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Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD
VICTOR HUGO MUNIZ FIDELIS DA SILVA
ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA APA DE CAFURINGA COM A UTILIZAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO
Brasília 2013
VICTOR HUGO MUNIZ FIDELIS DA SILVA
ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA APA DE CAFURINGA COM A UTILIZAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO
Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Análise Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
Orientadora: Prof. MSc. Luciana Luquez.
Brasília 2013
VICTOR HUGO MUNIZ FIDELIS DA SILVA
ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA APA DE CAFURINGA COM A UTILIZAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO
Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para a obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-graduação Lato Sensu.em Análise Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. Orientador: Prof. Luciana Luquez
Brasília, ____ de _____________ de 2013.
Banca Examinadora
_________________________________________________ Prof. Dr. Nome completo
_________________________________________________
Prof. Dr. Nome completo
Dedico este estudo,
Primeiramente à minha família que sempre me
incentivou, e em especial a minha avó Ana Fidelis, que com seus anos de experiência,sempre me orientou
pelo caminho correto. E a minha esposa Deise Muniz, que nunca deixou de
me motivar para meu contínuo crescimento.
“A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une.”
Milton Santos
RESUMO
O rápido crescimento populacional ocorrido na região do Distrito Federal e entorno ao longo dos últimos 50 anos, fez com que a utilização do solo fosse, na maioria das vezes, feita de forma desordenada. Neste intuito, este trabalho objetivou trazer uma visão do ponto de vista do uso e ocupação do solo na região da APA de Cafuringa, situada na porção mais a noroeste do Distrito Federal, com a utilização do geoprocessamento. Demonstrando, desta forma, o tipo de manejo que está sendo feito na região que é uma das últimas fronteiras naturais do DF, e propondo uma melhor abordagem no uso deste solo para que haja uma melhor gestão do patrimônio natural do Distrito Federal para a sociedade atual e futura. Para tal, foram utilizados dados georreferênciados juntamente com mapas da região em destaque.
Palavras-chave: APA de Cafuringa. Uso do Solo. Unidades de Conservação. Ocupação do Distrito Federal. Geoprocessamento.
ABSTRACT
The rapid population growth occurred in the region of the Federal District and surrounding areas over the past 50 years, made the land use, for the most part, done haphazardly. To this end, this work aimed to bring a vision from the point of view of the use and occupation of the region of Cafuringa’s Protection Area, located in the northwestern portion of the Federal District, with the use of GIS. Thus demonstrating the type of management that is being done in the region that is one of the last frontiers of the DF, and proposing a better approach in the use of this soil so that there is better management of the natural heritage of the Federal District for the current society and future. For this purpose, we used data with georeferenced maps highlighted region. Key words: Cafuringa’s Protection Area. Land Use of Federal District. Conservation units. Occupation of the Federal District. GIS.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
1 A OCUPAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL 12
2 GEOPROCESSAMENTO NA AVALIAÇÃO DO USO DO SOLO 14
3 APA DE CAFURINGA 16 3.1 Tipos de Unidades de Conservação 16 3.2 APA (Unidade de Conservação de Uso Sustentável) 17 3.3 Área de Proteção Ambiental de Cafuringa 18 3.4 Socioeconomia 19 3.5 O Cimento 20 3.6 As Cavernas 23 4 METODOLOGIA DE MAPEAMENTO 28 5 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS 32 CONCLUSÃO 35
REFERÊNCIAS 37
8
INTRODUÇÃO
No final da década de 80, o então secretário de Meio Ambiente Dr. Paulo
Nogueira Neto, no uso de suas atribuições junto à Dra. Valmira Vieira Mecenas, com
o intuito de expandir e aumentar o número de unidades de conservação na área sob
a administração do GDF decidiram criar mecanismos de proteção para a região hoje
conhecida como APA de Cafuringa por considerarem esta, “a última fronteira natural
do Distrito Federal”. Local que abriga 24 das 36 cavernas localizadas na região do
Distrito Federal. (LEITE, 2005)
A Área de Proteção Ambiental de Cafuringa foi criada pelo Decreto nº 11.123,
de 10 de junho de 1988 e alterado pelo Decreto de nº 11,251, de 13 de setembro de
1988. Ocupa uma área de 46.510 hectares dividindo-se quase em sua totalidade
entre as regiões administrativas de Brazlândia e Sobradinho. Limita-se a oeste e ao
norte pelas divisas com os municípios goianos de Padre Bernardo e Planaltina de
Goiás; ao sul pela Estrada Parque Contorno – EPCT (DF-001) e pela DF-220; e à
leste pelo Ribeirão Contagem e pela DF-150 (LEITE, 2005). A figura 1 demonstra a
localização da APA na região do Distrito Federal.
FIGURA 1: Localização da APA de Cafuringa no Distrito Federal
Fonte: SEMARH (2005).
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O fato de a região da APA ser um dos poucos redutos, ainda preservados, de
vida selvagem no DF e também por ser uma região com grande ocorrência de
cavernas, torna este local único não só localmente como também nacionalmente.
O homem, desde os primórdios, sempre teve ligação com as cavernas.
Inicialmente como fonte de abrigo dos perigos e do frio e muito posteriormente como
local de rituais e peregrinação com um forte apelo religioso.
No Brasil, a partir do século XVIII, vários naturalistas se incumbiram de
explorar cavernas com um intuito bem descritivo. Dentre eles destaca-se Peter Lund,
dinamarquês que publicou diversos artigos sobre as cavernas e seus mais variados
fosseis juntamente com o alemão Richard Krone que foi um dos pioneiros em
fotografias em cavernas (AULER; ZOGBI, 2005)
Segundo Lino (2001), o uso das cavernas pelo homem ocorre de diversas
formas na atualidade. Na Europa, por exemplo, ainda é comum o uso de cavernas
como local de cultivo de cogumelos, cura de queijos e adegas. Na Alemanha e Itália,
algumas grutas foram também transformadas em hospitais onde o microclima e
salubridade são colocados a serviço da cura de doenças pulmonares e da pele.
Já no Brasil, a mineração foi a atividade que mais levou ao interesse de
nossos ancestrais pelas cavernas. Inicialmente em busca do salitre, matéria prima
para a fabricação de pólvora, e posteriormente também o cobre, o ferro, o ouro e
etc.
