilidade da comparabilidade das informações contábeis em qualquer
lugar do mundo. Um conjunto único de normas será capaz de tornar isso realidade,
diminuindo ainda mais a distância entre as economias de mercado na atração de investidores
para o desenvolvimento econômico do país.
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é o de analisar como as demonstrações
contábeis divulgadas podem está relacionada com o retorno financeiro da ação das
Companhias abertas brasileiras da construção civil. Para tanto, realizou-se pesquisa
documental, por meio da análise dos pareceres de auditoria das demonstrações contábeis das
companhias do setor da construção civil listadas na Bovespa entre os anos de 2008 até 2012.
A pesquisa mostra-se relevante ao investigar se existiu uma mudança no retorno das ações
devido à divulgação das demonstrações contábeis ou se não houve nenhuma influência.
Entende-se que o parecer de auditoria pode ser não apenas um instrumento para cumprir uma
exigência legal, mas também um instrumento de suporte ao processo decisório dos diferentes
stakeholders. Assim se justifica pesquisar a relação das demonstrações contábeis com os
pareceres de auditoria e sua influência no retorno das ações.
Este trabalho está dividido em cinco capítulos principais. Primeiramente, é apresentada
a parte introdutória do trabalho, constando a caracterização do problema a ser analisado, a
contextualização e o problema da pesquisa, os objetivos gerais e específicos e a justificativa
do estudo. Em seguida, encontra-se o referencial teórico, que apresenta a revisão da literatura.
O terceiro capítulo expõe a metodologia utilizada na pesquisa, abordando a caracterização da
pesquisa, o plano de coleta de dados e o plano de analise dos dados. O quarto capítulo traz a
análise de resultados e o quinto capítulo faz um fechamento de tudo com a conclusão. E, por
fim, relacionam-se as referências utilizadas na elaboração da pesquisa e o apêndice.
13
1.1 Contextualização e Problema
No mercado de ações, ambiente no qual este estudo está englobado, a informação
publicamente disponível é passível de refletir nos preços dos títulos. Ou seja, as informações
contidas nas demonstrações contábeis das empresas podem influenciar o retorno do ativo
negociado no mercado. Segundo FAMA (apud Schiehll, 1996, p.13)
o preço de uma ação não é apenas um parâmetro de equilíbrio entre oferta e procura,
mas é também um indicador da avaliação que os participantes do mercado de
capitais fazem sobre o retorno esperado de uma ação e, consequentemente, reflete as
informações disponíveis sobre a empresa e o mercado em determinado momento.
Assim sendo, a hipótese de mercado de capitais eficiente tem como pré-requisito um
sistema eficiente de informações. Nesse sentido, é função da contabilidade, quando focalizada
como um sistema de informações das empresas, produzir informações financeiras precisas e
relevantes aos participantes do mercado de capitais. E juntamente com essas informações
produzidas encontra-se o parecer de auditoria, complementando as demonstrações contábeis,
cuja meta é fornecer a confiabilidade necessária para que se tornem úteis ao processo
decisório, inclusive, o de investir e todas as outras questões que estão relacionadas ao
mercado de capitais.
Entendendo esse contexto e sabendo a importância que o assunto possui para todos que,
de alguma forma, estão ligados ao tema como auditores independentes, analistas,
pesquisadores, estudantes e investidores, procurou-se responder ao seguinte problema de
pesquisa: A divulgação das demonstrações contábeis está relacionada com o retorno
financeiro da ação das companhias abertas brasileiras da construção civil?
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Analisar se a divulgação das demonstrações contábeis está relacionada com o retorno
financeiro da ação das companhias abertas brasileiras da construção civil.
14
1.2.2 Especificos
a) Verificar se a divulgação das informações contabéis afeta o valor da ação das companhias
analisadas.
b) Testar por meio do estudo do evento como o parecer divulgado com ressalva afeta o valor
da ação nas empresas do setor da construção civil listadas na BM&Fbovespa, usando o
modelo CAPM.
c) Identificar se após a padronização contábil houve melhora na qualidade da informação
contabil divulgada por parte das empresas expressa pelo parecer dos auditores independentes.
1.3 Justificativa do Estudo
Diante do exposto, percebe-se a importância da divulgação das demonstrações contábeis
no processo da tomada de decisão, uma vez que sem esse documento o usuário da informação
contábil ficará sem referências e indicativos de como a organização se encontra. Nesse
contexto, pode-se deduzir que, ao reduzir o risco final, auditoria de demonstrações contábeis
faz com que a credibilidade das demonstrações aumente.
A razão da escolha do setor da construção civil deve-se ao fato de que esse setor recebe
quase a metade dos investimentos realizados pelo governo, objetivando a estimulação de
investimentos no país. Como são os casos dos programas do governo federal: Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), minha casa minha vida, construção de rodovias e
construções de estádios para a Copa do Mundo e Olimpíadas.
Por ser um assunto recente, a bibliografia é escassa, porém é suficiente para a
elaboração do referencial teórico consistente e atual, principalmente pelos materiais que se
encontram nas principais bibliotecas digitais das universidades espalhadas pelo país.
Assim, a pesquisa se justifica pela necessidade de verificar como as divulgações das
informações contábeis, juntamente com os pareceres dos auditores independentes,
influenciam o retorno das ações, com a função principal de fornecer um aporte mais confiável
ao investidor, mas que sirva também de discussão para o meio acadêmico, dados à carência de
15
pesquisas empíricas sobre a temática, no Brasil, principalmente no que se refere à abordagem
dada nesta pesquisa.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nessa parte será apresentado conceitos essenciais à compreensão do objeto da pesquisa,
primeiramente será abordado as demonstrações contabeis, logo após a auditoria independente
e suas respectivas informações. Em seguida, serão expostas informações sobre os pareceres
dos auditores, tais como conceito, estrutura, tipos e normas. E posteriormente informações
sobre a comissão de valores mobiliários (CVM) e sua normatização.
