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Editorial

Palavra do Presidente

Entrevista

Melhores Práticas

Visão de Mercado

News

Direto da Fábrica

MARCO TÚLIO PAOLINELLI: PRODUTOR DE ÁGUAS

UNIMAQ SE DESTACA COM TRABALHO DE REVISÃO DE PIVÔ CENTRAL

SALVOS PELO DÓLAR

VALMONT APRESENTA PROJETO FORMAÇÃO DE MONTADORES

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Aconteceu

Mundo Valley

Foco do novo

Gestão em família

Conhecimento

Por dentro da Irriger

Pergunte a Valley

Coluna do Professor

Brasil afora

Feiras

Matéria de Capa

IRRIGER COMEMORA 10 ANOS COM NÚMEROS ACIMA DAS EXPECTATIVAS

5 SAFRAS EM 2 ANOS A GARANTIA DE COLHEITAATRAVÉS DA IRRIGAÇÃO

MEU PRIMEIRO PIVÔ

TESTES APRESENTAM VANTAGENS AGSENSE

EMPRESAS FAMILIARES: SUCESSO GARANTIDO?

PLANTIO SOB PIVÔS – MÁXIMA PRODUÇÃO E RENTABILIDADE

COPASUL: A COOPERATIVA REVENDA VALLEY

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Caro leitor,A capa desta edição trata do nosso assunto preferido: a alta

produtividade do plantio sob pivô, inclusive Hiran Medeiros nos brinda com um artigo muito informativo sobre o tema, com dados de um amplo estudo feito pela Irriger.

Também, para tratar sobre esse tema fomos à região de São Desidério-BA e também de Paracatu-MG falar com: Busato, Zanella, Fava, os Veloso e Galba Vieira Jr. cinco mega produto-res, irrigantes e campeões em produtividade na região.

Relatamos a experiência do nosso revendedor Unimaq de Taquarituba-SP, que vem se destacando com o serviço de re-visão de pivôs que mesmo sendo equipamento muito robusto, depois de algum tempo, para garantir sua eficiência, precisa de uma rigorosa revisão.

Amilcar Centeno, profundo conhecedor do agronegócio, nos fala das dificuldades da próxima safra e do alento da taxa de câmbio. Tem também a rica história de umas das maiores co-operativas agrícolas do país, a Copasul, e que, agora, temos a satisfação de anuncia-los como a mais nova revenda Valley no Mato Grosso do Sul.

Pelos exemplos trazidos pela nossa reportagem de capa, pode-se pensar que pivô central é coisa para gente grande, mas sabemos que isso não é verdade. Objetivando atingir o peque-no e médio produtor, a Valley e seus revendedores lançam este mês o Programa Meu Primeiro Pivô. Saiba mais na página 34. Ainda sobre o tema, veja o artigo do professor Everardo tratando do manejo de irrigação sob medida para os pequenos e médios produtores.

Tenha uma ótima leitura e não deixe de nos enviar sua opi-nião.

André Ribeiro

EDITORN O T A D O

Editor André Ribeiro

CoordenaçãoDimas Rodrigues

Jornalista Responsável e Reportagens

Karine da Fonseca

Revisão Suzy Leandro

Fotografia de Capa Mayko Sérgio P. Melo

FotografiasMayko Sérgio P. Melo

Maurício AraújoKarine Fonseca

Babi Magela

Projeto GráficoBold Propaganda

Colaboradores

Everardo MantovaniHiran Moreira

Bruna AbdanurCarlos Reiz

Elbas AlonsoLuiz Pelizzon

José Ferreira JúniorCláudio Kurukawa

Glarin BifFranklin Carvalho

Luismael Mutam Costa Marinho Antunes

Aldo Fagundes Narici

Entre em contato com a Revista Pivot Point Brasil

[email protected]

Pivot Point Brasil é uma publicação da Valmont Indústria e

Comércio Ltda.

PRESIDENTEP A L A V R A D O

Nas reuniões regionais que fizemos pelo Bra-

sil, fiz questão de marcar bem a diferença entre as

questões conjunturais da crise versus nossos fun-

damentos estruturais, principalmente os ligados ao

agronegócio, em especial à irrigação.

Sem dúvida, passamos por um primeiro se-

mestre complicado, no qual uma conjuntura desfa-

vorável de fatores no cenário político e econômico

afetou o agronegócio e a irrigação. Viemos de uma

eleição complicada, os protestos voltaram às ruas

e os governantes, mais uma vez, ficaram frente ao

velho dilema fiscal, onde gastar deve ficar dentro da

equação básica de quanto se arrecada e, tudo isso,

dentro de uma confusão política como a muito não

víamos. Essa conjuntura nos afetou.

Contudo, nosso negócio é especial, pois esta-

mos inseridos dentro de um contexto econômico,

cujos fundamentos estruturais não mudaram, mes-

mo com toda essa bagunça do primeiro semestre e

essa é a boa notícia. O mundo continua preocupa-

do em alimentar uma população que crescerá muito

até 2050; o Brasil continuará sendo importante nes-

se cenário e, vejam só, a irrigação é chave nesse

processo. Portanto, em termos conjunturais, o Agro

é um setor que sofre menos, ainda temos crédito e

temos a missão essencial de alimentar a população.

Após a acentuada queda neste primeiro se-

mestre, a produção da nossa indústria estabilizou

e já temos uma sinalização do mercado - através

do número de projetos que temos recebido - que

ainda este ano voltaremos a aumentar a produção.

Nossa rede de revendas é sólida, gente que está no

mercado a décadas, que já enfrentou outras crises

e que está a postos para encontrar soluções para

nossos clientes, adequadas a estes tempos.

Não vamos parar, vamos buscar energia na

nossa missão nobre que é alimentar o mundo. Ami-

go produtor, conte com a Valley, conte com a nossa

rede de revendas.

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Entrevista

MARCO TÚLIO PAOLINELLI:PRODUTOR DE ÁGUAS

Engenheiro agrônomo, produtor rural e empresário, Marco Túlio Pao-linelli é exemplo de produtividade e sustentabilidade. Há 26 anos à fren-te da Agronelli – empresa produtora de insumos agrícolas e agroindústria através da produção de madeira de reflorestamento, pecuária e de ali-mento, além de gestão de tecnologia, ele tem desenvolvido projetos sócio ambientais que não só respeitam o meio ambiente, como auxiliam na sua preservação e na construção da cidadania.

Os projetos “Produtor de Águas” e Águas Perenes” baseiam-se na recuperação de nascentes. Há 33 anos e ainda funcionário, começou a fazer acompanhamento da situação de uma mina na região de Uberaba- Minas Gerais, através de fotografias. Com a documentação, foi gerando conhecimento e, através de análise,

detectou a queda da vasão da água. Há nove anos, com auxílio de estu-do científico orientado pela Unesp, percebeu a necessidade de cons-truir curvas de rio, bolsões de água da chuva e fazer o plantio de árvores em 4,5 hectares, fortalecendo assim a nascente. O resultado: onde havia deserto, com as construções e adap-tações, passará a ser em cinco ou seis anos uma mina perene.

O controle é feito semanalmen-te. A ideia principal é gerar água du-rante o período de seca, permitindo recurso para a sustentação dos ser-viços de abastecimento de águas das cidades e para a irrigação das culturas de inverno.

O sucesso do projeto está ultra-passando as fronteiras e outras mi-nas já estão em observação. Com a adoção da ideia em outra proprieda-de de 275 ha, Paolinelli tem a inten-

ção de construir de 800 a 1000 bol-sões que infiltrarão no lençol freático e plantar mais 40 mil árvores. Para tanto, já tem a parceria de empresas que participarão através de cotas anuais, e onde 100% do valor será revertido para ações sócioambien-tais.

Hoje, com quatro unidades dis-tribuídas em Cubatão, Cajati, Timó-teo e a matriz em Uberaba, a Agro-nelli gera 250 empregos e distribui gesso para o Brasil todo. Há 15 anos, o Instituto Agronelli busca levar orien-tação sócioambiental para a comuni-dade como um todo. Escolas públi-cas e o Hospital do Câncer da cidade são os que mais são ajudados com os projetos do Instituto, que alivia a degradação do meio ambiente e con-solida a cidadania entre os alunos do município.

Foto

de

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Pivot Point - De onde surge o Projeto Agronelli?

Marco Túlio - Depois de 11 anos trabalhan-do na antiga Fosfértil, sendo responsável pela área técnica e agronômica, já sabia como o ges-so funcionava e como a ureia podia ser utiliza-da na aplicação de nitrogênio. A empresa tinha que doar o gesso que sobrava por ficar mais em conta do que depositar. Vendo aquilo, fiz uma proposta de direcionar o gesso para Embrapa pesquisar e divulgar, vender parte para a Agro-nelli e parte para a Fosfértil. Eles toparam.

Era muito mais interessante para o produtor do Mato Grosso, por exemplo, ter conhecimen-to de como aquele gesso era importante para a terra dele, do que doar sem ele conhecer. Sem o conhecimento, ele não pagaria nem o frete para buscar. No começo, eu era sozinho. Depois, com o tempo, fui montando equipe e chegamos a vender 3 milhões de toneladas de produto no ano. Isso correspondia a uma carreta a cada cinco minutos, saindo 24 horas por dia em um ano. Era muito gesso! Se você me perguntar se eu ganhei muito dinheiro, eu vou te dizer que não, porque gesso é barato. Tem que ganhar no volume. O gratificante é saber que contribuímos para o agronegócio brasileiro, aumentando a produtividade de açúcar, leite, soja, milho, etc. O quanto em milhões um produto que não valia nada contribuiu para a produção e para o meio ambiente.

PP - Em 25 anos de trabalho, como foi para o senhor ver a necessidade de contribuir para que o agronegócio brasileiro se tornasse mais produtivo e sustentável?

MT - Sempre fui voltado para as ações so-ciais e ambientais. Como vim de família de agri-cultores, sabemos o quanto o meio rural precisa ver a necessidade das coisas: de praticar o que meu primo e ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli, diz fazer a revolução verde. O que eu quero é contribuir com o país. Primeiro, peguei um “lixo” e transformei num produto que contri-bui com o agronegócio brasileiro. Depois, au-mentar a vasão de água de uma mina e para isso o que eu fiz? Plantei árvores! Mais nada. E isso, junto com os bolsões, melhorou o fluxo de água do Rio Uberaba e, consequentemente, o abastecimento. A maioria das empresas contri-

bui com 3 a 5% do lucro, limitando salários. Nós repassamos 20% do lucro dividido para contri-buição.

PP - Uma das maiores dificuldades do agronegócio é gerar menos conflitos e mais soluções para o setor. Qual ferramenta você acredita ser essencial usar para desenvolver as questões do agronegócio brasileiro?

MT - Conscientização. Todo mundo fala que a cana de açúcar acaba com a terra. Como pode haver uma ignorância tão grande como essa? Isso não existe! Hoje, não tem queima mais, e quando tem é porque o produtor não conseguiu recursos para se estruturar. Nenhum fazendeiro quer queimar cana. Ele quer colher e deixar a matéria orgânica para o solo gerar fotossíntese, diminuir erosão e, consequente-mente, substituir a gasolina. Mas as pessoas não sabem e não tem noção. O produtor não quer destruir as terras dele. Os que fazem são minoria, porém existe essa minoria. A maioria quer preservar a fazenda, fazer plantio direto. Olha o crescimento do plantio direto no Brasil. Hoje, a Embrapa faz um trabalho respeitado e reconhecido internacionalmente, produzindo e exportando tecnologia para o mundo, e nin-guém sabe que somos líderes de produção de tecnologia tropical. Se pegarmos os últimos 20 anos, podemos ver como aumentou considera-velmente a produtividade do Brasil.

PP - Muito se fala da necessidade de oti-mização dentro das propriedades rurais brasi-leiras. Qual é a importância da irrigação no pro-cesso de mecanização da produção rural?

MT - Vejo que não precisamos mais fazer desmatamento para aumentar a produtividade. E temos que aumentar a produtividade. Como?

“A irrigação vai auxiliar e muito no processo de aceleração da produti-vidade, e ainda abastecendo o len-çol freático. A água não vai embora.”

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Entrevista

Investindo em tecnologias, varie-dades mais produtivas, formas de manejo e de conservação do solo em irrigação. A irrigação vai auxiliar e muito no processo de aceleração da produtividade, e ainda abaste-cendo o lençol freático. A água não vai embora. Vai e volta. Uma fazen-da que durante janeiro, fevereiro e março guarda a água das chuvas em uma represa e, que quando chegar a seca, vai irrigar o alimento com essa água, fez que mal? Nenhum! Só fez o bem, porque está inclusive melho-rando o lençol freático que está ali-mentando as minas. É só benefício!

PP - O senhor acredita que exis-ta algum caminho estratégico que permita ao produtor em crescimento, seguir investindo de maneira efetiva e adequada?

MT - Acredito na orientação. Mas é complicado, porque o peque-no produtor não tem essa orientação fácil. Teria se o trabalho maravilhoso que as Ematers, a Embrapa e a Epa-mig; no caso de Minas, já fizeram. Essa assistência técnica é muito im-portante e só tem diminuído. É triste ver a Embrapa sobrevivendo com o dinheiro da iniciativa privada, num país que só tem arroz e feijão de qua-lidade por conta do trabalho lá atrás, das pesquisas que a Embrapa fez. O que seria do país se não fosse a Embrapa? A gente estaria morrendo de fome. Para o grande é muito mais fácil. O sul de Goiás, o Mato Grosso, o oeste da Bahia, e sul do Maranhão e do Piauí estão numa realidade que mostra outro conceito de agricultura. É muito diferente. Lá, esses produto-res já têm a orientação e estão cada vez mais adiante. Nós, empresários e instituições, temos que participar de feiras agrícolas e apresentar cam-pos de demonstrações, fazendo um papel que não seria nosso se hou-vesse orientação ao homem do cam-

po. Tem que ajudar de alguma forma.

