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VELHAS CASAS, VELHOS OBJETOS:
A VIDA MATERIAL NOS CAMPOS DE MIRANDA-SÉCULO XIX
ELAINE APARECIDA CANCIAN DE ALMEIDA*
Introdução
A partir da segunda metade do Oitocentos, famílias oriundas de São Paulo, Minas
Gerais e de Cuiabá espalharam-se pelo antigo território de Miranda, situado na província de
Mato Grosso. As terras locais dotadas de água em abundância, barreiros, pastagens nativas
viçosas e, ainda, quantidade significativa de gado selvático, apresentaram-se como chamariz
aos migrantes. Assim, impulsionados pela possibilidade de organizarem propriedades rurais a
partir do apossamento livre, das terras consideradas devolutas, intensificaram a fundação e
consequente formação de extensas propriedades rurais. Nestas fazendas, implantaram a
criação de gado vacum e cavalar e, para a subsistência, o alambique, os fornos de cobre, o
engenho de moer cana e as roças de algodão, café, cana-de-açúcar, feijão, mandioca e milho.
Foram também plantadas árvores frutíferas, geralmente próximas das habitações rurais e
mantidas dentro de cercados, protegidas dos animais. Currais, ranchos e casas duráveis foram
elevados nos campos. Portanto, neste texto, propõe-se tratar sobre a ruralidade de Miranda,
especificamente, a respeito da vida material. Com base na análise de documentos específicos,
objetiva-se mostrar os tipos de moradias que existiram nas propriedades da região em questão,
assim como a mobília e os objetos usados no cotidiano.
O município de Miranda abrange, atualmente, um território de 5.478,8 Km². Todavia,
no século XIX, abrangia extenso território situado entre os rios Paraguai e Paraná. No
decorrer do Oitocentos a citada localidade foi perdendo algumas extensões de terras, para
propiciar a criação de municípios, como Santana de Paranaíba em 04 de abril de 1857;
Nioaque, 18 de julho de 1890; Campo Grande, 26 de agosto de 1899; Aquidauana, 18 de
dezembro de 1906; Bonito, 2 de outubro de 1948; e Bodoquena, 13 de maio de 1980.
* Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Doutora em História pela Universidade Federal da Grande
Dourados-UFGD. Docente do Curso de História do Campus do Pantanal-CPAN/UFMS. E-mail:
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Realizadas as devidas considerações para situar o leitor espacial e temporalmente,
partiremos para as seguintes indagações: Que tipo de moradia foi construída nas propriedades
rurais de Miranda? Quais objetos eram usados no interior da casa? Habitaram os moradores
dos campos em sobrados, elevados em pedra ou madeira e cobertos por telhas? Ou viveram
em moradias de pau a pique e com cobertura de palha? Para respondermos tais indagações,
analisamos uma tipologia documental muito utilizada pelos estudiosos que analisam o
universo rural brasileiro, neste caso, os inventários post-mortem, os processos de medição e
regularização de terras, todos envolvendo proprietários e propriedades do território de
Miranda.
A casa rural mato-grossense
Conforme a historiadora Nanci Leonzo, no texto intitulado “Pão e pano ou prato e
trato”, 2004, existiram poucas casas assobradadas nas propriedades rurais mato-grossenses. A
autora mencionou, a exemplo de habitação nobre, a casa do português Leonardo Soarez de
Souza, localizada na fazenda Jacobina, situada próxima à vila Maria, atual cidade de Cáceres-
MT. Outro modelo de habitação é citado também, neste caso, um rancho elevado em área hoje
conhecida por Nhecolândia, região de Corumbá-MS. (LEONZO, 2004).
De acordo com o memorialista Lécio Gomes de Souza, na obra “Jacobina: História de
uma fazenda em Mato Grosso”, 1998, expôs que a moradia da propriedade Jacobina
apresentava uma arquitetura em estilo colonial. Além da casa assobradada existiram no local
moradias mais simples e demais construções, como armazéns, capelinha, oficinas e senzalas.
Edificações rústicas abrigavam os engenhos, dois movidos a água e dois por bois.
O viajante e desenhista Hercules Florence, integrante da expedição dirigida pelo
médico naturalista russo Georg Heinrich von Langsdorff, que explorou o interior do Brasil de
setembro de 1825 até março de 1829, esteve na Jacobina e realizou importantes registros
sobre a mesma. Na obra “Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829”, 1977, é
possível entender que a casa do proprietário da fazenda Jacobina consistia em um sobrado
alpendrado, contendo o primeiro pavimento amplo com portas de acesso abertas a um espaço
usado como local de trabalho. Nele, cativos e forros executavam os serviços cotidianos. O
alpendre era construído junto à fachada da moradia. Comprido e aberto em uma de suas
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laterais era, sustentado por esteios de madeira. Neste espaço, Leonardo Soarez recebia os
convidados e viajantes.
