uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos...
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR
Centro de Ciências Tecnológicas – CCT Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
Renata Pereira Menezes
Uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos após o descomissionamento das
plataformas offshore
FORTALEZA – CE 2015
Renata Pereira Menezes
Uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos após o descomissionamento das
plataformas offshore
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Universidade de Fortaleza – UNIFOR, para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária. Orientadora: Professora MSc. Denise Fernandes
FORTALEZA - CE
2015
A Deus. A Nossa Senhora. A memória de Francisco Monteiro da Silva Júnior. A minha família por estar sempre me apoiando em tudo que faço, em especial, aos meus avós por serem exemplo para nossa família. Aos amigos pela paciência e por me ajudarem no desenvolvimento do meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por abençoar e iluminar minha trajetória acadêmica e colocar
sempre pessoas boas na minha vida.
Agradeço o PRH-53 – ANP pelo incentivo, apoio e infraestrutura para o
desenvolvimento e conclusão deste projeto. Em especial, ao Profº Antônio Roberto
Menescal de Macedo e aos meus companheiros de trabalho por todo o esforço e
dedicação para manter e melhorar o PRH-53.
A Profª Denise Fernandes, orientadora, professora, amiga, muito obrigada pela
dedicação e ajuda durante toda minha vida acadêmica. Muito obrigada por guiar meus
passos dentro da universidade durante tantos anos, sempre acreditando no meu
potencial e trabalho.
A todos os professores do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da
Universidade de Fortaleza por serem tão atenciosos com seus alunos. À Universidade
de Fortaleza pelo apoio a graduação e ao desenvolvimento deste trabalho
A minha família por ser exemplo de perseverança, união, responsabilidade e por
estarem ao meu lado durante toda a minha jornada. Aos meus tios, avós e primos pelo
companheirismo em todos os momentos.
Aos meus pais por serem tão pacientes, pelos puxões de orelha, conselhos e por
serem tão carinhosos. Ao meu irmão por toda a parceria de vida que temos. A vocês eu
guardei todo o amor do mundo.
Ao meu Tio Francisco Monteiro da Silva Junior que mesmo não estando presente
fisicamente sempre foi um exemplo de garra. Por ter me proporcionado realizar este
sonho.
Aos meus amigos que estão sempre presentes na minha vida, pela paciência
nos dias mais difíceis. Em especial, a Flavia e Larissa, por terem me auxiliado no
desenvolvimento deste trabalho. Enfim, pela irmandade vivida durante todos estes
anos.
Aos amigos conquistados na universidade, obrigada por estarem do meu lado
sempre que precisei, contribuindo para que essa trajetória acadêmica tenha sido tão
engrandecedora.
Muito obrigada a todos vocês!
“O primeiro passo em direção ao sucesso é dado quando você se recusa a ser prisioneiro do ambiente no qual você inicialmente se encontra.” (Mark Caine).
RESUMO
Durante anos o oceano foi explorado pela indústria petrolífera e aos poucos as reservas petrolíferas estão se esgotando. Quando elas não produzirem mais o que deve ser feito com as estruturas instaladas pelo homem? Como recuperar estes ambientes? Perguntas que serão apresentadas e discutidas durante a leitura deste trabalho, que é um estudo pioneiro no Estado do Ceará. Estruturas que durante anos ficaram submersas e tornaram-se parte do ecossistema são retiradas do ambiente marinho e levadas a galpões para posterior descarte, este trabalho propõem a utilização dessas estruturas para auxiliar o ambiente marinho na sua recuperação. A plataforma Xaréu PXA-3, localizada no município de Paracuru – CE está prestes a ser desativada e o trabalho aqui apresentado simulou o seu tombamento e a posterior criação de um recife artificial naquela região com o intuito de trazer benefícios ao ambiente marinho e aos pescadores da região, tomando como base experiências realizadas em outros estados, com as mesmas características de clima, ventos e correntes, já que o clima tropical da região favorece a formação desses recifes artificiais, pois as espécies se proliferam mais rapidamente. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foi criado um arquivo multimídia, ilustrando o descomissionamento, a formação do recife artificial e a recuperação do ambiente marinho, buscando mostrar que o tombamento das jaquetas, forma um recife artificial e proporcionará refúgios para as espécies, e ainda podem vir a se tornar um local de pesquisas científicas, pesca familiar, mergulho e outras atividades. O clima tropical da região proporciona a proliferação mais rapidamente da ictiofauna e das outras espécies que ainda irão se aproximar dos recifes. Fazendo com que o repovoamento ocorra de forma natural a partir da criação do recife artificial. Visto que as jaquetas estarão cobertas por espécies marinhas mesmo antes de serem tombadas, a neutralização dessas jaquetas será realizada por esta cobertura, minimizando o risco de contaminação marinha devido à corrosão do aço. Conforme os dados levantados sobre dimensões da jaqueta, não haverá riscos de choques com os navios que passam pelo litoral cearense. Na busca de recuperar o ambiente degradado, o trabalho aqui exposto traz uma forma de realizar esse descomissionamento mais sustentável.
Palavras – chave: Recifes Artificiais. Plataforma Petrolífera. Descomissionamento.
ABSTRACT
For years, the Ocean has been explored by the oil industry and gradually the oil reserves are running out. When they run out what should be done with the structures installed by man? How to recover these environments? Questions like these can be clarified during the reading of this work, which is a pioneering study in the State of Ceará. Structures that for years were submerged and became part of the ecosystem are removed from the marine environment and taken to warehouses for later disposal, the current work proposes the use of these structures to assist the marine environment in its recovery. The platform Xaréu PXA-3, located in the city of Paracuru-CE, is about to be turned off and the work presented here propose simulate your tipping and the subsequent creation of an artificial reef in the region in order to bring benefits to the marine environment and the region's fishermen, based on experiments conducted in other States, with the same characteristics of climate, winds and currents, since the tropical climate of the region favors the formation of this artificial reefs because the species proliferate faster. It is a bibliographical research, where a multimedia file, illustrating the decommissioning, the formation of the artificial reef and the recovery of the marine environment, seeking to show that the tipping of the jackets, form an artificial reef and provide refuges for species, and still can become a place of scientific research, family fishing, diving and other activities. The tropical climate of the region provides the faster proliferation of fish fauna and other species that will still get close to the reef. Making the repopulation occur naturally from the creation of the artificial reef. Since the jackets will be covered by marine species even before being toppled, the neutralization of these jackets will be held by this cover, minimizing the risk of marine pollution due to corrosion of steel. According to the data collected about jacket dimensions there won't be risks of shocks with ships that pass through the coast of Ceara. In the quest to recover the degraded environment, the work here exposed brings a way to perform this more sustainable decommissioning. Keywords: decommissioning. Oil Rig. Artificial Reefs.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Mapa de localização do Campo Xaréu 18
Figura 2: Produção anual de petróleo no Ceará 19
Figura 3: Tipos de plataforma 20
Figura 4: Estrutura das jaquetas 21
Figura 5: Desenho esquemático da instalação da Plataforma Jaqueta 22
Figura 6: Principais elementos que compõem uma jaqueta 23
Figura 7: Fotografia de um nó (junta tubular) de uma jaqueta de aço 24
Figura 8: Tombamento no local 26
Figura 9: Mapa das experiências brasileiras com recifes artificiais 29
Figura 10: Estrutura construída com pneus 30
Figura 11 a e b: Estruturas de concreto 31
Figura 12 a e b: Estruturas reaproveitada 31
Figura 13: Localização e limites da Bacia do Ceará 34
Figura 14: Zona Costeira do Brasil
Figura 15: Praia de Paracuru
37
40
Figura 16: Medição de Potencial Eletroquímico em plataforma 42
Figura 17: Plataforma tombada no Golfo do México 45
Figura 18: Jaquetas da plataforma abandonada 46
Figura 19: Mapa dos Rigs to Reefs 48
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Calendário de chuvas anuais no Litoral do Pecém 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
BDEP – Banco de Dados e Exploração e Produção
BSEE – Bureau of Safety and Environmental Enforcement
COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
