virus entericos 2012-2 [modo de...
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Mecanismos Básicos de Saúde e Doença
Prof. Júlia Peixoto de Albuquerque
E-mail: [email protected]
Viroses Entéricas• Considerações Gerais
- Vírus entéricos
• Preferência por células do trato gastrointestinal
- Transmissão fecal-oral
- Patogenia:gastroenterite
- Tropismo pelas células do trato intestinal ou fígado
- Disseminação pelasfezes
- Sintomas: febre, diarreia,náusea,vômito,dores abdominais
- Grandeestabilidadeno ambiente
- Contaminação ambiental
Vírus → (67% dos casos) > Bactérias→ (30% dos casos) >
Protozoários → (3% dos casos)
Viroses Entéricas
- Esgoto: mais de 100 espécies de vírus capazes de causar
doenças no homem
• Hepatite, gastroenterite, meningite, febre, exantemas,
conjuntivite e, às vezes, diabetes
- Apenas alguns são epidemiologicamente associados à
transmissão porágua contaminada
• Adenovírus,Astrovírus,Norovírus,HAV,HEV
- Enorme impacto nos países emdesenvolvimento
• Uma das principais causasda mortalidade infantil
- OMS: Em muitos países, a notificação oficial da incidência de
surtos de doenças por alimentos contaminados corresponde a
menos do que 1% da incidência real
Bosch, 1998 - Human enteric viruses in the water environment: a minireview
Viroses Entéricas
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Viroses Entéricas
- Brasil
• Importantequestão de saúdepública
• 1994: Programa de “Monitoração das Doenças Diarréicas
Agudas”
- Sistema de vigilância sentinela, ágil e de avaliação
contínua para acompanhamento dos casos de diarreia
aguda (municipal)
- MS: março/2006 implantada em 78,8% dos
municípios
• 2004: registro de 2.395.485 casos de diarreia aguda em 5
regiões do país
- > morbidadena região Nordeste (< 1 ano de idade)
Viroses Entéricas
Casos de diarreia aguda, por região do Brasil, em 2004 - Introdução à Virologia humana, 2008, 2aEd.
• Gênero: Rotavírus- Família:Reoviridae
- Causa mais importante de gastroenterite infantil em todo o
mundo
- Associados às diarreias emhumanos (1973)
• ME (biópsia duodenal eamostras de fezes)
- Bons modelos para estudos moleculares depatogenia viral
- ↑ estabilidadeno meio ambiente
- Relativamente resistentea detergentes
- Susceptível à desinfecção com 95% ethanol, ‘Lysoform’ e
formalina
Viroses Entéricas Viroses Entéricas
- Capsídeo duplo icosaédrico (~ 75 nm)
- Não-envelopado
- Genoma RNA fd, linear e segmentado,não-infeccioso
• Cada segmento codifica 1 proteína (geral)
• 6 segmentos:proteínas estruturais (VP)VP1-4,VP6 e VP7
• Demais segmentos: 6 proteínas não-estruturais (NSP) NSP1-
6
- Vírion completo apresenta 3 camadas proteicas distintas (ME)
- Replicação citoplasmática
- Bons modelos para estudos moleculares depatogenia viral
- Ocorre recombinação genética frequente
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Camada mais interna do virion, envolve o genoma
Se ligam aoRNAVP1: RNA pol-RNA depVP3: guanilil-tranferase
Espículas virais - internalização do vírus
Associada a diversas funções biológicas: atividadehemaglutinante de algumas amostras, restrição do crescimentoem culturas de células e virulência (proteólise: VP5 e VP8)
Viroses Entéricas
Classif. Sorológ.
Viroses Entéricas
- Presença decanais nos capsídeos interno eexterno
• Difusão de íons e pequenas moléculas regulatórias
• 132 canais (3 tipos)
- Tipo I: 12 canais no vértice do icosaedro
- Tipo II: 60 unidades parcialmente preenchidas pela VP4(mantém a estrutura geométrica da partícula)
- Tipo III: 60 unidades em torno das 20 faces do icosaedro
• NSP4
- Proteína não-estrutural
- Presente na biossíntese viral
- Replicação: proteína inserida na membrana do retículo -
receptor pa ra partículas incompletas (2 camadas proteicas) →
translocação para o lúmen do retícu lo - partícula completa com
3 camadas VP4+VP7)
Viroses Entéricas
• Infecciosidadeédependenteda integridadedo capsídeo
- Dependente de íons cálcio
• Estabilidade em pH 3 – 9
• Infectividadeviral mantida pormeses a 4 ºC e – 20 ºC
- Classificação sorológica
• Grupo
- Classificação determinada pela VP6• Testes sorológicos (EIA – ensaio imunoenzimático)• PAGE
- Setegrupos (A – G): A, B e C humanos
• Subgrupos do Grupo A
- Classificação dependenteda especificidadeda VP6
- SGs: I, II, I + II e não I/II
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Viroses Entéricas
- Os sorotipos são determinados por duas proteínas (VP4
eVP7) situadas no capsídeo externo
• 14 sorotipos G (VP7)conhecidos
• 10 têm sido descritos como patógenos humanos
• G1 a G4: mais frequentemente encontrados em todo
o mundo e para os quais vacinas estão sendo
desenvolvidas
• G8 e G12: esporadicamenteencontrados
• G9:predominantena Índia
- Classificação fenotípica
• Segmentos distribuídos em4 classes de tamanho
• Numerados pelo perfil eletroforético
Viroses Entéricas
- Classe I: genes 1, 2, 3 e 4
- Classe II: genes 5 e 6
- Classe III: genes 7, 8 e 9
- Classe IV:genes 10 e 11
VP4
12,3
4
56
7,8,9
10
11
VP6
VP7
• Caracterização das amostras por PAGE (Poli-Acrylamide
Gel Electrophoresis)
- Cultura decélulas