Florence deixou registrado que após ser convidado a “subir ao alpendre do sobrado”
sentou-se junto a outras pessoas habitantes de Cuiabá e, no local, jantou na presença deles e
do proprietário da fazenda. Anotou, ainda, sobre a mobília observada no alpendre: “Uma
mesa de 20 pés de comprido [aproximadamente seis metros] cercada de bancos pesados e
maciços” que ficavam ao centro, dispondo de “muito espaço ao redor dela”. (FLORENCE,
1977, p. 180). É preciso ressaltar que além do sobrado alpendrado, outras edificações fizeram
parte da paisagem local, a saber: quarenta casas cobertas por telha, uma igrejinha, armazéns,
oficinas, olaria e ranchos.
Em outra fazenda denominada Camapuã, Florence também observou a existência de
sobrados, quando esteve na mesma em outubro de 1826. O viajante observou duas moradas
assobradadas, “uma onde mora o comandante que na ocasião era um alferes de milícias
(guarda nacional); outra fronteira, separada por vasto pátio, que tem um engenho de moer
cana tocado por bois. O pátio é fechado pela senzala dos escravos, toda ela baixa e coberta de
sapé”. (FLORENCE, 1977, p. 73-74).
Na obra do memorialista Virgílio Corrêa Filho, “Pantanais matogrossenses”, 1946,
encontramos referências às casas rurais mato-grossenses. De acordo com o autor, as moradias
eram elevadas de adobe e “barreadas apenas a sopapo”, técnica que uma vez utilizado o barro
para preencher as paredes deixava-as em cor escura. Mas existiram também as moradias com
paredes claras, devido à aplicação da cal. Tais habitações apresentavam cobertura no estilo
“duas águas”, protegidas por telhas. Eram moradias com chão de terra batida e muito úmidas.
A umidade interna ocorria devido ao período das chuvas quando o chão ficava “fartamente
embebido de água do subsolo”. (CORRÊA FILHO, 1946, p. 113).
Corrêa Filho descreve com detalhes um dos cômodos comumente encontrados na casa
mato-grossense, “a sala de frente”, que conforme descrição do autor era uma peça ampla,
aberta “salvo em uma das extremidades, fechada para acolher as mercadorias destinadas às
transações mercantis, de limitado giro”. (CORRÊA FILHO, 1946, p. 113). Ainda de acordo
com o autor, era habitual ser encontrada nela uma mesa de tábuas sobre cavaletes compridos e
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rodeados por bancos feitos de madeira rústica, utilizados para as refeições da família e dos
camaradas, em momentos diferentes.
Retomemos a narrativa de Hercules Florence, para refletirmos sobre as edificações
simples e mais comuns encontradas no universo rural mato-grossense. Durante sua trajetória o
viajante encontrou moradias simples, chamadas de ranchos. Na concepção de Florence eram
casas desconfortáveis, na verdade, ranchos cobertos por sapê, por vezes descritos como sujos,
miseráveis, em mau estado, sobretudo em áreas de exploração dos metais preciosos. Ao ter
acesso ao local conhecido por Quilombo, lugar de retirada de diamantes, registrou: “Essa
gente não levanta casas, porque sua profissão é esburacar o terreno”. (FLORENCE, 1976, p.
172).
Referência sobre casas simples edificadas com cobertura de palha ou ranchos também
é observada no diário de viagem do engenheiro militar Alfredo d’Escragnole Taunay,
intitulado “Viagem de regresso de Matto-Grosso à corte. Memória descriptiva” e publicado no
ano de 1869, pela revista do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico do Brasil. Assim,
durante a Guerra com o Paraguai, 1864-1867, Taunay, estabelecido junto às forças brasileiras
no sul da província de Mato Grosso, em local conhecido por porto do Canuto, margem
esquerda do rio Aquidauana, foi designado pelo major José Thomaz Gonçalves, para levar até
o Rio de Janeiro as correspondências oficiais, relativas aos fatos ocorridos durante o conflito.
Desta forma, a caminho da Corte, dia após dia, executou registros da viagem. Assim, no ano
de 1867 durante seu regresso à Corte entre tantas peculiaridades naturais da parte sul da
província de Mato Grosso, registrou as edificações encontradas.
No dia 17 de junho de 1867, ao alcançar a fazenda “Dois Irmãos”, apontada como
pertencente à sogra do fazendeiro Henriques descreveu-a com “excelente curral” e com
“modestas casinholas”. (TAUNAY, 1969, p. 07). No dia seguinte, alcançou um local
denominado Correntes, também conhecido por “tapera do Henriques”, e observou uma casa
edificada em uma elevação, possivelmente, uma simples construção edificada em madeira e
palha. Em 20 de junho do mesmo ano, ao prosseguir viagem chegou à “palhoça do Motta”.
