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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃODO PANTANAL – UNIDERP
HEPHER GIDEONI RODRIGUES ELIAS
ANÁLISE SITUACIONAL E VERIFICAÇÃO DA EMPREGABILIDADE DOSEGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE DE
ADMINISTRAÇÃO DE FÁTIMA DO SUL – FAFS
CAMPO GRANDE – MS2004
HEPHER GIDEONI RODRIGUES ELIAS
ANÁLISE SITUACIONAL E VERIFICAÇÃO DA EMPREGABILIDADE DOSEGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE DE
ADMINISTRAÇÃO DE FÁTIMA DO SUL - FAFS
Dissertação apresentada ao programa de Pós-graduação, em nível de Mestrado Profissionalizante emGestão e Produção Agroindustrial, da Universidade parao Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal,como exigência parcial para a obtenção do título demestre em Gestão e Produção Agroindustrial.
Orientação: Prof. Dr. Luiz Eustáquio Lopes Pinheiro Prof Dr. Eron Brum Prof. Dr. Francisco de Assis R. Pereira
CAMPO GRANDE – MS2004
FOLHA DE APROVAÇÃO
Candidata: Hepher Gideoni Rodrigues Elias
Dissertação defendida e aprovada em 17 de dezembro de 2004 pela Banca Examinadora:
__________________________________________________________Prof. Doutor Luiz Eustáquio Lopes Pinheiro (Orientador)
__________________________________________________________Prof. Doutor Lucas Augusto Soeiro Pinheiro (ABRACITE)
__________________________________________________________Prof. Doutor Francisco Carlos Trindade Leite (UNIDERP)
_________________________________________________Prof. Doutor Francisco de Assis Rolim PereiraCoordenador do Programa de Pós-Graduação
em Produção e Gestão Agroindustrial
________________________________________________Profa. Doutora Lúcia Salsa Corrêa
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIDERP
DEDICATÓRIA
Ao meu querido esposo, Fernando, meu maior
incentivador, pelo companheirismo e
compreensão nas horas de dificuldades,
cansaço, irritação e tantos outros momentos
confusos, meu reconhecimento, cheio de
gratidão e amor.
Aos filhos queridos: Rubens, Fernando Fº e Rui,
tesouro e herança do Senhor, a mim confiados.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Drª Ively Monteiro, presidente do Grupo Ively Monteiro, pelo apoio total e
irrestrito, na execução desta tarefa e pela confiança em mim depositada.
Sinceramente, minha gratidão é sem medida! Assim, como forma de reconhecimento
e gratidão, dedico à você meu título de mestra!
A diretora da FAFS, professora Suzete Monteiro Bandechi, pelo incentivo;
A minha querida irmã e amiga Naara, Tony e filhos pelos gestos de carinho,
desprendimento, incentivo e ajuda. Simplesmente, não encontro a palavra certa ou a
melhor maneira de expressar minha eterna gratidão;
A minha mãezinha, possuidora de sábias palavras de otimismo nos meus
momentos de cansaço;
Ao meu pai, que já não nos dá a alegria de sua presença em nosso meio,
minha saudade!
Enfim, a todos da família Rodrigues, à qual tenho o maior orgulho de
pertencer.
AGRADECIMENTOS
A Deus por seu tão grande amor;
À vida, pois só através dela podemos experimentar quão maravilhoso é servir
a um Deus que pode todas as coisas, inclusive mostrar aquilo de que somos
capazes e, muitas vezes, subestimamos;
Ao Dr Luiz Eustáquio Lopes Pinheiro, meu orientador, pela condução desta
pesquisa e por ter dado a ela a devida importância. Também pela pertinácia com a
qual dividiu sua sapiência comigo;
Aos professores Msc Maria Cecília de Melo Silva e Msc Sérgio A. Gracia por
terem me ajudado, sem precedentes, numa demonstração de dedicação inefável.
Certamente, sem a ajuda destes magníficos colegas, este trabalho teria sido ainda
mais difícil;
Ao colega Msc Valdemar Dias dos Santos, pelo incentivo e apoio;
Ao Professor Enio Vasconcelos, pelo socorro nos exercícios de estatística.
À colaboradora Márcia, pela dedicação e seriedade na coleta dos dados junto
aos empregadores, aos quais estendo minha gratidão pela participação;
Aos egressos e acadêmicos da FAFS, pois sem a participação dos mesmos
seria impossível a realização desta pesquisa;
Enfim, a todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização
deste trabalho.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstrativo de gênero do egresso ................................................. 32
Figura 2 - Segmento de trabalho ......................................................................... 33
Figura 3 - Classificação da função ....................................................................... 33
Figura 4 - Área de atuação .................................................................................. 34
Figura 5 - Dificuldade encontrada no inicio da profissão ..................................... 34
Figura 6 - Relevância do curso para formação .................................................... 35
Figura 7 - Imagem da IES pelo egresso .............................................................. 35
Figura 8 - Imagem da IES pela sociedade ........................................................... 35
Figura 9 - Fatores que podem melhorar o curso ................................................. 36
Figura 10 - Demonstrativo de gênero do acadêmico ........................................... 36
Figura 11 - Faixa etária do acadêmico ................................................................ 37
Figura 12 - Demonstrativo de acadêmicos no mercado de trabalho ................... 37
Figura 13 - Área de atividade ............................................................................... 38
Figura 14 - Avaliação do curso pelo aluno ........................................................... 38
Figura 15 - Pontos Fracos das instalações físicas .............................................. 39
Figura 16 - Pontos Fortes do espaço físico ......................................................... 39
Figura 17 - Pontos Fracos do corpo docente ....................................................... 40
Figura 18 - Pontos Fortes do corpo docente ....................................................... 40
Figura 19 - Pontos Fracos do atendimento administrativo .................................. 40
Figura 20 - Atuação da coordenação do curso .................................................... 41
Figura 21– Imagem do curso pela sociedade ...................................................... 41
Figura 22 - Aceitação do acadêmico no mercado ............................................... 42
Figura 23 - Perspectiva do aluno sobre o mercado de trabalho .......................... 42
Figura 24 - Empresas que possuem funcionários oriundos da FAFS ................. 43
Figura 25 - Desempenho dos funcionários .......................................................... 43
Figura 26 - Contribuição do ensino para o desempenho da função .................... 44
Figura 27 - Capacidade de comunicação e expressão ........................................ 44
vii
Figura 28 - Qualidades pessoais ......................................................................... 45
Figura 29 - Conhecimentos técnicos ................................................................... 46
Figura 30 - Experiência profissional desejada ..................................................... 46
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - distribuição da população da amostra dos egressos .......................... 31
Tabela 2 - distribuição da amostra da população de acadêmicos ....................... 31
Tabela 3 - distribuições da amostra da população de empregadores ................. 32
ix
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ vi
LISTA DE TABELAS ............................................................................................ viii
RESUMO ............................................................................................................. 11
ABSTRACT .......................................................................................................... 12
1.INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
1.1. Contextualização ....................................................................................... 13
1.2. Relevância da pesquisa ............................................................................ 14
1.3. Sobre a metodologia de estudo de casos e sua inserção na pesquisa ..... 15
2.REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 17
2.1. O segmento agrícola ................................................................................. 17
2.2. Considerações sobre o agronegócio ......................................................... 19
2.3. Algumas particularidades do agronegócio brasileiro ................................ 21
2.4. Administração Rural .................................................................................. 21
2.5. Recursos humanos para o agronegócio .................................................... 22
2.6. O ambiente geo-sócio-econômico da FAFS ............................................. 23
2.6.1. Mato Grosso do Sul .................................................................................. 23
2.6.2. Caracterização da Região da Grande Dourados ...................................... 24
2.6.3. População ................................................................................................. 25
2.6.4. Agricultura e Lavouras .............................................................................. 26
2.6.5. Pecuária .................................................................................................... 26
2.6.6. Particularidades do Município de Fátima do Sul ....................................... 27
3.METODOLOGIA EMPREGADA ....................................................................... 28
3.1. Caracterização do ambiente de estudo e da amostra .............................. 28
3.2. Materiais .................................................................................................... 28
3.3. Métodos ..................................................................................................... 29
4.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 31
4.1. Retorno de questionários .......................................................................... 31
x
4.2. Particularidades das respostas por categoria analisada ........................... 32
5.AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................... 47
5.1 Sobre a oportunidade do uso da metodologia de estudo de caso ............ 47
5.2 A contextualização da FAFS num ambiente de interação sistêmica ........ 49
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 52
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 55
8.ANEXOS ........................................................................................................... 59
11
RESUMO
Este trabalho constitui um estudo de caso, enfocando a atual situaçãoprofissional, com ênfase na empregabilidade dos egressos e nas perspectivas deatuação profissional de discentes e de empregadores, considerando o Curso deAdministração, da Faculdade de Administração de Fátima do Sul – FAFS, noestado do Mato Grosso do Sul, com habilitação em Administração Rural eRecursos Humanos. A metodologia empregada foi constituída de coletas dedados, através de questionários aplicados aos egressos e acadêmicos eentrevistas aos empregadores, o que propiciou atingir os objetivos propostos. Osdados coletados junto aos egressos (n = 44 ou 26% de respostas) deixaram claroque os mesmos ocupam atividades diversas, caracterizando o clássico perfil doadministrador, deixando evidente dificuldades comuns no início da vidaprofissional. Ressaltaram, contudo, que o curso foi relevante para a sua atuaçãoprofissional, embora reconheçam faltar melhorias, especialmente na gradecurricular. Com respeito aos acadêmicos, 77% estão satisfeitos com o curso,apontando como pontos fortes, a biblioteca e os laboratórios (92%) e, como maiorponto fraco, a seção de reprografia (70%). Com relação ao Corpo Docente, osacadêmicos apontam como pontos fracos: a didática, com 53%, e o atendimentoao aluno, por parte dos serviços gerais com 31%. Por sua vez, a assiduidade e atitulação dos professores são ressaltadas como pontos fortes. Quandoquestionados sobre o mercado de trabalho para o administrador, apenas 5% nãoo consideram favorável a esta profissão. Finalmente, com relação aosempregadores, um elevado índice de entrevistados afirma estar satisfeito com odesempenho dos funcionários. Os pesquisados também enfatizaram que ainstituição deve investir mais em estágios e atividades relacionadas a trabalhospráticos de equipe. Com relação às habilidades requeridas, os pontos maisconsiderados foram as qualidades intrínsecas do indivíduo, seguido pelademonstração de conhecimentos aplicáveis ao trabalho, realçando, uma vezmais, o valor dado aos estágios anteriores. Conclui-se que o trabalho doadministrador exige competências para compreender as diversas naturezas daespecificidade da administração, combinando esses ingredientes num únicoprocesso educativo, que pretende, a um só tempo, não apenas formar o cidadão,o ser individual capaz de realizar-se como pessoa, mas também o ser social eprofissional, que se identifica com seu grupo.
