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,DO EM 1 .O DE NOVEMBRO DE 1894

V O L U M E X X X Y-b'i?? *

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Capitulos da geographia physica de Sao Paulo

Aritigo tiresidente do Instituto Historico c Geographict. de S. Paulo

CONSTITUIÇAO GEOLOCICA-MINERALOClCA

Sáo Wulr,. si ainda náo p s s w estuili>s completos para a orgaiiizaçáo de sua carta geologiia, é, acreditainos, uni dos Es- tados brasileiros que, a té o moniento presente, tem retinido maior por+ de elernonto para a coilimaçáo daquelle "desi- deratum".

i-'elas investigaçi6es dr Carlos Rath e de Orviile Derhy. aos quaes Sáo Paiilo tanto deve em mais de um ramo de activ?dade intel!igente e iiobre, pelos trabalhos de G n z a g a de Campos, Paula Oliveira, Guilherme Florence e Amaral Pacheco. pode. remos considerar, em linhas geraes, o que seja o territorio pau- lista sob o ponto de vista geologico e, remontamdo-nos ao formi- davel trabalho de mi~ieraqáo dos Bandeirantes, e aos estudos mineralogicos do citado Rath e do petrographo Eugenio Hussak e ainda de outros especialistas, teremos a nitida idéa da distri- buição geographica dos mineraes em São Paulo.

i\ Serra clo Alar e suas ramificaqões, coiifirniadas por Hart, Derby e pela maioria dos geologos que della têm se occupado, mo systerna Iaiireiiciano e assente sobre hases de rochas alta- iiieritr rrystalli~ias, das qtiacs as mais caraeteristicas e abundantes 35.0 os ~neiss granitieos, apresentando 1120 raras vezes aspecto ~iorpliiritico, é a região rriais rica em mineraes nobres do terri-

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AFFONSO A. DE FREITAS *i 1

.,,.: torio paulista. N ' r e o dessa cordilheira, diomimdi -;h , Paranapiaaba - e a c w t r a n r i e as mais mltons Phiu m+@ que primeiro fornitam o famelico erario da metropok lu&- nella estão situadas as minas do Morro & biuo, Morro APpd4 A-&, Ouri> F k , Pùmitd e Sinto Ant& todas no muni- cipio de Apiahy do qual, segundo o respectivo registo, foram extrahidas, durante o periodo regular de explora~ão, 420 arrobas daquelle metal.

I De todas essas jazidas, a unica cuja exploração tem sidr. tentada modernamente, é a do Morro do Ourq constituida pelos iilões São Joío, L.pe B. PrinrL. Volta, e S. Basto, onde o ouro foi encontrado em 1905, pela firma A. Melchert & Cia., isento de arsenico e de sulfureto, na niedia de 20 grarn- nias por tonelada de rocha, sendo a porcentagem maior de 50 grammas e a menor de 8. Ainda na região de Apiahy, apparecem rochas eruptivas, notadamente granitos e dioritos; grês verme- lhos, calcareo branco crystallino e sulfureto de chumbo, este em filóes nos valles do ribeirão do Rocha e no do Itapinpuui: no Momo hmoronndo ençnntratii-sr pyrites contendo cobre e gangas de quartzo branco.

Descendo-se de Apiahy pelo valle do Ribeira, entramos no miinicipio de Iporanga. rico em 4-, a y s t d de rocha e principalmente em cstsnho, fmo e chumbo ugemtifrm, acreditando-se que a jazida deste ultimo mineral se extenda até o Estado limitrophe do Paraná. Segiiindo o mesmo rumo encon- traremos a zona de Xiririca em que o ouro tem sido lavrado nos rios Pedro Cubas, Salto, Pilães, Ivapr,unduva e n'outros affluen- tes do Ribeira, e reccnhecida. a existencia de marmores de varias cores iio Batatai e e m Sio C b r i & t o ~ m , ondt: tamhern existe crys- tal de rocha e, finalmente, percorrerernos a circiimscripção d e Jgiiape, não menos rica que as demais do valle do Ribeira, pois nelia encontram-se deposiros de chumho, prata, antimonio, bis- nititho e ferro apresentando-se este. em Jacupiranguinha, onde é encontrado i flor da terra eiii hydrcxido, na proporção de 88 % e eni oxido ma de 8C> '.

Tambem rios municipios de Xiririca e Iguape são encon- :rarlas rocha n e p h e l h , c rio de Canatiéa consta a existencia d e jazidas de oiiro, marniores, carvão de pedra, cobre, chumbo, schisto beturninoso e enxofre.

Ka região que se desdobra da Serra do Paranapiacaba para o interior formando os valles do Far:iiiapanema. do Peixe e do Aguapehy, e as vertrntes iiieridioriae do Tietê, apparece a pedra arenacea, O grês vermelho dc Botucatú. asiim chamado por t e r iido pritneiro estudado neqsa locali~la(ie, forinatido as lonihadas

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CAPITUI.OS DA GEOGR. PHYSICA b E SAO PAULO 5

& "Serra de Botucatú" na espessura, segmdo estimativa de Silva Continho, de 4C0 metros e extendendo-se para o norte até a margem do Tiete, para leste a t é Itapetininga e para o sul até o territorio paranaense, em camadas muitas vezes metamorphi- nadas e não raramente interrompidas por grandes manchas de diabase em decomposi$ão.

As varias secçóes de altas barrancas constituidas de grês vermelho da margem paulista do Paraná, entre o Paranapanema e o rio do Tigre, fazem suppor a existencia de terrenos da mesma natureza, ino espaço ainda pouco cophecido que se extende da- quelle trecho do grande caudal a té a s cabeceiras paulistas mais occidentaes do Paranapanema.

No municipio de Itapetininga, bairro do Capão Alto, ao norte da cidade, que está toda assente em terreno de schistos e grês argillosos, encontra-se a pedreira calcarea na qual tem apparecido saurins fosseis: mais ao norte, nas proximidades de Guarehy, existem calcareos em que é frequente o encontro de vertebrados lacertiformes fosseis. classificados por Copp em Stmoaterum tumidum

No sopé da Serra de São Francisco, ratnificação de rochas crystallinas da Serra de Paranapiacaba. ao sul e a pequena dis- tancia da cidade de Sorocaba, existem ern exploração os grande5 depositos de calcareri de Itupararanga, de onde são extrahidas. além rlo niarmore branco, as bellissimas variedades negra e rosa, e abundante materia prinia para a fabricação de cal. No territorio que pertenceu ao municipio de Sorocaba e que. presentemente. constitue a circuinscripção de Campo Largo existem os grandes deps i t o s de ferro de Araçoiaba, junto aos quaes está installada a famosa fábrica de ferro de Ipaneriia. de propriedade do governo federal, a qual, aliás, não tem mrrespondido aos f i z da sua crea- cão: o minerio da montanha Araçoiaba, primitivamente explorado por Affonso Sardinha que, no começo do século XVII msntou alli um forno cataláo, apresenta-se na proporqáo de 80 % sobre materias extranhas.

No antigo municipio de Faxina, ao sul e a leste, é encontrado ouro. havendo tamhem inoticia da existencia, na mesma região, de galena de chiimbo: na bacia do Rio Verde, o maior dos affluen- tes pau!istas do Itararé. tem sido. desde 1845, garinipado bellos diamantes, dos quaes, o primeiro de que ha noticia foi encontrado pelo cirladão Urias Nogueira de Barros. Npsse mesmo ri» encon- trou o dr. Martim Francisco Riheiro de Aindrada, em 1805. diver- sas pedras preciosas. entre as quaes. varias granadas, cspecie que. como se sabe, é um dos satellites drj diamante.

Estudaiidu o leito r a s iiiargeris dos rios Jtaprtiiiiiiga c Para-

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6 AFFONSO A. DE FREITAS

napanema. o primeiro dos quaes forma as contra-ver tqtes d o Juquih-guassú, na Serra Paranapiacaba, e . o segundo brota $h mesma serra, contravertendo com a s Bacias d o Quilombo'r Etá, encontraremos o alveo do Primeiro, entre o porto da cidade do ne smo ,nome e a confluencia com o Paranapanema, cortado por niques de pederneiras sendo delles o mais notavel a corredeira dos Carneiros, formada por blocos daquella racha, e a do Parana- panema pondo a descoberto diques ou travessões, ora de peder- neiras, ora de diabase.

Logo abaixo da affliiencia <lo Itapetininga apparece a corre- deira do Mandacaia formada de diahase e em seguida encontra-se o dique, tambem de diabase, de cerca de 80 metros de largura, conhecida pela denomina~áo de Itapiicú, termo tupi-guarani for- mado de Ita, pedra, e puaí, larga, que tal, realmente, é a cpnfi- guração do dique: as margens do rio. nesse ponto, são constitni- das de terrenos de crês e de hlocos de diahnse em deconiposiçáo. Da corredeira do Itapucíi d foz do Guarehy, o Paranapaliema denuncia invariavelmente a presenqa de diabaie e de pederneiras.

Entre as corredeiras Itaipava, formada de diabase, e a do riparad<i, que se coristitue de grandes bloci>s ile pedcrneiras, o terreiir, apresenta-se. pela marge~n direita, em harrancas de grês rnolle. amarellado, com a elevacão de 25 nietrns cm siia maior sltiira e cortadas, em varios pontos. por filctes vcrticaes de oxydo de ferro que Ihes commii~iica vngn nppareticia de edificio em rui- nas: chama-se, esse local, Igrrja Vcllin. detiotniiiaç2» talvez de- corrente dacjuella al~pareticia. porèni que João Mendes em seu - Diccioiiario Geographico ila Provinciri de São Panlo - affirm.1 ser corrnptcla de 1-griâ- &-é, muita3 listas differentes, $e I, rela- tivo, guá, listas, nianchns, eii, miiiias, é, differente, diverso, (listincto.

As corredeiras do Funil, a~lueiii da barra de Apialiy; as do Bufão, Sete Ilhas e do Corisco Velho, todas aciiiia da harra du Guarehy. formani-se de diabase, notando-se unia variedade de schistos esverdeados !nos I>arraiici,s rlo dirliie do Futiil, em tudo semelhante aos que sáo eiici~titrados junto i corrtdeira do Pocinhn de Pedra. Eiitre os rios Giiarehy e Santo Ignacio, provavelmente iormando urna só região n i i n e r n l ~ ~ i c a a té Capáo .Alto de Itape- tininga, encontram-se calcareos da mesma qualidade dos daquella pedreira.

Da fóz dn Santo Igrincio até a cachoeira do JurÚ-riiirim, o l'araiiapancma siilca terrenos de grês e scliistos formando har- taticns que rhegarii a attirigir 20 nictros de altura.

nx cachoeira do Jiirú-niiriiii <I<, Salto Grande. o Paranapa- iiema é de niaiegaq5o irn{ralica\,cl. correndo srbbre nuxncr<~s«s

CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA D E SAO PAULO 7

saltos e corredeiras entre penedias que attingem. muitas vezes, a 50 metms de altura e ladeado de morros na de 120 a 200 metros. Nesse estiráo, medindo aproximadamente 120 kilometros, vence o rio uma série ininterrupta de travessões formados por muralhas de diabase-porhyritos amyg<aloides, á excepçáo da mrredeira do Funil em que o rio corta largo trecho de grês vermelho vitreo, fortemente metamorpliisados ou, com mais propriedade, de grês vermelho endurecido pelo contacto da diabase.

Dos principaes saltos desta secção do Paranapanema. o da Agiia do Padre é constituido de rocha amygdaloide e os das Ara- nhas, proximos á cidade de Pirajú, as duas quedas do Palriiital e o Salto Grande, logo abaixo da cidade do mesmo nome, Salto Grande não só pela sua motavel largura, como pela altura que attinge a 9 mts. 50, quando a s demais qnédas não vão além de 6 mts. 50, são todas formadas de diabase-porphyrito.

.!il,nix~, ( 1 0 S:ilto Grande recomeçam a apparecer .0~ travcs- sóes de diabaic ate a hnrra do Sibagy, substittiindo-se dahi a té ás corredeiras rli i L:iranja Doce e do Ribeirão Vermelho, pelo dia- base-porphyrito aniygdaloide: O Salto da Capivara, poiico abaixo do KiLieiráo Vrrriielho. é constituido por grês vermelho metamor- phisado. vo1t:iiido ins lertçóes de diahase a forniar diversas cachoei- ras. entre as quaes a de L.aranjeiras, Tombo do Meio e Rebojo, para em seguida dcsapparecer suhstituidos pelos grês ferruginosos nos rapidos rle Satito Tgiiacio, mas reappareren<lo i in Cachoeira ilo 1)iaho.

.% Serra rio Diabo. que se eleva entre o Paranapanerria e o Paraná. k torla rla iriesiria natureza da cachoeira a que dá «nome.

No valle do Tietê. assim como nas demais hacias paulistas tributarias do Rio Grande-Paraná predominam as grandes caina- das de grês, as qu:ies, lirincil~alniente na região norte do Estado, sáo interrotiipic!ns por extensos lençbeç de diabaie em drrompo- siqáo, as fatiiosas terras roxas, um dos maiores elementos da ri- queza rle São i'aiilo e onde o café encontrou siia verdadeira patria.

i3rotatirlo iIn Srrra do Mar, formada, como já tivemos oppor- tunidade de dizer, de rochas crystallinas, desce o Tietê até ganhar a rarzea de hI«gy das Cruzes, por onde rola sulcando terreno de alluviáo a té policri além da cidade de São Paulo e separiindo a s ultiiiias ori<liilncõps da Scrra do Mar, em que está assente :L Capi- tal, da Serra ila hl:intiiliieira representada no miiriicipio paulis- tano pelo cor<láo rlr iliorros da Cantareira.

A s :irgillns destas Lnrzeas são exrelleiite riiateria ]>rirna para a iiirliistria rrrairiirn t ia qiial, desde ha rniiito tempo, estão suado al>roveitadas.

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8 , . AEFONSO A DE FREITAS CAPITULOS DA GEOGR PHYSICA D E SAO PAULO 9

.* i? ' ..,, , . . r . & , . m d o p T j e t i ma bacia ierc m minsralogica pela Provimia de Sáo Paulo visitaram esse @trr$qaerh ?t&si4ade Pkituba: , dercrcvendo-o o velho Andrads nos seguintes termos: nud.. por.um maasiço-da granito, o cri "No dia seguinte, 6, fomos ver um grande córte, tuba!:, a té a altura de Parnahyba em pelo qual se quiz encaminhar o Tietf, evitando assim de configuração, obriga o rio a romper uma grande volta, que elle faz, para por a secco o seu ai to deste masriço constitue-se de gra leito, e explorar aquelle lugar, que é muitw aurifero branco e mica escura : decomposto for A idéa era boa e bem concebida, porém foi pessima-

Aléni de Parnahyba apparecem schistos argillosos, quartzitos, mente executada. Aquella abertura separa o cume dc schistos amphibolitos e nas vizinhanças de Pirapora corta o rio monte que rodeia o Tietê dos outros montes que for- uma extensa muralha de formação calcarea. E não é só esta jazida mam a serra: mas erradamente principiaram por onde de calcareo que s e conhece no valle do Tietê, acima daquelle deviam acabar, isto é, pela parte posterior, talvez por- ponto: na bacia do Guarapiranga, affluente pela margem esquerda que era mais facil o trabalho, porém depois foi-se cs- do Tietê, e á margem esquerda do corrego "Olhos d'agua", a f - treitando cada vez mais a passagem, de forma que, fluente do rio Juquery-mirim, encontram-se vastos deposibos de entrando ina rocha viva de uma camada de gneiss gra- pedra calcares, sendo neste ultimo lugar explorada a fabricação nitoso, que tem 75 braças de largura, sC> se deu á base de cal pela antiga e conhecida empresa Rodavalho. do canal 7 1/2 palmos, e 11 na superficie, conio si a

No morro dos Cabellos Brancos, junto e a leste das jazidas grande Tietê pudesse entrar pelo fundo de um funil e calcareas exploradas pela referida empresa Rodovalho, existem depois abrir o seu leito através da rocha dura e corn- bellissimos tnarmores de côres variadas e cuja ex t r aqáo a té hoje pacta. Kotamos um grande erro naquelle trabalho: n )não tem sido tentada. linha de direcçáo final faz um angulo quasi recto com o

O ouro foi lavrado na região do morro do Jaraguá em frente curso do l'ietê. Não me parece comtudo difficil de á cidade de São Paulo, urna das primeiras e mais ricas minas emendar, e acabar a obra começada, empregando mi- descobertas no Brasil: no morro do Carmo qire se eleva som- neiros haheis. & grandes galerias deste genero em branceiro ao valle dii Tamandnatehy e serve de assento a o con- Saxonia e Hungria são todas abertas em rochas de vento daquelle nome ina Capital; no rnunicipio da Conceição dos igual dureza e que. demais, são iubterraneas." Guarulhos, onde ainda se encontram os vestigios de grandes la- Na excursio miricralogica alludida os illustres irriláos An- vraç abandonadas: em Itapecerica e em Mogy das Cruzes no lugar .drada ainda ,nos dão noticia das antigas minas da região do Ja- denomi~nado Baruel. raguá, a Quebra-pdri que não passava de mera guapiara, ou

De Pirapora para baixo o TietS corre entre schistos argiilnsor cascalho superficial; a Carripucubu "trabalhada em talho abertc e camadas de quartzitos, ladeado á direita por elevaçóes grani- para aprcveitamento de uma cinta ou veio aurifero" ; as do corre. ticas qne o obrigam a mudar de d i r eqáo antes de attingir o g o Santa Fé, affluente do Juquery pela margem esquerda e que corrego de Santa Quiteria, desviaiido-se em grande curva para tem suas cabeceiras no sopé do morro do Jaraguá consideradas. leste. Nesse ponto o rio é aurifero e os mineradores dos tempos pela tradição, como tendo sido das mais ricas da região; a do coloniaes, para mais facilmar~te baterem as areias do seu alveo, corrego do Samambaiq que ainda promettia "facil e producziva

i- . . tentaram desviar o seu curso da grande curva, rasgando na rocha resultado" e as do ribeiro de I a y , onde aquelies exploradores, ! viva um canal artificial, empresa essa grandiosa para a Época e em rapido ensaio, conseguiram faiscar algum ouro.

que não foi levada a termo. Abaixo do R q á o os granitos tornam a apparecer, interrom- Hoje o lugar em que foi tentada a rectificação do rio tem pendo camadas de schistos. primeiramente iia paragem de Sáa

o nome de "Rasgão". vendo-se ainda, pelas excavaçóes existen- Simáo, depois, em I'utrihú de Baixo, a té onde se extende o grande tes, até onde levaram os paulistas os seus e s f o r ~ o s na realização massiço granitico que clivirle em largo espaço as aguas do ria do coinmettirnento delineado. Lmrocaba das do Tietê, e em Salto de Ytú, onde o travessáo dc

No dia h de Abril de 1820 José Boriifacio, predestinado a ser rio e a s suas margans constituem typo especial de granito. des- o Patriarca da hdepcndencia, e seti irmão hlartini Francisco, em cripto pelo geologo Florencc:

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10 AFFONSO A. DE FREITAS

''A c61 rosea do feldspatho (orthuse) minante, affirma aquelle pofissional. lino e tem um tom azulado. A quanti (biotita) é diminuta. O grão da rocha regular. Este granito forma bloms d s6es e fornece um excellsnte material para constru- cções, principalmente para monumentos, bello effeito."

Do Salto rle Ytú para baixo as formaçócs de grês tornam-se, frequentes, ora de côr branca ainarellada, argillusa, ora vermelha ou tnrtaphorniica em contacto ou substituinílo-se por extensas camadas de diabase nias, apresentando-se sempre como desdo- brarnrnto (10s grandes lençóes do grês de Boiiicatú ern direcção á margem do Rio Grande.

