universidade regional do cariri urca centro de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT
DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ANÁLISE DA EXECUÇÃO DE SAPATAS ISOLADAS: Estudo de caso do
Restaurante Universitário da URCA – CAMPUS CRAJUBAR.
ADRIANO LUIZ DA SILVA
JUAZEIRO DO NORTE – CE 2018
ADRIANO LUIZ DA SILVA Aluno do Curso de Tecnologia da Construção Civil - URCA
ANÁLISE DA EXECUÇÃO DE SAPATAS ISOLADAS: Estudo de caso do Restaurante Universitário da URCA – CAMPUS CRAJUBAR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
a Banca Examinadora do Curso de Tecnologia
da Construção Civil, com habilitação em
Edifícios da Universidade Regional do Cariri –
URCA, como requisito para conclusão do
curso.
Orientador: Prof. Me. Jefferson Heráclito Alves de Souza
JUAZEIRO DO NORTE – CE 2018
Dedico este trabalho aos meus pais, Quitéria
Emídio e José Luiz, por todos os esforços feitos
durante toda minha vida, a fim de incentivar o
meu desenvolvimento pessoal e profissional,
pois sempre me ampararam com amor e afeto
nos momentos de dificuldade. A Deus.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus pela saúde, por sempre me dar
forças, por me guiar durante toda caminhada acadêmica e na vida, por nunca
permitir que as barreiras sejam maiores que minha vontade de vencer.
Aos meus pais, Quitéria Emídio e José Luiz, que sempre me
incentivaram a estudar, mesmo diante de poucas condições financeiras, dando-
me assistência e força, fazendo com que os momentos de dificuldades
pudessem ser superados com tranquilidade. Obrigado por todo amor e afeto!
Aos meus irmãos e familiares, obrigado por cada palavra de
motivação. Isso me ajudou a ser mais sereno em minhas decisões.
Ao meu ex-professor e orientador Jefferson Heráclito pelos
ensinamentos, ajuda, incentivo e dedicação durante as aulas e agora na
monografia, por sua humildade e pelo exemplo de ser humano.
Aos meus colegas/amigos de graduação pela irmandade,
companheirismo, ajuda e dedicação um com o outro, por sempre que possível
se colocar à disposição para prestar assistência, dar conselhos, conversar,
distrair, orientar, estudar e dar forças.
À turma do semestre 2014.2 que me acolheu muito bem (José
Furtado, Maciel, Márcio, Socorro), à Wilson Dias que me acompanha desde o
início da graduação e, em especial ao grupo “Resistentes” (Jaiane, Missiliene e
Silmara), o qual teve papel fundamental em todos os aspectos já mencionados,
externo aqui meu respeito e admiração por cada um.
Aos meus amigos. A todos aqueles que contribuíram durante toda
minha vida.
À minha namorada e futura esposa Williane Silva Santos pela
amizade, paciência, compreensão, amor, companheirismo, conselhos,
distração e descontração, por sempre me apoiar e dar forças durante toda essa
caminhada.
A todos os meus ex-professores que colaboraram de forma direta e
indiretamente na minha formação pessoal e profissional. À Universidade
Regional do Cariri pela oportunidade da formação, em especial a todos os
professores que participaram e ajudaram na minha formação.
“Que os vossos esforços desafie as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas
do que parecia impossível”.
(Charles Chaplin)
RESUMO
Com a alta competitividade no setor da Construção da Civil atrelada
às normas e legislações, que determinam diretrizes a serem seguidas, aliada
as exigências dos clientes pelo fornecimento de bens e/ou produto de
qualidade, as empresas estão buscando melhorias tanto tecnológicas como
capacitação da mão-de-obra de seus colaboradores a fim de se enquadrar
perante as normas e leis e satisfazer os anseios dos clientes. Nesse sentido, o
trabalho em questão busca analisar a execução de sapatas isoladas na obra de
ampliação da URCA, em Juazeiro do Norte – CE, tendo como principal
embasamento para desenvolvimento do trabalho uma ampla pesquisa
bibliográfica onde foram abordados temas e normas relacionados à qualidade,
fundações superficiais, com destaque em sapata isolada e, etapas executivas
de fundação por sapata isolada. Para alcançar o objetivo principal desse
trabalho, foi realizado um estudo de caso, o qual contou com acompanhamento
diário da obra, com foco na observação das etapas executivas, para obtenção
de dados. Assim como foi feita uma proposta de intervenção para reduzir a
perda do aço no processo de corte e dobra. Os dados obtidos na obra foram
analisados comparando com o referencial. O trabalho se configura como uma
pesquisa qualitativa devido à forma de análise de dados escolhida. Como
resultado, foi constatado que alguns procedimentos executivos (colocação de
espaçadores na armadura, concretagem e cura do concreto) não seguiram os
padrões normatizados, em especial o concreto, pois o mesmo foi preparado
integralmente na própria obra não havendo, dessa forma, procedimentos
rigorosos de controle, porém, um aspecto destacável foi a realização do
planejamento do corte do aço no processo de corte e dobra.
Palavras-chave: Fundações. Sapata isolada. Qualidade.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: critérios de desempenho ................................................................. 19
Figura 02: esquematização dos tipos de fundação por estaca......................... 24
Figura 03: inclinação do ângulo β..................................................................... 26
Figura 04: processo de cavalete ...................................................................... 29
Figura 05: marcação de eixo de elementos estruturais .................................... 30
Figura 06: representações de marcação .......................................................... 30
Figura 07: localização do Município onde ocorreu o estudo. ........................... 41
Figura 08: localização da obra. ........................................................................ 42
Figura 09: planta de locação dos pilares e sapatas. ........................................ 44
Figura 10: marcação de gabarito - método das tábuas corridas. ..................... 45
Figura 11: marcação do gabarito – nivelamento. ............................................. 46
Figura 12: marcação da área a ser escavada para vala da sapata: (a) marcação
através das linhas e (b) marcação com hastes para delimitar a área. ............. 47
Figura 13: escavação da vala para sapata isolada: (a) encharcamento do solo.
(b) escavação em camadas e (c) finalização. .................................................. 48
Figura 14: compactação do fundo da vala para sapata isolada. ...................... 48
Figura 15: projeto estrutural das fundações do R.U. ........................................ 50
Figura 17: comparativo de perdas de corte. ..................................................... 50
Figura 18: produção de armadura de aço: (a) estiramento das barras e (b)
dobra das barras. ............................................................................................. 51
Figura 19: colocação da armadura. .................................................................. 52
Figura 20: locação da forma: (a) colocação da forma, (b) colocação da forma no
esquadro e (c) conferência do esquadrejamento da forma. ............................. 53
Figura 21: colocação de hastes para evitar a movimentação da forma ........... 54
Figura 22: execução do lastro de concreto: (a) execução do lastro de concreto
e (b) conferência da espessura do lastro de concreto. ..................................... 55
Figura 23: preparo do concreto. ....................................................................... 56
Figura 24: lançamento do concreto. ................................................................. 56
Figura 25: execução da concretagem da sapata: (a) início da concretagem e (b)
sequência da concretagem. ............................................................................. 57
Figura 26: adensamento do concreto. .............................................................. 58
Figura 27: modelagem da sapata: (a) modelagem da sapata e (b) finalização da
sapata. ............................................................................................................. 58
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12
1.1. Justificativa ............................................................................................ 13
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 14
2.1. Geral ...................................................................................................... 14
2.2. Específicos ............................................................................................ 14
3. QUALIDADE TOTAL .................................................................................... 15
3.1. Qualidade na Construção Civil .............................................................. 16
3.1.1. NBR ISO 9001................................................................................. 17
3.1.2. NBR 15575 – Norma de Desempenho ............................................ 17
3.2. Gestão da Qualidade ............................................................................. 20
3.2.1. Importância do projeto ..................................................................... 21
3.2.2. Qualidade da mão-de-obra ............................................................. 21
4. FUNDAÇÕES ............................................................................................... 23
4.1 Fundações Profundas ............................................................................. 23
4.2 Fundações Rasas ou Superficiais .......................................................... 25
4.3. Etapas executivas de fundação ............................................................. 26
4.3.1. Sondagem ....................................................................................... 26
4.3.2. Marcação do gabarito ...................................................................... 27
4.3.3. Escavação ....................................................................................... 31
4.3.4. Armadura ........................................................................................ 32
4.3.5. Fôrma .............................................................................................. 35
4.3.6. Lastro de concreto ........................................................................... 35
4.3.7. Concretagem ................................................................................... 36
4.3.8. Cura ................................................................................................ 39
5. Materiais e Métodos ..................................................................................... 40
5.1. Caracterização da área de estudo ......................................................... 41
6. Resultados e Discussões ............................................................................. 44
6.1. Marcação do gabarito ............................................................................ 45
6.2. Escavação ............................................................................................. 46
6.3. Armadura ............................................................................................... 49
6.4. Formas ................................................................................................... 53
6.5. Lastro de concreto ................................................................................. 54
6.6. Concretagem ......................................................................................... 55
6.7. Cura ....................................................................................................... 59
7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 60
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 62
12
1. INTRODUÇÃO
Diante da alta competitividade existente no mercado da construção
civil atrelado com questões ambientais, que traz como principal base a
sustentabilidade e a redução de desperdícios dos materiais, bem como a
exigência dos clientes por projetos que englobem esses requisitos e procurem
executá-los com excelência, as empresas tem procurado se adaptar à nova
realidade para não perder espaço no mercado.
Assim como as exigências advindas pelos clientes, as normas e leis
que dizem respeito à construção civil também se adaptaram ao longo do tempo
a fim de garantir que suas exigências sejam implementadas nas edificações,
gerando desta forma, mais qualidade e segurança para o cliente. Um exemplo
claro dessa adequação normativa foi a criação da norma de desempenho, NBR
15575. Em sua composição estão presentes aspectos que tratam desde a
segurança estrutural da edificação até o impacto ambiental que ela causa,
juntamente com questões como, por exemplo, o desempenho térmico, que é
algo desejado e solicitado por qualquer cliente.
Deste modo é de fundamental importância que as empresas
estudem soluções que se enquadrem às leis e normas, para produzir produtos
que atendam as reais necessidades de cada cliente. Como forma de busca
pelo atendimento de tais requisitos, as empresas têm incorporado tecnologias
tanto para realizar projetos e compatibilização dos mesmos, através de
ferramentas que compõe o BIM (Building Information Model), como também
para planejamento, acompanhamento e gestão da obra, bem como para tornar
as execuções mais eficientes, fazendo com que haja maior controle
tecnológico, produtividade, rapidez e menos desperdícios de materiais sem que
a qualidade da edificação seja afetada.
A pesquisa científica tem ganhado cada vez mais espaço no setor
da Construção Civil. Através dos avanços tecnológicos vivenciados pelo setor,
e atrelados à questões ambientais, redução de perda de materiais e,
consequentemente, redução de custos, os investimentos com pesquisa tem se
intensificado no intuito de gerar soluções mais viáveis para melhor
desenvolvimento dos processos executivos e técnicos da Construção Civil.
13
Ciente de todas as questões já mencionadas, o estudo em questão
visa analisar, através das normas competentes, estudo bibliográfico
aprofundado e acompanhamento in loco, a execução de sapatas isoladas do
restaurante universitário, da Universidade Regional do Cariri – URCA, situada
em Juazeiro do Norte, localizado ao Sul do Ceará, a fim de verificar se as
mesmas foram executadas de acordo com os critérios de qualidade existentes.
