valoração econômica

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1 Valoração Econômica Alexandre Porto de Araujo São José dos Campos, maio de 2014

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Economia do Meio Ambiente e a Valoração Econômica - Explicação

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Page 1: Valoração econômica

1

Valoração Econômica

Alexandre Porto de Araujo

São José dos Campos, maio de 2014

Page 2: Valoração econômica

2

• A escassez esta presente ao se referir aos recursos naturais

• Os recursos naturais além de serem escassos são também exauríveis

• Boa parte dos recursos naturais são bens públicos, tais como: ar, água,

capacidade de assimilação de dejetos etc., portanto não têm preços

• Necessária a intervenção do Estado para poder corrigir eventuais falhas do

mercado

• Economia de recursos naturais é o campo de estudo preocupado com o

fluxo de recursos naturais para as atividades econômicas

• Economia ambiental é o campo de estudo preocupado com o fluxo de

resíduos que migram da atividade econômica de volta para a natureza

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Introdução

Page 3: Valoração econômica

3

• Revolução Industrial acarretou rápido avanço tecnológico através de um

elevado preço ao ambiente natural

• Alguns fatores citados abaixo causaram avanço no estilo de vida, mas

também causaram alta degradação ambiental:

– transporte de massa

– processos de industrialização

– telecomunicações

– químicos sintéticos

• Trade-offs entre qualidade ambiental e desenvolvimento econômico

• Necessário escolher nível de qualidade ambiental aceitável e fazer

adequações necessárias para sustentar a qualidade almejada

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Introdução

Page 4: Valoração econômica

4

• A valoração econômica ambiental busca avaliar o valor econômico de um

recurso ambiental através da determinação do que é equivalente, em

termos de outros recursos disponíveis na economia, que estaríamos

dispostos a abrir mão de maneira a obter uma melhoria de qualidade ou

quantidade do recurso ambiental

• A valoração econômica de recursos ambientais é uma análise de trade-offs

(escolha entre opções)

Introdução

Page 5: Valoração econômica

5 Fonte: May, Lustosa e Vinha, 2003

Economia Economia Economia

RN

Introdução

Page 6: Valoração econômica

6

• A teoria econômica explica de maneira lógica fatos da vida real, tais como

oferta e demanda de bens, preços dos mesmos, comportamento das

empresas e dos consumidores

• A teoria econômica também é usada para análise de problemas ambientais

• A poluição ou a falta de recursos naturais, são consequências de decisões

tomadas por empresas ou consumidores que se utilizaram de recursos

naturais fornecidos pelo planeta

• Consumo gera resíduos que podem contaminar o meio ambiente

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Introdução

Page 7: Valoração econômica

7

• Modelo de fluxo circular:

– ilustra os fluxos reais e monetários da atividade econômica por meio

dos mercados de fatores de produção

– fluxo real: corre no sentido anti-horário, representando o fluxo não

monetário

– fluxo monetário: corre no sentido horário, representando o fluxo do

dinheiro

• Modelo do Balanço de Materiais:

– Insere o modelo de fluxo circular em um esquema mais amplo para

mostrar as conexões entre a tomada de decisão econômica e o

ambiente natural

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Modelo de Fluxo Circular e de Balanço de Materiais