- Amostras de fezes
• Possível determinar co-circulação de diferentes amostras em
uma mesma epidemia
• Permite classificação presuntiva a partir do perfil de
migração do segmento 11
- Perfil longo (L) / Perfil curto (S) / Perfil super curto (SS)
Viroses Entéricas
- Classificação genômica e sorológica
• Classificação dos Rotavírus Grupo A em sorotipos/genót ipos com
base nas proteínas VP4 e VP7
- Baseada na especificidade antigênica das proteínas do
capsídeo externo
- Sorotipos: reatividade do vírus em reação de neutralização
(soros hiperimunes) ou EIA (MAbs)
- Genótipos: sequenciamento dos genes ou RT-PCR
- Sorotipos/genótipos baseados em VP7: proteína glicosilada
(15 sorotipos – G1 a G15; 16 genótipos – G1 a G16)
- Sorotipos / genótipos baseados em VP4: sensível à proteólise
• Sorologia difícil – reações cruzadas
• Genotipagem por sequenciamento (P1-P14/P[1]-P[28])
Viroses Entéricas
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• Classificação dos Rotavírus do Grupo A em genogrupos
- Classificação emgrupos genéticos (hibridização)
- Mesmo genogrupo X mesmo hospedeiro
• Alto nível de identidade entre genomas de isolados
caninos, felinos ehumanos –agrupamento
• Transmissão inter-espécie
- 4 genogrupos deorigem humana
• 2 possuem amostras exclusivamente humanas; 1
humano + felino; 1 humano + felino + canino
Viroses Entéricas
• Classificação dos Rotavírus Grupo A em genótipos com base
na proteína NSP4
- Hibridização RNA-RNA
- 6 genótipos
- Grupos deamostragens distintas
Grupo genético Isolados
NSP4-A Humanos, bovinos, equinose símios
NSP4-B Humanos e suínos
NSP4-CHumanos, símios, felinos,
caninos e lagomorfos
NSP4-D Murinos
NSP4-E Aves
NSP4-F Aves
Viroses Entéricas
- Biossíntese
• Pico máximo de produção viral: 10 – 12 h após infecção (37
ºC) ou 18 h (33 ºC)
- Estudos em células intestinais humanas: replicação lenta
(pico máximo em 20 – 24 h)
1. Adsorção mediada pela VP4
- Utilização do ácido siálico presente na célula hospedeira
(alguns vírus)
- Maioria dos rotavírus humanos não utilizam AS
(presença provável de outro receptor, mais específico -
gangliosídeos)
- Dependentedesódio
- pH 5,5 – 8,0
Viroses Entéricas Viroses Entéricas
Ptns estruturais e não-estruturais
Inclusões citoplasmáticas contendo proteínas virais
1, 2 e 3
7
5
6
4
8
7
8
9
10
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essencial
Biossíntese de Rotavírus - Introdução à Virologia humana, 2008, 2aEd.
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Viroses Entéricas
- Patogênese
• Transmissão fecal-oral
- Taxa de infecção extremamente alta no mundo inteiro (a
despeito dos padrões de higiene)
• Transmissão via respiratória
- Relatos de ocorrência de sintomas respiratórios em indivívuos
com gastroenterite por rotavírus
- Detecção de vírus na secreção traqueal
• Incubação: 2 – 4 dias
• Infecção dos enterócitos (célu las das microvilos idades do intestino
delgado)
- Descamação / lise celular → migração das células secretórias
para as vilosidades → perda da capacidade absortiva →
diarreia
Viroses Entéricas
• NSP4: age como enterotoxina
- Má absorção
• Transtorno da homeostase do cálcio
• Aumento do cálcio acarreta a lise celular
• NSP4 expressa nas célu las infectadas aumenta [Ca2+ i] →
desarrumação do citoesqueleto → redução da expressão
de dissacaridases → inibição do sistema Na+ - soluto →
necrose
redução da capacidade absortiva do epitélio → redução
da atividade de co-transportadores Na+ - soluto →
redução da expressão de enzimas digestivas
• Aumento de Na+ int racitoplasmático → decréscimo de K+
intracitoplasmático → comprometimento da absorção
NaCl e de nutrientes → perda de fluidos
Viroses Entéricas
• Não-digestão de mono- e dissacarídeos, carboidratos,
gorduras e proteínas no cólon
• Impedimento da absorção normal de água – diarreia mal-
absortiva
- Secreção
• Alteração secundária
• Papel NSP4 não é claro
- Amplificação dos efeitos da infecção nos eritrócitos
- Atuação nas células da cripta pela indução do
aumento da [Ca2+i] → ativação da secreção de íon
cloro → indução da liberação de água – diarreia
secretória
- Eliminação dos vírus nas fezes por até 57 dias após
infecção
Viroses Entéricas
1) Acs anti-VP4/VP7 podem impedir adsorção2) Replicação intracelular altera metabolismo das proteínas membranares, induzindo à
dirreia osmótica/secretória ou mal-absortiva – rota aumenta [Ca-] intracelular,desestruturação do citoesqueleto e das junções – permeabilidade
3) IgA anti-VP6 pode inibir transcitose viral4) Citocinas liberadas por céls infectadas tb podem inibir replicação5) Produção de NSP4 – ptn não-estrutural – age como enterotoxina – diarreia secretória6) Estímulo do SNE que induz diarreia secretória e aumento da motilidade intestinal7) Liberação das partículas virais por lise contribui para qualquer das formas de
diarreia Angel, Franco & Greenberg, 2007
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- Manifestações clínicas
• Diarreia aguda
• Vômito, febre, dor abdominal edesidratação
• Auto-limitada
• Cura: 7 a 10 dias
• Eliminação dos vírus nas fezes poraté57 dias após infecção
