viveiros; silva & zimmerman 2012_fitossociologia da duna frontal na praia de cabiúnas...
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INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE
VEGETAL: CONHECER E CONSERVAR
FITOSSOCIOLOGIA DA DUNA FRONTAL DA PRAIA DE CABIÚNAS, PARQUE
NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA, MACAÉ, RJ.
ANA BEATRIZ ROMANA VIVEIROS
RAFAEL FONSECA DE MEDEIROS SILVA
THALITA GABRIELLA ZIMMERMANN
PROFESSORES: DOROTHY S. D. ARAÚJO
JANICE R. V. PEIXOTO
RIO DE JANEIRO
RJ – BRASIL
2012
1. Introdução
Os ecossistemas costeiros de restingas são formados por um mosaico de
comunidades vegetais, desde formações abertas com ilhas de vegetação até florestas
(Lacerda et al. 1993). As restingas ocupam as planícies arenosas formadas por depósitos
marinhos no final do quaternário, entre o mar e a Floresta Atlântica Montana (Scarano
2002). Esses sistemas encontram-se na interface entre os ambientes marinho e
continental e apresentam grande fragilidade (Rizzini 1979, Maciel 1990).
As restingas apresentam características peculiares devido a combinação de
fatores físicos e químicos, tais como elevada temperatura, salinidade, grande deposição
de salsugem e alta exposição à luminosidade (Ormond 1960; Henriques et al. 1984).
Falkenberg (1999) descreve que a formação vegetacional das restingas apresenta zonas
bem definidas, compreendendo fisionomias herbáceo-subarbustiva, arbustiva ou
arbórea. Estas podem ainda ocorrer em mosaico ou em certa zonação, aumentando a
diversidade de espécies, a lenhosidade e a altura da vegetação, à medida que há a
redução da influência da salinidade, com o aumento da distância em relação ao oceano.
Apesar de apresentar pequeno endemismo, a riqueza nesses ambientes é alta,
provavelmente devido a um grande número de espécies da Floresta Atlântica que
conseguiram se adaptar as condições extremas e colonizar as planícies quaternárias. A
grande plasticidade ecológica das plantas de restingas é uma característica muito
importante, tendo em vista as mudanças que estão ocorrendo no cenário global. Assim,
os ecossistemas costeiros devem ser tratados como áreas com grande prioridade de
conservação (Scarano 2002).
As restingas ocupam cerca de 79% da costa brasileira (Lacerda et al. 1993). No
Estado do Rio de Janeiro foram identificados 21 remanescentes de restinga, com uma
área de cerca de 105 ha, sendo o maior remanescente do Estado o Parque Nacional da
Restinga de Jurubatiba (PNRJ), com aproximadamente 23 ha, sendo que 15 ha
encontram-se em bom estado de conservação (Rocha et al. 2007). Vários projetos de
pesquisa tem sido desenvolvidos no litoral norte do Estado, principalmente após a
criação do PNRJ em 1998 (Imbassahy et al. 2009), sendo esta uma das áreas de restinga
com maior número de estudos no litoral brasileiro (Jamel 2004).
Devido à fragilidade deste ecossistema, as alterações ambientais resultantes da
ação antrópica na linha de costa, particularmente o avanço da urbanização sobre as
dunas frontais, interferem no balanço de sedimentos costeiros, como no balanço hídrico
dos corpos d'água, comprometendo a preservação deste ecossistema (Moares 2000). De
acordo com a Lei n° 4.771 de 1965 que rege o Código Florestal Brasileiro, as florestas e
demais formas de vegetação natural destinada a fixar dunas, e ao longo das margens de
cursos d'água, como lagoas, lagos e rios, são consideradas áreas de preservação
permanente. Assim, estudos sobre a comunidade de plantas neste bioma são
fundamentais para proteção, conservação e estabilidade destas áreas, além de fornecer
informações essenciais à elaboração de planos de manejo e propostas de recuperação
ambiental (Moares 2000).
As dunas de areia são consideradas ambientes estressantes em constante
modificação e por isso, alguns autores consideram que comunidades de plantas de
dunas estão em estágios iniciais de transição e nunca em estágio de clímax (Begon et
al. 2006). É fundamental a preservação das dunas costeiras, pois elas tem a função de
proteger as terras continentais, além de serem reservatório natural de água e de recursos
bióticos (Costa et al. 1984), sendo os estudos sobre a comunidade vegetal na duna
frontal importantes para a sua conservação.
