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UNIVERSIDADE TUIUITI DO PARANÁ
MORGANA DE FÁTIMA KUTEQUES FERREIRA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:
ALTERAÇÃO DE CELULARIDADE NA URINÁLISE -
INFECÇÃO E NEOPLASIA
CURITIBA
NOVEMBRO 2015
MORGANA DE FÁTIMA KUTEQUES FERREIRA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:
ALTERAÇÃO DE CELULARIDADE NA URINÁLISE -
INFECÇÃO E NEOPLASIA
CURITIBA
NOVEMBRO 2015
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti do Paraná,
como requisito parcial para obtenção do grau de Médico
Veterinário.
Professora Orientadora: Msc. Ana Laura D’ Amico Fam
TERMO DE APROVAÇÃO
MORGANA DE FÁTIMA KUTEQUES FERREIRA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do
título de Médico Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba,02 dezembro de 2015
__________________________________________
Bacharelado em Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: Msc. Ana Laura D’ Amico Fam
UTP
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, sendo de grande importância para minha
caminhada acadêmica, estando junto comigo em todos os momentos alegres e nos
momentos de aflição. Obrigada por todos os conselhos, pela sua lealdade e por ser
tão real quanto o oxigênio que respiro. Espero honrar com toda minha dedicação e
respeito com os animais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que proporcionou tamanha alegria em tornar
meu sonho real e estar ao meu lado todos os dias.
Minha mãe, que sempre me ensinou através de suas ações. Sempre fazendo
o bem, agindo com honestidade, sendo leal as pessoas que a cercam, uma mulher
que sabe lutar por seus objetivos com sabedoria, simplesmente TE AMO.
Agradeço a minha avó Terezinha que tanto amo, mesmo eu estando ausente
em tantos momentos, sempre torceu pela minha carreira e obrigada pelas sinceras
orações.
Minha irmã Carol, minha admiração por tamanha inteligência, beleza e
humildade. Aprendo com você a cada dia e espero estar sempre perto, pois você me
faz incrivelmente FELIZ.
Meu irmão Luiz Eduardo, um grande amigo para a vida toda. Agradeço pela
paciência e fico muito feliz em ver como a cada dia você se torna um homem tão
maneiro, que me deixa super ALEGRE.
Agradeço pelos meus amigos Jannaina Mahs, Milena Machado, Gisele Fedalto,
Sandra Alves, Leopoldo Jackson por tamanha parceria, aprendi muitas coisas com
vocês e certamente fazem parte desta conquista.
Agradeço meus líderes Chico e Erica pelo incentivo e tantas orações.
Agradeço pelos meus amigos cães Léo, Chuchu, Manu vocês são essenciais
para minha vida. Agradeço a meus amigos felinos Jubinha e Leon por serem tão
originais.
Agradeço meu paciente e amigo Afonso Kurovski, aprendo contigo todos os
dias. É um privilégio estar ao seu lado, saiba que estamos juntos nesta batalha.
Agradeço a todos os mestres pela paciência e dedicação. Em especial
Professora Ana Laura D’ Amico, Gisele Tesseroli e Silvana Maris, meus exemplos de
patologistas.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 10
2. LOCAL DE ESTÁGIO ....................................................................................................................... 12
2.1. Hospital Veterinário da UFPR .............................................................................................. 12
2.2. Laboratório de Patologia Clínica ......................................................................................... 13
2.3. Atividades Desenvolvidas ..................................................................................................... 17
2.4. Casuística .................................................................................................................................. 20
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 22
3.2. Neoplasia vesical .................................................................................................................... 22
3.3. Inflamação da vesícula urinária ........................................................................................... 23
3.4. Fisiologia Renal ....................................................................................................................... 24
3.5. Métodos de Coleta de Urina ................................................................................................. 25
3.5.1. Micção natural ................................................................................................................. 25
3.5.2. Cateterismo vesical ........................................................................................................ 26
3.5.3. Cistocentese..................................................................................................................... 26
3.6. URINÁLISE ................................................................................................................................ 27
3.6.1. Exame Físico da Urina ................................................................................................... 27
3.6.2 Exame Químico da Urina ................................................................................................... 28
3.6.2.3. Glicose ........................................................................................................................... 29
3.6.2.4. Corpos cetônicos........................................................................................................ 29
3.6.2.5. Hemoglobina ................................................................................................................ 29
3.6.2.6. Bilirrubina ..................................................................................................................... 30
3.6.2.7. Urobilinogênio ............................................................................................................. 30
3.6.2.8. Nitrito ............................................................................................................................. 30
3.6.3. Exame do sedimentado urinário ................................................................................. 30
4. RELATO DE CASO .......................................................................................................................... 33
5. DISCUSSÃO ...................................................................................................................................... 37
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 39
RESUMO
O estágio curricular obrigatório foi realizado no laboratório de Patologia Clínica do
hospital veterinário da Universidade Federal do Paraná localizado no município de
Curitiba, estado do Paraná no período de 27 de julho à 14 de outubro de 2015,
totalizando 439 horas. Durante o estágio foi acompanhada a rotina do laboratório,
realizada por uma equipe que conta com três médicos veterinários residentes de
Patologia Clínica e um farmacêutico bioquímico. O objetivo do presente trabalho é
relatar a rotina durante o estágio, sob a orientação da Msc. Ana Laura D’Amico Fam,
bem como o relato de caso de uma fêmea canina, 13 anos, da raça pinscher, com a
queixa principal de alteração na coloração da urina que, após ser analisada,
apresentava grande celularidade na sedimentoscopia.
