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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Marlon Augusto Lustosa do Valle
PROGRAMA TELEVISIVO SOBRE O MMA EM CURITIBA
CURITIBA 2010
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Marlon Augusto Lustosa do Valle
PROGRAMA TELEVISIVO SOBRE O MMA EM CURITIBA
Trabalho de Conclusão de Curso do MBA Gestão e Produção em Rádio e TV da Universidade Tuiuti do Paraná
CURITIBA 2010
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ÍNDICE
1. Introdução...................................................................................................05
2. Breve Histórico do MMA............................................................................06
2.1 Como surgiu................................................................................................06
2.2 UFC.............................................................................................................07
3. A Televisão e o MMA.................................................................................10
4. ° Round TV e sua Estrutura......................................................................17
4.1 Proposta de Veiculação..............................................................................19
4.2 Orçamento..................................................................................................20
4.3 Cronograma de Gravação...........................................................................21
5. Questionário...............................................................................................23
6. Referências Bibliográficas.......................................................................27
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RESUMO
O presente projeto trata de um programa televisivo sobre o MMA em Curitiba
chamado 1° Round TV. A sigla MMA quer dizer Mixed Martial Arts (artes marciais
mistas), nome recentemente utilizado para substituir o Vale-tudo.
Os veículos 1° Round já são bastante conhecidos na capital paranaense por
suas versões impressas e digitais. A revista impressa, o site e a revista digital 1°
Round foram os primeiros (e até então únicos) veículos especializados nas artes
marciais curitibanas. O programa será semanal, gravado, com duração de 30
minutos.
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1. INTRODUÇÃO
Programa televisivo gravado sobre o MMA em Curitiba, abordando também
modalidades como o Muay Thai, Jiu-jitsu, Boxe, Wrestling e Submission. Além de
atletas profissionais e amadores, o programa terá como público-alvo professores,
mestres, empresários e todos os admiradores das artes marciais, sejam
praticantes ou não. Embora a faixa etária deste público varie entre 15 até 40 anos,
o programa irá se concentrar no público de 20 a 25 anos, onde está a maioria dos
praticantes e admiradores deste esporte. O nome do programa será 1° Round TV,
para diferenciar dos outros veículos 1° Round (site e revista).
O nome Vale-tudo quer dizer que qualquer atleta, de qualquer arte marcial,
pode lutar, diferente do que se pensa, que vale fazer de tudo durante a luta. Por
dar essa errada impressão devido ao nome, recentemente o nome Vale-tudo
passou a ser substituído pela sigla MMA, que em inglês quer dizer “Mixed Martial
Arts” (artes marciais mistas).
A escolha de tema e a produção de um programa de televisão sobre o MMA
Curitibano devem-se a falta de uma cobertura televisiva local sobre as lutas na
cidade. As informações passadas pelo programa terão funções que vão além de informar e
entreter o público alvo, como também de ensinar e mostrar que as artes marciais, em
especial o MMA e o Muay Thai, embora sejam esportes de contato, não podem ser
confundidos com violência.
A fundamentação teórica a seguir foi dividida nos seguintes capítulos: Breve
histórico do MMA, O MMA na TV (neste capítulo fica clara a justificativa deste
projeto) e Programa 1° Round TV e sua Estrutura.
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2. BREVE HISTÓRICO DO MMA
2.1 Como surgiu
O Mixed Martial Arts teve suas origens na Grécia, em 648 a.C1. O esporte,
que era uma mistura do Wrestling com o Boxe, fazia parte dos jogos olímpicos
gregos com o nome de Pankration. Nas lutas só não era válido morder e enfiar os
dedos nos olhos do oponente. Essas lutas eram longas e só acabavam quando
um dos lutadores desistisse, ficasse inconsciente ou morresse.
Com a popularidade do Wrestling e do Boxe, o Pankration acabou sendo
esquecido, tendo aparecido somente em 1925 algo muito relacionado a ele, o
Vale-tudo, criado por Hélio Gracie.
