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Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física Mestrado em Educação Física EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS SELVAGENS E LDL KNOCKOUT SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS OVARIANOS: ESTUDO MORFOQUANTITATIVO Ledimar Brianezi São Paulo 2011

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Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física

Mestrado em Educação Física EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS SELVAGENS E LDL KNOCKOUT SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS OVARIANOS: ESTUDO MORFOQUANTITATIVO

Ledimar Brianezi

São Paulo 2011

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Universidade São Judas Tadeu

Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS SELVAGENS E LDL KNOCKOUT SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS OVARIANOS: ESTUDO MORFOQUANTITATIVO

Ledimar Brianezi

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física. Linha de Pesquisa: Bases Biodinâmicas da Atividade Física. Orientadora: Profa. Dra. Laura Beatriz Mesiano Maifrino.

São Paulo 2011

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Dedico esta dissertação aos meus pais, que sempre estimularam meus estudos, e em especial a minha esposa, que compreendeu minhas constantes ausências...

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Agradecimento Especial I

A amiga, orientadora e professora, Laura, que sempre esteve ao meu lado,

apoiando, corrigindo e orientando as etapas deste trabalho e, ensinando

pacientemente com alegria e amizade durantes esses anos... Muito Obrigado!!!

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Agradecimento Especial II

A minha esposa que sempre me apoiou durante todo o período do curso. Muito

obrigado por suportar, desde o primeiro dia de nosso casamento, minha

ausência em casa e em sua vida. A sua compreensão, amor e carinho foram

incentivadores para o meu desempenho e trabalho durante esse período.

Te amo, minha linda...

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me dado força e animo para chegar

até aqui e por concluir este trabalho. Pelas incontáveis bênçãos sem medidas

derramadas em minha vida, a qual sempre guiou. Pela certeza e segurança

que esteve comigo nas horas em que mais precisei, mostrando o amor e a

atenção de um Pai e Amigo, dando-me a certeza de que sempre está ao meu

lado. Obrigado pela força aí de cima!!!!

Agradeço aos meus pais Aparecido e Maria Lucia que sempre me deram a

oportunidade de estudar, nunca poupando esforços, mesmo quando frente a

grandes dificuldades. Esta é a verdadeira herança que possuímos, a

educação, o respeito e os conceitos aprendidos em um lar humilde guiados por

vocês. O meu eterno amor e gratidão a vocês dois por sempre estarem ao meu

lado.

Aos meus irmãos que sempre estiveram ao meu lado, compartilhando todos os

momentos alegres e difíceis, sempre me apoiando de todas as maneiras

possíveis. Amo muito vocês...

Aos meus novos pais, Jair e Ivonete, que mesmo distantes, torceram,

acreditaram e ajudaram conforme podiam, das formas mais variadas. Amo

vocês também!!!

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Esta dissertação é fruto de um trabalho em equipe, no qual sem a colaboração

de todos, este trabalho não teria sido concluído. Logo...

Agradeço a todos amigos, colegas, professores e funcionários da USJT, que

sempre me apoiaram, nos bons e maus momentos, para a concretização deste

trabalho.

Aos colegas de laboratório, que convivemos mais tempo que com as nossas

próprias famílias, um agradecimento especial àqueles que me receberam no

início do curso e me ensinaram tudo aquilo o que eu não tinha a menor ideia

como deveria ser feito e que compartilham os mesmos desafios, pela

convivência do dia-a-dia: Cláudia, Luis, Kamila, Michele, Janaína, Jaqueline,

Daniele, Sebastião, Elizabeth e a Nathália, agradeço pelo apoio, ensinamentos,

e principalmente, pelo companheirismo.

Não poderia deixar de agradecer a todos os amigos do 7º andar, ao André e

sua equipe, pelo apoio sempre imediato e especialmente à Leide que nos

acompanhou e nos ensinou os procedimentos durante todos esses anos. Deixo

meu muito obrigado a todos os momentos de socorro e ajuda no tratamento

dos animais, quando por algum motivo não pude realizá-lo.

A organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nas pessoas dos amigos

Alacy Mendes Barbosa, Ivan Almeida, Ilson Tércio Caetano, Evaldo Zorzim e

Admilson Almeida, por muito me ensinarem, compreenderem, apoiarem e

oferecerem a oportunidade de cursar e concluir mais esta fase. Muito

obrigado...

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Aos amigos do Instituto Adventista São Paulo, Rhanni Sá, Thiago Furquim,

Geisa Gabrielly, Eliezer Moura, Carlos Lara, Tiago Nascimento, Tércio

Nascimento, Rafael Vasconcellos e toda equipe de professores da Educação

Física Escolar, por promoverem e sustentarem nossa área em minha ausência.

Vocês são especiais!!! Valeu!!

Aqueles que tentaram colocar obstáculos em meus caminhos. Pois a cada

obstáculo superado, mais forças foram adquiridas para continuar a luta e

conquistar meus objetivos!!!

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Brianezi, Ledimar

Efeitos do treinamento físico aeróbio no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas selvagens e LDL Knockout submetidas à privação dos hormônios ovarianos: estudo morfoquantitativo/ Ledimar Brianezi. - São Paulo, 2011.

76 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Laura Beatriz Mesiano Maifrino Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.

1. Atividade física 2. Menopausa – exercício físico 3. Treinamento físico

aeróbio I. Maifrino, Laura Beatriz Mesiano II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

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RESUMO

O desenvolvimento de doenças coronarianas é aumentado com a menopausa,

a inatividade física e também em pessoas portadoras de dislipidemias, que são

fatores causadores de lesões endoteliais e teciduais. Considerado como um

importante tratamento não farmacológico, o treinamento físico auxilia e

promove a melhora em diversas disfunções cardiovasculares. O objetivo deste

trabalho foi verificar os efeitos morfoquantitativos do treinamento físico aeróbio

no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas ovariectomizadas selvagens e

LDL knockout submetidas à privação dos hormônios ovarianos sob parâmetros

histomorfométrico e estereológico. Foram utilizados 30 camundongos fêmeas

divididos em 6 grupos de cinco animais, sendo: controle não-ovariectomizado

sedentário (CS) controle ovariectomizado sedentário (COS); controle

ovariectomizado treinado (COT); LDL knockout não ovariectomizado

sedentário (LDL-S) e LDL-Knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS) e

LDL-Knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Foram analisados a

densidade numérica de núcleos, o volume nuclear médio, a área média, a

densidade de volume dos capilares, interstício, miócitos e fibras colágenas do

ventrículo esquerdo. Os resultados mostram que em relação a densidade

numérica de núcleos, o treinamento aeróbio reduziu os valores para próximo

aos do grupo controle e que a ovariectomia proporcionou o aumento da

mesma; em relação ao volume nuclear médio e a área média dos miócitos, o

treinamento aeróbio de intensidade moderada e a ovariectomia promoveram a

elevação desses valores porém sendo menor na hipercolesterolemia; na

densidade de volume de miócitos, a hipercolesterolemia evidenciou o aumento

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ABSTRACT

desses valores, bem como o treinamento físico; já em relação a densidade de

volume dos capilares e a densidade de volume de fibras colágenas, não houve

alteração; na densidade de volume de interstício, o treinamento físico promoveu

a diminuição desses valores e a hipercolesterolemia fez com que os mesmos

fossem menores em relação ao grupo controle, concluindo que atividade

aeróbia de intensidade moderada ou o tempo de treinamento utilizado em

nossa pesquisa não foram suficientes para que as alterações ocorridas no

grupo hipercolesterolêmico fossem expressivamente significantes.

Palavras-chave: ventrículo esquerdo, treinamento físico aeróbio, morfometria,

estereologia, menopausa.

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The development of coronary heart disease is increased with menopause,

physical inactivity and also in people with dyslipidemia, which are factors that

cause endothelial damage and tissue. Regarded as an important non-

pharmacological treatment, physical training aids and promotes improvement in

several cardiovascular disorders. The aim of this study was to assess the

quantitative morphological effects of aerobic exercise training on left ventricle of

mice and ovariectomized wild LDL knockout subjected to deprivation of ovarian

hormones on histomorphometric and stereological parameters. A total of 30

female mice divided into six groups of five animals, being: control non-

ovariectomized sedentary (CS) control ovariectomized sedentary (COS), control

ovariectomized trained (COT), not LDL knockout ovariectomized sedentary (S-

LDL) and LDL- Knockout ovariectomized sedentary (OS-LDL) and LDL-trained

ovariectomized Knockout (LDL-OT). We analyzed the number density of nuclei,

mean nuclear volume, the average area, the volume density of capillaries,

interstitium, myocytes and collagen fibers of the left ventricle. The results show

that for the numerical density of nuclei, aerobic training reduced the values to

near those of control group and that ovariectomy, the higher the same, in

relation to the mean nuclear volume and mean area of myocytes, the aerobic

training moderate intensity and ovariectomy promoted the elevation of these

values but was lower in hypercholesterolemia; the volume density of myocytes,

hypercholesterolemia showed increased these values, as well as physical

training, as compared to volume density and capillary volume density collagen

fibers, no change; the volume density of interstitium, physical training promoted

the decrease in these values and hypercholesterolemia caused them to be

lower in the control group, concluding that moderate-intensity aerobic activity or

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training time used in our study were not sufficient for changes in the

hypercholesterolemic group were significantly significant.

