vem conhecer belém, vem!
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QUEM NUNCA JUNTOU UMA MANGA PELAS RUAS DE BELÉM, JÁ VIU ALGUÉM FAZENDO ISSO! ISSO É BELÉM! BELÉM TEM GOSTO DE AÇAÍ, DE TACACÁ, DE MANIÇOBA, DE PATO NO TUCUPI... BELÉM TEM GOSTO, TEM CHEIRO, TEM BELEZA, TEM HISTÓRIA! E FOI A PARTIR DO CONTATO COM A HISTÓRIA DE BELÉM RUMO AOS 400 ANOS, QUE SURGIU A IDEIA DE COLETAR E PUBLICAR AS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL COMANDANTE KLAUTAU, LOCALIZADA EM BELÉM, NO ESTADO DO PARÁ, DURANTE AS AULAS NA SALA DE INFORMÁTICA EDUCATIVA - SIE - , A FIM DE MOSTRAR AO MUNDO UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA. VEM CONHECER BELÉM, VEM!TRANSCRIPT
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Sala de Informática Educativa – SIE
Professora: Socorro Cordeiro
Turmas: CI 2º ano, CII 1º e 2º anos,
EJA: 1ª e 2ª Totalidades
3º e 4º turnos
Belém – Pará
2015
Dedico este trabalho a todos os alunos da Escola Municipal de
Educação Infantil e Ensino Fundamental Comandante Klautau do CI
2º ano, CII 1º e 2º anos e EJA, 1ª e 2ª Totalidades, do 3º e 4º
turnos, pela dedicação e empenho em debruçarem-se, não obstante
as inúmeras dificuldades, para realização de pesquisas, leituras e
estudo, com o objetivo de conhecer um pouco mais sobre a cidade de
Belém.
Agradeço a Deus a oportunidade de estar colaborando com os
educandos da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental Comandante Klautau na construção do conhecimento e
aos colegas que contribuíram para a realização destas atividades.
“Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem
mudar o mundo.”
Malala Yousafzai
PREFÁCIO
Terra de infinitas riquezas naturais e diversidades
culturais. É no Pará que podemos encontrar maravilhosos atrativos
capazes de arrancar paixões e orgulho de vivermos sob o lume
encantador da estrela do norte, sempre cintilante e altiva em nossa
bandeira nacional.
Nascida à beira da bela baia do Guajará e tendo como
postal principal a farta e irradiante Feira do Ver-o-Peso, Belém, a
cidade morena e capital paraense. Traduz o velho hábito acolhedor e
marcante, que nasce do jeito hospitaleiro de seu povo e que parece
flui no reflorir de suas mangueiras ou ao cair da pontual chuva da
tarde, que quase sempre prenuncia uma noite suave e estrelada.
Seus seculares monumentos, palácios, igrejas e outras
antigas construções, suas praças arborizadas e floridas, o majestoso
mercado de São Braz, o convidativo Polo Joalheiro, o verdejante e
saudável Bosque Rodrigues Alves que com o Museu Emílio Goeldi e
suas flora e fauna maravilhosas, são os dois verdadeiros pulmões
dessa metrópole que traz nas características próprias dos casarões e
estreitas ruas do bairro da cidade velha, as recordações de um tempo
onde Belém começou, tendo como berço principal o Forte do Castelo.
E o que dizer da incomparável culinária paraense que vai
desde os pratos que têm como base o camarão e os peixes típicos da
região, passando pelo tradicional pato no tucupi, o tacacá, o vatapá,
a maniçoba e demais pratos que misturados a ingredientes próprios
como o cheiro verde, a pimenta e até mesmo a costumeira farinha,
dão aquele toque e sabor especiais que agradam a tantos paladares
de quem vem de fora ou mesmo aos daqui.
Ainda se falando de alimentos, não podemos deixar de
lembrar os deliciosos frutos que esta terra dá, tais como manga,
graviola, cupuaçu, taperebá, pupunha, murici, bacuri e tantos outros
que podem ser encontrados nas feiras dos bairros da cidade, além de
poderem dar gosto a apetitosos sovertes; com destaque maior para o
açaí que puro ou misturado com farinha d’água ou de tapioca, natural
ou gelado, vira um doce vício diário a saciar a vontade de muitos.
Neste Estado de reluzentes talentos e costumes, as
danças e ritmos folclóricos despontam como expressões significativas
da alegria peculiar aos paraenses. Carimbó, Siriá, a marujada, são
alguns desses dons artísticos regionais que envolvem, divertem e
atraem os apreciadores e turistas, não só na capital como em cidades
do interior.
Situado no rincão amazônico e formado por tantas
belezas naturais, onde costumes, contos e lendas ornamentam as
histórias populares, como as do Boto e da Matinta Pereira, é no Pará
que podemos encontrar uma vasta literatura que retrata esse jeito
paraense de ser, com suas crendices, hábitos interioranos e
vocabulário próprio, que dão o tom apropriado a essa gente querida
que adora um bate papo, pai d’égua, chamar alguém de mano ou
mana, ou exclamar simplesmente um “égua”, que pode ser,
dependendo da entonação, de contentamento ou de reclamação.
Todas essas maravilhas e outras coisas mais que
encontramos no Pará é um verdadeiro aprendizado cultural que deve
ser sempre alimentado e desenvolvido junto às crianças, seja nas
escolas e nas comunidades, além de precisar de um destaque maior
por parte da mídia em geral, proporcionando assim uma riqueza de
saberes amazônicos que marcam esse Estado do Norte, que deve ser
cada vez mais valorizado e olhado pelo restante do país, por tudo que
é e significa na historia de formação da nossa pátria.
Fernancy Nery Ribeiro
Diretor
SUMÁRIO
Apresentação................................................................10
Pontos turísticos............................................................11
Culinária.......................................................................24
Frutas regionais.............................................................43
Danças regionais............................................................52
A língua que a gente fala.................................................59
Lendas amazônicas.........................................................68
Belém em versos e quadra ..............................................80
Declarando nosso amor por Belém ...................................86
Bibliografia....................................................................95
APRESENTAÇÃO
A região onde atualmente encontra-se a cidade de Belém, já foi
uma grande floresta que transformou-se em vilarejo, vila e hoje,
nesta grande cidade, a capital do estado do Pará, conhecida como
Cidade das mangueiras, Metrópole da Amazônia.
Francisco Caldeira Castelo Branco, em 12 de janeiro de 1616,
fundou o Forte do Presépio, tendo início a cidade de Belém, que
inicialmente chamou-se de Feliz Lusitânia, posteriormente Santa
Maria de Belém do Grão Pará e por fim, Belém.
Belém do Pará, cidade das mangueiras, cidade hospitaleira, é
rica em cores, cheiros e sabores que podem ser percebidos pelas
ruas, nas esquinas, nos pratos típicos, nas mangas que caem pelas
ruas, nos túneis de mangueiras, no sol escaldante, na chuva da
tarde, no folclore, no sorvete de furtas regionais, no açaí saboroso...
Este trabalho é fruto de leitura, pesquisas e estudos realizados
pelos alunos durante as aulas na sala de informática educativa, SIE,
sobre os seguintes aspectos da cidade de Belém:
Pontos turísticos
Culinária
Frutas regionais
Danças regionais
Vocabulário paraense
Lendas amazônicas
Venha fazer um passeio conosco, alunos da Escola Municipal
Comandante Klautau, por esta bela cidade e conhecê-la um
pouquinho mais.
Vem conhecer Belém, vem!
11
“Ponto turístico é um lugar de interesse que os turistas visitam
geralmente por seu valor cultural, sua importância histórica, sua
beleza natural ou artificial, sua originalidade, ou para divertir-se.”
Percorrendo as ruas de Belém nos deparamos com belos
lugares que contam um pouco de nossa história.
Confira!
Complexo Feliz Lusitânia
Feliz Lusitânia, denominação usada por colonizadores
portugueses para o núcleo inicial do município de Belém (Estado
do Pará), atualmente sendo um complexo turístico o qual reforça as
origens ibéricas e o exotismo dos habitantes primitivos, situado no
centro histórico e região mais antiga do município de Belém do Pará,
o bairro da Cidade Velha. O complexo Feliz Lusitânia abriga as
seguintes construções: Forte do Presépio, Casa das 11 janelas,
Catedral Metropolitana, Igreja de Santo Alexandre, Praça Frei
Caetano Brandão.
