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785 IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA Volumes de águas residuárias descartados em encostas e taludes de corte de assentamentos urbanos carentes. Santos, L.A.O. UFBA, Salvador/Ba, Brasil, [email protected]. Assunção, D.M.S. CONDER, Salvador/Ba, Brasil, [email protected]. Resumo: As populações que ocupam as partes altas das encostas e taludes de corte descartam volumes de águas residuárias (AR) surpreendentemente elevados. Tais descartes são críticos quando o assentamento é carente de sistema de esgotamento sanitário. O presente artigo discorre sobre tais volumes, expressos em lâminas, e sobre as taxas de ocupação que os igualam ou os tornam superiores aos volumes anuais precipitados pelas chuvas. Utiliza-se para tal uma área piloto abastecida com água mas carente de sistema de esgotamento sanitário. Assumiu-se um modelo e uma expressão matemática simples, com os quais se constata que, para taxas de ocupação mediana a alta, da ordem de 80 m 2 /lote, ou quando o consumo de água alcança cerca de 120 l/ hab.dia, o volume anual de AR iguala-se ou supera o precipitado pelas chuvas. O conhecimento obtido pode ser útil em estudos de instabilizações, drenagem, erosão, assoreamento e inundação das partes baixas do relevo e de saneamento ambiental. Abstract: The populations that live on the upper parts of hillsides or cut slopes discards surprisingly high volumes of residuary water (RW). Such RW discharges are critical for human settlements located in naked areas with no sanitary facilities. This work deals with RW volumes expressed into lamina forms and occupation rate of the populations on such areas. It was assumed a model using a simple mathematical expression in a pilot area with water supply and no sanitary facilities. It has been shown that for human settlements varying from medium to high occupation rates, about 80 m 2 /lot, or when the water consumption is about 120 liters / habitant per day, the annual volume of residuary water is equal or greater than annual volume of the rain precipitation. This work may be useful on studies of slope instabilities, drainage, erosion, transportation of solid sediment, flooding of the low parts of the relievo and environmental sanitation.

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785IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA

Volumes de águas residuárias descartados em encostase taludes de corte de assentamentos urbanos carentes.

Santos, L.A.O.UFBA, Salvador/Ba, Brasil, [email protected].

Assunção, D.M.S.CONDER, Salvador/Ba, Brasil, [email protected].

Resumo: As populações que ocupam as partes altas das encostas e taludes de corte descartamvolumes de águas residuárias (AR) surpreendentemente elevados. Tais descartes são críticosquando o assentamento é carente de sistema de esgotamento sanitário. O presente artigo discorresobre tais volumes, expressos em lâminas, e sobre as taxas de ocupação que os igualam ou ostornam superiores aos volumes anuais precipitados pelas chuvas. Utiliza-se para tal uma áreapiloto abastecida com água mas carente de sistema de esgotamento sanitário. Assumiu-se ummodelo e uma expressão matemática simples, com os quais se constata que, para taxas de ocupaçãomediana a alta, da ordem de 80 m2/lote, ou quando o consumo de água alcança cerca de 120 l/hab.dia, o volume anual de AR iguala-se ou supera o precipitado pelas chuvas. O conhecimentoobtido pode ser útil em estudos de instabilizações, drenagem, erosão, assoreamento e inundaçãodas partes baixas do relevo e de saneamento ambiental.

Abstract: The populations that live on the upper parts of hillsides or cut slopes discards surprisinglyhigh volumes of residuary water (RW). Such RW discharges are critical for human settlementslocated in naked areas with no sanitary facilities. This work deals with RW volumes expressed intolamina forms and occupation rate of the populations on such areas. It was assumed a model usinga simple mathematical expression in a pilot area with water supply and no sanitary facilities. It hasbeen shown that for human settlements varying from medium to high occupation rates, about 80m2/lot, or when the water consumption is about 120 liters / habitant per day, the annual volume ofresiduary water is equal or greater than annual volume of the rain precipitation. This work may beuseful on studies of slope instabilities, drainage, erosion, transportation of solid sediment, floodingof the low parts of the relievo and environmental sanitation.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. ÀGUAS RESIDUÁRIAS (AR)