PP - Durante muitos anos, a agricultura brasileira cresceu de for-ma horizontal, ou seja, mais área para fazer mais. Hoje, o desafio é fa-zer mais com menos, ou seja, usan-do as técnicas de irrigação, armaze-nagem e agricultura de precisão para melhorar as produtividades dentro da porteira. Como você acredita que o agricultor pode encarar esse desafio: fazer mais com o mesmo?

MT - Ele já está fazendo. Exis-te um mundo diferente, onde muita gente produz muito. Se não fossem esses grandes agricultores, a gente não estaria onde está, com PIB sus-tentando a economia do país.

PP - Apesar do setor do agro-negócio crescer nos últimos anos, tendo sido fundamental no resultado do PIB e balança comercial, a po-pulação urbana tem dificuldade de entender o papel do produtor e das empresas ligadas ao agronegócio. Como mudar essa percepção da po-pulação urbana sobre a importância do agronegócio brasileiro?

MT - Divulgar. Todo mundo fala, mas nada acontece. A CNA, Confe-deração Nacional da Agricultura, co-meçou a fazer alguma coisa há um tempo atrás, mas não continuou. Se depender dos outros nada vai acon-tecer. É a classe rural, através de ações e divulgando essas ações, que vai mudar e mostrar o que a socieda-de não enxerga.

PP - O senhor acredita que o agronegócio brasileiro pode ser afe-tado pela baixa economia que atinge o país hoje?

MT - Não acredito. O agronegó-cio vai sobreviver. Para ele, é repre-sentativo. Se acontecer, será muito

pouco significativo.

PP - Observando a atual condi-ção econômica mundial e brasileira, quais são suas perspectivas em rela-ção às safras de 2015 e 2016?

MT - Acredito que vamos cres-cer em torno de 8%. Muita gente pode achar pouco, mas se comparar-mos com o crescimento dos Estados Unidos, subimos mais de sete pon-tos que os americanos, que têm uma base de 1, 2% ao ano. Mas, se juntar-mos toda nossa produção, de todos os grãos, equivale ao que os EUA produzem só de milho. Em termos de expansão, a eficiência de produção da nossa soja é maior que a ameri-cana. Temos condições de competir com eles em tecnologia. Com ape-nas 50 milhões de hectares de área depauperada, onde não há pastagem e só degradação, sem desmatar uma única árvore, podemos recuperar e muito o meio ambiente, auxiliando na produção de chuva e podendo ainda aumentar a nossa colheita em mais 100 milhões de toneladas, dos 208 que produzimos.

PP - Quais os principais desa-fios da agricultura brasileira nos pró-ximos 10 anos?

MT - O maior problema nosso é a falta de infraestrutura. Temos péssimas formas de escoamento. Esse é 90% do problema. Levar a soja do Mato Grosso para Santos é muito mais caro que o custo da soja nos Estados Unidos. Para minimizar esse problema é investir agora em ferrovias, rodovias e portos. Um ca-minhão ficar semanas esperando na fila do porto de Santos para descar-regar é um absurdo. Se não resolver isso agora, não tem nem como pro-duzir mais, porque o problema vai ser muito mais sério daqui 10 anos.

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Melhores Práticas

UNIMAQ SE DESTACA COM TRABALHO DE REVISÃO DE PIVÔ CENTRAL

Um dos serviços de extrema im-portância para o agricultor oferecidos pelas revendas Valley é o redimen-sionamento do pivô central. A Valley vem reforçando através de campa-nhas essa importante prática que contribui para aumentar a vida útil da máquina, prevenir paradas e aumen-tar a eficiência do pivô. Quando re-alizado o redimensionamento, os pi-vôs centrais passam a operar com o máximo de eficiência, promovendo o

uso dos recursos hídricos e energéti-cos de forma cada vez mais racional.

A sessão Melhores Práticas desta edição mostra o trabalho de redi-mensionamento de pivô desenvolvido pela Unimaq - uma das revendas Val-ley, localizada no Estado de São Paulo, que consiste em avaliar os pivôs para se certificar que estão operando, utili-zando as quantidades exatas de água e energia e se o recurso está sendo aplicado exatamente onde deve.

Segundo Ricardo Augusto da Silva, coordenador de irrigação da Unimaq, os principais motivos que levam o cliente a procurar este servi-ço é o aumento no custo de energia; desgastes e vazamentos nos kits e pendurais, aparecimento dos chama-dos “anéis” em áreas com déficit ou excesso de água; arrendamento de equipamento, entre outros.

Em relação ao uso eficiente da água, o desgaste com os aspersores

é um dos problemas mais comuns, quando se realiza um redimensiona-mento. Com o tempo de uso, o kit de aspersão tende a ter um desgaste natural, principalmente nos regula-dores de pressão, prejudicando sua função. A não uniformidade de apli-cação pode causar em um mesmo equipamento excesso ou déficit de água ou as duas situações simulta-neamente. De acordo com Ricardo,

um aspersor tem vida útil de cinco a sete anos, dependendo da qualidade da água.

Durante o trabalho de redimen-sionamento é possível detectar pro-blemas no pivô, sejam eles elétricos, mecânicos ou hidráulicos. Sabendo da importância desse trabalho, tanto para a revenda quanto para o clien-te, a Unimaq já não espera mais o cliente procurá-la. Com um trabalho

ativo a Unimaq desenvolve uma ati-vidade contínua de esclarecimento aos clientes da importância da revi-são. “Para Unimaq é um diferencial, conseguimos realizar um atendimen-to programado e de qualidade. Para o produtor, o equipamento vai estar apto para trabalho no momento que necessitar, não prejudicando a pro-dutividade durante a safra”, finaliza Ricardo.

Etapas da Revisão do Pivô

Vendedores identifi-cam os clientes com pivôs de mais de 5

anos e marcam uma visita.

O relatório é aprovado e/ou ajustado.

É enviado um técnico capacitado a campo para fazer um levan-tamento detalhado das condições locais e do equipamento,

inclusive com relatório e fotos.

Orçamento é enviado ao cliente.

Checagem da cap-tação, do conjunto

moto-bomba, passan-do pela adutora, che-gando à parte aérea e observando cada

aspersor e sua distri-buição.

Realizado o serviço, após aprovação do

cliente.

Os dados são levados ao escritório. São rea-lizados cálculos e estu-dos dos equipamentos

que estão sendo avaliados e gerado um

relatório.

Por último, é realizada a aferição do redimen-sionamento junto com

o cliente.

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Em relação à produtividade, é possível conseguir maior uniformidade do estande da cultura, maior eficiência na aplicação de nutrientes via pivô e maior produtividade.

As revisões do pivô mantêm um histórico atualizado do equipamento na revenda e facilita o acompa-nhamento por parte do revendedor da performance das máquinas dos clientes, possibilitando corrigir eventuais quedas de produtividade de forma preventiva.

Em relação ao consumo de energia, é possível um bombeamento mais eficiente, menor tempo de uti-lização e menor custo de energia, conseguindo aplicar uma mesma lâmina.

Vantagens da revisão periódica do pivô

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SALVOS PELO DÓLAR

Visão de Mercado

Muitas vezes reclamamos dos nossos velhos Reais e exaltamos o valor do Dólar. Pois é exatamente a fraqueza do Real e a força do Dólar que está salvando nossa agricultu-ra, em meio a essa crise da econo-mia mundial!

Muitas coisas estão dificultan-do a próxima safra: estoques de vi-rada recordes; preços internacionais em queda; juros altos; inflação alta e muitas incertezas políticas e eco-nômicas.

Mesmo o crédito agrícola em volume recorde, 20% a mais do que em 2014, num total de R$ 187,7 bilhões, não anima muito, pois em torno de 30% são oferecidos a juros de mercado, geralmente acima da taxa básica, hoje em 14,25%, nada atraente para a atividade agrícola.

Enfim, o único fator que compen-sa parte dessas perdas é a taxa de câmbio.

De uma maneira geral, a dispa-rada da moeda norte-americana, que subiu 10,16% só no último mês, é um desastre para a economia, principal-mente para aqueles que dependem de insumos importados, como a agricultu-ra. Aproximadamente 40% dos custos de produção da soja estão atrelados à cotação da moeda norte-americana. Em relação à safra passada, os cus-tos com fertilizantes aumentaram entre 20% e 32%, dependendo da cultura. Os preços mais altos dos defensivos agrí-colas, sementes, combustíveis e ener-gia elétrica também pesam no bolso do agricultor. De modo geral, os custos to-tais de produção estão de 25% a 30% mais altos do que na safra passada.

Porém, em um segundo momen-

to, o aumento na taxa de câmbio pode-rá ter um efeito positivo nos resultados da próxima safra.

Para o agronegócio, mais impor-tante do que a cotação atual do dólar, é a sua variação entre a época de forma-ção dos custos e o momento da comer-cialização da safra. Sempre que a mo-eda norte-americana se valoriza nesse período, há uma melhora na margem líquida da agricultura.

Embora pese em boa parte dos custos de produção, o dólar impacta na totalidade da receita obtida com as commodities internacionais, principal-mente milho e soja. Afinal, o preço que o agricultor recebe na fazenda é aproxi-madamente o preço em dólar posto no porto, multiplicado pela taxa de câmbio, menos frete e prêmio. Quanto mais alto o dólar, mais reais no bolso do agricul-tor!

No lado dos custos, aqueles agri-cultores que adquiriram seus insumos antes do final de julho, negociaram a um dólar cotado entre R$3,00 e

R$3,20. Quem deixou para depois, já vai negociar a um dólar acima dos R$3,40. Felizmente, de acordo com estimativas da ANDAV (Associação Nacional de Distribuidores de Insu-mos Agrícolas), até o final de julho já haviam sido comercializados 80% do volume de fertilizantes estimados para a próxima safra, 80% das se-mentes e 50% dos defensivos.

Já pelo lado da receita, as pro-jeções dos principais bancos apon-tam para um dólar em torno dos R$ 4,00 para o próximo ano. Caso isso se confirme e as cotações inter-nacionais dos grãos se mantenham nos patamares atuais, aqueles que adquiriram seus insumos com an-

tecedência deverão alcançar margens positivas e muito próximas às da última safra. Não fosse essa variação da taxa de câmbio, as margens teriam uma queda de mais de 50%.

Mas é preciso ter consciência de que toda moeda tem dois lados, inclu-sive o dólar!

O aumento da taxa de câmbio que irá nos ajudar nesta safra, pode-rá determinar um desastre na safra seguinte, caso a tendência se inverta. Neste caso, faríamos nossos custos a um dólar alto e comercializaríamos a safra a um dólar baixo, aumentando as despesas e reduzindo a receita. Caso isso não ocorra simultaneamente a um aumento significativo nos preços inter-nacionais, a pressão sobre as margens seria enorme.

Portanto, aproveitem esta safra, pois sabe-se lá o que nos reserva a próxima!

Por Amilcar Silva Centeno - Centeno Consultoria Ltda.

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News

O plenário do Senado aprovou no dia 04 de agosto, proposta de emenda à Constituição-PEC, que obriga a União a priorizar até 2028, investimento em irrigação com recursos públicos nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do País. O texto foi aprovado em primeiro turno, tendo ainda que passar por nova votação.

Apresentado também à Câmara, a proposta altera o artigo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), ampliando em 40 anos o prazo em que a União vai aplicar os recursos destinados à irrigação, sendo que 20% da verba devem ser destinados para o Centro-Oeste e 50% para o Nordeste – preferencialmente para o semiárido.

Até 2003, o texto original da Constituição deu prioridade para investimentos em irrigação com validade de 15 anos, que foi promulgado por emenda constitucional em 2004, ampliando para 25 anos. Após esse prazo, a União não precisa priorizar tais recursos para as duas regiões.

Cerca de US$ 712 milhões em sistemas de irrigação: é o que o Vietnã pretende aplicar até 2020 em melhoramentos e investimentos em sistemas de irrigação. A intenção é levar tecnologia para a principal região produtora de café do país – a província de Dak Lak, responsável pela maior produção do grão, com 460 mil hectares e apenas um quarto de sua área irrigada. A maior parte do investimento virá do Estado, seguindo de títulos governamentais, de em-préstimos de credores estrangeiros e por empresas locais, conforme informou o governo vietnamita, em julho.

Segundo maior produtor mundial de café, o Vietnã perde somente para o Brasil, com 2.256 milhões de hectares. A produção do café por commodities no país asiático tem frequentemente prejuízos na lavoura, por conta do enfren-tamento de seca.

De acordo com pesquisa desenvolvida pela Revista Rural, a marca Valley é a marca mais lembrada quando se fala em irrigação. Em sua 18ª pesquisa, a Revista Rural publicou os números atingidos por empresas de vários segmentos do setor agrícola e pecuário, onde a Valley atingiu 25,45% das respostas.

Na edição de 2015, foram realizadas 1.633 entrevistas, constituídas de 1.032 com agricultores e 601 pecuaristas, sendo 44% da pes-quisa realizada na região Sudeste, 29% no Centro-Oeste, 17% no Sul, 7% no Nordeste e 3% no Norte.

