view jfs - outubro 2012

4
A proliferação das obrigações acessórias Nos últimos dez anos assistimos à voracidade desenfreada do Fisco em obter informações relacionadas às operações dos contribuintes. O lançamento de obri- gações fiscais desenvolvidas por setores do governo, sobretudo pela Secretaria da Receita Federal, está ocorrendo a todo vapor. Nesse período presenciamos a instituição de diversas declarações impostas aos contribuintes com objetivo de fornecer ao Fisco dados e subsídios necessários para que este tenha condição de cruzar, averiguar e diagnosticar inconsistências e eventuais ilícitos tributários.

Upload: jfs-auditores

Post on 13-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Revista Mensal JFS

TRANSCRIPT

Page 1: View JFS - Outubro 2012

A proliferação das obrigações acessórias

Nos últimos dez anos assistimos à voracidade desenfreada do Fisco em obter informações relacionadas às operações dos contribuintes. O lançamento de obri-gações fiscais desenvolvidas por setores do governo, sobretudo pela Secretaria da Receita Federal, está ocorrendo a todo vapor. Nesse período presenciamos a instituição de diversas declarações impostas aos contribuintes com objetivo de fornecer ao Fisco dados e subsídios necessários para que este tenha condição de cruzar, averiguar e diagnosticar inconsistências e eventuais ilícitos tributários.

Page 2: View JFS - Outubro 2012

Na última década o Fisco atingiu a média assustadora de 1.4 novas declara-ções instituídas por ano, o que leva os pro�ssionais da área tributária e as

organizações contábeis a manterem controles rigorosos para não perderem a conta de quantas obrigações acessórias os seus contratantes estão sujeitos.

A proliferação das obrigações acessórias Nos últimos dez anos assistimos à voraci-dade desenfreada do Fisco em obter infor-mações relacionadas às operações dos contribuintes. O lançamento de obriga-ções fiscais desenvolvidas por setores do governo, sobretudo pela Secretaria da Receita Federal, está ocorrendo a todo vapor. Nesse período presenciamos a ins-tituição de diversas declarações impostas aos contribuintes com objetivo de forne-cer ao Fisco dados e subsídios necessários para que este tenha condição de cruzar, averiguar e diagnosticar inconsistências e eventuais ilícitos tributários.

Como exemplo, além da (ECD) Escritura-

ção Contábil Digital, (EFD) ICMS/IPI, e (EFD) Contribuições, todas pertencentes ao (SPED) Sistema Público de Escritura-ção Digital, no âmbito federal ainda foram criadas a (DMED) Declaração de Serviços Médicos, o (FCONT) Controle Fiscal Con-tábil de Transição, a (DIMOB) Declaração de Informações sobre Atividades Imobili-árias, a (DTTA) Declaração de Transferên-cia de Titularidade de Ações, a Declaração

de Inexistência de Operações para Facto-ring e Loterias, e a Comunicação de ope-rações financeiras ambas exigidas pelo (COAF), a (DEREX) Declaração sobre a Utilização dos Recursos em Moeda Estran-geira Decorrentes do Recebimento de Exportações, o (DCP) Demonstrativo de Crédito Presumido, o (DNF) Demonstrati-vo de Notas Fiscais, a (DIF-Papel Imune) Declaração Especial de Informações Rela-tivas ao Controle do Papel Imune, (DBE) Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior, entre outras.

Deste modo, na última década o Fisco atingiu a média assustadora de 1.4 novas declarações instituídas por ano, o que leva os profissionais da área tributária e as organizações contábeis a manterem controles rigorosos para não perderem a conta de quantas obrigações acessórias os seus contratantes estão sujeitos.

Aliás, as declarações exigidas pelo COAF e

a DEMED, em muitos casos, devem ser elaboradas e entregues pelo próprio setor do contribuinte que realizou a transação, pois são difíceis de serem executadas pelos profissionais contratados em razão do seu conteúdo ser repleto de informa-ções inerentes ao negócio das empresas e que devem ser extraídas dos seus respec-tivos controles internos.