As águas residuárias (AR) são as utilizadas di-ariamente pela população no asseio pessoal,lavagem de roupas, utensílios, preparação dealimentos, perdas e outros fins, que retornamao ambiente de modo controlado ou não. Sãoperenes, sistemáticas e previsíveis em seusvolumes diários, os quais variam com a taxa deocupação do solo, o valor do coeficiente deconsumo per capita de água e os hábitos dapopulação. Por serem bem distribuídas sãoinfiltráveis, sobretudo quando o solo encon-tra-se desprotegido, cortado e expondo cama-das com altas Velocidades de Infiltração Básica- VIB. Motivadas por sua distribuição têm baixacapacidade de provocar erosões das faces dostaludes de corte antropizados, bem como inun-dações ou assoreamento das partes baixas dorelevo, ou sobrecarregarem os sistemas rudi-mentares de drenagem existentes. Podem, en-tretanto infiltrar-se pelas faces dos taludes, apósserem descartadas em sua crista, predispondo-os a rupturas.

Já as águas de chuva precipitam-se natu-ralmente de forma descontínua, sazonal e decomplexa previsibilidade. Têm grande capaci-dade de provocar erosões, nas ocasiões emque se precipitam com grande intensidade ecurta duração, sobretudo nos taludes de as-sentamentos carentes antropizados e expos-tos pelo desmatamento e altas declividades. Aocupação aumenta a impermeabilização dosespaços e facilita o escoamento de águas dechuva, favorecendo uma maior freqüência deinundações e assoreamento das partes baixasdo relevo. Para os fins pretendidos no presen-te artigo, há uma considerável diferença entrea natureza das águas lançadas no ambientepela população e as águas que se precipitampelas chuvas.

As chuvas são frequentemente associadasa acidentes extremos como deslizamentos deterra, inundações e erosões. O mesmo não temocorrido com as AR. Não obstante, adensificação dos assentamentos aumenta ovolume gerado das AR, de tal modo que, nolimite, seu descarte descontrolado pode vir acomprometer o equilíbrio do ambiente e vir aassociar-se a acidentes extremos, além dos co-nhecidos impactos que causa na saúde dascomunidades.

1.2. PADRÃO DE DESCARTE DAS AR

O trabalho frequente e prolongado em assenta-mentos de baixa renda, carentes de infra-estru-tura básica de esgotamento sanitário, permiteconstatar uma notável semelhança no padrãoprevalecente de descarte das AR, a tal pontoque parece pertinente tentar esboçá-lo em ummodelo conceitual simples.

Por se tratar de uma ação antrópica, o des-carte das AR será aqui denominado como “pre-cipitação antrópica” (PA), em analogia com adenominação “precipitação pluviométrica” re-lacionada com as chuvas. Para modelá-lo é con-veniente abstrair-se da realidade aleatória dosdescartes e conceber que as lâminas se distri-buam de maneira uniforme em toda a área ocu-pada (A

OC), segundo um modelo semelhante ao

utilizado para caracterizar as chuvas. Assim, aose afirmar que o valor da lâmina precipitada naárea A

OC, num intervalo de tempo ∆t, é de X

mm, seja ela pluviométrica ou antrópica, está seafirmando que houve uma descarga de X l/m2

no intervalo de tempo ∆t, independente do in-tervalo de tempo analisado ser anual, mensalou diário.

O uso que a população faz da água e a ma-neira como a descarta podem ocasionar a eva-poração, infiltração ou escoamento, de modopontual, linear ( ou “em sulcos”) e/ou distribu-ído (ou “laminar”). Representando-se o volume

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VW,PA

de água descartada pela população numperíodo de tempo ∆t e na área total ocupadaA

OC, como a “Lâmina antrópica L

W,PA” (L

W,PA =

VW,PA

/ AOC

, em l/m2, que equivale a mm, numperíodo t), pode-se construir o modeloconceitual para a “precipitação antrópica” re-presentado na Fig. 1. A área A

OC corresponde a

porção ocupada no topo da elevação. Não en-volve o talude íngreme sobre o qual escoa avazão (q

W,PA)

CT. Se o relevo real do assentamen-

to desenvolver-se linearmente entre os pontosP e M, sem a inflexão em CT (crista do talude), omodelo é ainda adequado às expressões que seseguem no presente artigo.

Figura 1 – Modelo conceitual do descarte antrópico -Assunção (2005)

As lâminas descartadas, venham elasinfiltrar, evaporar ou escoar possuem destinosque se relacionam com as variáveis climáticas e

as características de solo e relevo. Por exemplo,ao se lançar um volume de água ao ambiente,parte dessa água pode ficar retida na superfíciedo solo da área A

OC e parte pode escoar. A parte

que fica retida na superfície do solo podeinfiltrar-se para camadas mais profundas ou sertransferida para a atmosfera por evaporaçãodireta ou por transpiração dos vegetais. Já aparte que escoa está sujeita a evaporação e in-filtração distribuída (laminar) ou, secundaria-mente, linear (em sulcos), ou ainda descarre-gar-se em pontos concentrados das cristas dostaludes.