Palavras-chave: -Análise situacional, Administração rural, Perfil profissional
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ABSTRACT
This study case has a focus the professional situation and the transition periodbetween the graduation and the professional market debut of a group of graduatesfrom the Administration Course of the College of Administration of Fátima do Sul,Mato Grosso do Sul state, with qualification in Agricultural Administration andHuman Resources. The methodology was constituted of data collected throughquestionnaires applied to the egresses and academics and interviews to theemployers. The collected data (n=44 or 26% of answers) showed that they occupydifferent kinds of activities, characterizing the classical profile of the entrepreneurs,showing common difficulties at the beginning of the professional life. However, toldthat the course was relevant to the professional development but they know thatthere is a lack of improvement especially at the curricular grade. Telling about theacademics, 77% are satisfied with the course, pointing the library and laboratory(92%) as strong points and as weak points the photocopy section (70%). Inrelation to the teachers and professors, the academics tell as weak points the waythey conduct their classes (53%) and assistance to the students with 31%, whilethe assiduity and the graduation of the teachers are saliented as strong points.When questioned on the labor market for administrator only 5% does not considerthe market favorable to this profession. Finally, in relation to the employers, theinterviewed people affirm that they are satisfied with the employees’ performance.They had emphasized that the institution must invest more in periods of trainingand related activities to the group practical works. In relation to the ability required,the considered points had been the quality of the individual, followed for thedemonstration of applicable knowledge to the work, enhancing and the value givento the previous periods of training. One concludes that the work of theadministrator demands abilities to understand the diverse natures of theadministration, combining these ingredients, not only to form the citizen, but thehuman being capable to become fulfilled itself as person, social and professionalbeing, that identifies with its group.
KEYWORDS: Situational Analysis, Agricultural Administration, professional profile
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Existe hoje, em todos os setores da sociedade, uma pressão muito forte
por mudanças. Isso porque estamos vivendo uma situação de instabilidade geral,
em que os fatos acontecem e se transformam muito rapidamente. O tempo
parece ter adquirido novas dimensões, quando a instabilidade é a marca dos dias
atuais e, com ela, a incerteza e a insegurança são as características dessa nova
era que se sucede à chamada modernidade. Em todas as partes, em todos os
campos de atividade, as pessoas buscam o “novo”, o diferente, formas
alternativas e pouco convencionais de agir, onde se possa imprimir a sua marca,
o seu diferencial. Essa corrida desenfreada à procura de algo que não se
conhece, pode causar sensação, ou até mesmo espanto, mas pode ser o
caminho do sucesso.
Situando o presente contexto no tempo e no espaço, sabe-se que a região
da Grande Dourados, formada por treze municípios1 ao longo do tempo, vem
confirmando sua vocação agropecuária, buscando condições de verticalização da
produção primária. Dentro dessa perspectiva de avanços, melhoria técnica e
crescimento, torna-se imprescindível agregar valor à produção, para ampliar as
condições de competitividade no mercado, acelerando o processo de
agroindustrialização.
Ao reconhecer a força produtiva, o potencial desta região e a necessidade
do mercado em absorver profissionais, adequadamente preparados, presume-se
1Fátima do Sul, Vicentina, Jateí, Glória de Dourados, Deodápolis, Dourados, Itaporâ, Douradina,
Jutí, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Maracajú, Caarapó.
14
que, aqueles capazes de unirem os conhecimentos técnicos de produção,
peculiares aos segmentos das cadeias produtivas, com sólida formação em
metodologias de gestão, nestes segmentos, terão os atributos que os capacitam
para sua colocação no meio produtivo. Assim sendo, as instituições formadoras
de profissionais para atuar nesta área precisam estar em harmonia com o
mercado e suas necessidades.
Neste cenário, insere-se a Faculdade de Administração de Fátima do Sul –
FAFS, uma instituição de ensino superior que ministra um único curso:
Administração – Habilitações: Administração Rural e Recursos Humanos. Esta
IES é mantida pela Associação Educacional Nove de Julho – AENJ. Funciona em
regime de comodato nas dependências das Faculdades Integradas de Fátima do
Sul – FIFASUL que pertencem ao mesmo grupo, “Grupo Ively Monteiro”.
Entender o mercado, passa a ser, portanto, uma missão continuada de
qualquer instituição, sendo necessário, para tanto, manter constante
monitoramento com o meio exterior, o que levou à formulação da pesquisa, que
constitui esta dissertação. Espera-se que os resultados obtidos possam fornecer
subsídios para a evolução ou fortalecimento da Proposta Pedagógica de
Formação do Curso de Administração, da Faculdade de Fátima do Sul, provável
beneficiária dos mesmos. Visando dar ainda maior abrangência aos escopos da
pesquisa, construiu-se o próximo item, no qual são tratadas as justificativas e a
caracterização da pesquisa realizada no contexto sistêmico.
1.2. Relevância da pesquisa
Considerando a vigente proposta pedagógica na Faculdade de
Administração de Fátima do Sul, acredita-se que o curso de administração, aqui
considerado, não pode perder de vista a necessidade da incorporação das
tecnologias inovadoras, do estímulo à flexibilização da produção e a interação
entre os setores da sociedade, constituindo-se como uma etapa inicial da
formação continuada do profissional. Neste sentido, o levantamento de
informações, dentro e fora da Instituição, poderá servir de estímulo à adequação
15
da grade curricular do curso, de forma a atender à expectativa do mercado e
aumentar a empregabilidade dos formandos (egressos).
Assim sendo, a integração com a contemporaneidade do mundo, implica
em maior desenvolvimento e a apropriação da ciência e da tecnologia, enquanto
principais instrumentos da dinâmica do sistema produtivo. A economia como um
todo, vem reivindicando, no atual contexto, mudanças no perfil do futuro
administrador. Nesta perspectiva, deve-se buscar uma política educacional
consistente e de excelência em suas ações de ensino, baseada na formação de
gestores, capacitados a contribuir para o desenvolvimento regional e estadual.
Basicamente, pretendeu-se mensurar o grau de empregabilidade dos
egressos, da referida Instituição de Ensino Superior, a situação dos mesmos no
mercado de trabalho e, conseqüentemente, sua real inserção no âmbito do
agronegócio. Simultaneamente, no âmbito interno, buscou-se aferir as
expectativas dos discentes, tendo em vista posterior comparação entre o
esperado e o realizado na vida profissional.
Finalmente, deve-se enfatizar que a razão maior a suscitar a execução
deste trabalho foi, exatamente, a percepção do processo de mudança provocado
pela ação, no crescimento do complexo agroindustrial da Região da Grande
Dourados. Como se sabe, tal crescimento tem gerado grandes transformações na
estrutura, a qual promove a integração da agropecuária regional, fazendo desta
região um espaço de suma importância no cenário do agronegócio sul-mato-
grossense e brasileiro.
1.3. Sobre a metodologia de estudo de casos e sua inserção na pesquisa
Este estudo preenche os requisitos da conceituação Estudo de Caso, pelo
seu alvo em relacionar uma determinada unidade e compreendê-la como tal,
conforme exposto por André (1995). Tal modalidade permite ter como foco de
estudo um indivíduo ou um grupo e uma organização, analisados em
profundidade, para que as circunstâncias específicas e as múltiplas dimensões
que se apresentam nas situações possam permitir a compreensão do todo.
16
Ainda mais, para Ludke & André (1986), o estudo de caso de um fenômeno
busca retratar, naturalmente, a realidade e requer um discurso mais natural, para
que as pessoas nela envolvidas se encontrem ou se reconheçam no estudo e,
ainda, verifiquem contribuições para um melhor posicionamento da questão.
O estudo de caso é, também, a opção desse trabalho, porque permite
“tornar o familiar, estranho e interessante novamente” (Merrian, 1988), Assim, a
formação do profissional de Administração pela FAFS pode ser tão familiar que
pode tornar-se invisível. Ainda para a referida autora, o que torna o estudo de
caso um trabalho científico é a presença da interação que faz da situação
estudada:
O trabalho de estudo de caso tenta constantemente capturar eretratar o mundo como ele aparece às pessoas que estão nele. Emum sentido, para o trabalhador de estudo de caso, o que pareceverdadeiro é mais importante do que o que é verdadeiro (Merriam,1988, p.78).
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O segmento agrícola
A agricultura, segundo Ramos (1988), constitui o setor primário da
economia, sendo uma das atividades mais antigas da humanidade. No passado, a
agricultura desempenhou um papel secundário no crescimento das nações
desenvolvidas, dele participando unicamente como geradora de capital e mão de
obra (Araújo, 1990). Entretanto, à medida que o setor agrícola foi cedendo espaço
a outras atividades econômicas, tornou-se necessário uma compensação, com a
adoção de novas tecnologias de produção e de administração.
