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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL LEORIK PEREIRA DA SILVA IMUNOEXPRESSÃO DA PROTEÍNA ENDONUCLEASE APURÍNICA/APURIMIDÍNICA (APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E CARCINOMAS EX-ADENOMAS PLEOMÓRFICOS Natal/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

LEORIK PEREIRA DA SILVA

IMUNOEXPRESSÃO DA PROTEÍNA ENDONUCLEASE

APURÍNICA/APURIMIDÍNICA (APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E

CARCINOMAS EX-ADENOMAS PLEOMÓRFICOS

Natal/RN

2016

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Leorik Pereira da Silva

IMUNOEXPRESSÃO DA PROTEÍNA ENDONUCLEASE

APURÍNICA/APURIMIDÍNICA (APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E

CARCINOMAS EX-ADENOMAS PLEOMÓRFICOS

Natal/RN

2016

Dissertação apresentada ao Colegiado do

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos para obtenção do

Título de Mestre em Patologia Oral.

Orientador: Profº. Drº. Carlos Augusto Galvão

Barboza

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Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

Silva, Leorik Pereira. Imunoexpressão da proteína endonuclease apurínica/apurimidínica (APE-1) em adenomas pleomórficos e carcinomas ex-adenomas pleomórficos/ Leorik Pereira Silva. – Natal, RN, 2016.

64 f.: il.

Orientador: Profº. Drº. Carlos Augusto Galvão Barboza Dissertação (Mestrado em Patologia Oral) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia. 1. Tumores das Glândulas Salivares– Dissertação. 2. Adenoma Pleomorfo –

Dissertação. 3. Reparo do DNA – Dissertação. 4. – Dissertação. 5. Imuno-histoquímica. – Dissertação. I. Barboza, Carlos Augusto Galvão. II. Título.

RN/UF/BSO Black D65

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IMUNOEXPRESSÃO DA PROTEÍNA ENDONUCLEASE

APURÍNICA/APURIMIDÍNICA (APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E

CARCINOMAS Ex-ADENOMAS PLEOMÓRFICOS

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DEDICATÓRIA

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Com muito amor, Dedico este trabalho a toda minha família...

Em especial, ao meu anjo enviado por Deus, à minha querida avó

Lourdes, pelo seu amor incondicional! Sem poupar esforços para minha

formação, é meu exemplo constante de dedicação, união e amor à família. Em

todos os momentos, desta e de outras caminhadas, me apoiou sem quase nunca

questionar. Tenho certeza que ninguém acredita mais em mim do que ela. Nada

que eu faça ou diga para agradecer estará a sua altura.

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AGRADECIMENTOS

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“A gratidão é uma forma singular de reconhecimento, e o reconhecimento é uma forma

sincera de gratidão.”

(Alan Vaszatte)

Agradeço a conclusão deste Trabalho acima de tudo, a um Deus maravilhoso,

que sempre me amparou e mesmo quando duvidei de sua magnitude, se fez presente em

todos os segundos. Tenho plena convicção que sem Ele, eu nada seria.

Minha sincera gratidão aos meus pais (Lucinda e João) que na medida do

possível me ofereceram o melhor, principalmente foram exemplos de dignidade e

honestidade que levarei para sempre. Tive que aprender a ser adulto muito rápido, mas,

hoje consigo agradecer ao invés de questionar. Amor incondicional.

Aos meus Irmãos Leonardo e Victor, a quem eu sempre me esforço pra ser um

bom exemplo, sempre terei por eles amor e necessidade incansável de proteção. E a

minha Cunhadinha Linda e inteligente Síndea, que tem a paciência de Jó pra aguentar

meu irmão, porque ele é parecido comigo e sei que não somos fáceis.

Aos meus Tios (Vera, Kleber, Kennedy e Rilma) que representam uma

extensão de “pais” para mim, agradeço também e meus primos amados. Em especial a

Tia Tereza, meu maior exemplo de amor ao próximo e minha primeira inspiração, além

de linda, é o pilar da nossa família. Obrigado por representarem uma Família unida e

afetuosa a quem eu agradecerei para sempre pelo apoio prestado, amo Muito cada um.

À minha Ex-orientadora (Eterna) e amiga Profª Ana Paula Sobral, que me

inspira constantemente. Se um dia eu conseguir chegar a algum lugar nesta profissão,

tudo começou de minha profunda admiração por tudo que ela representa. Um dia eu

quis desistir de tudo e recebi seu apoio, em meio a suas verdadeiras palavras, mas o que

me fez retornar foi seu exemplo. A possibilidade de ser um profissional semelhante a

ela me impulsiona ao infinito. Se eu tiver um terço de sua competência,

responsabilidade, amor ao magistério e principalmente compromisso com o próximo,

serei no mínimo um cidadão realizado. Ana, Muito obrigado por tudo, tens em mim um

amigo, aluno, colega, orientando e, sobretudo um admirador eterno.

Ao meu melhor amigo, George. Eu Poderia dissertar páginas em

agradecimentos a essa figura a qual a admiração pessoal e profissional é infinita. Sua

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inteligência, prestatividade e alegria me contagiam, com ele aprendi que sempre

podemos ser mais felizes. Obrigado por me indicar a PPgPO-UFRN, hoje entendo o

porquê da sua formação excelente. Obrigado por me aturar, aconselhar, ouvir e por

SEMPRE me dizer a verdade mesmo que eu sofra ao ouvir.

A todos meus amigos da graduação e da vida, que me ensinaram cada um em

seu momento a amadurecer. Agradeço aos que entraram e saíram da minha vida, pois

sei que Deus teve um propósito para tudo.

Agradeço muito ao meu companheiro e amigo Jefferson Tenório, pela

companhia e dedicação nesses anos, nem acredito ainda na separação. Eu posso ter sido

chato como sei que sou, mas só amigos de verdade conseguem nos aturar porque sabem

a dimensão do carinho e minimizam nossas mancadas. Obrigado pela sua amizade.

Obrigadíssimo ao “Apartamento das Atipias” (Jeff, Thati e Mara). Ganhei

nele duas grandes amigas (Irmãs), Thalita e Mara, teria sido tão difícil sem vocês.

Deus só coloca pessoas certas nos lugares certos, jamais esquecerei nossas diversões,

conversas e comilanças, e mesmo quebrando a cara na rua, quando chegava em nossa

casa tinha o apoio de vocês. Duvido que exista em Natal outro apartamento com maior

estoque de comida e de Amor. Contem comigo pra sempre, amo vocês. Não poderia

deixar de registrar aqui meu agradecimento a Dona Osmalinda Santana, pelo apoio

constante que nos deu durante dois anos, não existiria Ap das Atipias sem ela.

Aos meus parceiros e amigos Marianna e Luiz Arthur, quanta sorte eu tenho

de ter vocês em minha vida, muito obrigado por me aturar, quanto mais fui chato, mais

vocês grudaram em mim e me fizeram bem. Marianna você pode ir pra marte que eu

vou atrás de você, nossa parceria não vai e não pode acabar. Luiz, pode continuar me

aperreando, acredito e aceito o carma.

Tenho tanto a agradecer aos meus companheiros de Mestrado que em palavras

aqui não conseguiria, cada um é único e me cativou de forma irreversível, por onde quer

que vocês estejam não esqueçam que sou fã de vocês e podem contar comigo pra tudo.

Muito obrigado pela paz transmitida, Patrícia. Pelo riso fácil e confiança, Angélica.

Pela superação e dedicação, Amanda. Pela responsabilidade, Rodrigo. Pela

prestatividade e carinho, Hugo. Pela sapiência e companheirismo, Eduardo. Tenho

certeza que hoje, cada um de nós guardou um pouco de todos. Amigos para sempre.

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Obrigado aos colegas recém Doutores e Doutorandos em Patologia da casa,

pela hospitalidade, carinho e ensinamentos. Em especial a Rafaella que é minha super

parceira e amo sem precedentes, além da querida Mestra Melka pelo carinho e atenção.

Agradeço ao meu orientador Prof. Carlos Augusto, pela atenção e incentivo

constante, acreditando sempre em mim, mesmo quando nada dava certo no decorrer dos

experimentos, um grande exemplo de professor entusiasmado e inovador.

A meus professores da UFRN pelos ensinamentos e lições. Eles representam

mais que simples docentes e fazem valer os títulos de “Mestres eternos”: Professores

Leão, Kênio, Bruno e Costa; Professoras Roseana, Lélia Maria, Éricka, Márcia,

Ana Myrian, Patrícia e Hébel. Em especial, a Coordenadora da PPgPO, Profª. Lélia

Batista, pela ajuda no desenvolvimento dessa pesquisa, pela orientação em outras, por

seu exemplo de dedicação e Amor pela Patologia, fazendo com que todos ao seu redor

sempre tentem melhorar. Tenho certeza que a Patologia Oral Brasileira não seria a

mesma sem ela. Aprender com Todos eles está sendo uma Honra. Muitíssimo Obrigado.

À Profª Suzana Orsini e Bruno Sedassari da Universidade de São Paulo, pela

ajuda na obtenção da amostra do trabalho, além dos ensinamentos constantes do Bruno.

Agradeço com carinho os funcionários Sandrinha, Ricardo, Graça, Lurdinha,

Idel, Patrícia e Hévio que trabalham conosco, fazendo nossa Pós-graduação Funcionar.

Agradeço à UFRN, pela organização e qualidade em todos os âmbitos, me

orgulho pela oportunidade de estudar aqui.

