universidade tuiuti do paranÁ thamires zanolini n....
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
THAMIRES ZANOLINI N. DE ALMEIDA
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES: ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO DE 124 CASOS EM REGIÕES TORACOLOMBAR
E CERVICAL
CURITIBA
2013
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
THAMIRES ZANOLINI N. DE ALMEIDA
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES: ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO DE 124 CASOS EM REGIÕES TORACOLOMBAR
E CERVICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária, Universidade Tuiuti do Paraná.
Orientador: Professor Milton Mikio Morishin Filho.
CURITIBA
2013
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TERMO DE APROVAÇÃO
THAMIRES ZANOLINI N. DE ALMEIDA
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES: ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO DE 124 CASOS EM REGIÕES TORACOLOMBAR
E CERVICAL
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de bacharel no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 24 de junho de 2013.
_______________________________________
Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: Professor Milton Mikio Morishin Filho
UTP
Professora Fabiana dos Santos Monti
UTP
Carolina Lacowicz
UFPR/UTP
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por me permitir viver meu sonho,
me iluminando na colocação do Pro Uni para bolsa integral, e me mantendo firme
até o fim para não perdê-la.
Agradecer a minha mãe que riu e chorou comigo durante toda a trajetória,
mas que sempre me apoiou em tudo que escolhi para a minha vida.
Meu marido João que é meu maior amigo e companheiro, que há mais de 9
anos acompanha meu crescimento e está comigo sempre. Dividiu-me com os
estudos, e aguentou minhas irritações em períodos de avaliações. Você todos os
dias me dá provas do seu amor por mim e sou grata por isso!
Minha família que é minha base, e que mesmo estando distantes continuam a
ser: vovó, madrinha e Edmundo, obrigada por ser a minha torcida mais fiel! Beto,
Ipe, Ivo, Karoll, Sara e So, obrigada por entenderem os dias que não pude sair e
comemorar algo juntos ou ao menos ficar conversando porque precisava estudar.
Minha sogra e meu sogro que comemoraram a minha entrada para a
medicina veterinária e que sempre demonstraram se orgulhar muito disso.
Aos mestres, que confiaram no meu esforço e que sabem do que sou capaz,
me deram elogios e também puxões de orelha nos momentos necessários.
Não posso deixar de agradecer especialmente ao professor Milton, meu
orientador, tive muita sorte de ser sua aluna de cirurgia e neurologia, que são as
áreas pela qual meus olhos mais brilham. O senhor mostrou que existe oportunidade
a todos, basta querer. Professora Ana Luisa, me deu a oportunidade de participar da
iniciação científica. Professoras Aline, Ana Laura, Anderlise, Elza, Silvana, Tais.
Vocês são especiais!
Ás amigas e amigos de faculdade. “Xarope” e “Troxa”, Haline e Taw
respectivamente, que me ensinaram a não julgar as pessoas sem antes conhecê-
las! Quero que nossa amizade permaneça aqui fora! Morganita, você faz parte desta
história! Guizão, Perê! O hospital fica bem mais divertido com vocês!
Aos residentes Angélica, Carol, Diogo, Marcela e Rhéa, que mesmo fora da
faculdade sempre me auxiliaram nas dúvidas e decisões difíceis pela qual passei.
Aos profissionais do meu estágio obrigatório, que com certeza deixaram a
marca em minha formação. Dr. César, Dr. David e Dr. Marcelus sem a ajuda de
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vocês, este trabalho sem dúvidas não seria possível. Dra. Lilia como é bom poder
admirar e ver que temos em quem nos espelhar. Professora Simone que pude matar
a saudade de nossas aulas e estar bem pertinho sugando mais ainda o
conhecimento que a senhora têm. Dra. Natascha, você mostra que mesmo com tão
pouca idade é possível sermos extremamente competentes no que nos propomos a
fazer, conciliar sermos divertidos e ainda com uma agenda cumprida no horário! Dr.
Júlio e Dr. Helinton sem vocês o hospital não teria tanta graça! Obrigada por sempre
nos fazer rir e tornar a rotina corrida bem mais leve. Aline embora com tantas
similaridades, fomos nos conhecer na Clinivet! Com certeza você também fez a
diferença no meu dia-a-dia no hospital!
Dr. Stephan, que me encaminhou para a Clinivet e sempre se colocou tão a
disposição para me ajudar, Dra. Juliana torço que nossa parceria extrapole ao
estágio, e se não for possível que pelo menos a amizade perdure! Te observando
vejo o quanto ainda terei que caminhar até meu objetivo...Você é 10!
Ás minhas ajudantes de 4 patas, que mesmo lançando aquele olhar “lá vem
você de novo” generosamente colaboravam em estudos práticos.
Lana, minha peta, você foi a mais parceira! Com você aprendi a médica
veterinária que quero ser, e me propus a tratar a todos os animais com o mesmo
carinho que sempre te dei, assim como a tratar aos proprietários da forma mais
humana que eu puder, principalmente diante de momentos tão difíceis como pelo
que passamos. Dr. Diego mostrou a postura que podemos ter mesmo quando não
temos mais alternativas.
Ser médico veterinário é lidar com os animais, mas acima de tudo com a vida,
e por trás destas vidas existem pessoas, que embora muitos entrem na faculdade
não querendo lidar com elas, fazem parte do nosso trabalho. E tanto pessoas quanto
animais são providos de sentimentos, e é nosso dever confortá-los com palavras e
atitudes generosas, garantindo o atendimento mais digno possível aos nossos
pacientes.
A todos que me ajudaram, saibam que sempre lembrarei com muito carinho
de vocês. Pê está é pra você! Obrigada!
6
Dedico este trabalho aos animais, razão pela a qual me interessei desde criança pela Medicina Veterinária. Não posso deixar de citar minhas colaboradoras de 4 patas em práticas: Mel, Lili, Pérola, Bianca, Lady 2, Sara, Lessie, Mickey e Lara. Ás minhas lindas meninas que já se foram: Pitucha, Lady 1, Kika, Paloma, Bolinha, nosso negão Bethoven e em especial á minha “Peta” Lana que sinto tanta saudade. Amarei vocês eternamente.
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“Se existe magia em lutar além dos limites da resistência,
esta é a mágica de arriscar tudo por um sonho que ninguém enxerga,
só você.”
Million Dollar Baby
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RESUMO
A doença do disco intervertebral (DDIV) é uma das causas mais comuns de
alterações neurológicas em cães. No estágio obrigatório foram acompanhados 545
casos, onde 54 se referem á cirurgia, 289 á clínica médica, 162 ao diagnóstico por
imagem e 39 á odontologia. O objetivo deste estudo foi observar quais as raças mais
predispostas á doença e os segmentos intervertebrais mais acometidos, através de
um levantamento epidemiológico a partir de dados de neurocirurgia de DDIV
(Doença Degenerativa do Disco Intervertebral), nas regiões cervical e toracolombar
sacral. O estágio curricular obrigatório foi realizado no hospital veterinário Clinivet no
período de 18 de Fevereiro á 02 de Maio de 2013, e era feito um rodízio, onde os
estagiários se revezavam ficando cada semana em um setor para acompanhamento
de todos os profissionais e áreas. Os dados do levantamento epidemiológico foram
coletados de pacientes do também hospital veterinário Clinivet do período de 01 de
Janeiro de 2008 á 01 de Março de 2013, onde foram localizados 124 casos sendo
81 de regiões toracolombar sacral e 43 da região cervical observando amostra de
casos em cães, analisando a prevalência no que se refere a idade, raça, sexo e
segmentos mais acometidos. A região toracolombar sacral responde por 65,32% dos
casos e a região cervical por 34,68%. Os segmentos intervertebrais mais acometidos
foram T13-L1 e C3-C4, raças mais acometidas foram dachshund e lhasa apso (na
região toracolombar sacral) e cães sem raça definida seguido pelos cães da raça
beagle (na região cervical) . É possível fazer um diagnóstico presuntivo de DDIV das
regiões toracolombar e cervical com base na raça, idade, histórico, exame físico e
sinais clínicos, mas sem descartar outras causas de doenças do disco intervertebral
que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial, porém este levantamento
não tem a função e nem intuito de substituir o diagnóstico por imagem, mas sim o de
colaborar com mais dados, referência de cães que foram acometidos pela DDIV, na
expectativa de ajudar no resultado e na tomada de decisão em outros animais que
venham a ser atendidos nestas condições, esperando-se assim que aumente a taxa
de sucesso e o índice de recuperação destes pacientes.
Palavras-chave: toracolombar, cervical, discopatia, segmento intervertebral.
9
ABSTRACT
The disease of the intervertebral disc (IVD) is one of the most common causes
of neurological disorders in dogs. Compulsory internship in 545 cases were followed,
where 54 refers to surgery, 289 to the clinic medical imaging to 162 and 39 will
dentistry. The aim of this study was to observe which races will be more predisposed
disease and intervertebral segments most affected, through an epidemiological
survey data from neurosurgery DDIV (Degenerative Disc Disease Intervertebral) in
the cervical and thoracolumbar sacral. The curricular binding was performed at the
hospital Clinivet the period of 18 February will be May 2, 2013, and was made a
caster, where the trainees took turns getting each week in a sector for monitoring of
all areas and professionals. The epidemiological data were collected from patients
also veterinary hospital Clinivet the period January 1, 2008 will be March 1, 2013,
where they were located 124 and 81 cases of thoracolumbar sacral regions and 43 of
the cervical observing sample cases dogs, analyzing prevalence in relation to age,
race, sex, and most affected segments. The thoracolumbar sacral region accounts
for 65.32% of the cases and cervical region by 34.68%. The intervertebral segments
most affected were T13-L1 and C3-C4, were most affected breeds dachshund and
lhasa apso (thoracolumbar sacral region) and mongrel dogs followed by beagle dogs
(cervical). It is possible to make a presumptive diagnosis of IVD cervical and
thoracolumbar regions based on race, age, history, physical examination and clinical
signs, but without ruling out other causes of diseases of the intervertebral disc that
should be considered in the differential diagnosis, but this survey does not has the
function and not intended to replace the imaging, but to collaborate with more data,
reference dogs that were affected by the IVD, in anticipation of the result and help in
decision-making in other animals that may be seen these conditions, hoping thus to
increase the success rate and the recovery rate of these patients.
