universidade federal do rio grande do norte … · nas dietas de bovinos, caprinos e ovinos, e têm...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
VALOR NUTRITIVO DO MANDACARU SEM ESPINHOS, PALMA
ORELHA DE ELEFANTE MEXICANA E MIÚDA NA ALIMENTAÇÃO
DE OVINOS
MARIA VITÓRIA SERAFIM DA SILVA
MACAÍBA/RN- BRASIL
AGOSTO/2017
MARIA VITÓRIA SERAFIM DA SILVA
VALOR NUTRITIVO DO MANDACARU SEM ESPINHOS, PALMA
ORELHA DE ELEFANTE MEXICANA E MIÚDA NA ALIMENTAÇÃO
DE OVINOS
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,
Campus Macaíba, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em
Produção Animal.
MACAÍBA/RN- BRASIL
AGOSTO/2017
Orientador: Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Silva, Maria Vitória Serafim da. Valor nutritivo do mandacaru sem espinhos, palma orelha de
elefante mexicana e miúda na alimentação de ovinos / Maria
Vitória Serafim da Silva. - 2017. 47 f.: il.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Escola Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, Pós
Graduação em Produção Animal. Macaíba, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar.
1. Nutrição de ruminantes - Dissertação. 2. Cereus
hildmannianus - Dissertação. 3. Forrageiras estratégicas -
Dissertação. 4. Nopalea cochenillifera - Dissertação. 5. Opuntia
stricta - Dissertação. 6. Semiárido - Dissertação. I. Aguiar,
Emerson Moreira de. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 591.13:599.735
Ao meu Deus fiel, minha fortaleza.
Aos meus pais amados, Paulo Serafim e Francisca André, por todos valores
passados, amor e incentivo.
Ao meu esposo Túlio Renato, companheiro sempre presente, parceria forte.
Aos sábios professores, Dr. Emerson Moreira de Aguiar e José Geraldo
Medeiros da Silva, que tive a oportunidade de conviver e trabalhar.
DEDICO
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração,
como para o Senhor, e não para os homens”. (6ª Colossenses 3.23)
“ E o sertão é um vale fértil
É um pomar vastíssimo, sem dono” (Euclides da Cunha em os sertões)
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo entusiasmo, fé e saúde que me foi dado para realização do
experimento.
Aos meus pais Paulo Serafim e Francisca André, aos meus irmãos, ao meu
sobrinho afilhado Murilo Ricardo, pelo amor e alegrias transmitidos, tornando os dias mais
especiais, a toda minha família.
Ao meu esposo Túlio por todo amor, incentivo e coragem e a sua família, os quais
tenho grande carinho. A todos vocês FAMÍLIA, obrigado pela torcida constante, incentivo,
orações, confiança, e compreensão nos momentos de ausência.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ao Programa de Pós-
graduação em Produção Animal- PPGPA e a todos os professores do programa pelos
conhecimentos compartilhados em sala de aula.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar pela orientação
profissional e para a vida, pela amizade e confiança no meu trabalho.
A José Geraldo Medeiros da Silva, pelo apoio, motivação, sempre disponível para
que o trabalho fosse produzido com todo zelo. A sua esposa Joalda, por me receber com
alegria e tão bem em sua residência.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte
(EMPARN) pela parceria com a UFRN.
Ao professor Marcone Geraldo Costa, a quem pude contar para todos
esclarecimentos sobre a digestibilidade, agradeço a sua atenção e disponibilidade.
Ao professor Luís Henrique Borba e ao professor Hamilton pela orientação na
parte estatística.
Ao amigo Paulo Victor, Zootecnista, pela “ponte” para aquisição e fornecimento
do Mandacaru sem espinhos no Haras Aroeira, localizada no município de Parelhas/RN,
que foi decisivo na realização dessa pesquisa.
Ao senhor Eduardo Patriota, pelo fornecimento dos animais.
A toda equipe do Laboratório de Nutrição Animal, obrigado pelo apoio! Lourdes
Tavarez, Yuri Barreto, Lucas Dias, Naúa Churiran, Maximilla Claudino, Claúdio, Maria
Gessica, Edvaldo funcionário, Ana Luíza, Luís Barros, Chico, Adriana e Bruna.
A minha amiga Clara Costa, sempre disponível.
Aos amigos Laura Laíse, Joederson Dantas e Iasmism Mangabeira, pelo apoio e
convívio.
A minha querida turma de mestrado!
Ao GEFOR, professor Gelson Difante, pela disponibilidade da área aos animais
reserva.
Ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB) pelo suporte financeiro ao projeto e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de
Mestrado.
A todos que de forma física ou em oração me ajudaram a conquistar mais um
sonho!!!
A todos meu muito obrigada!
VALOR NUTRITIVO DO MANDACARU SEM ESPINHOS, PALMA
ORELHA DE ELEFANTE MEXICANA E MIÚDA NA ALIMENTAÇÃO
DE OVINOS
SILVA, Maria Vitória Serafim. VALOR NUTRITIVO DO MANDACARU SEM
ESPINHOS, PALMA ORELHA DE ELEFANTE MEXICANA E MIÚDA NA
ALIMENTAÇÃO DE OVINOS. 2017. 47f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal)
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2017.
Resumo: Objetivou-se determinar o valor nutricional das cactáceas: mandacaru sem espinho
(Cereus hildmannianus K. Schum), palma Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta Haw.)
e palma Miúda (Nopalea cochenillifera Salm Dyck) na alimentação de ovinos. Foram
utilizados 15 ovinos mestiços (½Soinga x ½ Santa Inês), não castrados, com quatro meses de
idade e peso corporal inicial médio de 17,27 kg ± 1,05 kg, alojados em gaiolas de metabolismo,
distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com três tratamentos
e cinco repetições. As dietas experimentais foram compostas por 430,9 g Kg -1 da matéria seca
de mandacaru sem espinhos, 525,7 g Kg -1 de palma Orelha de Elefante Mexicana e 492,1 g
Kg -1 de palma Miúda, 194,7 a 233,8 g Kg -1 de feno de sabiá, 279,5 a 313,3 g Kg -1 de
concentrado e 18,4 a 22,0 g Kg -1 de sal mineral. O período experimental teve duração de 21
dias – 14 dias para adaptação às dietas e sete dias para coleta de dados. Não houve diferença
(P>0,05) para os consumos de matéria seca, matéria orgânica, extrato etéreo, fibra em
detergente neutro, carboidratos totais, carboidratos não fibrosos, nutrientes digestíveis totais e
água voluntária entre as dietas experimentais. O consumo de proteína bruta foi influenciado
(P<0,05) pelas dietas experimentais, havendo maior ingestão pelos animais que receberam o
tratamento composto pelo mandacaru sem espinhos, com 145,10 g dia-1. Os animais que
consumiram palma Orelha de Elefante Mexicana apresentaram maior ingestão de água via dieta
e total, com média de 4.478,61 g de água dia-1 e 4.625,94 g água dia-1, respectivamente. Não
foram verificadas diferenças (P>0,05) para os coeficientes de digestibilidade da matéria seca,
matéria orgânica, fibra em detergente neutro, carboidratos totais, carboidratos não fibrosos e
nutrientes digestíveis totais entre as dietas experimentais, com valores médios de 68,10%;
69,78%; 56,37% e 65,57%, 73,27%, 84,68% e 65,57% respectivamente. As variáveis
comportamentais, tempo de ruminação, eficiência de alimentação e ruminação não foram
influenciadas pelas dietas (P>0,05). O tempo gasto com alimentação foi maior (P<0,05) pelos
animais alimentados com a dieta composta por palma Orelha de Elefante Mexicana. As
cactáceas, mandacaru sem espinhos, palma Orelha de Elefante Mexicana e palma miúda
apresentam valor nutritivo semelhante podendo ser utilizadas na alimentação de ovinos.
Palavras-chave: Cereus hildmannianus, forrageiras estratégicas, nutrição de ruminantes,
Nopalea cochenillifera, Opuntia stricta, semiárido
ABSTRACT
SILVA, Maria Vitória Serafim. NUTRITIVE VALUE OF MANDACARU WITHOUT
SPINES, PALM MEXICAN ELEPHANT EAR AND PALM YIELDED IN SHEEP
FEED. 2017. 47f. Master Thesis (Graduate Diploma in Animal Production: sustainable
production systems in semiarid) – Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN),
Macaíba - RN, 2017.
