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Universidade Tuiuti do Paraná - UTP Pós Graduação em Gestão Agrária e Desenvolvimento Regional
Produção de Eucalyptus benthamii para uso como Bioenergia
Luiz Carlos dos Santos Euderjan Pagliari Robson Pulzatto Gislaine Boeira
Guarapuava 2009
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Universidade Tuiuti do Paraná-UTP Pós Graduação em Gestão Agrária e Desenvolvimento Regional
Produção de Eucalyptus benthamii para uso como Bioenergia
Luiz Carlos dos Santos Euderjan Pagliari Robson Pulzatto Gislaine Boeira
Trabalho apresentado para conclusão Curso de Gestão Agrária e Desenvolvimento Regional da Universidade Tuiuti do Paraná como do requisitos para obtenção do título Especialista em gestão agrária e desenvolvimento regional
Prof. Wilson Mendes Valle MSc – orientador Prof. Suellen Túlio de Córdova - co-orientadora
Guarapuava 2009
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................2
2 OBJETIVOS.........................................................................................................3
3 UTILIZAÇÃO DO SOLO ATUALMENTE ............................................................4
4 CUSTOS LAVOURA DE FEIJÃO E MILHO SISTEMA CONVENCIONAL........5
4.1 TABELA COMPARATIVA CUSTOS X RESULTADOS POR CULTURA ............6
5 RESULTADO FEIJÃO.........................................................................................6
6 RESULTADOS MILHO........................................................................................6
7 CULTURA ESCOLHIDA......................................................................................7
7.1. Utilização da Madeira .....................................................................................8
7.2. Idade do Corte da Madeira.............................................................................9
7.3. Vantagens para a família................................................................................9
8 MOTIVO DA ESCOLHA DO LOCAL.................................................................10
9 SANTA MARIA DO OESTE...............................................................................11
9.1. Histórico e Informações do Município........................................................11
9.2. Informações Territoriais...............................................................................11
9.3. Posição Geográfica ......................................................................................12
9.4. Limites do Município ....................................................................................12
9.5. Atividades Econômicas ...............................................................................12
9.6. População Censitária ...................................................................................13
10 MOTIVOS PARA ESCOLHA DESSA CULTURA. .........................................14
11 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................15
12 REFLORESTAMENTO DE EUCALYPTO .....................................................15
12.1. ESPAÇAMENTO RECOMENDADO ..........................................................15
12.2. Situação Energética Mundial Atual .........................................................16
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12.3. Recomendações De Espécies .................................................................18
12.4. Implantação ...............................................................................................19
12.5. CUIDADOS NO PLANTIO..........................................................................19
12.6. Cálculos Para Implantação E Manutenção da Cultura 1º Ano ..............20
12.7. Cálculos Para Manutenção da Cultura 2º Ano........................................21
12.8. Cálculos Para Manutenção da Cultura 3º Ano........................................22
12.9. Cálculos Para Manutenção da Cultura 4º Ano........................................23
12.10. Cálculos Para Manutenção da Cultura 5º Ano........................................24
12.11. Cálculos Para Manutenção da Cultura 6º Ano........................................25
12.12 Cálculos Para Manutenção da Cultura 7º Ano............................................26
13 FONTE DE RECURSOS ................................................................................27
13.1. Objetivos Gerais do Programa ................................................................27
13.2. Objetivos Econômicos ............................................................................27
13.3. Taxa de Juros .................................................................................................28
13.4. Prazo Total ......................................................................................................28
13.5. Encaminhamento ...........................................................................................29
14 CONCLUSÃO ................................................................................................30
15 REFERÊNCIAS..............................................................................................31
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal avaliar a viabilidade
econômica da implantação de reflorestamento de eucaliptus ou culturas de milho e
feijão em uma área de 3,63 há na região de Santa Maria do Oeste no Paraná, hoje
ocupada por outras culturas regionais como milho e feijão de forma rústica pelo
agricultor Luiz da Silva e sua família.
O trabalho foi desenvolvido com base na utilização do solo por um período de
sete anos na cultura do eucaliptus pois é no 7º na que ocorre a primeira colheita da
madeira quando a utilização esperada é lenha, para simulação apenas para o 1º
ano da cultura de milho e feijão.
Á análise econômica de projetos é uma ferramenta básica para determinar se
o investimento sob análise deve ou não ser implementado.
Para efeito de cálculo utilizou-se de uma taxa de financiamento agrícola de
6% ano, essa é taxa media utilizada para financiamentos agrícolas.
Os cálculos utilizados foram com base na venda da madeira cortada,
empilhada e entregue na propriedade, demais cálculos referente às receitas com
milho e feijão foram com base nas planilhas de custos médios pagos aos produtores
do Paraná obtidos no site do SEAB.