Keywords: Keywords: thoracolumbar, cervical disc disease, intervertebral segment.
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – FACHADA CLINIVET................................................................ 18
FIGURA 2 – SALA ULTRASSOM DA CLINIVET.......................................... 19
FIGURA 3 – SALA RADIOGRAFIA COM IMPRESSÃO DIGITAL DA
CLINIVET..................................................................................
19
FIGURA 4 – SALA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DA CLINIVET... 20
FIGURA 5 – SALA DE CONTROLE TOMOGRAFIA DA CLINIVET.............. 20
FIGURA 6 – INTERNAMENTO DA CLINIVET.............................................. 20
FIGURA 7 – CONSULTÓRIO DE FELINOS DA CLINIVET.......................... 21
FIGURA 8 – CONSULTÓRIO DE VACINAÇÃO DA CLINIVET..................... 21
FIGURA 9 – ALA DE EMERGÊNCIA DA CLINIVET..................................... 21
FIGURA 10 – SEGMENTOS MEDULARES ............................................... 30
FIGURA 11 – LESÃO NEUROLÓGICA .......................................................... 31
FIGURA 12 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE UM DISCO
INTERVERTEBRAL NORMAL .................................................
32
FIGURA 13 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE UM DISCO
INTERVERTEBRAL DEGENERADO DE UM CÃO
CONDRODISTRÓFICO ...........................................................
33
FIGURA 14 – DACHSHUND COM DDIV TORACOLOMBAR......................... 37
11
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – CASUÍSTICA DE CASOS ACOMPANHADOS DURANTE
ESTÁGIO CURRICULAR NA CLINIVET PERÍODO
18/02/13 À 02/05/13..............................................................
22
GRÁFICO 2 – ATENDIMENTOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS
DURANTE ESTÁGIO CURRICULAR NA CLINIVET
PERÍODO 18/02/13 À 02/05/13, SEPARADO POR
ESPECIALIDADE.................................................................
23
GRÁFICO 3 – PERCENTUAL COMPARATIVO CÃES ACOMETIDOS POR DDIV EM REGIÕES TORACOLOMBAR/LOMBAR/ SACRAL X CERVICAL, NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET...............
40
GRÁFICO 4 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES DA RAÇA DACHSHUND NO PERÍODO DE 01/01/2008 Á 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
44
GRÁFICO 5 – PERCENTUAL PESO DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
45 GRÁFICO 6 – PERCENTUAL GÊNERO DACHSHUNDS ACOMETIDOS
PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
46
GRÁFICO 7 – PERCENTUAL 1, DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
46
GRÁFICO 8 – PERCENTUAL 2, DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
47
GRÁFICO 9 – PERCENTUAL 3, DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
48
GRÁFICO 10 – PERCENTUAL DAS RAÇAS DACHSHUNDS E LHASA APSO VERSUS DEMAIS ANIMAIS ACOMETIDOS PELA DDIV, DADOS DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.......
48
12
GRÁFICO 11 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES DA RAÇA LHASA APSO NO PERÍODO DE 01/01/2008 Á 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
49
GRÁFICO 12 – PERCENTUAL 1 DE IDADE EM LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
51
GRÁFICO 13 – PERCENTUAL 2, DE IDADE EM LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
51
GRÁFICO 14 – PERCENTUAL PESO DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
52
GRÁFICO 15 – PERCENTUAL GÊNERO LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR................................................................
52
GRÁFICO 16 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR............
55
GRÁFICO 17 – PERCENTUAL GÊNERO, REGIÃO CERVICAL, CÃES ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
55
GRÁFICO 18 – PERCENTUAL PESO CÃES ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
56
GRÁFICO 19 – PERCENTUAL IDADE CÃES ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
56
GRÁFICO 20 – PERCENTUAL EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES SRD, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR.....................................................
58
GRÁFICO 21 – PERCENTUAL EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES BEAGLE, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR.....................................................
58
13
GRÁFICO 22 – PERCENTUAL PESO CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
59
GRÁFICO 23 – PERCENTUAL PESO CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR......
59
GRÁFICO 24 – PERCENTUAL IDADE CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
60
GRÁFICO 25 – PERCENTUAL IDADE CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.......
60
GRÁFICO 26 – PERCENTUAL GÊNERO, REGIÃO CERVICAL, CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR....................................
61
GRÁFICO 27 – PERCENTUAL GÊNERO, REGIÃO CERVICAL, CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.......
61
14
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – LOCALIZAÇÃO DOS SEGMENTOS MEDULARES .......... 31
QUADRO 2 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÕES TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL SEGUNDO LITERATURA..........................................................................
34
QUADRO 3 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL SEGUNDO LITERATURA....................................
37
QUADRO 4 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÕES CERVICAL, TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL, SEGUNDO DADOS DE LITERATURA E DO PRÓPRIO AUTOR....................................................................................
41
QUADRO 5 – DADOS DACHSHUNDS ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.......................................................
44
QUADRO 6 – DADOS LHASA APSO ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR..................................................................
50
QUADRO 7 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, SEGUNDO DADOS DE LITERATURA E DO PRÓPRIO AUTOR....................................................................................
53
QUADRO 8 – DADOS SRD COMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.........
57
QUADRO 9 – DADOS BEAGLE COMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.........
57
15
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13....................................
24
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ATENDIMENTOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13..........................................................
27
TABELA 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ODONTOLOGIA ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13........................................
28
TABELA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE CIRURGIA ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13..................................................................................
28
TABELA 5 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR/LOMBOSSACRAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR......................................
42
TABELA 6 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR/LOMBOSSACRAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR......................................
43
TABELA 7 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR................
54
TABELA 8 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR................
54
16
LISTA DE SIGLAS
C Vértebra Cervical
DDIV Doença degenerativa do disco intervertebral
DR Doutor (a)
EIV Espaço Intervertebral
FIV Vírus da Imunodeficiência Felina
L Vértebra Lombar
Número após C Número do espaço intervertebral da Vértebra Cervical
Número após T Número do espaço intervertebral da Vértebra Torácica
Número após L Número do espaço intervertebral da Vértebra Lombar
Número após S Número do espaço intervertebral da Vértebra Sacral
PIF Peritonite Infecciosa Felina
OSH Ovariohisterectomia
S Vértebra Sacral
SRD Sem raça definida
T Vértebra Torácica
T-L Toracolombar
T12-T13-L1 Segmentos: Torácico 12, torácico 13 e lombar 1
17
SUMÁRIO
1 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR ........................................ 18
1.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO .................... 18
1.2 CASUÍSTICA ........................................................................................ 22
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................... 29
2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 29
2.2 DISCOPATIA REGIÕES TORACOLOMBAR E CERVICAL .................. 30
3 OBJETIVO ............................................................................................. 38
4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................... 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 40
6 CONCLUSÃO ........................................................................................ 62
7 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 63
18
1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR 1.1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
O estágio obrigatório, realizado no 10° período para conclusão do Curso de
Medicina Veterinária foi realizado no hospital veterinário Clinivet, situado na Rua
Holanda, número 894, bairro Boa Vista em Curitiba, Paraná. (Figura 1).
A Clinivet, cujo proprietário é o Dr. Marcelus Natal Sanson, foi fundada em 18
de março de 1987 e é referência em Medicina Veterinária, contando com uma das
estruturas mais completas e modernas do sul do país e presta atendimento às mais
diferenciadas áreas, tais como, clínica médica (incluindo suas especialidades como
acupuntura, cardiologia, clínica médica de felinos, dermatologia, endocrinologia,
fisioterapia, homeopatia, nefrologia, neurologia, nutrição clínica, odontologia,
oftalmologia, oncologia, ortopedia, oncologia, reprodução e neonatologia), clínica
cirúrgica (tecidos moles de todos os sistemas, neurocirurgia, ortopédica, torácica),
equipe de anestesia e controle da dor, diagnóstico por imagem (endoscopia,
radiologia, ultrassonografia e tomografia computadorizada), hospitalização e
laboratório de patologia clínica. Durante o estágio foi acompanhado um período em
cada especialidade para que se pudesse ter uma noção geral de todos os setores e
suas respectivas atividades.
O hospital presta atendimento domiciliar, no local atende 24 horas, porém
após às 22:00 horas, somente em caráter de plantão.
FIGURA 1 – FACHADA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
19
Sua estrutura é composta por três pavimentos, a partir de um projeto
inovador, onde a maior parte das dependências possui sistema de climatização. O
hospital é composto por dez consultórios (figuras 7 e 8), quatro alas de internamento
(felinos, isolamento, ala de cães de pequeno e médio porte – figura 6 – e ala de cães
de grande porte), ala semi-intensiva, ala de emergência (figura 9), sala de
atendimento ao cliente/alta de paciente, três áreas de recepção (pet shop, recepção
térreo e recepção primeiro andar), sala de ultrassonografia (figura 2), radiologia
(figura 3) e tomografia (figuras 4 e 5), duas salas cirúrgicas, uma ala de recuperação
pós-cirúrgica, sala de odontologia e endoscopia, consultório para atendimentos de
cardiologia com ecocardiografia, além das áreas administrativas, banheiros,
auditório, quartos e refeitório.
Conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 35 médicos veterinários,
onde todos são extremamente qualificados em suas respectivas áreas de atuação,
além do apoio de mais de oito enfermeiros, quatro estagiários, dois técnicos em
radiologia, mais de cinco recepcionistas e mais de cinco auxiliares de limpeza.