Considerada exemplo no Brasil e na América Latina, a cidade de Cristalina-GO destaca-se com o uso sustentável da água para a irri-gação agrícola. Cerca de 52 mil hectares são irrigados na região com 680 pivôs e 142 irrigantes. De acordo com levantamento recente feito pelo IBGE, graças ao seu modelo de irrigação, Cristalina registrou o maior valor bruto de produção em 2013 (R$ 2 bilhões), ficando atrás apenas da cidade de Sorriso-MT.

Aliada à alta tecnologia com o uso dos pivôs, a sustentabilidade ganhou espaço essencial. Os agricultores de Cristalina utilizam água para irrigação através da captação de chuvas, por meio de 170 barramentos. A técnica é responsável pela manutenção dos pivôs em fun-cionamento, garantindo fluxo da água no sistema e a sustentabilidade hídrica ao município. Dessa forma, a irrigação garante produção o ano todo, amenizando as características do Cerrado, já que a região concentra chuvas no verão e forte estiagem entre maio e setembro.

Cidades como Formosa (GO) e Unaí (MG) já seguem o exemplo de Cristalina, onde os produtores também notam que o sistema de irrigação em barragens pluviais, garante abastecimento de água o ano todo.

Senado obriga União a priorizar investimentos em irrigação

Vietnã investe em sistemas de irrigação

Valley – Top of Mind

Cristalina é exemplo sustentável em irrigação

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Direto da Fábrica

VALMONT APRESENTA PROJETO FORMAÇÃO DE MONTADORESA irrigação deve ser considerada

como parte de um conjunto de técni-cas utilizadas para garantir a produ-ção econômica de uma determinada cultura, com adequados manejos dos recursos naturais, devendo ser levado em conta os aspectos de sis-temas de plantios; de possibilidades de rotação de culturas; de proteção dos solos com culturas de cobertura; de fertilidade do solo; de manejo in-tegrado de pragas e doenças; meca-nização, dentre outros, perseguindo-se a produção integrada e a melhor

inserção nos mercados. Paralelamente, os projetos de

responsabilidade social das grandes empresas é ponto de extrema impor-tância para a construção de valores, gerando mecanismos para o fortale-cimento do setor através de ações que alavanquem o conhecimento, a profissionalização e o trabalho.

Assim, foi criado o Programa de Formação de Montadores Valmont. Projeto importante dentro da Valmont Indústria, o programa teve sua aula inaugural apresentada na tarde de

24 de junho – quarta-feira, na sede da Fundação de Ensino Técnico In-tensivo – Feti/Uberaba. Ao todo, 30 adolescentes de 15 a 18 anos foram inscritos no programa. Visto pela em-presa através de seu diretor João Rebequi, como importante não ape-nas para a formação de mão de obra, mas, principalmente, pela capacida-de de criar novos profissionais, ge-rando conhecimento e oportunida-des, o programa é engrenagem es-sencial para a relação entre indústria e comunidade.

Abrindo a aula inaugural, João Rebequi disse aos alunos: “Em 1994, eu participei de um programa parecido do governo estadual do Rio Grande do Sul, chamado Guri Trabalhador. Como muitos de vocês, minha família também tinha poucas condições para que eu pudesse estudar, ou fazer cursos. Todos nós sabemos da importância do estudo e do trabalho.”

“O objetivo do projeto é oferecer aos jovens assistidos pelas instituições parceiras, no caso da Feti, um treinamento de formação em mon-tagem, capacitando os mesmo para atuarem como assistentes de montagem de equipamen-tos de irrigação do tipo pivô”, explica a Recur-sos Humanos da Valmont e geradora do projeto, Bruna Abdanur. Além do diretor João Rebequi, estavam presentes os gerentes: Carlos Reiz – Comercial, Luiz Pelizzon – Industrial e Elbas Ferreira – Engenharia e Serviços.

Desde que o projeto foi apresentado ao governo municipal da cidade de Uberaba, em março deste ano, quando simultaneamente foi aprovado, um verdadeiro time de profissionais da indústria abraçaram a ideia, sendo parceiros e participantes do programa através de aulas ministradas. Gestores Valmont tirarão tempo em suas agendas para levar aos alunos o aprendi-zado necessário para se tornarem novos profis-sionais do setor.

Cada aluno recebe da Valmont material di-dático e apostila, além do cronograma das au-las. Todas as aulas serão ministradas da Feti, quinzenalmente, exceto os módulos de parte

prática, que serão feitos na fábrica. A intenção é dar aos jovens facilidade em acompanhar as aulas, evitando o deslocamento de todos até o Distrito Industrial, situado longe dos limites cen-trais da cidade. O curso encerra em dezembro deste ano.

Para João Rebequi, “com estudo e aprendi-zado é muito difícil não ter emprego. Nossas re-vendas Valley precisam de profissionais. Vemos isso todos os dias. Falta mão de obra, como também faltam cursos preparatórios. Essa é uma alternativa de pelo menos serem auxiliares. Os mais destacados podem através de outros cursos, serem projetistas e, quem sabe, enge-nheiros de irrigação”.

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Aconteceu

IRRIGER COMEMORA 10 ANOS COM NÚMEROS ACIMA DAS EXPECTATIVAS

Há dez anos, a Irriger – empresa de base tecnológica dedicada à pres-tação de serviço em gerenciamento de irrigação – surgiu no mercado brasileiro para dar suporte à agri-cultura irrigada, com profissionais especializados em engenharia e ma-nejo de irrigação. Em 2005, nascia dentro da Universidade Federal de Viçosa, como linha de pesquisa da instituição, o “Manejo da Irrigação”, uma marca que vem conquistando o mercado de forma sólida e crescen-

te, sendo hoje, líder de mercado no segmento.

Fundada pelo Professor Everar-do Mantovani, a Irriger identificou em 2010, que partindo para uma estrutu-ra definida no mercado de irrigação, atingiria o foco de seu serviço: equi-librar uma necessidade de aumento da área irrigada para produzir ali-mento e rentabilidade –, fundamental para o desenvolvimento das popu-lações, utilizando eficientemente a água e a energia.

Dentro deste princípio, surge a fusão com a Valmont – multinacional com sede nos EUA e filial no Brasil, líder no mercado de irrigação por pi-vôs centrais. Parceira dos projetos do Professor Everardo desde 1983, a Valmont adquire o controle acioná-rio da empresa e inicia um processo de aprimoramento da estrutura ad-ministrativa, possibilitando assim, a aceleração do crescimento da nova empresa de forma segura e manten-do a qualidade do serviço.

“A parceria com a Valmont abriu portas para a Irriger. Entramos num mercado muito forte, onde a marca Valley é líder de vendas de pivôs, com enorme satisfação do cliente”, resume Pro-fessor Everardo – sócio consultor da empresa.

Para comemorar uma data tão importante, toda equipe da Irriger se reuniu em Uberaba – Minas Gerais e sede da Valmont Brasil, em evento que aconteceu nos dias 27 e 28 de maio. Além dos sócios Irriger, Everardo Mantovai e Hiran Moreira, seus gerentes e supervisores regionais, estiveram presentes o Diretor Presi-dente Valmont, João Rebequi, os Gerentes de Desenvolvimento de Rede e Comercial, André Ribeiro e Carlos Reiz, e a Coordenadora de Re-cursos Humanos, Bruna Abdabur. Foram dois dias de celebrações e trocas de conhecimentos, através de palestras e cursos.

Uma década de trabalho em prol de um agronegócio mais sustentável

As primeira ideias de um sistema de gestão de irrigação surgiram dentro de uma das aulas que o Professor Everardo ministrava na Uni-versidade de Viçosa. Tratava-se de um tanque cortado, de onde surgiram ideias e formas de execução dos processos de gerenciamento de irrigação.

A aceitação do serviço da Irriger no prin-cípio foi lenta; a questão ambiental, o valor da água e da energia naqueles anos não eram tratados de forma tão efetiva quanto hoje, mas com o tempo o produtor se voltou para essas preocupações. Além disso, com o mercado cada vez mais competitivo, principalmente para a questão do custo de produção, ficou cada vez mais necessário baixar o custo de produção, sem perder produtividade nem qualidade.

“Em 1980, ninguém acreditava no potencial de irrigação no Brasil. Nem mesmo eu, naquela época, acreditaria que hoje estaríamos geren-ciando uma área irrigada tão grande. Muitas vezes, o que parece estranho num primeiro mo-mento, torna-se essencial em outro. Foi assim que aconteceu com a irrigação no Brasil. Há 20, 30 anos, irrigar era uma coisa complexa, com custo muito elevado de um lado e um produtor com menor poder aquisitivo do outro. Paralela-mente, a irrigação foi se tornando mais compe-

titiva. Hoje, a realidade é outra: temos um pro-duto rentável e sustentável, para um produtor consciente e com facilidades de compra”, expli-ca Professor Everardo.

A base de construção da Irriger sempre foi a possibilidade de produzir alimento de for-ma equilibrada. O uso da água na produção de comida e renda, através do gerenciamento de irrigação, torna-se eficaz, somado à geração de renda, emprego e diminuição do êxodo ru-ral. Para a equipe do Professor Everardo, a ir-

rigação é fundamental para o desenvolvimento das populações, da atividade agrária e para a segurança alimentar. Tudo muito bem utilizado. Nesse sentido é que nasce o gerenciamento da irrigação desenvolvido pela Irriger.

Utilizando o conceito de competitividade sustentável, a Irriger mostra ao cliente não ape-nas como gerenciar sistemas de irrigação, mas

Professor Everardo em palestra no evento de 10 anos.

“Nem mesmo eu, naquela épo-ca, acreditaria que hoje estaría-mos gerenciando uma área irri-gada tão grande.”

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em irrigação, existe um cálculo contrário aos que são apresentados na maioria das cidades brasileiras: diminuição do êxodo rural desorde-nado; maior disponibilidade de alimento a baixo custo; geração de renda e emprego; crianças em sala de aula e menores índices de violên-cia. Tudo isso por conta dos melhores salários pagos nas fazendas irrigadas e geração de em-pregos indiretos, o que mostra que as regiões irrigadas no Brasil têm forte alto nível”.

E completa: “A agricultura irrigada significa segurança alimentar! Estamos vivendo um mo-mento de crise hídrica e são nestes momentos de crise que a gente cresce mais. Se existe uma crise hídrica, nosso trabalho de gestão de irri-gação se torna muito importante. Se a energia dispara, nosso trabalho é muito importante. Se a água está valorizada, ou se a irrigação é essen-cial para a produção de alimentos, nosso servi-ço é essencial. Se hoje gerenciamos 400 mil ha/ano, imagino que os próximos 10 anos vamos atingir índices mais elevados, sempre tratando com consciência e coeficiência a agricultura irri-gada brasileira.”

Aconteceu

a garantia de se posicionar ao público interes-sado como irrigante sustentável. “Nossa missão é gerar soluções tecnológicas para a agricultura irrigada, promovendo sustentabilidade ambien-tal e rentabilidade”, acrescenta o Diretor Execu-tivo, Hiran Moreira.

Os números mostram que o conceito é apli-cável e determinante: 97% dos clientes Irriger renovaram seus contratos. Após a fusão com a

Valmont, a Irriger cresceu anualmente, em mé-dia, 28 mil hectares, dobrando seu faturamento anual. Ao todo são 250 mil hectares gerencia-dos, que produzem safras correspondentes a 400 mil ha/ano. Além do Brasil, o sistema Irriger gerencia lavouras de diversas culturas na Índia, Rússia, Sudão e México.

Os próximos 10 anos

A Irriger vê o futuro com bons olhos, além das questões de sustentabilidade e rentabilida-de, para o Professor Everardo a irrigação tem uma participação grande nas questões sociais que vemos estampadas nos jornais do Brasil. “Temos estudos que mostram que nas regiões de agricultura irrigada, os problemas urbanos são muito menores. Nas cidades que investem

“Nossa missão é gerar solu-ções tecnológicas para a agri-cultura irrigada, promovendo sustentabilidade ambiental e rentabilidade.”

NÚMEROS DA IRRIGER

+ de 356

+ de 2.192

+ de 224.909 ha

1.053.000.000 m³

534.323 MWh/ano

Fazendas atendidas simultaneamente

Pivôs centrais

Irrigados e monitorados simultaneamente

de água monitorados anualmente

de energia elétrica monitorada

Aconteceu

A edição da revista Dinheiro Rural de agosto traz a história de vida do Presidente da Valley, João Rebequi.

A matéria intitulada “Como um rapaz da periferia de Porto Alegre alcançou a presidência da americana Valmont”, mostra detalhes da carreira de João Re-bequi, sua característica de liderança e também fala sobre o comprometimento com seu atual desafio: aumentar a participação da irrigação por pivôs centrais no País.

Entre os meses de junho e julho aconteceram as reuniões regionais das Revendas Valley.

Em cada etapa, os encontros aconteceram em dois dias. No primeiro dia de encontro foram abordados assuntos comerciais, produtos, concorren-tes, desenvolvimento de revendas e práticas de vendas. No segundo dia, as revendas participaram do treinamento “Prospecção - A chave do desempenho em vendas”, ministrado por Silvana Goulart - Academia de Vendas.

Este ano, a Valley ainda realiza a convenção anual dos revendedores, que acontece em dezembro. Os eventos fazem parte de uma série de ações da Valley, que promovem o desenvolvimento e melhoria contínua das reven-das, para que o agricultor continue contando com uma rede de revendedores altamente capacitados.

O colaborador da Valmont, Cléber Luís das Chagas, brilhou na prova de corrida de rua Track Field Run Series, etapa Uberaba.

Na corrida, que aconteceu dia 02 de agosto, Cléber subiu ao pódio e con-quistou a 4ª posição no percurso de 10 Km. O atleta completou a prova com o tempo de 38 minutos e 08 segundos.