Page 8: Valoração econômica

8

Mercado de

fatores de

produção

Famílias Empresas

Despesas

Custos Receita

Receitas

Mercado de

produtos Demanda por bens

e serviços

Oferta de bens

e serviços

Oferta de

recursos

Demanda por

recursos

Modelo de Fluxo Circular

Page 9: Valoração econômica

9

Mercado de

fatores de

produção

Famílias Empresas

Mercado de

produtos

Oferta de

recursos

Demanda por

recursos

Natureza

Fonte: adaptado de Kneese, Ayres e D’Arge, 1970

Modelo de Fluxo de Balanço de Materiais

Page 10: Valoração econômica

10

• Resíduo é a quantidade de poluente que permanece no meio ambiente

após a ocorrência de um processo natural ou tecnológico

• Os resíduos podem ser recuperados, reciclados ou reutilizados, mas

inevitavelmente, voltarão à natureza

• Primeira lei da termodinâmica: matéria e energia não podem ser criadas

nem destruídas

• Segunda lei da termodinâmica: a capacidade da natureza para converter

matéria e energia não é ilimitada

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Resíduos

Page 11: Valoração econômica

11 Fonte: Thomas & Callan, 2009

Fontes agrupadas por mobilidade

Tipo Descrição Exemplos

Estacionária Um fonte geradora de poluição

localizada em um local fixo

Usinas termelétricas que queimam carvão;

estações de tratamento de água e esgoto;

unidades de produção industrial

Móvel Qualquer fonte não-estacionária de

poluição

Automóveis; caminhões; aeronáves

Fontes agrupadas conforme identificabilidade

Pontual Qualquer fonte individual de onde

são liberados poluentes

Chaminé de fábrica; cano de esgoto; navio

Não-pontual Uma fonte que não pode ser

precisamente identificada e degrada

o meio ambiente de forma difusa e

indireta sobre extensa superfície

Deflúvios superficiais agrícola e urbano

Causas de danos ambientais

Page 12: Valoração econômica

12

• Devido à poluição causar danos em extensões variáveis, é importante

conhecer a sua área de influência para a formulação de ações de combate

• Conforme o tamanho do impacto geográfico ela pode ter extensão

– local

– regional

– global

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Extensão dos danos ambientais

Page 13: Valoração econômica

13

• Poluição local

– quando a degradação ambiental não se estende a grandes distâncias da fonte poluidora

– mesmo assim causam riscos à sociedade, podem ser de difícil controle

– problema comum é o smog urbano: mistura química de gases com o ar, composto de óxidos de nitrogênio (NOx),

compostos voláteis orgânicos (VOC), dióxido de sulfureto, aerossóis ácidos e gases, bem como partículas de matéria.

Os gases provêm das indústrias, dos automóveis e inclusive das casas, devido aos processos de combustão

– Outro problema é a poluição com resíduos sólidos, onde práticas inadequadas de manejo de resíduos permitem que

contaminantes como chumbo e mercúrio lixiviem em direção ao solo e mananciais de água

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Extensão dos danos ambientais

Page 14: Valoração econômica

14

• Poluição regional

– quando a poluição ambiental se distancia da fonte geradora

– deposição ácida é considerada, pois as emissões de componentes perigosos podem viajar centenas de quilômetros de

suas fontes

• Poluição global

– efeitos que estão amplamente difundidos com implicações globais

– aquecimento global

– redução da camada de ozônio da Terra

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Extensão dos danos ambientais

Page 15: Valoração econômica

15 Fonte: Thomas & Callan, 2009

Eficiência Manufatura Uso do produto

Projetos

visando

aterros

seguros,

compostagem

e incineração

Eficiência energética Eficiência energética

Proteção contra

geração de resíduos

Reciclagem Reutilização

Sistema fechado de fluxo de materiais

Page 16: Valoração econômica

16

• Qualidade ambiental

– redução da contaminação antropogênica a um nível que seja “aceitável”

pela sociedade

• Desenvolvimento sustentável

– gestão dos recursos planetários de forma que a qualidade e abundância

estejam assegurados para as gerações futuras no longo prazo

– crescimento econômico com preservação dos recursos naturais

• Biodiversidade

– a variedade de espécies distintas, sua variabilidade genética e a

diversidade dos ecossistemas que habitam

– aproximadamente 2,5 milhões de espécies conhecidas no mundo,

estimativas de no mínimo 5 a 10 milhões

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Identificando objetivos ambientais

Page 17: Valoração econômica

17 Fonte: MMA, 2008

Espécies Total

Mamíferos 69

Aves 160

Répteis

16

Anfíbios 16

Invertebrados (lesmas, mexilhões, crustáceos,

insetos, aracnídeos)