A praia de Cabiúnas, que fica no PNRJ, tem um perfil refletivo, com uma face
de praia íngreme e grande declividade. A composição do sedimento varia de areia
grossa à muito grossa na praia, e fina na antepraia, possuindo uma baixa mobilidade do
perfil praial. Quanto a hidrodinâmica, é classificada como uma praia exposta de alta
energia, com ondas do tipo mergulhante e ascendente (Bastos & Silva 2000; Machado
2010; Machado & Muehe 2010).
Ao longo de um mesmo arco praial podem existir diferenças de energia e na
morfodinâmica da praia (Oliveira 2004), desse modo, acredita-se que ocorram distintos
sistemas de dunas frontais e da estrutura da comunidade vegetal estabelecida. Assim,
este trabalho teve como objetivo caracterizar a estrutura da comunidade vegetal na duna
frontal de três diferentes setores da praia de Cabiúnas, no PNRJ, no município de
Macaé, RJ.
2. Material e Métodos
2.1. Área de estudo
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ), criado em 29 de abril de
1998, situa-se entre as coordenadas 22º23’ S; 41º15’ W (Imbassahy et al. 2009).
Abrangendo as áreas de Macaé, Carapebus e Quissamã, o PNRJ localiza-se no litoral da
região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, na planície costeira do rio
Paraíba do Sul (Muehe & Valentini 1998) (Figura 1).
Figura 1: Mapa de localização do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de
Janeiro, Brasil (Santos et al., 2004).
A restinga de Jurubatiba compreende um mosaico de formações abertas,
dispostas em ilhas, formações florestais de restinga e ecossistemas aquáticos, lagoas de
água doce e salobra. A planície arenosa sobre a qual se desenvolveram essas formações
formou-se pela justaposição de barras de areia depositadas sucessivamente paralelas ao
longo da costa (Henriques et al. 1986), resultando em uma sucessão de cristas e de
depressões no sentido do mar para o continente (Imbassahy et al 2009). A temperatura
média anual é de 22,6ºC, possuindo precipitação média anual de 1.300 mm, distribuída
sazonalmente, concentrando-se principalmente entre a primavera e o verão (Imbassahy
et al. 2009).
2.2. Fitossociologia
Na duna frontal na praia de Cabiúnas foram selecionados três locais para
amostrar os perfis topográficos: perfil A (localizado no setor central), perfil B (ao norte)
e perfil C (ao sul) da praia (Figura 02). A distância total entre os perfis foi de 638 m,
sendo a distância entre o perfil A e B foi de 383 m e entre o perfil A e C foi 250 m. Em
cada perfil foram realizados três transectos, que foram dispostos paralelamente com
distância de 5 metros entre eles. Cada ponto foi marcado com a utilização de GPS
(modelo GARMIN 60, SXc) (Tabela 01).
Figura 02: Distância entre os perfis amostrados na praia de Cabiúnas, Parque Nacional
de Jurubatiba, Macaé, RJ.
Tabela 1: Coordenadas geográficas dos transectos realizados na praia de Cabiúnas, no
Parque Nacional de Jurubatiba, para avaliação da fitossociologia na duna frontal.
Perfil Coordenadas
A1 s 22°17'45.9'' w 041°41'00.4''
A2 s 22°17'46.3'' w 041°41'00.4''
A3 s 22°17'46.3'' w 041°41'00.6''
B1 s 22°17'39.3'' w 041°40'48.4''
B2 s 22°17'39.1'' w 041°40'48.8''
B3 s 22°17'39.3'' w 041°40'48.3''
C1 s 22°17'50.0'' w 041°41'06.3''
C2 s 22°17'50.0'' w 041°41'06.5''
C3 s 22°17'50.2'' w 041°41'06.5''
Para amostragem da vegetação foi utilizado o “método do ponto”, que consiste
da projeção vertical de um pino sobre um ponto de superfície, registrando-se a cada
ponto as espécies interceptadas pelo pino (Mantovani & Martins 1990). O pino de ferro
utilizado possuiu 1m de altura e 5 mm de diâmetro. Os pontos fixos foram distribuídos
da base da duna até o seu reverso, na faixa ocupada pela vegetação, totalizando 12
metros. A cada 1 m ao longo dos transectos foram amostrados 40 pontos, 20 à direita e
20 à esquerda, totalizando 13 linhas por transecto.
