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V Seminário Hospitais
Saudáveis – SHS 2012
Mesa Redonda 1
Saúde Ambiental: Entendendo a crise ambiental, seus impactos na saúde pública e
papel dos serviços de saúde frente ao desafio da sustentabilidade
Sérgio Valentim Centro de Vigilância Sanitária
A unidade e o todo: do espaço técnico ao político
Água
Energ
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Medic
am
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Resíd
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“Doença” “Saúde” Unidade Produção de bens...
Gestão técnica material/organizacional
Processos, métodos, procedimentos
Dominar, controlar, regularizar
Obter um
resultado com o
melhor rendimento
possível.
Gestão Política/governança: habilidade para negociar e harmonizar interesses
diferentes e contraditórios
Conciliar/congraçar múltiplos “resultados”
O Todo (o conjunto)
Progresso
Desenvolvimento Demandas da sociedade
Coletivas/políticas
Vigilância: Capacidade de predição difusa, baseada em
fatores determinantes extremamente complexos e instáveis.
Interesses difusos
Vigilância do elemento... Cada uma das partes integrantes e fundamentais de uma coisa.
Cada parte identificável que compõe um todo
Iluminação
Insolação
Ventilação
Água tratada
Insetos
Umidade
Resíduo
Esgoto
vigilância do conjunto... COMPLEXO
Que abrange ou encerra muitos
elementos ou partes
conjunto, tomado como um
todo mais ou menos coerente,
cujos componentes funcionam
entre si em numerosas relações
de interdependência ou de
subordinação
Passível de ser encarado ou
apreciado sob diversos
ângulos ou pontos de vista
Acúmulo intensivo do social em espaços
restritos.
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“Doença” “Saúde” Unidade Produção de bens...
Gestão técnica material/organizacional
Processos, métodos, procedimentos
Dominar, controlar, regularizar
Obter um
resultado com o
melhor rendimento
possível.
Novo modelo gestão
O Hospital foi idealizado e construído pela Prefeitura Municipal de São
Paulo, sua mantenedora, com atendimento exclusivo a rede SUS. Sua
gestão é de responsabilidade da uma Organização Social de Saúde (...)
(...) gerencia o dia-a-dia do Hospital, transferindo as suas melhores práticas
assistenciais, com base nos princípios de qualidade que o tornaram
referência em saúde na América Latina.
Implantação Nos primeiros três meses de funcionamento, o movimento do hospital foi acima
das metas planejadas.
Os 94 leitos disponíveis foram rapidamente preenchidos, gerando uma ativação de
leitos 40% acima do planejado para a primeira fase. O volume de internações
consequentemente também cresceu, atingindo 38% acima do contratado (1.140
contratadas e 1.577 realizadas no primeiro trimestre).
No Pronto Socorro a procura se apresentou crescente em volume e
complexidade. O número de ambulâncias do SAMU e das AMAs da região, com
pacientes vítimas de acidentes, principalmente de motocicleta, e casos clínicos
graves se somaram à demanda de consultas, que totalizaram 10.070 já no
primeiro mês.
Nesses primeiros dias ficou evidente que não haveria possibilidade de cumprir
a meta de 20 mil consultas de pronto-socorro e atender todos os casos
graves com a qualidade necessária. Optou-se por rever processos, incluindo a
avaliação de risco já implantada e realizada por enfermeiros (...)
Implantação - 2ª etapa
Para a segunda etapa foram implantados:
•50 leitos de maternidade;
•10 leitos da psiquiatria;
•28 leitos de UTI neonatal;
•12 leitos da UTI adulto;
•8 leitos da UTI pediátrica;
•68 leitos que ampliaram a capacidade da clínica médica, da cirurgia e da ortopedia.
Alguns dados já puderam ser observados como reflexo das atividades do hospital na região do
M’Boi Mirim:
•Redução de 30% na demanda de urgências e emergências do Pronto-Socorro do Hospital
do Campo Limpo;
•Redução do número de partos nos hospitais Regional Sul e Santa Casa de Santo Amaro;
•Redução do número de pacientes removidos pelas ambulâncias do SAMU tanto no Hospital
do Campo Limpo quanto no Regional Sul.
O impacto mais importante, porém, deverá ser avaliado nos indicadores epidemiológicos do ano
de 2008 e nos subsequentes, com os óbitos evitados, particularmente nas gestantes e recém-
nascidos.
Desde sua inauguração, o hospital realizou:
Atendimentos: 536.344
Internações: 42.243
Cirurgias (exceto cesáreas): 9.017
Partos: 10.170
Raio X: 227.957
Tomografias: 34.917
USG: 37.172
Exames de laboratório: 1.126.516
Indicadores de produção hospitalar (abril a dezembro de 2008)
Indicador disponibilizado na rede interna do HMMD, disponível a todos os gestores, auxiliando
nas tomadas de decisões e gerenciamento. Atualizado diariamente, contem os dados:
•Leitos-dia
•Pacientes-dia
•Saídas
•Taxa de ocupação
•Taxa de mortalidade (4,1%)
•Média de permanência
•Partos
•Censo retroativo
•Atendimentos do Pronto-socorro (116800 atendimentos na urgência)
•Exames
Serviço social
O atendimento social no Pronto-Socorro prioriza os usuários vítimas de violência
doméstica e sexual, bem como aos que necessitem de contra-referência para a
continuidade do processo de cuidado.