This study aimed to evaluate the nutritional value of forage cactus: mandacaru without spine
(Cereus hildmannianus K. Schum), mexican elephant ear (Opuntia stricta Haw.) and palm
yielded (Nopalea cochenillifera Salm Dyck) in sheep feed. Fifteen crossbred (½ Soinga x ½
Santa Inês) sheep, uncastrated, four months old and average initial body weight of 17.27 kg ±
1.05 kg, housed in metabolism cages, were distributed in a completely randomized
experimental design with three treatments and five replicates. Experimental diets were
composed of 430.9 g Kg -1 of mandacaru without spines, 525.7 g kg -1 of mexican elephant
ear and 492.1 g kg -1 of palm yielded, 194.7 to 233.8 g Kg -1 sage hay, 279.5 to 313.3 g kg -
1 concentrate and 18.4 to 22.0 g kg -1 mineral salt. The experimental period lasted 21 days -
14 days for diet adaptation and seven days for data collection. There was no difference (P>
0.05) for dry matter intake, organic matter intake, ethereal extract intake, neutral detergent fiber
intake, total carbohydrates intake, non - fiber carbohydrates intake, total digestible nutrients
intake and voluntary water intake between experimental diets. The crude protein intake was
influenced (P <0.05) by the experimental diets, with a higher intake by the animals that received
the mandacaru treatment without spines (145.10 g day -1). The animals fed palm mexican
elephant ear showed higher water intake via the diet and total, averaging 4478.61 g of 1-day
water and 4625.94 g water day-1, respectively. There were no differences (P> 0.05) in the
digestibility coefficients of dry matter, organic matter, neutral detergent fiber, total
carbohydrates, non-fiber carbohydrates and total digestible nutrients between the experimental
diets, with mean values of 68.10 %; 69.78%; 56.37%; 65.57%; 73.27%; 84.68% and 65,57%
respectively. Behavioral variables, rumination time, feeding efficiency and rumination were
not influenced by diets (P> 0.05). Feeding time was higher (P <0.05) by animals fed with the
diet composed of mexican elephant ear. Cactaceae, mandacaru without spines, mexican
elephant ear and palm yielded have similar nutritive value and can be used in sheep feed.
Key words: Cereus hildmannianus. Nopalea cochenillifera. Opuntia stricta. Ruminant
nutrition. Semi-arid. Strategic forages.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Composição química da palma forrageira, gênero Opuntia e Nopalea
cochenillifera...................................................................................................................14
Tabela 2: Composição química dos ingredientes das dietas
experimentais...................................................................................................................31
Tabela 3: Composição percentual e química das dietas experimentais com base na
matéria seca......................................................................................................................33
Tabela 4: Consumo de nutrientes por ovinos alimentados com diferentes espécies de
cactáceas..........................................................................................................................35
Tabela 5: Consumo de água por ovinos alimentados com diferentes espécies de
cactáceas..........................................................................................................................37
Tabela 6: Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes em função dos
tratamentos.......................................................................................................................39
Tabela 7: Comportamento ingestivo de ovinos alimentados com diferentes espécies de
cactáceas..........................................................................................................................40
SUMÁRIO
1. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................11
1.1 Aspectos gerais sobre cactáceas e sua importância para o semiárido.......................11
1.1.1 Nopalea cochenillifera Salm Dyck e Opuntia stricta (Haw.) ...............................13
1.1.2 Mandacaru sem espinhos........................................................................................15
1.2 Consumo voluntário de nutrientes e comportamento ingestivo................................16
1.3 Digestibilidade aparente dos nutrientes.....................................................................18
REFERÊNCIAS.............................................................................................................20
2. INTRODUÇÃO.........................................................................................................27
3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................29
3.1 Local e período experimental....................................................................................29
3.2 Manejo dos animais e delineamento experimental....................................................29
3.3 Manejo alimentar.......................................................................................................30
3.4 Coletas e análises laboratoriais..................................................................................31
3.5 Metodologia estatística..............................................................................................33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................34
5. CONCLUSÕES..........................................................................................................40
REFERÊNCIAS.............................................................................................................41
11
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1. Aspectos gerais sobre cactáceas e sua importância para o semiárido
O futuro das regiões áridas e semiáridas do mundo depende do desenvolvimento de
sistemas agrícolas sustentáveis, e do cultivo de espécies vegetais que tolerem à seca, a
altas temperaturas e baixa fertilidade natural do solo (BEN SALEM & NEFZAOUI,
2002). Comentaram os autores, que nesses ambientes, dentre as espécies, o destaque das
cactáceas consiste na sua eficiência no uso da água, produzirem forragem e prevenirem a
degradação em ecossistemas frágeis.
Segundo Silva et al. (2016) na região do semiárido brasileiro em períodos de grandes
secas, a palma e outras cactáceas são utilizadas como volumosos forrageiros estratégicos
nas dietas de bovinos, caprinos e ovinos, e têm contribuído para a viabilidade dos sistemas
de produção animal dessa área.
Silva & Santos (2007) relataram que a palma forrageira sem espinho não é nativa
do Brasil, e foi introduzida por volta de 1880, em Pernambuco, através de sementes
importadas do estado do Texas-Estados Unidos. O seu cultivo no Nordeste do Brasil com
a finalidade forrageira começou no início do século XX, o mesmo acontecendo nas
regiões áridas e semiáridas dos Estados Unidos, África e Austrália (TEIXEIRA et al.,
1999). Lira et al. (2006) cita que inicialmente o valor forrageiro da palma no Nordeste
não foi reconhecido, só despertando o interesse para este fim em Pernambuco e Alagoas
em 1902.
Segundo Rocha Júnior (2012), os fatores determinantes para o incentivo ao cultivo
de palma são a preocupação ambiental com a conservação da biodiversidade forrageira
da Caatinga, ofertando alternativas de alimento para os animais; a lucratividade da
atividade pecuária para garantir a segurança alimentar das populações que vivem em áreas
marcadas pela instabilidade e os indicadores de alterações climáticas previstas para os
próximos anos.
Essas plantas destacam-se em sistema de sequeiro em consequência de seu
mecanismo fotossintético especializado MAC (Metabolismo Ácido das Crassuláceas),
tendo como mecanismo principal o fechamento estomático diurno e abertura noturna,
apresentando elevada eficiência no uso da água (NOBEL, 2001). Segundo, Ben Salem &
Nefzaqui (2002) este mecanismo possibilita a maximização do uso eficiente da água,
produzindo continuamente forragem e prevenindo degradação de ecossistemas frágeis.
12
De acordo com Ferreira et al. (2008), palma é até 11 vezes superior em termos de
eficiência no uso da água à observada nas plantas de mecanismo C3, característica que
faz com que a palma se adapte ao semiárido de maneira incomparável a qualquer outra
forrageira.
Sendo atualmente as espécies mais cultivadas no Nordeste brasileiro: a Opuntia
stricta com as variedade palma orelha de elefante mexicana e a espécie Nopalea
cochenillifera Salm Dyck, cuja denominação comum palma miúda ou doce e o clone IPA-
20. No início do cultivo da palma no Nordeste, o gênero Opuntia fícus indica Mill com
as variedades gigante e redonda eram as mais cultivadas, porém por serem suscetíveis a
cochonilha do carmim seus cultivos não são mais recomendados.
As duas estações climáticas bem definidas no Nordeste brasileiro, uma seca e outra
chuvosa, comprometem a oferta regular de alimento. Como cita Lopes et al. (2005), no
período das chuvas, a oferta de forragem é quantitativa e qualitativamente satisfatória,
porém, na época seca que representa a maior parte do ano, além da escassez de pastagens,
o seu valor nutricional é baixo, prejudicando a produção de carne e leite. Este grande
problema da pecuária do Nordeste brasileiro, que é a oferta irregular de forragem, causa
um grande prejuízo a este segmento da economia.
A constância no aparecimento de anos secos faz da palma forrageira um alimento
classificado como estratégico para esses períodos, quando o crescimento de outras
forrageiras é limitado pelo baixo índice pluviométrico (CAVALCANTI et al., 2008;
ROMO et al., 2006). Característica alcançada em meio a sequeiro por seu metabolismo
fotossintético MAC (Metabolismo Ácido das Crassuláceas), como cita Souza (2015), é
mais eficiente em relação ao uso da água comparada as plantas de mecanismo
fotossintético C3 e C4.
A palma forrageira é uma planta suculenta e bem adaptada aos extremos
climatológicos e as condições edáficas do semiárido, sua elevada eficiência do uso da
água a faz produzir mesmo em condições severas de seca (BEN SALEM, 2010). Segundo
Silva et al. (2014), observaram no período de 12 anos, altas produções de biomassa em
plantios adubados, superiores a 160 t ha-1. Experimentalmente, produções anuais de
aproximadamente 17 t ha-1 de matéria seca em condições de sequeiro foram observadas
para palma na região semiárida da Paraíba (SALES et al., 2013).