A partir da affliiencia do Jacaré-pipira-guassú, até o porto do Cordeiro, todas as cr~rredeiras <I« Tietê apresentam a formasão de diuues nii bordas de leiicóes de ,liabase. son<io da iiieima natu- reza quasi torlci o alveo do rio tiesie grande eítiráo. Proximo ao rpferido Portei do Cordeiro romcç;; a apparecri urn grès calcareo. hrancs-cirizerito, perteiicerite ao niassiço d:i serra do Mirante nii

dos Agutlui <:iie, a lestr. se <leiriivolve até Lcnsiirs, Agudos e RaurU, e. ao iiorte. eni ruja direccso é cortado lielo Tietê no es- t i r io do Rio hlortt>, forma a região entre Novo Horizonte e Ttajul>y. até Taquaritiriga e hlonte Pilto, onde se confunde com a serra de Jaboticabal.

"E' deposito, dt. gr6s quafi sempre massigo, escre- ve o sabio rlr. Gonzaga de Campos que primeiro o ~ s t u d o u e o denuiiiinni: - Grès de Baurú -, rara- iiieiite estratificado de ciniento cnlcareo niais ou menos argilloso. O material t pouco rcsistetitr, de facil des- aggregação e. á siiyerficie, toma o aspecto de uni conglonierarlci cheio de cavidades. Nesse grés não se encontram mais as rochas eruptivas que se intercailatn nos grês intcriorzs. Tal é a rocha de Raurú, tal a que robre toda a extensão rlo divisor entre o rio São José dos Dourados c os riris Siirvo e Grande; e coni toda a probabiiidade tal é a rocha que cobre todc KI pia- i;alto a S. do Tieté. de-de Baiirú a té a depressão d o rio Paraiii."

Na an;rlyse para a dcterniiriaqso dos iniiieraes accessorios de qiie SP cuiiipíie o " g r i . ~ .!c 13:~:irii" eiicoi?tr<:,ii 0 a r . Gonzaga os

CAFITGLOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 11

seguintes mineraes: - Pyroxeno verde; Granada rosea e incoIor; Magnet i ta e Ilrnenha; Rutilo, rarissimo, a lémde um mineral azul, @ssivelmente sap'nira, em grâos microscopicos, tambem ra- rissimo.

Ein outras amostras encontrou ainda o dr. Gonzaga, além daquelles mineraes, mais a ataumtida e a turmlina. ambos em pequena quantidade.

O grês de Baurú reapparece entre a corredeira da Escara- mliça e o Salto do iblaciico sendo dahi por diante substittiido pelo de Botucatú: o Salto do Macuco, assim como os massiços que forniam a s formidavcis quédas do Avanhandava, Itapiira e Uru- btipiinpi criristituern-sc de diabase.

O grês de Botucatíi apparece até ao extremo norte du ter- ritorio paulista Ixirdando as orlas das rochas crystallitias de que se constituetn as iriargens e o alveo do Rio Grande, desde os limites crirn o f i t ado de Minas a té a cachovira do Jagiiára, apre- çrtitaiirlo f:illias Iin bacia do Lageado, que é cnnstituida de quart- zitn. e ri;% região íle Tlifaina até em frente á ~ r a n d e ciirrn d a c;icli<ieira d o Japui ra , onde é substituido pelo phyllito.

T'riuri-8 r i lT r r i ,!;I pciiite do Jagiiárn até em freritr ao Rio Dou- rado. o 1c:lçol tle grSs ilc Botacntú extendc-se formando quasi toda a barrarica 1,:iiilii~a do Rio Grande, o mesrno acontecendo na região (Ia Ilha da I:nião, abaixo de Igarapava a qual, corii a margem corresl>onderitr, é, entretanto, constittiida por Trap.

Apparccc ainda aqiielle grês ,no Porto ~iti tonio Prado, l ias

bacias do Rio da Gloria e do Santa Anna, em totia a margeni do Rio Grantlc, entre a cachoeira do Rfarimboii<lo e a Iincia d o Caiiiia Rrava e entre Illia licilonda e a recta da cachoeira do Motirca,

C! grCs de llaurú C. assig,nalado em frente ao tributario rni- neiru Rarra Bonita, rrn hacG do Rio do Jonas, no Porto do Ti i rw e ria Barra Grande do Rio Passa-tempo.

O diabase decomposto e o diabase-porphyrito. a "pedra dc ferro" de viilgar denoiiiiri~çáo, apparecem eiii grandes lençóes em quasi aodos íis mirnicipios do centro e do norte do territoria paiilista.

A existetici3 do graiiito é coiistatada não s6 nas regiies já assigiialaíias, conio tariibetii nos municipios de Parahytinga, Tau- baté, Atibaia, Faxina, Quilirz, Sorocaba, Itapecerica, Santa Isa- bel, Santa Branca, Pariiahyba, Mococa. Casa-Branca, Mogy-trii- ritii. Rlogy-guassii i. eiii riiinierosos outros.

4 pederneira - silcu pyroniacho -- é al>undant~ e muito fre- quente iios va!les Par:innpaiienia, Tietê c Riri Partlo-XZogy- uasç i i .

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metamorphicos do valle do Pcdro Cubas, no granito do va lk da Ribeira c, possivelmente, entrando aa composi$áo das - Pedras de amolar - que se encontram em diversos municipios de São Paulo.

Acredita-se na existencia do sulfur entre os municipios de LençÓes, Piraci no muicipio de Lençbes setn que, entretanto, haja se desenvol- vido qualquer esforço no sentido dc se estabelecer a terteza dessa existencia.

O schisto betuminoso apparece no municipio de Taubaté em i quantidade por assim dizer ine-gotavel e delle tem sido extrahido 1 g a z para illuminagão da cidade de Taubaté, kerosene, oleos lubri-

ficadores, parafina, espirito e alcatráa; tambem é encontrado no: territorios de São Roque e de Itapetininga.

A mais iiotavel manifestação do systema carborifico de São Paulo apresenta lima faixa, em ciirva. de linhas reentrantes, de nordeste a siidoeste que se desdobrando do Rio Grande, proximo da região de Jaguára segue a leste de Franca, Batataes. Casz Branca, a neste de %e João da Boa c por Limeira e estação de Ressaca tuba, Salto, Ytú, Tatahy- Botucatú, Faxina e Itarark, abrangends a s regiões de Guarehy, Santo Antonio da Boa Vista, Fartura t

Avare. Póra dessa faixa encontram-se ainda jazidas de carvão em

Caqapava, de onde importante firma cotnmercial de São Paulc tem extrahido quantidade apreciavrl de minerio dcstinado ás for- nalhas de suas fabricas, em Sil\,eiras, São José dos Campas, Nati- vidade e Parahybuna.

E m 1876 o industrial Luiz Mayslasky, procedendo a son- dagem no chamado Poço Grande, entre Matto-Secco e Agua Branca. municipio de Tatuhy, encontroti uma camada de carvão

1 d e pedra com a espessura de fiO a 70 centiriietros. Outras jazidas tem sido sandndas rni diversas regiões de São Pwlo , revelando.

i piréni, apenas camadas iiiais ou inenos delgadas: é provavel, en- tretanto, que perfiiraçóes rriais ~irofrindas d2.en1 a conliecer espes-

! suras nrais comperisad«ras dc corribiistivel

CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 13

0 s calcareos sBo tambem encontrados em Xiririca, Ubatuba, Tieté, Limeira, Rio Claro, onde se tornou, assim como em Pan. tojo, munimpio de São Roque, intensa a fabricação d a cal: em São Roque, que tambem pmduz marmores betuminoios ou tal- cosos, e em Santa Branca onde C conhecida a existencia do mar- more verde.

O C.& C encontrado em varios pontos do Estado inclusive o municipio da Capital, cujos arredores fornecem materia prima a diversas fabricas rle Iouw alli existentes.

O diamante não é tão r a m no territorio paulista como geral- mente se supp6e: além da região diamantifera do Rio Verde, no valle do Paranapanema, a que já fizemos referencias, apparece elle na região de Franca onde sua exploragio comegou p e l ~ s pri. meiros dias do anno de 1855 nas margens dos rios Cawas, Santa narbara, Sapucahy-mirim e. mais remotamente, no corrego do8 Bugres que banha a cidade daquelle nome e no municipio de Ba- tataes. sendo ahi encontrado em terrenos de alluvião recente. Os diamantes desta região são todos de boa a y a , tendo sido colhi- dos .no actual mtinicipio de Patrocinio do Sapucahy bellos exem. plares, de tamanho regular, branco-azulados, e tambem brancos, amarcllados e negros: a lavra não é difficil e chega a produzir 3 quilates de genlina por metro cubico de cascalho.

Eiigenio Hussak examinando o cascalho ou "fundo de batea" do garimpo desta região encontrou os mineraes seguintes que os garimpeiros consideram "formadores" ou "informadores" do diamante e que o professor Henrique Gorceix, com muita pro- priedade, +ialifica de "satellites" da preciosa gemma: - J a s p s , Agathas, Calced<:nias, Orthose, Piroxenio. Turmalinas verdes e ezues, Oxido de Titalrio, Oxido de Zirconio, Magnetita, Saphiras de volume lapidavel, Granadas e Zirconita.

O Zirconio que apparece em forma de crystaes e oxido como elemento informativo do diamante nas areias do Sapucahy, a pri- nieira. e nas do Sapucahy e Canoas a segunda, é encontrado cm grantlrs blocos ou massisos rio municipio de São João da Boa Vista. principalmente na região das estações da Prata e da Cas- cata, qiie pertence á provinc:a mineralogica da Serra de Caldas.

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RAPHIA

.. ,

0 aspecto orograqhico do Brasil é perfeitamente caracterizado pela elevagão de terreno, em linha sin~iosa na direcção geral &e m- roeste para sueste, que divide o planalto da America do Sul, em duas grande vertentes, a septentrimal ou amazonica e a meridional ou do Prata.

Iniciada na Cordilheira dos Andes, ao sul das cabeairas mais remotas do rio Ucayale, que é o proprio Amazonas em sua primeira sec~ão, esta linha desenvolve-se pelos territorios peruanas e bolivia- nos, divorciando a região das aguas do Lago Titicaca das n a q t e s dos rios Madre de Dim e Beni, affluentes do Madeira, formando as alturas da região de Sucre, que dá origem á separação das aguas do Pilcomayo dos do Mamoré, dividindo as aguas da Lagoa Pomabambs das da Laguna do Rio Branco e penetra no territorio brasileiro pela Sern. Apapehy, entre as vertentes doi rios Alegre e Agtmpehy res- pectivamente cab~e i r a s do Guaporé e do Paraguay os quaes, nesse ponto, quasi se encontram, e desdohraiirlo-se rlahi por diante, ma sue- cessão de serras conhecidas pelas denominayóes regionacs de Pa- r e c i ~ , Azul, em sua extremidade meridional, São leronymo, Caya- pós, Santa Martlie, Santa Rifa, Albano, pa*e meridional da serra das Diuisóes, Matta da Corda, Conasfva., e das a l t i ~ l a n a m o ~ c u p - das pelas regi6es mineiras de Piusrrhy, Pormi,qa, Tamnduó, O l i ~ w o , Lage, Lagoa DeafaBa, Twm, Afflictos e Sáo Miguel, esta j& na serra da Ghibata.

Bifurcando-se na altura das cabeceiras mais meridionaes do rio São Francisco, o divisor das duas grandes ve*eotes sul-amerimas insinua-se na região paulista entre as zonas mineiras de Tamandd- Queluz e Lavras-I-poldina sob a denomimçáo de Mantiqueira cmi- tomando, em suas ramificagóes meridionaeç, a profunda d s p r e s h do Rio Parahyba e indo confundir-se, pelas elevaçks de IkpeS, com os Morros da Barra, projecçks da Serra do Mar com a qual se i d a tifica

Formando m bordos das dna? grandes bacias ffluviaes do conl tinente esta série de eleva$&s niodiiicx, em relação á vertente do Prata, o syçtenia potamogra~>hico originado <Ia dispoçicáo da Cordi- lheira dos Andes, a qual, representalido, o occidente, do extremo nr~rte ao extremo sul, a linha maxima de elevação do continente in- cliim-se para oriente procuratido escoadouro ás .%na5 aguas no Oceamo Atlautico.

CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 15

A partir da serra da Matta da Corda ate mnfundir-se com a rra do Mar e por esta, rumo do sul, até os Campos de Cima da

S e r 3 nos limites do Rio Grande do Sul com o Estado de Santa Ca- tharina, a iinha divisoria das grandes vertentes, ao p m o que man- tem invariavelmente os dcclives para o Aitlantico nas bacias da ver- tente septentriotial, solevanta o terreno, na do Prata, a Iate, tom de- d ive invariavel para oeste, até formar, no amago do territorio, o thalweg do seu sys tem potamographico pelo rio Paraná, limite em toclo o seu curso, da rertente andina, desaeuando do exterior para o ínterior ,quando na vertente septentrional, muito mais vasta, aliás, que a do sud, a totalidade das aguas despeja-se directamente no oceano.

A chamada Serra do Mar, portentosa e gigantesca em relqão á faixa litoranea, nZo é, a partir das cabeceiras do Tietê para o sul, sináo as harrancas, as bordas esiwrcinadas, cobertas de vegetação lu- xuriante, do planalto paulista. oue alli termina, violentamente depri- mido de uma altitude de 850 metros, em média, pelo oceano.

A Serra dri &lar cnrre liarallela e. desde as divisas com o FA- tado do Rio de Janeiro, iiiuito proximo ao oceano, quando não a in- vade, até a altura de Snrr Vicentc, lmtando o rapido exame topogra- phico dessa região para ol~ter-se a convicção plena de que, nas reeri- trancias ca3adas pela eterna e persistente acção erosiva das aguas, a serra, o continente, perdpir muito terreno na ~ons t i tu i~áo do nos'o sys- ienia nesologico. Da ilh? dc São Vicetite, porém, para o sul, a Serra do Mar, abrindo terreno para a formação das vertentes do Ribeira afasta-çe tanto do oceano. desviando-se sensivelmente para sudoes- te que perde daquelle ponto cm diamte, o seu primitivo nome, pssan- do a ser conhecida ]rir - Paraitapiacabn - ou do Cubatão.

[Livres do trabalho de erosão, pela ausencia de terrenm elevados as ondas, nesse exteriso trecho do nosso litoral, rolam sem embates, por um terreno que, tuansarnetite, desce, em suave declive, buscando a~ proiundezas das aguas. I'or essa circumstancia as massas liqui- das assentam e f i r n m , com seu formidavel peso, as areias das praias. convertendo-as em bellissimas e confortaveis estradas de rodageiii.

A Serra do Mar, que se extende até o Estado do Rio, onde ter- mina sob a denominação de Serra dos Orgam+, desenrola-se, ao en- trar no municipio de Santos, em direcção ao sul, dividindo as ver- tentes dos rios Pinheiros, Sorocaha e Paranapanema. arterias fluviaes do Planalto, das dos rios Branco ou Jtanhaen, Juquiá e Rilieira: nesse percurso em que mais se distancia do Mar, lança sobre a zona geralmente plana e haixa do litoral. varias ramificaçóes e contrafor- tes formando pequenas bacias e o grande oalle do Ribeira-Juquiá.

Destas raniificaçk encontramas, em meio caininho da Praia- Grande, a Serra do hlongaguá, que se extende tia dirwçáo geral de norte a sul, até a praia, ontie apresenta altitudes de 220 metros aci-

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CAPITULOS DA GEOGR. PHYSfCA bE SAO PAULO 17

ma & nivcl do m u s e p o r d o as v e r t e m do Rio Cabatb +os do Rio Bmneq, a f f h m k do. ponianas saEgoQa de São ;Vicaat, h* : Rio Branco, de Itsnhaen e Q Aguapehú, s«i iffiuenk: L;':* lang. esta aerri uma l i n h de contrafortes mnhccida peba mibes loca* de - Sma do Guapsruvli, do Bariguy e M a r o do Ph- quam, e divisora das aguas dos confluentes, já referidas. A-hÚ e Rio E-, Ad6m de São Vacente, para o sul são a s s e m de Mongag4 e dos Itatins, da qual adiante falaremos, as u n i a pKo- jecsóes das terras elevadas que alcanpm as praias, pois, as @- nenciaç chamadas do Cunha Moreira, Taquaranduvú e ParanaZmca as quaes, á margem direita do rio Itanhaen interrompem a P& Grande, e ainda outros, não p s a m de morros isolados da Serra por consideraveis extensoef de terrenos baixos.

,Contimianrlo para sudoeste e sempre em rumo gradativamaitc divergente da linha do litoral pmjecta a Paranapiacaba as serras de Taguassetub~t, divisor das bacias do hlambuhú e dos rios Tamh- tica e Taquam'; a Coatinga entre a; vertentes meridionaes do I tanrb e septentrionaes do Taquani e. a principio para o sul e em seguida para oeste, a serra que a leste e ao sul, litiiita toda a vertente d o Juquiá separandrra das vertenter; litoraneas do Itanhaen ou Brpn- co, do Peruhyhe e do Una do Prelado e das dos aff.lumtes do Ri- lxira, dr> Una da Aldeia e do Peropava, corn as denomkç6es h- caes de Bat~amI, Laranjeiras, Morro Alto, QuatiaiB, Jagiuiretêpa cuba e serra (10s Italins, cujos extremos. a orste. si« tamhem conhe- cidas por Serra da Prainha ou do Boii,inal.

Ele nordeste a sueste, entre o i v:illes do Guarahú e do Penihy- he, cujo curso é attrahidn pelas vertentes de snas frakk2.S 0~h taPS. l a n p a Italin.~ uma ramificafio que invade o mar cum a altitude de 400 metros.

Penetrando no Estado dn Parani, a Serra do Paranapiacaba contoriia as cabeceiras do Ribeira nté a rrgiáo de Curityba onde se esgalha, seguindo para « sul com a dmoininação de Cubnfão OU do Abnr, e lançando u,m brafo para nordeste que se desenvolve pelo territorio pulista sob os nomes regionaes de Serra Negra, CodeW0, I'atupó~o, Guarohú e Iriririio, ~ervindo de divisor entre as aguas h? hahia de Paranaguá e vertente sueste do Ribçira, entre as do Guarahú e Jafupiranguinha, as do Riheira e Jacupiranga e as do Ribeira e Cordeiro ? do Iririaia.

Si as prajcccões da Serra t'araiin~~iacal>a não attingem, excep.;áo feita 65 do XIongaguá e lrntins, 5s zi'uas ocean:cas, entretanto, va- rias, além d i ~ morros do ç ; i t~o CIO 'ihquanduva, já citados, são as elevaçíies i'toladas que irivatiem o ???:ir iorniando promnntorios e frac- cionado as extensas 1ira:a~ :ltsta ;rhiii>: t a e j sári a Serra da luréa,

separada <ia Paranapiacaba pela rio Una do Prelado e p l o s exten- sos banhados da margem esquerda destes, e que se alonga pelo mar

' com e altitude de 300 ~netros, separando a praia do Rio Verde da da Juréa, e a slrccessáo de morros dos quaes o mais notawl e o do Yfií, que avanp sobre o mar com a altitude de 400 metros; m r m s esses limitados pelas vertentes do Guarahú e do Una do Prelado e que separam a praia do UM da pequena praia do Guarahú.

