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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
RENATO SUTILLE HECKE
O DIREITO DE IMAGEM DO ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL
E ALGUNS APONTAMENTOS RELACIONADOS COM O DIREITO DO
TRABALHO NO BRASIL
CURITIBA
2015
RENATO SUTILLE HECKE
O DIREITO DE IMAGEM DO ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL
E ALGUNS APONTAMENTOS RELACIONADOS COM O DIREITO DO
TRABALHO NO BRASIL
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de bacharel no curso de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador: Dr. Jefferson Grey Sant’Anna.
CURITIBA
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
RENATO SUTILLE HECKE
O DIREITO DE IMAGEM DO ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL
E ALGUNS APONTAMENTOS RELACIONADOS COM O DIREITO DO
TRABALHO NO BRASIL
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Bacharel no
Curso de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, ____de________de 2015.
_______________________________________
Prof. Doutor Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografias
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador:________________________________
Prof. Dr. Jefferson Grey Sant’Anna.
Faculdade de Ciências Jurídicas
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof. ____________________________________
Faculdade de Ciências Jurídicas
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof.____________________________________
Faculdade de Ciências Jurídicas
Universidade Tuiuti do Paraná
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho monográfico a meus
pais, que ao longo desses anos na
faculdade nunca deixaram de apoiar; e ao
meu tio que sempre esteve comigo,
ensinando e me proporcionando o
ingresso no mundo jurídico de forma que
eu pudesse aprender na prática; e a todos
que torceram por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela saúde e força para enfrentar e vencer as dificuldades;
Aos meus pais pelo apoio incondicional.
Ao meu tio pelas oportunidades;
Ao meu orientador Jefferson Grey Sant’Anna, pela compreensão, correções,
dicas e paciência em me orientar;
A esta Universidade pela oportunidade de cursar Direito com um corpo
docente muito bom;
A todos os funcionários e colaboradores da Universidade Tuiuti do Paraná,
pelo respeito e cordialidade.
RESUMO
A presente pesquisa pretende analisar o direito de imagem do atleta profissional de futebol e apontar os aspectos relacionados com o direito trabalhista brasileiro. Observa-se que atualmente o direito de imagem tem sido um instrumento importante de remuneração do jogador e também uma alternativa dos clubes profissionais de burlar a legislação trabalhista. A pesquisa é de caráter bibliográfico e se concentrou na leitura, análise e interpretação de livros, periódicos e documentos. Todo o material recolhido foi submetido a uma triagem com o fim de ser analisada e avaliada para que não fosse tratado de forma tangencial. Objetiva-se analisar os direitos de personalidade do empregado, especialmente no que se refere ao atleta profissional de futebol; apontar as características e a natureza jurídica do direito de imagem; demonstrar a prática do contrato de trabalho do atleta profissional de futebol e os desdobramentos da contratação ilegal, apontando o entendimento dos tribunais pátrios sobre o tema. Observa-se que o clube brasileiro com sua gestão amadora passou a buscar alternativas não de aumentar receitas e sim de reduzir custos. A redução dos custos entrou na problemática folha salarial. Assim, tentou-se burlar a folha salarial com o pagamento de direitos de imagem “por fora”. Palavras-chave: Direito do Trabalho. Direito de Imagem. Atleta profissional de futebol.
ABSTRACT
This research analyzes the image rights of professional soccer player and point out the aspects of the Brazilian labor law. Which currently is observing the image rights has been an important tool for compensation of the player and also an alternative for professional clubs to circumvent labor laws. The research is bibliographic and concentrated on reading, analysis and interpretation of books, periodicals and documents. All the material collected was subjected to screening in order to be analyzed and evaluated so that was not treated tangentially. The objective is to analyze the employee's personality rights, especially with regard to the professional soccer player; pointing out the features and the legal nature of image rights; demonstrate the practice of the professional athlete of employment football and the consequences of illegal employment, pointing understanding of patriotic courts on the subject. It is observed that the Brazilian club with his amateur management started to look for alternatives not to increase revenue but to reduce costs. Cost savings came in the troubled payroll. So, they tried to circumvent the payroll with the image rights payment "out". Keywords: Labor Law. Right image. Professional football athlete.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 DO DIREITO DA PERSONALIDADE .................................................................... 10
2.1 CONCEITO ......................................................................................................... 10
2.2 NATUREZA JURÍDICA........................................................................................ 11
2.3 TIPOS PRINCIPAIS DO DIREITO DA PERSONALIDADE ................................. 12
2.3.1 Direito a intimidade ........................................................................................... 12
2.3.2 Direito à vida privada ........................................................................................ 13
2.3.3 Direito à imagem .............................................................................................. 14
2.3.4 Direito à honra .................................................................................................. 15
3 DO DIREITO DE IMAGEM DO ATLETA DE FUTEBOL........................................ 16
3.1 PROTEÇÃO JURÍDICA DO DIREITO DE IMAGEM ........................................... 16
3.2 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 17
3.3 A AUTONOMIA DO DIREITO À IMAGEM ........................................................... 18
3.4 LIMITES AO DIREITO DE IMAGEM ................................................................... 19
4 CONTRATO DE TRABALHO DOS ATLETAS DE FUTEBOL .............................. 21
4.1 DO DIREITO DE ARENA .................................................................................... 21
4.2 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO ............................................................ 22
4.3 FRAUDES NO CONTRATO DE CESSÃO DE IMAGEM ..................................... 24
4.3.1 Da contratação ilegal e os seus benefícios ...................................................... 24
4.3.2 Entendimento jurisprudencial após a Lei nº 12.395/2011 ................................. 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31
8
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho monográfico pretende analisar os desdobramentos do
direito de imagem do atleta profissional de futebol e apontar a sua relação com o
direito do trabalho brasileiro. Dada a natureza da paixão nacional pelo esporte, esse
tema demonstra seu caráter atual, relevante e próximo da realidade também do
operador do direito.
O direito de imagem decorre do direito de personalidade presente no
ordenamento jurídico brasileiro e sustentado pela Carta Magna. Os direitos da
personalidade trazem em seu bojo o direito à intimidade, direito à privacidade, direito
à honra e direito à imagem. Ao contrário do que alguns doutrinadores anteriormente
argumentavam, o direito de imagem não está vinculado aos outros direitos da
personalidade ele tem característica autônoma.
Pode-se notar que o direito de imagem é diferente dos demais direitos da
personalidade pela possibilidade de disposição desse direito mediante um acordo ou
contrato. O cidadão pode, mediante contrato, estipular as maneiras em que a sua
imagem pode ser explorada no plano público mediante uma remuneração estipulada
por escrito.