• Morte
- Desidratação grave, perda de eletrólitos e falta de
tratamento adequado
- Lactentes e crianças emgeral
• Rins e fígados em crianças imunodeficientes
• SangueeLCR de crianças comgastroenterite
Viroses Entéricas
• Neo-natos
- Infecção assintomática
- Diarreia branda
- Diagnóstico
• Detecção departículas virais nas fezes
- Microscopia Eletrônica
- Imunoeletromicroscopia
- Detecção deAgs virais (EIA)
- Imunofluorescência
- Detecção do genoma (PAGE, RT-PCR ou hibridização)
Viroses Entéricas
- Custo social e econômico da rotavirose
• Custos médicos diretos
- Unidadehospitalar
- Duração da hospitalização
- Diagnóstico laboratorial
- Medicação
• Custo não-médico
- Custo do serviço médico para a família
• Custo social
- Tempo de trabalho remunerado perdido durante
doença, tempo gasto e dificuldade de acesso ao serviço
desaúde
Viroses Entéricas Viroses Entéricas
• HongKong
- Custo médio por família: 120 dólares (~ 10% do saláriomensal)
• Japão
- Custo médio por caso: 1.236 dólares
- Prevenção e controle
• Vacinação
- Prevenção da diarreia grave
- Não impedemre-infecções assintomáticas ou brandas
- Via oral (variamquanto ao número de doses)
- Rotashield® vs intussuscepção
- 1ª vacina (1998): > 20-30X risco de intussuscepção
em infantis saudáveis
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- Rotarix TM
• Incluída no calendário de vacinação em 2006(ANVISA – Vacina Oral de Rotavírus Humano -VORH)
• Oral – 2 doses
• Contra-indicação: crianças com alergia grave a
algumcomponenteda vacina
• Elevada imunogenicidade, eficáciae segurança
- Vacina recombinante
• Recombinantes de rotavírus bovino (cepa UK) e
rotavírus humanos dediversos sorotipos
• Forma tetra- (G1-G4)ou pentavalente (G1-G4 e G9)
• Via oral, 2 doses
Viroses Entéricas Viroses Entéricas
- Tratamento
• Não há tratamento específico
• Suportehídrico e reposição de eletrólitos
soro
• Gênero: Norovírus- Família:Caliciviridae
- Doença do vômito do inverno (1929)
• Náusea,vômito e febre branda
• Estudantes epessoas institucionalizadas
• Fonte comum de contaminação (isolamento de bactéria
impossível)
- EUA (anos 40): gastroenterite não era relacionada a bactérias ou
parasitas
- 1968: surto de gastroenterite em Norwalk (Ohio, EUA).
Surgimentos de dados secundários (infecção familiares) após 48
h de incubação
Viroses Entéricas
• Estudo dos filtrados fecais por imunomicroscopia eletrônica
• Observação departículas semelhantes aos picornavírus
- 1979: gastroenterite em Sapporo (Japão) – detecção de partículas
nas fezes das crianças acometidas
- 1990: clonagem e carcaterização do genoma do vírus Norwalk
como membro da famíliaCaliciviridae
- Capsídeo icosaédrico (26-37nm)
- Não-envelopado
- RNA fs + (cauda poli-A)~ 7,6 kb
Viroses Entéricas
Genoma possui 3 ORFsORF1 - Poliproteína não-estrutural
ORF2 - VP1
ORF3 - Pequena proteína estrutural associada à estabilidade de VP1
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- Diversidadegenética eantigênica
• Caracterização porRT-PCR esequenciamento
- Ainda não existe sistema declassificação
- 5 genogrupos (3 humanos) com base na análise das sequências
completas do gene do capsídeo
- Vírus humanos não cultivados
- Principais causadores de epidemias de gastroenterites severas
em adultos
- Representamdois terços de todas as doenças
transmitidas poralimentos contaminados
Viroses Entéricas
- Biossíntese viral
• Ausência desistema biológico para propagação viral
• Biossíntesenão esclarecida
- Patogênese e Manifestações clínicas
• Incubação: 16 –36 h
• Sintomas duramentre24 – 72 h
• Náuseas,vômitos ediarreia intensa
• Responsável mundialmente por 37% das epidemias
veiculadas pormoluscos
• Ingestão deágua e alimentos contaminados
• Infecções assintomáticas - soroconversão com liberação
assintomáticadevírus
Viroses Entéricas
Viroses Entéricas
• Baixa dose infectante (1 partícula viral)
Replicação na mucosa do ID →→ achatamento e encurtamento
das vilosidades →→ lesão dos enterócitos →→ perda de enzimas
digestivas →→ redução da absorção →→ DIARREIA
• Transmissão- Alimentos ou líquidos infectados com os norovírus
- Superfícies ou objetos infectados com os norovírus e depois
tocar a própria boca, nariz ou olhos
- Contato de pessoa a pessoa (com uma pessoa infectada) ao:
estar presente enquanto alguém está vomitando, dividir
comida ou comer usando os mesmos talheres, cuidar de uma
pessoa doente, apertar as mãos de alguém
- Deixando de lava r as mãos depois de usar o banheiro ou trocar
fraldas, e antes de comer ou preparar alimentos
Viroses Entéricas
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• Excreção viral durante a convalescência - mais de 2
semanas
• O vírus pode sobreviver em níveis de cloro normalmente
utilizados na cloração da água debeber
• Principal fonte de contaminação: manipuladores de
alimentos
- Diagnóstico
• Microscopia eletrônica direta
• Imunomicroscopia eletrônica
• Detecção deAg virais
• Sorologia:Kits comerciais -Ag nas fezes (pouco sensíveis)
• RT-PCR: sensível,permite identificação degenogrupos
Viroses Entéricas
- Controle e prevenção
