verdades e mitos acerca do marketing de rede
DESCRIPTION
Este é um artigo apresentado junto a Universidade Guarulhos sobre as verdades e mito do maior negócio do século XXI que é posto em xeque todos os dias. Aqui você obterá informações para distinguir Marketing Multinivel das praticas ilícitas intituladas pirâmides financeiras. Se gostou, curta aqui embaixo para que eu possa continuar desvendando este modelo de negócios. Comente e deixe sugestões de temas que possamos abordar. Bom proveito!TRANSCRIPT
VERDADES E MITOS ACERCA DO
MARKETING DE REDE
Autor: Henrique de Oliveira Ventura
Universidade Guarulhos - UNG
RESUMO
O foco deste artigo é esclarecer conceitos e disseminar os conhecimentos sobre o Marketing de Rede, também conhecido como Marketing Multinível. O problema é explicar como o modelo de negócio é sustentável e foi um processo de evolução unindo ferramentas como Marketing Direto e Marketing de Relacionamento para atender as novas estruturas de Marketing e distribuição das empresas na globalização, removendo a visão preconceituosa e os estigmas criados em torno deste modelo de negócios que é constantemente confundido com esquemas ilegais de pirâmides financeiras. O objetivo da pesquisa é demonstrar as características de uma empresa que utiliza esta ferramenta de marketing para a expansão de seu negócio e apresentar os benefícios que esta atividade proporciona aos distribuidores independentes. O modelo analítico parte do pressuposto de que a escassez de informações imparciais e verídicas pode ser a causa dos paradigmas errôneos estabelecidos em relação ao marketing multinível. A desmistificação deste assunto indica que é um modelo meritocrático que pode proporcionar resultados expressivos aos distribuidores de acordo com a produtividade de seus próprios esforços somados aos de suas equipes. Considera-se esta estrutura como uma alternativa de renda suplementar, bem como uma oportunidade de negócio com criação de renda residual ou passiva com baixo investimento, o que facilita o acesso à população, sem distinção de classe, etnia, formação escolar ou poder aquisitivo.
Palavras-chave: Marketing de Rede, Pirâmide Financeira, distribuidores
independente.
INTRODUÇÃO
Este artigo trata de um questionamento comum não só aos meios de
comunicação como à população de modo geral: O Marketing multinível é um
modelo legal e sustentável ou uma fraude intitulada de pirâmide financeira. O
negócio do século XXI como é definido o Marketing Multinível por alguns
autores, está quase que incansavelmente todos os anos posto em xeque por
jornalistas, economistas, agências reguladoras, ministério público e por fim alvo
de críticas pela população ou distribuidores que se dizem enganados, pelo
simples fato de comumente ser confundido com esquemas fraudulentos
conhecidos como “pirâmides financeiras.”
O objeto de estudo é abranger o modelo de negócios e não uma ou
outra empresa específica. Considerando o Marketing Multinível uma derivação
do segmento de Vendas Diretas que é controlado pela Associação Brasileira de
Vendas Diretas (ABEVD), o Marketing de Rede carece de uma lei específica
que regulamente e fiscalize todas as atividades do setor e o inclua como
atividade devidamente reconhecida; há o projeto de lei nº 6775/2013 em
tramitação na Câmara de Deputados.
Nas décadas de 70, 80 e 90 multinacionais foram processadas por
adotarem o sistema de Marketing Multinível. Amway, Herbalife e Nuskin foram
alvos de investigação e hoje estão entre as 10 maiores do segmento no
mundo. Em 1979 foi criada a World Federation of Direct Sellling Associations –
Federação Mundial das associações de Venda Direta (WFDSA) para
regulamentar o setor. Atualmente, os E.U.A detêm os maiores números do
mercado de vendas diretas.
O Marketing Multinível vem evoluindo e alguns autores o reconhecem
como o negócio do século XXI, porque traz uma nova realidade ao
empreendedorismo, desenvolvimento pessoal, capacitação profissional, renda
complementar e construção de riqueza.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Evolução do Sistema
Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e
desenvolver relacionamentos lucrativos com eles (KOTLER, 1999 p.155). O
Marketing é um conceito que abrange comércio, propaganda, publicidade e
distribuição de produtos e serviços entre um fabricante e um consumidor. É
parte de um sistema maior chamado sociedade, a qual está em rápida
transformação para um novo modelo.