No entanto, essa exploração da imagem não pode se ocorrer de formar
indiscriminada nem por tempo indeterminado. Ela é feita por instrumento escrito e
tempo determinado. Após o encerramento do período as partes podem convencionar
novo prazo para a exploração de imagem e também argumentar sobre a
possibilidade de utilização em outras áreas diferentes do primeiro contrato.
Ocorre que no Brasil, os clubes profissionais, com o advento da Lei Pelé que
praticamente extinguiu o “passe”, com a redução das bilheterias e altas folhas
salariais passou a utilizar os chamados “direitos de imagem” para compor o salário
do jogador. Essa prática foi realizada para reduzir os altos custos com o pagamento
de jogares, entretanto, é ilegal.
Os abusos nesse sentido foram tão freqüentes e absurdos que existem casos
de jogadores que recebem mais dinheiro pelos chamados direitos de imagem do que
propriamente pelo salário mensal em carteira. A diferença em alguns casos chegou
a 300%. Mas os Tribunais trabalhistas têm corrigido essa prática abusiva e punido
severamente os clubes.
9
Neste trabalho analisa-se os pormenores dessa prática ilegal e os seus
desdobramentos no direito trabalhista pátrio. Além de pontuar a natureza jurídica
específica do contrato de trabalho do atleta profissional de futebol, conceituando o
chamado “bicho”, “passe”, direito de arena e demais peculiaridades desse contrato.
No atual momento de crise, inclusive dos clubes profissionais brasileiros esse tema é
recorrente e importante.
10
2 DO DIREITO DA PERSONALIDADE
2.1 CONCEITO
Os direitos da personalidade no Direito do Trabalho estão ligados diretamente
com a dignificação do empregado em suas relações com os empregadores. O
estudo dos direitos da personalidade do trabalhador está ligado com o estudo dos
Direitos Humanos como um todo. De acordo com Alvarenga (2013, p. 73):
A proteção aos direitos da personalidade do trabalhador no Direito do Trabalho tem como finalidade primordial resguardar as qualidades e os atributos essenciais do trabalhador, de forma que lhe sejam assegurados a preservação da sua integridade física, psíquica e intelectual, bem como o direito à sua integridade moral.
Observa-se que uma proteção aos direitos da personalidade significa a
proteção de algo que é inato ao ser humano. De acordo com Alvarenga (2013, p.
73): “é algo inerente à natureza humana e irradiam direitos fundamentais ao seu
pleno desenvolvimento e necessários à preservação dos seus aspectos físicos,
psíquicos, moral e intelectual”. Segundo França (1980, p. 210), os direitos da
personalidade são “faculdades jurídicas cujo objeto são os diversos aspectos da
própria pessoa do sujeito, bem assim as suas emanações e prolongamentos”. Na
mesma linha, Bittar (2002, p. 3) conceitua:
Os direitos da personalidade estão ligados à pessoa humana tomada em si mesma e em suas projeções na sociedade, previstos no ordenamento jurídico exatamente para a defesa de valores inatos no homem como a vida, a integridade física, a intimidade, a honra, a intelectualidade e outros tantos.
Sendo assim, os direitos da personalidade objetiva proteger as qualidades do
ser humano, mesmo após o óbito, pois não se pode denegrir a memória do morto, a
honra ou a imagem do mesmo (ALVARENGA: 2013, p. 74). Nota-se que a
conceituação dos direitos da personalidade está ligada com sua natureza jurídica
que se aborda a seguir.
11
2.2 NATUREZA JURÍDICA
Na análise da natureza jurídica dos direitos da personalidade cumpre pontuar
o posicionamento da doutrina e elencar as disposições legislativas sobre a matéria.
De acordo com Mantovani Júnior (2010, p. 17): “os direitos da personalidade são
direitos subjetivos porque propiciam ao ser humano uma vida digna, em suas mais
diversas acepções, sem as quais seria impossível o seu desenvolvimento”. Na
mesma linha, Bittar (2002, p. 17) conceitua:
Atribui-se aos direitos da personalidade a natureza jurídica de direitos subjetivos por serem estes os que visam a proteção de interesses morais das pessoas. O poder reconhecido a uma pessoa para assegurar a proteção de seus interesses morais e não é outra coisa senão um direito subjetivo.
A Constituição Federal assegura a proteção dos direitos da personalidade nos
incisos I à XIII, também nos incisos XV à XVII e nas alíneas a e b do inciso XXVIII do
artigo 5º. Destes incisos destaca-se o inciso XIII que dispõe: “é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer”.
Afora as previsões constitucionais, há ainda disposições no Código Civil/2002
que asseguram o direito da personalidade e a possibilidade de indenização no caso
de desrespeito. Conforme apontam o artigo 12 e parágrafo único, e o artigo 20:
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. (...) Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.
De acordo com Alvarenga (2013, p. 85) os direitos da personalidade ainda
encontram-se assegurados em legislações extravagantes, como: a) Lei de
transplantes (Lei nº 10211/2001); e b) Lei dos direitos autorais (Lei nº 961/1998). No
âmbito internacional, Alvarenga (2013, p. 85), elenca ainda as Ações Fundamentais
12
da OIT n. 100 e n. 111 (que foram aceitas pelo ordenamento jurídico brasileiro) que
tratam detalhadamente da proteção dos direitos de personalidade do trabalhador.
Ainda no que tange à natureza jurídica da proteção do direito da
personalidade do trabalhador há uma previsão no art. 29, § 4º: “é vedado ao
empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social”. O Código Penal no ar. 216-A tipifica
ainda o crime de assédio sexual no âmbito do trabalho.
Segundo Bittar (2002, p. 32), a CLT não tratou de forma específica a proteção
dos direitos da personalidade. No entanto, na sua aplicação utiliza-se por analogia,
as disposições do Código Civil e da Constituição Federal.
2.3 TIPOS PRINCIPAIS DO DIREITO DA PERSONALIDADE
Conforme a disposição do artigo 5º, inciso X da Carta Magna os principais
tipos dos Direitos da Personalidade são aqueles que se relacionam com a
intimidade, vida privada, imagem e honra. Esses são os principais, no entanto,
Alvarenga (2013, p. 114) afirma: “naturalmente que outros tipos existem, em
conformidade com o caráter ilimitado dos direito da personalidade”.