1 INTRODUÇÃO
A área em estudo esta sendo ocupada sem antes levar em conta a viabilidade
do negócio, dessa forma pode não gerar todos os resultados esperados ao
proprietário Sr. Luiz da Silva, que vem trabalhando por muitos anos nessa terra e é
dela que tira o sustento de sua família, este solo pode trazer melhores resultado
quando utilizado o solo de forma sustentável e equilibrada.
Embora haja uma diversidade de definições a respeito de agricultura
sustentável, segundo Ehlers (1996), todas as definições incorporam os seguintes
itens: a manutenção a longo prazo dos recursos naturais e da produtividade
agrícola, o mínimo de impactos adversos ao ambiente, retorno adequado aos
produtores, otimização da produção das culturas com mínimo de insumos químicos,
satisfação das necessidades humanas de alimentos e de renda, atendimento das
necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais.
Dentro deste cenário estudaram-se as modificações necessárias a serem
feitas para o uso mais adequado do solo de forma a gerar resultados satisfatórios
aos proprietários.
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2 OBJETIVOS
Buscar alternativas para melhorar a renda da renda da família com uso
sustentável do solo da propriedade, dessa forma fixar o homem no campo.
Incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando o aumento da
produtividade à melhoria do padrão de vida dos agricultores familiares e adequada
defesa do solo e da água.
Estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para
armazenamento, beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários e
não agropecuários.
Possibilitar o fortalecimento econômico dos agricultores familiares.
Fortalecer o custeio oportuno e adequado da produção e comercialização de
produtos agropecuários e não agropecuários.
Estimular a diversificação das atividades produtivas nas unidades familiares.
Ampliar as condições para o aumento da produção de alimentos nas unidades
familiares com o aumento da produtividade.
Aumentar as possibilidades dos agricultores familiares obterem financiamento
para a aquisição de bens de produção com prazo e encargos adequados.
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3 UTILIZAÇÃO DO SOLO ATUALMENTE
Em torno de 1,5 ha de solo esta sendo ocupado por culturas como milho e
feijão com plantio rústico sem correção do solo e sem uso de nenhuma tecnologia,
pois parte da terra tem bastante declividade e não é possível a utilização de
maquinas, podemos dizer que a área é ocupada por culturas de subsistência, pois o
milho produzido é utilizado para manter animais como galinha, suínos e outros
animais de pequeno porte, a família tem 5 pessoas que trabalham diretamente no
solo, não há trabalho dentro da propriedade para todos durante o ano, alguns da
família trabalham em outras propriedades vizinhas como diaristas.
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4 CUSTOS LAVOURA DE FEIJÃO E MILHO SISTEMA CONVENCIONAL
Feijão Milho
Produtividade média 28 sacos ha Produtividade média 100 ha
OPERAÇÃO R$/HA R$/ha
Operação de Máquina e
implementos
299,45 389,21
Despesas de Manutenção
e benfeitorias
41,73 23,75
Mão-de-obra Temporária 428,09 24,90
Sementes 317,50 138,06
Fertilizantes 283,00 507,50
Agrotóxicos 66,13 44,86
Despesas Gerais 30,35 23,97
Transporte Externo 27,16 87,30
Assistência Técnica 30,96 24,45
Seguro 99,74 44,08
Juros 44,95 61,81
Depreciação de Máquinas
Equipamentos
156,53 266,12
Depreciação Benfeitorias 64,29 31,67
Correção de Solos 99,41 143,69
Seguro do Capital 2085 20,56
Mão-de-obra permanente 181,80 152,36
Remuneração do Capital
Próprio
167,30 192,98
Remuneração da Terra 170,11 202,54
Custo Total há 2.529,35 2.379,81
Fonte: SEAB, ano 2008
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4.1 TABELA COMPARATIVA CUSTOS X RESULTADOS POR CULTURA
FEIJÃO MILHO
Custo
em 1 há
Custo
total nos
2 há
Resultado
com a
venda do
feijão
Resultado
final
Custo
em 1 há
Custo
total nos
2 há
Resultado
com a
venda do
milho
Resultado
final
2.529,35 5.058,70 4.320,96 -707,74 2.374,81 4.749,62 3.219,72 -1.529,90
Esta tabela demonstra a inviabilidade da implantação das culturas de milho ou
feijão na propriedade no sistema convencional já no primeiro ano, dessa forma
optou-se por dar continuidade ao trabalho fazendo estudo para utilização do solo da
propriedade com a implantação de reflorestamento.
