uxd alguem esta fazendo isso por voce

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  • Design para aExperincia do Usurio:algum est fazendoisso por vocUm livrinho para quem querser protagonista no processode Design

    Thiago EsserEsse livro est venda em http://leanpub.com/UXD-alguem-esta-fazendo-isso-por-voce

    Essa verso foi publicada em 2014-04-15

    This is a Leanpub book. Leanpub empowers authorsand publishers with the Lean Publishing process.Lean Publishing is the act of publishing anin-progress ebook using lightweight tools and manyiterations to get reader feedback, pivot until you

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    This work is licensed under a Creative CommonsAttribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0Unported License

  • Contedo

    INTRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11. No fui eu nem voc quem inventou a

    Experincia do Usurio . . . . . . . . . . . 42. Parceiros de front vs. Caciques . . . . . . . 63. Essa pose de Mister M s vai te f**** . . . . 104. Seja um empreendedor DENTRODA FIRMA 125. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 146. Design Centrado no ** (esse captulo

    contm um termo chulo) . . . . . . . . . . 227. Mtodo de Pesquisa Talib . . . . . . . . . . 258. Eu j fao um pouquinho de UX Quero

    fazer mais! . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

  • INTROA gente tem levado a srio essa coisa de mexer coma Experincia do Usurio. At dado uma certa sole-nidade ao nosso trabalho: Designer de Experincia(s).Acho que chegada a hora de provar isso tudo semmedo e sem amor, com um pouco menos de respeitoa esse novo cnone, o de fazer coisas centradas nousurio. claro, de forma alguma querendo dispensar o valordessa abordagem inmeros exemplos provam queainda ela nem bem se consolidou. mais no sentido de ver como estamos fazendo otrabalho at aqui, tirando alguns floreios. Vamos terum tte--tte. Uma D.R. (das leves!).J me peguei vrias vezes pensando, ser que estoufazendo esse trabalho da forma certa? e essa per-gunta me levou a preencher lacunas de aprendizado.Em outros casos, me botou cabreiro, no sentido deser que estou fazendo segundo os padres e normasinternacionais?. Eles no existem, ou no tem impor-tncia, porque um bom trabalho independe deles. Argua sua.

  • INTRO 2

    Eu sei que s vezes no fcil saber se estamos nocaminho certo quando no temos ningum para noscomparar. o caso do designer solitrio, aquele quetrabalha na modstia, na escurido de no ter umpar na mesma funo. Dica: se voc esse cara e sepreocupa, provavelmente est no caminho, afinal, estgastando tutano com isso. (Desde que o prximo passoseja uma ao, bom lembrar).Depois, parte esse conflito interno, tem OS OU-TROS: o gerente, o dono da empresa onde voc tra-balha, os clientes, seu colega que sabe tudo de design,alm do prazo, da verba, do briefingAh, bommesmoseria trabalhar sem tudo isso, n?No :) E no somente por uma questo de impossibi-lidade. Design sem restries, sem atender a necessi-dade de algum e sem compromisso com as pessoas(de dentro ou fora da empresa) AMEBA DESIGN.Sem forma, sem propsito, sem graa.Mesmo sem designer, toda empresa faz design bomou mau. O algum est fazendo isso por voc serefere a essa ausncia de um responsvel. Se no ocaso do seu negcio, j tem no mnimo meio caminhoandado.No se trata de dizer que algum est roubando olugar de um ou mais designers. Aonde quero chegar ao ponto onde o design seja feito a partir de esforos

  • INTRO 3

    coordenados e contnuos, o que demanda o gerenci-amento de um profissional seja designer ou outronome parecido.Eu quero falar um pouco sobre ser ouvido e ter suaopinio considerada sem sermos mimados, crianascom um dom especial quando as questes estiveremao nosso alcance. E, a propsito, qual o nosso alcancemesmo?Estique as pernas, relaxe. hora de a gente falar sobreesse processo mgico e misterioso (mentirinha) que a criao pelo design.

