versão 2 - hu-ufsc
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Procedimento Ope-
racional Padrão
POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO
CLÍNICA/14/2019
Avaliação e Intervenção Nutricional em Pacientes Hepato-
patas em Lista de Espera de Transplante Hepático
Versão 2.0
UNC
Procedimento Operacional Pa-
drão
Avaliação e Intervenção Nutricional em Paci-
entes Hepatopatas em Lista de Espera de
Transplante Hepático
POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA/14/2019
Versão 2.0
® 2019, Ebserh. Todos os direitos reservados
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.Ebserh.gov.br
Material produzido pela Unidade de Nutrição Clínica / Ebserh
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação
POP: Avaliação e Intervenção Nutricional em Pacientes Hepatopatas em
Lista de Espera de Transplante Hepático – Diretoria – Unidade de Nutrição
Clínica – Florianópolis: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospi-
talares, 2019. 25p.
Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Nutrição clínica; 3 – transplante hepático
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Campus Universitário, Rua Professora Maria Flora Pausewang, s/nº
Bairro Trindade | CEP: 88036-800 | Florianópolis- SC |
Telefone: (48) 3721 - 9100 | http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc
RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ
Ministro de Estado da Educação
OSWALDO FERREIRA
Presidente da Ebserh
MARIA DE LOURDES ROVARIS
Superintendente do HU-UFSC/Filial Ebserh
PAULO PEIXOTO PORTELLA
Gerente Administrativo do HU-UFSC/Filial Ebserh
FRANCINE LIMA GELBCKE
Gerente de Atenção à Saúde do HU-UFSC/Filial Ebserh
ROSEMERI MAURICI DA SILVA
Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFSC/Filial Ebserh
MICHEL MAXIMINIANO FARACO
Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HU-UFSC/Filial Ebserh
ANA CLÁUDIA BERENHAUSER TOMASI
Chefe da Unidade de Nutrição Clínica do HU-UFSC/Filial Ebserh
EXPEDIENTE
Unidade de Nutrição Clínica
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES
Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por
alterações
01/06/2011 1.0
Trata dos procedimentos de
avaliação e intervenção nutrici-
onal
Ana Cláudia Berenhauser
Tomasi
Maria Luiza Aires de
Alencar e Alessandra Erd-
mann
15/03/2019 2.0
Trata dos procedimentos de or-
ganização de Audiência Pú-
blica
Ana Cláudia Berenhauser
Tomasi
Alessandra Erdmann e
Angela Martinha Bongi-
olo
Sumário
Este POP foi desenvolvido para atendimento aos pacientes em tratamento de enfermidades
hepáticas severas e irreversíveis conforme está descrito no anexo do Regulamento Técnico do
Sistema Nacional de Transplantes, Capítulo V (Da Seleção de Doadores e Receptores e da Distri-
buição de Órgãos), módulo IV (Módulo de Fígado) que são candidatos à entrada em lista de espera
para transplante hepático.
Objetivo
Realizar avaliação nutricional de pacientes hepatopatas em lista de espera de transplante hepático
A avaliação pré-transplante é realizada à nível ambulatorial, portanto para agendamento de Con-
sultas:
▪ Os pacientes com doenças hepáticas severas e irreversíveis são encaminhados para
atendimento nutricional pelos Gastroenterologistas/Hepatologistas da Equipe de
Transplante Hepático do Hospital Universitário.
▪ O agendamento é realizado através de contato telefônico realizado pela nutricionista
responsável pela avaliação pré-transplante; a seguir, o paciente é incluído na agenda de
atendimentos junto ao Serviço de Atendimento de Marcação de Consultas, às 2as feiras, a
partir das 08:00 horas da manhã;
▪ Os retornos são realizados através de agendamento, pelos próprios pacientes, junto ao
Serviço de Atendimento de Marcação de Consultas, de acordo com a necessidade e/ou
protocolo previamente estabelecido. Os retornos também podem ser solicitados pelos
profissionais médicos da equipe de Transplante Hepático.