5 RESULTADO FEIJÃO O valor médio dos últimos 5 anos recebido pelos produtores no Paraná
conforme SEAB foi de R$ 77,16 pela saca de 60 kg , com uma produtividade de 28
sacas por ha teríamos uma receita bruta de R$ 4.320,96, isso considerando a
produtividade nos dois hectares do produtor, se calcularmos as receitas menos nos
custos o produtor terá um prejuízo anual de R$ 1.158,66
6 RESULTADOS MILHO O valor médio dos últimos 5 anos recebido pelo produtores no Paraná
conforme SEAB foi de R$ 16,10 pela saca de 60 kg , com uma produtividade de 100
sacas por ha teríamos uma receita bruta de R$ 3.219,72, isso considerando a
produtividade nos dois hectares do produtor, se calcularmos as receitas menos nos
custos o produtor terá um prejuízo anual de R$ 1.838,35
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7 CULTURA ESCOLHIDA
Figura 1 – Eucalyptus benthamii
Conforme cita o Engenheiro Florestal Luiz Selle , M.Sc. Doutorando pelo
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Centro de Ciências Rurais,
Universidade Federal de Santa Maria, o eucalipto é uma planta originária da
Austrália, onde existem mais de 600 espécies. A partir do início deste século, o
eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo
nas ferrovias, como dormentes e lenha para as maria-fumaças e mais tarde como
poste para eletrificação das linhas.
No final dos anos 20, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a
madeira do eucalipto, tranformando em carvão vegetal utilizado no processo de
fabricação de ferro-gusa. A partir daí, novas aplicações foram desenvolvidas. Hoje
encontra-se muito disseminado, desde o nível do mar até 2.000 metros de altitude,
em solos extremamente pobres, em solos ricos, secos e alagados.
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7.1. Utilização da Madeira
Conforme informações divulgadas no site ducampo atualmente, do eucalipto,
tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em
produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. a casca
oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para
sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para
barco, tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria-prima
para a fabricação de papel e celulose.
Sua madeira, antes utilizada na atividade rural aos poucos foi se adaptando e
hoje já é utilizada até na fabricação de móveis finos. Também muito precoce, aos 5
ou 6 anos já se utiliza para madeiramento, lenha, etc. Aos 20 anos terá atingido o
ponto de corte para serraria.
Outro tema muito questionado é sobre a produção de óleos essenciais a partir
dos eucaliptos. O interesse é enorme e isso pode ser facilmente verificado pela
dimensão do mercado desses produtos, os quais reqüentemente encontrando em
nossa vida diária.
Um dos questionamentos mais comuns sobre as plantações de eucaliptos é
sobre os seus aspectos econômicos e financeiros. Questões como quanto rendem
as plantações, quanto custa a implantação de um povoamento ou qual o preço da
madeira são comuns no setor florestal.
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7.2. Idade do Corte da Madeira
Segundo a EMBRAPA ( 2003), condução dos talhões de eucalipto geralmente
é realizada para corte aos 7, 14, e 21 anos. São 3 ciclos de corte para uma mesma
muda original. De acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte poderá ser
menor (a cada 5 ou 6 anos). Tudo está ligado ao objetivo da plantação de eucalipto
(lenha, carvão, celulose, mourões, poste, madeira de construção ou serraria).
7.3. Vantagens para a família
A família continuará fazer uso do solo com as culturas de subsistência, a
plantação de eucaliptus será como uma poupança com retorno garantido, outra
vantagem é a utilização da parte ociosa da propriedade que hoje não traz nenhum
retorno até o momento.
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8 MOTIVO DA ESCOLHA DO LOCAL
A cidade de Santa Maria do oeste fica localizada numa região privilegiada
estrategicamente para atender a demanda energética atual, o modal rodoviário dá
acesso as principais cidades facilitando o acesso de veículo para transporte de
madeira, as distâncias entre cidade é outro fator interessante, analisando a cidade
notamos que existe a predominância da atividade rural na região, pois 70% da
população vivem em área rural.
Analisando dados do coletado no site do IPARDES, ano 2007 Santa Maria do
Oeste tem apresentado baixo crescimento ao longo de sua historia.
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9 SANTA MARIA DO OESTE
Figura 1 – Imagem do município
Fonte: IPARDES 2008
9.1. Histórico e Informações do Município
Origem do município - Desmembramento Pitanga
Data de instalação do município 01/01/1993
Data de comemoração do município 19 de Junho
FONTE: IPARDES. Ano 2008
9.2. Informações Territoriais
Área territorial 845,530 km²
Distância à capital da sede municipal 345,21 km
FONTE: ITCG (Área), SETR (Distância).