Sobre a moradia registrou: “O rancho do Motta acha-se situado numa planície acidentada, que
belos grupos de buritis tornam realmente encantadora”. (TAUNAY, 1969, p. 10). De acordo
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com o autor, Motta era um “pobre cultivador”, o qual sozinho plantava extensas roças de
arroz, feijão e milho, cereais, comercializados no distrito de Miranda.
Taunay ao passar pela posse do mulato José Veríssimo, próxima à margem esquerda
do rio Sucuriú, parou para descansar na morada do posseiro. Conforme o viajante descansou
em uma habitação “em muito asseio” que foi descrita como rústica, com coberta de palha e
limpa. Todavia, em continuidade ao percurso, no dia 2 de julho de 1867, ao encontrar uma
fazendinha, observou somente a existência de taperas e de um laranjal, do qual pôde saborear
as frutas. No dia 3 do mesmo mês e ano, alcançou o rancho de Manoel Coelho, em cujo local
fora recebido com hospitalidade. (TAUNAY, 1969, p. 23-24).
No dia 4 de julho de 1867, Taunay encontrou em certa área de cultivo de roças o
“rancho novo do José Roberto”. (TAUNAY, 1969, p. 23-24). Conforme o autor, José Roberto
e sua esposa realizaram no local a limpeza dos matos, plantaram extensas roças e construíram
uma palhoça confortável. O casal criava também animais vacuns e “bom leite com farinha de
milho” propiciaram ao viajante. (TAUNAY, 1969, p. 26).
Através do estudo atento das memórias de Taunay, é possível observar as recorrentes
descrições de habitações específicas, como: palhoças, ranchos e taperas. Tais moradias eram
na verdade as casas simples, cobertas de sapé e elevadas no território mato-grossense, por
indivíduos com escassos recursos financeiros. Foram nas grandes propriedades rurais que o
viajante encontrou moradias mais elaboradas. Assim, o viajante registrou que no dia 6 de
julho de 1867, ao chegar à casa de Joaquim Leal, observou habitações amplas e confortáveis,
ainda que algumas fossem cobertas de palha. Sobre as casas anotou: “As casas por ai já vão
tendo aspecto mais confortável; ou cobertas de telha ou de palha, tem proporções vastas,
oferecendo grandes acomodamentos; entretanto ainda há pouco cuidado na conservação da
limpeza; o terreiro anda sempre coberto de sabugos de milho [...]”. (TAUNAY, 1969, p. 28).
A partir da literatura disponível, podemos considerar que a casa típica dos ambientes
rurais da província de Mato Grosso, sobretudo da parte sul, era de pau a pique. Na obra
“Cartas de campanha”, 1944, também escrita por Alfredo d’ Escragnole Taunay, encontramos
em frase resumida qual o tipo de moradia encontrada por ele, na província mato-grossense,
durante a Guerra do Paraguai. Após o militar alcançar a fazenda de Antonio Theodoro de
Carvalho, na região do rio Taquari, registrou que a moradia do local sintetizava o que existia
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em termos de construção na região, ou seja, uma arquitetura baseada no pau a pique. Em carta
escrita na data de 23 de dezembro de 1865, endereçada ao pai e publicada na obra em
referência, registrou sobre a casa de Antonio Theodoro:
É um casarão de pau-a-pique, coberto de sapê, barreado, com dois lances a que
separa pequeno pátio, fechado por cerca, muito amplo, mas de pé-direito atarracado.
Pela frente da casa corre um alpendrado coberto de folhas de buriti e sustentado por
grossos taquaruçus. A porta principal é muito larga e está ladeada por duas janelas
muito apertadas, mal abertas e assimétricas, o que dá desagradável aspecto a mais
que mesquinha fachada. (TAUNAY, IN: CORRÊA FILHO, 1946, p.115).
Através da descrição de Taunay conhecemos detalhes da técnica aplicada para elevar a
casa, bem como as características da mesma. O registro mostra uma moradia com paredes
elevadas em madeiras cruzadas e vãos preenchidos com barro; a cobertura de sapê, feita com
folhas de buriti. Um modelo construtivo baseado nas condições oferecidas pela natureza local.
Para proteção do calor e das chuvas o alpendre, também coberto de buriti. Vale explicar que a
antiga técnica do pau a pique, também conhecida por barro de mão e taipa, não permitia a
elevação de fachadas altas e amplas e, portanto, edificações mais elaboradas. Daí o fato da
casa mato-grossense rural e, apresentar uma arquitetura rústica e, conforme Taunay, com
aparência acanhada e sensação de aspecto desagradável devido à extrema simplicidade.
