wattímetros e atd
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Realizou-se medições de tensão, corrente e potência em circuitos trifásicos. Utilizou-se um circuito equilibrado, desequilibrado, equilibrado com neutro aterrado e desequilibrado com neutro aterrado. Utilizou-se, também, tanto o método do três wattímetros como o método dos dois wattímetros. Com os valores obtidos experimentalmente, podemos comprovar várias teorias. Com base no experimento, obtivemos respostas para questões que serão apresentadas ao decorrer do relatório.TRANSCRIPT
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Universidade Federal de Itajubá
Grupo de Estudos da Qualidade da Energia Elétrica
EEL515 – Laboratório de Medidas
Prof. Fernando Nunes Belchior, Dr.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome/Matrícula: Willy Wing Moreira – 15963
Curso: EEL
Título: Wattímetro e ATD
Data: 31/05/2010
2. RESUMO
Realizou-se medições de tensão, corrente e potência em circuitos trifásicos.
Utilizou-se um circuito equilibrado, desequilibrado, equilibrado com neutro aterrado e
desequilibrado com neutro aterrado. Utilizou-se, também, tanto o método do três
wattímetros como o método dos dois wattímetros. Com os valores obtidos
experimentalmente, podemos comprovar várias teorias. Com base no experimento,
obtivemos respostas para questões que serão apresentadas ao decorrer do relatório.
3. INTRODUÇÃO
3.1 Instrumento eletrodinâmico
A figura 1 apresenta o esquema de um instrumento eletrodinâmico. O
wattímetro, instrumento para medir potência ativa (Watts) é um instrumento
eletrodinâmico. O instrumento eletrodinâmico apresenta as seguintes partes principais:
• Bobina fixa Bc, constituída de duas meias bobinas idênticas (bobina de
corrente);
• Bobina móvel, Bp, à qual está preso o ponteiro (analógico) em um mecanismo
de relojoaria, colocado entre as duas meias bobinas (bobina de potencial);
• Mola restauradora.
3.2 Wattímetro
O wattímetro é um instrumento de medição que utiliza o princípio
eletrodinamométrico. A bobina fixa ou de campo, é utilizada em série com a carga. A
bobina móvel ou de potencial, é utilizada em paralelo com a carga.
A figura 2 mostra as ligações para medir a potência consumida por uma carga Z.
A corrente que circula pela bobina de campo é a corrente de carga (i). A corrente
ip (fasor muito pequeno) é praticamente e/R. Assim, o conjugado sobre a bobina móvel
depende do produto da densidade de fluxo do campo (produzido pela bobina de
corrente) e da corrente da bobina móvel (bobina de potencial). Uma vez que ip � e/R, o
conjugado motor depende do produto e x i; se e e i variarem no tempo (senoidais) o
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conjugado motor também variará; se as variações de e e i forem muito rápidas (na
prática é 60 Hz), a bobina móvel não poderá acompanhar este conjugado variável,
tomando uma posição tal que o conjugado resistente da mola restauradora (ou molas) se
iguala ao valor médio do conjugado motor produzido pela ação eletromagnética. Uma
vez que o conjugado motor depende de e x i, o conjugado motor médio é proporcional à
potência média, ou potência ativa.
Conjugado motor instantâneo ( ) ( )
Conjugado médio
∫ ( ) ( )
Onde T = período das ondas v(t) e i(t).
Para o caso de ondas senoidais (cargas lineares), com ângulo de defasagem Ø
entre a tensão e a corrente, tem-se que:
( ) √ ( ) ( ) √ ( )
∫ ( ) ( )
Portanto, o wattímetro terá sua escala graduada em watts.
A figura 2 mostra os detalhes das ligações de um wattímetro. Existem em um
dos terminais da bobina de potencial e em um dos terminais da bobina de corrente uma
marca + ou ↓. Esses dois terminais devem ser conectados ao mesmo ponto do circuito.
Se o ponteiro (caso analógico) lê para trás, as ligações devem ser invertidas.
3.3 Método dos três wattímetros
Este método é aplicável para ligações trifásicas a quatro fios (3 fases e 1 neutro)
equilibradas ou não.
As Figuras 3 e 4 mostram, respectivamente, o esquema de ligação dos
instrumentos e as grandezas elétricas (em termos de fasores) aplicadas em cada
wattímetro.
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Figura 3 – Método dos três wattímetros
Figura 4 – Diagramas Fasoriais – Tensões e correntes aplicadas nos wattímetros
3.4 Método dos dois wattímetros
Este método é aplicável para ligações trifásicas a três fios (3 fases) equilibradas
ou não.
As Figuras 5, 6 e 7 mostram, respectivamente, o esquema de ligação dos
instrumentos e as grandezas elétricas (em termos de fasores) aplicadas em cada
wattímetro.