PONTOS TURÍSTICOS
DE BELÉM P
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Forte do Castelo
Popularmente conhecido como Forte do Presépio, localiza-se
sobre a baía do Guajará, dominando a entrada do porto e navegação
que costeia a ilha das Onças.
É um dos mais procurados pontos turisticos da cidade, por sua
localização privilegiada e seu sentido histórico, integrando o complexo
arquitetônico e religioso da Cidade Velha, o Complexo Feliz Lusitânia.
Casa das Onze janelas
13
Foi construída no século XVII como residência de Domingos da
Costa Bacelar, um rico senhor do engenho. Em 1768 a casa foi
adquirida pelo governo para abrigar o hospital Real e funcionou até
1870, passando depois a ter funções militares. Em 2001, o governo
do Estado do Pará assinou um convênio com o exército brasileiro,
alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do Forte do
Presépio em favor do turismo de Belém.
Catedral Metropolitana
É a sede da Arquidiocese de Belém e parte integrante do
complexo histórico e religioso da cidade velha, o complexo Feliz
Lusitânia. A primeira igreja de Belém foi construída dentro do Forte
do Presépio, dedicada a Nossa Srª das Graças. Anos depois foi
transferida para o atual largo da Sé.
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Igreja e Colégio de Santo Alexandre
Foram a sede dos padres da Companhia de Jesus, os jesuitas,
na cidade de Belém, na época do Brasil Colonia. Atualmente abriga o
Museu de Arte Sacra do Pará.
Praça Dom Frei Caetano Brandão
15
É um importante marco histórico da cidade, pois se encontra no
local de fundação de Belém do Pará e sua denominação é uma
homenagem ao 4° bispo da cidade: Frei Caetano Brandão, mas foi
chamada de largo da Sé, em outros tempos.
Ver-o-Peso
Ponto turístico e cultural da cidade. É considerada a maior feira
ao ar livre da América Latina. Abastece a cidade com variados tipos
de gêneros alimentícios e ervas medicinais do interior paraense,
fornecidos principalmente por via fluvial. Foi candidato a uma das 7
maravilhas do Brasil. Construído em 1625. Seu nome faz jus às
chamadas casas do Ver-o-Peso, projetadas no Brasil em 1614, para
conferir o peso exato das mercadorias e cobrar os respectivos
impostos para a coroa portuguesa.
16
Estação das Docas
É um dos espaços que mais refletem a região amazônica.
Inaugurada em 13 de maio de 2000. Referencia nacional, agrega
gastronomia, cultura, moda e eventos. Possui lojas de roupas e
acessórios, perfumarias, artigos para presentes, etc.
17
Complexo do Ver-o-Rio
É um pedaço da orla
do rio resgatada depois de
anos de ocupação
inadequada e devolve o
caráter ribeirinho de Belém
e o direito da população
viver com o rio.
Praça Siqueira Campos
Cartão postal da cidade de Belém é mais conhecida como
Praça do Relógio, por abrigar enorme relógio em seu centro. O
relógio mede 12 metros de altura, doado pelo intendente Antonio
Faciola. Consiste de quatro luminárias em um relógio central
importado da Inglaterra à época de sua construção
18
Parque Mangal das Garças
O parque Mangal das Garças, “Mangal das Garças”, criado
nas margens do Rio Guamá, no centro histórico da capital, um dos
principais pontos turisticos de Belém, abriga um orquidário com mais
de 150 plantas. Não é só rica a biodiversidade do Mangal das Garças
que comete a ele o título de um dos pontos mais bonitos da cidade. A
paisagem do espaço ganha ainda mais graça e beleza com a presença
de obras de arte espalhadas por toda a sua extensão.
Praça da República
No inicio era o Largo da Campina, um terreno descampado que
ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à ermida de
Nossa Senhora de Nazaré. Posteriormente foi construído um
armazém para se guardar pólvora. O espaço era usado para sepultar,
em cova rasa, escravos e pobres. Em homenagem ao imperador, lhe
deram o nome de Pedro II, mas continuava sendo um grande terreno
descampado.
19
Em 1850 plantaram algumas árvores, mas de forma
desordenada. Com a inauguração do Teatro da Paz, em 1878, houve
uma urbanização modesta. Seu nome definitivo veio com a troca de
regime: Praça da República
Teatro da Paz
20
Originalmente chamava-se Theatro Nossa Senhora da Paz, sua
nomenclatura foi modificada a pedido do Bispo da época, dom
Macedo Costa. Foi construído com dinheiro advindo do Ciclo da
Borracha e batizado de Teatro da Paz em alusão ao fim da guerra do
Paraguai, em 1870. Destacam-se, na decoração, materiais e objetos
trazidos da Europa.
Mercado de São Brás
É uma construção histórica
localizada na cidade de Belém, distante
do centro histórico. Foi erguido no
período de 1º de maio de 1910 a 21 de
maio de 1911, durante a época áurea
do Ciclo da Borracha Amazônica. Foi
construído em função da grande
movimentação comercial gerada pela
ferrovia Belém/Bragança e para
ampliar o abastecimento da cidade,
que até então ficava concentrado
apenas no mercado do Ver-o-Peso.
Basílica Nosa Senhora de Nazaré
Foi erguida em 1852 no mesmo lugar onde foi achada a
imagem da Santa pelo caboclo Plácido, às margens do igarapé
Murucutu. Durante o Círio, no 2º domingo de outubro, a imagem da
santa sai em transladação do Colégio Gentil até a Catedral e no dia
seguinte sai da Catedral e segue em procissão até a Basílica
Santuário.
21
Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves
Uma área de preservação ambiental brasielira. Inaugurado em
1883, abriga mais de 80 mil espécies de flora e fauna e recebe, em
média, 20 mil visitantes por mês. Ganhou status de Jardim Botânico
em julho de 2002.
22
Museu Emílio Goeldi
O Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi está
situado no centro urbano de Belém, com uma área de 5,2 hectares.
Foi fundado em 1895, sendo o mais antigo do Brasil no seu gênero.
Além de abrigar uma significativa mostra da fauna e flora
amazônicas, o Parque concentra as atividades educativas do Museu
Goeldi, tal como um laboratório para aulas práticas. Recebe
anualmente cerca de 200 mil visitantes. Reconhecido mundialmente
como uma das mais importantes instituições de investigação cientifica
sobre a Amazônia brasileira.
(Pesquisa realizada pelos alunos do CII 2º ano – 3º turno - sala 3)
23
CULINÁRIA PARAENSE
A culinária paraense tem como sua maior influência na cultura
indígena e um pouco da portuguesa e africana.
Os ingredientes básicos são oriundos da exuberante natureza
da Amazônia, como camarão, caranguejo, marisco, peixe, aves, caça,
pato, todos temperados com folhas (maniva, coentro, chicória),
pimenta de cheiro e ervas, cozidos em panela de barro ou assados
em moquéns e embebidos de tucupi. Servidos em cuias, em casulos
de folhas de banana, em recipientes de barro e até toscas urupemas
dando um sabor agradabilíssimo aos pratos do Pará.
Chibé
Chibé ou Jacuba é um prato típico da culinária amazônica. É
uma bebida com um gosto levemente ácido. É feito misturando
farinha de mandioca e água. Os grãos de farinha incham (tufam),
resultando em uma textura semelhante a fubá (porém mais líquido
igual a mingau). Pode ser acompanhado de sal, pimenta ou outros
temperos salgados à gosto.
24
Pato no tucupi
Ingredientes
3 kg de pato
6 litros de tucupi
6 maços de jambu
1 maço de alfavaca
1 maço de chicória do
norte
7 cabeças de alho
21 unidades de pimenta
de cheiro
Quanto baste de sal
5 unidades de limão
1/4 litro de vinho branco
Modo de fazer
Prepare o pato e lave em água corrente.
Em um recipiente prepare o "vinha d’alho" com o suco dos
limões, 03 cabeças de alho socadas, o vinagre de vinho branco, 01
pimenta de cheiro, sal e água. Tempere o pato no "vinha d’alho" e
deixe descansar de um dia para o outro na geladeira.