2.1 Demonstrações Contábeis
2.1.1 Conceito e Fundamentos
As demonstrações são relatórios extraídos da contabilidade após o registro de todos os
documentos que fizeram parte do sistema contábil de qualquer organização em um
determinado período. Essas demonstrações servirão para expressar a situação patrimonial da
empresa, auxiliando assim os diversos usuários no processo de tomada de decisão. As
demonstrações contábeis deverão obedecer aos critérios e formas expostos na Lei 6404/76,
onde estão estabelecidas quais as demonstrações que deverão ser elaboradas pelas empresas,
sejam de capital aberto ou não. E também representa a sua prestação de contas para os
usuários interessados, como os sócios e acionistas. Juntamente com as demonstrações
contábeis, a empresa disponibiliza vários outros documentos como são o caso do relatório de
administração, as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores
independentes e o parecer do conselho fiscal.
2.1.2 A Informação Contábil
Levando-se em conta o ambiente interno das organizações, as informações contábeis
se apresentam de maneira preponderante aos processos de tomada de decisão e nos processos
de gestão. Em relação ao ambiente externo tal importância não diminui, do mesmo modo
como não difere do ambiente interno, ao passo que são necessárias aos diversos usuários e
17
investidores que estão envolvidos e interessados na gestão da organização. Desse modo, a
contabilidade gera informações que, de maneira direta ou indiretamente, envolvem diversos
entes sociais, tais como: pessoas, entidades, fisco, investidores, governo, instituições
financeiras, outros.
Nesse sentido, Edwards e Bell (1964, p. 271 apud GOULART, 2003, p. 54) enfatizam
que a principal meta a ser alcançada pela reunião dos dados contábeis [...] é prover
informação útil para a avaliação das decisões empresariais passadas, e dos métodos utilizados
nestas decisões. A avaliação entende-se primeiramente pela avaliação pela gestão, com o
objetivo de ensejar as melhores decisões possíveis de ação em um futuro desconhecido e a
avaliação da gestão, ou mais amplamente, do desempenho empresarial, por todos os seus
stakeholders, tais como: acionistas, credores, agências governamentais de regulação, e outros
usuários externos interessados, de maneira que possam também realizar melhores julgamentos
com a respeito às atividades da empresa.
2.2 AuditoriaIndependente
2.2.1 Conceitos e Objetivos da Auditoria Independente
“A auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do
controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado
dado” (Attie, 2006. P. 25).
Segundo Souza e Pereira (2006, p. 21), auditoria contábil é:
a técnica contábil composta por um conjunto de normas e procedimentos
específicos, utilizada por profissional qualificado (contador – portador do diploma
de ciências contábeis), que visa sobretudo demonstrar a fidedignidade dos resultados
econômico-financeiros indicados nas Demonstrações Financeiras de uma entidade
em determinado período e se os Princípios Fundamentais de Contabilidade foram
observados em uma base uniforme.
Considerando o exposto acima, pode-se conceituar a auditoria das demonstrações
contábeis como um sistema de verificação dos procedimentos e informações de uma
organização com base em relatórios e demonstrações contábeis, com o intuito maior de
18
expressar uma opinião sobre uma situação investigada, ou seja, dar uma maior veracidade na
opinião sobre determinadas situações analisadas.
2.1.2 Breve Histórico da Auditoria Independente
De acordo com Boynton, Johnson e Kell (2002, p.35), a auditoria começou com a
legislação britânica promulgada durante a revolução industrial em meados do século XIX.
Com o surgimento de investidores, principalmente ingleses que investiam no seu próprio país e
nas colônias da América. Esses investidores não participavam diretamente da administração,
que era feita por gerentes profissionais, portanto, necessitavam de instrumentos de controle
para essa administração.
Boynton, Johnson e Kell (2002, p.35) destacam que a influência britânica migrou para os
Estados Unidos no final do século XIX, à medida que investidores escoceses e ingleses
enviavam seus próprios auditores para verificar as condições das empresas americanas nas
quais tinham investido pesadamente. O foco principal dessa auditoria era encontrar erros de
balanços e bloquear o avanço de fraudes relacionadas com o aprofundamento do fenômeno de
administradores profissionais presentes versus proprietários ausentes.
No Brasil, Santi (1988, p.18) menciona que os primeiros indícios de um parecer de
auditoria reportam ao ano de 1903 e referia-se às demonstrações contábeis da São Paulo
Tramway, Light and Power Company.
Segundo Cardozo (1987, p. 21), o padrão de parecer usado no Brasil, é uma réplica
norte-americana, sua redação, tal como a conhecemos presentemente, foi adotada no ano de
1948.
No Brasil, até março do ano de 1972 os auditores responsáveis pelos pareceres
utilizavam modelos diferentes para realizar seu trabalho. Em abril do mesmo ano, o CFC, por
meio da Resolução CFC n.º 321, de 14/04/1972, institucionalizou um modelo de parecer cuja
adoção passou a ser obrigatória por todos os auditores independentes.
O estilo de parecer fixado era uma réplica do modelo norte-americano exposto e
vigorou até maio de 1991.
19
A partir de junho de 1991, o CFC, com a Resolução CFC n.º 700, de 24/04/91,
estabeleceu novo padrão para o parecer do auditor independente, seguindo a estrutura básica
do modelo norte-americano.
Em 1997, o CFC, por meio das Resoluções CFC n.º 820 e 821, ambas de 17/12/1997,
reformulou as Normas de Auditoria no Brasil. Essa reforma não modificou a estrutura do
parecer vigente, de forma que o modelo atual não seja diferente daquele fixado em 1991.
No final de 1998, o CFC editou a Resolução n.º 830, de 16/12/98, aprovando a
Interpretação Técnica, assim discriminada: “NBC T 11 – IT – 05 – Parecer dos Auditores
Independentes sobre as Demonstrações Contábeis”, que prescreve orientações para o auditor
redigir seu parecer.