Número de distritos administrativos cinco
Comarca a que pertence Pitanga
FONTE: IBGE (Distritos), TJPR (Comarca). Ano 2008
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9.3. Posição Geográfica Altitude (metros) 1.049
Latitude 24 º 56 ' 21 '' S
Longitude 51 º 51 ' 45 '' W
FONTE: IBGE ano 2008
9.4. Limites do Município
Figura 3 – Mapa do Município ano 2008
9.5. Atividades Econômicas
Horticultura 10
Lavoura permanente 42
Lavoura temporária 1.484
Pecuária 327
Produção mista 515
Silvicultura e exploração florestal 118
TOTAL 2.496
FONTE: IBGE - Censo Agropecuário ano 2008
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9.6. População Censitária
População urbana 3.175
População Rural 10.464 13.639
FONTE: IBGE - Censo Demográfico - Resultados da amostra ano 2008
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10 MOTIVOS PARA ESCOLHA DESSA CULTURA.
Não há viabilidade para plantio de outras culturas como milho e feijão devido
declividade do terreno e a área ser pequena.
Conforme cita o site da prefeitura municipal de Guarapuava a Cooperativa
Agrária estará aumentando sua capacidade em 80% em uma de suas indústrias,
isso elevará demanda energética da região, pois a principal fonte de energia para
secar os cereais oriundos dos campos de cooperados é lenha de origem refloresta e
nativa da região.
Conforme citado no site da revista MADEIRA ano 2008, o setor Florestal
Brasileiro conta com, aproximadamente, 530 milhões de hectares de Florestas
Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 4,8
milhões de hectares de Florestas Plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra.
Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das
Florestas Plantadas gera mais de dois milhões de empregos, contribui com mais de
US $ 20 bilhões para o PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agronegócio) e
contribui com três bilhões de dólares em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000
empresas.
As Florestas Plantadas estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria,
nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas
Gerais e Espírito Santo.
Essas florestas plantadas visam à garantia do suprimento de matéria-prima
para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, serrados,
compensados e lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e
MDF).
Apesar da participação das plantações florestais estarem aumentando em
todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com
base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de
plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A
Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa necessidade de plantio
como sendo: 170 mil ha. / ano para celulose, 130 mil ha. / ano para madeira sólida,
250 mil ha. / ano para carvão vegetal e 80 mil ha. / ano para energia.
Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma
espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima
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descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu
contribuição especial para o agronegócio brasileiro.
11 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, tomaram-se como referência os dados da
planilha de custos médios praticados por produtores de E. benthamii da região de
Guarapuava todos os fatores componentes dos custos de implantação (preparo do
solo, aplicação de herbicidas, combate a formigas, plantio, replantio, etc.) podem variar devido a peculiaridades locais e particularidades de cada produtor,
apresentando efeito menos evidente na análise econômica. Assim, adotou-se um
valor fixo para o efeito da análise levantado por empresas de. silvicultura na adoção
de todos os tratos silviculturais para um correto estabelecimento e condução do
povoamento florestal.
12 REFLORESTAMENTO DE EUCALYPTO
12.1. ESPAÇAMENTO RECOMENDADO
Conforme cita o comunicado técnico da Embrapa 183 de outubro de 2007
O período de maior atenção com tratos culturais é aquele que corresponde à fase
de estabelecimento e adaptação das mudas às novas condições do campo.
O espaçamento influenciará as taxas de crescimento, a qualidade da madeira
produzida, a idade de corte, os desbastes, as praticas de manejo e
consequentemente nos custos de produção, sem dúvida espaçamento, ou
densidade de plantio, é provavelmente uma das principais técnicas de manejo que
visa a qualidade e a produtividade da matéria-prima.
Deve ser definido em função dos objetivos do plantio, considerando-se que a
influência do espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que
em altura.
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O planejamento da densidade de plantio também deve visar a obtenção do
máximo de retorno por área. Se, por um lado, a densidade for muito baixa, as
árvores não aproveitarão todos os recursos como água, nutrientes e luz disponíveis
e, por conseqüência, haverá menor produção por unidade de área; mas por outro
lado, se a densidade de plantio for muito elevada, tais recursos não serão suficientes
para atender a demanda do povoamento, o que também repercutirá no decréscimo
de volume e na própria qualidade das árvores.
Normalmente os plantios são executados com espaçamentos variando entre
3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os tratos culturais mecânicos. Empresas
integradas destinam a madeira dos primeiros desbastes para energia ou celulose, e
as árvores remanescentes do povoamento, com porte mais expressivo, são
utilizadas para a fabricação de serrados ou para a laminação.
12.2. Situação Energética Mundial Atual
Conforme cita o comunicado técnico da EMBRAPA 183, aproximadamente 87
% da matriz energética mundial estão baseadas em fontes não renováveis, sendo
que 80,3 % têm origem em fontes fósseis, e que apresenta elevada emissão de gás
carbônico (CO2), gás que é apontado como o mais importante gás de efeito estufa
(GEE) (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2006).