• Surtos
- Maior frequência onde há concentração de
pessoas em áreas de tamanho reduzido
- Casas para idosos, restaurantes, eventos
servidos por bufês e navios de cruzeiro
• Navios de cruzeiro: acompanhamento por organizações
oficiais de saúde. Portanto, surtos são descobertos e
relatados mais rap idamente num navio de cruzeiro do
que em terra f irme. Camarotes e instalações apertadas
podem aumentar o contato entre grupos humanos
- Lavar as mãos com frequência / Lavar as mãos depois de usar
o banheiro ou trocar fraldas e antes de comer ou preparar
alimentos
Viroses Entéricas
- Lavar as mãos com mais frequência se houver alguém doente
em sua casa
- Evite apertar mãos durante surtos
- Use líquido higiênico à base
de álcool junto com a lavagem das mãos
Viroses Entéricas
Fonte: CDC
• Gênero: Mastadenovírus- Família:Adenoviridae
- Infecções em humanos
• 51 sorotipos –6 espécies (A – F)
- Capsídeo icosaédrico (60 –90 nm)
- Não – envelopado
- As proteínas das fibras determinam a especificidade para o alvo
celular ea ligação na célula
- Genoma DNA fd linear (30 – 42 kb)
- ODNA viral entra no núcleo da célula
hospedeira - replicação
Viroses Entéricas
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- Infecção entérica
• EspécieF– sorotipos 40 e 41;B – sorotipo 50; D – sorotipo 51
• Replicação no epitélio intestinal → disseminação
• Biossínteseviral responsável pelo dano celular
- Liberação desarruma filamentos do citoesqueleto →
acúmulo de citoqueratina celular K18 através da
clivagem por protease viral:↑ suscept. à lise
- Ptn E3-11 (AdenovirusDeath Protein):
acúmulo emorte
- Fibra Penton: interfere na
oligomerização da proteína CAR
nas junções das céls epiteliais
Viroses Entéricas
• Gastroenterite infantil
- Estáveis no trato gastrointestinal. Resistentes a baixos pH,
ácidos da bile e enzimas proteolíticas
• Incubação: 8 dias
• diarreia dura 10 -14 dias
• Pode ocorrer intussuscepção, adenite mesentérica,
apendicite
- Diagnóstico
• Examedireto em amostras fecais
- Microscopia eletrônica / ELISA / Aglutinação em
látex
• Isolamento difícil em células renais embrionárias
humanas
Viroses Entéricas
• Gênero: Mamastrovírus- Família:Astroviridae
- Infecções em humanos
• 8 tipos antigênicos
• Classificação de acordo com imunomicroscopia eletrônica e
imunofluorescência comMabs epoliclonais
- Capsídeo icosaédrico (28-30nm)
- Não envelopados
- Genoma RNA fs linear+ (6,8 kb)
- Morfologia de estrela (5 ou 6 pontas)
• Diferencial de identificação
• 10% das partículas
Viroses Entéricas
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- Patogênese
• Fecal-oral
• Alvo: idosos, imunocomprometidos e adultos saudáveis
• Mais afetados: crianças < 5 anos
• Infecção podeser assintomática
• Patogêneseainda não esclarecida
- Infecções sintomáticas: detecção de partículas virais nas
vilosidades do epitélio eem macrófagos da lâmina
- Estudo de caso: criança transplantada (medula óssea) -
diarreia aguda, anormalidades morfológicas poucas ou
não-específicasebaixa resposta inflamatória
- Parecenão serde natureza inflamatória
Viroses Entéricas
- Manifestações clínicas
• Incubação: 1 –4 dias (com ou sem sintomatologia)
• Gastroenteriteaguda comdiarréea aquosa
• Vômito, dores abdominais edesidratação branda
- Diagnóstico
• Detecção direta em amostras fecais (PCR ou RT-PCR tempo
real)
- Excreção emaltas quantidades
• Detecção deAg porEIA
Viroses Entéricas
- Prevenção e controle
• Interrupção da transmissão –fator chavena prevenção
- Importante em hospitais, creches e ambiente familiar
(pessoa-pessoa)
- Saneamento básico eboas práticas dehigiene
- Controlede indivíduos quemanipulamalimentos
• Vírus excretados nas fezes 1 dia antes dos sintomas
- Excreção contínua por vários dias após o
término dos sintomas
- Surtos epidemiológicos de astrovírus associados à
ingestão de frutos do mar
- Tratamento - Nenhuma terapia específica/Reposição de fluidoseeletrólitos
Viroses Entéricas
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Prof. Júlia Peixoto de Albuquerque
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• Família: Picornaviridae
- Uma das maiores famílias
- Importância para o homeme para a agropecuária
- 1800: casos deparalisia associadaa febre (poliomielite)
- 1850:descrição dealterações patológicas na medula
- 1898: criação do conceito devírus filtráveis (febre aftosa)
- 1908: comprovação da naturezainfecciosa da poliomielite
• Descontroleda doença –conceitos errôneos, epidemia grave
- 1949:demonstração da propagação
do vírus da poliomielite em
culturas decélulas não-neurais
→ VACINAS!!!
Enterovírus
Polio anos 40 – 2a GM
Enterovírus
• Gênero: Enterovírus• Considerações Gerais
- Divisão em espécies baseada na organização genômica, na
similaridade da sequência dos nucleotídeos e nas
propriedades bioquímicas
• Inclui os poliovírus, coxsackievírus, echovírus e outros
entrovírus
• Alémde 3 diferentes
poliovírus existemmais de
60 tipos denão-polio que
causamdoençaem humanos
Enterovírus
Introdução à Virologia humana, 2008, 2aEd.
Enterovírus
Introdução à Virologia humana, 2008, 2a Ed.