Desta forma, o marketing de Rede é uma das melhores respostas no
mundo da distribuição e do comércio às mudanças que ocorrem no mercado,
por ser o sistema de distribuição (na ótica do fabricante) a oportunidade
empresarial (na ótica dos criadores das redes) e a forma de consumo (na ótica
dos consumidores) mais adequados, e com probabilidades de sucesso, na
sociedade futura (PEREIRA, 1998)
Anteriormente, a concorrência se baseava na qualidade do produto e
serviço, mas hoje a qualidade do relacionamento com o cliente é a medida
mais apropriada para o sucesso. No ano 1990, surge o Marketing de
Relacionamento que segundo Kotler & Armstrong (1998, p.397) significa criar,
manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos.
De forma a aproximar mais ainda o relacionamento sólido e duradouro
com o cliente, emergiu um novo tipo de pensamento estratégico de Marketing
que emprega canais diretos de comunicação um-a-um, ou seja, Marketing
Direto (MD) para obter resposta imediata de compra, possibilitando, assim uma
mútua satisfação (KOTLER & ARMSTRONG, 1998).
Churchill & Peter (2000, p.421) conceituam o MD como campanhas de
marketing que utilizam a venda pessoal ou diversos veículos de propaganda
para solicitar pedidos dos consumidores em seu local de trabalho ou
residência.
Para Kotler (1998, p.302), o crescente uso do Marketing Direto no
Marketing de Consumo é em grande parte uma resposta à desmassificação do
mercado. Acrescenta ainda este autor, (1998, p.272), que os canais de
distribuição de Marketing Direto e de Marketing de Consumo são descritos de
acordo com o número de níveis envolvidos. O canal do Marketing Direto se
refere a uma venda direta da empresa fabricante para o consumidor. Os canais
restantes, tratados como Marketing Indireto, possui sempre níveis
intermediários no processo e visa atender a massa.
Portanto, o Marketing Direto é reconhecer o cliente como indivíduo, com
características peculiares, para oferecer serviços e produtos que o satisfaça de
forma a construir um relacionamento duradouro (BIRD, 1991).
Na junção destas características, que visam tanto à qualidade do
relacionamento quanto o canal direto de comunicação, chega-se ao sistema de
Marketing de Rede, também conhecido como Marketing Multinível (MMN).
1.2. Marketing de Rede
Na ótica do fabricante o MMN, de acordo com Marks (1995), é um
sistema de distribuição, ou forma de Marketing, que movimenta bens e/ou
serviços do fabricante ao consumidor por meio de uma rede de contratantes
independentes. É um sistema que elimina o intermediário, diferentemente do
sistema tradicional. Este autor ainda acrescenta que o sistema de distribuição
de vendas tradicionais passa por inúmeros níveis intermediários e atacadistas
e, posteriormente, para os pontos de varejo, que consequentemente,
encarecem o preço final do produto. Esse sistema de distribuição necessita de
um gerenciamento em vários níveis como executivos de vendas, gerentes de
produtos, gerentes regionais e distritais de vendas e gerentes de vendas de
unidades, sendo estes responsáveis pelo recrutamento do pessoal de vendas e
marketing.
Já as vendas do Marketing de Rede não exigem pontos-de-venda, pois
o sistema de distribuição é gerenciado por contratos independentes, onde os
distribuidores adquirem produtos da empresa e os movimenta diretamente para
as mãos do consumidor final, dispensando toda a cadeia de intermediários,
diminuindo os custos impostos aos produtos e elevando a margem de lucro do
distribuidor independente. Portanto, o distribuidor se torna chefe de sua
empresa.
Para a ótica do distribuidor, Marketing de rede é um sistema de
distribuição de mercadorias e serviços por meio de redes compostas de
milhares de vendedores independentes ou distribuidores (ZIGLAR, 2001, p.2).