CPA – Climate and Pollution Agency
EUA – Estados Unidos da América
FEPERJ – Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro
FPSO – Floating, Production, Storage and Offloading System
FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
GERCO/CE – Gerenciamento Costeiro do Ceará
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IEAPM – Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira
IMO – International Maritime Organization
LABOMAR – Laboratório de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MPA – Ministério da Pesca e Aquicultura
SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente
SEP – Secretaria de Portos
Sumário
Capítulo I....................................................................................................................... 14
1 Introdução.................................................................................................................. 14
1.1 Justificativa .......................................................................................................... 15
1.2 Objetivos .............................................................................................................. 16
1.2.1Objetivo Geral .................................................................................................. 16
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 17
1.2.3 Localização da área de Estudo ..................................................................... 17
Capítulo II...................................................................................................................... 19
2 Estudo da Arte........................................................................................................... 19
2.1 Plataformas Offshore .......................................................................................... 19
2.1.1 Plataforma Fixa .............................................................................................. 21
2.1.2 Materiais que Compõem as Plataformas ..................................................... 22
2.1.3 Descomissionamento das Plataformas Offshores ..................................... 24
2.2 Recifes Artificiais ................................................................................................ 27
2.2.1 Tipos de Recifes Artificiais ............................................................................ 30
2.2.2 Recifes Artificiais em Estruturas Offshore .................................................. 32
2.3 Região de Estudo ................................................................................................ 33
2.3.1 Ecossistemas da Região de Estudo ............................................................. 34
2.3.2 Marés, Direção de Correntes, Ondas e Ventos da Região de Estudo ........ 35
2.4 Zona Costeira do Brasil ...................................................................................... 36
2.4.1 Zona Costeira do Ceará ................................................................................. 39
2.5 Mitigação de Impactos Ambientais Causados por Descomissionamento e
Posterior Formação de Recifes Artificiais ................................................................. 40
Capítulo III..................................................................................................................... 44
3. Metodologia.............................................................................................................. 44
3.1 Desenvolvimento de multimídia para mostrar a construção do Recife
Artificial......................................................................................................................... 44
Capítulo IV..................................................................................................................... 45
4. Resultados e Discussões........................................................................................ 45
Capítulo V...................................................................................................................... 50
Conclusão..................................................................................................................... 50
Capítulo VI..................................................................................................................... 51
Referências Bibliográficas.......................................................................................... 51
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capitulo I
1 Introdução
Não se sabe ao certo quanto tempo ainda os campos petrolíferos terão de vida
útil, o que se sabe é que quando este campo deixa de ser rentável é necessário realizar
um processo de descomissionamento.
O descomissionamento de plataformas refere-se a sua desativação quando não
existe mais, gás e/ou óleo, em quantidade para continuar o processo de retirada.
Corresponde a etapa mais crítica do processo, pois não há mais interesse econômico e
ocorre um grande passivo ambiental (MACHADO; TEXEIRA; VILANI, 2013).
Este trabalho propõe minimizar este passivo com a construção de um recife
artificial utilizando partes de uma plataforma e materiais que seriam descartados
também durante a obra. Visto que durante o período de exploração as estruturas
submersas viram habitats de espécies de peixes, algas, corais, moluscos, ou seja,
torna-se parte daquele ecossistema submarinho.
Nesse sentido, pretende-se realizar o descomissionamento da plataforma
offshore Xaréu 3, onde a partir de outras experiências bem sucedidas, mostra um
descomissionamento mais sustentável, gerando ganhos ao ambiente marinho, com a
volta da fauna e flora, ao seu local de origem. Além disso, traga para o município de
Paracuru, onde se localiza a plataforma objeto dessa pesquisa, um aumento na
quantidades de pescados para que as famílias que dependem da pesca possam viver
melhor.
Pretende-se abordar somente a composição das estruturas submersas, pois são
estas que serão propostas para o uso na construção do recife artificial e por ser descrito
como a maneira mais eficaz de finalizar as operações de produção de um campo
petrolífero, quando da retirada de todo o material. Esse tipo de proposta a partir de
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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plataforma offshores já é desenvolvida por alguns países, como Japão e Estados
Unidos, e trouxe benefícios sociais, econômicas e ambientais para essas regiões.
Para fins de maior organização, este trabalho está dividido em 6 (seis) capítulos,
discriminados abaixo:
Capítulo 1- tratamos da Introdução, mostrando o que será realizado no trabalho,
com a justificativa, seus objetivos e localização da área de estudo.
Capitulo 2- realizamos o Estudo da Arte, mostrando o que existe no Brasil e no
mundo em relação ao descomissionamento de Plataformas e o uso de jaquetas
ou outros materiais para a construção de recife artificial; abordamos conceitos
pertinentes a compreensão do estudo e a Mitigação dos Impactos Ambientais,
gerais que podem ocorrer após a derrubada da jaqueta.
Capitulo 3 - aborda a Metodologia utilizada no trabalho.
Capítulo 4 - aponta os Resultados e Discussões, baseia-se em áreas que
apresentam as mesmas características climáticas e que obtiveram sucesso no
uso de jaquetas para recuperação da fauna local.
Capítulo 5 – apresenta a Conclusão do trabalho
Capítulo 6 - dispõe sobre as Referências bibliográficas usada na pesquisa.
1.1Justificativa
Quando determinado campo petrolífero deixa de ser rentável, pode-se recuperar
o ambiente degradado. Assim, o presente trabalho traz uma proposta de recuperação
do ambiente marinho localizado em Paracuru. Isto é, a utilização do recife artificial para
recuperar o ambiente, com o uso de parte da estrutura da antiga plataforma.
Este tipo de projeto já foi desenvolvido na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, e
teve como consequência o retorno de espécies desaparecidas no local abrindo
oportunidades para as comunidades pesqueiras artesanais. Propõe-se, então, o
tombamento da plataforma para a criação de um recife artificial com a estrutura imersa,
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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buscando minimizar os possíveis impactos gerados durante a retirada total da
plataforma. Para que haja uma remoção parcial da plataforma a IMO (International
Maritime Organization, 1989) exige um espaço mínimo de 55 metros para instalações
acima de 75 metros de coluna d’água e a PXA-3 apresenta-se a apenas 29 metros de
coluna d’água. Por esse motivo não é permitida a retirada parcial da plataforma, é
indicado que seja feita a remoção total das estruturas. Porém, depois de todo o tempo
de permanência da plataforma no oceano, a parte submersa torna-se parte daquele
ecossistema.
Segundo a COPPE, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
de Engenharia (2012), no Brasil já existem recifes artificiais que foram feitos a partir de
estruturas e materiais das plataformas offshore.