  • 1. No fui eu nemvoc quem inventoua Experincia do

    UsurioNo fui eu nem voc, dentro da sua empresa ou traba-lhando para os seus clientes, que inventou essa tal deExperincia do Usurio. Aceite o fato. Tampouco foi oDon Norman, o cara a quem creditada a criao dotermo User Experience (UX).Siga-me nessa linha de raciocnio.Desde que o homem homem ele tem EXPERIN-CIAS, certo? Guarde essa informao.E isso que hoje chamamos de USURIO, pode sertraduzido de forma mais universal e atemporal porpessoa que usa um servio ou produto. Ento, exis-tem usurios desde que inventaram o capitalismo?Se a experincia coisas das antigas, e o usurio existeh mais tempo do que antes de ontem, quando algumfoi comprar po e cigarro na esquina pela primeira

  • 1. No fui eu nem voc quem inventou a Experincia doUsurio 5vez, concluo que a EXPERINCIA DO USURIO no algo novo e que no foi inventada com o surgimentodo termo, h uns vinte anos atrs.E tem outro caso pra acabar de vez com a sua iluso:voc, brilhante designer da UX (se no for designernem brilhante, assuma o papel, empatize com essapersona), foi recm contratado pra assumir essa fun-o, indita numa determinada empresa tampouco com a sua chegada que passar a existir a gloriosaExperincia do Usurio nesse lugar.Mas porque eu estou dizendo isso? Porque impor-tante ter uma postura humilde de saber que voc novai resolver todos os problemas com o seu conheci-mento. Voc no o dono da UX s por causa de umttulo.Mesmo quando no h designer, sempre vai haverdesign, e algum definindo-o de alguma forma. Ento,quando entrar na jogada, que seja pra somar aosesforos que j existem, e no para dizer que o donoda bola e do campinho.

  • 2. Parceiros de frontvs. Caciques

    Nessa estrada da vida de designer, a gente tem quecompartilhar muita coisa com os outros. Eu no melembro de nenhuma ocasio onde meu trabalho foiapresentado sem gerar nenhum questionamento ouressalva (no receber nenhum feedback sobre ele podeentrar no rol das ressalvas).Pronto para lidar com isso? Pronto ou no, voc jdeve estar lidando. Agora vamos separar os queajudam dos que atrapalham, e como lidar com eles.Vou chamar os que ajudam de Parceiros de front.So os que pegam nas armas com a gente, os desig-ners. Eles nos prestam auxlio principalmente de duasformas: metendo a mo na massa ou simplesmentetornando as coisas mais fceis ao tirar obstculos docaminho. no mnimo de bom tom no afastar esses carasde voc. Quer dizer, so eles que vo ajud-lo aatingir desafios maiores, como por exemplo manteruma coerncia em um grande projeto do incio ao fim,

  • 2. Parceiros de front vs. Caciques 7

    antes que algum do outro lado j chego l resolvatomar as rdeas das definies de design.E tem outra. Na prtica, quem define os aspectos dedesign de um servio ou produto no s o designer.Porque so vrios os aspectos. Algumas questes decunho funcional, que so definidas por pessoas deperfil extremamente tcnico, tambm fazem parte dodesenho de uma soluo, ou condicionam de algumaforma a Experincia do Usurio.O que recomendo, junto a esses aliados, criar umcanal que permita a eles lhe consultarem quando esti-verem em dvida. Namedida do tempo isso pode criaruma cultura de boas prticas, onde, quando houvernecessidade, as pessoas no vo procur-lo para pedira beno situao que as afasta mas sim porqueconsideram sua opinio vlida.Do outro lado, existem os Caciques. Chamo-os as-sim por conta daquela expresso muito cacique parapouca tribo. Ento, isso mesmo que esto pen-sando no sentido pejorativo da coisa mesmo :)Mas como agem essas pessoas para serem chamadasassim? Elas se colocam acima do processo de design,que normalmente implica em colaborao, trabalhoiterativo e alguma pesquisa, para ficar s em algunspontos.Na sua pior manifestao, eles so aquela caricatura