Palavras-chave: urina, sedimentoscopia, neoplasia urinária.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Hospital Veterinário UFPR .......................................................... 11
Figura 2 Sala de hematologia da UFPR..................................................... 13
Figura 3 Sala para realização de exames bioquímicos da UFPR.............. 14
Figura 4 Contador hematológico automatizado (BC 2808 veterinário) ...... 14
Figura 5 Máquina citocentrífuga (TECLAB CT 14) .................................... 15
Figura 6 Centrífuga.................................................................................... 16
Figura 7 Aparelho bioquímico automatizado (BS- 200) ............................. 16
Figura 8 Coagulômetro............................................................................... 17
Figura 9 Avaliação física da urina............................................................... 17
Figura 10 Avaliação química da urina.......................................................... 19
Figura 11 Microscópio óptico....................................................................... 19
Figura 12 Néfron........................................................................................... 25
Figura 13 Células de transição..................................................................... 31
Figura 14 Células escamosas...................................................................... 31
Figura 15 Sedimento urinário....................................................................... 34
Figura 16 Sedimento urinário corado .......................................................... 34
Figura 17 Presença de espessamento da vesícula urinária........................ 36
LISTA DE GRÁFICOS , TABELAS E QUADROS
GRÁFICO 1 – TOTAL DE AMOSTRAS ACOMPANHADAS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA NO PERÍODO DE 27 DE JULHO À 10 DE OUTUBRO DE 2015 .........................................................................................................................................19 GRÁFICO 2 – TOTAL DE EXAMES HEMATOLÓGICOS REALIZADOS NO PERÍODO DE ESTÁGIO.........................................................................................................................20 GRÁFICO 3 – TOTAL DE EXAMES BIOQUÍMICOS ACOMPANHADOS NO PERÍODO DE ESTÁGIO ..................................................................................................................20 TABELA 1 – HEMOGRAMA.............................................................................................35 TABELA 1 – BIOQUÍMICO...............................................................................................35 QUADRO 1- URINÁLISE..................................................................................................33
LISTA DE ABREVIATURAS
ALT Alanina aminotransferase
AST Aspartato Aminotransferase
CCT Carcinoma de células de transição
CK Creatina quinase
FA Fosfatase alcalina
FELV Leucemia viral felina
FIV Imunodeficiência felina
GGT Glutamil transferase
IgA Imunoglobulina A
IL-6 Interleucina-6
ITU Infecção do trato urinário
LDH Lactato desidrogenase
OSH Ovariosalpingohisterectomia
PPT Proteína plasmática total
® Marca registrada
RPC Relação proteína creatinina urinária
RPM Rotação por minuto
TP Tempo de atividade da pró-trombina
TTPa Tempo de atividade tromboplastina ativada
10
1. INTRODUÇÃO
O relatório de conclusão de curso tem como objetivo o relato das atividades
realizadas durante o período de estágio curricular, sob a orientação acadêmica da
professora Msc. Ana Laura D’ Amico Fam.
O estágio curricular teve início dia 27 julho de 2015 com encerramento das
atividades dia 16 outubro de 2015, sob a orientação profissional da professora Drª
Rosangela Locatelli Dittrich na área de Patologia Clínica Veterinária na Universidade
Federal do Paraná, totalizando 439 horas. As atividades desenvolvidas
proporcionaram grande crescimento profissional devido ao acompanhamento da
rotina e realização dos exames e crescimento pessoal devido ao relacionamento
interpessoal e vivência com profissionais em pesquisa, como mestrandos e
doutorandos, o que proporcionou boas perspectivas para a pesquisa.
Doenças que envolvem o sistema genito-urinário são relativamente comuns em
cães, destacando-se nos animais adultos e idosos. As enfermidades com maiores
incidências são as relacionadas com insuficiência renal, afecções prostáticas como a
hiperplasia e infecção como cistites. As neoplasias no trato urinário em caninos não
são comuns quando comparadas às outras doenças no sistema genito-urinário, porém
as neoplasias de origem vesical são mais relatadas (MOURA et al., 2007).
Segundo o mesmo autor, as infecções e inflamações no trato urinário baixo são
comuns, deixando os clínicos induzidos a não pensar em neoplasia como diagnóstico
diferencial. Desta forma é comum um paciente com neoplasia vesical receber terapia
antimicrobiana por meses, tendo melhoras nos sinais clínicos temporariamente.
A urina é um fluido de fácil obtenção e que possui informações importantes do
paciente. Ainda, é considerado um exame de rotina muito utilizado pelos clínicos,
devido seu baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para análise. É importante
que a análise da amostra seja realizada em um curto espaço de tempo, sendo um
tempo ideal de 30 minutos, e seu tempo máximo para avaliação de 4 horas. Desta
forma, as células não sofrem interferências e os cilindros se mantém íntegros
(HEGGENDORNN, SILVA, CUNHA, 2014).
11
O presente trabalho apresenta a descrição do local de estágio, com a casuística
e atividades desenvolvidas, revisão bibliográfica e um relato de caso.
12
2. LOCAL DE ESTÁGIO
2.1. Hospital Veterinário da UFPR
A UFPR é a universidade mais antiga do Brasil sendo referência e símbolo da
cidade de Curitiba. A universidade conta com várias conquistas, atuando desde 1912
como referência nos cursos superiores bem como na pós-graduação, que a tornou
reconhecida e bem conceituada em todo o todo o Brasil.
As atividades práticas acontecem no Hospital Veterinário (HV- UFPR figura 1).
A instituição conta com responsabilidade social, sendo valorizada quanto suas ações
perante à sociedade paranaense.
O hospital veterinário da Universidade Federal do Paraná localiza-se Rua dos
Funcionários, n° 1.540 Cep: 80035-050 Juvevê – Curitiba-Pr.
Figura 1. Hospital Veterinário da UFPR
O hospital possui objetivos de treinamento, aperfeiçoamento e de pesquisa
para professores e alunos de graduação e de pós-graduação, para médicos
veterinários e servidores técnicos administrativos em todas as áreas relacionadas com
a prática da Medicina Veterinária. Também realiza e proporciona meios para a
13
pesquisa e a investigação científica. O Hospital Veterinário da UFPR conta com
serviços de clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, grandes animais e
animais selvagens, além de especialidades como odontologia, oftalmologia, oncologia
veterinária e anestetesiologia. Como serviços auxiliares conta com laboratórios de
Parasitologia, Histopatologia animal, Ornitopatologia, Eletrocardiografia, Diagnóstico
por imagem e Patologia Clínica.
2.2. Laboratório de Patologia Clínica
O serviço de Patologia Clínica Veterinária possui dois ambientes, sendo o
primeiro utilizado para realizar exames hematológicos (Figura 2) e o segundo para
realização de exames bioquímicos e confecção de laudos (Figura 3).
O departamento de hematologia realiza exames como hemograma,
hematócrito, contagem de reticulócitos, compatibilidade sanguínea, análise de efusão,
análise de líquor e testes imunocromatográficos (cinomose, parvovirose,
Imunodeficiência felina (FIV) e Leucemia viral felina (FELV)).
Figura 2 - Sala de hematologia da UFPR
14
Figura 3. Sala para realização de exames bioquímicos da UFPR.