Atualmente, é crescente o interesse por fontes renováveis de energia,
principalmente por aquelas que contribuam em mitigar as emissões de GEE,
sobretudo o CO2. Para isso, o uso de biocombustíveis, como lenha, carvão vegetal,
bio-etanol e biodiesel são visto hoje como alternativa viável.
Entretanto, pouca atenção vem sendo dada aos estudos do balanço
energético, que estabelece a relação entre o total de energia contida no
biocombustível e o total de energia fóssil gasta em todo o processo da produção do
mesmo, incluindo-se o processo agrícola e o industrial (URQUIAGA, et al., 2004).
Para Gazzoni et al. (2006), o balanço energético é o parâmetro mais adequado para
definir a viabilidade técnica de um programa de bioenergia.
Para ser positivo, o balanço energético depende de diversos fatores, em
especial do rendimento da cultura e do menor consumo de fertilizantes nitrogenados,
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que demanda grande quantidade de energia para sua produção. Nos EUA e na
Europa, trabalhos mostram balanços energéticos bastante desfavoráveis. Pimentel
(2005) calculou o balanço energético de 0,6 para o etanol de milho nos EUA, e
Gover et al. (1996) calcularam no Reino Unido balanço energético de 0,99 para o
biodiesel de canola. Entretanto, trabalhos mais recentes da Comunidade Européia
(ARMSTRONG etal, 2002) concluíram que o balanço energético foi de 1,47 para o
biodiesel de canola. Já outros biocombustíveis apresentam balanços energéticos
mais favoráveis. Urquiaga et al. (2004) realizaram balanço energético da produção
de etanol a partir da cana-de-açúcar e biodiesel de mamona nas condições
brasileiras.
No entanto, trabalhos relacionados com balanço energético na produção de
biocombustíveis sólidos como lenha e carvão inexistem na literatura.
12.3. Recomendações De Espécies
Caracterização das espécies Localização da propriedade agrícola Uso da madeira Eucalipto
indicado Comportamento da espécie
Em regiões sujeitas as geadas severas e freqüentes
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal) e serraria E. dunnii Apresenta rápido crescimento e boa forma das árvores
Apresenta dificuldades na produção de sementes
Em regiões sujeitas as geadas severas e freqüentes
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal) E. benthamii Boa forma do fuste, intensa rebrota, fácil produção de sementes.
Requer volume alto de precipitação pluviométrica anual
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal), celulose de fibra curta, construções civis e
serraria.
E. grandis Maior crescimento e rendimento volumétrico das espécies. Aumenta a qualidade da madeira com a duração do ciclo
Em regiões livres de geadas severas Uso geral E. urophylla Crescimento menor que E. grandis, boa regeneração por brotação
das cepas.
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos laminação, móveis, estruturas, caixotaria,
postes, escoras, mourões, celulose.E. saligna Madeira mais densa quando comparada ao E.grandis; menos
suscetível à deficiência de Boro.
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, mourões estruturas,
construções.
E. camaldulensis
Árvores mais tortuosas recomendado para regiões de déficit hídrico anual elevado.
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, mourões estruturas,
construções. E. tereticornis Tolerante às deficiências hídricas, boa regeneração por brotação
das cepas.
Em regiões livres de geadas severas
Serraria, laminação, marcenaria, dormentes, postes, mourões. E. maculata Apresenta crescimento lento inicial. Indicada para regiões de
elevado déficit hídrico
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal), construções
civis e uso rural e agrosilvopastoris.E. cloeziana Excelente forma do fuste, durabilidade natural, alta resistência a
insetos e fungos.
Fonte Embrapa ano 2008 18
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12.4. Implantação
Envolvem o preparo do solo, que pode ser mecanizado ou não, combate a
pragas.
Assistência técnica, controle de ervas competidoras, plantio, adubação,
aquisição de mudas e insumos (adubos, formicidas e herbicidas).
Estes custos variam de caso para caso, pois muitas propriedades fazem uso
da mão de obra familiar, reduzindo os custos de implantação.
12.5. CUIDADOS NO PLANTIO
Conforme citado no site da EMBRAPA, ano 2008 o plantio e uma das
operações mais importantes para o sucesso da implantação de florestas. A adoção
do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e usos potenciais dos
produtos e subprodutos que se espera da floresta. O sucesso de um plantio e a
obtenção de povoamentos produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado
por práticas silviculturais como: a escolha e limpeza da área, controle de pragas e
doenças, definição do método de plantio e tratos culturais.
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser
mecanizado, manual ou semi-mecanizado, dependendo da topografia, recursos
financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.
O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e
plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As plantadoras,
normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e efetivam o plantio. No
sistema semi mecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são
mecanizadas, o plantio propriamente dito e manual.
O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em situações
onde não é viável o uso de maquinas agrícolas.
Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil em sua maioria adota o
sistema manual em função da rusticidade da espécie, da disponibilidade de mão de
obra e em muitas situações pelas condições topográficas.
12.6. Cálculos Para Implantação E Manutenção da Cultura 1º Ano
Operações Unidade Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 2 100,00 3,63 363,00 Gradagens Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Sobsolagem Hr. trator 50,00 2 100,00 3,63 363,50 Abertura de aceiro
Hr. trator 90,0 2 180,00 3,63 653,40
Manutenção aceiro
Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50
Transporte insumos
Hr. trator 50,00 2 100,00 3,63 363,00
2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 2 30,00 3,63 108,90 Mudas Unidade 0,25 1.824 458,50 3,63 1.664.35Fertilizante Kg 1 250 250,00 3,63 907,50 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 1 25,00 3,63 90,75
Adubação Homem/dia 25,00 2 50,00 3,63 181,50 Plantio e replantio
Homem/dia 25,00 8 200,00 3,63 726,00
Capina Manual Homem/dia 25,00 5 125,00 3,63 453,75 Roçada Manual Homem/dia 25,00 4 100,00 3,63 726,00 4. Subtotal R$ 1.818.50 3,63 6.601,155. Juros de Custeio
R$ 6% 109,11 3,63 396,06
Custo Total R$ 1.927,61 3,63 6.997,21 Total acum.custeio
6.997,21
20
12.7. Cálculos Para Manutenção da Cultura 2º Ano
Operações Unidade
Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ----- 3,63 ----- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ----- 3,63 ----- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ----- 3,63 ----- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ----- 3,63 ----- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 1 20,00 3,63 72,60 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 2 30,00 3,63 108,90 Mudas Unidade 0,25 0 ----- 3,63 ----- Fertilizante Kg 1 250 250,00 3,63 907,50 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 1 25,00 3,63 90,75
Adubação Homem/dia 25,00 2 50,00 3,63 181,50 Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 4 100,00 3,63 363,00 Roçada Manual Homem/dia 25,00 4 100,00 3,63 363,00 4. Subtotal R$ 625,00 3,63 2.268,755.Juros de Custeio 2º ano
R$ 6% 37,50 3,63 136,12
6. Juros de custeio ano anterior
R$ 6% 1 115,65 3,63 419,80
Custo Total R$ 809,96 3,63 2.824,67 Total Acum. Custeio
9.821,88
21
22
12.8. Cálculos Para Manutenção da Cultura 3º Ano
Operações Unidade
Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em há
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ---- 3,63 ---- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 0 ----- 3,63 ---- 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 0 ---- 3,63 ---- Mudas Unidade 0,25 0 ---- 3,63 ---- Fertilizante Kg 1 0 ---- 3,63 ---- 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----
Adubação Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 3 75,00 3,63 272,25 Roçada Manual Homem/dia 25,00 3 75,00 3,63 272,25 4. Subtotal R$ 200,00 3,63 726,00 5.Juros de Custeio 3ºano
R$ 6% 12,00 3,63 43,56
6. Juros de custeio ano anterior
R$ 6% 1 162,34 3,63 589,31
Custo Total R$ 3,63 1.358,87 Total Acum. Custeio 3º ano
11.180,75
23
12.9. Cálculos Para Manutenção da Cultura 4º Ano
4 Unidade Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ---- 3,63 ---- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 0 ----- 3,63 ---- 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 0 ---- 3,63 ---- Mudas Unidade 0,25 0 ---- 3,63 ---- Fertilizante Kg 1 0 ---- 3,63 ---- 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----
Adubação Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ---- Roçada Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ------ 4. Subtotal R$ 50,00 3,63 181,50 5. Juros de Custeio 4ºano
R$ 6% 3,00 3,63 10,89
6. Juros de Custeio ano anteriores
R$ 6% 1 184,80 3,63 670,84
Custo Total R$ 3,63 863,23 Total Acum. Custeio 4º ano
12.043,98
24
12.10. Cálculos Para Manutenção da Cultura 5º Ano
Operações Unidade
Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ---- 3,63 ---- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 0 ----- 3,63 ---- 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 0 ---- 3,63 ---- Mudas Unidade 0,25 0 ---- 3,63 ---- Fertilizante Kg 1 0 ---- 3,63 ---- 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----
Adubação Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ---- Roçada Manual Homem/dia 25,00 3 ----- 3,63 ------ 4. Subtotal R$ 50,00 3,63 181,50 5. Juros de Custeio 4ºano
R$ 6% 3,00 3,63 10,89
6. Juros de Custeio ano anteriores
R$ 6% 1 199,07 3,63 722,63
Custo Total R$ 3,63 915,02 Total Acum. Custeio 5º ano
12.959,00
25
12.11. Cálculos Para Manutenção da Cultura 6º Ano
Operações Unidade
Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ---- 3,63 ---- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 0 ----- 3,63 ---- 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 0 ---- 3,63 ---- Mudas Unidade 0,25 0 ---- 3,63 ---- Fertilizante Kg 1 0 ---- 3,63 ---- 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas
Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----
Adubação Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ---- Roçada Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ------ 4. Subtotal R$ 50,00 3,63 181,50 5. Juros de Custeio 4ºano
R$ 6% 3,00 3,63 10,89
6. Juros de Custeio ano anteriores
R$ 6% 1 199,07 3,63 777,54
Custo Total R$ 3,63 969,93 Total Acum. Custeio 6º ano
13.928,93
12.12 Cálculos Para Manutenção da Cultura 7º Ano
Operações Unidade Valor Unitário
Qde. Total em 1 ha
Total da área a ser reflorestada em ha
Valor Total
1. OPERAÇÕES MECÂNICAS Aração Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Gradagens Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Sobsolagem Hr. trator 50,00 0 ---- 3,63 ---- Abertura de aceiro Hr. trator 90,0 0 ---- 3,63 ---- Manutenção aceiro Hr. trator 50,00 1 50,00 3,63 181,50 Transporte insumos Hr. trator 20,00 0 ----- 3,63 ---- 2. INSUMOS Fornecida Kg 15,00 0 ---- 3,63 ---- Mudas Unidade 0,25 0 ---- 3,63 ---- Fertilizante Kg 1 0 ---- 3,63 ---- 3. MÃO-DE-OBRA Combate as Formigas Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ---- Adubação Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Plantio e replantio Homem/dia 25,00 0 ---- 3,63 ----- Capina Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ---- Roçada Manual Homem/dia 25,00 0 ----- 3,63 ------ Corte e Empilhamento
M³ 7,00 280 1.960,00 3,63 7.114,80
Transporte 4. Subtotal R$ 1.810,00 3,63 7.296,30 5. Juros de Custeio 4ºano
R$ 6% 106,60 3,63 437,77
6. Juros de Custeio ano anteriores
R$ 6% 1 230,23 3,63 835,73
Custo Total R$ 3,63 8.572,80 Custeio Acum. 7º ano R$ 22.501,73Produção M³ 280 1 280 3,63 1.016,40 Renda R$ 35,00 280 9.800,00 3,63 35,574,00Saldo R$ 13.072,27
26
27
13 FONTE DE RECURSOS
Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas – PROPFLORA do
banco BNDES
13.1. Objetivos Gerais do Programa
Implantação e manutenção de florestas destinadas ao uso industrial;
Recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva florestal
legal;
mplantação e manutenção de espécies florestais para produção de madeira;
destinada à queima no processo de secagem de produtos agrícolas;
Implantação de projetos silvipastoris (pecuária consorciada com floresta) e
agroflorestais (agricultura consorciada com floresta); e
Implantação e manutenção de florestas de dendezeiros, destinadas à
produção de biocombustível.
13.2. Objetivos Econômicos
Contribuir para a redução do déficit existente no plantio de árvores utilizadas
como matérias-primas pelas indústrias;
Incrementar a diversificação das atividades produtivas no meio rural;
Gerar emprego e renda de forma descentralizada; e
Alavancar o desenvolvimento tecnológico e comercial do setor, assim como a
arrecadação tributária.
Dos pontos de vista social e ambiental, visa fixar o homem no meio rural e
reduzir a sua migração para as cidades, por meio da viabilização econômica de
pequenas e médias propriedades e contribuir para a preservação das florestas
nativas e ecossistemas remanescentes.
As operações serão realizadas através das instituições financeiras
credenciadas
Clientes:
Produtores rurais (pessoas físicas ou jurídicas) e suas associações e
cooperativas.
28
Itens Financiáveis:
Investimentos fixos e semifixos, inclusive os relacionados ao sistema de
exploração denominado manejo florestal;
Custeio associado ao projeto de investimento, limitado a 35% do valor do
investimento, relativo aos gastos de manutenção no segundo, terceiro e quarto anos;
Despesas relacionadas ao uso de mão-de-obra própria, mediante
comprovação da aplicação dos recursos e apresentação de laudo de assistência
técnica; e
Implantação de viveiros de mudas florestais.
O crédito destinado à recomposição e manutenção de áreas de
preservação e reserva legal pode ser concedido quando necessário para o
desenvolvimento de atividades agropecuárias na respectiva propriedade.
13.3. Taxa de Juros
Taxa de 6,75% a.a., incluído a remuneração da instituição financeira
credenciada de 3% a.a..
Nível de Participação até 100%.
Limite do financiamento até R$ 200 mil por cliente.
Admite-se a concessão de mais de um financiamento para o mesmo cliente,
neste período, quando a atividade assistida requerer e ficar comprovada a
capacidade de pagamento; e o somatório dos valores concedidos não ultrapassar o
limite de crédito estabelecido para o Programa.