Conforme a Portaria 295, de 05 de agosto de 2011, do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – MAPA, para o cultivo da palma forrageira, em condições de
baixo risco climático, no Estado do Rio Grande do Norte, os seguintes critérios:
13
temperatura média anual (16,0 a 27,0ºC), temperatura máxima (28,5 a 33,0ºC),
temperatura mínima (8,5 a 22,0ºC) e precipitação média anual (360 a 800 mm/ano).
A palma forrageira confirma sua importância no uso em dietas para ruminantes por
apresentar alto teor de carboidratos não fibrosos (CNF), fonte de energia prontamente
disponível para fermentação microbiana, porém apresenta baixos teores de fibra em
detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) quando comparada a
alimentos volumosos, podendo ser fatores determinantes na utilização da mesma na dieta
animal, pois têm importante papel na manutenção das condições normais do rúmen
(Melo, 2006).
Em determinadas localidades da Caatinga, onde as palmas forrageiras (Opuntia e
Nopalea) não se adaptam ou apresentam baixas produtividades, as espécies mandacaru e
xiquexique são utilizadas como suportes forrageiros dos ruminantes (SILVA et al., 2013).
Por outro lado, no arraçoamento animal da Caaatinga, essas espécies apresentam alto
custo na eliminação dos espinhos e preparo de forragem (SILVA et al., 2010).
Sobre o cultivo das cactáceas colunares, Silva et al. (2013) relataram suas
produtividades, sendo o plantio por estacas do mandacaru no espaçamento de 2,0 x 1,5 m
com 13 toneladas de MS ha-1 em 10 anos, e o xiquexique no espaçamento 1,0 x 1,0 com
média de 1,2 toneladas de MS ha-1 em 6,5 anos.
1.1.1 Nopalea cochenillifera Salm Dyck e Opuntia stricta (Haw.) Haw.
Os gêneros Opuntia e Nopalea destacam-se como opções alimentares estratégicas
para os ruminantes no semiárido brasileiro por apresentar elevado potencial de produção
de fitomassa. Produções de 35 t ha-1 de matéria seca de palma foram constatados por Sales
et al. (2013), colhida aos 710 dias após o plantio, em sequeiro, nas condições
edafoclimáticas do Cariri paraibano. Santos et al (2008), registraram 90% de
sobrevivência e produtividades média de 37 t ha-1 de matéria seca em dois anos com
população de 20.000 plantas.ha-1 do genótipo forrageiro IPA-200016 Opuntia stricta
(Haw.) Haw.
Além de características produtivas favoráveis os gêneros em estudo, Nopalea
cochenillifera Salm Dyck, denominada miúda ou doce e a Opuntia stricta (Haw.) Haw.,
denominada orelha de elefante mexicana são resistentes à cochonilha do carmim
Dactylopius opuntiae (NEVES et al., 2010; VASCONCELOS et al., 2009), suscetíveis a
cochonilha de escama (Diaspis echinocacti) (SANTOS et al., 2006).
14
Os baixos teores de matéria seca e proteína bruta da palma implicam na ingestão de
grandes quantidades desse alimento para que sejam atendidas as necessidades desses
nutrientes. Além disso, é bom lembrar que animais alimentados com quantidades
elevadas de palma, comumente, apresentam distúrbios digestivos, o que, provavelmente,
está associado à baixa quantidade de fibra dessa forrageira. Por isso a importância de
complementá-la com volumosos ricos em fibra, a exemplo de silagens, fenos, capins
secos, palhadas e bagaço de cana-de-açúcar. Independente do gênero, a palma apresenta
baixos teores de matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em
detergente ácido (MELO, 2006).
Ramos et al. (2015), demonstra teores médio de matéria seca (9,15%), extrato etéreo
(1,74 %), proteína bruta (4,50%), fibra de detergente neutro (27,53%) e fibra de
detergente ácido (16,47%). Entretanto, são consideráveis os teores de carboidratos totais
(81,92%), carboidratos não-fibrosos (50,5%) e matéria mineral (12,57%)
(WANDERLEY et al., 2012), apresentando, ainda, elevada aceitabilidade, alta
digestibilidade de matéria seca e alto consumo voluntário (FERREIRA et al., 2011).
Conforme descrito por Melo (2006), a palma forrageira apresenta em média 64,66%
de NDT, quantidade bastante superior à maioria dos alimentos volumosos utilizados na
ração animal na região semiárida. Superior até mesmo à silagem de milho, volumoso
considerado dos melhores na alimentação de vacas em lactação, evidenciando a palma
forrageira como fonte de energia na dieta animal (Tabela 1).
Tabela 1. Composição química da palma forrageira, das espécies Opuntia stricta e
Nopalea cochenillifera.
MS = matéria seca; MM = matéria mineral; PB = proteína bruta; FDN =fibra em detergente neutro;
FDA = fibra em detergente ácido; CHT = carboidratos totais; CNF = carboidratos não fibrosos.
Nutrientes (%)
Espécies MS MM PB FDN FDA CHT CNF Referência
Opuntia Stricta 13,0 11,0 3,5 19,8 - 83,9 64,1 Guerreiro (2017)
Opuntia Stricta 10,3 20,3 4,9 39,4 12,2 72,8 38,1 Goés Neto (2014)
Opuntia Stricta 9,0 13,0 6,1 24,0 10,7 - - Moraes (2012)
N. cochenillifera 12,8 17,1 7,9 35,0 14,9 73,2 47,5 Goés Neto (2014)
N. cochenillifera 9,2 11,5 6,3 21,7 - 80,7 59,0 Maciel et al. (2015)
N. cochenillifera 9,5 18,6 3,0 22,3 11,4 - - Moraes (2012)
N. cochenillifera 12,5 10,3 3,7 23,5 15,8 84,9 61,6 Valadares Filho et al. (2010)
15
Oliveira (2017), avaliou o efeito da substituição da cana de açúcar por palma miúda
(0; 33; 66 e 100%) na dieta de ovinos Santa Inês, registrando consumo de MS máximo
de 1,31 g Kg-1 com 42,5 % de palma. As digestibilidade de nutrientes da MS, MO, PB e
EE aumentaram linearmente, porém a FDN apresentou digestibilidade máxima de 500 g
Kg-1ao nível de 64,2% de substituição.
Moraes (2012), trabalhando com as espécies Opuntia stricta e Nopalea
cochenillifera com média 82,38% de palma, farelo de soja, sal mineral e ureia, não
observou diferenças para os consumos de MS, MO, FDN, com médias de 827, 32 g.dia-1
(3,4% de PV); 708,87 g.dia-1; 175,25 g.dia-1, respectivamente. Os coeficientes de
digestibilidade da MS e da MO foram mais altos nas dietas compostas por OEM e IPA-
Sertânia, em comparação a dieta composta pela espécie Miúda, com média de 73,7 g dia-
1 e 80,4 g dia-1 para OEM e 73,2 g dia-1e 79,10 g dia-1 para IPA-Sertânia. As
digestibilidades de MS e MO para dietas contendo palma miúda foram de 62,2 g.dia-1 e
70,5 g.dia-1, respectivamente. Os coeficientes de digestibilidade da FDN não foram
influenciados pelas espécies de palma com média de 46,3%.
1.1.2 Mandacaru sem espinhos
De acordo com Moreira et al. (2015), o mandacaru variedade sem espinho apresenta
importância para a sustentabilidade e conservação do bioma Caatinga crescendo em
vários tipos de solos, incluindo o solo do Rio Grande do Norte.
O mandacaru sem espinhos (Cereus hildmannianus K. Schum.), é encontrado
principalmente no Rio Grande do Norte, sua vantagem de não ter espinhos facilita o
manejo e a utilização na alimentação dos animais na seca (CAVALCANTI E REZENDE,
2006), evitando acidentes ao produtor rural e aos animais. Esses autores relataram que o
mandacaru sem espinhos encontrado no entorno da cidade de Natal/RN, tem apresentado
altura variando de 3,5 a 5,3 m com copa bastante desenvolvida. Todavia, algumas plantas
desta espécie têm sido cultivadas em áreas de climas mais seca, como o sertão da Paraíba
e Pernambuco.
Cavalcanti e Resende (2006) identificaram altura das plantas variando de 3,75 a
6,54m, com seu tronco ou caule principal desenvolvendo brotações laterais com número
médio de 13,5 por planta.
Os seus frutos servem como alimentos para pássaros e animais silvestres da
Caatinga (CAVALCANTI & RESENDE, 2007), sendo uma alternativa para a fabricação
16
de vinho. A sua polpa é doce e comestível e, semelhante a outras cactáceas, pode ser
utilizada na alimentação humana (ALBUQUERQUE & ANDRADE, 2002;).
