universidade tulljti doparana patricia renata...
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UNIVERSIDADE TUllJTI DO PARANAPatricia Renata Johllnsson
A MUSICA PARA 0 DESENVOLVIMENTO HUMANO DA PESSOACOM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, NA AREA
MENTAL
Cul'itibn2005
UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANAPat ricin Rennta Johansson
A MI]SICA PARA 0 DESENVOLVJMENTO HUJ\,L>\NODA PESSOACOM NECESS[])ADES EDUCATIVAS ESPEClAIS, NA AREA
MENTAL
Monogr,db. l\presenlltdtt 1\0 Cuoo de Poollgos,i1 d1Faculdl!.dl! dc, Cii!neiu HUIIlMas. L{'tllU e. Ar1~" d!!Uni\'~nidl\d(' Tututi do P!trnn.i, CQm() n.·qui'sito p(ut:ira1p!lnt obtelll."~() do !;nlU de lic.encilllum ('Ill Ped!l£:OW3.
Orit'lltl!.dorPro~. CilrlOl A]"t$ Roehi.'\:
\" ~r;-.r .-Curitibtl2005
§ .-::1Oi!.I~lBAH:"lJII----'
J£ Universidade Tuiuti do Parana~
FACULDADE DE CI£NCIAS HUMANAS, LETRASEARTESCurso de Pedagogla
TERMO DE APROVA<;:AO
NOME DO ALUNO: PATRfclA RENATAJOHANSSON
TfTULO: Musica para 0 desenvolvimento humano da pessoa comnecessidades educativas especiais na area mental
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTEN<;:AODO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGlA, DO CURSO DEPEDAGOGlA, DA FACULDADE DE CI£NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.
MEMBROSDA COMISSAO AVALIADORA:
PROF(a). C~s ROCHAORIENTADOR(A)
PROF(a). MA~~NDE
MEMBROD~ ~
PROF(a)DI~1;T4C.. VIDAL
MEMBRODA BANCA
DATA: 06/12/2005
CURITIBA - PARANA2005
SUMARlO
RESUl\lO 1
1. INTRODUc;AO :2
2. A EDUCA(:AO NO BRASil_ . 5
3. EDlICA(:AO ESPECIAL 10
3.1 TERl\UNOLOGIA 11
3.2 CARACTERlZANDO A DEFICIENCIA MENTAL 13
3.3 ESCOLA ESPECIAL 16
4. A MllSTCA NA EDtlCA(:AO .. . 18
5. MEDOLOGIA E I'ROCEDIMENTO .2_
6. 0 CONTEXTO DA ESCOLA ESPECIAL PESQlJlSADORA 26
6.1 RELA TOS DO ESTlIDO ..... .. 31
CONSIDERA(:OES FINAlS 50
REFERENCJAS 54
RESUMO
Consideralldo que n I1lll~ica est:! pre!ente em toda ;'\ vida do ser humano,eslC estudo teye por objetivo geT:l] verificar em qll3.is Sitl.l3YOCS a Illi'isica
benefi!;ia 0 des(;"lIvolviment em pessoas com necessidades educntivasespeciai5, nil area mental e C,QlllO objetiYos especificos: fc-conhecer mllsicasndequauas :\ aqllisi~ao do desenvolvjll1ento~ selecionar as 1ll11Sic3S que :se,nloIItiliz!1das no deseuv IvimC'.llto bem como avaliar ntfiwcs de estudos decasos. Para desenvolver 0 tTabalho optou-sc por UllHI. combinay:10 de.pesquisa qualitativn atrnves da l~oleta de clados e observayao renlizou 0eSfudo de caso. A pesquisn bibliogrnfica permitiu a realizal(ilo de unHtrt'vis50 de literaiurn sabre as tema3 centrais dOl pesquisa, eductlc;:1o noBr:1sil, Educac;ao Especial, a miisicll 11:1educa~fio. No estudo de casa foramuliliznd(ls. as pr;ltiC.:l~ de uma escoln espe.(',ial em que oU5ervou, filmoll eregistroll. Reyeloll-se que atravts da mils.ica, a pess n com lleccssidndeseduc.ativas especiais, n01 arc., mental favorece 0 de,senvo\\"imento hl11113110
alem de adquirir 0 conhecimento.A tnllsica promovc desenvoivimento IHIaprendizagel11. llIas este, nao e \1m tmbalho acabado. pais como cada crianlj::ltem 0 seu tempo. a sell modo singular de aprcnder. e requer a exisH1ncia. eIlluitn dedicll,.10.
Palavras-c.:haYC',: educac;lI:o_ mllsic,3, desellvoivimento, pessoasnecessidad 5 educntiv,IS especiais. area mental.
1.INTRODU<;:AO
o individuo esta em constante interac;i\o com as pessoas desde a concepc;J.o, 0
que e fator fundamental pam a seu desenvolvimento.
Um dos grandes objetivos do atendimento da pessoa com deficiencia mental coportunizar 0 sell desenvolvimento global. Elas tern potenciais a serem desenvolvidos
e 0 direito a teT suas necessidades atcndidas. Essas condic;ocs requerem atenc;ao para
viabilizar a todos as aiuJ10s 0 acesso a aprendizagem e ao conhecimento. Necessitando
de um atendimento especializado. a despeito de necessidades difcrenciadas que
possam apresentar.
Alunos portadores de deficiencia mental aprescntam velocidadc diferenciada
de aprendizagcm, bern como manciros diferenciadas de compreender c0I1Ceit05.
Portanto, 0 processo de aprendiz'1gem deve ser respeitado no tocante it individualidade
de eada aiuno, de forma que cad a passo percorrido de a ele 0 significado de lima
conquista.
Vivemos no pais dos contrastes. das injusti~as, das violencias sociais. Tudo
que se carncteriza como anonnal, difercntc, assllsta, suselta preconceitos e rea~Oes por
vezes violcntas. Tambem gera indiferencra baseada na sliperioridade dos individuos
frente ao que se entende como inferior e incapaz.
E atraves de acontecimentos por vezes pequenos, que grandes mudan~as
oeorrem. Resoilll;:oes podem acontecer lentarncllte, quase silenciosamente, se 0
objetivo visado for nobre, forte. premente, nem sempre sao individuos caris maticos os
responsaveis pelas mudanyas vitais, mas os incansaveis, os que realmente acreditam
no valor das mudan~as.
Entretanto. os alunos de necessidades educativas espcciais apresentam. na
maioria dos casos. dificuldades de aten<;:ilo, concentrac;iio. memoria. Iinguagem,
desenvolvimento motor e cognitivo, requisitos estes necessarios para a aprcndizagem.
A utilizaC;~o da musica poder.i oportunizar 0 desenvolvimento de habilidndes
cspecificas que fncilitaruo a aprcndiz.agem.
A ITIllsica pode promover 0 desenvolvimento de alunos com necessidades
educativ3S especiais n3 aprendizagem. prolTIovendo condic;oes basicas para iacilitar os
processos de concentnu;ao. 1TI0tiva<;:ao,memorizac;a.o, linguagcm e il1terac;ao~perceber
em quais as situa~()es a mtlsica beneficiam 0 desenvolvimento em crianC;3s
necessidades educativas especiais na area mental. Este foi 0 objetivo do presente
trabalho. que teve como especiticos os seguintes:
a) Reconhecer musicas adequadas a aquisic;i'l.odo desenvolvimento;
b) Selecionar as lTIusicas que serdo utilizadas no desenvoivimento de
crianyas com necessidades educativas especiais IKI Escola Especial.
c) Aplicar as mtlsicas selecionadas pam promover 0 desenvolvimcilto.
d) Avaliar os resultados atraves de estudo de caso.
o cstudo ocorreu em umn escola especial. envolvendo seis alunos portadores
de necessidades educativns especiais com defici~ncia mental, bem como os pais. A
investigac;ao teve por objeto a musica no desenvolvimento humano.
as processos metodol6gicos aplicndos a presente pesquisa utilizudos foram do
pesquisa qualitativa em que a pesquisadora reduziu a distfmcia entre a teoria e os
dados .. entre 0 contexto e ac;.ao,usando a l6gica da analise fenomeno16gica, isto e, da
compreens50 dos fenomenos pela sua descriyao c interpret:l9ao. E :ltroves da coleta de
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dados e observayao realizoLi 0 estudo de casc. constituindo elementos importantes l1a
finalise e compreensao dos fenomenos estudados.
as procedimentos realizados foram: obscrvnc;oes, rclatorios, fotos, tilmagens,
gravac;oes de voz, alem de depoimentos dos pais. As observuc;oes. fotos, filmagens e
relat6rios foram realizados em conjunto no momento que estava sendo realizada a
atividade. As entrevistas com as pais foram atraves de cantato direto.
Nn primeira parte npresenta-se Limaabordagem hist6rica da Educac;ao no Brasil.
as tranSf0n11acrOes do sistema educacional, a nova proposta da educaya.o. Cita-se a
questao das tradic;oes pedag6gicas e a evoluyao das mudanc;as socioculturais.
No segundo parte, retruta a Educa<;iio Especial: 0 conceito de pesso.s com
necessidades educntivas especiais, a Lei de Diretrizes e Bases para a EduC8yUO
Nacional, a terminoiogia utilizada atualmcnte, a caracterizay~o da deficiencia mental e
a escola especial.
Na terceira parte, abards a mllsica na educacyi'io refofCY3ndo como lim metoda a
sua utilizm;:iio. A musica esta presente em nossas vidas de diferentes fannas, tendo
infinitas fannas de selltir, perceber e tendo poderes de serenar ou assanhar, contentar
ou amnrgumr , fazcr recomendar Oll fazer deslembmr
o quarto momento descrevem-se os relatas da pratica, com referencial
metodol6gico e procedimentos adotados na pcsquisa bem como os estudos de caso,
caracterizando antes a escola pesquisada.
Para finalizar. as considersyoes finais apresentam algumas propostas pam a
utilizcl<;uOda mllsica bem como as reren~ncias utilizadas para embasar a pesquisa.
As referencias finalizam 0 presente trabalho.
2. A EDUCA<;:.ii.O NO BRASIL
As transfonnav5es ocorridas na sociedade tomaram evidente a necessidade de
n:novn~ao 113 educ.oc;:;1o.A sociedade exige um sistema educacional que alenda it
demanda, em urn espac;:oaberto para rever alguns paradigmas cnraizados no tempo, que
1130condizem com a necessidade da sociedade atlla!, ha certo tempo instalados no
sistema. Faz-se necessaria urn novo pensar nos pressLipostos que H~mdefinido os
curriculos e as metodoiogias atuantes no trabalho pedag6gico.
AS desafios impostos pelas novas tecnologias de informayao e comunicuc;:ao estao
requcrendo uma adaptnc;:iiomais acentuada entre a realidade escolar e a realidade social.
Entretanto, para que este processo de renovac;:aoocorm, e necessaria preservar a dignidade
do ser humano, a igualdade de direitosJ a solidariedade e 0 respeito. E preciso fonnar um
cidadao responSi1vel e conscicnte de seu estado nessn sociedade. Alem disso torna~se
necessario desenvolver um uma fonna~ao com a visilo de que a educa<y~oprecisa ser um
processo continuo de desenvolvimellto de habilidades e compeh:'ncias, para lidar com 0
mercado de trubalho dinamico do seculo XXI, sem deixar de considerar a qualidade de
vida humans. A afinna~uo de Handy salienta as mudun<y8s da sociedade 3t1l81e a
necessidade de renova<yi1odo Sistema Educacional:
As muduJly."UvertiginoSo.1Sque ocorrem no mundo obrig;tm a reconsidernr 0papel dn. e1Coln e da educacao. A il1lemacionaliz..1cJo dos Illodelos cllitumis,a ilI11danya5 de v.,lores e referencias pm-a a jllventude, ns transfonn3<tOes domcrtado de trnb;dho, entre oulros fatores obriga a repcllsar 0 modeloeducacional pelo qual trnbalh;unos. Os des."lfios educacionais tLOllldimensOesincalculrtveis. A propria instmo;;:lo e·seolar precisa Illudar profundrunente socnao qui~r des..1p:lrecer 3JTastada reins ondilS das cx.igencins ..individu3.is d3qllclcs que devcm ser educndos. (1988 p. 16).