1.1. Justificativa
Devido a alta demanda por produtos de qualidade, as empresas do
setor da Construção Civil têm buscado cada vez mais se capacitar, inserir
tecnologias nos processos de elaboração e execução do produto, bem como
gerar produtos exclusivo para um determinado cliente ou que atendam uma
determinada faixa que a empresa queira explorar.
Durante todo o processo de elaboração e, principalmente, execução,
de uma obra, faz-se necessário estudo e adoção de métodos e técnicas
executivas capazes de gerar conformidade perante as normas e leis. Além de
acompanhamento diário dos procedimentos executivos dos serviços para que
cada um seja executado dentro dos critérios de qualidade estabelecidos por
tais leis e normas.
Deste modo, o trabalho em questão justifica-se pela necessidade de
se observar e acompanhar os procedimentos executivos da fundação, em
sapata isolada, do R.U da URCA Crajubar, a fim de verificar se tais
procedimentos foram executados em conformidade com as normas e as
literaturas consultadas, mediante comparação entre elas.
14
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Analisar a execução das fundações, em sapatas isoladas, do
Restaurante Universitário (R.U) da URCA campus Crajubar, visando garantir a
qualidade do empreendimento.
2.2. Específicos
Apresentar revisão bibliográfica sobre a temática qualidade com foco na
execução de sapatas isoladas;
Inspecionar o controle de qualidade durante a execução da fundação
visando garantir a qualidade da mesma;
Minimizar a perda do aço no processo de corte e dobra.
15
3. QUALIDADE TOTAL
A qualidade é um fator importante para o setor empresarial que pode
ser definida como conformidade aos requisitos, ou seja, o produto ou serviço
proposto tem que estar de acordo com o que lhe foi prometido inicialmente
(CROSBY, 1990).
Oliveira et al. (2012) diz que podemos entender a qualidade como
um sistema de gerenciamento como qualquer outra função administrativa, os
objetivos podem ser formulados e direcionados a fim de realiza-los. Por fim,
podem ser desenvolvidos meios para verificação da confirmação da qualidade.
Nesse sentido, Crosby (1990) também enfatiza que a qualidade é
adquirida por meios preventivos. Prevenir falhas desde a concepção do que
será realizado, visando transmitir e assegurar qualidade. O padrão de
desempenho de qualidade deve ser zero defeito, analisando as não-
conformidades durante a execução, até finalizar toda a cadeia produtiva. Por
fim, ele menciona que a qualidade é medida pelo preço da não-conformidade,
onde é mais vantajoso inserir um projeto ou realizar um serviço com as devidas
prevenções e medidas de qualidade desde a sua concepção do que inseri-lo
sem esses requisitos e ter que realizar modificações para adequá-lo
posteriormente.
Qualidade pode ser definida como a totalidade das características de uma entidade (atividade ou processo, produto, organização ou uma combinação destes), que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas dos clientes e demais partes interessadas (YAZIGI, 2009, p.61).
Pensando na adequação das atividades, Deming (1990), cita o
retrabalho como aspecto negativo e desagregador de qualidade, pois à medida
que há incidência de retrabalho é sinal que há falhas no processo de produção
ou na concepção do produto. Este fato gera, por consequência, redução da
produtividade, fator preponderante para o desenvolvimento e manutenção da
qualidade.
O importante é que todos os aspectos já mencionados sobre
qualidade visam, integralmente, a satisfação dos clientes, seja um cliente
interno, seja um cliente externo (CROSBY, 1990; DEMING, 1990).
16
3.1. Qualidade na Construção Civil
Por ser um setor com métodos já consagrados e até mesmo antigos, a
incorporação da qualidade no setor da construção civil é bastante complicada.
Além da resistência para agregar novas técnicas, tecnologias e práticas, o
setor em questão apresenta uma dificuldade ainda maior, pois os processos
executivos não apresentam uma linha de execução padrão. Muitos dos
procedimentos são realizados de forma isolada ou até mesmo apresentam uma
forma única para cada execução realizada, o que dificultava bastante a
inserção de métodos geradores de qualidade (OLIVEIRA et al., 2012).
Devido à competitividade no setor, muitas empresas procuram soluções
capazes de gerar um diferencial competitivo e, assim, poder obter retorno
financeiro maior. O código de defesa do consumidor, traz consigo benefícios
para clientes/consumidores, ao ponto de resguardá-los quanto à qualidade,
visto que ele exige que os produtos e serviços sejam executados de acordo
com a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, buscando controlar
e punir os responsáveis que entregam produto ou serviço com baixa qualidade
(OLIVEIRA et al., 2012).
Vale destacar que algumas empresas do ramo elétrico, telefonia e de
petróleo, como Petrobrás, Eletrobrás e a Telebrás passaram a exigir de seus
fornecedores requisitos de qualidade proposto pela ISO 9000. Tendo destaque,
no setor da construção civil, um programa da qualidade no estado de São
Paulo chamado Qualihab, que servia de requisito para construtoras
participarem de licitações da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano – CDHU (OLIVEIRA et al., 2012).
Toda essa evolução resultou em um programa de qualidade nacional, o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-h). O
programa tem como finalidade despertar e incentivar as empresas para a
incorporação de qualidade dentro de seus meios produtivos (FREITAS, 2009).
Como parâmetros normativos para a garantia da qualidade existe a NBR ISO
9001 e para garantia da qualidade no desempenho das edificações
habitacionais existe a NBR 15575 (ABNT, 2013; ABNT, 2015).
17
3.1.1. NBR ISO 9001
“Esta norma promove a adoção da abordagem de processo no
desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de
gestão da qualidade, para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento
aos requisitos do cliente” (ABNT, 2015, p. vii). A ISO 9001 baseia-se nos
princípios de qualidade expostos pela ISO 9000, que define todos os princípios
referentes à qualidade. Ainda segundo ABNT (2015) os princípios da
qualidade, que são: foco no cliente; liderança; engajamento das pessoas;
abordagem de processo; melhoria; tomada de decisão baseada em evidência;
gestão de relacionamento; devem ser listados, analisados e inseridos dentro do
contexto de cada empresa.
De acordo com Gonzalez e Martins (2007), a ISO 9001 tem como
objetivo implantar dentro das organizações a padronização dos processos, a
busca pela melhoria contínua e satisfação do cliente, para torná-las mais
competitivas. Entretanto, Vitorelli e Carpinetti (2013) relata em seu estudo a
dificuldade existente para implementação de sistemas normativos de gestão da
qualidade dentro das organizações.
A princípio as empresas não sabem qual diretriz seguir, visto que
algumas normas que trazem diretrizes em comum para todos os setores, como
é o caso da ISO 9001, e outras normas ditam a gestão da qualidade para setor
específico, como é o caso da OHSAS 18001, que traz diretrizes para o setor da
saúde. Outro fator que dificulta a implementação é a falta de pessoas
qualificadas e absorção das mudanças ocasionadas por sua implementação
(VITORELLI e CARPINETTI, 2013).
Por isso, Melo (2011) afirma que mesmo depois de certificada, as
empresas necessitam de auditoria (interna e/ou externa) para garantir que os
processos estão dentro dos padrões exigidos e visando assegurar a melhoria
contínua do processo.
3.1.2. NBR 15575 – Norma de Desempenho
O desempenho das edificações é discutido bem antes de Cristo,
porém um de seus marcos está datado em 1970, quando os Estados Unidos,
18
através de departamentos voltados à construção civil, desenvolveram um
programa que analisava residências e, posteriormente, gerava definições de
critérios de desempenho (BORGES, 2008). Ainda segundo Borges (2008), a
partir desse programa, iniciaram-se discussões e reuniões em busca de
desenvolver diretrizes para avaliar o desempenho das edificações, chegando
às normas existentes atualmente.
As diretrizes da Norma de Desempenho são definidas através da
composição de partes formando um conjunto que vai desde sua generalidade
até o acabamento final da obra. Seu objetivo é estabelecer desempenho para
as edificações habitacionais de até cinco pavimentos, de modo que estes
busquem satisfazer as exigências dos clientes independentemente do sistema
construtivo adotado (ABNT, 2013).
A norma de desempenho não substitui as normas específicas de
cada item abordadas por ela. Sua utilização é feita em consonância com as
demais, pois aspectos como, durabilidade, manutenção e conforto tátil,
inerentes ao bem-estar dos usuários não são contemplados nas normas
específicas. Por isso é necessário trabalhar as normas em harmonia (MAHL e
ANDRADE, 2010).
Como meio avaliativo, a NBR 15575/2013 utiliza-se de critérios
quantitativos e qualitativos (Figura 01), desenvolvidos em observância a ISO
6241/1984, para definir as condições que as edificações devem atender.
Contrariamente ao que acontecia nos métodos de avaliação anteriores, esta
norma visa à avaliação do conjunto e não apenas de avaliações individuais.
19
Figura 01: critérios de desempenho
Fonte: ABNT (2013).
Na tabela apresentada acima são destacados os critérios utilizados
para avaliar o desempenho da edificação. São utilizados três critérios principais
(Segurança, habitabilidade e sustentabilidade), onde cada critério principal é
composto por alguns critérios secundários que quando atendidos/executados
geram uma conformidade perante o critério principal almejado.
De acordo com Mahl e Andrade (2010), a implementação da norma
pode ser dificultado devido a fatores como a análise da estrutura, análise do
ambiente, no que diz respeito à comodidade acústica, térmica ou tátil
necessitar de equipamentos específicos ou até mesmo haja necessidade de
algum componente contido nos fatores citados anteriormente que dependa de
uma investigação mais profunda, sendo necessário realizá-lo laboratorialmente.
Para gerar um projeto que se enquadre dentro de suas exigências e,
principalmente, que venha a suprir ou até superar necessidades do cliente, é
necessário ouvi-lo e agregar os requisitos estabelecidos na norma que
20
contribuem para o atendimento das necessidades do consumidor (POSSAN;
DEMOLINER, 2013).
A NBR 15575/2013 que aborda o desempenho das edificações
agrega valor e contribui para a qualidade do empreendimento/serviço visto que
normatiza e insere critérios a serem seguidos em busca da qualidade das
edificações.
3.2. Gestão da Qualidade
A gestão da qualidade visa empreender em todos os setores da
empresa processos interativos e participativos, fazendo com que haja
participação de todos os membros da organização, em busca pelo
aperfeiçoamento do processo construtivo de qualquer produto ou serviço,
agregando e entregando qualidade, obtendo, assim, a satisfação plena do
cliente (PEREIRA JÚNIOR, 2008).
Paladini (2012) traz uma visão geral da gestão de qualidade ao
afirmar que o produto tem como principal característica a busca pela satisfação
do cliente e até mesmo superar suas expectativas, para torná-lo fiel e atrair
novos clientes. As empresas devem estar atentas aos movimentos e
tendências consumistas, buscando seguir as tendências, aperfeiçoar o produto
e o sistema produtivo, para não cair em desuso e ver a ascensão dos
concorrentes.
A gestão da qualidade faz com que todos os setores da empresa
estejam sempre em harmonia. É necessário, inclusive, que muitas vezes haja
mudança na cultura organizacional da empresa a fim de adaptar-se ao
mercado. O gerenciamento estratégico será responsável por propor rotas que
melhor alinhe o suprimento das necessidades e propor satisfação aos clientes
à capacidade de suprir tais necessidades por parte da empresa (OLIVEIRA et
al., 2012).