Uma das vantagens do mandacaru sem espinhos é a pequena perda de água para a
atmosfera devido à forma do seu caule desprovido de folhas, o que reduz a superfície de
evaporação do vegetal e por causa da presença de uma espessa cutícula que reveste os
folículos, possuindo ainda tecidos mucilaginosos, que absorvem e armazenam grande
quantidade de água. Por isso, na estiagem, quando todas as plantas secam e perdem suas
folhas, o mandacaru e outras cactáceas mantêm-se verde, contrastando com a paisagem
(ARAÚJO et al., 2009).
Segundo Cavalcanti & Resende (2006), essa espécie surgi como mais uma opção
forrageira, por seu potencial forrageiro e valor nutritivo apropriado em função do seu teor
proteico, em torno de 10,7%, de acordo com Sampaio et al. (2001). De fácil manejo por
não possuir espinhos, dispensa o processo da queima, não havendo a emissão de gases
poluentes, trazendo também como vantagem melhor palatabilidade aos animais. Em
conformidade com Cavalcanti & Resende (2006), no processo de extração dos caules, os
pecuaristas queimam os espinhos, pois estes dificultam o manejo e a utilização do
mandacaru na alimentação dos animais. Adicionalmente, a queima dos espinhos pode
causar danos ao meio ambiente e é um desafio enfrentado pelo agricultor
(CAVALCANTI & RESENDE, 2007).
O mandacaru sem espinhos apresenta grande quantidade de fibras que são formadas
por polímeros de elevada massa molar, como o amido, hemicelulose, pectina e lignina. É
um substrato rico em açúcares simples como glicose, frutose e sacarose, além de outros
mono e dissacarídeos que são utilizados pelos microrganismos para síntese de proteínas
(ARAÚJO et al. 2009).
Cavalcanti e Ribeiro (2008) encontraram valor nutricional para o mandacaru sem
espinhos de: 7,61% MS, 12,19% PB, 1,04% EE, 14,85% FB, 3.404 cal/g EB, 18,69%
MM e 81,31% MO, e para o mandacaru com espinhos os valores registrados foram de:
18,77% MS, 6,64% PB, 2,03% EE, 3,74% FB, 3.114 cal/g EB, 22,57% MM e 77,43%
MO. Araújo et al (2009) encontraram 9,17% PB na base seca
1.2 Consumo voluntário de nutrientes e comportamento ingestivo
O conhecimento sobre o consumo e a digestibilidade da matéria seca dos alimentos
é essencial para a nutrição animal, pois através destes parâmetros é possível estabelecer
17
as quantidades precisas de nutrientes que irão atender ás exigências nutricionais para
mantença, crescimento e produção de ruminantes.
O consumo de matéria seca pode ser controlado por fatores físicos, fisiológicos ou
psicogênicos, como tipo e qualidade dos alimentos, nível de produção e manejo
(RODRIGUES et al., 2007; SNIFFEN et al.,1993). O fator físico refere-se à distensão
física do rúmen-reticulo, o fisiológico é regulado pelo balanço energético ou nutricional
e a regulação psicogênica envolve o comportamento animal em resposta a fatores
inibidores ou estimuladores no alimento ou ao manejo alimentar, que não são
relacionados ao valor energético dos alimentos ou ao efeito de repleção (MERTENS,
1994).
Segundo Gomes et al. (2012), relataram que o consumo e a digestibilidade aparente
da matéria seca são influenciados por vários fatores, como padrão genético dos animais,
teor de nutrientes da dieta, pelos efeitos associativos entre os alimentos, pela relação
volumoso concentrado, e também, pelo processamento dos alimentos. Entre os
componentes da dieta, a energia é o que mais se relaciona ao consumo de alimento pelo
animal (SILVA, 2014), observação oposta para a fibra em detergente neutro (FDN).
Segundo Pereira et al. (2003), o consumo de alimento é essencial para avaliar uma
determinada dieta, pois determina a resposta animal, através do nível de ingestão de
nutrientes. Contudo, se a dieta ofertada restringir o consumo alimentar, este limitará
também o desempenho animal e consequentemente reduzirá a eficiência do processo
produtivo.
O consumo voluntário pode ser definido como a quantidade de matéria seca
ingerida espontaneamente por um animal ou um grupo de animais durante dado período
de tempo com acesso livre ao alimento (FORBES,1995).
Silva et al. (2010), utilizando cactáceas nativas associadas a fenos de flor de seda e
sabiá na alimentação de borregos obtiveram consumo médio de 3,26% PV para o
mandacaru associado ao feno de Sabiá, confirmando a aceitação da dieta pelos animais,
pois de acordo com Pessoa et al. (2013), consumos de matéria seca superiores a 3,0% do
peso vivo em ovinos podem ser considerados satisfatórios por proporcionar ingestão
adequada de nutrientes quando em dietas bem balanceadas.
Vários trabalhos com ruminantes têm demonstrado que a utilização de palma e
outras cactáceas na dieta tem reduzido a ingestão voluntária de água (COSTA et al., 2012;
SILVA et al., 2010; CAVALCANTI et al., 2008; VIEIRA et al., 2008; BISPO et al.,
2007), em virtude da alta umidade, aproximadamente 90%, confirmando sua importância
18
para as regiões áridas e semiáridas, onde é considerada fonte de água de boa qualidade e
fonte de MS de alta digestibilidade.
O comportamento ingestivo é compreendido como o estudo das variáveis acerca da
alimentação do animal, podendo ser caracterizado pela distribuição desuniforme de uma
sucessão de períodos definidos e discretos de atividades, comumente classificadas como
ingestão, ruminação e descanso ou ócio (PENNING et al., 1991). Seu estudo contribui
para a busca do melhor desempenho animal, através da avaliação das dietas, orientando
para possíveis ajustes de manejo alimentar.
Fischer et al. (1998), relataram que os ruminantes intercalam o período de ingestão
de alimentos com um ou mais períodos de ruminação ou de ócio e o fornecimento de
alimento influência o ritmo da ruminação, o qual é mais elevado durante a noite.
O tempo gasto com alimentação é um dos fatores limitantes do consumo, varia em
função do teor de fibra das dietas por causa do número de movimentos mastigatórios.
Segundo Albright (1993), o maior consumo de nutrientes está associado, primeiramente,
com o menor tempo gasto na ingestão e na ruminação (DESWYSEN et al., 1993).
A distribuição das atividades ingestivas (ingestão, ruminação e repouso) são
influenciadas por vários fatores como o horário, a frequência e o intervalo de tempo entre
os arraçoamentos, situação aplicada em animais confinados, de acordo com Deswysen et
al. (1993), o fornecimento de ração induz o animal a ingerir. Concordando com os esses
autores e Souza (2004), indicam que a quantidade de alimento consumido por um
ruminante, em determinado período, depende do número de refeições, da duração e da
taxa de alimentação de cada refeição.
1.3 Disgestibilidade aparente dos nutrientes
Entende-se por digestão como sendo o processo de conversão de macromoléculas
em moléculas menores até que possam ser absorvidas no trato gastrointestinal. E como
forma de conhecer os nutrientes que foram absorvidos pelos animais, tem-se a
digestibilidade.
A digestibilidade é um parâmetro nutricional imprescindível para formulação de
dietas que atenda com precisão as exigências dos animais, representando em porcentagem
a quantidade de nutrientes que não foi excretado nas fezes.
Considerada um dos principais parâmetros para a avaliação do valor nutritivo, a
digestibilidade é fundamental quanto à qualificação dos alimentos; e medidas de
coeficiente de digestibilidade permitem indicar a quantidade percentual de cada nutriente
19
do alimento que o animal tem condição de utilizar (VAN SOEST, 1994). A
digestibilidade pode ser aparente ou verdadeira, a primeira corresponde à diferença entre
os nutrientes contidos nos alimentos e os presentes nas fezes, já a digestibilidade
verdadeira considera resíduos de bactérias e substâncias endógenas, por isso de acordo
com Van Soest (1994) o coeficiente de digestibilidade verdadeira é sempre mais alto que
o da digestibilidade aparente, com exceção para a fibra.
Para as fibras não há perdas metabólicas nas fezes, pois não há produção endógena
no organismo animal, por essa razão os coeficientes de digestibilidade aparente e
verdadeira são iguais. Resíduos alimentares que ultrapassam o trato digestivo intacto são
chamados de verdadeiramente indigestíveis. Em dietas totais, proteínas e lipídios sempre
tem perdas metabólicas nas fezes (VAN SOEST, 1994).
