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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Educação
Curso de Pedagogia
ALDEMIR PATRICIO DA SILVA
O MANUAL DO DETETIVE: PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO
EXPERIMENTAL
NATAL-UFRN
2015
Aldemir Patricio da Silva
O MANUAL DO DETETIVE: PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO
EXPERIMENTAL
Artigo apresentado ao Centro de Pedagogia, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito para obtenção do título de
licenciatura em Pedagogia.
Orientador: Prof.º Dr. Thiago Emmanuel
Araújo Severo.
NATAL-UFRN
2015
ALDEMIR PATRICIO DA SILVA
O MANUAL DO DETETIVE: PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO
EXPERIMENTAL
Artigo, apresentado a Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como parte das
exigências para a obtenção do título de
licenciatura em Pedagogia.
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Dr. Thiago Emmanuel Araújo Severo
(Prof. Orientador)
UFRN
_________________________________
Drª. Maria da Conceição de Almeida
(Prof. avaliador)
UFRN
_________________________________
Dr. Alexandre da Silva Aguiar
UFRN
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O MANUAL DO DETETIVE: PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO
EXPERIMENTAL
Aldemir Patricio da Silva1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Resumo:
O presente artigo aponta elementos de uma estratégia de ensino experimental que
possibilite o bom pensamento, por ser contextualizada e construída mais próxima das
especificidades dos sujeitos. Tem como meta ampliar o diálogo sobre a noção de ensino
experimental. Visto que, essa estratégia valoriza as vivências e significações que o
aluno inscreve durante a construção do saber. Este artigo objetiva construir princípios
de um manual do detetive, como um documento imaginário, onde o aluno assume uma
postura de detetive que atribui sentidos as coisas compreendidas por meio dos órgãos de
sentidos do corpo humano, registrando sua aprendizagem nos diários dos detetives,
propiciando o pensamento ativo por ser um ensino contextualizado de maneira pela qual
os alunos são agentes produtores e construtores de múltiplos conhecimentos. Esse artigo
teve como campo empírico o Projeto de Extensão Estaleiros de Saberes – GRECOM/
UFRN realizado em 2014.
Palavras-Chave: Detetive, Complexidade, Ensino de Ciências.
A DETECTIVE MANUAL: PRINCIPLES FOR A EXPERIMENTAL
EDUCATION
Abstract:
This article is about the elements of an experimental learning and teaching strategy that
can enable a good thinking, to be contextualized and built closer to the specificities of
the subject. One of the goals is to improve a dialogue about the notion of experimental
education. Since this strategy values the experiences and meanings that the student
enrolls for the construction of knowledge. This article aims to build principles of a
detective's manual, as an imaginary document, where the student takes a detective
position that gives way things understood through the organs of senses This article had
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as empirical field the Knowledge Shipyards Extension Project - GRECOM / UFRN held
in 2014.
Key-words: Detective, Complexity, Science Education.
Introdução
As práticas de ensino de Ciências Naturais no ensino fundamental vêm
ocorrendo de diversas maneiras no decorrer das últimas décadas. De acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais, (1998), nos dias atuais ainda estão presentes
métodos de ensino que se apoiam na transmissão de informações, onde o docente
prioriza o livro didático como sendo seu principal recurso pedagógico, porém ressalta
que nos últimos anos o ensino de Ciências Naturais vem ganhando destaque pela
inserção dos avanços naturais, tecnológicos e culturais.
Com as propostas de renovação e ajuste do currículo educacional do ensino de
Ciências Naturais e de toda área da educação, devido aos avanços do conhecimento
científico e das influências sofridas pelo movimento da Escola Nova. Os alunos
passaram a ter destaque maior no processo de ensino e aprendizagem, sendo vistos
como sujeitos ativos e produtores durante a construção dos saberes.
Na década de 1980 pesquisas feitas sobre o ensino de Ciências Naturais atestou
que muitos professores já reconheciam que é preciso proporcionar em suas práticas uma
estratégia de ensino por experimentos que possibilitasse uma investigação múltipla
entre os envolvidos.
As pesquisas acerca do processo de ensino e aprendizagem levaram a
várias propostas metodológicas, diversas delas reunidas sob a
denominação de construtivismo. Pressupõem que o aprendizado se dá
pela interação professor/estudantes/conhecimento, ao se estabelecer
um diálogo entre as ideias prévias dos estudantes e a visão científica
atual, com a mediação do professor, entendendo que o estudante
reelabora sua percepção anterior de mundo ao entrar em contato com a
visão trazida pelo conhecimento científico (BRASIL, 1998, p.21).