Isto foi fundamental, uma vez que a população mundial duplicou nos
últimos 50 anos, o que obrigou a acelerar a oferta de bens e serviços agrícolas,
para acompanhar o ritmo do crescimento imposto por esta demanda (Pinazza e
Alimandro, 1999). Contudo, na concepção desses autores, para que haja
sustentação de preços de produtos agrícolas, e mesmo agro-industriais, fazem-se
necessários uma política agrícola e os instrumentos de comercialização. Caso
contrário, o setor permanecerá ameaçado, devido à falta de compensação à
queda de renda dos produtores, quando se alcançam ganhos de produtividade ou
interferências sofridas por fatores tais como: adversidades climáticas e ataques
de pragas e doenças que promovem os desequilíbrios nos mercados, muitas
vezes, inevitáveis, lembrando ainda que os gêneros alimentícios são perecíveis.
A atividade rural apresenta algumas características peculiares, que a
diferencia dos demais setores da economia, tais como: sazonalidade da
produção, variações climáticas, tipos de solo e formas de manejo. Além disso, os
preços dos produtos agrícolas, em geral, oscilam muito em função de pequenas
variações na oferta, como explicita Mendes (1998). Todavia, convém ressaltar
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que, a sua existência, condiciona a adequação dos princípios gerais de
administração, utilizados no setor urbano para o setor rural, em qualquer lugar do
mundo. Sendo assim, devem-se mencionar algumas delas, tais como:
dependência de clima; tempo de produção maior que o tempo de trabalho;
produtos perecíveis; dependência de condições biológicas; terra como
participante da produção; estacionalidade da produção; trabalho disperso e ao ar
livre; incidência de riscos; sistema de competição econômica, sendo o último
subdividido em quatro partes:
• Existência de grande número de produtores e consumidores;• A quantidade produzida, em cada unidade de produção é
relativamente pequena em relação a oferta global;• Pouca diferenciação entre os produtos;• Entrada e saída apresentam pouca alteração na oferta total
no negócio;
Noutra vertente, Ramos (1988) mostrou essas dificuldades, começando
pelas diferentes características entre a empresa agrícola e a empresa industrial.
Ele diz: “o funcionamento eficiente da empresa é mais difícil na agricultura do que
na indústria”.
O autor justificou esta afirmação, estabelecendo um paralelo entre as duas,
destacando, primeiramente, as incontroláveis, como quantidade e qualidade da
produção, que não podem ser precisas devido às variáveis naturais – clima,
pragas, doenças, etc. Em seguida, abordou a especialização, que, na empresa
agrícola, é menor do que na indústria, enquanto a eficiência no uso das máquinas
e equipamentos é menor, pelo fato de que as máquinas agrícolas têm utilidade
limitada a períodos do ano, dificultando a maximização de seu uso.
Além disso, também ressaltou que a produção agrícola tem de obedecer a
prazos fixos, uma vez que as plantas têm ciclos de produção e devem ser
obedecidas suas características e variedades. Do mesmo modo, os animais
também têm períodos de produção determinados – lactação das vacas, abate de
animais –. Com essas prerrogativas, torna-se rígida a produção da empresas
agrícolas, limitando sua aceleração, ao contrário da empresa industrial. Com base
nesta justificativa, o mesmo autor (Ramos, 1988) extrai três conclusões
consideradas úteis:
19
• a empresa agrícola requer planejamento e administraçãomuito eficientes, para alcançar a grande eficiência econômicada empresa industrial.
• O administrador de uma empresa agrícola deve terconhecimentos muito mais elásticos do que o administradorde uma empresa industrial;
• O administrador da empresa agrícola deve, necessariamente,estar mais em contato direto com o funcionamento daempresa do que o administrador da empresa industrial.
2.2 Considerações sobre o agronegócio
Segundo Borrás e Batalha (1998), foram os economistas americanos, Ray
Goldberd e John H.Davis que, em 1957, usaram pela primeira vez o termo
agribusiness, com a pretensão de incorporar, em um mesmo conceito, os agentes
que imprimem dinâmicas a cada elo de uma cadeia produtiva, originado na
produção de insumos, indo até seu destino final, o consumidor.
Para os mesmos autores, o termo agribusiness significa mais
especificamente: “a soma total das operações de produção e distribuição de
suprimentos agrícolas, armazenamento, processamento e distribuição dos
produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. Amparado neste conceito,
inserem-se os fornecedores de bens e serviços para a agricultura: produtores
rurais, processadores, transformadores, distribuidores e todos os envolvidos na
geração e no fluxo dos produtos de origem agrícola – governo, mercados,
entidades comerciais, financeiras e de serviços – até o consumidor final.
Batalha (1995) ressaltou que a mais importante característica de apoio a
uma economia sólida tem como princípio o desenvolvimento equilibrado de todo o
seu sistema agroindustrial. Em alguns países, há forte aparato de protecionismo
dado ao setor, onde os governantes investem em infra-estrutura, subsidiam os
produtores, estabelecem barreiras tarifárias e/ou não tarifárias, no intuito de
proteger seus mercados internamente, promovendo a garantia do abastecimento.
Ainda Batalha (1995) afirmou que contar com um setor agropecuário
eficiente e eficaz não é suficiente para garantir adequadamente o abastecimento
20
do mercado interno e a produção de excedentes, e sim, que os alimentos devam
ser produzidos, industrializados e distribuídos dentro de padrões competitivos. Ou
seja, não basta apenas produzir, é necessário adotar práticas de agro-
industrialização e agregação de valor para que não haja transferência de riqueza
regional para outros centros em que se encontram as atividades de consumo e
exportação. Segundo ele, isso reduz a geração de empregos nos diversos
setores, promove entrave no desenvolvimento de tecnologias e na arrecadação
de tributos e, conseqüentemente a renda real é socialmente mal distribuída.
Por sua vez, Jank (1997) destacou que os impactos sofridos pelo
agronegócio, nessa década, como a crise dos mecanismos tradicionais de política
agrícola, a desregulamentação dos mercados, a abertura comercial e a
consolidação dos blocos econômicos, dentre outros, são fatos que têm originado
novas relações e posturas para aqueles que atuam no sistema agroindustrial.
Enfatizou que a decadência do estado, em relação à falta de suprimento das
necessidades primordiais de saúde, educação e segurança do povo, sufocou o
modelo “paternalista” de interferência pública no setor.
Tais constantes mudanças na economia mundial vêm motivando
transformações nos segmentos agroindustriais, tanto em nível interno (nacional)
como em nível externo (internacional), principalmente, no que tange ao estímulo à
diferenciação e diversificação do produto, segmentação dos mercados, maior
exigência em relação à qualidade dos produtos e serviços, aceitação ou não de
transgênicos, rastreabilidade, certificação de origem e rotulagem, como forma de
ampliar a capacidade competitiva das empresas, conforme aponta Bergamachi
(2000).
Nesse sentido, Borrás (2000) argumentou que os meios empresariais,
políticos e científicos, vêm dando atenção especial, tanto em nível nacional como
internacional, à força que o agronegócio representa para o setor sócio-econômico.
Também afirmou que o desenvolvimento da agroindústria, de modo a agregar
valor aos produtos internamente, é uma batalha que as economias mundiais
estão encarando.
21
2.3 Algumas particularidades do agronegócio brasileiro
Segundo dados da Associação Brasileira das Industrias de Alimentação
(ABIA,1994), a preferência pelos produtos industrializados, de maior valor
agregado, torna-se cada vez mais evidente na esfera mundial. Sendo esta uma
tendência, estima-se que ainda há uma enorme fatia de mercado a ser explorada,
para que o patamar de consumo alcance ao de países desenvolvidos, pois hoje o
Brasil absorve 49,3 % desses consumidores.
Entretanto, Batalha et al (1999) mostraram que, de modo geral, a
agroindústria vem permitindo ao Brasil absorver gradualmente as variações
econômicas que vêm padecendo ultimamente, especialmente pelo fato de que o
setor modernizou-se para atender às tendências dos consumidores. Sob o ponto
de vista econômico, a indústria agroalimentar, por não sofrer oscilações de
demanda, devido ao aumento continuado da população, tem como sustentar boa
parte do crescimento econômico. Por outro lado, outros setores da economia,
contando com proteção tarifária, não conseguiram atuação positiva após a
abertura dos mercados.
2.4 Administração Rural
A história da humanidade traz consigo, desde seu surgimento,
procedimentos administrativos, pois onde se encontram pessoas buscando atingir
objetivos, a ação administrativa passa a ser essencial. Nesse sentido, de acordo
com Souza et al (1988) “a administração é uma ciência porque possui um
referencial teórico próprio, possível de ser tratado pelo método científico. É arte
porque inclui, na resolução dos problemas que surgem, na condução das
organizações, habilidade, sensibilidade e intuição”.
A seu turno, Ramos (1988) destacou que, do ponto de vista do agricultor
individual, as maiores vantagens significam maiores lucros, enquanto que, do
ponto de vista de sociedade, as principais vantagens são a produção maior,
22
melhores salários, disponibilidade de empregos e o melhor uso alternativo do
capital. Desta forma, a administração rural é vista como um ramo da ciência da
administração, que estuda os processos racionais das decisões e ações
administrativas em organizações rurais.
Na esteira deste pensamento, Baur (2000) citou que, ao considerar a
administração rural um ramo da ciência administrativa, tem-se o acesso às suas
teorias, desde a abordagem clássica de Taylor e Fayol, à moderna teoria do
desenvolvimento organizacional. Nesta abordagem, as áreas empresariais,
produção, marketing, recursos humanos, finanças e as funções administrativas –
planejamento, organização, direção e controle – serão, da mesma forma,
consideradas como um todo sistêmico.
Ao mencionar, no conceito, organizações rurais, o autor incorpora as
instituições que estão relacionadas ao meio rural, como cooperativas agrícolas e
outras instituições que, de alguma maneira, possuem interfaces com a empresa
rural, fazendo parte do complexo agro-industrial ou agronegócios.