Isolando-se cada fração consumida pela po-pulação é possível indicar o seu provável des-tino ao ser descartada. Embora tal método sus-cite muitas dúvidas em seus estágios interme-diários de aplicação, ele permite obter, ao final,resultados satisfatoriamente aceitáveis. As im-precisões cometidas, ao se assumir as váriasdecisões intermediárias, não seguem tendênciaúnica, para mais ou para menos, de tal modoque, ao final, resultam compensadas e produ-zem resultados aceitáveis. Tal compensação deimprecisões tende a não ocorrer se o número dedecisões intermediárias for limitado a 2 ou 3 etende a ocorrer quando envolve cerca de 6 oumais decisões. Assunção (2005) exercita o pro-cedimento em detalhes, de modo pioneiro.

Nesse trabalho a autora se apoiou nas quan-tidades recomendadas por três outras institui-ções, para as frações de água usualmenteconsumidas pela população em limpeza de ba-cia sanitária, preparo de alimentos, lavagem deroupa/utensílios, banhos/abluções e perdas. Emfunção da forma como cada fração é utilizada edescartada pela população, Assunção (2005)analisou os seus destinos mais prováveis, fos-sem eles evaporar, infiltrar ou escoar, de modopontual, linear (“em sulcos”) e/ou distribuído(“laminar”). Nas situações em que o destino éevaporar, após infiltrar ou durante o escoamen-to, as frações correspondentes foram divididas

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arbitrariamente em partes iguais. Trata-se deuma simplificação de cálculo, pois o destinodepende de aspectos pouco previsíveis taiscomo o estado prévio de umedecimento do solo,as condições climáticas, cobertura vegetal e,sobretudo, os hábitos das comunidades, comos quais se deve estar familiarizado. A despei-to das incertezas envolvidas, os seguintes re-sultados finais foram obtidos por Assunção(2005), para a área piloto de estudos, descritaem 3.1, os quais, embora discutíveis, se consi-dera satisfatoriamente aceitáveis:

• fração infiltrada (infiltações pontual, IP

mais distribuída, ID ) ≈ 40%;

• fração evaporada (evaporações pontual,E

P mais distribuída, E

D ) ≈ 33%;

• fração escoada ≈ 27%;Conforme se imaginava, inicialmente, as fra-

ções infiltrada e evaporada de modo linear seapresentaram de pouco significado (≈ 5%). Aevaporação pontual só foi considerada nocozimento de alimentos.

2. ABORDAGENS PRECEDENTES DASÁGUAS RESIDUÁRIAS

O descarte diuturno das AR é um aspecto pou-co explorado na literatura técnica. Os estudosdesenvolvidos têm caráter essencialmente qua-litativo e não integrado aos demais aspectospluviométricos, geológico-geotécnicos e ou-tros. No que se refere aos aspectos relaciona-dos à ocupação e aos hábitos da comunidade,os trabalhos pesquisados nessa área referem-se tão somente às suas consequências sobre asaúde ou às condições de habitabilidade. Suarelevância passou a ser reconhecida a partir dofinal da década de 70, quando os fatoresantrópicos e sóciocomportamentais passarama receber maior atenção por parte de estudio-sos. Brandão et al (1980) incorporou à culturatécnica local a relação com questões importan-tes associadas a degradação ambiental e ao

caráter histórico do padrão de urbanização econvivência com o meio. Desde então a impor-tância das AR tem sido referida por variadosautores, em bases ainda descritivas.

Já no final da década de setenta Menezeset al (1978, p.53) descreve que “[...] além da in-terrupção do sistema de drenagem natural, ocor-re, invariavelmente, a construção de fossasprimitivas nos taludes, para onde são lançadastodas as águas pluviais e servidas” e o CEPED(1978, p.13) relata que “constatou-se que umnúmero significativo de encostas apresentapontos de concentração de despejos de águasservidas, quer pelo lançamento direto, quer atra-vés de tubulações danificadas. Observou-seque, principalmente nos locais de populaçãode baixa renda, o sistema sanitário é bastanteprecário, sendo constituído por fossas negrasou valas não revestidas, que lançam os dejetosencosta abaixo”.