Trabalhos como os de Kohler (2001) já sugerem também que o Brasil é um
país autossuficiente em cimento, chegando até a exportar. Demonstrando assim
uma grande existência de calcário, matéria-prima para a fabricação do cimento.
Hoje, a mineração ameaça ainda mais as cavernas, não apenas pela mutilação de
seus interiores, mas muitas vezes pela sua inteira destruição, detonando seu próprio
invólucro rochoso em busca do calcário, a ser transformado em cal e cimento (LINO,
2001).
Na realidade as cavernas não são isoladas na paisagem. Elas fazem parte do
chamado relevo cárstico que está intimamente ligado à dissolução de rochas e
dessa forma, criam uma morfologia bastante específica através de dolinas, vales
cegos, paredões, lapiás, entre outras, sempre associadas à presença da água. Um
relevo associado à dissolução de rochas (carbonáticas ou não) em diferentes
vertentes geomorfológicas. Bogli (1980) foi o primeiro a distinguir o exocarste do
10
endocarste onde dizia que o primeiro seria uma fase superficial e o segundo uma
fase subterrânea. Dessa forma, Bogli entendia que a geomorfologia cárstica só
poderia ser compreendida conhecendo-se a gênese dessas duas fases juntamente.
Auler e Zogbi, (2005) apresenta que no Brasil, há cerca de 4 mil grutas
registradas porem o país tem um potencial, no mínimo, 10 vezes maior. O território
nacional reúne, pois, o ingrediente básico para a existência de cavernas: rochas
solúveis. Propicia também fáceis condições de acesso a tais áreas, haja vista o
relevo pouco acentuado e a densidade populacional relativamente alta no leste do
país. Apesar deste imenso potencial, o Brasil não tem suficientes espeleólogos para
realizar a tarefa de descobrir um número tão grande de cavernas.
Apesar deste grande potencial cavernícola, no relatório apresentado pela
Comissão Exploradora do Planalto Central no ano de 1894, chefiada pelo astrônomo
belga Luiz Cruls, no que se pode chamar de um marco histórico para o que é hoje a
região do Distrito Federal, o foco foi a criação do denominado Quadrilátero Cruls,
logo as cavernas e grutas, que posteriormente foram descobertas (principalmente
nas décadas de 1970 e 1980), não tiveram tanta relevância.
Em sua missão, Cruls fez um levantamento minucioso sobre a topografia,
clima, geologia, flora, fauna, recursos minerais e outros aspectos da Região.
Juntamente com sua equipe formada por 8 especialistas e mais 14 ajudantes,
demarcou, estudou, analisou e fotografou um quadrilátero de 14.400km² que
posteriormente viria a ser o Distrito Federal (BARBO, 2001).
Anos mais tarde, em 1954, já com o objetivo de apontar um novo local para
que fosse construída a futura Capital, foi elaborado o chamado Relatório Belcher,
que consistia em um relatório técnico bastante detalhado do território onde se
analisaram topografia, geologia, drenagem, solos para engenharia, solos para
agricultura e utilização das terras. Para tal foram utilizadas as mais modernas
técnicas de engenharia e geotecnologias da época, dentre elas a fotointerpretação
para que se pudesse escolher qual seria a melhor localização para a Capital.
(BARBO, 2001)
Atualmente, vários estudos relacionados a cavernas, estão ligados à sua
proteção e uso racional. Com a inclusão das cavernas como bem da união na
Constituição Federal de 1988, vários projetos de lei foram aprovados e outros estão
em tramitação. Em 1997 foi fundado, no âmbito do IBAMA, o Centro Nacional de
11
Proteção, Manejo e Estudos de Cavernas (CECAV), órgão voltado à proteção das
cavernas brasileiras. Em 2007 é criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade, e consequentemente, o CECAV passa a ser atribuição do mesmo.
(CECAV, 2013)
Após uma reformulação de funções, o “novo” CECAV, agora Centro Nacional
de Pesquisa e Conservação de Cavernas é criado com o objetivo de realizar
pesquisas científicas e ações de manejo para a conservação dos ambientes
cavernícolas e espécies associadas, assim como auxiliar no manejo das Unidades de
Conservação federais com ambientes cavernícolas (CECAV, 2013).
Diante deste quadro, este estudo objetiva mostrar o atual uso e a ocupação
do solo na região da APA de Cafuringa demonstrando seu lado socioambiental
juntamente com um frágil ecossistema ali existente, o das cavernas. Identificando
desta forma, o tipo de manejo que está sendo feito na região, que é uma das últimas
fronteiras naturais do DF. E propor através da avaliação de imagens de satélite que
seja feita uma gestão mais harmônica não somente do patrimônio espeleológico,
mas também do patrimônio natural do Distrito Federal para as futuras gerações.
Para tal, foi traçado um panorama geral da utilização do solo no Distrito Federal,
e mais especificamente na região da APA de Cafuringa, demonstrando dados
socioeconômicos da região, levantamento bibliográfico em obras produzidas pelo setor
cimenteiro, que tem áreas de lavra aos arredores da APA, e uma descrição das
cavernas existentes dentro de Cafuringa.
O presente trabalho foi estruturado em 5 capítulos. No primeiro capítulo,
apresenta-se como foi feita a ocupação do Distrito Federal. O segundo capítulo
demonstra como o geoprocessamento pode ser utilizado para o uso do solo. O terceiro
capítulo descreve a APA de Cafuringa e algumas das formas que o solo é utilizado na
região.No quarto capítulo, é apresentado o modo que foi feito o mapeamento da APA,
e no quinto capítulo, são feitas as análises e discussões dos resultados obtidos.
12
1 A OCUPAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Tomando as palavras do próprio Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956):
Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.
Passados pouco mais de 50 anos da criação de Brasília, ao olhar para traz e
procurar na história da construção desta nova capital, vê-se uma história nem sempre
tão diplomática como os principais ideais de Lucio Costa e Oscar Niemeyer de criar
uma cidade modelo que comportaria por volta de 500 mil habitantes (OLIVEIRA, 2005).