No início de 2003, o CFC, editou a Resolução CFC n.º 953, de 24/01/2003, alterando
a expressão “com os Princípios Fundamentais de Contabilidade” por “práticas contábeis
adotadas no Brasil”, nos parágrafos de opinião dos Pareceres e Relatórios emitidos pelos
Auditores Independentes.
O quadro1 apresenta uma síntese de todo o processo evolutivo da história da auditoria,
até 2001, na criação do cargo de auditor.
Quadro 1 – Evolução histórica da Auditoria
1756
A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do capitalismo propiciaram grande
Impulso para a profissão devido ao surgimento das primeiras fábricas com uso intensivo
de capital [...]
1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados na Inglaterra.
1887 Cria-se nos EUA, a Associação dos Contadores Públicos Certificados.
1894 É Criado na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade Pública.
Início do Séc.
XX
Surgimento das grandes corporações americanas e rápida expansão do mercado de
capitais
1916 Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação
supracitada em 1887.
1917 Redenominação do IPA para AIA (American Institute of Accountants).
1929 Crash da Bolsa de Valores.
20
Início dos
anos 30
O AIA propõe ao Congresso Norte-Americano a regulamentação de normas e padrões
contábeis por profissionais altamente capacitados.
1934
Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos EUA, aumentado a
importância da profissão do auditor como guardião das transparências das informações
contábeis das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais [...]
1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno
1957
Redenominaçãodo AIA para AICPA (American Institute of Certified Public
Accountants), instituto que teve importância decisiva para o desenvolvimento das
práticas contábeis e de auditoria.
1971 Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) [...]
1973 Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards Board), nos EUA, como
objetivo de determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis.
1976 Com a Lei nº 6.404 – Lei das Sociedades por ações – foram normatizados as práticas e
relatórios contábeis
1976
Com a Lei nº 6.385, é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a
responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria das
empresas de capital aberto, além de fiscalizar.
1977
Surgimento do IFAC (International Federation of Accountants), que substituiu o
International Coordination Committee for Accountancy Profession, com a missão de
emitir padrões profissionais e guias de recomendação, além de buscar a convergência
internacional desses padrões.
2001
Surgimento do IASB (International Accounting Standards Board), com sede na Grã-
Bretanha, que assume a responsabilidade de estudo de padrões contábeis, antes de
dirigidos pelo IASC (International Accounting Standards Comitte), com o objetivo de
harmonizá-las internacionalmente.
Fonte: Adaptado de Oliveira & Diniz Filho (2001).
Com o surgimento das entidades mencionadas no Quadro 1, a auditoria gradativamente
se atrelou ao desenvolvimento econômico mundial, aperfeiçoando o processo contábil e
suavizando sua impressão de geradora de custos para as empresas.
21
2.1.3 Normas de Auditoria Independente
As normas de auditorias independentes são imprescindíveis de se seguir, visto que é
através delas que são estabelecidas as diretrizes para a melhor obtenção de satisfação nos
pareceres dos auditores no Brasil e no mundo.
Para Attie (2000, p. 55), as Normas de Auditoria têm o intuito de estabelecer padrões
técnicos que visam a:
qualificação na condução dos trabalhos de auditoria e garantir atuação consistente
tecnicamente suficiente do auditor e de seu parecer, assegurando, a todos aqueles que
dependem de sua opinião, a observação de uma série de requisitos considerados
indispensáveis para o trabalho concretizado.
Segundo Boynton, Johnson e Kell (2002, p. 74), as Normas de Auditoria “estabelecem
a qualidade do desempenho e os objetivos globais a serem alcançados em uma auditoria de
demonstrações contábeis.”
Levando-se em conta o exposto acima fica evidente a importância de se seguir as
normatizações para que se possam obter resultados satisfatórios nas atividades dos pareceres
de auditoria, agradando dessa maneira todos os envolvidos do processo.
Os principais órgãos que atuam na elaboração de Normas e na fiscalização das
atividades da Auditoria Independente, no Brasil, são:
- Conselho Federal de Contabilidade – CFC;
- Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON;
- Comissão de Valores Mobiliários – CVM;
- Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC.
No Brasil, a NBC T 11.6, emitida pelo CFC (Relevância na Auditoria) que era a norma
vigente, foi revogada e foram emitidas novas normas auditoria de acordo com o International
Standard on Auditing (ISA), por meio das NBC Tas 700, 705 e 706. Dessa forma convergindo
com as normas de auditorias utilizadas no mundo e em busca de um padrão universal. Que em
suma trata da relevância nos procedimentos de auditoria aplicada aos exames e revisões das
demonstrações contábeis e menciona que o auditor independente deve considerar a relevância
e seu relacionamento com os riscos identificados durante o processo de auditoria.
22
2.2 Parecer de Auditoria
O parecer dos auditores independentes é o resultado final do trabalho do auditor, após a
análise das demonstrações contábeis da entidade analisada. É através desse instrumento que
os auditores explicitam as suas considerações a respeitos das entidades auditadas.
O Conselho Federal de Contabilidade – CFC define a auditoria das demonstrações
contábeis como:
o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer
sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as
Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica
(CFC, 1997ª).
A elaboração de um parecer de auditoria é tarefa regulamentada por órgão fiscalizador
da profissão contábil que, no Brasil, através do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é
disciplinada pelas Normas Brasileiras de Contabilidade. Entretanto a não observância a essas
normas, embora potencializando punição aos profissionais da área contábil, não tem força
legal para alcançar as empresas. Conforme adverte Niyama (2005, p.13), “os documentos
editados pelo CFC ainda não possuem autoridade substantiva, para serem compulsoriamente
adotados pelas empresas o que enfraquece a profissão”.
A definição de um modelo padrão para a elaboração do parecer dos auditores
independentes é justificada pela normatização brasileira com o argumento de que
[...] o auditor assume, através do parecer, responsabilidade técnico profissional
definida inclusive de ordem pública, [sendo] indispensável que tal documento
obedeça às características intrínsecas e extrínsecas estabelecidas nas presentes
normas. (CFC, 2003)
Almeida e Vasconcelos (2008, p. 10) afirmam que a padronização objetiva “[...] evitar,
por exemplo, que um investidor seja privilegiado pelo acesso à maior número de informações
do que outro”.