Ainda conforme as descrições de Taunay, a casa apresentava “dois lances a que separa
pequeno pátio”. (TAUNAY, IN: CORRÊA FILHO, 1946, p.115). Felizmente, devido ao
desenho da moradia de Antonio Teodoro, executado pelo próprio autor e publicado na obra
“Album. Viagem pitoresca a Mato Grosso”, podemos entender melhor como era a casa que
representava as demais existentes na ruralidade de Mato Grosso do Oitocentos. Assim, é
possível observar na imagem, duas compridas peças com coberturas separadas em duas águas
e feitas de palha, registradas por “um casarão de pau-a-pique [...] com dois lances a que
separa pequeno pátio, fechado por cerca, muito amplo”. (TAUNAY, IN: CORRÊA FILHO,
1946, p.115). O desenho, executado em 14 de dezembro de 1865, mostra exatamente o espaço
livre entre as duas peças amplas e uma cerca elevada em madeira, interligando os dois
compartimentos. O alpendre não aparece no desenho, assim como as janelas ao redor das
portas. Mas outros elementos são observados, os quais foram omitidos na descrição. Outra
construção, com a mesma aparência construtiva da casa do fazendeiro Antonio, aparece bem
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próxima e interligada por uma espécie de varal, contendo roupas penduradas, supostamente
em processo de secagem ao sol, como pode ser observado na imagem.
Figura 1. Habitação de Antonio Theodoro.
Fonte: “Casa de vivenda de Antonio Theodoro, no caminho de Cuyabá, à 2 leguas do Piquiry.
14 Dezembro 1865”. TAUNAY, Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle (Visconde de
Taunay). Album. Viagem pitoresca a Mato Grosso. IN: Instituto Hercule Florence de Estudos
da Sociedade e Meio Ambiente do Século XIX Brasileiro. Disponível em:
http://200.98.202.170:8080/xmlui/handle/1357/16 Acesso em: 28 de março de 2014.
Conforme exposto, a literatura disponível evidencia que as moradias rurais da região
sul da província mato-grossense constituíam-se nos chamados ranchos, ou as casas de pau a
pique, de paredes revestidas com barro e cobertura feita com folhas de palmeiras da região.
Essas edificações rústicas eram elevadas tanto nas posses destinadas às pequenas lavouras de
subsistência, quanto nas de criação de animais. Vale ressaltar, porém, a existência das
edificações cobertas com telhas; as moradias altas, assobradadas e alpendradas, ainda que
raras.
Moradias rurais de Miranda: casas de telha e capim
Para tratar especificamente a respeito das habitações rurais do território de Miranda no
Oitocentos, recorremos à análise dos inventários post-mortem do período de 1873 a 1900;
encontramos informações de como as habitações eram edificadas. Observamos na
documentação moradias com dois tipos de cobertura: telha e capim. Grande parte das casas
localizadas nos campos de Miranda possuía cobertura de telhas, eram geralmente elevadas
com cozinha, corredor, despensa, salas de frente, varanda e frontispício com portas e janelas.
As edificações cobertas com capim possuíam compartimentos em menor quantidade e
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também, na frente, portas para acesso interno e janelas. O quadro 1 mostra os dados
disponibilizados em alguns inventários post-mortem sobre as características das habitações da
região estudada.
Quadro 1 - Características das casas rurais de Miranda (1875 – 1899).
Produtor rural Ano ̸
Inventário Propriedade Moradia ̸ Característica
Francisco Xavier
Ribeiro 1877
Sesmaria Coqueiros Casa coberta de capim.
Fazenda Bonito Casa coberta de capim.
Joaquim de Souza
Moreira 1879 Fazenda Piqui
Casa coberta de telha.
Corredor, despensa, varanda e
três salas de frente.
Bento de Arruda Pinto 1886 Posse Embauval
Casa com metade coberta de
telha, outra de capim.
Corredor, duas salas de frente
e varanda na frente e nos
fundos.
Tenente coronel
Simplicio Xavier
Tavares da Silva
1886 Sesmaria Maxorra
Casa de pau a pique coberta de
telha.
Nove compartimentos.
Casa de pau a pique.
Cinco compartimentos, dois
cobertos de telha e três com
capim.
Cypriano Monteiro 1886 Posse Ponadigo
Casa coberta de telha.
Três salas de frente e alcova
assoalhada.
Anisezo Martins Ferreira 1887 Terça parte da fazenda Piáu Casa coberta de capim.
José Gonçalves Barbosa
e Magdalena Candida de
Oliveira Marques
1887 Parte de terras na fazenda Passa-
Tempo Casa coberta de capim
Canuto Virgulino de
Faria 1890
Terras de campos e cultura-Santo
Antônio
Casa térrea de pau a pique,
coberta com telha, sem reboco
ou caiação.
Dois compartimentos de 4
metros de frente e 10 de
fundos.
Frente com uma porta e uma
janela; duas portas internas.
Fazenda de criar e lavoura chamada
Correntes Rancho coberto de palha.
Antonio Ferreira 1890 Sítio e mais uma parte na fazenda
Santa Gertrudes
Casa coberta com telhas.