No início dos anos 80, a falta de grandes campeonatos de Vale-tudo era
suprida por desafios internos em academias. Em 1981, uma briga em uma boate
acabou dando início ao primeiro campeonato de Vale-tudo. Charles Gracie,
sobrinho de Hélio Gracie, se envolveu em uma briga em Teresópolis com um
aluno de Flávio Molina (professor de Taekwondo e um dos primeiros praticantes
de Muay Thai no Rio de Janeiro). Alguns membros da família Gracie, dias depois,
foram até a academia de Molina e começaram uma briga com Molina e outros
professores que estavam lá. Um ano depois, Molina resolveu desafiar Rickson
Gracie, que recusou, mas ofereceu seu melhor aluno para a luta, Marcelo Behring.
“Era a deixa para os Gracie decidirem fazer daquela luta um campeonato
organizado – e mais uma vez, tentarem provar a superioridade do jiu-jitsu. Assim,
1 Informação obtida no site http://geocities.yahoo.com.br/lutabrazil02/historiamma.html. Acesso dia
25/06/05
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com o apoio da revista Manchete, organizaram um grande torneio de vale-tudo:
Jiu-jitsu versus Artes Marciais. Seriam cinco lutas, quatro delas tendo
representantes dos Gracies”. (PELLEGRINI & BITTENCOURT, 2004, p. 109)
O evento aconteceu no dia 30 de novembro de 1984, no Maracanãzinho, e
contou com a presença de personalidades como o cantor Agnaldo Timóteo e o
apresentador Sérgio Malandro. Os alunos das academias Gracie tinham acesso
livre ao evento, enquanto outras pessoas deviam pagar. Nas arquibancadas
ocorreram várias brigas, mas mesmo assim o evento aconteceu e teve vitórias
tanto do Jiu-jitsu quanto de outras artes.
2.2 UFC
Rórion Gracie, que vivia nos Estados Unidos, teve a idéia de criar uma liga de
Vale-tudo americana. Antes da criação do evento, tentou buscar um espaço na TV
e vendeu algumas fitas de lutas para os canais HBO e Showtime, mas sem
sucesso. O publicitário americano Art Davie ficou sabendo da idéia de Rórion e
resolveu participar do projeto. Foi então, juntamente com o diretor de cinema John
Millius (que era aluno de Rórion) até a academia de Gracie. Tiveram a idéia de
convidar Millius para o projeto, pois o nome do cineasta daria credibilidade ao
evento. A cidade de Denver foi escolhida e, em 1993, em um acordo com Bob
Meyrowitz, presidente da Semaphore Entertainment Group (SEG - emissora que
transmite eventos ao vivo) foi criado o Ultimate Fighting Championship.
Nas primeiras edições desse campeonato as regras eram mínimas, limitando-
se apenas a não poder morder, dar golpes baixos e enfiar os dedos nos olhos.
Essa falta de regras era para que os praticantes de diversas artes marciais não
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fossem proibidos de executar algum golpe de sua arte e pudessem mostrar suas
habilidades.
No início, os campeonatos do UFC eram realizados de forma eliminatória: os
atletas perdedores eram eliminados e os vencedores continuavam no campeonato
e chegavam a lutar várias vezes em uma mesma noite. O UFC ficou
mundialmente conhecido pelo seu ringue octogonal, o Octagon, até hoje usado no
UFC e, às vezes, em outros campeonatos de Vale-tudo. O brasileiro Royce Gracie
foi o escolhido pela família Gracie para representar o Jiu-jitsu no UFC e venceu as
três primeiras edições. Após a quinta edição do evento, Rórion resolveu vender a
sua parte do UFC para a SEG. O presidente da empresa queria mudanças nas
regras, como limites de tempo e decisão por juízes em caso de empate. Com a
maior especialização dos lutadores, o limite de tempo teve que ser introduzido nas
regras pelo fato de as lutas estarem mais equilibradas, deixando assim os eventos
mais demorados e prejudicando tanto o público do campeonato como as
transmissões das emissoras. As novas regras não agradaram a Rórion, que
resolveu vender sua parte do UFC para a SEG. Rórion achava que essas
mudanças tirariam a essência do Vale-tudo, que era uma luta sem regras e que
tinha o objetivo de chegar o mais próximo possível de uma briga de rua. Além
disso, Rórion achava que os juízes poderiam não entender a tática do jiu-jitsu e
dar a vitória ao adversário. (PELLEGRINI & BITTENCOURT, 2004)
Por sua violência, o evento foi proibido em alguns estados americanos e teve
suas transmissões cortadas. O UFC continuou de forma bem menos expressiva
do que no início, até que foi comprado por uma companhia que gerenciava alguns
cassinos em Las Vegas e que tinha objetivos de resgatar a popularidade do
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torneio, fazendo com que os eventos tivessem regras e as pessoas o associassem
como um esporte. O evento retornou em 2001 com novas regras para as lutas,
incluindo divisões por pesoe hoje é o maior do mundo nesta modalidade.