É importante ressaltar, que nesse contexto os meios tecnológicos e de produções
vinham ganhando respaldos sendo reconhecidos em todos os países, assim como os
problemas; ambientais, sociais, e de saúde. Todos esses fatores passaram a incorporar o
currículo de Ciências Naturais, mais ainda de maneira pouco abrangente. Desta forma, o
uso da estratégia de ensino por experimentos sofreu bastante dificuldade de inserção.
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Outro fator que merece destaque que iniciou na década de 80 e está presente até em
nossos dias atuais refere-se à tendência reconhecida como Ciência, Tecnologia e
Sociedade (CTS), essa tendência trouxe consideráveis influencias no ensino de Ciências
Naturais. Juntamente com a mesma, espaços foram abertos permitindo a oportunidade
de reflexões e discussões sobre a importância de se trabalhar com problemáticas do
meio social dos educandos, flexibilidade curricular, interdisciplinaridade e conteúdos de
temáticas transversais por exemplo. Tudo isso acabou se tornando em um grande
desafio didático que apesar de alguns avanços ainda não foi totalmente superado
atualmente no âmbito educacional.
Algumas fragilidades são encontradas nas propostas que são inclusas para o
ensino de ciências naturais nos dias atuais. As fragilidades ocorrem devidamente pelo
método de ensino abordado por alguns docentes que realizam seus ensinamentos de
forma mecânica, onde os alunos são treinados para decorar conteúdos fragmentados e
memorizarem textos, ou determinados tipos de questões semelhantes as das provas.
Esse método de ensino, na maioria dos casos acaba não promovendo a aprendizagem
dos conteúdos, pelo fato de desvincular o conhecimento estudado do contexto social dos
alunos, assim como seus conhecimentos prévios. Percebemos que o processo de ensino
e aprendizagem infelizmente ainda está se desenvolvendo na sua grande maioria de
forma insignificante por não fazer muito sentido para os alunos durante a construção e;
Em vez de corrigir esses desenvolvimentos, nosso sistema de ensino
obedece a eles. Na escola primária nos ensinam a isolar os objetos (de
seu meio ambiente), a separar as disciplinas (em vez de reconhecer
suas correlações), a dissociar os problemas, em vez de reunir e
integrar. Obrigam-nos a reduzir o complexo ao simples, isto é, a
separar o que está ligado; a decompor, e não a recompor; e a eliminar
tudo que causa desordens ou contradições em nosso entendimento
(MORIN. 2003, p.15).
Isso pode bloquear a progressão do aprendizado dos alunos e os avanços de
competências como; reflexão, ação, criação, planejamento e recriação, tais habilidades
são essenciais e necessárias para uma aprendizagem que promove o bom pensamento
por meio de um ensino interdisciplinar. Podendo ampliar o olhar dos estudantes diante
dos conhecimentos estudados fazendo que pensem de maneira sistematizadora, para que
assim possam resolver os diversos problemas que se deparam durante sua vida social.
Pensando nas fragilidades existentes no processo de produção do conhecimento
no ensino de Ciências Naturais, devendo um propósito que promove o rompimento da
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estruturação do ensino fragmentado, que se caracteriza pela falta de articulação entre as
múltiplas camadas dos conhecimentos, baseado nas ideias de Freire, (1968): Nele o
aluno estuda os conteúdos isoladamente como se houvesse ―depósitos‖ de cada área do
saber, sendo estimulados para os alunos apenas a condição de memorização mecânica
dos saberes que lhe são transmitidos pelo docente, que é denominado o grande detentor
do conhecimento nessa abordagem pedagógica nomeada por Freire, (1968) de educação
bancaria.
Seguindo essa perspectiva o processo de ensino e aprendizagem pode não
atender as necessidades e interesses de aprendizagem dos alunos. O acontecimento de
tal fato contribui com um ensino que prejudica a possibilidade de; criar, recriar, testar,
analisar e refletir sobre o conhecimento explorado no ambiente escolar, ficando difícil
para os alunos articular o conhecimento sistematizado com os saberes construídos nas
suas relações sociais.
O ensino de Ciências Naturais deve possibilitar que os alunos assumam uma
postura de detetive durante o processo de ensino e aprendizagem, tendo o
desenvolvimento do bom pensamento produzido a partir da capacidade das reflexões
feitas nas investigações. Por meio desta, o ensino de ciências naturais baseado na
estratégia de ensino experimental abre caminhos que permitem religar saberes apoiados
em uma proposta interdisciplinar de produção do conhecimento.