De Santos para nordeste a Serra do Mar desenvolve-se ora aias- tando-se da linha do litoral numa distancia cujo maxiriio mal attin- ge a 12 kilometros, contra a distancia maxima da Serra nas fron- teiras rio Paraná de cerca de 120 kilometros. ora aproximan<lo-se della na distancia de 2 kilometros e muitas vezes invadindo o tmr com os seus cabos petihascosm e cedendo porções de territorio na formaqão de ilhas pela erosão das aguas.

Ikixando o litoral livre aos alagadiços dos Rios Itapanhaú, Ita- y a r é . Guaratuha e l;,ila até i margem direita do Cubatão, a Serra do Mar, aproxinia-sp do oceano nase ponto desenvolvendo-se dahi por diante, riuma sucçrssão de rnorrcis dos quae o d o Cacta>au in- vade o mar, junto á margeni esquerda do Cubatão, coiistituindo a chan~~cla Ponta do Una, com altitude superior a ICK) metros; a To- yi~nn<bú, que dividindo o vaiie (11) rio Sahq. do d o Ribeiráo Juqliihy fornia a Ponta do ~ ~ l ~ ~ x i l l i < T o ; a sérir dos morros do Lauro que ter- niiw na Ponta do Ca~~ibury, entre os valles do Bacarira e do fi'rade e o cordão de morros que terminam pelo do Buiçucanga, forniando o trecbo de costa alta eritre a fóz do Rio Grande e a Praia dai Ma- resias.

Além das hlaresias até r> Iiairro da Enseada a linha do litoral apparece eriçada rle politas elevarias como as chamadas do Saquinho, da Pauba, e do Apara, ao do canal de São Seta&, e Ponia do Arpoador, <Ir1 Cairraroeira e da Varogóo, ao norte do referido cand, todas formando as uitirrtas ondulaç6~ da Serra do Mar tiesse tre- cho do litoral.

A partir (Ia praia de Mnssagoassú atk as divisas coiii o %tado do Rio. a Serra clo Mar não mais ahandona a linha do litoral, pm- jectando sohre ri oceano seus contrafortes e mal abritido espaqo a pequenos trechos de praia. As mais riotal-eis ralienc:as da serra so- hre a linha do litoral ?ão a chatimda Serra da I~ngòa, da qual foi se- parado o territorio da actual ilha doTa~rianduá, a peninsula do Mar Viraclo que, nos tempos pre-historicos. pruloiigava-se até a ilha de igiial nonie. a ~~eiiiiisiila <Ia Vigia quc Iorriece ao systtma nesoiogico paulista a conliecidissiiiin ilha gran<ie dos k'orcos, e a de Pici t ig~nk cujas projecqii~s ultimas, s5o iuiluhitavclnieiitr, as ilhas Cnii,pri& e das Couves, e forrriando a costas abruptas das Baliias do Mar Vi- rado, <!o Flatnriiyo, (!: [Jl>a:iil>a rle Llhatii~i?ir:m c de Piciriguaha.

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18 AFFONSO A. DE FREITAS

Das alturas do munici~io de Caramatuba para nordeste a Serra do Mar despeja suas aguas ,para DS valles dos rios Wrahybuna e Pa- &pinga e 1anw externa ramificaçáo contorruante das cabe&- do hmhytinga, a ~rincipio a norte e em seguida de nordeste a mdMste, separando as aguas daquelle rio das do Parahyba: esta r a m i f i é conhecida pelas denominaç6es locaes de Serra da Bocaina, Quebra- Cangdha e Jambairo.

&I alto da Serra do Mar, no planalto do qual forma as extre- mas culminamias o territorio paulista desenrola-se para o interior. ora extendendo-se em planuras, ora em ondulaçóes mais ai menos elevadas ai em serras isoladas, mas sempre em declive, de sueste a noroeste, ,procurando o curso do Rio Grande-Paraná.

A oeste. através dos limites precarios com o Estado vizinho. as montanhas mineiras do systema da Mantiqueira, esgalham-se lanpn- do ramificações sohre o territorio paulista desde o municipio de Joannopolis, nas cabeceiras septentrionaes do Tietè ao da Franca, jun- to ao caudal do Rio Grande.

E' curiosa e interessante a consignaqão das altihides do terri- torio paulista, no seir decrescimento de sueste para noroeste. ao longo do \alie do TietS o qual, como é sabido, irriga o Estado de São Paulo em sua rriaiur extensão e representa a directriz geral da depressão gradativa do sólo.

Nconiepr da Serra do Mar, na região das mais remotas nas- centes do rio Tietê encontramos em Snllesopolis, 785 metros acima do nivel do Mar: eni Mogy das Cruzes, ;í iiiargeiii esquerda do Tietê, 737 metros; na Cayital, junto á ,ponte grande do Tietê, 720; eni Parnahyba, 700; em Ytú, 566; ern Salto, 536; em Porto Feliz, 500; em Tietê, 498; em Pederneiras, 4ú5; em Anhemby, 450; em Barra Bonita, 425: em Ibitinga, 4 0 5 ; no porto rla Laranja Azeda. 393 e na con- flueiicia com o Paraná, 278.

As principaes serras e contrafortes projectados sobre o p l a d - to paulista pela? elevações do territorir) mineiro, s5o a serra da Man- tiqueira, por nós já referida a qual, iio rumo geral de nordeste a su- doeste se alonga sob as detiorniriaçóes de Ztaberahn e Cantareira até o municipio da Capital, onde se eleva. no Picu do J a rqyá . a 1100 metros de altitude, lançmlo a sudoeste e dqois de nordeste a sues- te a rarnificaçáo chamada Lfotujurú, ria sua primeira secção e lapy na segunda, apresentando esta na sua maior emineucia a altitude de 1275 metros:

Serra Negra apresentarido i) potito culriiinante de 1.300 metros de altimde e que serre de divisor dos valles do Mogy-Guassú - Rio Pardo e do 'Rete, separando as aguas do Rio do Pcixe das do Ca- uiandocaia: a Serra hTegra fenew na-. eleraqi>es de terreno impru

CAPITUI.OS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 19

priamente chamadas Serra de Mogy-Gnassú que, na realidade, não existe.

Sana do Mirante, coni um pico na altitude de 1.450 metros: é desenvolvimento da Serra de Caracol e separa o valle do Rio Far- tura, das c a k e i r a s septentrionaes do Jaguary.

,Serra de Cajurú; penetra em S5o Paulo pelo municipio mineiro de Monte Santo e desenvolve-se em direcção noroeste, tornando em sua segunda secçáo o nome de Bataiaes e separando, em todo o seu percurso, as aguas do rio Sapucahy das do Rio Pardo. h serras isoladas, a mais importante pelo seu desenvolvimen-

to e pela caracteristica de divisor do VdIe Mogy-Gnassú - Rio Pardo, das do Tietê e Rio Preto, é o cordão de morros conhecidos pelas denominaç6es locaes de serra do Cuscuzeiro, cu~ii altitude de 1.025 metros, de Araraquara, que é a mais tradicional, e de Jabofica- bol, que se inicia nas elevações divisoras do Mogy-Guassii, ao sul, e desenvolve-se na direcsáo geral de sueste para noroeste: separa as aguas do Rio Parrlo das vertentes orientaes do Tietê e do Preto des- de o municipio de Limeira at6 ao de Rarretos ,nos confins septkitrio- naes do Estado.

A oeste da primeira %çáo da Serra do Cuscuzciro Ievaiita-se um encadeamçnto de morros, conhecido p r ierra do Morro Gran- de, entre os muriicipios de Arinapolis, Santa Cruz da Conceição e Rio Claro, destaca(l0 da Serra do Itaquery pclo rur.so do rio Corum- batatiy e que, iiáo obstante ser corisi.derado iim gmlio isola<lo, está ligado á scrra do Cuscuzeiro c ao hlorro do Quadrão pelas cleiaçóes de terreno, entre 750 a 800 metros que dividem as cabeceiras dos corregos Gramininha e Serrinha, das nascentes do Corumbatahy. O M m r n Grumie ettkge rr altiiude de 1.000 metros qite decresce no seu encadearncnto para o sul, onde roiita 750 metros nos Campiis do Mguem.

A sudoeste da serra do Morro-Grande levanta-se a Serra do Ztquery pcb margem esquerda do rio Coruml~atahy, cujo nucleo principal fórnia uni vasto planalto de 950 riietros de altitu<lc cotii de- clives de 350 metros, ao sul, e 250 ao norte: a sua maior elevação é de 1.000 metros representada pelo morro divisur das cabeceiras do ribeirão da h p a .

T)as cabeceiras occideiitaes do rio hraquá, a Serra do Itaquery desenvolve-se, rumo de leste para oestc. sob a denoininação de Serro de São Pedro e nas altitudes de 850 a 875 iiietros, separando as aguas do Piracicaha das do Jaçaré3)ipira até a altura de Torrinlia onde desviase yara niirocste sol, o nome <le Serra de Brotas servirido en- t h de divisnl- das azuas do rio Jaliu P das do Jacaré-pipira nas al,ii- tudes dc 700 a ,W iiieti-o>.

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AFM)NSO A. D E FREITAS 20

o Serra 4.0 Itypety desenvdve-rr: separand dos ,nos J a d p i p i r a e Jaçaré-gliassú aâé a affluencia d

nagueli.z ultimo M, e inshu'a-se, B Oeste, entre as dos ribeir?jes &bedairo e Bonito identificando-x, cmn a 725 metrw, com a serra de Dourodos, divisar dss aguas ssperanga e das vertentes septentrionaes do Jacaré-pipira.

Nouvel e digno de menqáo é tambem o ma6siço d e n m b d o Sewa de Bot~crtr f í , que se eleva a 900 metros acima d o nivel d o dar na região do E&rito %to do Rio Pardo, seguindo ,m d o &. em campos de crear, até a cidade de Dotucatu, com 800 tros de =]titude, e dahi a noroeste attingindo a cidade de São Ma- noel com a de 725 metros, e indo fenecer ms m a w n s do ~ i ~ t ê , ao norte, com 425 metros de altitude.

D~ yovoagão de Espirito Santo do Rio ]'ardo desdobra-se a Ser- ra de Bo-tú em ramificzqÓ~ q w se depriinem para os extr&m. a oeste, p e b região de Iftatinga e A ~ a r é , segmran<lo o valle do Rio pardo do valle do paranapanema; ao sul, até Guard~y , entre as ver- entes do e d o Paranapanema, e a n~roeste, assipalanb, B- mites is bacias dos referidos caudaes, c111 desenvolvimento das alturas de São Manoel.

H Y D R O G R A P H I A

Banhado pelo oceano Atlaiitico apresenta o Estado de São Paulo a partic.ularidadr de desyejar os seiis niais nuinerosos volumes de a p a para o demanda do estuario do Prata a cuj tente, em flagrante contraste com os demais territorio brasileiros que invariawlniente <iesa,ollam para 0 oceano.

Considerando a &drographia paulista em sua divisão potamo- graphica, eritontraremcs o territorio <le Sáo Paulo compreendido em três grandes vertentes das quaes uma em declive para o Rio Grande- Parmá, companente da bacia do Prata, e duas para o Oceano Atlan- tico ou do Litoral e do Rirr Parahyba.

A vertente paulista do Rio Grande-Paraná abrange toda a re- gião interior do B u d o que tem por limites, ao sul, leste e nordeste,

a Serra do Mar, os bforr~is da Barra, a Serra do ltapety e a da Cantareira: a ella pertenceni os valles dos rios Tietê, Pardo-Mogy- Guassú, Paranapanema, r\guapehy oii Feio. Tigre ai do Peixe e Santo Anastacio.

A vertente do litoral t formada 'pela face nieriilional da Serra do LIar e abrange todri o ,litoral ~auii ' ta: o seli niais iml!ori;inte valk é o da Ribeira de Iguape

CAPITUI.OS D A GEOGR PHYSICA D E SAO PAULO 21

A vertente do Parahylra compreende t& a região a leste, en- t r e a Serra do Alar, Morros da Barra, e Serra da Mantiqueira, e forma um unico e grande valle cujo escoadouro é o caudaloso Pa- rahyba que vae desaguar no Oceano Atlantico, junto á cidade de São João da Barra

VERTENTE DO RIO GRANDE-PARANA'

RIO GRAhrD&PAR.4NLt'. - Brota da Serra da Mantiqueira, no Fstado de Mina? Gcracs, e. dcpois de traçar, sob a denominação de Rio Cra~ide, as divisas daqueile Estado cotri o de São Paulo recebe, cerca de 1 . 2 0 kilumetroi distantes de sua nascente riiais reniota, o Paranahyha. sei1 afi!uciite pela margern [lireita, servindo desse p n - to em diante, com o nome de Parani, de linha divisoria entre São Paulo r Matto-(;rosso. I'arariá e Paraguq, e entre esta republica e

A r ~ e ~ i t i l i ; ~ a t i curifluir coiii o Paraguay, outrc, ~raricle rio ram- Ixm de origetri brasileira, correndo depois em territorio argeritirio iiti eiicoiitrar n Cri~guay com o qual forma o Rio da Pmta.

O I'ararii C o j?giin?o rio tia Atiierica meridiiinai, r:in csteiiiáo e vniuiiie.

A vertente paiili?ta deste rio I.. COIIIO j i dis-~nlos, finrriiada 1irl:i cordilheira &Iaritinia, a partir <ia Scrra da Barra. at6 ar>s liiriites com o Estado do P x a n á ; a face occidental das serras da Barra e do Jtapcty e as 1erlentes srptentrioiiaes ila Cantareira e occidentaes da Mantiqoeira atI. o cxtrcmo ~iorOeste do Estado, occupaiirlo r6rca de 617 dc seu territorio.

0 Rio Granck praprianmte dito, b a n b a parte septentririnal do Eih<lo. desde a fóz do rio Canoas. a 4." 3' ao wcidente <lo ,,]Cri. diano; sua dirccçãi) geral nesta secçáo, é de leste para oeste: da fluencia cor11 o Pai-aiiahyl~a segue, sob o nome de Paraná, no rtIlno de nordeste para sudoeste atS receber o Parariapaner~ia, i= loiigitude de 9'45' do Rio de Janeiro.

As cachixiras mais notaveis deste rio, são as do Mnri+,sbo81ilo, em frente á poroaqão paulista de Agua Dace, formando uma suc- cessk d? quérla ou d~gráus na altura total de 35 metros cotri a des- carga cle 1.50071~ 5 por segiindo na força liydraulica correspondente dc 7M.000 çavallos, e lIrubi<pl<?~,qd, tira de 12 kilomrtros acit~u da ci~ilir~cadura pri>priaiiientc corisiderarla (lo Tieti, formando uiiia sérir de saltos cri111 a altura inaxirna de 9,20 e descarga aprnxiriiada de 2.750n1.3 por rcguiido ria força h'rlraulica correspontleiite a 417.000 caiallos.

A'él11 dos rios Paratiapanemn, Tiete e pardo. adialite dscrii,. t c i i , i ~ i . p l r o Rio Grande oii 7'ar:iiii. pela riiargem ,iaulis:a,

c,q

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*pintes: Caroar, que serve de limite entre os Estados de Siio Paulo c m n a s G e w : Inferno, engrossado pelrw aguas do rjb.,Gof<. rente; Caç.ancmo, Lagedo , C a m , Sapwcahy e Twu', m+d- : dos &penas os principaes, recebendo este ultimo a s aguas do Rb preto, todos acima d a confluencia do Pannahyba: DourBdor, &a da cachoeira de Umhupungá; Aguapehy cuja cabeceira pnnapal. o rio Feio, tem o r i p na face noroeste da Serra dos Agiidos, contn- vertente do rio Batalha e que desagua no F'araná aos 21° 3' 13" de latitude sul e a 8" 28' 11" de longitude occidental do meridiano do ~i~ de Janeiro; Peise, a j a s cabeceiras na serra de Campos Novos

contravertentes do Novo e São João, indo fazer barra sob a de- nominação de Tigre, aos 21" 31' 26" de latitude sul e a @ 37' 9" de longitude occidental do meridiano do Rio de Janeiro e Santo ,4nostario, que corre ;,o norte da serra do IYiabo.

TU/<?. - Rio essencialiiiente paulista por não receber contribui- de systemas hydrographicos exti-anhos, a!ém de alguns insig-

nificanks regatos mineiros, e tradicionalmente famoso por ter sido. durante a estrada por onde palmilhou o paulista eni bandei- ras triumphantes na luta pela granileza da patria ou em retorno ao torrão natal, alquehra<lo e abatido nias não aniquiiado pela adver- sidade.

Formam a bacia i10 Tietê, as vci-tentes meridianaes das serras <Ie Ararquara, Descalvado, Araras c Negra; occidentaes da Man- tiqueira, na secçáo eiitre a Serra Negra e a da Cantareira e septen- trionaes desta ultima; face ocridental da I L ~ p t y e da Barra e sep- t e n w & das & Mar, São Francisco, Botucatú e Agridos.

As origens mais reuiotas do rio TielE são as cabeceiras &a no Claro, contravertentes do Juquerir:iiirê, rio (10 litoral, ,que escoam da seria do Mar no Municipio de Sa!li'.ir.íipolis, e o ribeirão Tietê, que nwce no niorro do I ta iah, na Serra da Barra: ainda no municipio de Paraliybuna, de onde é originario, r ~ e b e este riireirão o Claro o qual, a« descer das montanhas rifollie, além de outros, os ribeirões s ã o João, Claro-Novo, Coirtpo c Alferes. l h ronfluencia com o Cloro segue o Tietê rumo geral de sueste para noroeste, cortandb o territorio do Estado em duas partes qziasi iguaes, até encontrar o rio Parana onde contornarido a Ilha Granrle, desagua formando o ponta] desta, distantc 12 kilometros. rio abaixo, da cachoeira de ~ i n , h , , ~ ~ i n ~ á : seu curso, devido ás iiinunieras curvas que descreve, -.---r. ~~" 6 de cêrca de 1.300 kiiomctrm --

Seria o Tie& uma importantissirna via de comnillniraçáo, liáo sí, entre os municipios c loca!idades que r> marginam. como entre São Paulo e o Estado limitiophe de \Iato-Grosso, si não fosse o seu leito embaraçadado por aiumero de caclineiras, espnlliadas drsde

CAPITULOS DA GEOGR PHYSICA DE S i 0 PAULO 23

Wrnahyb at6 sua fóz, tomando-o, 6 exepçáo de pequenos tre- chos, penosamente navegaveb.

As cachoeiras mais notaveis deste rio, sáo: Parnnhyba, no mu- nicipio e proxinio á villa do mesmo nome e cuja energia de cêm de 15.0q0 cavallos hydraulicos é aproveitada pela conpanhii canaden- se, Light and P m e r , na tracsão de bondes e illuminaçáo electrica da Capital. Ytli-Guassú no municilpio e junto á cidade do Salto, com a energia, em parte aproveitada, por estabelecimentos fabriç e illu- minação de Piracicah, de cêrca de 2 0 . W cavallos; Avanhandam, formando corredeira de cêrca de 420 metros de extensão com 4 qué- das e diffetpnça de nivel, entre os extremos, de 17m57, produzindo a forqa de 61.600 cavallos, correspondente á descarga de 263 metros cubicos por segundo; Itnpura, a 10 kilometros do rio Paraná, e junto d extincta coioiiia militar do iriesmo nome, coni a quéda de 11,70 em sua maior altura e descarga de 331 metros ciibicos por segundo, equivalentes ;i f i i r ~ a de 54.700 cavallos. Além destas, conta o Tietê mais 52 cachoeiras e corredeiras representando o energia hydraulica total de cêrca <le 1.5M).000 cavallos.