Asse os patos em forno médio por aproximadamente 90
minutos.
Em uma panela coloque para ferver o tucupi com 03 pimentas
de cheiro, 02 cabeças de alho, alfavaca, chicória e sal.
Após os patos esfriarem, cortá-los em pedaços.
Em uma panela coloque 02 litros do tucupi já temperado e
ferva os patos em pedaços, até ficarem bem macios. Para preparar o
jambu, separe as folhas com os talos mais tenros. Lave em água
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corrente. Em panela com água fervente e sal escaldar levemente o
jambu. Escorra e reserve.
Em um refratário colocar os pedaços de pato e cobrí-los com o
jambu e o restante do tucupi que não foi usado para amaciar os
patos.
O molho de pimenta de cheiro: as pimentas que restarem
devem ser amassadas com sal a gosto e 01 dente de alho socado,
completa com um pouco de tucupi quente.
O pato no tucupi é servido com arroz branco, farinha d’agua de
mandioca e molho de pimenta.
)
Maniçoba
Ingredientes
4 kg de maniva (cozida por 10 dias)
1/2 kg de charque
1/2 kg de toucinho
500 g de bucho de boi
500 g de costela
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300 g de bacon defumado
300 g de linguiça defumada
300 g de carne de porco
2 cebolas
4 dentes de alho
Pimenta-do-reino a gosto
Sal a gosto
4 folhas de louro
1 maço de cheiro verde
Modo de preparo
Em uma panela bem grande coloque a maniva pré-cozida e
acrescente os demais ingredientes: o charque, o bucho, o toucinho
(já escaldado) e depois acrescente o restante da receita e os
temperos (a cebola bem picadinha, o alho bem amassado, as folhas
de louro e a pimenta-do-reino) o cheiro verde deve ser colocado
quando estiver quase pronto. Deixe cozinhar bastante e acrescente
água de vez em quando. Cozinhar durante dois dias.
A maniçoba é servida com arroz branco.
Caruru
Ingredientes
100 quiabos
1 xícara de castanha de caju
100 g de amendoim torrado e
moído sem casca
2 xícaras de camarões
defumados, descascados e moídos
2 cebolas grande
2 xícaras de azeite de dendê
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3 limões
2 colheres de sopa de sal
4 xícaras de água quente
Pimenta
Gengibre e alho
Modo de fazer
Lavar os quiabos, enxugando bem para não formar baba
quando picado. Coloque os camarões secos e moídos, a cebola
ralada, alho, sal, castanha e amendoim para refogar no azeite de
dendê. Ponha os quiabos picados, a água e as colheres de sopa de
limão para cortar a baba. Adicione ainda alguns camarões secos,
inteiros e grandes. Cozinhe tudo até ficar pastoso. Quando os caroços
dos quiabos estiverem bem rosados, retire do fogo.
Tacacá
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Ingredientes:
2 litros de tucupi
4 dentes de alho
1 colher (chá) de sal
4 pimentas de cheiro
2 maços de jambu
1/2 kg de camarão salgado (seco)
1/2 xícara (chá) de goma de mandioca
Pimenta de cheiro
Modo de fazer
Coloque em uma panela o tucupi, tempere com alho, sal e
pimenta. Leve ao fogo e deixe levantar a fervura. A seguir baixe o
fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por 30 minutos.
Cozinhe o jambu em água quente, deixe cozinhar até os talos
ficarem macios, retire e escorra. Reserve.
Retire a cabeça do camarão e deixe de molho em uma vasilha
com água para retirar o sal.
Ferva 4 xícaras (chá) de água com sal a gosto, dissolva a goma
em uma vasilha com água fria. Acrescente ao poucos na água
fervendo, até ficar um mingau grosso, ou, ao ponto de sua
preferência.
Sirva em uma cuia nesta sequência: duas colheres de sopa de
tucupi, uma concha de goma, uma concha de tucupi, algumas folhas
de jambu e 5 camarões, sal e pimenta a gosto.
Vatapá
Ingredientes
1 kg de camarão salgado
1 garrafa pequena de leite de coco
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Cerca de 6 xícaras de trigo
1 garrafa pequena de azeite de dendê
Tomate, cebola, alho, pimenta a gosto
Cheiro verde
Modo de fazer
Descasque o camarão e guarde as cabeças e as cascas, depois
bata no liquidificador com um pouco de água (somete as cabeças e as
cascas). Em uma panela grande coloque o que foi batido no
liquidificador e coado, misture o trigo e mexa bem para não
empelotar. Leve ao fogo mexendo o tempo todo. Quando engrossar
coloque os camarões refogados e continue mexendo.
Coloque o leite de coco e o dendê, sempre mexendo.
Deixe engrossar bem.
Desligue o fogo e sirva com arroz branco.
Como refogar o camarão:
Coloque um fio de azeite na panela, a cebola, o tomate, o alho
e a pimenta e bastante cheiro verde, o camarão com um pouco de
dendê. Mexa até refogar e reserve.
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Pirarucu na casaca
Ingredientes
1 kg de pirarucu salgado.
1 lata pequena de azeite.
2 tomates picados, sem pele e sem sementes.
2 cebolas picadas.
Cheiro verde.
Pimenta de cheiro.
1 pacote de batata palha.
Banana da terra frita.
Farinha de mandioca.
Modo de fazer
Deixe o pirarucu de molho de véspera, frite em pedaços e
depois desfie.
Prepare uma salada com a cebola, o tomate, o cheiro-verde e a
pimenta, juntando o azeite e
sal a gosto.
Faça uma farofa com
um pouco de manteiga e a
farinha de mandioca e
reserve
Montagem:
Em um recipiente
adequado coloque toda a
farofa no fundo, depois todo
o refogado do peixe, depois
as bananas fritas e por
último a batata palha. Na hora de servir colocar por 10 minutos em
forno quente
31
Açaí
Presente na mesa dos paraenses do café da manhã ao jantar,
hoje é forte representante da economia local, servido com farinha de
mandioca ou farinha de tapioca na cuia de açaí. Também utilizado no
almoço como prato principal, acompanhado de peixe, camarão ou
charque fritos. É encontrado em duas colorações: o açaí roxo e o açaí
branco, cuja polpa fornece um suco de cor creme claro.
Do açaizeiro ainda é produzido o palmito de açaí, extraído da
base da copa, bastante utilizado na culinária regional, em pratos
finos.
Arroz paraense
Ingredientes
500 gramas de arroz
300 gramas de camarão dessalgado
3 maços de jambu
500 ml de tucupi
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1/2cebola bem picada
Alho e azeite
Chicória e cheiro verde a gosto
Água de camarão
Modo de fazer
Dessalgue o camarão por 40 minutos em água fria trocando
duas vezes a água. Ferva as cascas e a cabeça do camarão.
Reserve a água fervida.
Se o camarão já estiver descascado, ferva o camarão
dessalgado.
Em uma panela, frite a cebola e o alho em azeite até dourar.
Junte o camarão escorrido, a chicória bem picada, o cheiro
verde e o jambu escolhido e lavado.
Frite um pouco mais até o jambu murchar um pouco
Acrescente o arroz.
Deixe dourar um pouco os grãos, acrescente o tucupi e o
restante de água para o cozimento (mais 500 ml de água).
O arroz deve ficar em ponto de risoto.
33
Bolo de macaxeira
Ingredientes
5 a 6 macaxeiras médias cruas, cortadas em pedaços
2 xícaras de açúcar
3 colheres de sopa de manteiga
200 ml de leite de coco
1 xícara de leite
2 colheres de leite
2 colheres de sopa de trigo
3 ovos
50 gramas de coco ralado
Modo de fazer
Bata a macaxeira junto com o leite de coco e o leite de vaca no
liquidificador e reserve.
Bata também no liquidificador o açúcar, o trigo, a manteiga e
os ovos, misture com a macaxeira triturada. Acrescente o coco ralado
e mexa bem (reserve 1 colher de sopa de coco ralado para salpicar
34
em cima do bolo antes de ir ao forno) Leve para assar em forno
médio, por aproximadamente 45 minutos.