Nesse contexto, buscando a redução do impacto que seria a retirada de toda a
estrutura para esse ecossistema, justifica-se o presente trabalho, pois o tombamento da
estrutura submersa dará origem a um recife artificial, servindo de atrativo a muitas
espécies marinhas nativas do local.
.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a possibilidade da utilização de jaquetas de Plataformas Petrolíferas no
Estado do Ceará, para a formação de recife artificial.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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1.2.2 Objetivos Específicos
Avaliar se as condições ambientais são adequadas à utilização de jaquetas para
a formação de recifes artificiais no Estado do Ceará; e
Desenvolver um arquivo de multimídia, visando à demonstração da utilização da
jaqueta, da Plataforma offshore, após seu descomissionamento, para a formação de
recife artificial.
1.3 Localização da área de Estudo
Localizado no setor oriental da Bacia do Ceará, está o Campo de Xaréu (Figura
1), descoberto em 05 de fevereiro de 1977, ele possui 3 (três) plataformas a PXA-1,
PXA-2 e PXA-3. Nossa pesquisa desenvolveu-se na PXA-3 que apresenta 9 (nove)
poços, todos produtores, descoberto a partir da perfuração do poço 1-CES-0008-CE
(ANP, 2013).
A PXA-3 situa-se na Plataforma Continental do Estado do Ceará, na sub-bacia
de Mundaú, distante 42 km a Norte da cidade de Paracuru e a 95 km a Noroeste de
Fortaleza, em uma lâmina d'água aproximada de 32 m. Situa-se a sudoeste do campo
de Atum e a oeste dos campos de Curimã e Espada (ANP, 2013).
Tal plataforma é fixa na estrutura convencional de jaqueta com estacas cravadas
e convés com pisos de operação, lançados com a utilização de balsa guindaste
(op.cit.).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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Figura 1: Mapa de localização do Campo Xaréu.
Fone: ANP, 2013
A grande extensão territorial e marítima do Brasil favorece a diversidade de
espécies encontradas ao longo de sua extensão, e suas características singulares
fazem com que algumas espécies da fauna e flora sejam endêmicas, somente
encontradas no litoral brasileiro.
O estudo para o desenvolvimento do recife artificial deve levar em conta as
espécies encontradas na região onde será proposta tal instalação, visto que ele deve
fazer parte do ecossistema e ser capaz de interagir de forma mais próxima ao natural
com o ambiente marinho e seus habitantes.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capítulo II
2. Estudo da Arte
Segundo o Banco de Dados e Exploração e Produção (BDEP), no ano de 2014,
durante os meses de março a dezembro, o estado do Ceará foi responsável somente
por 0,3 % da produção de petróleo e 0,1% da produção de gás natural do país.
Figura 2: Produção anual de petróleo no Ceará
Fonte: BDEP, 2014 modificada.
Já durante o período de 2000 a 2014 a produção petrolífera teve notável queda
na sua produção (Figura 2).
2.1 Plataformas Offshore
No Brasil existem, aproximadamente, 168 blocos offshore em fase de
exploração, no nordeste estão 6 (seis) bacias (Brasil, 2014). E mais especificamente no
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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Ceará existe a Bacia do Ceará que é composta por 4 (quatro) campos de exploração: o
Xaréu, Curimã, Espada e Atum, descobertos nos anos 1977, 1978, 1978 e 1979,
respectivamente, e que extraem óleo de excelente qualidade, mas que desde 1986
começou o declínio de suas atividades exploratórias (HAESER, 2013).
Plataformas offshore são estruturas alocadas na plataforma continental para
auxiliar na produção petrolífera no mar. Essas estruturas podem ser fixas ou flutuantes,
de perfuração ou produção e completação seca ou molhada (Amorim, 2010). Podem
ser de diferentes tipos, a plataforma escolhida para a exploração deverá ser adequada
à profundidade do campo e também à distância do campo em relação ao continente. Na
figura 3, são mostrados alguns tipos de plataformas offshore existentes.
Figura 3: Tipos de plataformas
Fonte: MEDEIROS, 2009 (modificada).
De acordo com a Petrobras (2013), no Brasil são utilizadas as plataformas dos
tipos: Fixas, FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading Systems), Navios-
Sonda, Semi-Submersíveis e Autoeleváveis.
O fator mais relevante para escolha da plataforma é a profundidade dos campos
a serem explorados, poços rasos utilizam plataformas fixas, pois sua composição e
estrutura são bastante eficazes para desenvolver o trabalho na região, enquanto que
poços mais profundos necessitam de estruturas que possibilitem a perfuração e
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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extração do óleo, de forma mais dinâmica, já que para essas profundidades seria
inviável a construção de jaquetas para sustentar a estrutura.
A escolha sobre qual o melhor tipo de plataforma, para cada região a ser
utilizada, e definida de acordo com o tipo de exploração, trata-se do Estudo de
Viabilidade Técnica, que utiliza como parâmetro a lâmina d’água; a distância do mesmo
a costa, o escoamento do óleo e a viabilidade econômica do processo.
2.1.1 Plataforma Fixa
Plataforma fixa são unidades de perfuração e produção fixadas nos solos
marinhos por estacas ou gravidade. Caracterizadas por sua utilização em lâminas
d’água pequena, em torno de 300 metros (PETROBRAS, 2013).
A jaqueta tem como principal característica uma estrutura de revestimento
formada por tubos de aço. E é composta por uma estrutura treliçada e fixada no fundo
do mar por estacas (figura 4), normalmente, possui de 4 a 8 pés fixos a fim de
estabilizá-la contra a força das ondas (AMORIM, 2010).
Figura 4: Estrutura das jaquetas
Fonte: TEKLA, [sd].
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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Estes tipos de plataformas foram às pioneiras na exploração petrolífera offshore.
Ela é bastante utilizada em perfuração de poços já conhecidos e estão menos sujeitas
as condições físicas adversas do mar, por serem fixas (Mariano, 2007). Isso quer dizer
que as plataformas fixas sofrem menos influências em suas estruturas; por conta das
condições oceânicas.
A instalação das jaquetas inicia-se com seu transporte feito por barcaças, até o
local do poço, e posterior lançamento dessa estrutura treliçada ao mar, ela flutua e é
verticalizada com o auxílio de guindastes flutuantes, a última etapa do processo é o
assentamento no leito marinho por estacas cravadas ao solo, o passo a passo desse
procedimento pode ser visto na Figura 5.
Figura 5: Desenho esquemático da instalação da Plataforma Jaqueta
Fonte: AMORIM, 2010.
2.1.2 Materiais que Compõem as Plataformas
As plataformas offshore são estruturas que apresentam em sua composição
muitos materiais diferentes. Nesse trabalho aborda-se, somente, a composição das
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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estruturas submersas, pois é a partir delas a proposta para a construção do recife
artificial.
Cada plataforma é diferente, pois suas características dependem da lâmina
d’água, do local aonde será instalada; o objetivo a que é destinada; as propriedades
físico-químicas dos hidrocarbonetos presentes no reservatório; à profundidade do
reservatório, e também de análises dos parâmetros meteorológicos e oceanográficos da
região, dentre outros (ORSINI, 2013).
As estruturas submersas são chamadas de jaquetas, estas são compostas de
tubos de aço unidos por juntas tubulares. Os principais elementos estruturais que
formam uma jaqueta de aço são: pernas, luvas para ligação (perna/estaca), perna e
diagonal (brace) (Figura 6).