0 s affluentes do Ti&, mais digrios de nota, são os seguintes: pela margeni ~ y t i e r d a ; -- Aricarrduva, Agun Brnxcn, A[<imbary, Ara- P á . CaPizrii>.o. hllcti i , Coalhas, Cerquilho, Grucyó engrossado v. ias aguas rlci Itai11, ita.quaguecetu&, Itquero, lundinity de M ~ ~ ~ , Leni-hs engrossatio pela agiias do Paroiso, Ma~idissunga, p & ~ , Pinheiro, formado no niunicipio de Sáo Bernardo -Ia reunião das aguas dos rios Garide e Pequeno, Pwaantbtí, Protibú, Par&, ~ o - rocaba, Toniandicatehy que recolhe as aguas dos leudarios Ypiranga 2 Anlw*gabaJ:u. Utia, TrPs Irm.ãos, Aracanguá, E'efos, Dourado, BG- talha e numerosos outros: pela margeni direita; - AcanibrY, C* coéra, Capizary, Barra hfaiisa; Iariquê, Itciin <le Ytú, l a r~zguah~, j e fahy, Jundinhy. Jui~diavira, Jupuery, Jacaré-pipira-~nirim, ,ar&- pi~ira-ilumsú coiii 40 metrOs de largura na barra, Manquinho, Mo- qidepn, O n ~ a , Pnlrneiras, parahytinga de Sallesopolis, Perouá, Pinhei- r inho~. Takssu(>rva, Piracicaba engrossado p l o Corum&tahy c ain- da outros muitos. ~-~

O Piracicuba. que é o maior affluente do Tietê, forma-se, en- tre os municipios de Campinas e Limeira, pela reunião dar a p a s do Afibak com as do lagumy; é navegavel na extensão de 126 ki- lometros, desde Porto João Alfredo ate s l u fóz

.O Tietê p r si e seus affliientes banha 78 municipiaç ou seja 113 das circumscripçóes administrativas em que esti dividido O EF>- tado de São Paulo.

Rio Pardo-&Tom-(;ua.?sii. - A parte paulista da bacia <lestes dois grandes confluentes 6 formada pela iam norileste das serras de Jaboticabal, ilraraquara, do Cuscuzeiro e Araras, vertentm septen-

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24 AFFONSO A DE FRBITAS CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 25

t r i o m a dai,Wm : N w 9 , d u kkn ~ . M o g ~ G u a ~ s ú . - Merece especial menqáo este rio que, não obs- de 6 j u r Ú e & Batataes. tslltc ser affluente do Pardo, é de tanta importancia qusnto elle, náo

serras Azul e & Passa-Quatro &.pelo seu volume como pelo numero e desenvolvimento dos muni-

Pardo das do Mogy.Gua.4. cipios que em seu longo curso irriga e fertiliza. ~i~ pardo. - Nasce em territorio Nasce na territorio mirieiro e penetra no de São Paulo, pelo mu-

tentriomes da serra de Caldas e entra no nkipio de Es'pirito Santo do Pinhal: seu curso, bastante sinuoso, Caconde; sua dirmção geral é de sueste mantem a direcqão geral de sueste para noroeste até a altura de G ~ ~ - ~ ~ ~ ~ d ~ , onde faz brra a 5" X)' ao o riba rumando dahi para norte até confluir com o Pardo, na coliiar- de Janeiro: é menos sinuoso que o as, a S" 3' de longitude occidental do tneridiaiir, do ,prém, muito mais encachoeirado, o desembocar no Rio, tem o Pardo a largura de 230 nietros. assú E iiavegavel entre Porto ):erreira e sua foz,

corredeiras e saltos mais notaseis deste rio são: Cachoeira da na extensão dc 200 kilometros. OnFa, de São Bartholomeu, corredeiras da Praitilia, do B m d o , - As carhixiras inais tiotaveis deste rio são: I'irassunur~~a, no esta coln dois e meio kiilometros de extensão, da Tira-Caingo,,am- . , n i u ~ i o e a 9 k:lonietros da cidade do mesmo noiiie; E ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ , cor-

bem extensa de dois e meio kilometro-. da Riirra-Feia com 500 me- redeira de iiietros de exteiisáo com a iliffcrenCa de "ire, noj tros, dos ~ ~ u d o s e Mata-Três, que re confutiilem na rapi(lez de sum POlltos extrenios de I iiie~i~is, a 35 hilometros a l w j x a ~ > ~ ~ t ~ ~ l:er. aguas, com trts kilometros, e a do Quebra-L)edo com 2 kilometro% ! iriii,. I'!iipaz,ii rCuossú. Cac/<oeira <ie nnj.ro e C,,. todos ab ixo da confluencia do Mogy-, contando-se, acima desse ' ::,, , toda.; entre os t~iuni<~ios de hIogy-hlirilii e lfogy- ponto, numerosas outras dqressóes. das quars 1nelici0narenl0~ W m

mais notaveis, as corredeiras Santa Quiteria, Sáo Pedru, B0IJIi.W ,550 principaes aifiueritrs ilo hlogy-Guassii : llfia niargeni es.

e Joelho; a cwhoeira Mocora no muriicipio do mesmo nome, '.Perda - .4!1i<o/.i. .-lgtiri.r i'irrsus, i 2 0 q 1 ~ c , Aroras, .yn,ita K ~ ~ < ~ , fio. e l~modouro, no municipio e a 5 kilouietros de Caconde. nito, p a f i f ~ > f o , Corrego Rico, dlogy-,lfiripn, Pinlial, do l ~ e i o , do pe;

O Rio [?irdo conta, alGm outros, o-. affliiientes seguintes: e Si~i'~<iohy ?iigrosçn<lu pelas aguas do Eleutrrio: p!a pela tiiargm direita; - Coqions, iiotavcl ~ r l a q~éd; i d'agua que pos- direita; - .<;rio Poi<Io. 01-issu?iya, I'tuprua, Ja(ruory, claro, f-<issu.

sue, a j a energia de cerca ile 80« urnllos hydraulicos é aproveitada irutigfl. Onco, .Sei-tiozi>ilio. i3~6edour0, Giataparó, na illuniinaqáo electrica da cidadç de hlococa. Guiixupb. Pardo-Pe- (3 hrogy e s e u affluentes irrigam o: niiiriiciyios do ~ ~ ~ i ~ i t ~ q u n o , Sant'Anna, Born fesds ~m a j a m a w n úireita esbí sikia$a Santo do Pinhal. I t q r a , Mogy-Mirim, M o g y - W , Araras, San- a cidade de Caconde, Cubatio, Guayuvira, Bom-i'uccesso, Rosatio. ta ,Cruz da CoriceisZo. Pirassununga, Porto e ~ e ~ ~ ~ l ~ ~ d ~ , Cajuru, Cruzeiro, Indaió, Agudos, em cuja margPm esquerda está Sã0 (:arl«s. I+-cayuatro, Araraquara, J a l t i l , pi:angucirai, situada Qdandii, r que mais abaixo dá o nome á povoação de sk3 filmeiras, Sertãuzinhii e C~avitihos. José dos Agudos, Smta Barbara e São Pedro, etc. e pela margem e- Paranapa~ieitta. - Serre de bacia a este ccrsa d'agua. no ter^

,perda; - Fartura, MogyGuassú, este tão caudaloso quanto ao pm- ritori0 paulista. as vertentes septentrionaes dos ~ . ~ u d o ~ Grandes e

prio Pardo ao receber suas aguas, Prsto, do peixe, Verde, T a m W , meridionaes das serras de Rotucatú, Agudos, de Campos Novos e Pitongueirar, Ta~fanduá , L;moeiro, ~lfandi, Velho, Matão, Tu&, suas 8projecqões para o interior. Pedras, Palmeiras, etc. Nasce o Paranapanema na Serra do Mar, na secqáo dos A ~ ~ -

@ confluencia do MogyGuassú até sua fóz no Rio Grande dos Grandes, e corre na direc~áo geral de lestc para o oeste: até a conta o Pardo um percurso de 117 kilometrn;, e daquelle primeiro fóz do Itararé corre ellc dentro do Estado e daquelle iionto err) dian- ponto até a estação do entroncamento da estrada de ferra Mogyam, te, entre São I'aulu e o Estado do Paraiiá, indo desaguar no Rio Pa- que o transpõe no municipict de Ribeirão Preto, conta mais 67. raná aos 2 2 . O 37' 41" de latitude sul ie a 9." 56' 49" de longitude oc-

Antes da confluencia com a MogyGuassÚ, banha o Pardo e cidental do trieridiano do Rio de Janeiro, depois de um curso dc *&r- seus affluentes os municipios de Caconde, São José do Rio Pardo, ca de 900 kilometros. Casa Branca, Palmeiras. 'Painbahu. S5o Siiiiáo, Cajurú, Cravinhos, .4s cachoeiras iriais c<,nhecidas do Paranapariettin são a I'ircijú, S. Antonio da Alegria. I<iheirão Freto, Jiirdinopolis, Brodowsky, a m cêrca de 4 rnçtros de alt~ira. a 1 kilometro al>aixo da cidade do Orlandia, e, abaixo da conflueticia. Bel~edouro, Viradouro e BarretoS. iiiesmo noine: .Sirllo ( ; r « l i d ~ , no 111uniciliio de igual noine, Salto das

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28 AFFONSO A. DE FREITAS

no canal do Casqiicirc: no continente; CubotZo, que tem =ffluen. te, pela mnrgeiii esíluri-da. » Pilões; iliogy, Q U ~ ~ ~ ~ L ~ , jurubatuba, Sáo João, Ifopa~thiil~ii. IJlrcuy, Gciaraiuba e Sahy, todos vertendo da

,yjos dp canilttéa. - l)os miinicil~i<is mrtidionaes ila zona ma- serra do Mar e desaguando, os quatro primeirm, no lagamar de Santos. através dos pantanos salgados; os três seguintes, no cana[ ,itima i: o de Cananéa, depois do de Iguape, que possue 0 maior nu- da Rertioga, e os dois ultimas no oceano.

mero de si bem <lue a sua side liydrographica seja incompara- O Sahy marca as divisas entre Santos e São Sebastião, velmcntr pobre qte á daquelle. Conta Cananéa 0s seguintes

Rios de Süo Seb<istiÜo. - O rio mais importante deste munjci. r ias , de curso e ret!iiziùo volume: Ararafiira, A ~ o ~ ~ i Ü 6 r i : ~ , ~ ~ i ~ j ~ ~ ~ ~ p ~ , < p e nasrcm nas serra.: ( ' a v i m . Negra, P Tapinhoca~a,

é o Ju(~iier).iluei-ê. que figura nios ioraes de (loaqáo das cal,ita- s ã o Vicente e Santo Amaro com a denominacão de

e d e s ~ l l a m canal de Ararapira; Iiiriliti, Tnquor~ e das J f i ~ s , 11acê; suas cabeceiras sáo contra-vertentes das do ~i~ claro affluen. vertetii da serra Ca.iea<lo. tazendo harra. os dois te do 'l'ietê. prinieiros, no mar de 'I'rapandé e O ultimo no de Aririaia; ItaPifan- giry, ~ « , ~ b , , , , , p ~ , ~oc/iocira, h'ottgwassii, A&riaial Cordeiro e Sabaum, 0 Juquer~querS te111 por affluentes, entre outros, os

oriundos da serra Aririaia e dmagiianilo no nu-r do m e s m no., 6 e Piracinu$tga e lilarca. em parte, os linlites entre s ã o sebar. tião e Caraguatatu!~.

exc<pFão do nltimo que d e s e m k n no Mar P~qilCno; Itap@fihoP~na, c ~ ~ ~ ~ ~ c ~ / ~ ~ , G w p r a , todos tio continente: Cananda, Acara:i e Ma- Chltros cursos il'agua desemhorando directaiiiente rio m a n o ,

cortarti as praias rle São Sebastião: destes o c ~ ~ r r ~ m - , , ~ ~ mencionar na ilha de cananéa e Cnnibrhí. Pereqi~ê. Ia.qu~[parihz< e Can-

05 seguintes Toqi<e-Toque Gra~tde, Ribeirão Gra?de descido das ver.

~i~~ de jta,,haen. - possue este niuniripio os rios seguiiites: tentes occidei&.es do Morro do Outeiro com a denominasão de T ~ ~ - Porarn, 0uft.iro oriuiido das vertentes orientaes do mesmo M ~ ~ ~ ~ ,

( : > t a , qw os liniiies entre Igua!iia e Itailliaen e c«mrnunica m* I'Piratlga, AnJzarigur~-a. Catfiburj,, das nlurcstns qlie tem por aff]iiPli. a ensea<la ~ ~ á - i i l i ~ i ~ , , , ,330 l<ibcira. por tini GTW~ OU varadouto; te o ribeirão da Barra c Paiíl>n, Agudt,,, ,,,, A ~ ~ , ~ purti, ~ ~ ~ i ~ i b u c a - r ; s . r i i r A l f c t i ~ t > ~ ~ c a - ~ i i r i i ~ ~ ; P e d

Rios da Cni-nriifiafatuba. - Conta este iiiun:riljio, entre outros, J,;,,~, ~ ~ ~ ~ ~ h ~ , , jono e Mongnpíi. desagitando todos no oceano

03 rios *eguiritrs, tt~tlos drsaguanclo iiirrctamente no rx.c:anr>; - snn. iiasrenrlo ,,a çcrr.a <!OS I!rriitii. ;L rsrepcão do ultimo qiir se ori-

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to Antonio, Guarinduvo, Ypiranga ( q v i todos os m m k i p i ~ ! . da marinha tem o seu rio Ypiranga) Marhm de Sd, M a ~ s e , MO- codca, e Tabatinga.

Rios de Ubotuba. - Mais numerosos e de curso mais desen- volvido que no municipio de Graguatatuba, são os rios do municipio de Ubatuha. Os mais notaveis destes rios são: - Itamumbuca, In- dai8, Rio Gmnde de Ubaluba Tavares ou U g o o Itaguó, Brejoum, Cloro, Moronduba, Purubn, Acarohu, Q i r m r , Ubatumirim, Cachoeira da Escada.

Rios de Villo BeUo. - Este munioipio, que abrange toda a aha de São Sebastião, conta apenas pequenos, porém numerosos cur- sas d'agua; destes os mais notaveis são os ribeirões Taquanduw, Cego, das Tócas, Agua Branca, Corrida, Zubirmba da P r a k W Velloso, Cibarú, Mexilhüo, Sepitubn, Loge, Areado, Bonefe, Ewovas , do Engenho, Figueira, Garapocaia, do T'inn~ia.

MAR DO ESTADO

O Oceano Atlantico exemndo acçáo erosiva durante séculos ou, talvez, de um jacto, em consequeticia de algum yhenometio sismico que o faria recuar das costas occi<lentaes do cantinente africano, que nos fica fronteiro, cnseccan~lo a immeri-a região do Sahara, ou- tróra subniersa em suas aguas inizailiria, etii Gpow preh'storica a nos- sa costa, inundando as partes mais Iiaixas c fazendo recuar o litoral paulista até aqui ao sopé da Corilill,eira Maritima: a$ ilhas do Es- tado outra c a s a não são sináo as partes lmis elevadas das pro- jecsócs daquella cordilheira sobre n mar, isoiadas pela erosáo das camadas de t e r m o de menor re'istencia.

Corrobora esta opinião, a constituição geologica daquellas ilhas, identica á da Serra do Mar ; a profundidade deste quc, a partir de qualquer dellas, decresce gradativamente, á proporção que se apro- xima da costa, e as clenominafõcs irrdigenas de algumas, allusivas á sua separação d o continente.

Devido ao suave declive que rin getal apresentam os terrenos suhmersos das praias paulistas, as ondas que sobre elles rolam no seu constante e inititerrupto vae-vwii operali) corii os effeitos de uma cylindragem potentissima, assentando as arrias c conimunicando ás praias, emquanto humidas, o aspecto e relativa solidez do asphalto: a esia feliz disposição de terreno deve Sáo Paulo a$ 'bellissimas e commodas estradas para nutomuwis que são as praias de Santos e a por derriais conhecida Praia-Grariiie, entre Sáo Vicente c Itanhaeti.

Uois asnectos distinitos ofirrcce o litoral paulista com as suas

CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 31

minense até a Ponta d o Itaipú, em promantorios, hahias e canaes, com as suas p r o j e c ç h em ilhas numerosas, em frisante contraste com o seu desenvolvimento para o sul, a partir de São Vicente em que as praias Grande, com os seus 44 kilometros de extensáo, de Pe- ruhihe, com 25. UM, d a Juréa e de Fóra ou Comprida, extendem-se e m linha recta, sem reeritrancias que Ihes quebre a nionotonia até á barra da Cananéa, ampla de 1 kilonietro de largura, mas de passa- gem difficil, canal aberto pela erosão maritima para a formação das ilhas de Gnanéa e do Cardoso e sinuosidades do niar do Culxtão e d o canal de Ararapira.

A part'ir da fóz do rio Cachoeira da Eçcada, ande começa o li- toral paulista, notaremos o promontorio de P ic in~ iaba e ilhas Com- prida e das Couves, cuja situação e conf:guraçáo mostram bem serem projecçóes seccionadas daquelle p m o n t o r i o ; a Oahia de Picinguaba separaila, a noroeste, da Rahio de Uhatuntirint liela elevação do ter- reno que tcrrninn ,pela l'oi~ta do A l r rda e ctrjn ultirna ~>rojecçáo, mar R fora. í. n Ilha I'c~llictia (10s I'circos: tanto ti;^ Uahia tle I'iciii- g u a h conio tia de Ul)atumirim enctiritram-se praias extensas cuni o dei t t i \ -<~Ir i i i i~ i i t~~, em lililias quasi recras, caractcristica geral <Ias I>ra- ias clo Estadu.

Frirmarln pelas 11rojecç6es do hlorru do E'iirito iilto, ao norte, e pron~ontori~> da j'orrta Grossa. ao sul, surge a Bnhia de Ubattiba, ampla e dc regtilar ancoratiouro: a sueste encontramris a Baliin do Flarrieiigo forniada, a leste, pela prii~iirila nioiituusa da Espi<i etn cuja frente re encontra a Ilha Grande dos Porcos; a Bahia da Eõr- talew. a oestc da do Flaiiietigo e, a siidoeste, a do Mar Virado á en- trada da qual errierge a ilha do tiaesmo nome.

Eni dirccção ao sul cleparamos coni a E~isradn de (.arnguat<iiii- h, cotii uiii porto dc fundo e de máu abrigo; o Catlal de Sáo Se- bilriião ou do l'i~que-Toqríc que é um braço ile mar profundo, coin a largura m&lia ilc 3 kilornetros, e crnprimento de 28, consideravrl- mente mais amplo nos extremos e estrangulado tio centro, separan- d o do continente a ilha de São Sebastião e em cujas margens estão situadas a cidade desse nome e Villa Bella, a n i h s coni excellente ancoradouro: o Cano! de Sntifos que communica, pela barra xrande, o porto daquelb cidade, que é o mais imprtante do &tado, e o de melhor apparelharnento do Brasil, cotii a lmhia do iiiesmo noniç; a canal rlr São Vicottr, o~idc está o porto desse iiotiie e que coinriiunica com a haliia dc Santiis; a LIahia de Santos, fortuad:i pelas praias me- ridionaes da ilha de São Viceiite, Ponta Grossa de Santo Amaro e F'roiiioiito~riri d<i Itai)>u; o Cnnal da Aertiop entre a ilha de Santo Amaro e a terra firriie: o r10 Mar Pcqtieiio que separa a Ilha Cum- prida da de I ~ i i a p e ,do contirientr e da de Catianén, e eni cuja extre- niidacle sirdnrste está r ) portqi de Canrnéa, largo e lirofrindo, ligado á

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bprn 5>or Ml..ranl deilargun d d i a 4 c . W tnttm e pro f~cd idsde $ da li> 4 f 4 ; . ~ , ~ ~ d o wn doa .mais *os d o : : ~ e t d o ? ~ : & ~ ~ ' Tmpandl fedisdp @a face n o r m t e brilha do &doa, d - e d nicandc-se com o Oceano peia barra de Cananéa e canal de Ar~ra- pim e com o Mar Pequeno pelos catiaes de Cubatão e Cananéa, e fi- nalmente, o Cnnd de Ammpiro, escoante daquella bahia, entre a ilha do Cardoso e o continente. onde - t i sitiiado o caho Araravira que -. - ~

serve de balisa ao extremo sul rln litoral. As illms mais notaveis do tiur do Fstado sáo em numero de 22

das quaes. 6, forniam. ao sul, o arcliipelago de Cananéa; 6 formam a suestr,, o a r r t i i p ~ l a ~ o de S i o Vicentc, e 10 está<> ispnrsas pelo ninr e mais ou menos proximas <Ia costa.

