xv curso nacional de atualização em...
TRANSCRIPT
1
- 8:15-8:40 - Introdução. Onde estamos no Controle do Tabagismo. Prioridades.
Luiz Carlos Corrêa da Silva
-8:40-9:05 - Cigarro eletrônico e Narguilé – o que o Pneumologista deve saber.
José Miguel Chatkin
-9:05-9:25 - Fumantes ocasional e compulsivo – dicas para o dia a dia do Pneumologista.
Alberto Araújo
- 9:25-9:50 - Fumante hospitalizado – oportunidade para intervenção.
Alberto Araújo
- 9:50-10:00 DISCUSSÃO
CNAP 2014 - Módulo Tabagismo
XV Curso Nacional de Atualização
em PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 -
Búzios, 25/Abril/2014
Apresentação do Palestrante - Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
- Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho(Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica da Santa Casa de Porto Alegre)
- Doutor em Medicina: Pneumologia (UFRGS)
- Título de Especialista em Pneumologia pela SBPT
- Organizador de Livros de Pneumologia:“Compêndio, 1981, 1991”, “Condutas, 2001”, “Princípios e Prática, 2012”,
“Tabagismo – Doença que tem Tratamento, 2012”------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Membro do Conselho Deliberativo da SBPT
- Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Colaborador em Programas e Comissões de Controle do Tabagismo:
- Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT (2013-2014)- Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Santa Casa de Porto Alegre
- Membro do Conselho Consultivo da ACTBr (Aliança de Controle do Tabagismo)
- Membro da Comissão de Tabagismo da AMB
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Médico Tisiologista da Secretaria da Saúde do Estado RS (1972-1995)
- Professor de Pneumologia: UFRGS (1974-2011); UFCSPA (1979-2010); UPF (1973-2011)
- Presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) (2000-2002)
- Presidente da SPTRS (Soc. Pneumologia e Tisiologia do RS) (1980-81; 1981-83); (1997-99)
- Diretor Científico da AMRIGS (Associação Médica do RS) (2002-2005, 2005-2008)
- Fundador do Projeto Fumo Zero da AMRIGS (2003) e da UniAMRIGS (2006)
DECLARAÇÃO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSE
(seguindo norma da ANVISA)
“Não tenho conflitos de interesse...”
Luiz Carlos Corrêa da Silva
Aliás, tenho grandes conflitos com o
Setor Político que não assume seu papel
e com a Indústria do Tabaco!”
E um enorme interesse de controlar
o Tabagismo!
2
COMISSÃO DE TABAGISMO
Coordenador:
-Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS)
Comissão Científica:
-Alberto Araújo (RJ)
-Antonio Dórea (BA)
-João Paulo Becker Lotufo (SP)
-Keyla Medeiros Maia (MT)
-Luis Suarez Halty (RS)
-Maria Vera Cruz de Oliveira (SP)
Participantes: mais de 200 associados da SBPT
SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA
COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT
NOSSA MISSÃO:
Desenvolver ações para reduzir a Epidemia do Tabagismo
no Brasil, dentro do espectro de atuação da SBPT.
Setores de atuação:
-comunicação (informações científicas, entrevistas)
*Forum de Tabagismo da SBPT – Prof. José Rosemberg
-trabalho em rede com setores afins (INCA, ACTBr, etc.)
-político (“advocacy”)
-defesa profissional (“melhor remuneração para o tabacologista”)
-capacitação do Pneumologista (e, dentro do possível, de
todos que se interessem) para tratamento do tabagismo-capacitação do Pneumologista
COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT
PRINCIPAIS AÇÕES PARA 2014:
-CNAP 2014 (Búzios, 25/Abril)
-SBPT 2014 (Gramado, Outubro)
Curso Pré-Congresso, 4 turnos de atividades científicas
-PECs (em organização, diversas regiões)
-Datas do Tabagismo (31/Maio, 29/Agosto)
-Ações de Advocacy, geralmente em parceria com ACTBr,
INCA, MS, CONICQ, e outras instituições.
-Inserções na Mídia sobre Tabagismo e seu Controle
(entrevistas, notícias, artigos, etc.)