2.3.1 Direito a intimidade
A intimidade é uma espécie do direito da personalidade do trabalhador. De
acordo com Nascimento (2009, p. 88): “a intimidade traduz em sentido jurídico como
uma prerrogativa da pessoa de estar só e de evitar que pessoas estranhas
intrometam em sua vida ou tenham acesso a fatos íntimos e privados”. Dessa forma,
percebe-se que o direito a intimidade tem um caráter mais restrito que o direito a
privacidade. Nesta linha, Alvarenga (2013, p. 115) argumenta:
No direito à intimidade, o trabalhador, na qualidade de sujeito de direitos, possui a liberdade de escolher as suas convicções religiosas e políticas, as suas tendências sexuais, as suas opções, os seus desejos, e de manifestar livremente seu pensamento ou, da mesma forma, de ocultar ou de guardar
segredo acerca das suas idéias e preferências.
Assim, entende-se que o direito a intimidade constitui-se como um direito do
indivíduo de querer estar só e não ser invadido por outros cidadãos. Alvarenga
13
(2013, p. 115), acrescenta: “a intimidade corresponde, assim, ao conjunto de
informações, hábitos, vícios e segredos pertencentes ao seu titular”. Esse conjunto
de informações não pode ser violado nem colocado em público pela empresa. Por
fim, ainda é oportuno o apontamento de Ferreira Filho (1997, p. 35):
Ao estabelecer a distinção entre a intimidade e a vida privada, também assinala que a intimidade está relacionada ao que é mais íntimo da pessoa, suas relações familiares e de amizade; ao passo que a vida privada possui campo maior de abrangência, envolvendo, também, os relacionamentos de trabalho, comerciais e de estudo.
Sendo assim, entende-se que o direito a intimidade é um desdobramento do
direito da personalidade e que diz respeito a escolha do cidadão de querer estar só
e ter determinadas informações de sua vida preservadas em segredo. Além do
direito a intimidade, como direito da personalidade, há o direito à vida privada que se
analisa a seguir.
2.3.2 Direito à vida privada
Apesar de parecer semelhante com o direito à intimidade, o direito à vida
privada tem uma abrangência maior. Em acordo com essa afirmação Romita (2009,
p. 290) ensina a vida privada: “é mais ampla e sobrepõe-se à intimidade. Entende-se
como a capacidade de excluir o acesso de informações que afetem sua
sensibilidade”. A abrangência da privacidade, portanto, é maior que o da intimidade.
Neste sentido, Celso Bastos (2009, p. 65) dispõe:
A vida privada compreende um direito fundamental que visa a resguardar o acesso a informações sobre a privacidade de cada um e também impedir que sejam divulgadas informações sobre esta área da manifestação existencial do ser humano.
Neste princípio ainda entende-se o relacionamento ou conversação do
cidadão com outrem e que não deve ser divulgados para terceiros. De acordo com
Alvarenga (2013, p. 117) o direito à vida privada está ligado com a manifestação
livre e eficaz da personalidade, de modo que essa zona de vida deve ser
preservada. A privacidade é o refúgio do indivíduo contra invasões da coletividade.
Ainda, sem querer promover a repetição, é importante aponta o argumento de
Borges (2005, p. 162):
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Quando reconheceu o direito à privacidade como direito da personalidade, reconhece-se a necessidade de proteger a esfera privada da pessoa contra a intromissão indevida ou, mesmo, que uma informação obtida legitimamente seja, sem autorização, divulgada.
Dessa forma, depreende-se que o empregador não pode obrigar o
empregado a responder questões que digam respeito a sua vida privada; não pode
se intrometer nas escolhas e preferências do empregado, esse é um direito que
redunda do princípio da dignidade da pessoa humana. Ainda, entre os
desdobramentos do direito de personalidade cita-se o direito à imagem, conforme se
analisa a seguir.
2.3.3 Direito à imagem
O direito à imagem é um direito que emana do direito de personalidade. A
imagem consiste num atributo que é inerente a pessoa, não podendo ser usada sem
o seu consentimento e autorização. De acordo com Alvarenga (2013, p. 119) o
direito a imagem: “impõe ao empregador, no caso de relação de trabalho, o dever de
selar pela imagem do trabalhador, não podendo usá-la, seja para exposição do
empregado de forma degradante, seja para obtenção de lucro”. Schiavi (2011, p.
172), acrescenta:
É um direito inerente à personalidade, não integra o contrato de trabalho, não podendo o empregador se utilizar da imagem do trabalhador. Por isso, antes, durante e depois do contrato de trabalho, tanto o empregado como o empregador devem respeitar, reciprocamente, a imagem um do outro. Desse modo, sem autorização, o empregador não pode utilizar a imagem do empregador ainda que em campanhas educativas ou sem fins lucrativas.
Depreende-se das considerações acima expostas que o direito a imagem
impede até mesmo o uso em campanhas de caráter educativo ou não lucrativo. No
entanto, a Súmula 403 do Superior Tribunal de Justiça impõe: “independe de prova
do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa
com fins econômicos ou comerciais”. O empregador, especialmente na fase
contratual, deve tomar cuidado no uso da imagem do empregado. De acordo com
Baracat (2003, p. 252):
Decorre do princípio da boa-fé objetiva o dever de cuidado do empregador de não expor a imagem do empregado a situações vexatórias ou
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humilhantes que venham a denegrir sua imagem perante os colegas ou a sociedade, sob pena de reparação de dano moral.
Sendo assim, o direito à imagem está ligado com a ideia da maneira como as
pessoas enxergam determinado indivíduo. De modo que Alvarenga (2013, p. 122)
acrescenta: “tal juízo de valor se amplia em relação às pessoas que gozam de
determinada notoriedade pública, em decorrência da sua projeção pública perante a
sociedade, como artistas e jogadores de futebol”. Essa última classe de pessoas de
projeção pública é o objeto de análise do presente trabalho monográfico.
2.3.4 Direito à honra
O direito à honra talvez seja uma das facetas mais evidentes do direito de
personalidade porque esta se encontra ligada à reputação do indivíduo e dignidade.
Segundo os ensinamentos de Nascimento (2009, p.90): “o direito à honra importa no
respeito à boa fama e a estima que a pessoa desfruta nas relações sociais.
Representa, o conjunto de qualidades como o bom nome, a reputação e a
honorabilidade da pessoa”. Nesta toada, Alvarenga (2013, p. 131) acrescenta:
Como se verifica, a honra objetiva corresponde à imagem ou a reputação da pessoa no plano exterior, compreendendo o seu bom nome e a fama que desfruta no seio da sociedade. A honra subjetiva, por sua vez, diz respeito ao sentimento pessoal, à dignidade e ao decoro que cada um faz de si próprio no plano interior.