Obrigado à Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior

(CAPES) pela bolsa de estudos, garantindo o dever do estado em fornecer a formação

de seus professores.

Na maioria das minhas batalhas eu só tive Duas armas:

Força de vontade e Livros.

Acreditem, elas são tão poderosas que me fizeram conquistar tudo até aqui.

(Leorik Pereira)

“Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar;

Apesar de todas as consequências...”

(Osho)

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RESUMO

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RESUMO

Introdução: A endonuclease apurínica/apurimidínica (APE-1) é uma proteína

essencial para a via do reparo por excisão de bases (BER) do DNA, além de

regulação de atividades redox. A capacidade de células malignas em reconhecer e

reparar danos no DNA é um mecanismo importante para sobrevivência tumoral, e

estudos recentes sugerem que a superexpressão da APE-1 pode se relacionar com o

pobre prognóstico em alguns tumores. Objetivo: Analisar a imunoexpressão da

APE-1 em Adenomas Pleomórficos (AP) e Carcinomas Ex-Adenomas Pleomórficos

(CaExAP) de glândulas salivares. Materiais e Métodos: Foram selecionados 49

tumores fixados em formol e incluídos em parafina (33 AP e 16 CaExAP) que foram

submetidos a estudo imuno-histoquímico pela técnica da imunoperoxidase. A

imunoexpressão da APE-1 foi avaliada de forma quantitativa pelo percentual de

células imunopositivas. Para análise estatística foi adotado nível de significância de

5% (p ≤ 0,05). Resultados: Todos os casos de AP e CaExAP (n=49) foram positivos

para APE-1, no entanto, houve maior expressão em CaExAP havendo diferença

estatisticamente significativa (p<0,001). Não foi encontrada associação da expressão

da APE-1 entre tumores de glândula salivar maior ou menor, entretanto, em AP não

encapsulados (Mediana de expressão= 54,2%) houve maior expressão quando

comparados a tumores encapsulados (p=0,02). A superexpressão da APE-1 foi

constatada principalmente em casos de CaExAP com metástase linfonodal (Mediana

de expressão= 90,3% - p=0,002) e padrão invasivo (Mediana de expressão= 89,9% -

p=0,003) quando comparados aos casos sem metástase e intracapsulares. Conclusão:

Este estudo sugere que a APE-1 encontra-se desregulada nos tumores estudados. A

maior expressão da APE-1 pode estar associada com a ausência de cápsula completa

em AP e a superexpressão está relacionada com o comportamento mais agressivo do

CaExAP.

Palavras-chave: Adenoma pleomórfico; Carcinoma Ex-Adenoma pleomórfico,

Reparo do DNA; Imuno-histoquímica.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

Introduction: Apurinic/Apyrimidinic Endonuclease 1 (APE-1) is an essential

protein for DNA base excision repair (BER) pathway and regulation of redox

activities. The ability of malignant cells to recognize and repair DNA damage is an

important mechanism for tumor survival, and recent studies suggest that APE-1

overexpression is related to poor prognosis in some tumors. Purpose: To analyze the

immunoreactivity of APE-1 in Pleomorphic Adenomas (PA) and Carcinomas Ex

Pleomorphic Adenomas (CaExPA) of salivary glands. Materials and Methods: A

total of 49 tumors fixed in formalin and embedded in paraffin (33 PA and 16

CaExPA) underwent immunohistochemical study by the immunoperoxidase

technique. APE-1 immunoreactivity was evaluated quantitatively by the percentage

of immunopositive cells. For statistical analysis a significance level of 5% (p≤ 0.05)

was adopted. Results: All cases of PA and CaExPA (n=49) were positive for APE-1,

however, there was a higher expression in CaExPA, with statistically significant

difference (p<0.001). There was no association between APE-1 expression and

tumors of major or minor salivary gland, however, not encapsulated PA (median

expression = 54.2%) showed higher expression when compared to encapsulated

tumors (p=0.02). APE-1 overexpression was found mainly in cases of CaExAP with

lymph node metastasis (median expression = 90.3% - p=0.002) and invasive pattern

(median expression = 89.9% - p=0.003), when compared to cases without metastasis

and intracapsular pattern. Conclusion: This study suggests that APE-1 is deregulated

in the studied tumors. The increased expression of APE-1 is associated with the

absence of complete capsule in PA and it is associated with more aggressive

behavior in CaExPA.

Key-words: Pleomorphic Adenoma; Carcinomas Ex Pleomorphic Adenomas; DNA

Repair; Immunohistochemistry.

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LISTAS

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AdNOS

ACCC

APE-1

ATP

AP

BER

CAC

CaExAP

CCA

CDS

CE

CEME

CM

CME

CS

Adenocarcinoma não especificado

Adenocarcinoma de células claras

AP – endonuclease apurínica/apurimidínica

Adenosina tri-fosfato

Adenoma plemórfico

Via de reparo do DNA por excisão de bases.

Carcinoma adenóide cístico

Carcinoma Ex-adenoma pleomórfico

Carcinoma de células acinares

Carcinoma do Ducto salivar

Carcinoma epidermoide

Carcinoma epitelial-mioepitelial

Carcinoma mioepitelial

Carcinoma mucoepidermóide

Carcinoma sarcomatoide

CEP/UFRN Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte

DNA

EROs

Do inglês, deoxyribonucleic acid, traduzido como ácido

desoxirribonucleico.

Espécies reativas de oxigênio

HPV Do inglês, human papillomavirus, traduzido como

papiloma vírus humano.

NER

MMR

OMS

PCR

Via de reparo do DNA por excisão de nucleotídeos

Via de reparo do DNA por reparo de mal

emparelhamento, do inglês mismatch repair

Organização Mundial de Saúde

Reação de Polimerase em Cadeia

XRCC-1 X-ray repair cross-complementing group 1

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 19

1.1 ADENOMA PLEOMÓRFICO E CARCINOMA EX-ADENOMA

PLEOMÓRFICO..............................................................................................

20

1.2 REPARO DO DNA E REPARO POR EXCISÃO DE BASES....................... 24

1.3 APE-1 (ENDONUCLEASE APURÍNICA/APURIMIDÍNICA-1)................... 26

2 OBJETIVO....................................................................................................... 29

3 ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................. 31

3.1 IMUNOEXPRESSÃO DA ENDONUCLEASE APURÍNICA

/APURIMIDÍNICA-1 (APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E

CARCINOMAS EX-ADENOMAS PLEOMÓRFICOS...................................

32

REFERÊNCIAS............................................................................................... 50

APÊNDICES.................................................................................................... 57

ANEXOS........................................................................................................... 60

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REFERENCIAL TEÓRICO

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 ADENOMA PLEOMÓRFICO (AP) E CARCINOMA EX-ADENOMA

PLEMÓRFICO (CAEXAP)

Os termos tumor misto e adenoma pleomórfico (AP) são usados como

sinônimos; o primeiro foi utilizado por acreditar-se que a origem do tumor fosse

epitelial e mesenquimal, porém, o estudo de Willis e Meyer (1967) confirmou a origem

epitelial do tumor, propondo a mudança de denominação para adenoma pleomórfico,

termo atualmente aceito (EVESON et al., 2005), pois denota a considerável diversidade

morfológica e arquitetural que esses adenomas exibem (ELLIS, AUCLAIR, 1996).

No estudo de Fonseca et al. (2012), 74,8% dos 493 casos de tumores de glândula

salivar estudados eram benignos e 25,1% eram malignos, confirmando a predominância

de tumores benignos, destes, o AP representou de longe a neoplasia de glândula salivar

mais comum correspondendo a 63,6% dos casos, tanto nas glândulas salivares maiores,

quanto nas glândulas menores o que está de acordo com outros autores (LOYOLA et

al., 1995; SATKO et al., 2000; BUCHNER et al., 2007; JONES et al., 2008;

OLIVEIRA et al., 2009; TIAN et al., 2010; LUKSIC et al., 2012; BITTAR et al., 2015).

Em relação a sua histogênese, a maioria dos estudos está centralizada na célula

de reserva do ducto intercalado e na célula mioepitelial, que conservam a

pluripontencialidade para diferenciarem-se em vários padrões morfológicos encontrados

nos adenomas pleomórficos. A célula mioepitelial é capaz de expressar características

morfológicas epiteliais e mesenquimais (EROL et al., 1997)

Clinicamente, apresenta-se como uma massa de crescimento lento, assintomático

e que pode tomar grandes dimensões quando não tratado (BABLANI et al, 2009). Na

parótida, na maioria dos casos, o AP atinge a região inferior do lóbulo superficial

causando um abaulamento sobre o ângulo da mandíbula, ligeiramente abaixo e a frente

da orelha. Em estágios iniciais, os tumores de parótida são geralmente móveis, mas

quando não tratados, os tumores se tornam mais nodulares e fixos. Raramente causam

paralisia facial, mesmo em tumores maiores. Quando recorrentes de parótida são

geralmente multinodulares e aparecem clinicamente como múltiplos e pequenos

nódulos que à palpação são aparentemente fixos (ELLIS et al., 1991; BARNES et al.,

2005).

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Os APs de glândulas salivares menores caracterizam-se clinicamente como

massas de crescimento lento, assintomáticos recobertos por mucosa normal e são mais

frequentes na região posterior entre o palato duro e palato mole. Raramente são

ulcerados, a menos que traumatizados secundariamente. No palato duro, devido à

estreita relação da mucosa com o osso, os tumores são geralmente fixos. Por outro lado,

nas demais localizações na maioria dos casos são móveis (ELLIS et al., 1991).