  • 2. Parceiros de front vs. Caciques 8

    que diz bota o fundo na cor verde porque eu gostoassim, ignorando solenemente o objetivo de um tra-balho que, seja qual for, no pode se resumir a umaquesto de gosto pessoal porque a vira qualqueroutra coisa, diletantismo puro.No vamos ficar s na verso ridcula, para no acha-rem que implicncia com chefe ou cliente mala.O cacique tambm trabalha sem espalhafato, quandodiz vai por mim, eu que sei, sendo que a suaviso no traz consigo uma experincia mais apu-rada daquelas prticas comuns ao processo que citeiali acima. Suas referncias so auto-referentes, eusempre fiz assim e funciona. Ok, mas, primeiro detudo funciona mesmo? Quando voc diz para ocacique (tambm pode ser a cacique) que quer testarumas coisas, validar umas hipteses, ele geralmentevai dizer que no precisa, assim mesmo do jeitoque estou te falando e no mais, pesquisa caro, levatempo.No aconselho fugir desses sujeitos, porque na prticavoc no ter muito escolha o seu chefe, gestor,colega da mesa ao lado Aproveite situaes comoessa para treinar habilidades complementares ao seumtier, como a capacidade de negociar. Qual o perfildele(a)? mais visual ou se deleita com uma boaexplicao verbal? mais sinttico ou gosta de tudo

  • 2. Parceiros de front vs. Caciques 9

    bem explicadinho? Qual a melhor hora do dia paravocs falarem? Depois de convenc-los, qualquer umfica mais fcil.

  • 3. Essa pose deMister M s vai te

    f****Mister M ou David Copperfield, pegue o seu mgicopreferido. E agora esquea de tentar imit-lo, ou detentar vender sua imagem. Fazer design no mgica.Eu no quero aqui bancar o chato, nem ser maisrealista que o rei, mas convenhamos: no existe balade prata no design. Isto , aquele cara que capaz deresolver qualquer problema com a sua genialidade.No contexto normal de desenvolvimento de produtose servios, ningum faz nada sozinho. Comometfora,pegue a seleo brasileira de futebol, que algumasvezes juntou uma penca de craques e teve maus resul-tados. Ou, por outro lado, times super profissionais dofutebol mundial, coleo de estrelas, que se tornaramimbatveis pois jogavam como uma equipe.Existem designers acima da mdia, mas raramenteeles iro trabalhar e definir tudo sozinhos, certo?Mesmo com vrios desses em um mesmo time, as coi-

  • 3. Essa pose de Mister M s vai te f**** 11

    sas podem dar errado, em projetos que no podiamdar errado grandes expectativas, grandes empresas,com o dinheiro no sendo um problema.O designer que s vende o produto (o resultado) ese esquece de ofertar o processo, colabora para umaviso mgica do design. Insistir nessa postura, diantede prticas to difundidas como o design thinking, queprocura espalhar por a de que forma trabalhamos,ferra com a NOSSA reputao opa, mais uma vezno est sozinho! quando as coisas do errado. Emtempo, as coisas darem errado, nesse caso, quer dizero design no atingir exatamente o resultado esperado,nada menos que uma bala de prata direto no corao.Considero mais honesto nos vermos como artfices doque como artistas. Artistas so seres iluminados embusca de inspirao para seu prximo trabalho (ok,s um clichezinho bobo para explicar minha idia),enquanto artfices so aqueles que vo encontr-laenquanto trabalham.

  • 4. Seja umempreendedor

    DENTRO DA FIRMAMuito se tem falado de empreendedorismo como sin-nimo de montar um negcio. Tambm est embu-tido nessa noo uma certa disposio para mudar ascoisas o tal esprito empreendedor.Aqui quero falar sobre esse nimo, sem necessaria-mente ser aplicado criao de uma empresa. Mesmosendo um empregado, voc pode (e vai precisar) terque atuar empreendendo internamente, na sua em-presa.Isso porque o valor de se ocupar com a Experincia doUsurio no algo bvio. Muitos produtos ficam snos aspectos mais funcionais, o que bsico. Porm,na medida em que nos aprofundamos, vemos queexiste mais coisa, partes menos visveis da relao daspessoas com esse produtos.O papel do designer trazer essas partes tona.Promover conversas e pesquisas que considerem os

  • 4. Seja um empreendedor DENTRO DA FIRMA 13

    usurios de forma no-simplista. V-los de forma no-simplista encarar o fato de que no somos bichosmaniqueistas, s querendo realizar uma tarefa e ir pracasa.Ento isso: voc vai se ver vendendo idias quesupunha que no precisassem ser vendidas. Educar osclientes, educar os colegas voc j ouviu sobre isso.Comunicar aos outros o valor do que faz, esse o seuempreendimento, por hora.