Bolinho de piracuí
Ingredientes
1 kg de batata
250 gramas de farinha de peixe (piracuí) sem espinhas
2 ovos
1 maço de cebolinha picada
1 maço de salsa picada
1 maço de coentro picado
Pimenta de cheiro a gosto, picadas
Manteiga (para enrolar os bolinhos e para não grudar nas
mãos)
Azeite de oliva a gosto
Óleo para fritar
Modo de fazer
Cozinhe as batatas,
descasque-as e amasse com um
garfo até ficar com a
consistência de um purê.
Misture todos os
ingredientes na massa (inclusive
os ovos com clara e gema para
dar liga). Depois de misturar a
massa, passe manteiga nas
mãos e modele os bolinhos,
conforme sua criatividade.
35
Em uma frigideira funda, coloque o óleo e deixe - o esquentar
bem. Adicione de 5 a 10 bolinhos para serem fritos, virando com
cuidado, apenas uma vez.
Pupunha recheada com cupuaçu
Ingredientes
30 pupunhas
Sal a gosto
500 g de doce de cupuaçu
100 g de castanha do pará triturada
60 forminhas de papel
60 tapetinhos para forrar as forminhas
Modo de fazer
Cozinhe as pupunhas com um pouco de sal
Deixe esfriar, descasque-as e corte-as ao meio
Recheie cada banda com uma colher o doce de cupuaçu
Cubra com castanha
Arrume-as nas forminhas forradas com o tapetinho
36
Creme de cupuaçu
Ingredientes
2 latas de leite
condensado
2 latas de creme de leite
1 kg de polpa de cupuaçu
Modo de Fazer
Bata no liquidificador
todos os ingredientes, até ficar
uma mistura homogênea.
Experimente, se desejar
mais doce, acrescente mais 1 lata de leite condensado.
Deixar gelar bem.
Pudim de tapioca
Ingredientes
½ xícara de tapioca
granulada
½ l de leite
½ garrafa pequena
de leite de coco
1 pacote de 50 g de
coco ralado
1 lata de leite
condensado
3 ovos
37
Modo de fazer
Levar ao fogo o leite e a tapioca, fazer um mingau e deixar
esfriar por completo.
Acrescentar o leite condensado e o coco ralado.
Bater os ovos no liquidificador com o leite de coco e misturar
com o restante dos ingredientes. Caramelizar a forma e assar em
banho-maria por aproximadamente 40 minutos.
Creme de bacuri
Ingredientes
1 , ½ de polpa de cupuaçu
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
1 copo (americano) de leite
Modo de fazer
Coloque tudo no liquidificador e bata bem.
Se preferir coloque um pouco de açúcar.
Coloque em uma vasilha e leve ao freezer para gelar.
38
Pudim de açaí
Ingredientes
400 g de leite
400 g de leite condensado
400 g de açaí grosso
2 colheres de sopa de
amido de milho
6 ovos
300 g de açúcar
Farinha de tapioca para
decorar
Modo de fazer
Coloque o leite
condensado, o creme de leite, o
açaí, os ovos e o amido de milho no liquidificador. Derreta todo o
açúcar até virar um caramelo, mexendo para não grudar no fundo da
panela. Caramelize a forma. Adicione a mistura de açaí.
Leve ao forno pré-aquecido para assar em temperatura média
por 30 minutos. Deixe na geladeira por seis horas. Desenforme e
saboreie.
Tapioquinha
Ingredientes
½ kg de tapioca
Sal
Manteiga
Leite de coco
Açúcar
Coco fresco ralado
39
Modo de fazer
Peneire a tapioca e coloque um pouco de sal. Aqueça a
frigideira em fogo baixo.
Coloque uma camada fina de tapioca peneirada até cobrir o
fundo da frigideira. Quando as bordas começarem a soltar, vire o lado
e deixe mais um pouco no fogo. Retire da frigideira e sirva. Passe
manteiga e enrole ou molhe com leite de coco com açúcar ou recheie
com coco ralado e feche.
Creme de muruci (ou murici)
Ingredientes
500 ml de suco de muruci
2 latas de leite condensado
2 latas de creme de leite
Suco de 1 ou 2 limões
40
Modo de fazer
Colocar o suco de muruci no liquidificador e adicionar o creme
de leite e o leite condensado;
Bater e adicionar o suco de limão até o creme ganhar
consistência;
Levar ao freezer por 3 horas.
Torta de castanha-do-pará
Ingredientes
Massa
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de açúcar
1 pitada de sal
2 ovos
3 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (chá) de fermento químico em pó
Recheio
2 latas de leite condensado
2 gemas
41
1 xícara (chá) de leite
200 g de castanha-do-pará moída
1 colher (sopa) de amido de milho
Modo de fazer
Massa:
Coloque todos os ingredientes em uma tigela e misture com as
pontas dos dedos até formar uma massa lisa e homogênea. Abra com
um rolo de massa sobre superfície enfarinhada e forre o fundo e as
laterais de uma forma de aro removível (25 cm de diâmetro). Asse
em forno médio-alto (200ºC) até dourar por igual.
Recheio:
Leve todos os ingredientes ao fogo baixo, mexendo sempre, até
desprender das bordas da panela. Despeje o recheio morno sobre o
fundo de torta já assado. Sirva a torta gelada.
(Pesquisa realizada pelos alunos do CII 2º ano – 3º turno – sala 1)
42
São encontradas generosamente nos alagadiços dos rios, furos
e igarapés ou nos altos das terras firmes. Com mais de uma centena
de espécies comestíveis, são as frutas regionais as responsáveis
direto pelo indefinível, requintado e, muitas vezes, exótico sabor das
deliciosas sobremesas que enriquecem a mesa paraense.
Belém nos presenteia com uma variedade de frutas regionais o
ano todo. Confira e saboreie!
AÇAÍ
O açaí, também chamado de uaçaí, açaí branco, açaizeiro,
juçara, palmiteiro, palmito, piná... é uma palmeira que produz um
fruto babáceo de cor roxa muito utilizado na confecção de refrescos.
“Açaí” e “Uaçaí” são oriundos do tupi yasa, “fruta que chora”
numa alusão ao sumo desprendido pelo seu fruto. O açaí é um
alimento muito importante na alimentação dos paraenses.
FRUTAS REGIONAIS
43
ARAÇÁ
A Eugenia stipitata, conhecida popularmente como araçá-boi, é
uma planta pertencente à família Myrtaceae, originária da região
amazônica, adaptável ao clima tropical úmido. A planta é um arbusto
de até 3 metros de altura.
Seus frutos pesam de 30 a 300 g, com casca de cor amarelo
ouro bastante fina, com 4 a 10 sementes. A polpa é bastante ácida e
é utilizada para confecção de suco, sorvetes e geleias.
BURITI
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O termo buriti é a designação comum das plantas dos gêneros
Mauritia, Mauritiella, Trithrinax e Astrocaryum, da família das
areacáceas.
Seu fruto, além de rico em vitaminas A, B e C, ainda fornece
cálcio, ferro e proteínas. Consumido tradicionalmente ao natural, o
fruto do buriti também pode ser transformado em doces, sucos,
picolé, licor, vinho, sobremesas e em ração de animais etc.
PUPUNHA
Bactris gasipaes Kunth, conhecida pelos nomes comuns de
pupunha, pupunheira e pupunha verde-amarela, é uma planta da
família Arecaceae (antiga Palmae). Pode crescer até 20 m e é
originária das florestas tropicais do continente americano. É muito
conhecida e consumida pelas populações nativas da América Central
até a floresta Amazônica, sendo há séculos utilizada na sua
alimentação.
45
BACABA
A bacaba, bacaba-açu ou bacaba verdadeira (Oenocarpus bacaba) é
uma palmeira nativa da Amazônia. Possui como habitat a mata virgem alta
de terra firme. Pode atingir até 20 metros de altura.
O fruto é arredondado, de casca roxa e polpa branco-amarelada, rica
em um óleo, de cor amarelo-clara, usado na cozinha. A polpa do fruto é
utilizada no preparo do “vinho de bacaba” um líquido de cor parda, servido
gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha d água. É menos popular
que o açaí. Usada para fazer sorvetes.