Figura 6: Principais elementos que compõem uma jaqueta
Fonte: modificado de CHAKRABARTI, 2005.
As pernas das jaquetas são suas colunas principais, correspondem aos
elementos mais necessários para a manutenção da integridade da plataforma.
As pernas são conectadas entre si por meio dos braces, responsáveis pela
integração de todo o conjunto.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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Os braces dão à jaqueta a característica de ser treliçada, a ligação dos
elementos do brace com as pernas de uma jaqueta se dá nos nós dessas
estruturas comumente chamada de juntas tubulares (Figura 7).
Figura 7: Fotografia de um nó (junta tubular) de uma jaqueta de aço.
Fonte: Delfilippo, 2007 e Almeida, 2008.
2.1.3 Descomissionamento das Plataformas Offshore
Segundo Ruivo (2001), o descomissionamento refere-se ao processo que ocorre
no fim da vida útil das instalações de exploração e produção de petróleo e gás. Diz
respeito ao desmonte e, na maior parte das vezes, a retirada dos equipamentos. Pode
ser descrito como a maneira mais eficaz de finalizar as operações de produção de um
campo petrolífero.
Ainda, segundo BSEE (2013), descomissionamento refere-se ao processo de
encerramento nas operações offshore de petróleo e gás, das plataformas, e retorno das
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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condições ambientais do oceano para as condições anteriores a instalação daquela
estrutura.
Para o descomissionamento de uma plataforma fixa existem diferentes
metodologias a serem abordadas. As principais metodologias são: remoção completa,
remoção parcial, tombamento no local, reutilização e deixar no local para utilizações
alternativas (RUIVO, 2001):
A remoção total corresponde na retirada de toda a estrutura submersa e exposta da plataforma. A remoção parcial refere-se à retirada da parte superficial da plataforma e do corte a uma determinada profundidade da parte submersa. O tombamento é a derrubada da estrutura no fundo do mar, com o auxilio de rebocadores. A reutilização pode ser feita para diferentes alternativas como base de lançamentos de foguetes, centros de pesquisas, recifes artificiais, locais de ecoturismo, entre outras.
Todas as opções citadas possuem um grau de impacto sobre o ambiente
marinho, maior ou menor, dependendo do local onde a plataforma esteja instalada.
Sobre esta variação dos impactos causados, Osmundsen e Tveteras (2003), acreditam
que o descomissionamento pode ter as seguintes alternativas: deixar a estrutura no
local, remoção parcial com as alternativas e a remoção total com alternativas:
A colocação ou derrubada no local, Levar a estrutura à terra a fim de reciclá-la ou descartá-la como lixo, A eliminação da estrutura em fossas abissais, o uso para a formação
de recifes artificiais, O reuso ou outros usos.
Dentre as várias metodologias adotadas para realizar a desativação das
plataformas fixas, o trabalho irá abordar o tombamento que é uma forma de finalizar as
atividades petrolíferas sem que toda a estrutura da plataforma seja removida.
Nessa metodologia é retirada a parte superficial da plataforma e a parte
submersa é tombada com o auxilio de explosivos e de um rebocador que irá auxiliar o
tombamento da estrutura (Figura 8).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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Figura 8: Tombamento no local.
Fonte: SILVA, 2008 (modificada).
Segundo Amorim (2010), tal processo de descomissionamento tem como
benefícios o baixo custo, quando comparado às outras opções como: remoção
completa e parcial, além da estrutura disposta no fundo marinho, atuar como um habitat
para a vida marinha e ser uma opção vantajosa para a pesca comercial.
Durante toda a vida útil da plataforma devem ser tomados cuidados com os
impactos das atividades desenvolvidas no meio ambiente, pois a melhor forma de
minimizar os impactos na fase de descomissionamento da plataforma é garantir que os
parâmetros de qualidade ambiental foram cumpridos durante toda a vida útil do projeto.
Caso contrário, permanecerá a ideia de que ocorrerão danos ao meio ambiente,
somente a partir do encerramento da produção (LUCZYNSKI, 2002).
Parte do passivo ambiental deixado pelo descomissionamento pode vir a
prejudicar a economia das regiões próximas, famílias que tem sua renda baseada na
pesca e podem sofrer com ausência dos peixes e/ou com a contaminação da água, que
pode ser decorrente do processo de descomissionamento.
Segundo ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás
Canalizado (2013), os campos petrolíferos da Bacia do Ceará estão todos maduros
com uma baixa produtividade com uma produção ociosa de 20 mil barris por dia. Além
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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disso, a Petrobrás não apresentou até o momento nenhum plano de revitalização das
áreas.
A idade de um campo de petróleo é mensurada conforme a quantidade de
petróleo explorada por ele. São usadas nomenclaturas para identificar essa idade:
Um poço juvenil é um poço com alta produção;
Um poço senil é um poço que necessita da injeção de água ou gases para que o
petróleo seja retirado; e
Um poço maduro é o poço que já não está próximo de esgotar sua exploração.
A pesca extrativa marinha corresponde à atividade de pesca que serve para
subsidiar a alimentação das famílias de pescadores e para atividades de pesca com
fins lucrativos. Logo, além de minimizar o impacto no ambiente marinho o trabalho
pretende também, com a construção dos recifes artificiais, aumentar a produção do
pescado na região a fim de melhorar a renda das colônias de pescadores da região do
Paracuru.
2.2 Recifes Artificiais
Recife artificial é uma estrutura construída ou composta de materiais de origem
natural ou antropogênica, inerte e não poluente disposta intencionalmente em meio
subaquático em contato direto com o substrato, capaz de alterar significativamente, de
forma planejada, o relevo dos fundos naturais ou influenciar processos físicos,
biológicos, geoquímicos e socioeconômicos, de acordo com interesses nacionais,
regionais e locais (BRASIL, 2009).
De grande importância por serem os sistemas marinhos de maior complexidade,
os recifes de corais são também importantes para os homens em diversos aspectos.
Eles protegem as áreas costeiras da ação do mar, sua grande diversidade quanto aos
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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organismos existentes forma uma teia alimentar de grande complexidade que culmina
em predadores como peixes que por sua vez são alimentos de seres humanos. Dessa
forma os recifes funcionam como criadores de peixes, favorecendo a reposição de
populações de áreas bastante exploradas (PENNINGS, 1997).
Com os recifes artificiais não poderia ser diferentes, a criação deste trará para o
município de Paracuru, um aumento nas quantidades de pescados. Tal modalidade
pode ser construída a partir de diversos materiais como concreto, navios naufragados,
rochas e bambus, bem como o proposto com a parte submersa de uma plataforma de
petróleo. A forma como as estruturas serão colocadas, a composição delas, sua
resistência às condições marinhas e outras especificidades irão influenciar na eficácia
deste recife.
Acredita-se que o material utilizado na construção das jaquetas da plataforma
PXA-3, por já estar no ambiente, há quase 40 anos transformou-se em habitat para
muitas espécies. O tombamento dessa estrutura vai contribuir para que estas espécies
ainda vivam naquela região, ao contrário do que ocorre quando é utilizada a retirada
total das estruturas da plataforma.
A utilização das estruturas submersas para a construção de um recife já foi
realizada pela COPPE, em 2003, no Rio das Ostras quando se criou um dos maiores
recifes artificiais do Hemisfério Sul em parceria com a Gerência de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde da Unidade de Negócios Bacia de Campos da Petrobras, o Instituto
de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e a Federação de Pescadores do
Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).