Nos ensaios de digestibilidade é possível determinar a digestibilidade aparente e a
digestibilidade verdadeira, sendo baseado na diferença entre a quantidade de matéria seca
ou nutriente ingerido e respectiva quantidade nas fezes. A diferença é que a
digestibilidade verdadeira considera no cálculo resíduos de bactérias oriundas do
processo fermentativo e substâncias endógenas do organismo animal, como enzimas
digestivas, células de descamação do trato gastrintestinal, sais de cálcio e de magnésio
sob forma de sabão combinado com lipídeos, que são consideradas da fração fecal
(SALMAN et al., 2010).
Quando se trabalha com digestibilidade aparente não existe a preocupação em fazer
distinção entre nutrientes que apareceram nas fezes, originários da fração indigerível do
alimento e aqueles originados do próprio corpo do animal que são secretados no trato
digestivo na forma de enzimas e outras secreções endógenas e descamações da mucosa.
Após o conhecimento da composição química dos alimentos, a estimativa dos valores de
digestibilidade é essencial para determinar o valor nutritivo dos alimentos
(VALADARES FILHO, 2000).
De acordo com Silva e Leão (1979), geralmente na avaliação de alimentos para
ruminantes, utiliza-se o coeficiente de digestibilidade aparente, definido como parte do
nutriente do alimento que não é excretado nas fezes, por meio da formula:
CD= (Kg de nutriente ingerido – Kg de nutriente excretado) x 100
kg de nutriente ingerido
Existem dois métodos utilizados para estimar a digestibilidade dos alimentos: o
método direto ou método tradicional da coleta total de fezes, que consiste em um rigoroso
controle de ingestão e excreção diária, necessitando de animais adaptados à gaiola de
20
metabolismo e a bolsas coletoras; e o método indireto dos indicadores ou marcadores
(internos ou externos), os quais apresentam certas vantagens sobre o da coleta total de
fezes devido à simplicidade e conveniência de utilização, proporcionando informações
como a quantidade ingerida de alimentos ou nutrientes específicos, a taxa de passagem
da digesta por todo trato digestivo e a digestibilidade de todo alimento ou nutriente
específico (ZEOULA et al., 2001).
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2. INTRODUÇÃO
A região semiárida do Brasil é de, aproximadamente, 10% do território nacional e
mais da metade do território nordestino, caracterizada por baixa e irregular pluviosidade,
temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar, alta insolação, solos
predominantemente, rasos, pedregosos e de baixa fertilidade, com baixa capacidade de
armazenamento de água. A vegetação dessa área é a caatinga, composta por arbustos e
árvores pequenas, geralmente espinhosas e decíduas, plantas anuais, cactos, bromélias e
um componente herbáceo composto de gramíneas e dicotiledôneas (SANTOS et al.,
2010).
Na Caatinga, a pecuária é uma atividade de menor risco em relação à agricultura,
por possibilitar a utilização de plantas xerófilas (nativas da caatinga ou introduzidas) na
alimentação animal, bem como a adoção de práticas de conservação de forragem (feno e
28
silagem) para que se possa programar o período de utilização dessa forragem (SANTOS
et al., 2013).
Segundo Silva et al. (2016), em períodos de grandes secas na caatinga, a palma e
outras cactáceas são utilizadas como volumosos forrageiros estratégicos na composição
das dietas dos bovinos, caprinos e ovinos, e têm contribuído para a viabilidade dos
sistemas de produção animal dessa área.
Nutricionalmente a palma é rica em água, carboidratos não-fibrosos, considerada
fonte energética, com boa aceitabilidade e elevada digestibilidade da MS, no entanto,
apresenta baixas concentrações de FDN comparada com alimentos volumosos (MELO,
2006). Além dessas características, os gêneros Nopalea cochenillifera (miúda) e Opuntia
stricta (orelha de elefente mexicana) são resistentes à cochonilha do carmim Dactylopius
opuntiae (VASCONCELOS et al., 2009).
O mandacaru sem espinhos (Cereus hildmannianus) é encontrado em alguns
Estados do Nordeste, principalmente nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernanbuco, e é uma opção alimentar, por seu potencial forrageiro, e por não possuir
espinhos, facilitando o manejo no arraçoamento dos ruminantes (CAVALCANTI &
RESENDE, 2006).
Segundo Melo (2006), as cactáceas quando utilizadas como alimento exclusivo não
atendem às exigências nutricionais dos ruminantes por suas limitações quanto ao valor
proteico e de fibra. Portanto, deve ser fornecida associada a uma fonte de fibra fisicamente
efetiva, e entre as espécies arbustivas da caatinga, a espécie sabiá pode ser uma opção de
volumoso por proporcionar feno de bom valor nutritivo (SILVA et a., 2010).
Segundo Ben Salem (2010), a produção de pequenos ruminantes é a principal fonte
de renda dos agricultores que vivem em regiões áridas e semiáridas. Ovinos e caprinos
criados nessas áreas geralmente enfrentam severas deficiências nutricionais durante o
período de escassez de alimentos, que comprometem a sua saúde e, consequentemente,
resultam em baixo desempenho produtivo e reprodutivo.
A eficiência produtiva na ovinocultura é reflexo da oferta regular de forragem com
o fornecimento de dietas bem balanceadas, sendo fundamental pesquisas com alimentos
adaptados a regiões semiáridas, para que a oferta de alimento seja constante, revertendo
o quadro de escassez alimentar enfrentado pelas secas.
Objetivou-se determinar o valor nutricional das cactáceas mandacaru sem espinho,
palma orelha de elefante mexicana e miúda na alimentação de ovinos.
29
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local e período experimental
O experimento foi realizado no período de 06 a 26/04/ 2017, galpão experimental
do Laboratório de Nutrição Animal, situado na Unidade Acadêmica Especializada em
Ciências Agrárias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, localizado
no município de Macaíba/RN, com as coordenadas geográficas latitude 05°53’ 35.12’’
sul e longitude de 35°21’47.03’’oeste. O clima da região de acordo com Thornthwaite
(1948), é sub - úmido seco, com excedente hídrico de maio a agosto. As médias de
temperaturas mínima, média e máxima foram obtidas no banco de dados do INMET –
Instituto Nacional de Meteorologia, com valores de 26ºC, 28,5 º C e 31º C,
respectivamente. A precipitação pluviométrica registrada no mês de abril foi de 70mm,
monitorada em pluviômetro tipo Ville de Paris em aço inox, instalado nas proximidades
da área experimental, localizado no campo do grupo de estudo GEFOR.
O período de experimentação teve duração de 21 dias, sendo 14 dias para a
adaptação dos animais ao tratamento e às gaiolas de metabolismo e os últimos sete dias
destinados à coleta de dados. Os ovinos foram mantidos em gaiolas individuais de
metabolismo (1,2 m comprimento x 0,8 m largura), contendo comedouros e bebedouros,
acopladas com bandejas para coleta de fezes. As gaiolas foram dispostas lado a lado no
mesmo sentido e no centro do galpão, mantendo os animais na sombra e protegendo-os
da chuva.
3.2 Manejo dos animais e delineamento experimental
Foram utilizados 15 ovinos machos, mestiços (½ Soinga x ½ Santa Inês), com
quatro meses de idade e peso vivo inicial de 17,27 kg ± 1,05 kg, distribuído em
delineamento inteiramente casualizado, composto por três tratamentos e 5 repetições.
Os animais foram pesados no início e final do experimento, vermifugados e
receberam dose de suplemento vitamínico (ADE) uma semana antes do início do período
de adaptação.
3.3 Manejo alimentar
30
Foram seguidos os mesmos procedimentos descritos por MOORE (1981), para o
manejo geral dos animais, para a coleta e o processamento das amostras para
determinação do consumo voluntário e da digestibilidade dos nutrientes.
O manejo alimentar seguiu o modelo descrito por AGUIAR (2005), que consiste
no fornecimento duas vezes ao dia, às 8 horas (50%) e 16 horas (50%), constituindo-se
da mistura de uma das cactáceas, feno de sabiá, concentrado (milho e soja), e sal mineral
na forma de dieta completa. A composição química dos ingredientes é apresentada na
Tabela 2.
Os animais passaram por um período de adaptação de 14 dias ao manejo e
instalações, onde receberam alimentação à vontade, de maneira a ser estimado o consumo
voluntário em função da sobra referente ao dia anterior, a qual foi controlada para que
fosse mantida em torno de 10% do total de matéria seca (MS) ofertada, realizando-se o
ajuste a cada dois dias.
As dietas experimentais com base na matéria seca foram compostas de uma
cactácea (mandacaru sem espinho, palma orelha de elefante e palma miúda, e), feno de
sabiá, milho, soja e sal mineral (Tabela 3).