Keywords: left ventricle, aerobic exercise, morphometry, stereology,

menopause.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Seqüência Experimental ..............................................................21

Figura 02

Treinamento de camundongos em esteira ..................................23

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Figura 03 Sistema teste de linhas e pontos do Software Imaje J ...............26

Figura 04 Densidade numérica de transecção de núcleo (Nv[n]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...33

Figura 05 Volume nuclear médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....34

Figura 06 Área média de transecção do miócito nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-O)..................................................................................................36

Figura 07 Densidade de volume dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)..............................37

Figura 08 Densidade de volume de capilares nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)............................39

Figura 09 Densidade de volume de interstício nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...40

Figura 10

Densidade de volume de fibras colágenas nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Densidade Numérica de transecção de Núcleos (Nv[n]) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)..............................................32

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Tabela 02 Volume Nuclear Médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...34

Tabela 03 Área Média de transecção do Miócito (AM) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)................................................................................................35

Tabela 04

Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....37

Tabela 05 Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....38

Tabela 06 Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....40

Tabela 07 Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AM área média do miócito

CS grupo controle sedentário

COS grupo controle ovariectomizado sedentário

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COT grupo controle ovariectomizado treinado

DCV doença cardiovascular

DCV’s doenças cardiovasculares

DDF dimensão diastólica final

DMaM diâmetro maior do miócito

DMeM diâmetro menor do miócito

FC. Max. freqüência cardíaca máxima

FCR freqüência cardíaca de repouso

FSH hormônio folículo estimulante

HAS hipertensão arterial sistêmica

HDL lipoproteína de alta densidade

LDL lipoproteína de baixa densidade

LDL-S grupo LDL-knockout sedentário

LDL-OS grupo LDL-knokout ovariectomizado sedentário

LDL-OT grupo LDL knockout ovariectomizado treinado

LH hormônio luteinizante

L/min litros por minuto

M molar

mmHg milímetros de mercúrio

Nv[n] densidade numérica de núcleo

PA pressão arterial

PAD pressão arterial diastólica

PAM pressão arterial média

PAS pressão arterial sistólica

QL quilomícrons

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SM síndrome metabólica

VLDL lipoproteína de muito baixa densidade

V volume nuclear médio

Vv[cap] densidade de volume de capilares

Vv[fc] densidade de volume de fibras colágenas

Vv[int] densidade de volume de interstício

Vv[m] densidade de volume de miócitos

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................1

1.1. Constituição do Miocárdio.............................................................................2

1.1.1. Irrigação e Vascularização do Tecido Cardíaco.........................................3

1.2. Menopausa e Doenças Cardiovasculares ....................................................4

1.3. Dislipidemia e Atividade Física .....................................................................6

1.4 Benefícios da Pratica Regular de Atividade Física........................................8

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1.5 Aspectos das Alterações Morfofuncionais Provocadas pelo Exercício........11

2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO ...................................................................16

3. OBJETIVOS ..................................................................................................17

3.1. Objetivo Geral ............................................................................................18

3.2. Objetivos Específicos .................................................................................18

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................19

4.1. Animais e Grupos........................................................................................20

4.2. Sequência Experimental.............................................................................21

4.3. Ovariectomia...............................................................................................21

4.4. Treinamento Físico ....................................................................................22

4.5. Teste de Esforço Máximo ..........................................................................23

4.6. Preparação dos Tecidos ............................................................................24

4.7. Análise Morfológica e Estereológica .........................................................25

4.8. Análises Morfoquantitativas ......................................................................26

4.8.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleo (Nv[n]) de

Miócitos..............................................................................................................27

4.8.2. Volume Nuclear Médio (V) de Miócitos ...................................................27

4.8.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)........................................28

4.8.4. Densidade de Volume de Miócitos (Vv[m]) ...........................................28

4.8.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) .....................................28

4.8.7. Densidade de Volume do Interstício (Vv[int]) ........................................29

4.8.8. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) .............................29

5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ..............................................................................30

6. RESULTADOS ..............................................................................................32

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6.1. Análises Morfométrica e Estereológica ......................................................32

6.1.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleo dos miócitos (Nv[n]).....32

6.1.2. Volume Nuclear Médio dos miócitos (V)..................................................33

6.1.3. Área Média de Transecção dos Miócitos ................................................34

6.1.4. Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) ...........................................36

6.1.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]).....................................38

6.1.6. Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) ..........................................39

6.1.7. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc])...............................41

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..............................................................42

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................63

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INTRODUÇÃO

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1.1. Constituição do Miocárdio

O coração é a máquina bombeadora de nosso organismo e juntamente

com as artérias, veias e o sistema linfático, possui a função da distribuição de

líquidos e a circulação de sangue pelo organismo (BOGLIOLO, 2004).

O tecido cardíaco é composto por miócitos e matriz extracelular. As

fibras (células) musculares do miocárdio dos vertebrados se unem de maneira

irregular formando um retículo. Este retículo, nos mamíferos é subdividido em

feixes e lâminas, envolvidos por tecido conjuntivo, que se distribuem pelo

coração em longas espirais, em particular nos ventrículos. As fibras musculares

do tecido cardíaco apresentam maior número de mitocôndrias, sarcoplasma,

glicogênio e os túbulos T bem desenvolvidos e associados ao retículo

sarcoplasmático (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004; ROSCANI et al, 2010).

Essas fibras são unidas de forma linear, umas às outras, através dos discos

intercalares, que se apresentam, quando vistos ao microscópio de luz, como

faixas escuras perpendiculares ao maior eixo da fibra e em microscopia

eletrônica, os discos apresentam-se com trajeto irregular e escaliforme onde

sua porção transversal é perpendicular à fibra e sua porção lateral tem

orientação paralela à fibra muscular cardíaca (HENRIKSON, KAYE,

MAZURKIEWIC, 1999).

As fibras cardíacas estão interligadas anatomicamente num sentido

término-terminal ou em série pelos discos intercalares que representam

complexos juncionais importantes para a transmissão do impulso nervoso

através do miocárdio. (FOSS, 2000).

Na composição das fibras cardíacas, temos dois tipos de miofilamentos,

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a miosina e a actina, que estão dispostas de forma irregular e ramificadas de

tal forma que possibilitam a confluência com as ramificações das miofibrilas

adjacentes.

Além do tecido conjuntivo, encontramos no miocárdio uma grande e

intensa rede de capilares seguindo as mesmas orientações de suas fibras

(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004; ROSCANI et al, 2010).

Os núcleos dos cardiomiócitos são de forma oval, ocupando até a

metade do diâmetro da fibra, localizando-se normalmente nas partes centrais

da mesma, apresentando geralmente um núcleo por fibra muscular cardíaca

(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004).

1.1.1. Irrigação e Vascularização do Tecido Cardíaco

Todo tecido vivo necessita de suprimento sanguíneo para realizar sua

função, recebendo através do sangue (BOGLIOLO et al. 2004; FOSS, 2000),

oxigênio e nutrientes para a manutenção da vida celular (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 2005; FOSS, 2000) e removendo os produtos do metabolismo

celular .

O tecido cardíaco é irrigado através da circulação coronariana (FOSS,

2000), que tem como uma de suas características a grande quantidade de

oxigênio que é extraída pelo tecido cardíaco, com a pessoa em atividade ou

mesmo em repouso (FOSS, 2000; MARON, 1997).

Cerca de 5% do oxigênio disponível no sangue é extraído pelas células

cardíacas (FOSS, 2000). Estudos verificaram que no tecido cardíaco, o débito

cardíaco em indivíduo em prática de exercícios é de 25L/min. e o fluxo de

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sangue nas artérias coroárias é da ordem de 5%. No tecido muscular

esquelético, temos este fluxo chegando a 85% do débito cardíaco, o que

representa 21L/min. Já em repouso, o débito cardíaco de um indivíduo ativo cai

para 5L/min., onde o fluxo sanguíneo no tecido muscular esquelético é de 20%,

(1L/min.) e o fluxo no tecido cardíaco permanece em 5% (0,25L/min.)

(ANDERSEN,P.; SALTIN, B. 1985).

Durante o exercício, o fluxo sanguíneo tende a ser direcionado ao tecido

esquelético em um percentual maior, para um melhor aporte a aquelas

estruturas. Para isso, é comum acontecer uma vasoconstrição de arteríolas

que irrigam alguns tecidos como os rins, intestino, cérebro e o próprio coração,

fato este que leva à diminuição do fluxo sanguíneo nesses órgãos e um

aumento nos tecidos mais solicitados (WILMORE & COSTILL, 2001).

1.2. Menopausa e Doenças Cardiovasculares

O sistema reprodutor feminino apresenta várias funções, dentre elas a

produção de alguns hormônios e a própria função de reprodução. Estes órgãos

realizam o andamento de um ciclo hormonal que se inicia com a fase

menstrual, passando pela fase proliferativa e terminando na fase secretora.

Essas fases são estimuladas pelas taxas hormonais encontradas no organismo

feminino (COMARCK, 2003).

O hipotálamo secreta o hormônio gonadotrofina que estimula a glândula

adenohipófise, fazendo com que esta secrete dois hormônios fundamentais, o

hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH). Estes

estimulam o crescimento dos folículos e a secreção de alguns outros

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hormônios como a progesterona e o estrogênio que tem dentre suas funções,

beneficiar, o metabolismo de proteínas, garantir as características sexuais

secundárias e das mamas e também diminuir o nível de colesterol no sangue.

O estrogênio pode ser verificado no plasma feminino principalmente na forma

de estroma, estradiol e β-estradiol, sendo este, o mais importante hormônio

secretado pelos ovários. (GUYTON, A. C.; HALL, J. E.,1997)

A menopausa, conferida em idade adulta, se dá através da diminuição da

produção do hormônio estrogênio que é caracterizada através do término da

menstruação, apresentando a atrofia de órgãos genitais como a vagina, útero,

tubas uterinas, ovários e também a atrofia das mamas. Ainda esta diminuição

da produção de estrogênio está envolvida no desenvolvimento de doenças

cardiovasculares (DCV’s) por meio de diversos mecanismos, sendo estas

doenças após a menopausa, as principais causas de morbi-mortalidade.

(PERELLA et al 2003; VALENÇA et al, 2010)

Diversos estudos vêm mostrando que as mulheres pós-menopausadas

apresentam maior risco de desenvolver doenças cardíacas (PERELLA et al.

2003; SOWERS, 1998; IRIGOYEN et al. 2005) quando comparadas com

homens da mesma idade que apresentam outros fatores de risco (STAMPFER

et al. 1991).

Mais de 70 milhões de norte-americanos são portadores de doenças

cardiovasculares (ALLEN et al. 2006) e no Brasil, a principal causa de morte

entre homens e mulheres são as doenças circulatórias. (LIMA et al. 2007).