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Figura 5 – Método dos dois wattímetros
Figura 6 – Tensões e correntes aplicadas nos wattímetros para cargas ligadas em estrela
Figura 7 – Tensões e correntes aplicadas nos wattímetros para cargas ligadas em
triângulo
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3.5 Auto-Transformador Defasador
A figura a seguir apresenta o esquema de princípio de funcionamento deste
ATD, chamado na prática como “ATD de ligação em estrela incompleta”.
Figura 8 – ATD a quatro fios
Figura 9 – Diagrama fasorial do ATD a quatro fios
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A potência reativa é dada por:
W1 = V56 I1 cos (90º - θ1) = V56 I1 sen θ1
W2 = V78 I2 cos (90º - θ2) = V78 I2 sen θ2
W3 = V90 I3 cos (90º - θ3) = V90 I3 sen θ3
Potência Reativa Total = W1 + W2 + W3
3.6 Objetivos
Verificar esquema de ligação de cada instrumento;
Realizar medições de tensão, corrente e potência em circuitos trifásicos;
Mostrar o mecanismo de variação de potência segundo o tipo de carga utilizada, bem como o processo de correção de fator de potência;
Anotar os valores obtidos experimentalmente;
Verificar na prática as informações contidas na Introdução.
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4. MATERIAIS E MÉTODOS (PARTE EXPERIMENTAL)
4.1 Método dos três wattímetros
Esboço dos esquemas de ligação
Figura 10 – Circuito trifásico equilibrado
Com esse método, foi medido uma vez com o circuito equilibrado e outra com o
mesmo desequilibrado. E mais duas vezes com cada configuração anterior, mas com o
neutro aterrado.
4.2 Método dos dois wattímetros
Esboço dos esquemas de ligação
Figura 11 – Circuito trifásico equilibrado
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Com esse método, foi medido uma vez com o circuito equilibrado e outra com o
mesmo desequilibrado. E mais duas vezes com cada configuração anterior, mas com o
neutro aterrado.
4.3 Utilização do ATD
Foi ligado o ATD no circuito apresentado na figura 10 utilizando uma carga
resistiva. Foi feita também uma configuração utilizando uma carga indutiva ou
capacitiva.
4.4 Fórmulas para os cálculos
Para o método dos três wattímetros:
√
Para o método dos dois wattímetros:
√
Para ambos os métodos:
∑
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Medida de potência trifásica
5.1.1 Utilizando três wattímetros
5.1.1.1 Circuito equilibrado
Equip. Valor
W1 85 W
W2 95 W
W3 90 W
A1 0,76 A
A2 0,8 A
A3 0,81 A
V 120 V
f 60 Hz
Tabela 1 – Grandezas elétricas do circuito da figura 10
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Grandeza Valor
P 270 W
Q 155,89 var
S 311,77 VA
fp 0,866
Tabela 2 – Valores de potências e fator de potência do circuito equilibrado da figura 10
5.1.1.2 Circuito desequilibrado
Equip. Valor
W1 120 W
W2 155 W
W3 190 W
A1 0,75 A
A2 1,65 A
A3 1,95 A
V 120 V
f 60 Hz
Tabela 3 – Grandezas elétricas do circuito da figura 10 desequilibrado
Grandeza Valor
P 465 W
Q 268,47 var
S 536,94 VA
fp 0,866
Tabela 4 – Valores de potências e fator de potência do circuito desequilibrado da figura
10
5.1.1.3 Circuito equilibrado com neutro aterrado
Equip. Valor
W1 90 W
W2 95 W
W3 85 W
A1 0,75 A
A2 0,83 A
A3 0,76 A
Van 120 V
Vbn 120 V
Vcn 120 V
f 60 Hz
Tabela 5 – Grandezas elétricas do circuito da figura 10 equilibrado com neutro aterrado
10
Grandeza Valor
P1 90 W
P2 95 W
P3 85 W
Q1 51,96 var
Q2 54,84 var
Q3 49,07 var
S1 103,92 VA
S2 109,69 VA
S3 98,15 VA
P 270 W
Q 155,89 var
S 311,77 VA
fp 0,866
In 0,2 A
Tabela 6 – Valores de potências e fator de potência do circuito equilibrado da figura 10
com neutro aterrado
5.1.1.4 Circuito desequilibrado com neutro aterrado
Equip. Valor
W1 90 W
W2 195 W
W3 200 W
A1 0,75 A
A2 1,6 A
A3 1,95 A
Van 120 V
Vbn 120 V
Vcn 120 V
f 60 Hz
Tabela 7 – Grandezas elétricas do circuito da figura 10 desequilibrado com neutro
aterrado
Grandeza Valor
P1 90 W
P2 195 W
P3 200 W
Q1 51,96 var
Q2 112,58 var
Q3 115,47 var
S1 103,92 VA
S2 225,16 VA
S3 230,94 VA
P 485 W
Q 280 var
S 560,02 VA
fp 0,866
In 1,5 A
Tabela 8 – Valores de potências e fator de potência do circuito desequilibrado da figura
10 com neutro aterrado
11
5.1.2 Utilizando dois wattímetros
5.1.2.1 Circuito equilibrado