O que antes era um confronto de estilos de lutas, passou a ser, atualmente,
um confronto entre lutadores especializados, tanto na luta em pé, quanto na luta
no chão.
Os lutadores deixaram de ser apenas representantes do jiu-jitsu, do boxe, do wrestling, para serem lutadores de vale-tudo (...) É claro que cada um ainda tinha sua arte favorita, e podia ser rotulado como especialista em tal. Mas para se tornar um lutador de elite, o atleta teria que aprender: jiu-jitsu, para saber finalizar e não ser finalizado no chão; boxe, para ter noção de distância, saber socar e se esquivar dos ataques; wrestling, para derrubar o adversário e evitar ser derrubado por ele, além de saber usar o peso do corpo para imobilizar o oponente no chão; e muay thai, a arte-marcial mais completa para se lutar em pé, com socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. (PELLEGRINI & BITTENCOURT, 2004)
Atualmente são vários os eventos de MMA realizados no Brasil, sendo
Curitiba sede de alguns dos maiores eventos nacionais do país como Power Fight,
Samurai F.C, Brve e Torneio Estímulo.
Embora o esporte seja bastante popular, ele ainda sofre o preconceito das
pessoas leigas que acham que o Vale-tudo é uma briga sem regras:
O Vale-Tudo sempre teve muitas dificuldades para se tornar um esporte popular, pois sofre muito preconceito por parte da sociedade e da imprensa em geral, que considera o esporte muito violento e de "brutamontes acefalados". Porém essa não é a verdade. É um esporte violento, mas possui regras rígidas (contrariando o nome Vale-Tudo) que preservam a integridade física dos atletas e é extremamente profissional, os lutadores são atletas profissionais e não gladiadores de rua, como muitos pensam. (in: FAÉ, Bruno. Vale-tudo: o esporte do momento. Disponível em http://www.tosko.com.br/materias/. Acesso dia 25/06/2010)
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3. A TELEVISÃO E O MMA
O Ultimate Fighting Championship (UFC) foi o primeiro torneio de Vale-tudo a
ganhar espaço na televisão. O torneio, realizado nos Estados Unidos e que teve
início em 1993, chegou a vender 300 mil cotas2 de Pay-per-view já na sua terceira
edição.
Quem não quisesse gastar com os pacotes podia assistir ao evento no canal
de assinatura Sportv, da Net, que até hoje passa eventos de Vale-tudo na sua
programação, sempre algum tempo depois de realizados. Em locadoras, também
é possível encontrar fitas dos primeiros UFC’s, e já existem vários DVD’S de
campeonatos como UFC e Pride, entre outros.
Hoje, os canais das televisões por assinatura Sportv e Band Sports reprisam
vários torneios de Vale-tudo. Às vezes, a Band Sports transmite ao vivo, para todo
o país, campeonatos de Muay Thai e Vale-tudo realizados em Curitiba.
É no Première Combate, canal de Pay-per-view disponível para assinantes
da Net e da Sky, que se pode encontrar a maior cobertura de Vale-tudo para a
televisão. Criado em maio de 2002, o canal oferece pacotes que podem ser
comprados isoladamente (algum determinado campeonato ao vivo ou gravado) ou
em 24 horas (programação com lutas e programas sobre artes marciais). Nos
programas sobre artes marciais do canal Première Combate, pode-se rever
grandes lutas, tanto de Vale-tudo como de Boxe, conhecer os lutadores que estão
2 Dado obtido em PELLEGRINI, Humberto e BITTENCOURT, Mariana. Os Bons de Briga - a
história do vale-tudo brasileiro. Monografia da UFSC. Santa Catarina, 2004
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se destacando, ficar por dentro dos eventos que acontecerão no Brasil e no
mundo, etc.