As dietas foram formuladas para atender às exigências de cordeiros para ganho de
peso de 100 g/dia, segundo recomendações do NRC (2007).
A palma miúda foi colhida a cada dois dias, oriunda do palmal existente na Escola
Agrícola, Macaíba/RN. Os outros cactos foram colhidos uma única vez para o
experimento, a palma orelha de elefante mexicana foi colhida de cultivo irrigado da Base
Física da Estação Experimental de Terras Secas/Emparn no município de Pedro
Avelino/RN, e o mandacaru sem espinho colhido do município de Parelhas/RN.
O feno de sabiá utilizado foi composto de folhas e ramos tenros, triturados em
máquina forrageira, distribuídos em camadas de 10 cm para desidratação a sombra. O
ponto de feno foi controlado através do forno micro-ondas, sendo atingido com três dias
de desidratação, em seguida armazenados em sacos de polipropileno sob estrados de
madeira.
Tabela 2. Composição química dos ingredientes das dietas experimentais.
31
MS = matéria seca; MO =matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FDN = fibra em
detergente neutro; FDNc = fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteínas; FDA = fibra em
detergente ácido; CHOT = carboidratos totais; CNF = carboidratos não fibrosos; LIG = Lignina; NIDA =
nitrogênio indigestível em detergente ácido; NIDIN = nitrogênio indigestível em detergente neutro; NDTe
= nutrientes digestíveis totais estimado.
Os cactos ofertados foram fatiados manualmente com auxílio de facas, tendo o
cuidado para padronização do tamanho das partículas (3 cm). No mandacaru sem espinho
foi feito o corte manual das costelas, separando-se do caule lenhoso. As costelas foram
fatiadas em partículas de 3 cm.
A água ofertada diariamente por animal foi de 4000g, em balde individual, pesando-
se às 7 h, a oferta e a sobra do dia anterior. Através da diferença entre a oferta, sobra e
evaporação determinou -se a ingestão de água voluntária.
Para cálculo de evaporação foram dispostos três baldes equidistantes entre as
gaiolas de metabolismo com a mesma quantidade de água ofertada aos animais. No dia
seguinte os baldes foram pesados e por diferença obtinha-se a água evaporada, a média
da evaporação dos três baldes foi subtraída do total de água ofertada.
3.4 Coletas e análises laboratoriais
Diariamente, durante o período de coleta, foi retirado uma amostra representativa
(300 g) dos alimentos fornecidos para caracterização dos alimentos e também pesadas as
sobras total das dietas, na qual formaram uma amostra composta por unidade
experimental.
Alimentos
Nutrientes
(g kg-1MS)
Mandacaru
sem espinhos
Palma orelha de
elefante mexicana Palma miúda Feno de sabiá Milho Farelo de soja
MS 104,1 79,0 118,3 887,4 882,2 883,7
MO 842,0 781,9 876,8 942,6 983,6 927,4
MM 158,0 218,1 123,2 57,4 16,4 72,6
PB 154,4 65,7 25,8 152,9 92,2 529,9
EE 13, 15,1 14,4 52,6 44,4 15,4
FDN 374,1 252,8 311,8 495,9 113,4 144,9
FDNcp 316,1 179,3 282,6 371,1 146,8 134,0
FDA 246,7 147,5 128,9 457,0 56,1 123,9
CHOT 674,5 701,1 837,4 738,0 847,0 382,1
CNF 300,4 448,2 518,4 242,1 733,6 237,2
LIG 9,2 16,3 47,0 158,0 27,0 15,2
NIDA 1,0 0,9 0,9 2,1 1,3 2,5
NIDIN 8,2 4,4 2,4 4,1 2,9 3,8
NDTe 646,7 600,8 697,5 555,8 862,2 781,1
32
As fezes foram coletadas durante as 24 horas de cada dia e pesadas sempre às 7 h
do 15º ao 21º dia. Após a homogeneização do material foi retirado uma alíquota diária de
10% para preparação de uma amostra composta por animal. Feito isso, as amostras
compostas eram acondicionadas em bandejas, devidamente pesadas e colocada em estufa
de ventilação forçada a 55º C por 72 horas.
As amostras de sobras e alimentos ofertados foram mantidas em freezer (-5 a -10 °C). Ao
término do ensaio, as amostras foram descongeladas à temperatura ambiente para
posteriormente realizar–se a pré-secagem em estufa de ventilação forçada a 55º C, por 72
horas. As amostras foram trituradas em moinho tipo Willey, com peneira de 1 mm para
determinação dos teores de MS, cinzas, PB e EE, conforme descrito por Silva & Queiroz
(2002).
A determinação dos valores de FDN foi realizado de acordo com o método descrito por
Van Soest et al. (1991). A correção da FDN para cinzas e proteína (FDNcp) foi efetuada
usando as metodologias para análises de PB e MM.
O consumo de alimentos foi mensurado diariamente através da diferença entre a
quantidade de alimento ofertado e a quantidade de sobras, com base na MS.
Os valores que compõem os CHOT; CNF e NDT foram estimados conforme
Sniffen et al. (1992), conforme as equações 1; 2 e 3.
1- CHOT = 100 - (%PB + %EE + %CZ)
2- CNF = 100 - (%PB + %EE + CZ + %FDN)
3- NDT = PBD + FDND + CNFD + (EED X 2,25) em que: PBD = PB
digestível; FDND = FDN digestível; CNFD = CNF digestível e EED = EE digestível.
O coeficiente de digestibilidade dos nutrientes foi calculado pela fórmula segundo
Silva e Leão (1979): Coeficiente de digestibilidade = (Kg nutriente ingerido - Kg
nutriente excretado) dividido por (Kg nutriente ingerido) x 100.
Para os parâmetros comportamentais ingestivo foi realizado a metodologia de
varredura instantânea com intervalo de dez minutos por 24 horas (Johnson & Combs,
1991). Nos intervalos de observação foram determinados os seguintes parâmetros: tempo
de ingestão de alimentos e tempo de ruminação. Os resultados para o comportamento
ingestivo foram obtidos pelas equações propostas por Polli et al (1996): EAL= CMS/TAL
(g MS/h) e ERU= CMS/TRU (g/ MS/h), onde EAL (g/ MS/hora) = eficiência de
alimentação; CMS (g MS/dia) = consumo de matéria seca; TAL= (horas/dia) = tempo de
33
alimentação; ERU (g MS/hora) = eficiência de ruminação; TRU (horas/dia) = tempo de
ruminação.
Tabela 3. Composição química das dietas experimentais, com base na matéria seca
Dietas
Mandacaru sem
espinhos
Palma orelha de
elefante mexicana Palma miúda
Ingredientes
(g kg-1)
Cactácea 430,9 525,7 492,1
Feno de sabiá 233,8 194,7 208,7
Farelo de milho 199,6 166,2 178,1
Farelo de soja 113,7 94,7 101,4
Mistura mineral 22,0 18,4 19,7
Composição Química
MS 271,4 154,3 240,0
MO 885,0 845,9 897,4
MM 115,0 154,10 102,6
PB 180,9 129,8 114,8
EE 28,3 26,8 27,3
FDN 316,3 262,0 291,8
FDA 238,4 187,6 181,4
LIG 48,0 45,3 41,6
NIDA 1,5 1,3 1,4
NIDIN 5,5 4,0 2,9
CHOT 675,7 689,2 755,7
CNF 359,4 427,1 460,3
NDTe 670,0 641,7 692,4
MS = matéria seca; MO =matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FDN = fibra em
detergente neutro; FDNc = fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteínas; FDA = fibra em
detergente ácido; CHOT = carboidratos totais; CNF = carboidratos não fibrosos; LIG = Lignina; NIDA
= nitrogênio indigestível em detergente ácido; NIDN = nitrogênio indigestível em detergente neutro;
NDT = nutrientes digestíveis totais.
3.5 Metodologia estatística
O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, com três
tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos corresponderam às três variedades de
34
cactos utilizadas na alimentação dos animais e a parcela experimental a um animal por
gaiola.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo método de modelos
lineares generalizados e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de significância
utilizando o programa R (R Project, 2017).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As dietas compostas pelas diferentes variedades de cactos não apresentaram
diferenças significativas (P>0,05) para os consumos de matéria seca (CMS) expressos em
g/dia, %PV e PV0,75, consumo de matéria orgânica (CMO), consumo de extrato etéreo
(CEE), consumo de fibra em detergente neutro (CFDN) em g/dia, %PV e PV0,75, consumo
de carboidratos totais (CCHOT) em g dia-1, consumo de carboidratos não fibrosos
(CCNF) e o consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) em g dia-1. O consumo de
proteína (CPB) em g dia-1variou (P < 0,05) entre as dietas experimentais (Tabela 4).