O estrogênio confere propriedades antioxidantes ao sistema cardiovascular

feminino, com a menopausa, ocorre diminuição da produção deste hormônio,

perdendo assim a proteção cardiovascular (DEBING et al. 2007) e como

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consequência desta perda, ocorre o estresse oxidativo, onde a capacidade

antioxidante endógena não realiza suficiente remoção das espécies reativas

de oxigênio (ERO) (REIS et al, 2008), provocando lesões oxidativas em várias

biomoléculas, fato que leva à perda total da função celular.(CRUZAT et al,

2007; FINKEL, 2003)

1.3. Dislipidemia e Atividade Física

Conceitua-se dislipidemia como alterações metabólicas lipídicas

decorrentes de fatores genéticos ou ambientais, onde o sedentarismo,

inatividade física e dieta inadequada, são fatores agravantes, sendo apontada,

como um grande fator de risco ao surgimento das doenças coronarianas. Os

níveis de lipídeos séricos podem ser influenciados por fatores genéticos,

através da síntese endógena de colesterol, que é produzido principalmente

pelo fígado, e também podem ser alterados por fatores dietéticos como a

ingestão de gorduras saturadas ou de origem animal os principais responsáveis

pelo aumento do colesterol na corrente sanguínea. (COELHO-FILHO et al,

2001)

Desta forma, os níveis plasmáticos de lipoproteínas e de seus

componentes na circulação sanguínea são alterados. Sendo assim, os

triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios entre outros, são transportados no plasma

sanguíneo na forma de lipoproteínas (GIANNINI, 1998). As lipoproteínas são

conhecidas também como apoproteínas e possuem diversas combinações de

lipídeos apresentando diferentes densidades. As apoproteínas têm a função

sinalizadora, dirigindo as lipoproteínas para os tecidos específicos que tenham

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receptores de superfície que as reconheçam. Outro tipo de lipoproteína são os

quilomícrons (QL), possuem uma proporção de triglicerídeos sendo, portanto

pouco densas. As lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) são formadas

por triglicerídeos originários do fígado, que são o resultado da ingestão de

carboidratos e dos ácidos graxos em nossa dieta. Os HDLs, que são

lipoproteínas de alta densidade, compostos por um pouco de colesterol e

muitas proteínas, são sintetizadas no intestino delgado e fígado. Já as LDLs,

que são as lipoproteínas de baixa densidade, são formadas principalmente por

colesterol. Quando temos uma concentração plasmática alta de lipoproteína de

densidade elevada (HDL) e uma concentração plasmática baixa da lipoproteína

de baixa densidade (LDL) bem como de triglicerídeos, essas referências são

consideradas como protetoras contra as coronariopatias (GIANNINI, 1998;

PENALVA, 2008; SANTOS et al, 2001). Neste caso, o HDL funciona como um

protetor das coronariopatias por possuir a capacidade de remover as partículas

de LDL que se encontram na corrente sanguínea, transportando-as para o

hepatócito, prevenindo uma possível oxidação e uma posterior agregação

dessas partículas nas paredes dos vasos sanguíneos (GIULLUM, 2000).

Na menopausa, existe uma incidência maior de níveis elevados de lipídeos

devido à falta de produção dos hormônios sexuais femininos.

Em indivíduos que são fisicamente ativos, independente do peso corporal,

da adoção de dietas específicas e do sexo, os níveis de HDL - colesterol são

mais elevados e os níveis de LDL e VLDL-colesterol e triglicérides são mais

baixos, quando comparados a indivíduos sedentários (CIOLAC &

GUIMARÃES, 2004; ARAUJO et al, 2000).

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Estudos realizados mostraram que o treinamento com exercícios, acelera

as respostas fisiológicas do organismo, aprimora a capacidade funcional,

elevando a qualidade de vida relacionada com a saúde e/ou prolonga a

sobrevida. (CHAKRAVARTHY et al, 2002; FOSS 2000; SILVA, A.S.,ZANESCO,

A., 2010).

1.4 Benefícios da Pratica Regular de Atividade Física

São vários os benefícios adquiridos através da prática de atividade física

de forma regular. O treinamento físico, quando bem orientado e realizado de

maneira correta e criteriosa, traz ao organismo benefícios metabólicos e

cardiovasculares, podendo ser considerado como uma conduta não-

farmacológica importante no tratamento de diferentes patologias (NEGRÃO et

al. 1998).

Com o passar dos anos, os efeitos do envelhecimento podem ser notados

através da diminuição da aptidão aeróbia (FLEG et al, 2005), da força

(LEXELL,J.; 1993), da qualidade de vida, de funções fisiológicas, entre outras.

(CUNHA et al, 2008).

De acordo com IRIGOYEN et al (2003), para os portadores de

cardiopatias, recomenda-se a prática de atividade física aeróbia de 3 a 6 vezes

por semana em intensidade de 40% a 60% da FCR ou um nível de 12 a 16 da

escala de Borg, com duração entre 20 e 60 minutos. É aconselhado que não se

ultrapasse o valor de 70% da freqüência cardíaca máxima (FC. máx.),

utilizando-se uma zona alvo de treinamento em torno de 40% a 60% da FC.

máx..

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CUNHA et al, 2008, estudando ratos idosos que realizaram treinamento

aeróbio (natação) com intensidade relativa ao limiar de lactato, por quatro

semanas, concluíram que o treinamento promove melhora da aptidão aeróbia e

a manutenção do peso corporal em ratos idosos.

Quando os exercícios aeróbicos são praticados de maneira regular, podem

auxiliar na melhora de alguns dos fatores de risco associados a doenças

cardiovasculares, como o índice de gordura visceral (MOURIER et.al. 1997), os

níveis plasmáticos de lipídeos (SEGAL et al. 1991), o aumento da sensibilidade

à insulina, facilitando o metabolismo de utilização da mesma pelo organismo

(RUDERMAN et al. 1979; DENGEL et al, 1998), o aumento da sensibilidade

barorreflexa (SOUZA et al. 2007), e na melhoria da função endotelial,

aumentando o estresse de cisalhamento nas paredes capilares através do

aumento do fluxo sanguíneo, estimulando a liberação de óxido nítrico

(BOGLIOLO et al. 2004). O treinamento físico contribui para a diminuição da

deposição de colágeno e elastina na parede arterial em idosos (OCAMPO et

al., 2005).

Em pesquisa realizada por D’ÀVILA et al, 2008, foi avaliada a produção de

óxido nítrico (NO) sanguíneo em ratos Wistar, através da dosagem dos

produtos de oxidação estáveis do metabolismo do óxido nítrico (nitratos),

submetidos ao nado aeróbio e anaeróbio agudos. O exercício aeróbio agudo

com duração de no mínimo 10 minutos mostrou-se mais eficaz no quesito

produção de NO em relação ao exercício de 5 minutos.

Em protocolo de treinamento físico com intensidade moderada, foi

observado, em camundongos LDL Knockout normotensos, um efeito hipotensor

para essa intensidade (CARDIONOT, 2008).

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Estudos demonstram que o treinamento físico agudo ou crônico, é capaz

de melhorar o controle metabólico e reduzir a pressão arterial em mulheres

pós-menopausadas (ASIKANINEN et AL, 2004).

Pesquisas realizadas por Gargaglione (2008), utilizando o ventrículo

esquerdo de ratos Wistar induzidos à síndrome metabólica (SM) e submetidos a

diferentes intensidades de treinamento, concluiu que os animais que realizaram

corrida (intensidade moderada) apresentaram aumento da densidade das fibras

colágenas, que poderia desencadear uma limitação da distensão da musculatura

cardíaca, refletindo em uma rigidez da complacência da parede ventricular. Já o

grupo que realizou caminhada (baixa intensidade) apresentou uma melhor

modulação dos fatores de crescimento que ativam a síntese de fibras colágenas,

desencadeando uma remodelação no tecido cardíaco, sugerindo que o exercício

de baixa intensidade mostrou-se mais eficiente que o de moderada intensidade

para minimizar as alterações provocadas pela síndrome metabólica no miocárdio

de ratos Wistar.

Gargaglione (2008) relata ainda que o exercício promoveu um ajuste

compensatório, aumentando a perfusão e a nutrição do tecido cardíaco através

do aumento da densidade numérica de capilares.

Heeren (2008), utilizando ratas ovariectomizadas Knockout que realizaram

treinamento físico aeróbio, uma hora por dia, cinco vezes por semana durante

12 semanas, demonstrou que o treinamento físico aeróbio melhorou o controle

autonômico e hemodinâmico cardiovascular, diminuiu o colesterol sérico, além

de aumentar a concentração de nitrito, sugerindo melhora na biodisponibilidade

de óxido nítrico.

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1.5 Aspectos das Alterações Morfofuncionais Provocadas pelo

Exercício

O treinamento repetitivo de intensidades diferenciadas causa alterações

morfológicas no tecido cardíaco (SHAPIRO; MOORE; LOGANSINCLAIR,1984;

MARON, 1997)

As alterações do tecido cardíaco acontecem desde o início do programa de

exercícios sistemático, sendo inicialmente leves em comparação as alterações

observadas em indivíduos com padrão mais elevado (MARON, 1997).

Atletas que realizam um programa de treinamento com exercícios de

resistência, têm como alteração primária o espessamento parietal

compensatório ao aumento da cavidade do ventrículo esquerdo. Essas

alterações podem ser de forma rápida e em curto espaço de tempo induzidas

pelo exercício e também regridem em igual rapidez. (SHAPIRO; MOORE;

LOGANSINCLAIR, 1984).

O espessamento do miocárdio e o aumento da cavidade ventricular são

aparentes desde os primeiros estudos em atletas que realizavam um programa

de atividades repetitivo e prolongado. Este coração torna-se fisiologicamente

adaptado com o passar do tempo, onde se verifica redução da freqüência

cardíaca de repouso (FCR) e aumento do volume da cavidade ventricular e

aumento do volume de ejeção da máquina cardíaca (MARON, 1997).

Mandarim de Lacerda et al (1998), estudando o miocárdio de ratos Wistar

jovens e idosos mostraram que o peso cardíaco aumentou de 1,1 para 1,7g, a

densidade de volume dos miócitos diminuiu de 76,7% para 72,2%, a densidade

de volume do interstício aumentou de 23,3% para 27,8%, e a densidade

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numérica de miócitos diminuiu de 14,76x104/mm3 para 6,19x104/mm3. O

volume de miócitos aumentou de 5,42x103/mm3 para 13,26x103/mm3 e o

número dos miócitos diminuiu de 15,64x104/mm3 para 10,72x104/mm3 miócitos,

concluindo assim que no envelhecimento ocorrem perdas de miócitos

cardíacos e hipertrofia das células remanescentes e que a prática regular de

atividade física ameniza os efeitos do envelhecimento.

Em exercícios de resistência, quando comparados ao controle sedentário,

verifica-se um aumento de 15% a 20% na dimensão da parede posterior do

ventrículo esquerdo, 10% de aumento na dimensão diastólica final ventricular

esquerda, e um aumento de massa calculada em até 45% sendo então

percebidas as alterações morfofuncionais do tecido cardíaco e seus

componentes (MARON, 1997).

Ainda em relação ao treinamento de resistência em atletas, quando

comparados aos controles sedentários normais, pareados para idade e sexo,

também é verificado o aumento na dimensão diastólica final (DDF) do

ventrículo esquerdo, contribuindo em grande parte para a elevação da massa

ventricular esquerda nos atletas (SHAPIRO, 1984).

MAIFRINO et al, 2009, estudando músculo papilar de ratos idosos

treinados e sedentários, concluíram que com a idade a densidade de volume

dos miócitos diminui significantemente e que a densidade de comprimento dos

capilares diminuíu com a idade, mas não de forma significante. A fração de

volume intersticial do tecido do músculo papilar aumenta significantemente com

a idade. O número de perfis de miócitos mostrou uma redução de 20% que foi

acompanhada de hipertrofia dos miócitos no envelhecimento. Animais

submetidos a uma sessão diária de 60 minutos, 5 dias/semana a 1,8 km.h-1 de

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corrida moderada em esteira ergométrica durante 28 semanas mostraram uma

reversão de todos os efeitos do envelhecimento observados no músculo

papilar, apoiando a premissa de que treinamento físico de longo prazo impede

as mudanças deletérias relacionadas à idade no músculo papilar.