No ano de criação do canal, quase 52 mil assinaturas foram feitas e, em
2003, 70.700. Em 2004, foram feitas, aproximadamente, 75 mil assinaturas3,
provando que o gosto em assistir lutas, tanto de Boxe, como Muay Thai e Vale-
tudo, vem crescendo a cada ano.
O Vale-tudo está se tornando o segundo esporte preferido dos
telespectadores, perdendo apenas para o futebol. Em matéria publicada no site do
Jornal do Brasil, dia 29 de setembro de 2002, Marcelo Rodrigues afirma: “No mês
de agosto, por exemplo, os programas de lutas exibidos nas madrugadas de
sábado para domingo pela emissora só tiveram médias inferiores às dos jogos de
futebol do Campeonato Brasileiro, batendo o vôlei (3° colocado), o futsal (4°), o
tênis (5°), o automobilismo (9°) e o basquete (20°)”. O autor diz também que as
lutas de consagrados lutadores, como Minotauro e Wanderlei Silva, foram
assistidas por 69.040 pessoas, mais da metade (52,1%) dos telespectadores
brasileiros que compraram pacotes de futebol no mês de julho de 2002. Uma
prova de que as lutas de Vale-tudo são bastante apreciadas foi a transmissão ao
vivo de uma luta de Vítor Belfort, em julho de 2002, pelo SBT, alcançando 14
pontos no Ibope.
Alguns campeonatos de Muay Thai e Vale-tudo têm que mudar suas regras
em virtude das transmissões televisivas. Às vezes, golpes como joelhadas,
3 Dados obtidos no site http://www.textual.com.br/releases/exibe_releases.asp?ID=1609. Acesso
em 15/05/2005
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quando o adversário estiver no chão, e cotoveladas não são bem vistos pelos
responsáveis das transmissões para a televisão. Por causa disso, os
campeonatos mudam uma ou outra regra para ter seu espaço na TV. Essa
mudança já não aconteceu no último Storm Samurai Octagon, realizado em
19/03/2005 em Curitiba, no qual eram válidos todos os tipos de joelhadas e
cotoveladas. Já nos campeonatos de Muay Thai, ao contrário dos campeonatos
na Tailândia, o uso de cotoveladas ainda não é permitido.
No dia 6 de agosto de 2005, foi ao ar o primeiro programa de Vale-tudo em
TV aberta apresentado por Jorge Guimarães, o "Joinha", apresentador e repórter
do canal de Pay-per-view Première Combate. O programa Zona da Luta tem
duração de 30 minutos e vai ao ar todo domingo pela CNT.
No dia 6 de fevereiro de 2009 foi ao ar a primeira edição do programa
semanal Fight Zone, pela Band Sports, com duração de 1h15min. Além de
notícias sobre o MMA nacional, o programa transmite lutas de eventos já
realizados e tem como objetivo realizar transmissões de lutas ao vivo. Outro canal
fechado que possui um programa voltado às artes marciais é o Sportv, com o
Sensei Sportv. Ambos dão ênfase ao eixo Rio-São Paulo e ao cenário
internacional.
Recentemente a Rede TV começou a exibir o programa UFC Sem Limites,
semanal e com uma hora de duração, que transmite lutas do evento americano
Ultimate Fighting.
Embora o espaço dedicado ao vale-tudo seja ainda muito pequeno na
grande mídia, é possível encontrar algumas matérias em veículos impressos e
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digitais que reconhecem o crescimento do esporte e o aumento do interesse do
público.
Em uma matéria reproduzida do jornal O Globo pela Gazeta do Povo, no
dia 19 de julho de 2009 e de autoria de Gustavo Leitão, é possível observar a
crescente atração do público pelas lutas e a busca das emissoras de TV por
programas deste segmento. A matéria leva o título: “Com crescimento do Ultimate
Fighting Championship na TV, emissoras apostam nas artes marciais para atrair o
público em busca de adrenalina” e cita que
o número de assinantes brasileiros que acompanham a competição pelo canal Combate cresceu 73% em relação a 2008. Tanto interesse foi parar na TV aberta, onde desde o mês passado a RedeTV! exibe um programa dedicado às três letras mágicas da pancadaria (UFC) (LEITÃO, 2009)
O autor informa também que entre os 3,4 milhões de espectadores que o
programa “Sensei SporTV” mobilizou no primeiro semestre, 37% são mulheres”.