Com base no total de pontos amostrados calculou-se, freqüência absoluta (FA) e
relativa (FR%), cobertura absoluta (CA) e relativa (CR %) e o índice de valor de
importância (IVI %) das espécies. Foram utilizadas as seguintes fórmulas:
FA = ∑ Fi; onde Fi = frequência de cada espécie.
FR% = FA x 100
∑FA
CA = ∑ Ci; onde Ci = cobertura de cada espécie.
CR % = Ci x100
∑Ci
IVI% = CR% + FR%
Foram realizadas análises de abundância relativa das espécies e cálculos de
Índice de Diversidade de Shannon (H’) (Brower et al. 1999) para avaliar a estrutura da
vegetação em cada um dos três perfis da duna frontal. Estes cálculos foram realizados
com base nos valores médios de cobertura vegetal de cada espécie, obtidos para o
período, utilizando-se a seguinte fórmula:
H’= - (Pi * Log Pi ); onde Pi = valor de cobertura média de uma espécie / valor
de cobertura média de todas as espécies.
2.3. Análise estatística
Para evidenciar os padrões de similaridade de cobertura vegetal absoluta de cada
perfil foi realizada uma análise de agrupamento (Coeficiente de similaridade de
Sorense) através do método de ligação UPGMA e uma análise de componentes
principais (PCA) através da distância euclidiana. As análises foram realizadas utilizando
o software MVSP (Multi-Variate Statical Package).
3. Resultados
A cobertura vegetal apresentou um total de 10 famílias, sendo Poaceae a família
mais representada, com quatro espécies. Ao todo foram encontradas 15 espécies, entre
as quais, uma espécie exótica (Asteraceae). As espécies que ocorreram nos três perfis
foram Alternanthera maritima Mart., Bromelia antiacantha Bertol. e Ipomoea pes-
caprae (L.) R.Br. (Tabela 2).
Tabela 02: Espécies vegetais de três perfis na duna frontal na praia de Cabiúnas, Parque
Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ.
Família/Espécie Perfil A Perfil B Perfil C
Amaranthaceae
Alternanthera maritima Mart. x x x
Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears x x
Anacardiaceae
Schinus terebinthifolius Raddi x x
Arecaceae
Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze x x
Asteraceae
Espécie invasora x
Bromeliaceae
Bromelia antiacantha Bertol. x x x
Cactaceae
Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles & G.D. Rowley x x
Convolvulaceae
Ipomoea pes-caprae (L.) R.Br. x x x
Cyperaceae
Remirea maritima Aubl. x
Fabaceae
Dalbergia ecastophyllum (L.) Taub. x
Sophora tomentosa L. x x
Poaceae
Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. x x
Paspalum vaginatum Sw. x x
Sporobolus virginicus (L.) Kunth x x
Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze x x
A riqueza de espécies foi similar entre os perfis A e C, porém, Dalbergia
ecastophyllum (L.) Taub, Remirea maritima Aubl. e a espécie invasora ocorreram
somente no último perfil (Figura 03 e Tabela 03). O perfil B apresentou o menor
número de espécies (Figura 03) e a menor cobertura absoluta, já o perfil C apresentou o
maior valor de cobertura vegetal (Tabela 03). Nos perfis A e B houve maior cobertura
relativa das espécies herbáceas, já no perfil C as plantas arbustivas tiveram maior
cobertura (Figura 04).
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Distância (m)
Riq
ueza d
e e
sp
écie
s
Perfil A
Perfil B
Perfil C
Figura 03: Riqueza de espécies vegetais em três perfis da duna frontal da praia de
Cabiúnas, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Perfil A Perfil B Perfil C
% de cobertura relativa
ve
ge
taç
ão
herbácea
arbustiva
Figura 04: Percentagem de cobertura relativa das espécies vegetais em três perfis na
duna frontal da praia de Cabiúnas, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé,
RJ.
Tabela 03: Média da cobertura absoluta (CA), cobertura relativa (CR%), frequencia absoluta (FA), frequencia relativa (FR%) e índice de valor
de importância (IVI%) em três perfis na duna frontal na praia de Cabiúnas, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ.