Quanto ao aumento da intensidade de treinamento, quanto maior a

intensidade do treino aplicada aos atletas, maior será o aumento detectado de

hipertrofia do ventrículo esquerdo (SHAPIRO et al, 1985).

Em um estudo de curto prazo (nove semanas), realizado com nadadores,

percebeu-se alterações cardíacas bastante rápidas. Foi verificado através de

demonstrações ecocardiográficas que a dimensão diastólica final e a parede

posterior do ventrículo esquerdo dos nadadores se elevaram, relacionado

naturalmente ao aumento significativo na massa ventricular esquerda (EHSANI;

HAGBERG; HICKSON, 1978).

Em pesquisa realizada com ciclistas profissionais com idade entre 20 a 49

anos, foram comparadas as dimensões cardíacas entre os atletas através do

agrupamento por faixa etária em décadas (de 20 a 29 anos, 30 a 39 anos e de

40 a 49 anos) observando-se que os ciclistas mais velhos e que treinavam até

10 horas por semana apresentaram massa de ventrículo esquerdo e espessura

parietal do ventrículo esquerdo maiores em relação aos atletas mais jovens.

(NISHIMURA et al, 1980).

Vários autores descreveram que no treinamento predominantemente de

resistência, como a corrida, houve um aumento proporcional na massa

ventricular esquerda e um aumento no volume ventricular esquerdo em relação

à razão massa/volume (CHILD; BARNARD; TAW, 1984; COHEN; SEGAL,

1985).

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No treinamento de exercício com predominância aeróbia, com o aumento

na carga de volume, temos o crescimento dos miócitos através da adição em

série de novas miofibrilas no sentido longitudinal resultando a hipertrofia

excêntrica, ou seja, na dilatação na câmara cardíaca e também um aumento da

pressão diastólica final. Já no exercício de força, temos um crescimento

transversal dos miócitos, com as adições em paralelo de novas miofibrilas,

aumentando a espessura da câmara cardíaca e o aumento da pressão sistólica

(MARON, 1997).

O endotélio, um dos principais componentes da parede vascular,

indispensável para a manutenção da fluidez normal do sangue também tem a

função de produzir substâncias vasoativas, como o óxido nítrico, que é um

vasodilatador da musculatura vascular e as endotelinas, que são substâncias

vasoconstritoras, influenciando o tônus vascular (JUNQUEIRA &

CARNEIRO,2005).

Sugawara et al, 2004, em estudo em mulheres pós- menopausadas

verificaram que o treinamento físico de baixa ou moderada intensidade

melhorou a complacência arterial. Sabe-se que a complacência arterial resulta

no aumento progressivo da PAS relacionado ao envelhecimento, aumentando

também a função ventricular esquerda, diminuindo a pressão diastólica, e com

isso alterando a pressão coronariana.

De acordo com o estudo realizado por Marchon (2010), em aorta

ascendente de camundongos fêmea ovariectomizadas LDL knockout que

realizaram treinamento físico moderado em esteira, verificou-se melhora na

capacidade física dos animais, observadas pela maior velocidade máxima

atingida no teste de esforço máximo realizado após o treinamento. Em relação

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às túnicas média e íntima, respectivamente, a ovariectomia apresentou um

aumento da parede arterial e quando analisado o treinamento físico, o mesmo

parece ter sido capaz de diminuir a espessura dos vasos. O exercício também

provocou o aumento da densidade de volume e da densidade numérica de

lamelas do vaso, melhorando assim a complacência da aorta e diminuindo a

rigidez arterial, mesmo com a privação dos hormônios ovarianos.

O envelhecimento e a menopausa são fatores causadores de lesões no

endotélio, promovendo uma maior rigidez dos vasos sanguíneos (O’ROURKE,

MANCIA, 1999 MOREAU et al., 2006), estando estes mais suscetíveis ao

desenvolvimento de placas de ateroma (ROBERT,1999). A diminuição da

função dilatadora e a ativação de células endoteliais em grandes artérias

contribuem para o processo aterogênico (ALEXANDER & DZAU,2000).

2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO

Sabendo-se que a dislipidemia e a perda do estrogênio, são fatores de

risco importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que o

treinamento físico vem sendo considerado um importante tratamento não-

farmacológico na diminuição dos riscos das DCV’s, a importância deste

trabalho está em verificar as alterações histomorfométricas que ocorrem no

ventrículo esquerdo de ratas menopausadas, dislipemicas que realizaram

treinamento físico, no intuito de ajudar na melhora da qualidade de vida da

mulher.

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OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos do treinamento físico aeróbio no ventrículo esquerdo de

camundongos fêmeas selvagens e LDL knockout submetidas à privação dos

hormônios ovarianos.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar os efeitos do treinamento físico aeróbio (corrida em esteira) no

ventrículo esquerdo em camundongos fêmeas ovariectomizadas selvagens e

LDL knockout nos seguintes parâmetros:

− densidade numérica de transecções de núcleos de miócitos

− volume nuclear médio do miócito;

− área média da transecção do miócito;

− densidade de volume dos capilares cardíacos;

− densidade de volume do interstício celular cardíaco;

− densidade de volume de miócitos;

− densidade de volume das fibras colágenas no tecido cardíaco;

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MATERIAIS E MÉTODOS

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa foi analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade São Judas Tadeu (COEP-USJT) de acordo com o seguinte

protocolo: 058/2007.

4.1. Animais e Grupos

Para estes estudos foram utilizados camundongos fêmeas geneticamente

modificadas, knockout do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e

para o grupo controle, camundongos fêmeas selvagens (C57BL/6J).

Foram utilizados 30 animais provenientes do Biotério da Universidade São

Judas Tadeu, divididos em 06 grupos para a realização da pesquisa. Os

animais de ambos os grupos, com 9 meses de idade tinham peso inicial

variando entre 20 e 30 gramas. Os camundongos foram mantidos em

condições ambientais controladas, alojados em gaiolas, em local com

temperatura ambiente controlada entre 22 – 24ºC e com luminosidade

controlada em ciclo claro/escuro de 12/12 horas no Biotério da USJT. Todos os

camundongos foram alimentados com água e ração comercial padrão de

referência para ratos, padrão “ad libitum”. Os animais foram divididos

aleatoriamente em seis grupos sendo n=5 em cada grupo:

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G1- grupo controle não-ovariectomizado sedentário (CS);

G2- grupo controle ovariectomizado sedentário (COS);

G3- grupo controle ovariectomizado treinado (COT);

G4- grupo LDL knockout não ovariectomizado sedentário (LDL-S);

G5- grupo LDL Knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS);

G6- grupo LDL-Knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

4.2. Sequência Experimental:

A imagem abaixo (figura 1), ilustra a sequência do experimento realizado:

Figura 1. Seqüência Experimental.

4.3. Ovariectomia

Aos 09 meses de idade (idade essa que se relaciona próxima ao final da

fase adulta e início da terceira idade em humanos) os animais foram

submetidos ao procedimento de ovariectomia (remoção dos ovários). Os

animais foram anestesiados com uma solução de ketamina e xylazina (120:20

mg/Kg im) e foram posicionados em decúbito dorsal para que se realizasse

uma pequena incisão em paralelo com a linha mediana do corpo na pele e na

EUTANÁSIA

4 semanas

NASCIMENTO

OOFORECTOMIA

9 meses

1 semana

TESTE DE ESFORÇO INICIAL

TREINAMENTO FÍSICO

48h

ANÁLISE MORFOMÉTRICA E ESTEREOLÓGICA

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musculatura, no terço inferior na região abdominal. Após a realização da

abertura, foram localizados os ovários e realizada a ligadura das tubas

uterinas, incluindo os vasos sanguíneos. Os ovários e as tubas uterinas foram

seccionados e removidos. A musculatura e a pele foram suturadas (MARSH et

al., 1999; IRIGOYEN et al., 2005).

A confirmação da eficácia da ovariectomia foi determinada através da

observação da secreção vaginal por esfregaço, através de microscopia de luz,

realizada durante quatro dias consecutivos, sendo o último dia de análise, a

realização da eutanásia destes animais.

4.4. Treinamento Físico

Após sete dias da cirurgia de ovariectomia, teve início o treinamento físico.

Os animais tiveram 04 dias de repouso após a ovariectomia e nos 03 dias

seguintes, os animais de todos os grupos foram adaptados na esteira por 10

minutos cada dia. Após a adaptação à esteira, foi realizado o teste de esforço

máximo (figura 2) em todos os animais. Os grupos treinados foram submetidos

a um protocolo de treinamento físico em esteira ergométrica, com velocidade e

carga progressiva, sendo o treinamento de 1 hora por dia, 5 dias por semana,

com carga de 50 à 60% da velocidade máxima de esforço (intensidade

moderada). Este treinamento foi realizado durante 4 semanas, conforme

previamente descrito.(DE ANGELIS et al., 2004; HEEREN, 2008; MARCHON,

2010).

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Figura 2: Treinamento de camundongos em esteira.

4.5. Teste de Esforço Máximo

No início e final do programa de treinamento físico foi realizado em todos

os grupos o teste de esforço máximo. O teste realizado antes do treinamento

(teste inicial) serve como parâmetro para a prescrição do treinamento físico no

caso dos grupos treinados. Para todos os grupos, o teste inicial através da

comparação de seus resultados com o teste final também serve para

evidenciar a melhora ou não na capacidade aeróbia após o período de

treinamento físico. O teste consiste em colocar o animal correndo na esteira

ergométrica a 0,3 km/h por 3 minutos, sendo esta carga incrementada em 0,3

km/h a cada 3 minutos até que o animal atingisse a exaustão. Para a

determinação da exaustão do animal, o critério utilizado para a interrupção do

teste foi o momento em que o animal não conseguisse continuar a correr

mediante o incremento da velocidade da esteira. (BROOKS e WHITE, 1978;

HEEREN, 2008; MARCHON, 2010;). O tempo de teste e a velocidade da última

carga foram anotados utilizados para fazer a média de capacidade aeróbia de

cada grupo (DE ANGELIS et al., 2004).

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4.6. Preparação dos Tecidos

Após as 4 semanas de treinamento para os grupos treinados e, em igual

tempo para o grupo sedentário, os animais foram sacrificados através da

decapitação. Os corações foram evidenciados por meio de toracotomia. Após

lavagem com solução fisiológica os corações foram pesados, em seguida os

átrios e ventrículos foram seccionados e separados em direito e esquerdo para

serem pesados. Em seguida as amostras do ventrículo esquerdo foram lavadas

em solução salina fosfatada (PBS) a 0,1M e pH 7,4 e fixadas em solução de

formol tamponado a 10% por 72 horas, desidratadas em séries crescentes de

álcoois, diafanizadas em xilol, incluídas em parafina, seccionadas em cortes

transversais e longitudinais de 5 micrômetros de espessura e coletados em

lâminas de vidro para análise em microscopia de luz. As secções foram

coradas por:

- Hematoxilina-Eosina: para análise da densidade numérica de transecção

núcleos, diâmetro maior e diâmetro menor de núcleos, área média da

transecção do miócito, densidade de volume dos capilares, interstício e

miócitos.