208

Peixes 154

Plantas 472

Total 1.095

Espécies ameaçadas e em perigos de extinção

Page 18: Valoração econômica

18

IBAMA

Setor privado Setor público

• Ambientalistas

• Indústria privada

• Cientistas

• Administradores

• Economistas

• Sindicatos de trabalhadores

• Cidadãos comuns

• Agências Regionais

• Executivo

• Congresso

• Judiciário

• ANA

• Outras agências

controladoras

• Governos estaduais

municipais

Envolvido no planejamento de políticas ambientais

Page 19: Valoração econômica

19

• Ao analisar o fluxo circular da economia verifica-se que a atividade

econômica gera resíduos que podem danificar os recursos naturais

• Problemas ambientais são falhas de mercado

– falha de mercado é o resultado de uma condição de mercado ineficiente

• Para se entender as falhas de mercado, importante desenvolver dois

modelos econômicos

– a qualidade ambiental possui características de bens públicos

– normalmente as atividades produtivas geram externalidades

• Ambos os casos são acentuados por outra falha de mercado: informação

imperfeita

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Modelando as falhas do fracasso de mercado

Page 20: Valoração econômica

20

• Distinção entre bem público e bem privado não é devido à origem e sim às

suas características inerentes

• Bem público é um bem não rival no consumo e que produz benefícios não

excludentes (não exclusivos)

– não rivalidade: característica de benefícios indivisíveis no consumo, de

tal forma que o consumo de uma pessoa não impede o de outra. Ex:

transmissão pela televisão de final de campeonato. Diferente de um

bem privado tal como um automóvel: alguém utilizando, impede outra

pessoa de dirigi-lo ao mesmo tempo

– não exclusividade: característica que torna impossível impedir que

outros compartilhem dos benefícios do consumo. Ex: pista de corrida,

impossível selecionar a pista para um grupo de corredores seletos.

Diferente de estadia em um hotel, o serviço selecionado exclusivamente

por um consumidor, não pode ser utilizado por outro

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Qualidade ambiental: um bem público

Page 21: Valoração econômica

21

• Não rivalidade e não exclusividade podem ser semelhantes, mas não

idênticos

– não rivalidade significa que o racionamento do bem não é desejável

– não exclusividade significa que racionamento do bem não é viável

• É possível um bem possuir apenas um desses atributos

– a final de campeonato pela televisão apesar de não ser bem rival, poder

ser exclusivo se a transmissão for via cabo

– a utilização da pista de corrida apesar de não ser exclusiva (salvo por

elevados custos), não possui o atributo da não rivalidade, pois a

utilização por um grande número de usuários levaria a um

congestionamento que afetaria a todos que a utilizam

• Exemplos clássicos de bens públicos são o farol e a defesa nacional, mais

atual é a qualidade ambiental

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Qualidade ambiental: um bem público

Page 22: Valoração econômica

22

• Não rivalidade e não exclusividade geram falha de mercado porque suas

características impedem que os incentivos naturais de mercado alcancem

resultado alocativo eficiente

• Para ilustrar será apresentado o mercado de um bem público: a qualidade

do ar definido como um nível aceitável de redução da poluição

• Este nível não necessariamente é igual a zero

• Se fosse zero haveria custos de oportunidades proibitivos

• Um mundo com poluição zero seria sem eletricidade, sem sistemas de

transporte avançados e sem todos os produtos manufaturados

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Mercado de bens públicos para qualidade ambiental

Page 23: Valoração econômica

23

• Ao se estudar o mercado de bens públicos é essencial a identificação das

funções bem definidas de oferta e demanda

• A incapacidade dos mercados livre de capturar a Disposição a Pagar (DAP)

de um bem público é o que origina a falha de mercado

• Quando o bem é privado o benefício do consumo é obtido apenas com a

compra

• Quando o bem é público e não excludente, o benefício do consumo é

obtido mesmo que tenha sido adquirido por outra pessoa

• Não há portanto estímulo para o consumidor pagar por um bem que possa

consumir sem ter que pagar

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Entendendo falha de mercado relacionada a bens públicos