6
65ta transfonna.;ao do sistema educacional evidencia-se ao lango de sua
hist6ria. Ate 0 final de 1996 0 ensino fundamental era estruturndo pela Lei Federal nO
5692, de I I de agosto de 1971. Nesta lei destacava a obrigatoriedade do Ensino
fundamental que 6 compreendida nas oito series iniciais e nao-obrigatoriedade do
Ensino Medio, com 0 objetivo de desenvolver as potencialidades dos alunos como
elemento de auto-realizar;ao preparar para 0 lrnbnlho e para 0 exercicio da cidadania.
Os curriculos possuiam enUio 0 mkleo comum obrigatorio e uma parle diversificada
com a finalidade de compietar as peculiaridades loeais e as diferenc;as individuais dos
alunos.
Em 1990, 0 Brasil participoLi da Conferencia Mundial da Edllca<;:~o.
Posteriormente a esta conferencia, e levando-se em conta a situ8yao da educac;.50 no
Brasil, roi estabelecido lim Plano Decen.1 de Educal'iio (1993-2003), com a finalidade
de recuperar 0 Ensino Fundamental promovendo a qualidade e 0 aprimoramento
continuo. Com este pensar surge 0 lema <~Educac;.;1opara Todos'" Infelizmente 0 plano
nfio vingoll.
Com base na nova proposta da cducac;ao, em 20 de dezembro de 1996 entra
em vigor a Lei n. 0 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Edllcal'ilo. Em 19970 MEC-
lanya os Parametros Curriculares Nacionais (PCN'S), uma proposta educacional que
visa 6.qualidade do ensino a ser oferecida aos estudsntes.
Ao observarmos a estmtura dos Parametros Curriculares Nacionais para 0
Ensino Fundamental (1997), percebe-se que este concebe a educayao escolar como
uma pratica que possibilitu a criac;.aode condic;.oes para que os ~1illnosse desenvolvam.
Nos PCNS esta explicita a afirmay~o de que as Pf'".1tiC8Seducativas devem
condizer com 0 mundo atual, como apresenta 0 seguintc objetivo:
7
( ...) propor uma pr{ltic.1 educali,,:\ :ldequada tis nccessidades sociais,politic3S, economical c cultumis do. re~lid1lde bl1l.silcim, que conlidere asinteresses e as moti\,~1(;:OesdOl ailln05 e gamnln n nprendiza.gens es.senciaispam a fonm.¥w de cidadaos aulonomos, criticos e ptUlicip:ltivos, cnpazes dealuar com compett-Ilcia. disnidacic e respoflS<l.bilidndc 1m socjed~de em quevivem. (peNS, 1997, p.33).
as Paramelros Curriculares indicam 0 que se pretende fazer a respeito da
educa,ao, porem estas mudan,as estao ocorrendo lentamente. Alinal, por muito tempo
a pedagogia focoLl 0 processo de ensino no profussor e·, nas escolas, estao os docentes
que foram, e ::linda sao, [onllados por instituic:;i5esonde os mesmos advem de escolas
cujas praticas pedag6gicas emm tradiciollais e conservadoros. Os proprios Par.1metros
Curriculares faum cita~;1o a esta questfio quando dispocm sobre as tradi~oes
pedag6gicas brasileiras, quando diz:
T:ti~ pmtic.'U se conslitllcm dns conce~6es educ..,tiva~ e merodol6gic:'ls declIsino que pcmlcamm n fonna,"ilo educ3ciolliil e 0 percurso profission:d dasprofessora!, 3i inc1uid~'i5 suns proprias experiencins cscolnres, SliMexpcricncias de vida e idcologia comp:trtilli:tda com seu grupo soci::d e :istcndencins pedn.g6gicas que U1C s;io contempomneas. (PCNS. 1997. p.39).
Para que a educac;uo atenda as necessidadcs atuais, e preciso rcavaliar 0
conceito de aprendizagem e de ~nsino. lima vez que scm a aprendizagem nao ho.
ensino, pois e 0 aluno que modi fica. enriquece e, assim, constr6i seu conhecimento. 0
professor. os colcgas de c1asse. os materia is didaticos e os rccursos tccno16gicos e toda
a sociedade em que ele est3 inserido, por sua ve·z contribuem para que isso acontec;a.
Existe duas cita~oes nos peNS que se compietam e retratam essa nova postura. Sao as
seguintes
(...) Nao e n aprendizng.em que deve se ~juslar 30 ensino. mas sim 0 e-nsinoque deve pot~ncializnr a aprendiz..1gem. (PCNS, 1997, p.SS) (. ..) A fon1139-'0nao pode s.er traillda como aclllllulo de cursos c tecnicas. mas sim como um
processo reflcxivo e enrico sobre a pnitica educativa. (peNS, 1997, p 30-31).
Estamos deixando para tras uma escola que tinha como principal objctivo
preparar intelectual e moralmente as alunos, com pratica pedag6gica autoritaria,
fragmenlando 0 saber, privilegiando a reproduyao do conhecimento de saberes
acumulados. A cscola tradicional nem sempre leva em considerayao as diferenyas dos
alunos, ignorando os estilos individuais de aprendizagem, exigindo apenas a
memorizayao e nao a capacidade cognitiva para a interpretayao, julgamcnto e decisao.
Porem, ainda trabalhamos, em grande maioria, sob urn sistema educacional que e
espelho do sistema industrial de massa: os alunos passam de uma serie a outra, numa
seqUencia de materias padronizadas; 0 conteudo e despejado aos alunos obedecendo a
uma seqOencia de datas (cronograma); 0 professor segue curriculos elaborados para a
massa e 0 conteudo tern um tempo previsto para ser ministrado e aprendido.
Atuahnente, os aspectos mais evidenciados e criticados na educa.yao sao as
regulamentayoes, 0 desrespeito it individualidade. os tradicionais sistemas de
disciplina e de dominio do corpo, como habitos de senlar, agrupar-se, de fonnar filas,
al6m dos de dar notas, sendo isso 0 papel autoritario do professor. Ainda hoje se
constata que um grande numero de cscolas nao atende de modo eficiente nem a tcoria
e nem a pratica, descuidando do preparo dos jovens para a nova sociedade, tao
dim'imica, tao mutavel e cheia de desafios. Cad a vez parece aumentar a barreira que
separa as expectativas socioculturais do papel da escola, expresso em sells objetivos,
conteudos e metodos de ensino.
Na verdade, a escola nao acompanhou a velocidade das mudanyas
socioculturais pr6prias da era da Tecnologia das comunica.yoes instantaneas, as quais
anunciam a sociedade do conhecimento.
9
Hoje, a sociedade faz exigencias de lima educm;ao voHada para as valores
hUITIanos. para a fonna9ao do cidadao, numa yisuo criativa e critic3. Para 0 jovem que
vive em urn mundo cercado de informa((cJes, dinamico e cheia de vida, naG e faeil
assistir aulas ministradas por professores que repetcm semprc as mesmas contelldos,
com 0 meSI110 quadro negro e 0 mesmo giz. Na escala tudo aparenta proibido,
enquanto que 18 fora, 0 mundo passa por um furacao de mudan<;3s.
Para tarnar mais compreensivel a abordagem do tema em questao, eimpoI1ante a defini<;ao de alguns tcnnos fundamentais, apresentados para designar a
edllca9ao especia\.
10
2. EDUCA(,:AO ESPECIAL
A Constitui9iio do Brasil (1988) utiliza, no artigo 208, a expressiio "pessoas
portadoras de deficiencia, incluindo. neste universo, pessoas com deficiencia mental,
visual, 3uditiva. fisico, motara, deficiencias ITItlltiplas, autismo, distllrbio severos de
comp0rlamento. disllirbios de aprendizagem e superdotayi'io" Con forme dados da
Organiza9ao Mundial da SOLlde(OMS), accita-se mundialmente 0 estimativa de que
cerea de 10% da populuc;ao apresentam algumas dessas deticicncias. 0 processo de
incorporayao dessa clientela na escola regular denominava-se ;rllegra9i1o.
Em 1990 surge 0 movimento em prol da sociedade inclusiva iniciado pelns
Naltoes Unidas. mediante a resoIUl;:a.o desse organismo em defesa de uma sociedade
para lodos, que serve de norma universal na qual fundamenta a implantac;tl.o da
inclusao.
o conccito de pessoas com Ilecessidades educativas especiais (PNEE). forn
apresentado na Dec\arac;ao de Salamanca, relaciona "a expressi10 necessidades
educativas especiais refcrindo-se a todas as crianc;as e jovens cujas necessidades
decarrem de sua capacidade au de suas dificuldades de aprendizagem" (1994 p.18). Eo
a pessoa que possui quaisquer carncteristicas fisicas, sensoriais ou mentais cupazes de
dificultar sua intervenc;ao 110 meio fisico e socin\.
A atual Lei de Diretrizcs e Bases para a Educa9ao Nacional, Lei nO9394, de
20.12.1996, trata, espccificamente, no capitulo V, da Educac;uo Especial. Define-a por
modalidade de educac;ao escolar, oferecida principalmente na rcdc regular de ensino,
para pessoas com necessidades educacionais especiais. Assim, cia acompnnha todos os
niveis de ensino, desde a educac;ao infantil no ensino superior. Esta modalidade da
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edUC3 'ao e considerndn como um conjunto d recursos educacionais. e de e.strntegias
de apoio que estejam a disposi<;~o de todos os altlnos. oferec.endo diferente-s
ait.emutivHSde utendimento. Rl!conhece a cduca<;ao como 11111instrumcnto fundamental
para a integra~~o n participar;ilo de Cjualquer pesson, portadorn de defici&ncia all nao.
no contexto em que vive.
A Educflc;a Especial encontm-sc contextualizada l1a estruturn da educa<;ilo
bmsileira e est a garnntida peJn nova Lei de Dirdrizes e Base.s da Educal(~o Nacional
(Lei 9393/96 LDB . provS em seu artigo 58 que:
Os sistetno.~ dc, ctl!ino as.se~umrll: l'lOS \!ducl'lndos com lle.:e.~id1\deseSJ.-'lCcinis:1 - curriculo~ lIletodo~ trenic-;u, recurros educutivm e org.nnizJrrioespecifiC'n p:uTt nlt'nder its SUM n~'CC$sidades;II - profcuorc.s com e.sp<.':Cinliu'Ydo:\dcquadu em nkel superior pl\m:ttC'ndimento espec-i'llizudo.
As iIll a Educac;lio Especial compreende 1II11c njunto de recursos .• servi\os
cducacionuis l~speciais, organizados a apoinr. suplcmentar e gllmntir a educa<;ao formal
das pessoas portadoras de detlcit;ncia mental, buscando cOJldi~oes de vida igllalitarias.
3.1 TERMINOLOGIA
A terminologia utilizada para de:sigmtr a peSSOH portae! m de necessidades
educmivas especinis vem sofrendo IllUdaIlYCls. A primeira terminologia utilizada roi
excepcional. dep is de algutn tempo, pes on deficicnte. pessoa portadora de
deficiellcia, pessoa portadom de ncccssidades especi is. Atualmente se Lisa pessoa COm
necessidade educativ8 especial.