2.5 Recursos humanos para o agronegócio
Em primeiro lugar, vale mencionar as afirmações de Farina (1999), as
quais se inserem no contexto deste trabalho. Para a autora, neste novo ambiente
econômico, o crescimento e a competitividade ficam a depender da ciência, da
tecnologia, da qualidade de informação, da gestão e da coordenação nos
processos de produção, distribuição, circulação e consumo. Enfim, são
necessários recursos humanos de alta qualificação.
Complementando, Senge (1990) salientou que toda organização, precisa
ser inteligente e deve se basear em pessoas capazes de contribuir com sua
inteligência e talento para melhorar, continuamente, o desempenho da mesma.
Essa contribuição pode ser viabilizada, buscando-se uma adaptação aos avanços
do conhecimento e intensificando-se a absorção das condições tecnológicas
básicas para a acumulação de informações e saberes que respondam às
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exigências de seu próprio desenvolvimento e expansão da região. Neste mesmo
contexto, Pinho (1998) afirmou: “o capital intelectual, em todas as épocas tem
representado um dos mais relevantes e básicos fatores de desenvolvimento das
sociedades. Atualmente, porém, aumenta cada vez mais sua importância,
sobretudo, nas organizações econômicas da emergente Sociedade do
Conhecimento”.
Corroborando tais assertivas, Prado (1999), destacou que as
transformações em curso ao redor do mundo, cada vez, mais exigirão dos
profissionais contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento, a fim de que possam
criar competitividade para seus negócios e empresas. Na visão do autor, o
mercado exigirá profissionais que apresentem os seguintes conhecimentos,
habilidades e características: domínio de informática; domínio de idiomas;
capacidade de desaprender; visão sistêmica; empreendedorismo; liderança;
comunicação; criatividade; espírito de equipe; humildade; versatilidade; foco no
cliente e equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho.
Deve-se citar Batalha (2000), que realizou importante trabalho a respeito
das necessidades de recursos humanos para o agronegócio, tendo constatado
que as instituições de ensino necessitam ajustar o foco, procurando atender às
demandas crescentes do setor produtivo e industrial. Neste contexto, Pinheiro et
al. (2002) descreveram a construção de um mestrado profissionalizante, voltado
ao atendimento desses setores, o qual se baseou em amplo processo de ausculta
e de cooperação entre especialistas e, desses com o setor privado em geral, o
que resultou em expressiva sintonia entre este último e o setor produtivo, quanto
à precisão de formação de recursos humanos.
2.6 O ambiente geo-sócio-econômico da FAFS
2.6.1 Mato Grosso do Sul
O processo de transformação no estado do Mato Grosso do Sul não foi
curto, tampouco livre de percalços, enfrentou duas ditaduras, e só encontrou
solução a 11 de outubro de 1977. (Rodrigues 1985). Os motivos que levaram à
divisão duraram quase um século.
24
Com o advento da divisão do estado, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso
foram beneficiados com maior impulso econômico, conforme relata Bittar (2002): -
”Mato Grosso do Sul apresentou rápido processo de crescimento e expansão
demográfica, resultantes da penetração do capital e imigrantes dos estados
vizinhos...” no período compreendido entre 1981 e 1991, a economia nacional
registrou crescimento na ordem de 1,3 %; entretanto o Mato Grosso do Sul em
média apresentou ritmo de crescimento acima de 5% aa. Paralelamente,
consolidou-se como estado de estrutura agrária e com o maior rebanho de
bovinos do país.
Ainda segundo a mesma autora, Bittar (2002), a partir de meados de 1980,
o esvaziamento populacional do campo trouxe vários problemas sociais para o
estado, que passou a conviver com um princípio de favelamento nas periferias
das maiores cidades. Ilustrando este fato, em 1970 a população rural era maior
que a urbana e, em 1992, percebeu-se a mudança deste quadro. Hoje a
população do estado passa de dois milhões de habitantes, sendo destes, 81% na
zona urbana.
Felizmente, segundo Krakhecke (2004), segmentos do governo e da
sociedade estão construindo as estratégias do desenvolvimento, as quais vêm
sendo aperfeiçoadas, à medida que sociedade e governo se apropriam de mais
informações e conhecimentos científicos. Isto significa completar, capacitar e
elevar a produtividade e a competitividade dos processos produtivos, ganhar
novos mercados, qualificar as relações e as condições de trabalho, distribuir
renda e riqueza, aprofundar as políticas de conservação do meio ambiente e
estimular a participação cidadã.
2.6.2 Caracterização da Região da Grande Dourados2
A Colônia Federal de Dourados, exemplo positivo de reforma agrária, em
poucos anos, transformou-se num centro de grande movimentação, recebendo
pessoas oriundas de todas as partes do Brasil, com destaque para os
2 As informações contidas nos subitens 2.6.2 até 2.6.5 foram extraídas do Plano de Desenvolvimento
Sustentável da Grande Dourados (2001) e IPLAN Fundação Instituto de Estudos e Planejamento de MSBanco de Dados de Estado de Mato Grosso do Sul (2001).
25
nordestinos, que contribuíram para o povoamento não só de Dourados, mas de
toda a região. A contribuição de agricultores oriundos do Sul também foi muito
significativa para a modernização da agricultura e da pecuária. Campestrine e
Guimarães (1995)
A Região da Grande Dourados apresentou rápido crescimento econômico,
ancorado na exploração de grandes culturas (soja, milho e trigo) e na exploração
da pecuária. Os índices de desenvolvimento social da região, evidenciam o
recente processo de desenvolvimento, manifestado pelos municípios que a
compõem. Fundamentalmente, esse processo ao mesmo tempo em que gerava
renda e emprego, promovia significativos prejuízos ao meio ambiente. Outra face,
preocupante, são os problemas sociais que instigam a comunidade, mesmo
apresentando taxas de desenvolvimento bastante elevadas.
A escolha dos municípios para formar a Região da Grande Dourados
obedeceu a critérios de ordem econômica, geográfica, histórico e social. Para
tanto, identificou-se o grau de homogeneidade dos setores produtivos, vias de
comunicação e acesso, infra-estrutura, meio ambiente, bacia hidrográfica entre
outros. Ressalta-se sua localização estratégica perto de grandes centros
consumidores, como São Paulo e Paraná, configurando-a como Região de
grande importância do Estado e, conseqüentemente, do Brasil
À mercê dessa situação, a Região vem demonstrando, ano a ano, taxas
crescentes na produção agropecuária, principalmente quanto aos grãos e aves,
propiciando o alcance de médias de crescimento econômico superiores à do
Brasil. A economia cresceu em torno de 53,3%, contra 31,33% registrados no
país e 81,13% em Mato Grosso do Sul, no período de 1985 a 1996. Considerando
apenas o município de Dourados, houve crescimento de 74,25% no seu PIB,
nesse mesmo período segundo dados do IPLAN (2001).
O principal centro industrial da Região é o Município de Dourados, com 271
indústrias, seguido por Maracajú, 36, e Caarapó, 35, apresentando razoável grau
de diversificação e verticalização da cadeia produtiva. A produção sai da Região
26
com baixo valor agregado, desperdiçando empregos, impostos e renda, devido à
falta de indústrias para processá-la.
2.6.3 População
A população da Região, de acordo com o Censo do IBGE/2000, é da
ordem de 321.133 habitantes, o que representa um total de 15,48% da população
de Mato Grosso do Sul, estimada pelo IBGE em 2.074.877 habitantes. A
população urbana é de 264.340 habitantes, enquanto a população rural soma
56.693 habitantes. No período de 1980 a 2000, a população cresceu 21,64%;
entretanto, neste período, foram verificados picos de aumento e recrudescimento
da população, devido a um intenso processo de migração e imigração.
No mesmo período em que a agroindústria crescia, impulsionada pela
economia de escala,de certa monocultura, surgem um conjunto de problemas,
dentre eles a diminuição da pequena produção a qual perdeu espaço para a soja
e o trigo e a mecanização das lavouras, sendo esta última responsável por parte
do desemprego no campo. A mecanização do campo com o fim da pequena
propriedade absorvida pela grande, resultou de maneira negativa para o
trabalhador rural. Sem terra e sem emprego foram obrigados a se deslocar para
outros centros na esperança de conseguir emprego e renda.
2.6.4 Agricultura e Lavouras
A Região apresenta forte tendência agrícola e vem se destacando entre os
maiores produtores de grãos do Estado, com elevada produção e produtividade,
principalmente, nas culturas de soja, milho e cana-de-açúcar. A soja é a principal
cultura, já que em 2000 a área cultivada representava 368.500 ha, com produção
de 958.860t, significando 38,6% da produção estadual. Concentra-se nos
Municípios de Maracajú Caarapó, Rio Brilhante, Glória de Dourados e Dourados,
sendo este último um dos maiores produtores do Brasil
2.6.5 Pecuária
A Região também possui vocação para a bovinocultura de corte, já que,
em 1980, seu rebanho era formado por 1.320.218 cabeças; após 15 anos, ou
seja, em 1995, o mesmo atingiu 2.065.121 cabeças, o que demonstra um
crescimento de 56,42% no período.
27
A suinocultura é outra atividade importante para a Região; entretanto só
conseguiu se firmar como exploração significativa a partir da década de 90, com a
implantação dos sistemas integrados de produção, mantidos por empresas
processadoras de carne suína, portadoras de alta tecnologia e com capacidade
de exportação para outros estados brasileiros e países.
Por sua vez, a avicultura comercial de corte não pára de crescer. Em vinte
anos, cresceu mais de dezessete vezes. Esse boom se deve ao fato da instalação
de várias empresas agrícolas, que atuam de forma planejada, em escala, com
capital e tecnologia articulados no comércio nacional e internacional.