Normalmente, o AP é circunscrito e encapsulado; no entanto, essa cápsula pode

ser incompleta ou mostrar infiltração pelas células tumorais, principalmente nos

tumores de glândula salivar menor (BARNES et al., 2005; NEVILLE et al.,2009).

Dardick (1996) ainda relata que a presença de extensões focais do tumor para a cápsula

é muito comum em APs, sendo um dos seus critérios diagnósticos.

Neves, Sobral, Abreu e Lima (2007) em estudo clinicopatológico de 106 APs de

glândula salivar maior observaram que a cápsula tumoral apresentou-se fina em 80,2%

(n=85) dos casos, sendo incompleta na maioria das vezes (52; 49,1%). Os autores ainda

encontraram protrusões de tecido tumoral em 11,3% dos casos; em apenas 8,5% (n=9)

ocorreu extensão extracapsular do tumor. Em conclusão, os autores sugeriram que a

presença de protrusões tumorais para a cápsula (pseudopodia) ou extensões

extracapsulares podem ser fatores predisponentes para a recidiva do tumor.

O componente epitelial mostra ampla variedade de tipos celulares, incluindo

células claras, fusiformes, pavimentosas, basalóides e cúbicas. O epitélio usualmente

forma cordões ou estruturas semelhantes a ductos. Os ductos mostram células cuboidais

junto à luz e podem coexistir camadas de células mioepiteliais compondo a espessura da

parede. A metaplasia escamosa, por vezes com formação de pérolas de ceratina, poderá

ser observada tanto nos ductos quanto nos folhetos, e ocasionalmente poderá haver

metaplasia mucosa ou modificação conspícua de células claras. As células mioepiteliais

podem formar um padrão delicado em retículo, ou folhetos de células fusiformes. A

modificação oncocitóide focal não é incomum (EVESON et al., 2005; BRISEBOIS et

al., 2015).

O componente similar a mesênquima é mucóide/mixóide, cartilaginoso ou

hialinizado e, por vezes, esse tecido compõe a maior parte do tumor. As células dentro

do material mucóide são mioepiteliais em sua origem, e a periferia celular tende a se

fundir com o estroma circundante. O material semelhante à cartilagem parece ser

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realmente cartilagem, apresentando-se positivo para colágeno II e sulfato queratan. Osso

também pode se formar no interior dessa cartilagem, ou diretamente por metaplasia

óssea do estroma. A deposição de material homogêneo, eosinófilo e hialino, entre as

células do tumor e dentro do estroma pode se mostrar como característica surpreendente

em alguns tumores (EVESON et al., 2005).

O tratamento indicado para o AP é a excisão cirúrgica, porém na glândula

parótida, essa remoção é complicada devido à presença do nervo facial, por isso, nos

tumores do lobo superficial recomenda-se a parotidectomia superficial com preservação

do nervo facial, já no lobo profundo se faz necessária a excisão total da glândula junto

com o tumor. O prognóstico é ótimo com um índice de cura em torno de 95%. O risco

de recorrência é menor em tumores de glândula salivar menor, se comparado aos

tumores em glândula salivar maior (BARNES et al., 2005; NEVILLE et al., 2009).

Embora seja uma neoplasia benigna, o AP tem um considerável índice de

recorrência principalmente por causa de excisões cirúrgicas inadequadas, ruptura de

tumores mucóides, e tentativas de evitar danos ao nervo facial durante a cirurgia. Em

cada recorrência existe um aumento da possibilidade de transformação maligna (LOPES

et al. 1999; ZBÄREN, STAUFFER, 2007).

Sabe-se que alguns fatores clínicos predispõem a recorrência e transformação

maligna desses tumores, tais como: idade avançada do paciente, tempo de evolução,

tamanho do tumor e ocorrência do tumor em glândula submandibular (ELLIS,

AUCLAIR, 1996). Os critérios de transformação maligna incluem características

citológicas e histológicas de anaplasia, mitoses atípicas e crescimento invasivo (LI et

al., 2000).

Kim et al. (2011) e Antony et al. (2012) afirmaram que a presença de extensa

hialinização, presença de áreas focais de necrose, pleomorfismo nuclear, mitoses

atípicas, invasão vascular e invasão da cápsula sugerem a possibilidade de

transformação maligna em APs. Alguns tumores de longa evolução mostram

hialinização crescente e o componente epitelial progressivamente se apaga, os autores

salientam a importância de buscar alterações no componente epitelial.

Aproximadamente 1,3-7,5% dos APs podem apresentar alterações malignas em seu

curso natural. Longevidade e recorrência parecem aumentar o risco de transformação

maligna (MARIANO et al., 2015; DI PALMA, 2013; EVESON et al., 2005).

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O carcinoma ex-adenoma pleomórfico (CaExAP) é um tumor maligno de

glândula salivar que deriva de um AP. Estes tumores correspondem a 3,6% de todos os

tumores salivares. Trata-se de um tumor incomum, com uma taxa de prevalência de 5,6

casos por 100.000 neoplasias malignas e uma taxa de incidência de 0,17 tumores por

um milhão de pessoas (MARIANO et al., 2013; BARNES et al., 2005). Considera-se

uma transformação maligna, quando há um AP coexistente ou pré-existente, tal

transformação é resultante do acúmulo de alterações genéticas associadas a tumores sem

células malignas (MATSUBAYASHI e YOSHIHARA, 2007; MARIANO et al., 2013).

Outros pesquisadores sugeriram que estes tumores desenvolvem-se como tumores

malignos de novo, o que implica que um foco com fenótipo maligno existiu desde o

início do desenvolvimento do tumor (DARDICK et al., 1989).

O local mais comum de origem do CaExAP é a glândula parótida (67%), mas

podem ter origem a partir da glândula submandibular (15%), glândula sublingual (>1%)

e glândulas salivares menores (18%), principalmente entre o palato mole e duro

(BARNES et al., 2005). Embora seja raro, casos de CaExAP foram descritos em mama,

traqueia, cavidade nasal e glândula lacrimal (DING et al., 2007; HAYES et al., 2005;

BAREDES et al., 2003). Este tumor apresenta-se geralmente na sexta ou sétima década

de vida, com uma predominância no sexo feminino (MARIANO et al., 2013; ANTONY

et al., 2012).

A histopatologia do CaExAP compreende uma proporção variável de AP e

componente carcinomatoso. A parte maligna compreende mais de 50% da massa

tumoral na maioria dos casos. Nos casos sem uma porção benigna, deve existir uma

documentação clínico-patológica que evidencie a existência de um AP pré-existente no

mesmo local do carcinoma (OLSEN; LEWIS, 2001; ANTONY et al., 2012).

Na maioria das vezes, apenas um tipo histológico é encontrado no CaExAP, no

entanto, mais de um subtipo de carcinoma podem estar presentes em alguns casos. O

componente maligno pode ser um tipo de carcinoma específico, tal como carcinoma de

ducto salivar (CDS), adenocarcinoma não especificado (AdNOS), carcinoma

epidermóide (CE) , carcinoma mioepitelial (CM), carcinoma epitelial-mioepitelial

(CEME), carcinoma mucoepidermóide (CME), carcinoma adenóide cístico (CAC),

adenocarcinoma de células claras (ACCC), carcinoma sarcomatóide (CS) ou

indiferenciado (SEDASSARI et al., 2015; SEDASSARI et al., 2014; MARIANO et al.,

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2013; ALTEMANI et al., 2005).

O CaExAP pode ser classificado como intracapsular ou não-invasivo (In situ),

minimamente invasivo (≤1.5 mm de invasão do componente maligno em tecido extra-

capsular), ou francamente invasivo (> 1,5 mm de invasão da cápsula do tumor para o

tecido adjacente). Tal classificação está associada ao prognóstico. O principal

tratamento recomendado para este tumor é ampla excisão cirúrgica local. Terapia

adjuvante com radiação pode ser utilizada em casos de tumores invasivos, ou aqueles

com margens positivas, invasão vascular ou neural (SEDASSARI et al., 2015;

SEDASSARI et al., 2014; MARIANO et al., 2013).

1.2 REPARO DO DNA E REPARO DO DNA POR EXCISÃO DE BASES

A integridade dos genomas nucleares e mitocondriais está sob contínua ameaça

devido a uma combinação de fatores ambientais e endógenos derivados de espécies

reativas de oxigênio (ERO). Esta combinação de fatores propicia a indução da formação

e acúmulo de lesões no DNA, que podem ser mutagênicas e tóxicas à estabilidade

genômica. Falhas na correção dessas lesões por meio de um ou mais processos de

reparo de DNA estão associadas com instabilidade genômica, disfunção mitocondrial,

neurodegeneração, inflamação, envelhecimento e câncer (YI, HE, 2013; SVILAR et al.,

2011).

O DNA pode ser danificado por diversos eventos mutagênicos decorrentes da

exposição a agentes químicos (carcinógenos, como o tabaco), físicos (ex.: radiação

ionizante) ou biológicos (ex.: microorganismos, como o vírus HPV); entretanto,

acredita-se que alguns danos surjam de forma espontânea (SCULLY, FIELD,

TANZAWA, 2000). O ac mulo de danos ao aumenta a pro a ilidade de

muta ão atuando na trans ri ão e repli a ão desre ulando o i lo elular promo endo

res imento aut nomo e o desen ol imento de me anismos de in asão. Portanto, os

sistemas de reparo do DNA que podem orri ir a se u n ia do possuem a

a ilidade de manter a inte ridade do enoma e pre enir a ar ino nese (NAGOYA et

al., 2014; ALBERTS et al., 2010; SCULLY; FIELD; TANZAWA, 2000).