,?rchJpe/ago de Cananéa. - Cmnpáe-se das seguintes ilhas: Lanai~da, - Formada ,pelo extreito denorninado Mar Pequeno e

pelo braço desse mcsmo ixtreitn deilominado hfar de Aririaia ou do Cubatão, que se intrometle pela tcrra, àe nordeste a stidoeste, e pela bahia de Trapandh no sul: nesta ilha está localizada a cidade de Ca- nanéa, séde do muriicipio do mesmo nome.

i Conta 60 kilometros de compriinento por 18 de largura. Comprida, Grande ou do Ainr I'equevici, - Entre o Oceano e o

5 Mar Pequeno: é uma nesga de teri;, medindo cerca de 4 kilometros em sua maior largura e 72 da barra de Carianea a de Icapara: é ter- reno kiaixo, alagadiço, e li»r isso nlesnio poirco hal>itarlo.

1 ' A parte riorde~te da Illia Comlirida, a partir do ponto fronteiro

5 fó r do Sabaiina até Icapara, na extens5» de 25 kilometros, per- tence ao niunicipio de Iguape e a sudoeste ilaquelle mpsmo ponto i 1.: barra de Cananéa, inedindo 47 kilometros, ao ri~unicipio desse Dome.

Cardoso. - Ao sul da Bahia de Trapaiidé, etitre &?ta, o Ckeano e o canal de Ararapira; sua extens;ío, de nordeste a sudoeste é de 30

I ' kilometros e de sueste a noroeste, na maior largura. 10 kilometros. E' geralmente montanhosa, estando o Pico do Cardoso, seu ponto

I ! culminantr, a 650 iiietros acima ùo nivel do niar: pertence ao mu- nic'pio de Cananéa.

i Bom Abrigo. - Ao sul da h r r a de (ananéa a cujo municipio rt

r ! , pertence, e a leste da do Cardoso, distante 5 kilometros: possue um

:. pharol de luz interniittente branca e vermclha e sei-ve de hdisa áquel- Ia barra. . .

Attinge a altitude de 100 metros acima do nivel do mar e tira a sua denominaqão da circunistancia de offerecir reguro abrigo a embarcaçees, na parte do seu litoral .voltada para o norte e, pela sua

I pniiçáo, protegida dos teni1,oral-s. Camhriú. - Illieu ao sul e n pequena distancia da Ponta do

I tnesmo tioiiie na ilha do C'ard(1-o: ! ~ ~ r t r n ~ e R Cana-iea.

1

CAPITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE S.40 PAULO 33

Iguape. - E' formada, a leste, ~ e l o . o c u n o ; ao noite e nordeste p s l ~ Ribeira: a oeste pelo canal artificial que liga equeMe rio ao Mar Pequeno e, ao sul, por aquelk mar e pelo ocafio.

Esta ilha, como já dissemos, era um prolongamento do contí- nente, ~ n t r e o Rilxira e o niar, insulado pela ahertura, em 1851, do siipracitado canal.

A cidade de I g u q e , séde do municipio do mesmo nome, está ndia situada.

, - l r ~ / i i p r l a ~ ~ o de São C'icnrite. - Compfie-se das ilhas seguirites: .Si70 C'iir,zlc. - 1Ili;r I~aivdnte iiiontanhosa setiilo percorrida, cm

siia par-te iii;r:s cxtcti~a. !>rir um corclão de morrus dos quaes os mais notaveis oáo r i 1111nte Serrate, o do Jose Menino, e os de Itararé: está scaarada do continente pelo lagarnar de Santos, varadouro Cas- quciro e canal <Ir São Vicetile: nella estio situadas as sédes dos niu- riicipios de Santo' e S5u Viçcntc. Guayahó era o seu noirie indigena.

h parte sel>tentri»nal desta ilha, no ttiunicil>:o de Santw, en- tre o canal du Cksqueiro e o rio São Jorge forma a chamada ilha do Ca-queiro, notavil pelos seus sambaquis ali existentes, os quaes ior- nrceram cal para r<>~isti-iicçõrs civis ri% tenipos ci>loiiiaes e ainda em nossr>s dias.

Santo Amoro. - A leste da ilha ile São Viiente e separada ilo co~itirieiite pelo miial da Iicrlioga.

Sua cxterisão, <Ia ponta da Bertioga i do !iIoliduha é de 23 ki- Ioiiictrns e <Ia ponta da praia dolpancma á ponta de Santo hmaro, de 1 5 : é hastante m o n t a h se& percorrida em sua maior extensão pela cordilheira h a r a h u . Guaimlg é o tioriie inrljgrna desta iltia. HiBje é unia cstaçno ùalncaria de priiiieit-a ordem.

.'kfuéla. - 13' uni rnche<!o ao sul e proxinio i ilha de Santo Arriaro: nclle euistr. assignalando a liarra grande de Santos, um pc- queno pharol.

Cnhrm. - I'equena ilha no nceano ao sul e proxirno á ponta de Santo Aniar<-i. Prrtence assim com<) as precedentrs, ao municipio ilc Saiiti~s.

?'orrliot. - Situada na bahia cle Saatos, ao sul da ponta de São Vicente c f ~ l i a n d < i a rinl-deste, a b r r a Oeste nome. E' uma ilha pe- rlumia. iic c c i r r i i ~ u r a ~ ~ ~ i quasi circular e de boa vegetaqáo.

1 ' i-r~buque~nz,~7. -- Ilha pequena, sittiada eni frente e proxima á praia Jost: blerrii~~i: ii<itnrel por marcar. em ieii extremo occid-ntal, us Iirilitei eiitrc Sant<is e São Vicente.

ilh<l.r i.ro1ndn.r. -- Iks tas illias a i niais Oignas de registrri S.%« ns ~egiiiiit<,i :

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34 APFONSO A. DE FREITAS

São Sekuliüo. -,Separada do continente pelo canal do. Toque- Togue ou da: S h SehatiHo, tem a forma de triangulo imgttlar, C montanhosa attinginda altitudes de 1.200, 1.300 até 1379 m t r o s acima d o nivel do mar, e apresenta uma superficie de 336 kilometms quadrados.

I Esta ilha. cujo nome indigena é Ciriba, pertence toda a o muni- &pio de ViFla-Bella, cuja séde está assente á margem do canal. Na ponta do Iioi, extrenio fiiil da ilha, funcciuna, &de 11 de A'bbtil de 190D, uni pqueno pharol de luz inovel.

Porcos (ilha grande (10s). (1) - E s t i situada no oceano em frentr á peninsula montuosa da Flipia. E;ni 1850 serviu de estasão naval aos cruzeiros inglezes encarrqados da caqa aos navios ne- greiros.

Em 1907 foi nesta i l h estabelecida pelo governo do Estado, uma colonja correcional a qual pouco tempo ahi permaneceu, estan- do presentemente instala& em Tauliaté.

B~uios . - Situada em irente e a 7 112 kilometros de distancia da costeira da Riscada, conta a Area de 7.550.000 m2 a quasi tota- lidade da qual forma uma só elevaqão de terreno. cujo apice attin- ge a nitituile de 426 iiietros acimx do nivel do mar. Não possue praias mas suas costas aprei-entani lugar?' iIc acesso para canoas. E' habitada.

Virtoria. - Ao largo da iltm <I<;$ Uitzios, distante 11 kilometros a leste-nordeste, está situaila a ilha, sern praias, da Victoria, pequena de 2 .213.000 metros quarlrado., e <Ir altitude maxitna de 240 mc- tros. El' habitada.

Alcatruzes. - E' um grupo de ilhéus, situadrs a 35 kilornetros ao sul da ponta dn Sahy. do qual o maior é u111 rochedo de 2..W W k % de comprimcntn com a largura média de 5u0 e iinia altituile maxima de 265.

Monte de Trigo. - A l i iiilo~rictrns ao sul do blorrn d o Enge- nho na praia d o Una. de Santo+: 6 iinu ilha habitada, rle fornia cval irregiilar, com a árrn ile I .3(X).(XK) iiietros i~iiadrados P altitude iiia- xim;i cle 289 metros

~ o q u e - i ' ~ < ~ : ~ e . - sitiinria iin 1>:1rt~ ~ l l i l o m t ~ CIO canal de ~ á i i Sel)astião e da Pont:t que llie dru o tiome. E' unia pequena ilha d ~ s -

1 habiraih, de área de 455.000 inetrcr quadra<los al>rewiitando » pon- 1 tr) maximo de altitii<le de 147 i~ietroi .

i Atar Virado. -- .&o sul da Porlia do Ctdrn, distoiite 1.800 ine- I tros; é ,pe<luer.a. de iêrca ile 1 ..KX).o»O ni'etros quailrados e tiida de

trrras baixas nZo itiilo sua maior alt;tiidp n!í.iii de 100 riietros.

- ~

( 1 ) Ai:>ii:ilni"nfe i i i s ~rr i inn, i i i ic in i Inrl, , . , .

CAFITUI.OS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 35

Queiwdn-Grande. - S:tuada a sudoede e a 35 112 kilometros de Itanhaen a cujo municipio pertence.

Quein,adaPequena. - Situada tambem a rumo de sudoeste e a 21 kilometros de Itanhaen e tambem pertencente ao muriicipio de Itanhaen.

CLIMA

S. Paiilo. cortaclo etii seu terço inferior, aos 2P.27' e 30" de latitude siil pelo tropico do Capricornio. sob ciija linha situam-se o s miliiicipi<is (ia Capital, s á o Roque, S o ~ c a b a , Itapctininga e ln~ t ros . deveria s r r nirnos infliiciiciailo pela zona tetnperada <Iiie 11t:la tilrrida iiãrl acontecendo assim, porém, pela intercorrencia modiiicadora de rlr inentos 1-arios, tiotadamente dos accideiite' topographir<i;. factores regionaes permanentes. c dos ventos (l i - versili qvv, t ~ r i i ctnpas detertniiiadas. varrem-lhe periodica c ai ter- ~.ativarrieiitr ii terri torio num conjunto de influeticias que estnlx- ieceni <, firrnain a s caracteristicas de uiii ciittia variado ~ r i a c :econhcci<l;ii;ie~,ie aiiieno. sem rigores excessivos de inverniz <>o d e verso.

Indubitaveltiiriitr o s elemciitos iiiais apreciareis d e cquilil~rio <I« clima paiilista. são o s ventos oceanicos ou de sueste e o s pata- gaiiior ou dc siil e sudoeste os quaes, morlificailos por factcires locacs. agitarn e corrigem intermittentemente a atmos1,hera du terri torio paulista, não se puderido emitt ir igual conceito em rrla- cão i ç c i i r r r r i t~s de iion:>estc cuja acr,%o é mais deprimente qw de c~li~iTiliriii Iinim i i cli i~ia ile Sáo Paiilc,.

Os ven tos geraes de sueste, fortetnentc sa tu ra~ los de hiiinidnde etri siia trajecturia sobre o r\tlaiitico, perdem a maior porgzo d? aquosi<!aile s<ihre a Serra rlo Mar, formidavel e providencial con- rlensail~ir dos excrssos das humidades oceanicas, e grande regula- <I,>ra ria irrip1i;Zo do SAIO paulista através dos grandes rios que Itie t irotnti~ d o $? i (> ieclin<lo P hemfazejo, varrem o territorio <lu Eslailr,. aiti<l:i hiitiiiilr> iio muriicipio da Capital. e regiúes coiivi- vitiliai a t é a S ~ r r a d-> Japy. mas tornando-.;e gradativamrtiite eiixuto i propnrqío qiie se deserivolve para o interior.

;\ ac<;ão da Serra do Mar , rouhaiido aos vrntos geraes orpa- i i : c ~ i 3. sua i n : ~ i o ~ qiiantidrrrlr ile agiin para ~liçtrihuil-a saliia- tncnt? peli, só10 piiilista ,iiuin syslerna <le irrigaqác que o pOe a salvo <I:, fiaecllii r12. secrai . evita a pro,ligalidatle de uma r i c l n (Ii.rritnl n~iiiz<inica rn i nossa icrro. e se rccornrnrnda ronio ti riinih Iwtetilr c aprccixvel gernclor il:i iii<lcfessa activi<l:icle ç prr>verbi;il i <l i> ~ : : ~ ~ ~ ! i s t a . ;iil~iiittirlo r i cuiicrito de qiie a exuberancia

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ixeessiva da natureza alquebranta a s energias e cerceam a ini- ciativa humana.

Relatimmente á manifesta~áo de;se phenomeno physico d e repercussão econoniica e sociologica tão relevante, Biickle, o emi- nente autor da "Historia da Civiliza<âo n a Inglaterra". a f f i r - mando qu.e a civil iza~ão dos povos, ai,iida que resultante de iactores combinados. depende, eni grande parte, da preponderan- cia do e s f o r p huinano si~lire o s agpintes physicos que se e n m n - t r am na natureza, traça as seguintes linhas e conceitos visando ilirecta e tiominalmeiite a nossa pntria:

"O vanto geral, rliz rlle, sopranda na costa oriental da America do Sul e procedendo de Irste, atravessa o oceano i\tlnriticr~ e deixa a terra cheia de vapores accii- rnulados cni siia passageni. Es tes vapores, tocando a praia erii irittrvallos periodicos, são condensados e m chuva e rc)tiio seu pr t~gr i , sso para oeste é ol~çtado pela caileia gigantesca dos Andes, que não potl,eni passar, empregani toda sua huniidade iio Brasil. E s t a abun- dante ci>pi:i de huniida<lc. senclc ajii<lada p ~ l u vasto systetna ~li ivial peculiar :i parte oriental da Ariierica, e acotiipaiilinda pelo calor. tem estiiiiulado o solo a uma nctivi<!:irlt: ieiii igual eni qitalqiier outra parte do niundo.

O Hrnsil. (luasi tZ« Kran<li. w m o toda a Europa, coiitiiiún 13uckIc. é robertn rle uiiia regetacão de i t i -

crive1 profa iáo: tão viçoso e luxiiriante é o seu cres- cimento que a ri:~tiircza 13;ircce rstravasar-se num jogn <te vaidssa força.

E n t r e esta pompa e o espletidor da riatureza, é aiiicla Buckle qtic r , diz. iiein um lugar foi deixado para o honiem! Elle é rediiziclo á itisignificancia pela ma- jestad* qiie o cprca. s iorGas clue se lhe oppóem s á o tão +ormidaveis que elle nunca foi apto a Ihes fazer frente. miinca Foi cnpaz de resistir á sua accumulada pressão. ]>esta a r t e as energias da natureza encadea- rani o esliirito d o Iiomeiii. Ern iienhunra par te é t ã o penoso o crmtrnstc i-ntrr a gr:~ntleza do n~ii i ido cx- tenrl's e a peqiictiez do iiitrrno. C) ~>eiisanierito intiiiii- dado por esta luta desipiial n5o só terii sido incapaz de avaliçar. cr>iilo seiii n niixilio r s t r a n g ~ i r o teria indu- Iiitavrlniente recuado."

FIa visivcl exagero iins geiiernlidades (Ic i3tzcklr: a cxti l~e- nncia da vida urgeta l I?: , Ilrnsil. i i iliiiiiiiiic : rncrgias d o

CAPITCLOS DA GEOGR. PHYSICA DE SXO PAULO 37

homem, felizmente nã,o as anniquila corno acreditava o brilhante e notavel pensador britainnico.

E' verdade que o paulista mais facilmente venceu a natu. reza do seti torrão patrio transforiiiando-o tio centro de civili- zação apurada que já é, do que o brasileiro, e só o brasileiro, es tá vencendo as rxuberaticias da vida amazonica, e a s vencerá totalmente, corrigindo-as e adaptando-as a o livre &esenvolvi- mento da acção liurnana, e essa será a mais convincente das provas de que. si tiido 6 grande n o Brasil, "menos o homem" este, entretanto. n5o é táo pequeno como se apregoa e coino pareceti a Buckle.

Correndo em <lirecçá,o opposta ao sueste e quando, tia esta- ção qtiente, ;rq~ielle sopra como correrite fria, o noroeste reina altertiadamente como corrente qiiente e secra. tornaiid30-se fr io shri~ente rio iiilvrriio c, etitão, preclispondo a at i~iosl>hera para a forniaqfio das g e a r k ~ . phcriotneno altamente prejudicial á eco- noniia a y r o - l ~ r c ~ ~ a r i a iiiaç. feíizmerite. poum frequente em %o Paulo.

Si. rias inrerriins. o trioroeste não se recí>iiiiiienila c<iiiio factor <!i. phenr,nieri<is iitcis c rle<ejeveis, tampouco i i c i vcráo se lhe p0de nttrihiiir essa clualidadc, serid<i eritáo rliia:i i1111 elemento de desordem tia I>sycc>li,gia < I , > paiilista ctinio o é rraliiirnte iia vida econotiiica da lavuura quando, e m noites liiupiclas e serenas dos iriezes ile Jurilrci, Jiilho ou Agostn, erésta e iIrieiiiia os cafezaei com 'os seus frios for temente congelativos. E' proverbial e caracteristico o i i k u estar pfovfxacb pelo noroeste n o animo do paulista, priticipalmente do pauiistz~no. qiiaii(io iopra , qiieiite e :?cci>, em dias de ver5o.

Er~i relaqão a essa irifluencia tratisitoriameiitc depressiva do psgchisnio pnulista escrevemos algures, fazeirido um pouco de l i teratura, as seguintes linhas de transcripçáo muito upporturia:

"Habituados a respirar. escrevemos então, o a r Iiiimido da imtiiensidade atlantica trazido pelas cor- rentes rle suestc, rrcebe o paiilistn :i iinpressáo de, i i~o~~i t iadanicnte . setii etalias de tra~rtsicãu, ser atirado. iriergulliado ciii cliiiin di:ili~etraliiionte opposto. secco, açi>cTu, intii1cr;iiite. insitportnvrl. tiurii deserto ile Sa- har-:L rliiando. tinia vf.7 por nlitrn. eni dias de agitaçzo attii<iqplierica. o s -a res cii.xritrx das interiiii~nas rt'gióes intrri<.res. qiir u c eutcntlrili at6 a gri~ripns dos Aneles. etivolvr.iii a rvassa Capital, hntidos violeiitamênte prlos v r t i t < > - iiiteriiiitlivniis <lc iii~riirste ~ii<,<lificnniir>, tr:i?ii-

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AFPONSO A. DE FREITAS

formando por momentos a s condiçóes climatericar locaes. , , : 3 ,

Então o habitante acclimado da Paulicéa Isente seu systema nervoso abalado numa sensação &'calor que aquece febricitaindo, que afogueia picando, que abafa sem exsudar. Nesse estado tudo o incommoda, desde n a r (pie lhe resecca os pulmóes a te o vento rijo, quente, e aspero que lhe zune fino pelos ouvidos e lhe açoita cortante a pelle. Nesse inomento torna-se irritadiço e rabujento: não i> apquen t em que está de noroeste I"

Outros vento:: occasionalrnente predominantes em Sáo Paulo são os de sul e sudoeste, os cliamados ventos patagouios ou argentinos, pampeiros ou minuanos, os quaes occasiomam preci- ,)itações atmosphericas provocando bruscas depressões thermicas.