O detetive que aqui me refiro é capaz de articular as ideias, observando,
testando, criando e recriando hipóteses, refletindo e religando múltiplos conhecimentos.
Sendo característica presente deste personagem, o convívio com as incertezas acerca
dos conhecimentos. Tendo competências para compreender e questionar as diversas
transformações que ocorrem no mundo.
Diante de tal fato, devendo a importância do uso de uma estratégia experimental
de ensino ancorada na figura de um detetive que podemos utilizar para ensinar de forma
mais contextualizada, onde os alunos são capazes de atribuir sentido as coisas por meio
das sensações dos órgãos de sentidos, através dos experimentos e de suas investigações.
Objetivo do trabalho
Este artigo objetiva construir princípios de um manual do detetive, como um
documento imaginário, esclarecendo quais são as qualidades de um pensamento que
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investiga e experimenta. Que por esse meio, oportuniza nos alunos a capacidade de
sistematizar ideias, criar hipóteses e questionar os resultados alcançados, fazendo
dialogar os conhecimentos em construção com as necessidades, motivações e interesses.
Princípios de Método
A fim de construir as categorias de pensamento de um bom detetive, utilizamos
três eixos principais: 1) o referencial sobre trabalho experimental no ensino de ciências;
2) as características do pensar bem e do pensamento ativo, a partir da leitura de
referenciais das ciências da complexidade, como Edgar Morin (2003) e Conceição
Almeida (2013) e 3) as narrativas, registros e resultados de uma atividade experimental
realizada no projeto de extensão Estaleiro de Saberes – GRECOM/UFRN no ano de
2014.
Os dois primeiros eixos de sustentação do trabalho serão desenvolvidos a partir
de pesquisa bibliográfica. E o segundo será desenvolvido a partir da leitura extensiva
dos cadernos de campo dos estudantes que participaram da atividade de extensão.
Construindo o Manual do Detetive
Como forma de ordenar essas categorias de pensamento do detetive,
organizamos nesse trabalho um Manual do Detetive, um documento imaginário que tem
o desafio de ser, ao mesmo tempo, prático - orientado por linhas objetivas, pois pode ser
lido por qualquer professor ou estudante das ciências, e amplo –orientado por linhas
reflexivas, pois não segue os moldes de um Manual tradicional, onde são sugeridos
princípios de pensamento – o manual, portanto, tenta ampliar os pontos de reflexão
sobre a temática.
Para isso, serão analisados 95 diários do detetive (caderno de registro)
produzidos a partir de atividades experimentais, neles constatamos as descobertas de
investigações sistematizadas feitas pelos alunos durante o projeto Estaleiros de Saberes.
Participaram dessa atividade 225 alunos, com faixa etária variando de 3 a 14
anos de idade. A atividade foi supervisionada por 2 professoras e coordenadoras do
projeto. A oficina do estaleiro foi divida em duas partes ambas realizadas no mesmo
horário, uma oferecida para os professores das comunidades do Piató/Assú-RN
ministrada por 1 professor (Mestre), e outra destinada para os alunos das escolas
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localizadas nas respectivas comunidades, foi ministrada por 9 pesquisadores do grupo
de estudo da complexidade (Tutores de afeto pedagógico).
A partir da experiência realizada pelo projeto de extensão Estaleiro de Saberes –
UFRN desenvolvido pelo grupo de estudo da complexidade (GRECOM), tendo a
parceria da UERN, e secretaria de educação da cidade Assú. Eu pude vivenciar e
percorrer por vários caminhos que a estratégia do ensino experimental nos proporciona.
A seguir irei traçar os caminhos de um manual do detetive, compartilhando meu olhar
diante de uma estratégia de ensino e aprendizagem experimental que sustento como um
guia para tornar o processo de construção do conhecimento contextualizado.
O Manual do Detetive
Primeiro Princípio – Enxergar os detalhes
O bom pensamento se caracteriza por ser questionador, sendo presente a
observação e investigação diante dos fenômenos e dos conhecimentos que lhe cercam.
Testar, criar hipóteses, refletir e religar conhecimentos é algo que o aluno ―detetive‖ que
trago neste trabalho precisa exercitar e conviver em constante confronto com as ideias e
com a incerteza, segundo Morin, (2003, p. 59) ―Conhecer e pensar não é chegar a uma
verdade absolutamente certa, mas dialogar com a incerteza‖. Isso é primordial para
desenvolver tais características, por não ficar acomodado com um determinado
conhecimento que é dado como pronto e acabado.
Diante disso, o processo de ensino e aprendizagem exerce um papel fundamental
sobre as características mencionadas, pois.