A correção de instabilidades genéticas de um organismo requer mecanismos que

corrijam as diversas lesões que ocorrem continuamente no DNA. Grande parte dessas

lesões é temporária, pois são corrigidas por um conjunto de processos chamados de

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reparo do DNA. Caso não sejam corrigidas, essas alterações resultam na deleção de um

ou mais pares de bases ou na substituição de um par de bases na cadeia-filha de DNA,

levando à propagação de mutações para as gerações celulares subsequentes (ALBERTS

et al., 2010).

Os mecanismos de reparo do DNA são variados e complexos, envolvendo

aproximadamente 150 genes. Esses mecanismos são subdivididos em cinco grupos

principais: reparo por ex isão de ases (BER, do inglês base excision repair) reparo de

ex isão de nu leotídeo (NER, nucleotide excision repair), reparo de mal

emparelhamento (MMR, mismatch repair) reparo de ue ra de dupla ita

(re om ina ão om lo a e un ão terminal não om lo a) e reparo direto (ex lusi o de

or anismos pro ariotos e eu ariotos não pla ent rios) (ALBERTS et al., 2010; WOOD;

MITCHELL; LINDAHL, 2005; SCULLY; FIELD; TANZAWA, 2000;).

A via BER é uma das principais vias envolvidas na resposta a danos provocados

por estresse oxidativo, desaminação e alquilação. Tal via age por meio de mecanismos

de eliminação de bases nitrogenadas danificadas (oxidadas ou alquiladas) ou até mesmo

erroneamente utilizadas. Ela também é responsável por reparar quebras de DNA fita

simples provocadas por espécies reativas de oxigênio (EROs) ( ROBERTSON et al.,

2009; KROKAN et al., 2000).

Para o seu correto funcionamento, a via BER requer a função das seguintes

proteínas: DNA glicosilase, AP endonuclease, AP DNA liase, DNA polimerase e DNA

ligase. Essas proteínas agem em conjunto para remover as bases de DNA lesadas e

substituí-las pela base correta (ROBERTSON et al., 2009; WOOD; MITCHELL;

LINDAHL, 2005; KROKAN et al., 2000).

O primeiro passo do reparo por excisão de base inicia-se com o reconhecimento

da base danificada por uma DNA glicosilase. Em seguida, essa glicosilase catalisa a

clivagem de uma ligação N-glicosílica, removendo efetivamente a base danificada e

criando um sítio apurínico ou apirimidínico (sítio AP). A dupla fita de DNA é clivada

por uma DNA AP endonuclease ou uma DNA AP liase. A atividade da AP

endonuclease cria uma fita simples de DNA de extremidade 5’, contrastando com a

extremidade livre 3’ resultante da atividade da DNA AP liase. Esta nova extremidade

livre é processada pela AP endonuclease, criando uma lacuna para um único

nucleotídeo no DNA. Este espaço gerado contém nas extremidades grupamentos 3’-

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hidroxila e 5’-fosfato, que são substratos para as enzimas subsequentes. Em seguida,

uma DNA polimerase preenche o espaço com o nucleotídeo correto. Finalmente, uma

DNA ligase completa o processo de reparo, reestabelecendo a integridade do DNA

(ALBERTS et al., 2010; ROBERTSON et al., 2009).

O processo descrito acima, no qual apenas uma base danificada é retirada e um

nucleotídeo é reposto na molécula de DNA, é chamada de “via curta do BER”, do inglês

short-patch BER. Na via longa do BER, do inglês “long-patch BER”, podem ser

reparados de 2 a 8 nucleotídeos; nessa via a enzima APE1 catalisa a formação de uma

extremidade 5’ no sítio AP. Entretanto, o mecanismo pelo qual o organismo prossegue

com a via longa ou curta do BER ainda não foi desvendado (ROBERTSON et al., 2009;

WOOD; MITCHELL; LINDAHL, 2005).

A literatura mostra novos estudos que têm demonstrado a presença de alterações

em proteínas dos genes do reparo do DNA em carcinomas de pulmão, tireoide,

intestino, ovário, mama, bexiga, estômago e cabeça e pescoço. A maioria dos achados

indica que essas proteínas estão desreguladas nesses tipos de câncer, estando associadas

a um maior grau de malignidade, presença de metástases e menor sobrevida

(MAHJABEEN et al., 2014; NAGOYA et al., 2014; SANTOS et al., 2014; UPPAL,

2014; SAKANO et al., 2013; FARNEBO et al., 2013; HUANG et al., 2013; LI et al.,

2013; MIAO et al., 2012; ABDEG et al., 2011; BIANCHINO et al., 2011; LIU et al.,

2011; OBTULOWICZ et al., 2010; WANG et al., 2010).

1.3 APE-1 (AP- ENDONUCLEASE APURÍNICA/APURIMIDÍNICA-1)

Danos celulares subletais provocados por agentes químicos e físicos, levam à

formação de EROs (O2-, H2O2 e -OH), que provocam diversas lesões de base no

genoma celular de mamíferos. Tais lesões, quando não reparadas devidamente fazem

parte do processo de envelhecimento humano, sobretudo originam uma variedade

distúrbios, inclusive o câncer. A BER é a via mais utilizada para corrigir lesões de base

única. Essa via também está envolvida no reparo de quebras de fita-simples do DNA

induzidas por radicais livres, sendo a APE1 uma das enzimas-chave na via BER em

mamíferos (HEGDE et al., 2012; ALBERTS et al., 2010; TELL et al., 2009).

A APE1 é uma proteína multifuncional vital que age como reguladora mestra

exercendo um papel pleiotrópico no controle da resposta celular estresse oxidativo nas

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células, contribuindo amplamente na estabilidade genômica. Após ser clonada por dois

grupos independentes em 1991, foi identificada inicialmente como uma proteína de

reparo de DNA e em seguida como reguladora redox. Trata-se da principal

endonuclease apurínica/apurimidínica em células eucarióticas, que desenvolve uma

função central na via de reparo por excisão de bases de muitas lesões no DNA,

incluindo presença de uracilas, alquilações, oxidações, sítios abásicos e quebras de fitas

simples de DNA. Possui também atividade transcricional direta ou indireta agindo ela

mesma ou modulando a expressão de genes amplamente ativados, como AP-1 e NF-

κB, e fatores de transcrição específicos, como TTF-1, Pax-5, Egr-1, p53, HIF-1α e

CREB em diferentes sistemas celulares (TELL et al., 2009).

Como descrito anteriormente, as reações básicas de via BER requerem a

atividade coordenada de diversas enzimas, incluindo: a) uma DNA glicosilase capaz de

excisar uma base modificada específica; b) uma AP-endonuclease, como a APE1, que

cliva a ligação fosfodiéster 5’, erando termina ões 3’OH e 5’dRP; c) uma atividade

exonuclease (β-polimerase FE PE1); d) uma polimerase (β-polimerase,

XRCC1 ou δ ⁄ ε-polimerase como PCNA; e, finalmente, uma atividade de ligação (DNA

ligase I e III, XRCC1) (ALBERTS et al., 2010; TELL et al., 2009).

A APE-1 é tida como uma proteína essencial para viabilidade celular, e esse fato

foi demonstrado inicialmente por ensaios considerando aspectos genéticos. Foi

observado que nocaute de APE-1 em camundongos causou letalidade embrionária pós-

implantação (LUDWIG et al., 1998), o que afirma a necessidade desta proteína para a

sobrevivência celular, no entanto a sua frequente superexpressão em células tumorais

sugere um papel fundamental na prevenção de morte celular e no controle da

proliferação celular no câncer (TELL et al., 2005).

A superexpressão ou alterada distribuição intracelular de APE-1, bem como

polimorfismos do seu gene codificante tem sido demonstrada em diversos carcinomas,

incluindo em colo do útero, ovário, próstata, trato gastro-esofágico, pâncreas, cabeça e

pescoço, intestino e pulmão. Além disso, níveis elevados de APE-1 em câncer de

pulmão, intestino, ovário, osteossarcoma e ependimoma pediátrico são indicadores de

desfechos clínicos sombrios e sensibilidade à radioterapia e quimioterapia (HSIA et al.,

2015). Existe crescente evidência de que APE-1 possui valor prognóstico e está

relacionada à agressividade em diversos tumores. Pesquisadores acreditam que células

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cancerígenas ricas em APE-1 possam conferir resistência terapêutica e influenciar

negativamente o prognóstico dos pacientes (HSIA et al., 2015; QING et al., 2015;

MAHJABEEN et al., 2014; NAGOYA et al., 2014; SANTOS et al., 2014;

OBTULOWICZ et al., 2010).