Além disso, as obrigações do COAF fixam prazos inexequíveis aos profissionais con-tratados, pois impõe como limite de entre-ga 24 horas após a operação realizada.

Assim, a recém-criação do sistema inte-grado de comércio exterior de serviços, intangível e outras operações que produ-zam variações no patrimônio (SISCOSERV), instituída pela Instrução Normativa nº 1.277/2012, acrescentou aos contribuintes brasileiros mais uma entre as inúmeras obrigações acessórias, aumentando o peso do fardo tributário que as pessoas físicas, e, sobretudo, as jurídicas têm que carregar. Outro fator preocupante é que essa nova declaração veio acompanhada daquela nefasta (e para muitos contribuintes confiscatória) multa de R$ 5 mil por mês de atraso na entrega.

Essa nova obrigatoriedade também acabou frustrando a expectativa de muitos que acreditavam na promessa do próprio governo federal de racionalizar as obrigações acessórias impostas às pesso-as jurídicas, colocando esta meta como um dos principais objetivos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Se existe de fato a necessidade do gover-no em obter as informações contempla-das no (SISCOSERV), por que não acres-centar mais um bloco, registro ou campo dentro do próprio (SPED) que, a princípio, já tem como função ser um sistema inteli-gente e de armazenamento de todas as operações dos contribuintes, e que pode ser utilizado por qualquer ente federativo?

Outra decepção é a notória redundância de informações que esta nova obrigação trouxe, pois, se a intenção é controlar operações de serviços e intangíveis com o

exterior, todos os valores recebidos e remetidos a outros países já são informa-dos em contratos de câmbio devidamente classificados e codificados por natureza de operação.

Portanto, de alguma forma o órgão fiscali-zador já tem essa informação em algum ministério, secretaria ou autarquia gover-namental, bastaria localizá-la e integrá--la. Se os dados existentes são insuficien-tes, poderiam ser criados campos adicio-nais nesse documento, ou outro já em uso, para atender o desejo do governo por mais informações.

Diante do exposto, a criação dessa nova obrigação deixa os empreendedores per-plexos e muito céticos em relação a tão prometida racionalização das obrigações acessórias, e diminuição do custo Brasil. Certamente a pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers apontando que no Brasil se gastam 2.600 horas anuais para cumprir as obrigações impostas pelo governo já está defasada.

Assim, continuaremos por muito tempo com o amargo título de campeão mundial de horas gastas para atender as exigên-cias governamentais. Se ainda não é pos-sível diminuir as obrigações acessórias, pelo menos as autoridades tributárias poderiam pensar em otimizar as obriga-ções acessórias existentes antes de impor novas. O controle eficaz dos contribuintes e o combate à sonegação é estritamente necessário e imprescindível ao desenvol-vimento do nosso país, isso não se discu-te, mas não é justo que as autoridades tributárias sempre imputem todo o ônus de mais uma tarefa aos contribuintes quando decidem monitorar alguma nova operação ou segmento.

Antes de impor novas obrigatoriedades às empresas, seria de bom tom avaliar se as informações almejadas pelo Fisco já não estão de alguma forma disponí-veis em declarações, demonstrativos, escriturações, controles ou arquivos digitais já entregues a algum ente governamental. É importante que os órgãos públicos apliquem a tecnologia que dispõe na integração dos seus sistemas, pois se faz necessário ponde-rar o impacto que novas obrigações e suas respectivas multas causam nos negócios das empresas, sobretudo, daquelas de menor porte.

Autor: Wilson Gimenez Junior, fundador e Sócio/Diretor Executivo da Datamétodo Gestão Contábil SS Ltda. Contador, Administrador de Empresas e Pós--graduado em Controladoria. Articulista e Palestrante.