2.6.6 Particularidades do Município de Fátima do Sul
O Município de Fátima do Sul foi criado em 11 de dezembro de 1963. Está
localizado no sul do Estado de Mato Grosso do Sul, a 250 km. de Campo Grande,
capital do Estado. Esta região é altamente privilegiada por se constituir de terras
férteis, o que propiciou o surgimento de várias cidades, criando, desta forma, a
micro região da Grande Dourados. No setor agropecuário, as principais atividades
econômicas são: a cultura da soja, feijão, algodão e milho e ainda a bovinocultura
e, recentemente, têm sido feitos grandes investimentos na avicultura e
suinocultura. Por sua vez, o setor educacional, considerando: a Educação Infantil,
Ensino Fundamental, Médio e Superior, a região possui um total de 15
estabelecimentos de ensino.
Neste cenário, se destaca, enquanto Instituição de Ensino Superior, a
Faculdade de Administração de Fátima do Sul – FAFS. Em quase nove anos de
atividades, recebe alunos de aproximadamente 30 municípios do Estado de MS e
das cidades fronteiriças do Estado de São Paulo e Paraná, caracterizando-se,
portanto, como um pólo educacional de grande relevância para toda região.
Fátima do Sul, com 41 anos de existência, conquistou lugar de destaque
no cenário estadual em que a FAFS tem efetivado contribuição, tanto pelo ensino,
quanto pela geração de emprego. (www.fatimadosul.prefeituramunicipal.org. br)
28
3. METODOLOGIA EMPREGADA
3.1 Caracterização do ambiente de estudo e da amostra
Considerando que o Estado, assim como boa parte do Centro-Oeste, vem
exibindo crescente vocação no âmbito do agronegócio, conhecer a situação em
que se encontra um grupo específico de profissionais, poderá contribuir, em
especial, com a instituição que os prepara. Assim sendo, o presente estudo de
caso constituiu-se uma pesquisa exploratória, com a análise do grau de
empregabilidade de egressos de um curso superior, oferecido na região da
grande Dourados, bem como a expectativa dos acadêmicos em relação ao
mercado de trabalho e o grau de satisfação do mercado frente ao profissional
egresso desta IES.
Neste trabalho, o grau de empregabilidade foi definido como sendo o
percentual efetivamente integrado ao mercado de trabalho.
3.2 Materiais
A pesquisa foi desenvolvida na Região da Grande Dourados, envolvendo
os acadêmicos e os egressos do curso de Administração da Faculdade de
Administração de Fátima do Sul – FAFS – no período de 1999 a 2003. A
população é de 167 egressos, dos quais se sabe pouco com respeito à atuação
profissional. Além disso, consideram-se aqui, também, os segmentos comerciais
e demais agentes sócio-econômicos.
Para levantar informações referentes aos egressos, utilizou-se,
basicamente, o material documental pertencente ao banco de dados da
instituição. Em relação aos acadêmicos, foram priorizadas as turmas de segunda,
29
terceira e quarta séries. Quanto aos empregadores, constituiu-se uma amostra
aleatória, capaz de permitir realizar uma pesquisa exploratória. Assim sendo,
buscou-se detectar quais os conhecimentos básicos e o perfil esperado para
atendê-los a contento, também por meio de entrevistas contendo questões
abertas e fechadas.
Considerando esta premissa, o estudo teve a pretensão de atingir a
totalidade dos egressos e de acadêmicos, mas não de empregadores. Para a
obtenção de informações, construíram-se questionários e entrevista cujos
modelos estão em anexo.
3.3. Métodos
Por meio do banco de dados da Instituição, foi feito o levantamento dos
egressos do curso, no período de 1999 a 2003, constatando-se o total de 167
profissionais. Para certificar-se de que os questionários refletissem informações
adequadas, foram os mesmos testados com informantes da mesma categoria
proposta para a pesquisa.
Uma vez testados, os questionários foram remetidos a cada um dos
egressos, juntamente com um envelope selado e, destinatário pré-escrito, para o
retorno. Após o aguardo de um prazo de 30 dias, foram realizados alguns
contatos telefônicos e, finalmente, visitas domiciliares para que se obtivesse o
maior número possível de respostas. Com relação aos acadêmicos, os
questionários foram encaminhados a estes, por meio da coordenação do curso e,
estabelecido um prazo para a devolução.
Em relação aos empregadores foi utilizado o critério de seleção aleatória
para a constituição da amostra de empresas, com representatividade de todos os
segmentos empresariais, priorizando aquelas que tinham relação com o
agronegócio, porém sem a preocupação de que houvesse nelas egressos ou
acadêmicos da FAFS. Para a amostragem, foram selecionadas 41 empresas,
30
num universo de 240, que foram visitadas por uma pesquisadora devidamente
treinada para proceder à entrevista.
De posse de todos os questionários, procurou-se agrupar os dados por
categoria, para o cálculo das respectivas médias e percentagens, quando
pertinentes. No item seguinte, será feita a análise dos resultados obtidos na
respectiva pesquisa.
31
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Retorno de questionários
Do total de questionários enviados aos egressos, 18 retornaram por não
terem sido encontrados os destinatários, enquanto que 105 egressos não
retornaram o questionário. Para melhor visualização, destes resultados foi
montada a Tabela 1, vista a seguir.
Tabela 1 - distribuição da população da amostra dos egressosNº de questionários
enviadosNº de questionários
DevolvidosNº de questionários
respondidosNº de questionários
não devolvidos
167 18 44 105
100% 11% 26% 63%
Por sua vez, o retorno dos questionários por parte dos acadêmicos
atendeu à expectativa, conforme Tabela 2. Pode-se ver na mesma que este
percentual atinge 89% de retorno, desde que se considere que o retorno (30%)
sem preenchimento não deixa de ser uma manifestação.
Tabela 2 - distribuição da amostra da população de acadêmicosNº de acadêmicos Nº de questionários
devolvidos embranco
Nº de questionáriosrespondidos
Nº de questionáriosnão devolvidos
105 31 62 12
100% 30% 59% 11%
Finalmente, a Tabela 3 mostra o percentual de retorno de questionários por
parte dos empregadores.
Tabela 3 – distribuições da amostra da população de empregadoresNº de empresas
selecionadasNº de questionários
devolvidosNº de questionários
respondidosNº de questionários
não devolvidos
32
62 19 41 2
100% 31% 66% 3%
Após analisar o conteúdo dos documentos, entrevistas e questionários,
deu-se a efetivação da análise, sem perder de vista a relação que existe entre os
componentes.
4.2 Particularidades das respostas por categoria analisada
Egressos
Na análise dos dados coletados sobre os egressos, foram considerados
válidos 44 questionários, que representam 26% do universo. Em primeiro lugar
vale ressaltar que os homens são predominantes (59%) (Figura 1).
59%
41%Masculino
Feminino
Figura 1 – Demonstrativo de gênero do egresso
Quando perguntado sobre a situação profissional, em relação a atuação no
mercado de trabalho ou a função que exerce, foi possível mensurar o índice de
desempregados, que atinge 17% da amostra colhida. Neste particular, as
mulheres representam 60% do total da amostra. Entre os que efetivamente
trabalham, percebe-se que há uma diversidade de segmentos, os quais
absorveram esses profissionais, tais como: comércio, serviços públicos e
administração rural, salientando-se que, este último, constitui uma menor
proporção de atuação. Ainda no item outros, representado no demonstrativo
33
abaixo, inserem-se os que atuam em docência, autônomos e os trabalhadores
informais como: artesãos e os que praticam as artes plásticas (Figura 2).
17%
28%
24%
12%
19%
0
5
10
15
20
25
30
Desempregados Comércio FuncionárioPúblico
Adm. Rural Outros
Figura 2 – Segmento de trabalho.
Na seqüência, os egressos foram instados a classificar a função exercida,
se de administrador ou não, tendo a maioria considerado que sua atividade está
relacionada à administração, conforme Figura 3.
72%
28%
AdministradorSim
AdministradorNão
Figura 3 – Classificação da função
Para melhor ilustrar as áreas de emprego daqueles que militam em
administração, construiu-se a Figura 4. Percebe-se que a maioria está
desempenhando suas atividades no setor de recursos humanos e administração
geral.
34
18%
32%
11%9%
23%
7%
0
5
10
15
20
25
30
35
Nãorespondeu
RecursosHumanos
Produção Materiais Adm. Geral Outros
Figura 4 – Área de atuação
Por sua vez, a Figura 5 deixa claro que os fatores que mais dificultaram o
início da profissão foram: a falta de experiência e a insegurança, isso para os que
responderam a esta questão, pois 24% deixaram de incluir qualquer dado.
24% 25%
11%13%
6%
21%
0
5
10
15
20
25 Não respondeu
Falta de experiencia
Concorrência demercadoFormação insuficiente
Baixa remuneração
Insegurança
Figura 5 - Dificuldade encontrada no inicio da profissão
Com respeito ao desempenho atual do egresso, a maioria dos
entrevistados considera que o curso de graduação teve boa relevância, como
carreira profissional, conforme demonstra a Figura 6.
35
11%
67%
20%
2%
0
10
20
30
40
50
60
70
Não respondeu Boa Razoável Ruim
Figura 6 - Relevância do curso para formação.
Em relação à imagem da instituição, a respostas agrupadas nas Figuras 7
e 8 indicam que a IES tem imagem positiva, tanto diante dos egressos quanto
diante das pessoas com as quais eles se relacionam, ou seja, amigos, parentes
colegas de trabalho e empregadores.
9%
91%
Boa
Razoável
Figura 7 - Imagem da IES pelo egresso
0
10
20
30
40
50
60
70
Boa Razoável Ruim
62%
34%
4%
Figura 8 - Imagem da IES pela sociedade
36
Analisando as respostas dos egressos, no que se refere aos fatores que
poderiam melhorar o Curso de administração da Instituição, embora tenham um
bom conceito sobre o curso, apontam que, deveria ocorrer aprimoramento de
grade curricular, diversificação de locais para estágio, corpo docente e melhor
atuação da Empresa Junior (Figura 9).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Empresa Júnior
Locais p/ estágios
Corpo Docente
Aprimoramento dagrade curricular
14%
29%
16%
41%
Figura 9 - Fatores que podem melhorar o curso
Acadêmicos
Na análise das informações oriundas dos questionários dos acadêmicos,
foram considerados válidos 62 dos 93 devolvidos, uma vez que 30 retornaram em
branco. Pelas respostas obtidas, tem-se que, do grupo de acadêmicos, a maioria
pertence ao sexo masculino conforme a Figura 10.