Aceitando o posicionamento de Alvarenga (2013) acima exposto, entende-se
que a honra reparte-se em duas formas: a) honra objetiva; b) honra subjetiva. Fato é
que qualquer que seja o desdobramento do direito à honra violado, isso significa
uma afronta grave ao direito de personalidade do empregado. Dessa maneira, após
rápida explanação, entendem-se as facetas do direito de personalidade e sua
incidência nas relações trabalhistas. A seguir, explora-se se forma um pouco mais
exaustiva o direito de imagem do empregado.
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3 DO DIREITO DE IMAGEM DO ATLETA DE FUTEBOL
3.1 PROTEÇÃO JURÍDICA DO DIREITO DE IMAGEM
No presente trabalho monográfico enfatiza-se o direito de imagem e a sua
proteção jurídica devido a sua relação com os atletas de futebol profissional, que é a
temática do presente texto. Dessa forma, pontua-se que o direito de imagem é uma
das partes mais importantes no contrato de trabalho do atleta profissional de futebol.
De acordo com Soares (2012, p. 91):
A imagem do atleta, que há muito integra o imaginário popular e é um excelente apelo à publicidade dos mais variados produtos, hoje se tornou uma presença quase obrigatória na relação contratual atleta-clube. Proporcionalmente ao crescimento de sua importância na relação empregatícia, também têm aumentado nos tribunais as discussões que envolvem a imagem dos atletas. O parco entendimento desse direito tem levado a decisões muitas vezes equivocadas e contraditórias.
Conforme os apontamentos acima de Soares (2012) a questão envolvendo o
direito de imagem do jogador de futebol e sua exposição indevida ou não
remunerada conforme os ditames do contrato, acabam provocando controvérsias
nos tribunais pátrios. Entretanto, há uma proteção ao direito à imagem dispostas em
três incisos do art. 5º da Constituição Federal:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
Essa proteção jurídica ao direito da imagem também está explícita numa
cláusula pétrea constitucional, art. 60, § 4º, inciso IV: “não será objeto de deliberação
a proposta de emenda tendente a abolir: IV – os direitos e garantias individuais”.
Sendo assim, Soares (2012, p. 95) pondera: “ao optar por ficar garantia expressa à
imagem, colocando-a junto à intimidade, vida privada e honra, os constituintes
resolveram uma longa discussão sobre a autonomia desse direito”.
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O direito de imagem, além de ter uma proteção jurídica e constitucional
específica, possui algumas características específicas, conforme Elenca-se e
analisa-se a seguir.
3.2 CARACTERÍSTICAS
O direito à imagem possui algumas características e qualidades específicas
para a sua incidência. De acordo com Soares (2012, p. 95), são elas: a)
irrenunciabilidade; b) vitaliciedade; c) inexpropriabilidade; d) imprescritibilidade; e)
impossibilidade; f) extrapatrimoniabilidade e; g) intrasmissibilidade. Essas
características também estão presentes nos outros direitos da personalidade. No
entanto, o direito à imagem se diferencia das demais pela possibilidade de dispor
desse direito a outrem através de autorização. Nesta toada, Soares (2012, p. 95)
acrescenta:
Essa característica é que irá permitir sua entrada no comércio jurídico. O uso da imagem humana na publicidade, nos meios de comunicação, na divulgação de produtos e serviços, somente é possível em virtude dessa disponibilidade. É essa parcial disponibilidade que permite que o titular do direito colha frutos econômicos usando seus traços fisionômicos, seu corpo.
Essa característica do direito de imagem está presente em vários contratos
publicitários de artistas e atletas de modo geral. A possibilidade de usar a imagem
de um atleta pode significar um retorno financeiro para a marca e um acréscimo
salarial para o atleta. No entanto, quando a imagem é utilizada sem o consentimento
caracteriza-se dano. De acordo com Chaves (1999, p. 607):
A questão de consentir na utilização da imagem revela sua importância especialmente pelo fato de, autorizada a utilização da imagem, cessar qualquer direito de pretender a indenização prevista no texto constitucional. O consentimento, portanto, que torna a utilização devida, correta,
revestindo-se de legalidade.
Conforme os apontamentos acima expostos por Chaves (1999) entende-se
que a disponibilidade do direito à imagem não significa dizer que está ao alcance de
todos, mas ao alcance daqueles a quem o titular consentir. Além das características
do direito à imagem é importante pontuar a autonomia desse direito frente aos
demais direitos da personalidade.
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3.3 A AUTONOMIA DO DIREITO À IMAGEM
Para entender a atual problemática quanto à veiculação da imagem da
imagem indevidamente, é necessário fazer um rápido retrospecto histórico para
perceber-se que essa questão não é tão recente. De acordo com Soares (2012, p.
91) a veiculação da imagem humana esteve presente desde as comunidades mais
primitivas. Soares (2012, p. 91), prossegue:
O homem sempre teve necessidade de se expressar retratando a si e ao outro. Esse ímpeto frequentemente foi acompanhado da concordância do retratado, que ao posar expressava seu consentimento. Até tempos relativamente recentes, era difícil imaginar situações em que a imagem do indivíduo fosse usada contra sua vontade. Na primeira metade do século XIX, a inversão da daguerreoscopia e, mais tarde, a da fotografia vieram mudar essa relativamente tranqüila reação. As novas técnicas permitiam a captação da imagem da pessoa, sem que nem ela tivesse consciência deste processo.
Observa-se que naquela época a imagem fotografada ou retratada não ficava
apenas como uma lembrança para a posteridade, mas era também um risco à
intimidade, honra e imagem do retratado. Nessa linha, Soares (2012, p. 92) relata:
“uma primeira corrente entendia que a imagem ligava-se ao direito de honra, não
tendo autonomia perante este”. Por outro lado, existia uma corrente que associava o
direito de imagem a outro direito da personalidade, conforme aponta Soares (2012,
p. 93):
Outros teóricos entendiam que a imagem era um elemento da intimidade do sujeito. Assim, o bem tutelado era a vida privada, a intimidade, que a imagem indevidamente exposta violava. Esse entendimento também foi superado, dessa vez pela evolução da publicidade.
Dessa forma, percebe-se que o direito à imagem era visto como pertencente
ao outros direitos da personalidade, não um direito autônomo. Entretanto, a
evolução da sociedade e do direito apontaram para um direito autônomo dos outros
desdobramentos do direito da personalidade. Segundo Soares (2012, p. 93):
O acúmulo de situações fáticas mostrou que existe um Direito de Imagem autônomo de todos os outros atributos da personalidade. Impossível dar ao direito à própria imagem lugar entre a intimidade, honra ou identidade. A proteção seria insuficiente, omissa e incompleta, causando injustiça.