Espécie
Perfil A Perfil B Perfil C
CA CR% FA FR% IVI% CA CR% FA FR% IVI% CA CR% FA FR% IVI%
Allagoptera arenaria 0.24 0.37 7.67 2.23 2.60 1.54 3.35 8.33 3.47 6.82 1.92 2.10 10.00 2.10 4.21
Alternanthera maritima 19.36 28.13 100.67 27.48 55.61 5.32 9.83 27.67 9.82 19.65 9.42 10.01 49.00 10.01 20.02
Blutaparon portulacoides 2.44 3.70 12.67 3.60 7.30 1.47 3.05 7.67 3.04 6.08 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Bromelia antiacantha 0.06 0.08 0.33 0.08 0.16 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 13.40 14.12 69.67 14.12 28.23
Dalbergia ecastaphyllum 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 11.86 12.69 61.67 12.69 25.38
Ipomoea pes-caprae 28.14 38.87 146.33 38.27 77.14 17.69 33.58 92.00 33.55 67.12 8.21 8.48 42.67 8.48 16.96
Panicum racemosum 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 12.05 23.60 62.67 23.55 47.15 4.04 4.01 21.00 4.01 8.02
Paspalum vaginatum 9.68 13.74 50.33 13.50 27.24 0.77 1.36 4.00 1.36 2.73 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Pilosocereus arrabidae 0.13 0.19 0.67 0.19 0.38 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 7.82 8.26 40.67 8.26 16.52
Remirea maritima 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 0.15 0.67 0.15 0.29
Schinus terebinthifolius 2.24 3.21 11.67 3.17 6.38 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 29.74 31.76 154.67 31.76 63.52
Sophora tomentosa 0.32 0.39 1.67 0.39 0.78 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 7.05 7.35 36.67 7.35 14.70
Sporobolus virginicus 0.45 0.72 2.33 0.69 1.40 10.71 20.35 55.67 20.32 40.68 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Stenotaphrum secundatum 7.37 10.60 38.33 10.40 21.01 2.63 4.89 13.67 4.88 9.77 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Espécie invasora 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.03 1.08 5.33 1.08 2.15
Total 70.43 100.00 372.67 100.00 200.00 52.18 100.00 271.67 100.00 200.00 94.62 100.00 492.00 100.00 200.00
Na análise de agrupamento estipulou-se um corte no valor de distância
equivalente a 0,52 para avaliar o número de grupos formados. Foi observado dois
grupos em relação a cobertura absoluta das espécies, um formado pelos transectos dos
perfis A e B e o outro grupo composto pelo perfil C (Figura 05). Isso mostra uma maior
similaridade florística entre os perfis A e B, que apresentaram I. pes-caprae como a
espécie com maior cobertura absoluta (Tabela 03). Já no perfil C a espécie mais
abundante foi Schinus terebinthifolius Raddi, que no perfil A apresentou uma baixa
abundância e no perfil B não foi encontrada (Tabela 03).
Figura 05: Dendrograma de similaridade (Sorense) da cobertura absoluta da vegetação
em três perfis (A, B e C) na duna frontal na praia de Cabiúnas, Parque Nacional da
Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ.
Observa-se na análise de componentes principais (PCA) que os três transectos
de cada perfil formaram grupos distintos, mostrando que a cobertura absoluta das
espécies encontradas nesses perfis diferiu. Os perfis B e C apresentaram uma maior
correlação com o primeiro e segundo componente, respectivamente. Os dois primeiros
componentes responderam por 83,6% da proporção da variância (60,6% para o primeiro
e 23% para o segundo eixo) (Figura 06).
Ipomoea pes-caprae, A. maritima e Paspalum vaginatum Sw. se posicionaram
próximo aos transectos do perfil A, mostrando que são as espécies com maior
abundância nesse perfil. O mesmo ocorreu com S. terebinthifolius, B. antiacantha e D.
A1
A3
A2
B1
B2
B3
C1
C2
C3
0,28 0,4 0,52 0,64 0,76 0,88 1
ecastophyllum em relação ao perfil C, e Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. e
Sporobolus virginicus (L.) Kunth no perfil B. Ipomoea pes-caprae e S. terebinthifolius
apresentaram os maiores tamanhos dos vetores, mostrando que são as espécies com
maior cobertura absoluta da área avaliada (Figura 06).