Informações sobre a Comissão de Tabagismo: site da SBPT
-CNAP 2014 (Búzios, 25/Abril)
3
XV CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO
EM PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 -
Búzios, 25/Abril/2014 - 8h15-8h35 -
TABAGISMOIntrodução
Onde estamos
Atuais prioridades
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
O TABACO é um produto comercializado
na forma de cigarros e outros derivados.
Representa uma grande fonte de renda,
principalmente para a Indústria do Tabaco,
e outros setores envolvidos nesta cadeia.
O TABAGISMO é uma doença gerada
pelo tabaco. Causa de graves problemas
de Saúde a Alta Mortalidade.
TABACO E TABAGISMO
TABACO
TABAGISMO
COMÉRCIO
IMPOSTOS
DOENÇAS E
CONSEQUÊNCIAS
TABACO E DESFECHOS
►
▼
▼CONSUMO◄
= NEGÓCIO
PARA A
INDÚSTRIA
E OUTROS
= DANOS À
SAÚDE.
MORTES.
PREJUÍZO
PARA
TODOS
GANHOS RÁPIDOS,
PARA POUCOS
GASTOS E PERDAS
LENTAS,
PARA MUITOS
4
U.S. Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and
Prevention Morbidity and Mortality Weekly Report. Vol. 63 / No. 13 - April 4, 2014.
CDC Grand Rounds: Global Tobacco ControlSamira Asma, Yang Song, Joanna Cohen, Michael Eriksen, Terry Pechacek, Nicole Cohen, John Iskander.
- Século XX: tabaco contribuiu para 100 milhões de mortes.
- 2011: 6 milhões de mortes (superior à AIDS + TB + Malária).
- 2030: 8 milhões de mortes (impedir isto é O DESAFIO!).
- Produção mundial: (1880 => 2009) = 10 bilhões => 6
trilhões de cigarros, anualmente.
- Cinco países consomem 58% do total: China=38%,
Rússia=7%, EEUU=5%, Indonésia=4%, Japão=4%.
- O Brasil é o maior exportador de folha de tabaco.
- 500 milhões de pessoas, vivas hoje, morrerão por fumar.
O Pneumologista deve “apropriar-se”
das questões relativas ao tabagismo.
O MÉDICO / PNEUMOLOGISTA
PRECISA ATUAR COM A MAIOR
INTENSIDADE NO TABAGISMO!
Deve ser um líder!
Deve ser um exemplo!
Promover, incessantemente, ambientes
100% livres do tabaco!
- Nos locais de trabalho: ambulatório,
clínica, hospital, etc.
- Nos ambientes sociais: amigos e cidadãos
- Nos ambientes políticos: praticar o advocacy!
Para os pacientes fumantes, sempre fazer
pelo menos uma abordagem mínima!
PAPEL DO PNEUMOLOGISTA
5
OPORTUNIDADES NO
CONSULTÓRIO
SEMPRE FAZER UMA ABORDAGEM MÍNIMA
(1) Você fuma?Resposta NÃO => é fumante passivo?Resposta SIM => prosseguir
(2) Quer parar?
(3) Como pretende parar?
(4) Quer auxílio?
-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-
cigarettes”):
- pouco se sabe sobre seus riscos;
- são necessários estudos qualificados;
- devem ser proibidos em ambientes fechados, da
mesma forma que cigarros manufaturados;
- não devem prejudicar as políticas de controle do
tabaco e do tabagismo.
MUDANDO PARADIGMAS
Nunca pressupor que o paciente “sabe o
suficiente” sobre Tabagismo. Ele até pode
pensar que sabe, mas sempre poderemos
contribuir...
Explicar oportunamente, em linguagem
simples e clara o que é Tabagismo, como é a
Dependência, que parar de fumar não é
nenhum “bicho de sete cabeças”, e que o
Tratamento é muito eficaz, desde que feito
adequadamente.