A localização intracelular da APE1 em diferentes tipos celulares é

principalmente nuclear. Essa proteína também está localizada na mitocôndria,

entretanto, seu papel nesta organela ainda não está completamente elucidado (TELL et

al., 2005). Estudos demonstram que a heterogeneidade no padrão de expressão da APE-

1 está relacionada a diferentes condições patológicas, incluindo o câncer e doenças

neurodegenerativas. Diferentes tipos de tumores humanos foram caracterizados por

alterações na distribuição intracelular de APE-1 em relação ao tecido não tumoral

(HSIA et al., 2015; TELL et al., 2009; KAKOLYRIS et al., 1998). Geralmente, a

localização da APE-1 é eminentemente nuclear, entretanto, em diversos carcinomas

uma marcação citoplasmática pode ser observada (HSIA et al., 2015).

O aumento da expressão da APE1 foi detectado em pacientes com câncer de

bexiga e intestino em comparação a um grupo controle. Esses níveis foram associados

com estadiamento clínico, invasão muscular e recorrência. Os autores acreditam que a

detecção sorológica de APE1 ou outras proteínas envolvidas no reparo do DNA podem

servir como possíveis biomarcadores biológicos para os carcinomas de bexiga e

intestino (SHIN et al., 2015; OBTULOWICZ et al., 2010). Elevada imunoexpressão de

APE-1 também foi encontrada em casos de câncer de mama, essa expressão mostrou

uma tendência à associação com pior prognóstico, em relação à sobrevida livre de

doença. Contudo, não houve diferença significativa na sobrevida global entre os casos

com ou sem superexpressão dessa proteína (WOO et al., 2014).

Hsia et al. (2015) detectaram elevada imunoexpressão de APE-1 em 52,73% dos

146 carcinomas de cabeça e pescoço, o que foi correlacionado com a presença de

metástase linfonodal, estando significativamente associada a um pior prognóstico e

resposta ao tratamento reduzida. Mahjabeen et al. (2014) também encontraram elevada

imunoexpressão de AP-E1 em 50 casos de carcinomas de cabeça e pescoço, sendo esta

associada a um pior grau histológico de malignidade. Outros estudos detectaram

superexpressão da APE-1 em casos de carcinoma esofágico e de nasofaringe quando

comparados a amostras de tecido normal (NAGOYA et al., 2014; LI et al., 2013).

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OBJETIVO

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2 Objetivo

O presente estudo objetivou analisar a expressão imuno-histoquímica da proteína

APE-1 em Adenomas pleomórficos e Carcinomas ex-adenomas pleomórficos de

glândulas salivares, a fim de, avaliar se esta proteína de reparo está associada com o

comportamento e transformação maligna do AP, bem como, se está associada aos graus

de invasão, subtipo celular (Luminal e Mioepitelial) e presença de metástase do

CaExAP.

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ARTIGO CIENTÍFICO

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IMUNOEXPRESSÃO DA ENDONUCLEASE APURÍNICA/APURIMIDÍNICA-1

(APE-1) EM ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E CARCINOMAS Ex-

ADENOMAS PLEOMÓRFICOS

APURINIC/APYRIMIDINIC ENDONUCLEASE 1 (APE1) IMMUNOEXPRESSION IN

PLEOMORPHIC ADENOMA AND CARCINOMA EX PLEOMORPHIC ADENOMA

Título conciso: Imunoexpressão da APE-1 em tumores de glândula salivar.

Short Title: APE-1 immunoexpression in salivary gland tumors.

Leorik P. Silva1

Carlos Augusto G. Barboza1

1Pós-graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Autor para Correspondência

Leorik Pereira da Silva

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Av. Salgado Filho, 1787, Lagoa Nova

CEP: 59056-000 – Natal/RN

Fone: (84) 3215-4138 (84) 99924-2310

E-mail: [email protected]

Conflitos de interesses: Não há.

Contagem de Palavras: 3.233

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RESUMO

Introdução: A endonuclease apurínica/apurimidínica (APE-1) é uma proteína essencial

para a via do reparo por excisão de bases (BER) do DNA, além de regulação de

atividades redox. A capacidade de células malignas em reconhecer e reparar danos no

DNA é um mecanismo importante para sobrevivência tumoral, e estudos recentes

sugerem que a superexpressão da APE-1 pode se relacionar com o pobre prognóstico

em alguns tumores. Objetivo: Analisar a imunoexpressão da APE-1 em Adenomas

Pleomórficos (AP) e Carcinomas Ex-Adenomas Pleomórficos (CaExAP) de glândulas

salivares. Materiais e Métodos: Foram selecionados 49 tumores fixados em formol e

incluídos em parafina (33 AP e 16 CaExAP) que foram submetidos a estudo imuno-

histoquímico pela técnica da imunoperoxidase. A imunoexpressão da APE-1 foi

avaliada de forma quantitativa pelo percentual de células imunopositivas. Para análise

estatística foi adotado nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Resultados: Todos os

casos de AP e CaExAP (n=49) foram positivos para APE-1, no entanto, houve maior

expressão em CaExAP havendo diferença estatisticamente significativa (p<0,001). Não

foi encontrada associação da expressão da APE-1 entre tumores de glândula salivar

maior ou menor, entretanto, em AP não encapsulados (Mediana de expressão= 54,2%)

houve maior expressão quando comparados a tumores encapsulados (p=0,02). A

superexpressão da APE-1 foi constatada principalmente em casos de CaExAP com

metástase linfonodal (Mediana de expressão= 90,3% - p=0,002) e padrão invasivo

(Mediana de expressão= 89,9% - p=0,003) quando comparados aos casos sem

metástase e intracapsulares. Conclusão: Este estudo sugere que a APE-1 encontra-se

desregulada nos tumores estudados. A maior expressão da APE-1 pode estar associada

com a ausência de cápsula completa em AP e a superexpressão está relacionada com o

comportamento mais agressivo do CaExAP.

Palavras-chave: Adenoma pleomórfico; Carcinoma Ex-Adenoma pleomórfico, Reparo

do DNA; Imuno-histoquímica;

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ABSTRACT

Introduction: Apurinic/Apyrimidinic Endonuclease 1 (APE-1) is an essential protein

for DNA base excision repair (BER) pathway and regulation of redox activities. The

ability of malignant cells to recognize and repair DNA damage is an important

mechanism for tumor survival, and recent studies suggest that APE-1 overexpression is

related to poor prognosis in some tumors. Purpose: To analyze the immunoreactivity of

APE-1 in Pleomorphic Adenomas (PA) and Carcinomas Ex Pleomorphic Adenomas

(CaExPA) of salivary glands. Materials and Methods: A total of 49 tumors fixed in

formalin and embedded in paraffin (33 PA and 16 CaExPA) underwent

immunohistochemical study by the immunoperoxidase technique. APE-1

immunoreactivity was evaluated quantitatively by the percentage of immunopositive

cells. For statistical analysis a significance level of 5% (p≤ 0.05) was adopted. Results:

All cases of PA and CaExPA (n=49) were positive for APE-1, however, there was a

higher expression in CaExPA, with statistically significant difference (p<0.001). There

was no association between APE-1 expression and tumors of major or minor salivary

gland, however, not encapsulated PA (median expression = 54.2%) showed higher

expression when compared to encapsulated tumors (p=0.02). APE-1 overexpression was

found mainly in cases of CaExAP with lymph node metastasis (median expression =

90.3% - p=0.002) and invasive pattern (median expression = 89.9% - p=0.003), when

compared to cases without metastasis and intracapsular pattern. Conclusion: This study

suggests that APE-1 is deregulated in the studied tumors. The increased expression of

APE-1 is associated with the absence of complete capsule in PA and it is associated

with more aggressive behavior in CaExPA.

Key-words: Pleomorphic Adenoma; Carcinomas Ex Pleomorphic Adenomas; DNA

Repair; Immunohistochemistry.

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Introdução

O Adenoma Pleomórfico (AP) é a mais frequente de todas as neoplasias de

glândula salivar constituindo de 53% a 77% dos tumores localizados na glândula

parótida, 44% a 68% dos tumores submandibulares e 38% a 43% dos tumores das

glândulas salivares menores.1,2,3,4,5,6,7

O AP possui arranjo arquitetural e histológico

bastante diversificado. Apesar de incomum, esse tipo de neoplasia benigna é passível de

sofrer transformação maligna a depender de diversos fatores, entre eles: tempo de

evolução clínica, fatores genéticos que incluem falhas no reparo do DNA, recidiva

tumoral além de características morfológicas inerentes ao tumor.3,4,8

O Carcinoma ex-adenoma pleomórfico (CXAP) é um tumor maligno raro que

corresponde a 3,6% de todas as neoplasias salivares. Por definição, um CaExAP deve

surgir em associação com um AP que apresente evidência histológica de componente

maligno co-existente ou pré-existente; ocorrem geralmente na 6ª e 7ª décadas de vida,

como uma massa indolor de crescimento lento. Histopatologicamente, o CXAP é

classificado de acordo com a extensão da invasão além da cápsula do AP que o originou

como: intracapsular (Não invasivo), minimamente invasivo e francamente invasivo,

com o último mostrando um pior prognóstico. Este tumor tem sido considerado um

interessante modelo de carcinogênese, apresentando vários subtipos histológicos e fases

de invasão.3,4,7,9-11

A endonuclease apurínica/apurimidínica-1 (APE-1) é uma proteína

multifuncional vital que age como reguladora mestra exercendo um papel pleiotrópico

no controle da resposta celular estresse oxidativo nas células, contribuindo amplamente

na estabilidade genômica. Trata-se da principal endonuclease apurínica/apurimidínica

em células eucarióticas, que desenvolve uma função central na via de reparo por excisão

de bases (BER) de muitas lesões no DNA, incluindo presença de uracilas, alquilações,

oxidações, sítios abásicos e quebras de fitas simples de DNA.12,13

Estudos recentes demonstraram que a expressão dessa proteína encontra-se

desregulada em diversos tipos de cânceres e a superexpressão pode estar relacionada a

um pior prognóstico.14,15

Entretanto, até o presente momento, nenhum estudo investigou

a expressão dessa proteína em tumores de glândula salivar. Diante desse contexto e da

incessante busca por biomarcadores moleculares que possam ajudar a compreender a

carcinogênese de tumores salivares, o presente estudo objetivou analisar a expressão

imuno-histoquímica da proteína APE-1 em Adenomas pleomórficos e Carcinomas ex-

adenomas pleomórficos de glândulas salivares, a fim de, avaliar se esta proteína de

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reparo está associada com o comportamento e transformação maligna do AP, bem

como, se está associada aos graus de invasão, subtipo celular (Luminal e Mioepitelial) e

presença de metástase do CaExAP.