Etapas do atendimento:
▪ Entrevista com paciente conforme agenda ambulatorial disponível. Na entrevista são
coletadas informações sobre a história de saúde e nutrição. Também, são realizados os
exames físico e antropométrico.
▪ A partir dos dados coletados realiza-se a avaliação nutricional, cálculo das necessidades
nutricionais e orientação nutricional do paciente. Finalmente, se elabora parecer técnico de
nutrição sobre as condições nutricionais para realização do transplante hepático. O parecer
é apresentado à Equipe de Transplante em reuniões mensais.
▪ Os materiais utilizados são: prontuário do paciente, ficha de “Avaliação Nutricional do
Paciente a ser inserido em Lista de Espera para Transplante Hepático” (ANEXO 1) e
formulário de “Orientação Nutricional para o Período de Pré-Transplante Hepático”
(ANEXO 2). Os pacientes que necessitam de orientações complementares recebem
orientações padronizadas pelo Serviço de Nutrição e Dietética ou dietas individualizadas.
▪ O paciente em avaliação nutricional Pré-Transplante Hepático pode ter a necessidade de
retornar ao atendimento nutricional em mais de uma ocasião, a depender de seu estado
nutricional.
▪ O ambulatório dispõe de balança Filizola® com capacidade máxima de 150 kg e
antropômetro vertical, mesa e cadeiras para a entrevista e maca. São utilizados ainda
adipômetro da marca cescorf® , fita métrica, calculadora digital e material de escritório.
▪ A avaliação do estado nutricional dos pacientes em período de Pré-Transplante Hepático é
baseada no Manual de Avaliação e Recomendações Nutricionais da DND do HU-UFSC
(ANEXO 6 do POP 001);
▪ O cálculo das necessidades nutricionais dos pacientes em período de pré-transplante de
fígado é baseado no Manual de Avaliação e Recomendações Nutricionais da DND do HU-
UFSC (ANEXO 7 do POP 001).
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/
UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA
ANEXO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE A SER INSERIDO EM LISTA DE
TRANSPLANTE HEPÁTICO
DADOS PESSOAIS
Nome: ____________________________________________ Reg: __________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ Data avaliação: ___/___/___ EC: ___________
Procedência: ____________ Tel. Contato: ________________________________
Acompanhante: __________________________________ Filhos: ____________
HISTÓTIA CLÍNICA
Diagnóstico atual:
____________________________________________________________________
HMP:
( ) DM ( ) Insulino-dependente ( ) Uso hipog. oral ( ) Controle só c/ dieta
( ) HAS ( ) Uso de anti-hipertensivo; Qual: ________________________________
( ) Dislipidemia ( ) Câncer ( ) Cardiopatia
Infecção crônica/recorrente ( ) Sim ( ) Não Qual: __________________________
Função Renal: ( ) Normal ( ) Reduzida s/ HD ( ) Reduzida c/ HD; desde:_______
Uso de diurético: ( ) Sim ( ) Não; Qual:__________________________________
Presença de VE: ( ) Sim ( ) Não; LEVE: ( ) Sim ( ) Não; Última: _____________
História de HE: ( ) Sim ( ) Não
Cirrose: ( ) Sim ( ) Não; Paracentese: ( ) Não ( ) Sim; Qto tempo: ____________
HISTÓRIA SOCIAL:
Tabagismo: ( ) Não ( ) Sim ( ) Ex-tab; Parou há: ___________________________
Etilismo: ( ) Não ( ) Sim ( ) Ex. Etilis; Parou há: ___________________________
Outras drogas: ( ) Não; Sim ( ); Quais: ____________________________________
Ex usuário: _________________________ Parou há: _______________________
HISTÓRIA FUNCIONAL:
( ) Sem disfunção
( ) C/ disfunção: ( ) aposentado por invalidez ( ) passa grande parte do tempo dei-
tado ( ) Realiza alguns afazeres domésticos
ELIMINAÇÕES:
Evacuação:
Frequência das evacuações: ________________ Consistência das fezes:_________