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- Capsídeo icosaédrico (25-30nm)
• 60 capsômeros (20 triângulos equiláteros e12 vértices)
• 1 capsômero : 4 polipeptídeos estruturais (VP1 – sítio
antigênico,VP2,VP3 eVP4 – associado ao genoma viral)
- Não-envelopado
- 30% ácido nucléico; 70 % proteína
- RNA fs + (7,2 – 8,4 kb) = mRNA
- VPg ligada à 5’-UTR (iniciadorpara a sínteseviral)
Enterovírus
• Transmissão
- Tropismo primário: trato gastrointestinal
- Excreção emaltas concentrações pelas fezes
- Transmissão fecal-oral / oral-oral
- Contato direto com secreções oftálmicas e lesões de
dermatites
- Incubação: 3 –10 dias
- Grupo do vírus entéricos
• Importantes patógenos encontrados com frequência em
águas contaminadasporpoluição fecal
• Contaminação diretamente por matéria fecal, vômito ou
indiretamente (superfícies contaminadas)
Enterovírus
- Isolamento de EV em vários tipos de águas superficiais e
subterrâneas, como marinha, rio, esgoto, água fresca, poços
e até mesmo, e mais importante para o ponto de vista
epidemiológico, água considerada potável, pós-tratamento
convencional
- Resistência aos métodos de tratamento de água e a grandes
mudanças de temperatura
• Para inativa r 90% de poliovírus presentes em água salgada são
necessários 671 dias à temperatura de 4ºC, já à temperatura de
25ºC esse tempo se reduz para 25 dias
• Termolábeis (42 ºC)
- Grau de inativação depende da concentração do vírus, do
pH,do tempo de contato, ...
Enterovírus
- Viabilidadeemambienteaquático por longos períodos
• Alimentos e solo regados por água
- Alta infectividade favorecea distribuição
- Água contaminada
• Infecção viral 10 a 10.000X > infecção bacteriana
- Infecções sazonais
• Verão
• Atividades recreacionais na água
• Aumento de ingestão de água
• Real aumento da concentração de EV nas águas
- Apenas ~ 20% de infecções sintomáticas
Enterovírus
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• Biossíntese viral
- Citoplasma
1) Adsorção
• Receptores específicos e não-específicos
• CD55 (Coxsackievírus A e B - alguns; echovírus e EV-70)
DAF (Decay Accelerating Factor) - SC
Coxsackievirus: CD55 + ICAM-1 ou α e β-integrinas
• CD155 (Poliovírus)
PVR (Poliovirus Receptor) – proteína integral de membrana
da superfamília das Igs
2) Liberação/desnudamento
• Mudança estrutural da partícula viral
Enterovírus
3) ClivagemVPg
4) Tradução
• Poliproteína precursora (proteínas estrutura is e não-
estruturais → RNA pol – RNA dep)
5) Replicação
• Retículo endoplasmático
• Síntese RNA – (molde para síntese RNA +)
- Forma replicativa: molécula fita dupla
- Intermediá rio de rep licação: fita negativa parcialmente
hibridizada com várias fitas positivas de RNA nascentes
6) Encapsidação
• Produção de protômeros imaturos (VP0, VP3, VP1)
• Formação dos pentâmeros (provírus)
Enterovírus
• Clivagem VP0 = VP2 e VP4 (determinante de infectividade)
7) Morfogênese
8) Liberação das partículasvirais
• Lise da célula hospedeira
• Células infectadas com ~ 50.000 cópias genoma viral
- Ciclo inteiro: 5 a 10 horas
• Variáveis: amostra viral, temperatura, pH, célula hospedeira,
multiplicidade da infecção
- Ausência de efeito citopático em alguns gêneros de
picornavírus
Enterovírus Enterovírus
Biossíntese dos Picornavírus - Introdução à Virologia humana, 2008, 2a Ed.
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• Poliomielite
- Existem3 sorotipos: S1, S2 e S3
- Imunidadeheterotrópica mínima
entreos 3 sorotipos
- Replicação inicial no trato
gastrointestinal
- Excreção/transmissão fecal-oral
- Disseminação através dos nervos periféricos
- Período de incubação: 6-20 dias
- 95% são assintomáticos
- 4%-8% sintomas menores não específicos
- 1%-2% meningiteasséptica não paralítica
Mecanismos Básicos em Saúde e Doença Enterovírus
Polio anos 50
Polio dias atuais
- Patogênese
• Biossíntese inicial nas mucosas
- Placas de Peyer
- Amígdalas
• Síntese nos nódulos linfáticos
- Cervicais
- Mesentéricos
• Viremia primária
- Poucos vírus na garganta
- Excreção permanece por várias semanas (Ac elevado)
• Disseminação
- Nódulos linfáticos, medula espinhal e baço
Enterovírus
• 25% dos casos
- Viremia curta
- Níveis de vírus baixo
• Fase em que o SNC pode ser atingido
- Amplificação
• Linfonodos
• Baço
• Viremia secundária
• Maioria das infecções controlada na primeira viremia
- Infecção assintomática
- Importância dos anticorpos séricos e da viremia para
disseminação neurogênica
Enterovírus
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- Manifestações clínicas
• Doença infecciosa aguda
• Forma grave: afeta SNC
- Destruição dos neurônios motores nos cornos anteriores
da medula espinhal resulta em paralisia flácida
- Morte (principalmente não-vacinados)
• Poliomielite abortiva
- Forma mais comum da doença (febre, lassidão,
sonolência, cefaléia, náuseas, vômitos, prisão de vent re e
inflamação da garganta)
- Diagnóstico: detecção de partículas virais ou sorologia
• Poliomielite não-paralítica – meningite asséptica
- Sintomas anteriores + rigidez e dor nas costas e nuca
Enterovírus Enterovírus
- Cura entre 2 e 10 dias
- Recuperação completa e rápida
- Poucos casos evoluem para paralisia
• Poliomielite paralítica
- ~1% das infecções por PV evoluem para PFA
- Incubação: 4 – 10 dias
- PFA ocorre entre 2º e 5º dias após sintomas inespecíficos
- Presença de Ac previne paralisia (após viremia)
- Dor muscular (replicação viral)
- Paralisia espinhal (assintomática, flácida, limitada –