- Picro-Sirius: para verificação da densidade de volume das fibras

colágenas no tecido cardíaco em microscopia de luz polarizada.

4.7 Análise Morfométrica e Estereológica

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Para a realização da análise morfométrica utilizamos o sistema digital de

processamento de imagens em computador do Laboratório de Análise

Morfoquantitativa e Imunohistoquímica da Universidade São Judas Tadeu. A

captura das imagens se deu em um microscópio de luz Zeiss, com objetivas de

40x. O sistema transmite as imagens de um arquivo para o computador,

equipado com processador Pentium V e placa digitalizadora. Para a análise

das imagens digitalizadas, utilizamos os softwares Axio Vision (Zeiss). e o

Image J, do Instituto Nacional de Saúde, USA.

A análise estereológica tem por função determinar a ocupação relativa e

absoluta das estruturas na área teste. Segundo Gundersen e Jensen (1987), a

estereologia objetiva a observação quantitativa das estruturas tridimensionais.

Através desta análise podemos quantificar as modificações adaptativas

patológicas ou normais das estruturas celulares (PEREIRA et al., 1998).

Para a realização da estereologia utilizamos o sistema digital de

processamento de imagens em computador do Laboratório de Análise

Morfoquantitativa e Imunohistoquímica da Universidade São Judas Tadeu. A

captura das imagens se deu em um microscópio Zeiss, com objetivas de 40x.

O sistema transmite as imagens de um arquivo para o computador, equipado

com processador Pentium V e placa digitalizadora. Para a análise das imagens

digitalizadas, utilizamos o software Image J, do Instituto Nacional de Saúde,

USA.

4.8. Análises Morfoquantitativas

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Para as análises Morfoquantitativa, foram utilizadas, em média, 8 cortes

não sequenciais por animal. As imagens para estas análises foram capturadas

e transferidas para o programa de análise de imagens Software Axio Vision

onde as medidas de diâmetros dos núcleos e miócitos, bem como sua área de

seção foram realizadas através de ferramentas deste mesmo software.

Para os valores de densidade de volume utilizamos o sistema teste de

linhas e pontos, através do programa Image J (figura 03), sendo que a linha

lateral esquerda e linha inferior foram consideradas “linhas proibidas”, onde,

todas as estruturas a serem analisadas que tocassem estas linhas eram

desconsideradas, já as estruturas que tocassem a linha lateral direita e linha

superior eram contadas. (MANDARIM-DE-LACERDA, 2003).

Figura 3: Sistema teste de linha e pontos do Software Image J As fotomicrografias dos cortes transversais do ventrículo esquerdo foram

utilizadas para determinação da fração ocupada pelos miócitos, por seus

núcleos, pelo interstício celular, pelos capilares cardíacos e pelas fibras

colágenas.

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4.8.1 Densidade Numérica de Transecção de Núcleos de Miócitos

(Nv[n])

Para obtermos a densidade numérica de transecção de núcleos (Nv[n]),

realizou-se a contagem do número de núcleos através do sistema teste

composto por linhas e pontos (MANDARIM-DE-LACERDA,2003). As imagens

utilizadas para esta análise foram capturadas com objetiva de 40x com 10

campos fotografados por animal, analisadas através do sistema Image J.

4.8.2. Volume Nuclear Médio do Miócito (V)

Para obtenção do volume nuclear médio (V), utilizamos o cálculo segundo

a formula de Salvatore e Schreider, 1947, que foi devidamente aplicada e seus

valores anotados para posteriormente serem utilizados nos tratamentos

estatísticos. Abaixo apresentamos a fórmula:

V= a² x b/1.91 onde, V= volume nuclear, a = diâmetro menor do núcleo, b

= diâmetro maior do núcleo e 1,91 é uma constante utilizada.

4.8.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)

A análise dos miócitos das imagens de cada campo fotográfico foi

realizada através do sistema Axio Vision (Zeiss), onde cada miócito foi

delimitado e medido sua área em micrômetros².

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4.8.4. Densidade de Volume de Miócitos (Vv[m])

A densidade de volume do miócitos (Vv[m]) deve expressar a fração do

volume ocupado pelos miócitos em relação ao volume total da imagem

analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204

pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de

volume de miócitos, a análise foi realizada considerando para efeitos de

contagem os pontos que coincidiam sobre os miócitos, e posteriormente os

valores foram apresentados em valores percentuais.

4.8.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap])

A densidade de volume do capilares (Vv[cap]) deve expressar a fração do

volume ocupado pelos capilares em relação ao volume total da imagem

analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204

pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de

volume de capilares, a análise foi realizada considerando para efeitos de

contagem os pontos que coincidiam sobre os capilares, e posteriormente os

valores foram apresentados em valores percentuais.

4.8.6. Densidade de Volume do Interstício (Vv[int])

A densidade de volume do interstício (Vv[int]) deve expressar a fração

do volume ocupado pelo interstício em relação ao volume total da imagem

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analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204

pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de

volume do interstício, a análise foi realizada considerando para efeitos de

contagem os pontos que coincidiam sobre o interstício, e posteriormente os

valores foram apresentados em valores percentuais.

4.8.7 Densidade de Volume das Fibras Colágenas (Vv[fc])

A densidade de volume das fibras colágenas (Vv[fc]) deve expressar a

fração do volume ocupado pelas fibras colágenas em relação ao volume total

da imagem analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um

total de 204 pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a

densidade de volume das fibras colágenas, a analise foi realizada

considerando para efeitos de contagem os pontos que coincidiam sobre as

fibras colágenas, e posteriormente os valores foram apresentados em valores

percentuais.

5. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados foram apresentados como média e erro padrão. O teste de

análise de variância (ANOVA) two way, e post-hoc de Tukey foram

devidamente aplicados para análise dos dados. O nível de significância

adotado em todos os testes foi de p< 0,05.

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RESULTADOS

6. RESULTADOS

6.1. Análises Morfométrica e Estereológica 6.1.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleos de miócitos

(Nv[n])

Os resultados da densidade numérica de transecção de núcleos de

miócitos do ventrículo esquerdo nos grupos estudados são apresentados na

tabela 1 e figura 4. Os animais do grupo COT apresentaram um aumento de

21% em relação ao grupo CS. Já as outras comparações entre os animais dos

grupos controle (CS, COS e COT), quando comparados entre si, não

apresentaram diferença significante.

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Os animais do grupo LDL-OT apresentaram diminuição na densidade

numérica de transecção núcleos de 32% , quando comparado com o grupo

LDL-OS. Entre os grupos LDL-S e LDL-OS, houve um aumento de 15% na

densidade numérica de transecção de núcleos, e entre LDL-S e LDL-OT uma

diminuição de 22%. Quando comparado o grupo CS com os grupos LDL-S,

LDL-OS e LDL-OT, observamos aumento significante de 64%, 86% e 27%,

respectivamente.

Os animais do grupo LDL-OS, quando comparados ao grupo COT,

apresentaram aumento significante de 54% na densidade numérica de

transecção de núcleos. Quando comparado o grupo LDL-S, o aumento foi de

35% na densidade numérica de transecção de núcleos dos miócitos.

Tabela 1: Densidade Numérica de Transecção de Núcleos (Nv[n]) dos miócitos

nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(Nv[n]) 24,8 ± 0,9 28,5 ± 0,7 30 ± 1,3 40,7 ± 0,9 46,3 ± 1,4 31,7 ± 1,3 Valores representam média ± EPM.

Figura 4: Densidade numérica de transecção de núcleo (Nv[n]) nos grupos

controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle

ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout

ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-

24.828.5

*30

* # †40.7

* # † £ 46.3

* £ €31.7

0

10

20

30

40

50

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

Nn[

n]

Grupos

Densidade Numérica de Núcleos

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OT). Valores representam média ± EPM. *p< 0,05 vs. CS; #p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05

vs. COT; € p< 0,05 vs. LDL-OS.

6.1.2. Volume Nuclear Médio dos Miócitos (V) Os resultados do volume nuclear médio (V) dos miócitos do ventrículo

esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 2 e figura 5.

Quando comparamos o grupo CS com os grupos COS e COT verificou-se

aumento significante de 70% e 223% respectivamente. Os animais do grupo

LDL-OS e LDL-OT quando comparados com o grupo CS obtiveram um

aumento de 23% e 48% no volume nuclear médio dos cardiomiócitos.

Entre os animais dos grupos COS e COT, o aumento foi de 88%. Quando

comparados os grupos LDL-S e LDL-OS com os animais do grupo COS,

verificamos uma diminuição de 48% e 29%, respectivamente.

Os animais dos grupos LDL-OT, LDL-OS e LDL-S quando comparados aos

animais do grupo COT, apresentaram uma diminuição no volume nuclear

médio de 55%, 62% e 72% respectivamente.

Já os animais dos grupos LDL-OS e LDL-OT, ao serem comparados com

os animais do grupo LDL-S, observou-se o aumento de 37% e 65% no volume

nuclear médio. Tabela 2: Volume Nuclear Médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário

(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(V) 24,1 ± 1,2 41,3 ± 1,9 77,9 ± 3,7 21,7 ± 0,9 29,7 ± 1,4 35,8 ± 1,4 Valores representam média ± EPM.

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Figura 5: Volume nuclear médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário

(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado

(COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário

(LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam

média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT.

6.1.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)

Os resultados da área média da transecção dos miócitos (AM) do

ventrículo esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 3 e

figura 6.

Os animais dos grupos CS, COS e COT apresentaram aumento

significante na área média da transecção dos miócitos entre eles. Entre os

grupos CS e COS foi de 70%, entre CS e COT de 180% e entre os animais dos

grupos COS e COT de 65%. Entre os grupos CS e LDL-OS, observamos um

aumento de 28% da área média da transecção dos miócitos. Entre os grupos

COS com LDL-OS e COS com LDL-OT observamos uma diminuição na área

média da transecção dos miócitos de 23% e 15% respectivamente.

Comparando o grupo LDL-S com os grupos LDL-OS e LDL-OT os animais

apresentaram um aumento significante de 33% e 47% respectivamente. Já

entre os grupos LDL-OS e LDL-OT não houve diferença estatística.