Figura 06: Análise de Componentes Principais (PCA) realizado com distância
euclidiana para os dados de cobertura absoluta da vegetação em três perfis (A, B e C)
na duna frontal na praia de Cabiúnas, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba,
Macaé, RJ. Legenda: Aa: Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze, Am:
Alternanthera maritima Mart., Ba: Bromelia antiacantha Bertol, Bp:
Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears, De: Dalbergia ecastophyllum (L.) Taub.,
Ip: Ipomoea pes-caprae (L.) R.Br., Pr: Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng., PV:
Paspalum vaginatum Sw., Pa: Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles & G.D. Rowley,
Rm: Remirea maritima Aubl., Ste: Schinus terebinthifolius Raddi, Sto:
Sophora tomentosa L., Sv: Sporobolus virginicus (L.) Kunth., Ss: Stenotaphrum
secundatum (Walter) Kuntze.
Considerando o valor de cobertura absoluta de cada espécie, no perfil A as
espécies mais abundantes (médias acima de 10% de cobertura) foram I. pes-caprae e A.
maritima. Este foi o perfil com menor índice de diversidade específica (H’=0,68), o que
reflete a forte dominância de I. pes-caprae nessa área (Tabela 03).
No perfil B, as espécies que obtiveram média de cobertura maior que 10% foram
I. pes-caprae, P. racemosum e S. virginicus. O índice de diversidade específica foi de
H=0,73, mostrando o baixo número de espécies desse perfil (Tabela 03).
Axis 1
-2.4
-4.8
-7.2
-9.6
2.4
4.8
7.2
9.6
12.0
-2.4 -4.8 -7.2 -9.6 2.4 4.8 7.2 9.6 12.0
Aa
Am
Bp
Ba
De
I sp
Ss
Ip
Pr
Pv
Pa Rm
Ste
Sto
Sv
A2
A3 A1
C1
C2
C3
B2
B1 B3
Axis 2
Já no perfil C, S. terebinthifolius, D. ecastaphyllum e B. antiacantha
apresentaram média de cobertura absoluta maior que 10%. Esse foi o perfil com maior
índice de diversidade específica (H=0,87), e apresenta forte dominância por S.
terebinthifolius (Tabela 03).
No perfil A, as espécies que tiveram índice de valor de importância (IVI) maior
que 50% foram I. pes-caprae e A. maritima. Ipomoea pes-caprae também foi a espécie
com maior IVI (67,12%) no perfil B, seguida de P. racemosum (47,15%) e S. virginicus
(40,68%). No perfil C, somente S. terebinthifolius apresentou IVI maior que 50%
(Tabela 03).
Na figura 07, observa-se a cobertura da vegetação ao longo da zona da praia em
cada perfil. No perfil A, observa-se uma forte dominância de I. pes-caprae em toda a
área avaliada, mas a partir dos 11 m, A. maritima, P. vaginatum e Stenotaphrum
secundatum (Walter) Kuntze (Gramínea 1) também apresentam certa dominância na
área. No perfil B também ocorre alta cobertura de I. pes-caprae, mas na distância de 12
m, S. virginicus é a espécie com maior abundância de cobertura. Nos primeiros três
metros do perfil C, I. pes-caprae é a única espécie encontrada nesse setor. A partir da
distância de 7 m há aumento da cobertura de B. antiacantha, D. ecastaphyllum,
Sophora tomentosa L. e, principalmente, S. terebinthifolius, sendo este o ponto em que
I. pes-caprae não está mais presente no perfil.
4. Discussão
A família com maior número de espécies foi Poaceae, sendo esta uma das famílias
de maior riqueza específica na comunidade vegetal das dunas frontais no Brasil (Peixoto
et al. 2007; Palma & Jarenkow 2008; Araújo et al. 2010; Peixoto et al. 2010). Essa
família apresenta polinização e dispersão facilitada pelo vento, que é constante e
determinante na distribuição das espécies vegetais de desse ambiente (Palma &
Jarenkow 2008).
Na duna frontal da praia de Cabiúnas foram encontradas 15 espécies, número
semelhante ao encontrado por Araújo et al. (2010) no cordão frontal da restinga de
Massambaba, com 17 espécies. O perfil A e C apresentaram o mesmo valor de riqueza,
mas o último perfil apresentou três espécies exclusivas, sendo uma a espécie exótica.