  • 5. Coisas que umUXer sabe (ouprecisa saber)

    J disse antes que Experincia do Usurio de respon-sabilidade de todo mundo?Ok, ento isso que dizer que essa funo de designerda (ou para a) UX pode ser desempenhado por qual-quer um dentro do projeto?Sim, em teoria sim, mas na prtica isso implica em teralgumas habilidades. Muitos dos que usam o nome,ou praticam o que h por trs dele, vieram do De-sign Grfico para a Web. Mas como a abordagem deservios como experincia algo abrangente, e nocomporta s o aspecto grfico-visual, a tendncia temsido de que outras pessoas se sintam vontade paradesempenhar a funo, tais como desenvolvedores desoftware e analistas de negcio.E quais so essas habilidades ? Se voc encarre-gado(a) de definir/projetar dois ou mais dos aspectosque vou listar abaixo, provavelmente j um UXer.

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 15

    Porm, mais importante que isso, saber o que vocpode oferecer de forma consciente, ou o que pode lheser demandado aprender em algum momento.Esttica/Interface: a cara daquilo que voc projeta.Comecei por esse aspecto porque a ele que o designem geral associado. Mas j deixo o alerta: design no s aparncia; e alm disso minha opinio pessoal nem sempre a parte mais interessante do que nsdesigners temos para oferecer. evidente que esse rosto do que produzimos quevai formar boa parte da personalidade de um produto.O desafio que essa camada visual a represente deforma justa, sem oferecer mais nem menos do quepode entregar.Um visual muito bem acabado pode repercutir mal, seoutros aspectos lgicos, funcionais no o acom-panharem, uma vez que esse requinte todo seta umaexpectativamuito alta. No sentido contrrio, h exem-plos de que um visual pobre pode ser relevado, secompensado com outros benefcios. Vide os casos doTwitter e do Google no seu estgio inicial.Hierarquia das informaes: como as diversas partesde um sistema, site, aplicativo esto distribudas? Qualo peso que as informaes tm quando um servio estrodando? Como apresentar um montante de dadosdando nfase para aquilo que realmente importa?

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 16

    So perguntas a serem respondidas por quem zelapela Arquitetura de Informao, ou pelo Design deInformao.Imagine se tudo tivesse o mesmo peso e importnciaO resultado disso seria de uma monotonia insupor-tvel, alm de nos deixar desorientados (por ondecomear?).Na prtica, mesmo sem planejamento ou conscincia,as empresas definem essa hierarquia. O que o designerpode agregar, nesse caso, a capacidade de criar es-truturas que correspondam aomodelomental dos seususurios, e no simplesmente a uma lgica interna dosistema.Navegao/Interao: como a relao do usuriocom um produto ou servio? Como o fluxo atravsde suas sees? Qual resposta (reao) ele obtm apartir de algumas aes?Essa parte se assemelha muito a uma conversa, e paraser bem sucedida ela 1) tem que ser uma via de modupla e 2) tem que rolar sem dor, ser uma conversaagradvel.Numa relao bilateral, no h exigncias indevidasde qualquer das partes, como por exemplo algunssistemas que exigem uma adaptao absurda a umasrie de regras ou a alguma lgica muito particular.Igualmente, da outra parte, no d pra desenvolver

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 17

    produtos em grande escala que atendam a todas asnecessidades individuais. Design sntese.Usabilidade: quando falamos em ergonomia, vem cabea o design de produtos como cadeiras. Como oassento e o encosto podem se adaptar ao formato docorpo humano?, a pergunta.Agora imagine como isso pode ser aplicado s in-terfaces que rodam em PCs, tablets ou smartphones.A adaptao ao formato do corpo segue sendo umadiretriz vide o uso de gestos nos dispositivos mveis, mas alm disso essas interfaces tem que se adaptar capacidade cognitiva, ao conhecimento demundo e aomodelo mental de quem usa essas interfaces, pois elasse valem de metforas e da manipulao de matriavirtual, como dados e informaes.Nesse sentido, a Usabilidade um aspecto que seaproxima bastante da base da pirmide das necessi-dades dos usurios. Um produto usvel mais do queum produto simplesmente funcional. Isto , no bastas conseguir realizar uma tarefa, fazer uma compra,cumprir uma misso isso tem que ser feito comonuma boa interao: sem dor.Texto/linguagem: se uma boa interao como umaconversa, o texto ou a linguagem que voc usa quevai dizer qual o rumo desse papo. Das palavras, frases,mensagens, quais caractersticas se depreendem do