O desenvolvimento da aptidão para contextualizar tende a produzir a
emergência de um pensamento ―ecologizante‖, no sentido em que
situa todo acontecimento, informação ou conhecimento em relação de
inseparabilidade com seu meio ambiente – cultural, social, econômico,
político e, é claro, natural. Não só leva a situar um acontecimento em
seu contexto, mas também incita a perceber como este o modifica ou
explica de outra maneira. Um tal pensamento torna-se,
inevitavelmente, um pensamento do complexo, pois não basta
inscrever todas as coisas ou acontecimentos em um ―quadro‖ ou uma
―perspectiva‖. Trata-se de procurar sempre as relações e inter-retro-
ações entre cada fenômeno e seu contexto, as relações de
reciprocidade todo/partes: como uma modificação local repercute
sobre o todo e como uma modificação do todo repercute sobre as
partes. Trata-se, ao mesmo tempo, de reconhecer a unidade dentro do
diverso, o diverso dentro da unidade; de reconhecer, por exemplo, a
unidade humana em meio às diversidades individuais e culturais, as
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diversidades individuais e culturais em meio à unidade humana
(MORIN, 2003, p. 25).
Para atender esse ensino que desenvolve as características necessárias para o
aluno pensar bem, ressalto a importância de uma estratégia de ensino baseada em
experimentos e investigação, abordando princípios que valorizam a construção de um
bom pensamento.
A construção desse pensamento é originada a partir das vivencias e
subjetividades dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Desta
forma, percebemos que por meio desse processo o aluno pode se tornar capaz de tomar
decisões reflexivas com autonomia, segundo Morin, (2003, p. 18) ―o conhecimento
deve ser permanentemente revisitado e revisado pelo pensamento; o pensamento é, mais
do que nunca, o capital mais precioso para o indivíduo e a sociedade‖. Assim, a
abordagem de ensino problematizada e contextualizada de acordo com o campo
vivencial dos envolvidos, pode abrir espaços para questionamentos de duvidas obtidos
pelos os alunos nos ambientes sociais que frequentam no cotidiano.
O processo de ensino baseado em uma estratégia experimental proporciona a
oportunidade da resolução dos problemas do cotidiano religando com os conceitos
técnico-científicos e humanísticos. Pois, o objetivo do ensino de ciências naturais, de
acordo com Giani é;
Assim, o que se busca atualmente no Ensino de Ciências é um ensino
problematizado e contextualizado, que traga para a sala de aula as
questões/dúvidas encontradas no cotidiano da sociedade e que busque
resolvê-las à luz de conceitos técnicos e científicos. Desta forma, o
aluno pode reconstruir estes conceitos, relacionando-os à sua vida, e
pode deixar de ver os conhecimentos científicos como algo exclusivo
dos cientistas, ou que precise se tornar um cientista para poder
compreendê-los. (GIANI. 2010, p. 29).
Diante disso, os alunos podem sistematizar suas hipóteses recriando e testando
de acordo com os conhecimentos científicos e humanísticos relacionando com suas
vivências. Assim sendo, os alunos passam a compreender que os conhecimentos
científicos estão presentes em nosso cotidiano e que não é preciso ser cientista para
poder compreendê-los, percebendo que quando relacionados com os saberes
humanísticos ganham significação e respaldo diante dos conhecimentos explorados.
Utilizando a lupa
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O ensino de ciências naturais tem como objetivo; promover o entendimento dos
alunos sobre as relações existentes entre ciência, tecnologia e sociedade; possibilitar
reflexões acerca dos fenômenos naturais e das transformações causadas pelo homem; e
promover a compreensão dos alunos de que o corpo humano se relaciona com o
ambiente social e físico.
Nos dias atuais o ensino de ciências naturais tem como meta promover um
conhecimento que proporcionem nos alunos a capacidade de pensar bem. Tendo o
discernimento para compreender múltiplas transformações que ocorrem no mundo,
ampliando suas visões sobre o mundo de maneira que possam construir
questionamentos e refletirem sobre a forma que compreendem os fenômenos da
natureza, e as transformações causadas pelo homem. Assim, o ensino de Ciências
Naturais busca garantir um posicionamento investigativo nos alunos, propiciando
descobertas e saberes que lhes permitam chegar ao pensamento autônomo sabendo
como agir diante de questões que podem envolver ciência, sociedade e tecnologia.