73%
27%
Masculino
Feminino
Figura 10 – Demonstrativo de gênero do acadêmico
A faixa etária, está representada, entre os 17 e 25 anos, ou seja, 59% do
total, conforme demonstra a Figura 11, na seqüência.
37
24%
35%
16%
6%
19%
0
5
10
15
20
25
30
35
17 - 20 21 - 25 26 - 30 31 - 35 36 - 40
Figura 11 - Faixa etária do acadêmico
Em relação à proporção de acadêmicos que trabalham, apenas 8% não
têm ocupação, estando os demais (92%), inseridos no mercado (Figura 12).
92%
8%
Sim
Não
Figura 12 - Demonstrativo de acadêmicos no mercado de trabalho
A área de atividades é diversificada, conforme demonstrado na Figura 13,
incluindo neste item as agroindústrias e a participação em propriedades familiares
e não familiares. Deve-se salientar que aos 29% dos que atuam em atividades
rurais, devem ser considerados parte do contingente ligado ao comércio, como
integrante do que se denomina agronegócios. Além desses há os autônomos,
aqui considerados os proprietários de empresas com 16%, e outros com 9%,
dentre os quais também figuram componentes do mesmo agronegócio.
38
14%
29%32%
16%
9%
0
5
10
15
20
25
30
35
Orgãopúblico
Ativ.Rurais
Comércio Autônomo Outros
Figura 13 - Área de atividade
Quando perguntados a respeito de como avaliam o curso de administração
da FAFS, 28% o consideraram regular e nenhum o considera ruim. 72%
apontaram que o curso é bom conforme demonstrativo abaixo (Figura 14).
72%
28%
Bom
Regular
Figura 14 - Avaliação do curso pelo aluno.
Embora a maioria classifique o curso bom, não deixaram de incluir pontos
fracos, especialmente na infra-estrutura, uma vez que 70% dos acadêmicos
apontam o serviço de reprografia com qualidade ruim, além da cantina e a área
de lazer, que aparecem ambos com o mesmo índice 15% (Figura 15).
39
15%
70%
15%
0
10
20
30
40
50
60
70
Area de lazer Reprografia Cantina
Figura 15 – Pontos Fracos das instalações físicas
A seu turno, a Figura 16 relaciona os pontos fortes, destacando-se que
apenas 8% dos acadêmicos consideram as salas de aulas entre eles, enquanto a
maioria, (92%), aponta a biblioteca e o laboratório destacados como pontos fortes
no curso.
52%
40%
8%
0
10
20
30
40
50
60
Biblioteca Laboratório Sala de Aula
Figura 16 - Pontos Fortes do espaço físico
Com relação ao Corpo Docente, os acadêmicos apontam como ponto
fraco, com 53%, a didática utilizada pelos professores, bem como, o cumprimento
de prazos, com 31%, caracterizando insatisfação nestes itens (Figuras 17).
40
16%
53%
31%
0
10
20
30
40
50
60
Titulação Didática Cumprimento deprazos
Figura 17 - Pontos Fracos do corpo docente
A titulação dos professores é ressaltada entre os itens dos
pontos fortes apresentados, conforme resultados da figura 18.
26%
38%
16%20%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Assiduidade Titulação Cumprimento deprazos
Didática
Figura 18 - Pontos Fortes do Corpo Docente
No item Atendimento Administrativo, a tesouraria e a reprografia aparecem
como os maiores pontos fracos, conforme demonstrativo (Figuras 19).
10%
45% 45%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Secretaria Tesouraria Reprografia
Figura 19 - Pontos Fracos do atendimento administrativo
41
Os acadêmicos, em sua maioria, consideram que a Coordenação do Curso
é boa (Figura 20).
62%
36%
2%
0
10
20
30
40
50
60
70
Boa Regular Ruim
Figura 20 - Atuação da coordenação do curso
Na figura seguinte, o acadêmico aponta a imagem que a sociedade tem do
curso como boa para 63% dos entrevistados (Figura 21).
63%
37% Bom
Ruim
Figura 21 - Imagem do curso pela sociedade
No que tange à aceitação do acadêmico no mercado de trabalho, 74 % dos
entrevistados a avaliaram como boa, conforme demonstra a Figura 22.
42
26%
74%
Boa
Regular
Figura 22 - Aceitação do acadêmico no mercado
Quando questionados sobre as perspectivas em relação ao mercado de
trabalho para o administrador, apenas 5%, não o consideram favorável a esta
profissão (Figura 23).
0
10
20
30
40
50
60
70
Bom Regular Ruim
63%
32%
5%
Figura 23 - Perspectiva do aluno sobre o mercado de trabalho
Empregadores
Na análise dos dados obtidos com os empregadores, 51% relatam possuir
em suas empresas, funcionários egressos ou acadêmicos da FAFS, como está
demonstrado na Figura 24.
43
49%51%
sim
não
Figura 24 - Empresas que possuem funcionários oriundos da FAFS
Na avaliação desses empregadores, um elevado índice (79%) considera
satisfatório o desempenho dos funcionários na empresa (Figura 25), embora parte
desses, não relacione a satisfação, a respeito do desempenho, ao fato de seu
colaborador possuir ensino superior.
79%
18%
3%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Bom Regular Ruim
Figura 25 - Desempenho dos funcionários
Percebe-se que há controvérsias, quanto a opinião dos empregadores, no
que se refere a contribuição da graduação para melhor desempenho da função,
ao analisar a Figura 26. Nota-se que as opiniões estão divididas, praticamente,
em partes iguais – 51% e 49%, respectivamente, para sim e para não.
44
51%49%
Sim
Não
Figura 26 - Contribuição do ensino para o desempenho da função
Ainda para os que consideram o ensino superior fundamental para o
desempenho profissional, foi dado ênfase no sentido de que a instituição invista
mais em estágios e atividades relacionadas a trabalhos práticos de equipe. Essas
análises estão, visivelmente, demonstradas nas figuras que se seguem (Figuras
27 a 30). Deve-se esclarecer que, para obter informações quanto aos
conhecimentos técnicos e as habilidades para o perfil ideal do profissional,
requerido pela empresa, a entrevista foi subdividida em quatro tópicos, os quais
estão analisados a seguir.
Para estas questões, foram atribuídas notas de zero a dez, de acordo com
a importância e a expectativa do empregador, caso promova seleção de recursos
humanos para sua empresa.
TÓPICO I
No primeiro tópico, foram considerados os itens expressão de idéias
escritas e redação de relatórios e memorandos. Estes apresentaram equivalência
em importância no delineamento do perfil profissional desejado (Figura 27).
8,58,3
Expressar idéias
Escrever relatórios
45
Figura 27 - Capacidade de comunicação e expressão
No segundo tópico (Figura 28), foram especificadas as qualidades
pessoais que mais são valorizadas pelos empregadores, os quais também têm
equivalência em importância nas expectativas dos entrevistados.
TÓPICO II
Qualidades pessoais referem-se a valores intrínsecos ou inerentes à
pessoa, os quais podem ser trabalhados ou despertados. Neste tópico, na
avaliação dos empregadores, os itens indicados obtiveram, basicamente, o
mesmo grau de importância. Entretanto, pode-se inferir que há maior relevância
para os que se referem ao “alto padrão ético e moral e trabalho em grupo”. Dando
prosseguimento às análises, ao se confrontar os valores pessoais e os
conhecimentos técnicos, para delinear o perfil do profissional desejado, os
primeiros se sobrepõem aos conhecimentos técnicos, haja vista, a média
atribuída (8,5 e 6,8, respectivamente).
9,4
8,59,0
8,58,0
7,3
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10Alto padrão ético
Liderança
Trabalhar em grupo
Iniciativa
Lidar comstress/falhas/rejeição
Tomar posição/defenderideias
Figura 28 - Qualidades pessoais
Os dois tópicos seguintes tratam das qualidades profissionais adquiridas
(Figuras 29 e 30). Na Figura 29, estão agrupados os conhecimentos técnicos
esperados a partir dos estudos, enquanto que na Figura 30 estão relacionados
atributos adquiridos a partir do exercício profissional
46
TÓPICO IIINeste tópico, os valores apresentados representam as médias atribuídas
aos conhecimentos, de acordo com o grau de importância dado pelo empregador
(Figura 29).
7,1
7,5
6,8
7,5
7,0
6,0
8,0
7,0
6,0
6,0
7,0
5,0
7,0
7,0
Conhecimento em gestão de qualidade
Conhecimento em finanças
Gestão de recursos humanos
Conhecimento em macroeconomia
Conhecimento em microeconomia
Cadeias produtivas
Logística
Administração de estoques
Contabilidade
Marketing
Conhecimento em gestão ambiental
Políticas agrícolas
Organização empresarial
Utilização de softwares
Figura 29 - conhecimentos técnicos
Neste último tópico, relacionado à experiência profissional desejada, os
empregadores apontaram os estágios durante a formação como fator de
importância. Alguns disseram que o profissional aprende a prática, no local de
trabalho, obedecendo às peculiaridades próprias da empresa na qual está
inserido (Figura 30).