Portanto a padronização é de suma importância para assegurar aos usuários das
demonstrações contábeis a divulgação no parecer, informações que atinjam um propósito
sólido, inclusive em relação a sua qualidade e a consistência dos dados relatados.
23
2.2.1 Estrutura do Parecer de Auditoria
A estrutura do Parecer de Auditoria é composta, em condições normais, por três
parágrafos: Tratam-se como condições normais situações que não requerem comentários
adicionais como ressalva, divisão de responsabilidade ou ênfase em determinados pontos ou
questões.
O primeiro parágrafo refere-se à identificação das demonstrações contábeis e à
definição das responsabilidades da administração e dos auditores. O segundo parágrafo é em
relação à extensão do trabalho e o terceiro parágrafo é o que expressa à opinião do auditor
sobre as demonstrações contábeis.
O Parecer deve identificar as demonstrações sobre as quais o auditor está expressando a
sua opinião, indicando, também o nome da entidade, as datas e períodos a que correspondem.
O parecer é de privativa responsabilidade do auditor, diferentemente das demonstrações
contábeis, que é da administração da entidade, informação essa que deve ser evidenciada no
inicio do parecer.
No parágrafo que se refere à extensão dos trabalhos o auditor informa se o exame foi
realizado de acordo com as Normas Brasileiras de Auditoria em vigor, fazendo uma descrição
dos principais trabalhos efetuados.
Na parte de opinião o auditor expressa se as demonstrações contábeis representam
adequadamente, em todos os critérios relevantes, a posição patrimonial e financeira da
entidade auditada, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
2.2.2 Tipos de Pareceres de Auditoria
A NBC Tas propõe que os pareceres sejam classificados, segundo a natureza da
opinião, em:
a) parecer sem ressalva;
b) parecer com ressalva;
c) parecer adverso e
d) parecer com abstenção de opinião.
24
Uma generalização é realizada para se ter uma base para argumentação no que refere ao
conteúdo que serve de fundamentação teórica e literária para a qualificação da analise.
2.2.2.1 Parecer sem Ressalva
O parecer sem ressalva é emitido de acordo com a resolução CFC 1231/2009 quando o
auditor conclui que as demonstrações contábeis apresentam adequadamente todos os critérios
relevantes aportados pelas normatizações, e de acordo com as praticas contábeis adotadas no
Brasil, econômico-financeira da entidade e sua posição patrimonial. O parecer sem ressalva
implica também que existindo alterações em procedimentos contábeis, os efeitos delas foram
adequadamente determinados e revelados nas demonstrações contábeis.
O auditor não deve emitir o parecer sem ressalva quando existir discordância com a
administração da entidade a respeito de aspectos inerentes as demonstrações contábeis ou
limitação na extensão do seu trabalho. O auditor independente, diante dessas concordâncias
deve emitir um parecer com ressalva.
2.2.2.2 Parecer com Ressalva
O parecer com ressalva é referente às situações em que foi identificado um desvio das
normas e praticas contábeis nas demonstrações, mas essa discordância não impacta o suficiente
para que haja um parecer adverso ou abstenção de opinião, ou seja, esse desvio pode ser
mensurado com certa razoabilidade.
De acordo com a NBC TA 705(2009), o Parecer com Ressalva deve obedecer ao modelo
do Parecer sem Ressalva, com a utilização das expressões “exceto por”, “com exceção de” ou
“exceto quanto”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. Não sendo permitido o
uso de expressões diferentes citadas anteriormente.
25
2.2.2.3 Parecer Adverso
Segundo a NBC TA 705 (2009), o auditor deve expressar uma opinião adversa quando,
tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções,
individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.
Neste, o auditor independente conclui que uma ressalva não basta para qualificar a
magnitude da distorção das demonstrações, que a seu ver estão incorretas e/ou incompletas. E
quando o auditor não consegue realizar os exames necessários para ter a compreensão
adequada das demonstrações contábeis para pode expressar a sua opinião, ele emite o parecer
com abstenção de opinião.
2.2.2.4 Parecer com Abstenção de Opinião
O parecer com a abstenção de opinião é abordada pelo Conselho Federal de
Contabilidade, na NBC TA 705(2009), “aquele em que o auditor deixa de emitir opinião
sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido comprovação suficiente para
fundamentá-la”.
O Conselho Federal de Contabilidade, na Resolução n°. 953, de 24 de janeiro de 2003,
no item 11.3.7.1, evidencia que:
quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar
significativamente aposição patrimonial e financeira da entidade, bem como o
resultado de suas operações, deve o auditoradicionar um parágrafo de ênfase em seu
parecer, após o parágrafo de opinião, fazendo referência ànota explicativa da
administração, que deve descrever de forma mais extensa, a natureza e, quando
possível, o efeito da incerteza.
A situação da falta de abstenção do profissional contábil não exime a responsabilidade
de mencionar qualquer desvio importante que normalmente seria incluído como ressalva em
seu parecer e que, contudo possa influenciar a decisao do usuario dessas informações
contabeis.
26
2.2.3 Fato Relevante e Parágrafo de Ênfase
O fato relevante são os casos que acontecem na companhia auditada e que devem ser
divulgadas no parecer, podendo gerar dúvidas ou não no auditor em relação às demonstrações
contábeis, desse modo, são situações com incertezas para o auditor conforme NBC TA
706(2009) se:
o auditor considera necessário chamar a atenção ao dos usuários para um assunto
apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu
julgamento, tem tal importância e é fundamental para o entendimento pelos usuários
das demonstrações contábeis, ele deve incluir parágrafo de ênfase no relatório.
Um elemento importante para o parágrafo de ênfase foi a resolução CFC 1.233/2009
que aborda o uso dos Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no parecer, que
tenta esclarecer o uso dos parágrafos conforme situação mencionada pelo auditor para as
demonstrações iniciadas no período a partir de 1º de janeiro de 2010.