Os distribuidores ganham dinheiro vendendo mercadorias e serviços, mas
também recrutando e patrocinando outros distribuidores, formando uma linha
de patrocínio (patrocinadores e patrocinados) ou de grupo de negócios que
podemos chamá-lo de “Rede”, que lhes proporcionam ganhos em duas
vertentes: sobre as próprias compras e sobre as compras efetuadas pelos
participantes do seu grupo de negócios ou Rede (BUAIZ, 1998).
O Marketing Multinível ou Marketing de Rede proporciona aos
distribuidores mais de uma forma de ganho, pois os distribuidores ganham
comissões ou bonificações mensais de acordo com a receita de vendas gerada
por sua organização de vendas, ou equipe. Ao contrário da popular
representação comercial e dos consultores de empresas de Vendas Diretas
que adotam o modelo Mononível (apenas uma forma de ganho). Nesta forma
de comercialização dos produtos o distribuidor ou representante é remunerado
somente por suas próprias vendas.
Hawkins (1995) destaca que a maioria dos distribuidores do Marketing
de Rede trabalha em sua própria residência, eliminando a necessidade de
manter escritórios e lojas dispendiosos, pois os produtos são comprados
diretamente do fabricante e vendidos diretamente ao cliente.
Vale Ressaltar que as oportunidades dadas aos distribuidores que
fazem parte da rede como alternativa de renda e trabalho por conta própria, de
preferência em casa, resultam das transformações que vêm ocorrendo no
mundo. Gracioso & Najjar (1997) acrescentam ainda que, o que leva as
pessoas a ingressar no Marketing de Rede, como distribuidores vem a ser: a
perspectiva de segurança financeira; empresas oferecendo empregos de baixa
qualidade, baixos salários e sem garantia de permanência; a necessidade de
complementar a renda familiar e opção de carreira ou de negócio próprio,
criando Renda Residual.
O poder não está no produto: o poder está na rede. Se você quiser ficar
rico, a melhor estratégia é encontrar um meio de construir uma rede forte,
viável, com possibilidade de crescimento. De acordo com Kiyosaki (2010) as
pessoas mais ricas do mundo constroem redes. Todas as outras procuram por
emprego. O verdadeiro business (negócio) não é o produto, mas as redes
através das quais o produto viaja.
Para que um produto obtenha sucesso na ótica do consumidor, este
atribui em sua escolha alguns valores além do preço, como informação direta
sobre a qualidade e utilização do produto, por meio do fornecedor (KOTLER,
1998). Este fornecedor que também é um consumidor se utiliza da
comunicação um-a-um, ou popularmente chamada de boca-a-boca para
transmitir as informações e suas experiências com o produto. Segundo Buaiz
(1998, p.150) esse fornecedor, no Marketing de Rede, é denominado de
distribuidor independente, isto é, “pessoa que firma contrato com uma empresa
de Vendas Diretas e/ou Marketing de Rede para representar seus produtos”.
1.3. Fatores Legais e Pirâmide Financeira
O MMN é reconhecido como uma forma legítima de negócio há mais de
40 anos pelo governo dos EUA e pela maioria dos países no mundo, inclusive
o Brasil. Entretanto, frequentemente há o surgimento de esquemas de pirâmide
disfarçados com o formato de uma empresa de MMN legítima. O foco de uma
pirâmide é fazer dinheiro através de taxas de inscrição, em vez de mover
produtos e serviços reais, para consumidores reais e por preços reais.
Antes do entendimento de pirâmide financeira devemos compreender
que durante séculos, a estrutura piramidal foi a forma pela qual organizamos e
gerenciamos a nós mesmos. Do exército romano à Igreja Católica, à estrutura
organizacional, General Motors e da IBM; poder e comunicação têm fluído de
maneira ordenada do alto da pirâmide até sua base, do sacerdote mais alto, do
general, do presidente executivo perfilados no topo, passando pelas hostes
mais amplas de tenentes e gerentes de departamentos aglomerados no nível
médio, até trabalhadores, soldados e verdadeiros crentes na parte inferior,
segundo (JOHN NAISBITT apud MARKS, 1995, p. 54).