Aos ditos Candangos, como lhes foi dado o apelido aos trabalhadores que
deram sua mão de obra na construção da nova capital, foi tomado o direito de morar
no que se tornaria o plano piloto de Lucio Costa. Segundo os cálculos do mesmo,
cerca de um terço dos trabalhadores que deram seu suor para a construção de
Brasília, teriam de voltar a seus estados de origem logo que terminassem seus
serviços para a construção da cidade. Um segundo terço deveria se empregar em
atividades agrícolas no entorno. E um último terceiro terço havia de se empregar em
afazeres administrativos federais (OLIVEIRA, 2005).
Como demonstra a Tabela 1, passados 40 anos da criação da nova capital, no
ano de 2000, o inchaço urbano já era tamanho e a cidade criada para abrigar apenas
500 mil habitantes já abrigava mais de quatro vezes o que era esperado, forçando
assim os seus habitantes a popular as regiões periféricas ao centro. (FONSECA;
MUNIZ; BRAGA NETTO, 2001)
TABELA 1: Censo Demográfico do Distrito Federal População do Distrito Federal nas datas dos recenseamentos gerais
População residente Situação do domicílio Total Urbana Rural
Em 01/09/1960 141.742 89.698 52.044 Em 01/09/1970 546.015 524.315 21.700 Em 01/09/1980 1.203.333 1.164.659 38.674 Em 01/09/1991 1.598.415 1.513.470 84.945 Em 01/08/2000 2.043.169 1.954.442 88.727 Em 01/08/2010 2.570.160 2.482.210 87.950
Fonte: IBGE (2013)
13
No período da construção de Brasília, a recém-criada Companhia Urbanizadora
da Nova Capital – Novacap, com o intuito de ser a ser a empresa a levantar esta nova
capital, era a grande empregadora e cadastradora de novos trabalhadores que
chegavam dos mais diversos pontos do Brasil. Mas diferente de todos os cálculos,
vieram muito mais trabalhadores do que o próprio contingente de trabalho. (OLIVEIRA,
2005)
Segundo fontes da Novacap, para uma população calculada em 100 mil
habitantes em março de 1960, a mesma estimou em 300 mil o número de pessoas
circulando pelas ruas da cidade no dia 21 de abril do mesmo ano (VASCONCELOS,
1988).
A essa grande massa trabalhadora que chegava infindavelmente (há registros
de que em uma só semana chegaram cerca de 5 mil flagelados da seca buscando
novas oportunidades), restou criar outros núcleos, que posteriormente viriam a ser
chamados de Cidades Satélites (OLIVEIRA, 2005).
A primeira delas foi a chamada Cidade Livre, feita para durar apenas 4 anos,
durante a construção da cidade, era formada por uma serie de construções de madeira
e vários barracões. Com o passar do tempo e o inchaço da cidade livre outros
acampamentos foram sendo formados como a Vila Sarah Kubitschek, atual
Taguatinga, e a Vila Amauri, posteriormente se tornando Sobradinho. A pressão destas
populações para que fossem construídas mais moradias aos verdadeiros pioneiros que
com seu suor ajudaram a construir Brasília e não somente aos empregados que
trabalhavam em cargos administrativos e por isso em condições melhores, fez com
que o governo legitimasse a criação destas novas cidades satélites que já se firmavam
com uma serie de serviços essenciais à vida cotidiana (VASCONCELOS, 1988)
Foi deste acelerado crescimento populacional e os conflitos gerados pela
estrutura urbana, destas novas cidades-dormitório criadas para abrigar toda a
população que migrava para o planalto central, onde surgiu uma série de
consequências decorrentes desta ocupação desordenada, que fez os gestores
urbanos adaptar seus contingentes e criar mais núcleos habitacionais. A ponto de que
no ano de 2001, 95,66% da população do DF residia em algum dos dezenove núcleos
urbanos existentes até então (FONSECA; MUNIZ; BRAGA NETTO, 2001)
14
2 GEOPROCESSAMENTO NA AVALIAÇÃO DO USO SOLO
Os Sistemas de Informações Georreferênciados (SIGs), são uma realidade do
mundo contemporâneo. Tem como sua principal característica integrar e transformar
dados espaciais. Desta forma, inúmeros pesquisadores e estudantes reuniram até a
atualidade informações, com o intuito de criar uma base de dados consistente. Devido
a isto, tais dados foram coletados em épocas e formas distintas, tentando atingir os
mais variados objetivos. Hoje em dia, esta coleta está cada vez mais sofisticada em
função do avanço tecnológico e da quantidade de estudos propostos (SILVA, 1999)
O número de sistemas de sensoriamento remoto que podem fornecer aos SIGs
informações atuais vem aumentando significativamente nos últimos anos. Mas o que
são SIG e Sensoriamento Remoto? (SILVA, 1999)
O conceito de um SIG é algo realmente controverso de se definir no contexto
científico, visto o intenso debate acadêmico acerca do foco central das atividades de
um SIG. Alguns estudiosos acreditam que o foco central são os computadores,
periféricos ou sistemas informatizados. Já outros argumentam que o elemento chave
são as aplicações (MIRANDA, 2010).
O fato é que apesar do conceito de SIG ter evoluído bastante nos últimos anos,
seu objetivo não mudou, mas sim sua abrangência dentre os diferentes campos de
pesquisa. Apesar de os computadores terem dado grande facilidade, velocidade e
automação na aquisição de dados para os SIGs, tais sistemas já existiam bem antes
do aparecimento do computador, evoluindo a partir de séculos de produções de mapas
e da compilação de registros geográficos. (MIRANDA, 2010)
Burrough (1986) como vários outros estudiosos da época, definia SIG como um
sistema (automatizado) de coleta, armazenamento, manipulação e saída de dados
cartográficos. Esta definição, apesar de muito ampla, norteia muito bem o significado
deste sistema.