Os recifes artificiais já implantados no Brasil (Figura 9) mostram que suas
construções trouxeram benefícios ecológicos e sociais como o aumento e a
conservação da biodiversidade marinha, o aumento da biomassa pesqueira, a utilização
destes locais para a pesca esportiva, o aumento e/ou surgimento do turismo ecológico e
também a utilização dessas regiões para fins de pesquisa científica.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
29
Figura 9: Mapa das experiências brasileiras com recifes artificiais
Fonte: BASTOS, 2005.
Outros países do mundo como Japão, EUA e França a criação de recifes como
alternativa para o descomissionamento das plataformas offshore trouxe resultados
positivos para as regiões onde foram aplicadas. No Japão, três anos após a instalação
dos recifes, a produção dos pescados nas regiões de Kyusho e Fukuoka, passou de
2950 para 5427 toneladas, de peixes (PLANETA COPPE, 2003).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
30
2.2.1 Tipos de Recifes Artificiais
A construção de estruturas para atrair espécies marinhas já é praticada no Brasil
há muito tempo e com emprego de diversos artifícios. Difundida entre algumas tribos
litorâneas e ribeirinhas, popularmente conhecidas como “marambaias” ou “pesqueiros”,
referente a ramadas de galhos de mangue e pedras que eram atiradas ao mar a fim de
atrair peixes (SCOTT; COELHO; MATHIAS, 2002).
Os recifes artificiais podem ser construídos a partir de diversos materiais como
pneus, concreto, estruturas de aço e outras. Existem muitas propostas de como devem
ser construídos os recifes. Porem a escolha desse material deve levar em consideração
os impactos que o mesmo irá causar no ambiente marinho. Abaixo estão alguns
materiais utilizados nesta construção em varias partes do mundo (Figuras 10, 11 a e b e
12 a e b).
Figura 10: Estruturas construídas com pneus
Fonte: Ambiente Brasil [sd]
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
31
Figura 11 a e b: Estruturas de concreto
Fonte: Pontal do Paraná, 2014.
Figura 12 a e b: Estruturas reaproveitadas
Fonte: Pontal do Paraná, 2014
A construção dos recifes artificiais não é uma tarefa muito complicada, pois a
parte mais complexa se dá de forma natural. Qualquer estrutura colocada no fundo do
mar vira um recife artificial em poucos anos, inicialmente com a incrustação de
microalgas e bactérias nas estruturas e depois por peixes em busca de alimentos.
A construção de recifes artificiais com restos de estruturas já é praticada em
muitos países com diferentes intuitos, alguns querem melhorar a pesca e outros
somente dar um destino aos seus resíduos (MALTA, 2015). Como exemplo disso,
podem-se citar os trens nova-iorquinos que foram descartados no Oceano Atlântico
11a
11b
12a
12b
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
32
para que virassem recifes artificiais; no Brasil foram afundados navios que hoje servem
à pesquisa e ao turismo (op. cit.).
Para a formação desse tipo de recife cientistas acreditam que seja necessário
apenas dois anos para que o ecossistema se estabeleça inteiramente, dessa forma tais
estruturas sevem para atrair peixes, desenvolvimento de pesquisas, turismo ecológico e
outros (op. cit.).
2.2.2 Recifes Artificiais em Estruturas Offshore
A utilização de estruturas offshore para a construção de recifes artificiais ainda
não foi disseminada em todo o mundo, mas alguns países já se utilizam desse artifício
para se desfazer de suas estruturas.
No Brasil o primeiro experimento com estruturas metálicas de grande porte foi o
projeto Marambaia. Tal projeto se deu nos municípios de Galinhos, Diogo Lopes,
Barreiras, Macau e Guamaré, no Estado do Rio Grande do Norte, e tiveram como
matéria prima, containers descartados das plataformas, tais materiais foram dispostos
no mar para a formação de recifes artificiais. Desenvolvido pela PETROBRAS e pelo
Instituto LABOMAR (Laboratório de Ciências do Mar da Universidade Federal do
Ceará), tal projeto foi utilizado como medida compensatória no processo de
licenciamento, de um dos empreendimentos no Rio Grande do Norte (PETRÓLEO
BRASILEIRO S.A., 2001).
A prática mais comum para a formação dos recifes artificiais é a utilização de
carcaças de navios como matéria prima. Tal utilização serve não somente como um
sistema de agregação de peixes, mas também como incremento ao turismo nestes
locais. Em Recife três rebocadores (Servemar X, Lupus e Minuano) foram fundeados
em locais pré-determinados com o objetivo de servirem como pontos de turismo de
mergulho (BASTOS, 2005).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
33
Na região Sudeste do Brasil o navio “Orion” foi descomissionado para servir
como habitat artificial para melhorar a pesca artesanal. Com a limpeza e cortes das
chapas laterais, a fim de aumentar a circulação e a luminosidade dos espaços internos
do casco. Tal atitude quando realizada com sucesso traz beneficio aos pescadores
artesanais e esportivos, e amplia as áreas de exclusão de arrasto (BASTOS, 2005).
Já nos Estados Unidos, os primeiros trabalhos mais elaborados e detalhados de
recifes artificiais incluíam sucatas de veículos e estruturas de plataformas de petróleo.
No Golfo do México, onde se encontram instaladas mais de 2200 plataformas de
petróleo, constatou-se que em 30 anos a produção de pescado passou de 113 mil para
630 mil toneladas. Diante deste cenário os americanos passaram a empregar como
recifes artificiais as grandes estruturas de sucatas como cascos de navios, plataformas
de petróleo e restos de construção e outras estruturas. Atualmente no Estado da
Califórnia já existem 20 plataformas descomissionadas servindo como atratores de
peixes (ALENCAR; SILVA; CONCEIÇÃO, 2003).
2.3 Região de Estudo
Ainda considerando a divisão feita pelo GERCO/CE [sd], a plataforma que está
localizada no município de Paracuru encontra-se no Setor II, Fortaleza e Região
Metropolitana. Nesse local encontra-se a Bacia do Ceará. Tal bacia acompanha a costa
do Brasil à aproximadamente 450 km. Limita-se ao sul pelo embasamento cristalino, ao
norte pela Falha Transformante do Ceará, a oeste com a Bacia de Barreirinhas e a leste
com a Bacia Potiguar (Figura 13) (COSTA et al., 1990).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
34
Figura 13: Localização e limites da Bacia do Ceará
Fonte: ANP, 2013 (modificado).
Segundo a ANP (2013), o campo de Xaréu, apresenta 49 poços perfurados,
sendo 12 exploratórios e 37 explotatórios. Poços exploratórios objetivam a descoberta
de novos campos ou jazidas de petróleo enquanto poços exploratórios servem para
extrair o óleo da rocha reservatório (Neves, 2010).