Duas salas de frente.
Anna Rita da Fonseca
Fialho 1890 Um terreno com matos de lavoura
Casa coberta de telhas.
Duas salas de frente.
Francisco Alves Ribeiro 1890 Fazenda Emadica Casa coberta de telha, por
concluir.
Pedro Luiz de Amorim 1894 Duas terças parte de terras na
fazenda Bodoquena Casa coberta de capim
Policena Lino de Faria
Albuquerque 1895 Fazenda Chapena
Casa coberta de capim.
Três salas, sete janelas e três
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Produtor rural Ano ̸
Inventário Propriedade Moradia ̸ Característica
portas.
Manoel José Pinto e
Thereza Nunes Pinto 1895 Sesmaria São Sebastião do Pulador Casa coberta com palha.
João Alves de Arruda 1896 Posse Rebojo Casa coberta de telha.
Joaquim da Silva
Albuquerque 1898 Fazenda Jacutinga
Casa coberta de telha com
quatro lanços de frente.
Duas portas e quatro janelas.
Marianna de Carvalho
Corrêa 1899 Posse Barranco Branco
Casa assobradada coberta de
telha.
Varandão na frente, três salas
depois do varandão e mais
compartimentos.
Fonte: Inventários post-mortem 156-07,157-05, 157-09, 159-03, 159-04, 159-08, 159-20, 159-13, 161-05, 161-
09, 161-15, 161-16, 162-11,162-16, 163-03, 163-07, 163-20, 164-09. Arquivo e Memorial do TJMS.
Observa-se no quadro que as informações das moradias com coberturas de capim
foram as mais restritas possíveis. Nem sequer apresentaram a existência de compartimentos,
como salas, cozinhas ou varandas. Talvez, devido à simplicidade delas nem precisassem ser
caracterizadas nos documentos de herança.
Relativo à cobertura de telhas não significou, na região, um modelo de edificação
durável, elevada em pedra ou tijolos. Certamente, as telhas ofereciam maior comodidade aos
moradores, por impedirem que as águas das chuvas penetrassem no interior da casa por meio
de goteiras, mas seu uso não significou, na prática, a existência de moradias em alvenaria.
Assim, no universo rural da localidade estudada existiram as casas térreas, elevadas de pau a
pique, de paredes preenchidas com barro e a cobertura de telha. A exemplo deste modelo de
moradia citamos a casa de Canuto Virgulino de Faria, elevada na fazenda Santo Antônio.
As terras da propriedade Santo Antonio foram ocupadas desde 1854. A fazenda estava
localizada nos seguintes limites: “à barra do ribeirão Taquarussu, por este à barra do córrego
Pulador, por este até a serra, por esta até o morro azul e deste uma linha reta ao rio
Aquidauana e por este do ponto de partida ou barra do ribeirão Taquarussu”. (INVENTÁRIO,
1890). No local, Canuto Virgulino elevou uma moradia térrea em pau a pique e com cobertura
de telhas. A casa era composta por “dois compartimentos”, cada um com a extensão de quatro
metros de frente e dez de fundos [40 m²]. No frontispício, uma porta para acesso e uma janela
para entrada de iluminação e ventilação. A circulação interna era feita por meio de duas
portas. Em 1890, a edificação ainda apresentava as paredes sem reboco e caiação. Conforme
as descrições encontradas no inventário, a moradia era rústica, semelhante a tantos ranchos
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encontrados na documentação da região. O diferencial era a cobertura de telhas, característica
que para a região já oferecia certo status ao morador.
Havia também na propriedade Santo Antônio, próximo a casa, um cercado de pau a
pique, contendo “cento e vinte e cinco pés de café produzindo” e “quarenta e dois pés de
arvoredos de espinhos produzindo”. (INVENTÁRIO, 1890). Também um engenho de moer
cana, com alguns objetos usados na preparação dos subprodutos da cana-de-açúcar, a saber:
três tachos de cobre, cinco gamelões pequenos e dois grandes.
No inventário de Canuto Virgulino foram arroladas também a fazenda de criar e
lavoura chamada Correntes, adquirida por compra de Augusto Ferreira Mascarenhas e uma
parte de terras da propriedade Alinane e a posse no lugar denominado Lagiado, onde
mantinha um rancho coberto de palha, dois lanços de curral de “trinta braças em quadro cada
um” [145,2 m²], cercados com madeira de lei e um cercado de pau a pique com “cento e
oitenta e nove braças de comprimento” [415,8 m²], elevado com diferentes tipos de madeira.
(INVENTÁRIO, 1890). Relativo aos animais, havia em posse da família 1.242 animais,
sendo: 1.216 bovinos e 26 cavalares de sela.