Quando comparamos o grupo LDL-S com CS, não houve diferença

significante. Entre os grupos LDL-S e COT, houve diferença significante com

24.1

*41.3

* #77.9

# †21.7

* # † £29.7

* † £35.8

0102030405060708090

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

V

Grupos

Volume Nuclear Médio

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uma diminuição de 184%. Já entre os grupos LDL-S com COS e, houve uma

diminuição significante da área média da transecção dos miócitos de 72%.

Entre os animais dos grupos LDL-OS e COT houve uma diminuição de 53%.

Entre os animais dos grupos LDL-OT com CS, verificamos um aumento de

41%, e LDL-OT com COT obtivemos uma diminuição de 49% da área média

da transecção dos miócitos. Tabela 3: Área Média da transecção do Miócito (AM) nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(AM) µm2 106,6 ± 4,1 176,7 ± 5,8 290,3 ± 11 102,9 ± 3,9 137,5 ± 3,6 150,9 ± 5,2 Valores representam média ± EPM.

Figura 6: Área média da transecção do miócito nos grupos controle sedentário

(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-O). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; £ p< 0,05 vs. LDL-S; € p< 0,05 vs. LDL-OS.

106.6

*176.7

* #290.3

# †102.9

* # † £137.5

* # † £150.9

0

50

100

150

200

250

300

350

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

mic

rôm

etro

Grupos

Área Média do Miócito

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6.1.4. Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m])

Os resultados densidade de volume dos miócitos (Vv[m]) do ventrículo

esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 4 e figura 7. O grupo CS quando comparado com os grupos COT não apresentou

diferença significante na densidade de volume dos miócitos Os grupos CS e

COS apresentaram diferença significante entre eles, com diminuição da

densidade de volume de miócitos de 09%. Já a comparação entre os grupos

COS e COT, nos mostra um aumento de 10% na densidade de volume de

miócitos.

Entre os animais dos grupos LDL-S e LDL-OS não houve diferença

significante. Comparando os grupos LDL-OS com LDL-OT obtivemos um

aumento significante na densidade de volume de miócitos de 3%. Observamos

aumento significante na densidade de volume de miócitos no grupo LDL-S de

04%, 13% e 03% quando comparado com os grupos CS, COS e COT,

respectivamente. O grupo LDL-OS também apresentou aumento significante

de 04%, 14% e 03%, quando comparado com os grupos CS, COS e COT

respectivamente. O grupo LDL-OT também apresentou um aumento

significante na densidade de volume de miócitos de 07%, 16% e 05%, quando

comparado aos grupos CS, COS e COT respectivamente. Tabela 4: Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(Vv[m]) µm3 87,2 ± 0,7 80,2 ± 0,4 88,3 ± 0,4 90,9 ± 0,4 91,1 ± 0,4 93 ± 0,3 Valores representam média ± EPM.

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Figura 7: Densidade de volume dos miócitos nos grupos controle sedentário

(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; £ p< 0,05 vs. LDL-S; € p< 0,05 vs. LDL-OS.

6.1.5. Densidade de Volume de Capilares (Vv[cap]) Os resultados densidade de volume dos capilares (Vv[cap]) do ventrículo

esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 5 e figura 8.

Comparando os animais dos grupos CS e COS não verificamos diferença

significante, mas ao compararmos os grupos CS com COT e COS com COT,

obtivemos aumento significante na densidade de volume de capilares de 392%

para ambos os grupos.

Entre os grupos LDL (LDL-S, LDL-OS, LDL-OT) os resultados não

apresentaram diferenças estatisticamente significantes.

Os grupos LDL-S, LDL-OS e LDL-OT apresentaram uma diminuição na

densidade de volume de capilares de 392%, 392% e 304% em relação ao

grupo COT, respectivamente.

Tabela 5: Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado

87,2

*80.2

#88.3

* # †90.9

* # †91.1

* # † £ €93

70

75

80

85

90

95

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

%

Grupos

Densidade de Volume dos Miócitos

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treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(Vv[cap]) µm3 0,79 ± 0,1 0,84 ± 0,1 3,4 ± 0,1 0,7 ± 0,1 0,7 ± 0,1 0,84 ± 0,1 Valores representam média ± EPM.

Figura 8: Densidade de volume de capilares nos grupos controle sedentário (CS),

controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT.

6.1.6. Densidade de Volume de Interstício (Vv[int])

Os resultados densidade de volume de interstício (Vv[int]) do ventrículo

esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 6 e figura 9. Quando comparamos os grupos CS e COS, obtivemos um aumento

significativo na densidade de volume de interstício de 46%. Já o grupo COT,

apresentou uma diminuição em relação aos grupos CS e COS de 35% e 55%

respectivamente.

Quando comparamos o grupo LDL-S com o grupo LDL-OS não houve

diferença significante. Já quando comparado com o grupo LDL-OT,

0,79 0,84

* #3.4

†0.7

†0.7

†0.84

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

%

Grupos

Densidade de Volume de Capilares

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observamos uma diminuição de 19% na densidade de volume do interstício. Já

o grupo LDL-OT, apresentou uma diminuição em relação ao grupo LDL-OS de

20%.

Observamos uma diminuição significante na densidade de volume de

interstício quando comparamos o grupo LDL-S com os grupos CS e COS de

30%, 59%, respectivamente. Já o grupo LDL-OS também apresentou

diminuição na densidade de volume de interstício 30% e 59%, quando

comparado com os grupos CS e COS respectivamente e em relação ao grupo

COT não houve diferença estatística significante. Quando comparado a

densidade de volume de interstício do grupo LDL-OT em relação aos grupos

CS, COS e COT, encontramos uma diminuição significativa de 52%, 67% e

26% respectivamente.

Tabela 6: Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(Vv[int]) µm3 12,3 ± 0,5 18 ± 0,4 8,1 ± 0,3 7,4 ± 0,3 7,5 ± 0,3 6 ± 0,2 Valores representam média ± EPM.

12,3

*18

* #8.1

* #7.4

* #7.5 * # † £ €

6

02468

101214161820

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

%

Grupos

Densidade de Volume de Interstício

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Figura 9: Densidade de volume de interstício nos grupos controle sedentário

(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; € p< 0,05 vs. LDL-OS

6.1.7. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) Os resultados densidade de volume de interstício (Vv[fc]) do ventrículo

esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 7 e figura 10. Analisando o grupo COT, em relação aos grupos CS, COS e LDL-OS,

encontramos uma diminuição significativa da densidade de fibras colágenas de

61%, 50% e 50% respectivamente. Em relação às análises entre os outros

grupos estudados, não verificamos diferença estatística significante entre as

mesmas.

Tabela 7: Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

(Vv[fc]) µm3 1,4 ± 0,1 1,3 ± 0,1 0,9 ± 0,1 1,1 ± 0,1 1,3 ± 0,1 1,1 ± 0,1 Valores representam média ± EPM.

Figura 10: Densidade de volume de fibras colágenas nos grupos controle

sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado

1,4 1,3* #0.9

1,1

†1.3

1,1

0

0,5

1

1,5

CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT

%

Grupos

Densidade de Volume de Fibras Colágenas

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sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

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7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Considerado como um importante tratamento não farmacológico, o

treinamento físico auxilia e promove a melhora em diversas disfunções

cardiovasculares, metabólicas e hemodinâmicas (ALMEIDA & ARAÚJO, 2003;

MONTEIRO & SOBRAL, 2004). O desenvolvimento de doenças coronarianas é

aumentado com a menopausa, a inatividade física e também em pessoas

portadoras de dislipidemias, que são fatores causadores de lesões endoteliais

e teciduais, sendo esta considerada um fator de risco para o desenvolvimento

da placa aterosclerótica (GIANNINI, 1998; PRADO; DANTAS,2002). Estudos

populacionais demonstraram importante relação entre os níveis sanguíneos de

colesterol e o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (Verschuren

e Kromhout, 1995). Durante 30 anos, Andersen (1985), realizaram uma

pesquisa de caráter longitudinal na população da cidade de Framingham

(EUA), avaliando a influência de alguns fatores de risco sobre a incidência e a

mortalidade em decorrência de doenças cardiovasculares. Os resultados desta

pesquisa demonstraram que existe associação entre disfunções

cardiovasculares e valores elevados de colesterol plasmático, evidenciando

que os indivíduos que possuíam concentrações elevadas de colesterol

sanguíneo no início do estudo apresentavam maior incidência e também maior

taxa de mortalidade por doença cardiovascular ao longo do período de

seguimento do estudo. SHEPHERD et al., 2002, estudando 5804 sujeitos entre

70 e 82 anos de idade com alto risco cardiovascular observou que após a

terapia de redução de colesterol, houve uma redução no número de infartos do

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miocárdio não fatais e nas mortes por doenças cardiovasculares.

Outro estudo importantíssimo demonstra que terapias de redução do

colesterol foram eficazes em reduzir o risco cardiovascular. O estudo HPSCG,

analisando 20536 indivíduos com alto risco cardiovascular, em idade entre 40 e

80 anos, após a utilização de drogas em seu tratamento para reduzir o

colesterol, verificou uma redução de 24% nos eventos vasculares e nas

operações de revascularização e 27% nos infartos não fatais e morte por

doenças coronárias. (HPSCG, 2002).

Verificamos a grande efetividade dos níveis de colesterol sanguíneo no

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, valendo lembrar que a

hipercolesterolemia é mais prevalente no sexo feminino após o evento da

menopausa.

Em pesquisas recentes, a utilização de animais LDL knockout, tem sido

de grande importância para o melhor entendimento do metabolismo dos

lipídeos, no intuito de ajudar a minimizar os efeitos desta disfunção metabólica.

Mercuro et al. (2006), demonstraram que o exercício físico melhora a

complacência das grandes artérias em mulheres pós-menopausadas, além de

melhorar a composição corporal com a diminuição do tecido adiposo, reduzir o

LDL colesterol e aumentar o HDL colesterol. Lima (2007), acrescenta que o

treinamento físico, é capaz de aumentar a biodisponibilidade de NO,

reservando a função endotelial.

O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos do treinamento físico

aeróbio no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas ovariectomizadas

selvagens e ovariectomizadas LDL knockout submetidas à privação dos

hormônios ovarianos sob parâmetros histomorfométricos e estereológicos. Na

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sequencia apresentaremos os resultados sobre cada parâmetro analisado na

vigência do exercício e da hipercolesterolemia.

7.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleos e Volume Nuclear

Médio:

Em relação a densidade numérica de transecção de núcleos, verificou-

se que nos animais dos grupos controle (CS, COS e COT) não apresentaram

diferença significante, mostrando que a ovariectomia e o exercício não

interferem na densidade numérica de transecção de núcleos dos

cardiomiócitos. Já quando comparamos os grupos LDL-S e LDL-OS com os

grupos CS e COS verificamos aumento significante, evidenciando que a

hipercolesterolemia acrescida a ovariectomia sugerem o aumento numérico de

miócitos. Quando comparamos os animais dos grupos LDL-S e LDL-OS com o

grupo LDL-OT verificamos que o exercício reverte significantemente o

processo, mas não retorna aos dados do grupo CS.Com relação aos dados

referentes ao volume nuclear médio observamos que os grupos COS e COT

apresentaram um aumento significante quando comparado com o grupo CS.