2.3 Normatização da Comissão de Valores Mobiliários
A comissão de valores mobiliários tem o objetivo de regular, desenvolver e monitorar o
mercado de valores mobiliários, resguardando o interesse dos investidores e assegurando
grande divulgação das informações sobre as entidades e seus valores mobiliários. A CVM tem
competência para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação de vários integrantes do
mercado. Nesse intuito, a CVM determina através do art. 26 da Lei nº 6.385/76 que:
Somente as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes,
registrados na Comissão de Valores Mobiliários, poderão auditar, para os efeitos
desta Lei, as demonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições,
sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de
valores mobiliários. (BRASIL, 1976ª)
Na data de 24 de outubro de 1978 a CVM emitiu a instrução nº 04, regulamentado
normas, que veio a estabelecer as condições para o registro dos auditores independentes na
comissão de valores imobiliários, e também as normas que regem as situações em que o
registro poderá ser recusado, suspenso e até mesmo cancelado.
27
De acordo com CVM os alicerces que direcionam o trabalho de fiscalização e
disciplina são:
- importância de um sistema de auditoria independente como suporte
indispensável ao órgão regulador;
- a figura do auditor independente como elemento imprescindível para a
credibilidade do mercado e como instrumento de inestimável valor na
proteção dos investidores, na medida em que a sua função é zelar pela
fidedignidade e confiabilidade das demonstrações contábeis da entidade
auditada;
- a exatidão e a clareza das demonstrações contábeis, inclusive a divulgação
em notas explicativas de informações indispensáveis à visualização da
situação patrimonial e financeira e dos resultados da entidade auditada,
dependem de um sistema de auditoria eficaz e, fundamentalmente, da
tomada de consciência do auditor quanto ao seu verdadeiro papel dentro
deste contexto; e
- a necessidade de que o mercado disponha de auditores independentes
altamente capacitados e que, ao mesmo tempo, desfrutem de um elevado
grau de independência no exercício da sua atividade. (CVM, 1978).
A CVM ciente dos ocorridos que resultaram na quebra de bancos por consequência do
envolvimento de empresas de auditoria, como foi o caso do Banco Econômico e o Banco
Nacional decidiu reformular os fundamentos básicos inicialmente emitidos.
O resultado dessa modificação suscitou a edição da instrução CVM nº 308, de 14 de
maio de 1999, que informa sobre o registro e exercício da atividade de auditoria
independente, define os deveres e responsabilidades dos administradores das entidades
auditadas no relacionamento com os auditores independentes. Nessa instrução também houve
novidades, tais como o rodízio de auditores, a cada cinco anos, e a revisão dos seus controles
de qualidade, que serão realizados por outros auditores independentes e a criação do programa
de educação continuada.
28
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterização da Pesquisa
O presente trabalho pretende analisar se a divulgação das demonstrações contábeis está
relacionada com o retorno financeiro das empresas do setor da construção civil listadas na
BM&F BOVESPA. Portanto, trata-se de uma pesquisa, segundo Tripodi (1981, p. 40)
exploratória descritiva, uma vez que também tem a função de avaliar relações de causa e
efeito, no caso variação dos retornos das ações em relação à publicação das informações
contábeis.
3.2 População e Amostra
Das 677 (seiscentas e setenta e sete) Companhias listadas na BM&F BOVESPA foram
selecionadas para compor a população as 22 (vinte e duas) entidades do segmento econômico
de Construção Civil disponibilizada no site daquela bolsa de valores, conforme a Tabela 1,
abaixo:
Tabela 1-Companhias de Construção Civil com ações na BM&F BOVESPA
Construção Civil Cod
BROOKFIELD INCORPORAÇÕES S/A BISA NM
CAMARGO CORREIA DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO S/A CCIM NM
CIMOB PARTICIPÇÕES S/A GAFP -
BROOKFIELD SÃO PAULO EMPREENDIMENTOS IMMOBILIÁRIOS S/A CPNY -
CONSTRUTORA ADOLPHO LINDEMBERG S/A CALI -
CR2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A CRDE NM
CYRELA BRAZIL REALT S/AEMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A CYRE NM
DIRECIONALENGENHARIA S/A DIPR NM
EVENCONSTRUTORA E INCORPORAÇÕES S/A EVEN NM
EZ TEC EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A EZTC NM
GAFISA S/A GFSA NM
HELBOR EMPREENDIMENTOS S/A HBOR NM
JHSF PARTICIPAÇÕES S/A JHSF NM
JOAO FORTES ENGENHARIA S/A JFEN -
MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A MRVE NM
29
PDG REALT S/A EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES PDGR NM
RODOBENS NEGOCIOS IMOBILIÁRIOS S/A RDNI NM
ROSSI RESIDENCIAL S/A RSID NM
SERGEN SERVIÇOS GERAIS DE ENGENHARIA S/A SGEN -
TECNISA S/A TCSA NM
TRISUL S/A TRIS NM
VIVER INCORPORAÇÕE E CONSTRUTORA S/A VIVR NM
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
As demonstrações contábeis analisadas foram àquelas encerradas em 31 de dezembro
dos anos 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012. A fim de se evitar viés na amostra e problemas de
especificação na estimação dos modelos, serão excluídas deste trabalho:
a. As companhias com dados ausentes necessários a este estudo e
b. As companhias que arquivaram as Demonstrações Financeiras Padronizadas em anos
posteriores do que deveria ser publicados após se passar um ano das referidas demonstrações
contábeis.
Conforme Taglicarne (1999), a amostra é uma reprodução em miniatura do universo,
devendo ser sua fotografia e, como tal, representar fielmente o original.
O objeto de estudo desta pesquisa são seres inanimados/objetos:
balanços/demonstrativos e pareceres.
3.3 Dados e Instrumento de Coleta
A metodologia seguida nesse trabalho contemplou-se as pesquisas bibliográficas,
documental e a coleta de dados secundários.
Primeiramente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de livros, normas
nacionais, produções científicas, artigos publicados em congressos, sites da internet etc..