FIGURA 2 – SALA ULTRASSOM DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
FIGURA 3 – SALA RADIOGRAFIA COM IMPRESSÃO DIGITAL DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
20
FIGURA 4 – SALA TOMÓGRAFIA COMPUTADORIZADA DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
FIGURA 5 – SALA DE CONTROLE TOMOGRAFIA DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
FIGURA 6 – INTERNAMENTO DA CLINIVET
FONTE: CLINIVET (2013)
21
FIGURA 7 – CONSULTÓRIO DE FELINOS DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
FIGURA 8 – CONSULTÓRIO DE VACINAÇÃO DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
FIGURA 9 – ALA EMERGÊNCIA DA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
22
1.2. CASUÍSTICA
O período do estágio foi do dia 18 de Fevereiro de 2013 à 02 de Maio de
2013, cumprindo uma carga horária total de 364 horas, com supervisão do Dr. David
Powolny, e com o acompanhamento conjunto de médicos veterinários de todas as
áreas e especialidades presentes no hospital. Pôde ser prestado auxílio aos
profissionais em suas atividades, auxiliar em cirurgia, discussão de casos,
monitoramento e avaliação de funções vitais dos animais internados. Para que todos
estagiários do obrigatório pudessem ter um maior aproveitamento e conhecimento
em cada uma das áreas foi feito um esquema de rodízio, onde a cada semana
ficava-se em um setor/especialidade diferente. A participação foi em todos os
setores e especialidades, exceto no laboratório de patologia clínica que é
terceirizado.
Quanto à casuística, foram acompanhados 545 casos (gráfico 1), sendo 39
casos na odontologia, 54 casos na cirurgia, 163 casos no setor de diagnóstico por
imagem e 289 casos na clínica médica.
GRAFICO 1 – CASUÍSTICA DE CASOS ACOMPANHADOS DURANTE ESTÁGIO CURRICULAR
NA CLINIVET PERÍODO 18/02/13 À 02/05/13
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Dos 545 casos, 289 pertencem á clínica médica (gráfico 2), como segue a
divisão na página seguinte:
• Acupuntura – 5 Casos
23
• Cardiologia – 6 Casos
• Clínica Geral Caninos e Felinos – 124 Casos
• Dermatologia – 47 Casos
• Endocrinologia – 16 Casos
• Fisioterapia – 7 Casos
• Homeopatia – 3 Casos
• Nefrologia – 21 Casos
• Neurologia – 25 Casos
• Oftalmologia – 6 Casos
• Oncologia – 19 Casos
• Ortopedia – 10 Casos
GRÁFICO 2 – ATENDIMENTOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS DURANTE ESTÁGIO CURRICULAR NA CLINIVET PERÍODO 18/02/13 À 02/05/13,
SEPARADO POR ESPECIALIDADE
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Os dados informados na página seguinte são informações coletadas a partir
de atendimentos que foram necessariamente presenciados pelo estagiário curricular,
e em muitos dos casos descritos, o paciente já estava com o tratamento em
andamento ou era a primeira consulta. Sendo assim, o paciente ainda seria
24
encaminhado para diagnóstico definitivo, ou seja, parte desta casuística relatada é
de suspeita clínica.
Como a rotina do hospital é intensa, não foi possível acompanhar cada caso
por todo o período de seu tratamento, porque semanalmente os estagiários do
obrigatório faziam rodízio em cada setor, e por este motivo, não se pode afirmar que
as suspeitas estavam corretas.
Poderá ser observado que no item clínica médica de caninos e felinos (tabela
1) há o item vacinação descrito. Embora não seja uma queixa do proprietário quanto
ao estado do seu animal e sim uma consulta preventiva, foi acompanhado este tipo
de atendimento diversas vezes. Os médicos veterinários neste tipo de situação
faziam uma consulta muito minuciosa dos animais, sendo muito importante observar
tal conduta e, dessa forma, fixar a importância da anamnese e exame físico, além de
diversas orientações que são feitas em respostas às dúvidas dos proprietários, já
que em breve, é a realidade que fará parte da nossa rotina de recém-formados.
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13
ESPECIALIDADES E ENFERMIDADES – 2013
ENFERMIDADE QUANTIDADE %
Acupuntura Discopatia Toracolombar 4 80,0% Enteropatia 1 20,0% Total 5 100,0%
Cardiologia
Insuficiência cardíaca 5 83,3% Punção torácica 1 16,7% Total 6 100,0%
Clínica Geral - Caninos e Felinos
Vacinação 36 29,0% Gastroenterite 19 15,3% Otite 8 6,5% Diabetes Mellitus 7 5,6% Lesão por mordedura 7 5,6% Hepatopatia 5 4,0% Broncopatia 4 3,2% Piometra 3 2,4% Abscesso 3 2,4% FIV 2 1,6%
25
Continuação Tratamento para Anemia 2 1,6% Colapso Traqueal 2 1,6% Hipersensibilidade Alimentar 2 1,6% Erliquiose 2 1,6% Êmese 3 2,4% DTUIF 2 1,6% Pancreatite 1 0,8% PIF 1 0,8% Retirada de ectoparasita 1 0,8% Higroma 1 0,8% Trombocitopenia 1 0,8% Miosite 1 0,8% Cistite 1 0,8% Halitose 1 0,8% Vasculite 1 0,8% Inflamação glândula anal 1 0,8% Deiscência de sutura (pós operatório) 1 0,8% Envenenamento 1 0,8% Cinomose 1 0,8% Colelitíase 1 0,8% Leptospirose 1 0,8% Obesidade 1 0,8% Intoxicação alimentar 1 0,8% Total: 124 100,0%
Dermatologia – 2013
Dermatopatia à esclarecer 27 57,4% Dermatite alégica 6 12,8% Piodermite 4 8,5% Dermatite úmida 2 4,3% Alopecia 2 4,3% Escabiose 1 2,1% Hipotricose 1 2,1% Demodiciose 1 2,1% Intertrigo 1 2,1% Ictiose 1 2,1% Calo de apoio 1 2,1% Total 47 100,0%
Endocrinologia – 2013
Hiperadrenocorticismo 12 75,0% Hipertireoidismo 2 12,5% Hipotireoidismo 1 6,3% Hiperparatireoidismo 1 6,3%
26
Continuação
Total 16 100,0%
Fisioterapia – 2013
Discopatia Toracolombar 2 28,6% Ruptura de Ligamento Cruzado Cranial 5 71,4% Total 7 100,0%
Homeopatia – 2013
Dermatite Atópica 1 33,3% Ansiedade 1 33,3% Artrose 1 33,3% Total 3 100,0%
Nefrologia – 2013 Insuficiência renal 18 85,7% Displasia renal 2 9,5% Pielonefrite 1 4,8% Total 21 100,0%
Neurologia – 2013
Discopatia 15 60,0% Convulsão 3 12,0% Espondilose 2 8,0% Vestibulopatia 2 8,0% Sequela cinomose 1 4,0% Tumor cerebral 1 4,0% Síndrome Cerebelar 1 4,0% Total: 25 100,0%
Oftalmologia – 2013
Úlcera Córnea 2 33,3% Degeneração retiniana 1 16,7% Microftalmia 1 16,7% Córnea perfurada 1 16,7% Conjuntivite 1 16,7% Total 6 100,0%
Oncologia – 2013
Tumor superficial 5 26,3% Tumor mamário 3 15,8% Quimioterapia 3 15,8% Adenocarcinoma 1 5,3% Carcinoma 1 5,3% Histiocitoma 1 5,3% Nódulo em cauda 1 5,3% Tumor ósseo 1 5,3%
27
Continuação Nódulo anal 1 5,3% Linfoma 1 5,3% Lipoma 1 5,3% Total 19 100,0%
Ortopedia – 2013
Luxação de patela 4 40,0% Claudicação/fratura 3 30,0% Ruptura de ligamento 1 10,0% Lesão articular 1 10,0% Dor articular 1 10,0% Total 10 100,0%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Quanto ao setor de diagnóstico por imagem, que corresponde a 163 dos 545
casos, foram excluídos da contabilidade 28 coletas de urina, mas é importante
ressaltar que este procedimento no hospital é feito com o auxílio do ultrassom, que
através do transdutor e imagem na tela o médico veterinário observa à bexiga e
coleta a urina a partir desta visualização. É optado por este protocolo para a coleta
ter um menor risco de contaminação. Os seguintes exames foram acompanhados
(tabela 2):
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ATENDIMENTOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13
Diagnóstico Por imagem – 2013 Exame Quantidade %
Ultrassom 80 49,1% Radiografia Simples 68 41,7% Tomografia Computadorizada 5 3,1% Ecocardiografia 4 2,5% Endoscopia 2 1,2% Mielografia 2 1,2% Colonoscopia 1 0,6% Urografia Excretora 1 0,6% Total 163 100,0%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Os procedimentos odontológicos acompanhados constam na tabela 3:
28
TABELA 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ODONTOLOGIA ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13
Odontologia – 2013
Procedimento Quantidade % Profilaxia dentária 37 94,9% Extração de descíduos 1 2,6% Síntese Mandibular 1 2,6% Total 39 100,0%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
E por fim, na cirurgia foi acompanhada a seguinte casuística (tabela 4):
TABELA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE CIRURGIA ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA CLINIVET, NO PERÍODO DE 18/02/13 À 02/05/13
Cirurgia – 2013
Procedimentos Cirúrgicos Quantidade %
OSH eletiva 15 27,8% Orquiectomia eletiva 8 14,8% Mastectomia 5 9,3% Hemilaminectomia 5 9,3% Nodulectomia 5 9,3% Drenagem de otohematoma 1 1,9% Sepultamento 3°pálpebra 1 1,9% Enterotomia 1 1,9% Sondagem Uretral em felino 1 1,9% Crioterapia 1 1,9% Palatoplastia 1 1,9% Pericardiocentese 1 1,9% Sialoadenectomia 1 1,9% Artroscopia de Ligamento Cruzado 1 1,9% Esplenectomia 1 1,9% Amputação membro pélvico esquerdo 1 1,9% Sutura de ferimentos 1 1,9% OSH Terapêutica 1 1,9% Patelorrafia 1 1,9% Laparotomia exploratória 1 1,9% Osteossíntese de ulna 1 1,9%
Total 54 100,0%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
29
2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. INTRODUÇÃO
A doença do disco intervertebral (DDIV) é uma das causas mais comuns de
alterações neurológicas em cães. O disco é como um amortecedor, onde sua
principal função é amenizar impactos.