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 18

    seu servio? Ele amistoso, coloquial, srio, humano?Quente ou frio? para iniciados ou para leigos?Dependendo do tom de voz, sua marca percebida deuma forma. O jeito como uma atendente em uma lojalhe recebe e lhe dirige a palavra. Os textos de um site geralmente, tidos como uma parte fcil de definir,mas que na prtica so uma pedra do sapato, poisdefinem o que um empresa e como ela se comunicaverbalmente. As mensagens que um aplicativo mostra medida em que as tarefas so realizadas. Nada disso de graa ou passa despercebido do usurio.O bom que esse aspecto assim como todos outrosque foram citados acima pode ser definido de formaestratgica e consciente. Isto , seu negcio pode pen-sar antes de falar, embora boa parte deles encontrea sua voz atravs de tentativas e erros Exatamentecomo as pessoas, no ?Emoo: h como definir previamente que emoesas pessoas vo ter, antes de tirarmos um produto dafbrica? Isto , desenhar algo para que se sintam deum determinado jeito? Difcil afirmar que sim, pormtudo o que foi colocado acima um trabalho paraque elas se comportem ou se sintam de determinadaforma. Como ignorar esse fator a emoo , todifcil de medir, e que nem sempre se manifesta clara-mente?

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 19

    H dois plos fceis de visualizar: o cliente super sa-tisfeito, que no hesita em contar aos outros o quantose sente exultante a respeito de uma experincia comumamarca; outro, que vocifera nas redes sociais sobreseu descontentamento com uma compra recente.No meio disso tudo, uma srie de emoes poucosondadas, sentimentos estranhos, difceis de definir.Como dono de um negcio, voc no sabe o quefazer para chegar at eles (Diabos, o que est levandotanta gente a desistir de contratar os meus servios naltima hora?). Como cliente, voc tambm no sabemuito bem o que dizer Ou melhor, isso nem sequerlhe vem mente. Voc s segue em frente.Por hora, vamos dizer simplesmente que voc trabalhapara produzir essas emoes. Como responder a elasna medida em que tomarem corpo? Essa parece umapreocupao justa, que no leva parania de sabertudo o que se passa na cabea dos seus usurios.Aspectos Complementares: existem alguns pontosque no esto explcitos nas descries de oportunida-des de trabalho relacionadas a UX, mas eu diria queso um diferencial. Talvez um pouco mais que isso,saber lidar com eles seja uma necessidade.O UXer no pode ignorar como funciona um servioem termos de negcios. Na linguagem comum, qual o modelo de negcios desse servio, o que o

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 20

    sustenta e mantm de p. Existem figuras que jse ocupam disso tradicionalmente o dono do/ouanalista de negcios mas ficar boiando em relaoao assunto e dizer no comigo, um tiro no p. Odesigner tem que entender essa dinmica, pois paraela tambm que ele projeta.(Bom, algumas vezes parece que ele projeta S paraela, do tipo assim que ofertamos nosso produto,quem quiser. Mas claro que essa abordagem porsi s no cola mais, em boa parte das vezes, seno esselivro aqui nem existiria.)Alm disso, o designer precisa ter alguma compreen-so sobre a viabilidade tcnica daquilo que projeta.Conhecer a tecnologia que est por trs das coisasQuanto maior o nvel de conhecimento, mais diretoao ponto ele ir.O importante para um leigo respeitar a opinio dequem tem esse conhecimento tcnico e a vai umadica pra quem tem colegas ou parceiros de corpo mole no se deixar levar pela retrica do no d prafazer, quando essa quer dizer no quero fazer.Se tem uma coisa valiosa que aprendi trabalhandocom design, que sentar ao lado de uma pessoa deperfil tcnico e tentar resolver um problema metendoa mo na massa, compensa muito mais que qualquerelucubrao. Eis o porqu: no primeiro caso, ao fim

  • 5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber) 21

    do processo, temos algo pra mostrar/validar junto aosinteressados; no outro, temos s uma ideia, portanto,muito mais sujeita a reticncias e ceticismo na hora deser validada.S mais uma coisinha. Duas, na verdade.No h como responder por conta prpria a todas asdvidas que surgirem sobre os quesitos acima. Paraessas questes em aberto, existe a pesquisa. Nosabe? V dar uma averiguada. No captulo 7, umpouco mais sobre isso.E para fechar, compartilhe sempre que possvel a evo-luo do seu trabalho com os interessados. Transformeo que bvio para voc no bvio compartilhado.Porque, no fim das contas, quando vamos ver, no erato bvio assim para todo mundo.

