vim ipq inmetro 2012

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  • Vocabulrio Internacional de Metrologia (VIM) 1 Edio 2012

    Rua Antnio Gio, 2 2825-513 CAPARICA Portugal

    Tel +351 212 948 100 Fax + 351 212 948 101

    www.ipq.pt [email protected]

    Conceo grfica da capa

    Andr Rocha Diviso de Comunicao Social do Inmetro

    ISBN 978-972-763-00-6 reproduo proibida

  • i JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Vocabulrio Internacional de Metrologia Conceitos fundamentais e gerais e termos associados

    (VIM 2012)

    (1a edio luso-brasileira, autorizada pelo BIPM, da 3a edio internacional do VIM - International Vocabulary of Metrology Basic and general concepts and associated terms - JCGM 200:2012)

    Conceo do Documento Original BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas IEC Comisso Eletrotcnica Internacional IFCC Federao Internacional de Qumica Clnica e Medicina Laboratorial ILAC Cooperao Internacional de Acreditao de Laboratrios ISO Organizao Internacional de Normalizao IUPAC Unio Internacional de Qumica Pura e Aplicada IUPAP Unio Internacional de Fsica Pura e Aplicada OIML Organizao Internacional de Metrologia Legal

    Grupo de Trabalho luso-brasileiro para traduo do documento International Vocabulary of Metrology Basic and general concepts and associated terms - JCGM 200:2012

    Portugal - Instituto Portugus da Qualidade, IPQ Brasil - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, Inmetro

    Coordenador: Antnio Cruz Coordenador: Jos Carlos Valente de Oliveira

    Eduarda Filipe Olivier Pellegrino

    Antonio Carlos Baratto Srgio Pinheiro de Oliveira Victor Manuel Loayza Mendoza

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    ii JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Prefcio da 1a edio luso-brasileira do VIM 2012

    1. Origem desta edio Esta verso em portugus corresponde 3a edio internacional do VIM (International vocabulary of metrology Basic and general concepts and associated terms JCGM 200:2012), edio bilngue em ingls e francs, publicada em 2012 pelo JCGM (Joint Committee for Guides in Metrology), o comit para guias de metrologia do BIPM (Bureau International des Poids et Mesures). Identificada como JCGM 200:2012, esta verso engloba o contedo da verso publicada em 2008 (JCGM 200:2008) e as alteraes propostas em seu Corrigendum de maio de 2010. Paralelamente verso identificada como JCGM 200:2008, foi publicado conjuntamente pelas organizaes ISO (International Organization for Standardization) e IEC (International Electrotechnical Commission), sob a mesma denominao e com o mesmo contedo, o documento ISO/IEC Guia 99:2007. 2. Antecedentes O VIM surge, no contexto da metrologia mundial da segunda metade do sculo XX, como uma resposta e uma fuga sndrome de Babel: busca a harmonizao internacional das terminologias e definies utilizadas nos campos da metrologia e da instrumentao. So desse perodo trs importantes documentos normativos cuja ampla aceitao contribuiu sobremaneira para uma maior harmonizao dos procedimentos e da expresso dos resultados no mundo da medio. So eles o prprio VIM, o GUM (Guia para a Expresso da Incerteza de Medio, de 1993) e o Guia ISO 25 (1978) que, revisto e ampliado, resultou na norma ISO/IEC 17025, Requisitos Gerais para a Competncia de Laboratrios de Ensaio e Calibrao, de 2000. A adoo destes documentos auxilia a evoluo e a dinmica do processo de globalizao das sociedades tecnolgicas e contribui para uma maior integrao dos mercados, com uma consequente reduo geral de custos. No que se refere ao interesse particular de cada pas, pode alavancar uma maior participao no mercado mundial e nos mercados regionais. A disseminao da cultura metrolgica constitui uma das mais importantes misses do Inmetro e do IPQ. Nesse sentido, alguns de seus tcnicos e investigadores dedicaram cerca de 15 meses de trabalho e muita discusso para que o pblico de lngua portuguesa ligado Metrologia e aos diversos ramos da Cincia possa ter acesso ao VIM na sua lngua nativa, mas sem incorrer em desvantagem em relao queles que dominam a lngua das publicaes originais. O resultado deste trabalho estar aberto ao crivo crtico dessa comunidade metrolgica, que poder contribuir futuramente para sanar as imperfeies que certamente sero identificadas. Algumas dessas imperfeies podero ser imputadas ao prprio texto original; outras, certamente a maioria, a ns mesmos os tradutores.

    Portugal A Direo-Geral da Qualidade publicou, em 1985, a 1 Edio do VIM, depois de um trabalho de consenso a que em boa hora a Comisso Tcnica Portuguesa de Normalizao de Metrologia (CT 62) meteu mos obra, conseguindo num prazo notvel elaborar e aprovar a traduo portuguesa do Vocabulrio Internacional de Metrologia editado em 1984 por quatro organizaes internacionais: BIPM, IEC, ISO e OIML. Na sua verso final, colaboraram inmeras entidades do campo da cincia e da investigao, alm de outras Comisses Tcnicas de Normalizao. Em 1996, o IPQ promoveu a elaborao de uma 2 Edio, com base na reviso efectuada em 1994 2 Edio internacional. Essa nova edio, uma vez extinta a CT 62, foi preparada no seio da Comisso Permanente para a Metrologia do Conselho Nacional da Qualidade, e permaneceu, durante quatro meses, em consulta pblica

    tendo em vista obter contribuies para a sua melhoria. Foi ento editada uma 2 edio do VIM, com base no trabalho desenvolvido internacionalmente pelo Grupo de Trabalho, no qual participaram oito organizaes consagradas e para a qual contriburam peritos nacionais, individual e coletivamente, quer atravs do Laboratrio Central de Metrologia quer atravs do Organismo Nacional de Normalizao. Posteriormente, foi editada a 1 edio do VIM 2008, fruto da traduo da 3 edio internacional do VIM por peritos do Laboratrio Central de Metrologia do IPQ. Esta edio, aps um perodo de trs meses em verso provisria, foi objeto de comentrios e editada ento com distribuio gratuita em verso eletrnica pelo IPQ, atravs de download no seu stio www.ipq.pt .

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    iii JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Brasil O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) publicou anteriormente cinco impresses da traduo brasileira da 2 edio do International Vocabulary of Metrology (VIM), de 1993. Essas impresses foram identificadas como 1, 2, 3, 4 e 5 edies (brasileiras) do VIM. Com a publicao da 3 edio internacional

    do VIM pelo JCGM do BIPM, em 2008, montou-se no Inmetro um grupo de trabalho para elaborar uma verso brasileira deste novo documento. A partir do trabalho desse grupo o Inmetro publicou, em novembro de 2009, uma primeira edio brasileira do VIM 2008, tendo ficado disponvel no stio www.inmetro.gov.br.

    A presente publicao deve ser referenciada como primeira edio luso-brasileira do VIM 2012 ou, de forma mais resumida, quando o contexto no permitir interpretaes equvocas, como VIM3. Esta forma refere-se 3 edio internacional do VIM. As expresses 3 edio e 3 edio do VIM, que aparecem no corpo deste trabalho, referem-se tambm 3 edio internacional do VIM.

    Esclarecimentos e complementos julgados convenientes aparecem como notas dos tradutores.

    Os tradutores

    3. Objetivo desta edio A verso que se apresenta agora, 1a edio luso-brasileira do VIM 2012, em lngua portuguesa, tem em considerao as recomendaes do Acordo Ortogrfico de 1990. Foi elaborada no mbito do entendimento entre o Inmetro e o IPQ, por uma equipa de tcnicos de ambos os Institutos. Foi feito um esforo mximo de harmonizao das verses j existentes, traduzidas por ambos os Institutos, tendo ficado alguns termos residuais no harmonizados, devido s fortes tradies j enraizadas num e noutro pas. Neste sentido, ficaram presentes as diferenas existentes nos termos no abrangidos pelo Acordo Ortogrfico, sob a forma de notas de rodap. Esta edio permite assim uma divulgao para o mundo lusfono mais ampla e com mais rigor dos conceitos introduzidos pelo VIM 2012. Algumas das divergncias esto consagradas no prprio Acordo Ortogrfico como, por exemplo, as da acentuao em algumas palavras (em Portugal com acento agudo e no Brasil com acento circunflexo). Outras divergncias pontuais so anotadas ao longo do texto, em notas de rodap. Em ateno s bastante conhecidas e numerosas peculiaridades e diferenas lexicais entre o portugus de Portugal e aquele do Brasil (por exemplo, mensuranda e mensurando, fenmeno e fenmeno, io e on), optou-se por um texto nico, porm em duas verses, cada uma respeitando os registos lexicais prprios de cada pas. Assim, ao ter acesso ao documento, o leitor poder escolher entre uma verso adequada ao falar de Portugal ou ao falar do Brasil. Apesar das diferenas nos registos lexicais e de algumas peculiaridades da linguagem quotidiana prpria de cada pas, o texto, inclusive as formas sintticas, o mesmo, tendo constitudo o maior desafio para o grupo de trabalho justamente a busca do melhor acordo sobre o fundamental na traduo de um documento desse tipo: a identificao dos conceitos e sua correta interpretao, a sintaxe, a clareza e a conciso. Sero diferentes tambm, em cada documento, a ordem dos termos. Por exemplo:

    - Na verso de Portugal

    2.14 justeza de medio ; veracidade de medio justeza ; veracidade

    - Na verso do Brasil

    2.14 veracidade de medio ; justeza de medio veracidade ; justeza

    Ao longo do texto deste documento, escreve-se kilometro (sem a acentuao) e kilograma, tendo em vista a reintroduo do k no alfabeto portugus, assim como a observncia regra de escrita do SI que estabelece a juno simples dos prefixos aos nomes das unidades. Por conta desta regra, alm do uso de kilometro no lugar de kilmetro, escreve-se tambm, ao longo do texto deste documento, milimetro e centimetro, respetivamente, no lugar de milmetro e centmetro.