6
PROPOR SEMPRE AO PACIENTE FUMANTE
UM PLANO PARA CESSAÇÃO
Maneiras de parar de fumar
1.Iniciativa própria – o fumante para por si mesmo
2.Intervenção breve - aconselhamento sistemático
(é importante acompanhar o paciente)
4.Programa de Tratamento multidisciplinar:
(1) terapia cognitivo-comportamental (TCC)
(2) esquema combinado (TRN, BUP, VAR)
(SN: psicoativos para controle de transtornos)
3.Tratamento com recursos recomendados pelas
Diretrizes - INCA, SBPT, etc. (TCC e Medicamentos)
<06%
<10%
20-40%
>40%
Abstinência
12 meses
Programa de Tratamento do Tabagismo
no Consultório (abordagem intensiva)
FASE INTENSIVA (2 meses):
1ª.Consulta: avaliação (aspectos pessoais; histórico do tabagismo;
exames necessários). Entrevista Motivacional. Plano Terapêutico.
2ª.Cons.(2ª.Semana): cont. + escolher esquema (TCC / Medicamentos?).
3ª.Cons.(3ª.Semana): cont. + Dia “D” (preparação).
4ª.Cons.(4ª.Semana): cont. + prevenção recaída + ajustes medic.
5ª.Cons.(5ª.Semana): idem
6ª.Cons.(6ª.Semana): idem
7ª.Cons.(7ª.Semana): idem
8ª.Cons.(8ª.Semana): idem
FASE DE MANUTENÇÃO (tempo?) (6 meses / 12 meses/ ou mais?)
A SBPT JÁ ENVIOU ESTA PROPOSTA
PARA A AMB - EM SEGUIDA PODERÁ
SER ACEITA E INCLUÍDA NA CBHPM
7
OPORTUNIDADES NO
HOSPITAL
O TABAGISMO É UMA DOENÇA DE
DEPENDÊNCIA DA NICOTINA (DN).
CONCEITOS PRECISAM SER MELHOR
CONHECIDOS POR TODOS
ALÉM DA DN, HÁ OUTROS FATORES,
PRINCIPALMENTE COMPORTAMENTAIS,
INDIVIDUAIS OU COLETIVOS, QUE INDUZEM A
FUMAR E DIFICULTAM PARAR DE FUMAR.
QUAIS SÃO ESTES FATORES?
Dependência química (NICOTINA)
Dependência psicológica
Automatismos / Gatilhos
Ansiedade / Depressão / outros transtornos
Psicossociais / Culturais / Costumes
Auto-estima baixa
Genética
Censuras / Pressões
Leis “Antifumo”
Outros...
8
Nucleus
accumbens
(nAcc)Área
tegmentar
ventral
(VTA)
Nicotina
Dopamina
AUMENTANDO O NÍVEL DA DOPAMINA – ocorrem
“efeitos positivos”,que possibilitam as
sensações gratificantes,percebidas pelo fumante.
“NEUROBIOLOGIA DA
DEPENDÊNCIA DA NICOTINA”
Receptores
α2β4
AS PESSOAS NÃO FUMAM
PORQUE QUEREM!
FUMAM POR SEREM
DEPENDENTES!
TABAGISMO É (VERDADEIRO):
-DOENÇA DE DEPENDÊNCIA
-MULTIFATORIAL
-FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS GRAVES
-RELACIONADO COM ALTA MORTALIDADE
TABAGISMO: O QUE É E O QUE NÃO É
“TABAGISMO É” (AINDA É DITO, MAS NÃO É) (FALSO):
-ESTILO DE VIDA
-CHARME
-FATOR DE SOCIABILIDADE
-EXPRESSÃO DE “LIVRE ARBÍTRIO”
-UMA OPÇÃO PARA A VIDA DAS PESSOAS
-VANTAGEM ECONÔMICA PARA GOVERNO E SOCIEDADE
“O TABAGISMO É UMA EPIDEMIA”
Fatores que aumentam a “virulência” do agente (tabaco)
e/ou reduzem a “resistência” do hospedeiro:
-aditivos => odor/sabor agradáveis para atrair a vítima
-amônia => aumenta absorção da nicotina
-artimanhas midiáticas => aumentam indução e impulso
-genótipos => podem facilitar a dependência
“Vetores”:
- “Disseminadores”: indústria e comerciantes
- “Fontes de contágio”: amigos e indutores
“Agente causal”: tabaco (cigarro).