A realização de hemograma de mamíferos utiliza um contador de células
automático veterinário (BC 2808 Veterinária) (Figura 4). É necessária a avaliação
prévia da amostra para verificação de coágulo e fibrina a fim de evitar a obstrução do
fluxo da máquina.
Figura 4. Contador hematológico automatizado do
Laboratório de Patologia Clínica do HV da UFPR
15
As amostras de efusões e líquor, devido sua baixa celularidade, podem ser
inseridas na citocentrífuga (TEKLAB CT 14). Esta máquina possui o objetivo de
concentrar o material, melhorando a visualização das células (Figura 5).
Figura 5. Citocentrífuga do Laboratório de Patologia
Clínica do HV da UFPR
O departamento de bioquímica é comandado por um profissional formado em
farmácia e bioquímica. Para realização dos exames bioquímicos, faz-se necessário a
centrifugação da amostra colhida em tubo seco em uma centrifuga a 5000 rpm com o
intuito de separar o sobrenadante (soro) (Figura 6). Posteriormente, realiza-se a
análise do soro em aparelho bioquímico automatizado (BS 200 Mindray) (Figura 7).
16
Figura 6. Macrocentrífuga do Laboratório de Patologia Clínica
do HV da UFPR
Figura 7. Aparelho bioquímico automatizado do Laboratório de
Patologia Clínico do HV da UFPR
O Laboratório possui ainda um coagulômetro (CLOTIMER), aparelho utilizado
para realização de provas de coagulação, como o tempo de pró-trombina (TP) e tempo
de atividade tromboplastina parcial ativada (TTPA) (Figura 8).
17
Figura 8. Coagulômetro do Laboratório de
Patologia Clínica do HV da UFPR
2.3. Atividades Desenvolvidas
O laboratório possui horário de atendimento das 07hrs30 às 19hrs30. Dentro
de sua rotina, cabe ao estagiário realizar o cadastro das fichas dos animais. Este
cadastro é feito em um caderno específico para recebimento de amostras do
laboratório o qual possui uma numeração própria para um controle de amostras. Neste
caderno são anotados os seguintes perfis hematológicos e bioquímicos: Perfil 1 cão -
hemograma, ALT, FA, uréia e creatinina; Perfil felino - hemograma, ALT, GGT, uréia
e creatinina; Perfil grandes - hemograma, fibrinogênio, AST, GGT, creatinina e uréia;
sendo inseridas outras provas avulsas quando solicitado, como urinálise, análise de
efusão, entre outras.
Neste momento é de suma importância a conferência da viabilidade da
amostra. No hemograma, deve-se avaliar se possui fibrina ou coágulo, pois a
presença de tais estruturas pode obstruir o aparelho ou influenciar no resultado do
exame. Caso ocorra alguma irregularidade, solicita-se uma nova coleta. Faz-se
necessário orientar o médico veterinário quanto ao acondicionamento adequado das
18
amostras bem como a viabilidade das mesmas, já que uma amostra mal armazenada
ou sem identificação pode levar à alteração negativa nos resultados.
Após a identificação das amostras de sangue para realização de hemograma
de mamífero, elas são encaminhadas para homogeneização em temperatura
ambiente seguida de contagem celular na máquina de hematologia automatizada. As
amostras de aves não devem ser inseridas no aparelho automático devido a presença
de núcleo nas hemácias desta espécie. O aparelho automatizado realiza a contagem
total de leucócitos através da presença do núcleo. Uma vez que as hemácias de aves
são nucleadas, não é possível diferenciar células brancas de vermelhas nesta
espécie. Desta forma é necessário realizar a contagem manual de células, utilizando
a câmara de Neubauer. Em todas as amostras realiza-se a técnica de
microhematócrito e obtenção de proteína plasmática total, seguida da realização de
esfregaço sanguíneo e coloração da lâmina com corante tipo Romanowski. Assim, faz
parte do hemograma os seguintes parâmetros: eritrócitos, hemoglobina, hematócrito,
índices hematimétricos, leucócitos totais, diferencial de leucócitos, plaquetas e
proteína plasmática.
As amostras de urina, após serem cadastradas em seu devido caderno,
passam pelo processamento, o qual inclui: avaliação física, química e
sedimentoscopia.
O exame físico consiste na verificação da coloração (Figura 9A), aspecto e
densidade urinária, sendo esta última realizada com auxílio do refratômetro (Figura
9B).
Figura 9. Avaliação física da urina: coloração e densidade urinária
A avaliação química é realizada utilizando fitas reativas (Figura 10). Estas fitas
devem sem submersas na urina por um período de 10 segundos e, após este período,
A. B.
A. Diferentes colorações de urina. B. Refratômetro
Fonte: Atlas virtual de urinálise veterinária LACVET
19
devem ser deixadas escorrendo durante 30 segundos, para posterior leitura dos
resultados. Verifica-se alteração de cor de cada prova dependendo da presença ou
ausência da substância analisada.
Figura 10. Fita de tira reagente para
exame químico da urina
A sedimentoscopia é realizada mediante a centrifugação da amostra a uma
velocidade de 3000 rpm por 5 minutos. O sobrenadante é desprezado e a amostra
restante será utilizada para visualização de células e demais estruturas presentes
utilizando microscópios ópticos em objetiva de 40X (Figura 11).
Figura 11. Microscópio óptico
20
Quando necessário, é possível preparar uma lâmina do sedimento para
avaliação citológica. Para isso, deve-se resgatar o sobrenadante e utilizar a técnica
do squash, para posterior coloração e avaliação microscópica em objetiva de 100x.
Na análise de efusões realiza-se contagem de células totais. Desta forma, é
de suma importância a orientação quanto ao armazenamento da amostra, a qual deve
estar acondicionada em tubo com EDTA para a contagem de células totais e
confecção de esfregaço, e em tubo seco, pois a amostra deve ser centrifugada para
obtenção do sobrenadante, o qual é encaminhado para realização de exames
bioquímicos. Quando a amostra é hipocelular, utiliza-se a citocentrífuga para uma
melhor obtenção de células.
2.4. Casuística
Durante período o de estágio foram acompanhados 6.389 exames. Dentre eles
houve prevalência de amostras caninas, seguida de felinos, equinos, bovinos,
silvestres, aves, ovinos e coelhos (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Número de exames acompanhados durante o estágio curricular de acordo com a espécie animal.