Podemos observar que o exercício desempenhou uma reversão maior neste

modelo experimental, explicando o menor número por área, nos animais do

grupo LDL-OT que realizaram o exercício, dados semelhantes foram

encontrados em animais com Síndrome Metabólica (Gargaglione E, 2008)

Para Pimenta (2008), “os exercícios aeróbios realizados com intensidade

e duração adequadas promovem alterações quantitativas em miócitos

cardíacos, em vasos e no tecido intersticial do miocárdio, tanto em humanos

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como em animais de experimentação.”

Em pesquisa realizada por Marques et al (2006), o exercício físico após

a ovariectomia provocou efeitos benéficos para o miocárdio.

Não foram encontradas pesquisas que mostrassem especificamente o

efeito de exercícios sobre a densidade numérica de transecção de núcleos bem

como o volume nuclear médio em protocolos parecidos com o aqui utilizado.

Estes dados poderiam estar associados ao processo de degeneração

celular e rearranjo dos componentes celulares. (MARCHON, 2010).

Em estudos com ratos SHR idosos, analisados com ovariectomia de

duração de 13 semanas, realizado por Marques e colaboradores (2006),

demonstrou que este parâmetro sofreu alteração, diferentemente dos dados

encontrados em nosso estudo, provavelmente pelo tempo que nossos animais

passaram com a privação dos hormônios ovarianos (5 semanas).

Como já verificados por Mandarin de Lacerda et al (1995), estes

resultados sugerem que os exercícios mais intensos, são mais indicados para

promoção da hipertrofia dos miócitos, caracterizado pelo aumento do volume

celular e principalmente pela apresentação do núcleo proporcionalmente

grande.

7.2. Área Média da Transecção do Miócito:

A composição do tecido cardíaco é cerca de 80% de miócitos e 20% de

matriz extracelular, compreendendo tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. De

acordo com a idade e patologias, esta proporção pode sofrer alterações

(HUDLICKA, 1996).

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Ao analisarmos os dados dos grupos CS, COS e COT verificamos que a

ovariectomia e a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada

resultaram significante aumento da massa muscular do tecido cardíaco,

resultados que também foram notados nos animais LDL Knockout, sugerindo

uma hipertrofia destes miócitos.

Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram

diminuição significativa na área média da transecção dos miócitos quando

comparados aos animais controle (COT) sugerindo que o treinamento físico

permitiu a hipertrofia do miocárdio, contudo em valores menores devido à

hipercolesterolemia.

Corroborando com nossos dados, em pesquisa realizada por Vieira

(2009), o aumento na área média da transecção dos miócitos também foi

verificado em ratas ovariectomizadas e associado ao exercício físico, houve

uma maior hipertrofia dos mesmos.

Este aumento observado na área média da transecção dos miócitos

pode de certa forma, oferecer melhoria da função contrátil do músculo

cardíaco e sua resposta ao exercício, sendo um mecanismo importante na

resposta compensatória ao exercício (NATALI, 2004), podendo melhorar a

resposta da tensão ativa (Mecanismo de Frank-Starling) nos miócitos do

ventrículo esquerdo (DIFFEE & NAGLE, 2003b) e a contratilidade intrínseca

cardíaca, provavelmente por modificar as rotas de influxo de cálcio no

sarcolema (MOORE & KORZICK, 1995)

A hipertrofia do musculo cardíaco é uma tentativa de adaptação do

coração à sobrecarga de trabalho, desde que não a ultrapasse, podendo levar

a uma falência cardíaca quando o processo de adaptação é esgotado.

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(MANDARIN DE LACERDA,1995; CARDOSO et al, 2006).

Em pesquisa realizada por Pimenta (2008) a prática da atividade física

com protocolo para treinamento resistido e também resistido + aeróbio

promoveu um aumento significativo na área média da transecção dos miócitos

em relação ao grupo controle.

De acordo com SUZUKI et al., (2003) o aumento da área média da

transecção dos miócitos pode ter sido ocasionado em decorrência de

estímulos mecânicos locais (o próprio exercício físico), via estiramento,

associado à reação inflamatória, provocado pela SM, promovendo a liberação

de fatores de crescimento que estimulam a hipertrofia .

Corroborando com estes dados, pesquisa realizada por Gargaglione

(2008), realizada em grupos de animais portadores de Síndrome Metabólica,

onde um grupo realizou treinamento de corrida outro grupo realizou o

treinamento de caminhada, em ambos os grupos a área média da transecção

dos miócitos resultou em aumento em seu volume relativo, de acordo com a

necessidade bioquímica, mecânica, fisiológica à sobrecarga exigida, fazendo

com que ocorresse vários ajustes através do aumento do trabalho corporal

desencadeado pelo exercício.

7.3. Densidade de Volume de Miócitos

Os valores obtidos dos animais do grupo COS apresentaram uma

diminuição significante na densidade de volume dos miócitos em relação ao

grupo controle (CS). A prática do treinamento aeróbio para os animais do grupo

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controle ovariectomizado (COT), apresentou um aumento na densidade de

volume dos miócitos de 10% em relação ao grupo ovariectomizado sedentário

(COS) e não apresentando diferenciação aos valores do grupo controle (CS).

Estes resultados sugerem que a ovariectomia diminuiu a densidade de

volume de miócitos e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade

moderada resultaram significante aumento na densidade de volume dos

miócitos em relação aos animais ovariectomizados, elevando a densidade aos

valores estatisticamente iguais aos do grupo controle (CS).

Ao analisarmos valores obtidos dos animais dos grupos LDL-S e LDL-

OS não apresentaram diferença significante. A prática do treinamento aeróbio

para os animais do grupo LDL (LDL-OT) apresentou diferença significativa em

relação ao grupo controle (LDL-S) e em relação ao grupo ovariectomizado

sedentário (LDL-OS). Estes resultados sugerem que a ovariectomia no grupo

LDL não influencia significativamente os valores da densidade de volume dos

miócitos e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada, no

grupo LDL, resulta em aumento da densidade de volume do miócito, sugerindo

a hipertrofia dos mesmos.

Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram

aumento significativo na densidade de volume dos miócitos quando

comparados aos animais controle (CS, COS, COT) sugerindo que os mesmos

tiveram uma hiperplasia dos miócitos para este grupo, pois os mesmos

apresentaram valores mais baixos que os grupos selvagens em relação a área

média dos miócitos.

A prática da atividade física de forma regular, como a corrida, faz com

que os valores da densidade de volume dos miócitos do grupo treinado se

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aproximassem dos valores do grupo controle, fortalecendo a necessidade da

prática de exercício realizando a manutenção do tecido cardíaco (MOORE &

KORZICK, 1995).

Em outras pesquisas, também verificou-se o aumento na densidade de

volume, por modificações da tensão mecânica, hipertrofia dos miócitos e

aumento no volume ventricular (RAKUSAN, KORECKY, MEZL, 1983).

Sabe-se que com o passar dos anos, é natural que ocorra uma

diminuição do número de cardiomiócitos bem como a hipertrofia dos mesmos

(Cardoso et al., 2006; Águila, et al 1998).

No treinamento aeróbio, ocorre um aumento no retorno venoso que

impõe consequentemente uma sobrecarga volumétrica (pré-carga aumentada)

sobre o coração, resultando em aumento da pressão diastólica final, recebida

pelo coração como estimulo para que haja replicação em serie dos sarcômeros

e aumento da cavidade ventricular esquerda. (Pimenta, 2008). Estes resultados

ocasionam um remodelamento na densidade de miócitos por área

demonstrando que a atividade de longa duração aumentava o comprimento

celular no ventrículo esquerdo (MOORE et al.,1993 , MOKELKE et al., 1997,

PALMER et al., 1998 , PALMER, MOORE,1999).

Para Gargaglione (2008), tanto a caminhada como a corrida,

confirmaram sua eficácia para o aumento e a manutenção da massa

miocárdica que, por sua vez, atua na prevenção do enfraquecimento cardíaco,

insuficiência cardíaca e apoptose.

A manutenção na densidade de volume dos miócitos é considerada

fundamental para a manutenção da função cardíaca (MOORE et al, 1995)

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7.4. Densidade de Volume de Capilares

Ao analisarmos os resultados apresentados pelos grupos selvagens

(CS, COS e COT) verificamos que a falta da produção dos hormônios não

interferem na densidade de volume dos capilares, mas, a prática do

treinamento aeróbio de intensidade moderada resulta em significante aumento

da rede de vascularização no miocárdio do ventrículo esquerdo desses

animais.

Os valores obtidos dos animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS, LDL-

OT) não apresentaram diferença significante entre eles, sugerindo que a

ovariectomia e a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada em

animais LDL Knockout, não resulta em diferenciação de aumento ou diminuição

na densidade de volume de capilares, sugerindo que a hiperlipidemia não

favorece o crescimento da rede vascular nesses animais. Quando comparados

aos animais do grupo controle (CS e COS), os animais do grupo LDL (LDL-S,

LDL-OS e LDL-OT) não apresentaram diferenças significantes entre os

resultados, sugerindo que o fator hiperlipidemia não ofereceu diferenças a

estes animais , independentemente da ovariectomia e do treinamento físico

aeróbio de intensidade moderada para o grupo LDL Knockout.

Há muito tempo, pesquisas já vem demonstrando que os exercícios

aeróbios moderados aumentam a relação capilar/miócito, favorecendo a

perfusão cardíaca (BLOOR; LEON, 1970).

De acordo com Matsubara et al., (2006) e Odekogunde, (1982), grupos

que realizam exercício apresentam um aumento na densidade dos capilares

devido ao aumento da demanda energética e perfusora no tecido, pois,

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quando a atividade do tecido aumenta, uma maior área tecidual precisa ser

atingida pelo fornecimento de substratos. No entanto, a perfusão precisa ser

aumentada pela angiogênese (MATSUBARA et al., 2006; GARGAGLIONE,

2008) ou pelo aumento da densidade capilar (ODEKOGUNDE, 1982).

Como já verificado, o aumento intensivo da atividade muscular é capaz

de promover a angiogênese no tecido cardíaco, com o objetivo de manter a

homeostasia diante das demandas metabólicas (IRIGOYEN et al., 2003).

Em pesquisa realizada por Maifrino et al (2009), o exercício aeróbico

durante a fase de envelhecimento melhorou a vascularização miocárdica e

normalizou a fibrose miocárdica.