Presença de produtos patológicos nas fezes: ( ) Não ( ) Sim; O quê? ___________
Faz uso de laxante: ( ) Não ( ) Sim Qual: ______________________________
Diurese:
( ) normal; ( ) Poliúria ( ) Nictúria; ( ) Disúrioa ( ) Hematúria; ( ) Incontinência
QUEIXAS DO TRATO GASTROINTESTINAL:
( ) Sem queixas; ( ) Disfagia ( ) Odinofagia; ( ) Pirose; ( ) Flatulência; ( ) Náusea
( ) Vômitos; ( ) Hematêmese; ( ) Dif. Mastigação ( ) Anorexia; ( ) Empachamento
SINAIS CLÍNICOS DE RETENÇÃO HÍDRICA:
Edema de MMIIs Anasarca Ascite
( ) Ausente
( ) Presente
Grau: _____________ _
( ) Ausente
( ) Presente
( ) Ausente
( ) Presente
Grau: _______________
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA: DATA: _____/____/_____
HB: _______
g/dL
HT: _______
%
Leuco:______
mm3
Seg: ______
Linf: _______
mm3
Plaq: _______
mm3
Ptn T: ______
g/dL
Alb: ________
g/Dl
Glic: _______
mg/dL
Hb glicosi-
lada:_______
%
Fe sérico:
_______
Ferritina:
_________
Transferrina:
___________
Sat
Trans:_____
CT: ________
mg/dL
HDL:
________
mg/dL
LDL:
________
mg/dL
Casteli
I:________
Casteli II:
___________
TG: ______
mg/dL
Creat: ______
mg/dL
Ur: ______
mg/dL
BT: ______ BD: ______ BI: ________
Ptn Creat:
________
K; _______ Na: ________ Ác. Úrico:
__________
Ac. Fólico:
___________
Vit. B12:
____________
TGP: ______ TGO:_______ GGT: ______ FA: ________
Na
urin.:_______
A feto: _____ TSH: ______ T3:_________ T4:________
Amilase:____ Lipase: _____ CaT:_______ BnpNt: _____ Mg: _______
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Peso usual: ________ Altura: ______m A2 ( ) IMC u: _______kg/m2
Peso atual: ______kg (-) _____kg ascite (-)______ kg edema = P seco: _____ kg
IMC a: ______ kg/m2 % PP: ________________ Tempo: __________
Peso ideal: ________ kg
CB: ________ cm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________
Classificação do EN conforme CB: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave
PCT: ______ mm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________
Classificação do EN conforme PCT: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave
CMB: _____ cm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________
Classificação do EN conforme PCT: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave
CC: __________ cm Cab: ______ cm Hérnia umbilical: ( ) Sim ( ) Não
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
NECESSIDADES NUTRICIONAIS:
NET: __________________ Kcal/d (____ Kcal/kg PA/d) ou ______ Kcal/kg PI/d)
Ptn: _________ g/d (____ g/kg PA/d) ou ______ g/Kg PI/d)
AVALIAÇÃO DIETÉTICA:
Intolerâncias/alergias alimentares: ( ) não ( ) sim Qual alimento: ____________________
Aversões alimentares: ( ) não ( ) sim Qual alimento: ______________________________
Usa suplemento alimentar: ( ) sim ( ) não Min/ Vit: ( ) sim ( ) não
Qual: _______________________________________________________________
Quem prepara a comida em casa: _______________________
Costuma comer fora de casa: ( ) sim ( ) não Segue alguma dieta: ( ) não ( ) sim Qual:
_________________________________________________________________________
Em relação ao sal, sua comida é: ( ) normal ( ) insossa ( ) salgada
Usa temperos industrializados: ( ) não ( ) sim Qual: ________________
Que tipo de gordura usa para cozinhar: ________________________________
REGISTRO ALIMENTAR
ALIMENTO/REFEIÇÃO QUANTIDADE
QUESTIONÁRIO DE FREQUENCIA DE CONSUMO ALIMENTAR
ALIMENTO QUANTIDADE FREQUÊNCIA
Água
Água com gás
Suco de pacotinho
Suco de caixinha
Refrigerante
Açúcar branco
Adoçante
Doces em geral
Margarina
Manteiga
Nata
Banha
Conservas
Embutidos
Leite
Queijo
Iogurte
Frutas
Verduras/ legumes
Carne bovina
Carne suína
Carne de frango
Ovos
Frutos do mar
Cereais integrais
Pratos industrializados
Arroz
Massas
Batata/ aipim/bat.