3267
2968
50 50 35 15 2 20
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Canino Felino Equino Bovino silvestres Aves Ovino Coelho
NÚMERO TOTAL DE AMOSTRAS
21
Dentre os exames hematológicos, foram acompanhados 848 hemogramas, 24
hematócritos avulsos, 11 pesquisas de hematozoários, oito contagens de reticulócitos,
cinco provas de compatibilidade sanguínea e três mielogramas (Gráfico 2)
Gráfico 2. Total de exames hematológicos realizados no período de estágio.
Os exames bioquímicos representaram 4.933 dos exames acompanhados
Dentre eles, os mais solicitados foram: creatinina, ALT, ureia, FA, globulinas, proteína
total (PPT), albumina, GGT, triglicerídeos, colesterol, glicose e AST (Gráfico 3).
Gráfico 3. Número total de cada teste bioquímicos acompanhados no período de estágio na UFPR.
848
24 11 8 5 3
Hemograma Hematócrito Pesquisahematozoários
Contagem dereticulócitos
Compatibilidadesanguínea
Mielograma
HEMATOLOGIA
22
Foram acompanhadas 93 urinálises e 50 realizações de relação
proteína:creatinina urinária.
Dos 25 testes imunocromatográficos, foram realizados 14 testes para
diagnóstico de cinomose, oito para FIV/FELV e quatro para parvovirose
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Anatomia vesícula urinária
O Sistema urinário é composto por órgãos como os rins, ureteres, vesícula urinária
e uretra. Os rins são órgãos pares e produzem urina a partir da filtração, secreção,
reabsorção e concentração de elementos do sistema circulatório. Os ureteres
transportam a urina desde os rins até a vesícula urinária, onde ela é armazenada até
sua eliminação pela uretra (KÖNIG, 2011).
A vesícula urinária é um órgão cavitário musculomembranoso que serve como
reservatório temporário da urina produzida pelos rins. Ela é dividida em colo, onde se
conecta com a uretra, corpo e vértice cranial. A área triangular compreendida entre os
dois meatos ureterais e o início da uretra é denominada trígono vesical. O músculo da
parede vesical é formado por três camadas que agem com a finalidade de comprimir,
esvaziando a vesícula urinária. A mucosa vesical, os ureteres e a pelve renal são
revestidos pelo epitélio de transição (FEITOSA, 2008).
3.2. Neoplasia vesical
As neoplasias do trato urinário são incomuns quando comparadas a outros
sistemas, compreendendo 0,5 % das neoplasias relatadas nos cães. O maior número
de neoplasias no trato urinário é encontrado na vesícula urinária, provavelmente por
armazenar temporariamente a urina, fato que permite maior contato dos agentes
carcinogênicos no epitélio (SERAKIDES 2000).
As neoplasias do trato urinário inferior podem causar ulceração culminando no
quadro clínico de disúria, hematúria e obstrução. As neoplasias epiteliais são as mais
23
comuns entre aquelas que envolvem o sistema urinário e são classificadas como
carcinomas de células transicionais, carcinomas das células escamosas,
adenocarcinomas e carcinomas indiferenciados (MCGAVIN E ZACHARY, 2009).
Segundo Raskin e Meyer (2011), o carcinoma de células transicionais é mais
comumente encontrado e está associado à região do trígono da vesícula urinária no
cão. O diagnóstico pode ser realizado através de citologia pois muitas vezes as
neoformações são grandes, devido ao estágio avançado da doença.
Metástases dos carcinomas de vesícula urinária são encontrados inicialmente
nos linfonodos regionais adjacentes à bifurcação da aorta, incluindo os linfonodos
inguinais e ilíaco. Outros sítios em potencial das metástases incluem o pulmão e rins,
com metástase a outros órgãos parenquimatosos ocorrendo mais tardiamente
(MCGAVIN E ZACHARY, 2009).
3.3. Inflamação da vesícula urinária
A inflamação de vesícula urinária é comum nos animais domésticos. A
presença de alguns fatores como urolitíase, neoplasias, alterações do sistema
nervoso, doenças como o hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus e medicações
como os corticosteróides, podem predispor às infecções bacterianas do trato urinário
inferior (CETIN et al., 2003).
Segundo Ling (2008), a classificação de infecção do trato urinário (ITU)
complicada e não complicada trará benefícios para os clínicos ao propor um
prognóstico. A ITU não complicada é definida como uma doença na qual não é
identificada anormalidade estrutural, neurológica ou funcional subjacente. Geralmente
a ITU não complicada é causada por uma anormalidade temporária, autolimitante e
potencialmente reversível, dadas as defesas do paciente. A ITU complicada resulta
na invasão bacteriana secundária a afecções ou anormalidades identificáveis, que
interferem nos mecanismos normais de defesa do hospedeiro. Também são
consideradas ITUs complicadas as condições nas quais, em decorrência de infecção
crônica, ocorrem outras alterações tais como urolitíase, divertículo, prostatite e
pielonefrite, ou os casos de infecção por mais de uma bactéria.
Normalmente a vesícula urinária é resistente à infecção, sendo que as bactérias
contaminantes são facilmente eliminadas pelo fluxo normal da urina, uma vez que
cerca de 95% das bactérias são eliminadas durante a micção. Por essa razão, quando
24
há estase do fluxo urinário as infecções urinárias são predispostas (SENIOR, 2011).
A esterilidade da vesícula urinária é mantida por repetidas micções normais e por
causa das propriedades antibacterianas na urina, sendo atribuídas a urina ácida dos
carnívoros, IgA secretória, a grande concentração de uréia e ácidos orgânicos, e alta
osmolaridade urinária.
A cistite ocorre quando as bactérias são capazes de alterar os mecanismos
normais de defesa, aderindo a mucosa da vesícula urinária e culminando no processo
inflamatório. Traumas na mucosa proveniente de urólitos ou cateterização negligente
podem causar erosão e hemorragia. A aderência da bactéria pode gerar o quadro de
cistite bacteriana, ou infecção do trato urinário baixo, sendo a contagem de bactérias
importante para a distinção entre contaminação e infecção. Esta contagem é realizada
através da urocultura (DALMOLIN, 2011).
A cistite bacteriana é mais comum em fêmeas devido a anatomia da uretra, a
qual é relativamente menor quando comparada à dos machos, tornando-se um
importante fator para as infecções ascendentes (MCGAVIN E ZACHARY, 2009).
Segundo Forrester et al. (1999), a espécie bacteriana mais comumente
associada com cistite é a Escherichia coli, com prevalência de 40 a 70%.