Em nível de avaliação da gestão de qualidade, o quesito melhoria é
o responsável por essa análise, podendo ser citado como exemplo a
otimização do processo e a generalização da noção de perda, onde a
otimização visa a minimização dos recursos, reduzir defeitos, eliminar defeitos
21
ou falhas, entre outros e a generalização da noção de perda diz respeito à
adequação do uso, ou seja, se o produto final está de acordo com o gosto do
cliente. Se esse requisito for negativo, não suprirá as suas necessidades. Não
suprindo as necessidades dos clientes e não agregando nenhum tipo de
afetividade, pode-se considerar que há perda do produto (PALIDINI, 2012).
3.2.1. Importância do projeto
O projeto tem papel fundamental para a geração de qualidade no
produto final. Para Pereira Junior (2008) existem três formas de avaliar a
eficácia de um projeto: através da avaliação global do produto final, mediante
positividade do cliente, onde a empresa disponibiliza no mercado vários tipos
de modelo, para atingir várias faixas do mercado, realizando, desta forma, uma
análise vertical; através da análise horizontal, observando o comportamento do
produto perante os concorrentes de mesma faixa; através da qualidade de
conformação, que é justamente a relação entre projeto e produto, onde o
produto segue fidedignamente as especificações do projeto.
Campos (2015) complementa afirmando que o projeto de uma
edificação compreende a prevenção de elementos funcionais e estruturais.
Onde sua funcionalidade esteja de acordo com o planejado e a estrutura possa
se manter estável.
Dentro do setor da construção civil brasileira, Yazigi (2009) observa
que, em termos de projeto, exige-se muito pouco, para execução de unidades
habitacionais. Apenas um conjunto de projetos básicos é apresentado, onde
estes não contemplam em sua totalidade aspectos urbanísticos, de
infraestrutura e da edificação em si.
3.2.2. Qualidade da mão-de-obra
A qualificação da mão-de-obra é vital para melhor desenvolvimento
das execuções e aumento da produtividade na construção civil (FUCK, 2015).
De acordo com Januzzi (2010), é de suma importância a capacitação e a
requalificação da mão-de-obra dentro da construção civil, pois, através dela é
possível incorporar, ao colaborador, noções de gerenciamento, sensibilizando-
o para a adequação das mudanças e novos conceitos e métodos construtivos,
22
além de contribuir na redução de perda de materiais, no aumento da
produtividade e na utilização correta dos materiais Deste modo é possível
agregar valor e qualidade ao produto final.
23
4. FUNDAÇÕES
De acordo com Salgado (2014) fundações são elementos estruturais que
suportam o peso próprio da estrutura acrescido das sobrecargas (uso da
estrutura), tendo por finalidade absolver tais cargas e transmiti-las ao solo.
Classificando os tipos de fundação de forma ampla, estas podem ser
classificadas quanto a sua profundidade, em dois grupos distintos: fundações
rasas ou superficiais e fundações profundas (PINHEIRO, CRIVELARO e
PINHEIRO, 2016).
4.1 Fundações Profundas
Segundo Velloso e Lopes (2010, p. 11) “fundação profunda é aquela
cujo mecanismo de ruptura de base não surgisse na superfície do terreno.
Como os mecanismos de ruptura de base atingem, acima dela, tipicamente
duas vezes sua menor dimensão”. Para normatizar tal situação, a NBR 6122 –
Projeto e execução de fundações, diz que o conceito de fundação profunda é:
Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, e que está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3m, salvo justificativa (ABNT, 2010).
Dentre os tipos de fundação profunda estão as estacas, tubulão e
caixão (HACHICH et al., 1998). Todos os tipos de fundação citados
anteriormente dão origem a outros tipos de acordo com o material a ser
utilizado e/ou a forma como é executado. As fundações em estaca (Figura 02),
por exemplo, dividem-se por tipo de material, podendo ser executada em
concreto, aço ou metal e madeira (ALONSO, 1983). Pinheiro, Crivelaro e
Pinheiro (2016) vão mais além, apresentam uma subdivisão levando em conta
o tipo de execução, quando mostram que as estacas de concreto pré-moldadas
podem ser denominadas de vibrada, centrifugada, protendida, mega ou reação,
já as executadas em in-loco dividem-se em dois grupos: as com camisa e sem
camisa.
As estacas moldadas in-loco sem camisa formam uma nova
subdivisão na qual estão inseridas as brocas, escavadas e hélices contínuas.
Por sua vez, as fundações sem camisa escavadas formam outra subdivisão,
24
fazendo parte desta o estacão e o barrete. As estacas com camisa dividem-se
em perdida e recuperada, onde a perdida forma outra divisão componente pela
raymond e monotube, já a recuperada forma outro grupo no qual tem como
composição a Strauss, Franki, Simplex (duplex ou tríplex) e a estaca raiz
(HACHICH et al., 1998; PINHEIRO, CRIVELARO e PINHEIRO, 2016;
VELLOSO e LOPES, 2010)
Figura 02: esquematização dos tipos de fundação por estaca
Fonte: (PINHEIRO, CRIVELARO e PINHEIRO, 2016, p. 63).
A esquematização retratada na figura acima mostra a classificação
das fundações por estaca, estas podem ser classificadas tanto pelo tipo de
material, como também de acordo com o tipo de fabricação.
As fundações executadas por tubulões são classificadas em tubulão
à céu aberto escavado manualmente, aberto mecanicamente e tubulão a ar
comprimido (CAMPOS, 2015). De forma mais profunda, pode incluir outros
tipos dentro dos tipos citados anteriormente, é o caso do tubulão a céu aberto
tipo poço, tipo chicago e tipo gow. Nos tubulões a ar comprimido também há
25
uma subdivisão onde verifica-se o tipo benoto e o tipo anel de concreto
(PINHEIRO, CRIVELARO e PINHEIRO, 2016).
4.2 Fundações Rasas ou Superficiais
Genericamente falando, entende-se por fundação superficial àquela
que está localizada a uma pequena profundidade abaixo do solo da edificação,
cuja profundidade não ultrapasse 3m (CAMPOS, 2015). A NBR 6122/2010 traz
o conceito de fundação superficial de forma mais específica. Sua definição diz
que fundação superficial é aquela cuja carga é transmitida ao solo por sua área
de contato e sua profundidade, em relação ao terreno, é inferior a duas vezes a
menor dimensão da fundação (ABNT, 2010).
Dentre os tipos de fundação superficial ou rasa estão o bloco de
fundação, sapata isolada, sapata associada, sapata de divisa ou alavancada,
sapata corrida, viga de fundação, grelha e radier (BUDHU, 2013; HACHICH et
al., 1998; PINHEIRO et al., 2016; VELLOSO e LOPES, 2010).
A sapata isolada caracteriza-se como uma fundação que transfere
os esforços provenientes da estrutura e recebidos pelo pilar que está alocado
sobre sua superfície superior, repassando-os diretamente ao solo, através da
superfície que se encontra em contato com o mesmo (BUDHU, 2013). Esse
elemento estrutural tem uma distinção básica do bloco de fundação que é a
utilização de armadura de aço em sua composição, além das formas variadas
que pode ser executado e da altura de sua base que é inferior a altura do bloco
provocando, assim, uma redução significativa de concreto. De acordo com seu
comportamento estrutural ela pode ser classificada como rígida e flexível
(CAMPOS, 2015).
De acordo com a NBR 6118/2014, a classificação de sapata isolada
rígida é dada pela equação
, onde h: altura; A: dimensão da sapata de
uma determinada direção; ap: dimensão do pilar na mesma direção. É
necessário fazer a mesma análise para o lado B e bp. Havendo a adequação
ao quesito mencionado, a sapata isolada é considerada rígida. Caso contrário,
é considerada flexível (BASTOS, 2016).
26
Segundo Montoya (1973 apud BASTOS, 2016) há também outra
forma de classificação feita através da angulação da base da sapata em
relação a inclinação diagonal das bielas, encontrando assim o ângulo β (Figura
03). Se β≥45º é considerado rígida, se β<45º é considerada flexível. A escolha
pelo tipo sapata é feita através das características do solo.
Fonte: (BASTOS, 2016, p. 14)
Aconselha-se a utilização da sapata rígida em solos com boa
resistência em camadas próximas a superfície (ALVA, 2007). Já a utilização de
sapata flexível é indicada para a sustentação de cargas pequenas e execução
em solos relativamente fracos (ABNT, 2014), esses são alguns dos motivos
que a faz ser menos usual, porém os principais motivos são de cunho
estrutural. É necessário estudar a punção que será exercida sobre a sapata,
pois por ser um tipo de fundação que geralmente a biela está diretamente
ligada com a base, a sapata fica vulnerável a ocorrência de tal fenômeno
(ARAÚJO, 2013).
4.3. Etapas executivas de fundação
4.3.1. Sondagem
Uma etapa extremamente útil e importante tanto do ponto de vista
estrutural, pois exerce papel fundamental na escolha do tipo de fundação e na
solução de possíveis problemas surgidos posteriormente, como do ponto de
Figura 03: inclinação do ângulo β
27
vista econômico, pois segundo Schnaid e Odebrecht (2012) os custos
envolvendo sondagem de solo no Brasil representam cerca de 0,2% a 0,5% do
custo total da obra. Pinheiro, Crivelaro e Pinheiro (2016) complementam
dizendo que através do estudo geotécnico ou investigação do subsolo é
possível caracterizar as camadas existentes em determinada área do subsolo,
gerando assim, uma análise real, que pode auxiliar na determinação do tipo de
fundação e sua profundidade.
A investigação do subsolo acontece majoritariamente de forma in
situ, porém quando se faz necessário uma análise mais detalhada e/ou
específica de algum ponto considerado crítico, quer seja por apresentar baixa
resistência, quer seja por suspeita de área colapsiva ou expansiva, este pode
ser realizado em laboratório especializado através da coleta do material “in
loco” e levado até o laboratório (HACHICH, et al., 1998). Há uma variedade de
estudo do subsolo, sendo que o mais conhecido e mais realizado é a
sondagem a percussão (Standard Penetration Test - SPT), sendo, inclusive, a
mais comum quando se trata de sapata isolada. Entretanto Budhu (2013) cita
outros estudos:
Sondagem a percussão com medida de torque (SPT-T);
Ensaio de cone (CPT);
Ensaio de palheta (Vane Test);
Ensaio de placa;
Ensaio pressiométrico (de Ménard c autoperfurantes)
Ensaio dilatométrico;
Ensaios sísmicos;
(O ensaio de penetração do cone com medida das pressões neutras, ou
piezocone - CPT-U);
Poços exploratórios.
4.3.2. Marcação do gabarito
O processo de marcação de gabarito ou locação da obra é uma das
etapas mais importantes da obra. Nesta etapa são marcados todos os pontos
principais para execução da estrutura e vedação da obra, tais como: marcação
28
de eixo e/ou face do pilar e marcação do eixo e/ou face da alvenaria
(SALGADO, 2014).
Para tanto, antes de se executar a locação propriamente dita, é
necessário que algumas intervenções sejam realizadas no terreno a ser
edificado, como a limpeza do terreno, uma etapa simples, porém extremamente
útil. Segundo Salgado (2014), através da limpeza do terreno é possível verificar
as condições de níveis do terreno.
Silva (2015) afirma que após a limpeza do terreno, é importante
realizar o planeamento do mesmo, evitando assim, que após a execução do
gabarito não seja necessário a entrada de máquinas pesadas, para possíveis
corte e aterro ou somente corte e retirada de bota fora.