Segundo Novo (2008) sensoriamento remoto consiste na “aquisição de
informações sobre objetos a partir da detecção e mensuração de mudanças que estes
impõem ao campo eletromagnético”. Sendo que Novo explica que uma das razões
para que este termo tenha se tornado tão restrito ao uso da radiação eletromagnética,
foi o fato de que esta radiação não necessita de meio de propagação, possibilitando
assim que os sensores fossem colocados a distâncias cada vez maiores. Mesmo
15
assim, este conceito ainda abrange uma gama muito ampla, devido ao fato de
existirem sensores utilizados para levantamento de propriedades de estrelas, planetas,
e propriedades do espaço cósmico. Dessa forma, para estreitar este conceito, Novo
(2008, p. 04) incluiu em seu conceito que o Sensoriamento Remoto consiste na:
...utilização conjunta de sensores, equipamentos para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados colocados a bordo de aeronaves, espaçonaves, ou outras plataformas, com o objetivo de estudar eventos, fenômenos e processos que ocorrem na superfície do planeta Terra a partir do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias que o compõem em suas mais diversas manifestações. (NOVO, 2008, p. 04)
Trabalhos de Xavier-da-Silva e Zaidan (2007) demonstram que originalmente o uso
do geoprocessamento estava ligado às atividades bélicas, que em a associação com o
Sensoriamento Remoto, obtinha dados ambientais atualizados, visando a execução de
análises da distribuição territorial de eventos e entidades de interesse militar.
Atualmente, o geoprocessamento apresenta um uso crescente para fins não militares.
Sensoriamento Remoto e SIG se complementam em vários aspectos, de modo
geral, deve-se mencionar aqui a utilização recíproca de dados e métodos,
especialmente na modelagem e análise ambiental. Com a disponibilidade cada vez
maior de sensores com resoluções mais apuradas, a importância do SR é ainda maior.
A disponibilidade também cada vez maior de dados de SIG abre novas opções e
potenciais para a avaliação de dados.(TUFTE; SCHIEWE, 2007)
Por meio de uma análise do mapa do uso do solo da região de Cafuringa, é
possível observar qual será sua principal fonte de degradação, e como está a
preservação da APA, para isto a SR e SIG são fundamentais. No próximo capítulo, a
APA de Cafuringa será descrita de uma forma mais ampla desde a criação da APA até
sua socioeconomia.
16
3 A APA DE CAFURINGA
3.1 TIPOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
De acordo com a Constituição Federal de 1988 e Lei Orgânica do Distrito
Federal no artigo 278:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Para tal, foram criados os chamados espaços territoriais especialmente
protegidos, previstos constitucionalmente, os quais dentre eles encontram-se, as
unidades de conservação, reguladas pela Lei nº 9.985/00. Unidades de conservação
são, portanto, espécies de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos
expressamente registradas na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza – SNUC, sujeitas, assim, a um regime específico, determinado.
(LEUZINGER, 2009)
A Lei do SNUC tem por consequência o intuito de sistematizar o tratamento
normativo dessas unidades de conservação que anteriormente estavam previstas de
forma desordenada em diferentes leis e atos normativos. Apesar de não contemplar
todos os espaços ambientais, a Lei do SNUC estabeleceu uma norma para doze
categorias de Unidades de Conservação, divididas em dois grupos: unidades de uso
indireto ou proteção integral e unidades de uso sustentável. (LEUZINGER, 2009)
O grupo das unidades de conservação de proteção integral reúne uma categoria
que, a princípio, é vetada a extração de qualquer recurso natural, salve, conforme o
caso, o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica, educação ambiental e
turismo ecológico. São elas: Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional;
Monumento Natural e Refúgio da Vida Selvagem. (LEUZINGER, 2002)
O grupo das unidades de conservação de uso sustentável integra categorias
onde é possível fazer a exploração dos recursos naturais, desde que este seja
conduzido de uma maneira sustentável, sendo assim unidades de uso direto de
recursos naturais. São elas: Área de Proteção Ambiental – APA; Área de Relevante
Interesse Ecológico – ARIE; Floresta Nacional; Reserva Extrativista – RESEX; Reserva
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de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do
Patrimônio Natural – RPPN. (LEUZINGER, 2002)
3.2 APA (UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL)
De acordo com o artigo 15 da Lei nº 9.985/00, regulamentado pelo Decreto nº
4.340/2002 da Constituição Federal de 1988.
A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.(Regulamento)
Cabe ao ICMBio a fiscalização e supervisão das áreas de proteção fazendo
assim a implementação da política de unidades de conservação (LEUZINGER, 2009).
Pelo fato de ser uma zona de não exclui a utilização das terras caso seja feita
de maneira ordenada e sustentável, a área de proteção ambiental é um bom exemplo
de como garantir o cumprimento da função socioambiental da propriedade. Visto que o
proprietário mantém todos os poderes inerentes ao domínio, sofrendo apenas as
limitações ditadas pelo próprio conteúdo do direito. Dessa forma, já que visa
simplesmente garantir o cumprimento de sua função socioambiental, e não implicando
na dissolução do conteúdo econômico da propriedade, não é indenizável
(LEUZINGER, 2009).
Vários autores criticam o modelo de utilização das APA’s por entenderem a
mesma não como unidades de conservação propriamente ditas, mas como uma forma
para disciplinar o uso do solo. Avaliando desta forma que um local onde não foi feito
deveras um estudo específico quanto à sua degradação local não pode ser
indiscriminadamente transformado em uma APA somente para que aumentem os
números estatísticos de volume de áreas protegidas no país (LEUZINGER, 2002).
Porem caso haja uma efetiva fiscalização e estudo na elaboração de planos de
manejo, estas áreas de proteção poderiam ser espaços de baixíssimo custo para o
Estado e de relevante valia para a conservação do meio ambiente local e regional
(LEUZINGER, 2002).
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3.3 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE CAFURINGA
A APA de Cafuringa foi criada pelo Decreto nº 11.123, de 10 de junho de 1988
e alterado pelo Decreto de nº 11,251, de 13 de setembro de 1988. Tem quase sua
totalidade nas RAs IV e V do Distrito Federal, correspondendo a Brazlândia e
Sobradinho respectivamente. (LEITE, 2005).
No dia 29/01/2012 foi criada a XXXI região administrativa do DF, a Fercal,
entre as RAs IV e V, fazendo assim com que esta terceira região administrativa
também margeasse a APA.