O diagnóstico de afecções do trato urinário deve ser realizado concomitante a
anamnese, exame físico e exames complementares (LING, 2008).
3.4. Fisiologia Renal
O rim dos mamíferos possui um conjunto de funções as quais possibilitam a
homeostase. Os rins recebem cerca de 25% do débito cardíaco para realizar a filtração
deste sangue e, assim, excretar resíduos metabólicos. Possui também função de
recuperar substâncias filtradas no organismo, incluindo proteínas de baixo peso
molecular, água e uma variedade de eletrólitos. A manutenção do equilíbrio ácido-
básico, da pressão sanguínea e a produção de eritropoietina são outras funções
renais (CUNNINGHAM, 1993).
As células renais são dispostas de forma funcional e chamam-se néfrons. O
néfron é composto de glomérulo, onde o sangue é filtrado, de vários segmentos
distintos do túbulo renal, onde as substâncias filtradas são reabsorvidas e os
componentes plasmáticos são secretados no líquido tubular (Figura 12).
(CUNNINGHAM, 1993).
25
Como resultado da filtração glomerular, todas as moléculas plasmáticas
hidrossolúveis, incluindo água e íons, são livremente filtradas, mas proteínas de alto
peso molecular não o são (DALMOLIN, 2011).
Figura 12. Néfron
Fonte: DALMOLIN, 2011
3.5. Métodos de Coleta de Urina
O método de coleta de urina deve ser considerado, pois pode interferir na
interpretação dos resultados uma vez que as células estão dispostas em diferentes
locais do trato urinário. Desta forma o método de coleta deve ser sempre informado
na requisição para um melhor resultado. O volume mínimo de 5mL deve ser
padronizado para ser eficiente a avaliação completa da urina (DALMOLIN, 2011).
3.5.1. Micção natural
Nesta técnica, deve-se evitar a coleta do primeiro jato de urina para diminuir a
contaminação, pois ele contém células, bactérias e debris celulares provenientes da
uretra, vulva ou prepúcio.
26
Coletores universais são ideais para o armazenamento e é necessário orientar
o responsável acerca de boa higiene e desencorajar a utilização de outros frascos de
coleta pois estes podem conter alvejantes, produtos que podem alterar a interpretação
do exame químico (RASKIN e MEYER, 2011).
3.5.2. Cateterismo vesical
Esta técnica é viabilizada utilizando-se materiais descartáveis, como cateteres
e sondas urinárias que devem ser introduzidas na uretra. É necessário avaliar a
resistência da sonda, o que fornece informações importantes quanto aos pacientes
com disúria. Nos pacientes com suspeita de neoplasia em vesícula urinária
recomenda-se esta técnica para diminuir o risco de metástase por implantação que a
cistocentese favorece (SILVA e SILVA, 2011).
Quando o paciente apresenta alterações clínicas e ultrassonográficas de
neoplasia vesical, a literatura sugere biópsia ecodirigida por meio de cateterismo
vesical, cistoscopia ou laparotomia (FROES et al., 2007). Uma vez que o cateterismo
é, dentre as técnicas, pouco traumática, segura, prática e econômica, sua utilização
nesses casos vem aumentando na rotina clínica veterinária.
3.5.3. Cistocentese
A cistocentese é a técnica de eleição para realização de cultura bacteriana, pois
é o método com menor contaminação bacteriana. É o método de coleta preferido em
pequenos animais, podendo-se aproveitar todo o volume coletado de 10 mL. O
paciente deve preferencialmente estar em decúbito dorsal. A vesícula urinária deve
ser palpada e a antissepsia realizada com álcool 70% para diminuir a contaminação.
A agulha deve ser inserida em um ângulo de 45° sobre a linha média e recomenda-se
o uso de agulha de calibre intermediário (FROES et al., 2007).
27
3.6. URINÁLISE
O exame de urina completo inclui exame físico, químico e microscópico. Cada
um deles tem seu valor, sendo os dois primeiros de execução mais simples e o último
sendo considerado moderadamente complexo (RASKIN e MEYER, 2011).
3.6.1. Exame Físico da Urina
A avaliação física consiste na observação do operante sobre o volume de
amostra, a cor, a turbidez e a densidade urinária.
A cor normal da urina é a amarela ao âmbar. A sua coloração pode sofrer
interferência de substâncias exógenas e endógenas. As substâncias endógenas mais
relatadas na mudança de cor são os eritrócitos, a hemoglobina, a mioglobina e a
bilirrubina. A centrifugação da urina com coloração alterada pode diferenciar entre
hematúria verdadeira e hemoglobinúria ou mioglobinúria. Após centrifugação, se os
eritrócitos sedimentaram e o sobrenadante estiver límpido conclui-se que se trata de
hematúria. Contudo quando após a centrifugação o sobrenadante mantém a
coloração escura é indicativo de mioglobinuria ou hemoglobinúria (DALMOLIN, 2011).
A substância exógena mais comumente relatada por alterar a coloração da urina é o
etilenoglicol, substância presente em baterias e antibióticos, que tem a capacidade de
tornar a urina azul (THRALL et al., 2015).
O aspecto normal da urina é ela ser límpida, porém ela pode exibir turbidez
discreta em virtude de partículas em suspensão. Uma amostra concentrada está mais
propensa à turbidez do que uma amostra diluída. Leucócitos, eritrócitos, cristais,
bactérias, muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da
amostra. Desta forma a análise da sedimentoscopia nos fornece informações
importantes quanto a celularidade, elucidando as alterações de amostras turvas
(SCOTT, 2011).
A densidade específica da urina é definida pela relação entre soluto e solvente
presentes na amostra. Esse parâmetro aumenta com o aumento da concentração de
solutos ou diminuição do solvente, mas varia com o tipo de soluto presente. Para a
maioria dos propósitos clínicos, a densidade pode ser satisfatoriamente estimada com
o uso de um refratômetro e reflete a habilidade dos rins em concentrar ou diluir a urina.
28
Os valores de referência para cães estão entre 1.015 a 1.045 podendo haver variação
conforme o consumo de água, dieta e atividade física (FREITAS et al., 2014).
Segundo Hennemann et al. (1996), a densidade urinária é clinicamente utilizadao
pois a baixa habilidade de concentrar a urina é um dos primeiros sinais de doença
tubular renal.