O circuito de corridas de rua é composto por 60 etapas, em 30 cidades brasileiras; em Uberaba, a prova contou com 750 atletas inscritos.

Cléber segue treinando para participar de futuras provas de corrida e ci-clismo.

João Rebequi na Dinheiro Rural

Reuniões Regionais

Cléber conquista pódio

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Aconteceu

A Valmont apresenta sua mais nova campanha “Revise seu Pivô”. A ação, que é realizada pelas revendas Valley, reforça os serviços diferenciados de pós-venda e oferece descontos especiais na compra de peças originais Valley.

Os serviços exclusivos garantem a produtividade do cliente, economia de água e energia e a possibilidade de produzir o ano todo, com menos riscos de reparos emergenciais.

A campanha é um grande estímulo para uma irrigação mais eficaz e confirma o legado de inovação e compromisso da marca com o seu cliente.

Consulte a revenda da sua região e saiba se ela já aderiu à campanha, Revise seu Pivô.

A Valmont Brasil, este mês, apresentou o site AgSense em português. Além de um novo projeto gráfico, mais moderno e dinâmico, as informações foram organizadas para levar até o público o que há de mais atual no mundo da irrigação.

O objetivo foi deixar o site mais atraente e fácil de navegar, além de con-tribuir para a atualização e produção de conteúdos mais relevantes para os produtores, revendas e profissionais irrigantes.

O novo site AgSense Brasil também foi desenvolvido para levar um en-tendimento mais claro sobre as funcionalidades do FieldCommander, AquaTrac e WagNet. É possível saber mais sobre a característica do produto, como fun-ciona, e todos os detalhes desta ferramenta, que proporciona maior controle para a sua irrigação.

Acesse: www.agsense.com.br

Está disponível no canal do youtube da Valley, o primeiro filme da série de vídeos “Pergunte a Valley”.

Os vídeos consistem em um breve bate papo entre um irrigante e um pro-fissional de irrigação. Além de uma abordagem simples e didática, a conversa tem um conteúdo técnico que responde às principais dúvidas de produtores irrigantes.

Assine nosso canal do youtube e fique atento às próximas novidades. Todo mês, um novo vídeo com conteúdo exclusivo Valley.

Campanha: Revise seu Pivô

Site AgSense em português

Lançamento vídeos Pergunte a Valley

Acesse o site utilizandoo leitor QR-Code

do seu celular

Veja os vídeos utilizandoo leitor QR-Code

do seu celular

Matéria de Capa

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Na região de São Desidério, na Bahia, encontram-se as maiores produções agríco-las do Brasil. Distante 878 km de Salvador, até a década de 1980, o município sobre-viveu da agricultura de subsistência, com pequenas produções e comércio quase ine-xistente. A partir de 1985, a região toma im-pulso com a chegada de migrantes do Para-ná, Rio Grande do Sul e São Paulo, atraídos pelos baixos preços das terras e a possibili-dade de plantio, com o manejo do cerrado e a riqueza hídrica da região.

A realidade da cidade hoje é comple-tamente oposta. Em 30 anos, a agricultura de São Desidério se destaca, atingindo o ranking de maior PIB do estado e chegando em 2012 como o município brasileiro com maior valor de produção agrícola, quando atingiu R$ 2,33 bilhões, disputando o pódio com Sorriso-MT.

A irrigação é a maior garantia dessa megaprodução. Vizinha de São Desidério, fica Luiz Eduardo Magalhães, que há 15 anos era apenas uma vila e, hoje, tem mais de 80 mil habitantes. Toda essa riqueza no oeste da Bahia é gerada basicamente da agricultura irrigada, transformando a condi-ção da região, que conta com índices pluvio-métricos entre 800 a 1200 mm.

Família Busato

Em 1988, Júlio Cézar Busato e o pai, Hélio Busato, saem do Rio Grande do Sul a procura de novas terras para agricultura nos estados da Bahia e do Mato Grosso. Paralelamente à expansão da agricultura no Cerrado baiano, novas fronteiras são aber-tas. Logo que conhece a região, o patriarca da Família Busato decide ficar, mesmo sem conhecer a realidade das terras mato-gros-senses. Viu ali, a chance que procurava.

Com um sol firme durante todo o ano e o fácil manejo hídrico, a questão da irrigação já era muito discutida. Em busca de melho-res preços do feijão, viram a oportunidade de produzir fora de época, para atingir me-lhores preços. Logo, os outros três filhos do Sr. Hélio vieram para Barreiras, seguindo a tradição de gerações de agricultores.

A princípio, começam irrigando 50 hec-tares com um pivô em sociedade com um vi-zinho. Em 1992, a família adquire mais dois equipamentos, investindo assim anualmen-te na aquisição de pivôs. Para o sr. Hélio, a irrigação é algo importante; ele a vê como uma ferramenta fundamental para dar segu-rança e produtividade. Mesmo com o Estado da Bahia não tendo tecnologia na época, e passar por complicações ora por conta dos veranicos, ora por conta das interrupções do

5 SAFRAS EM 2 ANOSA GARANTIA DE COLHEITA ATRAVÉS DA IRRIGAÇÃOVisitamos duas regiões irrigadas do Brasil, buscando trazer informações específicas sobre a capacidade real da produção agrícola que cresceu, e muito, nas últimas três décadas.

Cézar Busato, plantação de algodão, São Desidério-BA

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regime climático, com a irrigação não teria difi-culdade em colher. Teria sim, um ano tranquilo, com boa colheita e safra descasada com pico de produção. “Essa é uma forma de não ter difi-culdade com a lavoura e dar sustentabilidade ao negócio. Esse foi o grande lance de irrigar nes-tes 25 anos”, garante a nova geração de irrigan-tes da família, o Engenheiro Agrônomo Cézar Busato, filho de Júlio Cézar, neto do sr. Hélio e quem recebeu a equipe Pivot Point Brasil, na Fazenda Busato I.

No começo, os Busato irrigaram basica-mente feijão, soja e milho. Na propriedade já produziram mais de 12 culturas diferentes, des-de hortaliças, como cebola e tomate, até amen-doim, milho pipoca, milho convencional, testes com alfafa, cana de açúcar e fumo. A produção de 2 a 2,5 safras/ano, depende do conjunto. Já

foram feitas até três safras/ano, mas viram 2,5 ser um ótimo número. “Não atemos a uma cultu-ra. Sempre buscamos coisas novas para tentar integrar e agregar o sistema de irrigação.”

Em 2003, a Fazenda Busato foi pioneira na adoção do sistema de manejo de irrigação da Ir-riger. “Uma das propriedades, a Fazenda Busa-to II, fica próxima ao Vale do São Francisco. Tem um solo muito manchado, pois sob um mesmo pivô temos variações de mais de 30 pontos de argila, em um ponto 3% e em outro 33%.

Para conseguir irrigar um solo tão comple-xo, exigiu-se conhecimento e tecnologia. “Atra-vés do Professor Everardo – grande referên-cia em irrigação no Brasil – apostamos que o programa auxiliaria muito no trabalho, além de poder saber o que foi gasto e com sustentabili-dade. Ao longo do tempo, conseguimos ganhar

confiança. A Irriger, além de dar um parâmetro, nos dá segurança de que estamos fazendo um bom trabalho, diminuindo ainda a incidência de doenças e aumentando o volume do produto fi-nal.”

A produção atual da Família Busato é tra-balhando com soja precoce; seguindo de algo-dão, para escapar do período mais frio e fina-lizando com milheto, para manejo e conserva-ção de solo. O grupo familiar, como preferem chamar, colhe média de 65 sacas de soja, 180 de milho e 300 arrobas de algodão por hecta-re. Cada membro do grupo cuida de uma área: financeira, agrícola, técnica, administrativa, me-canização, logística e infraestrutura. Além dis-so, Júlio Cézar Busato é o atual presidente da Associação Baiana de Irrigantes e Agricultores.

Ao todo, nas nove propriedades, ou nove módulos gerenciais como titulam, 41 mil hec-tares de área, 46 pivôs e 4.500 ha são irriga-dos. “A pessoa tem que estar preparada para um time muito mais apertado, para um nível de organização um pouco maior e ver a fazenda como um sistema diferente do sistema sequei-ro, onde os ciclos acabam. Na irrigação, o ci-clo nunca acaba. Sempre há safra. Isso gera renda, melhor fluxo em caixa e um dimensio-namento de máquinas mais eficientes, com tecnologia de ponta”, completa Cézar Busato.

Grupo Decisão

Nessa propriedade, fomos recebidos pela nova geração da família tradicional de agriculto-res, Ariel Zancanaro Zanella. O grupo é liderado pelos Zancarano, onde o avô Nelsir e os quatro filhos cuidam de toda a rotina do Grupo Deci-são. A chegada da família na Bahia tem início no estado natal, Rio Grande do Sul, seguindo para a cidade de Cascavel-PR, onde buscavam novas oportunidades. Depois de décadas, a família vai para Unaí-MG, onde o pai Celestino Zanella e o tio João ficam por 20 anos, até de-cidirem ir para a Bahia, mais precisamente para São Desidério.

Na cidade mineira começam a irrigar em 1990. “Pivô significa diferencial.” A vantagem de se utilizar o sistema já era conhecida pelos tios,

“Na irrigação o ciclo nunca acaba. Sempre há safra. Isso gera renda, melhor fluxo em caixa e máquinas muito mais eficientes, com tecnolo-gia de ponta.”

Matéria de Capa

que continuaram irrigando em Unaí, tendo a opção de comprar área para ser irrigada na Bahia.

Com duas unidades distintas, o Grupo tem uma área em sequeiro, mas para aproveitamento de terra. Em Unaí, produzem café, feijão, tri-go, soja e milho. Já a unidade de São Desidério, cultiva soja, feijão, milho e algodão, aproveitando da altitude e temperatura na Bahia, garantindo assim a produção. “A irrigação nos permite toda essa gama de culturas diferentes numa mesma área.”

Utilizando alguns pivôs para 02 safras/ano e outros com 03 safras/ano, onde fazem milho, soja e feijão, sempre levantando a importância do manejo. Com planejamento adequa-do, trabalham em ciclos onde em um mesmo pivô, a mesma cultura não volta antes de passar por todas as outras. “Cada cultura tem sua pe-culiaridade e vantagem. Às vezes, duas culturas proporcionam mais do que as 03 que fazemos em outro pivô. Depende do ano, da safra e da época.”

E é o planejamento a palavra de ordem do Grupo Decisão. Tudo gira em torno de reuniões com os líderes e responsáveis pelas propriedades. Principalmente com o planejamento de rotação de culturas: “Visualiza-mos a parte financeira? Sim! Mas o nosso foco é agronômico. Nós não plantamos uma cultura em determi-nado pivô somente porque naquele

ano ela vai ser financeiramente mais lucrativa. Tem toda uma rotação de cultura com a parte agronômica atrás. Ou seja, nós vamos continu-ar plantando feijão, soja, algodão e milho. As áreas mudam 200, 300 hectares por conta da própria rotação de cultura. Sentam as pessoas que decidem pela fazenda e planejam a base.”

Experts no manejo de 03 safras/ano plantam 11 meses/ano e colhem 11 meses/ano – não necessariamen-te em sequência, havendo sempre o tempo de um mês. “A parte operacio-nal é muito mais ativa. Enquanto que no sequeiro existem 06, 07 meses em que há funcionários contratados e depois essa mão de obra não é mais necessária; irrigando, trabalha-

mos com esse quadro de funcioná-rios o ano todo. A parte operacional é muito mais rápida e o planejamento tem que ser muito bem feito: se atra-sa um pouquinho numa cultura, per-de consequentemente na outra. Isso gera mais dinamismo e renda.”

Outra importante opção do Gru-po é o plantio de milheto e crotalária como lavouras de cobertura. O De-cisão não se limita apenas ao milho para a palhagem de solo e acredita que essa é a solução para as áre-as da Bahia. O objetivo da rotação, além de limitar pragas, é a matéria orgânica. Quanto mais matéria orgâ-nica, mais micro-organismos que vão competir com as nematoides. “Esse é mais um plus da irrigação.”

Pioneiros também na implanta-

Ariel Zancanaro Zanella, plantação de algodão - São Desidério-BA

SAFRA 1 SAFRA 2 SAFRA 3 SAFRA 4 SAFRA 5

GRUPO CULTURA PERÍODO CULTURA PERÍODO CULTURA PERÍODO CULTURA PERÍODO CULTURA PERÍODO

VELOSO Soja 1/10 a 30/01 Milho Semente 10/02 a 10/06 Feijão 15/06 a 30/09 Soja 20/10 a 20/2 Feijão 15/04 a 30/08

GALBA Soja 1/10 a 30/01 Milho Semente 10/02 a 10/06 Soja Semente 15/06 a 30/10 Milho Semente 10/10 a 30/03 Feijão 15/04 a 30/08

FAVA SEMENTES Soja 1/10 a 30/01 Batata 15/2 a 15/07 Milho Semente 30/07 a 15/12 Soja 25/12 a 30/04 Feijão 15/05 a 30/09

GRUPO BUSATO Soja Outubro-fevereiro Algodão Fevereiro-Agosto Milheto Agosto-Outubro Soja Outubro-fevereiro Algodão Fevereiro-Agosto

GRUPO DECISÃO Milho Semente Agosto-Janeiro Algodão Janeiro-Junho Feijão Junho-Agosto Soja Outubro-fevereiro Milho comercial Março -Julho

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ção do sistema Irriger desde 2006, tiveram dúvidas quando o programa foi implantado. Após o relatório de safra, perceberam que podiam pro-duzir mais com menos 28% de água, só no primeiro ano. “A planta tem uma necessidade hídrica para cada momento. A Irriger mostra e prova que é eficiente. Se não tiver acom-panhamento, pode ser tomada deci-são errada. E o custo do serviço? “Se paga fácil, além de menor aplicação de fungicida e melhor fitossanitário: outro plus da irrigação.”