Quando o núcleo pulposo dilata-se, este empurra o anel fibroso (que se
rompê-lo caracteriza-se a extrusão discal e se não rompe é a protusão de disco),
que por sua vez, desloca o disco da sua localização normal e começam os sinais
clínicos que irão variar de acordo com a localização do disco e a gravidade.
Os dados deste levantamento epidemiológico foram coletados de pacientes
do hospital veterinário Clinivet submetidos à cirurgia no período de 01 de Janeiro de
2008 á 01 de Março de 2013, onde foram localizados 124 casos de cães acometidos
pela discopatia. Analisou-se a prevalência no que se refere à idade, raça, sexo e
segmentos intervertebrais mais ocorrentes.
Embora o estudo tenha sido somente em cães, houve diferenças em suas
particularidades, e este levantamento fará uma comparação de dados, entre os
encontrados neste estudo e os divulgados em literatura.
30
2.2. DISCOPATIA REGIÕES TORACOLOMBAR E CERVICAL
Na neurologia, é necessário uma anamnese rica em informações, exame
físico geral bem feito, observação de sinais que o paciente demonstre e/ou
proprietário relate durante atendimento e exame neuro-específico completo, além da
eficiência em solicitação de exames complementares realmente necessários.
Com exceção do uso da radiografia simples e da mielografia, as demais
opções, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, tem um
custo financeiro considerado mais elevado e não são todas as cidades que dispõem
desta tecnologia, para que assim possa ser localizado o local da lesão da forma
mais eficiente possível e poder sugerir o melhor tratamento para a situação em que
o paciente estiver vivenciando.
De acordo com a neuroanatomia, a coluna vertebral pode ser dividida em
cervical, torácica, lombar, sacral e caudal (figura 10). Os segmentos medulares não
estabelecem uma relação perfeita com as vértebras (regiões mais posteriores),
(MORISHIN FILHO, 2012).
FIGURA 10 – SEGMENTOS MEDULARES
FONTE: Adaptado por MORISHIN FILHO 2012
31
Um exame neurológico bem feito é crucial para confirmar se há o
envolvimento do sistema nervoso central ou do sistema nervoso periférico, para
localizar a lesão e classificá-la. A figura 11 abaixo mostra os possíveis locais de
lesão.
FIGURA 11 – LESÃO NEUROLÓGICA
FONTE: Adaptado por MORISHIN FILHO 2012
O quadro 1, nos mostra a localização dos segmentos medulares dentro dos
corpos vertebrais no cão.
QUADRO 1 – LOCALIZAÇÃO DOS SEGMENTOS MEDULARES
Segmento Medular Corpos Vertebrais
C1-C5 C1-C4
C6-T2 C4-T2
T3-L3 T2-L3
L4 L3-L4
L5,L6,L7 L4-L5
S1-S3 L5
Caudal L6-L7
Nervos espinhais da cauda equina L5-sacro
FONTE: ADAPTADO DE COUTO (2001, P.798)
32
Entrando mais no foco deste trabalho, podemos dizer que a doença do disco
intervertebral (DDIV) é uma das mais importantes neuropatias dentre as discopatias
intervertebrais, constitui um dos distúrbios neurológicos mais comuns diagnosticados
em pacientes veterinários (FOSSUM, 2005, p.1219; ARIAS et al.,2007, p.2).
A degeneração de disco intervertebral pode resultar em protrusão ou extrusão
de material de disco para o canal medular, causando compressão da medula
espinhal, e sinais clínicos que variam de dor aparente à mielopatia transversa
completa (ETTINGER, 2004, p. 667). Podem ocorrer alterações degenerativas em
qualquer disco intervertebral, porém elas são mais comuns na coluna cervical,
torácica caudal e lombar (ETTINGER, 2004, p.667).
As extrusões de disco são mais comuns nas regiões cervicais e de T11 a L3
da coluna vertebral. É provável que fatores genéticos tenham algum papel
(ETTINGER, 2004, p.668).
Neste estudo foram verificados os espaços intervertebrais (EIV) acometidos.
A figura 12 ilustra o disco saudável.
FIGURA 12 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE UM DISCO INTERVERTEBRAL NORMAL
FONTE: BRIGITTE A. BRISSON, DMV, DVSC, INTERVERTEBRAL DISC DISEASE IN DOGS (2010) Legenda: Ligamento Dorsal Núcleo Pulposo Ligamento Ventral
33
Lesões toracolombares representam 84 a 86% dos problemas de discos
intervertebrais em cães. As lesões cervicais são responsáveis por 14 a 16% dos
problemas de DDIV em cães. Ocorrem mais comumente entre T11-T12, T12-T13,
T13-L1 e L1-L2 (JEFFERY, 1995, p.87; ARIAS et al., 2007, p.2; LORENZ, COATES,
KENT, 2011 p.113).
Numa série de 2.257 pacientes, 26,5% das lesões ocorreram em T12-T13, e
25,4% em T13-L1 (SLATTER, 1998, p.1291;1298). Também é descrito que 70% das
DDIV acometem a região toracolombar entre T11-L2, e a mais comum entre as
vértebras T12-T13 (JEFFERY, 1995, p.87).
Há outros dados publicados, que embora semelhantes, apresentam pequenas
diferenças entre si, como o relato que os segmentos medulares mais acometidos
foram o toracolombar/lombar (68,1%) e o lombossacro (19,3%), (MENDES, ARIAS
et al, 2012 p.6). Figura 13, disco degenerado.
FIGURA 13 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE UM DISCO INTERVERTEBRAL DEGENERADO DE UM
CÃO CONDRODISTRÓFICO
FONTE: BRIGITTE A. BRISSON, DMV, DVSC, INTERVERTEBRAL DISC DISEASE IN DOGS (2010)
Legenda: O núcleo pulposo gelatinoso foi substituído pelo material mineralizado e condroide.
No que diz respeito às raças, a mais comumente afetada é a dachshund; as
raças shih tzu, pequinês, lhasa apso, welsh corgi, e beagle se encontram em risco
significativo (SLATTER, 1998, p.1298).
34
Algumas raças pequenas relatadas possuem maior risco de desenvolver
hérnia de disco intervertebral. Podem ocorrer precocemente nas raças que
apresentam condrodistrofia (CHRISMAN, 1985, p.354; JEFFERY, 1995, p.85; ARIAS
et al, 2007, p.3; BRISSON, 2010, p.4). O quadro 2 mostra estas raças mais
acometidas.
QUADRO 2 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÕES TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL SEGUNDO LITERATURA
FONTE: Adaptado de CHRISMAN (1985, p.354); JEFFERY (1995, p.85); ARIAS et al (2007, p.3);
BRISSON (2010, p.4)
A condrodistrofia é uma condição na qual a cartilagem epifisária dos ossos
longos ossifica prematuramente e, consequentemente, os membros param o
crescimento antes da maturidade. Este abrandamento do crescimento afeta a ulna
antes do rádio e esta falta de sincronização resulta no encurvamento da articulação
RAÇAS MAIS ACOMETIDAS
TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL
Basset Hound
Beagle
Bichon Frisé
Cocker Spaniel
Dachshunds
Dálmata
Dobermann Pinscher
Jack Russel Terrier
Maltês
Labrador Retriever
Lhasa Apso
Pastor Alemão
Pequinês
Poodle Toy
Rottweillers
Shih Tzu
SRD
Terrier Brasileiro
Wesl Corgi
35
do cotovelo. Além dos membros encurtados, as raças condrodistróficas,
frequentemente, apresentam o canal vertebral mais estreito e está relacionada à
ocorrência de calcificação de discos intervertebrais (FELICIANO et.al, 2009, p.1).
Em publicação que se verificou as raças mais acometidas na região
toracolombar, as ocorrências foram: dachshund (22/45), seguida pelos cães sem
raça definida (7/45), cocker spaniel (6/45), lhasa apso (3/45), Poodle (4/45), beagle
(1/45), terrier brasileiro (1/45) e pequinês (1/45) (ARIAS et al, 2007, p.3).
No que se refere aos animais de grande porte, os cães mais comumente
relatados são os cães sem raça definida, pastor alemão, labrador retriever,
rottweillers, dálmatas e doberman pinschers (BRISSON, 2010, p.4). Os Pastores
alemães com 7 a 9 anos de idade apresentam discopatia com maior frequência em
região toraco-lombar os doberman pinscher com 5 a 10 anos de idade apresentam
discopatia em região cervical (CHRISMAN, 1985, p.356).
A incidência por idade para a discopatia clínica em cães de raças
condrodistróficas é mais elevada por volta dos 3 a 6 anos (SLATTER, 1998, p.1291;
LORENZ, COATES, KENT, 2011, p.110), e há relatos também entre 3 e 7 anos
(BRISSON, 2010, p.4).
Em animais de raças não - condrodistróficos, a faixa etária de pico de
incidência é, aproximadamente, entre os 6 e 8 anos (SLATTER, 1998, p.1291). São
raros os animais que apresentam sinais antes dos três anos de idade (CHRISMAN,
1985, p.356; BRISSON, 2010, p.4).