CUPUAÇU
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Cupuaçu é o fruto de uma
árvore originária da Amazônia
(Theobroma grdiflorum, família
Sterculiaceae), parente próximo do
cacaueiro. A árvore é conhecida
como cupuaçuzeiro, cupuaçueiro
ou cupu, é uma fruta
extremamente saborosa típica da
região norte brasileira. É muito
usada na culinária doce, azeda e
agridoce pelos nativos da
Amazônia.
TUCUMÃ
O tucumã é fruto de uma palmeira amazônica, de polpa
grudenta e fibrosa, segundo chaves (1947) é riquíssima em vitamina
A, tendo a vitamina 90 vezes mais que o abacate e 3 vezes superior a
da cenoura, possuindo também alto teor de vitamina B (tiamina) e
alto teor de vitaminas C, rivalizando com os cítricos.
47
MURUCI
O murici (Byrsonima crassifolia), também conhecido
como muruci, murici-da-praia ou murici-do-brejo, é uma árvore da
família Malpighiaceae, ordem Malpighiales, nativa do norte e nordeste
do Brasil.
Árvore frequente nas regiões de terrenos úmidos, próximos a
rios e lagoas. Existem outras espécies de murici, inclusive arbustos, e
a característica de todas elas é o fruto pequeno e comestível, de
sabor ácido.
PIQUIÁ
O Pequi (Pyqui em Tupi-
Guarani, pele, qui: ou seja, pele,
qui: espinhos), também chamado de
Piqui, Piquiá ou Pequiá; Caryocar
brasiliens. Dele é extraído um azeite
denominado azeite de pequi. Seus
frutos são também consumidos
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cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é
dotado de muitos espinhos e há necessidade de muito cuidado ao
roer o fruto. No Pará, o pequizeiro produz flores durante a estação da
seca, de agosto até outubro, e frutos de fevereiro até abril. As folhas
caem no início da floração e, às vezes, também durante a
frutificação.
TAPEREBÁ
O cajá é o fruto da cajazeira (Spondias mombin). É também
chamada de ambaló, ambaró, cajá-mirim, cajazinha, tapereba,
taperebá, taperibá ou tapiriba. Os frutos suculentos, amarelos,
azedos e aromáticos da cajazeira são muito apreciados para refrescos
e licores.
UXI
O Uxi (endopleura uchi) é uma árvore
alta da família das humiriáceas, nativa da
Amazônia. De tronco reto e liso, casca
cinzenta, de madeira de boa qualidade, folhas
denteadas e drupas comestíveis, com
sementes oleaginosas.
49
BACURI
Bacuri é uma das frutas mais populares da região norte e dos
estados vizinhos. Este fruto é utilizado na fabricação de doces,
sorvetes, polpa e seu látex tem uso medicinal. Tem polpa branca de
sabor intenso e aroma agradável.
GRAVIOLA
A graviola (Annona muricata) é uma planta originária das
Antilhas, onde se encontra em estado silvestre.
A graviola é uma árvore de pequeno porte e encontrada em
quase todas as florestas tropicais, com folhas verdes brilhantes e
flores amareladas, grandes e isoladas, que nascem no tronco e nos
ramos. Os frutos tem forma ovaladas, casca verde-pálida, são
grandes, chegando a pesar entre 750 gramas a 8 quilogramas e
dando o ano todo.
50
CASTANHA-DO-PARÁ
É um fruto com alto teor calórico e proteico, além disso, contem
o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o
recomendam para a prevenção do câncer.
Nativa das Guianas, Venezuela, Brasil. Ocorre em árvores
espalhadas pelas grandes florestas às margens dos rios. É muito
utilizada na culinária paraense.
(Pesquisa realizada pelos alunos do CII 2º ano – 3º turno – sala 6)
51
DANÇAS REGIONAIS
Cores, som, alegria, gingado e molejo estão presentes nas
danças regionais do Pará, de Belém!
CARIMBÓ
Carimbó é uma dança de roda do litoral do Pará, no Brasil. O
nome também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo de dança. O
carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena,
porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras,
miscigenou-se, recebendo outras influências, principalmente negra.
52
LUNDUM MARAJOARA
O "Lundu" é uma dança de origem africana trazida para o Brasil
pelos escravos. A sensualidade dos movimentos já levou a Corte e o
Vaticano a proibirem a dança no século passado. No Brasil o "Lundu",
assim como o "Maxixe" foi proibido em todo Brasil por causa das
deturpações sofridas em nosso país. Mas, mesmo às escondidas, o
"Lundu" foi ressurgindo, mais comportado.
MARUJADA
Trata-se de um auto dramatizado onde predomina o canto
sobre a dança. Há uma origem comum entre a Marujada de Bragança
e a Irmandade de São Benedito. Quando os senhores brancos
atenderam ao pedido de seus escravos para a organização de uma
Irmandade, foi realizada a primeira festa em louvor a São Benedito.
53
Em sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em
casa para agradecer a seus benfeitores.
A Marujada é constituída quase exclusivamente por mulheres,
cabendo a estas a direção e a organização. Os homens são tocadores
ou simplesmente acompanhantes. Não há número limitado de
marujas, nem tão poucos há papéis a desempenhar. Nem uma só
palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como
argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo. A
Marujada de Bragança é estritamente caracterizada pela dança, cujo
motivo musical único é o retumbão.
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SIRIÁ
O siriá é uma dança brasileira originária do município de
Cametá, localizado no estado do Pará. É considerada uma expressão
de amor, de sedução e de gratidão para os índios e para os escravos
africanos ante um acontecimento. Para eles é algo sobrenatural e
milagroso. O seu nome derivou-se de siri, influenciado pelo sotaque
dos caboclos e escravos da região. Os elementos são os mesmos
utilizados na dança do carimbó, porém com maiores e mais variadas
evoluções. O Siriá é um pássaro amazônico.
XOTE BRAGANTIN0
Dança de raiz europeia, foi trazida para o Pará pelos
portugueses, que a cultivavam assiduamente em todas as reuniões
festivas. De longe os escravos assistiam os movimentos e guardavam
na memória. Em 1798 quando em Bragança os escravos fundaram a
irmandade de São Benedito, a Marujada e o Xote foram
reaproveitados pelos escravos, tornando-se a mais representativa
dança da região.
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SAMBA DO CACETE
O Samba do Cacete surgiu no município de Cametá. Esta dança
foi criada para mostrar a sensualidade da região, o nome se origina
devido ao instrumento que é usado para dar ritmo e marcação à
música, os cacetes, que são dois pedaços de pau que são batidos no
Curimbó, como forma de dar cadência ao ritmo.
RETUMBÃO
A festividade em devoção a São Benedito, em Bragança, deu
origem à Marujada, e com ela a mais conhecida e importante dança
folclórica da Marujada, o Retumbão. O Retumbão pode ser
considerado a dança favorita dos integrantes da Marujada de
Bragança.
A dança recebeu o nome de Retumbão devido ao entusiasmo
dos próprios portugueses que, ao ouvirem de longe o ritmo e a linha
melódica, diziam que tudo “retumbava”, elogiando a execução. A
orquestra da dança do Retumbão é composta de tambores grandes e
pequenos pandeiros, cuíca (onça), rabeca, viola, cavaquinho e
violino. Não há canto no Retumbão.
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CHULA MARAJOARA
Uma dança cultural no ritual afro brasileiro. No Pará é cultivada
principalmente nas regiões onde se instalaram os negros escravos,
com mais frequência em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó, por
isso também a denominação de Chula Marajoara. É apresentada
57
durante todo o ano, principalmente nas épocas de festejos como na
quadra junina e comemoração a São Benedito e N. Srª do Rosário. É
uma dança exclusivamente feminina.
VAQUEIRO DO MARAJÓ
Dança dos Vaqueiros do Marajó, foi criada, a princípio, para
uma coreografia do professor Adelermo Mattos, utilizando uma
música das vaquejadas do Rio Grande do Sul, através de observações
dos movimentos corporais dos vaqueiros, na tentativa de laçar o boi.
A presença das mulheres é excluída dessa dança. Não há
coreografia definida. O que a carcteriza são os sons produzidos pelos
tamancos de madeira usados pelos dançarinos e os movimentos com
o laço, como se fosse laçar um boi.