3.6.2 Exame Químico da Urina
O exame químico da urina é realizado utilizando-se de tiras reagentes. Elas são
feitas de plástico com pequenos pedaços de papel embebidos em reagentes químicos
que mudam de cor quando imersos na urina. Essa alteração de cor é comparada com
uma escala de cor fornecida para cada área de reação. A intensidade da cor final
fornece uma medida aproximada da quantidade de substâncias presentes na urina.
Os parâmetro avaliados na fita são: pH urinário, proteína, glicose, corpos cetônicos,
hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio e nitrito (DALMOLIN, 2011).
3.6.2.1. pH urinário
O pH da urina de carnívoros geralmente tende à acidez (entre 5,0 e 7,5),
enquanto que a de herbívoros à alcalinidade (7,0 a 8,5). Ele pode ser afetado por
fatores renais e extrarrenais. Dentre eles, alimentação (onda alcalina pós-prandial),
utilização de agentes alcalinizantes e a acidose tubular distal renal (MOUTINHO et al.,
2006)
3.6.2.2. Proteínas
Proteínas pequenas podem passar pela barreira de filtração glomerular. Na
maioria dos animais sadios, as proteínas são reabsorvidas nos túbulos proximais,
desta forma, nenhuma ou muito pouca proteína é detectada em amostras urinárias. A
presença de proteinúria é um achado que pode indicar comprometimento renal,
estando presente no estágio inicial da doença renal antes do comprometimento da
função poder ser detectado (BREGMAN, 2010).
A proteinúria pode ser causada por condições fisiológicas ou não fisiológicas.
A proteinúria fisiológica ocorre em situações de exercício intenso, convulsões, febre,
29
exposição a calor ou frio intensos e estresse. É geralmente transitória, de baixa
magnitude e diminui quando a causa é corrigida. A proteinúria não fisiológica pode ser
de origem renal ou pós-renal. A proteinúria pós-renal ocorre em associação à
inflamação ou hemorragia do trato urinário inferior. A proteinúria de origem renal
ocorre devido à alterações da permeabilidade do capilar glomerular, comum na
hipertensão glomerular e nas glomerulonefrites (FREITAS, 2014).
3.6.2.3. Glicose
A glicose é filtrada livremente pelo glomérulo e reabsorvida nos túbulos
proximais por co-transporte de glicose com sódio. Assim, não se costuma encontrar
glicosúria em cães sadios. Porém, quando a concentração sanguínea de glicose
excede a capacidade de reabsorção dos túbulos proximais (180mg/dL para cães), a
glicose é excretada na urina (FREITAS, 2014). Na insuficiência renal aguda, ocorre
glicosúria normoglicêmica devido à presença de significativas lesões tubulares
(MOUTINHO et al., 2006)
3.6.2.4. Corpos cetônicos
Corpos cetônicos como o acetoacetato, o β-hidroxibutirato e a acetona não são
fisiologicamente encontrados na urina. Após serem filtrados pelo glomérulo, eles são
totalmente reabsorvidos nos túbulos proximais. Sua presença está associada à
degradação de lipídios, processo que pode ocorrer na cetoacidose diabética ou em
animais em jejum prolongado. As tiras reagentes detectam apenas acetoacetado e
acetona (GONZÁLEZ e SILVA, 2008).
3.6.2.5. Hemoglobina
A hemoglobina não é encontrada na urina de cães sadios. Sua presença está
frequentemente associada à casos de hemólise intravascular. Uma vez livre na
circulação, a hemoglobina passa livremente pelo glomérulo, sendo eliminada pela
urina (HEGGENDORNN, SILVA, CUNHA, 2014).
30
3.6.2.6. Bilirrubina
A bilirrubina forma-se a partir da degradação do heme da hemoglobina nos
macrófagos esplênicos. Após a conjugação nos hepatócitos, a bilirrubina é excretada
pelo sistema biliar. Contudo se esta bilirrubina passar para o plasma, ela pode ser
eliminada pela filtração glomerular sendo excretada pela urina. Aumentos de
bilirrubina sugerem doença hepática, obstrução biliar ou doença hemolítica
(GONZÁLEZ e SILVA, 2008).
3.6.2.7. Urobilinogênio
No intestino, a bilirrubina conjugada sofre redução pelas bactérias até
urobilinogênio. Parte do urobilinogênio é reabsorvido na circulação portal e conduzido
até o fígado (circulação entero-hepática). O urobilinogênio não reabsorvido no
intestino pode ser convertido em estercobilinogênio, desta forma dando a coloração
das fezes (SPIRITO, 2009).
3.6.2.8. Nitrito
Em cães sadios, o nitrito costuma ser negativo. Ele pode ser encontrado em
urinas que contem certas bactérias gram-negativas que apresentam características
de conversão do nitrato em nitrito. É importante avaliar quanto as reações falsamente
aumentadas, como em casos onde a amostra é armazenada por um longo tempo,
culminando na multiplicação de bactérias, gerando o nitrito como substrato.
(HEGGENDORNN, SILVA, CUNHA, 2014).
3.6.3. Exame do sedimentado urinário
O sedimento urinário de cães sadios apresenta baixa quantidade de células ou
cristais. Alterações do sedimento urinário podem ser indicativas de disfunção renal
aguda, onde observa-se aumento do número de leucócitos, hemácias, células
epiteliais renais e cilindros celulares ou granulares. O aumento do número das células
epiteliais de transição na urina pode estar associado à infecção, inflamação, irritação
e neoplasia de qualquer desses segmentos anatômicos. Essas são células epiteliais
31
que revestem a mucosa da pelve renal, ureter, bexiga e uretra (Figura 13). Existem
também células epiteliais escamosas associadas à próstata, vagina e útero, que
geralmente não têm importância diagnóstica (Figura 14) (FREITAS et al., 2014).
Figura 13. Célula de transição
Fonte: Atlas de urinálise UFRGS
Figura 14. Célula escamosa do trato
urinário inferior
Fonte: Atlas de urinálise UFRGS
As células do epitélio renal são de tamanho similar a um leucócito,
arredondados e com núcleo grande, difíceis de distinguir dos leucócitos. Um número
aumentado destas células sugere alteração inflamatória renal (SCOTT, 2011).
A urina pode conter raros cilindros hialinos ou granulosos. Um aumento nesta
quantidade de cilindro indica alteração no trato urinário superior. Os cilindros hialinos
podem adquirir debris celulares e tornarem-se cilindros granulares. Quando estes
32
cilindros envelhecem e/ou se deterioram e se solidificam nos túbulos, ocorre a
formação dos cilindros céreos. Inflamação ou hemorragia renal podem levar à
formação de cilindros leucocitários ou eritrocitários, respectivamente (DALMOLIN,
2011).