Normalmente, as promoções em uma estrutura de pirâmide hierárquica
convencional, ocorrem segundo o desempenho, sendo comum a limitação da
renda dos subordinados a um número abaixo das superiores, independente do
desempenho. Embora a estrutura organizacional de uma organização de
Marketing de Rede pareça uma pirâmide, esta é aberta, pois tanto
patrocinadores quanto os patrocinados são recompensados, de acordo com
seus desempenhos e produtividade, por atrair outras pessoas a construir sua
própria distribuição em multiníveis dinâmicos (MARKS,1995).
Segundo Ziglar (2001, p.25) no passado, vinte anos atrás, o marketing
de rede era visto como sistema fraudulento, que se chamavam pirâmides, por
causa de algumas pessoas antiéticas e desonestas, que montavam esses
esquemas para ganhar dinheiro em cima das pessoas. A diferença entre
pirâmides e marketing de rede é: pirâmide tem uma estrutura semelhante ao
marketing de rede, mas um foco totalmente diferente. A pirâmide recompensa
os membros por recrutarem novos distribuidores, e em geral, negligenciam o
marketing e a venda da mercadoria.
Conforme diz Costa (2004) em um conceito básico, o sistema de
pirâmide é um esquema de recrutamento de pessoas, gerando renda somente
do recrutamento de novos membros e da cobrança de taxas, sem que nenhum
produto ou serviço real seja movimentado. Portanto, a recompensa ocorre
apenas com a adição de novos participantes e com os investimentos destes, e
não com a revenda ou a distribuição de produtos ou serviços com função
comercial legítima. Sem sustento comercial, o número de recrutas disponíveis
é finito e, aritmeticamente, recrutas posteriores possuem menor chance de
enriquecer do que os promotores do esquema. Consequentemente, este
esquema tem vida curta, e os que por último ingressarem praticamente não
possuem nenhuma chance de recuperar as suas taxas de inscrição ou de se
beneficiarem com o esquema.
Na falta de um produto real, tais esquemas tentam coagir as pessoas,
garantindo serem empresas legítimas que operam um plano de Marketing de
Rede.
2. DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA
2.1. Problema de Pesquisa
O problema de pesquisa é a ausência de informações imparciais,
minuciosas e verídicas a respeito deste modelo de negócio denominado
Marketing de Rede e a polêmica sobre sua legitimidade, sustentabilidade e
estrutura organizacional que vem gerando muita repercussão na mídia. Diante
deste cenário, faz-se necessário o esclarecimento dos fatos reais e a
desmistificação dos paradigmas atuais acerca desta ferramenta a fim de
dissociá-la das práticas ilícitas intituladas como pirâmides financeiras. O
Marketing de Rede é uma estratégia de marketing e distribuição que surgiu a
partir das transformações do mundo globalizado a fim de atender as novas
necessidades do mercado. Segundo Kyosaki (2010) é um modelo de negócio
genuinamente da Era da Informação: para compreender seu valor, não é
suficiente abrir os olhos, você precisa abrir a mente.
2.2. Método de pesquisa
Para a realização deste trabalho a metodologia de pesquisa adotada foi
a pesquisa bibliográfica. Segundo Severino (2007, pág. 122), a pesquisa
Bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente
de pesquisas anteriores, em documentos impressos como livros, artigos e
teses.
É um tipo de pesquisa que fornece ao estudo informações e
conhecimentos prévios sobre um determinado fato, assunto, ideia, problema
para o qual se procura uma resposta.
A pesquisa se deu por meio de dados e informações teóricas já
trabalhadas por outros autores e pesquisadores devidamente registrados, com
o levantamento das bibliografias relevantes ao estudo somadas a vivência
pessoal e profissional do autor que auxiliam na análise do assunto tratado.
2.3. Descrição do Experimento
Como técnica de coleta de dados das pesquisas e estudos de caso foi
utilizada a observação pessoal. A observação consiste em recolher e registrar
os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais
ou precise fazer perguntas diretas (LAKATOS, 2003, p.132).
O procedimento utilizado foi o monográfico, pois a monografia de acordo
com Lakatos e Marconi (2011, p. 235) é:
Um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina.