TÓPICO IV
4,0
5,05,5
7,0
6,0
0
1
2
3
4
5
6
7 Experiência emprodução agropecuária
Experiência emagro industria
Experiência em mercadovarejista
Experiência em estágiosdurante a formaçãouniversitária
Somente experiênciaacadêmica
Figura 30 - Experiência profissional desejada
47
5. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
5.1 Sobre a oportunidade do uso da metodologia de estudo de caso
Os objetivos propostos neste estudo, a metodologia empregada, baseada
no referencial teórico utilizado, somados às análises dos dados coletados nos
documentos e depoimentos dos grupos, possibilitaram alcançar os resultados
esperados, permitindo ainda encontrar constatações que serão descritas no
decorrer da análise. Antes de discutir tudo isso, deve-se salientar que a
caracterização deste trabalho como um estudo de caso, foi acertada, uma vez
que, basicamente, a maioria das premissas (interfaces e variáveis) que o
caracterizam estão presentes. Esta pesquisa preenche os requisitos da
modalidade, por relacionar uma determinada unidade e compreendê-la como tal,
ou ainda, por permitir ter como foco de estudo um grupo de indivíduos e uma
organização, de forma contemporânea, analisando-os a em profundidade,
conforme exposto por André (1995).
Portanto, estão aqui retratadas, com naturalidade, a asserções de Ludke &
André (1986), resultados nos quais as pessoas envolvidas se encontrem ou se
reconheçam no estudo, fornecendo, ainda, contribuições para um melhor
posicionamento da questão. Em vista disso, a base de dados obtida permite que
várias considerações e conclusões sejam apuradas, como se vê na seqüência.
São enfocados, a priori, os resultados relacionados aos egressos, que é o
ponto fundamental desta pesquisa. Considerando que a FAFS habilita seus
acadêmicos para o exercício da administração rural, o índice de profissionais
egressos da mesma, trabalhando neste segmento, é pequeno, estando a maior
parte inserida em diversos segmentos do comércio, gestão de modo geral, e
funcionalismo público. Isto provavelmente é decorrência da facilidade de emprego
no comércio onde a demanda é bem maior. Contudo, mais de um terço (1/3)
desses egressos estão atuando na área de administração
48
Outro fator que chama a atenção é o porte dos municípios pesquisados,
todos pequenos, com exceção de Dourados. Segundo declaração desses
profissionais, as oportunidades de trabalho são poucas, tornando o emprego
público atrativo, o que não se justificaria, tendo em vista o desenvolvimento do
agronegócio na região, especialmente nos pequenos municípios.
Nas respostas obtidas, tanto os egressos, quanto os acadêmicos, deixam
clara a importância da FAFS para sua formação, mas acreditam e sugerem que
mudanças devam ser feitas e apontam algumas delas tais como: aprimoramento
da grade curricular, com disciplinas mais direcionadas à prática profissional,
estágios, além de uma empresa júnior mais atuante, para diminuir as dificuldades
encontradas no início da vida profissional. Entretanto, em poucos casos, são
feitas menções específicas ao sistema produtivo rural e ao agronegócio, em
termos de necessidade de novas ferramentas.
Felizmente, percebe-se que, entre os acadêmicos, há considerável
crescimento dos que atuam na área rural (são 12% entre os egressos e 29%
entre os acadêmicos). Isto sinaliza a respeito da necessidade de que a FAFS
conheça melhor as peculiaridades do segmento agropecuário regional, o que é
essencial para que ela cumpra a sua missão de contribuir para com o
desenvolvimento sustentável da região. Além disso, é ainda, fundamental
sedimentar o conceito sistêmico de cadeias produtivas ou sistema agroindustrial,
pois estes abrangem áreas de atuação que complementam o chamado “dentro da
porteira”, o que requer especial atenção dos formuladores das grades curriculares
e dos seus conteúdos.
Segundo opinião dos acadêmicos, embora tenham considerado a titulação
dos docentes, um dos pontos fortes, há de se rever à didática utilizada para
melhor aproveitamento das disciplinas, já que a biblioteca e o laboratório de
informática foram considerados apropriados para a realização de estudos e
pesquisas. De maneira geral, os acadêmicos demonstram estar satisfeitos com o
curso e vislumbram perspectivas altamente positivas em relação ao mercado de
trabalho, embora apontem necessidade de melhorias, em alguns pontos, tanto no
aspecto curricular quanto de infra-estrutura física, mesmo considerando que
49
essas ainda atendem as necessidades de aprendizagem. Tudo fortalece o que foi
dito acima sobre os conceitos sistêmicos ligados ao agronegócio.
No que se refere às melhorias físicas, esta situação não difere da realidade
global brasileira, pois são visíveis, em todos os pontos do país, os investimentos
que vêm sendo feitos nas instituições de educação superior visando à melhoria
das condições de infra-estrutura, das práticas docentes e da adequação curricular
dos seus cursos.
Os tópicos utilizados para delinear o perfil profissional desejado pelos
empregadores, levando em conta os itens pesquisados - os conhecimentos ou
habilidades que pertencem ao tópico Comunicação e Expressão -, foram
apontados como totalmente necessários para a viabilidade de projetos e
planejamentos. Por sua vez, entre os itens do tópico Qualidades Pessoais, este
conjunto obteve as maiores pontuações, refletindo a homogeneidade das
respostas entre os pesquisados.
As qualidades pessoais tais como: alto padrão ético e moral, liderança e
trabalhar em grupo, foram identificadas como absolutamente necessárias e
importantes. Isto demonstra que é fundamental contar com profissionais que
possuam essas características, pela necessidade de retidão de caráter,
relacionamento interpessoal e imparcialidade para a conformação do perfil ideal
do profissional.
No conjunto de Conhecimentos Técnicos e Experiência Profissional
ensejada, as médias não foram altas, apesar de ter sido apontada relativa
importância a estágios consolidados, os quais dão a visão necessária para o
desempenho da profissão.
5.2 A contextualização da FAFS num ambiente de interação sistêmica
Como se vê, ao longo das análises de todos os resultados obtidos, a
realidade percebida é decorrência do fato de que as organizações estão se
inserindo cada vez mais num contexto dinâmico e de mudanças e as Instituições
50
de Ensino Superior, bem como a FAFS, não podem ficar alijadas desse processo
vale aqui citar Tavares (1997) que asseverou:
“num mundo em acelerada mudança, que se transforma profunda econtinuamente, as sociedades aprendem para se adaptarem e sedesenvolverem em moldes diferentes”.
Este mesmo autor destacou que tais mudanças vêm acontecendo em
diversas partes do mundo, uma vez que as sociedades estão percebendo que o
processo de aprendizado é contínuo, e tem se tornado a tônica da realidade, no
que diz respeito à cadeia educacional.
Analisando os questionários, tanto dos egressos quanto dos acadêmicos,
percebe-se a importância desta IES, uma vez que seu índice de aceitação é
bastante positivo. Desse modo, a formação do profissional de Administração pela
FAFS adequa-se harmoniosamente na sociedade, influenciando e sendo,
simultaneamente, influenciada. Isto evidencia, segundo Ilha (1988), a importância
da capacitação do capital humano.
Conforme levantamento, desde sua implantação, a FAFS conta com 167
egressos atuando no mercado. Os empregadores da região de influência da
mesma, de acordo com os resultados obtidos, consideram esse contingente apto
para o exercício da profissão. Assim sendo, percebe-se que a FAFS, ao longo de
sua existência vem atendendo às expectativas, não só dos empregadores, mas
também do MEC – Ministério da Educação e Cultura – com relação à formação de
bacharéis em Administração, quanto à necessidade de capacitação frente às
questões científicas, técnicas, sociais e econômicas da produção e de seu
gerenciamento, entre outros pontos de interesse do desenvolvimento do país
(Diretrizes Curriculares Nacionais,2002).
Neste particular, como é sabido, as Diretrizes Curriculares Nacionais –
MEC (2002) orientam-se na direção de uma sólida formação básica, preparando o
futuro graduado para enfrentar os desafios das rápidas transformações da
sociedade, do mercado de trabalho e das condições de exercício profissional.
Contudo, o grupo pesquisado alega que as deficiências de conhecimentos
técnicos e a falta de experiência, favorecem o relacionamento interpessoal,
dando-se o aperfeiçoamento, através do aprendizado na própria empresa.
51
Algumas sugestões já foram discutidas pela direção da faculdade e os
pontos fracos apresentados no decorrer desta pesquisa, estão sendo revistos e,
certamente, serão atendidos para que melhore a expectativa tanto dos
acadêmicos quanto dos empregadores. No que tange aos ajustes sugeridos, há
de se planejar e estabelecer as estratégias fundamentais para as mudanças
necessárias, fazendo, assim, com que o curso de administração da FAFS alcance
os níveis de satisfação a que se propõe.
Para tanto, deve-se atentar para as diretrizes descritas por Pinheiro (2004),
nas quais o planejamento deve permitir correções de rota em todos os níveis e a
qualquer momento, sendo que o pensamento estratégico é a razão de vida do
planejamento estratégico, por ser constituído com elementos de intuição,
criatividade, desafio e audácia. Este conjunto de ações deve ser construído
utilizando as ferramentas de gestão. Assim sendo, como esta pesquisa conseguiu
detectar os anseios da comunidade e do seu público, cabe a FAFS, agora,
equacionar os descontentamentos e adequar o curso para atender ainda melhor a
demanda. Para tanto, nada melhor do que ter em mente o que foi preconizado
pelo autor acima citado.
Finalmente, deve-se reportar a Chiavenato (1997), que muito bem, situou a
educação profissional lato sensu da seguinte forma:
“a educação institucionalizada ou não, que visa ao preparo dohomem para a vida profissional, compreende três etapasinterdependentes, mas perfeitamente distintas: formação profissional(a educação que prepara o homem para uma profissão);aperfeiçoamento ou desenvolvimento profissional (a educaçãoprofissional que aperfeiçoa o homem para uma carreira dentro daprofissão); treinamento (a educação profissional que adapta ohomem para um cargo ou função).
Esta menção explica e justifica a sugestão dos participantes do estudo,
situando-os nas duas primeiras etapas que visam o preparo do homem para a
vida profissional. Assim sendo, cabe a FAFS saber como se manter inserida no
ambiente sistêmico que caracteriza modernamente a sociedade e o setor
produtivo.