“O TABAGISMO É UMA
VERDADEIRA EPIDEMIA,
POIS ALASTROU-SE PELO MUNDO TODO
E TEM ALTA PREVALÊNCIA!”
9
1. Doença de DEPENDÊNCIA, MULTIFATORIAL
2. Costuma relacionar-se com PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS
3. INFLUENCIADA POR COSTUMES - sociais, culturais, familiares...
4. É UM GRANDE NEGÓCIO => MUITO PODER ECONÔMICO para I.T.
5. Forte lobby da indústria do tabaco na MÍDIA e na POLÍTICA
6. É UMA “EPIDEMIA” de controle lento
7. EDUCAÇÃO e PREVENÇÃO geram resultados a médio/longo prazo
8. ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL não é prática habitual das pessoas
9. LEIS ANTIFUMO – difíceis de implantar por interesses setoriais
10.GOVERNO e SOCIEDADE CIVIL têm sido pouco parceiros e sem
consistência para Controle do Tabaco e do Tabagismo
Epidemia do Tabagismo: obstáculos /
situações a considerar para controle
1. TRATAMENTO DO TABAGISMO (TT) => é eficaz
2. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL => é a base do TT
3. Nas intervenções, considerar costumes, fatores sociais e culturais
4. A INDÚSTRIA precisa PAGAR CARO pelos danos que causa
5. POLÍTICOS devem defender o povo e não quem os patrocina
6. ACORDOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO devem ser ajustados
7. EDUCAÇÃO em Saúde e maior PROTEÇÃO dos jovens
8. ESTILO DE VIDA precisa ser trabalhado com mais consistência
9. SOCIEDADE CIVIL deve atuar mais e exigir mais do GOVERNO
10. LEI ANTIFUMO (Lei Fed. 12.546/2011) é a PRIORIDADE POLÍTICA
NÚMERO UM, pois é a medida de controle mais eficaz a curto prazo
Epidemia do Tabagismo: caminhos /
oportunidades para controle
100 mil jovens
iniciam a fumar
a cada dia
1,3 bilhão
de pessoas
fumam
6 milhões de mortes
/ano, por doenças
tabaco-relacionadas
SITUAÇÃO MUNDIAL (seg. OMS, 2013)
100.000 x 365 = 36,5 Milhões
O consumo do tabaco está aumentando nas regiões mais
pobres do mundo (particularmente, África, Índia e China) e entre
as pessoas mais pobres/menor escolaridade de qualquer lugar.
A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO
MUNDO, ESTÁ AVANÇANDO!
10
- A legislação é atualizada, mas falta processo educativo,
decisão política e envolvimento das lideranças.
- 1989: 35% dos brasileiros fumava // 2012: 14% = 24 milhões
- No. ex-fumantes: 26 milhões = muitos fumantes parando!
- Lei antifumo 12.546 (14/12/2011):
- extingue fumódromo,
- aumenta controle da propaganda nos pontos de venda,
- proibe aditivos que suavizam sabor e aroma
- Pontos negativos para o controle do tabagismo:
-enorme movimento financeiro: indústria, impostos, mídia
-políticos / lobistas trabalham para a indústria do fumo
A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO
BRASIL, ESTÁ DIMINUINDO!
MAS, AINDA NÃO FOI REGULAMENTADA!
-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-
cigarettes”):
- pouco se sabe sobre seus riscos;
- são necessários estudos qualificados;
- devem ser proibidos em ambientes fechados, da
mesma forma que cigarros manufaturados;
- não devem prejudicar as políticas de controle do
tabaco e do tabagismo.
CONVENÇÃO QUADRO DA OMS
O Brasil precisa alinhar-se com mais vigor e
seriedade com a Convenção Quadro ...
... e tudo começa pela regulamentação da Lei
Federal Antifumo (12.546, Dezembro/2011)
(Primeiro Tratado Internacional de Saúde Pública)
Esta é uma decisão política!