3. ANÁLISE DESCRITIVA
A globalização desencadeou rápidas mudanças no setor empresarial,
aumentou a concorrência entre as empresas e transformou o
empreendedorismo em um assunto popular. A pesquisa mostra a evolução dos
conceitos de marketing e prova que uma estratégia de ação mercadológica
para se tornar competitivo e responder as necessidades dos novos
consumidores é a utilização do marketing de rede, que visa atender as
exigências de um mundo globalizado e altamente competitivo, proporcionando
às organizações uma flexibilidade nos processos de distribuição de seus
produtos e nas relações com seus clientes, no intuito de obter uma expansão a
novas oportunidades de mercado.
Este modelo de negócio tem tido ascensão no mundo inteiro,
ultrapassando os limites territoriais e é chamado por alguns autores como o
Negócio do Século XXI, pelo fato de reestruturar o sistema de Marketing e
Distribuição das organizações reduzindo seus custos operacionais e por
oferecer inúmeras vantagens citadas por Paes (2002, p.58): não exige ponto de
venda de varejo e o contato pessoal dos distribuidores com os clientes, não
exige um orçamento enorme de propaganda, não exige sistema de distribuição
feita por contratados, não exige estabelecimento de metas feitas pelo próprio
distribuidor (incluindo a quantidade de horas trabalhadas) e não exige trabalho
em casa. Cabe ressaltar que para Paes (2002, p.58) “a maior vantagem para
os fabricantes está no fato de que as vendas ficam por conta de
empreendedores autônomos” [...] e que as principais vantagens para os
distribuidores são o grande potencial de lucro, o investimento, o risco pequeno
e a autonomia de trabalhar em tempo integral ou parcial”.
O consumidor, por sua vez, realiza compras consultivas, pois o
distribuidor independente repassa-lhe suas experiências de compra e
informações diretas e objetivas sobre os produtos, criando um vínculo de
proximidade. Este tipo de vendas diretas fornece praticidade, comodidade,
agilidade no atendimento e tratamento personalizado. Estes benefícios atraem
consumidores fiéis que se tornam distribuidores e divulgam a marca para novos
clientes por meio da comunicação boca-a-boca (Marketing Direto), o meio de
Marketing existente mais barato e confiável que traz resultados exponenciais a
organização.
Toda organização de marketing de Rede proporciona ao seu distribuidor
independente mais de uma possibilidade de ganho. Pois, todas as atividades
executadas pelos distribuidores que tragam receita para empresa são
distribuídas para os participantes cadastrados.
O MMN proporciona a possibilidade de iniciar seu próprio
empreendimento com baixo investimento sem a necessidade de possuir
funcionários, estoques, espaço físico e despesas fixas e com a possibilidade de
construir uma organização ou Rede produzindo Renda Residual.
O benefício de construir uma Rede é a utilização do tempo de outras
pessoas. A linha descendente (patrocinados diretamente pelo distribuidor ou
por sua equipe) é o segredo para uma renda residual e eventual riqueza do
distribuidor. Quanto mais produtiva for a rede mais o distribuidor ganhará, e
quanto mais pessoas estiverem na downline (linha descendente), mais
diversificada será a renda.
Por exemplo, se na downline estiver 100 pessoas trabalhando 4 horas
por dia, no fim do dia terão 400 horas trabalhadas, ao contrário acontece, se o
distribuidor não se empenhar em construir uma Rede, ele terá no fim do dia
somente suas horas trabalhadas. (ZIGLAR, 2001).