52
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A FAFS subsidiou esta pesquisa, objetivando conhecer, mais de perto, a
situação profissional dos egressos, bem como, por meio das informações
coletadas junto aos empregadores, implantar as medidas necessárias para
atender ao setor agroindustrial e suas peculiaridades regionais. Pretende a
mesma, disponibilizar aos acadêmicos as ferramentas indispensáveis para
aprimorar sua formação. Foi esta pretensão, que fomentou a presente pesquisa,
além outros investimentos em todo o processo pedagógico. Vale salientar que
este já sofreu ajustes no decorrer deste trabalho, sinalizando com respeito às
novas melhorias.
De forma inegável, esta pesquisa fornece uma base sólida para verificar
algumas melhorias, visto que a análise dos itens que correspondem aos
instrumentos, permite constatar tal informação. Além disso, constitui excepcional
guia para orientar as futuras modificações, pois encerra opiniões de acadêmicos,
egressos e empregadores, enfim, boa parte dos segmentos da sociedade de
fundamental importância. A FAFS está chegando a um momento de maturidade,
em termos de trabalho conjunto, avaliando o que vem fazendo, sem pudor ou
melindres, mas consciente de que, para mudar, é preciso conhecer e melhorar, é
preciso encetar maiores esforços – não só da Direção, mas de todo o grupo
docente, contando ainda com o conjunto de alunos, que, em última instância, é o
principal alvo das transformações.
Tem-se, portanto, o ambiente adequado para considerar especialmente
aqueles pontos considerados com fracos, entre os quais incluem-se: salas de aula
com apenas 8% de aprovação; a didática, considerada ponto fraco por 53% dos
entrevistados; além do componente “imagem junto à sociedade”, que requer
ações específicas de marketing institucional. Felizmente, conforme já salientado, a
53
administração da FAFS, vem sinalizando fortemente para o atendimento de todas
estas questões.
Neste contexto, para delinear o perfil profissional ensejado pelos agentes
sócio- econômicos da Região da Grande Dourados, os resultados obtidos junto
aos 41 empregadores permitem concluir que as qualidades pessoais constituem o
tópico de maior importância, ou seja, o mercado busca, antes do técnico apenas,
profissionais com qualidades morais. Assim sendo, deduz-se que o interesse
maior está voltado para os recursos humanos qualificados nos quesitos que se
referem às qualidades intrínsecas, uma vez que a maioria das empresas,
aparentemente, julgam possuir meios próprios de treinamentos, adaptados as
suas necessidades ou que atendam as suas peculiaridades. Este tópico deve ser
fortemente considerado pela IES em todas as suas futuras reformulações.
Deve-se considerar também que, embora a região apresente vocação para
a agricultura e a pecuária, não há um contingente significativo de profissionais
capacitados envolvidos na gestão destes segmentos. Aparentemente, atuam os
mesmos muito mais nos demais setores da economia do que naquele que norteia
a atual formação profissional. Como visto, esta visão deve ser modificada, uma
vez que tanto discentes quanto egressos, podem estar atuando em segmentos
ligados ao agronegócio, os quais não são adequadamente percebidos pelos
educadores. Tais considerações precisam ser levadas em conta, quando a FAFS
for proceder as adequações propostas.
Finalmente, é importante mencionar que uma das mudanças sugeridas, o
aperfeiçoamento da grade curricular, tem hoje amplas condições de ser
implantada, uma vez que as Diretrizes Curriculares Nacionais ensejam a
flexibilização curricular e a liberdade de as instituições elaborarem seus projetos
pedagógicos para cada curso. Para tanto, devem atuar segundo uma adequação
às demandas sociais e do meio, sem perder de vista os avanços científicos e
tecnológicos. Enfim, têm maior autonomia na definição dos currículos plenos dos
seus cursos. (Diretrizes Curriculares Nacionais – MEC 2002)
54
Assim sendo, esta Instituição de Ensino Superior, vem procurando cumprir
o seu papel: formar recursos humanos para atender as necessidades do
agribusiness regional, permanecendo em processo de sincronização, uma vez que
apresenta não só as carências, mas disponibilidade para formar profissionais com
base de ensino bastante sólida.
55
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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58
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TAVARES, J. Uma sociedade que aprende e se desenvolve: relações
interpessoais. Porto Codex – Portugal: Porto Editora, 1997.
59
ANEXOS
60
Questionário do Egresso – FAFS
1. Sexo: ( ) Fem ( ) Masc
2. Ano de graduação: (__________)
3.Origem: (cidade)__________________________________________________
4. Em que você trabalha ou em que segmento?____________________________________________________________________________________________
5. Você classificaria a atual função como administrador?
( ) Sim ( ) Não
6. Caso a questão anterior tenha sido positiva, em que setor você atua?
( ) R Humanos ( )Produção ( ) Financeiro ( ) Materiais ( )Adm Geral
( )Gerência ( )Outro Qual?__________________
8. Quais as dificuldades encontradas no início da profissão?
( ) Falta deExperiência
( ) Concorrência de Mercado
( ) FormaçãoInsuficiente
( )BaixaRemuneração
( ) Insegurança ( ) Outro(s) Qual(ais)?_____________________
8. Com relação ao seu desempenho atual, qual opinião sobre o seu curso degraduação?
( ) Boa ( ) Razoável ( ) Ruim
9. Qual imagem você tem da FAFS?
( ) Boa ( ) Razoável ( ) Ruim
10. Qual a imagem que as pessoas de seu relacionamento têm da FAFS?( ) Boa ( ) Razoável ( ) Ruim
11. Em sua concepção, quais fatores poderiam aprimorar a sua graduação?________________________________________________________________________________________________________________________________
12. Identificação (opcional):________________________________________________________________
Obrigada, fique tranqüilo(a) quanto ao sigilo das respostas.
61
Questionário do acadêmico
1 – Qual o seu sexo ?( ) Feminino ( ) Masculino
2 – Qual a sua faixa etária?( ) 17 – 20 ( ) 21 – 25( ) 26 – 30 ( ) 31 – 35( ) 36 – 40
3 – Você trabalha ?( ) Sim ( ) Não
4– Se você trabalha, trabalha em qual atividade?( ) Rural ( ) Autônomo( ) Comércio ( ) Outras atividades.( ) Órgão público Qual?_________________________
5 - Como você avalia o curso de administração da FAFS?( ) Bom ( ) Regular ( )Ruim
6 - Quais são os pontos fortes da FAFS?
6.1 Estrutura Física:( ) Biblioteca ( ) Laboratório( ) Xérox ( ) Sala de Aula( ) Cantina ( ) Área de Lazer
6.2 Corpo Docente:( ) Titulação ( ) Assiduidade( ) Didática ( ) Cumprimento de prazos
7 Quais são os pontos fracos da FAFS?
7.1 Estrutura Física:( ) Biblioteca ( ) Sala de Aula( ) Xerox (reprografia) ( ) Cantina( ) Laboratório ( ) Área de Lazer
7.2 Corpo Docente:( ) Titulação ( ) Assiduidade( ) Didática ( ) Cumprimento de Prazo
7.3 Atendimento:( ) Secretaria ( ) Coordenação Pedagógica( ) Atendimento Xerox (Reprografia) ( ) Tesouraria-Financeiro
62
8 - Como você avalia a atuação da coordenação do curso?( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
9 - Como você considera a aceitação do curso de administração pela sociedade?
( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
10 - Como você considera a aceitação do acadêmico do curso de administraçãono mercado de trabalho?
( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
11 - Quais suas perspectivas em relação ao curso de administração da FAFS nomercado de trabalho?( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
63
Entrevista Empregador
1. Nome da Empresa:_____________________________________________
2. Que cargo o senhor ocupa atualmente?_____________________________
3. A sua empresa tem funcionário formado ou estudante da FAFS – Faculdade deAdministração de Fátima do Sul? ( ) Sim ( )Não
4.Como o Sr avalia o desempenho dele? ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
5.O senhor percebe que os conhecimentos adquiridos no curso superior têmcontribuído para o exercício da função? ( ) Sim ( ) Não
5.Quais os conhecimentos técnicos e as habilidades necessárias para o “perfilideal” do profissional requerido pela sua empresa?(Atribuir nota de Zero a Dez de acordo com a importância)
5.1 Capacidade de comunicação e expressãoExpressar idéias oralmenteEscrever relatório técnicos e memorandos
5.2 Qualidades PessoaisAlto padrão ético e moralLiderançaCapacidade de trabalhar em grupoIniciativaLidar com falhas/stress/rejeiçãoTomar posição defender idéias
5.3.Conhecimentos TécnicosConhecimentos em gestão em qualidadeConhecimentos em FinançasGestão de Recursos HumanosConhecimentos em MacroeconomiaConhecimentos em MicroeconomiaCadeias ProdutivasLogísticaAdministração de EstoquesContabilidadeMarketingConhecimentos em gestão ambientalPolíticas agrícolasOrganização empresarialUtilização de softwares
64
5.4.Experiência profissional desejadaExperiência em produção agropecuáriaExperiência em agroindústriaExperiência em mercado varejistaExperiência em estagio em formação universitáriaSomente experiência acadêmica
6.Qual o porte de sua empresa? ___________________________Caso seja uma empresa agro-industrial, número de empregados__________________
Caso seja uma propriedade rural,tamanho da propriedade_________
Qual o tipo de mercado no qualsua empresa atua?( ) Mercado Regional( ) Mercado Nacional( ) Mercado InternacionalAssinale as alternativas que foremnecessárias
7.Você descreve sua posição como: (marque a melhor resposta):
( ) Médio gerenciamento ( ) Alto gerenciamento ( ) Outros _______________
Nome da empresa ______________________________________________Segmento ____________________________________________________Endereço _____________________________________________________Cidade ______________________________ CEP _____._______-_______Fone ___________ E-mail________________________________________