doce/cara
Leguminosas
Soja/ Derivados
Geléia/mel/melado
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
Dieta ( ) Oral ( ) enteral Entrega de ON pré-TX: ( ) Sim ( ) Não
Suplementação nutricional pré-TX: ( ) Não ( ) Sim
Qual: _______________________________________________________________
Observações:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
PARECER FINAL
( ) Apto ao transplante de Fígado sem restrições
( ) Apto ao transplante de Fígado com restrições
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
( ) Transplante de Fígado desaconselhado
_____________________________________________________________________
Nutricionista: ________________________________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/
UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA
ANEXO 2
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA O PERÍODO DE PRÉ-TRANSPLANTE
HEPÁTICO
O transplante hepático é uma grande cirurgia que exige do paciente um gasto elevado de suas
reservas corporais de energia e nutrientes, tanto no momento do procedimento cirúrgico como no
pós-operatório. Por isso, no pré-operatório, o paciente deve apresentar a melhor condição nutrici-
onal possível.
O estado nutricional adequado vai favorecer a redução de complicações, recuperação mais
rápida e menor tempo de internação.
Sendo assim, o atendimento ambulatorial de nutrição no pré-transplante tem dois objetivos:
a) avaliar o estado nutricional do paciente candidato a entrada em lista de espera;
b) realizar Orientação Alimentar e Nutricional para promover a melhor condição nutricional do
paciente nas fases de pré, trans e pós transplante.
A seguir, estão apresentadas orientações gerais de alimentação e nutrição que devem ser seguidas
pelo paciente em lista de espera para o transplante hepático.
Principais cuidados com a alimentação no pré-operatório:
✓ Fazer refeições variadas, incluindo alimentos de todos os grupos alimentares. A variedade
de alimentos é importante para aproveitar melhor os diversos nutrientes necessários ao bom
funcionamento do nosso corpo: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e
fibras.
✓ Fazer de 5 a 6 refeições ao dia (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,
jantar e lanche da noite), em horários regulares, em intervalos de no máximo 3 horas,
evitando jejum prolongado ou excesso de alimentação em uma mesma refeição. Se
necessário, fracionar ainda mais as refeições para evitar sensação de desconforto, muito
comum em pacientes com ascite (água na barriga).
✓ Ingerir diariamente a quantidade de alimentos necessária para manter o seu peso adequado
ou pelo menos próximo dele, nem muito magro e nem com excesso de peso. É importante
diferenciar o excesso de peso (gordura corporal: sobrepeso e obesidade) de acúmulo de
líquidos no corpo (edema e ascite). O nutricionista lhe ajudará nessa avaliação!
✓ Comer devagar, mastigando bem os alimentos para facilitar a digestão e aproveitar melhor
os nutrientes.
✓ Manter uma boa higiene oral para melhorar a percepção de sabor dos alimentos.
✓ Adequar a consistência dos alimentos a sua condição de mastigação e deglutição.
✓ Evitar comer em restaurantes que não possuem opções de alimentos saudáveis.