Fonte: Projeto Estaleiros de Saberes
Temos como exemplo nessa fotografia a pratica de uma estratégia de ensino
experimental que contribui com o desenvolvimento do bom pensamento, nela o aluno
exerce e pensamento reflexivo, sendo capaz de sistematizar diferentes ideias que
surgiram a partir do exercício experimental. Para alcançar o objetivo desse experimento
o aluno precisou categorizar e selecionar suas hipóteses. Ou seja, lapidar
cautelosamente suas ideias primeiras.
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Usando a bússola
O Projeto Estaleiro de Saberes do Grupo de Estudos da Complexidade
(GRECOM) realizou atividades e exercícios de dialogo entre as ciências e os saberes da
tradição, dando ênfase aos conhecimentos produzidos a partir das experiências do dia a
dia dos educandos e educadores. Esse projeto se desenvolveu em escolas municipais de
Assú - RN, atendendo às comunidades de Olho D’água Piató – Escola Municipal
Rufino Alves, Areia Branca – Escola Municipal Sete de Setembro, Bela Vista – Escola
Municipal Senador Georgino Avelino, Linda Flor – Escola Municipal P. Antônio
Guerra e Porto Piató – Escola Municipal Alferes Soares Figueira.
Para os professores dessas comunidades foram destinado oficinas temáticas e
pedagógicas que possibilitou a compreensão de múltiplas estratégias de construção de
conhecimentos diversos, pois os docentes foram estimulados a analisar, pensar e refletir
sobre suas praticas para que pudessem promover mudanças nas suas práticas de ensino
quando necessárias.
Concomitantemente à realização das oficinas, os alunos tiveram aula normal em
suas respectivas comunidades, que foram ministradas pelos Tutores de Afeto
Pedagógico, os quais desempenham a função de apresentar, despertar, motivar,
sistematizar e mediar à construção dos conhecimentos durante o processo de ensino-
aprendizagem. Vale ressaltar, que o tema da aula ministrada pelos tutores de afeto
pedagógico foi igual ao tema da oficina temática realizada com os professores, porém o
que diferenciou as duas atividades foi a metodologia de ensino empregada para os
alunos, onde o processo de ensino-aprendizagem se desenvolveu atrelado à ludicidade
(detetives), adequando e adaptando o(s) conteúdo(s) para o nível de aprendizagem dos
alunos.
O manual do detetive foi realizado através de analises dos materiais produzidos
na oficina do projeto Estaleiros Saberes desenvolvido em Escolas Municipais nas
comunidades do Piató da cidade de Assú-RN, tendo embasamento teórico com alguns
autores que sustentam a importância do ensino de Ciências Naturais de forma
investigativa pela experimentação.
A partir dos diários dos detetives e da problematização realizada durante o
Estaleiro pude desenvolver e analisar motivos para defender a estratégia do ensino e
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experimental que particularmente vejo como uma ferramenta essencial para propiciar
aprendizagens que possibilita ao aluno pensar bem, nele o ensino é contextualizado
onde os alunos são agentes produtores e construtores de múltiplos conhecimentos. Visto
que, segundo Morin, (2003, p.24) ―o conhecimento comporta, ao mesmo tempo,
separação e ligação, análise e síntese‖.
Nos diários dos detetives constatamos o envolvimento dos alunos de forma
prazerosa diante do conhecimento, é notória nas anotações dos ―detetives‖ a
singularidade existente em cada um, pois - ao fazer um simples exercício de
comparação nos diários - podemos perceber as múltiplas interpretações que os alunos
têm sobre um mesmo fenômeno ou conhecimento, e diferentes maneiras de enxergar as
coisas e o mundo de forma bastante diversificada.
Fonte: Projeto Estaleiro de Saberes
Fonte: Projeto Estaleiro de Saberes
Notamos a especificidade entre os alunos quando trabalhamos sensações a partir
dos órgãos de sentido que exploraram; sons, cheiros, cores, texturas, movimentos,
tempo, espaço, energia.
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Neste Estaleiro de Saberes, podemos constatar que os alunos puderam explorar
os conhecimentos ao mesmo tempo em que vivenciavam de forma mais sensível,
exercendo a prática de um bom pensamento. Isso aconteceu a partir das diferentes
sensações do corpo humano através dos órgãos de sentido, possibilitando novas formas
de fazer a leitura da natureza e das características presentes no meio ambiente.
É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um
pensamento que distingue e une. É preciso substituir um pensamento
disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no sentido
originário do termo complexus: o que é tecido junto (MORIN. 2003,
p. 89).