A revista Veja do dia 09/09/2009, exibiu uma matéria especial de cinco
páginas intitulada “Os bons de briga e de audiência” de autoria de Kalleo Coura,
onde foram citados alguns dados que comprovam o interesse das pessoas neste
tipo de esporte. A matéria mostra que
no ano passado (2008), só a transmissão do principal campeonato da modalidade, o Ultimate Fighting Championship (UFC), nos Estados Unidos, movimentou 300 milhões de dólares no mercado americano de pay-per-view – 45 milhões de dólares a mais do que o recorde obtido pelo boxe. (COURA, Kalleo, 2009)
Ainda na matéria da revista Veja, o autor cita que “no Brasil, o número de
assinantes do canal Combate, que detém os direitos de exibição da competição,
cresceu 86% nos sete primeiros meses deste ano”.
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Curitiba é conhecida por ser a capital do Muay Thai no Brasil devido ao
grande número de praticantes e admiradores desta arte. A cidade agora também é
tida como a capital do Vale-tudo, ao lado do eixo Rio-São Paulo, pelos inúmeros
torneios realizados e pelo número de equipes e de lutadores que praticam o
esporte.
Um programa local, direcionado às pessoas que admiram as artes marciais,
tem a vantagem da proximidade com seu público alvo. Em uma matéria publicada
na revista Veja do dia 05/08/2009 intitulada “Como o Brasil vê televisão” do
jornalista Marcelo Mathe, fica claro a busca das emissoras por programas locais.
Segundo o autor,
as emissoras locais também têm seu sistema de estrelas e engalfinham-se em disputas por ibope (...) Nos últimos anos, contudo, uma maior valorização da “cor local” se impôs. Nos noticiários, tornou-se questão de sobrevivência investir nos temas que estão na esquina do espectador (2009, p.146).
O diretor-geral da Globo, Octávio Floresbal, em entrevista à matéria citada acima
revela que “as pessoas precisam sentir a emissora próxima delas”. É também
bastante perceptível o aumento das horas reservadas pela Globo para a
programação local.
Hoje a Globo reserva em média 12 a 14 horas semanais para as produções das emissoras das capitais coligadas à sua rede – o dobro do que destinava no começo dos anos 80 (...) Vários programas fazem sucesso investindo nas particularidades de cada lugar. (2009, p.148).
Percebe-se, então, que por ser um programa local sobre um assunto específico e
pouco explorado pela mídia áudio-visual e com comprovadas apreciações do
público alvo pelo tema, torna-se justificável a criação do 1° Round TV. “O
conteúdo transmitido pela TV e pelo vídeo é a verdadeira síntese da criatividade e
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da tecnologia, além de ser o melhor meio para se divulgar uma idéia”.
(FERRES,09:1998)
Na capital paranaense encontram-se grandes academias e atletas
mundialmente reconhecidos e diversos campeonatos de vários estilos de artes
marciais são realizados quase todo final de semana em Curitiba. Existem várias
equipes como Chute Boxe, Noguchi5, Thai Boxe, Gracie Paraná, World Strong,
Thai Brasil, UDL, Thainaja, GR Team, ChekMat, BIT, etc e a cidade também sedia
um grande número de campeonatos que são realizados em ginásios esportivos,
clubes ou academias.
É possível encontrar alguns dados (como já foram citados na Justificativa)
que revelam o crescimento deste esporte e do interesse das pessoas em
acompanhar estas modalidades. As emissoras de televisão locais não possuem
em sua grade um programa exclusivo para as artes marciais em Curitiba. O que
se pode encontrar, esporadicamente, na programação local, são matérias isoladas
sobre determinado evento de lutas ou atleta. Por que, então, ainda não existe
nenhum programa deste estilo em Curitiba?