Recomendação de consumo alimentar diário (por grupos alimentares)
• Cereais, pães, tubérculos e raízes: arroz, milho trigo, aveia, centeio e cevada e seus
derivados (pães, bolos, biscoitos), preferindo os integrais; batatas em geral, aipim
(macaxeira), cará, inhame: 6 a 11 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 fatia de pão ou
½ xícara (chá) de cereais (tipo granola) ou ½ xícara (chá) de arroz ou ½ xícara (chá) de
macarrão cozido.
• Hortaliças (verduras e legumes) sempre que possível cruas: 3 a 5 porções ao dia. 1 Porção
equivale a: 1 xícara (chá) de folhas cruas ou ½ xícara (chá) de legumes.
• Frutas sempre que possível com casca e bagaço; sucos naturais: 2 a 4 porções ao dia. 1
Porção equivale a: 1 fruta fresca ou ¾ xícara (chá) de suco (extraído da polpa).
*Observação: Os vegetais crus devem ser bem lavados em água corrente e deixados de
molho por 15 minutos em uma solução preparada com 1 litro de água e 1 colher de sopa de
hipoclorito (água sanitária). Após os 15 minutos, lavar novamente para retirar o resíduo do
hipoclorito. Utilizar imediatamente ou guardar em recipiente fechado na geladeira para o ho-
rário da refeição. Fazer este processo para todos os alimentos que serão ingeridos crus, in-
clusive aqueles usados no preparo de sucos.
• Leite e produtos lácteos, usar os desnatados ou com baixo teor de gordura: 2 a 3 porções
ao dia. 1 Porção equivale a: 1 copo de leite ou iogurte ou 2 fatias de queijo (prefira os
queijos frescos).
• Carnes e ovos: usar carnes magras, sem pele e gordura aparente. Dar preferência as carnes
brancas; Carnes vermelhas no máximo três vezes por semana; ovo preferencialmente
cozido, mexido ou como omelete: 2 porções ao dia. 1 Porção equivale a:1 filé pequeno de
carne bovina, peixe ou ave ou 1 ovo.
• Leguminosas, nozes e castanhas (feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico, tremoço, soja,
fava): 1 porção ao dia. 1 Porção equivale a: ½ xícara (chá) de feijão (ou substituto) ou ½
xícara de nozes ou castanhas.
*Observação: Se não conseguir comer duas porções de carne por dia pode substituir uma
delas por mais uma porção de leguminosa.
• Óleos e gorduras: utilizar os óleos com moderação no preparo dos alimentos e para
temperar saladas (soja, milho, canola, algodão, oliva, etc): Usar o equivalente a 2 colheres
de sopa de óleo por dia . Usar com muita moderação manteiga ou margarina livre de
gordura trans para passar no pão ou biscoitos: o equivalente a 2 pontas de faca por dia.
• Açúcar e doces: utilizar com moderação todos os alimentos deste grupo (açúcar refinado
ou mascavo, mel, melado, geléias, xarope de milho, chocolates, achocolatados, balas, bolos,
biscoitos doces, tortas, leite condensado, doce de frutas, sorvetes cremosos, etc). Muitos
destes alimentos também são ricos em gorduras. Pacientes diabéticos não devem
consumir açúcar ou alimentos que contenham açúcar!!!
*Observação: Os alimentos deste grupo serão ajustados de acordo com orientação do Nutri-
cionista. Os diabéticos terão um controle mais rigoroso destes alimentos. A ingestão de ali-
mentos diet e light só deve ser utilizada sob orientação de Nutricionista ou Médico.
Outras orientações
• Fibras: seguindo as recomendações de consumo de cereais integrais, hortaliças e frutas,
descritas anteriormente, estará ingerindo uma boa quantidade de fibras. As fibras são
importantes para o bom funcionamento intestinal. Se apresentar constipação intestinal
(intestino preguiçoso) será necessário aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras e
a ingestão de líquidos. O uso de laxante deve seguir orientação médica.
• Líquidos: precisa reduzir a ingestão de líquidos? Sim ( ) Não ( )
SIM, é necessário controlar a ingestão de líquidos (por hiponatremia – redução de sódio sanguí-
neo):
- Controlar a ingestão de líquidos até no máximo ______ ml/dia. Esta quantidade deve ser
revisada com frequência por Nutricionista ou Médico.