Formados nos mar'es do sul atravessam as geladas altitudes dos Andes patagonios, percorrem os pariipas e as regióes do sul do Brasil. apenas encontrando ohices nas ondiilaçóes dos terrenos de Santa Catharina e Paraná que Ihes moderam a violencia sem Ihes m n s e ~ p i r o aqueciinento. l~elo menos rni proporções apre- riaveis, a té envolrereni o planalto paulista, bruscamente, numa atmr~sphera exteniporaiieamente iria e saturada de aqiiosidade.

Conjuiitainentc com esses factores geracs do clitria paulista terrios a considerar os resultantes da configitração topographica do Estado, que os modifica sensivelmerite, dando lugar á for- ma+ de diversas regi&% climatttrius periertmate &tintas e caracteristicas.

Seguiido o "Serviço Meteorologico de Sáo Paiilo", departa- inento puhlico modelar que desde o anno <le 1886 vem accuniu- latido preciosas e alrunilantes c o ~ ~ t r i h u i ~ õ e s para u coriliecirn~nto perfeito das nossas condiçóe~liniatologicas, o territorio paulista é coiistituido por 4 regióes cliiriatericas distintas, de feição pro- yria, assim classificadas:

1.0 - Clitna do Litoral

2.0 - Cliiiia do -4lti1 da S P T T ~ do Mar

3." - Clitna do Plaiialto

4.0 Clima das Terras Alta+.

CAFITULOS DA GEOGR. PHYSICA DE SAO PAULO 39

De accordo com as observações do citado "Serviço", con- densadas em magiaral monrigraphia pelo respectivo director, o operoso e illustrado sciantista Belfort de Mattos, verificamos que o clima da faixa litoranea de São Paulo, de Ubatuha a Iguape, é quente e humido, de k a c a oscillação de temperatura, apresen- tando a tiiédia annual nproximada de 21°5. coni a diiferrnça de 6" 7 ceiit. entre a temperatura do mez mais quente do aruno e a do mez mais frio, e a intensidade pluvial de 1866 m/m em média.

Os ventos que alternadamente predoniiiiam no litoral são os de i>oroeste, rrim a caracteristica de máu estar já descripta por nós. e 05 do sueste' prenhes seiiipre rlc hiirliidade.; qiic se cnnden- eain nas rniiralhas verdejantes cla Serra do Mar, produzindo preci- pitações que iniiiri~ frequentemente excedeni de 2.00» t i i / ~ i i .

A t:ihclla seguinbr encerra os indices tiiais expressivos e in- tercssantes (Ias teriiperaturas e das chuvas no litoral 1>atiiista, acoinpanliadas das respectivas médias absolutas pelas quacs pnile- renios classificar, coni segurança. o clima liturarieo cm estavel- niente querite r huniido:

~~ ~ ~~ - ~ ~ -

Observatorios 1 TEMPERATURAS ( C S L i V A S

.~ ~ .

Cananba . . . . . . . . . Itinliarn . . . . . . . . Iglinpe . . . . . . . . . . Santos . . . . . . . . . . S. Scl>arii?ii . . . . Chatitlia . . . . . .

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40 AFFONSO A. DE FREITAS

Como jb dissemo8 traqando as linhas ge r ies do ciiina de São Paulo. a Serra do Mar, extendendo paralbalamente e a pequena dístancia do oceano os seus recortes e accidentes de ,borda do planalto paulista, que realmente é, constitue-se em anteparo da regi& interior aos ventos oceanicos de sueste e em grande con- densador das humidades por elles conduziclas. No alto da Serra de precipitações atmosphericai $30 elevadas em nuniero e volume, principalmente no verão, decrescendo, entretanto, gradatiramente na primavera e nlo outonino a té o inverno em que se observa me- nor volume nas quédas e nuniero rnenor de precipitagões.

A differenca de tdtnpetatuta entre o alto da Serra e o litoral, que lhe fica ao sopé, é tão sensivel que s~ poderia affirmar. sem grande sacriiicio da verdade, rlefri>ntareni s e alli. mediada distali- cia quasi nulla, o s extremos da temperatura climaterica de São Paulo: Santos é um dos pontos mais quentes do Estado a o passo que a Serra do Mar é, inquestiunavelmente. uma das zonas paii- listas mais frias.

Das observa$ões climatologicai recolhidas d u r a n k quaretita annas, na estação do alto da Serra. resalfaiii os qeguintes ~ndices de ternperaturx:

>I@d~:t. 17.8

Média das inaxiriias, 21.7

Média das tniniirias, 14.7.

Ka região de serra acima. rio ~>lanalt» patilista que abrange qiiasi todo o tertitori'o do Estatio crn silaie declive para o th&eg do cat~dal Rio Grande-Parana. o trlima 6 amerio, nias bastante variado. iiião só pelas modiiicaç3es originadas nos accidenoes do terreno que, ora se extende e m planicies, ora se desetivolve em zystemas de serras isoladas. estabelecendo differeiiças apreciaveis de altitude. como pela latitiide que abrange S.a e tambem pela influencia dos veiitos diversos qiie varrerri o plaiialto altetnada- iiiente ctn direcçóes varias.

O " S ~ r v i ç o Meteorologico de 550 Paulo". dividindo o ter- ritorio do ~ilaiialto paulistn cru ciiii-o zori;is cr>rrespondente.; r c s ~ pectivarnet>te aos cincii gráus rle latitude abrangidos por ella. admitte a adopçáo das s e ~ i i i n t e s iné<lias. roiiio indicr das tempe- ratiiras aniiuaes das rraia5es cori-r~[~oriciciitr': áilucll;i di\fisão:

CAPITUI.OS DA GEOGR. PHYSICA DE ShO PAULO 41

Norte .................. zOD .I ,,.bei;?io Preto) ................. Centro 190 8 e 1 9 O (Piracicaba e Campinas)

Sul ..................... 19. - .-. n (Tatuhy)

170 5 (Apiahs. São Paulo)

O planalto paiilista está, entretanto, sujeito, como j i tivemos opportiinid%.de de consignar a o tratarmos dos ventos de noroeste, a bruscas depressões de temperatura, felizmente raras, que fazem descer o themmmetro a 6." e até a 12.0 ahaixo de zero, determi- nando fortes geadas coino aconteceu nos annos de 1870. 1902 e 1898. tendo-se a ultima occurrencia desse phpliomeno dado nos dias 24. 20 e 27 (Ic Junhi> daquelle aniio.

Das zoiias frn que se divide o planalto paulista para os eifei- tos da c o ~ i s i ~ t i z d a c l n s ~ l f i c a ~ á o climatologica, a do extremo sul 4 a i ~ u e n?ennr estabilidade de temperatura apresenta, pela sua franca exposição ans veiitos frios e humidos di, siil e sudoeste dr cujo5 rigores as zonas do norte estão, de certo modo, resgtiardadas pelo antel>aro das sprras da Cantareira e ,!n Japy e. na p a r t e inai.. lruxinia da Serra ilo Mar , pela acçáo desta que. interttiit- irriteilieritP, ~ V L I Y I I I V R ÇIII suas perennes aehlinas, a capital dL, E5- tr<l<> c iiiuiiic:,iioi corivizirihos. pheriomeno de poderosa e proiiindn .~fliicricia iio rnrncter e c<,stiiriies d o paiilistano.

Na quarta classe dos clirnas regiiriiaes (te São Faulo cuiii. p~erntleni-se as altiiras da serra da Mantiqueira, os famosos Cam- pos do Jor<l.io; enipiricamente preconizados, ha mais de 70 anrios, pelo vnlgi,. como repositorios de saúde, precotticio hoje plena- mente coiifir~iiarlo p ~ ' a sciencia, parecendo-nos poder tairil>eni Inclitir iiesçn classr a s c a h ~ q o s da Serra da Bocaina acima da alti- tude de 1.300 iiictros e na qual, eiii altitude superior a 1 . 0 rne- tnos aciriin do riivel do niar, pncontra-se n s;iiul>errinia regiãr~ <Ic Clitilia.

I\ Serrn da blnintiqueira, a leiirlaria Jaguatnirnbaha dos Iluri- deir:inles. cuni a s s i a s altitudes acirna do nivel do tnar de 159: nietros nn Villa Jaguaribe: 14.19 iio Itapeua; 1.333 nas altiplaiiuras do Serrotc i. dus Campos do Paraiso: 1960 no Pico Agudo; 2.052 no Srlladri e 2.422 rias cabeceiras do rio Lourenço Velho. pereri~nce, st.111 iiiiviila :ilgurna, .i classe dos 'C'lirnas rle bliintaiilia".

i , o veiitns oceanicos, <Icscarregad<is da sua iorniidavel provii:~, <Ic Iiiiiiiiilade. ~iritiieirnnientr pela Serra do hlar e em scziii<ln j~cic,.; ileclii~r; rln .\laiiti<iiicir:i a t t i o g ~ n i , ileseccados, «i ( ' : i ~ ~ ~ ~ > o s (10 Jor<!50.

I1:;r srii 1 i i i -# r io a - correiitcs Iiiiri~idar do sul não se fazem sentir coiii i i i i t i t i i íreiii!ciici~ ii;i serra. aprt,soitan<lo a piircPntaSPrii ape-

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42 AFFONSO A. DE FREITAS

nas de 16.7 contra a taxa de 308 'j'o para os ventosaeccos,te contra a de 47.8 qb attribuida ás calmas, numa proporção de 22:% dos ventos, o que autoriza a qual i f ica~áv de "Clima pouco :hu,tpido" e de "Atmosphera calma" para a formosa e privilegia&. região.

Além do conjunto destas circumstancias constitutivo do clima enxuto dos Campos do Jordão, mencionaremos ainda a pequena porcentagem de nebulosidades encontrada em Villa Jaguaribe, em média inferior a 4.4, contra 5.0 do celehre sanatorio de Davos- Platz, e ronsequente luiriinosidade atmospherica, como u m dos mais poderosos factores da salubridade daquellas paragens para- disiacas, conhecida conio é a acqãi, eliminadora da luz solar sobre os germwus pathogenicos.

I'elo que fica dito, verifim-se que o clima de São Paulo é geralmente bom, offerecendo em suas varias modalidades regio- naes, f2cil e rapida adaptagão aos filhos de qiiasi todos ospa izes do velho n~undo.

O ltinerario seguido pela primelra bandeira paulista

Fni a ilha do Doili Abrigo ou melhor, Cananéa, o pritiieiro ponto rla Capitania ile S. Vimrite em que a esquadra de Martim Aifonso iuii'lrou c111 12 ile \goi.o d: 1531 em sua derrota para o Kio da Prata, nhi pernianecenilo <iuran;i 44 dias.

Do Bom Ahrigc:, que f i a no Ckeano, defronte da harra de Ca- 1ian6a. mandou hlartirn i\ffons<i a Pero Anncs Piloto, que "fosse haver falla rorri os inrlios", partindo o mesmo etii uni Bergantim, que no dia 17 regressava para junto da esquadra, trazendo a bordo a Francisco de Chave e o Bacharel, que havia 30 aniios ali se en- contrava, scri<lo Chaves "tnui grande litigua desta terra".

"T!cl:i iniortii:~ção que della der> ao Capitam, inm- (liiti a Pero Lobo com 80 homens, que fosse desobrir pela terra dentro.. . porque o dito I:inr?cisco Chaves se obri- g a ~ , q~ic. rni dez meses toi-nara -o dito porto corii qua- :ioceiitos Lscravos carregados de prata e ouro.

Partiráo desta Ilha ao 1 . O dia de Setembro dc 1531 os qi~arrrita Bésteyros e 0s qiiaretita Espingardeiros."

"'i'al i<ii a ljriiiieira Iwndeira que se entranhou pelo sert,?o do liiaril", diz i\zevedo Marques.

I'riiiieira Inndeira paulista, dirciiioi nós, porque a prinicira ban- deira que se internou pelos sertões, deixou o Rio de Jain.eiro com o int~iito de (lescribrir prata, ouro e liiriras ~irecimas, tio niez dr Junha

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.. , , i ... . , .L. .e :& . i 1. ?BriP 4ier .&ie"l/iars da' hrtim

MISfonw na* pow* . , . . ". , I I , %

Compunha-se a m w n a de quatro ousados bandeirantes, cujos no. mes sáo ignorados.

O que não resta duvida, entretanto, é que as noticia5 de ouro e prata trazidas do sertão por Aleixo Garcia, foram que despertaram nos primeiros colonizadores de S. Vicentr e, principalinente, no seu chefe. hPartim Affonso, a grande cohiqa e o grande empenho em desvendar essas riquezas mirabolantes, que os vertóei da vasta Capitania encer- ravam. Pouco se ihes dava, cmiio diz Glixto, que as famosns mina' de ouro, prata e pedras preciosas cstives:eni eiii regiões Iongitiquas e em dominio d!El-Bej de Castella: o que lhes interessava era apenas saber a róta. o rumo ou a "porta de entraria" c essa !'porta". sabiam elles pela certa - estawa situada no vasto litoral dal; Donatarias de Martiiii Affoneo e de seu i m ã o Pero Lope3 de Sousa.

Onde ,pois, estaria ella? Era o que Ihes importava saber. Todas as tentativas, todos os esforqos dos primeiros povoado-

r-. nesse intuito, foram, entretanto, infrutiferos. h gloria das "famo:.as deccohcrtas" de Minas C~raea , Mato-

Grosso e Gnyaz. c»ul>e aos bandeiraiites lnulistas no fim do séculii I6.O c século 17: c c<imeqo do século 18."

S6 eiitão as "portas de entrada ou do srrtán" se escancararati! aos foraste:ros ávidus de (Juro.

Foi procurando essa aberta, que a arniada de Martirii Affonso partiu percorrendo a costa para u Sul cm demanda do Rio da Prata.

E talvez porque o afastarilento rla cortli heira tiiaritima. em Ca- nanéa apresetite ao <;iwerrador iiliia i~ rdac lc ra Dreclia para o : n t e ~ rior, ahi iiiterromperi elle a marcha <Ia armdn. per~iiarifre~~ilo durantc 44 dias, fazendo seguir a tiatideira rle Pcro Lobo.

Mas qual a direc<ão toniada p i a mesnia? Qual o seu itinera rio? Uenedicto Calixto, roiiio oiitri,> historiatliiies. a i i i r ~ p a :

"O fim tragico dessa primeira expedisão pelo Ribeira de Iguape, é bem cotiluccidu."

Oin, P facto inconteste, que a I~uideira partiu de Cananéa dire- ctanieiite para os sertões.

Analysando-sc bem o Diario da ,Vavega:ão do A r d a , vemos que Pero L q m escreveu o seguiii t~:

" lks ta ilha (Hoiri Al~rigo) ao norte duas l epas te faz uin rio niui grandç na terra firriie; na l>arra. de preaniar teii; tres I~raças e dentro oito e nove braças.

"Por eite rir> arriba iiiaridoir o ('apitatri Iriii5o liii~ii I>ergantiiii. etc."

O ITIU ' 8 SEG ,, PELA PRIMEIRA BANDEIRA PAULISTA 46

Essa embarcaçio regrerwu M d'p 17 ~ a n F w de C h s y e o Bacharel, identificado como sendo hlcstre Cosw Femandq k s ó a .

Um golpe de v:sta sobre a carta g e ~ r w h i c a de S. í?iulo e--&- rece perfeitati~nte a situasão do lugar descripto.

A fóz d o Ribeira de I g w encontra-se a mais de dez l e g w do Eom Abrigo para o norte, o que tornava quasi impossivel o regresso do Bergantim, pelo Oceano, p i a demanW;a, quando um poUcV adiante, ou melhor, quasi defronte da referida Ilha, estava a barra de Cananéa, na distancia de duas leguas, mais ou menos, o que con- firma o proprio Dinrio.

Uom .&brigo fica situada a 25." de latitude Sul e 4.'-45 de longitu- de W (m. R. J . ) , na distancia de 7 milhas, ou sejam, duas leguas e uiil kilometro, da harra de Cananéa, emquanto que a fá do ri0 Ribeira deiiiora a 35 milhas ou onze leguas aproximadamente, Pam O norte.

Natur:ilinenti apegaram-se os histririadores i frase do "Diario" que diz - Por cste rio arriba, sem attender quc era a propria harra de Canané;!, cla;nclo accesso aos mares interiores, -- barra que ainda hoje conwrra a ineçliia profundidade assignaMa por Pero Lopes de Sotiza: 1ri.q \,raça- sobre os haixios da entrada e oito e ~iovi. para dentro.

Cotm~ <Ii'~sp 'l'hei,ili-no Saiiipaio - O Tupi na Geographia Na- cional, - "confundiam muitas vezes os tupis a barra ou ióz de um grande rio com a barra iiu entrada de um golfo oii bahia, denominan- do-a pará. " O s prtuguezes e seus navegadores do õéçulo XVl assim rambem o iazia~ii. coiiio se verifica de velhos roteiros, zhanian(lo rio de Janeiro, rio de S. Vicente. rio dos Innocentes. rio de Cananéa, .as barra's das Imliias <lai]uelles nomes."

" . . .este riu arril-ia" - Fra, precisamente a barra de Cariaméa, por onde entrou o Rcrgaiitim. . .

rk Canariéa, portanto. sahiu a primeira bandeira paiilita, procu- rando o interior do paiz.

Por onde se encaiiiinhar:a? Pelo norte, pelo oeste? Peln siil? Muito facil se nos depara a hrecha ou a aberta, diante do pano-

rarria hcal, cujas .serranias, quando desiortinadas do riiar, assenie- Ihani->e a uni perfeito seiiii-circulo ou iiieia lua, ciijas pontas attin- gem i I>eira mar. íormadas ao norte pelas serras de Aririaia e :ir) sul pelas serranias de Araqaúba e Iritiú.

I>ri ctmtlo (oeste). para o norte. elevam-se os altaneiros CUIIICS

(10 Itapitaiiguy. notati<lo-se a auseiicia de serras proximas ao mar na <lirecç5o oes-su<lc~ste <!e Cananéa, por onde mrrem os rios 'I'aquary i. <l:i.; &Tinas. ~?:!recrnil<i scr essa a aberta riatural procurada por hlartim

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46 A PAULINO DE ALMEIDA

Affonso e ao meuno tempo a di reqào para Curitiba, - rumo se- guido pela bandeira de Pero Lobo.

Como affirma o dr. Gentil de Assis Moura em seu trabalho - O Caniinho do Paraguay a Santo Andrí: da Borda do Campo - "o caminho que ligava o Atlantico aos portos do Pacifico, no Perú, par- tia de Cananéa e que bem estreitas eram a5 ralacães entre os habi- tantes desta povoação ( a primeira povoação civilizada erecta em terras hrasimleiras, como diz L~.iiiel:no de Lkão) e os do Paraguay".

Por esse caitiinlto - diz o niesmo hi?toria<lor, - partindo de Cananéa, deviam ter transitado a esli~cliçáo ile Puleixo Garcia (antes da chegada de Martim Affnnso a h n ~ n é a ) : o padre Leonardo Nu- ms . quando foi ás aldeias pedir as creariças para catcchizar; os hes- panhries que por interriiedio rlis jiruitas atravessaram para o Para- guay depois de accom~i~odados os Carijbs pelos irniãos Pedro Corrêa e Joáo de Soiisa, que nesse caminho forani assassimdos; o gruro de viajantes que levou a Schniidel a noticia da &adia de um navirr riri porto de S. Vicente e qiie devia tel-o iiiformado desse caminho.