Substâncias tóxicas da fumaça do cigarro
=> inflamação crônica, danos celulares
=> alterações do epitélio respiratório e do
parênquima pulmonar, da parede vascular,
neoplasias malignas, e outros danos
MECANISMOS ...
Se o paciente for portador de outras condições
inflamatórias => potencializa o dano. P. ex.: asma.
Família, Educadores, Médicos/Pediatras devem atuar
para que o jovem asmático nunca inicie a fumar.
11
PARA PREVENÇÃO, O MAIS IMPORTANTE É
DIFICULTAR O ACESSO DO JOVEM AO CIGARRO.
PREVENÇÃO ... O MELHOR REMÉDIO
COMO FAZER?...
- Transmitir aos pais e educadores como inicia aDEPENDÊNCIA DA NICOTINA.
- Recriar a figura do “MELHOR AMIGO”. Será mais legal se elecurtir uma vida saudável e divertida...
- Abordar questões bem práticas: “... também na futuraprofissão, NÃO FUMANTES LEVARÃO VANTAGEM...”
- ATUAR E EXIGIR QUE O GOVERNO CUMPRA SEU PAPEL:
=> proibição da venda de cigarros para menores
=> elevação de preços
=> proibição da propaganda
=> proibição dos aditivos – produtos que dão odor e
sabor agradáveis aos derivados do tabaco, etc.
Eis alguns pontos vulneráveis para
PREVENIR A EXPERIMENTAÇÃO TABÁGICA
DCV – Doença Cardio-Vascular (IAM)
Câncer – Diversos locais (Pulmão)
AVE – Derrame Cerebral
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(= Enfisema + Bronquite Crônica)
As principais causas de mortalidade humana (>70%)
são as Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT), muito relacionadas com o Tabagismo:
Parando de fumar, estas doenças diminuem mais de
30%. Câncer de Pulmão e DPOC reduzem 90%. Sem
cigarros, se ganha mais 10-15 anos de Vida e com
melhor Qualidade (QV)!
CONSEQUÊNCIAS DO TABAGISMO
(WHO, 2013)
12
GRAU DE MOTIVAÇÃO PARA CESSAÇÃO -
ESTÁGIOS COMPORTAMENTAIS
(Miller e Rollnick) (Prochaska e DiClemente)
GRAU DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA
(Escala de Fagerström)
AVALIAÇÃO INICIAL
DIAGNÓSTICO ...
Pré-contemplação
Término
Determinação=
PREPARAÇÃO
Ação =
CESSAÇÃO
Manutenção
Contemplação
Recaída
FASES COMPORTAMENTAIS – A RODA DA MUDANÇA
MILLER, W.R., ROLLNICK, S. - Entrevista Motivacional:
Preparando as pessoas para a mudança de comportamentos
adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001
GRAU DE MOTIVAÇÃO
Na prática, fica caracterizada
Alta Dependência se o paciente:
-fuma≥20cig/dia e
-fuma o 1º. cigarro logo ao acordar
(até 30min)
GRAU DE DEPENDÊNCIA
(Escala de Fagerström modificada)
13
PROGRAMA DE TRATAMENTO DO TABAGISMO
Definir se o programa deverá ser:
INDIVIDUAL, GRUPO ou MISTO
No planejamento do PTT, considerar
prioritariamente a realidade do paciente:
-grau de motivação
-grau de dependência
-aspectos comportamentais
-outras dependências
-perfil socio-cultural, crenças, temores
QUATRO PASSOS
PROGRAMA PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO
1. Querer (Desejo / Motivação)
2. Preparar (Apoio técnico)
(TCC: Terapia Cognitivo-
Comportamental, Medicamentos,...)
3. Marcar Dia “D” (Compromisso objetivo)
4. Manter (Prevenção da recaída)
VARIÁVEIS INTERVENIENTES
Dependência química
Dependência psicológica
Automatismo / Gatilhos
Ansiedade / Depressão
Psicossociais / Culturais
Auto-estima baixa
Genética
Outros transtornos
RECURSOS TERAPÊUTICOS
TCC
++++++
FÁRMACOS
+++
TRATAMENTO DO TABAGISMO
-TRN
-Bloq. Recep.