Para o processo de locação da obra é de suma importância a
existência de um projeto específico de locação, pois é através dele que os
eixos e/ou faces constantes, tanto na estrutura como na alvenaria, serão
lançados para o gabarito (SILVA, 2015). Adota-se uma referência de nível (RN)
– referência em relação ao nível do mar – e também o nível do terreno em si.
Toda vez que houver necessidade de aferir, nivelar ou executar algum serviço,
esse nível será adotado (YAZIGI, 2009).
Outro fator importante na locação da obra é a presença de um
topógrafo, para realizar a locação exata dos pontos (eixos ou faces), evitando
erros ou acúmulo de erros gerados por equipamentos não tão precisos
(HILLESHEIM, 2015). Segundo Milito (2009), em obras de pequeno e médio
porte este serviço pode ser executado apenas com o auxílio de equipamentos
simples como, mangueira de nível, trena, régua, prumo e esquadro.
Respaldado sempre por supervisão técnica competente (engenheiro, tecnólogo
ou técnico) e executada por um colaborador qualificado.
Há basicamente apenas duas formas para realizar a execução de
locação de obra: processo de cavaletes e o processo da tábua corrida
(BORGES, 2009; SALGADO, 2014).
29
4.3.2.1. Método dos Cavaletes
O método dos cavaletes é mais simples e geralmente é utilizado
para marcação de pontos isolados, ou em obras que tenham poucos pontos a
serem marcados, ou pequenas marcações como, por exemplo, muros,
fundação que um eixo não coincida com nenhum outro sendo, portanto,
necessário realizar a marcação do eixo individualmente (SALGADO, 2014). Ele
é composto por duas estacas pequenas ou barrotes (peça de madeira com
seção reduzida) e uma tábua pregada nas duas estacas fazendo a ligação
entre elas (Figura 04). Por ser uma estrutura pequena, é mais propício a
ocorrência de pequenos deslocamentos oriundos por batida de carro de mão,
tropeço de colaboradores ou visitantes, entre outros (BORGES, 2009).
Figura 04: processo de cavalete
Fonte: CONSTRUÇÃO CIVIL, 20111:
Quando a marcação de eixo ou face é apenas em uma direção
como, por exemplo, um muro, é utilizado dois cavaletes para realizar tal
marcação. Quando é a marcação de eixo de uma sapata, faz-se necessário a
utilização de quatro cavaletes, dois no sentido horizontal e dois no sentido
vertical (em relação ao solo), pois a estrutura demanda que seja traçado o eixo
na horizontal e na vertical, gerando uma interseção das linhas, onde será
demarcado o eixo da estrutura (SALGADO, 2014). Na Figura 05 é possível
visualizar a marcação de eixo de vários elementos estruturais dentro de uma
determinada obra.
1 Disponível em <http://construcaociviltips.blogspot.com/2011/07/processo-dos-cavaletes.html>.
Acesso dia 25 de Agosto de 2018.
30
Figura 05: marcação de eixo de elementos estruturais
Fonte: CONSTRUÇÃO CIVIL, 20112:
A Figura 05 demonstra como é realizado o processo de marcação de
eixo. Na interseção das linhas é lançado ao solo um prumo de centro, o qual
fará um pequeno ponto no solo, onde em seguida é fincado um piquete que
representará o eixo do elemento (SALGADO, 2014).
4.3.2.2. Método da tábua corrida
De acordo com Borges (2009), o método da tábua corrida (Figura
06) consiste em demarcar todo o perímetro onde será executado a edificação.
Finca-se no solo pontaletes de pinho (3” x 3” ou 3” x 4”), espaçados a cada
1,50m ou 2m. São pregados sarrafos (2,5 x 10cm) para fazer a ligação entre
pontaletes. Os sarrafos devem seguir o nivelamento adotado e toda estrutura
de gabarito deve estar distante cerca de 1,20m da futura edificação
(SALGADO, 2014; BORGES, YAZIGI, 2009).
Figura 06: representações de marcação
Fonte: CONSTRUÇÃO CIVIL, 20113
2 Disponível em <http://construcaociviltips.blogspot.com/2011/07/processo-dos-cavaletes.html>.
Acesso dia 25 de Agosto de 2018.
31
Observa-se na Figura 06 como é determinado o eixo e largura de
algum elemento, seja parede, seja a demarcação do alicerce, seja a largura da
própria vala do alicerce. Os pregos fixados sobre a tábua tem a função de
representar o que está sendo marcado.
4.3.3. Escavação
O processo de escavação da vala é um procedimento
aparentemente simples, porém há ressalvas a se fazer. É fundamental
respeitar a cota estabelecida para cada vala (PINHEIRO, CRIVELARO e
PINHEIRO, 2016).
Deve-se observar a marcação da fundação, que é realizada através
do gabarito, em concordância com o projeto de marcação. No projeto estrutural
deve ser verificado a profundidade da escavação. Se a profundidade exceder
1,75m devem ser observados os critérios estabelecidos na NBR 9061 que trata
da segurança de escavação a céu aberto. Seguindo os procedimentos pré-
escavação, é interessante realizar uma consulta prévia junto a concessionária
de água e esgoto, e dependendo da localização da obra, consultar a
concessionária de energia, para saber se na área onde será executada a
edificação contém alguma rede de água, esgoto ou energia (ABNT, 1985;
ORSE, 2018).
4.3.3.1. Escavação manual
A escavação manual é realizada através de ferramentas simples e
usualmente utilizadas nas obras como: pá, enxada, picareta, carro de mão,
malho (compactador artesanal feito de madeira), o que torna o procedimento
demorado. A escolha por este tipo de escavação vai depender das
características do solo, se é um solo de resistência elevada ou não, do tipo de
fundação e das dimensões da fundação, onde o último quesito está ligado
diretamente ao volume que será retirado, pois além do volume já conhecido
que será escavado, o mesmo sofre um acréscimo devido o empolamento, o
qual tornará o serviço mais oneroso (ORSE, 2018).
3 Disponível em: <http://construcaociviltips.blogspot.com/2011/07/processo-dos-cavaletes.html
> Acesso em 25 de Agosto de 2018.
32
4.3.3.2. Escavação mecânica
A escavação mecânica é um procedimento mais rápido, pois nesse
tipo de escavação é utilizado máquinas para execução da atividade. Segundo
Salgado (2014), dependendo do porte da obra pode ser encontrado algumas
dessas máquinas ou até todas: Retroescavadeira; Caminhão basculante; Rolo
compactador; Caminhões pipa; Trator de lâmina; Trator com grade;
Motoniveladora.
As precauções com a utilização desses equipamentos vão desde a
manutenção dos mesmos até as medidas de segurança para prevenir
possíveis acidentes (BORGES, 2009).
4.3.4. Armadura
O aço é um dos principais elementos utilizados na construção civil. A
NBR 7480 (2007) classifica o aço de acordo com sua resistência característica
de escoamento em CA-25, CA-50 e CA-60. Onde é considerada barra de aço
aquele que possuir diâmetro nominal de 6,3 mm ou superior oriundo
exclusivamente do processo de laminação a quente e que devido a sua rigidez
não seja armazenado e comercializado em rolos. Já os fios de aço “classificam-
se aqueles que com diâmetro nominal de 10,0 mm ou inferior, obtidos a partir
de fio-máquina por trefilação ou laminação a frio” (NBR 7480, 2007, p.2).
Antes mesmo da compra do aço é importante realizar uma análise
do projeto estrutural, identificando o volume necessário para a etapa que
precisa ser executada e definir o processo de corte e dobra do aço (se será
realizado na própria obra ou se esse processo já será realizado pelo
fornecedor). Se tratando de qualidade e produtividade, a melhor opção é a
execução dessa etapa pelo fornecedor, pois o índice de perda é drasticamente
reduzido, a armação é produzida com mais qualidade devido a alta precisão
dos equipamentos utilizados para realizar o corte e dobra.
A junção do aço cortado de acordo com o especificado em projeto,
dobrado (dependendo da especificação do projeto, podendo este não conter
dobra), e amarrado com arame, formam o conjunto chamado armadura
(MILITO, 2009). A armadura tem papel fundamental dentro dos elementos
33
estruturais, pois ela auxilia na resistência do concreto armado (concreto com
armadura de aço), sendo a principal responsável por combater os esforços de
tração e flexão gerados pela estrutura (SALGADO, 2014).
4.3.4.1. Corte e dobra “in loco”
Como o processo de corte e dobra acontecerá dentro do próprio
canteiro de obra, há necessidade de um espaço relativamente grande para
armazenagem do material, pois as barras geralmente são comercializadas com
12m de comprimento (RAULINO; DARÉ, 2015). Além do espaço para
armazenagem há também a demanda de espaço para a central de ferragens,
ou seja, o local onde será realizado os procedimentos de corte e dobra das
barras (FUCK, 2015).
A execução desses procedimentos na própria obra pode acarretar
em perda significativa, bem como maior custo para realização da atividade.
Segundo Raulino e Daré (2015) foi observado que em uma determinada obra a
perda chegou a 23,04%, enquanto que pelo processo industrializado a perda
foi de apenas 1,23%, ou seja, uma diferença de 21,81%. Um fator que pode
ajudar a reduzir essa diferença tão expressiva é a realização de plano de corte
(SOUZA; PALIARI, 2004), que consiste em analisar todos os comprimentos
existentes no projeto estrutural, compatibilizando-os de tal forma que a
somatória dos cortes tenha comprimento equivalente a uma barra de 12m.
Borges (2009) relata que as sobras representam 5% do peso total do
aço consumido na obra, devendo nunca ultrapassar os 10%. Fato é que a
realização dos processos de corte e dobra no próprio canteiro de obra torna-se
mais oneroso para a construtora. Além da perda do material, outro fator
destacável é o gasto com mão-de-obra. De modo geral, o gasto com mão-de-
obra tem representatividade considerável.
Outro fator que merece destaque é a geração de resíduos. Estes,
por sua vez, vêm a ocupar espaços que, dependendo do porte da obra,
poderão prejudicar a execução de outros serviços. Sem falar que sua retirada
representará um custo elevado para a empresa, haja vista que resultará não
apenas na perda de material, como também no desperdício de mão-de-obra,
tempo e produtividade, e sua comercialização renderá uma receita
34
insignificante, pois este material servirá apenas para sucata. (PRAÇA e
BARROS NETO, 2001).
4.3.4.2. Corte e dobra na central usinada
O mercado de corte e dobra de armadura, através de fornecedores
de aço ganhou espaço. Devido aos avanços tecnológicos da área em questão,
vividos no início do século XXI, propiciou-se a criação e implementação de
máquinas para realização das atividades de corte e dobra (PRAÇA e BARROS
NETO, 2001; RIBEIRO, 2013).
Devido a alta competitividade no setor da Construção Civil, as
empresas construtoras buscam sempre encontrar formas para reduzir os
custos com material e mão-de-obra, para que possam concorrer de forma
igualitária com as demais e também consigam aumentar o percentual de
lucratividade (WAVRZYNCZAK, ULBRICHT e TEIXEIRA, 2015; ANDRADE;
MELO, 2017).
A sustentabilidade é outro fator determinante para busca de
alternativas que agreguem valor e reduzam custos, tanto de produção, mas
principalmente de material (WAVRZYNCZAK, ULBRICHT e TEIXEIRA, 2015).
Pensando em todos os fatores mencionados, as empreiteiras estão se
apropriando do processo de corte e dobra industrializado.