extremidades e tronco, va riável – f raqueza
branda/tetraplegia)
Poliomielite
Enterovírus
- Paralisia bulbar (10 – 15% dos casos, envolve nervos
motores ou centros modulares que cont rolam respiração e
sistema vasomotor)
- Patologia da PFA
• Inflamação e dest ruição da massa cinzenta do SNC (medula
espinhal)
• Possibilidade de infecção dos neurônios motores do t ronco
cerebral e hemisférios cerebrais
• Ocorrência frequente de poliencefalomielite (ao invés de)
- Tipos 1 e 3 são reconhecidos como epidêmicos
- Tipo 2 é endêmico
- PFA:geralmente S1
• Apenas uma minoria das infecções (0,1 a 1% dos casos)
Enterovírus
- Poliovírus também podem causar meningite asséptica ou
doenças secundárias não específicas, enquanto a maioria das
infecções éassintomática
- Meningite viral
• Febre, mal-estar, cefaléia, náuseas e dor abdominal
(iniciais)
• Irritação da meníngea, rigidez da nuca ou costas e
vômitos
• Pode progredir para fraqueza muscular branda
sugestiva dePFA
- Benigna eautolimitada
- Recuperação rápida
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Enterovírus
- VDPV: poliovírus derivado da vacina
• PV selvagem
• Outro agente causador da AFP
• Apesar de a poliomielite de origem selvagem ter s ido
erradicada do continente americano, casos de AFP, pelo
VDPV, continuam a acontecer em virtude de falhas de
cobertura vacinal, ou ainda pela vis ita de estrangeiros
oriundos de países onde a cobertura vacinal é precária
- PFA causada por EV não-poliovírus (NPEV)
• Frequente em países onde a cobertura vacinal visando
erradicação global do poliovírus ainda é baixa
• Índia: 32,3% dos casos de AFP causadas por NPEV eram pelo
coxsackievírus, e em seguida o echovirus
Enterovírus
- Síndrome Pós-Pólio e esclerose lateral amiotrófica
• Fraqueza, fadiga edor
• ~10 anos após PFA
• Desordem neurológica primária – lesão progressiva dos
nervos motores e atrofia muscular
- Diagnóstico poliovírus
• Isolamento viral
- Swabde garganta ou retal
- Amostra de fezes
- LCR (raro)
Enterovírus
• Propagação em cultura de células HeLa (carcinoma de
colo de útero humano)ou Vero (rim de macaco verde)
- Efeito citopático característico
- Arredondamento, enrugamento e acentuada picnose
nuclear
- Degeneração
- Descolamento do
tapete
• Identificação
(Laboratórios de referência)
- TN, IH, Fixação do complemento, IF, ELISA
• RT-PCR
- Direto em LCR ou fezes ou extração RNA (cultura
decélulas)
- Detecção a partir de iniciadores específicos (S1, S2 e
S3)
• Sorologia
- Amostragens paralelas (elevação deAc perceptível)
Enterovírus
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Enterovírus
- Prevenção e controle
• Dois tipos de vacinas
- Inativada/Atenuada
- Contém os 3 sorotipos
- Cultivada em células Vero
- Contém neomicina e
estreptomicina
- Vírus vacinal liberado nas fezes
por até 6 semanas
- Altamente eficaz em induzir imunidade
• 50% imune após 1 dose
• 95% imune após 3 doses
Jonas Salk Albert B. Sabin
John Enders – PrêmioNobel em 1954 -Desenvolveu método decultivo do vírus dapoliomielite em células nãoneurais, possibilitando aprodução de vírus emcultura, posteriormenteinativado por Jonas Salk ouatenuado por Albert Sabin
Enterovírus
- Vacina Oral Atenuada (VOP)
• Sem injeções
• Imunidade no sangue e no intestino
• Dispersão do vírus vacinal na natureza
• Imunidade de longa duração (provavelmente vida
toda – IgA secretora e Acs séricos)
Pode ocorrer a reversão do vírus para a forma selvagem
• Contra-indicações
a) Crianças imunodeprimidas
b) Crianças filhas de mãe HIV+ antes da definição
diagnóstica
c) Crianças que estejam em contato domiciliar ou
hospitalar com pessoa imunodeprimida
d) Transplantados (medula óssea ou órgãos sólidos)
e) História de PFA após dose anterior de vacina
oral (polio)
- Poliomielite Inativada (VIP)
• Contém os 3 sorotipos de vírus
• Cultivada em células Vero
• Inativada com formaldeído
• Contém 2-fenoxietanol, neomicina, estreptomicina e
polimixina B
• Administrada pela via intra-muscular
• Altamente eficaz em produzir imunidade (90% imune
após 2 doses; 99% imune após 3 doses)
• Não induz IgA secretora (reforço a cada 5 anos)
Enterovírus
• Indicação
a) Crianças imunodeprimidas
b) Crianças filhas de mãe HIV+ antes da definição
diagnóstica
c) Crianças que estejam em contato domiciliar ou
hospitalar compessoa imunodeprimida
d) Transplantados (medula óssea ou órgãos
sólidos)
e) História de PFA após dose anterior de vacina
oral (polio)
Enterovírus
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Enterovírus
- Erradicação da poliomielite no mundo (OMS)
• Pode ser dividida em 3 fases
- Endêmica, epidêmica e pós-vacinal
• Por séculos a poliomielite se manteve endêmica no mundo
- Migração para forma epidêmica (Saneamento básico)
• Era pós-vacinal sem casos da doença
• No mundo atual co-existem essas três situações
• Programas de erradicação (anos 80)
• Uso eficaz da vacina oral
• Vacinação em massa
- Início dos anos 90 mais de 90% dos países do mundo,
inclusive o Brasil, utilizavam a Vacina Sabin capaz de
proteger contra os três sorotipos dos poliovírus
Enterovírus
• Hipótese da estratégia
- Redução da circulação de vírus selvagem pela co-
existência com vírus atenuados
- Contato de indivíduos não vacinados com a cepa vacinal
excretada
- Vacinação “secundária”
- Auto-controle da vacinação
Esta hipótese foi desmentida em 2000, quando foi demonstrado que 21
casos de poliomielite, sendo 2 fatais, na Ilha Hispaniola foram
causados pela circulação do poliovírus derivado da vacina tipo 1.