Nas enfermarias o Serviço Social busca a continuidade do acompanhamento daqueles
usuários que foram atendidos inicialmente no Pronto-Socorro do Hospital.
Humanização e Meio Ambiente
O projeto arquitetônico do Hospital buscou contemplar o conceito de atendimento humanizado e
preocupação com a preservação do meio ambiente. Por isso, a área externa é pavimentada com
peças intertravadas (...).
A frente do Hospital foi revestida com brises (...)
Todos os andares têm amplas janelas nos quartos que contribuem para a entrada da iluminação
natural (...)
Intermediando os blocos de cada pavimento, foram implantados jardins de inverno (...) foram plantadas nas
áreas externas 186 árvores de diferentes espécies nativas da mata da região (...).
Outro diferencial (...) é a economia de energia. Numa área de 171 m² , estão instaladas 100 placas para
captação de energia solar (...).
Resolução SS239/2010 Proíbe a compra de equipamentos
contendo mercúrio nos EA da SES-
SP
Portaria CVS 21/2008 Norma Técnica de gerenciamento de
resíduos perigosos de medicamentos
em EAS.
Resolução Conjunta
SMA/SERHS/SES 03/2006 GT para estudar reúso de ETEs.
Resolução Conjunta
SMA/SERHS/SES 03/2006 Controle e vigilância de soluções
alternativas coletivas de
abastecimento público.
Resolução SS
65/2005 Controle e vigilância de
da qualidade da água
para consumo humano.
Dualidades/diálogos entre a gestão técnica e a política, entre
o elemento e o conjunto.
Espaço da eficiência/Espaço do contraditório
Distrito Jardim Ângela
245mil habitantes em 37km² (6,6mil
hab./km²), moradores em 65,2 mil
domicílios
O uso do solo predominante é residencial
horizontal precário/popular de baixa renda.
Em sua porção norte o predomínio é de
habitações populares. Já na porção
mais ao centro desta Unidade há
núcleos de habitações precárias e
favelas. Na porção leste observam-se
áreas residenciais em ocupação, de
médio padrão, em lotes maiores do que
verificado no restante do distrito.
Conformação da natureza às lógicas sociais
Impacto ambiental
Imposição/acúmulo do social sobre a natureza
Toda natureza alterada artificialmente foi sujeita, em alguma medida, a impactos ambientais
resultado de quaisquer relações entre a sociedade e a natureza que impliquem prejuízo a
ambos
São geradoras de impactos ambientais quaisquer práticas sociais que, de uma forma ou
outra, afetam negativamente as propriedades naturais de uma paisagem
Produção de impactos ambientais na sociedade moderna
Um vigoroso e contínuo processo de subtração de recursos naturais, dilapidação e
restituição destes mesmos elementos, física ou quimicamente alterados, ao ambiente.
O modelo de produção vigente produz, disseminada e desigualmente, locais
ambientalmente impactados, e as cidades os concentram.
Qualquer processo de urbanização é também processo de acumulação de impactos
ambientais.
As metrópoles são imposição extrema do social sobre a natureza.
A cidade pode ser considerada uma única unidade impactada ambientalmente e, ao
mesmo tempo, a partir da consideração das diversas intensidades e peculiaridades das
agressões sofridas, um conjunto coeso – mas não harmônico – de lugares
impactados, cuja natureza e intensidade desses impactos conferem qualidade às
localizações urbanas.
A cidade é impacto
São lançadas diariamente na RMSP:
Na atmosfera: 4.273 toneladas de monóxido de carbono
1.000 toneladas de hidrocarbonetos
1.000 toneladas de óxidos de nitrogênio
1.700 toneladas de material particulado
68 toneladas de óxidos de enxofre
Nos corpos d’água: 702 mil Kg DBO
No solo: 20 mil toneladas de resíduos sólidos
Processos intensos de supressão, dilapidação e restituição
O urbano como espaço de múltiplos
cenários de risco à saúde
Cenário como um feixe de fatores determinantes da
saúde se exercendo num certo local, projetando
situações de exposição da população
um conjunto de fatores determinantes da saúde
considerados a partir de suas interações e localizações.
Uma localização urbana na qual se apresenta uma conjunção
de fatores que potencializam condições adversas de saúde
Os fatores determinantes da saúde que dão expressão aos
cenários de risco não podem ser entendidos unicamente
através de suas manifestações imediatas e locais, uma vez
que eles geralmente implicam relações amplas, complexas e
historicamente construídas.
Compreender o processo de estruturação do espaço urbano
é passo elementar para a adequada leitura das lógicas que
regem a construção de distintos cenários de riscos à
saúde da população.
As UNIDADES e o TODO determinam e se qualificam nesses
múltiplos cenários de risco