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    iv JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Tal ao tem como objetivo a adaptao gradual da comunidade metrolgica grafia do prefixo kilo no lugar de quilo e dos prefixos, de maneira geral, associados s unidades de medida do SI. Por conta disso, este documento na verso em uso no Brasil no tenciona, neste momento, impor tal forma de escrita, dando tambm a opo de se continuar escrevendo prefixos associados s unidades de medida do SI na forma convencionada e adotada ao longo de anos. Para ampliar a utilizao deste documento no mbito dos pases lusfonos e ainda do Sistema Interamericano de Metrologia (SIM), foram includos, abaixo dos termos em portugus, os correspondentes termos originais em ingls e francs, assim como em espanhol da traduo feita pelo Centro Espaol de Metrologa (CEM). No final do texto, alm do portugus, foram includos os ndices alfabticos em ingls, francs e espanhol. Os termos em negrito so os termos preferenciais para utilizao. Estas incluses foram autorizadas pelo Diretor do BIPM. Na elaborao desta verso, mais que uma transcrio literal, buscou-se o objetivo primordial de captar e transpor para o portugus os significados mais profundos dos conceitos. Visando facilitar a compreenso daqueles que se valero da presente verso, procurou-se garantir que a rigorosa exegese dos termos viesse acompanhada tambm pela clareza e fluncia do texto. Na transposio dos termos escolheu-se, dentro das diversas opes aventadas e discutidas, aquela que, ademais de parecer adequada segundo seu uso na linguagem comum, guardasse tambm uma semelhana fontica ou morfolgica com o termo ingls original. No demais lembrar que isso nem sempre foi possvel, pelo menos no mbito da capacidade e do esforo empenhados pela equipa. Em alguns casos, tornou-se imperativo inclusive o recurso ao uso de neologismos, como o adjetivo definicional, usado como qualificativo em incerteza definicional. Este documento est disponvel, gratuitamente, nos stios do IPQ (www.ipq.pt) e do Inmetro (www.inmetro.gov.br). Desta pgina em diante, com exceo dos termos e ndices nas outras lnguas, o documento uma traduo to fiel quanto possvel do documento original do JCGM. Esclarecimentos e complementos que os tradutores julgaram conveniente acrescentar aparecem como notas dos tradutores.

    Caparica, 20 de maio de 2012

    Rio de Janeiro, 20 de maio de 2012

    Jorge Marques dos Santos Presidente do IPQ

    Joo Alziro Herz da Jornada Presidente do Inmetro

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    v JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    ndice

    Prefcio da 1a edio luso-brasileira do VIM 2012 ............................................................................. ii Prefcio da edio internacional do VIM JCGM 200:2012 ............................................................... vi Introduo ............................................................................................................................................ vii Convenes .......................................................................................................................................... ix mbito .................................................................................................................................................... 1 1 Grandezas e unidades ....................................................................................................................... 2 2 Medio ............................................................................................................................................. 16 3 Dispositivos de medio ................................................................................................................. 34 4 Propriedades dos dispositivos de medio .................................................................................. 37 5 Padres de medio ........................................................................................................................ 46 Anexo A ................................................................................................................................................ 54 Bibliografia ........................................................................................................................................... 69 Lista de Siglas ..................................................................................................................................... 72 ndice alfabtico (em portugus) ....................................................................................................... 73 ndice alfabtico (em ingls) .............................................................................................................. 75 ndice alfabtico (em francs) ............................................................................................................ 77 ndice alfabtico (em espanhol) ......................................................................................................... 79

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    vi JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Prefcio da edio internacional do VIM JCGM 200:2012

    Em 1997, o Comit Conjunto para Guias em Metrologia (JCGM), presidido pelo Diretor do BIPM, foi formado pelas sete Organizaes Internacionais que haviam preparado as verses originais do Guia para a Expresso da Incerteza de Medio (GUM) e do Vocabulrio Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM). O JCGM foi composto originalmente por representantes do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), da Comisso Eletrotcnica Internacional (IEC), da Federao Internacional de Qumica Clnica e Medicina Laboratorial (IFCC), da Organizao Internacional de Normalizao (ISO), da Unio Internacional de Qumica Pura e Aplicada (IUPAC), da Unio Internacional de Fsica Pura e Aplicada (IUPAP) e da Organizao Internacional de Metrologia Legal (OIML). Em 2005, a Cooperao Internacional de Acreditao de Laboratrios (ILAC) juntou-se oficialmente s sete organizaes internacionais fundadoras.

    O JCGM tem dois grupos de trabalho. O Grupo de Trabalho 1 (JCGM/WG1), sobre o GUM, tem a tarefa de promover seu uso e de preparar Suplementos do GUM para ampliar o seu campo de aplicao. O Grupo de Trabalho 2 (JCGM/WG 2), sobre o VIM, tem a tarefa de o rever e promover o seu uso. O Grupo de Trabalho 2 formado no mximo por dois representantes de cada organizao-membro, complementado por um nmero limitado de especialistas. Esta 3a edio internacional do VIM foi preparada pelo Grupo de Trabalho 2.

    Em 2004, uma minuta desta 3a edio internacional do VIM foi submetida, para comentrios e propostas, s oito organizaes representadas no JCGM que, na maioria dos casos, consultaram seus membros ou afiliados, incluindo numerosos Laboratrios Nacionais de Metrologia. Os comentrios foram estudados e discutidos, levados em considerao, quando apropriado, e respondidos pelo JCGM/WG 2. Uma proposta final da 3a edio foi submetida em 2006 s oito organizaes para comentrios e aprovao.

    Todos os comentrios seguintes foram examinados e eventualmente levados em conta pelo Grupo de Trabalho 2.

    Esta 3a edio do VIM foi aprovada por unanimidade pelas oito organizaes-membro do JCGM.

    Esta 3a edio anula e substitui a 2a edio de 1993.

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    vii JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Introduo

    Geralmente um vocabulrio um dicionrio terminolgico que contm designaes e definies de um ou mais campos especficos (ISO 1087-1:2000, 3.7.2). O presente vocabulrio diz respeito metrologia, a cincia da medio e as suas aplicaes. Cobre tambm os princpios de base que regulam as grandezas e as unidades. O campo das grandezas e das unidades pode ser tratado de maneiras diferentes. O captulo 1 deste Vocabulrio baseado nos princpios estabelecidos nas diversas partes da ISO 31, Grandezas e unidades, atualmente substituda pelas sries ISO 80000 e IEC 80000 Grandezas e unidades e na brochura do SI, O Sistema Internacional de Unidades (publicada pelo BIPM).

    A 2a edio do Vocabulrio Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM) foi publicada em 1993. A necessidade de abordar pela primeira vez medies em qumica e em medicina laboratorial, bem como de incorporar conceitos, tais como aqueles que se referem rastreabilidade metrolgica, incerteza de medio e s propriedades qualitativas, levou a esta 3a edio. O novo ttulo, agora Vocabulrio Internacional de Metrologia Conceitos Fundamentais e Gerais e Termos Associados (VIM), procura enfatizar o papel principal dos conceitos no desenvolvimento de um vocabulrio.

    Neste Vocabulrio, assume-se que no h diferena fundamental nos princpios de base de medio em fsica, qumica, medicina laboratorial, biologia ou engenharia. Alm disso, foi feita uma tentativa para atender a necessidades conceituais de medio em campos tais como bioqumica, cincia alimentar, cincia forense e biologia molecular.

    Diversos conceitos que apareciam na 2a edio internacional do VIM no aparecem nesta 3a edio, porque deixaram de ser considerados como de base ou gerais. Por exemplo, o conceito tempo de resposta, utilizado para descrever o comportamento temporal de um sistema de medio, no est includo. Para conceitos relacionados aos dispositivos de medio, que no so cobertos por esta 3a edio internacional do VIM, recomenda-se que o leitor consulte outros vocabulrios, tal como o IEC 60050, Vocabulrio Eletrotcnico Internacional (IEV - sigla em ingls). Para conceitos relacionados gesto da qualidade, a acordos de reconhecimento mtuo relativos metrologia ou metrologia legal, o leitor direcionado para os documentos listados na bibliografia.

    O desenvolvimento desta 3a edio internacional do VIM levantou algumas questes fundamentais sobre diferentes filosofias e descries de medio atuais, como ser resumido abaixo. Estas diferenas algumas vezes acarretam dificuldades no desenvolvimento de definies que sejam compatveis com as diferentes descries. Nesta 3a edio, nenhuma preferncia dada a qualquer abordagem particular.

    A mudana no tratamento da incerteza de medio de uma Abordagem de Erro (algumas vezes chamada de Abordagem Tradicional ou Abordagem do Valor Verdadeiro) a uma Abordagem de Incerteza levou reconsiderao de alguns dos conceitos relacionados que apareciam na 2a edio do VIM. O objetivo da medio na Abordagem de Erro determinar uma estimativa do valor verdadeiro que esteja to prxima quanto possvel deste valor verdadeiro nico. O desvio do valor verdadeiro composto de erros aleatrios e sistemticos. Os dois tipos de erros, supostos como sendo sempre distinguveis, tm que ser tratados diferentemente. Nenhuma regra pode ser estabelecida quanto combinao dos mesmos para se chegar ao erro total caracterizando um determinado resultado de medio, tido geralmente como a estimativa. Geralmente, apenas um limite superior do valor absoluto do erro total estimado, sendo, algumas vezes e de maneira imprpria, denominado incerteza.

    A Recomendao CIPM INC-1 (1980) sobre a Expresso de Incertezas Experimentais sugere que as componentes da incerteza de medio sejam agrupadas em duas categorias, Tipo A e Tipo B, dependendo de como elas foram avaliadas, isto , por mtodos estatsticos ou por outros mtodos, e que sejam combinadas para se obter uma varincia de acordo com as regras da teoria matemtica da probabilidade, tratando as componentes de tipo B tambm em termos de varincias. O desvio-padro resultante uma expresso da incerteza de medio. Uma descrio da Abordagem de Incerteza foi detalhada no Guia para a Expresso da Incerteza de Medio (GUM), no qual se focalizou sobre o tratamento matemtico da incerteza de medio, utilizando um modelo explcito da medio sob a suposio de que a mensuranda pode ser caracterizada por um valor essencialmente

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    viii JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    nico. Alm disso, no GUM, bem como nos documentos da IEC, so dadas orientaes sobre a Abordagem de Incerteza no caso de uma nica leitura de um instrumento calibrado, situao normalmente encontrada na metrologia industrial.

    O objetivo da medio na Abordagem de Incerteza no determinar um valor verdadeiro to melhor quanto possvel. Preferencialmente, supe-se que a informao oriunda da medio permite apenas atribuir mensuranda um intervalo de valores razoveis, com base na suposio de que a medio tenha sido efetuada corretamente. Informaes adicionais relevantes podem reduzir a amplitude do intervalo de valores que podem ser razoavelmente atribudos mensuranda. Entretanto, mesmo a medio mais refinada no pode reduzir o intervalo a um nico valor, devido quantidade finita de detalhes na definio de uma mensuranda. A incerteza definicional, portanto, estabelece um limite mnimo a qualquer incerteza de medio. O intervalo pode ser representado por um de seus valores, denominado valor medido.