O CMS médio de 4,36% entre os tratamentos demonstra a elevada palatabilidade
dos animais às dietas experimentais, provavelmente pela baixa concentração de FDN e
elevada concentração de CNF apresentados pelas dietas experimentais (Tabela 3), porém
dentro do limite mínimo de fibra na dieta de 25%, de acordo com Mertens (1997), e
necessária para manutenção das condições fisiológicas normal do rúmen. Segundo
Moraes (2012), devido a palma apresentar baixo teor de FDN, essa característica somada
a rápida degradabilidade da MS permite que o efeito de repleção ruminal seja retardado,
ou não ocorra, promovendo maior consumo.
Outro componente que pode alterar a saúde do rúmen é a concentração de
carboidratos não fibrosos. De acordo com Van Soest (1991), o tipo e a quantidade de
CNF, FDN e FDA afetam a fermentação e a eficiência microbiana.
Pessoa et al. (2013), afirmaram que consumos de matéria seca superiores a 3,0% do
peso vivo em ovinos podem ser considerados satisfatórios por proporcionar ingestão
adequada de nutrientes quando em dietas bem balanceadas.
Segundo Moraes (2012), utilizando as variedades miúda, Orelha-de-Elefante-
Mexicana (OEM), cv. IPA-Sêrtania (Nopalea sp) e F-21 (Nopalea sp) compondo a dieta
de ovinos com 79,5 a 86,5% de palma, mais farelo de soja, uréia e sal mineral, observou
CMS de 827,3 g dia-1 e 3,3% PV.
Tabela 4. Consumo de nutrientes por ovinos alimentados com diferentes espécies de
cactáceas.
35
Variável Dietas
MSE P. OEM P. MIÚDA CV (%)
CMS (g dia-1) 777,50a 780,00a 843,33a 15,53
CMS (%PV) 4,13a 4,33a 4,61a 13,42
CMS (PV0,75) 85,93a 89,09a 95,28a 13,81
CMO (g dia-1) 692,68a 669,03a 759,23a 15,98
CPB (g dia-1) 145,10a 109,94ab 100,09b 22,09
CEE (g dia-1) 23,50a 23,41a 24,29a 13,43
CFDN (g dia-1) 247,59a 207,76a 240,05a 15,67
CFDN (%PV) 1,32a 1,15a 1,31a 12,72
CFDN (PV0,75) 27,41a 23,77a 27,19a 13,35
CCHOT (g dia-1) 537,01a 547,96a 648,64a 17,94
CCNF (g dia-1) 289,42a 340,15a 405,13a 22,49
CNDT (g dia-1) 502,39a 518,73a 552,83a 16,98
P. MIUDA = palma miúda; P. OEM = palma orelha de elefante mexicana; MSE = mandacaru sem espinhos;
CV = Coeficiente de variação; CMS = consumo de matéria seca; CMO = consumo de matéria orgânica;
CPB = consumo de proteína bruta; CEE = consumo de extrato etéreo; CFDN = consumo de fibra em
detergente neutro; CCHOT = consumo de carboidratos totais; CCNF = consumo de carboidratos não
fibrosos; CNDT = consumo de nutrientes digestíveis totais.
Médias seguidas de letras distintas nas linhas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
Tegegne et al. (2007), utilizando 60% de palma gigante na dieta de ovinos
registraram 4,3% de consumo de matéria seca em relação ao peso vivo, dado semelhante
ao presente estudo.
Na dieta de caprinos, Cavalcanti e Resende (2006 a), utilizando o mandacaru como
suplementação da caatinga, observaram consumo diário de MS de 890 g, e Silva et al.
(2010), utilizando 30% do cacto e 30% de feno de sabiá em borregos confinados
apresentaram consumo diário de MS de 667,88 g.
As médias encontradas para os consumos de MS e outros nutrientes entre as dietas
experimentais, demonstra o valor nutritivo do mandacaru sem espinhos em comparação
as duas espécies de palmas forrageiras.
A média para o CMO nas dietas foi de 706, 98 g dia-1, a ausência de significância
desse parâmetro é explicada pelo comportamento semelhante para o CMS.
O consumo de PB entre as dietas experimentais foi superior para os animais que
receberam dieta com o MSE, em relação ao consumo dos animais que receberam a dieta
composta por palma miúda (Tabela 4). Esse resultado pode ser justificado pela maior
concentração de PB na dieta com o MSE, comparado à dieta da palma miúda (Tabela 3).
Silva et al. (2010), encontraram 82,77 g dia-1 de PB ingerida por borregos
alimentados com mandacaru associado ao feno de sabiá, valor inferior ao presente
36
trabalho (Tabela 4). Nessa pesquisa, os referidos autores trabalharam com base na MS
com 30% de mandacaru e 12,39% de PB na dieta experimental, o que justifica o menor
CPB na pesquisa quando comparada a atual, com 43% da cactácea e 18,09% de PB na
dieta experimental.
Os consumos médios de FDN, CHOT e CNF foram respectivamente de 231,80 g
dia -1, 577,87 g dia -1, 344,90 g dia -1. Silva et al. (2010) registraram para essas variáveis
na mesma ordem 255,63 g dia -1, 474,58 g dia -1, 272,37 g dia -1, trabalhando com 30%
de mandacaru + 30% de feno de Sabiá + 40% de algaroba na dieta de ovinos Morada
Nova, com ganhos de peso de 86g dia-1.
A utilização de 60% de palma orelha de elefante na alimentação de ovinos e
caprinos, promoveu um consumo de 262,79 g dia-1de FDN, 460,08 g dia-1de CHOT e
197,29 g dia-1de CNF, conforme Cavalcanti et al. (2008). Silva (2014), utilizando 67,6%
de palma Opuntia fícus indica Mill cv. Gigante, observou CFDN e CCNF de 287,27 g dia
-1 e 291,64 g dia -1, respectivamente.
Não foi observado diferenças (P>0,05) de consumo de NDT entre as dietas
experimentais, com média de 524,65 g dia-1, retratando o mesmo comportamento
observado para ingestão de MS. Silva et al. (2010), em experimento com mandacaru,
observaram CNDT por ovinos de 447, 73 g dia-1.
Houve diferença (P<0,05) para ingestão de água via alimento entre as dietas
compostas por palma OEM e MSE (Tabela 5). A maior ingestão de água via alimento foi
observado para a dieta palma OEM, 4.478,61g dia-1 de água, em virtude de apresentar
menor teor de matéria seca (Tabela 2); e a menor ingestão de água via alimento foi
observado pela dieta com MSE, comprovado pelo seu menor teor de água.
Essa ingestão de água via alimento ressalta a importância dos cactos também
como fonte de água para os animais no semiárido. Araújo et al. (2010) comentaram que
o suprimento de água adicional via palma forrageira, mandacaru e outros alimentos
suculentos é mais importante para animais criados em regiões com acesso limitado à água,
como ovinos e caprinos no semiárido brasileiro.
Segundo a NRC (2007), a exigência hídrica de borrego é estimada em 3.190 mL
dia-1, em função do consumo de MS. A ingestão de água varia conforme as características
climáticas do ambiente, MS da dieta, categoria do animal e estado fisiológico.
Resultado próximo ao presente estudo foi observado por Moraes (2012), em que
consumo total de água e de água via alimento pelos ovinos com média de 21 Kg de peso
37
vivo, diferiu em função das dietas (P<0,05), não observando efeito para ingestão
voluntária. Segundo a autora, para dieta contendo palma OEM a ingestão de água via
alimento e total foram 6307,6 mL dia-1 e 6326,8 mL dia-1, e para a dieta com palma miúda
os valores foram de 5936,6 mL dia-1 e 5952,9 mL dia-1, respectivamente.
Silva et al. (2010) observaram ingestão de água voluntária pelos borregos que
receberam dieta composta de mandacaru e feno de flor de seda, com média de 1.731,53
g dia -1; e para dieta mandacaru mais feno de Sabiá, ingestão de água voluntária de
1.150,17 g dia -1.
Apesar dos cactos apresentarem elevadas concentrações de água nos seus conteúdos
celulares, os animais também procuraram água no bebedouro, o que pode estar
relacionado com o efeito diurético da palma e outras cactáceas. De acordo com Morais
(2012), o efeito diurético/aquarético e laxativo da palma forrageira aumenta a exigência
hídrica dos animais devido à maior produção de urina e umidade das fezes, levando-os a
procurarem por água. O gênero de cacto não influenciou na ingestão voluntária de água
(Tabela 6). Esses resultados divergem das pesquisas de Silva et al. (2010) e Silva et al.