A decisão pelo equipamento Valley veio pela confiança adquirida e pelo suporte adequado. Ao todo, o Grupo conta com três propriedades na Bahia e uma em Minas Gerais, totalizando 3.299 hectares irrigados com 29 pivôs. Para o futuro, a inten-ção é irrigar mais sete mil hectares. “Se a irrigação não fosse vantagem, não teríamos conseguido chegar até aqui. Sem a irrigação, a gente teria conseguido trabalhar por um ou dois anos. Nos outros anos, a perda seria de 60 a 70%, senão total. A região de São Desidério é de 800 a 1200 mm de chuva, ou seja, não teríamos con-seguido.”

Localizado na região noroes-te de Minas Gerias, Paracatu fica a 500km da capital Belo Horizonte. Co-nhecida por ser a maior produtora de grãos do estado, a mesorregião é a maior produtora de feijão do país. O clima quente proporciona veranicos severos, com possibilidade de su-cesso na colheita das lavouras com a irrigação.

Há 30 anos, a região se benefi-ciava apenas de pecuária de exten-são e da prática do garimpo de explo-ração. Com a chegada da irrigação, o aspecto da região mudou, principal-mente nos últimos 15 anos. Hoje, a cidade tem a economia voltada para a agricultura, coisa que não seria imaginável com temperaturas altas e

a grande presença de veranicos.No maior município irrigado da

América Latina, algo em torno de 400 mil hectares, conforme a Agência de Desenvolvimento Sustentável do No-roeste de Minas (Adesnor), visitamos três propriedades, cada uma com sua peculiaridade, mas todas com uma característica: de duas a três safras/ano bem definidas.

Família Veloso

Há 20 anos, Danilo, Dalmir e Décio Veloso chegaram a Paracatu, deixando a cidade natal de Carmo do Paranaíba, também em Minas Ge-rais, onde eram pecuaristas de leite, em busca de crescimento e inova-ção. Na época, adquiriram área para plantio de milho para silagem em se-queiro.

Não demorou muito para entrar na atividade agrícola como irrigante, seguindo os conselhos de um amigo, e entrar de fato no ramo da agricul-tura, podendo assim aproveitar e adquirir grandes áreas em oferta na região, que sofria crise econômica. Era o momento de entrar no negócio. Começaram com dois pivôs e foram

abrindo área. “Já entramos no seg-mento com a intenção de produzir com uma meta estipulada, que de-penderia exclusivamente de irriga-ção, tecnologia e escolha de semen-te”, diz Danilo Veloso.

Hoje, são nove equipamentos, onde dos 1.550 hectares de área, 530 ha são irrigados. A produção em sequeiro ainda é realidade em uma das três propriedades, por conta da dificuldade em utilizar recursos hí-dricos. Irrigando, conseguem plantar soja em outubro, colher em fevereiro; entrar com o milho em março, colher em junho e, logo, plantar feijão, que é colhido em setembro. “Sempre deu certo”, garante. Outra produção é mi-lho semente, o que na região é fei-to com a parceria com sementeiras, que aproveitam o clima agregado à irrigação por pivô central.

Com o projeto de irrigar mais 270 hectares em breve, Danilo Velo-so diz convicto: “É melhor ser irrigan-te do que não ser. A frustação com o sequeiro é muito grande. Quando a planta precisa de água e não tem chuva, não se pode fazer nada. Com a irrigação, a gente decide a hora certa. É um prazer plantar com irriga-

Danilo Veloso, plantação de milho - Paracatu-MG

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ção. Produzir alimentos assim é fácil. Hoje é inviável plantar sem irrigação. Tenho área de sequeiro e não quero mais plantar. Se não for irrigado, vou dar murro em ponta de faca.”

Fazenda Santo Aurélio

Galba Vieira Cordeiro Jr. é da-queles protagonistas de uma história de sucesso. Filho de uma tradicional família de pecuaristas de Paracatu, recém-formado em Administração de Empresas, chega até o pai e faz uma proposta não esperada: utilizar as terras para a agricultura. O pai logo viu com estranheza o pedido do filho, já que a região castigava as lavouras por conta do clima quente e a falta de chuvas.

Apesar de não ter experiência com agricultura, remodelou a fazen-da e, mesmo não tendo o apoio total do pai, seguiu adiante. “Com a ne-cessidade, meu pai vendeu parte da fazenda. Vi que tinha que tecnificar o que tinha sobrado.” Junto à irmã, decidiu em 2004, não só plantar, mas irrigar. Via que essa era a alternativa certa para a adequação, além de ser um nicho de mercado.

Na primeira aposta, adquiriu dois pivôs que irrigavam 130 hecta-res. Com o lucro da safra, comprou mais dois equipamentos. E assim foi crescendo dentro do segmento: “O que sobrava investia”, lembra. Hoje, são 40 pivôs e 2.500 hectares irriga-dos, em uma área de 4 mil ha. “Não tem como mensurar o que aconteceu nos últimos 11 anos. A irrigação trou-xe uma prosperidade muito grande.”

Com 35 funcionários diretos, a produção é basicamente de soja, milho e feijão. A média é de 2,6 sa-fras/ano, que só não é maior por um déficit na região: a falta de fluxo de colheita, pois não há onde guardar e sacar. Aproveitando a oportunidade, utiliza campo de semente para o in-

verno. A garantia que as sementeiras dão, possibilita um giro maior e cer-to. “Usei na fazenda, que nada mais é que uma empresa a céu aberto, o que aprendi na faculdade.”

Fava Sementes

A Fava Sementes tem apenas três anos de mercado. Mas a experi-ência com agricultura do proprietário, Luiz Fava Jr., é muito maior, sendo 28 anos de irrigação. Com proprieda-des em Minas Gerais, onde a produ-ção é feita com milho sementes; em Goiás e Bahia cultivam soja, feijão, milho, algodão e café.

Ao todo, nos três estados, são 12 mil hectares de área, onde 2.853 são irrigados por 15 equipamentos. Sete outros estão em andamento. Um dos pilares da propriedade é o café irrigado na Bahia: projeto de irri-gação grande, com maiores recursos disponíveis. A produção nas proprie-dades gira os 12 meses do ano, onde é possível fazer 2,5 safras/ano.

Cliente Irriger, Luiz Fava Neto, nova geração da Fava Sementes, diz que o sistema é o equilíbrio da irriga-ção. “A agricultura com irrigação é mais eficiente e não está refém das condições climáticas.” A ideia é irrigar mais 5 mil hectares em Minas e Goi-ás e mais 3 mil na Bahia.

Por conta da baixa lâmina d’água na região de Minas Gerais, onde estão instalados, a irrigação é a salvação e os pivôs são ligados nos veranicos. Mesmo assim, a fazenda gira o ano todo, empregando 130 funcionários, e diminuindo o custo operacional de pessoas. “A fazen-da encaixou como uma luva na irri-gação. Não tem funcionário ocioso. Antes, havia uma rotatividade muito grande. Hoje, podemos formar equi-pe, o que agrega qualidade no mane-jo da fazenda.”

Washigton Ribeiro - Gerente de Produção e Luiz Fava Neto, em Paracatu-MG

Galba Vieira Jr, produção de feijão

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Mundo Valley

MEU PRIMEIRO PIVÔSegundo dados apresentados

pelo Ministério da Integração Nacio-nal, através do Retrato da Irrigação no Brasil, o país possui em torno de 5 milhões de hectares irrigados atu-almente, e mais 30 milhões de hec-tares com potencial para irrigação de Norte a Sul. O levantamento indica que investir na agricultura irrigada significa agregar ganhos em produti-vidade, aprimorando a economia do país e podendo despontar como po-tência mundial na produção agrícola sustentável.

Observando essa importância, a Valmont lança a partir do segundo semestre de 2015, o projeto “Meu

Primeiro Pivô Valley”. O objetivo é apresentar, junto com a parceria das revendas de cada região, os cami-nhos para a aquisição do primeiro pivô; informações gerais sobre irriga-ção; legislação; financiamento e ins-talação aos novos irrigantes.

Para o diretor presidente da Valmont Brasil, idealizador da cam-panha, esse é o caminho mais curto para que o projeto de irrigação pos-sa virar realidade. Essa é uma for-ma de viabilizar de maneira efetiva as vantagens da irrigação através de números, experiências e resulta-dos com o potencial de produtivida-de, desmistificando a complexidade

em se adquirir, implantar e manter o equipamento.

Personagem importante para a implantação do projeto Meu Primei-ro Pivô Valley, o revendedor Valley foi escalado para atuar e levar aos novos clientes, as respostas para as dúvidas mais comuns, quando procuram entender um pouco mais do mundo da irrigação. A revenda é quem mais conhece a realidade em cada região e quem está preparado para auxiliar, desde o início do pro-jeto, da instalação do pivô, suporte pós-vendas e manejo da irrigação.

Veja os eventos confirmados em quatro di-ferentes regiões do Brasil:

O evento

O Dia de Campo organizado pela reven-da em propriedade de um cliente Valley, trará o novo irrigante para conhecer de perto o pivô e a captação d’agua, permitindo que as dúvidas possam ser tiradas in loco.

Os potenciais clientes de irrigação convidados participarão de palestras relativas ao projeto de irrigação, outorgas e licenças e outras questões técnicas e comerciais. Além do revendedor, técnicos da Valley estarão pre-sentes, como também equipe Irriger – empresa de manejo de irrigação da Valmont, e o Valley Finance, que esclarecerá dúvidas a respeito de financiamento. No final, churrasco de confrater-nização, para que os novos irrigantes se sintam cada vez mais integrados ao mundo da irriga-ção.

26’AGONaviraí-MS

11’SETCampo Novo

do Perecis-MT

15’SET Santa Cruz do Rio Pardo-SP

23’SETRio Verde-GO

Fazenda Marialva(Revenda Copasul)

Fazenda Dois Irmãos (Revenda Produtividade)

Fazenda Nossa Senhora da Aparecida (Revenda Unimaq)

Fazenda Monte Alegre (Revenda Pivotec)

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Foco no novo

TESTES APRESENTAM VANTAGENS AGSENSEAtualmente, algumas regiões

do Brasil contam com equipamentos AgSense em teste, são elas: Guaíra, Paracatu, Uberaba, Perdizes, Luís Eduardo Magalhães, Cristalina e Unaí.

A Irriger, empresa que pertence a Valmont e faz manejo de irrigação,

está acompanhado os testes. Neste período de testes, a Irri-

ger vem observando algumas van-tagens dos equipamentos AgSense, entre elas:

- Informação em tempo real per-mite saber se o pivô desarmou, ato-

lou, parou de rodar ou teve queda de energia.

- Possibilidade de acompanhar o funcionamento de todo o parque de pivôs em uma tela.

- Custo mais baixo do que de um colaborador para monitorar o Pivô.

Aquatrack envia dados da

umidade do solo

Recebe os dados em seu dispositivo móvel através do

WagNet

Produtor analisa os dados e toma a

decisão de irrigar ou não e envia o sinal

para Field Comander

Operacionaliza remotamente o

acionamento ou não do pivô

Conheça os produtos:

Field Comander

- Preço acessível.- Ativação e desligamento do pivô remota-

mente.- Acionamento de todos os pivôs ao mesmo

tempo.- Aumento da eficiência no uso noturno.- Aumento da eficiência do uso de energia.- Atuação de forma imediata onde tiver pro-

blema.

Aquatrack

- Não há necessidade de ir no campo para ler a umidade, o equipamento envia as informa-ções direto no celular ou computador.

- Consegue representar bem a tendência de umidade do solo.

- Ajudar o cliente monitorar de forma con-fiável a umidade do solo, se a planta não está sofrendo estresse hídrico ou excesso de água.

WagNet

- O que tem chamado mais atenção dos clientes que estão testando o produto é a facili-dade de entendimento e uso do software.

- Indica onde há algum problema com o pivô e onde deve atuar.

- Reúne as informações de toda a opera-ção de um ou mais pivôs, dos níveis de umidade de solo em um histórico que pode ser consulta-do para auxiliar na tomada de decisão.

Os produtos AgSense estão disponíveis em todas as revendas Valley no Brasil. A insta-lação é simples e rápida e as revendas já estão treinadas pela fábrica para fazer a instalação e treinar o cliente.

Veja mais informações no site: www.agsense.com.br

Tela do Wagnet,no dispositivo móvel e

no computador

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EMPRESAS FAMILIARES: SUCESSO GARANTIDO?Tudo dependerá do mercado e, sobretudo, da eficiência em gestão

Gestão em família

Em recente estudo realizado pela Universidade de St. Gallen, na Suíça, listou-se as 500 maiores empresas fa-miliares do mundo, por receita. O Brasil está representado por 15 companhias, sendo que, destas, 2 estão entre as 25 primeiras colocadas: o Itaú Unibanco (18ª posição), dos Moreira Salles, e a JBS (24ª), da família Batista.

Para esta análise, resolvemos separar as Empresas Familiares em dois grupos: as Empresas Familiares com Gestão Familiar (Amadora) e as Empresas Familiares com Gestão Pro-fissionalizada. O primeiro grupo, infeliz-mente, representa a grande maioria das organizações empresariais do Brasil. As empresas com gestão familiar (amado-ra) têm alguns métodos de gestão ultra-passados e que, quando não corrigidos, fazem muito mal ao negócio.