2.3.1 Ecossistemas da Região de Estudo
A praia de Paracuru possui uma extensa formação de recifes de arenito com
pequenas pedras. Na área podem ser encontrados vários “currais de pesca”, que Von
Brandt (1984), define como sendo armadilhas fixas para peixes usadas em áreas de
maré e que não impedem completamente o escape dos peixes, mas sim dificultam a
saída dos mesmos. Esse tipo de pesca é muito praticado em quase toda a costa do
Ceará.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
35
Durante estudo realizado pelo MMA nos anos de 2002 e 2003, foram realizadas
coletas em dois períodos de cada ano, seguindo o padrão meteorológico regional. As
coletas foram realizadas nas marés de sizígia, de acordo com a tábua de maré para o
porto do Pecém - CE. Os materiais coletados foram analisados e identificados em
laboratório, para o município do Paracuru foram registradas 53 espécies de algas
bentônicas das espécies Rhodophyta, Chlorophyta e Phaeophyta, e da fauna bentônica
foram encontradas espécies de cnidários, moluscos, poliquetas, crustáceos,
sipunculídeos, equinodermos e urocordados, sendo os grupos de moluscos e
crustáceos, os que têm maior número de espécies no local.
Essa fauna bentônica representa os organismos que constituem a epifauna e a
endofauna. Os representantes da epifauna correspondem aos que ocorrem sobre o
substrato e a endofauna inclui todos os organismos que escavam e que podem ser
encontrados enterrados no sedimento (Pereira e Soares, 2009; Gray e Elliot, 2009). A
fauna bentônica é alimento de varias espécies, auxiliando o retorno de espécies
ameaçadas quando da formação de recife artificial.
2.3.2 Marés, Direção de Correntes, Ondas e Ventos da Região de Estudo
O Ceará possui marés semidiurnas com suas amplitudes variando entre 0,75 m a
3,23 m, com ondas que apresentam médias de altura de 1,15 m e com moda de 1,14 m
e períodos de onda mais frequente de 5,70 segundos, associado à altura, e média de
5,89 segundos e direção de corrente de NW (FREIRE, 1985; MAIA, 1998).
Após observar o mapa de chuvas, durante os anos de 2010 a 2015 (FUNCEME,
2015), identificou-se que a região tem uma pluviosidade, na maioria dos anos menor,
que o normal estabelecido. Somente no ano de 2011, a região apresentou uma
pluviosidade, maior que a normal (Quadro 1).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
36
Quadro 1: Calendário de chuvas anuais no Litoral do Pecém.
Anos Normal (mm) Observado (mm)
2010 877,50 483,60
2011 877,50 1064,40
2012 877,50 424,20
2013 877,50 619,50
2014 877,50 574,70
2015 877,50 436,50
Fonte: FUNCEME, 2015
Tendo em vista os dados de pluviosidade, marés e alturas das ondas e direção
da corrente, pode-se concluir que o ambiente em estudo não apresenta muitas
variações ambientais e, portanto, a aplicação da metodologia proposta, não trará
problemas ao ser desenvolvida.
2.4 Zona Costeira do Brasil
A Zona Costeira é a porção territorial que sofre influência direta e indireta do mar
(ondas, marés, ventos, biota ou salinidade), que se limita ao lado da terra a uma ordem
quilométrica e ao lado do mar estende-se até o limite da plataforma continental (Gomes,
2007). Tal região apresenta a maior parte da população brasileira e por este motivo
sofre um grande impacto das atividades antrópicas, as quais são expostas.
Segundo o MMA (2010), a Zona Costeira e Marinha Brasileira (Figura 14),
estendem-se da foz do rio Oiapoque (04°52’45”N) à foz do rio Chuí (33°45’10”S), e dos
limites dos municípios da faixa costeira, a oeste, até as 200 milhas náuticas, incluindo
as áreas em torno do Atol das Rocas, dos arquipélagos de Fernando de Noronha e de
São Pedro e São Paulo e das ilhas de Trindade e Martin Vaz, situadas além do citado
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
37
limite marítimo. Com uma faixa terrestre que corresponde a aproximadamente, 10.800
Km ao longo da costa. E a parte marinha compreende cerca de 3,5 milhões de km².
Figura 14: Zona Costeira do Brasil
Fonte: SOSMA, 2014.
Essa grande extensão territorial, acrescentado da variedade climática e da
geomorfologia da Zona Costeira brasileira, cria um ambiente que explica toda a
diversidade de espécies e de ecossistemas que o litoral do Brasil possui e é
responsável, também (MMA, 2010):
Por uma grande variedade de funções ecológicas, assim como a prevenção da erosão costeira, da intrusão salina e de inundações;
A proteção quando ocorrem tempestades; A reciclagem de alimentos e de elementos poluidores, e a abundância
direta ou indireta de habitats e de recursos para uma diversidade de espécies existentes.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
38
Este ambiente de zona costeira é bastante complexo, portanto, a implantação
descontrolada de diferentes empreendimentos pode gerar muitos impactos negativos.
Além disso, a Plataforma Continental brasileira apresenta uma geomorfologia
bastante diversificada, variando de 08 a 370 km. Tendo as profundidades da Zona
Econômica uma variação de 11 metros a pouco mais de 4 mil metros, e a quebra se dá
entre 75 e 80 metros. Sendo área da Zona Econômica, ainda, um trecho de Planície
Abissal do Ceará, onde se observam alguns altos-fundos, elevações que se localizam
no fundo do mar (KNOPPERS et al., 2002).
A Plataforma nordestina possui uma largura média, entre 36 e 55 km, decorrente
do clima tropical e da sedimentação terrígena desprezível. Sua sedimentação reflete a
geologia, clima, drenagem e ambiente tectônico, apresenta-se estreita e a sua quebra
varia entre 40 e 80 metros, constituída por fundos irregulares e formações de algas
calcárias. Em frente aos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, além das ilhas
oceânicas, apresentam-se uma série de bancos oceânicos rasos (MMA, 2010 e VITAL;
SILVEIRA; AMARO, 2005).
A biodiversidade marinha existente na Zona Costeira do Brasil é relativamente
pouco conhecida. Muitas regiões, ecossistemas e ambientes ainda necessitam ser
catalogados adequadamente. Mesmo assim, os números das espécies de peixes
inventariados no bioma variam entre 705 e 1.209, incluindo aquelas de áreas de
estuário (CORRÊA, 2010).
Ainda dispondo sobre a diversidade de espécies presentes nos ecossistemas, os
únicos recifes coralíneos existentes no Atlântico Sul está presente em território
brasileiro. Cerca de 6% de todas as espécies de corais recifais presentes no mundo
foram registradas no Brasil, sendo que algumas são vistas somente em mares
brasileiros (SCHAEFFER-NOVELLI, 2002).
O ambiente em questão, apresentado como faixa de ligação do mar com a terra,
abriga atividades humanas características por sua situação de privilégio como
transporte marítimo, pesca comercial e esportiva, instalação de plataformas petrolíferas,
maricultura, entre outras. Por todos esses motivos, a Zona Costeira é caracterizada
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
39
pelas complexas atividades que abriga e pela sensibilidade de seus ecossistemas
(MARCELINO, 1999).
2.4.1 Zona Costeira do Ceará
De acordo com a divisão elaborada Muehe (1998), a zona costeira nordestina é
compartimentada em duas: a costa semiárida que se encontra a noroeste do Cabo do
Calcanhar, e a costa oriental, que se estende do Cabo do Calcanhar até a Baía de
Todos os Santos. O Ceará encontra-se na parte na costa semiárida e sua Zona Costeira
possui 573 km, compreendendo 33 municípios, divididos em 4 setores pelo
Gerenciamento Costeiro do Ceará (GERCO/CE), realizado pela Superintendência
Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) e pelo Governo do estado do Ceará.