Page 3: View JFS - Outubro 2012

Nos últimos dez anos assistimos à voraci-dade desenfreada do Fisco em obter infor-mações relacionadas às operações dos contribuintes. O lançamento de obriga-ções fiscais desenvolvidas por setores do governo, sobretudo pela Secretaria da Receita Federal, está ocorrendo a todo vapor. Nesse período presenciamos a ins-tituição de diversas declarações impostas aos contribuintes com objetivo de forne-cer ao Fisco dados e subsídios necessários para que este tenha condição de cruzar, averiguar e diagnosticar inconsistências e eventuais ilícitos tributários.

Como exemplo, além da (ECD) Escritura-

ção Contábil Digital, (EFD) ICMS/IPI, e (EFD) Contribuições, todas pertencentes ao (SPED) Sistema Público de Escritura-ção Digital, no âmbito federal ainda foram criadas a (DMED) Declaração de Serviços Médicos, o (FCONT) Controle Fiscal Con-tábil de Transição, a (DIMOB) Declaração de Informações sobre Atividades Imobili-árias, a (DTTA) Declaração de Transferên-cia de Titularidade de Ações, a Declaração

de Inexistência de Operações para Facto-ring e Loterias, e a Comunicação de ope-rações financeiras ambas exigidas pelo (COAF), a (DEREX) Declaração sobre a Utilização dos Recursos em Moeda Estran-geira Decorrentes do Recebimento de Exportações, o (DCP) Demonstrativo de Crédito Presumido, o (DNF) Demonstrati-vo de Notas Fiscais, a (DIF-Papel Imune) Declaração Especial de Informações Rela-tivas ao Controle do Papel Imune, (DBE) Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior, entre outras.

Deste modo, na última década o Fisco atingiu a média assustadora de 1.4 novas declarações instituídas por ano, o que leva os profissionais da área tributária e as organizações contábeis a manterem controles rigorosos para não perderem a conta de quantas obrigações acessórias os seus contratantes estão sujeitos.

Aliás, as declarações exigidas pelo COAF e

a DEMED, em muitos casos, devem ser elaboradas e entregues pelo próprio setor do contribuinte que realizou a transação, pois são difíceis de serem executadas pelos profissionais contratados em razão do seu conteúdo ser repleto de informa-ções inerentes ao negócio das empresas e que devem ser extraídas dos seus respec-tivos controles internos.

Além disso, as obrigações do COAF fixam prazos inexequíveis aos profissionais con-tratados, pois impõe como limite de entre-ga 24 horas após a operação realizada.

Assim, a recém-criação do sistema inte-grado de comércio exterior de serviços, intangível e outras operações que produ-zam variações no patrimônio (SISCOSERV), instituída pela Instrução Normativa nº 1.277/2012, acrescentou aos contribuintes brasileiros mais uma entre as inúmeras obrigações acessórias, aumentando o peso do fardo tributário que as pessoas físicas, e, sobretudo, as jurídicas têm que carregar. Outro fator preocupante é que essa nova declaração veio acompanhada daquela nefasta (e para muitos contribuintes confiscatória) multa de R$ 5 mil por mês de atraso na entrega.

Essa nova obrigatoriedade também acabou frustrando a expectativa de muitos que acreditavam na promessa do próprio governo federal de racionalizar as obrigações acessórias impostas às pesso-as jurídicas, colocando esta meta como um dos principais objetivos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Se existe de fato a necessidade do gover-no em obter as informações contempla-das no (SISCOSERV), por que não acres-centar mais um bloco, registro ou campo dentro do próprio (SPED) que, a princípio, já tem como função ser um sistema inteli-gente e de armazenamento de todas as operações dos contribuintes, e que pode ser utilizado por qualquer ente federativo?

Outra decepção é a notória redundância de informações que esta nova obrigação trouxe, pois, se a intenção é controlar operações de serviços e intangíveis com o

exterior, todos os valores recebidos e remetidos a outros países já são informa-dos em contratos de câmbio devidamente classificados e codificados por natureza de operação.

Portanto, de alguma forma o órgão fiscali-zador já tem essa informação em algum ministério, secretaria ou autarquia gover-namental, bastaria localizá-la e integrá--la. Se os dados existentes são insuficien-tes, poderiam ser criados campos adicio-nais nesse documento, ou outro já em uso, para atender o desejo do governo por mais informações.