É comum encontrarmos empresas que possuem uma estrutura organizacional composta pelo marido responsável pelo Comercial, a esposa responsável pelo Fi-nanceiro e um filho responsável pelo Setor de Compras. Isso não seria problema ne-nhum se todos fossem capacitados para exercer tais funções e, além disso, traba-lhassem de maneira totalmente profissio-nal, deixando de lado os laços e problemas familiares. Como consultor de empresas de diversos segmentos, posso garantir a vocês que situações parecidas como a ilustrada aqui são sim muito corriqueiras.

As empresas familiares de gestão amadora não estão preparadas para o mo-mento de crise que estamos vivendo. Essa é a realidade! Muitos podem discordar e di-zer que conhecem algum negócio que vem perdurando por anos e a direção é compos-ta por membros da família e que todos eles não possuem experiência em outras em-presas e nem mesmo estudo para exercer tal função.

Podemos até concordar que existem muitas empresas de “sucesso” nessa situa-ção, mas será que esse negócio enfrentará a crise de maneira inteligente e planejada?

Se a empresa é lucrativa, será que ela seria mais lucrativa ainda caso houves-

se nela uma gestão profissional e orientada para os resultados?

Os resultados estão sendo medidos para que os problemas sejam identificados e, até mesmo, antecipados, evitando sur-presas desagradáveis?

Poderíamos ficar aqui fazendo diver-sos questionamentos reflexivos, porém, este não é o intuito. O que desejamos é demonstrar o quanto se pode ganhar com uma gestão profissional e orientada para resultados. Não estamos dizendo que qual-quer membro da família não pode cuidar do Financeiro, mas, se assim for, que ele seja capacitado para fazer isso. É preciso mui-to mais do que apenas disposição e força de vontade. Existem diversas formas de se capacitar, e isso é fundamental. Vamos a alguns exemplos:

- Cursos Superiores: se a função exercida não é uma aventura passageira, por que não fazer um curso superior e se tornar especialista naquilo que se propôs a fazer na empresa?

- Cursos Técnicos: existem diversos cursos técnicos bons e que podem ser o que está faltando na formação de muito profissional.

- Cursos via internet: a rede disponibi-liza uma infinidade de cursos e outros ma-teriais. Pesquisando corretamente dá para

conseguir coisas boas.- Leituras direcionadas: existem

diversos livros, revistas, artigos, estu-dos de caso. Enfim, basta pesquisar e saber escolher os melhores materiais que você poderá, desse modo, se aper-feiçoar.

- Contratação de Consultoria e As-sessoria: um bom consultor pode, além de organizar a empresa, treinar as pes-soas a trabalhar da maneira correta.

Pode ser que, ao analisar as ma-neiras sobre como ser um profissional mais qualificado e, dessa forma, fazer com que sua empresa tenha uma ges-tão profissional, você chegue à conclu-são de que não está animado ou não é capaz de fazer isso por mãos próprias. Se for assim, a sugestão é que você contrate pessoas que possam tocar a sua empresa da melhor forma, ou seja,

realizando trabalhos profissionais, com es-tratégias e controles bem definidos. Essa contratação deve seguir critérios bem ri-gorosos, para que problemas semelhantes não voltem a surgir.

Com pessoas qualificadas trabalhan-do nos lugares corretos, a chance de suces-so aumenta muito, contudo, mesmo que se tenha na empresa pessoas preparadas, é imprescindível que o empreendedor tenha o mínimo de qualificação para poder gerir alguns indicadores e controlar a organiza-ção com qualidade. Trocando em miúdos: o dono da empresa não precisa saber fazer um Fluxo de Caixa, mas precisa ter quem faça e precisa saber interpretá-lo e tomar decisão com base nele, por exemplo.

Nosso desejo é que as empresas fa-miliares prosperem e se sobressaiam. Pro-fissionalizar a gestão, assim como ter boas estratégias comerciais, ter plano de suces-são, etc., é fundamental. O mercado está cada vez mais competitivo e, a cada dia que passa, fica mais difícil seguir sendo amador e guiado por onde o vento leva.

É preciso ser dono do próprio destino e uma das formas de se fazer isso, enquan-to empresários, é tendo uma gestão que pode até ser familiar, mas que seja de qua-lidade e extremamente profissional.

Por Marinho Antunes

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Feiras

A AgroBrasilia - Feira Internacional dos Cerrados, aconteceu entre os dias 12 e 16 de maio, e totalizou um volume de negócio de R$ 627 milhões. Nos 500 mil m² de feira, a organização estimou um público de 98.000 pessoas, que pode conferir de perto as novidades dos setores de máquinas e equi-pamentos. Com a participação da revenda Valley Pivot, na AgroBrasília, 420 expositores estiveram presentes no evento, gerando negócios.

De 27 de abril a 01 de maio, em Ribeirão Preto-SP, a Agrishow 2015 foi palco de exposição de produtos de todos os setores agrícolas, com marcas de 800 empresas, nos 440 mil m² de área. Movimentando cerca de R$ 1,9 bilhão e um público de 160 mil pessoas, a Agrishow, Feira Internacional de Tecnolo-gia Agrícola em Ação, apresentou novidades.

No estande Valley, nos cinco dias de feira, o público visitante pôde co-nhecer o lançamento Valmont: o Agsense. Com dois sistemas avançados de monitoramento, que trazem a conectividade aos pivôs agrícolas – o Field Commander e o Aqua Trac, a proposta é reduzir os custos operacionais e usar os insumos de maneira ainda mais eficiente, agora disponibilizado para o mercado brasileiro.

Durante a Agrishow, a Valley fez também o lançamento da 2ª edição da Pivot Point Brasil. O ex-ministro, Roberto Rodrigues, entrevistado da edição, conferiu e parabenizou a equipe, referindo-se ao material focado ao irrigante. Na foto, com o diretor presidente, João Rebequi.

A Valley esteve mais uma vez presente na Bahia Farm Show, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do país. No evento, realizado em Luís Eduardo Magalhães, entre os dias 02 a 06 de junho, as revendas Valley Pi-vodrip, Brasmáquinas e Multigragãos estiveram presentes expondo os desta-ques da marca.

Os números finais da feira registraram um total de 63 mil visitantes, 210 expositores, e o volume de negócios deste ano ultrapassou a marca dos R$ 972,2 milhões.

AgroBrasília

Agrishow: Conectividade é destaque de lançamentos da Valley Irrigação

Bahia Farm Show

Em um espaço amplo, moderno e climatizado, os visitantes puderam conferir a apresentação e desenvolvimento de novas tecnologias do setor, além da exposição de equipamentos, serviços e produtos. A edição da FER-SUCRO, aconteceu de 08 a 10 de junho de 2015, em Maceio (AL).

A revenda Valley Asbranor esteve presente no evento acolhendo os vi-sitantes da feira.

A importante Feira do agronegócio do Sul de Minas Gerais, destacou-se por sua programação inédita e excelentes parcerias, além do 6º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira e dinâmicas de campo.

A exposição aconteceu de 01 a 03 de julho, e a revenda Valley Lavras Irrigação esteve presente, levando informação e apresentando as novidades ao irrigante visitante.

A Pivotec Irrigação esteve presente na Fenacampo 2015, realizada em São Gotardo-MG.

A revenda participou da feira, levando informações e mostrando a região como destaque no potencial produtivo. Além disso, a revenda montou um pivô de exposição como atrativo para clientes e produtores, que pretendem irrigar.

A feira aconteceu nos dias 13, 14 e 15 de julho e recebeu os produtores rurais de toda a região, promovendo novos contatos entre produtores e empre-sas fornecedoras, e a realização de bons negócios.

Fersucro

Expo Café

Fenacampo – Pivotec

Próximas feirasExpointer – Esteio/RS – 29/08/2015 a 06/09/2015

Expo São Luiz – São Luiz Gonzaga/RS – 30/09/2015 a 04/10/2015

Irrigashow – Campos de Holambra/SP – 16/09/2015 e 17/09/2015

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Brasil Afora

COPASUL: A COOPERATIVA-REVENDA VALLEY

Conheça a história de uma das maiores cooperativas do país, agora representando a Valley e levando a irrigação para a região de Naviraí-MS

Em dezembro de 1978, a Co-pasul surge na cidade de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, com a ideia de beneficiar a produção de algodão fei-ta na região por pequenos e médios produtores. 27 deles, liderados pelo japonês Sakae Kamitami, percebe-ram que a cooperativa para a qual enviavam a produção não trabalhava como era preciso ser, pois não com-partilhava do princípio de cooperati-vismo.

A família do sr. Sakae, junto com mais 200 famílias japonesas vieram para o Brasil em 1934, quando ele ti-nha apenas quatro anos. O auge do café trouxe imigrantes para fortale-cer o país, que precisava alavancar sua produção. Os contratos entre japoneses, duravam em média um ano e meio. A primeira colônia que trabalhava foi na cidade paulista de

Guarantã. De lá, foram mudando, passando pelo Paraná, onde cultiva-ram hortelã por dez anos; chegando a Naviraí em 1961. Com a família grande e muitos colonos, surgiu a necessidade de buscar novas terras.

Continuaram a cultivar hortelã por dois anos, quando já vendiam o óleo da planta para a indústria de pasta dental. Com o tempo, o hortelã usado foi alterado por produto quími-co e o preço caiu. “Na época que o hortelã esteve bom de preço, a gente colhia mil quilos de hortelã. Compra-mos uma ‘mercedinha’ daquelas de sete mil quilos.”

Com a queda nas vendas, come-çaram a plantar algodão por quatro anos e depois plantavam capim para entregar a propriedade. Devagar e sempre, o sr. Sakae tinha como só-cios alguns colonos e, juntos, foram

construindo suas vidas, plantando algodão e colaborando com a econo-mia do país. Inteligente, estudou só até o segundo ano, na escola rural; quis entrar no ginásio, mas a direto-ra disse que tinha que fazer o exame de admissão. “Estudei dois meses na escola da fazenda e ainda passei em primeiro lugar”, conta dando risada. Esse era só o início do que ele ainda viria a conseguir.

Quando resolveram, o sr. Sakae e os outros 27 cooperados, a er-guerem a Copasul, a empreitada foi grande. Além do beneficiamento do algodão, era preciso montar máquina de beneficiamento e, posteriormente, a fiação. As expectativas eram boas, pois queriam crescer juntos. No co-meço não tinham nada. Alugaram uma máquina de algodão no primeiro ano e, no segundo, já montaram a

mais moderna usina de algodão do Brasil. As-sessorados, financiaram 80% como indústria e 20% por antecipação por cota capital.

Plantando exclusivamente algodão, a pro-dução da Copasul era de 500 a 600 mil arrobas por safra, em média 400 arrobas/alqueire. “No começo, eu era vendedor de algodão, agrôno-mo, dava assistência e fazia de tudo. A nossa produção para a época era muito boa.”

O auge de mais de 20 anos do algodão na região teve seu declínio a partir da década de 1980. Com a queda, os cooperados come-çaram a plantar soja e depois milho. Sorgo e trigo também foram cultivados. Hoje, a Copa-sul, com quase 800 cooperados, sete unidades armazenadoras distribuídas estrategicamente nas cidades de Deodápolis, Itaquiraí, Maracaju, Dourados, Novo Horizonte do Sul, além de Na-viraí, tem capacidade de 420 mil toneladas de grãos. Atendendo a demanda da região, conta ainda com duas unidades industriais: fiação de algodão – com capacidade de 650 toneladas/

mês, e indústria de fécula de mandioca – pro-duzindo diariamente 600 toneladas.

Percebendo a valorização de algumas prá-ticas, a Copasul leva aos cooperados as neces-sidades de valorização e preservação do meio ambiente, orientando o trabalho no campo para maior produção e menor impacto ambiental. Responsável, ainda tem projetos de apoio ao

esporte, com o Beisebol e Softbol nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, com atletas participando de com-petições internacionais. A importância da coo-perativa foi estampada nas páginas do Anuário da Revista Época, sendo reconhecida como a melhor empresa do Mato Grosso do Sul.

Toda essa potência presidida pelo sr. Sakae, hoje com 84 anos, agora vê a oportu-nidade de dar um novo passo: introduzir a ir-rigação na vida dos cooperados e não coope-rados e a representação da marca Valley foi o

“Eu procuro ver as coisas de forma para melhorar a vida de todo mundo”

Alguns membros fundadores da

Copasul

Foto

de

arqu

ivo

Sakae Kamitami - fundador e presidente da Copasul

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primeiro passo. “Acho que o futuro da agricultura de nossa região pre-cisa ser irrigado. Depender de sol e chuva é muito difícil. Tem ano que dá, mas tem ano que não dá e aí o pre-juízo é grande. A tendência é irrigar a produção.”

Dizendo-se satisfeito, mas com muita coisa para fazer ainda, o sim-pático sr. Sakae dá mais exemplo: “Eu procuro ver as coisas de forma para melhorar a vida de todo mundo. Como não tenho mais energia de to-car a roça, só dou opinião”.

O “sojeiro” que apostou certo

O senhor Nelson Antonini é pro-dutor, irrigante, diretor da cooperativa e foi ele quem propôs a representa-ção Valley dentro da Copasul. Viu ser de suma importância ter uma reven-da de pivôs na região, principalmente para garantir assistência técnica rápi-da e de qualidade para os irrigantes, que assim como ele, estavam come-çando. “Precisávamos de segurança para quem é irrigante e para quem vai investir no negócio. E precisava ter junto, um nome de total confiança como é a Copasul para a gente: nos-so braço, direito, esquerdo e nossas pernas.”