    No GUM, a incerteza definicional considerada desprezvel no que diz respeito s outras componentes da incerteza de medio. O objetivo da medio , portanto, estabelecer, com base nas informaes disponveis a partir da medio, uma probabilidade de que este valor essencialmente nico se encontre dentro de um intervalo de valores da grandeza medida.

    Os documentos da IEC focalizam-se sobre medies com leituras nicas, que permitem investigar se grandezas variam em funo do tempo pela determinao da compatibilidade de resultados de medio. A IEC trata tambm do caso de incertezas definicionais no desprezveis. A validade dos resultados de medio altamente dependente das propriedades metrolgicas do instrumento, determinadas pela sua calibrao. O intervalo de valores atribudos mensuranda o intervalo de valores de padres que teriam fornecido as mesmas indicaes.

    No GUM, o conceito de valor verdadeiro mantido para descrever o objetivo de uma medio, porm, o adjetivo verdadeiro considerado redundante. A IEC no utiliza o conceito para descrever este objetivo. Neste vocabulrio, o conceito e o termo so mantidos tendo-se em conta o seu uso frequente e a importncia do conceito.

    _____________

    Nota dos tradutores: O documento original Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM) foi publicado em 1993, corrigido e reimpresso em 1995. A primeira edio no Brasil foi publicada em 1997 e teve uma edio revista em agosto de 2003. Em Portugal no foi traduzido. O BIPM disponibiliza gratuitamente a ltima edio do GUM, em ingls e francs, nos endereos internet - http://bipm.org/en/publications/guides/gum.html - e - http://bipm.org/fr/publications/guides/gum.html - respetivamente.

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    ix JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Convenes

    Regras de terminologia

    As definies e os termos abordados nesta 3a edio, assim como seus formatos, atendem, tanto quanto possvel, s regras de terminologia indicadas nas normas ISO 704, ISO 1087-1 e ISO 10241. Em particular, aplica-se o princpio da substituio: possvel substituir, em qualquer definio, um termo que se refere a um conceito definido em outra parte do VIM pela definio correspondente quele termo, sem gerar contradio ou circularidade.

    Os conceitos so listados em cinco captulos e em ordem lgica em cada captulo.

    Em algumas definies, o uso de conceitos no definidos (tambm denominados primitivos") inevitvel. Neste Vocabulrio, tais conceitos no definidos incluem: sistema, componente, fenmeno, corpo, substncia, propriedade, referncia, experincia, exame, magnitude, material, dispositivo e sinal.

    Para facilitar a compreenso das diferentes relaes entre os vrios conceitos dados neste Vocabulrio, foram introduzidos diagramas conceptuais. Eles so apresentados no Anexo A.

    Nmero de referncia

    Os conceitos que aparecem na 2a e na 3a edio tm um nmero de referncia duplo. Na 3a edio, o nmero de referncia impresso em negrito e a referncia anterior da 2a edio dada entre parnteses e com fonte simples.

    Sinnimos

    Vrios termos para o mesmo conceito so permitidos. Se mais de um termo apresentado, o primeiro termo o preferido e utilizado ao longo do texto na medida do possvel.

    Negrito

    Os termos que designam um conceito a ser definido so impressos em negrito. No texto de um determinado item, os termos correspondentes a conceitos definidos em outra parte do VIM so tambm impressos em negrito na primeira vez que aparecem.

    Aspas

    Neste documento, as aspas duplas (") so utilizadas para citaes ou para pr em evidncia uma palavra ou um conjunto de palavras.

    Smbolo decimal

    O smbolo decimal adotado neste documento a vrgula.

    Termos em francs mesure e mesurage (respectivamente, medida e medio)

    A palavra francesa mesure tem diversos significados no dia-a-dia na lngua francesa. Por este motivo, no documento original, no utilizada sem que a ela seja associada uma qualificao. Pelo mesmo motivo foi introduzida a palavra francesa mesurage para descrever o ato de medio. Entretanto, a palavra francesa mesure aparece muitas vezes neste documento para formar termos, seguindo o uso corrente e sem apresentar ambiguidade. Exemplos: instrument de mesure, appareil de mesure, unit de mesure, mthode de mesure. Isto no significa que o uso da palavra francesa mesurage no lugar de mesure em tais termos no seja permissvel, caso apresente vantagens. _____________

    Nota dos tradutores: A palavra em portugus medida tem mltiplos significados. Assim, neste Vocabulrio (como nas edies anteriores), utilizada a palavra medio para significar o ato da medio e a palavra medida, em regra, est associada ao resultado da medio. Nesta verso, adotou-se a palavra medida para compor apenas quatro termos. So eles: unidade de medida, unidade de medida fora do sistema, rastreabilidade metrolgica a uma unidade de medida e medida materializada.

  • 1a edio luso-brasileira do VIM (JCGM 200:2012)

    x JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    Smbolo de igualdade por definio

    O smbolo := significa por definio igual a, como indicado nas sries ISO 80000 e IEC 80000.

    Intervalo

    O termo intervalo e o smbolo [a; b] so utilizados para designar o conjunto dos nmeros reais x tal que a x b, onde a e b > a so nmeros reais. O termo intervalo utilizado aqui como intervalo fechado. Os smbolos a e b indicam as extremidades do intervalo [a; b].

    EXEMPLO [-4; 2]

    As duas extremidades 2 e 4 do intervalo [4; 2] podem ser indicadas como 1 3. A ltima expresso no designa o intervalo [4; 2]. No entanto, 1 3 utilizado frequentemente para designar o intervalo [4; 2].

    Amplitude do intervalo Amplitude

    A amplitude do intervalo [a; b] a diferena b - a e representada por r[a; b].

    EXEMPLO r[4; 2] = 2 (4) = 6

    NOTA Em ingls, o termo span algumas vezes utilizado para este conceito.

  • 1a edio luso-brasileira em portugus do VIM (JCGM 200:2012)

    1

    JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    mbito

    Este Vocabulrio fornece um conjunto de definies e termos associados em portugus, e de termos associados em ingls, francs e espanhol, para um sistema de conceitos fundamentais e gerais utilizados em metrologia, alm de diagramas conceptuais para ilustrar as suas relaes. Para muitas definies, so fornecidas informaes adicionais sob a forma de exemplos e notas.

    Este Vocabulrio pretende ser uma referncia comum para cientistas e engenheiros incluindo fsicos, qumicos, cientistas mdicos assim como professores e tcnicos envolvidos no planear e realizar medies, independentemente do nvel de incerteza de medio e do campo de aplicao. Prope-se ser tambm uma referncia para organismos governamentais e intergovernamentais, associaes comerciais, organismos de acreditao, agncias reguladoras e associaes profissionais.

    Conceitos utilizados em diferentes abordagens para descrever as medies so apresentados conjuntamente. As organizaes-membro do JCGM podem selecionar os conceitos e definies de acordo com as suas terminologias respetivas. Contudo, este Vocabulrio pretende promover a harmonizao global da terminologia utilizada em metrologia.

  • 1a edio luso-brasileira em portugus do VIM (JCGM 200:2012)

    2

    JCGM 2012 - Reservados todos os direitos

    1 Grandezas e unidades

    1.1 (1.1) grandeza quantity grandeur magnitud

    Propriedade dum fenmeno dum corpo ou duma substncia, que pode ser expressa quantitativamente sob a forma dum nmero e duma referncia.

    NOTA 1 O conceito genrico de grandeza pode ser dividido em vrios nveis de conceitos especficos, conforme apresentado na tabela a seguir. O lado esquerdo da tabela mostra conceitos especficos do conceito de grandeza. Estes, por sua vez, so conceitos genricos para as grandezas individuais situadas na coluna direita.

    comprimento, l raio, r raio do crculo A, rA ou r(A) comprimento de onda, comprimento de onda da radiao D do sdio,

    D ou (D; Na) energia, E energia cintica, T energia cintica da partcula i num dado

    sistema, Ti calor, Q calor de vaporizao da amostra i de gua, Qi

    carga eltrica, Q carga eltrica do proto1, e resistncia eltrica, R resistncia eltrica da resistncia2 i num dado

    circuito, Ri concentrao em quantidade de matria3 dum constituinte B, cB

    concentrao em quantidade de matria de etanol na amostra i de vinho, ci(C2H5OH)

    concentrao em nmero da entidade B, CB concentrao em nmero de eritrcitos na amostra i de sangue, C(Eris; Bi)

    dureza Rockwell C, HRC dureza Rockwell C da amostra i de ao, HRCi

    NOTA 2 A referncia pode ser uma unidade de medida, um procedimento de medio, um material de referncia ou uma combinao destes.

    NOTA 3 As sries ISO 80000 e IEC 80000 Quantities and units fornecem os smbolos das grandezas. Os smbolos das grandezas so escritos em itlico. Um dado smbolo pode indicar diferentes grandezas.

    NOTA 4 O formato preferido pela IUPAC-IFCC para designar as grandezas na rea de medicina laboratorial Sistema-Componente; natureza duma grandeza.

    EXEMPLO Plasma (Sangue)Io4 sdio; concentrao em quantidade de matria igual a 143 mmol/L numa determinada pessoa, num determinado instante.

    NOTA 5 Uma grandeza, conforme aqui definida, um escalar. No entanto, um vetor ou um tensor, cujas componentes so grandezas, so tambm considerados grandezas.

    NOTA 6 O conceito grandeza pode ser genericamente dividido em, por exemplo, grandeza fsica, grandeza qumica e grandeza biolgica, ou grandeza de base e grandeza derivada.

    1 Nota dos tradutores: uso em Portugal proto, no Brasil prton.

    2 Nota dos tradutores: uso em Portugal resistncia, no Brasil resistor.

    3 Nota dos tradutores: uso em Portugal quantidade de matria, no Brasil quantidade de substncia.

    4 Nota dos tradutores: uso em Portugal io, no Brasil on.

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    1.2 (1.1, NOTA 2) natureza duma grandeza natureza kind of quantity ; kind nature de grandeur ; nature naturaleza de una magnitud ; naturaleza

    Aspeto comum a grandezas mutuamente comparveis.

    NOTA 1 A diviso de grandeza de acordo com natureza duma grandeza de certa maneira arbitrria.

    EXEMPLO 1 As grandezas dimetro, permetro de uma circunferncia e comprimento de onda so geralmente consideradas grandezas da mesma natureza, isto , da natureza da grandeza denominada comprimento.

    EXEMPLO 2 As grandezas calor, energia cintica e energia potencial so geralmente consideradas grandezas da mesma natureza, isto , da natureza da grandeza denominada energia.

    NOTA 2 Grandezas da mesma natureza, num dado sistema de grandezas, tm a mesma dimenso. Contudo, grandezas de mesma dimenso no so necessariamente da mesma natureza.