O treinamento aeróbio de moderada intensidade foi bastante eficiente na

melhora de alguns perfis como a angiogênese (COT). Estes ajustes melhoram

as funções cardíacas por aumentar o conteúdo nutricional e oxidativo do tecido

como resultado da angiogênese e da densidade de volume dos capilares. Essa

categoria de exercício, observada neste estudo, apresentou um aumento na

densidade de volume dos capilares sanguíneos sendo suficiente para

desencadear uma melhora no desempenho cardíaco. (Gargaglione, 2008)

Este aumento numérico e na densidade de vasos no miocárdio do

ventrículo esquerdo ocorrido no exercício físico aeróbio é provavelmente

decorrente de um mecanismo de equilíbrio tal como acontece no musculo

esquelético, (Amaral et al, 2000 ).

Nossos dados corroboram com os dados de Pimenta (2008), onde em

sua pesquisa também verificou o aumento da densidade de volume de

capilares no miocárdio de ratos após realizar treinamento resistido e resistido +

aeróbio, devido à neoformação promovida pela prática do exercício aeróbio.

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Corroborando com nossos dados, Van Belle et al (1997), Junli et al

(2000) também verificaram que a hiperlipidemia dificultou o aumento da

densidade de volume de capilares pois, durante o processo inflamatório, a

produção de interleucina 6 (IL-6), interleucina 1 (IL-1) e TNF-a, induzem a

expressão dos genes hepáticos a sintetizarem as proteínas de fase aguda

como a proteína C reativa (PCR) e amilóide sérica A (AMBERGER et al.,

1997). As concentrações elevadas de PCR atuam diretamente no recrutamento

de leucócitos e apoptose na parede do vaso (VERMA et al., 2004, KUBO et al.,

2009). A PCR provoca efeitos pró-inflamatórios e pró-arteriosclerótico no

endotélio vascular. Seus níveis elevados aumentam a síntese das moléculas

de adesão leucocitária e plaquetária (E-selectina e P-selectina), estimulando a

quimiotaxia e favorecendo a transmigração leucocitária para a íntima vascular e

a adesão plaquetária (LEY, 2003; PRASAD, 2006). A presença de PCR em

altas concentrações inibe a síntese do óxido nítrico nas células endoteliais,

facilitando a apoptose destas células e bloqueando a angiogênese (VERMA et

al., 2002).

7.5. Densidade de Volume de Interstício

Os valores obtidos dos animais ovariectomizados sedentários (COS)

apresentaram diferença significante em relação ao grupo controle (CS) com um

aumento na densidade de volume de interstício. A prática do treinamento

aeróbio para os animais do grupo ovariectomizado (COT), apresentou

diferença significativa em relação ao grupo controle (CS) e em relação ao

grupo ovariectomizado sedentário (COS) com uma diminuição na densidade de

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volume de interstício sugerindo que a ovariectomia predispõe um aumento no

volume de interstício e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade

moderada resultou na diminuição do mesmo, trazendo-os para valores mais

baixos que o grupo controle (CS).

Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram

diminuição significativa na densidade de volume de interstício quando

comparados aos animais controle (CS) sugerindo que a dislipidemia manteve

os valores para este grupo inferiores ao grupo selvagem sedentário (CS).

Quando comparados entre si, os animais do grupo LDL Knockout (LDL-

S, LDL-OS) não apresentaram diminuição significante na densidade de volume

de interstício e quando comparados ao rupo treinado (LDL-OT), observamos

uma diminuição significativa sugerindo que a prática do treinamento aeróbio de

intensidade moderada resultou na diminuição do mesmo.

Os componentes do interstício cardíaco tem intima relação com o

compartilhamento celular, sendo críticos na transmissão de informações do

meio extracelular para as células cardíacas. (SIMPSON et al, 1994).

Esta interação ocorre em resposta ao a estímulos fisiológicos tanto em

situação normais quanto em situações de sobrecarga. (BONFIM e MANDARIN-

DE-LACERDA, 2003)

O aumento do volume do interstício cardíaco foi verificado também em

pesquisa realizada por Águila e colaboradores (1998), ressaltando que este é

um processo natural de acordo com o envelhecimento dos animais.

Verificamos uma diminuição no espaço intersticial no grupo treinado,

podendo ser explicando pela maior proporção ocupada pelos vasos,

juntamente com aumento do numero de miócitos por campo e aumento da área

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dos miócitos. Em relação aos vasos poderíamos destacar que vênulas e

arteríolas ocupam, no interstício, uma maior fração de volume (tamanho/área)

do que os capilares, podendo influenciar nos resultados apresentados.

Pimenta (2008) apresenta também em seu estudo uma diminuição no

espaço intersticial de 51% do grupo treinado em relação ao grupo controle,

sendo que estudos mostraram que as fibras colágenas (maior constituinte do

espaço intersticial) do miocárdio também sofrem influencia da realização de

exercícios. (Tomas et al, 1992; Maifrino et al, 2006)

7.6. Densidade de Volume de Fibras Colágenas

Os valores obtidos dos animais ovariectomizados sedentários (COS) não

apresentaram diferença significante em relação ao grupo controle (CS). A

prática do treinamento aeróbio para os animais do grupo ovariectomizado

(COT), apresentou diferença significativa em relação ao grupo controle (CS) e

em relação ao grupo ovariectomizado sedentário (COS), com uma diminuição

na densidade de fibras colágenas. Estes resultados sugerem que a falta da

produção dos hormônios não interferem na densidade de volume de fibras

colágenas, mas, a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada

resulta em significante diminuição da mesma.

Já os valores obtidos dos animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e

LDL-OT) não apresentaram diferença significante entre si, sugerindo que a falta

da produção dos hormônios, a hiperlipidemia e a prática do treinamento

aeróbio de intensidade moderada não resulta em aumento ou diminuição na

densidade de volume de fibras colágenas, para os animais destes grupos.

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Quando comparados os animais dos grupos selvagens (CS e COS) com

os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) não foi observado

diferenças significantes entre os grupos, sugerindo que a hiperlipidemia não

altera o perfil da densidade de volume de fibras colágenas no miocárdio destes

animais.

Com a prática da atividade física, as fibras colágenas do miócito

cardíaco também sofrem influencia sendo que o exercício físico aeróbio atenua

o aumento de colágeno que ocorre no miocárdio com o envelhecimento

(TOMAS et al, 1992; MAIFRINO et al, 2006;)

A concentração da densidade de fibras colágenas que são os principais

constituintes da matriz intersticial extracelular do miocárdio está diretamente

relacionada com a rigidez da parede ventricular (BORG et al., 1981).

Ao analisarmos o conjunto da hipertrofia miocárdica, verificamos

alterações como mudanças na estrutura miocárdica como o remodelamento

intersticial, com acúmulo de colágeno fibrilar vascular, e também o aumento da

espessura da parede dos vasos da microvascularização coronária com

consequente redução do volume vascular e aumento da biossíntese de

colágeno na parede vascular, ocasionando o enrijecimento do miocárdio

(MEIRELLES, VIANNA, MANDARIMDELACERDA,1998).

Estudos mostram que em animais que efetuaram exercício como a

caminhada, a densidade das fibras colágenas diminuiu com a caminhada e o

que provavelmente foi suficiente para desencadear uma remodelação no tecido

cardíaco, em resposta a estímulos provocados por agentes mecânicos ou

humorais liberados em resposta ao exercício sobre o miocárdio (BRILLA,

MATSUBARA, WEBER, 1996).

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Esta remodelação do tecido, ocorrido em resposta à caminhada, pode

melhorar o desempenho cardíaco aumentando a complacência ventricular,

aumento da reserva coronariana com potencial de oxigenação e nutricional

para o miócito, o que diminui os riscos de disfunções ventriculares

(MATSUBARA et al., 2006).

O aumento da densidade das fibras colágenas pode desencadear uma

limitação da distensão da musculatura cardíaca, refletindo em uma rigidez da

complacência da parede ventricular (DEBESSA, MAIFRINO, SOUZA, 2001)

além da hipertrofia miocárdica e disfunção diastólica (CARVALHO, SOUZA,

FIGUEIRA, 1998).

Com relação às fibras colágenas, nosso trabalho mostrou que a redução

dos níveis de estrogênio favorece o aumento das fibras colágenas, observadas

no grupo (LDLOS) e que o exercício físico foi capaz de manter os resultados a

níveis encontrados no grupo Controle (LDLS). Neste contexto, nossos achados

corroboram com Jonason, et al. (1998) e Kallikazaros et al. (2002), onde estes

autores relacionam a diminuição do hormônio estrogênio com o enrijecimento

arterial. Desta forma, podemos concluir que o treinamento físico colaborou

para a redução do enrijecimento do vaso no grupo que apresentava privação

do estrogênio com níveis de colesterol normal.

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CONCLUSÃO

8. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos no presente estudo sob os efeitos

morfoquantitativos do exercício aeróbio no ventrículo esquerdo em

camundongos ldl knockout submetidas à ovariectomia, concluímos que em

relação à:

• densidade numérica de transecção de núcleos, o treinamento aeróbio no

grupo LDL reduziu os valores para próximo aos do grupo controle e que a

ovariectomia proporcionou o aumento da mesma; o treinamento nos animais do

grupo selvagem promoveu um aumento nestes valores;

• ao volume nuclear médio, em ambos os grupos, o treinamento aeróbio

de intensidade moderada e a ovariectomia promoveram a elevação desses

valores. A hipercolesterolemia fez com que houvesse uma diminuição dos

mesmos;

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• área média da transecção do miócitos, em ambos os grupos, a

ovariectomia promoveu a hipertrofia dos miócitos e a prática de atividade física,

no grupo selvagem também favoreceu a hipertrofia dos mesmos. A

hipercolesterolemia fez com que a área media dos miócitos cardíacos fossem

menores em relação ao grupo controle;

• densidade de volume de miócitos, tanto nos animais controle como nos

animais com hipercolesterolemia, o treinamento físico promoveu um aumento

desses valores. A ovariectomia causou uma redução dos mesmos no grupo

selvagem.

• densidade de volume dos capilares, somente o grupo controle alterou

seus valores com a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada;

• densidade de volume de interstício, o treinamento físico promoveu a

diminuição desses valores para os dois grupos e que a ovariectomia no grupo

controle favoreceu a um aumento dos mesmos. A hipercolesterolemia fez com

que esses valores fossem menores em relação ao grupo controle;

• densidade de volume de fibras colágenas, somente o grupo controle

alterou seus valores com a prática do treinamento aeróbio de intensidade

moderada, ocasionando uma diminuição das mesmas;

Através dos resultados obtidos com esta pesquisa, concluímos que atividade

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aeróbia de intensidade moderada ou o tempo de treinamento utilizado em

nossa pesquisa não foram suficientes para que as alterações ocorridas no

grupo hipercolesterolêmico fossem expressivamente significantes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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