Assunção (2005) cita diversos trabalhosque abordam aspectos qualitativos relaciona-dos às AR. De um modo geral, a expressão quan-titativa do descarte das AR é ignorada. Frente atal cenário, o presente artigo e a pesquisa que ooriginou buscam cumprir o papel inicial de iden-tificar, de forma quantitativa, o volume das ARque pode ser gerado pelos descartes da popu-lação em assentamentos carentes, de modo aviabilizar a inferência do seu significado emquestões associadas à estudos de rupturas,erosões, assoreamento, inundações, sobrecar-ga dos sistemas rudimentares de drenagem exis-tentes e impacto negativo sobre a saúde dapopulação.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O procedimento metodológico adotado na pes-quisa que originou o presente artigo envolveuquatro etapas: identificação e escolha de umaárea piloto; obtenção de dados primários ne-cessários; obtenção de parâmetros para esti-

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mativa das lâminas; processamento dos dadosbásicos e cálculo das lâminas e vazões. Crono-logicamente, as ações foram precedidas poruma revisão bibliográfica sobre pluviometria,ocupação antrópica e águas residuárias, quedeu suporte à interpretação das informações,seguida de pesquisa na base cartográfica, fo-tos aéreas e pesquisa de campo, estas últimasexecutadas com algum paralelismo. Assunção(2005) expõe em detalhes as diversas conside-rações formuladas e os valores obtidos paracada dado básico considerado.

3.1. IDENTIFICAÇÃO E ESCOLHA DA ÁREAPILOTO PARA ESTUDOS

A escolha da área baseou-se em critérios quecontemplassem a premissa do estudo, isto é,ser um assentamento carente desprovido deinfra-estrutura em rede, antropizado pelo lança-mento das águas residuárias in natura, numambiente onde uma população de baixa rendaconvive com altas declividades e a possibilida-de de acidentes extremos. Foram também utili-zados, como informações norteadoras da esco-lha, o conhecimento do subsolo e suas singu-laridades geológicas e geomorfológicas, a exis-tência de mapeamento, fotos aéreas e suas res-tituições aerofotogramétricas e a possibilidadede se desenvolver os trabalhos de campo semriscos para a integridade física das pessoas.

O sítio escolhido como área piloto de estu-do situa-se no Alto da Boa Vista do Lobato, noSubúrbio Ferroviário de Salvador/Ba, palco derecorrentes escorregamentos de talude, porvezes catastróficos, um dos quais, ocorrido em1992, divulgado por Santos et al (1992) em deta-lhes. No interior desse sítio definiu-se uma áreacuja poligonal coincide com as ruas dos Uni-dos e Fernando Meireles, especialmente porconfigurar uma unidade territorial de análise as-semelhado a uma sub-bacia hidrográfica capazde permitir a análise do comportamento das

águas. A área reúne as condições e informa-ções necessárias para a investigação a que sepropõe essa pesquisa. Em adição, é representa-tiva de muitas outras existentes em Salvador,sob os aspectos físico e antrópico. À seme-lhança do que ocorre na grande maioria dosassentamentos carentes, o sítio dispõe de abas-tecimento de água mas não dispõe de sistemade esgotamento sanitário. Como conseqüência,as AR retornam inexoravelmente ao ambientede modo não disciplinado.

O assentamento Alto do Bom Viver é umadas muitas ocupações espontâneas que come-çaram a se multiplicar a partir da década de 60,quando a contínua e excessiva valorização imo-biliária de caráter especulativo levou à ocupa-ção informal de regiões periféricas e distantes.Santos et al (1992) e Assunção (2005) caracteri-zam com mais detalhes a área piloto.

3.2. LÂMINAS RESULTANTES DO DESCAR-TE DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS (AR)

Considere-se as variáveis definidas a seguir:

LW,PA

- Lâmina resultante do descarte das AR(em mm/ano, que equivale a l/m2 por ano);R - coeficiente de retorno (adimensional);Pc - coeficiente de consumo de água, per capita(l/hab.dia);N

HD - número de habitantes por domicílio (hab/

dom);N

D - número de unidades habitacionais

unidomiciliares, na área ocupada AOC

(dom);A

OC - área ocupada (m2);

(AOC

/ ND) – Lote Médio do assentamento, em

m2 / domicílio.