A presença de cristalúria é influenciada pelo pH e densidade urinária. Pacientes
com amostras de urina muito concentradas, com altas concentrações de substâncias
cristalogênicas ou com reduzida taxa de fluxo renal estão predispostos à formação de
cristais. A quantidade de cristais é quantitativamente expressa em: poucos,
moderados ou muitos. Os cristais de fosfato de amônio-magnesiano (estruvita)
possuem morfologia de “caixão fechado”, embora possam apresentar diversas outras
formas. É um achado normal em cães, ou pode estar associado à urolitíase. Os
cristais de fosfato amorfo apresentam valor diagnóstico desconhecido, mas não
devem ser confundidos com colônias bacterianas. São diferenciados por serem
incolores, formarem-se em urina alcalina e serem solúveis em ácido acético. O cristal
de fosfato de cálcio apresenta-se como grupos de cristais incolores, longos e sua
morfologia de agulha geralmente está presente em urinas alcalinas (RASKIN e
MEYER, 2011).
A bacteriúria pode refletir contaminação ou infecção, sendo que resposta do
organismo do paciente pode combater tais microrganismos. Outros patógenos, como
nematódeos ou seus ovos, leveduras e hifas podem ser identificados ocasionalmente.
Muco e espermatozóides também podem ser observados (DALMOLIN, 2011).
33
4. RELATO DE CASO
Em julho de 2015 uma paciente fêmea canina, pinscher, 13 anos, 7,95 kg, não
castrada e desnutrida, foi atendida no Hospital Veterinário-UFPR, com a queixa
principal de há três dias apresentar alteração na coloração da urina (mais escura).
Além disso, houveram episódios intermitentes de diarreia e os responsáveis relatam
que a paciente apresenta crescimento progressivo de nódulos mamários. Alimenta-se
de ração industrializada e eventualmente comida, não possuía contactantes nem
acesso à rua. Dados como vacinação e vermifugação não foram informados. Tutor
relata ter administrado meio comprimido de ácido acetilsalicílico.
Há um ano a paciente teve diagnóstico de carcinoma mamário, mastocitoma e
neoformações em vesícula urinária. Foi realizada apena mastectomia unilateral como
tratamento.
Em setembro de 2015 foram colhidos 10 mL de urina por cateterismo uretral e
foi realizada a urinálise (Quadro 1). O exame apontou muitas alterações na
sedimentoscopia como: piúria, bacterúria, presença de células agrupadas,
anisocitose, anisocariose e binucleação (Figura 15).
Quadro 1. Resultado da urinálise de paciente canina, fêmea, 13 anos, com queixa clínica de alteração
na cor da urina.
FÍSICO QUÍMICO SEDIMENTOSCOPIA
Volume: 10ml Cor: Amarelo claro Aspecto: Límpido densidade: 1.008
pH: 5,0 Proteína: 1+ Sangue: 3+
Glicose: normal Bilirrubina: negativo
Urobilinogênio: normal Corpos cetônicos: negativo
Nitrito: negativo
Leucócitos (incontáveis)
Bactérias (3+) Células epiteliais de transição (raras)
Células epitelial renal (raras) Hemácias (raras)
Anisocitose e anisocariose,
34
Figura 15. Avaliação microscópica do sedimento urinária de paciente canina, femea, 13 anos, com
queixa clínica de alteração na cor da urina. Sedimento urinário não corado. Presença de anisocitose,
anisocariose, células binucleadas (seta larga) e agrupado celular (seta fina). Objetiva de 40x.
Devido à grande presença de bactérias na amostra, foi solicitado exame
bacteriológico e antibiograma, sendo o microrganismo isolado a Pasteurella sp (Figura
16).
Figura 16. Presença de grande quantidade de bactérias no sedimento
urinário de canina, femea, 13 anos, com queixa clínica de alteração na
cor da urina.
35
Ainda, foram realizados exames de sangue como hemograma e avaliação
bioquímica. Os resultados estão dispostos nas tabelas 1 e 2, respectivamente.
Tabela 1. Hemograma de fêmea canina, pinscher,13 anos, com infecção urinária e suspeita de neoplasia em vesícula urinária.
Resultado Referência
Eritrócitos (milhões/uL) 6,3 5,5 a 8,5
Hematócrito (%) 44 37 a 55
Hemoglobina (g/dL) 13,8 12,0 a 18,0
VGM 58,27 60 a 77
CHCM (%) 37,03 30 a 36
Proteína plasmática (g/dl) 5,2 5,8 a 7,8
Leucócitos totais (mil/mm³) 11.900 6.000 a 17.000
Segmentados (/mm³) 11.300 3.000 a 11.500
Linfócitos (/mm³) 1.230 1.000 a 4.800
Eosinófilos (/mm³) 1.200 120 a 1.700
Monócitos (/mm³) 1.120 150 a 1.350
Plaquetas (/mm³) 1.588.800 200 a 500.000
Tabela 2. Exames bioquímicos de fêmea canina, pinscher,13 anos, com infecção urinária e suspeita de neoplasia em vesícula urinária.
Resultado Referência
Glicose (mg/dl) 97.5 60 a 110
Creatinina (mg/dl) 1.3 0,5 a 1,5
Uréia (mg/dl) 81.2 21 a 60
FA (u/l) 110.4 20 a 156
PPT (g/dl) 4.9 5,4 a 7,1
Albumina (g/dl) 2.4 2,6 a 3,3
Cálcio (mg/dl) 9.1 9.0 a 11.3
LDH (u/l) 299.9 45 a 233
ALT (u/l) 63.1 21 a 102
Em outubro de 2015 foi realizada ultrassonografia abdominal. Na descrição
ultrassonográfica, a imagem de bexiga possuiu como diagnóstico diferencial neoplasia
de vesícula urinária (Figura 17).
36
Figura 17. Presença de espessamento da vesícula urinária e
neoformação (setas).
Foi realizada sondagem vesical para facilitar a descamação da parede da
vesícula urinária. Com a sonda, foi lesionada a parede do epitélio vesical onde foi
havia a neoformação. Posteriormente realizado um squash do material que ficou
armazenado na sonda e a lâmina foi encaminhada ao laboratório de Anatomia
Patológica, onde foi diagnosticado de Carcinoma Epitelial.