(Pesquisa realizada pelos alunos do CII 2º ano – 3º turno – sala 2)
58
A LÍNGUA QUE A GENTE FALA
Na cidade das mangueiras é comum ouvirmos as expressões:
Égua! Pai d´égua, murrinha, mana, maninha... e por aí vai! É a
língua que se fala por aqui, denominado de dicionário “papa xibé”!
No dicionário ”papa xibé” são usadas, na maioria das vezes,
palavras da língua portuguesa que já existem, mas adquirem outro
significado.
Ao estudarmos nosso modo de falar foi possível perceber o
quanto ele está presente em nosso dia a dia.
Eis algumas palavras da “língua” que a gente fala!
Agasalhar: guardar, proteger.
Alembrar: lembrar.
Apresentado: atrevido, enxerido.
Arredar: afastar.
Arreparar: reparar, observar, tomar conta.
Arremedar: imitar.
Assanhado: bagunçado, mal arrumado, não penteado.
Avacalhado: Desajeitado, mal arrumado, bagunçado.
Avoado: distraído, aquele que anda com a cabeça no ar.
Axí: interjeição depreciativa; significa desdém, nojo, repulsa
Azucrinar: exasperar, apoquentar, irritar, enfurecer,
aborrecer.
...
59
Bafo: mau hálito.
Baldear: vomitar.
Baque: pancada, machucado.
Beiju: bolo feito de massa de mandioca ou de tapioca.
Bença: benção.
Benjamin: adaptador de tomadas.
Bichinho: forma de tratamento que traduz afeto e carinho.
Bocada: mordida.
Boia: comida.
Bora logo: vamos embora.
Boró: dinheiro trocado.
Bombom: balinha.
Breguesso: coisa sem maior valor.
Buiado: Endinheirado.
...
Caba: espécie de inseto (vespa)
Cagoeta: fofoqueiro, aquele que não sabe guardar segredo,
dedo-duro.
Calombo: inchaço, tumefação, elevação na pele.
Candinha: faladora, fofoqueira.
Cangote ou Cogote: pescoço.
Caninga: má sorte, azar.
Carambela: cambalhota.
Carapanã: pernilongo, mosquito.
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Casco: canoa pequena, feita de uma só peça de tronco cavado,
sendo que o tripulante ou canoeiro senta na popa.
Catinga ou Inhaca: fedor, mau-cheiro, odor forte e
desagradável, normalmente proveniente das axilas de quem não
toma banho.
Causo: caso, fato, anedota.
Cemitério ou jogo de cemitério: queimada
Charque: carne seca, jabá.
Cisma: desconfiança, inquietação, preocupação.
Cocorote ou coque: Um leve soco com a falange dos dedos na
cabeça; o mesmo que cascudo.
Cuíra: inquieto, traquino, curiosidade, desejo, inquietação,
gastura, impaciência.
...
Danação: diabrura, travessura de criança.
Disque: o mesmo que “diz que” ou “dizem que”.
Derrubar: cagoetar, entregar, dedurar.
Despombalecido: estado de moleza e cansaço, fraqueza,
enfermidade.
...
Égua: expressão de admiração, insatisfação, raiva, alegria,
espanto, tristeza etc.
Embrabecer: enfurecer-se, ficar brabo, aborrecido.
Encafifar: encabular-se, envergonhar-se, intrigar-se.
Encarnar: Zoar ou tirar sarro com outra pessoa.
Empiriquitada: faceira, moça bem arrumada.
61
Eras de ti: diz-se para alguém quando se está chateado.
Esbandalhar ou escangalhar: quebrar, destruir.
Espiar: olhar, ver.
...
Facada: algo muito caro.
Farinhar: Fazer ou vender farinha.
Feridento: cheio de feridas.
Forquilha: vara aforquilhada para impulsionar a canoa.
Frito: estar em dificuldade, ferrado.
...
Gambiarra: coisa mal feita, improvisada.
Gastura: mal-estar, angústia.
Gito ou Gitito: pequeno, miúdo.
Gororoba: comida mal feita ou de má qualidade.
Guariba: tosse forte e violenta, às vezes sufocante.
...
Igaçaba: pote de barro, de boca larga, servindo para depósito
de água e de farinha.
Igarité: embarcação grande, de madeira, impulsionada a remo
ou motor.
Ilharga: ao lado, próximo.
62
Inhambu ou Nambu: designação comum às aves
tinamiformes da família dos Tinamídeos, parecem com galinhas.
...
Jararaca: cobra venenosa, porém mansa; pessoa de gênio
forte.
Jerimum ou Jurumum: abóbora; fruto da aboboreira.
Jia: tipo de anfíbio pequeno e de pele fria.
Joça: porcaria; coisa sem valor; interjeição exclamativa de
aborrecimento.
Jururu: triste, melancólico, quieto, adoentado, abatido.
...
Lá no canto: Lá na esquina.
Leso: idiota, maluco, doido.
Lerdeza: patetice, lentidão, malemolência.
Levou o farelo: se deu mal.
Lorota: mentira, conversa fiada.
...
Macaxeira: o mesmo que aipim. Não é venenosa como a
mandioca.
Macaca: mesmo que brincadeira de amarelinha.
Maciota: sem esforço, na tranquilidade.
63
Maldar: fazer mal juízo, pensar mal de alguém.
Malinar: irritar, travessuras, judiar, fazer maldade com
alguém.
Mandioca: Planta leitosa, com tubérculos em amido. Algumas
espécies são venenosas e servem para fazer farinha de mesa.
Manemolência: moleza, indisposição, fraqueza.
Maninho: colega, amigo, companheiro.
Marimbondo: inseto dotado de ferrão da espécie menóptero. É
um tipo de caba, vespa.
Maruim: inseto de picada dolorosa.
Matuto: desconfiado, acaboclado, acanhado, tímido; aquele
que vive no mato.
Mijada: chamada de atenção.
Mucuim: inseto cuja picada provoca forte coceira.
Molongó: adoentado, fraco, abatido.
Mordido: estressado; puto; com raiva.
Moroçoca ou Muriçoca: mosquito de picada dolorida.
Mundiar: encantar, atrair, seduzir.
Mufino: adoentado, enfraquecido, mole, abatido, cansado, sem
ânimo, triste.
Murrinha: quebreira, preguiça, tédio, indisposição, moleza.
...
Ovada: mulher grávida, estado de gestação.
Ouriçada: diz-se da menina assanhada ou fogosa, que está no
auge da puberdade.
...
64
Pai-d’égua: algo excelente, ótimo, muito bom.
Panela: dente acariado, estragado.
Panema: infeliz, azarado, sem sorte na caça, na pesca e na
vida.
Papa-chibé: paraense autêntico; aquele que se alimenta de
chibé (água e farinha).
Papeira: o mesmo que caxumba ou parotidite. Doença causada
pela inflamação das glândulas parótidas.
Pareceiro: parceiro; qualquer um.
Paresque: parece que.
Parideira: mulher que tem muitos filho.
Passamento: mal estar ou tontura que pode levar a pessoa ao
desmaio.
Pão careca: nome dado ao pão francês de massa grossa.
Pavulagem: faceirice, convencimento, metidez, frescura,
pedante, pretencioso.
Pegar o beco: ir embora.
Peraí: espere.
Pequena: menina, moça, namorada, mulher. Termo muito
usado na cidade de Cametá.
Pira: sarna, ferida. Brincadeira de criança, tipo pira-alta, pira
esconde.
Pissica: má sorte; desejar o azar do outro; torcer contra.
Potoca: mentira, conversa fiada, papo furado.
Prenha: grávida.
...
65
Quebranto: mal-olhado.
Quem-te-dera: ser lendário que costuma encantar homens e
usá-los como montaria a noite inteira.
Ralhar: chamar atenção , brigar ou chamar para conversar.
Refastelar: descansar, distrair-se.
Reinar: malinar, irritar, provocar.
Remendo: conserto ou costura de uma roupa.
Riba: acima de, em cima de.
...
Saído: esperto, saliente, enxerido, intrometido.
Sagica: rijo, duro.
Sapecar: jogar fora, atirar para longe.
Sarará: mestiço, arruivado; pequeno caranguejo.