  • 6. Design Centradono ** (esse

    captulo contm umtermo chulo)

    Houve um tempo em que o design era centrado noproduto, na empresa ou no modo de produo. Noque essas orientaes de dentro para fora das orga-nizaes tenham desaparecido. O fato que elas setornaram insuficientes para dar conta das mudanasscio-econmicas por que passamos, vide o empode-ramento do consumidor, exigindo mais qualidade eadequao dos servios, bem como a necessidade dasempresas se diferenciarem diante da concorrncia.O *Design Centrado no Usurio * (DCU) uma abor-dagem de fora para dentro que d nfase s neces-sidades, desejos e limitaes das pessoas que vo usarnossos produtos. No obrigatoriamente os que vopagar a conta (os clientes E a est algo que deixaos homens de negcio um pouco aflitos).O valor do DCU no est em excluir os outros fatores

  • 6. Design Centrado no ** (esse captulo contm um termochulo) 23na construo de produtos, como os negcios ou atecnologia, mas sim dar uma nfase maior s expe-rincias que as pessoas esto procurando ( propsito,at como forma de encontrar novas oportunidades denegcio).Voc j deve ter ouvido aquela piada que comeacom a pergunta qual o rgo mais importante docorpo humano?. Vou resumir, para quem no lembra.Quem responde so os prprios rgos: Sou eu, ocorao, porque bombeio sangue para todo o corpo!No, no Sou eu, o pulmo! Sem o meu oxignioo crebro no funcionaria, s para dar um exemplo.E assim por diante at chegar ao intestino, que alegaser o mais importante de todos pois sem ele a digestono se completaria. Eis que l do fundo se ergue umavoz: Esqueam! Se eu quiser, eu tranco tudo e querover como as coisas vo ficar O mais importante dosrgos sou eu, o cu. Ponto.No raro o usurio tambm chamado usurio-final,porque est no extremo oposto da cadeia em relaoa quem produz quem de fato paga (o pato) pelodesign centrado no negcio, ou no dono dele. claro, aquele que paga a conta tambm pre-judicado se as coisas no fluem, sobretudo se estedesempenha mais de um papel (cliente-usurio). Noscasos de servios onde no h alternativa, por falta de

  • 6. Design Centrado no ** (esse captulo contm um termochulo) 24concorrncia ou por imposio hierrquica, a soluoque os usurios acham trancar tudo, fazer greve.Uma comparao exdrxula, mas que mostra comoalgumas empresas enxergam seus usurios, e qual opoder que eles tm.

  • 7. Mtodo dePesquisa Talib

    Pesquisa uma atividade que parece no casar de jeitonenhum com alguns cenrios de empresas, principal-mente aqueles onde h grande presso por cumpri-mento de prazos. difcil ser exploratrio com umgatilho no pescooMas h outras faces do preconceito manifesto nafrase fazer pesquisa algo muito caro e demorado:aquela que separa o que do mercado do que daacademia; e aquela que no se beneficia da dvidapara crescer.Desconfio que essa realidade anti-acadmica presentenas empresas (brasileiras?) tem algo de cultural, isto ,passa de uma para outra. Vai mais oumenos assim: aspesquisas realizadas na academia so muito conceitu-ais e no se aplicam realidade dinmica domercado.Se eu no estiver enganado e tomara que eu esteja,num cenrio amplo com esse comportamento asorganizaes perdem de aprender sobre metodologiacientfica de pesquisa, e tambm sobre seu carter fi-losfico dessas pesquisas, quando se perguntam para