Foi realizado raio-x de tórax para estadiamento da neoplasia, não sendo
evidenciadas estruturas compatíveis com metástases. Apesar da ausência de
metástases, o crescimento da massa em vesícula urinária progrediu de tal forma a ser
inoperável pois pouco ou nenhum lúmen vesical sobraria.
Assim, foi instituído tratamento clínico citoredutor e antibacteriano. O Feldene
(Piroxicam®) é um anti-inflamatório não esteroidal que possui características de cito
redução de neoplasias quando associado a outros fármacos quimioterápicos. Como
agente antibacteriano foi instituído amoxicilina com clavulanato de potássio, duas
vezes ao dia, na dose de 20mg/kg, durante 21 dias.
Além disso, foi orientada realização de mastectomia unilateral direita para
remoção de nódulos mamários e ovariosalpingohisterectomia para controle hormonal
e tumoral.
37
5. DISCUSSÃO
A queixa principal no atendimento foi hematúria. Segundo ABREU et al. (2007),
várias alterações podem cursar com hematúria traumatismo, infecções,
coagulopatias, hemorragia iatrogênica e neoplasias. O padrão ouro para o diagnóstico
de hematúria microscópica é o exame do sedimento urinário. A presença de hemácias
acima de cinco por campo é suficiente para o diagnóstico. Quando a amostra é
submetida a centrifugação, a observação de sedimento vermelho e sobrenadante
claro é altamente sugestiva de hematúria (ABREU et al., 2007). No caso em questão,
a hematúria verdadeira foi confirmada pelo exame do sedimento, corroborando com a
literatura.
A paciente apresentou histórico de carcinoma mamário anteriormente, sendo
realizada mastectomia unilateral esquerda. Segundo Ribas et al. (2012), as neoplasias
de glândulas mamárias são comumente encontradas na rotina da clínica cirúrgica de
pequenos animais, sendo superadas em número de casos apenas por neoplasias de
pele. As neoplasias mamárias acometem principalmente fêmeas caninas não
castradas ou castradas após vários históricos de ciclo estral, na faixa etária geriátrica,
sem qualquer predisposição racial. A paciente não foi submetida a
ovariosalpingohisterectomia (OSH), aumentando o percentual de neoplasia mamária
(RIBAS et al., 2012). Embora a literatura não descreva metástase de carcinoma
mamário em vesícula urinária, Feliciano et al. (2012) descreveu a anatomia das
glândulas mamárias e fatores como a angiogênese podendo culminar em células
neoplásicas na corrente sanguínea colaborando para metástase. Assim, é possível
que o carcinoma vesical seja consequência das neoplasias mamárias não tratadas.
A urinálise é uma ferramenta que pode auxiliar quando o paciente possui
alterações do trato urinário como infecções e neoplasias. Tais doenças podem
demonstrar alterações semelhantes na sedimentoscopia. Desta forma é fundamental
o conhecimento de citologia para auxiliar o patologista clínico a diferenciar um
processo infeccioso de neoplásico. É necessário orientar o clínico quanto a uma
possível biópsia para confirmação da neoplasia. Desta forma o trabalho em conjunto
favorece acurácia e melhor qualidade de vida do paciente.
38
Na urinálise, a sedimentoscopia demonstrou grande quantidade de células com
características neoplásicas, como agrupamento celular, anisocitose e anisocariose.
Desta forma foi corada uma lâmina do sedimento, a qual apresentou demonstrou
estas mesmas características, somadas a presença de figuras de mitose e nucléolo
evidente. Todos estes são critérios de malignidade (RASKIN e MEYER, 2011).
Segundo Moura et al. (2007), o carcinoma de células transicionais é a neoplasia mais
comum envolvendo o trato urinário em cães, embora o crescimento e desenvolvimento
na paciente não possui origem de trígono vesical. Desta forma a única maneira de
diagnóstico definitivo seria o exame histopatológico, que não foi solicitado devido a
extensão da neoplasia.
A uréia apresentou um discreto aumento e pode estar associado a desidratação
pois o fluxo de urina diminui e inibe a excreção renal de uréia, podendo causar uremia
(GONZÁLEZ e SILVA, 2008).
A diminuição das proteínas plasmáticas pode estar associada ao estado
nutricional compatível com desnutrição, que, segundo Scott(2011) é comum em
pacientes mal alimentados ou anoréticos.
A neoplasia pode gerar um processo inflamatório que, segundo Batistti et al.
(2013), diminui a concentração de albumina por ela ser uma proteína negativa da
inflamação. Além disso, a paciente apresentou hematúria, o que leva a perda de mais
proteínas na urina, explicando porque foi observado hipoalbuminemia.
O aumento da enzima LDH corrobora com o relatado por Gonzalez e Silva
(2005). Segundo os autores, existem cinco isoenzimas conhecidas de LDH pouco
analisadas nos laboratórios veterinários. Porém, na medicina o aumento desta enzima
está relacionado à lesão de músculo esquelético ou cardíaco e em paciente com
neoplasias.
A trombocitose pode estar associada ao processo inflamatório, uma vez que
citocinas inflamatórias como as interleucinas-6, presente nas células neoplásicas,
estimulam a produção medular de plaquetas (SCOTT, 2011).
39
6. CONCLUSÃO
A urinálise mostrou-se um exame eficiente para avaliar presença de células
neoplásicas na sedimentoscopia. Embora alterações celulares possam ocorrer na
infecção urinária, a realização de exame citológico corado do sedimento urinário é de
suma importância para avaliar os padrões de malignidade presentes no processo
neoplásico, como anisocitose, anisocariose, nucléolo evidente, figura de mitose,
cromatina frouxa e células binucleadas.
O patologista clínico deve manter boa comunicação com o clínico, contribuindo
com a eficiência no tratamento. O caso citado foi acompanhado por uma equipe de
oncologistas, patologistas e clínicos, tornando eficiente o trabalho multidisciplinar. A
equipe médica conta com a colaboração e disponibilidade de tratamento dos
responsáveis, no caso supra citado o tempo para intervenção cirúrgica infelizmente
evoluiu para um prognóstico reservado.
40
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VETERINÁRIA Ano VII – Número 12 – Janeiro de 2009 – Periódicos Semestral.
THRALL.M.A., WEISER.G. ALLISON.R.N., CAMPBELL.T. Hematologia e
bioquímica clínica veterinária. 2º edição SP, ed. ROCA LTDA 2015.