Sassariqueira: assanhada, alegre.
Sereno: brisa fria após a chuva.
Seboso: sujo, porcalhão, sem higiene.
Selado: certo, confirmado, sacramentado.
...
Tabefe: tapa estalado; bofete.
Teba: grande, forte, avantajado.
66
Topada: tropeço, pancada no pé.
Toró: chuva muito forte.
Travessa: tiara; arco usado para enfeitar os cabelos.
Tuíra: sujo, ressequido (pelo sol e pela lama).
...
Ubá: embarcação indígena sem quilha e sem banco, construída
de um só lenho, escavado a fogo ou de uma casca inteiriça de árvore
cujas extremidades são amarradas com cipó.
Urupema: espécie de peneira de fibra vegetal usada na
culinária.
...
Visagem: espírito, alma penada, assombração.
Visgo: rastro.
Vixi: Espanto.
Voadeira: lancha, embarcação aquática veloz movida a motor.
Xarão: tabuleiro de alumínio; fôrma de alumínio retangular.
Zinho: pequeno, inferior.
(Pesquisa realizada pelos alunos do CII - 2º ano – 3º turno – sala 5)
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LENDAS AMAZÔNICAS
A região amazônica sempre foi povoada por mitos e seres
mágicos. As lendas amazônicas sempre foram contadas em rodas de
conversa ou à beira de um rio.
Os alunos fizeram pesquisa de algumas lendas amazônicas e
releitura através de desenhos.
LENDA DO AÇAÍ
Antes de existir a cidade de Belém do Pará, na Amazônia, uma
tribo muito numerosa ocupava aquela região. Os alimentos eram
escassos e a vida tornava-
se cada dia mais difícil com
a necessidade de alimentar
todos os índios da tribo. Foi
aí que o cacique da tribo,
chamado Itaki tomou uma
decisão muito cruel. Ele
resolveu que a partir
daquele dia todas as
crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento de
índios da sua tribo.
Um dia, no entanto, a filha do cacique, que tinha o nome de
IAÇÃ, deu a luz uma linda menina, que também teve de ser
sacrificada. IAÇÃ ficou desesperada e todas as noites chorava de
saudade de sua filhinha.
Durante vários dias, a
filha do cacique não saiu de
sua tenda. Em oração, pediu
a Tupã que mostrasse ao seu
pai outra maneira de ajudar
68
seu povo, sem ter que sacrificar as pobres crianças. Depois disso,
numa noite de lua, IAÇÃ ouviu um choro de criança. Aproximou-se da
porta de sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma esbelta
palmeira. Ficou espantada com a visão, mas logo depois, lançou-se
em direção à filha, abraçando-a. Misteriosamente a menina
desapareceu.
IAÇÃ ficou inconsolável e chorou muito até desfalecer. No dia
seguinte, seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira.
No rosto de IAÇÃ havia um sorriso de felicidade e seus olhos negros
fitavam o alto da palmeira, que estava carregada de frutinhos
escuros.
O cacique Itaki então mandou que apanhassem os frutos em
alguidar de madeira, os quais
amassaram e obtiveram um
vinho avermelhado que foi
batizado de AÇAÍ, em
homenagem a filha IAÇÃ.
Com o açaí, o cacique
alimentou seu povo e, a partir
deste dia, suspendeu sua
ordem de sacrificar as crianças.
LENDA DA MANDIOCA
De acordo com a lenda,
uma índia tupi deu a luz a uma
indiazinha e a chamou de Mani.
A menina era linda e
tinha a pele bem branca. Vivia
feliz brincando pela tribo. Toda
tribo amava muito Mani, pois
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ela sempre transmitia muita felicidade por onde passava. Porém, um
dia Mani ficou doente e toda tribo ficou preocupada e triste. O pajé foi
chamado e fez vários rituais de cura e rezas para salvar a querida
indiazinha, mas nada adiantou e a menina morreu.
Os pais de Mani resolveram enterrar o corpo da menina dentro
da própria oca, pois esta era a tradição e o costume cultural do povo
indígena tupi. Os pais regaram o local, onde a menina tinha sido
enterrada, com água e muitas
lágrimas.
Depois de alguns dias da
morte de Mani, nasceu dentro
da oca uma planta cuja raiz
era marrom por fora e bem
branquinha por dentro (da cor
de Mani). Em homenagem a filha, a mãe deu o nome de Maniva à
planta. Os índios passaram a usar a raiz da nova planta para fazer
farinha e uma bebida (cauim). Ela ganhou o nome de mandioca, ou
seja, uma junção de Mani (nome da indiazinha morta) e oca
(habitação indígena).
LENDA DO MAPINGUARI
O Mapinguari é uma
Lenda derivada de algumas
Lendas dos índios da Região
Amazônica. Os caboclos
contam que dentro da
floresta vive o Mapinguari,
um gigante peludo com um
olho na testa e a boca no
umbigo. Para uns, ele é realmente coberto de pelos, porém usa uma
70
armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual
ao couro de jacaré.
Segundo esta Lenda, alguns índios ao atingirem uma idade
mais avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari e
passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas
no seu interior e sozinhos. Há também quem diga que seus pés têm o
formato de uma mão de pilão. O Mapinguari emite uns gritos
semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele
logo vai ao encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida. A
criatura é selvagem e não teme nem caçador, porque é capaz de
dilatar o aço quando sopra no cano da espingarda. Os ribeirinhos
amazônicos contam muitas histórias de grandes combates entre o
Mapinguari e valentes caçadores.
O Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores que
conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis
marcas no corpo para o resto de suas vidas. Há quem diga que o
Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para
dormir. Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e
derrubando árvores, deixando um rastro de destruição. Outros
contam que ele só aparece nos dias santos ou feriados. Dizem que
ele só foge quando vê um Bicho-preguiça.
71
A LENDA DO UIRAPURU
Havia na floresta duas índias que eram amigas inseparáveis,
uma se chamava Moema a outra Jussara. Um dia a tribo fez uma
festa para o novo chefe, Peri.
Moema e Jussara ficaram muito
impressionadas com o rapaz.
Apaixonadas, amavam em
segredo, falavam da paixão que
sentiam sem dizer uma à outra
o nome do rapaz.
Um dia descobriram que estavam apaixonadas pela mesma
pessoa. A amizade entre elas era tão grande que resolveram superar
o ciúme, o medo e decidiram que ele é quem escolheria uma das
duas.
A Aldeia começou perceber o que acontecia com as meninas, o
Xamã conversou com elas e resolveu contar ao chefe o que se
passava.
Peri ficou surpreso com o amor das índias e respondeu ao Xamã
que gostava de ambas. O Xamã lhe perguntou o que pretendia fazer.
“Vou decidir na Floresta, aquela que acertar em pleno voo o
pássaro que eu escolher, será a rainha do meu coração.”
No dia seguinte, foram para a floresta. Peri escolheu um
pássaro branco, as índias dispararam suas flechas. O pássaro caiu no
solo com uma flecha no peito.
As flechas foram marcadas, a
vencedora foi Jussara que se
casou com Peri. Moema então
se sentiu desamparada, não
tinha sua amiga, nem seu
72
amor. Muito infeliz, foi
para floresta chorar.
Tupã compadecido
dela transformou-a num
pássaro que não
chamava muito atenção.
Ela escolheu voar para o
norte da Amazônia,
vivendo longe da
felicidade da amiga. Tupã mais uma vez compadecido do sofrimento
de Moema, deu-lhe um canto maravilhoso e disse: “De agora em
diante você será Uirapuru – o pássaro que não é pássaro- seu canto
vai espantar a sua tristeza e a do mundo. Seu canto é tão belo que
todos os pássaros se calam para ouvi-lo cantar”.
LENDA DA COBRA GRANDE
A Cobra grande é uma lenda amazônica que fala de uma
imensa cobra, também chamada Boiuna, que cresce de forma
desmensurada e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a
habitar a parte profunda dos rios. Ao rastejar pela terra firme, os
sulcos que deixa se transformam nos igarapés.
73
Conta a lenda que a cobra-grande pode se transformar em
embarcações ou outros seres. Aparece em numerosos contos
indígenas. Um deles
conta que em certa tribo
indígena da Amazônia,
uma índia, grávida da
Boiuna, deu à luz a duas
crianças gêmeas. Uma
delas, má, atacava os
barcos, naufragando-os.