    EXEMPLO As grandezas momento duma fora e energia no so, por conveno, consideradas da mesma natureza, apesar de possurem a mesma dimenso. O mesmo ocorre para capacidade calorfica e entropia, assim como para nmero de entidades, permeabilidade relativa e frao mssica.

    NOTA 3 Nesta verso, os termos para as grandezas situados na metade esquerda da tabela em 1.1, NOTA 1, so utilizados frequentemente para designar as correspondentes naturezas das grandezas.

    1.3 (1.2) sistema de grandezas system of quantities systme de grandeurs sistema de magnitudes

    Conjunto de grandezas associado a um conjunto de relaes no contraditrias entre estas grandezas.

    NOTA Grandezas ordinais, tais como dureza Rockwell C, geralmente no so consideradas como pertencentes a um sistema de grandezas porque esto relacionadas a outras grandezas mediante relaes meramente empricas.

    1.4 (1.3) grandeza de base base quantity grandeur de base magnitud de base ; magnitud bsica

    Grandeza dum subconjunto escolhido, por conveno, de um dado sistema de grandezas, no qual nenhuma grandeza do subconjunto possa ser expressa em funo das outras.

    NOTA 1 O subconjunto mencionado na definio denominado conjunto de grandezas de base.

    EXEMPLO O conjunto de grandezas de base do Sistema Internacional de Grandezas (cuja sigla em ingls ISQ) dado em 1.6.

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    NOTA 2 As grandezas de base so consideradas como mutuamente independentes, visto que uma grandeza de base no pode ser expressa por um produto de potncias de outras grandezas de base.

    NOTA 3 Nmero de entidades pode ser considerado como uma grandeza de base em qualquer sistema de grandezas.

    1.5 (1.4) grandeza derivada derived quantity grandeur drive magnitud derivada

    Grandeza, num sistema de grandezas, definida em funo das grandezas de base desse sistema.

    EXEMPLO Num sistema de grandezas que tenha como grandezas de base o comprimento e a massa, a massa volmica5 uma grandeza derivada definida pelo quociente duma massa por um volume (comprimento ao cubo).

    1.6 Sistema Internacional de Grandezas ISQ International System of Quantities ; ISQ Systme international de grandeurs ; ISQ Sistema Internacional de Magnitudes ; ISQ

    Sistema de grandezas baseado nas sete grandezas de base: comprimento, massa, tempo, corrente eltrica, temperatura termodinmica, quantidade de matria e intensidade luminosa.

    NOTA 1 Este sistema de grandezas est publicado nas sries ISO 80000 e IEC 80000 Quantities and units.

    NOTA 2 O Sistema Internacional de Unidades (SI) (ver 1.16) baseado no ISQ.

    1.7 (1.5) dimenso duma grandeza dimenso ; dimensional duma grandeza quantity dimension ; dimension of a quantity ; dimension dimension ; dimension d'une grandeur dimensin de una magnitud ; dimensin

    Expresso da dependncia duma grandeza em relao s grandezas de base dum sistema de grandezas, na forma dum produto de potncias de fatores correspondentes s grandezas de base, omitindo-se qualquer fator numrico.

    EXEMPLO 1 No ISQ, a dimenso da grandeza fora representada por dim F = LMT-2.

    EXEMPLO 2 No mesmo sistema de grandezas, dim B = ML-3 a dimenso da grandeza concentrao em massa do constituinte B e ML-3 tambm a dimenso da grandeza massa volmica, .

    EXEMPLO 3 O perodo T dum pndulo de comprimento l num lugar com acelerao da gravidade local g

    glT pi2=

    ou lgCT )(=

    5 Nota dos tradutores: uso em Portugal massa volmica, no Brasil massa especfica.

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    onde

    g2gC =)(

    Logo dim

    NOTA 1 Uma potncia dum fator o fator elevado a um expoente. Cada fator a dimenso duma grandeza de base.

    NOTA 2 Por conveno, a representao simblica da dimenso duma grandeza de base uma letra maiscula nica em carcter romano direito, sem serifa. Por conveno, a representao simblica da dimenso duma grandeza derivada o produto de potncias das dimenses das grandezas de base conforme a definio da grandeza derivada. A dimenso duma grandeza Q representada por dim Q.

    NOTA 3 Para estabelecer a dimenso duma grandeza, no se leva em conta o seu carcter escalar, vetorial ou tensorial.

    NOTA 4 Num dado sistema de grandezas, - grandezas de mesma natureza tm a mesma dimenso, - grandezas de diferentes dimenses so sempre de naturezas diferentes e - grandezas que tm a mesma dimenso no so necessariamente da mesma

    natureza.

    NOTA 5 No ISQ, os smbolos correspondentes s dimenses das grandezas de base so:

    Grandeza de base Smbolo da dimenso comprimento L massa M tempo T corrente eltrica I temperatura termodinmica quantidade de matria N intensidade luminosa J

    Portanto, a dimenso duma grandeza Q representada por dim Q = L M T I N J onde os expoentes, denominados expoentes dimensionais, so positivos, negativos ou nulos.

    1.8 (1.6) grandeza adimensional grandeza de dimenso um ; grandeza sem dimenso quantity of dimension one ; dimensionless quantity grandeur sans dimension ; grandeur de dimension un magnitud de dimensin uno ; magnitud adimensional

    Grandeza para a qual todos os expoentes dos fatores correspondentes s grandezas de base, na sua dimenso, so nulos.

    NOTA 1 O termo grandeza sem dimenso comumente utilizado e mantido por razes histricas, tendo por origem o facto de que todos os expoentes so nulos na representao simblica da dimenso de tais grandezas. O termo grandeza de dimenso um reflete a conveno segundo a qual a representao simblica da dimenso de tais grandezas o smbolo 1 (ver ISO 80000-1:2009, 3.8)6.

    6 Nota dos tradutores: No VIM 2012 original, est referida a norma ISO 31-0:1992, entretanto

    substituda pela ISO 80000-1:2009.

    TL 21/=)(gC

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    NOTA 2 As unidades de medida e os valores de grandezas adimensionais so nmeros, mas tais grandezas contm mais informao do que um simples nmero.

    NOTA 3 Algumas grandezas adimensionais so definidas como razes entre duas grandezas da mesma natureza.

    EXEMPLOS ngulo plano, ngulo slido, ndice de refrao, permeabilidade relativa, frao mssica, coeficiente de atrito, nmero de Mach.

    NOTA 4 Nmeros de entidades so grandezas adimensionais.

    EXEMPLOS Nmero de espiras numa bobina, nmero de molculas numa dada amostra, degenerescncia de nveis de energia dum sistema quntico.

    1.9 (1.7) unidade de medida unidade measurement unit ; unit of measurement ; unit unit de mesure ; unit unidad de medida ; unidad

    Grandeza escalar real, definida e adotada por conveno, com a qual qualquer outra grandeza da mesma natureza pode ser comparada para expressar, na forma dum nmero, a razo entre as duas grandezas.

    NOTA 1 As unidades de medida so designadas por nomes e smbolos atribudos por conveno.

    NOTA 2 As unidades de medida das grandezas da mesma dimenso podem ser designadas pelos mesmos nome e smbolo, ainda que as grandezas no sejam da mesma natureza. Por exemplo, joule por kelvin e J/K so, respectivamente, o nome e o smbolo das unidades de medida de capacidade calorfica e de entropia, que geralmente no so consideradas como grandezas da mesma natureza. Contudo, em alguns casos, nomes especiais de unidades de medida so utilizados exclusivamente para grandezas duma natureza especfica. Por exemplo, a unidade de medida segundo elevado ao expoente menos um (1/s) chamada hertz (Hz) quando utilizada para frequncias, e becquerel (Bq) quando utilizada para atividades de radionucldeos.

    NOTA 3 As unidades de medida de grandezas adimensionais so nmeros. Em alguns casos, so dados nomes especiais a estas unidades de medida, por exemplo, radiano, esterradiano e decibel, ou so expressos por quocientes tais como milimole7 por mole, que igual a 10-3, e micrograma por kilograma8, que igual a 10-9.

    NOTA 4 Para uma dada grandeza, o termo abreviado unidade frequentemente combinado com o nome da grandeza como, por exemplo, unidade de massa.

    1.10 (1.13) unidade de base base unit unit de base unidad de base ; unidad bsica

    Unidade de medida que adotada por conveno para uma grandeza de base.

    NOTA 1 Em cada sistema coerente de unidades, h apenas uma unidade de base para cada grandeza de base.

    7 Nota dos tradutores: uso em Portugal a mole, no Brasil o mol.

    8 Nota dos tradutores: uso em Portugal kilograma, no Brasil kilograma ou quilograma.

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    EXEMPLO No SI, o metro a unidade de base de comprimento. No sistema CGS, o centimetro9 a unidade de base de comprimento.

    NOTA 2 Uma unidade de base pode tambm servir para uma grandeza derivada de mesma dimenso.

    EXEMPLO A precipitao pluvial, quando definida como volume por rea, tem o metro como uma unidade derivada coerente no SI.

    NOTA 3 Em relao ao nmero de entidades, o nmero um, de smbolo 1, pode ser considerado como uma unidade de base em qualquer sistema de unidades.

    1.11 (1.14) unidade derivada derived unit unit drive unidad derivada ; unidad de medida de una magnitud derivada

    Unidade de medida duma grandeza derivada.

    EXEMPLOS O metro por segundo, de smbolo m/s, e o centimetro por segundo, de smbolo cm/s, so unidades derivadas de velocidade no SI. O kilometro10 por hora, de smbolo km/h, uma unidade de medida de velocidade fora do SI, porm aceite para uso com o SI. O n, igual a uma milha nutica por hora, uma unidade de medida de velocidade fora do SI.

    1.12 (1.10) unidade derivada coerente coherent derived unit unit drive cohrente unidad derivada coherente

    Unidade derivada que, para um dado sistema de grandezas e para um conjunto escolhido de unidades de base, um produto de potncias de unidades de base, sem outro fator de proporcionalidade alm do nmero um.

    NOTA 1 Uma potncia duma unidade de base a unidade de base elevada a um expoente.

    NOTA 2 A coerncia s pode ser determinada com respeito a um sistema de grandezas particular e a um dado conjunto de unidades de base.

    EXEMPLOS Se o metro, o segundo e a mole so unidades de base, o metro por segundo a unidade derivada coerente da velocidade quando a velocidade definida pela equao das grandezas v = dr/dt, e a mole por metro cbico a unidade derivada coerente da concentrao em quantidade de matria quando a concentrao em quantidade de matria definida pela equao das grandezas c = n/V. O kilometro por hora e o n, dados como exemplos de unidades derivadas em 1.11, no so unidades derivadas coerentes neste sistema de grandezas.