A exprcssc70 necessidt'Jdes especiais, de acordo com as peN'S. pade ser
utilizada pam referir-se n cri nc;as c jovens cujas nece:ssidades decorrem de sua
elevada capucidadc Oll de suss dificuldndcs pam aprellder. Estit associ ada. portanto, n
12
dificuldade de aprendizagem, n~o necessariamente vll1culada a deficiencia(s), como
decom!Jlcia de condi<;:Oes individuais, economicas au socioculturais dos alunos (peN -
Adapta<;Oes Clirriclilares, p.23):
- com condic;oes fisicas. intelectuais, sociais, emocionais, e sensoria is
diferenciadas;
- com deficiencia bern dotada~
- de popu\sc;:il.odistantes au nomades.
- de minorins IingUisticas, etnicas ou culturais~
- de grupos desfavorecidos au marginalizados.
a terma surge para evitar as efeitos negativos de expressOes utilizadas no
contexto educacional - deficientes. excepcionais, subnormais, sLiperdotados,
infradotados. incapacitados, etc. - para se referir 80S aiuI10s com altos habilidades /
superdOUl<;:ao,aDs portadores de deficiencias cognitivDs, fisicas, psiquicas e sensoria is.
Tern 0 prop6sito de deslocar 0 foco dos alunos e direciona-Io para as
rcspostas cducacionais que eles requcrem. evitando enfatizar as seus atributos Oll
condic;oes pessoais que podcm illterferir na sua aprendiwgem e cscolarizac;ao. E uma
fonna de reconhecer muitos alunas. sejam au nao com deficiencia ou de superdotnc;ao,
que apresentam nccessidades educacionais e que passam a ser especiais quando
oxigem respostas especificas adequadas (PCN, p.24).
13
2.2 CARACTERIZANDO A DEFICIENCIA MENTAL
Para definir a deficiencia mental faz-se necessaria urn apanhado sabre as
conceilos de deficiencia mental que pennearam a hist6ria da humanidade: "Passado e
futuro fomecem urn jogo de lentes; 0 nosso conhecimento cada vez maior dos seres
human os fomece lim Olltro" (GARDNER, p.67). Entretanto, 0 enfoque deste relato
hist6rico atcr-se-a. a busca do conceito correta, e consequentemente, da idcntific3c;ao
da pessoa com NEE (DM).
Pode-se dizer que a deficiencia mental no mundo antigo naG era objeto de
interesse daqucla civiliza<;ao uma vez que, como nos ensina a historia universal, na Grecia
dos fil6sofos, em Atenas, as pessoas com NEE (DM) eram abandonadas em locais
desconhecidos, entrcgues it sua propria sorte; em Esparta essas crianC;3s cram
consideradas seres sub-humanos e, portanto, eliminadas au abandonadas; as romanos
exibiam-nas em festividades como animais ex6ticos e na conjuntura social daquela epoca
tal conduta era considerada coerente, uma vez que aquela cultura buscava a beleza
aparente. fisica e atietica.
Corn 0 ad vento do Cristianismo as pessoas deficientes mentais foram aceitas como
seres humanos e tithos de Deus que possuiam alma e nao mais como algo repugnante;
entrelanto. ainda eram meros objetos de piedade, como no exemplo do Bispo de Myra
(Nicolau) do seculo lV, que cuidava dos deficientes por principios de caridade.
Na ldade Media 0 conceito do deficiellte mental oscilava: em alguns
momentos era encarado como Huma criall9a do born DeusH, em outTOS era "0 bobo da
corte", Na epoca da Reforma foram Ilcgligenciados e Lutero encarou-os como
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individuos possuidos pelo demonio.
A primeiro iegisiac;:ao que amparou 0 dcficiente mental foi redigida na Inglaterra
em 1352, promulg.1da pelo rei Eduardo II, e nela estavam previstos os cuidados que a
Coroa Britanica deveria tamar em reiac;ao aos deficientes. cuidados estes de manuten9ao
da vida. Mesmo assim, durante 0 periodo da lnquisi<;ao muitos deficientes menta is foram
supliciados nn fogueim. pelo simples fala de nao conseguirem defender-se das acusacroes
de possessiio dcmoniaca que muitns vezes Ihes eram impingida.
Com 0 objetivo de melhar stender a pessoa com de deficiencia, a preocupacyao
pedag6gica ern identificar qual 0 grau da deficiencia, que se mostra diferenciada em
cada individuo e, assim, ap6s a idcntifica<;il.o da dcficiSncia mental, a segunda
prioridade em a de c1assifidl-la atraves dos resultados obtidos nos testes psicometricos,
como deficiente mental, quais sejam: leve (OML), moderedo (OMM), severo (OMS)
ou profundo (OMP).
A Organiza~ilo Mundial de Saude (1976) utilizava a seguinte terminologia
pJra classificar a deticiencia mental.
- Portudorns de deficicllcia mentnl leve-apresentam fttcil adaptflyaO ao meio, pois
podeli\o desenvolver habilidades escolares e alcanc;ar 0 desenvolvimento de
habilidades profissionais.
- Moderndn - apresentam acentuada dificuldadc cogniliva. 0 que nuo pennite
freqClentar 0 ensino regular necessitando de urn atendimento especializado em
escola especial.
- Severo - geralmente apresentam dificuldude motom e pOlleo desenvolvimento de
linguagem. Recebem alendimento para que adquirnm habitos de higiene e
alimentayao. Necessitam de supervisao constante e direta.
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- Profundo - apresentam minima capacidade sensorial e motara, a fala e bastante
limitada.
De .cordo com a Politica Nacional de Educ09aO Especial (Brasilia, 1994) sao
considerados alunos com nccessidades educativas especiais. aqucies que par
apresentarem necessidades proprias e diferentes dos dcmais aiullos, requerem recursos
pedagogicos e metodol6gicos educacionais especificos. Consideram-se integrantes
desse grupo os portadores de: deficiEncia mental, visual, auditiva. tisica. I11liltip\a.
condulas tipicas e altas habilidades.
Atualmente. a pessoa com necessidades educativas especiais e percebido como
urn todo, ou seja, 0 !livel de desenvolvimento em curso ira depcnder nfio somente do
sell comportamento mental, mas tmnbem da sua hist6ria de vida proporcionando enta~
aquisic;:Oespertinentcs ao proprio dcscnvolvimento. Segundo a afinnac;:uo scguintc:(. ..)
em tcntativns reccntes de definir deficicncin mental a enfase mudou signitivtlmente de
uma condic;:uoque existe somente no individuo para uma que representa uma interac;ao
do individuo com um ambiente particular (KIRK e GALLAGNER, 1996, p.20).
as objetivos da EduC8C;::J.OEspecial sao os mesmos estabelecidos para a
educac;i'io geml, ou seja: ..) proporcionar ao educando a formac;:ao necessaria ao
desenvolvimento de SU3S potencialidades como ele-mento de auto realizac;:ao,
qualificac;:ao, profissional para 0 trabalho e preparo para 0 exercicio conscientc da
cidadania. (VALENTE, 1991, p.44).
as objetivos da Educac;ao Especial diferem da educac;ilo geral no sentido de
que os portadores de necessidades especiais necessitum de uma educac;:lo diferenciada
para atender as necessidades individuais apresentodas por cada individuo. ou seja, de
acordo com 0 gmu de def:iciencia que apresenta.
16
3.3 ESCOLA ESPECIAL
A escola especial e, lI1l1amodalidade de en sino especialiZ1'l.da que atende alunos
portadores de: necessidades educativHs e condutas tipicas. Este aiullos reccbem
atenclimento par profissionais cap. c.itrldos.
Esta escolu atend~ alunos <Ilie nao possliem condi~'()es inte.lectllais de
freqiielltar a r~de regular de ensino, e que mio estao prcparados pam 8 inciuSHo escolar.
A escoit.J. especial oferec.e desde estimulnC;ilo prococe ate 0 en sino
protissionalinmte. Na area ncudemic8. as c.urriculo!> sao adaptados com proccdimentos
Tl1~,todoI6gicosdiferenciados pam atend~r nne essidade de cad a educnndo.
Em 1994 ocorreu na Espanha lima conferencia sabre cducEl.C;uO especial, ollele
fbi clabaroda a Dedanl<;k!o de Salamone-a que define principios. p Iiticas e praticas em
cducac,:ao especial. Neste encontr . elaboroll-se algllma orientac;50 puna os I aises tsis
como:
- realiz.qr identific,ac;ao precoce de crial1yi:l portaciora de deficic?ncia~
-realiwr treinamentos pam professores e tecnicos espec.ializJtdos e
prof:issionais dus escolas rt'gulares~
- prover a eciuc3<;Ao adequada :'lOS alunos port dares de de1ici~ncia que n~lO
possum ser ndequadamente atcndidos em escoiVls OLi classes regulares:
- prover npoio profissional as escolas reg,ulares pam 0 atendimento as
netessidades especiais d s seus aiullos. e oricntnr sobre adupmr;oes curriculares e: de
aceSSQ ao curricula.
A escola dcyc criar um ambiente onde seja valorizuda e estimulada a
criatividade e a iniciativn do aluno, possibilitando urnn maior intcI1u;iio com as pessQas
17
e com 0 meie em que vivem, partindo nao de suas limita~~es e dificuldades, mas da
enfase no potencial de desenvolvimento que cada um tnlZ em si, confiando e
apostando nas SUrtS cnpacidades.
Atualmente se prega a inclus50 total nas escolas, sem fazer pn;-analise do que
iS50 podera llcarretar futuramente em rela\,=:1oaos a1unos com necessidades educativas
especiais de caroler mental, au seja, do que realmente necessitam. As escolas estao
tendo flexibilidade em reeeher as aiLlllOs e nao tern preparnc;:ao para fuzer as
adaplac;6es curriculares necessnrias para incluir. por isso nao basta tirar urn aillno do
escola especial e inseri-lo no ensino regular; e necessaria que 0 ailino estcja preparado
pam acompanhar 0 desenvolvimcnto de uma tunna regular, e as profcssores estejam
aptos a trabalhnr com estes alunos para que ele venha a atingir 0 grau maximo de sell
desenvolvimento, e nao seja abandonado no fundo da sala de aula esquecido por todos,
apenas para cumprir um papel, este detennillado por pessoas que provavelmente nao
elltendem 0 real significado da educat;ao especial.
18
-l.A MUSICA NA EDUCA(:AO
A Illtlsica t! lim funomt.~no que acompanha Q homem desde os primordias do
seu desenvolvimcnto. Todos saoom 0 que e !TIusica. ma' a correta definiC;ffodeste
termo vem sendo buscada por diferentt" ....<; pessoas no decnrrer das historias, Still, no
entanto. chegar-se n lima de.tlni<;ilo, a um consenso.
Jos& l\!ligllc\ \.Visnik. em entrevista cOl1cedida a Revista Super Interessante.
expliea que. enquBmo 0 sorn e resultndo fisi "'0 da vibrnc;il.o des corpos se
propagando no Hf, a TnllSica e 0 cntrelac;amcnto intencional dessas olldas sonorns em
ddl!nninndos inte.rvales. produzindo ritma, harmonia.
Al~m disso, uinda segundo jnforllla~oes desta me-sma re-vista. n mllsicH e tIIl1
fen6meno artistico e cultural, pais atrav . dell!!. Qdemas contar hist6rias, lend as.
folclores. Este fen menD deve ter aproximadamente 5_.000 3nos. pais forrtm
encontmdas, no Eslovenia. fhlln8s de ossos perfurndos que dm m desta epoea.