Sua área é composta por 465,10 km² sendo grande parte ainda de cerrado
preservado. Topograficamente, engloba duas grandes paisagens, sendo a primeira
delas a Chapada da Contagem, onde se encontra o ponto mais elevado do Distrito
Federal, a colina do Rodeador que representa o divisor de águas entre as bacias
hidrográficas do Tocantins/ Araguaia e do Paraná. (LEITE, 2005)
A segunda grande paisagem é a região dissecada dos vales dos caudatários da
margem esquerda do rio Maranhão, onde afloram colinas e espigões calcários
formando verdadeiros monumentos naturais juntamente com suas cavernas e
abrigos-sob-rocha. A litologia desta região, possibilita a sustentação de uma rica
vegetação no que são considerados os melhores solos do Distrito Federal. (LEITE,
2005)
Segundo Nogueira e Salgado (2005) o estabelecimento de áreas de proteção
ambiental – APA foi uma tentativa dos gestores ambientais de compatibilizar
desenvolvimento econômico e conservação ambiental criando uma área onde o uso é
permitido, porem de uma forma restrita e sustentável.
Porem, as APAs são muito extensas, com certo grau de ocupação humana, dotada
de atributos bióticos, abióticos, culturais e estéticos extremamente específicos
necessários para o bem-estar da população local. Seus principais objetivos são
assegurar a proteção da diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
coordenar o uso racional e sustentável dos recursos naturais. Para tal, é necessário
por parte do gestor ambiental, estudo e eficácia para que seja feito um Zoneamento
Ambiental e planos de manejo que possibilitem a exploração socioeconômica da área,
sem que haja sacrifício da diversidade biológica. (NOGUEIRA; SALGADO, 2005)
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Ao percorrer a região da APA de Cafuringa, notam-se segmentos sociais bastante
distintos entre si, na parte mais oriental tanto na área da Chapada da Contagem como
nos vales, encontram-se as áreas urbanizadas ou em processo de urbanização. Já na
parte mais ocidental predominam as chácaras, os sítios e as fazendas também tanto
nos vales quanto no topo das chapadas. (CARDOSO; BRAGA NETTO, 2003)
Tal estudo de Cardoso e Braga Netto (2003) demonstra de forma bastante
abrangente a diversidade das atividades humanas realizadas na APA de Cafuringa,
tornando muito complicado o sucesso na proteção ambiental que é o objetivo primeiro
da APA. O grande problema é que se a proteção da biodiversidade for mal sucedida,
também não haverá sucesso na socioeconomia regional visto sua ligação
imprescindível nos planos de manejo e zoneamento ambiental. (NOGUEIRA;
SALGADO, 2005)
3.4 SOCIOECONOMIA
Os dados demográficos das duas RAs abrangem a maior parte da área de
Cafuringa, caracterizam suma importância para que se compreenda seu espaço físico.
Sobradinho e Brazlândia foram fundadas em 13 de maio de 1960 e 5 de junho de
1933, respectivamente. Ambas ganharam o status de Região Administrativa em 10 de
dezembro de 1964. (CASTRO; NASCIMENTO; BRAGA NETTO, 2005)
Segundo Cardoso e Braga Netto (2003) ao fazer levantamento acerca do número
de propriedades na APA de Cafuringa em 2002, foram identificadas 5.460
propriedades, das quais 5.302 com a função de domicilio. Ao considerar o número de
pessoas por família identificado pelo IBGE no censo do ano de 2000, observa-se que o
Distrito Federal ficou com uma variação de 3,46 pessoas por família, enquanto que
Sobradinho 3,52 e Brazlândia 3,58, estima-se uma população para flutuante na área
da APA de Cafuringa de aproximadamente 18.981 habitantes ao considerar o valor de
3,58 habitantes. Já se for considerado o valor adotado pela CODEPLAN, que é de 4,5
pessoas por domicílio ( e não por família), chegamos à estimativa de 23.859 habitantes
residindo na região de Cafuringa. (CASTRO; NASCIMENTO; BRAGA NETTO, 2005)
De acordo com estatísticas, até o final da década de 90, as regiões de Brazlândia
e Sobradinho tinham uma área de 8.500 ha de áreas rurais classificadas em Núcleo
Rural, Colônia Agrícola e Áreas Especiais Isoladas. Este dado nos mostra que há uma
20
grande quantidade de terras ocupadas com agricultura, pecuária, fruticultura e outros.
Demonstra também o porquê de o setor primário ser o principal meio de subsistência
da população rural. (CASTRO; NASCIMENTO; BRAGA NETTO, 2005)
Nesta região, o setor secundário não é realmente algo que se destaque visto
exatamente pelo fato de Brasília ter sido criada inicialmente com o intuito de ser uma
cidade com vocação administrativa não abrindo espaço para outras atividades
econômicas. Neste setor, a expansão urbana influenciou a criação de industrias da
construção civil e do meio agroindustrial.
Já o setor terciário, se apresenta em atividades ligadas ao setor comercial e de
serviços da esfera privada, além é claro da oferta de atividades ligadas à administração
na esfera pública. Este setor é representado na região de Cafuringa principalmente por
estabelecimentos atacadistas, geralmente destinados aos intermediários e varejistas,
ou mesmo por cooperativas criadas pelos próprios agricultores. (CASTRO;
NASCIMENTO; BRAGA NETTO, 2005)
3.5 O CIMENTO
Segundo Braga Netto (2005), as duas fontes de maior degradação ambiental na
região da APA de Cafuringa são:
Primeiramente a invasão de terras públicas, grilagem e parcelamento irregular do
solo urbano e rural, que além de criminoso, cria grande devastação aos aquíferos
subterrâneos e ao meio ambiente com a implantação de poços artesianos profundos e
a instalação de fossas irregulares.
E segunda, a exploração mineral tanto clandestina quanto licenciada. Embora a
exploração mineral seja vetada na região da APA, existem pontos de exploração
irregulares, como demonstra a figura 2 onde são extraídos cascalheiras, seixos, areia,
terra e argila que aumentam o número de áreas degradadas ilegalmente.
21
FIGURA 2: Caracterização das áreas de mineração clandestina.
Fonte: SEMARH, 2005.