O programa televisivo aqui proposto irá suprir a falta de informações sobre
estes esportes de lutas na TV local. Na citação abaixo fica claro o interesse que
as pessoas têm na TV e que isso já está na cultura da maioria das pessoas:
A televisão representa o triunfo da cultura da sedução, da cultura do desejo, não apenas porque é o principal motor na fabricação de desejos, como também porque ela mesma é expoente do desejo. (FERRES,2007:89)
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O Objetivo Geral deste projeto é a produção um programa televisivo sobre o MMA
em Curitiba. Como objetivos específicos, este programa vai informar os
acontecimentos deste esporte em Curitiba e região; Mostrar entrevistas com
mestres, professores, atletas e promotores de eventos; Mostrar matérias sobre
suplementação, preparação física, preparação de atletas para campeonatos, dicas
para atletas amadores, etc.; exibir clipes de lutas bem como a cobertura completa
de eventos realizados em Curitiba e região.
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4. 1° ROUND TV E SUA ESTRUTURA
Em sua estrutura, o 1° Round TV será dividido em três blocos de 10
minutos cada. No 1° Bloco serão apresentadas matérias de dois a três minutos
com os principais acontecimentos da semana nas artes marciais em Curitiba e
região. Essas matérias irão abordar desde a preparação de atletas para
determinado evento, até dicas de saúde, alimentação e suplementação para
atletas profissionais e amadores.
No 2° bloco serão exibidos clipes dos melhores momentos dos principais
campeonatos realizados na cidade bem como a cobertura completa destes
eventos. Quando não houver eventos em determinado final de semana, este bloco
seguirá a linha do primeiro bloco.
Já o 3° e último bloco vai trazer uma entrevista no estúdio com algum
atleta/mestre/promotor de eventos em destaque no cenário regional das lutas.
Antes de alguns VT´s no programa, será passada uma rápida propaganda
de até 10 segundos, a exemplo do que faz o programa CQC da Rede
Bandeirantes com seus anunciantes. Além disso, em cada bloco terá um
merchandising de 15 segundos.
Abaixo seguem os possíveis conteúdos para a programação do 1° Round
TV:
- Matérias sobre a preparação de atletas para suas próximas lutas.
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- Matérias sobre como são os treinamentos dos lutadores profissionais (cada
programa em uma academia diferente).
- Matérias destacando projetos sociais realizados por mestres, professores e
equipes de lutas.
- Apresentar técnicas de muay thai, jiu jitsu, MMA, com mestres e lutadores
ensinando posições.
- Coberturas dos eventos de luta do final de semana, entrevistas com os
vencedores após a luta, clipes dos melhores momentos, entrevista com
produtores, etc.
- Matérias na casa dos lutadores, mostrando o “outro lado” de suas vidas, o que
fazem quando não estão treinando, convívio com familiares, filhos, etc.
- Matérias sobre dicas de suplementação e alimentação.
- Matérias sobre dicas de preparação física voltada para a luta - com profissional
de educação física.
- Organizar competições entre atletas de diferentes equipes como jogos de
futebol, vídeo game, corrida de kart, e cobrir todos esses acontecimentos.
- Entrevistas em estúdio com mestres e lutadores.
O programa terá vários quadros conforme a lista abaixo:
Trocação - Entrevista no estilo ping-pong com mestres, lutadores, etc.
Fora do ringue - Matéria especial que mostra o “outro lado” dos lutadores. Serão
feitas visitas na casa dos atletas mostrando familiares, rotina caseira e outras
atividades que fazem diferente das lutas.
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Técnicas - Professores ensinando golpes, sequências de muay thai, finalizações
de jiu-jitsu, quedas, etc. Em cada programa, um ou dois professores ensinam
algumas técnicas.
Dicas de suplementação - Quadro com dicas de suplementação.
Highlights - Neste quadro serão exibidos os melhores momentos dos eventos
realizados no final de semana anterior ao programa.
Resumo da semana - Notas rápidas, sem imagens, das notícias que foram
destaque nos últimos dias.