Page 24: Valoração econômica

24

• Ocorre o problema conhecido como não revelação de preferências, que é

quando o consumidor racional não apresenta voluntariamente, disposição a

pagar em função da falta de incentivo de mercado para fazê-lo

• Ocorre o problema denominado de comportamento carona (free-rider),

quando o consumidor racional reconhece que os benefícios do consumo

são acessíveis sem pagar por eles

• Em muitos mercados de bens públicos os consumidores não estão

totalmente conscientizados dos benefícios associados ao seu consumo

• Se o bem público é a qualidade ambiental, a consequência pode ser um

grave dano ecológico

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Entendendo falha de mercado relacionada a bens públicos

Page 25: Valoração econômica

25

• Como para a maioria dos ativos ambientais não existem substitutos e nem

sinalização de “preços” para seus serviços, ocorrem distorções na

percepção dos agentes econômicos

• Isto induz os mercados a falhas na sua alocação eficiente, evidenciando

diferença entre os custos privados e sociais

• Devido a essa “ausência” de preços para os recursos ambientais (e os

serviços por eles prestados) ocorre um sério problema: uso excessivo dos

recursos naturais

Fonte: Ferreira, 2011

Recursos ambientais

Page 26: Valoração econômica

26

• A manutenção da posição privilegiada de disponibilidade de recursos

ambientais combinada com a necessidade de explorá-los de maneira a

gerar um fluxo de riquezas baseado em capital reprodutível passa

necessariamente pela sua mensuração econômica

• É imprescindível estimar os custos de oportunidade de exploração dessas

riquezas para evitar os “erros dispendiosos” cometidos no passado nos

países industrializados, reduzindo antecipadamente os custos sociais totais

em vez de adotar medidas corretivas a posteriori

• Nesse esforço de tentar estimar “preços” para os recursos ambientais e,

dessa forma, fornecer subsídios técnicos para sua exploração racional,

inserem-se os métodos (ou técnicas) de valoração econômica ambiental

Fonte: Ferreira, 2011

Recursos ambientais

Page 27: Valoração econômica

27

• A teoria da externalidade indica que, ao invés de se definir o mercado como

qualidade ambiental ou redução da poluição, é entendido o mercado

relevante, como o bem cuja produção ou o consumo gera danos ambientais

fora da transação de mercado

• Qualquer um destes efeitos externos ao mercado é denominado de

externalidade

• Externalidade é um efeito de propagação associado a produção ou

consumo que se estende a um terceiro, fora do mercado

• A externalidade pode ser:

– negativa: quando um efeito externo gera custos a um terceiro

– positiva: quando um efeito externo gera benefícios a um terceiro

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Problemas ambientais: externalidades

Page 28: Valoração econômica

28

• Este efeito não é capturado pelo preço do bem que está sendo negociado

• Se o preço não reflete todos os benefícios ou custos decorrentes da

produção ao consumo, não é confiável como mecanismo de sinalização e o

mercado falhará

• Se o consumo deste bem gerar benefícios externos, o preço do mercado

desvalorizará o bem, e pouco do bem será produzido

• Se o consumo gerar externalidade negativa, o preço do mercado também

não refletirá os custos externos e uma quantidade maior do bem será

produzida

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Problemas ambientais: externalidades