Figura 07: Cobertura absoluta da vegetação em três perfis (A, B e C) na duna frontal na praia de Cabiúnas,
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ. Obs. A espécie classificada como Gramínea 1,
corresponde a Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze.
A B C
Essa planta foi encontrada somente perto da estrada, e isso pode ser devido a
esse local apresentar maior grau de degradação em relação aos outros dois perfis, o que
pode ter beneficiado o estabelecimento dessa planta invasora. Apesar do perfil B ter
apresentado a menor riqueza e a menor cobertura vegetal total, teve maior valor de
diversidade em relação ao perfil A. O baixo valor de diversidade desse perfil pode ser
devido a forte dominância exercida por I. pes-caprae, que foi responsável por 28% da
cobertura vegetal.Os perfis A e B foram os que apresentaram maior similiradade
florística, e em ambos houve maior cobertura relativa das espécies herbáceas, sendo I.
pes-caprae a espécie mais abundante. A diferença de similaridade em relação ao perfil
C pode ser devido a esse local apresentar maior cobertura relativa de plantas arbustivas,
com dominância de S. terebinthifolius, que foi responsável por 29% da cobertura total.
Araújo et al. (2010) relatam que na faixa mais próxima às areias desnudas da
parte superior da praia da restinga de Massambaba a espécie que domina é Blutaparon
portulacoides, diferente do que foi observado na praia de Cabiúnas, em que a espécie
com maior dominância nessa faixa foi I. pes-caprae, que foi uma das três espécies
encontrada em todos os perfis. Blutaparon portulacoides foi encontrado nos perfis A e
B, mas sua cobertura relativa não foi superior a 4% nesses perfis. Já I. pes-caprae estava
presente na duna frontal da restinga de Massambaba apenas na faixa mais afastado da
praia, associada a P. racemosum, A. maritima, Ipomoea imperati, Sporobolus
virginicus, Remirea maritima e Canavalia rosea (Araújo et al. 2010). Na praia de
Cabiúnas, I. pes-caprae também foi encontrada associada a P. racemosum, A. maritima
e S. virginicus, além de P. vaginatum e S. secundatum. Já Remiria maritima foi
encontrada apenas no perfil C, e teve uma cobertura relativa menor que 1%, e
Canavalia rosea e Ipomoea imperati foram observadas no local de estudo, mas não
foram amostradas.
A grande colonização da região na faixa mais próxima às areias desnudas por I.
pes-caprae se deve a intensa reprodução vegetativa dessa espécie, que forma longos
estolões e desenvolve um sistema de ramos longos e curtos (Castellani & Santos
2006a). Essa espécie tem capacidade de recolonizar áreas que sofreram intensa erosão,
sendo que após um ano da recolonização a densidade de nódulos da população era
maior que a registrada antes da perturbação. Além disso, todos os estolões se
reproduziram, o que permitiu o estabelecimento do banco de sementes na área
(Castellani & Santos 2006b), que apresenta alta longevidade no solo (Castellani &
Santos 2006a). Como a taxa de predação das sementes de I. pes-caprae é de cerca de
65% (Castellani & Santos 2005) e a sobrevivência de plântulas é baixa (menor que
0,6%), devido principalmente a erosão e o soterramento marinho, que são eventos
comuns na duna frontal (Castellani & Santos 2006a), a reprodução vegetativa torna-se a
principal forma de manutenção da população nas dunas frontais (Castellani & Santos
2006a, 2006b).
Na zona mais afastada da praia de Cabiúnas, na área lavada pelas ondas mais
raramente, ocorreu um aumento da riqueza florística, mas as espécies mais abundantes
difereriram entre os perfis, principalmente no perfil C, em que houve dominância das
espécies arbustivas, principalmente S. terebinthifolius, D. ecastaphyllum e S. tomentosa.
Essas espécies não foram encontradas ou tiveram baixa abundância nos perfis A e B,
sendo que as espécies com maior cobertura foram I. pes-caprea, A. maritima e as
gramíneas P. racemosum, S. virginicus, P. vaginatum e S. secundatum. Acredita-se que
as diferenças na comunidade vegetal nas dunas frontais pode ser devido as
características morfodinâmicas da praia, zona de surfe, spray salino, disponibilidade de
nutrientes e soterramento por deposição eólica (Hesp 1988).