    NOTA 3 Uma unidade derivada pode ser coerente com respeito a um sistema de grandezas, mas no a um outro.

    EXEMPLO O centimetro por segundo a unidade derivada coerente da velocidade num sistema de unidades CGS, mas no uma unidade derivada coerente no SI.

    9 Nota dos tradutores: uso em Portugal centimetro, no Brasil centimetro ou centmetro.

    10 Nota dos tradutores: uso em Portugal kilometro, no Brasil kilometro ou quilmetro.

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    NOTA 4 A unidade derivada coerente para toda a grandeza derivada adimensional num dado sistema de unidades o nmero um, smbolo 1. O nome e o smbolo da unidade de medida um so geralmente omitidos.

    1.13 (1.9) sistema de unidades system of units systme dunits sistema de unidades

    Conjunto de unidades de base e de unidades derivadas, juntamente com os seus mltiplos e submltiplos, definidos de acordo com regras dadas, para um dado sistema de grandezas.

    1.14 (1.11) sistema coerente de unidades coherent system of units systme cohrent dunits sistema coherente de unidades

    Sistema de unidades, baseado num dado sistema de grandezas, em que a unidade de medida para cada grandeza derivada uma unidade derivada coerente.

    EXEMPLO Conjunto de unidades SI coerentes e as relaes entre elas.

    NOTA 1 Um sistema de unidades s pode ser coerente com respeito a um sistema de grandezas e s unidades de base adotadas.

    NOTA 2 Para um sistema coerente de unidades, as equaes de valores numricos tm a mesma forma, incluindo os fatores numricos, que as equaes das grandezas correspondentes.

    1.15 (1.15) unidade de medida fora do sistema unidade fora do sistema off-system measurement unit ; off-system unit unit hors systme unidad fuera del sistema

    Unidade de medida que no pertence a um dado sistema de unidades.

    EXEMPLO 1 O eletro-volt11 (cerca de 1,602 18 10-19 J) uma unidade de medida de energia fora do sistema com respeito ao SI.

    EXEMPLO 2 O dia, a hora e o minuto so unidades de medida de tempo fora do sistema com respeito ao SI.

    1.16 (1.12) Sistema Internacional de Unidades SI International System of Units ; SI Systme international dunits ; SI Sistema internacional de Unidades ; Sistema SI ; SI

    Sistema de unidades, baseado no Sistema Internacional de Grandezas, com os nomes e os smbolos das unidades, incluindo uma srie de prefixos com seus nomes e smbolos, em conjunto com regras de utilizao, adotado pela Conferncia Geral de Pesos e Medidas (CGPM).

    NOTA 1 O SI baseado nas sete grandezas de base do ISQ. Os nomes e os smbolos das unidades de base esto contidos na tabela seguinte.

    11 Nota dos tradutores: uso em Portugal eletro, no Brasil eltron.

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    Grandeza de base Unidade de base Nome Nome Smbolo

    comprimento metro m massa kilograma kg tempo segundo s corrente eltrica ampere A temperatura termodinmica kelvin K quantidade de matria mole mol intensidade luminosa candela cd

    NOTA 2 As unidades de base e as unidades derivadas coerentes do SI formam um conjunto coerente, denominado conjunto de unidades SI coerentes.

    NOTA 3 Para uma descrio e uma explicao completas do Sistema Internacional de Unidades, ver a edio corrente do documento do SI publicado pelo Bureau International des Poids et Mesures (BIPM), disponvel no stio do BIPM na Internet www.bipm.org .

    NOTA 4 Na lgebra das grandezas, a grandeza nmero de entidades frequentemente considerada uma grandeza de base com a unidade de base igual a um, de smbolo 1.

    NOTA 5 Os prefixos SI para os mltiplos e submltiplos das unidades so:

    Fator Prefixo

    Nome Smbolo 1024 yotta Y 1021 zetta Z 1018 exa E 1015 peta P 1012 tera T 109 giga G 106 mega M 103 kilo12 k 102 hecto h 101 deca da 10-1 deci d 10-2 centi c 10-3 mili m 10-6 micro 10-9 nano n 10-12 pico p 10-15 femto f 10-18 atto a 10-21 zepto z 10-24 yocto y

    12 Nota dos tradutores: uso em Portugal kilo, no Brasil kilo ou quilo.

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    1.17 (1.16) mltiplo duma unidade multiple of a unit multiple dune unit mltiplo de una unidad

    Unidade de medida obtida pela multiplicao duma dada unidade de medida por um inteiro maior que um.

    EXEMPLO 1 O kilometro um mltiplo decimal do metro.

    EXEMPLO 2 A hora um mltiplo no-decimal do segundo.

    NOTA 1 Os prefixos do SI para mltiplos decimais das unidades de base e das unidades derivadas do SI so dados na Nota 5 de 1.16.

    NOTA 2 Os prefixos do SI referem-se estritamente a potncias de 10 e no devem ser utilizados para potncias de 2. Por exemplo, 1 kilobit no deve ser utilizado para representar 1024 bits (210 bits), que 1 kibibit.

    Os prefixos para mltiplos binrios so:

    Fonte: IEC 80000-13.

    1.18 (1.17) submltiplo duma unidade submultiple of a unit sous-multiple dune unit submltiplo de una unidad

    Unidade de medida obtida pela diviso duma dada unidade de medida por um inteiro maior que um.

    EXEMPLO 1 O milimetro13 um submltiplo decimal do metro.

    EXEMPLO 2 Para um ngulo plano, o segundo um submltiplo no-decimal do minuto.

    NOTA Os prefixos do SI para submltiplos decimais das unidades de base e das unidades derivadas do SI so dados na Nota 5 de 1.16.

    13 Nota dos tradutores: uso em Portugal milimetro, no Brasil milimetro ou milmetro.

    Fator Prefixo Nome Smbolo

    (210)8 yobi Yi (210)7 zebi Zi (210)6 exbi Ei (210)5 pebi Pi (210)4 tebi Ti (210)3 gibi Gi (210)2 mebi Mi (210)1 kibi Ki

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    1.19 (1.18) valor duma grandeza valor quantity value ; value of a quantity ; value valeur dune grandeur ; valeur valor de una magnitud ; valor

    Conjunto, formado por um nmero e por uma referncia, que constitui a expresso quantitativa duma grandeza.

    EXEMPLO 1 O comprimento duma determinada haste: 5,34 m ou 534 cm

    EXEMPLO 2 A massa dum determinado corpo: 0,152 kg ou 152 g

    EXEMPLO 3 A curvatura dum determinado arco: 112 m-1

    EXEMPLO 4 A temperatura Celsius duma determinada amostra: -5 C

    EXEMPLO 5 A impedncia eltrica dum determinado elemento de circuito a uma dada frequncia, onde j a unidade imaginria: (7+3j)

    EXEMPLO 6 O ndice de refrao duma determinada amostra de vidro: 1,32

    EXEMPLO 7 A dureza Rockwell C duma determinada amostra: 43,5 HRC

    EXEMPLO 8 A frao mssica de cdmio numa determinada amostra de cobre: 3 g/kg ou 3 10-9

    EXEMPLO 9 A molalidade de Pb2+ numa determinada amostra de gua: 1,76 mol/kg

    EXEMPLO 10 A concentrao arbitrria em quantidade de matria de lutropina numa determinada amostra de plasma sanguneo humano (utilizando a norma internacional 80/552 da OMS): 5,0 UI/L, onde UI significa Unidade Internacional da OMS

    NOTA 1 De acordo com o tipo de referncia, o valor duma grandeza :

    - um produto dum nmero por uma unidade de medida (ver os EXEMPLOS 1, 2, 3, 4, 5, 8 e 9); a unidade um geralmente omitida para as grandezas adimensionais (ver EXEMPLOS 6 e 8);

    - ou um nmero e uma referncia a um procedimento de medio (ver EXEMPLO 7);

    - ou um nmero e um material de referncia (ver EXEMPLO 10).

    NOTA 2 O nmero pode ser complexo (ver EXEMPLO 5).

    NOTA 3 O valor duma grandeza pode ser representado por mais duma forma (ver EXEMPLOS 1, 2 e 8).

    NOTA 4 No caso de grandezas vetoriais ou tensoriais, cada componente tem um valor.

    EXEMPLO Fora atuante sobre uma determinada partcula, por exemplo, em coordenadas cartesianas (Fx; Fy; Fz) = (-31,5; 43,2; 17,0) N.

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    1.20 (1.21) valor numrico duma grandeza valor numrico numerical quantity value ; numerical value of a quantity ; numerical value valeur numrique ; valeur numrique d'une grandeur valor numrico de una magnitud ; valor numerico

    Nmero, na expresso do valor duma grandeza, diferente de qualquer nmero que sirva como referncia.

    NOTA 1 Para grandezas adimensionais, a referncia uma unidade de medida que um nmero, e este nmero no considerado como fazendo parte do valor numrico.

    EXEMPLO Para uma frao molar igual a 3 mmol/mol, o valor numrico 3 e a unidade mmol/mol. A unidade mmol/mol numericamente igual a 0,001, mas este nmero 0,001 no faz parte do valor numrico, que permanece como 3.

    NOTA 2 Para grandezas que tm uma unidade de medida (isto , aquelas diferentes das grandezas ordinais), o valor numrico {Q} duma grandeza Q frequentemente representado como {Q} = Q/[Q], onde [Q] representa a unidade de medida.

    EXEMPLO Para um valor duma grandeza de 5,7 kg, o valor numrico {m} = (5,7 kg)/kg = 5,7. O mesmo valor pode ser expresso como 5700 g, onde o valor numrico {m} = (5700 g)/g = 5700.

    1.21 lgebra das grandezas quantity calculus algbre des grandeurs lgebra de magnitudes

    Conjunto de regras e operaes matemticas aplicadas a outras grandezas que no sejam as grandezas ordinais.

    NOTA Na lgebra das grandezas, as equaes das grandezas so preferidas em relao s equaes de valores numricos porque as equaes das grandezas so independentes da escolha das unidades de medida, enquanto as equaes de valores numricos no o so (ver ISO 80000-1:2009, 3.21).

    1.22 equao das grandezas quantity equation quation aux grandeurs ecuacin entre magnitudes

    Relao matemtica entre grandezas num dado sistema de grandezas, independentemente das unidades de medida.

    EXEMPLO 1 Q1 = Q2 Q3 onde Q1, Q2 e Q3 representam diferentes grandezas e um fator numrico.

    EXEMPLO 2 T = (1/2) mv2 onde T a energia cintica e v a velocidade duma partcula especfica de massa m.