Praça e Barros Neto (2001) realizaram um estudo do qual foi
comprovado a eficácia da produção de corte e dobra industrializada. Segundo
o estudo, foi desenvolvido os dois processos. Houve diferença de R$ 0,31 em
cada quilo de aço (considerando o aço já no local, aguardando apenas a
concretagem). Há outras questões importantes a serem destacadas: a
produtividade, redução de perda do aço, tanto no processo de corte como
também na realização dos transpasses solicitados em projeto, haja vista que
sendo executado industrialmente é possível conseguir barras com comprimento
maior que o habitual, que é de 12m.
Apesar de ser um processo extremamente positivo, há também fator
negativo. O principal fator é a comunicação entre construtora e fornecedor.
Devido todo o processo ocorrer longe do canteiro de obras, tem-se que haver
35
comunicação precisa para evitar erros no desenvolvimento da atividade e não
gerar atrasos no cronograma da obra (MARDER e FORMOSO, 2004). Outro
fator está relacionado à organização e separação dos feixes de armadura. Um
erro nessa etapa pode causar uma perda de tempo e desperdício de mão-de-
obra significativa (ARAÚJO, 2013).
4.3.5. Fôrma
As fôrmas são moldes provisórios fechados para garantir ao
concreto a forma desejada e o perfeito alinhamento (AZEVEDO, 2008 apud
PIRES, 2015). Suas juntas devem ser bem vedadas para evitar vazamento da
nata do concreto (YAZIGI, 2009).
Geralmente são executas com chapas plastificadas de madeira
compensada (YAZIGI, 2009). Entretanto, podem ser executadas com outros
tipos de materiais. Segundo o Manual SH de fôrmas para concreto e
escoramentos metálicos (2008), as fôrmas podem ser de madeira (bruta ou
industrializada), compensado, aço ou alumínio.
A determinação do tipo de material a ser empregado no sistema de
fôrmas varia de execução para execução. Como critério para determinar o tipo
mais adequado, deve-se observar se haverá repetições ou não de sua
utilização, porte da obra, melhor comportamento do material para a ocasião,
entre outros, podendo este, ser executado de maneira mista, ou seja, madeira
e aço. Todos os aspectos mencionados são avaliados pelo corpo técnico
(engenheiros, arquitetos e outros) da empreiteira, para minimizar os custos
com este tipo de execução, haja vista que o mesmo tem valor considerável
dentro do orçamento da obra (NAZAR, 2007).
4.3.6. Lastro de concreto
Antes da execução do lastro de concreto é necessário realizar o
apiloamento do fundo da vala a fim de torná-la compacta, evitando que o
material oriundo da escavação se integre com o concreto (YAZIGI, 2009). De
acordo com Milito (2009), após a regularização do fundo da vala deve-se
aplicar uma camada mínima de 5cm de espessura de concreto magro
(concreto sem utilização de aço e rico em agregados graúdos) no fundo da
36
vala. O traço pode ser 1:3:6 ou 1:4:8 (uma unidade de cimento; três ou quatro
unidades de areia grossa; e seis ou oito unidades de brita 2 e 3, sendo que a
quantidade dos dois últimos agregados dependerá da escolha do traço). Os
principais fatores para aplicação do concreto magro no fundo da vala são:
Nivelar a superfície onde será executada a fundação;
Evitar que a água do concreto da fundação infiltre no solo, evitando
desta forma as trincas na fundação por conta da perda rápida de água;
Diminuir a pressão de contato da fundação haja vista que as dimensões
executadas com concreto magro é superior as dimensões da fundação
(MILITO, 2009).
4.3.7. Concretagem
A concretagem é uma etapa que exige um maior controle de
qualidade. Seja ele dosado na própria obra, seja ele dosado na usina de
concreto, os parâmetros de qualidade tem que manter-se no mesmo nível.
Entretanto quando dosado “in loco” o controle de qualidade tende a diminuir,
haja vista dificuldade de encontrar no canteiro de obras equipamentos
necessário para realizar tal acompanhamento (BORGES, 2009).
O concreto traz em sua composição o cimento, os agregados miúdo
(areia) e graúdo (brita), a água e também podem ser incorporados os aditivos.
Podendo estes ser retardantes de pega, acelerador de pega, plastificantes,
impermeabilizantes, incorporadores de ar e expansores (SALGADO, 2014).
Dentre os diversos tipos de concreto, os mais usuais em obras são o
concreto bombeável ou usinado (aditivado ou não) e o concreto convencional
ou dosado “In loco” (manual ou betoneira) (BORGES, 2009; MILITO, 2009;
YAZIGI, 2009; SALGADO, 2014).
4.3.7.1. Concreto dosado “in loco”
Para realizar a concretagem de elementos estruturais com o
concreto dosado na própria obra é necessário que o traço a ser utilizado seja
dimensionado por um profissional capacitado ou até mesmo através da
contratação de uma empresa especializada no assunto (YAZIGI, 2009).
Entretanto, de acordo com Milito (2009), este tipo de procedimento deve ser
37
cautelosamente estudado e até mesmo evitado, dependendo do porte da obra.
O concreto dosado “in loco” não é indicado para obras de médio e grande porte
e, dependendo do volume a ser concretado em uma obra de pequeno porte,
aconselha-se a utilização de concreto usinado, pois as centrais dispõem de
processos que asseguram maior controle tecnológico do concreto, bem como,
utilizam-se de meios de dosagem mais precisos (BORGES, 2009).
Quando optado pela fabricação do concreto na própria obra, torna-
se importante empregar uma ordem de colocação dos materiais dentro da
betoneira. Segundo Salgado (2014), a ordem a ser empregada é: colocar a
brita na betoneira; adicionar metade da água e deixá-la misturando com a brita
por um minuto; colocar o cimento; colocar a areia e o restante da água.
Além dos cuidados mencionados visando à qualidade no
procedimento, outro fator importante é o custo. Devido todo o processo de
concretagem (fabricação do concreto, transporte e lançamento) ocorrer dentro
do próprio canteiro de obras, a utilização de mão-de-obra tende a aumentar e a
produtividade tende a não aumentar proporcionalmente, pelo contrário, a
tendência é diminuir, porque à medida que o tempo de execução se estende, o
desgaste físico do colaborador aumenta dada distância percorrida e com o
peso transportado elevado, além de possíveis dificuldades no percurso
(FREIRE e SOUZA, 2000; SILVA, 2010). Silva (2010) ainda afirma que outro
fator ligado diretamente com o custo é o desperdício de materiais quando esta
etapa é executada na própria obra.
4.3.7.2. Concreto dosado na central
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de
Concretagem – ABESC (2007), o concreto dosado em central entrou no
mercado brasileiro em meados dos anos de 1950, quando vieram para o Brasil
algumas multinacionais do setor automotivo e de autopeças, juntamente com o
desenvolvimento das grandes cidades, onde dentre elas destaca-se a capital
brasileira, Brasília.
Buscando atingir níveis elevados de qualidade, redução de custos e
cumprimento de prazo na execução da concretagem de elementos estruturais,
as empresas do setor da construção civil encontraram no concreto usinado
38
uma boa solução. Através desse método é possível garantir maior controle na
dosagem dos componentes do concreto (HABITZREITER, 2015; ZALAF;
MAGALHÃES FILHO e BRAZ, 2014). De acordo com o manual da ABESC
(2007), é possível elencar uma série de benefícios gerados pela escolha do
concreto usinado, são eles:
Eliminação das perdas de insumos (areia, cimento, brita);
Diminuição do efetivo responsável pela concretagem, gerando redução
de encargos trabalhistas;
Maior agilidade e produtividade;
Garantia da qualidade do concreto, como já mencionado;
Redução do controle de suprimentos, bem como da área necessária
para armazená-los;
A junção de todos os benefícios citados resulta em redução do custo
total da obra.
De acordo com Freire e Souza (2000), apesar de o processo ser
mais vantajoso em todos os aspectos, ainda assim faz-se necessário
acompanhá-lo de forma criteriosa para evitar desperdícios. O desperdício pode
acontecer em três momentos: no pedido do concreto (comprando em excesso,
pedido inferior ao solicitado ou demora no transporte até obra, fazendo com
que o concreto inicie o processo de pega, não podendo ser utilizado); na
execução (havendo perda durante o transporte, no carregamento das jericas ou
sobras na tubulação da bomba, por exemplo); na aplicação do concreto (as
formas estarem desalinhadas ou haja deformação excessiva, bem como o
nivelamento da superfície fique irregular).
Para garantir o controle da qualidade do concreto, ao recebê-lo é
necessário: verificar se o lacre da calha de descarga está intacto; verificar se a
nota fiscal ou ficha do caminhão betoneira condiz com o que foi solicitado;
realizar teste de abatimento; retirar amostras para realizar testes de resistência
(SALGADO, 2014). Outro fator a ser considerado é a rastreabilidade do
concreto, ou seja, marcar as peça concretadas por cada carro betoneira, a fim
de garantir segurança caso o concreto não atinja os níveis desejados (ZALAF;
MAGALHÃES FILHO; BRAZ, 2014).
39
Tanto no processo usinado como na dosagem executada no canteiro
de obras, há outros aspectos a serem considerados. Antes e durante a
concretagem é importante observar se o sistema de formas está em perfeito
estado, para não gerar elementos estruturais de má qualidade estética e evitar
desperdícios. Durante a concretagem faz-se necessário o adensamento da
peça estrutural, através de vibrador tipo agulha ou da régua vibratória. A
utilização de tal ferramenta é imprescindível para garantir a compactação do
concreto, gerando dessa forma, uma peça mais coesa e mais resistente. Por
fim e não menos importante é a realização da cura do elemento (MILITO, 2009;
SALGADO, 2014).
4.3.8. Cura
De acordo com o manual da ABESC (2007), o processo de cura é
importantíssimo, pois o mesmo tem como finalidade evitar a evaporação de
água do concreto, evitando o aparecimento de fissuras na superfície
concretada. Após iniciado o processo de pega do concreto, aconselha-se iniciar
o processo de cura do mesmo, realizando tal procedimento por, no mínimo,
sete dias.
Salgado (2014) e Milito (2009) também convergem do mesmo
raciocínio exposto pela ABESC (2007), incorporando outros aspectos gerados
pelo procedimento de cura, são eles:
Manter o concreto saturado a fim de evitar a evaporação de água e
fazendo com que haja umidificação das partículas de cimento, as quais
ocuparão os espaços que, por ora, estão ocupados por água;
Permanecer com as formas instaladas e molhando-as, para evitar a
evaporação de água mais rapidamente;
Realizar o cobrimento da área com algum tipo de membrana, podendo
ser utilizado também, sacos de cimento vazios, uma fina camada de
areia ou serragem e manter este cobrimento hidratado, para manter a
umidade do concreto.
40
5. MATERIAIS E MÉTODOS
Gil (2002, p.17) define a pesquisa “como o procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que
são propostos”. Agregando a essa definição, Marconi e Lakatos (2003, p.155)
diz que a pesquisa “é um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para
conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”. Silva e Menezes
(2005) finalizam dizendo que a pesquisa se faz necessária quando há um
problema que, naquele momento, não há informações para solucioná-lo.
Por sua vez, as pesquisas podem ser definidas quanto à sua
natureza (pesquisa básica e aplicada), quanto aos objetivos (exploratória,
descritiva e explicativa) e quanto aos procedimentos (documental, bibliográfica,
experimental, operacional, estudo de caso, pesquisa-ação, pesquisa
participante e pesquisa Ex-Post-Facto) (PRONDANOV e FREITAS, 2013).