Conio é facil de ver-se, o caminho para o interior, partindo de Cananéa. rra já bastante conhsidu :!ntes r!n phegarla ,I? Martim Affonso.

E saliintlo a e ~ p r i l : ~ á o dç Pei-o Ix,l,o. dc Caiianéa para o sertão, oen,hum motivo a impediria de ieguir o curso :lu Taquary ou melhor do Rio das Minas, amI><>s muito proxim<,s. para. iul>indo o seu curso, como ainda hoje se faz, procurar a rcgiáo do I4aiialto parananiano. contornaiido a serra das C a d k s ou Cadeado, onde foi deecoberta u'a mina & ouro. e dahi galgar a cordilh~ira nuritima, - sempre na di+ lm&tc*.

D a iiiiesnia opinião é o grande mcítre dr. Affonso d'E. Taunay, que, nesse grande moniiniento da historia @ria - Historia Geral das Bandeiras Paulistas, Vol. 1. pag. 52, diz:

"A sepirnda cxpediqáu (primeira "bandeira" paulis- ta) foi a desastrosissimn entrada de Pcru Lobo e dos oi- tentas homens a quem miiiinandava. partindo das vizi- nhanças de Cananéa a 1.O de Seteml>ro de 1531, em direc- cão do Sudoeste, talvez, p r instigaçáo d o mysterioso Fi-ancisco de C3iai.e~ a .liartini Afioriso de Souza."

Romnrio Martins, i i notavel histoi-iado paraiiaense, referindo- se á mesriia expediqáo. diz que:

"Eolgniiilr> a Serra Geral alnixn ria Serra Negra ( q ~ fica tia dircc<.?o <Ias n;i.rentes <!o Riir das híinas) nu

6 O ITINo SEGO PELA PRIMEIRA BANDEIRA PAULIÇTA 47

h g a r onde ficou sendo chamado a "picada do trilho da Serra", contornou e sahiu nos Campos de Curytiba, sendo sacrificada junto ás nascentes do Goyd-avó, que é o Ig.uas~Ú".

1% facto, a direcção do itinerario seguido por essa bandeira, não devia ter sido riutro, sinão que subir pelo rio das hliius até suas cabeceiras e dalii ate alcançar a Serra d o Cadeado ou das Cadêas: contornal-a oii fraldeal-a, para, rumar depois para a Serra Negra e c a k e i r a s do Iguaisú, onde foi exterminada pelos Carijiis.

Vieira d m Santos em seu magnifico trabalho - Memoria His- torica de Paranaguá - diz que em 1772, Affonso Botelho de Sam- paio e Sousa- "mandou ahrir de novo e descortinar os riiatoi da Eqtrada de Coritiha" -- ordenando que unia das Conilianhias de Or- deruiiças "dcliaiwo da iiispecção do Capitáo Antonio Francisco. f i - zesse, nessa ocrasi;io u caniinho pelo c:inie da Serra, rnml>enrlo o grande p e n d o do Cadeado a fogo e polvora, fazendo iia beirada delle huni traiizito estreito á beira de hum preúpicio tiiedniiliri, quando o prinieiro caiiiinho era fralrleando a Serra, nias rum os ternpas se arruinou."

Esse "prinieiro caminho" assigmlaria incnntestaveltiicnte a róta seguida pela infeliz expedi& que galgando o F'ianalto passou pela Serra Negra, r, provavclinente, pelas proximidades de Curytilra, com nirno á foz do Rio Iguassu'. seguindo talvez o seu curso, pois seguri- d o a narraçáo colhida pelo Adelantado do Prata, D. Alvaro Nuiies Cabeça de Vacca, quando fez a travessia de S. Catharka através do Paraná, em direcção ao Paraguay, foi nas margens do Rio Iguassú yroxinio á siia h r r a no Rio Paraná qiie - "luviaiii summbido os portuguezrs inari<la<l<is ,por hlartirn Affonsti, ao; golpes dos iricli- geiias, nu monierito cni que, atravessavaili o rio em canoas, sem ,,:ir pienhum delles purlesse dar noticia."

Foi esse o pririiriro liaptismci de sangue das historicas bandeiras, o f im tragiui da mallograda ex.l>edisão de Pero L l m , a qual, na fra- se de Romario Martins, eiiveredou para o sertão "ao som retumban- te do darim marcial, cheio de promissoras esperangas, sem calcular o fim desastroso e funcsto que a esperava."

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Carlos Pedroso da Sllvelra (UMA DUVIDA A RESOLVER)

C n h da Siheira (Socio ef fectivo)

Este notavel paulista, iiascido aqui em São Paulo. riri 1664, e fallecido enl TariL~té, a 17 de Agosto de l i19 , de ferirnento grave ícxcbido na antr vf:qi:ra, niirri-eu de Benrdkfo Calirto um çstiido ~ I I P i? encoritra iia c<iilecção <Ia Revista do Instituto, ro!unie corres- pondente a 1915. C) s;iudoso historiador, ao tratar ila Ckliitania de ltariliaen (1622-1721). mericioiia todos os Caliitáe5-.\lhrcs da rnes- iiia, r, occul~atiil<i o 5 ' ' lugar, api>ari,ce Carlos I'alro (Ia Silveira, :i cujo r~spcitii ciiitor < l i , tialialho c rxtericle, ci~tii a riieiição dr i>u- tros cargos iluc foram ixercirlris ~telo dito 25." C~pitáo-hlór e (h- vidor <Ia rtferida Capitania de Itanliarn: a r l a - , Provcdor Real th Fazeluia de 'i'abluté, Mestre de C a w o do Terço das &li- nas, I'roredor <loc quiritos ife Paraty, Cmrermdor das Villas de Tau- tiaté. (:uarat:riguctá c Pindamonharigalm. Pelos muitos scrvicos, re- celxra agrad<vimetitos dc El-Rey D. P ~ l r o 11, em cartas-régias de S de Sovembrn de IC>B e 6 de Novembro de 1700.

O distitiLo taiil>ateano e pesquisador Dr. Felix Giiisard Filho ericontrou o testamento de Carlos Pe<lroso da Silveira, de que me <leu, gentilnielite, a copia que possuo e, do confronto desse inipor- iante r ciirioso d~~i i rner i to com ri que Silva Leme iiidica na Geit~nlo- gin Pcuiisfoiin, volunir V. Titulo "Tolerlos P ias" . napceu a (luvida <lixe cx~milliu r~?sta-: linhas desprefcnciosa~.

1Y o caso (liir Carlns I'edrnsn da Si'lveira <litari<lo as suas dis- posiçii~s ultitrias a hntonio dc hguiar Ferreira, que as escreveu r ns.iigt~<iii "a rogo do testador por elle iiáo poder asiigriar", diz: "De- claro que soii tiat~ii-al da Villa de Sáo Paulo, filho de Gaspar Car- <\i>$<, (;utei-rrs i. rlc (>racia <I:, 1ionser.a <le legit'ilio rnatrinionio. l>e-

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50 CARLOS DA SILVEIRA , . ' .$.,*@ :a .'C 7,. .I% r

&M que r>u.ínudo e m a Vüla de S f o Wcente cc41~~Izabel de Sou- n Ebanon e de m i o matrimonio enho os filhos seeuintes: Gasoar - Gutetrea, J-eapoldó de Souza. Leonel de Souza. Maria ~ e d & a , Thomazia Pedrora e Bernarda Pedroza, os quaes são meus herdei- ros. Qxlaro que as tres filhas acima nomeadas casei-as e as dotei com aqaillo que pude, e como Ihes não désse ról, ellas poderão de- olarar com seus maridos o qxe i.eceberão."

Essa lista de seis filhos é reproduzida e acceita por ?Em0 T M U E S (1714-1777) contemporaneo dos tillios de Çarlos Pedro- so da Silvt-ira, entre os quaes dois haviam requerido a sua habiiitaqão de genere et m&s. aqui em São Paulo e foram Gaspar, que se não ordenou, e Leonel, que foi padre. O outro filho - Leopoldo, vi- veu de 1700 a 1771 e parece que teve estudos bons para o tempo. PEDE0 TAQUDS devia estar muito bem infoimado sobre essa fa- milia.

(Ora SIT,VA LEME, ria siia Genealogk Paulistaira, Titdo "To- ledos Pia" , dá os seguintes filhos de Carlos Pedroso da Silveira. do casamento com n. Isabel de Sousa Ehatios:

1 - Garpar Gulerres do Siiveirn que casou, ern Pitanguy. com Feliciam dos ,Santos Harlmsa Lima. Fi'lhos:

a - José Carlm Barl)i>sa ; b - hitonio Barhosa da Silveira: r - Flr~riaiio </e 'i'olcdo Pizâ.

2 - Leopoldo do Silt,cira e Sousa que casou, em Guaratingue- t&, mm Hdcna da Silva Ro';~. I'ifhos:

a - Rosalia, fallecida solteira (Só em PEDRO T A Q U E ) : ò - Atina Leovigilda de Sinisa; c - Leopoldo 5 r l o s Leme! da Silveira; d - Julio Carlos da Silveira e Sousa; e - Maria Kiguel da Silveira, com seis filhos, um dos qm.es,

o Alferes Carlos Pedroso da Silveira (1764-1834) morou em Cunha e nrudou-se yara Queluz de São Paulo, onde deixou grande geragáo. FJIe era caçado com Anna Anto- nia de Viveiros. filha do Capitão Amkonio Lopes Figuei- ra e de D. Sarlxra de Viveiros;

f - José da Silva Rcis; g - Helena Arigelica de Caisia; h - Antonia da Silveira de Sousa; i - .Aniia Moreira de Jesus.

CARLOS PEDROSO D.4 SILVEIRA 51

4 - Maria Pedroso da Silveira, casada com o Capitão Fran- cisco Nvares de Castilho. Filhos:

a - Estanisiau da Silveira e Sousa; b - Floriam de Toledo Piza, sub-chantre da SC de Mariam; c - Patricio Corrêa da Silveira; d - José Bento da Silveira, padre; e - 'Carlos Pedrcso da Silveira, padre; f - Gibaldo, fallecido na infancia; g - Leonor, idem; h - Isabel de Sousa Castekanm; i - Graciana da Fonieca Rodovdho.

5 - Aermrdn Pedroso da Si 'e irn, casada com João Pedroso de Alvarenga. Filho unico:

O - Carlos f'e(1roso da Silveira.

6 - i'ho~rinsia Pedroso do Si l ,~~e i ra , casada com o Capitão Domingos Alves Ferreira. Filhos:

a - Venceslau da Silveira Eibanos Pereira; h - FAuardn Jo.6 Cactano; c - Jmé Pires C:orr&a: B - Jhrriingos hlves 1:erreira; e - Bernarda Pedroso da S$lveira, avó patecna de um Alferes

Carlos Peclroo da Silveira (111, 132 e 273) ; f - Maria Zefcrina (Ia Silveira; g - hia t i lde (Mathilde?) Alves Jacintha; 11 - Jxonor Morrira; i - C;enoreva ,i: Trindade;

j - Jutgardes: k - Isabel de Suusa Ebanos; 1 - Emiliana Francisra de Moura;

m - 13arùara Moreira de Castilho

e accrescenta:

7 - A n m Pedroso da Silveira ("omibtida por Pedro Taques7') casada mm M a m l da Costa Guimarães, filho de DGogo da Costa Borges e de Joanna da Silva, da Villa de Cflimaráes. Teve "que descobri" :

- blanoel da Casta Silveira casado em 1762 em Nazareth, com Maria de 1,ima de &cudero filha de Mar- cello Ko<liigues iie Eicuderii P de Liiiza Var de Lima.

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.U CARIX)S DA SILVEIRA

Ebn viela dessa divergencia natada entre o restamato da Car- b6 Pedmso da Silveira e PEDRQ TAQUlX3,de um h&, s,5lLVA ;., ; ::h LEMQ do outro, resolvi pequiuisar, tQdo ido a o Ikehivo do Estado para vu o que uicwtrasse. Na& achei no terreno doJ inventarios alli guardadas, mas nos magos de populqáo, Fome dado aos excel- lentes e nunca assás gabados recenseamentos, iniciados em 1765 por D. Luiz Antonio de Souza Botelho e Mourão, Morgado de Matheus, encontrei traqos que, entretanto, não puderam elucidsr. Assim, nos maqos de Atibeia, 5a companhia d ~ . ordenanças (Nazaré), de 26 de Fevereiro de 1767. encontrei :

Rayrro de Caachinduva:

- hfanoel da Sillva Custa, de 31 aimoa, casado com - Maria de Lima, de 24 annos; filhos:

José, 6; Isaòel, 4 ;

- Marioel da Costa ~~,,iiiiriarães, de 60 annos, -do com - i\ntorlia Pinto. rle 30 anuo;; fiihoz:

iinnn, 5 ; Joio. 3 ; Alaria. 2.

1;' evidente que esse hlanorl d:i (.:osta Guiniarães é o niesmo de SILVA LBME. E t a v a d, prnvaveliiietite srn segundas nup- cias, com Antonia I'inta c os filhos recensearl<is são d e s e n o w ma- tri~notiio. !\ proxiniiilade indica qiir c Msnoel iln Silva Costa, do recer.se:rnirnio, casailo coiri Maria <Ir Linia, i. o que SII,VA [,E- hIE da como sendo Manorl da Cmtn Silveira casa~lo com Maria de Lima de F ~ u d e r o .

Digo acima que Maiioel (I:+ í'iista C:liin~ni-ics c s t a ~ a casado provavelmente ein wyundac nupcins, 1,orquc encrmtrr~ tio Titulo "Oli- veiras", volume VI11 da L'eneaio,qio i'oulistn~in, pagina 492, um Ma- noel <Ia Costa Guiinnráes, rasado cotii Doniingas Carduso, gente d r Nazareth. Se for o niesnin, cnntraiii tres rnattiiiinnim.

Antes <!e um tiiiiiucio;o exairic tios papeis l,arocliiaes de .\,:i- Ilaia, não se poderá coiiclilr que hiiii\.e, corno parece. equivoca <Ia j>nrte <le SI1.VA LPblE. Nr s cs pipris talvez iejn possi\e! erlcotl- trar referenck a Antia I'cilroso <Ia Silveira qoc f i i i casncla ciiiri 31a. rloel <Ia Crita C;uiriiai-:e-. liaes <I,? \l:iiiorl <Ia Sili-:+ Co.La, que SII:

CARLOS PEDROSO DA SILVEIRA 53

VA IAEME diz Manwl da Costa Silveira. isto no caso de ter ha- vido mesmo u m Anna Pedroso da Silveira, filha <le Carlos Pedro- so da Silveira e de Isabel de Sousa F l x i ~ ~ ~ s , do que se pode duvidar, náo só attendendo-se á solenni<ladr do niomento em que foi ditado e testamento, corrio tambeni por serem pe.was de Atihaia, zona em que não houve influencia do bandeirante de Taubac:é.

Custa-niç acreditar que Carlos Pedroso da Silveira, sciente da gravidade 30 ferimeiito recebido ,na emboscada de 15 ile Agostn de 1719, emboscada essa cuja autoria muitos historiadores hoje attri- buem a 'Domitigos Rdrignes do Prado (S. L., 111, 316), tenha omittido uma filha da lista dr~s setis poucos descendentes. Hora seriissima da sua vida, sabendo que não mais se levantaria, dada a letalidade da crisc, c~rcado de amigos, da esposa intelligente e dos filhos adultos e Eenros. não ira o moniento para unia falha latrieil- tavel e censiirarel, qne se não pode admittir de n~aiieira alguma.

Nein mesmrr o cnso de uma fillia posthuma seria pos~irel , pois então 19;rlX<O ?'I\(ZUBS trataria disso, conhecedor, conio era. (ia farnilia ,!e Cnr!i,s Pedruso da Silveira. Restaria a filiaçáo natural, ou a ailop~ãi,. iiias, rieste caso SI12V.A LEME riáo inclui.ria :i tal i b n a I'rdroso da Silreira na lista dck filhos de Carlos Pedroso da Silveira e Isabel de Sousa Ehanos, sem a nota explicatiía.

Seiti nuis delonga para não encoinpridar esta nota e só para formular unia hypothesi, direi que talvez haja, neste ponto, coii(u. $:o c«in um homonymo e neto do bandeirante de 'I'aubaté, filho de Birnarda Fedroso da Silveira e de João Pedroso de Aqvarenga, que vem na pguia 51.7 da Grnenfogin F'aulistnna, volume V. E' um Carlos l 'edroo da Silveira que foi rasado em Araqaripama com Maria Pedro.co de Almeida. filha de I'ascoal Leite de Miratida e de I s b e l <I<: Cara de Mendoii$a. Elle teve sesniarla com Lenpoldo da Si.loira e Çwsa, .eu tio, r deixou gerasão de 4 filhos, segundo a obra ritada, e que sáo:

1 -. José ('arriia da Silveira; 2 - Isabel ; 3 -- Maria; 4 -- hlancçl "Cnrdoso" da Silveira, casacio com Maria Leme de

Jesus, fallrcida em Guaratinguetá, em 1779; com uma fi- Ilia -4nna. que casou com Gonçalo de Pontes Renato ("(.;arc:ar Velhos", 467).

I ' I I~ :>os rrre;isinniciit<,i ile (:tini-atin~iiet e. I I O 1778. cncotitr<.i:

3lniioel Cai-!<,i (,!i.) ('<iitfoso). dr 33 ;iiirios, ca..ailo cniir - - l!aria I.crrir dc Jrczis, r ic 31, e corii uiiia filha

211ii:i, ,!c 1 nririi>s.

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54 CARI.OS D.4 SILVEIRA

Contra esta minha hypoffiese da confusão do avó com o neto. eu mamo kvento objeyóes chronologicas, de forma que só um w- tudo mais demorado virá provar se a mulher de Mamoel da Costa Guimarães, a referida Anna Pedroco da Silveira da pagina 513. vol. V., da Genedogia Paulistano, n.O 2-7, era w não filha de Carlos Pedroso da Silveira e de Isabel de Sousa Elanos.

Eu sai pela negativa, S4LVO hfFU-1OR JUIZO.

O Visconde de Silo Leopoldo SUA LABORIOSA EXISTENCIA. ALGUNS FACTOS

E EPISODIOS

O Viscnnrie de S. Leopoldo, estadista do 1.O Império brasileiro Toi o senador José Feliciano Fernandes Pinheiro. Seus serviços <latam do periodo colonial.

Nascido em Santos ern 1771, elle teve por progenitores o ca- sal: Cel. José Fernandes Martins e dona Thereza de Jesús Pi- nheiro. Então o nosso paiz não dispunha de escolas de ensina siiperior; os estuda,iites precisavam frequentar os cursos dc Uni- versidade etimpéas; assim é que se destinando a um curso scien- tifico, como seiis contemporaiieos, os irmãos Aiiclradas, estudaram eni Coimbra.

Em 1799, <i i n q o paulista Fernandes I'inheiro concliiiu os cursos d e Direito, I-'liilosophia e Sciencias Naturaes; começou a vida publica mas fuiicçóes de vogal da auditoria militar: foi pro- iuraclor da Coriia e fiscal da Junta de Fazenda, de~pachado para a Czpitania rlc São I'edro do Rio Grande do Sul, onde exerceu o cargo de juiz do Papel Sellado, na Alfandega e foTdepois no- ~~ien<lr> rlriei~iharga<lor do Tribiinal da Relacão do Rio de Jaiiriro.