Mns, se pode afirl11m que tudo 0 que emite sam e mllsic.8~entao a hist6ria
da mLlsicH pode retroceder ate pel menos 60 milhocs de anos. qunndo as primeims
baleias ap:lrecemm nos ocean os. No rnmo da Biomusicologia - estudo da b se
biol6g:ica paIl1 a t'.ria.:;:~o e a apreciac;tlo da milsica - encontroll. ainda na meSilla
Revistu. lllll estudo da pesqui adorn Patricia M. Gray. da academia Nacionul de
Cit?ncias dos Estados Unidos. que enfatiza que quando '~se trata de gosto c
compet.~ncia musical, alguns animais poderiam dividir 0 palco com nossos
mclhores compositores"
Segundo esta pe.squisadofll. pesquisas com baleias e com outros animais:
... t~Tl1tevndo c.ientistll~ a \lcrcdihlr quc a i.tlc.linll~o hU1l1:\Illtpam n llltlSicapode ter n1(li5 ;1 \'~r com uma p gsrunnV« hioto.gicas do '1UC com p6droo~
19
culntrnis e:\Cc\UslYOS dl\ 1I0SS., esp<.'t,ic. UII1(\ base biol6gicn que cxiste nitoSOlllcnte em n6s seres humrulos, que ltpr(.'(.'.iamose criamo5 IIllisica. m:ts emlodos O~wres vivos. Exilte lim «500ftware" elllbutido em n' ~so cerebro queftlZ com que ns IX'.$.SO:lS llossrun sc ~ensibilizur com 0 - III ouvirlo. (2001. p6)
Segundo Mornes, define fI musica como:
... mil fenomcno ::tte5!iivel 1\todos, illelush'e 0$ que nilo podCtll ou"ir. pois Itmllsjc~ pode 11:1"tudo, pois m1l('.5de qualqu~r coiSll..moVimenlQ e consci~llciltdo cspnlfP-tempo, tcnslo e relnxrunenln, controle e !\CQ50. E pOl' is..~ que sepade pcrceber a milsic-a 11110npcmt:; no que S¢ connmciotloll chamar demusic:,.. mas Silll, ollele houver <1mao do scr hUIIUU10, :t l11V1:1I9<10 delu]~ung,cm: fonlllu de vcr 0 mundo. 1983 p 7-8).
Sf;'Hn1ll.siCHpode apresC'lltar-se de divcrsas ionnas. tem-se intinita forma de:
pcrcebe:-Ia. Pode-sc ouvir com as ollvidos, com 0 corpo~ com a emor;ilo e com
illtelecto. A I11llsicn h:m poderes de ncalmur eu ex-s1tur. n\egrar ou cntristeccr.
diminuir a dor ou traze-Ia de volta. [uzcr lembrar Oll tazer (.~sqllc.-cer.
Ha algul11 tempo sabe-se que a l11uduny8 na freqlh~ncia de ritmo de lima
Inllsica pode estimular certQS comportamentos e njlldar na recliperac;fio de doentes.
o que estA por trlls disso e 0 ritmo do pr prio corpo humano. Como afinna Wisnik
n8 me-sma reportagem. "0 pulso sangliineo, as movimentos dos museu los. 0 undar
e 3 respin19lio funcionftlll como lima eSpCcie de bnse pam 0 tempo musicar'.
Quando se trata como roeo n educa<;fio musical a deiinic;ao Willems re-.ssnlta
que Illuitos erros sao ometidos no ensino-aprendizagem da Il1l1Sica.havendo tim
grande, des('onhecimento da natureza de elementos e.ssenciais como 0 som_ 0 ritm.o.
o ouvido musicaL a melodia. fI. harmonia e a inspimqilo_ assim como da ignorAncia
da natureZl} das associat;Oes que estes element s provocmn no e.studo e na pnltica
Il1l1sie31.
A educrt1f!o ndo e :lpenns limA prepamyllo p:rrn !\ vidil; ela propria e UIil!\mrutifc!I;1m;do permnncntclllcntc e h:UlUoniOs,.'l d3 vida. AS5im dC"\'cri:t ~rC.OIllOtodos O~ estudos ruti!;tiCQs e pruticuiru111cnte, cam.,. edUc.-:ncrl'io musical.
20
que Ittorre :\ maiori(\ das principnil fucllld3dc~ do sec hUlmmo. A ITlIl!i.;nfu\'ore.:e 0 impulso dn vida interi r e npeln prtrH ns princip:lis fnculd3dc5hUIlI!l.Il3: vOJlhlde .. sensibilidndc::, 3InOC. inicligcncin c imnginn<,:ao criud(1ffi. Eun!{-!. dns. te.refM da pedngo{!.il\ no\'<\ t\ de uniT judil.:ios(lIlIellte as :1speet()surtistic05 cientffic.(ls " m(llien, e de hannoniz.:tr 0 snbcr. n sCl'Isibilidnde e ;ln~~'o.(1970 p.10
ConsidC'rnndCl a ITILlsicacomo llma iinguagem. Ross atirmn que:
Dcsde as perce~iks mais elementru-e~,como 0 yisurtl. 0 :1uditivo. 0 mti!. ntequcs;t&>s coma 0 ter social I,';tl consci leio. nao S.O prot'essos Dntumis. mas!lim prooutos hist6rico:s -sociais e. nece~rimnentc mcdindo$ pe.lll ntividadcsoci!!1 dos hOllleTl$ que C.1itnem eOllstnnte trrulsfomUly.;o c ,l litl!!Uflt!eTll e ullindns medirll;Oc,_ pam 11apropnut;<1o da alivid>lde socitlL ( 1999, p.25)
Sendo assim. ao dar possibilidades no acesso a linguagcm musicaL e:sturil
ampliando 0 alcance das criam;as com necessidades edllcntivas especiais.
Segundo Alvin, 0 processo ideal de musicaliza~ITo pod em ser instituido
instantaneamente. Muitas das atividades propostas dcstinam-5c. ao dc:spertar da
consciencia perceptiva e fisica dando inicio no !livel de imitac;Ao e do 311tomatislllo.
Um alul1Q pode imitar os movimcntos do profe-ssor durnnte a mllsica e adquirir
reflexos alitomMicos sem rnciocinar. Algumas crianc;as dependendo do gnm do seu
c.omprometimcnto podem I1~O ultrapnssar a etapa nAa intelectuaL mas do mesmo
modo ter resultados satism.t6rios e n?l.oabuixo dos que akan~mn em outros lugares.
atffive·s de metod os repetitivos e medlnicos.
Exceto em um IIh'e-1d~ deficit!<m:i:tIlluito grande. :t cti:tuya c c:tpaz de fazcT:usoc.i:W()es concretas. Pod~ :tprender por meio de t\utomntislllo e dn.repeti(Jllo. Pode leI" filS-UIlH' imagin!l.y:1:o \'isuol, (Iue talvez :tinda m10despertado. mas 'suscetfvel de desenvo\vimenlo. Pode t(,T cutiosid.,de quepOde COllverter-K' em illtere.ue. Os limilt'$ de. Slin ntcllyiio podclI1 sern.mpliado~ por me-io de, tiocn..ic/Ui espccinis. Lhes ngl\1dtt fuzcr C.Ois.-1S, It"lCar emanipulW- objeto5 e, sobretudo, pode .ser motivodo uS>lndo os mGtod(lScarreras. C.) A e1uo¢o prnzero.a tcnde n de-ixUf sua marcn em tudo 0 quencompn.nil!l. (AL VIN. 1965. p.9S).
Furn Birkennshaw - Fleming (1993) relato '''que c importtmlc c\'imr os cOllceitos
pre-fixndos sabre os que lU c.ri:tl1ljilS 011indivfduos portadores de nt'Cd$idndf"5 oom.:ntivns especinis
21
podem au n"o fazer"
o c:xcesso de proteyi'io por parte das pessoas que convivem c.om a criHI1<;:t
nem semprc corrcsponde (~OI11 aquilo que Tealmente a pe,SSQanccessita. E imponante
manter a mente aberta para perceber a potenciniidnde de cadn litH. T()do trnbalho
que e feito com pacit:ncia e carinho, vnlorizando a auto-estima d cadu um.
l11otiv3ndo e fhzendo com que Te-conhevAa sun contribui9ao perante- 0 grupo.
A pesson com NE. no entanto. deve ser cOllcebida como pessoa c.apaz de se
3utoconstruir cognitivn, ufetivft e sociall11 nte. na medida de sells proprios recursos.
Diante desse tato deve-se diversificar a aprendi2'J:lgemque pam mIo oeOTmsomente-
com n transmiss"o de infonmu;x)es valores. atitudes, interioriz.'1dos, mode:lngens
c.omportamentais e condic.ionmnentos,
Segundo Mantoan, 0 interessante e:~'Io:strnr que :ttr.wcs de Ulna solit:itnyfio educncionru ndeqnadn. em que 0sujeito intemj::t corn 0 meio c re.soh'n por si mCS11lO0$ conflitos nell'instmll"ados. Q ::tluno deficiente mental tonm-$e, cnpaz do mesillo modo que 0:UU!lO!lonna\. de obietiyar U$ conheciment05. reMalVi\da.5 evidctltt'lllcllte.:ts timim~ itl1poltus peb, 51111~".Ondiyi1o ex ,epciollal. (1989 p. 1-1 .
Com isso Ivlantonn reforc;a que n nIll'·ien. como lim metoda para tmbalhar
com aluno. lluxiliando-o nil interac;H.o com 0 meio. conseguindo resolver sellS
conf1itos pessoais iglH1ia qUHiquer pessoa..
22
5.METODOLOGlA E PROCEDIMENTOS
A metodologia adotada baseou-se no metodo fenomenol6gico, que pode ser
definido com 0 estudo dos fenomenos em si mesmos, independentemente dos
condicionamcntos exteriores a eles. cuja finalidade e apreender sua essancia, estruturn
de sua significa<;ao. E tambem urn metoda de redu<;t1o. pelo qual 0 conhecimento
factual c as sliposi<;oes racionais sobre as fenomenos C0l110objeto. e a experit!ncin do
eu, sao postas de lado, para que a intui<;uo pure da essencia do fenomeno possa ser
rigorosamcme analisada. E 0 estudo dos fenomenos, distinto do estudo do ser, au
OIltologia. (ARANHA, 1993)
Nesse sentido os procedirnentos metodo16gicos aplicados a presente pesquisa
anCOf3I11-Seno estudo de caso, ou seja, uma pesquisa de natureza qualitativa. que se
interessa em aprofundar a analise de aspectos particulares de um detenninado grupo de
sujeitos, inseridos em uma realidade bastante especifica, scm a inten<;Aode realizar
grandes gene,raiiza<;Oes, mas apenas apontar pistns e qucstionamentos para futuras
pesquisas sobre 0 tema.
Dado que rt investig3<;iIo se carncteriza pelo foco qualitativo que 0 objeto sera
pesquisado, 0 estudo de caso pennite anaiisar 0 objeto de estudo, 30 mesmo tempo,
que de forma aprofundada e abarcando a totalidade dos fenomenos e aspectos que 0
envolvem, ou seja. permite cOllstruir uma vis~o integrada dos fatores que condicionam
e determinam 0 objeto que se pretende investigar.