(2011), que apresentaram (P<0,05) nos consumos de água voluntária em ovinos e cabras
alimentados com mandacaru ou xiquexique e feno de sabiá em condições experimentais
e climáticas específicas.
Tabela 5. Consumo de água por ovinos alimentados com dietas contendo
diferentes espécies de cactáceas.
Consumo de
Água (g dia-1)
Dietas
MSE P. OEM P. MIÚDA CV (%)
Via alimento 2.827,12 b 4.478,61a 3.164,57ab 27,06
Voluntária 403,12ª 147,33 a 666,38 a 14,69
Total 3.230,24 b 4.625,94 a 3.830,95ab 20,23
P. MIUDA = palma miúda; P. OEM = palma orelha de elefante mexicana; MSE = mandacaru sem espinhos;
CV = Coeficiente de variação.
Médias seguidas de letras distintas nas linhas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
Para a ingestão de água total, os animais que receberam palma OEM ingeriram
maior quantidade de água em relação aos animais que receberam a dieta com MSE
(Tabela 5).
Vários trabalhos na literatura comprovam a redução do consumo voluntária de água
em ovinos a medida que se eleva os níveis de palma na dieta (Costa et al., 2012; Bispo et
al., 2007; Ben Salem et al., 1996).
38
Nesta pesquisa, não foram observadas diferenças (P> 0,05) para os coeficientes de
digestibilidade da matéria seca (CDMS), matéria orgânica (CDMO), fibra em detergente
neutro (CDFDN), carboidratos totais (CDCHT), carboidratos não fibrosos (CDCNF) e
nutrientes digestíveis totais (NDT) entre as dietas experimentais.
Houve diferença (P<0,05) para o CDPB. O CDPB da dieta com a palma OEM foi
superior à dieta com palma miúda, mas não diferiram da dieta com MSE (Tabela 6).
O maior CDPB de 64,05% (Tabela 6) apresentado pela dieta composta por palma
OEM, pode estar relacionado pela relação CNF/PB da dieta experimental, pois a relação
proteína: energia é um dos fatores que influenciam a digestibilidade (Mac Donald et al.,
1993; Van Soest, 1994; Orskov, 2000). Segundo Fregadolli et al. (2001), de acordo com
a disponibilidade de nitrogênio, os carboidratos afetam o metabolismo e a multiplicação
microbiana, e por consequência, a digestão dos alimentos, a produção de proteína
microbiana e a quantidade de aminoácidos e peptídeos disponíveis para a absorção no
intestino delgado.
Moraes (2012), encontrou médias de 62,2%, 70,5%, 69,8% e 46,3% para as
digestibilidades da MS, MO, PB e FDN respectivamente, utilizando 79,5% de palma
miúda na dieta de ovinos. Em experimento com 30% de palma orelha de elefante
mexicana, também na dieta de ovinos, Guerreiro (2017) observou 74,62% de CDMS,
77,74%de CDMO, 79,15% de CDPB e 51,79% de CDFDN.
O CDFDN deste trabalho são próximos a literatura revisada. De acordo com Silva
(2014), os componentes fibrosos representam uma fração significante da dieta dos
ruminantes, fundamentais para o bom funcionamento do rúmen, por promover estímulos
à ruminação e consequentemente na produção de saliva e produção de substâncias
tamponantes. Os resultados dos coeficientes de digestibilidade das palmas OEM e miúda
da presente pesquisa, estão entre aos valores apresentados por Moraes (2012) e Guerreiro
(2017), estudando a digestibilidade aparente dessas espécies na dieta de ovinos. Na
espécie MSE os valores das digestibilidades dos nutrientes encontrados também estão
entre os valores das digestibilidades das espécies de palma dessa pesquisa, e resultados
apresentados por Moraes (2012) e Guerreiro (2017) com as mesmas espécies de palmas
forrageiras.
O NDT das dietas experimentais demonstra a proximidade dos valores do
mandacaru sem espinhos com as palmas em estudo, comprovando o seu valor nutritivo.
Os tempos despendido com alimentação (TAL) e ruminação (TRU) obtidos nesse
estudo estão de acordo com Van Soest (1991) e Church (1993), onde o primeiro autor
39
relata que a atividade de ruminação ocupa de 4 a 9 horas por dia e é influenciado pela
natureza da dieta, principalmente pelos níveis de FDN, e o segundo autor afirma que os
ruminantes, sob condições de confinamento, alimentados com forragem, destinam de 2 a
7 horas para alimentação.
Segundo Van Soest (1994), o tempo gasto em ruminação é proporcional ao teor de
parede celular dos alimentos. Assim, ao se elevar o nível de FDN das dietas, haverá
aumento no tempo despendido com ruminação.
A dieta composta por palma OEM promoveu diferença significativa (P<0,05) para
a variável TAL (Tabela 7), esses animais passaram mais tempo alimentando-se devido a
menor concentração de MS apresentado por esta dieta (Tabela 2).
Oliveira (2017), utilizando níveis crescentes de palma na dieta de ovinos, encontrou
tempo médio de ruminação de 5,07h/dia, próximo ao presente estudo. E Moraes (2012),
encontrou para TAL e TRU, 3,07 h e 3,66 h média respectivamente entre os tratamentos
miúda e orelha de elefante mexicana, valores abaixo do encontrado nesse estudo, tendo
em vista que esta autora utilizou maior porcentagem de palma na dieta, em média 83%.
Tabela 6. Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes por ovinos alimentados
com diferentes espécies de cactáceas.
Variável Dietas
MSE P. OEM P. MIÚDA CV (%)
CDMS 67,02a 70,74a 66,55a 4,28
CDMO 68,66a 72,40a 68,28a 4,09
CDPB 59,26ab 64,05a 49,12b 11,66
CDFDN 55,80a 59,36a 53,95a 8,23
CDCHT 71,04a 75,29 a 73,48a 3,95
CDCNF 84,09a 85,03a 84,93a 2,24
NDT 64,66 66,51 65,53 3,13
P. MIUDA = palma miúda; P. OEM = palma orelha de elefante mexicana; MSE = mandacaru sem espinhos;
CV = Coeficiente de variação; CDMS = Coeficiente de digestibilidade da matéria seca; CDMO =
Coeficiente de digestibilidade da matéria orgânica; CDPB = Coeficiente de digestibilidade da proteína
bruta; CDFDN = coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro; CDCHOT = Coeficiente de
digestibilidade dos carboidratos totais; CDCNF = Coeficiente de digestibilidade dos carboidratos não
fibrosos. NDT = Nutrientes digestíveis totais.
Médias seguidas de letras distintas nas linhas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
Naquele estudo, os animais consumiram mais a dieta pelo baixo teor de FDN,
aumentando a taxa de passagem, tornando-a mais rápida com o aumento no nível de
palma, reduzindo, deste modo, o tempo de ruminação.
As variáveis TRU, EAL e ERU não sofreram influência do cacto utilizado. Oliveira
(2017), registrou médias de 389,0 e 236,70 g MS/hora, respectivamente.
40
Tabela 7. Comportamento ingestivo de ovinos alimentados com dietas contendo
diferentes espécies de cactáceas.
Variável
Dietas
MSE P. OEM P. MIÚDA CV
(%)
TAL h/dia 4,5b 6,05a 3,83b 28,18
TRU h/ dia 6,34a 5,33a 5,00a 24,04
EAL (g MS/h) 191,53a 128,64a 221,19a 28,42
ERU (g MS/h) 129,31a 146,85a 168,70a 22,65
P. MIUDA = palma miúda; P. OEM = palma orelha de elefante mexicana; MSE = mandacaru sem espinhos;
CV = Coeficiente de variação; TAL = Tempo de alimentação; TRU = tempo de ruminação; EAL =
Eficiência de alimentação; ERU = Eficiência de ruminação.
Médias seguidas de letras distintas nas linhas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
Moraes (2012), encontrou diferenças significativas para eficiência de ruminação
entre a palma miúda e a palma OEM, apresentando ERU de 5,65 e 3,10 g MS/min,
respectivamente. A citada autora relata que a alta eficiência de ruminação apresentada
pela palma miúda justifica-se por sua baixa concentração de FDN, e que o tempo
necessário para re-mastigação e re-deglutição foi menor, o que resulta em maior
quantidade de material ruminado/unidade de tempo. Para EAL, esta autora não observou
diferenças significativas entre as palmas relatadas, sendo de 5,76 g MS/min para miúda e
4,34 g MS/min para palma OEM.
5. CONCLUSÕES
As dietas contendo mandacaru sem espinhos, palma orelha de elefante mexicana
e miúda apresentam valor nutritivo semelhante, podendo ser utilizadas na alimentação de
ovinos.
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