Localizada na margem equatorial atlântica a Plataforma Continental do estado do
Ceará, possui uma profundidade que chega a 100 m. Com sedimentação influenciada
pelo clima semiárido na Zona Costeira, essa região possui um reduzido aporte fluvial
(Maia, 1998). Isso significa dizer que não existe uma influência continental significativa
na geologia costeira da região.
O lado oeste do Ceará possui 21 praias, uma delas é a praia de Paracuru, onde
está a Plataforma Petrolífera, que será descomissionada. O litoral cearense apresenta
vastas extensões de praias arenosas e planícies de acumulação de sedimentos onde
ocorrem dunas fixas e móveis. Essa característica arenosa é interrompida por
afloramentos rochosos e recifes de praia, ou beach rocks (Mattheus-Cascon; Lotufo,
2006).
Tal Estado ainda apresenta comunidades com renda familiar voltada à pesca e
com o município de Paracuru não poderia ser diferente. O município de estudo
apresenta uma cultura voltada para a agricultura, turismo e pesca artesanal, que
contempla a obtenção de alimento para as famílias dos pescadores ou para fins
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
40
exclusivamente comerciais. Caracteriza-se também pela presença de recifes de praia,
como mostra a Figura 15.
Figura 15: Praia de Paracuru
Disponível: <http://www.pbase.com/alexuchoa/image/137475924>, 2010. Acesso em: 19 de abril de 2015.
No estado existem projetos de recuperação dos animais marinhos encontrados na
Costa Cearense e em suas proximidades. Podemos citar o Aquasis, que cuida da
preservação dos mamíferos marinhos, como o peixe-boi, e o Tamar que busca a
preservação das espécies de tartarugas encontradas na costa. Projetos como estes
fazem com que a construção do recife, seja ainda mais interessante do ponto de vista
da conservação ambiental da fauna e da flora da região.
2.5 Mitigação de Impactos Ambientais Causados por Descomissionamento e
Posterior Formação de Recifes Artificiais
As jaquetas são compostas por estruturas de aço treliçadas e essas estruturas
em contato com a água do mar podem sofrer corrosão e liberar materiais tóxicos no
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
41
meio ambiente. Quando as plataformas ainda estão em funcionamento é feito um
procedimento para impedir esta corrosão, mas quando tombadas isso já não ocorre
mais e por tanto se faz necessário um monitoramento dessas estruturas até que recife
se estabeleça e não exista mais o risco da corrosão.
A corrosão é um processo natural de deterioração dos metais no qual agente
externos quando em contato com os metais causam perda material por dissolução, este
processo pode comprometer as estruturas e podem liberar materiais tóxicos após as
reações químicas. Segundo Gentil (1996), corrosão é definida como a deterioração de
um metal por ação química ou eletroquímica.
Existem algumas variáveis que estão ligadas ao aumento da taxa de corrosão,
que devem ser estudadas:
Como a velocidade com que o fluido passa pelo metal;
A temperatura que pode aumentar a velocidade das reações;
Fatores mecânicos como fadiga, atrito e outros.
A deterioração em ambientes marinhos profundos caracteriza-se por baixas
temperaturas, alta concentração de cloreto, baixa quantidade de oxigênio, presença de
CO2 e H2S, microrganismos e alta concentração de sais dissolvidos. Entre os diferentes
tipos de corrosão, o desenvolvimento de pites é bastante comum em água do mar e
mais difícil de ser controlado (ANSELMO et al, 2006).
A corrosão por pites é um tipo muito localizado de ataque, onde a destruição é
confinada a pequenas áreas resultando em furos bem pequenos que penetram o metal,
enquanto outras partes do metal permanecem passivas (Galvele, 1978). Por serem
pequenos furos, de ordem de milímetros quadrados ou menos, é difícil de ser
observada.
A resistência à corrosão dos aços inoxidáveis pode ser feita a partir do processo
de passivação do aço ou pela proteção catódica. Segundo Carbó (2005), o processo de
passivação corresponde à formação de uma película de proteção contra a corrosão e
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
42
necessita formar um óxido com a utilização de um meio oxidante para formas o filme
passivo melhor e mais homogêneo sem remover nenhum material.
Enquanto a proteção catódica é uma técnica que reduz ou elimina a corrosão do
aço tornando-o catódico, seja por impressão direta em sua superfície de corrente
contínua com uso de retificadores, seja pela introdução de corrente contínua galvânica
com a utilização de ânodos de sacrifício (FERREIRA, 2013).
Nas jaquetas da maioria das plataformas marítimas adota-se a proteção com
corrente contínua galvânica contra a corrosão de suas estruturas. Um ponto crítico na
proteção catódica é a distribuição da corrente ao longo da estrutura. A existência de
nós, com grandes números de elementos estruturais, criam condições de blindagem,
dificultando o acesso da corrente nesses locais e fazendo-se necessária a colocação de
anodos galvânicos, a fim de inserir nestes locais a corrente necessária (Cândido, 2011).
É feito durante todo o tempo de permanecia da plataforma verificações a fim de medir o
potencial eletroquímico em plataforma (Figura 16).
Figura 16: Medição de Potencial Eletroquímico em plataforma
Fonte: LEODIVERS, 2008.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
43
Como a água do mar é rica em saís torna-se um eletrólito de resistência elétrica
muito baixa, logo, a resistência do circuito de proteção catódica é também baixa.
Resultando num baixo consumo de energia para realizar a proteção. Nas partes
emersas das jaquetas é utilizado o processo de pintura para impedir a corrosão.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capítulo III
3. Metodologia
A metodologia do trabalho é baseada em pesquisa bibliográfica, na busca de
informações sobre plataformas offshore, sua construção e sua desativação.
Segundo Macedo (1994), esse tipo de pesquisa consiste na busca de
informações bibliográficas, utilizando uma seleção de documentos que correspondem
ao tema da pesquisa (livros, artigos de revistas, trabalhos de congressos, verbetes de
enciclopédias, teses, dissertações, etc.), seguido de fichamento das referências
utilizadas ao final do trabalho.
3.1. Desenvolvimento de multimídia para mostrar a construção do Recife Artificial
Para o desenvolvimento do recife, foi utilizada a parte submersa da plataforma,
chamada de jaquetas, uma estrutura formada por tubos de aço. A partir dessa estrutura
foi realizada a simulação, com o desenvolvimento de multimídia, utilizando os seguintes
programas:
Google Sketchup versão 2015;
Adobe Photoshop versão CS5;
Windows Movie Maker.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capítulo IV
4. Resultados e Discussões
Como vantagem essa técnica permite a formação do recife artificial no local do
tombamento e como desvantagem, o CPA - Climate and Pollution Agency (2011),
mostra a possibilidade do risco ambiental envolvido em dispor esses materiais no fundo
do mar, pois existe o risco de contaminação devido aos resíduos perigosos usados na
construção das estruturas.
Os descomissionamentos realizados em outros locais demonstram que o
tombamento proporciona a criação de um recife artificial que vai auxiliar o ambiente a
recuperar-se da atividade anteriormente desenvolvida. Por exemplo, pode-se citar o
tombamento de plataformas offshore do tipo jaqueta que funcionava na região do Golfo
do México (Figura 17) a imagem mostra em uma sequência de fotos retiradas de um
vídeo mostrando a vida que se forma após o tombamento das jaquetas e quando o
recife se estabelece nas estruturas.
Figura 17: Plataforma tombada no Golfo do México
Fonte: CAPTAINALWALKER, 2012.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
46
A corrente marinha do Golfo do México é bastante conhecida por ser de águas
quentes e por levar essas águas ao oeste europeu tornando os países dessa região
mais quentes do que outros países que estão na mesma posição que eles em outras
áreas do globo.