Fato comum em fazendas de todo o país, Nelson começou a de-dicar-se ao trabalho na roça muito cedo. “Minha vida na agricultura co-meça aos sete anos de idade, plan-tando soja e arrancando café.” Em Marialva-PR, onde vivia com os pais e irmãos, preferia a tarefa no sítio que a da escola. “Trabalho não mata ninguém.” Ali cresceu, casou e foi construindo a vida. Como ele, os ir-mãos foram seguindo seus destinos, passados por gerações, de serem agricultores.

Em 1988, visitando um primo

na região de Naviraí, conheceu ter-ra boa e com preço baixo. Sabendo da pequena expectativa para todos da família, que estava só crescendo no Paraná, 60 dias depois, vendem 11 alqueires na cidade natal e conse-guem com o dinheiro comprar 80 no MS. “Para nós foi um passo enorme.”

Começaram plantando soja: “a gente sempre foi ‘sojeiro’ e aqui tinha muito pouca soja. Algodão era o car-ro chefe”. Em três anos, conseguiram aumentar para 150 alqueires. Além de soja no verão, faziam safrinha de milho e de trigo no inverno. Apesar do risco com a geada, não paravam, pois já estavam acostumados a dri-blá-la no Paraná.

Perdeu lavoura por conta dos veranicos e bolsões típicos do clima da região. Da sua propriedade, via o pivô de um vizinho e sonhava em irrigar. Vendo que o preço do equi-pamento era próximo do valor das terras baratas em Naviraí, foi prefe-rindo adquirir terras. “Quando você quer uma coisa, você vê a parte boa do negócio e quando você não quer,

você só vê a parte ruim. Uma das coi-sas que não me deixavam ir para a irrigação era esse pensamento. Pen-sava que se eu plantasse dois mil hectares, por quê ia adiantar irrigar só 100 ha? Com o tempo, comecei a enxergar isso de outra maneira. Vi que se eu não começasse com um pivô, eu não teria nem cinco, nem dez, nem 20. Consegui superar os entraves que eu tinha.”

Prestes a completar dois anos de irrigação e seis safras, Nelson Antonini vê que a irrigação é mais vantajosa do que ele imaginava: “o que eu achei mais fantástico é o po-der que a gente tem de programar e poder cumprir todas as etapas da programação que fazemos na lavou-ra. Isso é a maior tranquilidade e não tem preço”.

Hoje, irrigando 300 hectares em dois pivôs de 14 lances, os planos são de gente grande: mais oito pivôs e 1.050 ha irrigados em uma proprie-dade, e mais quatro pivôs irrigando 370 ha em outra. A ideia é produzir além de soja, milho e trigo, que de-

Brasil Afora

pois de muitos anos voltou a cultivar – fazen-do 03 safras/ano, está em teste com melancia irrigada, irrigar capim para gado de elite como rotação de cultura, fugindo do alto valor do con-finamento.

Outro grande nicho que percebeu foi o cultivo de semente de soja: “já estou fazendo minha própria semente – registrada. O que eco-nomizei só esse ano com a compra de semente, praticamente pagou os dois pivôs”.

Já na quarta geração no MS, Nelson, os irmãos, filho, genro e sobrinhos fazem parte de uma empresa familiar, onde cada um tem sua responsabilidade e autonomia. Para ele, essa parceria acontece pela determinação e paixão de todos. “Aprendemos com nosso pai. Se cen-tralizássemos só na gente o trabalho, os mais novos perdiam o interesse. Tem que dar oportu-nidade para eles irem crescendo também.”

O irrigante pioneiro de Naviraí

Sukesada Takehara é a figura importante que despertou o sonho de irrigação em Nelson Antonini. Naturalizado brasileiro, veio para o Brasil em 1958, com apenas 18 anos de idade. Seu país de origem – o Japão, encontrava-se em séria crise econômica e tentava se reerguer do estrago da Segunda Guerra. Atrás de opor-tunidade, veio sozinho com mais 800 imigrantes japoneses, em um navio, sem saber ao certo o que ia fazer no Brasil. No porto de Santos soube que seguiria para uma fazenda de gado holan-dês.

Sem falar uma única palavra em português, o sr. Takehara começou sua trajetória no Brasil tirando leite no interior paulista. Ao todo foram três anos. Apesar de ser de uma família do cam-po, viu que por aqui as coisas na fazenda eram completamente diferentes. Até sair do Japão, ti-nha praticamente só estudado e viu a vida difícil do produtor rural. Não pensou em desistir, pois tinha que cumprir o contrato que assinara.

Vencendo o contrato em São Paulo, foi para o Paraná, onde ajudou no plantio de al-godão. Foi conhecendo a família do sr. Sakae, que estava plantando hortelã em Naviraí, que

foi para o Mato Grosso do Sul. Logo começou a trabalhar com o algodão como funcionário e depois em sociedade com o próprio sr. Sakae. “Um grande líder! Conseguiu montar muita coi-sa e, hoje, estamos todos bem, graças a Deus.”

Com a abertura da Copasul, as coisas fo-ram melhorando até para o sr. Takehara, que ainda era funcionário. Em 25 anos de trabalho braçal no Brasil, adquiriu a primeira porção de terra. “Para requerer terra tem que ter volume de dinheiro. Sempre comprei pouco a pouco, igual a galinha que enche o papo de grão em grão.”

Começou com algodão, depois soja, milho e feijão. Sua paciência não impossibilitou de ver um grande investimento e, logo que adquiriu ter-ra, viu a necessidade de fazer a aquisição do primeiro pivô na região, em 1985. “Decidi pela irrigação porque temos veranicos e secas a par-tir do fim de dezembro. As poucas chuvas não-

davam safra satisfatória. Achei que se irrigasse teria safra normal, ou maior.”

Com 1.370 ha, sendo 400 irrigado com soja e milho, o sr. Takehara faz duas safras/ano. Por conta da grande presença de chuvas na região, liga os pivôs mais nos veranicos. Por causa da má qualidade energética disponível, faz o funcionamento com óleo diesel, vendo que na média anual, vale mais a pena: evitando gastos com demanda, multas e problemas com descar-ga de energia e queima de equipamento. Essa é a realidade dos irrigantes da localidade. “A par-ceria Copasul/Valley é muito válida, pois agora a revenda está perto do usuário, proporcionando assistência próxima da lavoura.”

“Decidi pela irrigação porque temos veranicos (...) As poucas chuvas não davam safra satisfatória. Achei que se irrigasse teria safra normal, ou maior”

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Considerando ser patrão, administrador e chefe de equipe, toca a lavoura com a ajuda de fun-cionários. Casado e pai de quatro filhos, sendo o único homem agrô-nomo, prefere trabalhar separado, vendo essa ser uma alternativa para crescimento do filho, e diz dar conselhos apenas quando é solicitado. “Para meu filho ser bom na profissão, tenho que ser exemplo, porque criança segue olhando as costas do pai. Quan-do meu filho disse que ia estudar agronomia, fiquei contente.”

Quanto à maior diferença entre brasileiros e japoneses, diz: “Quando vim para o Brasil era o meu país do futuro. Trabalhando honestamente, com seriedade e trabalho, todo mundo tem oportu-nidade para crescer. Tem que fa-zer a sua parte. Não adianta só re-clamar do governo, senão não vai para frente. O trabalhador no Bra-

sil precisa ter cultura e educação, como no Japão. Quando cheguei, assustava ver tanta gente traba-lhando na zona rural analfabeto.”

A história da Co-pasul não é mais nem menos importante que a de muitos, mas merece reconheci-mento e louvor. São homens como o sr. Sakae, Takehara e An-tonini, e muitos outros que buscaram o sonho de trabalhar em equipe, focados na base da co-operação, que fortale-cem o exemplo de que os méritos do sucesso e da propriedade da terra se dão por conta de uma só ação: o trabalho.

Fotos de arquivo monstram forma de es-coamento da produção via Rio Paraná

Sukesada Takehara

Brasil Afora

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Por dentro da Irriger

PLANTIO SOB PIVÔS – MÁXIMA PRODUÇÃO E RENTABILIDADE POR ÁREAComparando com o sistema de

produção de sequeiro, ou seja, sem a utilização da tecnologia da irrigação, as áreas irrigadas propiciam forte au-mento da produção por hectare, ma-ximiza a eficiência do uso da terra e da rentabilidade do produtor. Alguns números são impressionantes: 18% das áreas de produção são irrigadas, sendo responsáveis por 44% da pro-dução mundial de alimentos.

Especificamente no Brasil, se-gundo estimativa da ANA, temos cerca de 5,8 milhões de hectares irrigados; levantamentos oficiais da ANA e SENIR (Secretaria Nacional de Irrigação) indicam que o potencial de irrigação no Brasil é de 29 milhões de hectares, ou seja, utilizamos ape-nas 21% do potencial que dispomos.

Devido à adaptabilidade, eficiên-cia de operação e fácil manutenção,

o uso de equipamentos tipo pivôs centrais tem se consolidado cada vez mais no Brasil. Atualmente, é o sis-tema de maior expansão em novas áreas instaladas no país, cobrindo, em média, mais de 100.000 novos hectares/ano, nos últimos três anos, segundo dados da ABIMAQ-CSEI.

É importante enfatizar o concei-to de agricultura irrigada. Agricultura irrigada não é “sequeiro + água”. A

Por dentro da Irriger

adoção da irrigação promove forte transforma-ção no planejamento agrícola, gestão financei-ra, treinamento e preparo da equipe e padrão tecnológico adotado. Os critérios técnicos preci-sam ser repensados, desde o preparo de solo, definição da cultura e material, maquinário, re-comendação de adubação, operação de plantio, de aplicação de adubos e defensivos, manejo integrado de pragas e doenças, etc.

De início, a grande vantagem que se tem em adotar a irrigação é a garantia de não ha-ver quebra de safra durante a safra de “verão”, pois, na maior parte das regiões produtoras de grãos do país, devido à irregularidade de chu-vas, ocorre, pelo menos, um veranico que pro-voca significativa perda produtiva a cada quatro anos.

Um estudo realizado pela Irriger em áreas de produção de soja do oeste da Bahia e altipla-no de Brasília, submetidas à gestão de irrigação do sistema Irriger, comparando produtividade em áreas de sequeiro e irrigada, produzidas no período chuvoso, apresentou os seguintes re-sultados: produtividade média das áreas de se-queiro foi de 49 sc/ha, enquanto que a produtivi-dade média das áreas irrigadas foi de 67 sc/ha. Além de produzir quase 18 sc/a a mais, as áre-as irrigadas apresentaram maior estabilidade.

Tabela 01: Levantamento de produtividade média de soja sob irrigação e sequeiro, monitoradas pela Irriger entre os anos de 2009 e 2011, no altiplano de Brasília e Oeste da Bahia*.

* Elaborado por Faos Pereira Lopes, Gerente Regional da Irriger e apresentado como trabalho de con-clusão de curso de MBA da FGV.

**% da redução da evapotranspiração potencial da cultura: stress hídrico acumulado ao longo do ciclo. % do que a cultura deixou de consumir água em relação ao seu potencial de demanda.

Normalmente, os produtores de sequeiro conseguem fazer a “safrinha” entre 30% e 60% da área total cultivada. Logo, é possível reali-zar, no máximo 1,5 ciclos/ano. Ainda assim, o segundo ciclo tem potencial de produção de, no máximo, 50% a 70%, se comparado com a pri-meira safra, com muito maior probabilidade de haver forte restrição hídrica ao longo do ciclo (de fevereiro a junho) e a produtividade baixar muito.

Utilizando pivôs centrais, a perspectiva de produtividade do segundo ciclo passa a ser po-tencial, há várias estratégias viáveis em termos de rotação de culturas, quando inclui a irrigação.

De modo geral, vários produtores atendidos pela Irriger conseguem realizar de 2 a 2,5 ciclos por ano sob pivôs. Alguns preferem priorizar me-lhores janelas de produção e culturas de maior valor agregado, como feijão, sementes de milho, algodão e hortaliças (batata e tomate, principal-mente), e outros preferem trabalhar com culturas que apresentam menor risco de produção.

Agricultura irrigada não é “se-queiro + água”

Fazenda Cultura Área Utilização Redução Produtividade(ha) Irrigação Etpc (%)** Media (sc/ha)

A Soja 1452,00 Sim 15,14% 65,36B Soja 1203,00 Sim 13,11% 73,02C Soja 389,49 Sim 9,75% 72,94D Soja 616,74 Sim 8,44% 60,69E Soja 850,00 Sim 20,35% 67,49

4511,22 14,20% 67,82F Soja 8084,33 Não 24,63% 57,34G Soja 9171,92 Não 21,75% 47,27H Soja 5610,30 Não 27,38% 44,35I Soja 1366,36 Não 26,14% 35,03

24232,91 24,26% 49,26

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Jan Fev Mar Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ano 01 Soja Soja Soja Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 02 Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 03 Soja Feijão Feijão Feijão Feijão Milho Milho Milho Milho Milho

Ano 04 Soja Soja Soja Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 05 Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 06 Soja Feijão Feijão Feijão Feijão Milho Milho Milho Milho Milho

Ano 07 Soja Soja Soja Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 08 Soja Milho Milho Milho Milho Milho Soja Soja Soja

Ano 09 Soja Feijão Feijão Feijão Feijão Milho Milho Milho Milho Milho

Ano 10 Soja Soja Soja Soja Milho Milho Milho Milho Milho

Por dentro da Irriger

CiclosFeijão 3Soja 10Milho 10Total 23

Média (ciclos/ano) 2,3

Tabela 02: Plano de sucessão de plantios sob pivôs adotado em di-versos polos de produção irrigada do cerrado brasileiro. As culturas consi-deradas como prioritárias são de milho semente e soja (respeitando-se o vazio sanitário).