  • 7. Mtodo de Pesquisa Talib 26

    onde estamos indo? e faz sentido isso tudo, da formacomo vimos fazendo?.A coisa fica mais obscura quando uma firma, princi-palmente as estabelecidas h mais tempo e de renome,no fazem pesquisa para no demonstrar fraquezaou desconhecimento. Dilogo interno hipottico, seessas empresas forem honestas consigo: Os clientes eusurios no sabem o que querem? Ok. E eles esperamque a gente saiba, certo? Certo. E se a gente contarpara alguns deles que a gente ainda no sabe, masqueremos tentar descobrir juntos? Sem tentar, bemprovvel que a gente continue sem saber isso o que falta, no meu ver, o esprito pesquisador.No sei, mas vou descobrir, com a ajuda de outraspessoas, mesmo que isso me deixe desguardado.Agora, como fazer pesquisa a despeito dos contras(no temos tempo, no temos verba, j sabemostudo que precisamos saber)? Leia-se, como ser maisinvestigador, ter mais dvidas e menos certezas.Em alguns casos, disfarando-se. Hackeando o sis-tema. Misturando suas atividades investigatrias sdo seu dia-a-dia, sem dizer estou fazendo pesquisa.Por isso o nome de Pesquisa Talib, por ser uma ati-vidade subversiva e por ser feita mesmo que ningumtenha expressamente pedido para voc, por acreditarno seu esprito perscrutador.

  • 8. Eu j fao umpouquinho de UXQuero fazer mais!

    Aqui no livro me dirigi aos designers, sem o intuitode ser excludente. Se voc no assina seus emails comesse ttulo, voc tambm pode estar dentro. Considerodesigner da (ou para a) UX quem trabalha de algumaforma com as coisas de que falei no captulo 5.Ento, voc pode estar comeando ou j trabalhandocom algumas dessas coisas e querer ir mais a fundo,crescer.No vou dar dicas de livros nem de blogs para ler.Se voc procurar no Google, deve encontrar fcil asleituras indispensveis sobre o assunto.Vou falar de algumas aes simples que fizeram adiferena para mim.Ache a sua turma. Quando comecei a frequentarencontros e eventos relativos a UX na minha cidade(e depois nacionalmente), minha perspectiva mudou.Passei a ficar mais tranquilo em relao ao que sabia

  • 8. Eu j fao um pouquinho de UX Quero fazer mais! 28

    ou deixava de saber. Fiz amizades novas e a partir da,tinha algum de carne e osso a quem recorrer quandotivesse dvidas. Voc tambm pode achar sua turmana internet, mas pessoalmente, uma outra histria. super inspirador!Abrace o auto-didatismo. Se voc s gosta das coisasbem mastigadas e explicadinhas, de repente ir sedecepcionar. As formaes sobre UX no Brasil, pelomenos ainda no so abundantes; algumas questesno tem uma resposta definitiva (exemplos: UX uma rea ou uma forma de pensar?, A experinciado usurio algo que pode ser desenhado?); o conhe-cimento sobre UX vem de diversas reas de estudo(Design, Comunicao, Psicologia, Antropologia).Isso tudo implica no aprendizado constante e porconta prpria. solitrio mas compensador.Fale de UX na sua empresa. Convencer seus colegasde trabalho ou de profisso de que vale a pena projetarpara a UX a experincia total que as pessoas tem doproduto que voc constri um bom desafio. Voclembra a si mesmo qual o valor dessa abordageme ajuda a criar um ambiente onde o design centradonos usurios possa ser implementado de uma pontaa outra da sua organizao. Alm disso, essa aofomenta a comunidade de UX (tem a ver com aprimeira dica) e pe em prtica seus conhecimentos(segunda dica).

  • 8. Eu j fao um pouquinho de UX Quero fazer mais! 29

    No uma receita de bolo, mas cuidando da Experin-cia do Usurio cotidianamente, mais essas trs aesem algum nvel, dificilmente voc no ver evoluono que faz.

    ndice analticoINTRO1. No fui eu nem voc quem inventou a Experincia do Usurio2. Parceiros de front vs. Caciques3. Essa pose de Mister M s vai te f****4. Seja um empreendedor DENTRO DA FIRMA5. Coisas que um UXer sabe (ou precisa saber)6. Design Centrado no ** (esse captulo contm um termo chulo)7. Mtodo de Pesquisa Talib8. Eu j fao um pouquinho de UX Quero fazer mais!