Goldenberg nos ajuda a compreender melhor esta ideia quando diz:
o terma estudo de c;'1SO vem de ullla tmdi~ao de pesquisa medic.1 epsicoI6g.ic:t. lIa qual se refero a ulI:llise dctallmda de 11m caso individual queexplicn a dimimic:t e n ]>:ttalogia de uma doctlyJ.d:tdJ.. Este mctada su~eque sc pode adquirir conhecimento do fe!lomena estudado n p:trtir daexplomt;:'to intensn de um imico C:lSO. Adnptado a tmdic;:ao medica., a estudo
de ea~o tomou-se um dru. princip:1is modnlidndcs de pesquisn qu:t!irntiva emcienci:u socirus. (1998. p,27)
o estudo de caso apresenta varias vantagens assim como enumcra Gil:
a - Estimulos a novas descobertas.
b-A €nrase a totalidade.
c - simplicidadc dos procedime,ntos.( 1993, p.59),
Por ser um metodo que permite a flexibilidade, no decorrer da pesquisa. ao
realizar 0 estudo de caso, houvc a necessidadc de determinar alguns criterios que
permitissem aprofundar melhor 0 cstudo. recorreu-se aos estudos de Pinget e Vigotski.
o que levou n escolher as seguintes categorias dos dados coletados: As principais
categorias eleitas para esta analise sao:
- Afetividade: 0 aspecto nfetivo possui relevante importfincia para 0
desenvolvimento intelectual. Para Pinget (1975). 0 desenvolvimento intelectual se
divide em dois grupos. ou seja, 0 afetivo e 0 cognitivo se desenvolvendo parnlelamente
um 0.0outro. 0 areto possui um papel essencial no fUllciollamento do. inteligcncia, pois
sem isto I1~O haveria motivflC;i1oe interesse e. conseqOentcmente. a crianC;<l nao
descnvolveria todo 0 seu potenciul cognitivo. Quando a crianc;a encontra no ambie-nte
afetividade. maior sera a sua motiv3c;ao para a aquisiydo da aprendiZc1.gem,scndo que
esta ocorre a partir da a<;ilosabre 0 objeta. provocando 0 desequilibrio, resultanda em
assimil:w:1o, ocorrenda aCOl1l0daC;110dessa 3c;ao sabre a objeto. onde estabelccem
novamente 0 equilibrio, resultanda a construC;lio de esquemas. Com suas capacidades
afetivas e cognitivas expandidas atraves da continua construc;fio, as crian<;as adquirem
maior canfianc;a nelas mesm3s desenvalvendo a auto estinm sendo este rnais urn fator
impartante para a aquisi.;;rioda aprendizagem.
24
- Aspecto social: 0 individuo esta em constantc intera<;ao com as pessoas desde
n concepc;ao. 0 que e urn fatar fundamental para 0 seu desenvolvimento. As interayOes
possibilitam novas ac;:oes e fannam novos pad roes de comportamentos onde as
individuos comec;:ama atuar tins sobre as outros. A afetividade passa a ser estabelecida
e novas estruturas cognitivas se estabeleceriio atraves das viv6ncias.
- Atem;ao e ConcentraC;i1o: Urn dos aspectos mais importantes da atividade
mental dos seres humanos e a atcnc;:uo. pais a todo instante recebe e capta estimulos
dos objetos. A afetividade possui significado determinante no processo de atenc;:ao,
portanto 0 interesse pode rncilitar au inibir a atcl1yao. A atcm;:ao sabre 0 objeto sera
tnais intensa quando 0 foco de interesse trouxer prazer. (PARANA, 1999, p.36).
- Mem6ria: E a cnpacidade que 0 homem possui para registrar fatas, fixar
estimulos e recordar infonna~oes acumuladas. portanto parn que uma lembmn<;a scja
eficaz e indispensavel a compreensao sabre 0 objeto, condi~ao esta que depende da
afetividade e 0 interesse do individuo sobre 0 mesmo. (PARANA, 1999, p.39).
- Linguagcm receptiv3 e c;(pressiva: Levar em considera<;~o a Iinguagcm
signif"ica estudar 0 produto de texto, autar da palavrn. Signitica buscar Qutras
concep«t5cs para a compreensao do sujeito. Pam Vygotsky, desde as primeiros dias do
dcsenvolvimento do. crianc;a, suas atividades adquirem um significado pr6prio num
sistema de comportamento social e sClldo dirigidas a objelivos definidos. sao retratadas
3lraves do prisma do ambiente da crianc;a. A Iinguo.gem e, enta~, rnuito rnais rica que a
expressuo do.capacidade cognitiv8, Oll das estruturas inacabadas.
FOrBm utiliZ8dos 0 referenciai te6rico expiicitado nos ca.pituios anteriores.
sendo que estes possuem como eixo analise do descmpcnho das pessoas com NEE e 6
25
alunos da tunna I, cornpr endendo a fuixa etaria dos sete nos ollze snos bell1 como
do is puis que participamm de entrevistus e observacyilo 118 aula de capocim.
As t"ntrevistas com os pais ocorreOlln no ambit escohlf e fiulliiiar, atravt's de
cantatas teietOnil'Qs, CQl1vcrsas infofmais. com cont.ato iireto. Assim. tiyc a
oportunidade pftm pader explicar e discutir os objctivos da pC!squisa e da entre,vista.,
responder as dllvidas dos entrevistndos em rclaC;Hoas l--'lergLillms.
26
6.0 CONTEXTO DA ESCOLA ESPECIAL PESQUISADA
Em 1983. fbi oficialmente fundada tl Escola tendo ja. lima trnjetoria de 22
:11105com 0 objeti\IO de atender didfiticft: pedag6gica e ternpeuticamentc c.rianc;ns e
jovens portndores da deficiencia mental. associada ou nao a olltrns deficienc,ius. 0
prop6sito seria integra-Ins consigo pr6prias. lUI fmnilia ~ na cOl11unidade em que
vivem. p;)rH isso. foi c.onstruido lim pavime:nto~ 0 qUMI abrigaria snins em que
seriam descllvolvidas ntividndes pedag6gicns. terap~uticas e administrutivus.
Com 0 crescimento dos flilinos e 0 aumcnto do ntul1ero de v g::ts,OCQrreu 8
ampliac;.ao das instala9t'k.s fisic.as pam a ill1plal1tnr;~o de programas de inic.iar;ao
profissionai e de profissionflliz::w~10. Constitui-sc enta~ urn segundo pavimento.
allde forum organizndos prog:rnmas voltodo5 ao Inundo de trnbnlho.
Mesmo scndo a Escola Espec.inl lim eomplexo construid elll sepnrado,
recursos da Mnntenedorn. COInO 0 ranflrio. a tnzcnda pedag6gico, 0 minhodl.rio. a
area de Inzer. 0 restnunmte. 0 transporte. 0 ginasio de esportes. a area desporti n.
pod em ser lItiliza.dos pela mesilla.
Nesses anus de trabalho. conseguiu-s que muitos allillos fossem inseridos
em diferentes se.ries de ensino em escoiHs rcgulafcs, ou Jt1esJt1ono mercado de
trabalho.
o ntendilllento da escola estnlnml.-se por meio de pequenos grupos
distribuldos segundo n fuixa etaria elou prog:rmna~ao didfltico-pedag6giea. asalunos participam de progrmnas que inclui 0 cnsino fundamental especial ate 1-1-
anos e. apos essa idade~ iniciam 0 ensino especial de jovens e adultos. Dt!ve~se
ress !tnr que os alullos at,t 14 finos tambem sao inseridos nas salas do ensino
27
regular, segundo suas necessidades.
o pianejamellto curricular e individualizado e prevt; 0 trabalho em diversas
arens de conhecimento, na qual a professora trabalha de acordo com 0 nivel do
aluno com atividades ou com inclusrio no ensino regular para os alunos que tem
condic;oes em Lingua Portuguesa, Matematic3, Ciencias, Geogmfia, Hist6ria,
Ensine Religiose, Educa<;50 Fisica.
o aillno com necessidades educativas especiais na area mental desenvolve
as atividades pedag6gicas, COmo atividades aquaticas, em piscina aquecida,
acontecendo uma vez na seman3. Os alunos desenvolvcm atividades dirigidas junto
com sellS professores regentes, que recebem orie.ntncrao de profissionai
especializado em atividades aqualicas. as exercicios realizados tern 0 objetivo de
desenvolver os grandes musculos (alongamento e relaxamento), capacidade
respirat6ria, equilibrio, esquema corporal, recreac;ao, ••Iem da socializuyuo do
aluno.
Na oficina de artes8nato, semallalmente, os alunos rccebem orientsc;ao da
professora regente para desenhar, pintar, recortnr, calm, fazer gesso e escultura em
argila.Essa atividade oportuniza 0 desenvolvimento da criatividade e habitos
adequados de tmb.lho individual e em grupo.
13 na oficina de conserto de brinquedos, uma vez par semana, 0 grupo de
alunos junto a professora regente trabalha no conserto de brinquedos. com 0
objelivo de desenvolver habilidades motores, como colar, cortar, apertar parafusos;
o pensamento 16gico, como medir, se.rrar, classiticar tamanho, forma, cor, 81em de
tmbJlhar as demais areas do desenvolvimento humano.
28
Com a oficina de costura, os aiul10s pregam boWes, alinhavam, costuram e
bordam telas. Essa atividade favorece a independencia, a criatividade e 0 prazer em
bordar Oll costumr com 0 dominic de habilidades manuais.
Na oficina de culimiria. uma vez por semans, os alullos, com orientn<;fio do.
professora regente, preparam alimentos solidos e/ol! Jiquidos, algumas vezes crus e,
em ClItmS ocasioes, cozidos Oll assados. Sao alimentos de preparo fapido e simples.
Tnmbem observam as cuidados com eletrodomesticos e com a higicnc do.cozinha.
Propoe-se no. oficina de dany3 para trabalhar 0 ritma, a postura fisica, a
oricnt3<;ao espa<;o-tempornl, integrayao social e expressao corporal. Essa atividade
acerre lima vez por semana.
Urna vez por semall3, as alunos. juntamente com a professorn regente,
trubalham na horta e jardim e desenvolvem vitrias tarefas, como preparar canteiros,
plantar, cuidar das plantas, colher produtos, eortar a grama.
Os beneficios podem ser observados em varias areas:
• area intelectual: desenvolvimento na percepc;ao sensorial (visao, ulldi<;iio. tato,
paladar, 0If3tO), Ullmento no poder de observac;ao e na aquisi<;HOde novas habilidades~
• area social: aprendizagem em relac;ao it divisao de tarefns, realizada nas atividades
em grupo;
• area emocional: maximizac;ao da 3utocontianc;a, libemc;:1o de energia negativa em
cantata com a terra:
•area fisiea: melhoria da capacidade motom nmpla e da eoordenac;ao moton"!simples.
Em 1994, foi illlroduzido 0 usa do eomputador na Eseola, sendo a instituic;ilo
lima das pioneims na utilizac;ao da informatica como recurso educacional para a pessoa
portadora de necessidades especiais.
29
A informatica faz parte do dia-a-dia. No laborat6rio, silo os professores de sala
(regentes) que trabalharn com sellS aiullos as sofiwares pedag6gicos de Ivlatemntica,
Lingua Portuguesa, Ciencias. Artes, dentre outros. para refon;ar e complementar
contclldo estudados em sala de aula. Utiliz.."1ndodifercntes programas, as cdllcandos
participam da criayao de textos, digitando, fazendo correyoes ortogrilficas, leitur. e
impressao desses textos. 05 alunos com idade inferior n 14 8n05 possuem
computadores nas proprias salas de aula.
Hoje. alunos e professores sao usuarios constantes dessa inova~ao tecnol6gica.
que contribui de fanna significativ3 para a sua fonnac;:ilo e desenvolvimento.