Quanto à forma de abordagem, a pesquisa pode se enquadrar em
duas categorias: quantitativa e/ou qualitativa. Onde nas pesquisas quantitativas
“predominam os métodos estatístico, com utilização de variáveis bem definidas
e cálculos, utilizando estatísticas descritivas e/ou inferenciais” (FORTE, 2004,
p. 09). Enquanto que na abordagem qualitativa os métodos estatísticos são
dispensados, havendo a coleta de dados no próprio ambiente estudado, o que
torna o pesquisador peça-chave (PRONDANOV e FREITAS, 2013).
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 83):
“o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,
com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
Diante de toda explanação realizada, o trabalho em questão
caracteriza-se como um estudo qualitativo, tendo como procedimento para
desenvolvimento do mesmo uma ampla abordagem bibliográfica (para embasar
as análises realizadas no canteiro de obras) e acompanhamento diário da obra,
caracterizando-o assim também como um estudo de caso, no qual também
houve uma proposta de intervenção para reduzir a perda do aço no processo
de corte e dobra.
41
Durante o acompanhamento da obra foram realizados registros
fotográficos, que posteriormente auxiliaram na análise dos resultados. Também
foi realizado estudo, detalhado, do projeto executivo e dos memoriais
descritivos.
Todos os aspectos tratados no decorrer do trabalho, juntamente com
os dados colhidos oriundos das observações em campo serão discutidos nos
resultados, porém como não foi possível ter acesso à sondagem realizada na
obra, este item não será abordado.
5.1. Caracterização da área de estudo
O estudo foi realizado na obra de ampliação (construção do R.U,
laboratórios e salas) da Universidade Regional do Cariri – URCA, Campus
CRAJUBAR, na cidade de Juazeiro do Norte (figura 07).
Figura 07: localização do Município onde ocorreu o estudo.
Fonte: Adaptado de IPECE (2018)
4
4 Disponível em: <http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/11/139x.htm> Acesso dia 01 de
Novembro de 2018.
42
Juazeiro do Norte, situado ao Sul do Ceará, na Região Metropolitana
do Cariri, é uma cidade, cuja população está estimada em 271 mil habitantes,
se consolidando como a terceira cidade mais populosa do estado (IBGE, 2018).
5De acordo com a Prefeitura municipal de Juazeiro do Norte (2018)6, o
município se destaca pelo turismo religioso, pelo polo artesanal e acadêmico.
Segundo o Jornal “O povo”7 (2017), o município em questão ocupa a terceira
colocação do setor calçadista do País. Outro destaque visível é o setor da
Construção Civil, que teve um aumento elevado de construção de edifícios de
grande porte (DIÁRIO DO NORDESTE8, 2016).
A área onde a obra se encontra era um antigo trecho da Rua Celso
Gomes Alves (latitude -7227507, longitude -39324652), o qual foi cedido pela
Prefeitura municipal à URCA (Figura 08).
Figura 08: localização da obra.
Fonte: GOOGLE MAPS adaptado (2018)
9
5 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/juazeiro-do-norte/panorama> Acesso dia 01 de Novembro de 2018. 6 Prefeitura municipal de Juazeiro do Norte. Disponível em: <
http://www.juazeiro.ce.gov.br/Cidade/Dados-gerais/> Acesso em: 05 de Novembro de 2018. 7 Jornal “O Povo”. Disponível em: <
https://digital.opovo.com.br/flip/127/2696/193837/original.pdf> Acesso em: 05 de Novembro de 2018. 8 DIÁRIO DO NORDESTE. Disponível em:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/mercado-imobiliario-volta-a-crescer-em-juazeiro-do-norte-1.1650316 Acessado em: 05 de Novembro de 2018. 9 GOOGLE MAPS. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@-7.2332102,-
39.4087689,15z?hl=pt-BR&authuser=0> Acesso dia 01 de Novembro de 2018.
43
Como visto na figura acima, o trecho da rua cedida à URCA é uma
área relativamente grande, tornando viável a execução da obra de ampliação
do Campus e agregando benefícios para a comunidade acadêmica da
Universidade.
44
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Restaurante Universitário (R.U.) da Universidade Regional do
Cariri foi executado com fundações superficiais, sapatas isoladas. A Figura 09
mostra a planta geral da locação das sapatas.
Figura 09: planta de locação dos pilares e sapatas.
Fonte: DAE10
, 2017
É possível observar que as sapatas apresentavam diversos
tamanhos e profundidades. A Tabela 01 apresenta as dimensões das sapatas
executadas na referida obra.
Tabela 01 – Quantidade de sapatas isoladas
Quantidade A (cm) B (cm) h (cm)
5 125 125 35
6 180 180 50
5 200 200 55
2 220 220 60
3 250 250 70
1 290 305 80
3 325 340 85 Fonte: o autor
Apesar das diferenças geométricas apresentadas, o método de
execução não diferiu, portanto, sua análise será realizada de maneira
generalizada.
10
DAE – Departamento de Arquitetura e Engenharia da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte..
45
6.1. Marcação do gabarito
Após a realização do estudo do solo, da área a ser edificada e da
terraplanagem, a etapa seguinte foi a marcação do gabarito. O método
escolhido foi o das tábuas corrida. Esse método traz mais segurança, pois
devido os barrotes ficarem fixados no chão não corre risco de haver nenhum
deslocamento. A Figura 10 mostra como ficou a locação pelo método adotado.
Figura 10: marcação de gabarito - método das tábuas corridas.
Fonte: própria (2018)
Como matéria prima, foram utilizados barrotes, tábuas e concreto.
Auxiliados por ferramentas para realizar a escavação dos furos para fixação
dos barrotes, como a cavadeira articulada e pás. Os barrotes foram fixados no
solo e ficaram com distância entre eles de 1,5m. Assim como o gabarito ficou
2m distante da futura edificação. A execução do serviço contou com a mão-de-
obra qualificada do encarregado, do eletricista e de alguns serventes. As
ferramentas utilizadas para realizar a tarefa foram: trena, fita métrica, esquadro,
mangueira de nível, prumo, entre outros.
A execução da locação de obra realizada por um topógrafo é
bastante benéfica para a edificação, pois mesmo a empresa possuindo
colaboradores qualificados (mestre de obra, encarregado, pedreiros, etc) para
realizar a marcação do gabarito, os equipamentos utilizados por eles (trena, fita
métrica, esquadro, mangueira de nível, prumo, etc) não são tão precisos como
46
os equipamentos utilizados por um profissional de topografia, uma vez que este
dispõe de equipamentos tecnológicos precisos, como é o caso da estação total.
O nivelamento do gabarito (Figura 11) foi realizado através da
mangueira de nível. Também utilizaram prumo e nível de mão, para alinhar os
barrotes.
Figura 11: marcação do gabarito – nivelamento.
Fonte: própria (2018)
A mangueira de nível era relativamente pequena para a área a ser
locada. Quando o procedimento de nivelamento é realizado com o auxílio da
mangueira de nível é importante que esta tenha comprimento extenso para
contemplar toda a área ou pelos menos contemplar o máximo de pontos
possíveis a serem locados, para evitar o acúmulo de erro gerado pela
imprecisão desse método.
6.2. Escavação
Todo processo de escavação foi realizado de forma manual, apesar
do projeto estrutural do empreendimento ser composto por vinte e cinco
sapatas isoladas, o que resultou em grandes volumes de escavação, que
demandariam a utilização de máquinas. Na Figura 12 é possível observar o
processo de marcação da área de escavação de uma sapata.
47
Figura 12: marcação da área a ser escavada para vala da sapata: (a) marcação através das linhas e (b) marcação com hastes para delimitar a área.
Fonte: própria (2018)
A marcação da área que foi escavada para vala da sapata deu-se
por meio da marcação do eixo do pilar contido no gabarito. Foi arramada uma
linha no sentido longitudinal e outra no sentido transversal, como demonstra a
Figura 12(a) e na intersecção das linhas foi delimitado o eixo do pilar e,
consequentemente, da sapata, pois o pilar encontrava-se no centro da mesma.
A partir daí foi verificado no projeto a distância do eixo para as bordas da
sapata e demarcado no chão com riscos feitos com um pedaço de barra de aço
e também foram fixadas no solo hastes para identificar os limites da
escavação, como mostra na Figura 12(b). A escavação da camada arenosa
ocorreu de forma manual, através da técnica de encharcamento do solo, Figura
13.
48
Figura 13: escavação da vala para sapata isolada: (a) encharcamento do solo. (b) escavação em camadas e (c) finalização.
Fonte: própria (2018)
Para facilitar a escavação, os colaboradores umedeceram o solo
Figura 13(a) a fim de deixá-lo menos resistente. Após o solo absorver a água, o
colaborador utilizou a técnica de escavação em camadas para realizar a
escavação Figura 13(b), com auxílio de ferramentas (chibanca, pá) comumente
vistas nesse tipo de serviço. Na Figura 13(c) é possível observar a finalização
da escavação. Onde a superfície da mesma foi totalmente limpa e,
posteriormente, regularizada, como mostra na Figura 14.
Figura 14: compactação do fundo da vala para sapata isolada.
Fonte: própria (2018)
Durante a compactação foi utilizado um compactador artesanal,
popularmente conhecido na construção civil como malho. A superfície do fundo
da vala foi molhada a fim de melhorar a compactação da mesma. Este
procedimento fez-se necessário para deixar o solo mais coeso e para evitar
49
que o material da vala se misturasse com o concreto magro que foi lançado
posteriormente. Vale salientar que a compactação não foi realizada na
umidade ótima e que nenhum procedimento de controle da compactação foi
utilizado.
Por gerar grande imprecisão, a execução de escavação manual
deve acontecer apenas em pequenas obras, visto que a mesma demanda
muitos esforços e reduz a produtividade. Tanto a escavação, como a
compactação, poderia ter sua produtividade e controle de qualidade elevados,
e redução no custo, se fossem realizadas com equipamentos mecânicos.
6.3. Armadura
A etapa de confecção da armadura foi realizada concomitantemente
com a escavação das valas. Uma etapa que exigiu bastante atenção, pois a
armadura teve uma representatividade de 5,20% do orçamento inicial,
chegando a 5,30% do valor final da obra. O processo de corte e dobra da
armadura ocorreu integralmente no canteiro de obra. Devido a esse fato e
considerando sua representatividade no custo total da obra, foi desenvolvido
um trabalho preventivo de corte da barra de aço visando reduzir a perda do
insumo.
A elaboração do plano de corte das barras foi realizada sobre uma
análise minuciosa do projeto estrutural de fundações (Figura 15). Foram
analisados todos os comprimentos de barras que demandava em cada sapata.
Através do plano de corte foi possível reduzir a perda de aço das fundações,
inicialmente prevista em 9,98% para 6,02%. Alguns estudos e literaturas tratam
de 5% a 10% como perda aceitável de aço. Borges (2009) cita, por exemplo,
que a perda do aço deve ficar dentro dessa margem e nunca ultrapassar os
10%. A Figura 15 mostra o comparativo de perdas com e sem o plano de corte.
50
Figura 15: projeto estrutural das fundações do R.U.
Fonte: DAE11
, 2017
A Figura 15 mostra dois exemplares de sapata isolada contidas no
projeto estrutural das fundações do R.U, o qual é fruto do presente estudo. É
possível observar a variedade de dimensões da mesma. O que tornou a
compatibilização das barras mais trabalhosa.
Figura 16: comparativo de perdas de corte.