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Atualmente, o entendimento da doutrina e dos tribunais pátrios é no sentido
de que o direito à imagem é um direito autônomo oriundo do direito da
personalidade. No entanto, esse direito possui alguns limites, conforme se aponta a
seguir.
3.4 LIMITES AO DIREITO DE IMAGEM
Existem limites para a utilização do direito de imagem, esses limites
geralmente são os pactuados num contrato. De acordo com Soares (2012, p. 97): “a
permissão para o uso deve ser interpretada de maneira estrita e restritiva. O uso da
imagem pactuado deve limitar-se estritamente a vontade expressa, a seus fins e as
condições previamente estipuladas”. De modo que qualquer utilização fora dos
ditames do pactuado é considerado lesão ao direito de imagem.
Desrespeito à utilização da imagem previamente estabelecida no contrato é
frequentemente observado em vários julgados recentes. O Tribunal Superior do
Trabalho, por exemplo, recentemente decidiu no sentido de que a utilização de
uniformes comercializados pela empresa caracteriza dano ao direito de imagem do
empregado, conforme cita-se abaixo:
RECURSO DE REVISTA. PROCESSO ELETRÔNICO - DANO MORAL. DIREITO DE IMAGEM. UNIFORME COM LOGOMARCAS DE PRODUTOS COMERCIALIZADOS. CONFIGURAÇÃO. A decisão regional está em consonância com a atual, iterativa e notória jurisprudência desta Corte, a qual se firmou no sentido de que a utilização de uniforme com logomarcas de produtos comercializados pela empresa, sem autorização expressa do empregado ou compensação pecuniária, caracteriza uso indevido da imagem do trabalhador e fere seu direito de imagem, o que gera direito à indenização reparatória. Incidência da Súmula 333 do TST e do art. 896, § 7º, da CLT. Recurso de Revista não conhecido. (TST - RR: 8032820105010018, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 22/04/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/04/2015)
Pontue-se ainda que a licença para a utilização da imagem cedida pelo
indivíduo tem um prazo determinado. Podendo ser prorrogado ou não. Neste
sentido, Soares (2012, p. 97) leciona: “a licença para o uso da imagem deve ser o
prazo determinado, uma vez que é a expressão da vontade da pessoa, e essa
vontade deve ser avaliada e repactuada periodicamente”. Além de utilização
específica, conforme dispõe o contrato o prazo também é determinado. O contrato
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da imagem não dá direito ao contratante a utilização em qualquer área e por prazo
indeterminado. De acordo com Soares (2012, p. 97):
É inconcebível a permissão para a utilização da imagem de forma indistinta, para qualquer uso, em qualquer circunstância, sem qualquer condição. A finalidade do uso está estritamente vinculada ao consentimento. Tal cláusula abrangente é nula por definição, uma vez que retiraria da pessoa a capacidade de expressar sua vontade sobre sua personalidade. Qualquer mudança, seja física ou de estado, pode justificar a cassação da licença anteriormente dada.
Portanto, qualquer cláusula ou previsão em contrato que disponha dos
direitos de imagem de forma ilimitada é nula. Essa é uma problemática que habita
constantemente os contratos trabalhistas dos jogadores de futebol, conforme se
analisa no capítulo a seguir.
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4 CONTRATO DE TRABALHO DOS ATLETAS DE FUTEBOL
4.1 DO DIREITO DE ARENA
A noção de direito de arena nos contratos de atletas de futebol remete à
noção do direito de exposição em grandes eventos esportivos. De acordo com
Soares (2012, p. 127): “hoje, a palavra arena remete a todo e qualquer espaço onde
se realizam espetáculos públicos, especialmente os esportivos”. Assim, como o
formato das arenas modificou-se desde Roma até os dias atuais, a legislação que
trata sobre a matéria também.
Segundo Oliveira (2009, p. 23), no ordenamento jurídico brasileiro o termo
“arena” e o direito de arena foram expostos pela primeira vez no artigo 100 da Lei nº
5.988/1973. Esse direito foi conceituado como: “um direito exclusivo das entidades
desportivas, que podiam autorizar, ou não, a transmissão por meios eletrônicos dos
espetáculos esportivos em que fossem cobradas entradas” (SOARES: 2012, p. 128).
Com o advento das mídias e a possibilidade de transmissão na esfera
mundial dos espetáculos esportivos, os clubes e empresas perceberam o potencial
de exposições das marcas. Neste sentido, Soares (2012, p. 128) relata:
A Lei nº 5.988/1973, mesmo pouco tempo depois dessas transformações, captou o sentido desse potencial, avaliando que as transmissões e retransmissões de atividades esportivas viriam a se tornar um negócio com potencial de movimentar vultosas somas. A lei criou um instituto inédito no mundo, definindo a quem pertencia o espetáculo esportivo. Essa resposta não foi isenta, uma vez que o texto legal poderia optar por conceber a titularidade do direito tanto ao clube quanto ao conjunto de atletas.
As transmissões continuaram a evoluir a qualidade e a exposição dos clubes
e atletas. A legislação acompanhou esse avanço. Segundo Soares (2012, p. 132),
essa evolução foi demonstrada no Código de Defesa do Consumidor que entendeu
o torcedor como um cliente que deveria ser protegido. No entanto, no que diz
respeito ao direito do atleta o caminho foi o inverso, reduzindo direitos. Isso ocorreu
até o advento da Lei nº 12.395/2011.
De acordo com Soares (2012, p. 133), atualmente dos direitos de transmissão
são a principal receita dos clubes que passaram a cada vez mais vultosas. Por outro
lado, para o atleta de futebol profissional o contrato de trabalho diz respeito também
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a um contrato de cessão de imagens ao clube que o emprega. Neste sentido,
Soares (2012, p. 134) acrescenta: “Assim, sua imagem profissional, envergando a
camisa de seu clube, não lhe pertence. Por essa razão, a imagem do conjunto dos
atletas em campo também não pertence, mas sim ao empregador”. Neste sentido,
faz-se necessária uma análise da natureza jurídica do contrato.
4.2 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO
Observa-se que o jogador profissional de futebol é o artista principal do
espetáculo. Dessa maneira, o contrato de trabalho geralmente versa sobre a cessão
de imagem. Em muitos casos o atleta recebe uma remuneração maior no direito de
imagem do que na carteira profissional (CLT). De acordo com De Barros (2012, p.
118):
Depara-se em nosso país com o pagamento de remuneração ao atleta profissional sob a denominação de exploração do direito à imagem, por meio da constituição da pessoa jurídica pelo atleta, com a unida finalidade de repassar parte do salário ajustado. A interposta pessoa jurídica é utilizada com o propósito de desvirtuar a aplicação da legislação trabalhista. A verba é paga pelo clube e recebida pelo atleta e, em alguns casos, até mesmo independentemente de exploração do direito do autor.