Apesar de I. pes-caprae poder germinar no escuro e emergir de profundidades
de até 14 cm (Castellani & Santos 2006a), foi observado que nos locais onde S.
terebinthifolius estava presente em maior abundância (perfil C), ocorreu uma
diminuição da cobertura de I. pes-caprae, até não ser mais encontrada, e sugere-se que
isso possa ser devido a competição ou inibição por sombreamento (Moutinho 2011).
A dominância de S. terebinthifolius no perfil C ocorreu a partir dos dez metros
em direção ao continente, culminando em áreas de maior impacto ambiental, como a
margem da estrada. Estudos realizados na restinga de Massambaba destacaram a sua
alta taxa de dominância, principalmente em áreas perturbadas. Esta espécie é
considerada uma espécie nativa “superdominante” mediante desequilíbrio ambiental
(Fonseca-kruel & Peixoto 2003).
Por apresentar uma grande plasticidade ecológica, capacidade de se adaptar em
diversos ambientes e regenerar em áreas degradadas (Lenzi & Orth 2004, Medeiros &
Zanon 1998) essa espécie considerada pioneira, podendo gerar adaptações positivas no
ambiente, que propiciam o surgimento de outras espécies. Seu desenvolvimento é muito
rápido, e suas sementes, quando semeadas em solo argiloso, com plena luminosidade e
logo após a colheita, germinam entre 10 a 15 dias, com uma taxa de germinação maior
do que 50%. Essa espécie tolera bem o sombreamento moderado, apesar de se
desenvolver melhor em sol pleno (Scalon et al. 2006). Todos esses aspectos ressaltam a
[R1] Comentário: Também não tenho
essa. Talvez quem tenha falado sobre a
aroreira deva ter.
grande adaptabilidade desta espécie, o que também pode ser observado na praia de
Cabiúnas, sendo que em alguns locais era a espécies com maior dominância.
Além de I. pes-capreae, A. maritima foi encontrada em todos os perfis e
apresentou um alto valor de IVI. Esta planta também está presente na comunidade
vegetal de outras restingas no Rio de Janeiro, como Maricá (Silva & Oliveira, 1989) e
Massambaba (Araújo et al. 2010).
Corroborando os dados do presente estudo, S. virginicus, I. pes-caprae e
P. racemosum apresentaram os maiores valores de IVI na formação praial graminóide, e
o mesmo ocorreu com S. terebinthifolius na área coberta por moitas, na restinga no
complexo lagunar Grussaí/Iquipari, em São João da Barra (RJ) (Assumpção &
Nascimento 2000), mostrando que essas espécies desempenham um importante papel na
comunidade vegetal da duna frontal.
Entre as espécies mais comuns de gramíneas encontradas na duna frontal estão
P. racemosum e P. vaginatum (Peixoto et al. 2006; Araújo et al. 2010; Peixoto et al.
2010). Panicum racemosum apresentou o segundo maior valor de cobertura vegetal no
perfil B. Essa espécie é caracterizada por colonizar particularmente as regiões frontais
das dunas, um local instável e com variação no acúmulo de sedimento (Palma &
Jarenkow 2008). A alta cobertura dessa espécie pode ser devido ao seu crescimento
rizomatoso, que permite uma rápida ocupação, grande capacidade de tolerar condições
extremas, além de auxiliar na fixação das dunas. Essa espécie possui raízes com
numerosos caules subterrâneos verticais e horizontais, em que os nós geram finas raízes
adventícias. Mesmo que as partes aéreas do caule sejam soterradas pelo sedimento, elas
continuam crescendo e se ramificando. Esse processo faz com que o sedimento seja
acumulado e fixado na área de crescimento dessa espécie (Hesp 1991). Apenas o
acúmulo de sedimento não é um fator que comprova o crescimento desses indivíduos. A
presença de nutrientes provindos dos borrifos da água do mar, e absorvidos pela areia,
também propiciam a colonização de P. racemosum nesse local (Palma & Jarenkow
2008).
A gramínea P. vaginatum também se caracteriza por apresentar crescimento por
rizomas, formando uma densa cobertura vegetal (Santos et al. 2006), como foi
encontrado no perfil A, sendo a espécie com o terceiro maior valor de importância nesse
perfil. Como P. vaginatum, S. secundatum apresentou maior cobertura vegetal no perfil
A, apresentando alta cobertura absoluta a partir de 10 m em direção ao continente.