-BUP
Psicoativos
14
- Enfocar OBJETIVO(s) para a cessação
- Fortalecer a MOTIVAÇÃO do paciente
- Mudar HÁBITOS (exercícios, alimentação)
- Afastar GATILHOS (situações que levam a fumar)
- Aprender a lidar com FRUSTRAÇÕES
- Desfazer MECANISMOS AUTOMÁTICOS
- Fortificar DECISÃO de parar de fumar
- Reforçar MECANISMOS DE GRATIFICAÇÃO
- Reforçar que está fazendo a COISA CERTA
- Enfatizar BENEFÍCIOS de parar de fumar
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Focar em necessidades individuais
-TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE NICOTINA (TRN)
-NICOTINA: ADESIVO / GOMA / PASTILHA
*(spray nasal e inalação)
FÁRMACOS VALIDADOS POR
ENSAIOS CLÍNICOS
-INIBIDOR DA RECAPTAÇÃO DA NORADRENALINA E
DOPAMINA...
-BUPROPIONA
-BLOQUEADOR DE RECEPTOR NICOTÍNICO
-VARENICLINA
- Controlar/reduzir SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
(a vontade de fumar)
OBJETIVOS DO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
-pelo controle de TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS
que interferem na cessação do tabagismo, p. ex.,
ansiedade / depressão
-pelo melhor controle de PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS
- Auxiliar a Abordagem Cognitivo-Comportamental:
15
-1 de 4 fumantes que faz qualquer tratamento
farmacológico para de fumar;
-TRN, BUP e VAR em uso isolado: 2 a 3 vezes
superior a Placebo;
-Efeito Placebo existe e pode também ser útil;
-Eficácia assemelhada: TRN = BUP < VAR
-Considerar a visão e preferência do paciente
-Considerar as necessidades do caso individual
-Considerar a combinação de fármacos:
TRN + BUP
TRN + BUP + VAR
(outras combinações)
SOBRE FARMACOTERAPIA PARA
TRATAMENTO DO TABAGISMO
MEDICAMENTOS PODERÃO SER USADOS,
OU NÃO, CONFORME A NECESSIDADE DO
CASO INDIVIDUAL.
O SIMPLES USO DE MEDICAMENTO(S),
SEM APOIO PROFISSIONAL - SEM TCC –
NÃO COSTUMA SER EFICAZ.
TRATAMENTO DO TABAGISMO:
AINDA SOBRE MEDICAMENTOS
PARA PARAR DE FUMAR
MOTIVAÇÃO
E MUDANÇACOSTUMAM SER
FATORES FUNDAMENTAIS!
16
FUMANTE MICRO
AMBIENTE
MACRO
AMBIENTE
-APOIO P/ PARAR
-TRATAMENTO
-AMBIENTES SEM
FUMAÇA DE
TABACO
-POLÍTICAS DE CONTROLE
= LEIS ANTIFUMO =
CONTROLE DO TABAGISMO: QUADRO GERAL
REFORÇO
MOTIVAÇÃO
NÃO FUMANTE
-PREVENÇÃO
-EVITAR FUMO
PASSIVO
INDIVÍDUO:
-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-
cigarettes”):
- pouco se sabe sobre seus riscos;
- são necessários estudos qualificados;
- devem ser proibidos em ambientes fechados, da
mesma forma que cigarros manufaturados;
- não devem prejudicar as políticas de controle do
tabaco e do tabagismo.
NOVOS DESAFIOS
Fontes de informação
-Diretrizes da SBPT (www.sbpt.org.br)
-Convenção Quadro da OMS (www.who.int)
-ACTBr (www.act.org.br)
-INCA (www.inca.gov.br)
Tabagismo: a Doença e seu Controle
- Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo – Doença que tem
Tratamento, 2012, Artmed Editora, 309 pgs.
- Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo (12 capítulos). In:
Pneumologia: Princípios e Prática, 2012, Artmed Editora.