Materiais e Métodos

Considerações Éticas

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conforme parecer nº 1.343.014.

Amostra

A seleção da amostra foi intencional e não probabilística composta por 49 casos

diagnosticados em três centros de diagnóstico em Patologia Oral no Brasil, sendo 33

casos de APs e 16 os casos de CaExAP.

Análise Morfológica

Os cortes histológicos corados em hematoxilina-eosina foram avaliados sob

microscopia de luz (Nikkon Eclipse-E200, Tokyo, Japan). Os APs da amostra foram

categorizados pela presença ou ausência de cápsula, alterações sugestivas de

malignidade (Necrose, Mitoses atípicas, Invasão de cápsula, Hialinização extensa,

Invasão vascular e Pleomorfismo) e localização anatômica. Os casos de CaExAP foram

avaliados e classificados em tumores intracapsulares ou invasivos (Minimamente ou

Francamente) e ainda de acordo com o fenótipo celular (Luminal e Mioepitelial).

Imuno-histoquímica

As amostras dos tumores fixados em formol a 10% e incluídos em parafina

foram cortados com 3 µm de espessura e estendidos em lâminas de vidro, previamente

limpas e desengorduradas, preparadas com adesivo à base de organosilano (3-

aminopropyltrietoxy-silano, Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA). Para

desparafinização e recuperação antigênica os cortes histológicos foram submetidos a

solução de pré-tratamento Trilogy (Cell Marque; Rocklin CA, USA) na concentração

1:100, por 3 min em panela Pascal.

As lâminas foram então lavadas com água destilada durante 10 min, seguido de

tampão Tris-EDTA durante 5 min, repetido duas vezes. Realizou-se duas incubações

dos cortes, por 15 minutos cada, em solução de peróxido de hidrogênio, para bloqueio

da peroxidase endógena, em seguida a incubação com a proteína Block (Dako) por 5

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minutos. Os cortes passaram por duas passagens em solução de TRIS-Tween 20 pH 7,4

por 5 minutos cada.

O anticorpo primário Anti-APE-1 (Abcam, Cambridge, MA, USA) foi diluído

(1:500) em solução diluente Diamond (Cell Marque; Rocklin CA, USA); Os cortes

foram incubados numa caixa humidificada a 4ºC (Overnight). No dia seguinte, os cortes

foram tratados com o sistema EnVision + HRP (Dako) durante 30 min. Após as

lavagens foi aplicado o agente cromógeno diaminobenzidina (Liquid DAB + Substrato,

Dako), durante 5 min, e os cortes foram contra corados com Hematoxilina de Harris

(Dako).

Para avaliação da marcação imuno-histoquímica as laminas foram escaneadas

(Pannoramic MIDI, 1.15 SPI, 3D HISTECH®, Budapest, Hungary) e cinco campos

aleatórios foram escolhidos e fotografados de cada caso em um aumento de 200x, Barra

= 100μm). A expressão da APE-1 foi avaliada de forma quantitativa adaptada conforme

metodologia dos estudos de Di Maso et al.16

e Woo et al.17

Foi utilizado o programa de

contagem celular Image J® (National Institute of Mental Health, Bethesda, Maryland,

USA). O índice de positividade (IP) foi expresso como a porcentagem de células

positivas pela coloração marrom-acastanhada nuclear ou nuclear e citoplasmática em

cada amostra pelo cálculo do índice de marcação segundo a fórmula: (IP) = (número de

células Imunopositivas)/(número total de células contadas) x 100.

Análise Estatística

O programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 20.0

(SPSS, Chicago, IL, USA) foi utilizado para análises estatísticas. As variáveis

qualitativas foram apresentadas na forma de frequências absolutas e relativas, enquanto

as variáveis quantitativas foram descritas por meio de mediana e intervalos interquartis

(percentil 25 e 75). O teste de Mann–Whitney verificou a diferença entre as variáveis

analisados, sendo adotado nível de significância de 5%, considerado-se significativo o

valore de p ≤ 0 05.

Resultados

Os casos de APs estudados foram prevalentes no sexo feminino (2,2:1), a idade

variou entre 26 a 84 anos, com média de 50,4 anos (±13). Dos 16 APs em glândulas

salivares maiores, a parótida foi a localização mais comum (n=14) seguida pela

glândula submandibular (n=2); em glândula salivar menor, dos 17 tumores, o palato foi

a principal localização (n=10), seguido pelo lábio superior (n=3) não sendo evidenciado

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38

diferença estatisticamente significativa entre o índice de positividade da APE-1 e a

localização do tumor (Tabela 1).

A imunoexpressão da APE-1 foi observada em todos os casos de AP estudados

(n=33) com índice de positividade que variou de 5,8 a 66,3% de células imunopositivas

(Média= 40,2±17).

A maioria dos casos de APs apresentava-se encapsulados (n=23), sendo

evidenciado que o índice de positividade da APE-1 foi maior em tumores com ausência

de cápsula ou cápsula incompleta havendo diferença estatisticamente significativa

(p=0,02) (Tabela 1). A única alteração sugestiva de malignidade encontrada na amostra

foi hialinização extensa (n=6), no entanto, não se evidenciou diferença da expressão da

APE-1 entre os grupos com e sem alterações (Tabela 1).

Tabela 1. Número de casos, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e

significância estatística para expressão da APE-1 nas diferentes categorias correspondentes às

características dos Adenomas Pleomórficos.

(1): Teste Mann-Whitney.

(*): Diferença significante a 5,0%.

(+): Cápsula ausente ou incompleta.

A superexpressão da APE-1 foi encontrada em todos os casos de CaExAPs

(n=16) com índice de positividade que variou entre 70,1 a 91,8% de células

imunopositivas (Média= 80,5±9), dessa forma, quando comparado com a expressão da

APE-1 em APs houve diferença estatisticamente significativa (p<0,001) (Figura 1) .

Características N

Mediana da

Expressão

de APE-1

Q25-Q75 Média dos

Postos U p-valor

(1)

Glândula

Salivar

Menor 17 41,2 18,2-52,7 16,2

122,0 0,63

Maior 16 43,4 27,0-56,1 17,9

Cápsula

Presente 23 39,3 23,6-49,8 22,7

58,0 0,02*

Ausente(+)

10 54,2 38,8-59,8 14,5

Alterações

sugestivas de

malignidade

Presente 6 51,0 23,7-58,6 15,7

92,0 0,28

Ausente 27 40,3 25,3-52,0 19,6

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39

Figura 1 – Box Plot relativo ao índice de positividade (%) da APE-1 entre APs e

CaExAPs de glândulas salivares (Teste estatístico de Mann-Whitney).

Para o CaExAP, os casos de pacientes do sexo feminino foram discretamente

mais prevalentes (1,8:1) e a idade variou entre 41 a 77 anos com média de 60(±10)

anos. Dos 16 tumores estudados, a principal localização foi a parótida (n=9), seguida

pelo palato (n=4); não houve diferença estatisticamente significativa entre o índice de

positividade da APE-1 e tumores de glândulas salivares maiores e menores (Tabela 2).

Quanto ao tipo celular dos CaExAP, carcinomas com fenótipo celular luminal

foram mais comuns (n=14), no entanto, pela quantidade limitada de tumores com

fenótipo mioepitelial (n=2) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa

entre a expressão da APE-1 e o fenótipo celular nesses tumores (Tabela 2).

A maioria dos CaExAPs foram classificados como tumores invasivos (n=10),

constatando-se que o índice de positividade da APE-1 foi maior nesses tumores quando

comparados a tumores intracapsulares, havendo diferença estatisticamente significativa

(p=0,003) da expressão da APE-1 entre o tipo de invasão desses tumores. A presença de

metástase linfonodal foi encontrada em 4 casos e estes apresentaram os maiores índices

de positividade da APE-1, quando comparados com os casos sem metástase, havendo

diferença estatisticamente significativa (p=0,002) (Tabela 2).

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40

Tabela 2 – Número de casos, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e

significância estatística para a expressão da APE-1 nas diferentes categorias correspondentes às

características dos Carcinomas Ex-Adenomas Pleomórficos.

(+): Em 1caso esta informação não estava disponível.

(1): Teste Mann-Whitney. (*): Diferença significante a 5,0%.