- Considerar:
Todos os tipos de bebidas: água, água de coco, café, chá, leite, iogurte, sucos e vitaminas;
Alimentos e preparações ricas em água: sopa, caldos, etc;
Alimentos que ficam líquidos à temperatura ambiente: gelatina, gelo e sorvete.
Sugestões para controlar a sede e a quantidade dos líquidos ingeridos:
- Usar copos e xícaras pequenos para tomar os líquidos;
- Marcar num papel a quantidade ingerida, cuidando para não ultrapassar a recomendada;
- Consumir as bebidas geladas, ao invés de mornas ou quentes;
- Chupar 1 pedrinha de gelo feita com suco de limão;
- Quando recomendado, estimular a produção de saliva com o uso de balas duras azedas e chicletes,
ou chupando um pedaço de limão;
- Enxaguar a boca, fazendo bochechos com água, mas sem engolir;
- Escovar os dentes;
- Ingerir os remédios junto com alimentos sólidos;
- Evitar alimentos salgados.
NÃO é necessário controlar a ingestão de líquidos:
- Ingerir líquidos normalmente, em torno de 1,5 a 2 litros diários.
- Dê preferência à água mineral sem gás (ou água filtrada e fervida), aos sucos naturais e aos chás.
- Evitar o consumo de refrigerantes, chimarrão e água mineral com gás. A água de coco só deve
ser utilizada se recomendada pelo Nutricionista ou Médico. Ingerir os líquidos nos intervalos entre
as refeições para evitar sensação de saciedade (estufamento) e perda de apetite.
• Sal:
O sal é a principal fonte de um mineral chamado “sódio”, que é necessário ao nosso orga-
nismo em pequenas quantidades. Mas, em grandes quantidades, pode causar diversos problemas:
acúmulo de líquidos no corpo (edema ou inchaço), aumento da pressão arterial, piora de doenças
do fígado, doença nos rins, doenças do coração, entre outras. O “sódio” também é encontrado na-
turalmente nos alimentos (pouca quantidade), em alimentos industrializados com sal (grande quan-
tidade), inclusive os de sabor adocicado, em fermentos, conservantes, água (principalmente a mi-
neral com gás), alimentos diet e light e em alguns medicamentos. Ou seja, o sódio pode estar em
alimentos de sabor salgado e doce. É importante ler o rótulo dos alimentos e procurar pelas palavras
SÓDIO; CLORETO DE SÓDIO; CITRATO DE SÓDIO E OUTRAS.
*Observação: Um alimento contem média ou alta quantidade de sódio quando apresenta
acima de 120mg de sódio por 100g de produto. Leia os rótulos e embalagens de alimentos
para evitar aqueles com maior teor de sódio.
Precisa reduzir a ingestão de sal? Sim ( ) Não ( )
SIM, é necessária a redução de sal na alimentação (por hipertensão/edema/ascite/outros): utilizar
no máximo _____ g de sal por dia e não utilizar nenhum alimento industrializado com sal. Pre-
parar os alimentos em casa, usando temperos naturais para melhorar o sabor dos alimentos: alho,
cebola, cebolinha, salsa, louro, alecrim, manjericão, manjerona, canela, mostarda, (folha seca), oré-
gano, colorau, páprica, cominho, pimenta, cravo-da-índia, pimentão, curry, gengibre, salsinha, sál-
via, hortelã e tomilho. NÃO UTILIZAR TEMPEROS INDUSTRIALIZADOS (Knor, Maggi,
Arisco, Shoyo e outros).
*Observação: 1g de sal equivale a 1 colher de cafezinho rasa de sal.