A lâmina das AR retornada ao ambiente apósser consumida e descartada pela população,aqui denominada como “ precipitação antrópica( L

W,PA ) “, pode ser obtida através das equações

1a e 1b, estruturadas a partir da consideraçãodos seguintes produtos:

790 IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA

� NHD

. ND – número de habitantes em toda

área AOC

;� Pc . N

HD . N

D – vazão, em l/dia, consumida

por todos os habitantes da área AOC

;� R . Pc . N

HD . N

D - fração da vazão, em l/

dia, retornada ao ambiente após serconsumida por todos os habitantes daárea A

OC;

� Pc . NHD

. ND (365 dias/ano)- vazão, em l/

ano, consumida por todos os habitantesda área A

OC;

� R . Pc . NHD

. ND (365 dias/ano) – fração

da vazão, em l/ano, retornada ao ambien-te após ser consumida por todos os ha-bitantes da área A

OC.

A lâmina expressa na eq. 1a corresponde aoúltimo produto dividido pela área ocupada A

OC.

Com frequência, a área total do assentamen-to A é igual a A

OC, mas isso pode eventualmen-

te não ocorrer. A área “A” pode ser maior queA

OC, mormente quando dentro dela ocorrem áre-

as non aedificandi - por serem exageradamenteíngremes ou então protegidas legalmente - oumesmo massas de água – a exemplo do que ocor-re na parte alta da Falha de Salvador nasadjacências dos diques do Cabrito e de Campi-nas. Na própria área piloto estudada por As-sunção (2005) existe uma área tão íngreme quefoi expurgada, de modo tal que a relação (A/A

OC) assumiu em 1976 / 80 / 92 / 98 e 2002 os

valores de 1,29 / 1,04 / 1,24 / 1,29 e 1,20, respec-tivamente.

Se a relação (A/AOC

) < 1.40, o modelo con-cebido pode ser aplicado sem consideraçõesparticulares. Se a relação for maior que 1.40, omodelo continua plenamente aplicável, não

obstante deva ser ajustado a forma do relevode modo a se ter claro o significado dos valoresde lâminas que resultam dos cálculos.

Santos e Assunção (2005) utilizaram a eq.1a para elaborar uma expressão de cálculo dasvazões das AR, similar à conhecida fórmula dométodo racional utilizada em projetos de drena-gem de águas pluviais para o cálculo de vazões(Q = C.I.A). Para a área piloto de estudos As-sunção (2005) encontrou R = 0.94, Pc = 90 l/hab.dia e N

HD = 4.43 hab/dom..

3.3. LOTE MÉDIO EQUIVALENTE CHUVA(LM

EQC ) EM QUE L

W,PA = L

W,PP

Denomina-se por Lote Médio de um assenta-mento a relação entre a área ocupada A

OC, ex-

pressa em m2, e o número de unidadeshabitacionais unidomiciliares existentes na áreaocupada A

OC com N

HD habitantes por domicílio

(LM = A

OC / N

D). Trata-se de um índice que, a

rigor, propicia a avaliação da Taxa de Ocupaçãodos assentamentos (TO), muito embora em ra-zão inversa já que quanto maior LM menor seráTO (LM =1/ TO ).

A quantificação de LM = (A

OC / N

D) é sem-

pre obtida por via direta, mediante a mediçãoda área ocupada A

OC, em m2, e a contagem do

número de unidades habitacionaisunidomiciliares N

D (com N

HD habitantes por

domicílio). Tanto AOC

como ND podem ser obti-

das em restituições aerofotogramétricas, che-cadas nas respectivas fotos aéreas e, preferen-cialmente, in loco. Da eq. 1b se obtém a eq 2a:

Para a área piloto a eq. 2a se reduz para LM = (A

OC / N

D) = 136.793,97 / L

W,PA (2b).

Se nas eq. 2a e 2b substituirmos o denomina-dor L

W,PA por L

W,PP (a precipitação pluviométrica

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anual total devida às chuvas), criamos um meiopara calcular a Taxa de Ocupação do assenta-mento (LM = 1/TO) a partir da qual as lâminasantrópica e pluviométrica anuais se igualam. Emoutros termos, podemos calcular o valor limitedo Lote Médio LM, aqui denominado como“Lote Médio Equivalente Chuva” (LM

eqc )

, que

iguala os volumes anuais totais de água des-cartados pela comunidade (AR) e pelas chu-vas. Partindo-se da eq. 2a obtém-se a expres-são de aplicação geral para LM

eqc :

Para a área piloto a eq. 3a se reduz paraLM

eqc = (A

OC / N

D) = 136.793,97 / L

W,PP ( 3b).