Depois disso, mais de 20 surtos de vírus derivados de cepas vacinais
foram registrados pelo mundo
Mundo surpreendido com um
surto causado por um
Poliovírus Derivado da Vacina (PVDV)
• Ocorrência da paralisia infantil em países anteriormente
declarados livres da doença nos últimos anos
- Casos relacionados à infecção por poliovírus
selvagens e por poliovírus vacinais derivados da
vacina
- Locais onde a cobertura de imunização é
insatisfatóriae/ou heterogênea
Enterovírus
- Locais de baixa cobertura vacinal
• Contato de poliovírus atenuado, originário da vacina,
com indivíduos não vacinados
- Mutação viral
- Aquisição de características muito mais
semelhantes com as cepa selvagem do que com a
cepa utilizada na vacina, ent re elas a capacidade
de causar paralisia
- Vigilância ambiental (+ pesquisa)
• Complementação ou suplementação da Vigilância
Epidemiológica dos poliovírus e monitoramento da
circulação do polivírus
- Poliovírus selvagens (áreas endêmicas): Paquistão,
Afeganistão, Índia e Nigéria
Enterovírus
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Enterovírus
• Polio this week - As of Wednesday 09 Nove mber 2011
http://www.polioeradication.org/Dataandmonitoring/Poliot
hisweek/Wildpolioviruslist.aspx
- Strategic Advisory Group of Experts on immunization
(SAGE)
- Empreendimento de esforços na erradicação global da
polio
- Erradicação de polio selvagem
Enterovírus
• VOP
- Não tem sido eficaz em alguns países tropicais
• Percentual mais baixo de indução deanticorpos
• Outros enterovírus no intestino
• Anticorpos no leitematerno
• Exposição anterior ao vírus selvagem
• Presença na saliva de substância que inativa
parteda vacina
• Má conservação
• Aperfeiçoamento daVIP
- Aplicação em regiões com resultados ruins com
VOP
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Enterovírus
- EUA
• Desde1996 duas primeiras doses deVIP
• Desde2000 apenas VIP
• Eliminação decasos deparalisia porvacina
• Determinação da OMS
- Após erradicação VOP não será mais utilizada
- VIP apresenta bons resultados em países
desenvolvidos
- VOP induz melhor imunidade em países em
desenvolvimento
- Utilização deVIP com vírus atenuados?
Enterovírus
• Sequenciamento do genoma
- Utilização depeptídeos selecionados
• Imunologicamenteativos
- Utilização depeptídeos sintéticos
• Imunógenos fracos
• Pesquisas deDNA recombinante
- Deleção degenes
- Neurovirulência
- Melhoria na segurança da VOP
- Testes de avaliação e licenciamento demorados
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• Coxsackievírus
- Associados não apenas a infecções no sistema respiratório,,
mas também exantemas,gastroenterites,
diabetes insulino-dependente,
doenças cardíacas como pericardite
emiocardite, meningoencefalite e
paralisia
- Primeiros isolamentos
• Fezes de crianças com PFA, durante ep idemia de poliomielite
(Coxsackie, NY, 1948) – Coxsackievírus grupo A
• Casos de meningite asséptica (1949) – Coxsackievírus grupo B
- Dois grandes grupos
Enterovírus
• Coxsackie A (24 sorotipos)
- Herpangina (faringite vesiculosa), doença da mão – pé -
boca, conjuntivite hemorrágica
• Coxsackie B (6 sorotipos)
- Mialgia epidêmica (pleurodinia), mioca rdite, pericardite e
doença generalizada grave de lactentes
- Transmissão principalmentepor secreções respiratórias
• Encontrado na garganta e no sangue nos primeiros estágios da
infecção
• Encontrado nas fezes por 5 – 6 semanas
- Incubação: 2 a 9 dias
- Manifestações clínicas
• Diferentes tipos de manifestações, diferentes sorotipos
Enterovírus
Vírus Coxsackie
Síndrome Coxsackie A (24 sorotipos) Coxsackie B (6 sorotipos)
Neurológica
Meningite asséptica Muitos Todos
Paralisia 7, 9 2 – 5
Encefalite 2, 5 – 7, 9 1 – 5
Pele e mucosa
Herpangina 2 – 6, 8, 10
Mão – pé – boca 5, 10, 16
Exantemas Muitos 5
Cardíaca e muscular
Pleurodinia 1 – 5
Miocardite, periocardite 1 - 5
Ocular
Conjuntivite hemorrágica aguda 24
Respiratória
Resfriados 21, 24 1, 3, 4, 5
Penumonite de lactentes 9, 16
Gastrintestinal
Diarreia 18, 20 – 22, 24
Hepatite 4, 9 5
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• Meningite asséptica
- Sintomas comuns a qualquer meningite viral
- Algumas vezes pode evolu ir para fraqueza muscular leve,
sugerindo poliomielite (recuperação total na maioria dos
casos de PFA não-PV)
- Tratamento sintomático
• Herpangina
- Faringite febril grave
- Início abrupto de febre e inflamação da garganta
(faringite), com vesículas discretas isoladas na metade
posterior do palato, faringes, amígdalas ou língua
- Anorexia, disfagia,
vômito ou dor abdominal
Enterovírus
• Doença da mão, pé e boca
- Erupção vesicu losa nas palmas das mãos e plantas dos
pés (espalhamento em braços e pernas)
- Ulcerações orais e faríngeas
- Cura sem formação de crostas nas vesículas
• Diferencial clínico para herpesvírus e poxvírus
- Isolamento de partículas
• Fezes, secreções faríngeas e líquido vesiculoso
- Morte rara (pneumonia)
- Transmissão
• Contato direto (secreções nasais, saliva,...)
• Contato indireto (objetos – higiene)
Enterovírus
- Prevenção
• Lavagem das mãos e troca de toalhas constante
(CDC’s Clean Hands Save Lives!)