Essa corrente quente aquece o clima no Golfo do México o que contribui para a
pluviosidade da região, logo suas águas quentes favorecem a evaporação. Nessa
região é comum o acontecimento de tempestades e furações.
Durante muitos anos a plataforma fica em produção e as jaquetas tornam-se
habitat de várias espécies, acredita-se que a retirada delas pode causar mais impactos
negativos no ambiente, do que a utilização das mesmas para a criação de recifes
artificiais.
Abaixo será mostrada uma sequência de imagens que corresponde a uma
plataforma também no Golfo do México que não está mais em funcionamento e que
não teve suas estruturas retiradas até a data da filmagem, tal imagem mostra a vida
que está refugiada nessas estruturas (Figura 18).
Figura 18: Jaquetas da plataforma abandonada.
Fonte: MARKPRIMO, 2013.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
47
Por ser uma pesquisa pioneira no Estado, o esperado é que aconteça o mesmo
que em outras partes do mundo, já que o tombamento consiste na realização do corte
da estrutura (de aço) com remoção do deck (estrutura que fica acima da coluna d’água),
guardando uma profundidade de aproximadamente 30 metros e tombando a estrutura.
Diversos estados americanos adotaram como sistema de descomissionamento a
construção de um recife artificial a partir das estruturas de suas plataformas. Por
exemplo, a Louisiana, Texas, Flórida, Mississipi, Califórnia e Alabama.
No estado da Louisiana foi criado um programa de recifes artificiais que utiliza as
plataformas de petróleo e gás obsoletas na criação dos recifes. Desde o início do
programa foram utilizadas 320 jaquetas de plataformas desativadas e criaram-se 71
recifes na costa da Louisiana. A utilização destes materiais provou ser altamente bem
sucedida (DEPARTMENT OF WILDLIFE AND FISHERIES, [sd]).
O Texas Parks and Wildlife Artificial Reef Program é um programa de construção
de recifes artificiais que conta com 66 locais de recifes que variam de 5 a 100 milhas da
costa do Golfo do México, sendo este local utilizado para a pesca comercial e recreativa
e para a prática de mergulho desempenhando um papel importante na economia local.
Este programa é financiado através de parcerias industriais (TEXAS PARKS &
WILDLIFE, [sd]).
Na Florida o Florida Fish and Wildlife Conservation Commission é um programa
que utiliza não somente partes de plataforma na construção de seus recifes, mas
também navios antigos, tanques de guerra inativos e diferentes outros materiais
(FLORIDA FISH AND WILDLIFE CONSERVATION COMMISSION, [sd]).
O programa Mississipi Artificial Reef Bureau de construção dos recifes artificiais
iniciou-se na década de 1960 com a implantação de carrocerias de automóveis em
águas marinhas e posteriormente o estado recebeu alguns navios abandonados para
transformá-los em habitats da vida marinha. O Departamento de Recursos Marinhos do
Mississipi (MDMR) em parceria com as companhias de petróleo utilizam também
plataformas offshore desativadas no desenvolvimento de novos recifes artificiais
conhecidos como Ring to Reef (Figura 19) (DEPARTMENT OF MARINE RESOURCES
MISSISSIPI, 2013).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
48 Figura 19: Mapa dos Rigs to Reefs
Fonte: Mississipi, 2013.
Quanto à corrosão podemos dizer que:
As plataformas petrolíferas tem uma vida útil de, aproximadamente, 25 anos e
durante esse tempo as jaquetas tornam-se parte do ecossistema com a incrustação de
varias espécies. Logo, acredita-se que não exista um grande risco de haver corrosão
nestes materiais.
Quando tombada a estrutura terá essa camada de proteção que servirá como
capa de proteção contra a corrosão. Ainda assim, é necessário ser realizado um
monitoramento da estrutura após o tombamento com o objetivo de acompanhar o
desenvolvimento do recife, visto que essa metodologia nunca foi adotada no Brasil.
Em relação a risco de acidentes, podemos afirmar que:
Não haverá riscos de ocorrerem choque entre os navios e a jaqueta (recife
artificial), pois tomando como base as dimensões da jaqueta da plataforma de Mexilhão
(PMXL-1) que possui jaquetas de 182 m de altura total, 70 m x70m de dimensões da
base, 40 m x 40 m de dimensões do topo e está a uma lâmina d’água de 172 m (PE
DESENVOLVIMENTO, 2009).
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
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O calado, profundidade em que o navio fica submerso, permitido nos Terminais
Portuários do Pecém e do Mucuripe, é em média, respectivamente, 14,0 m e 10,6 m
(CEARÁPORTOS, [sd] & SEP, 2012) caracterizando os navios que passam pela costa
cearense com calado inferior a 14 metros.
Logo, o recife artificial será um ambiente que não causará risco de encalhe aos
navios que costumam passar pela costa, pois as dimensões da jaqueta da PXA-03,
objeto deste estudo, que se encontra a uma lâmina d’água de 32 m (ANP, 2013), tem
altura total de 42 m, dimensões da base de 16,2 m x 16,2 m e dimensões do topo 9,3 m
x 9,3 m.
O arquivo multimídia desenvolvido durante o desenvolvimento do trabalho,
mostra desde o tombamento até a formação do recife artificial. Intitula-se Tombamento
e Posterior Formação de Recife Artificial, disponível para visualização em:
<https://www.youtube.com/watch?v=XKqnOH2_YAk>.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capítulo V
Conclusão
Como objetivos tivemos:
- Avaliar se as condições ambientais são adequadas à utilização de jaquetas
para a formação de recifes artificiais no Estado do Ceará; e
- Desenvolver um arquivo de multimídia, visando à demonstração da utilização
de Plataformas offshore, após o descomissionamento, para a formação de recife
artificial.
Identificou-se que no Brasil ainda não foi aplicada a metodologia proposta no
presente trabalho, em nenhuma de suas plataformas descomissionadas. Segundo a
Resolução ANP nº 27/2006, a regra geral é a desativação com remoção das instalações
com a possibilidade de partes da estrutura ficar também disposta no leito marinho.
Os recifes artificiais servem como refúgio de varias espécies podendo vir a se
tornar um local de pesquisas científicas, pesca familiar, mergulho e outras atividades. O
clima tropical da região proporciona a proliferação mais rapidamente da ictiofauna e das
outras espécies que ainda irão se aproximar dos recifes, fazendo com que o
repovoamento ocorra de forma natural a partir da criação do recife artificial.
Visto que as jaquetas estarão cobertas por espécies marinhas mesmo antes de
serem tombadas, a neutralização dessas jaquetas será realizada por esta cobertura,
minimizando o risco de contaminação marinha devido à corrosão do aço.
Conforme os dados levantados sobre dimensões da jaqueta não haverá riscos
de choques com os navios que passam pelo litoral cearense. Assim, na busca de
recuperar o ambiente degradado, o trabalho aqui exposto traz uma forma de realizar
esse descomissionamento mais sustentável.
A versão digital, postado em 08 de jun de 2015, está disponível em,
<https://www.youtube.com/watch?v=XKqnOH2_YAk&feature=youtu.be>,
intitulado Tombamento e posterior formação de recife artificial.
MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o
descomissionamento das plataformas offshore.
Capítulo VI
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