Segundo IBOPE, na Classificação de Gêneros, o programa proposto se
encaixa na categoria Esporte, pois oferece cobertura completa de eventos
esportivos (lutas) e demais ações relacionadas ao esporte, como matérias,
entrevistas, etc. Na obra Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira, de José
Aronchi, o programa entra na categoria de Entretenimento, com Gênero esportivo.
A proximidade com o gênero telejornalismo já sugere a formatçao do gênero esportivo. O programa mantem aprsentadores, repórteres, entrevistas em estúdio em padrões adotados pelos telejornais da emissora. (2004:107)
4.1 Proposta de Veiculação
O programa 1° Round TV terá sua proposta apresentada à emissoras locais
abertas como RPC, Band, CNT, RIC, Rede Massa.
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Se por um lado as emissoras com sinal aberto tentam aproximar-se de todo ipo de público, produto, comercio e emissora não podem ser imcompatíveis. A personalidade dos três devem combinar, integrar-se. A combinação dos elementos programa-intervalo e comercial-emissora cria a identidade das redes. Um gênero determinado atrai certo tipo de patrocinador e forma a característica da rede. Por isso se identifica a programação com a emissora. (2004:52)
Conforme vimos na introdução, as emissoras abrem cada vez mais espaço para
produções locais e tem planos de aumentar ainda mais essas produções em 2010.
O público alvo do programa 1° Round TV é bastante vasto, pois é possível
presenciar em academias atletas adolescentes e adultos, homens e mulheres,
além do que, em eventos de lutas encontram-se pessoas das mais variadas
idades. Engana-se quem pensa que o gosto pelas lutas é apenas masculino. Em
uma matéria reproduzida do jornal O Globo pela Gazeta do Povo no dia 19 de
julho de 2009,observa-se que entre os 3,4 milhões de espectadores que o
programa Sensei Sportv mobilizou no primeiro semestre, 37% são mulheres.
4.2 Orçamento
O custo de um programa esportivo é relativamente baixo se comparado à outras produções da emissora. Tal afirmação se comprova com as duas citações abaixo de José Carlos Aronchi:
A proximidade com o gênero telejornalismo já sugere a formatação do gênero esportivo. O programa mantém apresentadores, repórteres, entrevistas em estúdio em padrões adotados pelos telejornais da emissora.(2004:107)
O custo de uma transmissão esportiva, comparado com os de outros gêneros – novela, por exemplo – são relativamente baixos, porque dispensam cenários, a equipe técnica pode ser reduzida e os salários da equipe de produção e jornalismo são fixos, independente do numero de programas durante o mês. (2004:107)
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Montagem (orçamento primeiro mês):
Obs. Nos próximos meses o valor será o mesmo, descontando o valor do cenário que será feito uma única vez.
Necessidade Período/semana R$/mês
Estúdio 12h(em6 dias) 12.000,00
Cenário -------------------- 3.000,00
Maquiagem 2x/semana 400,00
DVCAM +Luz 3 dias 4.800,00
Alimentação 3 dias 750,00
Água ---------------- 100,00
Diretor 4.000,00
Produtor Exe. 3.200,00
Redator 2.400,00
Editor 2.400,00
Apresentador 2.000,00
Repórter 1.600,00
Cinegrafista 1.000,00
Auxiliar 500,00
Extras 5.000,00
Total: R$ 43.150,00
Parceiros e colaboradores:
Grandes academias
Lojas de suplementos alimentares
Lojas de materiais esportivos
Clínicas de estética
Campeonatos de lutas
Federações de lutas
Outros segmentos que apóiam o esporte
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Merchandising
Vendas de espaço publicitário na camisa do apresentador e do repórter - R$ 20.000,00 por mês.
6 inserções de 20 segundos de merchandising divididas nos blocos. Preço da inserção: R$ 1.500,00. Total por mês: R$ 36.000,00.
Rápidas animações de 10s antes de cada matéria: R$ 1000,00. Considerando 5 animações por programa, resulta em um total de R$ 20.000,00 / mês.