• Desinfecção de superfícies sujas e itens sólidos,
inclusive brinquedos (água e sabão, seguidos de
cloro)
• Evitar contatos próx imos com indivíduos infectados
(beijos, abraços, compartilhamento de objetos, etc…)
- Surtos 2010/2011
Enterovírus Enterovírus
- Hong Kong (2010)
• CHP: Cent re of Health Prevention - Scientific
Committee on Enteric Infections and Foodborne
Diseases
• Situação de mão – pé – boca e infecções por EV em
Hong Kong, 2010
Updated Situation ofHand, Foot, and MouthDisease (HFMD) andEnterovirus Infection 2010 - CHP
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Enterovírus
Updated Situation ofHand, Foot, and MouthDisease (HFMD) andEnterovirus Infection 2010 - CHP
• Pleurodinia e doenças musculares
- Mialgia epidêmica
- CoxsackieB
- Febre aguda commialgia
• Principalmente tórax eabdômen (2 a 3 semanas)
• Semfraqueza muscular
• Às vezes precedida de mal-estar, cefaléia e
anorexia
- Infecções epidêmicas ou esporádicas
- Auto-limitada
- Recuperação completa (recidivas comuns)
- Tratamento sintomático20
Enterovírus
• Miocardite
- Grave doença aguda do coração e suas membranas
- Importante causa primária de cardiopatias
• ~ 5% resultam em cardiopatias
- Podem ser fatais em neo-natos
- Podem causar lesão cardíaca permanente (qualquer idade)
- Podem ocorrer infecções virais persistentes (inflamação
crônica)
• Doença generalizada em lactentes (doença neonatal)
- Extremamente grave
- Infecções virais simultâneas em diversos órgãos (fígado,
coração e cérebro)
- Fatal ou recuperação completa
Enterovírus
- Casos graves: miocardite ou pericardite (8 dias de vida)
- Pode ser precedida por diarreia breve e anorexia
- Dificuldades cardíacas e respiratórias
• Taquicardia, dispnéia, cianose e alterações no ECG
- Transmissão transplacentária (CV-A, CV-B)
• Conjuntivite hemorrágica aguda
- Altamente contagioso
- Incubação: 24 – 48 h
- Rápido aparecimento dos sintomas uni- ou bi-oculares
- Lacrimejamento excessivo, dor, inchaço peri-orbital e
vermelhidão da conjuntiva, casos de ceratite epitelial
- 1 a 2 semanas
- Recuperação completa
Enterovírus
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- África: 1969 –1971
• Primeira pandemia
- Brasil: 2003/2004
• Maior e pior epidemia em 20 anos
• Funasa (Fundação Nacional de Saúde): > 200
mil casos em 7 Estados
• Idade: 29 – 49 anos
• Grande impacto econômico
• Agentecausador:vCV-A24
• América Central e ilhas do Caribe
Enterovírus Enterovírus
- Diagnóstico
• Isolamento do vírus
- Lavados de garganta
- Fezes
- Secreções nasais (CV-A21)
- LCR (meningite asséptica)
- Swab conjuntiva, garganta a fezes (CV-A24)
• PCR
- RT-PCR (RNA)
• Sorologia
- Detecção de Ac neutralizantes (início da infecção,
persistentes)
Enterovírus
- Detecção deAc séricos
• Imunofluorescência
• Difícil devido à variabilidadesorológica
- Prevenção
• Não existem vacinas ou antivirais para tratamento de
doenças porCoxsackie
• Cuidados higiênicos especiais dos pacientes e do
pessoal quecompõeequipes hospitalares
• Em surtos: saneamento básico, tratamento de esgotos e
prevenção da contaminação de águas para consumo
ou lazer
• Echovírus
- Vírus Echo (vírus Entéricos citopatogênicos humanos órfãos)
- Causaminfecção do trato entérico humano
- Isolados apenas através de inóculo em culturas de
determinados tecidos
- > 30 sorotipos (apenas alguns causamdoença emhumanos)
- Manifestações clínicas
• Meningite viral, paralis ia, encefalit e, exantemas, pleurodinia,
perica rdite e mioca rdite, resfriados,, diarreia, hepatite, doença
generalizada de lactentes, ataxia e síndrome de Guillain-Barré
- Diagnóstico
• Impossível em bases clínicas
Enterovírus
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• Provável presença devírus Echo
- Surtos demeningite no verão
- Epidemias exantemáticasno verão
• Diagnóstico dependentedos exames laboratoriais:
- PCR (não há necessidadededeterminaro tipo)
- Isolamento de vírus (LCR e swab de garganta ou
retal)
- Sorologia (apenas em surtos de clínica específica ou
em isolamento viral de um determinado paciente) –
Ac neutralizantes eAc inibidores deHA
Enterovírus
• Outros enterovírus
- Pneumonia e bronquiolite, conjuntivite hemorrágica aguda
(EV-70), paralisia (EV-70, e EV-71), meningoencefalite,
doença demão – pé – boca
• Critérios para associação etiológica de EV com determinada
doença
1) A taxa de isolamento do vírus de pacientes doentes deve ser
MAIOR que a de indivíduos sadios (em mesma idade e nível
sócio-econômico,na mesma região e contamporaniedade)
2) Produção de Ac contra o vírus durante a evolução da doença
(em casos de sintomatologia cruzada com outros agentes
etiológicos, as evidências virológicas e sorológicas devem
sernegativas para infecção concomitante comestes)
Enterovírus
3) Isolamento do vírus a partir de líquidos orgânicos ou tecidos
comlesões manifestas (LCR em casos de meningite)
Enterovírus
Updated Situation ofHand, Foot, and MouthDisease (HFMD) andEnterovirus Infection 2010 - CHP
• Enterovírus no ambiente
- Eliminação devírus porperíodos prolongados nas fezes
- Contaminação fecal
• Via habitual de disseminação do vírus
• Partículas virais encontradas em esgotos, podendo constituir
fonte de contaminação do suprimento de água
- Sobrevivem ao sistema de tratamento de água
- Descartedeesgotos sem tratamento em águas naturais
• Disseminação extensa (longas distâncias)
• Detecção de moluscos filtradores contaminados
Enterovírus