Na oficina de marcenaria, a grupo de aiunos. juntamente com a professora
regcntc reeche, no.mllrceJ1aria~ instru<;eiesde como cortar, lixar, furor, pregar e mcdir
madeira. Tambem aprendem os cuidados com os maquinarios e ferramentas, com sellS
respectivos nomes e usos.
Alem de favorecer 0 desenvolvimento de varias areas como 3 motora~
intelectuais e sociais, na marcenaria os aiLulOs desenvolvem habilidadcs para fazer
pequenos reparos e reformar m6veis.
Na olicina de minhocultura, lima ve.z par semanu, a grupo de alunos, em
conjunto com n professora regcnte, trabalha a produyuo de hllmlls em c3nteiros
predeterminados, coloea esterco e/ou folhas, capim e algumas minhocas.
Semanalmcnle, 0 canteiro deve ser aguado para se manter a umidade. Apcs
tr~s meses, prazo porn que 0 excremento animal seja digcrido pelns minhocas e se
trans forme em humus, este, ent~o, e peneirado e ensacado para 0 lISO na Aldeia.
Essa atividade, em contato direto com a natureza, contribui para 0
desenvolvimento cognitivo, observ8<;ilo e compreensao de todo 0 processo de
30
transformac;ao em l1utrientcs pam as plantas. Contribui, tambem, para 0
descnvolvimento motor por meio dos movimcntos de jUl1tar 0 estercos com pa c
para 0 dcsenvolvime.nto social por meio da a\egria do tmbnlho em grupo).
Atividade semansl: a Oficina cit! Tentro fnvorec~ 0 desclwolvimento social
devido ao trabalho em equipe~ 0 desenvolvimento psicoJ6gic-o. em virtude da
estabilidade emocionaL a Butodeterminac;ao e a etic,a. em ra:alo do desenvoivillle".nto do
juizo de "alores.
o tentro t.alllbem oportuniza a comunicoc;.i\o e H.expressilo, tendo fundamentHi
importnncia no funna~::ro cultural dos aiullos.
Oficina dt.~ trnbalhos ('."lseiros: lima vez par seman a.. oportunizam-se
experi~ncias reais de atividades que ocorrem no lac como Iimpeza de f()g~Q.gdndeirn,
pia, ann~lrios. paneins e till heres. Alem disso. ensinam-se cliidados re.l. tiV05 a roupa:
como lava-Ia. pass. -In e coloca-Ia no cabide~ cuidados com snprttos ~ ten is. ESS{iS
atividndes fa orecem 0 desenvoivimcnto inte,gral cia pesson e a independencia do
aluno no contexto domt!stico.
Junt() com a oficina de clnssificay~o de, mate.finis recicl6veis. os niullos
desempenhum taretas de classitic!l~fio desse.s materia is. como papd, uiliminio e
plasticos. Atmves dt!ssa tarefu~ os alunos desenvolvem a cOl1sci~llcia da nccessidade de
reciclar tsis materiais. pam preserv8c:;ao do meio-Rl11biente e melhorin da quulidade de
vida. Apcs a classiticayao, os materiHis s!o em"jados para reciclagem em indllstrias
especializodas.
31
6.1RELA TOS DO ESTU])O
Situll\'iio I
D:ltll: 01103/05
Ap6s a aula de natacy.Ao. os alullos chegaram a sala de aula agitados.
Ofe.reci Q porta CD, est:olhendo a Historin da "Bola Adormecida", 0 aluno 1.
sentoll-se e tic-Oll olhundo atcnt.amente pam 0 nidio.
Ao e_scutar que a bruxa in pegur a Bela Adonnecidn. ficou inquieto, tenso.
solicitando a presenC;a da professora que tlc~lsse. ao sell lado.
Ao terminer a hist6riu 0 aillno relatou -<UFA. vivemm felizes pam sempre·'.
sorrindo e hem Illflis trtlnqtiilo.
Coloquei cutro CD com diversHs 1l1usi(.~as, visto que as nlllllos eslnv 111
modelando a ll1assinha. ao tocar a Illtlsica do '''Poto''. lim alullo modeloll lim pate. eo0
aillno L pegou 0 Rllltache., drnmatiZ8ndo~ andoll peJa sala, fazendo com 0 funtoche 0
que n mllsica rel:1tava.
Ja M. no escutar melodia ficQU mexendo-se no lug r e uo esc.utar a palavrn
pato, tentou pronunciar 0 som -<qu-qua'-,
Situa~'10 2
Datu: 02/03/05
32
Ao trabalhar 0 tema higienc. roi utilizada a mllsica «Banho~' do Castelo
Ratimbu.
A professorn comcyou a dramatizar a musica e os aiunos fic.:1ramobservando e
dando risada, uns olhavnm cabisbaixo, outro cstava com vergonhn e outros dois
estnvam rindo. movimentando 0 corpo.
Levantei, voltei a mllsica, pegando uma rolha de revista, fazendo de conta que
ern 0 sabonetc.
o aluno M. que estava sorrindo, levant.ou, imitando a professora em seguida
as mltros tr~s tambem, mas cada lim do seu modo. 0 ailino L panicipoll, ja 0 alLino L.
observou para depois "tomar bonho"', ja 0 aluno B. fez ao seu modo,
Ao finiJl da musica pediram para voJtar mais duas vezes.
o aluno M. pronuJ1ciava 0 som "X.X,x" ja 0 I. estava tilo envolvido na
atividade que ao tcnninar dirigiu-se para a c3rtcirn c31ltando a musica.
No din 05/10, cstavamos na hora do descanso. escutando musica e a mllsica do
banho tacoll, dois alullos mellcionaral11 que se icmbrava que haviamos aprendido sobre
como cuidar do nosso corpo, relatando para uma aluna novu, dando urn pedayo de
papeJ para que imitasse 0 que iria faur. 56 ussim seu corpo estaria limpo.
Posterionnente realizamos atividades relacionadas ao corpo humano.
33
Situ.~i\o 3
Data: 21/03/05
Na hora do descanso, urn aillno pediu se poderia escutar CD. Deixei livre,
entaa caloeDu a musica 17, vista que esse I1llmero e 0 andar em que reside. Ao trocar a
Caixa do CD, 0 aillne M. escutoll a entrada da mllsica, acenando 0 bracro.
o ailino D. troeal! l1ovamente, 0 M. buscou a professora apontando pam 0
radio. Questionei qual musica queria, pronunciou 0 "ca ca",
Pintei lima carinha na mao do M., os Qutros ao perceberem tambem pediram
que fizesse 0 pata. Sentamos no chao e drmnatizamos a musica, uns brincav8m com as
milos, mltros pcrceberam a ritmo"o que, que, que", abrindo e fec-hando as maDS.
Situ.~iio 4
Data:28/04/05
Ao !rabalhar com a 1etm "F", utilizei a milsica "A foca", do CD, Area de Noe.
No primeiro momento apresentei a letTaF:
F+A+ FA
F+O=FO
F+E= FE
F+U= FU
F+I=FI
3-\
Cjuadrll.
cOlllum.
aCt\fllp~nh;:r:1itl outn..l''; e'·::J".';1 :;;-!.~Llit!!l.do d:; (::1het;:1 p::r:i b~I!X\l :1 letf:1. C c· alwH.1 B. c a
:1hmo 1. e~ta\an! dtir:1~"hI::; bnr:''':<indu ('(1m Ci p::p-:!.
,t.,O imClar i.l lcj!ur:: de ::l~uma::::pah:\,-:!s da leU-a cia !lithic!"!, Pl!:fCct)! que R
~eniou e m:l!lll~t:l'U II p:i[1eL qUCTCHd,-1:;;Iit...·ti!l!r::r:: p?:t:l\'n.l. tl L :::..;1:1'\.':: rrt0 cni.retid~l qne
no Inves dt:: ier Fo(:::. Ii t3Gt t" 1.1Hlc;:'!IUO COiTi.!2:U U !Jwfe"-:'tlfn.
scntou e comet;o!l ::. dramatlZ,-!L r,:C:l;lO ::;et0~SC <.: 1(1t:i.l.E:l ::limo 1\1. aCGmpanhOil com
al.2l!I1~ S(lll~~ "rlll !In'· ..
AD tcmli(]~r :: m!'::'iic~~,p~rguntei ..1:.\ qne !r3.t;~yaa Hlti,iL::?
.In havia ap'~3::idG 0 que nall t::~
35
Solicitaram que COloc8ssenovamente 0 CD.
Trabalhei no lexto, as palavras com a letra F bern como as rimas.
Obtive bons resultados. que roi diniimico e positivo.
Situ.~iio 5
Dnto: 08/04/05
Estavam05 em um dia frio e chuvoso, aqllcies em que da vontade de tiear em
casa, segundo os relatos dos aiul1os.
Para aqueccr. pulamos, danc;:amose param05.
Um aluno 5e assustou ao perceber que "tem um barulho, bem forte .. e 0 meu
corac;ao", iniciam05 lima discussao sobre 0 que estava acontecendo com 0 n0550 corpo
e quais os outr05 SOilS que 0 nosso corpo produzia?
o aluno 1. respondeu que 0 corpo nao tem som, a mllsica vem do radio, do
eorpo, nao.
Ja M. aeenOll pam a sua mao, batendo umo com a outm. A professora
aeompanhou e terminamos cantando parabens.
Descobriram que se estalar a lingua. tambern produzia som.
Aos POLICOS forum percebendo que todo 0 nosso corpo produz som. bateram 0
pe, as maos, estularam a lingua. espirrararn, arrast-aram urn pe com 0 outro, bateram a
mao na cabec;:a, rasparam no corpo e Ibnnar percebendo os diferentes tipos de 50111.0
comentou que havia se enganado em dizer que nao tinha som 0 corpo.
Foi lima experiencia valiosa onde cada um percebeu atraves de suas. vivencias
os dons produzidos pelo corpo.
36
SinHt(.ln 6
Dara: 'lbnl 115
lllic!Ur:n!l :15 :1111::, de ,:apl1CU •.L l~) pr0:fe5snr de (,!1pneira {{Ii ale <i :iala
per.'~nlltalido quem f!li~t!"!ri;: de p;n1Iclpal .. \.pCilii.:::i lim !!i:!l1t1 :-;e prf1ntifiu1u. A
illstmrnento:;. q!\e Cazell! !lurie.
Cllll1preClIllcudu as s0hCit3~5e5 dn rr~)ft!"''''lll t: tnilllOU a man.ha. qucrcntia if p!"!r:l....;l1a
A rrofe:O-:'ll!il iHlen IU Ct1!!!c!!t:u:dn \ll1e nhcr tr;: lJel'C~~i.UWb.::cr. mas que tk~;- .....;ellhh
.iunto~ ob",Cn.'aIKill
Jogando muitl) betH
Apo~ 3. profe:--.t1Ll r..:1.1H\ t'r~ar com 0 profc:;\:,or ti..:tlll ~:--tlpuiatk). que
dei~;ari3mo" livre pilni (jut!!;, qUl:iCS5C fazer :: :ml:1
tim:! "clllalla apo~ a primcir3 :m!:1 () pn,)[c.;;"or n:tl..l!1i.OU it s3b. con~.'id:mdo :1
p:utidp:lr d:l :lulu. lIiu':?:uc£1l sc pn":!1tiIicoll.
37
SitUll~HO 7
Dlltll: 13/0~/05
AS aiullos est{W3mextrcmamente agitados. Solicitei que cada U111pegasse llll1
almofnda t'e;chnsse os olhos c imnginasse um lugar bern tranqUilo e bonito.