Alimentos ricos em sal e sódio e que não devem ser consumidos:
Pães, biscoitos, torradas, batata palha, salgadinhos tipo Chips, etc; enlatados em conserva (palmito,
pepino, chucrute, milho, picles, cogumelo, azeitonas, ervilha enlatada, tremoço em conserva,etc); quei-
jos com sal (mussarela, prato, lanche, parmesão, provolone, requeijão, Polenguinho , etc); presunto,
mortadela, bacon, paio, salsicha, lingüiça, salame, patês, ovos em conserva, sardinha enlatada, atum
enlatado, aliche em conserva, carnes e peixes defumados, salgados ou curados (bacalhau, charque,
carne de sol, etc); oleaginosas preparadas com sal (nozes, amêndoas, amendoim, amendoim japonês,
pistache, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará, castanha Portuguesa e pinhão); margarina,
manteiga, maionese; temperos: sal de cozinha, sal marinho, glutamato monossódico (Ajinomoto ),
temperos com sal (alho massa, temperos prontos, tabletes de caldos concentrados tipo Knorr ,
Maggi , etc); extrato e molho de tomate, catchup, mostarda, molho inglês, molho de soja (shoyu), so-
pas industrializadas, etc.
NÃO é necessária a redução de sal na alimentação: utilizar até 5g de sal por dia (valor de consumo
normal), sendo adicionado no máximo 2g no preparo dos alimentos e o restante sendo prove-
niente de alguns alimentos processados com sal (pães, biscoitos doces e salgados, queijo branco,
requeijão). Evitar todos os alimentos industrializados que contem quantidades elevadas de sal.
• Alimentos ricos em gorduras não devem ser consumidos:
Frituras, banha, carne gorda, pele de frango e de peixe, torresmo, bacon, camarão, miúdos/vísceras,
salame, mortadela, copa, presunto com gordura, queijo amarelo, creme de leite, nata, chantilly, etc.
Prefira a manteiga sem sal ao invés da margarina (creme vegetal). Coma com muita moderação!
*Observação: Muitos alimentos ricos em gorduras também são ricos em sal e sódio
• Em casos de encefalopatia hepática (situação de confusão mental, tontura, tremores, de-
sorientação): comunique imediatamente a equipe de saúde e evite consumir carnes verme-
lhas (principalmente miúdos e vísceras) e embutidos de uma forma geral; prefira carnes
brancas, leite e derivados, soja, feijão; faça uma alimentação rica em fibras (frutas laxativas
como mamão, laranja, ameixa seca), pães e outros cereais integrais para ajudar o funciona-
mento intestinal.
• Podem surgir outras situações clínicas associadas à doença hepática com necessidade
de ajuste da dieta. Cada situação será tratada conforme a necessidade.
DIETA DURANTE A INTERNAÇÃO
Em geral, o paciente sai da cirurgia com uma sonda naso-enteral para iniciar alimentação
enteral precoce após as primeiras 12 horas de pós-operatório. É comum que já no primeiro dia de
pós-operatório o paciente seja capaz de se alimentar por via oral, uma vez retirado o tubo oro-
traqueal que o auxilia a respirar através de aparelhos. A dieta será inicialmente líquida e evoluirá
conforme o estado clínico e a tolerância do paciente. A evolução da dieta seguirá a padronização
do Serviço de Nutrição e Dietética do HU/UFSC.
DIETA APÓS O TRANSPLANTE
No preparo para alta hospitalar você receberá a “Orientação Alimentar e Nutricional de
Alta” com informações detalhadas sobre a sua dieta e cuidados com a qualidade higiênico-sanitária
dos alimentos. Teoricamente você levará uma vida muito próxima do normal. Assim, a sua dieta
será normal, seguindo as orientações de uma alimentação saudável. No entanto, nos primeiros três
meses após o transplante você deverá ingerir apenas alimentos naturais cozidos, preparados para
consumo imediato e líquidos pasteurizados. No acompanhamento ambulatorial com o Nutrici-
onista serão realizados os ajustes da dieta.