22
Já a atividade de extração mineral licenciada, advém da concessão de lavra
anterior à criação da APA, como é o caso da Empresa Cimento Tocantins S/A que
além dos danos localizados em sua própria propriedade, provoca uma grande poluição
na região, onde o material em suspensão é responsável por uma serie de problemas
respiratórios (BRAGA NETTO, 2005).
Segundo extrato do documento técnico elaborado pela Cimento Tocantins em
2002, a Cimento Tocantins S/A, como integrante da Companhia Cimento Portland Itaú
e do Grupo Votorantim, têm o interesse na área cimenteira do Distrito Federal desde o
fim da década de 60, quando foi instalada a Cimento Tocantins S/A.
A empresa vem comprando propriedades na região rica em calcário com o
objetivo de pressionar a alteração dos limites da zona de mineração proposta pelo
Zoneamento Ambiental da APA de Cafuringa, no entanto o Decreto nº 11.123/88 que
dispões sobre a criação da APA de Cafuringa, proíbe taxativamente qualquer
exploração que não tenha sido licenciada até o dia 10 de junho de 1988 (BRAGA
NETTO, 2005).
TABELA 2: Caracterização da Cimento Tocantins S/A Produtos da Cimento Tocantins S/A
Cimento 1.600.000 ton./ano Brita 600.000 ton./ano
Argamassa 400.000 ton./ano Calcário agrícola 200.000 ton./ano
Matérias-primas extraídas Calcário 200.000 ton./ano Argila 200.000 ton./ano
Quadro de pessoal no DF janeiro de 2002 285 colaboradores diretos
280 colaboradores de empresas prestadoras de serviços 15 estagiários / menor aprendiz
15 jovens no Programa Bom Menino 10.000 empregos indiretos
Fonte: Cimento Tocantins S/A, 2002, adaptação do autor
Conforme demonstra a tabela 2, no ano de 2002 a Cimento Tocantins S/A
produzia pouco mais de 1,5 milhão de toneladas de cimento. No ano de 2008, a
empresa anunciou o investimento de R$ 450 milhões na expansão de sua unidade em
Sobradinho. Com tal investimento, a expectativa da empresa era de criar 400
23
empregos diretos e indiretos alem de dobrar a produção de cimento. (VOTORANTIM
2013)
3.6 AS CAVERNAS
De acordo com o artigo primeiro do Decreto Nº 6.640, de 7 de novembro de
2008, que deu nova redação ao Decreto Nº 99.556, de 1º de outubro de 1990, que
dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território
nacional:
As cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional deverão ser protegidas, de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem técnico-científica, bem como atividades de cunho espeleológico, étnico-cultural, turístico, recreativo e educativo.
A figura 3 mostra a localização das cavernas na região do Distrito Federal. Nota-
se facilmente a grande quantidade destas cavidades naturais dentro da Área de
proteção ambiental de Cafuringa.
24
FIGURA 3. Localização das Cavernas na Região do Distrito Federal.
Fonte: CECAV (2010) adaptado pelo autor.
25
Durante a década de 70, com a criação do EGB (Espeleogrupo de Brasília), se
iniciaram as pesquisas e explorações espeleológicas na região do DF e entorno. Já na
década de 80 surgiram mais dois grupos: o Grec (Grupo de Resgate e Exploração de
Cavernas), inativo atualmente, e o Gregeo (Grupo Espeleológico da Geologia – UnB).
Com o empenho de tais grupos, foram localizadas 36 cavernas no Distrito Federal, das
quais 24 dentro dos limites da APA de Cafuringa (PEREIRA, 2005)
Tais números e outros mais são baseados em relatórios feitos pelos grupos
espeleológicos Gregeo e EGB, que descrevem um panorama variado, onde algumas
se destacam pelas maiores dimensões, outras pelos cenários internos, exibindo belas
formações de espeleotemas, outras por seu valor ecológico, como refúgio e local para
a procriação da fauna local. (PEREIRA, 2005)
A tabela 3, demonstra que para as 23 cavernas mapeadas, na APA de
Cafuringa, temos um total de 2855 metros de galerias. O desenvolvimento médio
dessas grutas esta em 119 metros; os desníveis variam de 1 a 30 metros para as que
têm desenvolvimento lateral predominante, enquanto que para os abismos, atinge 46
metros de profundidade.
TABELA 3. Listagem das cavernas encontradas na APA (PH= projeção horizontal, desenvolvimento
medido em planta topográfica; (*) desenvolvimento linear, considerando as declividades das galerias; D=
desnível entre pontos de maior e menor cota). (**) a Gruta da Fenda não foi avaliada, pois não se sabe
ao certo sua localização.
NOME P.H D NOME P.H D
Conjunto Sal-Fenda 2 677 20 Gruta Bicho Grande 45* 11
Abismo Fodifica 45 46 Gruta da Cortina Sagrada 221 11
Gruta da Fenda (**) ? ? Gruta da Muralha 30 01
Abismo Cacafu 09 40 Gruta do Castelo 194 17
Gruta dos Dois Irmãos 90 15 Gruta A Primeira Delas 87 04
Gruta da Naja 28 04 Gruta da Contagem 35 14
Gruta da Barriguda 40* 19 Gruta do Maracanãzinho 46 03
Gruta do Parto 46 14 Gruta dos Morcegos 83* 07
Gruta da Garapa 83* 30 Gruta dos Caramujos 71 04
Gruta Kipreste 379 15 Abrigo da Pedra Encantada 24 02
Gruta do Labirinto da Lama 260 12 Gruta do Tronco Caído 86 07
Gruta dos Anos Dourados 41 05 Gruta da Saúva 235* 12
Fonte: PEREIRA (2005)
26
Na região da APA de Cafuringa, de acordo com as diferentes características
encontradas no relevo cárstico, podemos individualizá-la em três regiões. Ao fazê-lo é
possível demonstrar que na mesma área, em contextos climatológicos, geológicos e
geomorfológicos similares, o carste pode apresentar-se em formas e volumes distintos,
mais ou menos evoluídos (PEREIRA, 2005).
Assim Pereira (2005), dividiu a APA em: Região do Rio do Sal (8 grutas),
Pedreira (10 grutas e 2 abismos) e Contagem (4 grutas).