Ao meslllo tempo a professors. relata,,» 0 que tillha nesse lugar, fazcndo um
r~laxamento com tim toque. em cada -rianC;A, ao final cstavnm bem rclaxados que dois
dormimm.
Situll~iio 8
Dllln: 02/05/05
Em maio. aO rrabalhar com "Blares. perce,bi a necessidade de trabillhar com
"as pn!:.wr1ls I11ngic~IS'·.
A professorn perguntoll para Os alunos 0 que ernl11Oll quais ,"ram as palavms
lmi.gic3s.
B, bem c:spontilneo falou:
- "Eu sei. ell sei e abacadaba, pirim pi pim~'..
L. eorrigiu 0 amigo C feiatou: "e; sim s..'l.lbim ..
Os tr~s outros uiullt1s IltlO se prontiticarnm
A professora colocou 0 CD. do Ronald Me Donald - ""9.S palavras magicas".
No inicio dais alunos estavam bem deslll()tivados e outrcs dois interessados
A mllsicn comcyou a tocHr, 0 I. fulava as palavras que ja sabia!, que nflo tinhn
conhecimento cantarolnva sem letro.
38
.Tn 0 ailino M. mexia a cabe~u e corn sorriso balbuciava. "pApa'", ao esclitar
bom dia.
o aluno L ao perceber do que sc lrntavn da palavra m~igica. come~oll a sorrir
eo andar pela sala:
- "lh, 0 que tnIe.i e-ra do magteo e nno esS:1S",
B. estnvu dispersivo e comentou vtirias vezes:
-"Eu quero as minhas p.llavras do l1'l{lgico~ 1130 se intert"ssando pela ntividade.
Ao tennillo da Il1llsicn solicitei que 0 L fosse tomar remedio. Rc.spondeu:
-'"Tem que t*llar a pnli:1vrn m gien, porfuvor'
SitllR.;o.HO 9
Dahl: maio/OS
Esto\'mnos brincando t!1ll frente it sala de. capoeirn. quandu 0 professor
convidoll u participar da ullIn. A professora [oi a pril11c..~ira a rclatar que iria: em
seguidn. os aiullos tambem acompullh:."rnm a professom.
Estavam entusiasmados com as mllsicas, prcstnvam mais Jten~o a cia !lao
cOllseguilldo acompunhar os movimentos.
a protessor sempre estimulnndo. inccntivando c reislulld a capacidade que
eles possuinm.
Nessas aulas perc~beu que os aluTlos do ensino regular apftreciam na porta
pam observar e 0 professor 05 convidav pam pnrticipar. A Clrlda seman8 tinha mais
alullos do ensino regular jogal1do cup eim com os ~lIlinosdo ensino espe.cial
As aulas tornaram~sc atrncntes, pois qucriam saber os dins que fultnVfl para ter
mais e poder cant.ar.
39
Situa~i\o 10
Data: IO/oS/05
o aluno D e mais dais nao tTouxeram 0 material de nata~ao e ficaram em sal a
de alila.
Pediram para if ao computador e em pOlleD tempo 0 D. saiu do local indo
mexer no radio.
Perguntei 0 que cle queria escutar. "Musica, do Leonardo",
Pegoll 0 primeiro Cd e colocou na faixa 17 e 19, correspondente 30 andar que
ele mora e avo. Nao gostou da ITIllsica e foi trocando de faixa.
Ao escutar a introdw;ao da musica dos cinco patinhos, comc90u a COffer pela
sala e chamar 5, 5, 5. Pegoll 113mao da professora e pediu que fizesse 0 I1lllnero cinco.
A professora ficou observando e comcyou a balan<;:ar0 carpo e fazer com as
dedos os numeros que estava na tnusica, correndo para a professora, mexendo nos
dedos para fazer igual, dizendo: vem contar patinhos.
A professora colocou os dedos na primeira vez eorretos e ja na segunda vez ao
inves de colocar 3 dedos eolocol! 5 e ele eome~Ol! a mexer a cabec;a e gritar,
mostrando que nao estava correto. Entao parei a musiea e falei que nao era necessario
gritar era s6 ele fazer com as dedinhos que eLiiria copiar junto.
Ao finalizar a musica ficou urn tempo tTocando de CD, escutando outras
musicas.
Quando a tum18 chegou da natac;ao, ele resistiu para desligar, mas comentando
que:
- "Que mais, que mais"
40
Combinamos que dcpois teria lTIais. olhou mexcu noYamcnte e levantoLl
relatando:
-'. Dcpois tem mais, parabens .••~
Situa~iio 11
D.ta: 13/05/05
Para trabalhar 0 passado e 0 presente a profcssora escolheu a musica de Lulu
Santos,. "Como uma onda no mar~'
Ao escutar a musica, 0 aluno I comentou
-"Na minim casa tambem tern essa musica"
J6 o.luno L.:
-"Minha inna adora que cia ve e escuta n8 televisilo",
A professora deixou que escutasse livremente dUBs vezes a musica. urn aluno
levnntoll e comec;oll a se movimentar, Dutro deitou no chao, dizendo que estava
nadando, Dutro acompanhou com 0 corpo.
Ao terminar a mllsica, pediram muis, a professora, comentou que colocaria
mais, sendo necessaria que prestnssem atenc;ao, que depois faria pergllntas.
Finalizando a musica, L comentou que ja podia perguntar que tinha prestado
tnuita ateI1cyao.
A primeira pergunta: Por que a m(lsica tern esse nome?
M. acenou a cabec;a fazendo 0 movimento da onda e produzindo 0 som "x a, x,
x, x",
l.exemplificoll que na praia que cle vai, a onda t8 no mar.
41
L. relatou que tern muitos animais aquilticos que vivem no mar.
B. completou 0 amigo dizendo, 0 nome de varios animais.
A segunda pergunta: Do que tbla a mllsica?
Todos comentaram sabre a praia que tern end a e um mar.
A lcrceira pergunta: Voce concord a que tuda passu?:
1. relatoll vorias coisas que passavam to em casa e 0 e,nibus passa. A roupa
tambe-Illa mamae pas sa.
L. rel:J.tou que nao era isso, mas a musica disse que tuda passa e passam. A
professoro perguntou 0 que queria dizer isso, "e muito diflcil.. ••
B. nao dcmonstrou inte.resse em comentnr.
!vi. neenou a cabcya de nilo.
A professors exemplificou com situaC;:Oesdiarias. pam entendercl11 0 que
querin relatar tudo passu tuda passara. Perguntando para eles 0 que haviam almoc;:ado
no dia? Brincado? Feito? 0 que fizeram quando eram pequenos? E nas fe-rias? Aos
pOllcos eles forum relatando e percebendo que 0 que fizernm hoje podem fuzer
amanha, 56 qLlede forma di(i:rcnte.
o que ja passol! ncsse ana nao se repetim mais?
8. disse que na.o. A professorn perguntou porque? "Eu ja vou crescer e na~
vou mnis ser igual"
L comentou que 0 que ele fez nas ferias, !laO sem igual a outro descanso
parque vai relaxar muito.
1 falou varios exemplos do seu passado. que agora nao usa mais chupeta. que
ja passou) bern como a fmlda.
M. disse "no", gesticuiando sons e mexendo as mllos.
42
Percebi, que a musicu foi urn canal mnis dinamico para introduzir 0 assunto,
mas a compreensUo para abstrair 0 passado do presente teve que ser exemplificada
para obter uma compreensao.
Situn~iio 12
Datn: 16/05/05
A mae de M. compareceu a escola para reuniao individual, na qual foram
repassadas infommy5es sabre as procedimclltos e 0 desenvolvimento de M.
A professora perguntou que havia percebido J11udan~as em rela~:1o a seu
desen\"oivimcnto.
A mae comcntotl que percebeu a mudany3 em easa estando mais ativa e
fonnando pequcnas silabas, mas ainda percebe que e urn poueo preguiyoso para falar,
sendo mais fUeilapontar, do que tenlar falar.
Fai comentado que estamos utilizando a musica e 0 M. demonstroll
interessado no trabalho que estu sendo desenvolvido.
A mae relatou que agora havia entendido 0 porque de, ao chegar em casa ele
pegava 0 radio do irmao, sentava no chilo e fazia alguns gestos, acompanhando com
alguns sons.
43
Percebeu que ele estavt\ mais solto, clem nstranclo sentill1cntos, como dar
risada e climprimentar os irm30s, St~lImodo de comportar estav8 diferente: cia sentc
que quer e 'prcssar algo. mASnindn nao ente.ndeu 0 que e.
Sitll"~iio 13
Dahl: 01106/05
Duas semanas np6s a atividnde .. a mae do aluno 1. em C I1toto telefOnico
relatou que. estavam em 1II11aniversnri e achoLi interessante que no ouvir n IlllISica..
come~ou J c8nhlf, e perguntoll I),.~raa mae. se 0 que passol! ja possani? A mae achol! 0
I11~l.ximo respondendo a perguntfi como se m10 soubesse do que tratava. Ele dell lima
~l.lllat sendo a atrac,~no da festa.
Situa~iio 14
Datn: 25/06/05
No m6s de junho. ao trnbalhar sobre :l festa junina. tmbaJhamos com varias
musicas desde cmltigas de roda at6 a quadrilha. 0 interesse ft i geml, apenas um aiullo
nilo quis danyar e,nem c~1Iltarem pllblico. relatnudo que nao era mais crianyH pe<lue.na.
Illas sim cri:1I1y3 media e que ni10 precisayadan~ar.
Foi respeitada sua vontsde. mas no din da festa ele veio prestiginr os <:lmigos.
batendo palma e dizendo "bravo, bravo".
44
SitU:l~.o 15
Dat.: 29/06/05
Com a musica do ·~Carneirinho. carneiruo", trabalhou varios conceitos, em
eima, em baixo, aD lado e tambe.m 0 nascimento das ovelhas.
Estavamos subindo para 0 castelinho, quando esclitamos um sam bem
fraquinho de que-.mnao havia comido, segundo 0 relato do B.
Ao percebemos que 0 sam vinha do bosque resolvemos seguir, 0 aluno M.
pronunciava 0 meslllo som ume~ me, me", Oeparamos no chao como B. relata:
- "Jo, ui, ui, devemos chamar 0 medico dos bichos, lim, lim, lim.. sainda
correndo n prOClira de ajuda".
A I105sa surpresa foi que naquele exato momento presenciamos 0 nascimcnto
de duas ovelhinhas.
A alegria roi geral, aDmesmo tempo em que observavamos M. pronunciava 0
sam, L. relatou: - "Viu 56, as animais tambem chamum atraves do som"
Ao voltar para sala, 0 aluno I. cantava a musica do carneirinho, cameir.:10 e M.
acompanhava.
Trnbalhei com 0 Iivro "De onde nos viemos", explorando a fanna de
nascimento das pessaas e animais.
45
Situ"~iio 16
Dntn: 02/09/05
No mes de setembro, perguntei para os alunos 0 que significavD n musica? Os
depoimentos forum bern interessantes.
J: -" Ell sei que musica e pam escutar e ouvir. Escuto musica no ouvido e hoje
escutci no mel! radinho"
M: - Cantou a I11llsica de Bon tarde.
L: uMllsica e assim 0 que vem do corayHo. Comcyou a cantar a musica da
minha caS3. Eu goslo de ITIllsica de Yiol~o".
M: apontou para os ouvidos e SOOli alguns sons.
B: cantarolou uma ITItlsica, dizendo que ele estova sentindo a musica.