A análise do conjunto documental consultado, neste caso os inventários, mostrou que
eram as famílias proprietárias de terras, ou com maior quantidade de bens de raiz e cativos, as
possuidoras de moradias com cobertura de telhas. Os proprietários de terras com poucos
animais, ou possuidores de um ou dois escravizados, moravam em casas cobertas de palha ou
capim. Vale explicar que em algumas propriedades rurais as habitações, mesmo elevadas com
materiais rústicos, apresentavam várias peças.
Na fazenda Chapena, propriedade do casal Moysés Augusto de Albuquerque e
Policena Lino de Faria Albuquerque, a exemplo, apesar da habitação ter sido elevada com
cobertura de capim, apresentava três compartimentos, sete janelas e três portas. Além da casa,
havia no local um cercado elevado de taquarussú, usado para pasto aos animais e mais uma
edificação coberta de telhas, com três salas, cinco portas e seis janelas e outros dois currais
para o serviço com o gado vacum. A família sobrevivia da criação do gado e da fabricação do
açúcar, da farinha e da rapadura. Encontramos em posse da família no ano de 1895, período
de execução do inventário de Policena Lino, 830 vacuns, 15 bois de carro, quatro cavalos de
serviço, quatro éguas e um burro. Também, utilitários usados no campo, como: engenho de
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madeira, forno de cobre, roda para mandioca e tachos de cobre. Além destes, foram arrolados
também, dois carros de boi, duas mesas de jacarandá, duas mesas de cedro, uma cômoda de
jacarandá e um sofá, denotando que a família desfrutou de pouca mobília no interior da
moradia. (Inventário, 1895).
Interessante apontar que a literatura dos viajantes e as obras que tratam sobre a
ruralidade da província de Mato Grosso, sobretudo da região sul, produziram para o produtor
rural uma imagem de homem rude, no enfrentamento de vida severa em território inóspito.
Desta forma, induzem-nos a pensar em indivíduos totalmente toscos, vivendo sem nenhuma
sofisticação. Mas a partir dos estudos que realizamos, é preciso explicar que existiram
fazendeiros no território de Miranda, donos de uma ou mais casas na vila de Miranda, outros
possuidores de objetos em prata e ouro e, demais, ocupantes de casas amplas, cobertas com
telhas, servidos por importante número de trabalhadores escravizados e com mobília
requintada. É certo que as moradias eram mais modestas se comparadas às edificações das
fazendas paulistas e mineiras, ou às casas-grandes dos engenhos nordestinos, porém as casas
elevadas com coberturas de telhas de barro distinguiam seus moradores daqueles que
habitavam os rústicos e simples ranchos rurais.
A diferença entre um rancho e uma casa de pau a pique não está na técnica de se
construir, mas na divisão interna, na quantidade de compartimentos e na cobertura. O rancho,
típica moradia dos sertões encontrados pelos viajantes, era sempre coberto com capim. Para
mostrar como era edificada a casa de pau a pique reportemos às explicações contidas no texto
“A casa de moradia no Brasil antigo”, 1945, escrito por José Wasth Rodrigues. De acordo
com o citado autor, a maneira de levantar uma parede em pau a pique era da seguinte forma:
[...] terra úmida, calcada com soquetes pesados, dentro de uma armação de tábuas
(lembrando o cimento armado de hoje), presas aos esteios verticais e estes aos
horizontais, do andaime. A armação ia subindo e acompanhando o crescimento da
parede, preservados naturalmente os vãos da casa. Terminada a obra, ficavam os
buracos dos paus horizontais, que eram então tapados, rebocada de barro, era caiada.
(RODRIGUES, 1945, p. 167).
Conforme José Rodrigues, a elevação de uma casa através da técnica de pau a pique
permitia a utilização de materiais facilmente encontrados na natureza. O entrelaçamento da
madeira feito para dar origem às paredes podia ser realizado tanto com bambu, troncos finos
de árvores, ou madeira retirada das matas locais. A técnica era versátil e adaptava-se às
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condições de cada região. A madeira colocada vertical e horizontalmente formava a estrutura
e os espaços da habitação, no entanto, deixava aberturas vazias, as quais eram preenchidas
com terra umedecida com água. O barro depois de seco e endurecido poderia receber uma
pintura feita com cal. A cobertura também podia ser construída com recursos retirados da
natureza, como: capim, folha de coqueiro, palha de buriti e carnaúba ou ainda a telha de barro.
Mobília e utilitários da casa
Conforme as informações extraídas das fontes primárias, o mobiliário usado pelos
proprietários de terras de Miranda constituiu-se em: armário, banco, baú, cadeira, caixa, cama,
canastra, catre, cômoda, espreguiceiro, estante, guarda-roupa, mesa, mocho, sofá e tamborete.
A mesa aparece na maior parte da documentação dos anos de 1873 a 1900, analisada.