Page 29: Valoração econômica

29

• Externalidade ligada à produção

– o transporte aéreo causa poluição sonora, danifica a qualidade do ar e

reduz o valor das propriedades residenciais nos arredores

– estes custos reais não são absorvidos pelas linhas aéreas nem por

seus passageiros

– por serem custos de terceiros fora da transação do mercado, não são

incluídos nos preços das passagens aéreas

• Externalidade ligada ao consumo

– custo do descarte de resíduos relacionados com o consumo de

produtos em embalagens não-biodegradáveis ou em excesso

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Externalidades negativas

Page 30: Valoração econômica

30

• As primeiras manifestações de gestão ambiental procuraram solucionar

problemas de escassez de recurso, mas só após a Revolução Industrial os

problemas que concernem à poluição começaram a ser tratados de modo

sistemático

• Por um longo período as iniciativas dos governos eram quase

exclusivamente de caráter corretivo, produzindo assim ações fragmentadas

apoiadas em medidas pontuais, pouco integradas e de baixa eficiência

Fonte: Barbieri, 2007

Políticas públicas ambientais

Page 31: Valoração econômica

31

• É a ação do Poder Público conduzida segundo uma política pública

ambiental

• Política Pública Ambiental é o conjunto de objetivos, diretrizes e

instrumentos de ação de que o Poder Público dispõe para produzir efeitos

desejáveis sobre o meio ambiente

• Os instrumentos de políticas públicas ambientais podem ser explícitos ou

implícitos

– explícitos: são criados para alcançar efeitos ambientais benéficos

específicos

– implícitos: alcançam tais efeitos pela via indireta, pois não foram criados

para isso

• Investimentos em educação tornam a população mais consciente dos

problemas ambientais. Esse é um exemplo de política implícita

Fonte: Barbieri, 2007

Gestão Ambiental Pública

Page 32: Valoração econômica

32

Instrumentos explícitos de política

Fonte: Barbieri, 2007

Gênero Espécies

Comando e Controle •Padrão de emissão

•Padrão de qualidade

•Padrão de desempenho

•Padrões tecnológicos

•Proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de produtos e processos

•Licenciamento ambiental

•Zoneamento ambiental

•Estudo prévio de impacto ambiental

Econômico •Tributação sobre poluição

•Tributação sobre uso de recursos naturais

•Incentivos fiscais para reduzir emissões e conservar recursos

•Financiamentos em condições especiais

•Criação e sustentação de mercados de produtos ambientalmente saudáveis

•Permissões negociáveis

•Sistema de depósito-retorno

•Poder de compra do estado

Outros •Apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico

•Educação ambiental

•Unidades de conservação

•Informações ao público

Page 33: Valoração econômica

33

• O princípio do poluidor-pagador impõe ao Estado o dever de estabelecer

um tributo ao agente poluidor, usuário ou não de algum serviço público

destinado a tratar a poluição

• Os instrumentos econômicos têm sido apontados como mais aptos para

induzir um comportamento mais dinâmico por parte dos agentes privados,

comparativamente aos de comando e controle

• Esses instrumentos proporcionam estímulos permanentes para que as

empresas deixem de gerar poluição

• Na realidade não há como prescindir desses dois tipos de instrumentos

• Uma política ambiental consistente deve se valer de todos os instrumentos

possíveis e estar atenta aos efeitos sobre a competitividade das empresas

Fonte: Barbieri, 2007

Instrumentos de mercado

Page 34: Valoração econômica

34 Fonte: Adaptado e ampliado a partir de dados da OCDE. Voluntary approaches for environmental policy: an assessment. Paris, 1999

Acordos voluntários

Page 35: Valoração econômica

35

• Abordagem de mercado é a política baseada em incentivos que estimula as

práticas de conservação ou estratégias de redução da poluição

Alguns instrumentos

de mercado

Descrição

Encargos por poluição Taxa cobrada do poluidor que varia confirme a quantidade de poluentes

lançada

Subsídio Pagamento ou concessão de redução de impostos, que provê assistência

financeira para a redução de poluição ou planos para reduzi-la no futuro

Sistema de

depósito/reembolso Sistema que impõe uma cobrança antecipada com a finalidade de cobrir

possíveis danos em função da poluição, valor que é devolvido no caso de

ações positivas, como o retorno de um produto para o descarte apropriado ou

para reciclagem

Sistema de comércio de

licenças de poluição Estabelecimento de um mercado voltado para os direitos de poluir,

aproveitando créditos ou permissões

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Algumas categorias de instrumentos de mercado