A pesquisa documental foi realizada a partir da verificação dos pareceres de auditoria
para as 22 empresas selecionadas e extraídas do site da Comissão de Valores Mobiliários –
CVM. O intuito dessa verificação é observar para cada umas das empresas pesquisadas se os
respectivos pareceres de auditoria foram emitidos com ou sem ressalva.
30
Os dados secundários foram extraídos por meio das divulgações das cotações das
empresas analisadas do banco de dados do “comdinheiro.com” e “fundamentus.com”, como
também do banco de dados do Banco Central.
3.4 Tratamento Estatístico e Forma de Análise
Como essa pesquisa utiliza de ferramentas estatísticas como base do processo de análise
do problema, classifica-se como quantitativa e emprega dados estatísticos como referencial do
processo de análise de um problema, objetivando quantificar e organizar dados transformando
em informação. Neste trabalho, na análise dos dados serão utilizadas ferramentas estatísticas
do Microsoft Excel.
3.5 Desenho da Pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
31
3.6 Modelo Operacional
3.6.1 CAPM
Um dos modelos utilizados na pesquisa leva em conta a sensibilidade do ativo ao risco
não-diversificável, ou mais conhecido como coeficiente beta (β), é sua premissa teórica segue
o raciocínio praticamente em que o custo de capital corresponde à taxa de rentabilidade
exigida pelos investidores como compensação pelo risco de mercado ao qual estão expostos.
O modelo foi criado por Jack Treynor, William Forsyth Sharpe, John Lintner e Jan
Mossin, independentemente, baseado no trabalho de Harry Markowitz sobre diversificação e
teoria moderna de portfólio.
Ri–Rf = Rf + (Rm–Rf).β + (Rm–Rf).Dummy
Em que:
Ri = Retorno Esperado do Ativo i;
Rf = taxa livre de risco;
Ri–Rf= Retorno em excesso do Ativo i;
Rm = Retorno da carteira de mercado (Ibovespa);
(Rm–Rf) = Prêmio pelo risco de mercado;
β = nível de risco sistêmico;
(Rm – Rf ).β = nível de risco das empresas
Dummy =Para verificar se a divulgação da informação contábil foi relevante sendo 0 antes da
data da divulgação e 1 após. E para verificar o parecer dos auditores independentes sendo 1 se
for parecer com ressalva e = 0 se parecer sem ressalva
ε = Erro padrão da regressão
Existem dois métodos usados para calcular retornos para uma série de preços, um
envolve a formação de retornos discretos e outro de retorno contínuo. Nesta pesquisa é
32
utilizado o retorno contínuo para os cálculos do retorno de mercado (Rm) e do retorno das
ações (Ri), devido aos testes estatísticos paramétricos exigirem uma distribuição normal,
sendo para este cálculo empregado a seguinte equação:
rt = ln(pt/pt-1)
Em que:
rt = é igual ao retorno contínuo;
In pt = logaritmo natural do preço do ativo no preço no tempo t;
In pt- 1 = logaritmo natural do preço do ativo no preço no tempo t – 1
33
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Atendendo ao primeiro objetivo específico de verificar se a divulgação das
informações contabéis contendo o parecer do auditor independente afetam o valor da ação
das companhias analisadas, foi verificado com auxilio do modelo CAPM, em referênciaao
índice Retorno Financeiro (Rf) que somente as empresas CYRE, JFEN, PDGR nos anos de
2009 e a empresa VIVR no ano de 2012 apresentaram valores estaticamente significantes
com p-value ≤ a 5% de acordo com a tabela do apêndice A.
Desse modo, os resultados sugerem que as ações dessas empresas em príncipio foram
afetadas pela divulgação das informações contabéis. Em contrapartida a maioria das
empresas analisadas possui p-value ≥ a 5%, mostrando que em torno de 94,29% dos eventos
analisados não teve nenhum impactono preço da ação. Em relação ao evento divulgação das
informações contábeis (Dummy), somente as empresas BISA, GFSA, JHSF e a PDGR no
ano de 2010, apresentaram valores estaticamentes significantes com p-value ≤ a 5% em
conformidade com a tabela do apêndice A. Portanto, osresultados sugerem que as ações
dessas empresas em principio foram afetadas pelo evendo divulgação, mas a grande maioria
das empresas analisadas possuiu p-value ≥ a 5%, explicitanto que em torno de94,29% dos
eventos analisados não apresentaram valores estaticamentes significantes.
Em consonância com o segundo objetivo específico que vai testar por meio do estudo
do evento como o parecer divulgado com ressalva afeta o valor da ação nas empresas do setor
da construção civil listadas na BM&Fbovespa, usando o modelo CAPM. A única empresa
que enquadrou nesse objetivo foi a JFEN, pois foi a única que apresentouressalva nos
pareceres dos auditores independentes nos anos de 2008 e 2009 e todos os dados necessários
para análise. Assim é possível observar na tabela 2 os resultados da regressão relacionados ao
evento divulgação das demonstrações contábeis (Dummy), que é o principal artifício utilizado
para responder a esse objetivo específico. Observa-se que os valores tanto do ano de 2008,
como o ano de 2009 apresentaram p-value ≥ a 5%, sugerindo que os valores obtidos foram
estaticamentes insignificantes em relação aonível de confiança estabelecido para a regressão.
34
Tabela 2- Dados estatísticos da empresa JFEN
Companhia Ano Rf p-value Dummy p-value
JFEN 2008 1,29284
0,711065
0,00244
0,441721
2009 4,774274
0,047972
-0,00021
0,645342
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Os dados demonstrados na Tabela 3referem-se ao total de pareceres divulgados entre
os anos de 2005 a 2012 das companhias analisadas na pesquisa, e responde ao terceiro
objetivo específico, Identificando se após a padronização contábil houve melhora na
qualidade da informação contabil divulgada por parte das empresas expressa pelo parecer dos
auditores independentes. Nessa análise o corte transversal de oito anos possibilitou uma visão
mais abrangente do efeito das normas contábeis nos tipos de pareceres.