A imunomarcação da APE-1 em APs se deu tanto em células luminais como não

luminais e todos os casos exibiam marcação nuclear, como mencionado anteriormente

os casos de tumores com ausência de cápsula ou cápsula incompleta exibiram maior

imunopositividade (Figura 2A-D). Houve superexpressão da APE-1 nos casos de

CaExAP desse estudo, como caracterizado na tabela 2, a imunopositividade foi

principalmente nuclear e alguns casos núcleo-citoplasmática. Os casos que

apresentavam metástase ou padrão invasivo expressaram mais a proteína estudada

(Figura 3A-D). Nenhum AP ou CaExAP analisado exibiu imunopositividade

citoplasmática isolada.

Características N

Mediana da

Expressão

de APE-1

Q25-Q75 Média dos

Postos U p-valor

(1)

Glândula

Salivar(+)

Menor 6 80,4 73,5 – 87,5 51

24,0 0,72

Maior 9 75,7 70,1 – 90,1 69

Metástase

Linfonodal(+)

Ausente 11 74,7 70,1 – 86,1 5,5 0,00

14,5 0,002*

Presente 4 90,3 90,2 – 91,8 13

Fenótipo

Celular

Luminal 14 82,7 70,2– 90,8 8,3

12,0 0,75

Mioepitelial 2 82,2 74,4 -82,2 9,5

Classificação

do Tumor

Invasivo 10 89,9 83,2 – 90,3 11,2

3,0 0,003*

Intracapsular 6 70,4 70,3 -74,6 4

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41

Figura 2 – Aspecto morfológico e imunoexpressão do APE-1 em AP - (A) AP apresentando presença

de estruturas du tais matriz mix ide e ondr ide (HE; Barra = 200μm); (B) AP encapsulado exibindo

es assos n leos imunopositi os (EnVisionHRP; Barra = 100μm); (C) AP encapsulado exibindo núcleos

imunopositivos em células luminais e não luminais (EnVisionHRP; Barra = 100μm); (D) AP com cápsula

ausente e iden iando maior uantidade de élulas imunopositi as(EnVisionHRP; Barra = 100μm).

Figura 3 – Aspecto morfológico e imunoexpressão do APE-1 em CaExAP - (A) Componente

carcinomatoso (Esquerda) substituindo remanescente de AP (Direita) constituído de matriz

hialinizada com estruturas ductais (Seta) (HE; Barra = 200μm); (B) Imunopositividade núcleo-

citoplasmática em quase todas as células de um CaExAP francamente invasivo (EnVisionHRP;

Barra = 500μm); (C) imunoexpressão nuclear em um CaExAP sem metástase linfonodal (EnVisionHRP; Barra = 200μm); (D) Maior quantidade de células imunopositivas em tumor com

met stase lin onodal (EnVisionHRP; Barra = 100μm).

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42

Discussão

Tendo em vista a ausência de estudos sobre a expressão de proteínas envolvidas

nas vias de reparo do DNA em tumores de glândula salivar, investigações se fazem

necessárias, pois, recentemente, a expressão dessas proteínas, dentre elas a APE-1 tem

sido demonstrada em diversos tipos de câncer, incluindo os carcinomas de colo do

útero, ovário, próstata, trato gastro-esofágico, pâncreas, bexiga e cabeça e pescoço, além

de casos de câncer de pulmão, osteossarcoma e ependimoma pediátrico.14,17-23

Os

mecanismos envolvidos no reparo do DNA são de interesse para as pesquisas com

câncer pelo fato de que mutações nos genes de reparo podem ser responsáveis pela

iniciação de tumores e pelo desenvolvimento de resistência das células malignas a

agentes radio e quimioterápicos.24,25

A APE-1 é uma proteína que atua no reparo do DNA, sendo essencial para

viabilidade celular, como foi inicialmente comprovado por ensaios considerando

aspectos genéticos. Nesses ensaios observou-se que o nocaute da APE-1 em

camundongos causou letalidade embrionária pós-implantação, o que afirma a

necessidade desta proteína para a sobrevivência celular. Contudo a superexpressão da

APE-1 em neoplasias sugere um papel fundamental na prevenção da morte celular e no

controle da proliferação em células malignas.12,26

Apesar dos avanços científicos nas últimas décadas, o conhecimento acerca do

comportamento e transformação maligna de um AP ainda é um desafio. O melhor

entendimento acerca da biologia molecular dos tumores de glândulas salivares

desempenha um papel vital em seu diagnóstico, tratamento e prognóstico. A análise de

diferentes proteínas expressas nestes tumores pode refletir fatos sobre a biologia e o

comportamento tumoral.27,28

O AP é o tumor de glândula salivar mais comum, que representa 40-45% de

todas as neoplasias de glândulas salivares. Sua contraparte maligna, o CaExAP é uma

neoplasia incomum e compreende cerca de 3,6% de todos os tumores salivares e

aproximadamente 11% dos carcinomas salivares. A maioria dos APs e CaExAPs

ocorrem na parótida, embora o diagnóstico em glândulas salivares menores,

principalmente no palato, não seja incomum.11,27,29,30

Neste estudo, dos 33 APs e 16

CaExAPs analisados, a parótida e palato foram as localizações anatômicas mais

frequentes em ambos os tumores, o que está de acordo com a literatura.31,32

A

imunoexpressão da APE-1 não diferiu entre tumores de glândula salivar maior e menor,

assim como não foi relatado por outros autores diferenças entre a localização anatômica

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43

e expressão de proteínas diversas relacionadas ao comportamento tumoral como p53,

Mcm-2 e Her-2.27,32,33

Os APs que apresentam nódulos satélites, ausência de cápsula, cápsula

incompleta e cápsula fina representam casos com maior desafio clínico, uma vez que

tais características da cápsula tumoral podem determinar o sucesso do tratamento

cirúrgico e as recidivas do tumor.34,35,36,37

Na pesquisa de Stennert et al.35

foram

analisados 100 casos de APs e constatado que quase todos apresentaram áreas com

cápsula fina, cerca de 28% exibiram nódulos satélites e 46% de todos os tumores

apresentaram uma ausência focal da cápsula (Cápsula incompleta); os autores reforçam

que essas características são determinantes para recorrência tumoral. De acordo com os

resultados da nossa amostra, dez casos apresentaram cápsula incompleta/ausente e este

evento foi associado a maior imunoexpressão de APE-1. Isoladamente, a ausência de

cápsula, ainda que focal, já determina um comportamento menos indolente, o que

somado a maior expressão desta proteína sugere que tumores não encapsulados

apresentam maior capacidade de reparo do DNA em células tumorais e dessa forma

menor capacidade do controle de crescimento neoplásico.

A literatura evidencia que APs que vão desenvolver alterações sugestivas de

malignidade em seu curso clínico não são comuns.31,32

No entanto, o AP pode exibir

características histológicas como infiltração capsular, hipercelularidade, atipia celular,

necrose e invasão vascular, o que levanta a suspeita de malignidade.31,32

A idade

avançada do paciente, maior tamanho tumoral e origem submandibular também são

tidos como fatores relevantes associados com a transformação maligna.38

Alguns

autores sugerem ainda, que, APs com presença marcante de hialinização e aumento da

atividade mitótica possuem maior probabilidade de sofrer transformação

maligna.3,4,7,8,12,32

Alterações compatíveis ou sugestivas de malignidade não foram

comuns em nossa amostra, apenas seis casos exibiram áreas extensas de hialinização,

porém, não houve diferença estatisticamente significativa da expressão da APE-1 entre

tumores com e sem a presença de hialinização. Ressaltamos que perturbações

moleculares podem existir sem que ocorram alterações morfológicas perceptíveis e

sugerimos que um AP não necessariamente precisa apresentar características sugestivas

de malignidade antes de uma possível transformação.

A imunoexpressão da APE-1 foi observada em todos os casos de AP estudados

(n=33), com índice de positividade que variou de 5,8 a 66,3%, enquanto que nos casos

de CaExAP todos exibiram imunopositividade em mais de 70% das células avaliadas, o

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44

que corrobora os achados de Obtulowicz et al.39

que encontraram a expressão da APE-

1, através de níveis de mRNA, em pacientes com adenomas intestinais (n=77) e câncer

colorretal (n=89) em comparação a um grupo controle, sugerindo que a expressão da

APE-1 e outras proteínas envolvidas no estresse oxidativo participam da carcinogênese

do intestino. De acordo com o exposto, a expressão da APE-1 em tumores benignos e

malignos reforça sua participação na sobrevivência celular, no entanto, a frequente

superexpressão em células malignas sugere um papel importante na prevenção de morte

e no controle da proliferação celular, uma vez que sua atuação no reparo de DNA em

células tumorais ajuda a perpetuar o fenótipo neoplásico.