Construindo uma grande rede de distribuidores gerará grandes rendas
para o distribuidor responsável em construí-la; trará também a opção de se
aposentar cedo; possibilitará muita segurança para a família. O distribuidor que
se empenhar em construir uma rede autossustentável, independente,
produtiva, terá grandes benefícios com relação ao seu estilo de vida e
qualidade de vida. (HAWKINS, 1991)
A construção de uma Rede é o maior benefício e ganho dos
distribuidores do Marketing Multinível. É esta forma de bonificação e estrutura
de ganhos em rede que são desenhadas sistemicamente em forma piramidal, a
causa das maiores indagações e desconfianças a respeito do Marketing
Multinível legítimo. Ainda hoje, as pessoas continuam confundindo pirâmides
ilegais com marketing de rede, distorcendo bastante o conceito de cada um. A
expressão “pirâmide” está tão arraigada a Marketing Multinível que as pessoas
olham para um e já vêem o outro. Na verdade, o Marketing Multinivel é mal
utilizado por algumas pessoas para alavancar os esquemas piramidais que
evoluíram ao longo do tempo. As pirâmides financeiras são estruturas que
oferecem uma proposta de dinheiro rápido e fácil, da qual seus participantes
recebem lucros única e exclusivamente sobre as adesões de novos
participantes ao sistema e/ou taxas mensais de ativação para se manterem no
esquema, sem a necessidade de produtos de valor comercial e vendas.
Perceba que no caso de pirâmide financeira estamos falando de
esquemas financeiros: negócios de investimentos. Ao contrário do Marketing
de Rede que é um negócio de vendas e redes de consumo.
3.1. Estudos de Caso 1
Para exemplificar o conceito de construção de rede, tomaremos como
base o exemplo de Thomas Edison extraído do livro “O negócio do Século XXI”
(KIYOSAKI). Edison não inventou a lâmpada; o que ele fez foi melhorá-la e
aperfeiçoá-la. Mais importante ainda: percebeu que poderia transformá-la em
um negócio.
Depois de abandonar a escola (porque seus professores achavam que
ele não era inteligente o suficiente para ter sucesso lá), Edison se empregou
como vendedor de doces e revistas nas ferrovias. Logo, ele passou a imprimir
o próprio jornal e, em um ano, contratou uma equipe de meninos para vender
doces juntamente com seu jornal. Ele passou de empregado a empresário.
O jovem Edison cansou de vender jornais e aprendeu a enviar e receber
mensagens em código Morse, para que pudesse conseguir um emprego como
operador de telégrafo. Logo ele se transformou em um dos melhores
operadores de telégrafo que havia e foi então que ele aprendeu o segredo que
faria dele milionário. Como operador, ele viu o que havia transformado a
invenção do telégrafo em um sucesso: o sistema de linhas, postes, pessoas
qualificadas e as estações de retransmissão. Era o poder de uma rede.
Ainda que Edison seja famoso por mexer com o bulbo e aperfeiçoar o
filamento que tornou a lâmpada mais prática, seu verdadeiro golpe de gênio foi
criar uma empresa que colocava linhas elétricas que permitiram que a lâmpada
penetrasse na sociedade. A empresa fundada por Edison faria dele um
multimilionário. Foi chamada de General Electric – a GE.
O que fez da empresa de Edison tão revolucionária não foi o bulbo da
luz (lâmpada) em si, mas o sistema de linhas elétricas e as estações de
retransmissão que acendiam as lâmpadas. Foi a rede de consumo de energia.
3.2. Estudo de Caso 2
A seguir, um estudo de caso retirado do Portal MMN EXPERT sobre
uma fraude de pirâmide financeira para elucidar seu foco, sua estrutura e sua
vulnerabilidade:
O italiano Charles Ponzi na década de 20 nos E.U.A., criou um
esquema que basicamente prometia lucros altos sobre o capital que as
pessoas depositavam em suas mãos, decorrentes da arbitragem com cupons
postais de resposta intencionais. Ele dizia aos investidores que usaria seus
aportes aplicando no negócio de cupons, e estes teriam um alto retorno com a
divisão dos lucros. Ou seja, ele precisava ter um negócio que lhe rendesse
mais do que ele prometia pagar aos seus credores. Só assim conseguiria
honrar com suas promessas. Mas o negócio não existia.