Observamos que a maioria das famílias possuiu a mesa para fazer as refeições, as redes para
descansar e as caixas para guardarem seus diferentes pertences. Sobretudo, nas casas de pau a
pique, cobertas de capim ou nos ranchos instalados nos vastos campos cobertos por pastagens
e matas fechadas, os proprietários de terras e gado viveram com simplicidade.
Na documentação relativa aos anos de 1870, mesmo nos ambientes rurais com número
expressivo de escravizados, observamos rara mobília. Não podemos desconsiderar o fato de
que se trata de um período pós conflito com o Paraguai e que a região desde o ano de 1864 foi
invadida, as propriedades e vilas saqueadas. Terminada a guerra em 1870, os proprietários
retomaram suas posses e reiniciaram suas atividades cotidianas. Assim, a partir dos anos de
1880 observamos a existência de maior quantidade de objetos, inclusive requintados, como:
cômoda, sofá, entre outros.
Nos anos de 1890 encontramos o espreguiceiro, a estante, o guarda-roupa, que apesar
de inexpressivos quantitativamente, quando comparados à mobília como caixas, catres e
mesas sinalizaram certo luxo no interior da casa rural. Em uma região onde as casas possuíam
tão pouca mobília, a existência de sofá, uma espreguiçadeira, um guarda-roupa ou uma
estante de sala revelava sofisticação e consequentemente prestígio social. Além da posse
desse tipo de mobília rara, a casa com cobertura de telha e a presença dos cativos destacava
socialmente o terratenente.
A análise documental permitiu-nos notar que o sofá, artigo de destaque da segunda
metade do século 19, esteve presente nas casas rurais da região estudada, desde os anos de
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1870. De acordo com Lucio Costa no texto “Notas sobre a evolução do mobiliário luso-
brasileiro”, 1939, apareceram nas moradias brasileiras no final do Oitocentos “os bonitos e
majestosos sofás de palhinha”, assim como, as “mobílias de sala de visita de aspecto às vezes
sóbrio, outras, pretencioso e rebuscado, em todo caso formalístico”. (COSTA, 1939, p. 158).
Encontramos na moradia de Daniel Benicio de Toledo, criador de animais, o sofá de
palhinha, característico da segunda metade do século 19. Além do sofá, havia também na
casa, dois armários com vidros, duas mesas quadradas, um espelho dourado e um relógio de
parede, um par de castiçais de metal e um par de lampiões de louça. (INVENTÁRIO, 1893).
Alguns sofás em estilo rústico fizeram parte do interior das moradias rurais da região.
O sofá da casa de Maria Alves da Conceição Fialho, proprietária de uma sesmaria e “um pasto
de criar e lavoura”, era de madeira de jacarandá. (INVENTÁRIO, 1882). Da mesma madeira
era o sofá da sala da habitação de Anna Rita da Fonseca Fialho, proprietária de terras, terrenos
e casas urbanas. (INVENTÁRIO, 1891). Dois sofás haviam em posse do proprietário rural
Augusto Gomes de Almeida que, infelizmente, não foi possível identificar de que tipo de
material eram. De palhinha, era a espreguiçadeira dele. (INVENTÁRIO, 1896).
As canastras e os baús encontramos em quantidade razoável nas casas das fazendas de
Miranda. No inventário de Eulália de Arruda Pinto, 1878, foi registrado “três pares de
canastras encouradas de sela preta com pregos dourados”. (INVENTÁRIO, 1878). Devido às
características do objeto, possivelmente se tratava de um móvel mais requintado quando
comparado aos demais, da mesma categoria, descritos em outros processos analisados.
Existiram também os baús grandes e pequenos, encourados e sem couro de madeira e
envernizados. A recorrência deles no interior das casas justifica a rara presença dos guarda-
roupas utilizados para guardarem as vestimentas e demais objetos pessoais.
Conforme explicação de Lúcio Costa, já citado, a casa brasileira, tanto a colonial
quanto a imperial apresentavam os móveis essenciais de sobrevivência. Assim, registrou que
ao homem colonizador: “além do pequeno oratório com o santo de confiança, camas,
cadeiras, tamboretes, mesas e ainda arcas. Arcas e baús para ter onde meter a tralha toda”.
Para Costa, o clima tropical e certos costumes presentes no Brasil, como o uso das redes e o
“sentar-se sobre esteiras, no chão, não estimulavam o aconchego dos interiores nem os
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arranjos supérfluos ou de aparato. Quanto menos coisa, melhor, para não atravancar
inutilmente os aposentos”. (COSTA, 1939, p. 151).
As habitações rurais de Miranda foram pobres em ornamentos. No período estudado
arrolamos a quantidade de cinco pares de castiçal de prata e somente um quadro. Espelhos e
relógios de mesa e parede apesar de úteis e também peças para enfeitar a casa foram raros e,
assim como a espreguiceira, a estante, o guarda-roupa e o sofá poderiam denotar certo
requinte para quem os possuíssem.