Analisando essa citação ficou evidente que a problematização dos
conhecimentos sistematizados pelos tutores do projeto ao lecionar, atendeu uma
estratégia que contribui com um ensino produtivo e consequentemente para o
desenvolvimento de um pensamento ativo de todos os envolvidos no processo. Isso me
possibilitou despertar a necessidade de apostar em uma estratégia de ensino
experimental.
Prestando atenção no que está acontecendo
A experiência que eu tive nesse Estaleiro de Saberes da Caça aos tesouros
naturais – Detetive Sentientes (expressão utilizada pelo matemático Fredy Gonzalez) da
natureza, promovendo aprendizagens por meio de órgãos de sentidos do corpo humano
foi excepcional, poder vivenciar essa prática me fez enxercar o processo de ensino e
aprendizagem com outros olhares.
Para se tornarem detetives, os alunos deveriam prestar atenção no que estava
acontecendo em sua volta através das suas sensações sentidas pelos órgãos de sentido,
por exemplo; prestar atenção aos cheiros, prestar atenção aos sons. Vale ressaltar, que
para melhor exploração das descobertas os alunos ficaram de olhos vendados. Para
concluir a missão do detetive eles deveriam encontrar nos espaços da escola alguns itens
como por exemplo; algo que seja importante na natureza algo que não tenha utilidade na
natureza, algo que produza sons, algo áspero, um desenho ou um padrão na natureza...
É sabido que trabalhar de forma lúdica possibilita ao alunado uma maior
motivação e interesse pelo conhecimento que está sendo oferecido, já que o lúdico
(Brincar) é uma das especificidades mais marcante e presente no período da vida dos
alunos das series iniciais.
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Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já
possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por
exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a
criança deve conhecer alguma de suas características. Seus
conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido,
de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do
relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão,
no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é
múltipla, mas estes encontram-se, ainda, fragmentados. É no ato de
brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as
características do papel assumido, suas competências e as relações que
possuem com outros papéis, tomando consciência disto e
generalizando para outras situações (BRASIL. 1998, p. 27).
Vale ressaltar, que nas atividades desenvolvidas no Estaleiro de Saberes,
também foi dado ênfase ao trabalho coletivo (cooperação) por meio de uma estratégia
experimental de ensino e aprendizagem investigativa a partir das orientações dos tutores
de afeto pedagógico.
O empenho dos alunos em tarefas que impliquem diversas fases de
uma investigação cientifica, desde o planejamento, passando pelo
levantamento de hipóteses e pela execução, incluindo a discussão,
contribui para a construção do seu conhecimento. É nessa perspectiva
que o trabalho experimental deve ser entendido, como uma atividade
investigativa e cooperação, facilitadora de aprendizagem significativa
(GIANI, 2010, p. 29).
A valorização dessa estratégia de ensino e aprendizagem proporciona a
construção de múltiplos saberes e também possibilita que os sujeitos aprendam a
respeitar e reconhecer os diversos conhecimentos que cada indivíduo traz em suas
bagagens. Assim sendo, os tutores de afeto pedagógico sistematizaram as relações dos
conhecimentos prévios dos alunos com o conhecimento cientifico, fazendo uma união
entre ambas às partes para, assim, lapidá-lo e torná-lo um conhecimento amplo e ao
mesmo tempo próximo dos alunos, das suas vivências e particularidade possibilitando
ao aluno pensar bem enquanto produz e compreende o saber.
Nesse estaleiro de saberes – O ensino de ciência na escola, realizamos atividades
de caça aos tesouros naturais como já foi citado anteriormente. Essa proposta de ensino
visou desenvolver nos alunos a capacidade de formular, de maneira autônoma, novas
perguntas e interpretações sobre uma ou várias temáticas através de uma orientação
guiada de um espaço definido.
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Fonte: Projeto Estaleiro de Saberes
As temáticas (fenômenos naturais) foram percebidas, observadas e descritas
através das experiências sensíveis que os alunos tiveram. Foram exploradas as
sensações e as formas de fazer as leituras da natureza a partir das sensações e sentidos:
sons, cheiros, cores, texturas, movimento, tempo, espaço e energia. Com isso, foram
realizadas problematizações experimentais dentro e fora de sala de aula.
A partir de cada atividade realizada eu pude perceber os avanços na construção
de múltiplos saberes em todas as pessoas envolvidas no processo de produção.