[R2] Comentário: Não tenho essa
Thalita. Quem falou sobre P. vaginatum
deve ter tbm. Todas as referencias que
utilizei quando fiz a discussão das espécies
que me pediu e coloquei todas. Essas que
estão faltando não falei sobre elas. Então tá
meio difícil de achar aqui.
Sporobolus virginicus, espécie que apresentou alta cobertura no perfil B na zona
mais afastadas da praia, também é uma espécie adaptada a salinidades elevadas. A
limitação de seu crescimento ocorre devido a problemas em seu sistema respiratório,
quando o fornecimento de energia é inadequado, ou quando existe um baixo número de
transportadores necessários para a rápida taxa de absorção de íons para o alongamento
da célula (Marcum & Murdoch 1991). Assim, sugere-se que a ausência de espécies
lenhosas nesse perfil possa ter auxiliado o crescimento de S. virginicus.
A palmeira Allagoptera arenaria ocorreu apenas na parte final (a partir dos 11
m) nos perfis A e C. Essa espécie apresentou baixo valor de importância bem como
reduzida cobertura vegetal. Porém, adjacente à área amostrada, essa palmeira
apresentava ampla distribuição, ocorrendo tanto de forma isolada quanto em moitas.
Allagoptera arenaria é considerada uma espécie-chave, pois é uma das principais
facilitadoras da sucessão de moitas (Zaluar & Scarano 2000), germina facilmente sob
condições naturais e acumula matéria orgânica no solo através da senescência de suas
folhas, criando um microclima e propiciando o estabelecimento de outras espécies
(Menezes & Araujo 2000). Talvez devido a isso estes perfis apresente maior riqueza,
tornando possível a chegada de novas espécies, como D. ecastophyllum e R. Maritima.
A presença de A. arenaria na formação psamófila-reptante juntamente com algumas
outras espécies de maior ocorrência, como I. pes-caprae e P. racemosum, pode
caracterizar o início de uma zona de transição entre duas formações visualmente
distintas (Menezes & Araújo 1999).
Dalbergia ecastophyllum, registrada apenas no perfil C, apresentou o terceiro
maior valor de IVI nesse perfil, onde foi observada uma maior complexidade do
ambiente devido a formação de uma moita de vegetação, composta principalmente por
S. terebinthifolius, S. tomentosa, P. arrabidae e B. antiacantha. A maior cobertura
absoluta total (alta densidade) indica um maior acúmulo de material orgânico no solo,
maior umidade, sombreamento e temperatura mais amena, favorecendo o surgimento de
outras espécies. Nas áreas em que D. ecastophyllum foi observada, não ocorreu mais a
presença de I. pes-caprae, e o mesmo foi observado por Moutinho (2011), que verificou
que em ambientes com alta densidade de D. ecastophyllum ocorreu inibição do
crescimento horizontal de I. pes-caprae através de sombreamento, sugerindo uma
relação de competição entre essas duas espécies.
Outra espécie arbustiva encontrada foi S. tomentosa, que foi observada
principalmente associda as moitas de S. terebinthifolius e D. ecastophyllum. Esta
espécie é característica de dunas móveis e semifixas, de ambientes com grande
insolação e bastante denso, de pouca disponibilidade de água e nutrientes e muito vento
(Bresolin 1979) e é frequentemente encontrada na transição da duna frontal para a
comunidade contígua (Araújo et al. 2010).
Assim, foi observa que nos sistemas de dunas frontais existem diferenças na
estrutura da comunidade vegetal estabelecida, que pode variar de acordo com a
distância da praia, da distância entre os locais amostrados e do estado de conservação da
área. Na faixa mais próxima às areias desnudas encontra-se principalmente I. pes-
caprae. Já na zona mais afastadas da praia essa espécie também é encontrada, e está
associada principalmente a A. maritima e as gramíneas P. racemosum, S. virginicus, P.
vaginatum e S. secundatum. Também se pode encontrar moitas formadas
principalmente pelos arbustos S. terebinthifolius, D. ecastaphyllum e S. tomentosa, e
sugere-se que essas espécies possam inibir o crescimento de I. pes-caprae e de outras
espécies herbáceas.
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