Conforme as colunas dos tipos de pareceres verificaram-se um aumento gradual dos
pareceres sem ressalva e a diminuição dos pareceres com ressalva, chegando a zero durante os
oito anos analisados. O que se pode sugerir que após a normatização de acordo com o padrão
internacional, houve uma melhora na qualidade da informação contábil divulgada nas
demonstrações e retificada pelos pareceres dos auditores independentes, demonstrando
também que as companhias estão se tornando mais comprometidas e com controles internos
mais exigentes e eficientes.
Tabela 3- Tipos de pareceres de acordo com o ano das demonstrações contábeis
Ano das
Demonstrações
Tipos de Pareceres
P S % P C % D A % Total Geral %
2005 9 40,91 3 13,64 10 45,45 22 100
2006 18 81,82 3 13,64 1 4,545 22 100
2007 20 90,91 2 9,091 0 0 22 100
2008 20 90,91 2 9,091 0 0 22 100
2009 20 90,91 2 9,091 0 0 22 100
2010 20 90,91 1 4,545 1 4,545 22 100
2011 20 90,91 0 0 2 9,091 22 100
2012 18 81,82 0 0 4 18,18 22 100
Total Geral 145 82,4 13 7,39 18 10,2 176 100
Legenda: P S – Parecer sem ressalva; P C – Parecer com ressalva; D A – Dados Ausentes
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
35
A tabela 4é um complemento da tabela 3 e evidência todas as empresas analisadas de
acordo com a quantidade de tipos de pareceres durante os oito anos pesquisados (2005-2012).
Verificando-se a maior incidência de pareceres sem ressalva e dados ausentes.
Tabela 4- Empresas e o total de pareceres nos anos analisados
Empresas Relatório sem
Ressalva (%)
Relatório com Ressalva
(%) Dados
Ausentes (%)
Total Geral
BISA 8 5,517 0 0 0 0 8 CCIM 7 4,828 0 0 1 5,556 8 GAFP 0 0 5 38,46 3 16,67 8 CPNY 7 4,828 0 0 1 5,556 8 CALI 6 4,138 2 15,38 0 0 8 CRDE 7 4,828 0 0 1 5,556 8 CYRE 8 5,517 0 0 0 0 8 DIPR 7 4,828 0 0 1 5,556 8 EVEN 8 5,517 0 0 0 0 8 EZTC 7 4,828 0 0 1 5,556 8 GFSA 8 5,517 0 0 0 0 8 HBOR 7 4,828 0 0 1 5,556 8 JHSF 7 4,828 0 0 1 5,556 8 JFEN 3 2,069 5 38,46 0 0 8
MRVE 7 4,828 0 0 1 5,556 8 PDGR 8 5,517 0 0 0 0 8 RDNI 7 4,828 0 0 1 5,556 8 RSID 8 5,517 0 0 0 0 8 SGEN 5 3,448 1 7,692 2 11,11 8 TCSA 7 4,828 0 0 1 5,556 8 TRIS 6 4,138 0 0 2 11,11 8 VIVR 7 4,828 0 0 1 5,556 8
TOTAL 145 100 13 100 18 100 176
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal deste estudo foi verificar, através de um estudo de evento no
mercado de capitais brasileiro, especificamente no setor da construção civil, se o conteúdo
informacional das demonstrações financeiras é capaz de surpreender o mercado,
influenciando no retorno financeiro das ações. Num primeiro momento, o estudo abordou os
aspectos conceituais relacionados às temáticas que suportaram a formulação do problema a
ser investigado. Foi apontado também que os demonstrativos financeiros são veículos de
comunicação importantes entre as empresas e o mercado, por sistematizarem as informações
relevantes de maneira padronizada. Entretanto, especula-se que o seu caráter estático o
credencia mais como um validador de expectativas, do que um instrumento útil para a tomada
de decisões. Sob estes pontos de vista ambíguos, o estudo foi conduzido com a finalidade de
contribuir para o melhor entendimento desta questão no mercado de capitais brasileiro.
Os resultados empíricos evidenciaram que a divulgação das demonstrações contábeis
das empresas com ações negociadas na Bovespa, não influenciou o preço das suas ações em
sua totalidade, respaldado algumas exceções que chegam há um pouco mais de 5% da
totalidade das observações, representadas pelas empresas analisadas. Isto é, não foram
constatados retornos anormais estatisticamente significativos na data da publicação dos
demonstrativos.
As principais limitações do estudo referem-se a aspectos metodológicos específicos. A
falta de informações nos bancos de dados dos sites consultados, resultando na diminuição de
observações dos anos a se analisar, a pouca incidência de empresas que apresentaram
pareceres com ressalva nas suas divulgações de informações contábeis, diminuindo assim, os
eventos a serem observados, a indisponibilidade do histórico diário dos preços das ações de
algumas empresas e a presunção de que a reação do mercado não se dá apenas no exato dia da
divulgação, levando se portanto em consideração um período mais amplo.
O presente estudo não pretendeu esgotar o assunto sobre a discussão que trata da
relevância dos demonstrativos financeiros para o mercado de capitais, mas sim incentivar o
interesse por esta linha de pesquisa. Estudos adicionais podem dar continuidade e fornecer
maior robustez aos resultados encontrados. Alguns rumos para futuras pesquisas incluem a
verificação do impacto da divulgação das demonstrações contábeis em outros setores
37
importantes do país, como o elétrico e o agrícola e a diferença de impacto das demonstrações
contendo pareceres sem ressalva e com ressalva. Estes tópicos serão objeto de futuros estudos
a serem pesquisados.
38
REFERENCIAS
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39
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TRIPODI, Tony et al. Análise da pesquisa social. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1981.