    EXEMPLO 3 n = It/F onde n a quantidade de matria dum composto univalente, I a corrente eltrica, t a durao da eletrlise e F a constante de Faraday.

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    1.23 equao das unidades unit equation quation aux units ecuacin entre unidades

    Relao matemtica entre unidades de base, unidades derivadas coerentes ou outras unidades de medida.

    EXEMPLO 1 Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, [Q1] = [Q2] [Q3] onde [Q1], [Q2] e [Q3] representam as unidades de medida de Q1, Q2 e Q3, respetivamente, na condio de que estas unidades de medida estejam num sistema coerente de unidades.

    EXEMPLO 2 J := kg m2/s2, onde J, kg, m e s so, respetivamente, os smbolos do joule, do kilograma, do metro e do segundo. (O smbolo := significa por definio igual a, como indicado nas sries ISO 80000 e IEC 80000.)

    EXEMPLO 3 1 km/h = (1/3,6) m/s.

    1.24 fator de converso entre unidades conversion factor between units facteur de conversion entre units factor de conversin entre unidades

    Razo entre duas unidades de medida correspondentes a grandezas da mesma natureza.

    EXEMPLO km/m = 1000 e, por consequncia, 1 km = 1000 m.

    NOTA As unidades de medida podem pertencer a diferentes sistemas de unidades.

    EXEMPLO 1 h/s = 3600 e, por consequncia, 1 h = 3600 s.

    EXEMPLO 2 (km/h)/(m/s) = (1/3,6) e, por consequncia, 1 km/h = (1/3,6) m/s.

    1.25 equao dos valores numricos numerical value equation ; numerical quantity value equation quation aux valeurs numriques ecuacin entre valores numricos

    Relao matemtica entre valores numricos, baseada numa dada equao das grandezas e unidades de medida especificadas.

    EXEMPLO 1 Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, {Q1} = {Q2} {Q3} onde {Q1}, {Q2} e {Q3} representam os valores numricos de Q1, Q2 e Q3, respetivamente, na condio de que sejam expressos em unidades de base ou em unidades derivadas coerentes ou em ambas.

    EXEMPLO 2 Para a equao da energia cintica duma partcula, T = (1/2) mv2, se m = 2 kg e v = 3 m/s, ento {T} = (1/2) 2 32 uma equao de valores numricos, a qual fornece o valor numrico 9 para T, em joules.

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    1.26 grandeza ordinal ordinal quantity grandeur ordinale ; grandeur reprable magnitud ordinal

    Grandeza, definida por um procedimento de medio adotado por conveno, que pode ser ordenada com outras grandezas de mesma natureza, de acordo com a ordem crescente ou descrescente das suas expresses quantitativas, mas para a qual no h qualquer relao algbrica entre estas grandezas.

    EXEMPLO 1 A dureza Rockwell C.

    EXEMPLO 2 O ndice de octano para combustveis.

    EXEMPLO 3 A magnitude dum tremor de terra na escala Richter.

    EXEMPLO 4 O nvel subjetivo de dor abdominal numa escala de zero a cinco.

    NOTA 1 As grandezas ordinais somente podem aparecer em relaes empricas e no tm unidades de medida nem dimenses. Diferenas e razes entre grandezas ordinais no possuem significado fsico.

    NOTA 2 As grandezas ordinais so organizadas de acordo com as escalas ordinais (ver 1.28).

    1.27 escala de valores quantity-value scale ; measurement scale chelle de valeurs ; chelle de mesure escala de valores ; escala de medida

    Conjunto ordenado de valores de grandezas duma determinada natureza, utilizado para classificar grandezas desta natureza de acordo com as suas expresses quantitativas.

    EXEMPLO 1 A escala de temperatura Celsius.

    EXEMPLO 2 A escala de tempo.

    EXEMPLO 3 A escala de dureza Rockwell C.

    1.28 (1.22) escala ordinal ordinal quantity-value scale ; ordinal value scale chelle ordinale ; chelle de reprage escala ordinal de una magnitud ; escala ordinal

    Escala de valores para grandezas ordinais.

    EXEMPLO 1 A escala de dureza Rockwell C.

    EXEMPLO 2 A escala dos ndices de octano para combustveis.

    NOTA Uma escala ordinal pode ser estabelecida por medies, conforme um procedimento de medio.

    1.29 escala de referncia convencional conventional reference scale chelle de rfrence conventionnelle escala de referencia convencional

    Escala de valores definida por um acordo formal.

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    1.30 propriedade qualitativa nominal property proprit qualitative ; attribut propiedad cualitativa ; cualidad

    Propriedade dum fenmeno, corpo ou substncia, a qual no pode ser expressa quantitativamente.

    EXEMPLO 1 O sexo dum ser humano.

    EXEMPLO 2 A cor duma amostra de tinta.

    EXEMPLO 3 A cor de spot test em qumica.

    EXEMPLO 4 O cdigo ISO de pas com duas letras.

    EXEMPLO 5 A sequncia de aminocidos num polipeptdeo.

    NOTA 1 Uma propriedade qualitativa tem um valor que pode ser expresso em palavras, por meio de cdigos alfanumricos ou por outros meios.

    NOTA 2 O valor duma propriedade qualitativa no deve ser confundido com o valor nominal duma grandeza.

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    2 Medio

    2.1 (2.1) medio measurement mesurage ; mesure medicin ; medida

    Processo de obteno experimental dum ou mais valores que podem ser, razoavelmente, atribudos a uma grandeza.

    NOTA 1 A medio no se aplica a propriedades qualitativas.

    NOTA 2 A medio implica a comparao de grandezas ou a contagem de entidades.

    NOTA 3 A medio pressupe uma descrio da grandeza que seja compatvel com o uso pretendido dum resultado de medio, segundo um procedimento de medio e com um sistema de medio calibrado que opera de acordo com o procedimento de medio especificado, incluindo as condies de medio.

    2.2 (2.2) metrologia metrology mtrologie metrologa

    Cincia da medio e suas aplicaes.

    NOTA A metrologia engloba todos os aspetos tericos e prticos da medio, qualquer que seja a incerteza de medio e o campo de aplicao.

    2.3 (2.6) mensuranda ; mensurando14 measurand mesurande mensurando

    Grandeza que se pretende medir.

    NOTA 1 A especificao duma mensuranda requer o conhecimento da natureza da grandeza e a descrio do estado do fenmeno, do corpo ou da substncia da qual a grandeza uma propriedade, incluindo qualquer constituinte relevante e as entidades qumicas envolvidas.

    NOTA 2 Na 2a edio do VIM e na IEC 60050-300:2001, a mensuranda definida como a grandeza particular submetida medio. Na 2a edio do Brasil, a grandeza era adjetivada de especfica, em vez de particular.

    NOTA 3 A medio, incluindo o sistema de medio e as condies sob as quais ela realizada, pode modificar o fenmeno, o corpo ou a substncia, de modo que a grandeza que est sendo medida pode diferir da mensuranda como ela foi definida. Neste caso, necessria uma correo adequada.

    EXEMPLO 1 A diferena de potencial entre os terminais duma bateria pode diminuir quando na realizao da medio utilizado um voltmetro com uma condutncia interna significativa. A diferena de potencial em circuito aberto pode ser calculada a partir das resistncias internas da bateria e do voltmetro.

    14 Nota dos tradutores: uso em Portugal a mensuranda, no Brasil o mensurando.

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    EXEMPLO 2 O comprimento duma haste de ao em equilbrio com a temperatura ambiente de 23 C ser diferente do comprimento temperatura especificada de 20 C, que a mensuranda. Neste caso, necessria uma correo.

    NOTA 4 Em qumica, analito, ou o nome duma substncia ou dum composto, so termos utilizados algumas vezes para mensuranda. Tal uso errneo porque esses termos no se referem a grandezas.

    2.4 (2.3) princpio de medio measurement principle ; principle of measurement principe de mesure principio de medida

    Fenmeno que serve como base para uma medio.

    EXEMPLO 1 Efeito termoeltrico aplicado medio de temperatura.

    EXEMPLO 2 Absoro de energia aplicada medio da concentrao em quantidade de matria.

    EXEMPLO 3 Reduo da concentrao de glucose no sangue dum coelho em jejum aplicada medio da concentrao de insulina numa preparao.

    NOTA O fenmeno pode ser de natureza fsica, qumica ou biolgica.

    2.5 (2.4) mtodo de medio measurement method ; method of measurement mthode de mesure mtodo de medida

    Descrio genrica duma organizao lgica de operaes utilizadas na realizao duma medio.

    NOTA Os mtodos de medio podem ser qualificados de vrios modos, como: - mtodo de medio por substituio, - mtodo de medio diferencial, e - mtodo de medio de zero; ou - mtodo de medio direto, e - mtodo de medio indireto.

    Ver IEC 60050-300:2001.

    2.6 (2.5) procedimento de medio measurement procedure procdure de mesure ; procdure opratoire procedimiento de medida

    Descrio detalhada duma medio de acordo com um ou mais princpios de medio e com um dado mtodo de medio, baseada num modelo de medio e incluindo todo clculo destinado obteno dum resultado de medio.

    NOTA 1 Um procedimento de medio geralmente documentado com detalhes suficientes para permitir que um operador realize uma medio.

    NOTA 2 Um procedimento de medio pode incluir uma declarao referente incerteza-alvo.

    NOTA 3 Um procedimento de medio algumas vezes chamado em ingls standard operating procedure, abreviado como SOP. A 2 edio do VIM em francs usava a expresso

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    mode opratoire de mesure. O termo usado no Brasil procedimento operacional padro, abreviado como POP. Em Portugal, utiliza-se o termo Procedimento Tcnico.

    2.7 procedimento de medio de referncia reference measurement procedure procdure de mesure de rfrence ; procdure opratoire de rfrence procedimiento de medida de referencia

    Procedimento de medio considerado capaz de fornecer resultados de medio adequados para a avaliao da justeza de medio de valores medidos obtidos a partir de outros procedimentos de medio para grandezas de mesma natureza, em calibrao ou em caracterizao de materiais de referncia.

    2.8 procedimento de medio primrio procedimento de referncia primrio ; procedimento de medio de referncia primrio primary reference measurement procedure ; primary reference procedure procdure de mesure primaire ; procdure opratoire primaire procedimiento de medida primario ; procedimiento primario

    Procedimento de medio de referncia utilizado para obter um resultado de medio sem relao com um padro duma grandeza de mesma natureza.

    EXEMPLO O volume de gua duma pipeta de 5 mL a 20 C medido atravs da pesagem da gua vertida da pipeta num recipiente, levando-se em conta a massa total do recipiente e da gua, menos a massa do recipiente vazio e corrigindo-se a diferena de massa da gua, para a temperatura do ensaio, por intermdio da massa volmica.