Page 36: Valoração econômica

36

• Duas principais correntes teóricas:

– Economia Ambiental (Neoclássica)

– Economia Ecológica

Fonte: Thomas & Callan, 2009

Economia do Meio Ambiente

Page 37: Valoração econômica

37

Economia Ecológica

• Abordagem que procura compreender a economia e sua interação com o

ambiente a partir dos princípios físicos e ecológicos, em meio aos quais os

processos econômicos se desenvolvem

• Os métodos de valoração baseados nesta abordagem utilizam o montante

total de energia capturada pelos ecossistemas como uma estimativa do seu

potencial para a realização do trabalho útil para a economia

• Este processo de valoração, utiliza-se de um método simplificado por meio

do uso do conceito de Produção Primária Bruta de um ecossistema, que é

uma medida da energia solar utilizada pelas plantas para fixar carbono.

Este índice de energia solar capturada pelo sistema é convertido em

equivalente de energia fóssil

• Posteriormente, faz-se a transformação deste equivalente em energia fóssil

em unidades monetárias, utilizando-se a relação entre o Produto Interno

Bruto e o total de energia usada pela economia

Fonte: Embrapa, 2012

Page 38: Valoração econômica

38

Economia Ambiental

• Economia do meio ambiente (recursos naturais) baseia-se no entendimento

do meio ambiente como um bem público e dos efeitos ambientais, como

externalidades geradas pelo funcionamento da economia

• Assim, os valores dos bens e recursos ambientais e dos impactos

ambientais, não captados na esfera de funcionamento do mercado, devido

a falhas em seu funcionamento, podem ser estimados, na medida em que

se possa descobrir qual a disposição da sociedade e dos indivíduos a

pagar pela preservação ou conservação dos recursos e serviços ambientais

• De forma geral, o valor econômico dos recursos ambientais tem sido

desagregado na literatura da seguinte maneira:

• Valor econômico total (VET) = Valor de uso (VU) + valor de opção (VO) +

Valor de Existência (VE)

Fonte: Embrapa, 2012

Page 39: Valoração econômica

39

Atribuição de Valor econômico total ao Recurso Ambiental

VU

(Valor de Uso)

VNU

(Valor de Não Uso) +

VUD (Valor de Uso Direto)

O que pode ser

consumido: alimento,

biomassa, recreação,

saúde)

VUI (Valor de Uso Indireto)

Benefícios Funcionais:

funções ecológicas,

controle de cheias,

proteção contra

tempestades, qualidade

do ar, da água, beleza

VO (Valor de Opção)

Valores de uso futuro

direto e indireto:

biodiversidade,

preservação de

habitats

VE (Valor de

Existência)

Valor atual da

existência:

habitats,

espécies em

extinção

VERA = VU +VNU => VERA = (VUD + VUI) + (VO + VE)

* O “x” da questão: determinar “valores/preços de mercado” para cada um dos tipos

de uso

VERA

(Valor Econômico do

Recurso Ambiental) ou

(Valor Econômico Total)

VL (Valor de

Legado)

Valor de

existência futura

Page 40: Valoração econômica

40

Economia Ambiental

• São vários os métodos de valoração que objetivam captar estas distintas

parcelas do valor econômico do recurso ambiental

• Cada método porém, apresenta limitações em suas estimativas, quase

sempre associadas ao grau de sofisticação metodológica; à necessidade

de dados e informações; às hipóteses sobre comportamento dos indivíduos

e da sociedade e ao uso que se será dado aos resultados obtidos

• Os métodos de valoração econômica ambiental são instrumentos analíticos

que contribuem para uma técnica de avaliação de projetos mais

abrangente: a conhecida análise custo-benefício (ACB)