Pode-se observar, relacionando-se as equa-ções 3a e 2a que (LMeqc / LM

) = (L

W,PA / L

W,PP

), conforme se verificará na Tabela 1. Tal obser-vação facilita o entendimento do significado darelação (LMeqc / LM ) e possibilita extrair asmesmas conclusões básicas por qualquer dasrelações.

Por definição, LMeqc

corresponde ao tama-nho médio do lote unidomiciliar, teórico e limite,em m2/dom, para o qual, em cada ano hidrológicoestudado, o volume de AR descartado pela po-pulação se iguala ao volume de água precipita-do pela chuva.

Se o tamanho médio dos lotes do assenta-mento (LM ) for igual a LM

eqc,, ou seja, na Tab.

1 (LMeqc/LM ) = 100%, então a população es-

tará descartando um volume de AR igual aovolume precipitado pelas águas de chuvas. Nassituações em que a Taxa de Ocupação (TO) doassentamento for tão alta que torne o tamanhomédio do lote (LM ) menor que o valor limiteLM

eqc - ou seja, (LMeqc/LM

) > 100% - então a

população estará descartando um volume deAR maior que o volume das águas de chuvas.Se, por outro lado, LM for maior que LMeqc -

ou seja, (LMeqc / LM ) < 100% - então a popu-

lação estará descartando um volume de AR re-lativamente menor.

3.4. OBTENÇÃO DA LÂMINA PLUVIOMÉ-TRICA PARA COMPARAÇÃO

As lâminas pluviométricas de referência,adotadas para comparação com as lâminasantrópicas, são as resultantes da monitorizaçãorealizada pelo Instituto Nacional deMeteorologia - INMET, nos anos de 1976, 1980,1992, 1998 e 2002, constantes das normaisclimatológicas (Gráfico 1). De todos os valoresobtidos - anuais, mensais e diários - os corres-pondentes à pluviometria do ano de 2002 foramprivilegiados, em função do fato de somenteneste ano ter sido possível checar em campo aconsistência dos vários outros dadoscorrelacionáveis e de se ter conseguido tam-bém obter o balanço hídrico. Os dados relati-vos ao balanço hídrico foram obtidos junto aoPrograma de Monitoramento Climático em Tem-po Real da Região Nordeste.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. VOLUME DE ÁGUA DESCARTADAPELA POPULAÇÃO (AR)

A Tabela 1 expõe os volumes das AR descarta-dos no ambiente pela população da área piloto,ou seja, os volumes antrópicos retornados aoambiente, em termos de lâminas anuais totais,e os compara com os volumes precipitados pe-las chuvas nos anos referidos. Apresenta tam-bém valores obtidos mediante a sensibilizaçãodas equações 1a ou 1b utilizadas para os cálcu-los.

Embora o assentamento da área piloto sejamedianamente ocupado, observa-se que des-carregou um volume de AR que variou entre69% e 93% do volume precipitado em forma de

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chuvas, à depender do ano que se considere.Tais volumes de AR são surpreendentementeelevados, a ponto de ser conveniente nãodesprezá-los. Podem, entretanto ser ainda maio-res, frente a variação de qualquer uma das variá-veis contidas no numerador da eq. 1a, duas dasquais são sensibilizadas na Tab. 1 (o consumoper capita de água e a densidade de ocupação).

A concessionária de abastecimento de águado Estado da Bahia considera que o consumoper capita se relaciona ao padrão de renda dapopulação segundo os seguintes números: 100l/hab.dia para o padrão de renda de até 3 salári-os mínimos e 150 l/hab.dia para o padrão 3 a 10salários mínimos. Se o consumo adotado para aárea piloto fosse de 150 l/hab.dia, em lugar de90 l/hab.dia, o volume de AR descartada pelapopulação sempre superaria o volume de águaprecipitado pelas chuvas de algo entre 14% e55% !

Para a sensibilização da influência da taxade ocupação do assentamento considere-se aeq. 1b. Se em lugar do tamanho real dos lotesda área piloto o Lote Médio LM fosse igual aovalor praticado por um grande ProgramaHabitacional do Estado (LM = 80 m2/dom, ou

seja, lotes menores ou maior taxa de ocupação),o volume de AR descartado pela população seriade 12 % menor a 20% maior do que o volumede água precipitado pelas chuvas.