Total de merchandising e anúncios dentro do programa: R$ 76.000,00
4.3 Cronograma de Gravação
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
10h às 12h
Edição e Finalização
Exibição (12h50)
Matérias Externas
Matérias Externas
Matérias Externas
Matérias Externas
12h às 18h
Edição Edição Edição Edição Cobertura Evento
18h às 22h
Gravação de Quadros
Gravação de Quadros
Gravação de Quadros
Gravação Estúdio
Gravação Estúdio
Cobertura Evento
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5. QUESTIONÁRIO
Em março de 2010 foi aplicado através do site www.primeiroround.com.br
um questionário para que fosse identificado o perfil do público das lutas em
Curitiba e sua relação com a televisão.
Qual sua idade?
até 15 anos 5 3%
16 a 22 anos 49 30%
23 a 29 anos 57 35%
30 a 39 anos 44 27%
acima de 40 anos 7 4%
Qual seu sexo?
Masculino 136 82%
Feminino 26 16%
24
Você pratica alguma arte marcial?
Sim 147 89%
Não 16 10%
Onde você busca notícias sobre o MMA curitibano?
Com que frequência você assiste televisão?
Nunca 0 0%
Raramente 16 10%
Pelo menos 3 vezes por semana 44 27%
Diariamente 103 62%
25
Em qual período costuma assistir televisão?
Manhã 20 12%
Entre 12h e 14h 22 13%
Tarde 26 16%
Noite 142 86%
Madrugada 44 27%
Qual seria o melhor dia para assistir a um programa sobre o MMA curitibano na TV?
Segunda 24 15%
Terça 24 15%
Quarta 25 15%
Quinta 26 16%
Sexta 41 25%
Sábado 109 66%
Domingo 72 44%
26
Qual o melhor período para exibição deste programa?
Manhã 10 6%
Entre 12h e 14h 19 12%
Tarde 34 21%
Noite 126 76%
Madrugada 23 14%
Que tipo de conteúdo interessaria no programa?
Cobertura dos eventos realizados 140 85%
Entrevistas com atletas/mestres 125 76%
Video-aula com técnicas 81 49%
Dicas de alimentação/suplementação 82 50%
Preparação física de lutadores 115 70%
Cobertura ao vivo dos eventos 134 81%
27
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVROS
SOUZA, José Carlos Aronchi. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São
Paulo –SP. Summus, 2004
HOINEFF, Nelson. A Nova Televisão: desmassificação e o impasse das
grandes redes. Rio de Janeiro. Relume Dumará, 1996
KELLISON, Cathrine. Produção e direção para TV e vídeo : uma abordagem
prática. São Paulo. Campus, 2007
MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo-SP. SENAC São
Paulo, 2000
FERRES, Juan. Televisão Subliminar. São Paulo-SP. Artmed, 1998
PERIÓDICOS
COURA, Kalleo. “Os bons de briga e de audiência”. Revista Veja, p.120-124,
09/09/2009.
MARTHE, Marcelo. “Como o Brasil vê televisão”. Revista Veja, p. 144-151,
05/08/2009.
______. O novo rei do ringue. Gazeta do Povo: Curitiba, 2 set. 2005, 3-6
28
MONOGRAFIAS
CARVALHO, Marco Aurélio. Ansiedade Pré - Competitiva em Lutadores de
Muay Thai. Monografia 2004 – PUCPR
PELLEGRINI, Humberto e BITTENCOURT, Mariana. Os Bons de Briga - a
história do vale-tudo brasileiro. Monografia 2004 – UFSC
SITES CONSULTADOS
DOMINGUES, Bernardo P. Textual Serviços de Comunicação. Disponível em
http://www.textual.com.br/releases/exibe_releases.asp?ID=1609. Acesso em
15/05/2009
FAÉ, Bruno. Vale-tudo: o esporte do momento. Disponível em
http://www.tosko.com.br/materias/. Acesso em 25/06/2009
GALBRAITH, Robert. Acervo da Globo em PPV. Disponível em
http://www.meioemensagem.com.br/mmonline/conteudo/conteudo/28783.html.
Acesso em 15/05/2009
RODRIGUES, Marcelo. Vale-tudo na telinha. J.B Online. Disponível em
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/esportes/2002/09/28/joresp20020928001.html.
Acesso em 15/05/2009
História do Vale-tudo. Disponível em
http://www.hyperfight.hpg.ig.com.br/historia.html, acesso em 23/03/2009