Esta história
tornou-se célebre no
poema Cobra Norato, de Raul Bopp, sendo encenado inclusive, em
teatros de vários países. A verdadeira cobra grande.
A sucuriju ou sucuri é a temida anaconda da Amazônia: seu
comprimento pode atingir mais de 10 metros. Mata suas presas
apertando-as até a morte.
Celebrizada nos filmes de terror, é temida pela população
ribeirinha, pois habita as áreas inundáveis e é dotada de grande
força, sendo capaz de neutralizar qualquer tentativa de defesa da
vítima.
LENDA DO BOTO
Durante as festas juninas, a população ribeirinha da região
amazônica celebra
estas festas dançando
quadrilha, soltando
fogos de artifício,
fazendo fogueiras e
degustando alimentos
típicos da região.
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Reza a lenda que é quando o boto-cor-de-rosa sai do rio
transformando-se em um jovem elegante e belo, beberrão e bom
dançarino, muito bem vestido trajando roupas, chapéu e calçados
brancos. O chapéu é utilizado para ocultar (já que a transformação
não é completa) um grande orifício no alto da cabeça, feito para o
boto respirar. É graças a este fato que, durante as festividades de
junho, quando aparece um rapaz usando chapéu, as pessoas lhe
pedem para que ele o retire no intuito de se certificarem de que não
é o boto que ali está.
A tradição amazônica diz que o boto carrega uma espada presa
ao seu cinto, mas que, no fim da madrugada, quando é chegada a
hora de ele voltar ao leito do rio, é possível observar que todos seus
acessórios são, na verdade,
outros habitantes do rio. A
espada é um poraquê (peixe-
elétrico), o chapéu é uma
arraia e, finalmente, o cinto e
os sapatos são outros dois
diferentes tipos de peixes.
Este desconhecido e
atraente rapaz conquista com
facilidade a mais bela e desacompanhada jovem que cruzar seu
caminho e, em seguida, dança com ela a noite toda, a seduz, a guia
até o fundo do rio, onde, por vezes a engravida e a abandona. Por
isso, as jovens eram alertadas por mulheres mais velhas para terem
cuidado com os galanteios de homens muito bonitos durante as
festas, tudo pra evitar ser seduzida pelo infalível boto e a
possibilidade de tornar-se, por exemplo, uma mãe solteira e, assim,
virar motivo de fofocas ou zombarias. O boto ou Uauiara, também
é conhecido por ser uma espécie de protetor das mulheres, cujas
embarcações naufragam. Muitas pessoas dizem que, em tais
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situações, o boto aparece
empurrando as mulheres
para as margens do rio, a
fim de evitar que elas se
afoguem, as intenções
disso até hoje não são
muito conhecidas...
Assim sendo, na
região norte do Brasil,
quando as pessoas desejam justificar a geração de um filho fora do
casamento, ou um filho do qual não se conhece o pai, é comum ouvir
que a criança é filha do boto.
LENDA DO CURUPIRA
O Curupira gosta de
sentar na sombra das
mangueiras para comer os
frutos. Lá fica entretido ao
deliciar cada manga. Mas se
percebe que é observado, logo
sai correndo, e numa velocidade
tão grande que a visão humana
não consegue acompanhar.
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"Não adianta correr atrás de um Curupira", dizem os caboclo
"porque não há quem o alcance".
A função do curupira é proteger as árvores, plantas e animais
das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e
pessoas que destroem as matas de forma predatória.
Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons
e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusóras
e assustadoras para espantar os "inimigos das florestas".
A LENDA DA MATINTA PEREIRA
De acordo com a lenda,
uma forma de não ser
perturbado pela Matinta seria
oferecendo a ela, no dia
seguinte, algum tipo de
alimento e tabaco (fumo).
Desta forma ela deixaria de
assustar as pessoas da casa,
parando de assoviar. Caso
contrário, ficaria assoviando
todas as noites nas proximidades da casa.
Em algumas regiões do Norte do Brasil, a Matinta aparece com
um pássaro escuro que a
ajuda a assustar as
pessoas, assoviando de
forma assustadora e
levando azar por onde
passa. Em outras versões
da lenda, ela possui a
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capacidade de se transformar em um pássaro.
Diz ainda a lenda que, a única forma de aprisionar a Matinta é
executando alguns rituais: enterrar no chão (local onde passa a
Matinta), à meia-noite, uma tesoura aberta com um terço e uma
chave. Quando a Matinta passar
por cima ficará presa.
A Matinta Pereira,
também chamada de Matinta
Perera, é mais uma lenda do
rico e interessante folclore da
região amazônica brasileira. Foi
possivelmente criado há muitos
anos atrás e é passado de
geração para geração até os
dias de hoje.
LENDA DO GUARANÁ
No meio da floresta Amazônica, viviam os índios Maués e entre
eles um casal jovem muito feliz e amado pela tribo. Porém, a
felicidade do casal era abalada pela tristeza de não terem filhos.
Aconselhados pelo pajé,
resolveram buscar ajuda de
Tupã e pediram-lhe então, a
graça de poder terem um
filho. Meses depois, a índia
deu a luz a um menino.
O pequeno índio crescia
saudável e feliz. Era muito
querido por todos, pois era
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muito bondoso, criativo, prestativo e cheio de alegria. O curumim era
a verdadeira sensação da tribo e sua família muito admirada.
A fama do curumim se espalhou pela floresta e chegou ao
conhecimento de Jurupari, um espírito do mal. Jurupari cheio de
inveja passou a acompanhar o pequeno índio. Como podia ficar
invisível, ninguém o via.
Certo dia, o curumim saiu sozinho para colher frutos na
floresta. Jurupari aproveitou-se da ocasião e transformou-se numa
serpente venenosa que picou o menino. O pequeno índio morreu
quase instantaneamente. O veneno da serpente era muito poderoso
para o seu frágil corpinho de criança. Preocupados com a demora do
curumim, vários índios da aldeia partiram para a floresta para
procura-lo.
Quando encontraram o menino todos lamentaram o ocorrido.
Neste momento, raios e trovões caiam do céu. Os índios diziam ser o
lamento de Tupã. A tristeza pairou sobre a aldeia. A mãe do curumim
morto recebeu uma mensagem de Tupã dizendo que deviam plantar
os olhos da criança. Os índios obedeceram ao pedido da mãe e
plantaram os olhos do curumim. Algum tempo depois no lugar em
que haviam sido enterrados os olhos da criança, brotava uma linda
plantinha, o Guaraná, com fruto vermelho e que por dentro pareciam
os olhos do menino.
(Pesquisa e desenhos realizados pelos alunos do CII - 2º ano – 3º turno – sala 4)
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BELÉM EM VERSOS E QUADRAS
Os pontos turísticos de Belém inspiraram os alunos da EJA, 2ª
Totalidade, que embalados pela poesia, criaram quadras poéticas e
um poema “pai d égua”!
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(Atividade realizada pelos alunos da EJA – 2ª Tot. 4º turno)
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Usando Uma linguagem bem paraense, os alunos da EJA, 1ª
Totalidade, soltaram a imaginação, pegaram um “casco” e partiram
rumo a construção do conhecimento.
“Espiem” o texto coletivo da turma:
(Atividade realizada pelos alunos da EJA, 1ª Tot. 4º turno.)
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DECLARANDO NOSSO AMOR POR BELÉM
Para declararem o amor que sentem por Belém de 400 anos,
por estarem fazendo parte da história desta cidade, os alunos criaram
expressões de amor! Deram asas à imaginação!
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(Atividades realizadas por alunos do CI e CII 1º e 2º anos - 3º turno)
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BIBLIOGRAFIA
PAIVA, Renata
História: Pará. São Paulo: Ática, 2004.
http://www.portalamazonia.com.br
http://folcloredopara.blogspot.com.br
https://www.google.com.br
http://dancas-tipicas.info/regiao-norte.html
https://artepapaxibe.wordpress.com
http://www.istoeamazonia.com.br/
http://lendasamazonicas2009.blogspot.com.br/
https://www.youtube.com