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VIGILÂNCIA POR IMAGEM EM MULHERES
COM HISTÓRIA PESSOAL DE CÂNCER DE
MAMA
Dra. Vera Aguillar
Departamento de Imagem da Mulher
Laboratório Fleury
IMPORTÂNCIA
1. Número elevado de mulheres com câncer de
mama “tratadas”
2. Maior risco de um segundo tumor
• Recidiva local
• Novo tumor ipsilateral
• Tumor contralateral
3. Detecção precoce melhora o prognóstico
• 17.286 mulheres com diagnóstico de CDIS ou
invasivo estadio I/II
• f/up 5 anos
• 4% tiveram RL ou novo tumor
• Risco absoluto: 5,4 a 6,6 casos/1000
mulheres/ano
Buist D et al. Breast Cancer Res Treat 2010
• Redução de mortalidade de 17% a 28%
com detecção precoce do novo tumor
Breast Cancer Res Treat 2009; 114:403-12
Houssami et al. Ann Oncol 2009; 20:1505
• Comparou o prognóstico da detecção de um novo
tumor na fase assintomática vs sintomática
• 1044 mulheres AP positivo e 2*tumor (RL, novo tumor
ipsilateral ou tumor contralateral)
• 699 assintomáticos X 345 sintomáticos
Detecção segundo tumor assintomático
= melhora relativa da sobrevida em 27% a
47%
PRECISAM DE ACOMPANHAMENTO
CLINICO E POR IMAGEM
Mulheres com História Pessoal de
Câncer de Mama
Objetivo:
• Detecção precoce de um novo tumor
• Avaliar modificações do tratamento
1.Quem?
2.Como?
3.Quando?
4.Por qto tempo?
DIVERGÊNCIAS NA LITERATURA COMO
REALIZAR A VIGILÂNCIA PÓS-TRATAMENTO
- Não existem estudos randomizados
1.Cirurgias conservadoras
2.Mastectomia radical ou modificada
3.Mastectomia preservadora de pele
4.Mastectomia preservadora de pele e CAP
• COM reconstrução
- implante de silicone ou expansor
- retalhos músculocutâneos (TRAM e grande
dorsal)
4
• 59,5% dos retalhos continham tecido mamário
residual
• Skin flaps > 5 mm thickness - maior numero de
TDLU
Torresan R et al. Ann Surg Oncol 2005; 12: 1037-44
Revisão histológica dos retalhos cutâneos após
mastectomias preservadoras de pele
PAINEL RSNA 2016
O Imaginologista deve relatar se existe tecido
fibroglandular residual e, nestes casos, realizar a
vigilância por imagem
10/07/2010
Diagnóstico Histológico: Carcinoma Ductal In Situ grau nuclear 2 , do tipo cribriforme , micropapilífero, sólido e papilar
Adenectomia subcutânea em agosto/10
Mamografia
• Padrão –ouro
• Todas as sociedades recomendam
rastreamento com mamografia
• Variação: inicio e frequência
Houssami N et al JAMA 2011; 305(28):790-
99
• Estudo de coorte: Breast Cancer Surveillance Consortium
(1996-2007)
• 58.870 MAG mulheres HP positiva
• 58.870 MAG mulheres HP negativa
RESULTADOS
• Taxa de detecção de câncer foi mais alta nas
mulheres com HPCM.
• Mamografia detectou o segundo tumor mais
cedo
• Sensibilidade da mamografia foi menor
nas mulheres com HPCM
- carcinomas invasivos
- primeiros 5 anos
SOCIEDADES MAMOGRAFIA INICIO
ACS, ASCO Anual 6 meses pós-RT
NCCN, 2017 Anual 6 A 12 messe pós-
RT
NICE Anual por 5 anos
ACR/SBI Por instituição
CBR, SBM,
FEBRASGO
Anual 6 a 12 meses pós
RT
Khatcheressian J et al J Clin Oncol
2013;31:961-5
Lam DL AJR 2017; 208:676-686
Moy L et al. J Am Coll Radiol 2014;11:1160
NCCN.org NICE.org
CBR, SBM, FEBRAsgO
Mamografia anual com inicio 6 a
12 meses após o término da
radioterapia
Arasu VA, Sickles EA et al. Radiology 2012; 264 (2):371
• Trabalho retrospectivo mulheres pós tratamento
conservador
• Mamografia ipsilateral semianual X 5 anos (1997-
2003)
• Comparou prognóstico das RLs no seguimento
semianual ( 3-9 meses) vs seguimento anual ( 9-18
meses)
Intervalo
mamog
N
mamog
.