Equip. Valor
W1 160 W
W2 120 W
A1 0,78 A
A2 0,80 A
A3 0,78 A
V 208 V
f 60 Hz
Tabela 9 – Grandezas elétricas do circuito da figura 11
Grandeza Valor
P 340 W
Q 294,45 var
S 449,78 VA
fp 0,756
Tabela 10 – Valores de potências e fator de potência do circuito equilibrado da figura 11
5.1.2.2 Circuito desequilibrado
Equip. Valor
W1 220 W
W2 260 W
A1 1,1 A
A2 1,6 A
A3 1,6 A
V 208 V
f 60 Hz
Tabela 11 – Grandezas elétricas do circuito da figura 11 desequilibrado
Grandeza Valor
P 480 W
Tabela 12 – Valor de potência do circuito desequilibrado da figura 11
5.1.2.3 Circuito equilibrado com neutro aterrado
Equip. Valor
W1 150 W
W2 120 W
A1 0,78 A
A2 0,79 A
A3 0,80 A
V 208 V
f 60 Hz
In 0 A
Tabela 13 – Grandezas elétricas do circuito da figura 11 equilibrado com neutro
aterrado
12
Grandeza Valor
P 270 W
Q 233,83 var
S 357,18 VA
fp 0,756
Tabela 14 – Valor de potência e fator de potência do circuito equilibrado da figura 11
com neutro aterrado
5.1.2.4 Circuito desequilibrado com neutro aterrado
Equip. Valor
W1 160 W
W2 180 W
A1 0,78 A
A2 1,65 A
A3 1,95 A
V 208 V
f 60 Hz
In 1,65 A
Tabela 15 – Grandezas elétricas do circuito da figura 11 desequilibrado com neutro
aterrado
Grandeza Valor
P 340 W
Tabela 16 – Valor de potência do circuito desequilibrado da figura 11 com neutro
aterrado
5.2 Utilização do ATD (Auto-Transformador Defasador)
5.2.1 Medição da energia reativa nos circuitos trifásicos a quatro fios (ATD com
entrada para duas fases e o neutro)
Ligou-se o ATD no circuito apresentado na figura 10 utilizando uma carga
resistiva.
Equip. Valor
W1 0 W
W2 0 W
W3 0 W
I1 0,79 A
I2 0,77 A
I3 0,77 A
V56 100 V
V78 100 V
V90 100 V
Tabela 17 – Grandezas elétricas do circuito da figura 10 utilizando o ATD na carga
resistiva
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Repetiu-se a medição utilizando um indutor ou capacitor.
Equip. Valor
W1 45 W
W2 40 W
W3 35 W
I1 0,40 A
I2 0,41 A
I3 0,39 A
V56 100 V
V78 100 V
V90 100 V
6. CONCLUSÕES
Os resultados foram satisfatórios. O mais gratificante do ensaio foi o
conhecimento de diversos instrumentos de medição, componentes de circuitos que não
se havia conhecimento ainda. Apesar de levar algum tempo para a montagem do
circuito, o experimento foi simples. Entretanto, houve muita necessidade dos alunos
montarem o circuito para a coleta dos valores de tensão, corrente e potência. O mais
importante foi comprovar as teorias contidas introdução em relação aos equipamentos
estudados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MEDEIROS Fº, Solon de, Medição de Energia Elétrica, Editora Universitária – Universidade Federal de Pernambuco, 1980, 2ª edição,
Recife, UFPE.
http://www.labspot.ufsc.br/circuitos1/aula07m.pdf (acessado em 29/05/2010)
http://www.dsee.fee.unicamp.br/~sato/ET515/node45.html (acessado em 29/05/2010)
http://www.dsee.fee.unicamp.br/~sato/ET515/node46.html (acessado em
29/05/2010)
ANEXOS
1. Compare as medidas de potência sem neutro aterrado para os circuitos
equilibrados pelo métodos dos três wattímetros e pelo método dos dois wattímetros;
Os resultados foram próximos, mas ainda assim há uma diferença. A tensão
utilizada em cada experimento foi diferente. Apenas as correntes tiveram um valor
quase que igual.
2. Compare as medidas de potência sem neutro aterrado para os circuitos
desequilibrados pelo método dos três wattímetros e pelo método dos dois wattímetros;
A potência ativa total do circuito foi bem próximo.
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3. Compare as medidas de potência com neutro aterrado para os circuitos
equilibrados pelo método dos três wattímetros e pelo método dos dois wattímetros;
A potência ativa total e suas correntes tiveram valores bem próximos.
4. Compare as medidas de potência com neutro aterrado para os circuitos
desequilibrados pelo método dos três wattímetros e pelo método dos dois wattímetros;
As correntes tiveram um valor bem próximo, não tanto quanto sua potência ativa
total.
5. Compare as medidas de potência sem neutro aterrado para os circuitos
equilibrados pelo método dos três wattímetros utilizando ATD.
Os resultados foram os mesmos. O único propósito do ATD é defasar a forma de
onda da tensão de saída da entrada.