Relativo a cozinha abrigou poucos objetos de uso comum; os utilitários constituíram-
se em louças, paliteiros, pratos, salvas e talheres e estiveram presentes em poucas moradias. O
comum foi a bacia e a panela, ambas de ferro. Em três décadas de documentação analisada,
somente uma salva de prata foi registrada. Destacamos a casa de Virginia Miquelina, com
cozinha equipada com seis cadeiras americanas, dois tachos de cobre, uma mesa grande de
cedro, louças e talheres. (INVENTÁRIO, 1896).
Uma raridade foi o oratório no território de Miranda, encontramos somente dois
registros. Enquanto expressão da religiosidade, o oratório era mantido pela população da
época em alguma peça da casa, para execução das rezas diárias, sobretudo nos espaços rurais
destituídos de capelas. De acordo com a historiadora Nanci Leonzo, em texto já referenciado,
somente algumas fazendas mato-grossenses possuíram edificações religiosas. As igrejas das
fazendas Jacobina e do Taboco são citadas pela autora, como exemplos raros encontrados na
província de Mato Grosso. (LEONZO, 2004, p. 268). Assim, na falta das capelas anexas às
habitações rurais, as famílias mato-grossenses poderiam manter seus oratórios e quadros de
santos dentro de casa, para exercerem a fé católica. Na moradia de Anna Rita da Fonseca
Fialho existiu um oratório, com as imagens de Santo Antônio e Santa Ana. E o proprietário
rural Pedro Luiz de Amorim possuiu um oratório de madeira, com diversas imagens de
santos.
Considerações finais
A análise dos inventários post-mortem permitiu-nos perceber algumas características
das habitações rurais de Miranda e o uso comum de objetos. Relativo a maioria das moradias
eram térreas, elevadas em pau-a-pique, paredes preenchidas com barro e com cobertura de
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telha ou de capim. As casas com cobertura de telhas tinham compartimentos como cozinha,
corredor, despensa, salas de frente, varanda e portas e janelas na parte da frente da construção.
As casas cobertas de capim possuíam compartimentos em quantidade inferior, mas
apresentavam também portas de frente e janelas, as paredes revestidas com barro.
Dentro dessas moradias foi comum o uso de baús, caixas, canastras e mesas. Objetos
raros foram o catre, o espreguiceiro, a estante, o guarda-roupa e o tamborete. A bacia e a
panela de ferro também eram objetos comuns, utilizados na preparação das refeições diárias.
Utensílios mais requintados como louça, paliteiro, salva de prata e talher raramente fizeram
parte das cozinhas das fazendas de Miranda. Desta forma, as famílias proprietárias de terras
da região de Miranda mantiveram o mobiliário e os objetos indispensáveis à sobrevivência
cotidiana, adaptados à rusticidade e simplicidade vivida nos ambientes rurais.
Fontes
Inventariada: Anna Rita da Fonseca Fialho, 1891. Caixa 161-15. Arquivo e Memorial do
TJMS.
Inventariada: Maria Alves da Conceição Fialho, 1891. Caixa 1157-26. Arquivo e Memorial
do TJMS.
Inventariada: Marianna de Carvalho Corrêa, 1899. Caixa 164-09. Arquivo e Memorial do
TJMS.
Inventariado: Augusto Gomes de Almeida. Caixa 163-05. Arquivo e Memorial do TJMS.
Inventariado: Canuto Virgulino de Faria, 1890. Caixa 161-05. Arquivo e Memorial do TJMS.
Inventariado: Daniel Benicio de Toledo, 1893. Caixa 162-05. Arquivo e Memorial do TJMS.
Inventariado: Francisco Xavier Ribeiro, 1877. Caixa 156-07.
Inventariado: Maria Alves da Conceição Fialho. Caixa 157-26. Arquivo e Memorial do
TJMS.
Inventariado: Tenente coronel Simplicio Xavier Tavares da Silva, 1886. Caixa 159-03.
Arquivo e Memorial do TJMS.
Bibliografia
CORRÊA FILHO, Virgílio. Pantanais Matogrossenses. Devassamento e ocupação. Rio de
Janeiro: IHGB, 1946.
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FLORENCE, Hercules. Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. São Paulo:
Cultrix, 1977.
LEONZO, Nanci. Pão e pano ou prato e trato: um ensaio sobre a casa mato-grossense.
Territórios e Fronteiras, UFMT, v. 5, n.1, jan./jun., 2004.
SOUZA, Lécio Gomes de. Jacobina: História de uma fazenda em Mato Grosso. Revista do
Instituto Histórico de Mato Grosso, 1998.
TAUNAY, Alfredo d’ Escragnole. Viagem de regresso de Matto-Grosso à corte. Memória
descriptiva. Revista do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico do Brasil, Rio de
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Ambiente do Século XIX Brasileiro. Disponível em:
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