Diante do exposto, a criação dessa nova obrigação deixa os empreendedores per-plexos e muito céticos em relação a tão prometida racionalização das obrigações acessórias, e diminuição do custo Brasil. Certamente a pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers apontando que no Brasil se gastam 2.600 horas anuais para cumprir as obrigações impostas pelo governo já está defasada.

Assim, continuaremos por muito tempo com o amargo título de campeão mundial de horas gastas para atender as exigên-cias governamentais. Se ainda não é pos-sível diminuir as obrigações acessórias, pelo menos as autoridades tributárias poderiam pensar em otimizar as obriga-ções acessórias existentes antes de impor novas. O controle eficaz dos contribuintes e o combate à sonegação é estritamente necessário e imprescindível ao desenvol-vimento do nosso país, isso não se discu-te, mas não é justo que as autoridades tributárias sempre imputem todo o ônus de mais uma tarefa aos contribuintes quando decidem monitorar alguma nova operação ou segmento.

Antes de impor novas obrigatoriedades às empresas, seria de bom tom avaliar se as informações almejadas pelo Fisco já não estão de alguma forma disponí-veis em declarações, demonstrativos, escriturações, controles ou arquivos digitais já entregues a algum ente governamental. É importante que os órgãos públicos apliquem a tecnologia que dispõe na integração dos seus sistemas, pois se faz necessário ponde-rar o impacto que novas obrigações e suas respectivas multas causam nos negócios das empresas, sobretudo, daquelas de menor porte.

Autor: Wilson Gimenez Junior, fundador e Sócio/Diretor Executivo da Datamétodo Gestão Contábil SS Ltda. Contador, Administrador de Empresas e Pós--graduado em Controladoria. Articulista e Palestrante.

Page 4: View JFS - Outubro 2012

Nos últimos dez anos assistimos à voraci-dade desenfreada do Fisco em obter infor-mações relacionadas às operações dos contribuintes. O lançamento de obriga-ções fiscais desenvolvidas por setores do governo, sobretudo pela Secretaria da Receita Federal, está ocorrendo a todo vapor. Nesse período presenciamos a ins-tituição de diversas declarações impostas aos contribuintes com objetivo de forne-cer ao Fisco dados e subsídios necessários para que este tenha condição de cruzar, averiguar e diagnosticar inconsistências e eventuais ilícitos tributários.

Como exemplo, além da (ECD) Escritura-

ção Contábil Digital, (EFD) ICMS/IPI, e (EFD) Contribuições, todas pertencentes ao (SPED) Sistema Público de Escritura-ção Digital, no âmbito federal ainda foram criadas a (DMED) Declaração de Serviços Médicos, o (FCONT) Controle Fiscal Con-tábil de Transição, a (DIMOB) Declaração de Informações sobre Atividades Imobili-árias, a (DTTA) Declaração de Transferên-cia de Titularidade de Ações, a Declaração

de Inexistência de Operações para Facto-ring e Loterias, e a Comunicação de ope-rações financeiras ambas exigidas pelo (COAF), a (DEREX) Declaração sobre a Utilização dos Recursos em Moeda Estran-geira Decorrentes do Recebimento de Exportações, o (DCP) Demonstrativo de Crédito Presumido, o (DNF) Demonstrati-vo de Notas Fiscais, a (DIF-Papel Imune) Declaração Especial de Informações Rela-tivas ao Controle do Papel Imune, (DBE) Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior, entre outras.

Deste modo, na última década o Fisco atingiu a média assustadora de 1.4 novas declarações instituídas por ano, o que leva os profissionais da área tributária e as organizações contábeis a manterem controles rigorosos para não perderem a conta de quantas obrigações acessórias os seus contratantes estão sujeitos.