Situ.~iio 17
Datn: 03/09/05
as aJuJ10s foram convidados a pnrticiparem da apresentuyi:l0 de capoeira na
feira do livro. Ficarsm radiantes de alegria. Percebeu nitidumcnte a diferem;a em
relayao ao comcyo do ana. 0 ritmo da musica vinha de encontro com as passos da
capoeim. acompanhavam com palmas. Tudo em urn encaixe perfeito.
Ap6s as aulas de capoeira, os alunos ensinam a professora as novas musicas
que aprenderam.
46
Situa~ao 18
Dnta: 04/10/05
No tnt:s de outubro a professora realizou uma atividade com quatro ritmos
diferentes de musica.
A primeim mllsica e "Som dos passo.rinhos" - ritmo tranqiiilo com sons da
natureza.
A segunda e do "Country four babys", mllsica com caixinhas de ITIllsica, sons
de bebes e anima is.
A terceira do UPatati ~ patata", relata a alegria, 0 circa.
A quarta e "Saveiro". E lima musiea eletronica com batidas fortes.
Cada criany3 recebeu lima folhs em que fai dividida no meio, delimitando a
folha em duas partes.
A professora explicoll a dinamica em que era para sentir a I11llsica e desenhar 0
que queria expressar. Con forme fosse mudando tambem mudava a parte para registrar.
Ao tcear a primeira musica dos passarinhos, as crianc:;:.as estavam brincando
com as maos, olhando para fora e quando iniciou os instrumentos as m:1os comec;:aram
a movimentar conforme a melodia da mllsica.
Urn aluno perguntoll 0 que deveria desenhar. Relatei que deveria escutar e
deixar a slla imaginac;:ao perceber. sentir, vivenciar. Ficou olhando para fora com um
olhar bem distante. quando percebeu os sellS amigos desenhando. E iniciou 0 desenho.
Apenas um aluno estava dobrando a folha e relatou que era 0 •.•.piu- piu"
o aluno L. disse que havia sentido e iniciou a desenhar a natureza. A aluna
sorria invaluntariamenle, quando a professorn passoll no seu lado comentou que os
passarinho da falha tambem estavam cantando.
47
o ailino L. escreveu "arrnprei", relatando que ern 0 sam que a sua natureza
produzia, tendo varias pegadas.
o ailino M. ao escutnr, desenhou urn sorvete. imitando com 0 dedo, apontando
para 0 radio e que no parque tem esse barulho e toma sorvete em baixo do.arvore.
o B. desenholl um CD, desenhando dentro a natureza, agua, trovae.
Na segunda musica, "Collntry for babys". 0 B. fieoll estalando a lingua, ''t~
cavalo com baby", M. sorriu acenando a cabec;a apontando para a ITIllsica e '''si'',
mexendo 0 brac;o. razendo gesto que estava segunll1do 0 bebe, pronullciando "marna,
papai"
o L. descnhou caval os. mae, pni e filhote de cavalo e no chao eshl urn filhote
de homem perdido no chao.
J. desenholl bebes.
48
B. novnmente desenholl um CD e dentro dele tudo 0 que representa para ele
cri::mc;as,como bichinhos de peillcia, bloeDs de montagem.
Ao caloenr 0 terceiro CD, D. lev8ntoll pedindo mnis ITIllsica. J. relatou que tcm
esse Cd e gosto, desenhando os palhac;os, c3ntando e comentondo que fbi ao Beto
Carrero.
B. disse e lima ITIllsica de circo vai desenhar os bichos e magicos.
M. pronunciou sons "u, e, u"
L. comentou que havia animais enterrndos no mundo da fantasia e estavnm
cheios de circo.
D. estuvu no ch~o. andando e mexendo 0 sell carpa.
A quarta musica, sendo mnis "'teeno", ficaram ceTca de um minuto dnnc;ando e
mexendo 0 carpa.
M. apontou para a boca e desenhou um monte de bolinhns apontando para os
amigos que estavam danc;ando.
B. relatou que e urn rock in roll .. E desenhou dentro do CD, a sua banda de
rock in roll. aD mesl110 tempo em que descnhava, mexia na cadeira.
J, desenhou lim monte de gente danyando e assistindo n festa.
L. desenhou uma savana que os nnimais estao livre, partindo. Lavantoll da
cadeirn e disse "lim, nao eo·stOli mais aqui"
49
Ao terminar os quatros estilos, J e B. relataram que gostnram de todas. L. 56
dos bichos. 3S outras sao de latlcos. M. gostou do rock e do passarinho, fazendo geslo
do sorvete.
A dinamica roi sensacional, pcrcebi que a mllsica influencia na emo<;ao e
sentimento bern como na maneiw. de agif.
o aluno D. durante as duas primeirns mllsicas. estava sentado e rabiscando a
folha. Ao cscutar a terceirn mllsica do circa. Jevantou-se e come<;ou a correr e a gritar.
Na quana lTIusica. fbi ate 0 aparelho de scm, desligoll e tirou 0 CD, ficando ngitado.
Ja 0 ailino M, scm falar comunicou-se atraves de gesto Illostrando que a
musica proporcional! momentos em que estava com sua familia passeando e escutava
o sam dos passarinhos quando ia tamar sorvete no parquc.
CONSIDERAC;:()ES FINAlS
A TnllSica esta presente em tOOns as pessoas e em todos os gmpos sociais. E
lima rnrmo de cOlllunica<;ao pre-sente no cotidiano de grande parte dH populac;ao.
ajudando as p~ss()as amante-rem contato com a realidade. Expres:m emo<;oes.
sentimentos. atetividade. imaginac:;ao, intluenciando comport81l1entos, plmnitindo unm
troca de cultum c inf{)mUl~oes entre 0 mundo, 3mpliando 0 conht'cimento e a
expressividade.
Na educar;iio especial foi onstatado que a ITIllS.ic9. constitui-se em lim
instnnnento valioso e signifi('utivQ no processo de desenvolvimento humane da pessoa
com necessidode educativ8 especiul, na ArC3mental. capnz de promover mudanc;..as
comportamentais e exerccndo 1II11 papeJ importante. permit indo que as crinn~~ns
identificassem sellS sentimcntos. imagina<;ao e e'l(pressivid de em relac;ao a mllsica,
allxiliando no processo de aprendizagem.
Ao utiliur a ITIllsica em sala de aula, os resultados obtidos llIostrnram que elima excelente porta de entrada para 0 trnbalho do vocablilMio, da lingungelTI, de
conccntruc;ilo. d~ ITIotivnyiio. de equilibria, oom como lima intcm.::riio c entrosmnento
com as. dcmuis pessoas. Com n mllsicu, tmbalho fica mnis dinfllnico e interativo.
Todos os llitmos participantes destu pc-squiSH dcmonstrnrum IIllUl seq(i(?:nci3
progressiva no sell desenvolvimento, onseguiram enriquecer sell voc-flbulario e sua
lingllHgem ornl progrediu cOllsideravelmente, Exemplificado com 0 caso do aluno I,
em que a professom havia trnbalhado utraves da mllsicn as palavras de cortesi a, como
'"bom diu"', "com liceIl9a"~ ao pedir que tomasse 0 re-media. 0 proprio aluno comentou
que era necessaria usar n palavra lnagica upor favor".
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Em outro caso percebi que a mllsica transmitia a emoc;:ao, depende,ndo do
ritmo acalmava au agitava, faze.ndo com que se expressassem atraves de desenhos au
ate meSJ110 do carpa, ficando agitado.
Jft no caso do ailino M. a ITIllsica est.l sendo lll11forte aliado para a explorac;:ao
da linguagem hem como na parte de equilibrio, vista que no inicio do ano nao tinha
seguranC;3em pular com U111pe s6.
Atraves do trabalho realizado, ulem das mel horns obtidas nos diferentes
aspectos cognitivos e comportamentais, pennite afirmnr que a mllsica tanto serve pam
a Iinguagcm do desenvolvirnento oral, motor. da sensibilidade e da expressividade de
suns habilidades e potencinlidades. como tombem enriquece os relacionamentos
pessoais e interpessoais.
Entretanto, os objetivos propostos forum alcan<;:ados, pois percebi que a
mllsica auxilia no desenvolvimcnto da uprendizagem facilitando 0 processo de
aten<;:ao e concentra<;:ao aqui apresentados nas aulas de capoeira em que os alunos
utilizavnm a musica pam desenvolver a 3uto-estima, intera<;:ao,aten<;:aoe concentra<;ao
bem como 0 corpo. Percebe-se claramen Ie a cvolw;ao de cada crian<;:acom resultados
positivos na aprendizagem.
Outro fator importante que nortcia 0 processo de ensino aprendizagem e a
afetividade existente entre 0 professor e 0 aluno, pois quando a crian<;:a sentc-se
3muda, aceita, valorizada e respeituda, adquirc 3utonomia. confian<;:8e aprende a amar,
desenvolvendo lim scntimento de auto-valorizu<;:iIo.A auto-estima e uma coisa que se
aprende e acredila-se que uma crian<;:aque tem opiniao positiv3 sobre si mesma e sobre
os OlltroS,tera maiores condi~oes para construir 0 conhecimento. Na escola 6oferecido
um ambiente de uprendiZHgem ollde se valoriza e se estimula a sua criatividade a
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iniciativa, partindo nao de suas Iirnit2lr;Oes e dificliidades. mas de SLias potenCi1:11idades.
Sendo assim ac.redito que a mllsica C lima ferramcnta muito importante no processo de
I?nsino aprendizagem como cleme.nto mOlivador.
No infeio das Hulas de capoeira 0 professor convidava as niunos e m'o
dt'1ll0llstrav8In inter("sse. Quando pilrticiparnm da aula e a mllsic~1 estHVIl presente
houvt." lima motivH930 a mais pam participarem.
Observou-se que () interesse e a c.oncentrac;ao dos aiul10s fbi 811menhll1do
gradativam~nte. Alguns ahmes desenvolvernm neste periodo de n09ao de esquema
temporal e sabi III quais os dias em que teriam aula d~ capoeira: e os ailinos que Ilao
desenvolvernm [X!rguntavuITI diariamente se te.riam estas aulas.
A nmllise feita com os pais te\ie como objetivo verificar se renlmente. a mllsica
trnz beneficios. possibilitBndo ao pormdor de necessidades educativas especiais na ~in:"a
me-nial a adquirir 0 conhe-l~imento.
Observoll-se dumnte f"..stnpesquisa que (.~ada ailino tem St~ll tempo pr6prio pam
aprender~ mesmo que utilize os mesmos rocllrsos, n mesm3 tt'Cllologia. Cada ailino
npresentn nivel de desenvolviment.o difercnciado, par isso a necessidade de respe.itnr as
individualidades.
Conclui-s{j. ate: est.e momento. qlle 0 lISC da mllsiea promove 0
descnvolvil11cl1to da aprendizagelt1. mas este nao 6 lim trtlbalho acabado, pois como se
sabe:. cad a criam;.a COm neeessidades educativas especiais tem 0 sell tempo. 0 sell
modo singular de aprender. c: reqllcr a existcllCiu. e tnuitu dedica9·~o.
Neste senti do, pretende-se ampliar as dimensues de sLias metns, buscando
constantementc lima cduc.ac;ao que proporcione cada vez mais qualidade de vida aos
educandos, oferecendo-lhc condi1;oes de ex-e·reer seus direitos. sua cidadnnia. como
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sujeitos participantes da sociedade e sejam cada vez mais felizes no ambito em que
vivem, ou seja, 118 escola, na familia e na sociedade. Portanto, pretende-se continuar
utilizando a ITIllsica na aprendizagem e no desenvolvimento humano, desenvolvendo
lim trabalho de qunlidade, enriquecendo cada vez mais 0 !livel de aprendizagem dos
alunos portadores de necessidades educativas especiais.
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