No que se refere ao gênero dos animais, embora a prevalência da discopatia
toracolombar seja aproximadamente igual em machos e fêmeas, foi observado um
fator de risco sutil, mas significativo, relacionado ao gênero/peso (i.é, risco em
machos>risco em fêmeas castradas>risco em fêmeas). Estas diferenças também
poderiam ser atribuídas aos efeitos protetores do estrogênio contra a degeneração
dos discos (SLATTER 1998, p.1298). Alguns relatórios encontraram que machos e
fêmeas castradas estavam em maior risco de desenvolver hérnia de DDIV que as
fêmeas (BRISSON, 2010, p.5).
Os cães são divididos (pesos considerados na idade adulta), em mini (1 a
10kg), médios (11 a 25kg), grandes (26 a 44kg) e gigantes (acima de 45kg)
(Nutrição: Mini, Medium, Maxi e Giant, ROYAL CANIN, 2012). O termo mini descreve
os cães que pesam entre 1kg e 10kg na idade adulta, tal como o dachshunds, que
36
são incluídos nesta classificação (Filhotes de Raças Pequenas, ROYAL CANIN,
2012). A perda de peso para os animais obesos pode ser de grande ajuda
(CHRISMAN, 1985, p.360).
A obesidade é um distúrbio nutricional que pode desencadear inúmeras
alterações no aparelho locomotor, associadas a um risco aumentado de dor e lesões
envolvendo todos os segmentos corporais, particularmente a coluna vertebral
(SIQUEIRA, SILVA, 2011, p. 1).
A distribuição da gordura corporal, central ou periférica, interfere diretamente
no alinhamento corporal do paciente obeso, promovendo uma sobrecarga e
predispondo ao aparecimento de desvios posturais. Sob a influência desse
desequilíbrio biomecânico causado pelo acúmulo de tecido adiposo no abdômen
(gordura central) ainda pode ocorrer uma hipotrofia muscular, associada ao atraso
da ativação dos músculos estabilizadores da coluna, contribuindo, assim, para o
aparecimento da instabilidade lombar no indivíduo obeso (SIQUEIRA, SILVA, 2011,
p. 1)
Em cães da raça dachshunds 19% a 24% são esperados exibir sinais clínicos
relativos à DDIV em sua vida e são responsáveis por 45% a 73% de todos os casos
de extrusão de disco aguda em cães. Dachshunds são 12,6 vezes mais propensos a
desenvolver hérnia de DDIV do que outras raças (BRISSON, 2010, p.4). O padrão
da raça dachshund, também conhecida como teckel, possui um peso de
aproximadamente 9 kg (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA, 2005, p.9).
Dachshunds têm uma expectativa de vida acima da média, de 12 a 15 anos
(Dachshund, EUKANUBA, 2012).
A média de peso do lhasa apso varia de 5 á 9 kg, e a expectativa de vida é de
12 á 14 anos (Lhasa Apso, TUDO SOBRE CACHORROS, 2012). E nos beagles a
média de peso varia entre 9 e 14kg (Beagle, EUKANUBA, 2012).
Quanto à localização cervical, as discopatias cervicais respondem por 15% de
todas as extrusões de disco intervertebral caninas. O local de extrusão cervical mais
comum é o espaço intervertebral de C2-C3; a frequência de envolvimento diminui de
C3-C4 até C7-T1 (SLATTER 1998, p.1291; COUTO, 2001, p.800; FOSSUM, 2005,
p.1219; BRISSON 2010, p. 10-11). É comum o acometimento do disco C6/7 em
cães de raças de grande porte (COUTO, 2001, p.800).
37
Numa série de 363 casos, 44% das lesões ocorreram em C2-C3, 23,5% em
C3-C4, 13,5% em C4-C5, 13% em C5-C6, 4,5% em C6-C7, e 1,5% em C7-T1
(SLATTER 1998, p.1291).
Porém, recentes estudos relataram C5 a C6 e C6 a C7 como os espaços mais
comumente afetados entre todas as raças de cães que apresentam a doença
intervertebral cervical (BRISSON, 2010, p.11).
Oitenta por cento das protrusões de disco cervical ocorrem em dachshunds
(figura 14), beagles e poodles. Afetam-se mais comumente raças condrodistróficas,
de meia-idade (FOSSUM, 2005, p.1219). Quadro 3 mostra as raças mais
acometidas e a figura 14 dachshund com arqueamento de dorso devido DDIV.
Aparentemente, não há predileção quanto ao gênero, e a maioria dos animais
afetados encontra-se entre os 4 e 8 anos de idade (SLATTER, 1998, p.1291).
Estudos recentes mostram que 24 a 50% dos casos envolvem raças grandes, onde
os labradores e rottweillers (cães não distróficos) são mais comumente afetados. A
média de idade de diagnóstico é entre 6 e 8 anos. (BRISSON, 2010, p.10).
QUADRO 3 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV,
REGIÃO CERVICAL SEGUNDO LITERATURA
FONTE: SLATTER (2008); FOSSUM (2002); BRISSON (2010)
FIGURA 14 – DACHSHUND COM DDIV TORACOLOMBAR
FONTE: HANDBOOK OF VETERINARY NEUROLOGY, LORENZ, COATES, KENT, 2011,
P.116
RAÇAS MAIS ACOMETIDAS
CERVICAL
Beagle
Dachshunds
Labrador Retriever
Poodle Toy
Rottweillers
38
3. OBJETIVO
É possível fazer um diagnóstico hipotético de protusão de disco com base na
idade, raça, anamnese e nos sinais clínicos, mas outras causas de mielopatia
transversa ou dor aparente devem ser consideradas no diagnóstico diferencial.
(ETTINGER, 2004, p.669)
Porém para esta hipótese ter mais confiabilidade, é necessário que vários
pesquisadores tenham feito levantamentos e estudos epidemiológicos, para oferecer
embasamento aos clínicos e cirurgiões médicos veterinários.
O objetivo deste estudo, não foi somente o de um trabalho de conclusão de
graduação, mas sim o de colaborar com mais dados, referentes aos cães
acometidos pela DDIV, na expectativa de ajudar no diagnóstico e na tomada de
decisão quanto ao tratamento, em outros animais que venham a ser atendidos
nestas condições, esperando-se assim que aumente a taxa de sucesso e o índice de
recuperação destes pacientes.
Ressalta-se que este levantamento não indica em momento algum a
substituição do uso do diagnóstico por imagem, que é o meio que levará ao
diagnóstico definitivo e mais seguro na tomada de decisão, mas tem o intuito de
colaborar em situações que não é possível a realização do mesmo, por exemplo,
devido ao custo onerar e o proprietário não ter condições de arcar com cirurgia e
exame, se a cidade que o paciente estiver não dispuser desta tecnologia próxima,
ou até mesmo onde o primeiro contato foi realizado por um clínico e o ajudará
quando relatar o caso ao cirurgião.
39
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foram analisados 124 casos na área de neurocirurgia (técnicas de
hemilaminectomia e slot/fenda cervical) ocorridas entre o período de 2008 à 2013,
no Hospital Veterinário Clinivet, localizado em Curitiba-PR no endereço rua Holanda,
número 894, bairro Boa Vista. Os dados foram coletados em março de 2013, e
correspondem ao período de 01 de janeiro de 2008 á 01 de março de 2013 em um
estudo retrospectivo.
Dentre os 124 casos, 81 contemplam a hemilaminectomia (região
toracolombar) e 43 casos o slot cervical (região cervical).
Após autorização do Dr Marcelus Sanson (proprietário do hospital), com
intervenção do Dr. David Powolny, os dados foram coletados a partir de um relatório
fornecido pelo Dr. César que contemplam todas as cirurgias executadas no período
de 01 de Janeiro de 2008 á 01 de Março de 2013. Foram excluídas as cirurgias
gerais e ortopédicas, deixando somente os dados de neurocirurgia, e neste, foi
excluído os dados de um único felino, por ser considerada amostra insuficiente para
relatar neste levantamento epidemiológico.
Quanto às informações de cada paciente (segmento intervertebral acometido,
gênero, idade e peso) foi utilizado nas dependências do hospital, fora do horário de
cumprimento do estágio obrigatório, o sistema Doctor Vet, através de um código de
atendimento que consta no relatório obtido, para realizar a busca de cada animal,
anotando as informações em planilha Excel para posterior conversão dos dados e
elaboração deste trabalho.
40
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente resultado deste estudo, como pode ser visualizado no gráfico 3
abaixo, é coerente com o que os autores citados na revisão de literatura descrevem,
sobre a região toracolombar ser mais acometida do que a região cervical.
GRÁFICO 3 – PERCENTUAL COMPARATIVO CÃES ACOMETIDOS POR DDIV EM REGIÕES TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL X CERVICAL,
NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Dos 124 casos acima, 81 se referem à T-L e 43 à região cervical, ou seja,
65,32% e 34,68% respectivamente. Muito embora, diferem dos resultados obtidos
por Jeffery(1995), ARIAS ET AL.(2007), LORENZ, COATES, KENT (2011), que
verificaram índices de 84 a 86% de ocorrências na região de T-L e 14 a 16% dos
casos acometendo região cervical, mas dentro do segmento de T11 a L3 como é
relatado por ETTINGER (2004).