• Prescrição de suplementação VO ou terapia nutricional via sondas:
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NUTRICIONISTA – CRN
CONDUTAS NO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA EM LISTA DE
TRANSPLANTE HEPÁTICO - PROJETO DIRETRIZES 2011
• A TN está indicada nos desnutridos moderados ou graves e nos bem nutridos nos perío-
dos de descompensação da doença. Quando o paciente apresenta significante perda de
peso corporal (>5% em três meses; ≥ 10% em seis meses) ou quando a ingestão via oral
for inferior a 60%.
• Em casos onde há necessidade de via de alimentação alternativa, deve-se selecionar fór-
mula preferencialmente com densidade calórica maior que uma caloria por mL de dieta,
contendo todos os aminoácidos essenciais, com teor de sódio menor ou igual a 40
mEq/dia.
• A passagem de sonda está contraindicada somente nos pacientes com varizes esofágicas
ativas ou com risco de sangramento importante.
• Restrição proteica não está indicada para evitar ou controlar a encefalopatia hepática
(EH), principalmente nos graus mais inferiores (EH graus I, II e III). Recomenda-se a se-
leção e a distribuição equitativa da fonte proteica ao longo das refeições para o paciente
com EH graus I, II e III. Restrição do teor de proteína da dieta parece não ter qualquer
efeito benéfico para pacientes cirróticos durante episódio de EH.
• O uso de fórmulas especializadas está indicado somente naqueles pacientes que cursam
com encefalopatia hepática já em uso de TN enteral com fórmulas-padrão. 11.
• A suplementação perioperatória com dieta suplementada com AACR reduz a morbidade
associada a complicações pós-operatórias e estadia hospitalar, após ressecção hepática
por CHC. Suplementação nutricional oral com AACR é benéfica, aumenta o nível de al-
bumina plasmática, reduz a morbidade e melhora a qualidade de vida de pacientes sub-
metidos à quimioembolização para CHC avançado.
• Administração de lanche noturno melhora a quantidade de proteína corporal total em pa-
cientes com cirrose. Se o lanche for suplementado com AACR, observa-se melhora da
albumina plasmática, metabolismo energético e retenção de nitrogênio nestes pacientes,
mesmo após realização de quimioembolização.
• Prebióticos, probióticos e simbióticos estão indicados na prevenção e no tratamento da
EH. O uso de simbióticos, inclusive, apresenta resultados mais consistentes.
• Ácido graxo ômega-3 de 1 g/dia reduz a inflamação e a infiltração gordurosa no fígado.
A suplementação com 2 g/dia de ômega-3 reduz a concentração plasmática de triglicerí-
deos, os níveis de TNF-alfa, as enzimas hepáticas, a glicemia de jejum e o grau de estea-
tose hepática.
• Pacientes com insuficiência hepática aguda têm propensão a hipoglicemia, a perdas de
vitaminas, a hipermetabolismo e a hipercatabolismo. Recomenda-se a TN após controle
das alterações hemodinâmicas.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO PRÉ-TRANSPLANTE HEPÁTICO
1.1: PACIENTE COM ESTADO NUTRICIONAL ADEQUADO OU HEPATOPATIA COM-
PENSADA:
Energia: Gasto energético basal + 20% ou 30 a 35 Kcal/Kg Pseco/d
Proteína: 0,8 a 1 g/kg Pseco/dia
1.2: PACIENTE COM HEPATOPATIA DESCOMPENSADA OU DESNUTRI-
DOS
Energia: Energia: gasto energético basal + 50% a 75% ou 35 a 45 Kcal/Kg/d
Proteína: 1,5 a 2 g/kg Pseco/dia
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA GRAU III OU IV - 0,6 a 1,0 g/kg Pseco/dia
INTOLERÂNCIA À PROTEÍNA: aminoácidos ramificados
Carboidratos se intolerância ou diabetes:1,2 a 1,75 g/kg Pseco/dia
FONTE: V. 39 - no. 2 - abr./jun. 2002 Arq Gastroenterol 117.