Apesar de muito utilizada pelos clubes brasileiros, esse modelo constitui uma
afronta ao disposto no artigo 9º da CLT. E, segundo De Barros (2012, p. 119)
contraria também o que dispõe o item I da Súmula 331 do TST. Há ainda outra
vedação expressa na Lei 10.672/2003. De Barros (2012, p. 119), acrescenta:
A nova redação concedida ao § 7º do art. 28 da Lei nº 9.615/1998, pela Lei nº 10.672/2003, veda a outorga de poderes mediante instrumento de mandato público ou particular relacionados a vínculo desportivo e uso de imagem de atletas profissionais por prazo superior a um ano. O preceito legal refere-se à cessão a terceiro do direito à imagem, no seu aspecto material, com amparo no princípio segundo o qual os indivíduos são livres para autorizarem, por fotografia, a publicação de sua imagem, aos quais competem determinar as circunstâncias e condições em que a publicação se dará.
No contrato de trabalho do atleta de futebol estão presentes alguns aspectos
diferenciados na remuneração, além do intervalo interjornada; intervalo intrajornada;
FGTS e descanso semanal remunerado, como: a) luvas; b) bichos; c) o passe; d) o
direito de arena (já tratado nesse trabalho monográfico). No que diz respeito às
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luvas, De Barros (2012, p. 64), explica: “O termo luvas é usado como metáfora, pois
é um pagamento feito ao atleta em decorrência de sua capacidade técnica (ficou
bom como uma luva); ou seja, remunera na medida da exata capacidade do
jogador”. Já no que diz respeito aos “bichos”, De Barros (2012, 65) afirma:
Bicho é a importância paga ao atleta, em geral, por ocasião das vitórias ou empates, possuindo natureza de prêmio individual, resultante de trabalho coletivo, pois visa não só compensar os atletas, mas também estimulá-los. Tal verba funda-se em valorização objetiva, consequentemente, dado o seu pagamento habitual e periódico, tendo feião retributiva.
Além das luvas, do bicho e do direito de arena/imagem, há o passe. O passe
é um pouco mais complexo que os outros aspectos do contrato de trabalho do atleta
profissional de futebol. Segundo Oliveira (2009, p. 66):
A definição “passe” é dada pelo art. 11 da Lei nº 6.354/1976, dispondo que entende-se por passe a importância devida por um empregador a outro, pela cessão do atleta durante a vigência do contrato ou depois de seu término, observadas as normas desportivas pertinentes.
O artigo 29 da lei Pele, com a redação alterada pela Lei nº 10.672/2003
dispõe: “a entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de assinar
em esse, a partir de dezesseis anos de idade, o primeiro contrato de trabalho
profissional, cujo prazo não poderá ser superior a cinco anos”. Esse dispositivo
trouxe benefícios e problemas para os clubes. De acordo com Melo Filho (2011, p.
150):
A Lei Pelé trouxe um problema para os clubes que formam jogadores. Por exemplo, o atleta chega com doze anos, nós o preparamos, damos escola, alimentação etc. Só que, até os 16 anos, ele não pode assinar nenhum contrato. Então, hoje, o que acontece é que muitos olheiros vêm e levam esses atletas com idade inferior a 16 anos para outros clubes. E nós que ficamos com eles durante três anos, que gastamos um monte de dinheiro, perdemos o atleta, pois o vínculo desse atleta é um vínculo amador, ou
seja, é um vínculo mais frágil.
A problemática citada acima é uma das questões que envolvem a relação do
jogador de futebol profissional com o clube de futebol. Nesse meio, o Clube
formador nem sempre é a peça mais frágil na relação. Em muitos casos ocorrem
fraudes no contrato de cessão de imagem, conforme se registram nos apontamentos
a seguir.
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O contrato de trabalho do atleta de futebol profissional ainda contém vários
outros pormenores como a possibilidade de excursões no exterior; participação do
atleta na seleção brasileira etc. No entanto, o presente trabalho concentra-se no
direito de imagem do atleta e seus desdobramentos no direito trabalhista pátrio.
4.3 FRAUDES NO CONTRATO DE CESSÃO DE IMAGEM
As fraudes no contrato de cessão de imagem refletem a natureza de muitos
empregadores no Brasil. Encontram falhas ou lacunas para deixarem de recolher
impostos trabalhistas, ou no outro pólo da questão, não declarar imposto de renda.
Dessa forma, cumpre analisar os pormenores da contração ilegal, os benefícios da
contratação ilegal e o entendimento dos Tribunais pátrios sobre o tema após o
advento da Lei nº 12.395/2011.
4.3.1 Da contratação ilegal e os seus benefícios
A contratação ilegal é frequentemente praticada pelos clubes de futebol
brasileiro, isso ocorre porque esse mecanismo pode eximir o empregador de várias
responsabilidades trabalhistas. De acordo com Soares (2012, p. 107) essa prática
começou:
Quando os clubes assistiram à extinção do “passe” pela Lei. N. 9615/1998, a Lei Pelé, que retirava das entidades uma poderosa fonte de renda. Aliada a tudo isso, houve uma drástica redução da freqüência dos torcedores nos estádios. Disputas clássicas, que antes levavam mais de 120 mil torcedores aos campos, hoje não conseguem reunir nem 25 mil pessoas. Os clubes assistiram impassíveis à supressão das bilheterias, outra considerável fonte de renda.
Dessa forma, o clube brasileiro com sua gestão amadora passou a buscar
alternativas não de aumentar receitas e sim de reduzir custos. A redução dos custos
entrou na problemática folha salarial. Assim, tentou-se burlar a folha salarial com o
pagamento de direitos de imagem “por fora”. Neste sentido, Soares (2012, p. 107),
explica:
Uma das soluções adotadas foi reproduzir aqui o instituto da licença de uso de imagem dos jogadores, sem, contudo, levar em conta que a realidade brasileira era completamente diferente da vivida pelos clubes europeus.
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Tentando reduzir os gastos, começou-se a utilizar o “contrato de imagem”, instrumento que nada guardava semelhança com a licença feita no exterior.
Essa é, portanto, a vantagem adquirida pela contratação ilegal de jogadores,
reduzir custos. Em alguns casos os direitos de imagens ou “contratos de
publicidade” são maiores que o próprio salário mensal do jogador. Mas isso pode ser
facilmente constatado. De acordo com Soares (2012, p. 108):
Essa fraude podia ser facilmente comprovada pelas próprias características dos instrumentos assinados. Os “contratos de imagem”, produzidos pela grande maioria dos clubes nacionais, pagavam grandes somas aos atletas pelo uso de suam imagem pessoal. Eram contratos onerosos, que remuneram com muitos milhares de reais essa utilização, valores que muitas vezes chegavam a ser 200% ou 300% do salário.