Essa pequena diferença estatística, poderia ser justificada devido à amostra
de cães acometida diferir um pouco da amostra que os autores retratam, como pode
ser visualizado na página seguinte (quadro 4):
41
QUADRO 4 - RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÕES CERVICAL, TORACOLOMBAR/LOMBAR/SACRAL, SEGUNDO DADOS DE LITERATURA E DO PRÓPRIO
AUTOR
RAÇAS MAIS ACOMETIDAS
DADOS DEMAIS AUTORES DADOS PRÓPRIO AUTOR
CERVICAL TORACOLOMBAR/
LOMBAR/SACRAL CERVICAL
TORACOLOMBAR/
LOMBAR/SACRAL
Beagle Basset Hound Beagle Beagle
Dachshunds Beagle Bulldog Francês
Bulldog Francês
Labrador Retriever Bichon Frise Bull Terrier Chihuahua
Poodle Toy Cocker Spaniel Cocker Spaniel Americano
Cocker Spaniel Americano
Rottweillers Dachshunds Cocker Spaniel Inglês
Cocker Spaniel Inglês
- Dálmata Dachshund Dachshund
- Dobermann Pinscher Dálmata Golden Retriever
- Jack Russel Terrier Lhasa Apso Lhasa Apso
- Maltês Pequinês Lulu da Pomerânia
- Labrador Retriever Poodle Pastor Alemão
- Lhasa Apso Pug Pinscher
- Pastor Alemão Schnauzer Pit Bull
- Pequinês Shih Tzu Poodle
- Poodle Toy SRD Schnauzer
- Rottweillers Yorkshire Shi Tzu
- Shih Tzu - SRD
- SRD - Yorkshire
- Terrier Brasileiro - -
- Wesl Corgi - -
FONTE: CHRISMAN (1985); SLATTER (1998); ARIAS (2007); FOSSUM (2002); BRISSON (2010); PRÓPRIO AUTOR (2013)
Conforme é mostrado na tabela 5 da página seguinte, a região mais
acometida foi a T13-L1, que fica em acordo com o relato de LORENZ, COATES,
KENT (2011) e também próxima à casuística encontrada por SLATTER (1998) que
relatou ser o segundo espaço mais acometido. Porém a região T12-T13 que é o
42
local mais incidente encontrado por SLATTER (1998) e por JEFFERY (1995), neste
estudo ficou como o terceiro segmento mais atingido, com 9,88% dos casos (8/81).
TABELA 5 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/ LOMBAR/LOMBOSSACRAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
Espaços Intervertebrais Quantidade Percentual T13-L1 13 16,05% L1-L2 12 14,81%
T12-T13 8 9,88% T11-T12 6 7,41%
L3-L4 6 7,41% T12-L1 5 6,17% L2-L3 5 6,17%
T11-T13 4 4,94% L4-L5 4 4,94%
T12-L3 3 3,7% T12-L2 2 2,47% T13-L2 2 2,47% T7-T9 1 1,23%
T10-T11 1 1,23% T10-T12 1 1,23% T10-T13 1 1,23% T11-L1 1 1,23% T13-L3 1 1,23% L2-L4 1 1,23% L2-L5 1 1,23% L4-L6 1 1,23% L5-L6 1 1,23% L7-S1 1 1,23% Total 81 100%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
No que diz respeito às raças, como pode ser visto na tabela 6 da próxima
página, o dachshund (27,16% - 22/81) foi a raça mais acometida juntamente com os
cães da raça lhasa apso (27,16% - 22/81), seguidos pelos cães sem raça definida
(SRD), com incidência de 12,35% (10/81); os Poodle (7,41% - 6/81), beagle, shih
tzu, yorkshire e pastor alemão (cada um com 3,7% - 3/81); e finalizando com um
caso de cada nas seguintes raças (1,24% que em sua somatória são os 11,11% -
10/81) da subdivisão outros : schnauzer, cocker spaniel americano, cocker spaniel
inglês, bulldog francês, lulu da pomerânia, golden retriever, chihuahua, pinscher e pit
bull.
43
Cães da raça lhasa apso não foram tão expressivos para outros autores como
foi para este levantamento. A justificativa poderia ser que o lhasa apso é um dos
maiores fenômenos de popularidade de uma raça canina, já ocorridos no Brasil, por
se tratar de um cão que se adapta muito bem em apartamentos e casas
especialmente nas grandes cidades, a procura por esta raça cresceu
vertiginosamente nos últimos anos (VIEIRA, 2008).
TABELA 6 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO
TORACOLOMBAR/LOMBAR/LOMBOSSACRAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
Raças Quantidade Percentual
Dachshund 22 27,16% Lhasa Apso 22 27,16%
SRD 10 12,35% Poodle 6 7,41%
Shih Tzu 3 3,7%
Beagle 3 3,7% Yorkshire 3 3,7%
Pastor Alemão 3 3,7% Outros 9 11,11% Total 81 100%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
A maioria das raças citadas pelos autores apareceu neste levantamento,
inclusive a ocorrência de três casos de cães da raça pastor alemão e um caso da
raça golden retriever, que são considerados cães de grande porte.
O dachshund é o cão mais acometido na região de T-L neste estudo e em
todos os autores verificados, assim como as demais raças condrodistróficas que
incluem os lhasa apso.
A presente pesquisa verifica que cães da raça dachshund são responsáveis
por 27,16% das ocorrências de DDIV toracolombar. Isso representa 22 dos 81 casos
verificados. Como é mostrado no gráfico 4 da página seguinte, o segmento vertebral
T13-L1 é o local mais acometido na raça.
Destes 22 casos em cães da raça dachshund, T13-L1 correspondem a
27,27% (6/22), T12-T13 18,18% (4/22), T11-T12; T12-L1 e L2-L3, contribuem com 2
casos cada (9,09% cada) e por fim na categoria outros (27,27% - 6/22),
colaborando com 1 caso cada (4,54%) fazem partes os seguintes espaços
44
intervertebrais: T10-T11; T10-T12; T11-T13; T12-L2; L1-L2 e L4-L5 , como mostra o
gráfico 4 na página seguinte.
GRÁFICO 4 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES DA RAÇA DACHSHUND NO PERÍODO
DE 01/01/2008 Á 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Em aprofundamento feito através das informações coletadas para esta
pesquisa, em cães desta raça, observou-se uma média de idade de 6 anos e 7
meses, que variou de 3 anos e 9 meses á 11 anos e 11 meses. E média de peso de
9,1kg variando de 6 quilos á 16 quilos. No quadro 5, poderão ser verificados os
dados que se referem a cada animal.
QUADRO 5 – DADOS DACHSHUNDS ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR, NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA
CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.
DADOS DACHSHUND Raça Idade Peso (kg) EIV Sexo
Dachshund 10 anos e 8 meses 6 T10-T11 Fêmea
Dachshund 6 anos e 7 meses 8,2 T12-T13 Macho
Dachshund 10 anos e 4 meses 8 T13-L1 Fêmea
Dachshund 7 anos 9,9 T12-L1 Macho
Dachshund 4 anos e 11 meses 6,8 T13-L1 Fêmea
Dachshund 4 anos e 11 meses 6,8 T13-L1 Fêmea
Dachshund 10 anos 8,5 T12-T13 Macho
Dachshund 6 anos e 9 meses 7,5 T12-L1 Macho
Dachshund 11 anos e 11 meses 12 T10-T12 Fêmea
Dachshund 10 anos 7 L2-L3 Macho
45
CONTINUAÇÃO Raça Idade Peso (kg) EIV Sexo
Dachshund 4 anos e 3 meses 10 T13-L1 Fêmea
Dachshund 6 anos 6,5 T11-T13 Fêmea
Dachshund 6 anos e 3 meses 8,6 T13-L1 Fêmea
Dachshund 6 anos e 7 meses 10,6 L4-L5 Fêmea
Dachshund 5 anos 8 T13-L1 Fêmea
Dachshund 7 anos e 1 mês 9,9 T12-T13 Fêmea
Dachshund 4 anos e 7 meses 10 T12-T13 Fêmea
Dachshund 5 anos e 1 mês 9,5 L1-L2 Fêmea
Dachshund 3 anos e 9 meses 10 T11-T12 Macho
Dachshund 6 anos e 11 meses 12,2 L2-L3 Fêmea
Dachshund 5 anos e 8 meses 16 T11-T12 Macho
Dachshund 6 anos 8,8 T12-L2 Fêmea
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Dos 22 cães desta raça, 77,27% (17/22) estão em seu peso normal e 22,73%
(5/22) estão em sobrepeso, como mostra o gráfico 5 abaixo. Como é sabido, um dos
fatores que predispõem ao desencadeamento da DDIV é o sobrepeso, embora nesta
pesquisa, cães com sobrepeso não foram a maioria.
GRÁFICO 5 – PERCENTUAL PESO DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV,
REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
No presente estudo, a raça dachshund contrariou o que SLATTER (1998)
relata, pois como pode ser visto no gráfico 6 da página seguinte, as fêmeas tiveram
uma maior incidência, representando 68,18% (15/22) dos casos, contra 31,82%
46
(7/22) da ocorrência em machos. Quanto à diferenciação em castrados e não
castrados, esta pesquisa não fez esse levantamento de dados.
GRÁFICO 6 – PERCENTUAL GÊNERO DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV,
REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Com os dados encontrado nesta pesquisa e esboçado no gráfico 7 desta
página, pode-se dizer que 77,27% (17/22) são animais jovens à maduros e 22,73%
(5/22) são animais idosos. Em filhotes não teve casuística.
Para estabelecer a divisão até 10 meses e acima de 9 anos, foi baseado na
expectativa de vida da raça, considerando que, quando o cão alcança 75 a 80%
desta expectativa, de fato, pode ser considerado idoso, aos 10 meses de vida, o cão
de porte mini já deve estar totalmente desenvolvido (Alimentando seu Cão; Seu cão
adulto de porte mini, ROYAL CANIN, 2012).
GRÁFICO 7 – PERCENTUAL 1 DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
47
Comparando o gráfico 8 com a citação de SLATTER (1998) em relação aos
condrodistróficos mais acometidos terem idade entre 3 a 6 anos, pôde-se observar,
que os dachshunds descritos neste trabalho tem a idade um pouco mais avançada
do que foi relatado pelo autor. O resultado desta pesquisa mostrou que 54,55%
(12/22) dos animais tinham idade acima dos 6 anos e 45,45% (10/22) tinham idade
entre 3 e 6 anos. Cães com menos de 3 anos não tiveram prevalência.