O retorno que Charles Ponzi oferecia era tão grande (pra se tornar
atrativo) que simplesmente não tinha onde reinvestir esse dinheiro de maneira
que pudesse pagar seus investidores e ainda ter algum lucro. Então, a idéia foi
tornar o negócio tão encantador oferecendo mais vantagens que o mercado
financeiro da época para atrair o maior número de pessoas que colocariam
dinheiro em suas mãos. Não havia uma sobra de dinheiro que pertencesse ao
Ponzi. Havia sim uma mera ilusão. O dinheiro das pessoas que estavam
“entrando” não era empregado no negócio, mas usado para pagar quem já
estava participando do esquema. Neste caso, seu cliente não recebia nada em
troca do dinheiro e sim uma possibilidade de rendimento futuro. Este esquema
durou um período, até que todos os participantes quiseram receber seus lucros
de uma só vez e o golpe foi desmascarado. Foi considerada uma das maiores
fraudes do século passado, estimada em US$ 50 bilhões (dólares).
4. DISCUSSÃO (TEORIA X RESULTADOS)
A análise sobre os dois estudos de caso supracitados ilustram as
essências das duas atividades em hipótese e suas respectivas diferenças. Por
mais que a rede de Thomas Edison não seja um negócio de Marketing
Multinível, ela segue a base do conceito de rede de consumo que se expande
de acordo com novos consumidores ou usuários do produto ou serviço,
aumentando os lucros e a área de abrangência do negócio, proporcionando a
possibilidade de uma renda residual e construção de riqueza lícita, de acordo
com (KIYOSAKI 2010)
No caso de Charles Ponzi que do mesmo modo não era um modelo
de Marketing de rede, foi criado um “negócio” de investimentos e não de
vendas, como deve ser o marketing multinível.
Fica bem explícito que é um negócio de investidores. Investir e
esperar o retorno, sem ter que fazer algum trabalho. Podemos considerar que
pirâmide financeira é um esquema financeiro que atrai dinheiro sob a promessa
de ganhos maiores do que o mercado oferece, e que se sustenta pela adesão
de novas pessoas e não por um lucro real. Daí sua insustentabilidade.
(COSTA, 2004)
Depois que o negócio de Ponzi foi desmascarado, as pessoas
começaram a chamar sua farsa de pirâmide de Ponzi. Este nome não foi dado
pela forma organizacional com que são exibidos os desenhos das redes de
marketing multinivel, com forma piramidal ou às antigas pirâmides do Egito. A
verdadeira comparação do esquema de Ponzi é com uma pirâmide de baralho,
uma estrutura extremamente frágil, que pode sucumbir ao menor golpe em sua
base. A alusão feita no passado foi a uma pirâmide daquelas que quando há
rupturas na base, todo o resto desmorona. Uma pirâmide frágil, que se
algumas cartas da base caírem, tudo vai abaixo.
Percebe-se que ambos os negócios auferem rendimentos com a
entrada de novos participantes ao sistema e possuem uma estrutura
organizacional em forma piramidal, no entanto fica evidente a diferenciação dos
mesmos quanto à solidez, ética, transparência, formas de remuneração e foco.
O Marketing Multinível (MMN), também conhecido como Marketing de
Rede, representa 96,7% dos US$ 32,18 bilhões de faturamento do setor
de Vendas Diretas nos Estados Unidos (fonte: DSA – Direct Selling
Association).
Com base nas pesquisas desta associação no ano de 2011, seguem
abaixo alguns dados que mostram as estatísticas do setor que está em
constante crescimento ao redor do mundo:
De cada oito lares americanos, pelo menos um desenvolve uma
atividade de Marketing Multinível;
Universidades Americanas já oferecem cursos de Marketing
Multinível em suas grades curriculares;
27% do PIB americano é proveniente da indústria do Marketing
Multinível;
24% do PIB japonês é proveniente da indústria do Marketing Multinível.
20% dos milionários americanos construíram sua fortuna com negócios
baseados em Marketing Multinível.
Nos Estados Unidos, empresas como Coca-cola, Colgate Palmolive, Citi
Bank, entre outras, têm suas próprias divisões de Marketing
Multinível ou se utilizam da estrutura de empresas do setor para escoar
algumas de suas linhas de produtos, com características pertinentes a
esse sistema de vendas.
O Brasil é o quinto Mercado Mundial de Vendas diretas e o multinível
representa menos de 10% deste faturamento.