Tabela 03: Margem de rentabilidade para produção sob pivôs. *Pagamento do mínimo garantido pelas sementeiras.

Tabela 04: Margem de rentabilidade para produção de sequeiro.*Produtividades considerando média de produtividade de 05 anos.

Milho Semente Soja FeijãoProdutividade planejada (sc/ha) 170* 65 50

Custo (R$/ha) 2624,67 2150,45 3718,63Preço (R$/sc) 23,00 62,00 125,00

Produtividade (sc/ha) 170,00 65,00 50,00Receita (R$/ha) 3910,00 4030,00 6250,00Margem (R$/ha) 1285,33 1879,55 2531,37

Margem (%) 33% 47% 41%

Soja MilhoProdutividade Planejada (sc/ha) 50,00* 90,00*

Custo (R$/ha) 1773,27 1879,92Preço (R$/sc) 62,00 23,00

Produtividade (sc/ha) 50,00 90,00Receita (R$/ha) 3100,00 2070,00Margem R$/HA 1326,73 190,08

Margem (%) 43% 9%

Logo, o tempo de retorno do investimento em pivôs centrais é de 3,4 anos. Comparando com o se-queiro, a área irrigada resulta em 3,2 vezes mais rentabilidade em dez anos de projeção. Além disso, há vá-rios ganhos correlatos que precisam ser considerados, tais como:

1) O investimento em pivôs cen-trais poder realizado com juros subsi-diados (7,5%/ano).

2) Valorização do preço da terra.3) Segurança no investimento

por garantir suprimento de água às culturas.

4) Produção de sequeiro apre-senta menos opção de culturas, as-

sim como restringe muito as janelas de plantio.

5) Possibilidade de diversifica-ção e promover implantação de cul-turas de maior valor agregado, como sementes, feijão, tomate, hortaliças e algodão.

Outro aspecto relevante para a decisão de se investir em pivôs cen-trais é o desconhecimento de como manejar o dia a dia desses equipa-mentos. Além dos sistemas de auto-mação, que permitem controlar e mo-nitorizar à distância o funcionamento, os irrigantes têm adotado sistemas de gerenciamento de irrigação dis-poníveis no mercado e que permitem

estimar diariamente a necessidade hídrica das culturas, fazendo com que a decisão de irrigação seja rea-lizada adotando-se critérios técnicos. Com isso, evitam-se irrigações ex-cessivas, suprindo adequadamente a demanda hídrica, reduzindo doen-ças, diminuindo as perdas de nutrien-tes do solo por lixiviação e garantindo maior produtividade e qualidade da produção. Assim, mesmo o irrigan-te inexperiente poderá alcançar alto desempenho em termos de gestão de equipamentos, utilizando equipa-mentos com recursos tecnológicos e a prestação de serviços especializada.

Tabela 05: Indicadores financeiros da análise de viabilidade considerando o plano de sucessão de cultivos apre-sentados na tabela 02.

INDICADORES Pivôs central Sequeiro Elétrico

Tempo de retorno do capital (anos) 3,4 Valor presente líquido (R$/ha/10 anos) R$ 14,141,21 R$ 4,413,44

Taxa interna de retorno (%) 29,31% IBC 2,48

Relação de viabilidade (pivôs centrais elétricos e sequeiro) 3,2

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Conhecimento

Observando a situação atual do Brasil, referente à agricultura que vive momento de transformação, e sendo hoje uma das maiores potên-cias para a expansão da área irrigada, acontece o III Inovagri International Meeting – uma realização do Instituto Inovagri e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Engenharia da Irrigação (INCT-EI). O evento contará com a participação de diversos palestrantes nacionais e inter-nacionais, levantando a questão da irrigação, salinidade e recursos hídricos: http://www.inovagri.org.br/meeting.

Com o tema “Agricultura Irrigada no Semiárido Brasileiro – O Rio São Francisco que deságua no mar”, o XXV CONIRD tem como principal objetivo fortalecer em favor do desenvolvimento sustentável dos agronegócios calca-dos na agricultura irrigada e constituído pela ABID – Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem.

O CONIRD utiliza exemplos de diversas cadeias produtivas voltadas para a maior segurança alimentar, bioenergética, para a produção de fibras e para a conquistas dos mercados interno e externo. A principal estratégia é dedicar intensamente ao trabalho cooperativo, tendo como princípio fortalecer, sendo o produtor elo central desse processo. Mais informações, acesse: www.abid.com.br.

Coordenado pelo Grupo de Práticas em Irrigação e Drenagem da ESALQ/USP, o simpósio tem como objetivo discutir e apresentar técnicas atuais relacionadas às tecnologias dos diversos tipos de sistemas de irrigação. Informações: http://fealq.org.br/.

Voltado para todos os profissionais que possuem relação com a agricultura irrigada, e que tenham o interesse em conhecer as característi-cas, aplicações e operação dos principais sistemas de irrigação, definição do momento e da lâmina a ser aplicada em cada irrigação, bem como a importância e estratégias para alta eficiência de uso de água e energia. O curso envolve aulas teóricas e de práticas de campo; o tema é dividido em quatro seções. Durante o curso serão disponibilizados e utilizados softwares de apoio à decisão ManejoPlus e Irrisimples, com prática de campo sobre coleta de informações para utilização dos softwares. Mais informações: www.irriplus.com.br.

O curso se destina a profissionais que tenham conhecimentos básicos dos sistemas de irrigação por aspersão convencional, aspersão mecanizada e sistemas localizados, características de funcionamento e operação e, queiram se aprofundar nos aspectos relacionados ao projeto completo, envolvendo a motobomba, tubulações, acessórios e emissores. O curso é dividido em duas partes, e tem como objetivo capacitar técnicos e engenheiros agrônomos, agrícolas e de outras áreas afins para projetar sistemas de irrigação por aspersão e localizada de forma técnica e operacional, com a utilização de planilhas (ProjectPlus) os principais assuntos relacionados aos projetos de irrigação (parte agronômica e engenharia), desde a determinação da demanda de água, passando pelos dimensionamentos dos principais componentes. Mais informações no site: www.irriplus.com.br.

Promover a educação em projetos adequados e acrescentar o desenvolvimento profissional, além de aumentar o conhecimento de técni-cos de conservação de água: essa é a ideia do curso de dois dias que será ministrado pelo Engenheiro Victor Nunes. Informações: http://www.irrigacao.net/cursos/curso-projeto-pivot-central/.

III Inovagri International Meeting | de 31/08 a 03/09 2015 Fortaleza-CE

XXV CONIRD – Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem de 08 a 13/11 de 2015 - Aracaju-SE

III Simpósio de Irrigação – Tecnologias e Automação | de 02 a 03/10 de 2015 - Piracicaba-SP

Curso de Manejo de Sistemas da Irrigação | de 16 a 18 de novembro de 2015 - Viçosa-MG

Curso de Projeto de Sistemas de Irrigação| de 19 a 21 de novembro - Viçosa-MG

Curso Projeto Pivot Central | 12 e 13/09 de 2015 - Brasília-DF

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Pergunte a Valley

Quando o irrigante ainda não conhece a metodologia de quanto irrigar, a primeira coisa que tem que ser feito é o manejo de irriga-ção. O agricultor precisa entender como funciona a caixa d’água de sua cultura, que é o solo de sua propriedade. É importante saber quais são as características que o solo tem, qual cultura vai ser pro-gramada durante os 12 meses do ano e quando o produtor vai plan-tar.

A partir dessas informações, avaliar quais os fatores climáticos que vão ser enfrentados. Nós da Valley fazemos uma previsão, mas isso não quer dizer que vai ocor-rer um acerto real. De acordo com

essa previsão, fazemos uma pro-gramação da lâmina.

Muito importante lembrar que a cultura, como qualquer ser vivo, se desenvolve em estágios. Quando um grão está germinando, saindo de semente, ele necessita de uma quantidade de água míni-ma. Quando a planta está dando o fruto e enchendo o grão, ou seja, no ápice da produção, a quantida-de de água deve ser muito maior, e quando ela já está no ponto de colheita, quase não há irrigação.

O produtor precisa entender o ciclo da cultura que está plantando e o ciclo da climatologia da região onde ele atua e, assim, calcular a lâmina de irrigação.

Não existe uma lâmina para a região Nordeste e outra para o Sul. O que existe é uma lâmina para aquele local específico onde está a cultura. Hoje, o agricultor preci-sa estar informado e, para isso, ele deve buscar auxílio de uma consul-toria da área agronômica, para en-tender o ciclo da cultura que está plantando.

Outra importante informação é ter uma análise físico-química do solo e conhecer o que o seu solo contém para irrigação. Em cima de todas essas informações, executar seu plano de irrigação.

Por Franklin Carvalho

COMO CALCULAR A ABERTURA DA LÂMINA D’ÁGUA DURANTE O PROCESSO DE IRRIGAÇÃO

DOS PIVÔS VALLEY?

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O DESAFIO DA GESTÃO DA IRRIGAÇÃO EM PEQUENAS E MÉDIAS ÁREAS

Coluna do professor

A importância da agricultura irrigada na produção de alimentos, fibras e agroenergia tem sido cada vez mais reconhecida e o uso da tecnologia da irrigação é uma condi-ção básica para o atendimento das demandas de produtos agrícolas por parte da sociedade, tanto para con-sumo quanto para exportação. Por outro lado, sabemos que, por utilizar insumos de alto valor ambiental e estratégico como água e energia e, por exigir investimentos elevados na implantação da infraestrutura neces-sária, o crescimento e o desenvolvi-mento da agricultura irrigada tem que ser feito em bases sustentáveis, ou seja, economicamente viável, am-bientalmente responsável e social-mente justa.

A importância de uma boa gestão de irrigação está disseminando. Aliada à maior conscientização da importância ambiental do uso eficiente da água, in-fluenciam muito os fatores econômicos relacionados ao custo da energia, mão de obra e outros insumos, como tam-bém os aspectos legais relacionados à lei das águas, onde a outorga tem sido um importante instrumento de gestão e controle.

Em propriedades com grandes áreas irrigadas, a gestão técnica da irri-gação tem sido implantada com grande sucesso. Além da conscientização cita-da anteriormente, o tamanho da área e a capacidade de investimento têm pos-sibilitado a contratação de consultorias, que implantam e promovem o funciona-mento do sistema de gestão, treinando o pessoal técnico da fazenda na condu-ção do processo no dia a dia.

E em áreas irrigadas de pequeno e médio porte, como anda a situação? Nessas propriedades observam-se as maiores deficiências em utilização de sistemas técnicos de controle da irriga-ção e que, sem dúvida, necessitam de

soluções ao mesmo tempo técnicas e operacionais, viabilizando sua implanta-ção. A grande limitação tem sido os sis-temas pouco operacionais, que exigem permanentemente grande quantidade de medidas diárias, sensores de alto custo e pessoal especializado, o que di-ficulta a adoção da tecnologia.

A experiência de longo tempo tra-balhando no tema, permite pontuar que o sucesso da implantação de um progra-ma de gestão da irrigação e a sua conti-nuidade ao longo dos anos, depende de alguns requisitos básicos, onde se des-tacam: avaliação e ajuste do sistema de irrigação; levar em consideração as con-dições locais de solo; planta e clima e, a disponibilidade de água, equipamento e energia, considerando em todo proces-so a estratégia da condução da lavoura da propriedade; o sistema de produção; as metas de produção e produtividade; com a adequada conscientização e trei-namento do pessoal envolvido. Fecha-se o ciclo com o acompanhamento peri-ódico e um foco em resultados, a serem comprovados no final da safra.

Trata-se de um processo que exige tecnologia, dedicação e foco, sendo que

o ideal é uma implantação em eta-pas, permitindo a incorporação gra-dativa dos processos e benefícios e, quanto mais pontos forem atingidos, maiores os benefícios econômicos e ambientais relacionados à maior pro-dutividade, menor consumo de água, energia, mão de obra e do equipa-mento. O sucesso na implantação e continuidade depende de que o pro-cesso de manejo seja feito pelo pró-prio pessoal da fazenda, o que exige um sistema técnico e ao mesmo tem-po operacional, capaz de ser condu-zido nestas condições. Como intera-gem solo, água, planta, sistema de ir-rigação e fatores operacionais, é fácil concluir que não existe uma receita e o uso de sistemas que prometem so-luções simples e de fácil implantação

e, sem um acompanhamento técnico, podem até ser bem intencionadas, mas são despreparadas tecnicamente e são frequentemente abandonadas em um curto espaço de tempo.

Visando atender as especificida-des das pequenas e médias proprie-dades, desenvolvemos um sistema simples e eficiente a ser utilizado por técnicos qualificados que atuem na as-sistência técnica. Trata-se do sistema Ir-risimples®, uma ferramenta que permite gerar tabelas que definem a quantidade de água evapotranspirada pela cultura, ou seja, a quantidade de água retirada do solo pela planta e que deve ser re-posta, em mm ou em tempo de irrigação em cada área irrigada.

Toda tecnologia está inserida em um sistema que envolve treinamento; software de simples instalação e uso; utilização de informações técnicas ob-jetivas das culturas e dos sistemas de irrigação e o uso de uma estação me-teorológica simples, que pode ser ma-nual (artesanal) ou automática (digital). Você poderá ver produtos, tabelas e mais detalhes disponíveis na página da Irriplus (www.irriplus.com.br).

Por Everardo Mantovani - Professor Titular DEA-UFV e Sócio e Consultor da Irriger

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