GRÁFICO 8 – PERCENTUAL 2, DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS
PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Esta diferença, entretanto, deve-se ao percentual de animais com idade
acima de 6 anos mas que não tinham mais de 9 anos completos, ou seja, que não
chegam a ser idosos, já que como é mostrado no gráfico 9 na página seguinte,
fazendo a divisão desta forma, o índice de idade mais acometido volta ser entre 3 à
6 anos. A população de animais com idade entre 6 e 9 anos foi expressiva 31,82%
(7/22), fator que contribuiu para que saísse da média descrita em literatura.
A partir desta amostra, pôde-se verificar que os dachshunds estão sendo
acometidos pela DDIV mais tardiamente, já que a oscilação ficou mais próxima dos
7 anos de idade do que dos então relatados a partir de 3 anos. Talvez pela evolução
da medicina veterinária, que assim como na humana, vêm aumentando a
expectativa e a qualidade de vida dos pacientes.
48
GRÁFICO 9 – PERCENTUAL 3, DE IDADE EM DACHSHUNDS ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Esta pesquisa mostrou que os cães lhasa apso estão entre as raças mais
acometidas, já que sua incidência se igualou aos dachshund. O que possivelmente
colabora com este índice é o fato do mercado de pequenos animais crescer 20% ao
ano, estando em alta animais de porte menor, para viver em apartamentos (Notícia,
CRMV-PR, 2007). O lhasa apso é um exemplo do que a notícia se refere, associado
ao fato da localização do hospital (Clinivet) ficar próximo à vários prédios. A união
destas duas situações, além do padrão predisposto da raça pode ter colaborado
com o aumento de sua prevalência.
Assim como os dachshunds, a prevalência com o lhasa apso foi de 22 casos
dos 81 relatados, que se observado, a somatória destas ocorrências registradas
ultrapassam 50% dos cães acometidos. Em sua soma, estas duas raças
representam 54,32% (44/81) e as demais raças 45,68% (37/81). Gráfico 10 abaixo.
GRÁFICO 10 – PERCENTUAL DAS RAÇAS DACHSHUNDS E LHASA APSO
VERSUS DEMAIS ANIMAIS ACOMETIDOS PELA DDIV, DADOS DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET
PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
49
Os espaços intervertebrais mais acometidos no lhasa apso foram os
seguintes:
• T13-L1 (22,73% - 5 casos)
• L1-L2 (18,18% - 4 casos)
• T12-L3 (13,64% - 3 casos)
• T12-T13 (9,09% - 2 casos)
E finalizando, na categoria outros com um caso cada (4,55% por EIV, 8 casos
em sua soma):
• T11-T12 (4,55% - 1 caso)
• T12-L1 (4,55% - 1 caso)
• T12-L2 (4,55% - 1 caso)
• L2-L3 (4,55% - 1 caso)
• L2-L5 (4,55% - 1 caso)
• L3-L4 (4,55% - 1 caso)
• L4-L5 (4,55% - 1 caso)
• L5-L6 (4,55% - 1 caso)
Desta forma totalizam os 22 relatos na raça, como explanado no gráfico 11
abaixo.
GRÁFICO 11 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES DA RAÇA LHASA APSO NO PERÍODO DE 01/01/2008 Á 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
50
No caso da raça lhasa apso, a média de idade ficou em 5 anos (média variou
de 3 anos e 1 mês à 10 anos e 3 meses). Quanto ao peso, os animais ficaram em
média de 8 quilos (variando de 4,4kg á 17 kg). Informações por animal avaliado
podem ser observadas na página seguinte no quadro 6.
QUADRO 6 – DADOS LHASA APSO ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO TORACOLOMBAR/LOMBAR NO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA
CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.
DADOS LHASA APSO Raça Idade Peso (kg) EIV Sexo
Lhasa Apso 4 anos e 5 meses 6,5 T13-L1 Macho
Lhasa Apso 4 anos 7,2 T12-T13 Fêmea
Lhasa Apso 8 anos 8,4 T12-L3 Macho
Lhasa Apso 5 anos e 1 mês 10,9 L1-L2 Macho
Lhasa Apso 4 anos 6,9 T13-L1 Macho
Lhasa Apso 5 anos e 6 meses 17 T11-T12 Macho
Lhasa Apso 5 anos e 5 meses 6 T12-T13 Macho
Lhasa Apso 6 anos 9,1 T13-L1 Macho
Lhasa Apso 3 anos e 1 mês 5,1 T13-L1 Fêmea
Lhasa Apso 3 anos e 1 mês 6 T12-L1 Macho
Lhasa Apso 4 anos e 1 mês 7,75 T12-L3 Macho
Lhasa Apso 7 anos e 6 meses 4,4 L5-L6 Fêmea
Lhasa Apso 4 anos e 1 mês 7 L2-L3 Macho
Lhasa Apso 4 anos e 1 mês 7,6 L3-L4 Fêmea
Lhasa Apso 10 anos e 3 meses 6,5 T12-L2 Macho
Lhasa Apso 4 anos e 8 meses 8,8 L1-L2 Macho
Lhasa Apso 7 anos e 4 meses 10 L1-L2 Fêmea
Lhasa Apso 4 anos e 1 mês 7,7 T12-L3 Macho
Lhasa Apso 3 anos e 6 meses 6,8 L2-L5 Fêmea
Lhasa Apso 4 anos e 2 meses 14 L4-L5 Macho
Lhasa Apso 5 anos e 4 meses 7,9 T13-L1 Fêmea
Lhasa Apso 3 anos e 4 meses 6 L1-L2 Fêmea
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Entre os dados, 95,45% (21/22) dos animais acometidos foram considerados
jovens à maduros e apenas 4,55% (1/22) dos animais acometidos foram
considerados idosos. Gráfico 12 na página seguinte.
51
GRÁFICO 12 – PERCENTUAL 1, DE IDADE EM LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Nesta amostra analisada, os cães da raça lhasa apso, demonstraram estar
dentro do índice de idade que é relatado em literatura, pois 81,82% (18//22) dos
animais estão na faixa etária de 3 á 6 anos de idade, enquanto apenas 18,18%
(4/22) se enquadram na faixa acima de 6 anos. Gráfico 13 abaixo.
GRÁFICO 13 – PERCENTUAL 2, DE IDADE EM LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Em relação ao peso destes animais, 77,27% (17/22) dos mesmos estavam na
faixa considerada normal para a raça e 22,73% (5/22) foram considerados na faixa
de sobrepeso. Gráfico 14 na próxima página.
52
GRÁFICO 14 – PERCENTUAL PESO LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
No que diz respeito ao gênero dos animais prevalentes, com o lhasa apso
ocorreu o inverso do registrado com os dachshund. Com estes, o índice seguiu a
literatura de SLATTER (1998), isso porque nesta raça 63,64% (14/22) eram machos
e 36,36% (8/22) fêmeas. Gráfico 15 abaixo.
GRÁFICO 15 – PERCENTUAL GÊNERO LHASA APSO ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
No que se refere à região cervical independente da raça acometida, nesta
pesquisa, dos 43 casos verificados, o segmento C4-C5, diferentemente dos que os
demais autores consultados para este levantamento relatam, teve 27,91% (12/43)
dos casos.
Como era esperado o segmento C2-C3 foi um dos mais acometidos,
prevalecendo 25,58% (11/43) dos casos mas não foi o mais acometido, como é
citado em literatura.
53
E por fim, a diminuição progressiva dos EIV seguintes: C3-C4 com 18,6%
(8/43) das ocorrências, C5-C6 com 16,28% (7/43) e finalizando C6-C7 11,63% (5/43)
dos prevalentes (tabela 7), estão de acordo com o que outros autores verificaram em
seus estudos.
Talvez esta diferença se deva ás raças mais acometidas verificadas na
amostra dos demais autores em comparação à amostra encontrada neste estudo,
pois houve uma variação significativa na relação de diferentes raças prevalentes
(quadro 7).
QUADRO 7 – RAÇAS MAIS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, SEGUNDO
DADOS DE LITERATURA E DO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: SLATTER (1998); FOSSUM (2002); BRISSON (2010); PRÓPRIO AUTOR (2013)
RAÇAS MAIS ACOMETIDAS REGIÃO CERVICAL
DEMAIS AUTORES PRÓPRIO AUTOR
Beagle Beagle
Dachshunds Bulldog Francês
Labrador Retriever Bull Terrier
Poodle Toy Cocker Spaniel Americano
Rottweillers Cocker Spaniel Inglês
- Dachshund
- Dálmata
- Lhasa Apso
- Pequinês
- Poodle
- Pug
- Schnauzer
- Shih Tzu
- SRD
- York
54
TABELA 7 – EIV ACOMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
EIV Quantidade Percentual C2-C3 11 25,58% C3-C4 8 18,60% C4-C5 12 27,91% C5-C6 7 16,28% C6-C7 5 11,63% Total 43 100%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Neste estudo, a incidência no quesito raça (tabela 8), dos 43 casos (100%),
ficou na seguinte disposição:
TABELA 8 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
Raça Quantidade Percentual SRD 10 23,26%
Beagle 7 16,28% Dachshund 5 11,63% Lhasa Apso 4 9,3%
Bulldog Francês 3 6,98% Cocker Spaniel Americano 2 4,65%
Cocker Spaniel Inglês 2 4,65% Poodle 2 4,65%
Shih Tzu 2 4,65% Bull Terrier 1 2,33%
Dálmata 1 2,33% Pequinês 1 2,33%
Pug 1 2,33% Schnauzer 1 2,33%
York 1 2,33% Total 43 100%
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Na página seguinte, podem ser verificadas estas informações distribuídas no
gráfico 16:
55
GRÁFICO 16 – RAÇAS ACOMETIDAS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Fazendo um levantamento com todos os 43 casos encontrados, podemos
dizer que a DDIV cervical não mostrou predileção por nenhum dos gêneros (gráfico
17), já que 21 dos 43 casos eram fêmeas (48,84%) e 22 dos 43 casos eram machos
(51,16%), não tendo uma diferença significativa entre ambos. Assim como é relatado
pelos autores.