• Região do Rio do Sal
Situada na região administrativa de Brazlândia, na porção noroeste da APA,
abrangendo os afloramentos de carbonatos existentes entre os limites da APA e a
bacia do Rio da Palma. Contam-se, ao menos, duas dezenas de afloramentos
calcários que, em maioria, apresentam-se baixos, arrasados, com encostas inclinadas
e cobertos por solo e blocos angulosos, lapiezados, onde são raros os paredões e
superfícies expostas.
A evolução do carste, nesta região, culmina com total aplainamento do maciço,
restando um campo de blocos suavemente arredondados, como se observa,
especialmente, no baixo curso do Ribeirão Armador, onde, às margens deste, há um
verdadeiro jardim de pedras.
• Região do Morro da Pedreira
Devido às suas características, esta segunda região foi individualizada tão
somente pela ocorrência de um único afloramento carbonático, de mesmo nome, onde
o complexo de galerias subterrâneas é melhor definido por Sistema Espeleológico
Morro da Pedreira.
Essa região tem, hoje, em sua superfície, excelentes condições para absorver
as águas da chuva e, supõe-se, armazená-las em suas galerias subterrâneas. Até hoje
não foram encontradas cavernas que desse realmente acesso a qualquer desses
reservatórios subterrâneos. O local mostra-se como um verdadeiro sumidouro, onde,
um afunilamento do piso está preenchido por seixos que filtram a água que verte das
suas paredes remetendo-as provavelmente a galerias mais profundas. Conclui-se que
deva haver volumosos reservatórios em subsuperfície, possivelmente conectados a
importantes fraturas, por onde esta água seria distribuída, alimentando diretamente o
lençol freático regional.
27
• Região do Ribeirão da Contagem
Esta unidade compreende todas as cavidades situadas ao longo do vale do
Ribeirão da Contagem e seus afluentes, mesmo os de sua margem direita, fora dos
limites da APA. Um fato que não pode ser ignorado é a presença de minerações de
calcário e fábricas de cimento adjacentes a estas drenagens, que atuam por décadas
na região, sobre os maiores pacotes contínuos de carbonatos existentes no Distrito
Federal.
Assim como na região oeste (Rio do Sal), os afloramentos calcários
apresentam-se arrasados, com evoluída cobertura de solos, com raros paredões,
exceto os que podemos observar às margens do Ribeirão da Contagem, alguns dos
quais marcados por erosão lateral, formando abrigos sob-rocha em plena atividade.
28
4 METODOLOGIA DE MAPEAMENTO
Utilizou-se nesse estudo as imagens do satélite CBERS-2, por ter uma
resolução espacial condizente com o tipo de trabalho relacionado com o uso e a
ocupação do solo em áreas de proteção ambiental – APA’s. Foram selecionadas 04
(quatro) imagens de órbitas e pontos: 157/117 e 158/117, baixadas do site do INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que recobrem a APA em análise. As datas
das passagens do satélite foram: 08/08/2006 e 11/08/2006.
Foram utilizadas as bandas espectrais 2, 3 e 4, do satélite em função das
mesmas possuírem características que facilitam a identificação dos principais usos do
solo (cerrado, agricultura, áreas urbanas, etc.). Em seguida as imagens foram
separadamente georreferenciadas usando a base cartográfica digital do
SITURBE/GDF (1989), no sistema de projeção UTM, Datum horizontal SAD69-Brasil,
sendo que para isso utilizou-se o software ENVI 4.4, disponível no laboratório de
Geoprocessamento do curso de Geografia do Uniceub.
Após o Georreferenciamento construiu-se um mosaico no programa ARCGIS
9.3, com a união de todas as imagens trabalhadas. Logo em seguida, realizou-se o
corte nos limites da APA, como delimitação de área de estudo. Gerando desta forma, a
figura 4.
29
FIGURA 4: Carta Imagem da APA de Cafuringa.
30
No sensoriamento remoto a classificação dos usos de solos é feita a partir da
imagem de satélite recortada da área da APA. Cada pixel representa a reflectância dos
objetos que o compõem, portanto um valor numérico, um tom de cinza. Níveis de cinza
iguais representam classes de uso solos iguais. Sendo assim é atribuindo a cada pixel
a uma dada classe, a fim de reconhecer padrões e objetos para mapear áreas de
interesse (CROSTA, 1992).
A classificação apresenta-se de dois tipos: não supervisionada e
supervisionada. A classificação não supervisionada dispensa a definição do número de
classes e das amostras, uma vez que o algoritmo agrega pixels e o intérprete identifica
as classes geradas pelo algoritmo (CROSTA, 1992).
A classificação supervisionada requerer algumas entradas do usuário, que
seleciona áreas de treinamento que representam amostras de pixels das classes.
Assim, o algoritmo classifica os pixels para cada classe (CROSTA, 1992).
Os levantamentos das classes foram feitos visualmente utilizando o software
ENVI 4.4, com o reconhecimento da área através de alguns aspectos, tais como: a
textura, cor, formas, rugosidade e também pelo estudo in loco. Nessa fase foram
adquiridas na imagem, amostras das classes de uso definidas previamente com o
reconhecimento da área de estudo. Foram selecionadas 03 (três) amostras de cada
classe de uso do solo (CROSTA, 1992).
Foi utilizado o método de distância mínima, por apresentar vantagens, como
que uma vez que todo pixel é espectralmente mais próximo à média de uma área a
outra, não existem pixels não classificados (CROSTA, 1992).
As classes reconhecidas foram: agricultura, cerrado, mata seca, matas de
galeria, solo exposto, e áreas urbanas.
Depois de classificada a imagem, foram realizadas operações de avaliação dos
resultados, vetorização dos polígonos das classes de uso e exportação do mapa
vetorial para o padrão de arquivos lidos pelo software ARCGIS 9.2. Nesse programa
foram realizadas todas as tarefas de edição do mapa de uso, com a correção de erros
ou confusões ocorridas durante o processo de classificação digital da imagem. Esses
erros somente poderão ser corrigidos após uma avaliação em campo. O trabalho de
verificação de campo é fundamental para uma avaliação do uso e ocupação solo com
fidedignidade.