Fonte: própria (2018)
11
DAE – Departamento de Arquitetura e Engenharia.
6,36
4,50
15,30
5,09
2,22
9,48
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
8mm 10mm 12,5mm
ÍND
ICE
DE
PO
RC
ENTA
GEM
COMPARATIVO DE CORTE DA BARRA DE AÇO EM (%)
SEM PLANEJAMENTO COM PLANEJAMENTO
51
Apesar de a perda total apresentar um índice de 6,02%, a perda
para cada bitola de aço utilizada, Ø8mm; Ø10mm; Ø12,5mm, apresentou,
respectivamente, os seguintes índices: 5,09%; 2,22% e 9,48%, onde o menor
índice de perda registrado, no caso o de Ø10mm, ocorreu devido a maior
flexibilidade na compatibilização das barras solicitadas em projeto, para resultar
em um comprimento equivalente ao da barra adquirida, ou seja, 12m. Já no
caso do aço de Ø12,5mm ocorreu o inverso, logo sua perda foi maior. Isso
confirma que a perda ocorrida na obra está dentro dos padrões, visto que a
perda máxima foi inferior a 10%. É importante salientar que o planejamento
realizado para o plano de corte foi uma intervenção proposta por esse trabalho.
Antes da intervenção, o processo de corte e dobra era realizado de
forma desorganizada, onde não se atentava para o desperdício do aço e o
mesmo era cortado de forma aleatória, observando apenas o comprimento
solicitado em projeto e não se preocupando com a compatibilização deste, a
fim de obter o aproveitamento total ou mais próximo possível da totalidade da
barra de aço. Após a intervenção foi possível observar maior organização na
realização do processo em questão, aumento da produtividade e redução da
perda, como mostrado na Figura 15.
Como ratificado anteriormente, todo processo de corte e dobra foi
realizado manualmente. Na Figura 16 é possível observar a produção manual
da armadura.
Figura 17: produção de armadura de aço: (a) estiramento das barras e (b) dobra das barras.
Fonte: própria (2018)
52
Como as barras são entregues pelo fornecedor, dobradas ao meio, é
necessário fazer o estiramento das barras de aço, Figura 16(a). O
procedimento de corte foi realizado em uma estrutura improvisada que continha
uma serra policorte e a dobra, Figura 16(b), realizada em uma estrutura de
madeira com uma chapa de aço contendo alguns pinos (que servem
justamente para auxiliar na dobra das barras) e utilizando a chave de dobra
aço. No processo de dobra do aço houve atenção por parte do ferreiro de
analisar o projeto, identificar o comprimento das moldas nas pontas das barras
e separá-las para não misturar as barras de sapatas diferentes, bem como as
barras da mesma sapata, porém de sentido oposto.
O procedimento de montagem da armadura das sapatas consistiu
em observar no projeto a posição e o espaçamento das barras. Todas as
barras foram ponteadas (amarradas) com arame. Após a montagem, as
mesmas ficaram aguardando a execução das formas e do lastro de concreto
para serem colocadas, como mostrado na Figura 17.
Figura 18: colocação da armadura.
Fonte: própria (2018)
Na colocação da armadura foi observado o posicionamento correto
da mesma. Um fator negativo mostrado na figura acima é a falta de
espaçadores fixados na armadura, o qual tem função importante para os
elementos estruturais. Esse fator é bastante relevante, pois são eles que
garantem o cobrimento mínimo exigido em projeto. A não existência dos
53
espaçadores pode ocasionar a redução da vida útil da edificação, uma vez que
o cobrimento da armadura não está em conformidade e os agentes causadores
da degradação da mesma terão mais facilidade em chegar até ela.
6.4. Formas
Os procedimentos executivos das formas são, relativamente
simples. As únicas observações feitas foram quanto à observação do projeto
para não errar nas dimensões e a minimização dos desperdícios da madeira.
Na Figura 18 é possível observar a locação da forma dentro da vala de uma
das sapatas.
Figura 19: locação da forma: (a) colocação da forma, (b) colocação da forma no esquadro e (c) conferência do esquadrejamento da forma.
Fonte: própria (2018).
A colocação da forma, Figura 18(a), dentro da vala foi realizada por
dois colaboradores. Um entregando e o outro recebendo dentro da vala. Assim
como o eixo dos pilares, as formas foram locadas com o auxílio das linhas
guias amarradas nos pregos que estavam fixados no gabarito, Figura 18 (b).
Foi fixado um prego na metade de cada lado da forma. Em seguida foi
amarrada uma linha em cada par de pregos em paralelo. A Figura 18 (c)
mostra a análise do prumo, onde foi verificado se o alinhamento das linhas que
foram amarradas na forma estava coincidindo com o alinhamento das linhas
amarradas no gabarito, visando garantir o perfeito alinhamento da forma.
Finalizando a etapa, foram fincados pedaços de barras de aço nas laterais para
impedir a movimentação da forma, como mostra na Figura 19.
54
Figura 20: colocação de hastes para evitar a movimentação da forma
Fonte: própria (2018)
A colocação das hastes serviu para evitar que houvesse qualquer
tipo de movimentação da forma após a locação. Uma vez havendo o
deslocamento da forma (por mínimo que seja) é necessário realizar a locação
novamente, pois o eixo representado com uma haste de aço que está no centro
da forma não coincidirá mais com o eixo gerado pelas linhas guias fixados no
gabarito.
6.5. Lastro de concreto
Foi utilizado um lastro de concreto, concreto magro, com espessura
de 5cm (Figura 20). O lastro de concreto serviu para regularizar a área que
recebeu a sapata, formando uma camada coesa e mais resistente, isolando o
solo natural do concreto da sapata a fim de evitar a perda de água do concreto
para o solo.
55
Figura 21: execução do lastro de concreto: (a) execução do lastro de concreto e (b) conferência da espessura do lastro de concreto.
Fonte: própria (2018)
O lastro de concreto foi executado de forma uniforme, Figura 20(a),
com bastante atenção para preencher toda a área da forma. Foi conferida a
espessura do mesmo, Figura 20(b), a fim de confirmar que toda a área ficasse
com a espessura desejada.
Assim como todo o concreto dos elementos estruturais, o lastro de
concreto também foi compactado, adensado, diminuindo os vazios.
6.6. Concretagem
A concretagem foi executada integralmente no canteiro de obras.
Todo o concreto foi realizado em betoneira fixa. Por ter sido executado no
próprio canteiro de obras e não ter disposto de meios de controle do concreto
mais efetivo, a atenção se voltou principalmente para colocação das medidas
corretas dos componentes do concreto (cimento, areia, brita e água), em
especial para o fator água/cimento. Na figura 21 observa-se a dosagem e o
preparo do concreto realizado no próprio canteiro de obras.
56
Figura 22: preparo do concreto.
Fonte: própria (2018).
O meio utilizado para medir os componentes do concreto foi a
padiola. Os componentes foram lançados à betoneira na seguinte sequência:
água, cimento, brita, areia e aditivo. Algumas literaturas dizem que a sequência
correta para gerar um bom concreto é: adicionar metade da água, em seguida
colocar a brita e deixar misturando por pelo menos um minuto, pois trata-se de
um agregado menos poroso. Depois coloca o cimento e, por último coloca a
areia e a outra metade da água. Deixar misturando por no mínimo três minutos.
Após fazer o concreto, ele foi transportado em carro de mão até a região onde
foi realizada a concretagem da sapata. Na Figura 22 é possível verificar o
processo de concretagem da sapata.
Figura 23: lançamento do concreto.
Fonte: própria (2018)
57
O concreto foi transportado em carro de mão até as proximidades da
sapata que estava sendo executado e lançado com utilização de uma pá. No
início da concretagem era utilizado o balde para colocá-lo no entorno da
armadura do pilar (Figura 23a). Quando estava finalizando a concretagem da
sapata, que não tinha mais espaço para o colaborador que estava realizando a
concretagem trabalhar ou restava apenas alguma área pequena para
concretar, o concreto era colocado no balde e entregue ao colaborador para
que ele colocasse apenas nos locais que ainda necessitavam. Na Figura 23 é
mostrado como era disposto o concreto oriundo dos primeiros lançamentos.
Figura 24: execução da concretagem da sapata: (a) início da concretagem e (b) sequência da concretagem.
Fonte: própria (2018)
A concretagem foi sempre iniciada no entorno da armadura do pilar.
Esse procedimento foi adotado para evitar sua movimentação, deixando-a fixa
e estável. Um procedimento importante que foi realizado durante toda a
concretagem foi o adensamento do concreto através do vibrador tipo agulha
(Figura 24).
58
Figura 25: adensamento do concreto.
Fonte: própria (2018)
O adensamento do concreto foi realizado desde o início da
concretagem da sapata. O procedimento foi realizado quantas vezes jugou-se
necessário após o lançamento de uma determinada quantidade de concreto. O
colaborador manuseou o equipamento sempre procurando mantê-lo de forma
reta para melhor adensar, porém em algumas ocasiões, como mostrado na
figura acima, foi necessário dar uma inclinada para atingir os espaços
pequenos. Na Figura 25 é mostrado o processo de modelagem e finalização da
sapata.
Figura 26: modelagem da sapata: (a) modelagem da sapata e (b) finalização da sapata.
Fonte: própria (2018)
59
Após ultrapassar a altura da forma, houve uma concentração de
concreto entorno da armadura do pilar e, posteriormente, foi realizada a
moldagem da sapata Figura 25(a). Por fim, a sapata foi finalizada com a
colocação das moscas Figura 25(b) (pequenos pedaços de tábuas que
serviram de apoio para colocação da forma do pilar).
É importante salientar que o concreto utilizado nas fundações,
moldado in loco, não passou por nenhuma aferição de qualidade. A precisão
dos materiais não foi mensurada. A umidade da área e a relação água/cimento
não foram corrigidas. Não foi realizado o ensaio de abatimento do tronco de
cone, nem retiradas amostras para verificação da resistência final.
Vale ressaltar que o volume de concreto (42,32 m³) justifica a
utilização de concreto usinado, visto que o mesmo apresenta mais garantia de
qualidade, pois a central de usinagem de concreto dispõe de equipamentos
tecnológicos e meios de dosagem mais precisos garantindo, assim, a
resistência estabelecida em projeto e gerando concreto com maior nível de
qualidade.
6.7. Cura
A etapa de cura foi iniciada após a observação da pega do concreto,
em aproximadamente 2,5hs após o início da concretagem. Foi desenvolvida
com o auxílio de uma mangueira por onde a água foi lançada na sapata. O
processo se repetiu de três a quatro vezes por dia ou tão logo viu-se a
necessidade de lançamento de água por conta do forte calor e da rápida
evaporação. A cura teve duração de quatro dias. Segundo a Associação
Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (ABESC, 2007), o
processo de cura do concreto tem que ser no mínimo de sete dias.
O não cumprimento do tempo mínimo de cura pode propiciar o
surgimento de trincas, fissuras e acarretar na não hidratação das partículas de
clínquer, contidas no cimento, fato este que tem influência direta na resistência
do concreto.
60
7. CONCLUSÃO
O trabalho em questão trouxe uma abordagem bastante interessante
e importante na atualidade, visto a crescente demanda por produtos de
qualidade juntamente com a exigente cobrança dos clientes por tal aspecto. Foi
desenvolvida uma ampla explanação bibliográfica a cerca do tema proposto, o
qual foi fruto de embasamento para a discussão das questões que se
sucederam.