N
recidiva
s
Estadio
0/I
Até 1 cm > 1 cm LN
negativo
Semi-
anual
7.169 94 94% 67% 33% 98%
Anual 1.065 15 73% 36% 64% 91%
Conclusão:
• seguimento semianual detecta RLs em estadio mais
precoce
Resultados:
TM no rastreamento
• Aumenta detecção Ca invasivo
• Reduz número de reconvocações
• Reduz números incidências adicionais
Papel da Tomossintese Mamária
• Pacientes com HP positiva
* prospectivo, com 618 mulheres pós-tratamento câncer
de mama
Sia L et al. Eur J Cancer 2016; 6:122-7
• TM reduziu % de reconvocações
• 10,5% vs 13,1% (3D vs 2D)
• Melhora a visualização sitio cirúrgico
• Reduz incidências adicionais ou reconvocações
• Menor dose de radiação
• Reduz ansiedade do paciente
• Se disponível pode substituir a MD 2D
(NCCN 2017)
Na prática - TM
• Não existem trabalhos de rastreamento
suplementar com US para este grupo de
pacientes
Yoon et al. Korean J Radiol 2015;16(2):219-228
Lam D et al. AJR 2017;208:676-86
Papel da US em mulheres HPCM
Maioria das sociedades não abordam
Revisão literatura 2000-2013 sobre rastreamento
suplementar US (12 artigos)
- US detecta pequenos carcinomas invasivos
ocultos na mamografia.
- 4.2/1000
Scheer J et al. Am J Obstet Gynecol 2015;1:9-17
Berg W et al. JAMA 2008 ; JAMA 2012.
• ACRIN 6666
• Estudo prospectivo MD vs MD + US mulheres
com mamas densas
• 53% mulheres antecedente câncer mama
• 5,3 Ca adicionais/1000 exames
• US muito utilizada como complemento
da mamografia
• Estudo do sítio cirúrgico
• Vias de drenagem
• Mastectomia com ou sem reconstrução
• pele e parede toráxica
Na prática:
Método com maior sensibilidade para
detecção câncer invasivo
Papel RM após
TratamentoConservador
Limitações:
• Custo alto
• Não disponibilidade para todas
• Falsos positivos
• Injeção de contraste
Risco vitalício (BRCAPRO)
•15 % - 20% ( USA)
• 15%-30 % ( Europa)
•Neoplasia lobular (CLIS ou HLA)
•Hiperplasia ductal atípica
•Mamas densas na mamografia
•História pessoal câncer de mama
Evidências insuficientes para recomendar a favor ou
contra RM em mulheres com AP câncer mama
invasivo ou in situ.
Saslow et al. Ca Cancer J Clin 2007; 57:75-89
• Comparou RM em mulheres com HPCM X mulheres
com HGF
GRUPO HPCM:
- Menos resultados falso posistivos e menos biópsias
indicadas
- MAIOR ESPECIFICIDADE
Lehman C et al JNCI
2016;108:1-8
SOCIEDADES MAMOGRAFIA ULTRASSONOGRA
FIA
RESSONÂNCIA
ACS, ASCO
2015
Anual, 6 meses pós-
RT
Não aborda Se risco > 20%
NCCN, 2017 Anual, 6-12 meses
pós RT
Não aborda Não abordada
NICE Anual por 5 anos Não recomenda Não recomenda
ACR 2014 Por instituição Se a RM for
contraindicada
Após avaliação de
risco (.20%)
CBR, SBM,
FEBRASGO
Annual, pelo menos
6 meses pós RT
Se a RM não for
possivel
Anual, não antes
dos 30 anos
NCCN.ORG; NICE.ORG; SBI 2017
CBR, SBM, FEBRASGO 2017
“Guidelines” para Vigilância por Imagem após
Tratamento Conservador por Câncer de Mama
CBR, SBM, FEBRASGO (2017)
• Mamografia e RM anuais, a partir do
diagnóstico
• US, se RM não for possivel
Mastectomia e reconstrução com retalho
autológo do reto abdominal
• Taxa de recidiva baixa
•Maioria das recidivas superficiais e
detectadas EF
• Mau prognóstico: só 30% doença isolada
Kakhireh J et al. JCO 2010 ; 28: 173-180
Howard MA et al.Plastic Reconstr Surg 206;117:1381-6
Margolis NE et al. Radiographics 2014:34:642-660
Helvie et al. Radiology 2002
•Série de casos – 106 mulheres/214 mamografias
•2 RL = taxa detecção = 1,9%
Lee et al. Radiology 2008
•554 mamografias /265 TRAM
•f/up - 4,9 anos
•Taxa detecção = 0%
Evidências médicas insuficientes para
recomendar controle mamográfico
Na prática todo mundo faz
RM pode ser considerada se alto risco
para recidiva pelo perfil molecular do
tumor ou risco genético/familiar
Pacientes mastectomizadas sem
reconstrução
- Seguimento clinico
– Mamografia não indicada
– US melhor para avaliar pele, gordura
subcutânea e parede toráxica.
Fajardo et al, AJR 1993; 161:953-5
Kim, S. M. et al. Radiographics 2004;24:357-365Rissanem J et al. Radology 1993;188:463-7
• Mamografia (ou TM) anual com inicio 6 a
12 meses após o término da radioterapia
• Não há dados para rastreamento com
intervalo menor
• Na prática se faz US complementar
• RM - caso a caso
PÓS-CIRURGIAS CONSERVADORAS
• Mulheres que não fizeram RM pré-operatória
• Mulheres que não fizeram radioterapia ou
homonioterapia adjuvante
• Mulheres jovens ou mamas muito densas
• Quando câncer primário foi TN ou HER2 + ,
principalmente nos primeiros 3-5 anos, neste
grupo
RM PODE APRESENTAR BENEFÍCIOS EM
ALGUNS SUBGRUPOS
Lehman C et al JNCI
2016;108:1-8