31
De volta da verificação em campo foi realizada a edição final do mapa de uso e
ocupação do solo da APA em estudo e a posterior confecção dos layouts finais e
contagem de áreas das classes identificadas apresentadas no capítulo seguinte.
32
5 ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Tendo em vista todas as pressões e interesses que cercam não só a região da
APA de Cafuringa como todo o relativamente pequeno território do Distrito Federal, a
preservação de ecossistemas frágeis como os da APA de Cafuringa se torna cada vez
mais complicada.
Para que fosse feita uma melhor análise do uso do solo na região da APA de
Cafuringa, foi feito um mapa de uso do Solo (figura 5) utilizando 6 classes de usos:
agricultura, cerrado, mata seca, mata de galeria, solo exposto e áreas urbanas.
FIGURA 5: Mapa do Uso do Solo na APA de Cafuringa Fonte: Elaborado pelo autor do trabalho.
33
Observa-se que as áreas ainda dispõem de uma porcentagem considerável de
cerrado preservado, mas mesmo assim não atinge nem 50% da área total da APA.
(Tabela 4). Nota-se também que as áreas ao redor de onde há a ocorrência de
cavernas, nas regiões mais internas à APA, se encontram em melhor condição de
preservação se comparadas com a porção mais a leste, onde se encontra a fábrica de
Cimento Tocantins S/A.
TABELA 4: Uso do Solo na APA de Cafuringa Uso e Ocupação Área em Hectares Área Relativa (%)
Agricultura 13564,54 29,27
Área Urbana 3468,64 7,48
Cerrado 20325,87 43,86
Mata de Galeria 7379,38 15,92
Mata Seca 1438,31 3,10
Solo Exposto 165,56 0,36
Total 46342,30 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor do trabalho.
Devido à grande força do setor primário na região da APA de Cafuringa, a
agricultura ocupa grande parte das terras da APA. Sendo que neste dado também se
considerou as pastagens para criação de gado. São pouco mais de 13.000 ha que
impactam a área da APA formando a segunda maior área relativa da área. (Gráficos 1
e 2)
GRÁFICO 1: Área Relativa do uso do solo na APA de Cafuringa
Fonte: Elaborado pelo autor do trabalho.
34
Não menos impactantes, são as áreas urbanas encontradas em Cafuringa. Que
principalmente pelo fato de ser carente de uma infraestrutura capaz de captar os
esgotos domésticos e águas pluviais, causa efeitos terrivelmente destrutivos, como a
erosão e a contaminação dos aquíferos subterrâneos.
GRÁFICO 2: Área em Hectares do uso do solo na APA de Cafuringa
Fonte: Elaborado pelo autor do trabalho.
Estes aquíferos também são afetados pela criação de poços artesianos
profundos clandestinos, que com o tempo fazem com que o nível de água diminua
podendo ocasionar movimentos de massa futuramente caso a população local não
promova um uso racional dos recursos.
Com base nesses dados, o capítulo seguinte conclui este trabalho sugerindo
modos que poderiam ser utilizados para uma melhor gestão do patrimônio natural
existente no Distrito Federal para essas e as futuras gerações.
35
CONCLUSÃO
Hoje em dia, com a globalização eminente, e a necessidade de recursos
naturais como matéria-prima para tecnologias cada vez mais elaboradas, temas como
espeleologia, ecologia e educação ambiental, são extremamente relevantes. Dentre
estes, o estudo das cavernas toma uma posição de destaque principalmente pela
crescente pressão colocada pela indústria da construção civil e grandes empresas de
mineração, com desejo na extração de diversos minerais e no “afrouxamento” das leis
quanto à proteção do patrimônio espeleológico.
O ecoturismo se apresenta como uma grande ferramenta de ensino quanto ao
quesito “conhecer para proteger”. Sendo que ainda assim, é necessário todo um
planejamento acerca da área a ser aberta ao público e um estudo minucioso para a
minimização do impacto causado no ambiente cavernícola.
Regiões com grande quantidade de rochas cársticas ou solúveis em todo
mundo requerem um gerenciamento específico em função dos diferentes tipos de
variantes. Feito isso, problemas como o abatimento na superfície, que pode ser
induzido pelo preenchimento de espaços vazios causados por bombeamento de água
de aquíferos subterrâneos, podem ser contornados. Na APA de Cafuringa isto não é
diferente, visto que com o avanço da degradação, seja ela feita por mineração, por
falta de saneamento básico ou mesmo por puro desinteresse do homem,
consequências bastante trágicas podem vir a ocorrer.
O Distrito Federal requer um melhor gerenciamento de seu território, devido a
principalmente seu espaço relativamente pequeno quando comparado com os outros
estados do Brasil. Nesse contexto, a parte noroeste do quadrilátero do DF que
concentra uma das áreas mais preservadas do mesmo, onde se encontra a região da
APA de Cafuringa, precisa urgentemente de um melhor gerenciamento feito com vistas
a ter as áreas de matas nativas ainda intactas da forma em que estão.
Dois são os fatores principais que ajudam a degradação e diminuição do
cerrado na APA de Cafuringa, o primeiro deles, a agricultura e agropecuária, que
tomam conta de quase 30% de toda a área da APA. Neste caso, a grande força dos
latifundiários, muitos deles provenientes até de antes da formação do Distrito Federal,
dificulta e muito a proteção do cerrado exatamente pelo fato de o DF ser um grande
mercado em expansão.
36
O segundo fator é a mineração, e aí está o maior destruidor de cavernas que
existe. As cavernas no DF, ricas em calcário, são como um pote de ouro para as
mineradoras. Felizmente, grupos como o Gregeo e a SBE já geraram inúmeros
trabalhos capazes de demonstrar a relevância de certas grutas e cavernas mantendo
assim seu ecossistema preservado.
O trabalho de profissionais pela preservação de ecossistemas frágeis, como o
das cavernas, torna ainda mais necessária a participação popular na briga para que
seja feito um planejamento estratégico dos recursos naturais de regiões como a da
APA de Cafuringa para que assim haja uma melhor gestão do patrimônio
espeleológico do Distrito Federal.
37
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