Embora a Lei de Ordenamento do Uso e Ocu-pação do Solo - LOUOS (Lei 3377/84) limite averticalização da área piloto em no máximo doisandares, imagine-se, para fins de sensibilizaçãoe análise, que a área piloto fosse adensada,mediante a verticalização das edificações em trêsandares (N

D triplicaria e LM reduzir-se-ia a 1/3)

e, simultaneamente, o consumo per capita deágua elevado para 150 l/hab.dia. Os volumescalculados de AR, nas cinco primeiras linhas daTabela 1, descartados pela população, seriamquintuplicados [ multiplicador de 3 (150 / 90) =5] superando o volume de água precipitado pe-las chuvas em cerca de 243 % a 363 % (a de-pender do ano considerado). A simulação ima-ginada não é comum mas já existem assenta-mentos que se aproximam dela, a exemplo doque ocorre na Zona da Escarpa da Falha de Sal-vador, nos trechos dos bairros do Pilar e doSanto Antonio e, muito provavelmente, em al-guns assentamentos das nossas cidades maisdensamente ocupadas!

Gráfico 1 - Pluviometria mensal do posto de Ondina – 1976/80/82/98 e 2002, Assunção (2005).

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Considere-se, ao contrário, que o Lote Mé-dio LM fosse igual ao valor legal recomendadona LOUOS, ou seja, os lotes fossem maiores eas taxas de ocupação menores (LM = 125 m2/dom). Para a área piloto, o volume de AR des-cartado pela população seria de 23% a 44% àmenos do que o volume de água precipitadopelas chuvas.

Em todas as situações, o volume das ARdescartadas pela população compara-se ou su-pera o volume de água precipitado pelas chu-vas, a menos que a taxa de ocupação dos as-sentamentos se aproxime do valor legal reco-mendado na LOUOS. Mesmo quando o lote le-

gal da LOUOS é respeitado, o volume das AR ésurpreendentemente elevado e não desprezí-vel. Merece realce a situação em que a área pi-loto foi adensada verticalmente e o consumoper capita de água foi considerado ser igual a150 l/hab.dia, quando a lâmina antrópica alcan-ça 6262,74 mm/ano (em 2002), superando emmuito a lâmina pluviométrica de 1827,20 mm/ano!

Considerando-se as condições reais exis-tentes na área piloto do Alto do Bom Viver noano de 2002 (quinta linha da Tab. 1), a compara-ção entre as precipitações acumuladasantrópica e pluviométrica mensais revela que,

Tabela 1 - Precipitações Antrópica (LW,PA

) e Pluviométrica (LW,PA

), Lote Médio (LM ) e do LoteMédio

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em cinco meses os descartes antrópicos foramsuperiores. Ao se comparar as precipitações acu-muladas diárias observa-se que os descartesantrópicos preponderaram em 269 dias do anode 2002 (74%) e em 284 dias no ano de 1976(78%). Pode-se conceber, simplificadamente, quena maior parte dos dias do ano foi a comunidadeque descartou maior quantidade de água, po-rém, em relação ao total anual, quem descarregamais água é a chuva, especialmente por causadas precipitações de grande intensidade e curtaduração. Esses volumes descarregados pelachuva abruptamente e as suas conseqüênciastêm sido largamente estudados, porém não setem notícia de estudos quantitativos sobre a in-fluência e a conseqüência dos volumes de ARdescartados diuturnamente nas encostas.

4.2. TAXA DE OCUPAÇÃO QUE IGUALA OSDESCARTES DA CHUVA E DA POPULA-ÇÃO

A Tabela 1 expõe os valores do Lote Médio(LM) e do Lote Médio Equivalente Chuva(LM

eqc) para a área piloto do presente estudo.

Os valores de LM foram calculados pela viadireta, os quais são coincidentes com o que seobtém por meio da eq. 2a ou da eq. 2b. Para ocálculo do Lote Médio Equivalente Chuva(LMe

qc) utilizou-se a eq 3a ou eq. 3b.

O denominador das expressões 2a e 2b -L

W,PA - varia com N

D (ver eq. 1a e eq. 1b), número

esse que, na área piloto, oscila levemente logoapós a ocorrência de rupturas no talude comperda de vidas. Tanto o adensamento horizon-tal quanto o vertical alteram os cálculos pelaalteração de N

D. O adensamento horizontal al-

tera também a taxa de impermeabilização do as-sentamento e, consequentemente, o coeficien-te de run off e as vazões geradas pelas chuvas,o que não ocorre com o adensamento vertical.

