x ram apresentacao

12
X RAM REUNIÓN DE ANTROPOLOGÍA DEL MERCOSUR Situar, actuar, imaginar antropologías desde el Cono Sur 10 al 13 de julio de 2013 - Córdoba, Argentina GT 02 - El trabajo como campo de problematización desafíos conceptuales y metodológicos para la construcción para una antropología del trabajo y los trabajadores DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E PRÁTICA implicações para a prática etnográfica Jefferson Virgílio Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Upload: jefferson-virgilio

Post on 30-Nov-2015

13 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

PPT - X RAM GT 02.

TRANSCRIPT

Page 1: X RAM Apresentacao

X RAM – REUNIÓN DE ANTROPOLOGÍA DEL MERCOSUR

Situar, actuar, imaginar antropologías desde el Cono Sur

10 al 13 de julio de 2013 - Córdoba, Argentina

GT 02 - El trabajo como campo de problematización desafíos conceptuales y metodológicos para la construcción para una antropología del trabajo y los trabajadores

DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E PRÁTICA

implicações para a prática etnográfica

Jefferson Virgílio

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Page 2: X RAM Apresentacao

ETNOGRAFIA NÃO AUTORIZADA

Controladora do call center sugere a produção de um “relatório de análise cultural”

do ambiente de trabalho por orientação do departamento de recursos humanos.

Falta de acordo sobre publicação de material posteriormente em meio acadêmico.

Incapacidade da empresa em identificar que eu JÁ era funcionário contratado.

Eu já havia iniciado a pesquisa e identificado os primeiros conflitos de interesses.

Hierarquia em ambiente de trabalho + vulnerabilidade dos sujeitos de estudo.

Page 3: X RAM Apresentacao

SOBRE A MILITÂNCIA E A INTERVENÇÃO ANTROPOLÓGICA

Proposta por maior “aproximação” trabalhando como e com os sujeitos de estudo.

Necessidade de aplicar a teoria antropológica FORA da academia.

Identificação da urgência de intervenção, realizada pela maior aproximação.

A “não-intervenção” é sempre “mais ética” que a “intervenção”?

Encontro de múltiplas problemáticas metodológicas.

Page 4: X RAM Apresentacao

ETNOGRAFIA NÃO REVELADA

Carga histórica (negativa) de “pesquisas não-reveladas”. “É uma experiência”.

Problemática de extensão da percepção das ciências naturais para ciências humanas.

Argumentos contra pesquisas não reveladas em ciências humanas se restringem às

hipóteses de uso futuro para dominação, e violação de direitos humanos individuais.

o Além disso, é um movimento reacionário de puro conformismo e costume.

Tratamento protecionista pode impossibilitar ampliar o conhecimento antropológico.

Page 5: X RAM Apresentacao

ETNOGRAFIA NÃO REVELADA

(continuação)

A superproteção e consulta (acadêmicas) a comitês de ética, não é universal. Os

métodos também não deveriam ser universais, ou limitados a um conjunto finito.

Inúmeros teóricos realizaram etnografias não reveladas, por razões específicas.

Não existe qualquer dúvida sobre a capacidade de obter informação de interlocutores

ao explicitar a pesquisa para os mesmos. Não é este o cerne da questão.

Consentimento deveria ser existente (ou prioritário) para ocorrência de risco durante

ou posterior à pesquisa para os sujeitos ou grupos de estudo.

Page 6: X RAM Apresentacao

PROBLEMÁTICAS METODOLÓGICAS SECUNDÁRIAS

Dificuldade de realizar anotações com papel e caneta, de qualquer tipo.

Possibilidade de uso de telefone celular como bloco de notas.

Video-vigilância e gravação telefônica em regime de 24 horas.

o Dificulta (e muito) o trabalho de campo.

o Invalida algumas expectativas de argumentação de “dados sigilosos”.

Dificuldade de identificar um “sujeito de pesquisa padrão”.

Page 7: X RAM Apresentacao

COMO É O TRABALHO?

Operador deve convencer o cliente do banco a adquirir um novo produto bancário.

O produto é de nulo (ou negativo) retorno financeiro.

o Realiza-se breve consulta a vulnerabilidades familiares (enfermos, idosos,...).

o Informa-se sobre a possibilidade de conquista de prêmio em dinheiro (sorteio).

Excessivo controle sobre os funcionários durante o expediente.

o Água, alimentação, (uso de) banheiro, comunicação externa, horários, etc.

O contato aos clientes é controlado por computador, tendo ordem aleatória e

frequência constante.

o São gravados, prima-se por qualidade, “ética” e quantidade de vendas.

Page 8: X RAM Apresentacao

COMO É O TRABALHO?

(continuação)

Difícil realização de trabalho de campo, durante o expediente.

Metas individuais e coletivas praticamente inatingíveis.

o Competitividade e punição (salarial).

Múltiplos conceitos de “ética” e “verdade”, que são conflitantes, entre si.

Expressivas (e públicas) valorização e humilhação de colaboradores com alto/baixo

índice de vendas, respectivamente.

Page 9: X RAM Apresentacao

ENTRE DISCURSOS E PRÁTICAS

Solicitações (dos bancos e do call center) são inter e intra conflitantes.

Divergências entre o discurso e a prática.

Aceite de instâncias superiores das respectivas divergências.

Conflito entre valores pessoais e orientações superiores recebidas.

Page 10: X RAM Apresentacao

REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA

O contexto do ambiente definiu o método.

Incapacidade de qualquer órgão ou agência prever as variedades do que pode ser

encontrado em campo, e principalmente, admitir, hoje, a limitação desta situação.