    NOTA 1 O Comit Consultivo de Quantidade de Matria - Metrologia em Qumica (CCQM) utiliza para este conceito o termo "mtodo de medio primrio".

    NOTA 2 O CCQM (5 Reunio de 1999) definiu dois conceitos subordinados, que podem ser denominados "procedimento de medio primrio direto" e "procedimento de medio primrio de ratio.

    2.9 (3.1) resultado de medio measurement result ; result of measurement rsultat de mesure ; rsultat dun mesurage resultado de medida ; resultado de una medicin

    Conjunto de valores atribudos a uma mensuranda, juntamente com toda outra informao pertinente disponvel.

    NOTA 1 Um resultado de medio geralmente contm informao pertinente sobre o conjunto de valores, alguns dos quais podem ser mais representativos da mensuranda do que outros. Isto pode ser expresso na forma duma funo densidade de probabilidade (FDP).

    NOTA 2 Um resultado de medio geralmente expresso por um nico valor medido e uma incerteza de medio. Caso a incerteza de medio seja considerada desprezvel para alguma finalidade, o resultado de medio pode ser expresso como um nico valor medido. Em muitos domnios, esta a maneira mais comum de expressar um resultado de medio.

    NOTA 3 Na literatura tradicional e na edio anterior do VIM, o resultado de medio era definido como um valor atribudo a uma mensuranda obtida por medio, que podia se referir a uma indicao, ou um resultado no corrigido, ou um resultado corrigido, de acordo com o contexto.

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    2.10 valor medido duma grandeza valor medido measured quantity value ; value of a measured quantity ; measured value valeur mesure valor medido de una magnitud ; valor medido

    Valor duma grandeza que representa um resultado de medio.

    NOTA 1 Para uma medio envolvendo indicaes repetidas, cada indicao pode ser utilizada para fornecer um valor medido correspondente. Este conjunto de valores medidos individuais pode ser utilizado para calcular um valor medido resultante, como uma mdia ou uma mediana, geralmente com uma menor incerteza de medio associada.

    NOTA 2 Quando a amplitude de valores verdadeiros tidos como representativos da mensuranda pequena em relao incerteza de medio, um valor medido pode ser considerado uma estimativa dum valor verdadeiro essencialmente nico, sendo frequentemente uma mdia ou uma mediana de valores medidos individuais, obtidos por meio de medies repetidas.

    NOTA 3 Nos casos em que a amplitude dos valores verdadeiros, tidos como representativos da mensuranda, no pequena em relao incerteza de medio, um valor medido duma grandeza frequentemente uma estimativa duma mdia ou duma mediana do conjunto de valores verdadeiros.

    NOTA 4 No GUM, os termos resultado de medio e estimativa do valor da mensuranda ou apenas estimativa da mensuranda so utilizados para valor medido duma grandeza.

    2.11 (1.19) valor verdadeiro duma grandeza valor verdadeiro true quantity value ; true value of a quantity ; true value valeur vraie ; valeur vraie dune grandeur valor verdadero de una magnitud ; valor verdadero

    Valor duma grandeza compatvel com a definio da grandeza.

    NOTA 1 Na Abordagem de Erro para descrever as medies, o valor verdadeiro duma grandeza considerado nico e, na prtica, impossvel de ser conhecido. A Abordagem de Incerteza consiste no reconhecimento de que, devido quantidade intrinsecamente incompleta de detalhes na definio duma grandeza, no existe um valor verdadeiro nico, mas sim um conjunto de valores verdadeiros consistentes com a definio. Entretanto, este conjunto de valores , em princpio e na prtica, impossvel de ser conhecido. Outras abordagens evitam completamente o conceito de valor verdadeiro duma grandeza e avaliam a validade dos resultados de medio com auxlio do conceito de compatibilidade metrolgica.

    NOTA 2 No caso particular duma constante fundamental, considera-se que a grandeza tenha um valor verdadeiro nico.

    NOTA 3 Quando a incerteza definicional, associada mensuranda, considerada desprezvel em comparao com as outras componentes da incerteza de medio, pode-se considerar que a mensuranda possui um valor verdadeiro essencialmente nico. Esta a abordagem adotada pelo GUM e documentos associados, onde a palavra verdadeiro considerada redundante.

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    2.12 valor convencional duma grandeza valor convencional conventional quantity value ; conventional value of a quantity ; conventional value valeur conventionnelle ; valeur conventionnelle dune grandeur valor convencional de una magnitud ; valor convencional

    Valor atribudo a uma grandeza por um acordo, para um dado propsito.

    EXEMPLO 1 Valor convencional da acelerao da gravidade, gn = 9,806 65 ms-2.

    EXEMPLO 2 Valor convencional da constante de Josephson, KJ-90 = 483 597,9 GHzV-1.

    EXEMPLO 3 Valor convencional dum dado padro de massa, m = 100,003 47 g.

    NOTA 1 O termo valor verdadeiro convencional algumas vezes utilizado para este conceito, porm seu uso desaconselhado.

    NOTA 2 Um valor convencional duma grandeza algumas vezes uma estimativa dum valor verdadeiro.

    NOTA 3 Geralmente considera-se que um valor convencional duma grandeza est associado a uma incerteza de medio convenientemente pequena, que pode ser nula.

    2.13 (3.5) exatido de medio exatido measurement accuracy ; accuracy of measurement ; accuracy exactitude de mesure ; exactitude exactitud de medida ; exactitud

    Grau de concordncia entre um valor medido e um valor verdadeiro duma mensuranda.

    NOTA 1 A exatido de medio no uma grandeza e no lhe atribudo um valor numrico. Uma medio dita mais exata quando fornece um erro de medio menor.

    NOTA 2 O termo exatido de medio no deve ser utilizado no lugar de justeza de medio, assim como o termo fidelidade ou preciso de medio no deve ser utilizado para expressar exatido de medio, o qual, contudo, est relacionado a ambos os conceitos.

    NOTA 3 A exatido de medio algumas vezes entendida como o grau de concordncia entre valores medidos que so atribudos mensuranda.

    2.14 justeza de medio ; veracidade de medio15 justeza ; veracidade measurement trueness ; trueness of measurement ; trueness justesse de mesure ; justesse veracidad de medida ; veracidad

    Grau de concordncia entre a mdia dum nmero infinito de valores medidos repetidos e um valor de referncia.

    NOTA 1 A justeza de medio no uma grandeza e, portanto, no pode ser expressa numericamente. Porm, a norma ISO 5725 apresenta medidas para o grau de concordncia.

    NOTA 2 A justeza de medio est inversamente relacionada ao erro sistemtico, porm no est relacionada ao erro aleatrio.

    15 Nota dos tradutores: uso em Portugal justeza de medio, no Brasil veracidade de

    medio.

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    NOTA 3 No se deve utilizar o termo exatido de medio no lugar de justeza de medio.

    2.15 fidelidade ou preciso de medio ; preciso de medio16 fidelidade ou preciso; preciso measurement precision ; precision fidlit de mesure ; fidlit precisin de medida ; precisin

    Grau de concordncia entre indicaes ou valores medidos, obtidos por medies repetidas, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condies especificadas.

    NOTA 1 A fidelidade ou preciso de medio geralmente expressa numericamente por caractersticas como a disperso, o desvio-padro, a varincia ou o coeficiente de variao, sob condies de medio especificadas.

    NOTA 2 As condies especificadas podem ser, por exemplo, condies de repetibilidade, condies de fidelidade ou preciso intermediria ou condies de reprodutibilidade (ver ISO 57251:1994).

    NOTA 3 A fidelidade ou preciso de medio utilizada para definir a repetibilidade de medio, a fidelidade ou preciso intermediria de medio e a reprodutibilidade de medio.

    NOTA 4 O termo fidelidade ou preciso de medio algumas vezes utilizado, erroneamente, para designar a exatido de medio.

    2.16 (3.10) erro de medio erro measurement error ; error of measurement ; error erreur de mesure ; erreur error de medida ; error

    Diferena entre o valor medido duma grandeza e um valor de referncia.

    NOTA 1 O conceito de erro de medio pode ser utilizado:

    a) quando existe um nico valor de referncia, o que ocorre se uma calibrao for realizada por meio dum padro com um valor medido cuja incerteza de medio desprezvel, ou se um valor convencional for fornecido; nestes casos, o erro de medio conhecido;

    b) caso se suponha que a mensuranda representada por um nico valor verdadeiro ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezvel; neste caso, o erro de medio desconhecido.

    NOTA 2 No se deve confundir erro de medio com erro de produo ou erro humano.

    2.17 (3.14) erro sistemtico systematic measurement error ; systematic error of measurement ; systematic error erreur systmatique error sistemtico de medida ; error sistemtico

    Componente do erro de medio que, em medies repetidas, permanece constante ou varia de maneira previsvel.

    16 Nota dos tradutores: uso em Portugal fidelidade ou preciso de medio, no Brasil preciso

    de medio.

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    NOTA 1 Um valor de referncia para um erro sistemtico um valor verdadeiro, ou um valor medido dum padro com incerteza de medio desprezvel, ou um valor convencional.

    NOTA 2 O erro sistemtico e suas causas podem ser conhecidos ou desconhecidos. Pode-se aplicar uma correo para compensar um erro sistemtico conhecido.

    NOTA 3 O erro sistemtico igual diferena entre o erro de medio e o erro aleatrio.

    2.18 erro de justeza ; tendncia de medio17 measurement bias ; bias biais de mesure ; biais ; erreur de justesse sesgo de medida ; sesgo

    Estimativa dum erro sistemtico.

    2.19 (3.13) erro aleatrio random measurement error ; random error of measurement ; random error erreur alatoire error aleatorio de medida ; error aleatorio

    Componente do erro de medio que, em medies repetidas, varia de maneira imprevisvel.

    NOTA 1 O valor de referncia para um erro aleatrio a mdia que resultaria dum nmero infinito de medies repetidas da mesma mensuranda.

    NOTA 2 Os erros aleatrios dum conjunto de medies repetidas formam uma distribuio que pode ser resumida pela sua esperana matemtica, a qual geralmente assumida como sendo zero, e pela sua varincia.

    NOTA 3 O erro aleatrio igual diferena entre o erro de medio e o erro sistemtico.

    2.20 (3.6, NOTAS 1 e 2) condio de repetibilidade de medio condio de repetibilidade repeatability condition of measurement ; repeatability condition condition de rptabilit condicin de repetibilidad de una medicin ; condicin de repetibilidad

    Condio de medio num conjunto de condies, as quais incluem o mesmo procedimento de medio, os mesmos operadores, o mesmo sistema de medio, as mesmas condies de operao e o mesmo local, assim como medies repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares durante um curto perodo de tempo.