Possibilitando para nós (professores) e para os alunos a capacidade de fazer relações do
simples com o complexo, do real com o imaginário, do saber construído nas nossas
vivências e experiências de mundo com o saber cientifico- acadêmico... Enfim, ressalto
que foram momentos preciosos de produção de conhecimentos que precisam ser cada
vez mais pensados e incentivados, apoiados por uma estratégia de ensino experimental
que aqui devendo, pois, essa estratégia possibilita que os alunos compreendam que;
À medida que as matérias são distinguidas e ganham autonomia, é
preciso aprender a conhecer, ou seja, a separar e unir, analisar e
sintetizar, ao mesmo tempo. Daí em diante, seria possível aprender a
considerar as coisas e as causas (MORIN. 2003, p. 7).
Considero que os Estaleiros de Saberes baseado na estratégia experimental do
ensino e aprendizagem, assim como o ensino de Ciências Naturais devem ser
compreendidos como as ―minas‖ de diamantes onde os garimpeiros (Mestre, Tutores de
Afeto e docentes) precisam cada vez mais trabalhar, se esforçar, persistir e manter o
foco para que consigam chegar à conquista do diamante (Conhecimento sistematizado
pela produção de um bom pensamento).
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Como docente acredito que devemos ensinar para libertar, para mudar as vidas
das pessoas, ampliando a visão de mundo, possibilitando-lhes o (re)conhecimento da
posição e do lugar que ocupam na sociedade para que possam refletir, agir e ser capazes
de protagonizar mudanças no lugar que ocupam. Promovendo nos alunos e também nos
docentes competências de interação e de autonomia que é fundamental para que tomem
decisões socialmente responsáveis (TDSR).
Um cidadão capaz de TDSR pode participar melhor de ações
relacionadas aos problemas socioambientais e políticas do país, de
modo a auxiliar na construção de uma sociedade mais justa social e
ambientalmente. Isso porque o pensamento crítico e reflexivo; as
habilidades de trabalho em conjunto; a compreensão das diferenças
socioculturais; e a compreensão do contexto histórico e político do
país são fundamentais para a busca e a solução dos problemas
socioambientais atuais (CONRADO; NUNES-NETO;EL-HANI,
2014, p. 82).
Por meio da educação baseada em uma estratégia de ensino experimental que
aqui defendo. Enfatizo a possibilidade de tornamos nossos alunos sujeitos mais críticos-
reflexíveis perante a sociedade. Acredito que a estratégia de ensino experimental seja
uma das principais ―minas‖ que devemos trabalhar e explorar, pois sua proposta
possibilita uma mudança na educação.
Essa mudança, move o processo de ensino-aprendizagem para uma direção que
proporciona um pensamento ativo, partindo de saberes que fazem parte das vivências
dos alunos. Valorizando as culturas e especificidades de cada sujeito. Assim, eles se
reconhecem como agentes e produtores de diversos conhecimentos.
Conhecendo as habilidades necessárias
Segundo Delizoicov e Slongo, (2011, p. 208) o professor pode ―Mostrar a
ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas
transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduos‖.
Isso ocorre quando as situações planejadas pelo docente possibilita que os alunos
explorem de forma profunda os experimentos estudados por meio de problematizações.
Podendo haver a ampliação do entendimento dos envolvido diante do fenômeno
estudado de modo mais motivador. De acordo com o PCN;
É fundamental que as atividades práticas tenham garantido o espaço
de reflexão, desenvolvimento e construção de ideias, ao lado de
conhecimentos de procedimentos e atitudes. Como nos demais modos
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de busca de informações, sua interpretação e proposição são
dependentes do referencial teórico previamente conhecido pelo
professor e que está em processo de construção pelo aluno. Portanto,
também durante a experimentação, a problematização é essencial para
que os estudantes sejam guiados em suas observações (BRASIL,
1998, p. 122).
Desse modo, é preciso realçar que mais importante que o resultado final do
experimento é o processo pelo qual foi produzido. Pois, para sua produção o aluno
precisa utilizar métodos de pesquisa, e isso submete que pensem possibilidades que os
levem a uma resolução do problema.
Neste âmbito, é importante que os experimentos estejam dentro de um contexto
que pode proporcionar maior valorização da singularidade dos alunos envolvidos no
processo. Pois, ao desenvolverem a elaboração das hipóteses, participando ativamente
durante a construção do saber, todos tem a condição de; analisar os dados coletados,
interagir sobre suas descobertas, cooperar com os colegas de classe sobre as possíveis
duvidas que possam surgir, pensar e elaborar suas hipóteses ao mesmo tempo que
refletem sobre os resultados obtidos.