A etapa de locação, tanto do gabarito como dos elementos
estruturais foram bem executadas, porém, apesar de tais procedimentos terem
sido bem executados, sem gerar erros que prejudicassem a locação da
edificação, pelo menos na marcação do gabarito, seria interessante a presença
de um topógrafo para realizar a tarefa, pois o mesmo dispõe de equipamentos
mais precisos, capazes de evitar erros, além de promover mais agilidade e
produtividade.
Como apresentado nos resultados, a escavação manual das valas
para as sapatas tornou-se um fator negativo pelo fato da baixa produtividade
nessa etapa, contudo, em termos de atendimento às exigências do projeto não
houve prejuízo.
Um fator bastante positivo durante a execução das sapatas foi a
realização do planejamento do corte do aço. Através dele foi possível minimizar
a perda do aço, fator relevante dado a representatividade do insumo no
orçamento da obra, além da diminuição de tempo para executar os cortes, uma
vez que o planejamento do corte proporcionou maior organização dessa tarefa.
Em contrapartida, a não colocação de espaçadores na armadura para garantir
o cobrimento mínimo da mesma pode ter influência direta na vida útil do
projeto.
A falta de controle do concreto foi outro fator negativo constatado
durante a execução das sapatas. O concreto foi executado in loco, sem
precisão nas medidas de traço (utilizando parte do material em volume), sem
controlar umidade e o fator água/cimento. A utilização do concreto usinado
resolveria toda questão de controle de qualidade do concreto, além de propiciar
mais rapidez de execução.
61
Por fim, no procedimento de cura também não foi seguida as
recomendações das literaturas, em relação a quantidade de dias, entretanto,
durante o período que se realizou, mais da metade do tempo recomendado,
houve preocupação em manter a estrutura em contato constante com água,
para ajudar no processo de hidratação do cimento..
De maneira geral, a execução das sapatas isoladas, do R.U. da
URCA, foi satisfatória. Algumas recomendações propostas pelos autores que
foram consultados durante o trabalho foram atendidas, porém, alguns fatores
importantes, como a locação, a concretagem, o recobrimento e a cura foram
marcos negativos, visto que na execução desse elemento estrutural é de
fundamental importância que se adote medidas para gerar e agregar o maior
índice de qualidade possível.
Algumas recomendações futuras são válidas para o campo desse
estudo: elaboração de um roteiro para acompanhamento do serviço;
acompanhar o desempenho da obra pós ocupação, para verificar se haverá
patologias devido os pontos negativos observados na execução das sapatas;
controle eficiente do concreto; agregação de valor ao produto por atendimento
às exigências de qualidade; balanço custo-benefício do emprego de
equipamentos mecânicos para o setor da Construção Civil. Por todas as
questões envolvendo qualidade que vivemos atualmente, esses estudos
merecem destaque.
62
REFERÊNCIAS
ABESC – Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem. Manual do Concreto Dosado em Central. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.abesc.org.br/pdf/manual.pdf>. Acesso em: 19 set. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000: Sistema de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulários. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
________. NBR ISO 9001: Sistema de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
________.NBR 9061: Segurança de escavação a céu aberto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1985.
________.NBR 7480: Aço destinado a armadura para estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
________.NBR 6122: Projeto e execuções de fundação. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
________.NBR 15575-1: edificações habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
________.NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
ALONSO, U. R. Exercício de fundações. São Paulo: Edgard Blücher, 1983.
ALVA, G. M. S. Projeto estrutural de sapatas. Disponível em: <http:www.coral.ufsm.br/decc/ECC1008/Downloads/Sapatas.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018.
ANDRADE, L. D. O; MELO, F. J. C. Uso das ferramentas da qualidade: um estudo de caso em um corte e dobra de aço para construção civil. Disponível em: <https://even3.azureedge.net/anais/42930.pdf>. Acesso em: 02 set. 2018.
ARAÚJO, L. C. O papel do corte e dobra de vergalhão para a construção sustentável. 2013. 55f. Monografia (Especialização em Construção Civil) – Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
BASTOS, P. S. S. Sapatas de fundação. Disponível em: <http:wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto3/sapatas.pdf. Acesso em: 02 set. 2018.
BORGES, C. A. M. O conceito de desempenho de edificações e a sua importância para o setor da construção civil no Brasil. 2008. 263f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Construção Civil e Urbana) – Programa de Pós-Graduação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
BORGES, A. C. Práticas das pequenas construções. 9. ed. São Paulo: Blücher, 2009.
63
BUDHU, M. Fundações e estruturas de contenção. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
CAMPOS, J. C. Elementos de fundações em concreto. São Paulo: Oficina de textos, 2015.
CROSBY, P. B. Qualidade – Falando sério. São Paulo: McGraw-Hill, 1990.
DA SILVA, E. L; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.
DA SILVA, W. R. L. Concreto dosado em central: proposta de metodologia de controle de qualidade e identificação das causas de variabilidade no processo de produção do concreto. 2010. 313 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
DA SILVA, E. V. M. Estudo dos avanços tecnológicos na locação de obras de edificações. 2015. 82 f. Projeto, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro. 2015.
DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques-Saraiva, 1990.
FORTE, S. H. A. C. Manual de elaboração de tese, dissertação e monografia. Disponível em: < http://hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/UNIFOR-Normas.pdf> Acesso em: 30 de out. 2018.
FREIRE, T. M; SOUZA, U. E. L. Alternativas para a redução do consumo de materiais e mão-de-obra no serviço de concretagem. In. ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2000. Salvador. Anais... São Paulo: ANTAC, 2000. p. 637-644.
FREITAS, C. S. Gestão da qualidade. Disponível em: https://www.kenye.files.wordpress.com/2010/01/gestao_da_qualidade_apostila_2009_1.pdf> Acessado em: 16 ago. 2018.
FUCK, M. Produtividade na fabricação de armaduras fornecidas pré-montadas para os canteiros de obra. 2015. 145f. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GONZALEZ, R. V. D; MARTINS, M. F. Melhoria contínua no ambiente ISSO 9001:2000: estudo de caso em duas empresas do setor automobilístico. Disponível em: <http:www.redalyc.org/articulo.oa?id=396742031014>. Acesso em: 20 set. 2018.
HABITZREITER, M. Estudo comparativo entre concreto usinado e concreto produzido no canteiro de obras. 2015. 71f. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí, 2015.
HACHICH, W. et al.. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998.
64
HILLESHEIM, R. Procedimentos de locação empregados em obras de engenharia. 2015. 110f. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015.
ISO 6241. Padrões de desempenho na construção: princípios para sua preparação e fatores a serem considerados. Portugal, 1984.
JANUZZI, U. A. Sistemas de gestão da qualidade na construção civil: um estudo a partir da experiência do PBQP-H junto às empresas construtoras da cidade de Londrina. 2010. 165 f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Negócios) – Programa de Pós-Graduação, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
MAHL, R. E; ANDRADE, J. J. O. Aplicabilidade da norma nbr 15575/2008 edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – desempenho: estudo de caso e análise crítica. Disponível em: <http:www.infohab.org.br/entac2014/2010/arquivos/368.pdf>. Acesso em: 29 set. 2018.
Manual SH de Fôrmas para Concreto e Escoramentos Metálicos. São Paulo: Pini, 2008.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARDER, T. S; FORMOSO, C. T. Oportunidade de melhorias na cadeia de suprimentos do aço cortado e dobrado para a construção civil. Disponível em:<ftp://ip20017719.eng.ufjf.br/Public/AnaisEventosCientificos/ENTAC_2004/trabalhos/PAP0444d.pdf>. Acesso em: 31 ago. 218.
MELO, F. S. Sistema de apoio a auditoria de normas de gestão da qualidade – ISO 9001. 2011. 62 f. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis. 2011.
MILITO, J. A. Técnicas de construção civil. Disponível em: <http:www.demilito.com.br/prefacio-ver.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.
NAZAR, N. Fôrmas e escoramento para edifícios: critérios para dimensionamento e escolha do sistema. São Paulo: Pini, 2007.
OHSAS 18001. Sistemas da gestão e segurança da saúde do trabalho – Requisitos. 2007.
OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Cengage learning, 2012.
ORSE – Orçamento de Obras de Sergipe. Escavação manual em campo aberto: Especificações de Infra-estrutura – Terraplanagem. Aracajú: CEHOP, 2018. Disponível em: < http://187.17.2.135/orse/esp/ES00177.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.
PALIDINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
65
PEREIRA JÚNIOR, A. Qualidade total. Disponível em: <http://www.uern.br/professor/arquivo_baixar.asp?arq_id=1940>. Acesso em: 17 set. 2018.
PINHEIRO, A. C. F. B; CRIVELARO, M; PINHEIRO, R. G. B. Projeto de fundações e terraplanagem. São Paulo: Érica, 2015.
PIRES, R. Acompanhamento da construção da estrutura da câmara de carga de uma central geradora hidrelétrica. Disponível em: < http://revista.uniplac.net/ojs/index.php/engcivil/article/view/1867>. Acesso em: 17 set. 2018.
POSSAN, E; DEMOLINER, C. A. Desempenho, durabilidade e vida útil das edificações: abordagem geral. Disponível em: <http:www.creaprw16.crea-pr.org.br/revista/sistema/index.php/revista/artide/viewFile/14/10>. Acesso em: 28 set. 2018.
PRAÇA, E. R; BARROS NETO, J. P. Estudo comparativo de custos do processo de preparação e execução de armaduras de aço tradicional em relação ao processo de fornecimento industrializado de aço moldado fora do canteiro de obras. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR32_0957.pdf>. Acesso em: 02 set. 2018.
PRODANOV, C. C; DE FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
RAULINO, M; DARÉ, M. E. Estudo comparado dos custos diretos dos serviços de armação com o método tradicional e o método industrializado para residências unifamiliares. Disponível em: <http:www. http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/4073/1/Magnon%20Raulino.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018.
RIBEIRO, C. A. N. Desenvolvimento de processos CAD/CAM para a pormenorização e produção industrial de armaduras para elementos de betão armado. 2013. 101 f. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas: da implantação ao acabamento. São Paulo: Érica, 2014.
SCHNAID, F; ODEBRECHT, E. Ensaios de campo e suas aplicações à engenharia de fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2012.
SOUZA, U. E. L; PALIARI, J. C. Método para o prognóstico do consumo de aço para estruturas de concreto armado. Disponível em: < ftp://ip20017719.eng.ufjf.br/Public/AnaisEventosCientificos/ENTAC_2004/trabalhos/PAP0486d.pdf>. Acesso em: 02 set. 2018.
VELLOSO, D. A; LOPES, F. R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo: Oficina de textos, 2010.
66
VITORELI, G. A; CARPINETTI, L. C. R. Análise da integração dos sistemas de gestão normalizados ISSO 9001 e OHSAS 18001: estudo de casos múltiplos. In: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2013, São Carlos – SP. Trabalho Apresentado. São Carlos – SP: Universidade de São Paulo, 2013. p. 204-217.
WAVRZYNCZAK, H. C; ULBRICHT, G; TEIXEIRA, E. S. M. Modelo matemático para cortes de barras de aço no processo de fabricação de triângulos. Holos, Rio Grande do Norte, v.8, n. 31, p. 252-261, dez. 2015.
YAZIGI, W. A. técnica de edificar. 10. ed. São Paulo: Pini: SindusCon, 2009.
ZALAF, R. S; MAGALHÃES FILHO, S. R; BRAZ, T. C. Estudo do controle tecnológico e recebimento do concreto em obra. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Goiás. Goiânia. 2014.