GRÁFICO 17 – PERCENTUAL GÊNERO REGIÃO CERVICAL, CÃES ACOMETIDOS
PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Quanto ao peso, dividido por porte, os cães mini (1 a 10kg) respondem pela
maioria dos casos 55,81% (24/43); os médios (11 a 25kg) de 41,86% (18/43); os
grandes (26 a 44kg) colaboraram com uma ocorrência de 2,33% e para os de porte
gigante (acima de 45kg) não houve prevalência (gráfico 18).
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GRÁFICO 18 – PERCENTUAL PESO CÃES ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) No critério idade, os animais foram divididos de acordo com a casuística
relatada pelos demais autores, então foram divididos em até 6 anos de idade, 6 à 8
anos e acima de 8 anos. Abaixo o resultado (gráfico 19):
GRÁFICO 19 – PERCENTUAL IDADE CÃES ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL,
REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Nota-se que a faixa dos animais com até 6 anos de idade e os entre 6 e 8
anos apresentaram percentagens iguais cada um com 23,81%, e os cães com mais
de 8 anos foram a grande maioria com 52,38%.
Esta pesquisa contrariou o segmento cervical mais acometido ser C2-C3 e a
idade entre 6 e 8 anos ser mais prevalente como a maioria dos autores citam. Neste
estudo prevaleceu o segmento C4-C5 e maioria dos animais tinham idade superior á
8 anos.
Entre as raças mais acometidas, os cães SRD que estão na faixa de peso de
6,6 á 15 kg, ou seja, cães mini e de médio porte, ganharam destaque, seguidos
pelos beagle e dachshund que já eram esperados na pesquisa.
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Como foram detalhados os dados dos cães mais acometidos na região
toracolombar, o mesmo foi feito na região cervical.
Cães sem raça definida, comumente reconhecida pela sigla SRD foram
23,26% dos 43 casos (10/43). Quanto a estes animais os seguintes dados podem
ser observados (quadro 8):
QUADRO 8 – DADOS SRD COMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, NO PERÍODO
DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.
DADOS SRD – CERVICAL Raça Idade Peso (kg) EIV Sexo SRD 15 anos e 8 meses 7 C4-C5 Fêmea
SRD 10 anos e 3 meses 10 C4-C5 Fêmea
SRD 6 anos 15 C4-C5 Macho
SRD 10 anos 13 C2-C3 Fêmea
SRD 14 anos 15 C4-C5 Fêmea
SRD 8 anos 7,7 C2-C3 Fêmea
SRD 7 anos e 8 meses 6,6 C6-C7 Macho
SRD 6 anos e 7 meses 12,9 C3-C4 Fêmea
SRD 9 anos e 2 meses 11 C3-C4 Macho
SRD 10 anos 13,3 C3-C4 Fêmea FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Os cães da raça Beagle, foram os segundos mais acometidos na localização
cervical com 16,28% (7/43), abaixo segue o registro de cada animal (quadro 9).
QUADRO 9 – DADOS BEAGLE COMETIDOS POR DDIV, REGIÃO CERVICAL, NO
PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR.
DADOS BEAGLE – CERVICAL Raça Idade Peso (kg) EIV Sexo
Beagle 9 anos e 1 mês 16,6 C6-C7 Fêmea
Beagle 6 anos e 3 meses 18 C2-C3 Macho
Beagle 5 anos e 1 mês 13 C4-C5 Macho
Beagle 5 anos e 2 meses 15 C2-C3 Fêmea
Beagle 7 anos 16 C4-C5 Macho
Beagle 10 anos e 3 meses 16,6 C3-C4 Macho
Beagle 11 anos e 6 meses 23 C5-C6 Macho FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Os EIV cervicais acometidos em cães SRD foram: C4-C5 40% (4/10), C3-C4
30% (3/10), C2-C3 20% (2/10) e C6-C7 10% (1/10), (gráfico 20).
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GRÁFICO 20 – PERCENTUAL EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES SRD, REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET
DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Já nos beagle (gráfico 21), os espaços intervertebrais acometidos foram: C2-
C3 e C4-C5 igualados com 28,57% (com 2 casos em cada EIV), C3-C4, C5-C6 e
C6-C7 com uma ocorrência em cada um destes EIV, representando 14,29% cada.
Como já comentado anteriormente, o espaço intervertebral cervical C4-C5
não é o mais descrito pelos autores, porém neste levantamento foi o mais
prevalente. E percebe-se que tanto nos SRD quanto nos Beagle aconteceu o
mesmo índice.
GRÁFICO 21 – PERCENTUAL EIV ACOMETIDOS POR DDIV EM CÃES BEAGLE,
REGIÃO CERVICAL, DADOS COLETADOS NA CLINIVET DO PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013 PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
A média de peso nos animais SRD foi de 11,15 quilos, variando de 6,6 á
15kg, que no gráfico 22 está dividido de 1 á 10 kg e de 11 á 25 kg, portes mini e
médio respectivamente.
Dos 10 cães (gráfico 22), 40% (4/10) possuíam peso de até 10 kg (categoria
mini) e 60% (6/10) apresentaram entre 11 à 25 kg (categoria médio).
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GRÁFICO 22 – PERCENTUAL PESO CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Já a média de peso nos cães da raça beagle foi de 16,8 quilos, variando de
15 à 23 quilos, o que fica dentro da média de cães de médio porte que é de 11 á
25kg (Filhotes de Raças Médias, ROYAL CANIN, 2012). A classificação no gráfico
23 ficou em cães com menos de 9kg, entre 9 e 14kg e acima de 14 kg.
A partir disso, dos 7 cães verificados, 6 destes animais, ou seja, 85,71%
ficaram na divisão de cães de 15 á 25 quilos, faixa que fica dentro do padrão médio
da raça, e apenas um ficou na faixa dos 9 á 14 quilos. Não houve registros de
beagle com menos de 9 quilos.
No paciente obeso, a manutenção do equilíbrio e da estabilidade da coluna,
durante a postura estática, a marcha e a locomoção, é mais difícil em virtude do
excesso de peso, da distribuição da massa corporal e das relações antropométricas
diferenciadas entre as estruturas anatômicas do tronco e dos membros. As
alterações posturais associadas à obesidade podem surgir em virtude da ação
mecânica desempenhada pelo excesso de peso corporal e o aumento das
necessidades mecânicas regionais (SIQUEIRA, SILVA, 2011, p. 3-4).
GRÁFICO 23 – PERCENTUAL PESO CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV,
REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013, DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
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Nos cães SRD, a idade média foi de 9 anos e 8 meses, oscilando de 6 anos á
15 anos e 8 meses. Ficando 40% (4/10) dos animais na faixa de cães jovens á
maduros (14 meses a 9 anos) e 60% (6/10) na faixa dos cães idosos (acima de 9
anos). Abaixo de 14 meses não houve prevalência (gráfico 24). O valor encontrado
fica um pouco acima dos 6 á 8 anos que os autores descrevem.
GRÁFICO 24 – PERCENTUAL IDADE CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Nos animais da raça beagle, a faixa de idade da maioria dos acometidos ficou
também um pouco acima da idade média que os autores descrevem, isso porque
42,86% (3/7) dos animais tinham idade acima de 9 anos e 57,14% (4/7) estavam na
faixa que ficaria no período de idade entre 6 e 8 anos. Abaixo de 14 meses não
houve registro (gráfico 25).
GRÁFICO 25 – PERCENTUAL IDADE CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV, REGIÃO CERVICAL, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
Quanto ao gênero, as fêmeas SRD foram maioria, com 70% (7/10) dos casos,
contra 30% (3/10) dos machos sem raça definida (gráfico 26).
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GRÁFICO 26 – PERCENTUAL GÊNERO, REGIÃO CERVICAL, CÃES SRD ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013) Já nos animais da raça Beagle ocorreu exatamente o inverso. Dos 7 animais,
71,43% (5/7) são machos e 28,57% são fêmeas (2/7). O que mostra, a princípio, que
a DDIV não tem predileção por gênero (gráfico 27).
GRÁFICO 27 – PERCENTUAL GÊNERO, REGIÃO CERVICAL, CÃES BEAGLE ACOMETIDOS PELA DDIV, REFERENTE PERÍODO DE 01/01/2008 À 01/03/2013,
DADOS COLETADOS NA CLINIVET PELO PRÓPRIO AUTOR
FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2013)
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6. CONCLUSÃO
No presente levantamento epidemiológico decasos de DDIV realizado na
Clinivet, em um estudo retrospectivo de 01 de janeiro de 2008 à 01 de março de
2013, foi verificado que segundo esta casuística, a região toracolombar foi a mais
acometida que a região cervical, dos 124 casos, 81 se referem a T-L e 43 a cervical,
65,32% e 34,68% respectivamente.
O espaço intervertebral da região toracolombar mais acometido foi T13-L1,
correspondendo a 13 dos 81 casos (16,05%), e na região cervical foi o espaço C3-
C4, com 18,6% (8/43) das prevalências.
As raças mais acometidas na região toracolombar foram dachshund e lhasa
apso, com 22 ocorrências cada, que somando são 44 dos 81 casos da incidência em
T-L. Na localização cervical 10 casos (23,26%) foram cães SRD e 7 casos (16,28% )
são cães da raça Beagle.
Em ambas as localizações puderam-se verificar cães sendo acometidos mais
tardiamente, talvez pelo avanço da medicina veterinária.
No que se refere ao peso, a pesquisa mostrou que cães abaixo do peso não foi
prevalente na DDIV, mas acima do peso teve prevalência, não foram a maioria, mas
mostrou que pode haver interferência.
Quanto ao gênero, não houve predileção sexual.
O objetivo do estudo foi atingido com esta amostra, ao verificar que os resultados
ficaram próximos ao dos casos mais atuais descritos, mas mostrando que a
prevalência vem sendo modificada ao longo dos anos e variando de acordo com as
raças que são mais presentes em cada país e região analisada por seus autores.
63
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