Sugestão de mais adequada função ao órgão, se necessário: banco de situações.

Intromissão E incapacidade de comitês de ética em propor ou definir métodos

adequados ao estudo de comportamento social.

Excessiva variedade de campos e populações. Impossibilita o uso de métodos

generalistas e universais.

Urgência de etnografias “não autorizadas” e “não reveladas” conforme o contexto.

Page 11: X RAM Apresentacao

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABA. Moção sobre a avaliação da Ética em Pesquisa. in: Associação Brasileira de Antropologia. 2011. Acesso em 18

de maio de 2013. Disponível online: <http://www.abant.org.br/news/show/id/173>.

ABASHIN, Sergei et al. Fieldwork ethics. in: Forum for anthropology and culture 4. Pps.: 10-124. University at St.

Petersburg & University at Oxford. 2007.

ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das letras. 1989.

BURAWOY, Michael (editor). Global ethnography: forces, connections, and imaginations

in a postmodern world. Berkeley: University of California Press. 2000.

DIAMOND, Timothy. Making gray gold: narratives of nursing home care. Chicago: University of Chicago Press.1992.

DUARTE, Luis Fernando Dias; SARTI, Cynthia Andersen (coords.). FR 01: Antropologia e ética: desafios para a

regulamentação. in: Anais da 28ª RBA - Reunião Brasileira de Antropologia. São Paulo. 2012.

DWYER, Arienne. Ética y aspectos prácticos del trabajo de campo cooperativo. in: FARFAN, Jose Antonio Flores;

HAVILAND, John (Editores). Bases de la documentación lingüística. Mexico City: Instituto Nacional de Lenguas

Indígenas. Pps.: 49-89. 2007.

ERICKSON, David John; TEWKSBURY, Richard. The "gentlemen" in the club: a typology of strip club patrons. in:

Deviant Behavior: an interdisciplinary journal. London: Routledge. Vol. 21. Pps.: 271-293. 2000.

GOFFMAN, Erving. Asylums: essays on the social situation of mental patients and other inmates. New York: Anchor

Books. 1961.

GOFFMAN, Erving. As representações do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes. 1985.

GRANJO, Paulo (redator). Exercício da saúde ocupacional nas empresas portuguesas. Lisboa: CGTP-IN. 1993.

HAGGERTY, Kevin D. Ethics creep: governing social science research in the name of ethics. in: Qualitative sociology.

Num. 27. Pps.: 391-414. Chicago: Springer Journal. 2004.

HIRSCHHORN, Norbert. Shameful science: four decades of the german tobacco industry's hidden research on smoking

and health. in: Tobacco control. Vol. 9. Num 2. Pps.: 242-247. London: BMJ Publishing Group. 2000.

Page 12: X RAM Apresentacao

IRVINE, Leslie. Organizational ethics and fieldwork realities: negotiating ethical boundaries in codependents

anonymous. in: GRILLS, Scott (Editor). Ethnographic research: fieldwork settings. Pps.: 167-183. California: Sage

Publications. 1998.

KELLETT, Peter. Advocacy in anthropology: active engagement or passive scholarship? in: Durham Anthropology

Journal. Vol. 16. Num. 1. Pps.: 22-31. Durham University. 2009.

LANDMAN, Todd. Measuring human rights and the impact of human rights policy. in: Human rights impact

assessment (HRIA). Presented in Brussels.2001.

LEVINE, Felice J.; SINGER, Eleanor. Protection of human subjects of research: recent developments and future

prospects for the social sciences. in: Public opinion quarterly. Num. 67. Pps.: 148-164. Oxford: Oxford University Press.

2003.

LUGOSI, Peter. Between overt and covert research: concealment and disclosure in an ethnographic study of commercial

hospitality. in: Qualitative inquiry. Vol. 12. Num. 3. New York: Sage Journals. Pps.: 541-561. 2006.

REEVES, Carla. A difficult negotiation: fieldwork relations with gatekeepers. in: Qualitative

research. Vol. 10. Num. 3. New York: Sage Journals.Pps.: 315-331. 2010.

SCHEPER-HUGHES, Nancy. The primacy of the ethical: propositions for a militant anthropology. in: Current

Anthropology. Vol. 36. Num. 3. Pps.: 409-420. Chicago: University of Chicago Press. 1995.

SLEETER, Christine Elaine. Activist or ethnographer? Researchers, teachers, and voice in ethnographies that critique.

in: Kathleen deMarrais (Editor). Inside stories: qualitative research reflections. Pps.: 49-58. New Jersey: Lawrence

Erlbaum Associates. 1998.

THORNE, Barrie. You still takin’ notes? Fieldwork and problems of informed consent. in: Social problems. Vol. 27. Num

3. Pps.: 284-297. Berkeley: University of California Press. 1980.

VALE DE ALMEIDA, Miguel. Na companhia dos homens: sociabilidades masculinas. in: VALE DE ALMEIDA,

Miguel. Senhores de si. uma interpretação antropológica da masculinidade. Pps.: 181-209. Lisboa: Fim de Século. 1995.

VELAZQUEZ, Loida. Personal reflections on the process: the role of the researcher and transformative research. in:

Kathleen deMarrais (Editor). Inside stories: qualitative research reflections. Pps.: 59-66. New Jersey: Lawrence Erlbaum

Associates. 1998.

ZAVISCA, Jane. Ethics in ethnographical fieldwork. in: Forum for anthropology and culture 4. Pps.: 127-146.

University at St. Petersburg & University at Oxford. 2007.

ZIZEK, Slavoj. Against human rights. in: New left review. Vol. 34. Pps.: 115-131. London: NLR. 2005.