A contratação ilegal, portanto, parece vantajosa para o clube de futebol
profissional. No entanto, os Tribunais pátrios têm sido rígidos com essa prática e tem
punido duramente os clubes com essas ilegalidades, conforme se aponta a seguir.
4.3.2 Entendimento jurisprudencial após a Lei nº 12.395/2011
Após o advento da Lei nº 12.395/2011 (Nova Lei Pelé) os Tribunais
trabalhistas pátrios pacificaram o entendimento sobre a natureza jurídica do contrato
de trabalho do atleta profissional de futebol e os desdobramentos do direito de
imagem. Abaixo cita-se o posicionamento o Tribunal Superior do Trabalho sobre o
tema:
RECURSO DE REVISTA 1 - AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO DA CATEGORIA E AÇÃO INDIVIDUAL AJUIZADA PELO EMPREGADO. COISA JULGADA. NÃO OCORRÊNCIA. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de que inexiste litispendência entre ação coletiva e reclamação trabalhista individual, uma vez que o art. 104 da Lei 8.078/90, aplicável subsidiariamente ao Processo do Trabalho, dispõe expressamente que as ações coletivas previstas nos incisos I e II e parágrafo único do art. 81 daquela lei não induzem litispendência e, consequentemente, coisa julgada para as ações individuais. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. 2 - ATLETA PROFISSIONAL. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA. PERÍODO CONRATUAL ANTERIOR À LEI 12.395/2011. DIREITO DE IMAGEM. FRAUDE. A lide ora apreciada tem como fundamento contrato com início na data de 1.º/04/2008 e término em 10/12/2008. Dessa forma, resta claro que os autos não podem ser analisados com fulcro na Lei 12.395/11 que alterou a redação do § 2.º do art. 42 da Lei 9.615/98. Esta Corte firmou jurisprudência no sentido de que o direito de arena, nos termos da legislação anterior à mudança prevista pela Lei 12.395/11, resulta da contraprestação pela participação de jogos em
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seus clubes, decorrendo, portanto, da sua relação empregatícia, de modo que compõe a remuneração do atleta e reflete nas demais parcelas trabalhistas, ostenta, portanto, natureza salarial. No que se refere ao direito de imagem, o Tribunal Regional ressaltou que referida "parcela era paga com habitualidade, independentemente se houvesse ou não qualquer veiculação da imagem do atleta por parte da reclamada. Esta conduta revela, em verdade, o intuito de burlar os direitos trabalhistas do reclamante.". A jurisprudência desta Corte é no sentido de que verificada a fraude, deve-se declarar o contrato nulo de pleno direito, nos termos do art. 9.º da CLT, atribuindo-se caráter salarial à parcela recebida fraudulentamente a título de direito de imagem e consequente sua integração na remuneração do atleta para todos os efeitos. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR: 9786220105050001. Relator: Delaíde Miranda Arantes. Data de Julgamento: 23/09/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/10/2015)
O Tribunal Superior do Trabalho decidiu que a partir do advento da Nova Lei
Pelé, o direito de arena é parte da prestação dos clubes devida aos jogadores
profissionais e integram a folha salarial. De modo que esse pagamento também
enseja o pagamento de outras parcelas trabalhistas. O direito de imagem pago com
habitualidade pelo clube de futebol, mesmo não utilizando a imagem do atleta, a
parcela é devida pelo clube. O TST entendeu ainda que o pagamento do direito de
arena algumas vezes é uma tentativa do clube de burlar a legislação trabalhista.
Por outro lado, dada a morosidade da justiça trabalhista e a possibilidade de
interposição de inúmeros recursos, ocorreu de o Tribunal Superior do Trabalho
julgar, recentemente, casos anteriores ao advento da Lei nº 12.395/2011 (Nova Lei
Pelé), abaixo cita-se outra importante decisão quanto ao direito de arena e
possibilidade de redução de percentual de pagamento.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DIFERENÇAS DO DIREITO DE ARENA. COISA JULGADA. REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE 20% PARA 5%, POR MEIO DE ACORDO JUDICIAL FIRMADO PELO SINDICATO DOS ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTEBOL DO ESTADO DE SÃO PAULO - SAPESPE E A UNIÃO DOS GRANDES CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIRO EM AÇÃO CÍVEL. EFEITOS DO AJUSTE. 1. Ao rejeitar a preliminar de coisa julgada, o Tribunal Regional adotou três fundamentos distintos e suficientes, cada um deles, por si só, para a manutenção da decisão. 2. Ocorre que, nem as razões da revista, tampouco a minuta de agravo de instrumento trazem alegações contrárias aos dois primeiros fundamentos adotados pelo Tribunal Regional. 3. Nesse contexto, considerando que a fundamentação vinculada dos recursos de natureza extraordinária exige que as alegações tenham pertinência com as hipóteses legais de conhecimento do recurso (art. 896 da CLT), para se chegar à conclusão de efetiva afronta ao art. 5º, XXXVI, da CF/88, seria necessário que a recorrente atacasse cada um dos fundamentos do decisum. 4. Quanto à matéria de fundo, o que se pode deduzir, pelos elementos do acórdão, é que o Tribunal Regional considerou inadmissível o acordo judicial firmado entre o SABESP e a União dos Grandes Clubes de Futebol Brasileiro, prevendo a redução do percentual
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mínimo previsto no artigo 42, § 1º da 9.615/98 (Lei Pelé), anterior à sua alteração ocorrida no ano de 2011. 5. No particular, sem adentar no exame do plano da validade do acordo judicial firmado pelo sindicato em ação cível, é certo que o entendimento iterativo, notório e atual deste Tribunal Superior, quanto à interpretação do texto do § 1º do art. 42 da Lei 9.615/1998, na redação anterior à Lei 12.395/2011, é no sentido de que a pactuação então permitida, seja por negociação coletiva ou por acordo judicial, deveria observar o mínimo legal de 20%, em homenagem ao princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Precedentes. 6. Conclui-se, pois, que na espécie, o ajuste citado não tem o pretendido efeito individual para o reclamante, porque não observa o percentual mínimo legal. O acordo judicial firmado na ação cível é inaplicável para o fim de restringir o direito do autor de postular a diferença de percentual do direito de arena. Agravo de instrumento não provido. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. 1. A pacífica jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que o direito de arena, quanto ao período anterior à edição da Lei 12.396/11, equipara-se às gorjetas, integrando a remuneração do atleta profissional, nos moldes do art. 457 da CLT e da Súmula 354 do TST. Precedentes. 2. Dissenso jurisprudencial inválido, nos termos da Súmula 337 do TST. Agravo de instrumento não provido. (TST - AIRR: 20508620115020016. Data de Julgamento: 05/08/2015. Data de Publicação: DEJT 07/08/2015).