• Originalmente, a análise custo-benefício foi desenvolvida para tratar da

avaliação de projetos relacionados com recursos hídricos para

aproveitamento energético nos EUA

Fonte: Embrapa, 2012

Page 41: Valoração econômica

41

Economia Ambiental

• Nos EUA a obrigatoriedade da aplicação da ACB para as novas

regulamentações estabelecidas em lei, a partir de 1969, deu um impulso

decisivo no desenvolvimento da técnica

• A análise custo-benefício é uma forma racional de decidir sobre a

adequabilidade e aceitabilidade de prosseguir com a ação

• Para tal, seleciona-se a ação e as respectivas medidas, considerando os

custos para sua implantação, necessárias para prevenir e/ou

combater/controlar o aspecto gerador do impacto/ dano ambiental

• O benefício econômico proveniente da implementação destes tipos de

ações é a redução de custos de externalidades, que é calculado a partir

dos métodos de valoração econômica de danos ambientais

• No Brasil não há regulamentações correlatas

Fonte: Ferreira, 2010; Monteiro, 2010

Page 42: Valoração econômica

42

Economia Ambiental

• Existem vários métodos para a valoração econômica, cada um dos quais

com algumas vantagens e deficiências

• Nem todos são construídos com base nas preferências dos consumidores:

nem todos podem ser submetidos a um tratamento teórico mais rigoroso

• Métodos como custo de reposição (MCR) e dose-resposta (MDR) utilizam

preços de mercado, não do bem ou serviço ambiental propriamente dito

• Os métodos preços hedônicos (MPH), o de custos de viagem (MCV) e o de

custos evitados (MCE) utiliza preços de mercados substitutos ou

complementares como meio de se chegar a uma estimativa monetária do

valor do bem ou serviço ambiental

• O método de valoração contingente (MVC) parte do pressuposto de que é

possível captar as preferências dos indivíduos através de mercados

hipotéticos, simulados através de questionários Fonte: Ferreira, 2010;

Page 43: Valoração econômica

43

Métodos de Valoração ambiental

Métodos de Função da

Produção Métodos de Função da

Demanda

Produtividade Marginal

Função Dose-

Resposta

Mercado de Bens

substitutos

Custo reposição

Custo Evitado

Custo Controle

Método de Avaliação

Contingente

Preços Hedônicos

Custo de Viagem

Método de valoração

direta

Page 44: Valoração econômica

44

• O Poder Público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na

década de 1930

• Em 1934 foram promulgados o Código de Caça, Código Florestal, Código

de Minas e Código de Águas

• No início da década de 1980 os problemas ambientais que vinham sendo

tratados de modo isolado e localizado passaram a ser considerados

problemas generalizados e interdependentes que deveriam ser tratados

mediante políticas integradas

• Em 1981 a Lei 6.938 estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente que

tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade

ambiental propícia à vida, visando assegurar condições de

desenvolvimento socioeconômico

Fonte: Barbieri, 2007

Preocupações no Brasil com o meio ambiente

Page 45: Valoração econômica

45

• A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a defesa do meio ambiente

como um dos princípios a serem observados para as atividades

econômicas em geral e incorporou o conceito de desenvolvimento

sustentável no Capítulo VI dedicado ao meio ambiente

• De acordo com a Constituição Federal de 1988 “todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e

futuras gerações”

• Outras inovações importantes da Constituição Federal de 1988 são:

– estabeleceu o respeito ao meio ambiente e o aproveitamento racional

dos recursos como um dos requisitos para caracterizar a função social

da propriedade rural

– incluiu os sítios ecológicos como elementos do patrimônio cultural

– estabeleceu disposições em defesa de grupos vulneráveis, como povos

indígenas, garimpeiros, crianças, idosos e deficientes físicos Fonte: Barbieri, 2007

Preocupações no Brasil com o meio ambiente