A média de imunopositividade, principalmente nuclear da APE-1 em CaExAP

foi de 80,5% das células neoplásicas, sugerindo uma superexpressão nesses tumores

quando comparados a AP. Salienta-se ainda, que os tumores com metástase linfonodal

em nossa amostra apresentaram média de imunopositi idade de ≈90% para esta

proteína, corroborando os achados de Woo et al.17

que observaram elevada

imunoexpressão da APE-1 em casos de câncer de mama, mostrando uma tendência à

associação com pior prognóstico, em relação à sobrevida livre de doença. Maiores

níveis de expressão da APE-1 também foram observados em câncer do trato

gastrointestinal, estando significativamente associado com profundidade de invasão,

metástase linfonodal, subtipo histopatológico, sobrevida global e tamanho do tumor.40

Altemani et al.41

relataram que existem dois tipos de carcinomas provenientes

de um AP: CaExAPs-L composto por células epiteliais malignas, que têm uma

morfologia e imunoexpressão comparável com as células luminais ductais e CaExAPs-

M composto de células mioepiteliais, que são provavelmente derivados de um precursor

comum de células mioepiteliais e ductais (células bipotentes). No que diz respeito à

evolução clínica desses tumores, muitos estudos têm demonstrado que o grau de invasão

tumoral está relacionado com o prognóstico, e poucos estudos têm caracterizado o

CaExAP de acordo com subtipo histológico. Kim et al.8 revelaram em seu estudo que

100% CaExAP-L eram invasivos, enquanto que apenas 45% dos CaExAP-M eram

invasivos, sendo a taxa de mortalidade maior em tumores com diferenciação

luminal. Os autores reforçam que não apenas a invasão, mas, também as características

histológicas, como o subtipo celular, podem ser importantes fatores prognósticos, uma

vez que tumores com diferenciação mioepitelial apresentam comportamento mais

indolente. No presente estudo, dos 16 CaExAPs avaliados, apenas dois casos foram

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45

caracterizados como CaExAP-M. Desta forma, talvez pela limitação da amostra, não se

encontrou diferença estatisticamente significativa da expressão da APE-1 entre tumores

com diferenciação luminal ou mioepitelial.

Os casos de CaExAP caracterizados como invasivos neste estudo apresentaram

média de imunoexpressão da APE-1 em ≈90% da élulas en uanto ue tumores

intracapsulares (Não Invasi os) apresentaram média de ≈70%, o que sugere que a maior

expressão dessa proteína está relacionada ao padrão de invasão e comportamento mais

agressivo nesses tumores. Segundo Shin et al.23

o aumento da expressão da APE-1

também foi detectado em pacientes com câncer de bexiga em comparação a um grupo

controle. Esses níveis foram associados com estadiamento clínico, invasão muscular e

recorrência, o que configura a associação da superexpressão da APE-1 com um pior

prognóstico. Estes autores reforçam que a detecção de APE-1 ou outras proteínas

envolvidas no reparo do DNA podem servir como possíveis biomarcadores biológicos

para os carcinomas de bexiga.

Estudos que avaliaram alguns tumores de cabeça e pescoço também

apresentaram relação entre a imunoexpressão da APE-1 e o comportamento tumoral.

Hsia et al.14

detectaram elevada imunoexpressão de APE-1 em 52,73% dos 146

carcinomas de células escamosas da cavidade oral, estando correlacionado com a

presença de metástase linfonodal e significativamente associada a um pior prognóstico e

resposta ao tratamento reduzida. Mahjabeen et al.21

também encontraram elevada

imunoexpressão de APE-1 em 50 casos de carcinomas de cabeça e pescoço, sendo tal

expressão associada a um pior grau histológico de malignidade. Outras pesquisas ainda

detectaram superexpressão da APE-1 em casos de carcinoma esofágico e de nasofaringe

quando comparados a amostras de tecido normal.15,42

No presente estudo, o padrão predominante de expressão da APE-1 foi nuclear,

tanto em AP quanto em CaExAP; sendo tal padrão também observado em estudos com

tumores de mama e osteossarcoma17,43,44

. Contudo, marcação núcleo-citoplasmática

também foram observadas em estudos com tumores de mama, fígado e ovário.16,45-47

A

expressão nuclear da APE-1 está relacionada com o reparo do DNA e a expressão

citoplasmática está relacionada com a atividade redox ou regulação de transcrição.

Especula-se a hipótese de que a mudança na localização da APE-1 nos compartimentos

celulares mediante diferentes estímulos pode variar de acordo com o tipo celular e

estágios da doença. A resposta a esses estímulos pode geralmente promover a

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movimentação intracelular da proteína do núcleo para o citoplasma, fazendo com que

ela esteja superexpressa em células com metabolismo elevado e altas taxas

proliferativas.12,13,48

Tendo em vista que neoplasias malignas possuem maior

metabolismo celular, é possível sugerir que esta hipótese justifique a imunoexpressão da

APE-1 tanto no núcleo, quanto no citoplasma apenas em casos de CaExAPs.

A proteína APE-1 é vital para que ocorra o processo de reparo do DNA, sendo,

especialmente importante em pacientes submetidos a tratamento quimio/radioterápico.

Segundo Ang et al.49

a radiação ionizante age ativando o processo de morte celular ao

induzir danos ao DNA, como danos às bases nitrogenadas, quebra de fita simples,

quebra de fita dupla e recombinações entre as fitas de DNA. Por sua vez, a

quimioterapia, particularmente, quando o princípio ativo é a platina, provoca ligação do

fármaco ao DNA, distorcendo sua estrutura funcional, causando danos e morte celular.

A combinação da quimioterapia com a radiação aumenta o efeito citotóxico geral da

radioterapia ao induzir mais danos ao DNA e prejudicar o seu reparo. Tal reparo é até

certo ponto processado pelos complexos enzimáticos da via BER. Portanto, a

superexpressão de proteínas que atuam no reparo pode aumentar a capacidade das

células tumorais de reparar o seu DNA, provocando resistência ao tratamento.

De acordo com o exposto, a proteína APE-1 parece estar envolvida na

progressão de tumores salivares, exibindo características que a tornam alvo elegível

para futuros estudos moleculares avançados como biomarcador de comportamento,

prognóstico, diagnóstico e terapêutica desses tumores.

Considerações Finais

A APE-1 foi expressa em todos os casos estudados, sugerindo que ela pode estar

desregulada em tumores salivares conferindo assim o maior potencial de reparo de

danos ao DNA nessas neoplasias, dessa forma prevenindo a morte celular e propagando

o acúmulo de mutações.

Os APs com cápsula ausente ou incompleta apresentaram aumento significativo

da APE-1, sugerindo que tais tumores podem apresentar alterações moleculares que

expliquem maiores taxas de recorrências. Já nos casos de CaExAPs, a APE-1encontra-

se superexpressa e relacionada com um comportamento mais agressivo, uma vez que,

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tumores invasivos e com presença de metástase linfonodal apresentaram maior

quantidade de células imunopositivas.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Tabelas referentes a características gerais da amostra estudada.

Tabela 1 – Características gerais dos casos de Adenomas Pleomórficos e

imunopositividade da APE-1. Natal-RN, 2016.

NI = Não informado.

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/UFRN e Faculdade de

Odontologia da Universidade de Pernambuco/FOP-UPE.

Caso Idade Sexo Localização

Anatômica

Alterações sugestivas

de Malignidade

Cápsula

Presente

Índice de

Positividade da

APE-1 (%)

1 52 F Submandibular Não Sim 32,6

2 51 M Submandibular Não Sim 41,4

3 39 F Parótida Não Sim 23,6

4 60 F Parótida Não Sim 55,8

5 55 M Parótida Não Sim 49,6

6 63 M Parótida Não Não 55,1

7 26 M Parótida Não Sim 56,1

8 41 F Parótida Sim Sim 58,5

9 56 F Parótida Sim Não 55,5

10 44 F Parótida Não Sim 48,6

11 55 F Parótida Não Sim 12,0

12 37 F Parótida Sim Sim 45,4

13 48 F Parótida Não Sim 23,5

14 62 F Parótida Não Não 54,2

15 67 F Parótida Não Não 34,8

16 68 M Parótida Não Sim 39,3

17 44 F Palato Sim Não 56,7

18 56 M Palato Não Sim 11,1

19 52 F Palato Sim Não 66,3

20 49 F Palato Não Não 54,2

21 60 F Palato Sim Não 40,1

22 NI NI NI Não Sim 25,3

23 NI NI NI Não Sim 48,5

24 NI NI NI Não Sim 5,8

25 26 F Mucosa Jugal Não Sim 7,6

26 31 F Mucosa Jugal Não Sim 49,7

27 32 M Palato Não Sim 41,2

28 NI NI Palato Não Sim 9,2

29 52 M Palato Não Não 51,1

30 84 F Palato Não Não 57,9

31 63 F Lábio Superior Não Sim 51,2

32 53 F Lábio Superior Não Sim 38,6

33 38 M Lábio Superior Não Sim 35,1

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Tabela 2 - Características gerais dos casos de Carcinomas Ex-Adenomas Pleomórficos

e imunopositividade da APE-1. Natal-RN, 2016.

NI = Não informado.

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/UFRN e Departamento de

Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo/FOUSP.

Caso Idade Sexo Localização

Anatômica

Classificação do

Tumor

Metástase Índice de

Positividade da

APE-1 (%)

1 49 F NI Invasivo Não 87,8

2 60 M Palato Intracapsular Não 75,7

3 49 F Mucosa Jugal Intracapsular Não 74,4

4 57 F Parótida Invasivo Não 70,2

5 41 M Parótida Invasivo Sim 91,8

6 64 F Palato Invasivo Sim 90,3

7 69 F Parótida Intracapsular Não 70,0

8 58 F Parótida Invasivo Sim 90,4

9 71 F Palato Invasivo Não 86,7

10 59 M Parótida Invasivo Sim 90,3

11 71 M Retromolar Invasivo Não 85,7

12 77 F Parótida Invasivo Não 90,1

13 52 M Parótida Intracapsular Não 70,4

14 NI NI Parótida Intracapsular Não 70,1

15 NI NI Palato Invasivo Não 75,7

16 NI NI Parótida Intracapsular NI 70,7

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ANEXOS

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Anexo 1 - Parecer do Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN).

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