Tribunal Superior do Trabalho entendeu que A Lei 9.615/1998 versava sobre
a possibilidade de negociação coletiva ser de no mínimo 20%, porque estava
amparada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Sendo assim,
acordo que esteja abaixo desse percentual é ilegal. O Tribunal entendeu que o
direito de arena integra e tem natureza jurídica salarial. Mesmo nos casos anteriores
ao advento da nova Lei Pelé, o direito de arena é semelhante às gorjetas e,
portanto, integram o salário do mesmo.
Em outro julgado semelhante ao citado acima, o Tribunal Superior do
Trabalho entendeu que o percentual de 20% não pode ser reduzido em acordo
coletivo, pode ser majorado, mas nunca reduzido em respeito ao princípio da
irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas.
RECURSO DE REVISTA. DIREITO DE ARENA. PERCENTUAL DE 20% PREVISTO EM LEI. REDUÇÃO POR NORMA COLETIVA. I. Conforme se observa, o art. 42, § 1º, da Lei nº 9.615/1998, em sua redação original, dispunha ser de 20% o critério a ser usado para o cálculo do direito de arena, salvo convenção em contrário. A adoção da expressão "como mínimo" denota logicamente que o percentual de 20% poderia ser majorado por meio de convenção, mas nunca reduzido. Assim, ao considerar nulo o acordo coletivo em que se reduziu de 20% para 5% o percentual do direito de arena, o Tribunal Regional julgou a controvérsia em conformidade com o art. 42, § 1º, da Lei nº 9.615/1998 (na redação anterior à vigência da Lei nº 12.395/2011) e com o art. 7º, XXVI, da CF/88. II. Recurso de revista de que não se conhece. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA. REFLEXOS I. A decisão regional está de acordo com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que o direito de arena possui natureza remuneratória (e não salarial) e que, para efeito de reflexos, a parcela
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equipara-se às gorjetas, o que atrai a aplicação analógica da Súmula nº 354 deste Tribunal. Dada a natureza remuneratória do direito de arena, a parcela gera reflexos sobre a gratificação natalina, as férias com o terço constitucional e o FGTS, mas não sobre o aviso-prévio, o adicional noturno, as horas extras e o repouso semanal remunerado. II. Recurso de revista de que não se conhece. (TST - RR: 570003220085040004. Relator: Fernando Eizo Ono, Data de Julgamento: 10/06/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/06/2015)
Nesta decisão o Tribunal entendeu que o direito de arena tem natureza
jurídica remuneratória, mas não salarial. Dessa maneira, o pagamento reflete sobre
as parcelas de remuneração natalina, com o terço de férias e FGTS.
Com o aumento das receitas dos clubes e do percentual pago pelas
emissoras de TV, o direito de arena tornou-se um tema recorrente não somente na
contratação de jogadores, mas também nos Tribunais trabalhistas pátrios. Isso
porque, é recorrente a contratação ilegal e a burla de direitos trabalhista com o
ajuste no pagamento do direito de arena. No entanto, a Nova Lei Pelé e a
jurisprudência pátria vêm tentando corrigir esse problema no contrato de trabalho do
atleta de futebol profissional.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como verificado no texto acima, os direitos da personalidade no Direito do
Trabalho estão ligados diretamente com a noção de dignidade da pessoa humana
do empregado em suas relações com os empregadores. O estudo dos direitos da
personalidade do trabalhador está ligado com o estudo dos Direitos Humanos como
um todo.
No entanto, entre os direitos da personalidade está o direito de imagem que
pode ser disponível mediante acordo escrito. Dessa forma, a possibilidade de usar a
imagem de um atleta pode significar um retorno financeiro para a marca e um
acréscimo salarial para o atleta. No entanto, quando a imagem é utilizada sem o
consentimento caracteriza-se dano.
Atualmente, o direito de imagem é conhecimento também como “direito de
arena”. Esse direito também pode ser entendido como o direito de caráter exclusivo
das entidades desportivas que pode autorizar a transmissão de seus jogos mediante
veiculação eletrônica por determinadas emissoras de TV. Essa é a atual maior fonte
de receita dos clubes de futebol brasileiro.
Mas, por outro lado, os clubes brasileiros burlam a legislação trabalhista com
o pagamento “direitos de imagem” por fora do salário mensal. No entanto, como
apontou-se acima, o Tribunal Superior do Trabalho tem decidido que com o advento
da Nova Lei Pelé, o direito de arena é parte da prestação dos clubes devida aos
jogadores profissionais e integram a folha salarial. De modo que esse pagamento
também enseja o pagamento de outras parcelas trabalhistas.
Na mesma linha, o Tribunal Superior do Trabalho decidiu também que a Lei
versa sobre a possibilidade de negociação coletiva ser de no mínimo 20%, porque
estava amparada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Sendo
assim, acordo que esteja abaixo desse percentual é ilegal.
Concluí-se que na atualidade o direito de imagem é um importante meio de
remuneração para o atleta de futebol profissional. Mas do que isso, significa o
respeito aos direitos da personalidade capitaneados pela Constituição Federal com
base no princípio da dignidade da pessoa humana. Esse direito, no entanto, não
pode ser utilizado de forma indiscriminada em contratos ilegais de trabalho para
maquiar folhas salariais e reduzir custos dos grandes clubes de futebol.
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Por outro lado, não é somente os clubes de futebol que muitas vezes acham
vantajoso o contrato de direito de imagem “por fora”. O jogador tem conhecimento
do contrato que assina e, muitas vezes, prefere esse formato porque isso pode
significar um alívio na declaração do imposto de renda. Dessa forma, unem-se
jogador e clube para burlar não somente a legislação trabalhista, mas também a
Receita Federal.
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REFERÊNCIAS
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32
SOARES, Jorge Miguel Acosta. Direito de imagem e Direito de Arena no contrato de trabalho do atleta profissional; 2ª edição. São Paulo: LTr, 2012. SZANIAWSKI, Elimar. Direitos da personalidade e sua tutela. 2ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. VÁLIO, Marcelo Roberto Bruno. Os direitos da personalidade nas relações de trabalho. São Paulo: LTr, 2006.