41
APÊNDICE A – Empresas selecionadas com os devidos dados estatísticos
Empresa Ano Rf p-value Dummy p-value Teste F F de Significância
BISA
2008 1,0800 0,6709 0,0034 0,2422 2,3888 0,0785
2009 4,4300 0,2573 0,0000 0,9951 1,2514 0,2999
2010 3,1653 0,4026 -0,0021 0,0249 3,9618 0,0124
2011 -0,6069 0,8688 -0,0011 0,3461 0,9815 0,4081
2012 3,8342 0,8098 -0,0001 0,9386 0,0223 0,9954
CRDE
2008 4,7962 0,1408 -0,0020 0,4041 2,2868 0,0886
2009 6,3872 0,1784 -0,0001 0,9057 1,9129 0,1380
2010 -0,1841 0,9607 -0,0013 0,1677 2,2209 0,0958
2011 1,6338 0,4533 0,0008 0,4184 0,4026 0,7517
2012 -8,5896 0,6160 0,0008 0,4036 0,3553 0,7855
CYRE
2008 3,4653 0,5802 0,0009 0,8071 0,3980 0,7550
2009 9,4601 0,0080 -0,0001 0,8750 3,7264 0,0163
2010 1,9502 0,6635 -0,0002 0,8549 1,8314 0,1519
2011 3,7607 0,2132 0,0015 0,2827 1,0683 0,3700
2012 -1,1176 0,8700 0,0004 0,2485 0,6071 0,6132
EVEN
2008 -0,9978 0,8059 0,0020 0,2404 4,2515 0,0089
2009 2,9038 0,3937 0,0004 0.692857 0,7724 0,5143
2010 0,2713 0,9479 -0,0013 0,2244 1,1808 0,3253
2011 1,0182 0,6894 0,0004 0,7219 0,0700 0,9757
2012 3,2503 0,9187 -0,0001 0,8998 1,2888 0,2872
EZTC
2008 0,0631 0,9807 0,0002 0,9305 0,6126 0,6097
2009 170,2466 0,6947 0,0002 0,5881 0,5181 0,6715
2010 -0,1949 0,9550 -0,0004 0,6227 1,7288 0,1715
2011 0,0129 0,9946 -0,0002 0,7482 3,8426 0,0143
2012 -5,4645 0,3698 0,0005 0,1670 1,1589 0,3336
GFSA
2008 0,4639 0,9241 -0,0044 0,3315 0,3972 0,7555
2009 5,4596 0,9936 -0,0003 0,7314 0,0719 0,9748
2010 -0,0135 0,9974 -0,0024 0,0138 4,2953 0,0085
2011 2,8078 0,8280 0,0019 0,5913 1,6833 0,1810
2012 23,0366 0,2408 0,0004 0,6486 1,3706 0,2612
HBOR
2008 0,5327 0,8569 0,0031 0,3055 1,2628 0,2960
2009 191,9337 0,5215 0,0002 0,6497 0,2439 0,8653
2010 0,1950 0,9559 0,0005 0,5032 1,2616 0,2964
2011 -0,8246 0,6736 -0,0009 0,1827 1,3691 0,2616
2012 -2,4746 0,7691 -0,0002 0,6022 0,3300 0,8037
JFEN 2008 1,2928 0,7111 0,0024 0,4417 0,4132 0,7442
2009 4,7743 0,0480 -0,0002 0,6453 1,4705 0,2324
42
2010 -0,9309 0,6570 -0,0001 0,8280 0,1969 0,8981
2011 -0,8340 0,7290 -0,0004 0,7008 0,4842 0,6946
2012 -9,7173 0,7150 0,0013 0,3744 0,3092 0,8186
JHSF
2008 3,9135 0,0720 -0,0013 0,5694 3,3598 0,0250
2009 4,0259 0,3176 -0,0004 0,5207 2,1222 0,1076
2010 6,8312 0,1633 -0,0033 0,0102 2,7539 0,0509
2011 1,6537 0,1905 0,0000 0,9600 0,7456 0,5295
2012 5,8561 0,5287 -0,0002 0,7085 0,5063 0,6795
MRVE
2008 10,5499 0,2754 0,0059 0,2391 1,8473 0,1491
2009 3,9046 0,4090 -0,0010 0,1587 1,8601 0,1469
2010 0,4779 0,9255 -0,0007 0,5681 1,3204 0,2769
2011 4,0164 0,2128 0,0002 0,8258 1,3371 0,2716
2012 10,9588 0,4473 -0,0010 0,1923 1,0831 0,3638
PDGR
2008 0,2507 0,9454 -0,0013 0,6713 0,0690 0,9762
2009 10,9124 0,0279 -0,0006 0,4260 2,1958 0,0986
2010 -0,8211 0,8307 -0,0016 0,0332 4,1245 0,0103
2011 3,9592 0,7277 0,0027 0,4163 0,5120 0,6756
2012 -0,8436 0,9479 -0,0006 0,4479 0,3766 0,7702
RDNI
2008 -0,1228 0,9847 -0,0027 0,6552 5,2397 0,0029
2009 2,1446 0,5903 0,0001 0,9126 2,7821 0,0493
2010 0,3528 0,9566 0,0010 0,3794 2,8694 0,0444
2011 2,8005 0,2877 0,0010 0,3589 0,5105 0,6767
2012 8,9160 0,1914 -0,0004 0,2784 0,6471 0,5880
TRIS
2008 2,9420 0,4952 -0,0050 0,2629 2,0967 0,1110
2009 6,8779 0,3782 0,0007 0,2471 1,4335 0,2427
2010 7,3359 0,2113 -0,0015 0,2985 0,6696 0,5743
2011 0,1950 0,9337 0,0010 0,3516 0,3381 0,7979
2012 0,0026 0,9998 0,0000 0,9986 0,0334 0,9917
VIVR
2008 3,6863 0,3298 0,0008 0,8354 1,5933 0,2012
2009 5,8961 0,1289 -0,0005 0,4679 2,5498 0,0648
2010 2,2697 0,4287 -0,0010 0,1655 0,6619 0,5790
2011 -1,4217 0,4094 -0,0001 0,9195 2,2805 0,0892
2012 38,5122 0,0251 -0,0009 0,3544 2,1459 0,1047