Estes são alguns dos números que comprovam a abrangência deste
setor nos países citados. O Brasil não definiu uma lei que interprete, regularize
e fiscalize estas atividades de forma independente. No entanto, está em
tramitação ordinária perante a Câmara de Deputados o Projeto de Lei nº
6775/2013, de iniciativa do deputado Acelino Popó, o qual tem por objeto a
regulamentação do exercício da atividade econômica denominada marketing
multinível ou marketing de rede, definido no próprio projeto como modalidade
de comercialização de bens ou serviços por meio de vendas diretas
ramificadas em vários níveis de remuneração, sendo bonificados pela revenda
ou pelo consumo próprio, bem como pelo recrutamento de novos
empreendedores para integrarem a rede, podendo ainda haver participação no
lucro líquido, de acordo com a política de remuneração da operadora, o
contrato de credenciamento do empreendedor e o plano de viabilidade
econômico-financeira da operação.
5. CONCLUSÃO
Pode-se concluir de acordo com os resultados das pesquisas realizadas
que o Marketing de Rede é uma ferramenta de marketing evoluída e um
modelo de negócio contemporâneo e legítimo. Entende-se que se implantado
de forma ética, planejada e sustentável o Marketing multinível apresenta
benefícios a todos os envolvidos no sistema, empresa, distribuidores e
mercado.
Compreende-se através da exemplificação que as pirâmides financeiras
são negócios de investimentos que adotam estruturas semelhantes ao MMN,
mas difere-se em seu foco e essência.
O objetivo proposto foi alcançado, pois contribui para a análise crítica
dos indivíduos e órgãos públicos, desvendando de forma objetiva as verdades
e mitos do Marketing de Rede, que em situações de suspeitas poderão
distinguir um do outro a fim de tomarem ações e medidas cabíveis.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABEVD, Associação Brasileira de Vendas. Disponível na internet Diretashttp://www.abevd.org.br/venda-direta/, Acesso em: 07/09/2014
BIRD, Drayton. Bom senso em Marketing Direto. São Paulo: McGraw-Hill: Makron, 1991.
BUAIZ, Sérgio. Marketing de Rede a fórmula da liderança: tudo o que você precisa saber para irradiar energia e confiança dentro de suas organizações. Rio de Janeiro: Instituto MLM Brasil, 1998.
CHURCHILL, Gilbert A. & PETER, Paul. Marketing: Criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000.
CLEMENTS, Leonard W. Conheça os segredos do Network Marketing. Tradução Marília Braga. Rio de Janeiro: Record, 1998.
COSTA, Liliana Alves, 2004. Disponível em: (http://www.igpromo.com.br/artigos14.asp). Acesso em 01/10/2014.
DSA, Direct Selling Association. Disponível na internet: http://www.dsa.org/docs/default-source/research/11gofactsheet.pdf?sfvrsn=2, 2011
FAILLA, Don. O básico. Tradução de Rui Jungman. 4ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.
GRACIOSO, Francisco & NAJJAR, Eduardo Rienzo. Marketing de Rede: a era do supermercado virtual. São Paulo: Atlas, 1997.
HAWKINS, Leonard S. Como ser Bem-Sucedido em Network Marketing. 3ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1991
KIYOSAKI, Robert T. O negócio do século XXI – Guia do Pai Rico. Rio de Janeiro: Ed. Campus.
KOTLER, P. Conquistando clientes, mantendo-os e aumentando sua fidelidade. In: ____.Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 1999. (p.155-175)
KOTLER, Philip & ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Editora Prentice-Hall do BrasilLtda., 1998.
LAKATOS Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARKS, Will, Marketing de Rede: O guia definitive do MLM – Multi-Level Marketing. São Paulo: Makron Books, 1995.
PAES, Francisco José Coutinho. Estratégias de Marketing de Rede adotadas pelos empresários/distribuidores do Município de Goiânia-GO. Florianópolis, UFSC, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2002.
PEREIRA, Alfredo A. P.. Atores como Nós. Jornal Estágio 10. Rio de Janeiro, Ano III – n. 18, Dezembro de 1998.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
ZIGLAR, Zig; HAYES, John P.. Trad. Ana Beatriz Rodrigues. Marketing de redes de distribuição – para Dummies. Rio de Janeiro: Campus, 2001.