Isso pode contribuir com um processo de ensino e aprendizagem mais produtivo,
por permitir fazer dialogar o conhecimento sistematizado com os saberes prévios,
estudando os conteúdos escolares de maneira transdisciplinar. O que segundo Conrado,
Nunes-Neto e El-Hani (2014, p. 79.) ―demanda uma aprendizagem ampla e
interdisciplinar de conteúdos (como de ecologia, de ciências sociais, de geografia, de
química) e habilidades (como ser capaz de trabalho em equipe, negociar decisões)‖.
Contudo, vale ressaltar que se caso o resultado final não venha a ser o desejado,
por não alcançar o objetivo que seria o correto, é primordial que o professor considere o
caminho de construção que o aluno fez, pois, investigar os motivos que proporcionaram
que os resultados obtidos fossem diferentes dos esperados também pode ser uma
solução bastante valiosa, por propiciar nos aprendizes uma reflexão abrangente sobre o
experimento, onde o aluno irá pensar sobre sua produção e se auto avaliar.
Considerações finais
Pensando em alternativas que seriam possíveis para superar as fragilidades
mencionadas anteriormente, apresento alternativas que considero acessíveis para os
docentes e instituições de ensino, servindo como ferramentas na luta pelo combate da
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descontextualização e fragmentação do pensamento dos estudantes, e até mesmo na
superação das limitações que o ensino de ciências naturais enfrenta na atualidade.
Apontarei três alternativas que considero primordiais para o processo de ensino
aprendizagem de ciências naturais:
• O ensino de Ciências Naturais precisa levam em consideração o nível de
aprendizagem e de cognição dos alunos envolvidos no processo de ensino. Pois, a partir
do envolvimento dos alunos o professor deve sistematizar sequências de conteúdos que
lhe proporcione suporte durante o planejamento das atividades. O professor no seu
planejamento deve considerar; as experiências prévias dos alunos, questões sociais e
histórico-culturais, paralelamente com os conceitos de ciência já formulados pelos
alunos.
• O conhecimento no ensino de Ciências Naturais precisa promover nos
educandos sentimentos de reflexão durante o processo de construção do saber, para isso
é preciso que o professor promova durante o processo de mediação condições que
levem os alunos a pensarem conscientemente sobre o conhecimento em construção.
Promovendo o pensamento ativo. Seguindo essa perspectiva, os alunos passam a se
reconhecerem como sujeitos ativos e produtores de saberes, assimilando qual papel
desempenham nas relações sociais. Levando-os a compreensões que permitem fazer
questionamentos, ampliando suas visões acerca dos fenômenos naturais sabendo como
agir corretamente.
• O processo de ensino deve se desenvolver de forma contextualizada
possibilitando a interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento. Para que aconteça
a ligação entre múltiplos saberes, é preciso que o ensino passe a se desenvolver dando
respaldo e enquadrando os saberes sociais e culturais que fazem parte das vivencias dos
alunos, por meio de uma proposta de ensino flexível que permita o despertar da
curiosidade dos educandos, visando fazer desabrochar as suas potencialidades dos
alunos.
A partir da discussão apresentada neste artigo almejamos desenvolver nos
docentes e discentes o reconhecimento da importância do uso de uma estratégia de
ensino e aprendizagem baseado no processo experimental. Visando promover nos
envolvidos múltiplas compreensões acerca das transformações do mundo e dos
fenômenos naturais, assim como a capacidade de pensar bem.
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Assim, o professor através dessa estratégia de ensino pode proporcionar nos
alunos competências de reflexão, criação, ação e planejamento que faz do ato de
aprender um momento de produção de múltiplos saberes que os levam a pensar bem,
sendo possível ampliar e sistematizar o conhecimento explorado. Esse trabalho também
deve ser interdisciplinar, auxiliando para que os alunos possam agir de forma reflexiva
em seu meio social, exercendo sua cidadania de forma consciente.
As atividades experimentais e investigativas ganham maior suporte quando se
desenvolvem levando em consideração o nível de aprendizagem dos alunos. Assim, os
mesmos podem apresentar avanços no aprendizado, como foi o caso dos alunos do
Piató- Assú/RN como vimos anteriormente, pois os conceitos da disciplina de Ciências
foram explorados de maneira que lhes permitiram religar com questões sociais,
históricas e culturais.
Na estratégia de ensino e aprendizagem experimental que foi apresentada neste
artigo os alunos tiveram seus corpos como o principal instrumento de aprendizagem,
diante disso podemos perceber que houve um despertar de reflexões nos alunos durante
o processo de construção do saber, por ter sido possibilitado para eles condições que
lhes permitiram pensar bem sobre os conhecimentos estudados. Assim, notamos que os
alunos a partir de tais atividades passaram a se reconheceram como agentes e produtores
de diversos saberes.
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