    NOTA 1 Uma condio de medio uma condio de repetibilidade apenas com respeito a um conjunto especificado de condies de repetibilidade.

    NOTA 2 Em qumica, o termo condio de fidelidade ou preciso intra-srie por vezes utilizado para designar este conceito.

    2.21 (3.6) repetibilidade de medio repetibilidade measurement repeatability ; repeatability rptabilit de mesure ; rptabilit repetibilidad de medida ; repetibilidad

    Fidelidade ou preciso de medio sob um conjunto de condies de repetibilidade.

    17 Nota dos tradutores: uso em Portugal erro de justeza, no Brasil tendncia de medio.

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    2.22 condio de fidelidade ou preciso intermediria ; condio de preciso intermediria18 intermediate precision condition of measurement ; intermediate precision condition condition de fidlit intermdiaire condicin de precisin intermedia de una medicin ; condicin de precisin intermedia

    Condio de medio num conjunto de condies, as quais compreendem o mesmo procedimento de medio, o mesmo local e medies repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares, ao longo dum perodo extenso de tempo, mas pode incluir outras condies que envolvam mudanas.

    NOTA 1 As condies que podem variar compreendem novas calibraes, padres, operadores e sistemas de medio.

    NOTA 2 conveniente que uma especificao referente s condies contenha, na medida do possvel, as condies que mudaram e aquelas que no.

    NOTA 3 Em qumica, o termo condio de fidelidade ou preciso inter-srie algumas vezes utilizado para designar este conceito.

    2.23 fidelidade ou preciso intermediria de medio ; preciso intermediria de medio19 fidelidade intermediria ; preciso ou fidelidade intermediria intermediate measurement precision ; intermediate precision fidlit intermdiaire de mesure ; fidlit intermdiaire precisin intermedia de medida ; precisin intermedia

    Fidelidade ou preciso de medio sob um conjunto de condies de fidelidade ou preciso intermediria.

    NOTA Os termos estatsticos pertinentes so apresentados na ISO 5725-3:1994.

    2.24 (3.7, NOTA 2) condio de reprodutibilidade de medio condio de reprodutibilidade reproducibility condition of measurement ; reproducibility condition condition de reproductibilit condicin de reproducibilidad de una medicin ; condicin de reproducibilidad

    Condio de medio num conjunto de condies, as quais incluem diferentes locais, diferentes operadores, diferentes sistemas de medio e medies repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares.

    NOTA 1 Os diferentes sistemas de medio podem utilizar procedimentos de medio diferentes.

    NOTA 2 Na medida do possvel, conveniente que sejam especificadas as condies que mudaram e aquelas que no.

    2.25 (3.7) reprodutibilidade de medio reprodutibilidade measurement reproducibility ; reproducibility reproductibilit de mesure ; reproductibilit reproducibilidad de medida ; reproducibilidad

    Fidelidade ou preciso de medio conforme um conjunto de condies de reprodutibilidade.

    18 Nota dos tradutores: uso em Portugal condio de fidelidade ou preciso intermediria, no

    Brasil condio de preciso intermediria. 19

    Nota dos tradutores: uso em Portugal fidelidade ou preciso intermediria de medio, no Brasil preciso intermediria de medio.

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    NOTA Os termos estatsticos pertinentes so apresentados na ISO 5725-1:1994 e na ISO 5725-2:1994.

    2.26 (3.9) incerteza de medio incerteza measurement uncertainty ; uncertainty measurement ; uncertainty incertitude de mesure ; incertitude incertidumbre de medida ; incertidumbre

    Parmetro no negativo que caracteriza a disperso dos valores atribudos a uma mensuranda, com base nas informaes utilizadas.

    NOTA 1 A incerteza de medio inclui componentes provenientes de efeitos sistemticos, tais como componentes associadas a correes e a valores atribudos a padres, assim como a incerteza definicional. Algumas vezes, no so corrigidos efeitos sistemticos estimados mas, em vez disso, so incorporadas componentes de incerteza de medio associadas.

    NOTA 2 O parmetro pode ser, por exemplo, um desvio-padro denominado incerteza-padro (ou um de seus mltiplos) ou a metade da amplitude dum intervalo tendo uma probabilidade expandida determinada.

    NOTA 3 A incerteza de medio geralmente engloba muitas componentes. Algumas delas podem ser estimadas por uma avaliao de Tipo A da incerteza de medio, a partir da distribuio estatstica dos valores provenientes de sries de medies e podem ser caracterizadas por desvios-padro. As outras componentes, as quais podem ser estimadas por uma avaliao de Tipo B da incerteza de medio, podem tambm ser caracterizadas por desvios-padro estimados a partir de funes de densidade de probabilidade baseadas na experincia ou em outras informaes.

    NOTA 4 Geralmente para um dado conjunto de informaes, subentende-se que a incerteza de medio est associada a um determinado valor atribudo mensuranda. Uma modificao deste valor resulta numa modificao da incerteza associada.

    2.27 incerteza definicional definitional uncertainty incertitude dfinitionnelle incertidumbre debida a la definicin ; incertidumbre intrnseca

    Componente da incerteza de medio que resulta da quantidade finita de detalhes na definio de uma mensuranda.

    NOTA 1 A incerteza definicional a incerteza mnima que se pode obter, na prtica, em qualquer medio de uma dada mensuranda.

    NOTA 2 Qualquer modificao nos detalhes descritivos conduz a uma outra incerteza definicional.

    NOTA 3 No Guia ISO/IEC 98-3:2008, D.3.4 e na IEC 60359, o conceito incerteza definicional denominado incerteza intrnseca.

    2.28 avaliao de tipo A da incerteza de medio avaliao de tipo A Type A evaluation of measurement uncertainty ; Type A evaluation valuation de type A de lincertitude ; valuation de type A evaluacin tipo A de la incertidumbre de medida ; evaluacin tipo A

    Avaliao duma componente da incerteza de medio por uma anlise estatstica dos valores medidos, obtidos sob condies definidas de medio.

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    NOTA 1 Para diversos tipos de condies de medio, ver condio de repetibilidade, condio de fidelidade ou preciso intermediria e condio de reprodutibilidade.

    NOTA 2 Ver, por exemplo, o Guia ISO/IEC 98-3 para informaes sobre anlise estatstica.

    NOTA 3 Ver tambm o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.2, a ISO 5725, a ISO 13528, a ISO/TS 21748 e a ISO 21749.

    2.29 avaliao de tipo B da incerteza de medio avaliao de tipo B Type B evaluation of measurement uncertainty ; Type B evaluation valuation de type B de lincertitude ; valuation de type B evaluacin tipo B de la incertidumbre de medida ; evaluacin tipo B

    Avaliao duma componente da incerteza de medio determinada por meios diferentes daquele adotado para uma avaliao de tipo A da incerteza de medio.

    EXEMPLOS Avaliao baseada na informao: -associada a valores publicados por autoridade competente, -associada ao valor dum material de referncia certificado, -obtida a partir dum certificado de calibrao, -relativa deriva, -obtida a partir da classe de exatido dum instrumento de medio verificado, -obtida a partir de limites deduzidos da experincia pessoal.

    NOTA Ver tambm o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.3.

    2.30 incerteza-padro standard measurement uncertainty ; standard uncertainty of measurement ; standard uncertainty incertitude-type incertidumbre tpica de medida ; incertidumbre estndar de medida ; incertidumbre tpica ; incertidumbre estndar

    Incerteza de medio expressa na forma dum desvio-padro.

    2.31 incerteza-padro combinada combined standard measurement uncertainty ; combined standard uncertainty incertitude-type compose incertidumbre tpica combinada de medida ; incertidumbre tpica combinada ; incertidumbre estndar combinada

    Incerteza-padro obtida ao se utilizarem incertezas-padro individuais associadas s grandezas de entrada num modelo de medio.

    NOTA Em caso de correlaes entre grandezas de entrada num modelo de medio, as covarincias tambm devem ser levadas em considerao no clculo da incerteza-padro combinada; ver tambm o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.4.

    2.32 incerteza-padro relativa relative standard measurement uncertainty incertitude-type relative incertidumbre tpica relativa de medida ; incertidumbre estndar relativa de medida ; incertidumbre estndar relativa

    Incerteza-padro dividida pelo valor absoluto do valor medido.

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    2.33 balano de incerteza --- ; planilha de incerteza uncertainty budget bilan dincertitude contribuciones a la incertidumbre

    Formulao e apresentao duma incerteza de medio e de suas componentes, assim como de seu clculo e combinao.

    NOTA Convm que, num balano de incerteza, sejam includos o modelo de medio, as estimativas e incertezas de medio associadas s grandezas consideradas no modelo de medio, as covarincias, os tipos de funes de densidade de probabilidade, os graus de liberdade, os tipos de avaliao da incerteza de medio e qualquer fator de expanso.

    2.34 incerteza-alvo incerteza de medio pretendida target measurement uncertainty ; target uncertainty incertitude cible ; incertitude anticipe incertidumbre objetivo ; incertidumbre lmite

    Incerteza de medio especificada como um limite superior e escolhida de acordo com o uso pretendido dos resultados de medio.

    2.35 incerteza de medio expandida incerteza expandida expanded measurement uncertainty ; expanded uncertainty incertitude largie incertidumbre expandida de medida ; incertidumbre expandida

    Produto duma incerteza-padro combinada por um fator maior do que o nmero um.

    NOTA 1 O fator depende do tipo de distribuio de probabilidade da grandeza de sada e da probabilidade de expanso escolhida.

    NOTA 2 O termo fator nesta definio se refere ao fator de expanso.

    NOTA 3 A incerteza de medio expandida chamada de incerteza global no pargrafo 5 da Recomendao INC-1 (1980) (ver o GUM) e simplesmente incerteza nos documentos IEC.

    2.36 intervalo expandido ; intervalo de abrangncia20 coverage interval intervalle largi intervalo de cobertura

    Intervalo, baseado na informao disponvel, que contm o conjunto de valores verdadeiros de uma mensuranda, com uma probabilidade determinada.

    NOTA 1 Um intervalo expandido no est necessariamente centrado no valor medido escolhido (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008/Supl.1).

    NOTA 2 No recomendvel que um intervalo expandido seja denominado "intervalo de confiana" para evitar confuso com o conceito estatstico (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 6.2.2).

    20 Nota dos tradutores: uso em Portugal intervalo expandido, no Brasil intervalo de

    abrangncia.

  • 1a edio luso-brasileira em portugus do VIM (JCGM 200:2012)

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    NOTA 3 Um intervalo expandido pode ser deduzido duma incerteza de med