13.4. Prazo Total
Até 144 meses, incluída a carência até a data do primeiro corte, acrescida de 6
meses e limitada a 96 meses, nos projetos de implantação e manutenção de
florestas destinadas ao uso industrial e na produção de madeira destinada à queima
no processo de secagem de produtos agrícolas;
Até 144 meses, incluída a carência de até 12 meses, nos projetos para
recomposição e manutenção de áreas de preservação e de reserva florestal legal;
Até 48 meses, incluída carência de até 18 meses nos outros projetos para
implantação de viveiros de mudas florestais.
A periodicidade de pagamento do principal poderá ser semestral ou anual, a ser
definida de acordo com o fluxo de recebimento de recursos da propriedade
29
beneficiada.
13.5. Encaminhamento
O interessado deve dirigir-se à instituição financeira de sua preferência que
informará qual a documentação necessária, analisará a possibilidade de concessão
do crédito e negociará as garantias. Após a aprovação pela instituição, a operação
será encaminhada para homologação e posterior liberação dos recursos pelo
BNDES.
30
14 CONCLUSÃO
A venda da lenha após corte e empilhamento com entrega direta da
propriedade é uma prática freqüente em nossa região.
A venda da floresta em pé constitui-se em uma alternativa rentável para
qualquer variação de preço , analisando o fluxo de caixa podemos notar que até o 6º
ano há somente desembolso financeiro para o proprietário, mas existe financiamento
para implantação da cultura com até sete anos de carência, comparada a situação
atual o agricultor poderá continuar cultivando a terra nas entre linhas com culturas
regionais de subsistência como milho e feijão de forma integrada, até mesmo a
pecuária deve continuar.
Baseados nos custos totais necessários para implantação e manutenção
dessa cultura notamos que pode-se obter resultados em torno de R$ 13.000,00 ao
final do ciclo de sete anos, isso daria um rendimento médio mensal em torno de R$
1.857,00 ao proprietário, todos os cálculos levou-se -se em consideração mão-de-
obra paga a terceiros , mas bem sabemos que boa parte dessa mão-de-obra pode e
deve ser utilizada a família, dessa forma certamente reduzirá bastante o custeio.
Conforme cita site da EMBAPA os reflorestamentos tradicionais de eucaliptos
são representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos
regulares e normalmente com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades
rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser plantadas
de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária, dessa forma o agricultor
consegue manter-se até a primeira colheita que ocorre aos sete anos.
15 REFERÊNCIAS
CENTRO DE APOIO FLORESTAL DO GRUPO VOTORANTIM. Sistema agroflorestal de maior escala: o caso do eucalipto com cultivos agrícolas na Fazenda São Miguel - Unaí-MG. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO FLORESTAL, 2., 1991, Curitiba. Anais. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1992. v. 1, p. 221-230.
FERREIRA NETO, P. S.; COUTO, L.; GOMES, J. M.; MACEDO, P. R. O.; GARCIA, R. Plantio consorciado de leguminosas com eucalipto como alternativa para a manutenção da produtividade florestal. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO FLORESTAL, 2., 1991, Curitiba. Anais. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1992. v. 1, p. 245-259.
GURGEL FILHO, O. A. Plantio do eucalipto consorciado com milho. Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 85-102, 1962.
PASSOS, C. A. M.; FERNANDES, E. N.; COUTO, L. Plantio consorciado de Eucalyptus grandis com milho no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO FLORESTAL, 2., 1991, Curitiba. Anais. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1992. v. 1, p. 409-421.
SCHREINER, H. G. Culturas intercalares de soja em reflorestamentos de eucaliptos no Sul - Sudeste do Brasil. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 18/19, p. 1-10, jun./dez. 1989.
SCHREINER, H. G.; BAGGIO, A. J. Sistemas agroflorestais no Sul - Sudeste do Brasil. In: TALLER SOBRE DISENO ESTADISTICO Y EVALUACION ECONOMICA DE SISTEMAS AGROFORESTALES, 1986, Curitiba. Apuntes. Curitiba: EMBRAPA-CNPF; [Roma]: FAO, 1986. p. 45-73.
SCHREINER, H. G.; BALLONI, E. A. Consórcio das culturas de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden) no Sudeste do Brasil. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 12, p. 83-104, jun. 1986.
STAPE, J. L.; MARTINI, E. L. Plantio consorciado de Eucalyptus e arroz na região de Itararé-SP. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO FLORESTAL, 2., 1991, Curitiba. Anais. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1992. v. 1, p. 155-169.
EHLERS, Eduardo.Agricultura Sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. São Paulo: LIVROS DA TERRA, 1996. 175p.