Aliás, as declarações exigidas pelo COAF e

a DEMED, em muitos casos, devem ser elaboradas e entregues pelo próprio setor do contribuinte que realizou a transação, pois são difíceis de serem executadas pelos profissionais contratados em razão do seu conteúdo ser repleto de informa-ções inerentes ao negócio das empresas e que devem ser extraídas dos seus respec-tivos controles internos.

Além disso, as obrigações do COAF fixam prazos inexequíveis aos profissionais con-tratados, pois impõe como limite de entre-ga 24 horas após a operação realizada.

Assim, a recém-criação do sistema inte-grado de comércio exterior de serviços, intangível e outras operações que produ-zam variações no patrimônio (SISCOSERV), instituída pela Instrução Normativa nº 1.277/2012, acrescentou aos contribuintes brasileiros mais uma entre as inúmeras obrigações acessórias, aumentando o peso do fardo tributário que as pessoas físicas, e, sobretudo, as jurídicas têm que carregar. Outro fator preocupante é que essa nova declaração veio acompanhada daquela nefasta (e para muitos contribuintes confiscatória) multa de R$ 5 mil por mês de atraso na entrega.

Essa nova obrigatoriedade também acabou frustrando a expectativa de muitos que acreditavam na promessa do próprio governo federal de racionalizar as obrigações acessórias impostas às pesso-as jurídicas, colocando esta meta como um dos principais objetivos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Se existe de fato a necessidade do gover-no em obter as informações contempla-das no (SISCOSERV), por que não acres-centar mais um bloco, registro ou campo dentro do próprio (SPED) que, a princípio, já tem como função ser um sistema inteli-gente e de armazenamento de todas as operações dos contribuintes, e que pode ser utilizado por qualquer ente federativo?

Outra decepção é a notória redundância de informações que esta nova obrigação trouxe, pois, se a intenção é controlar operações de serviços e intangíveis com o

exterior, todos os valores recebidos e remetidos a outros países já são informa-dos em contratos de câmbio devidamente classificados e codificados por natureza de operação.

Portanto, de alguma forma o órgão fiscali-zador já tem essa informação em algum ministério, secretaria ou autarquia gover-namental, bastaria localizá-la e integrá--la. Se os dados existentes são insuficien-tes, poderiam ser criados campos adicio-nais nesse documento, ou outro já em uso, para atender o desejo do governo por mais informações.

Diante do exposto, a criação dessa nova obrigação deixa os empreendedores per-plexos e muito céticos em relação a tão prometida racionalização das obrigações acessórias, e diminuição do custo Brasil. Certamente a pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers apontando que no Brasil se gastam 2.600 horas anuais para cumprir as obrigações impostas pelo governo já está defasada.

Assim, continuaremos por muito tempo com o amargo título de campeão mundial de horas gastas para atender as exigên-cias governamentais. Se ainda não é pos-sível diminuir as obrigações acessórias, pelo menos as autoridades tributárias poderiam pensar em otimizar as obriga-ções acessórias existentes antes de impor novas. O controle eficaz dos contribuintes e o combate à sonegação é estritamente necessário e imprescindível ao desenvol-vimento do nosso país, isso não se discu-te, mas não é justo que as autoridades tributárias sempre imputem todo o ônus de mais uma tarefa aos contribuintes quando decidem monitorar alguma nova operação ou segmento.

Antes de impor novas obrigatoriedades às empresas, seria de bom tom avaliar se as informações almejadas pelo Fisco já não estão de alguma forma disponí-veis em declarações, demonstrativos, escriturações, controles ou arquivos digitais já entregues a algum ente governamental. É importante que os órgãos públicos apliquem a tecnologia que dispõe na integração dos seus sistemas, pois se faz necessário ponde-rar o impacto que novas obrigações e suas respectivas multas causam nos negócios das empresas, sobretudo, daquelas de menor porte.

Autor: Wilson Gimenez Junior, fundador e Sócio/Diretor Executivo da Datamétodo Gestão Contábil SS Ltda. Contador, Administrador de Empresas e Pós--graduado em Controladoria. Articulista e Palestrante.