Pelo fato da relação (LMeqc / LM ) = (L

W,PA

/ L W,PP

), as conclusões que se pode extrair a

partir da relação (LMeqc / LM ) são idênticas às

obtidas no item anterior à partir da relação (L

W,PA / L

W,PP). No entanto, pode-se ressaltar que,

para a área piloto, LMeqc variou entre 70 e 95m2/dom ( Pc = 90 l/hab.dia) ou entre 114 e 159m2/dom (Pc = 150 l/hab.dia).

Em muitos assentamentos reais os valoresde LM comparam-se ou são menores que essesvalores de LMeqc e, como consequencia, osvolumes de AR comparam-se ou superam osvolumes precipitados pelas chuvas (LMeqc /LM

) >100%. Em particular, quando a simulação

considerou a verticalização da área e o valor deP

C = 150 l / hab.dia, LM variou entre 33 m2 e 36

m2 enquanto LMeqc variou entre 114 m2 e 159m2.

A partir da eq. 3a é possível isolar e calcularo valor do consumo per capita P

C, em l/hab.dia,

que iguala o volume de AR descartado pelapopulação ao volume de água precipitado pe-las chuvas. Assumindo-se R = 0,94 e N

HD = 4,43

hab/dom constantes e, adicionalmente, paracada ano, LMeqc = LM - ou seja, (LMeqc/LM)= 100% - e o valor de L

W,PP , obtém-se para Pc os

valores pretendidos (na Tabela 2).Considerando o universo temporal estuda-

do e as dimensões que a área piloto possuía emcada ano, observa-se que a população estariadescartando tanta água quanto as chuvas casoP

c varie entre 97 l/hab.dia e 131 l/hab.dia. No

presente estudo se considerou que a popula-ção esteja consumindo 90 l/hab.dia, um valorque pode ser facilmente superado.

5. CONCLUSÕES

Os volumes totais anuais de AR, descartadospela população na área ocupada do topo dasencostas e taludes de corte (A

OC), são surpre-

endentemente elevados e comparáveis aos vo-lumes precipitados pelas chuvas. Quando o loteunidomiciliar iguala-se ou é menor que cerca de80 m2, ou o consumo per capita de água alcança

795IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA

algo próximo a 120 l/hab.dia, os volumes anuaisde AR descartados pela população igualam-seou superam os volumes precipitados pelas chu-vas. Os impactos gerados pelas águasresiduárias são menos intensos devido ao fatodessas serem regulares e bem distribuídas, emcontraposição ao caráter sazonal e esporadica-mente torrencial das chuvas.

Tal condição se exacerba quando o assen-tamento é adensado verticalmente e o consu-mo per capita de água alcança cerca de 150 l /hab.dia, situações essas presentes em muitosdos assentamentos urbanos das metrópoles eem alguns dos assentamentos das cidadesmedianamente urbanizadas.

A despeito das simplificações assumidas edas limitações derivadas, a expressão e o mo-delo utilizado permitiram esclarecer algumas dasquestões formuladas em uma das linhas de pes-quisa que se desenvolve no Mestrado em En-genharia Ambiental Urbana da Escola Politéc-nica da Universidade federal da Bahia - MEAU–EP/UFBA, algumas das quais constituíram ashipóteses da dissertação de mestrado que ser-viu de base para a elaboração do presente arti-go – Assunção (2005).

6. AGRADECIMENTOS

Os autores do presente artigo expressam seusagradecimentos aos Professores D.Sc. NeydeMaria Santos Gonçalves, Ph.D. Luiz RobertoSantos Moraes, Ph.D. Lafayette Dantas da Luz,M.Sc. Moacir Schwab de Souza Menezes e Dra.Maria

David de Azevedo Rebouças Brandão, porterem disponibilizado suas valiosas horas detrabalho e seus notórios saberes para avalia-rem o Projeto de Dissertação, o Seminário dePesquisa e/ou a Apresentação da Dissertaçãoque serviu de base para elaboração do presen-te artigo – Assunção (2005) – oportunidadesem que agregaram valiosas contribuições aodesenvolvimento da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tabela 2 – Consumo per capita de água ( Pc) que iguala as lâminas antrópica (L

W,PA) e pluviométrica (L

W,PP)

Pc = ( LMeqc

LW,PP

) / [ (365 dias/ano) ( R) ( NHD

) ] = ( LMeqc

LW,PP

) / 1519,933

Fonte: Assunção (2005)

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