(2iiaii<io crn :ir~<litor fez :i caiiipanlia militar de 1812, da iri- i.nsZ<, do Estado Chiental do Uruguay pelo exercito portugiiez, cotriniandndo pelo gent,ral dom Diogo de Sousa. governador do Rio Clrati<lc <l'o Sul.

I< im I X L O o <Ir. IFcrtinn<lrs Piiilieiro reprei<.iitciu o Brasil lias C;>rtcs dr Lislii>a como depntn<lo ,i Caniara Lrgislativa; em se- gtiiil;~. ,na ~:,roc!niiiaç5<, <Ia Intlepciideiirin do Ilrasil, pprtcni'eu i

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, , i i 56 LEOPOLDO DE FREITAS . . ..

politieas. , . , . Decretada a constituição imperial de 25 de Março de 1824,

veio eleito á Assembléia Geral Legislativa e foram creadas as presídcncias de Provincia. Ao dr. Fernandes Pinheiro coube o govenno da de S. Pedro do Rio Grande do Sul; sua administra$ão durou a té 1826 e se recorrimendou pelo impulso de prosperidade que teve aquella provincia gaúcha. Nsse periodo o illustre admi- nistrador provincial prestou o grande serviço da introducçáo de

I wlonos allemáes no valle do Rio dos Sinos, nas terras da Feitoria Velha, que era a Real Fazenda de Cainhamo.

i "A Porto Alegre. escreveu o dr. Alcides Lima, rio livro I I "Histeria I'rup. do Rio Grande do Sul", pagínas 193 e 194 - i chegaram os primeiros colonos eni 18 de Julho de 1824. Tudo

era favuravel ao drsenvolvimento e a acclirnação do puvo ger-

i manico. Os colonos foram recebidos com rrgosijo pela população porto-alegrense e pelo presidente da Provuncia que mandou for- necer-lhes commodirlades e mantimentos.. . O antigo inspector

I da Real Feitoria, cel. Jost Thomaz de Lima, foi nomeado admi- nistrador da recente Colonia. Este primeiro nucleo colaniai re- cebeu o noiiie de S. Leop3ldo e coiitinuou sempre i prosperar. vindo a ser um dos irrais ricos municipios da Provincia."

Cabe ta rnkni aijui 9 rnesiiio r<>riceito do naturalista Adal- h r r to Jahn:

"Os primeiros coloiros destinados ao Kio Graiide do Sul de- ram resultados extraordinarios que fazern honra ao norne a:.

I leniio.. . " Fundador deste iriiportante nucleo cohi~iial. como foi o pre-

i sidente Fernandes Pinheiro, o governo do Imperio agraciou-o j coni o n ~ b r e titulo de Visconde de S. Leopuldo.

O distincto politico pertenceu, ainda neste anno de 1826, a o 4." ministerio e no anno seguinte ao de 25 de Janeiro que creou

I a s Faculdades Juridicas de Olinda e de S. Paulo; decreto de I1 de Agosto de 1827.

i Novamente couhc-lhe ser miiiistr-o da liasta do Império, eni

1826. no gahinrte de 25 de Janeiro c clel,oi? em 1827 n o g-abinete ! !

de 15 de Janeiro. F<>i este ininisterio con>titiiidii dos srs. Mar- qrier. de Queluz: Joãrt Severiario Mari<:l rln (:,%ta, seii:i<lor; Mar-

! rliiez de Nazareth: s~r iador Clçriicntc Ferrcii-n Franqa; hlarqitez

O VISCONDE DE SKO LFKIPOLDO 57

i 1 - i* de Resande, senador; Marquez de Lager; general João Vieira de

Carvalho c Marquez de Maceió; almirante Francisco Mauricio de Sousa Coutinho. Por este ministerio foram creadas as Facul- dades Juridicas de Olinda e de Sáo Paulo, em 11 de Agosto de 1827, cujo decreto foi referendado pelo senador Visconde de S. Iaeopoldo: desenihargador José Feliciano Fernandes Pinheiro.

Teve as honras de veador das princezas dd. Januaria, Fran- cisca e Paula. irtnãs do Imperador dom P r d m I1 e de Conse- lheiro de Estado.

Espirito dotada de grande cultura, pertenceu i s Academias de Sciencias de Lisboa e de Berlitn, ao Instituto de Frariça. 5 Sociedade Pliilomntica de Pariz e a o Instituto Historico e Geographico Brasileiro; desempenhou uma commissáo scienti- iica ern companhia de Frei da Conceição Velloso; possuia solidos conhrcimentos do Classicispo e do idioma inglez, do qual tra- duziu obras, como "A Cultura Americana" a qual trata do Clima e da 1'rod~icq.lo das Colonias Britaniiicas, na America do Norte e nas Indias Ori i~lentaes; "Historia Nova d'Arnerica" ; "Memo- rias sohre Institutos de Humanidades"; "Vida e feitos de Ale- xandre de Gusiiiáo e tamhem do Padre Bartholomeu de Gusnião" "o Voador" e "Meinoria sobre os Limites Naturaes do Brasil".

Como sc vè. era o conselheiro Fernandes Pinheiro um ope- rl>w escriptor e historiador; tendo por principaes estudos e ob- s e r v a + ~ o s ".%nnaes das Capitanias de S. V i e n t e e de S. i'edro do Rio Grande do Siil" ; estes representam opulento repositorio de descripfóes de episodms d i t a r e s e factos políticos desde o anno de 1737 que é do governo do brigadeiro José da Silva Paes. Antes disto já o capitão iuór da Laguna, Francisco de Brito Peixoto. abrira caminho de exptoraçáo do territorio do Rio Gran- de, em 1715, para coiihecimento da metropole.

Não obstante alguns disciirsos, muitos ineditos, proferidos pelo Visconde S. L~eiilmlrlri; S. excia. não se agradava de falar em pi~blico, e uma vez qiie Ihc perguntaram porque se esquivava <Ia tribuna, reslioiideu: "Costirmo falar nas commissões para jiistificar os pareceres de que s<>u relator.. . "

E n i Poi-t<i Alrgie. habitava o Vismnde de S. I ~ o p n l d o em ,,!na ar:in<le c:i\a n;i niitign rua da Igreja, hoje Duque de Cnxias. perto da p n c a do P;ilacio do Chverrio c da Assembléia Provili-

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I ' 58 L E O P O L W D E FREITAS

i eial; tinha gradil de ferro no jardim e u m torrcio. Ali, mid iu , ! depois, seu genro, o marechal J ~ s é Antonio Com& da Canuira,

Visconde de Pelotas, vencedor do combate de Aquidaban, q n r concluiu a guerra contra o dictador do Paraguay.

Tenho reoordasões de minha jiiventude deste nobre solar; onde muitas vezes fui palestrar com o ineu saiidoso amigo e contemporaiieo de estudos militares, general Alfredo Pinheiro

I Corrêa da Camara, neto do Visconde de Sáo Leopoldo.

Agora permittirão - os dignos consocios e ouvintes - que cite dois factos rla vida modelar <lo eminente titiilar.

Quando se ina t ig~rou o hospital da Santa Casa de Miseri- cordia, S. excia. pertencendo á Irmandade de N. S. dos Passos foi um dos conductores da rêde que transportava um enfermo. Eçte acto rnuitci Lerri irripressiarioii o espjrito do povo porto- alegrense.

Outro fiii <Ia h<,iribridade de caracter clo austero estadista, ~>o i s resistiu a iiriperial vontade de dom Pedro I. A Assembléia legislatisa. instigada pelo depiitadri rnineirc Bernardo de Vas- concellos, em 1826, requrreu ao ".~ugiisto atrio" prestaqáo de Contas or~anientar ias .

Corita o chroiiista e ~>ublin'sta dr. Eunapio Uekó qne "Mos hotizoiites do Paço de S. Christovãr, densas nuvens de borrascas cniileiraram-se quando chcgou o rifficio do secretario da Carilara dos Deputados intiruarido o governo imperial a submetter aos representantes da Naçáo urna conta dos negocios do Estado."

O imperador recalcitroil e irritado ameagou decretar a disso-

! luçáo da Carnara Legislativa corno fizera com a Constituinte de ! 1823; nias as circumitancias náo eram a s inesmas". ! Em nome dos j,riricipios constit~icionacs a Camara persistiii

no seu proposito. O Impezarlor resignou-se mandar unia res- posta, e, em data de 31 de Maio dr 1826 firmou-a ui ministro ronselheíro Fernandes Pitiheiro.

Arduos debates se travaraili ?ritão na Carnara contra "as id4ias de r e~ i rnen al>zi>lutin" que pr:rionifacavarn a (1. Pedro I. O parlairientar Bc~rii,trrli, <ir Vac@.~.i,~cellns "em tom inrisivo e ironico" atacoii os iinpeios de al>sol~itisnio do sobera110 e de- ieiideli n: praticns coiistitrliii~nae:;: < i s direits do poder lrgislativn

O VISCONDE D E 5.40 LEOPOLDO s9

pela "apresenta~ão dos Relatorios dos ministros para a informa- $50 da marcha dos megocios do Es t~do" .

Esta conauista arl lamentar firmou a jurisprudencia mnsti- -. tucional do Brasil.

O viwonde de S. Leopoldo falleceu em Porto Alegre em 6 de Julho de 1847. Escreveram biographias deste notavel brasi- leiro o poeta, literato e pintor Araujo Porto Alegre, barão de Santo Angelo; conrgo prof. Joaquim Femandes Pinheiro; o ba- rão Homem de Mel10 e o dr. Joaquim Manuel de Macedo, no .- -

"?\nrio Biographico Brasileiro". Com acerto ecrreveri Edm. Rogier "Nossa época agrada-ee

de evocar a recordação dos grandes homens do passado. Com- memorando-os não só a a data do seu nascimento como tambem na data do seu desappareo'mentii da vida."

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São Paulo, berço da engenharia nacional

Armando de A m d n Peeira (Sncio effectivo)

q t i i , i i i i i ria lrlaiiv >fedia ti50 existia bem distinsão çntre en- geiil,eiros r architert~is. I'arece ter sido na França onde primeira- nieiite se reconherrii aos engenheiros o direito de constitiiirern uma ~~rn i i s são distinta. :\ mais antiga triençáo sobre o assumpto está aisignalada ern unia orrlenança real de Carlos V, que reinou de 1361 :i l.Z,W, e se refere aos ,,ossos e n g ~ i ~ l z ~ i r o s de finntcs e ertradu.

Trns s6culos mais tarde os enfl~thciros attingiam tiiodesta mas claratiicnte, certa cotisciencia profissional: e vamos rncontral-o; ridi- cularizandu a Alansart, aichitecto favorito de Luiz S I V , nritr o seu fra- rasso numa potiti <ltic o grande nioriarca - <!ithiisiasta das estructu- riis iriotiu~neiitnei - o iricuniliii-a dc ciiri?trziir. Sem duvida hlatiart roi uni riie-tre de c~ns t i I i c to r~s etrl alvenaria, iiias, é de crer-se. um iniinc:cnte quanto á Iiydraulica e i ac$o erosii-a dos cursos dagua.

FRAA-ÇA - 0; pritiieiros engenheiros <;;i França foraiii func- ciiiiinrios ~iuhlicos.

()uati<io I<iiiz ?;V determiiiou a reconstrucqão economica da es- tructura qur fora arrilinada pelas rxtravagancias do seu antecessor, ~ F I I l ~ r n c i ~ ~ a l cuiilnilo ioi restaurar o ctinitiiercio da riação. Roiectou u m vn;to SJqtPnla dti <.itl~aclai ~iaiir~naes C confioli a Sua execlição ao ciig?iili<.iri, I'cir<iiii~ct, ~irileirando-lhc cluc iiistriiissr srus saI)»rílii~ados "iins ?<ii,?tici:is e ~>r:iticas iicr-rssariab a <Ie~c~iipenhar com cornlieten- cia ;i5 <liffcriiitrç <K-ciipagõrs rçlaiivas i s pontes c estradas". A com- ~ i i i s s i o <le 1 ' ~ r r o n n c t laiic,o'iu o geriiien da primeira escola de i : n p ti lia ri;^.

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a ARMANDO DE ARRUDA PEREIRA ' . , . . .: , ,.: .*, '-~. , I / #v;;$.. :. . ,< , . ;e'< ~'

-porgld0. p& m@ni&& seu pfOfeeto, P m m h t um cot<po de mxfiiarcs sujeitos a espcdficaçóes e . amva icóes com-, Ptr- ronnet, transformou, engenhosamente, seu corpo de auxiliares ai uma escola d e estudantes de engenharia. IXvidiu-os em .três classes, trazendo para ellas professores que ensinassem materias sciqtificas, e dirigiu, guiando-os pesqoalmente, os estudantes da das - s e mais adiantada, af im d e que estes viessem a servir & instructores =os Seu6 callegas das classes mais atrazadas.

No verão distrihuia-os pelos serviços mais importantes em e-uçáo, solicitando-lhes elaboração de plantas. projectos e orqamen- tos. Isto. em 1747. e , as caracteristicas essenciaei deste plano, per-

~ ~

duraram por 50 annos. A FranCa, devido a força do sei] governo c~ii tral . conservou-se

a té meados do ultimo sffuln, muito na dianteira das outras naçóes européas em construcçóes de edificios e obras publicas. Depois da rr- voluqáo. eni 1794, foi fundada uma das mais iiiiportante; escolas scien- tificas, a Zcok Polytecch,iique, com o fim expresso de fornecer aos en~enheiros do Estado uma elevada disciplina intellectilal prepa- - - - ~~" ratoria dos s a s estudos technicos.

Uma selec~áo baseada tu . competencia do jovem mais capaz do paiz; uma pratica intenciva e altamente scientifica. e soh a direcção d e i n s t r u ~ t o r ~ expeririientados; iima experiericia no carnixi durante as férias, terininatido por i,xercicios militares na arte de commaridar, reailtri desse conjuiito UIIM perfeita di+ciplina profissional, com a qual o novato estaira desde logo apto liara assutii'r seii lugar de respt.1- sabilidacle.

Eni 1795 foram fundadas as escolas de Potrtps e Caipdas e a de Minas, em Paris.

I N G L A T E R R A - 0 cnilirião ila engenharia iriKlera iiasceii de fonte inteiramente diveria.

O s priii~eiros engeiiheitris iiiglczis são c~nqtrlirt<ires particula- res e não funccionarios pnhiicos. ik facto, a maior parte delles, ini- ciou a vida como siml>les o~reiaiios r ga!gou nliiis postiis na entáo nascente revoluqão industrial.

Newconien, o inventor da iix~cliina a vapor. era ferreiro: Ark- wright, ioveptor duma machina de iiacáo de algorláo no século XVIII, era barbeiro; Crampton, que mais tal-de se cstaheleceu em Landres m m o engenheiro civil e inrcntini um typo de loromntiva, o systema d e aterro hydraulico e forrialhas para coml>ustivç.l em pó injectado com arl era t m l á o : Ilargrtve5. igunlilieilte uni trseliio itnallihal~eto. inventou em 17ó0 a rar<ln em I>Irrco. r aperfpiçotw iriacliiiias de f iar : Watt, modecto fahrirntite <le Instrumentos. melhorou a machina a vapor ~ t l l 1767 C inr~ii tou o parallclri::t.an?o articiilado c r , c~mdeiisa-

SAO PAULO, BERÇO DA ENGENHARIA NACIONAL 63

dor, sendo depois profesror da Universidade de Glasgow; Telford, u m perito assentador. de alvenaria de pedra, em 1801 construiu pontes do Severn, varios carnes, portos e inumeras estradas de roda- gem; iStephmson, u m dos precur-ores da h m o t i v a em 1814, era um foguisia analphabeto que aprendeu a ler na escola nocturna. Pou- cos delles, tiveram a felicidade de frequentar escolas primarias, mas a maior parte, entretanto, teve uma aprendizagem de sete annos. Oa conhecimentos artisticos e scientificos que psvuiram, foram adguiri- dos sob o duro regimen do Work all day, study oU night. Os engenhei- ros mais notaveis tomaram alumnos visando uma legitima fonte d r ren- da profissional. A@s a escola primaria os alumnos passavam um perio- do de aprendizagem que variava entre 3 a 5 annos, sob os cuidados desses profissioriaes. Algunias decadas mais tarde. quando se estabeleceiam ziniversjdades de mgenharia e escolas technicas, a aprendizagem não foi suppriniida, deram-lhe apetias m m o um au- xilio hupplementar, conhecimentos technicos.

.4 Af;s<n-iação Britanica de Engenheiros. de Londres. fun<iada em 1818, é a tiiais antiga ile tudas no gqnero.

.~ILLEAfAA'I!,? - .4 Yerein I>euisrlrer In,qcnieure, surgiu etii 1840. de tiriia a.sociaçZ<i ile rstiidaiitcs na v e l b aratlemia iridiis!rial de Berlirii. Ektz yriipo creou urn centro onde se ?fiectoavam estudos particulares. pes<juisas e di.~cussóes como suppleniento aos ant~riores ensinamentos da aca<leiiiia. Os graduados dissemimdos pelos varim centros industriaes da Allemanha, formaram varios outros ccntror que serviaiii de l i ~ a l i le rciinião, e meio de in?triicção final para os novatos tia pr<ifissáo. Disto resultou a Verein.

A profissáu de engenheiro na Allemanha, eni principio, é livre. Qualquer pesi,n ~ m l e estal~c.lecer-sc -o engerihciro. A cotacurren- cia, entrctnritii. i. taiilanlia, que s6 terá prol>al>ilida<le de progredir quem possúa uma longa pratica ou estudos especiaes,

Actualmeiite. ,para o exercicio rle qualquer profissão é ncces. .=rio a posse <iiiri! gsiu uiiiversitariu. O di8ploma allemáo de enge- nheiro-fofmlo i., LI realidade um certificado Estadual de cumpp- tencia profissiiirial.

No p r im~i ro quartel do século XIX fundani-se as escolas de Carlsruhe, Hanover, Berlim, IXesden e V i a n a da Austrin, ao passo que na Inglateri-a, yerdiirava ainda a engenharia "profissioiial",

ESTílDO.7 I'ATIDOS - .45 prinieiras d h d a da engenliaria iiortr-:iirirriniii:i tivcrniii roriio 1n.e a civilização dos piaiieiros. 1.;~. ceptuando :ilgiiiis ]ii>ucos aiiyrnhciros ntilitares instruidos rio estran- geiro, com espwiali<lade crn F i n F , o grupo disperso de agrinien. sorrs, ci~llstnict~~trc <i? rslia<las, caiiaes, pontes. e os constructores

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64 ARM.4NDO DE ARRUDA PEREIRA

yratifos de mochinar, foram ne sua maioria instmidos pos si pqrim. M u i h homens. e entre elles Was1i:ngton e Jeffemcq a c a d d mente, occuparama de engenharia, nias poucas o s que Ik d a s m

I melhor attcnçãa A engenharia coiiio profissão, virtualmeate não existia. Só com o advento das estradas de ferro é que a historio eco- n o m i a principiou a ter uma significação definida. Ttabalhos pirblicos,

1 industriaes e mineraç"~, rapidamente serviram de estimulo e c ~ a - Iam riquezas que reclani;ivaiii translnrte. A migragão para West, até então f e t a pelas vias iluviac5, minqou a realizar-se em grande escala. Immediatameiite suígiu a iiercssidacle de engenheirw aonheoe- dores da arte, então rc1n:ivntiielite exacta, de loca~áo e c o n s t r q i o . Faltando um bem organizado corpo de in:tructores pra t ias , nío foi possivel utilizar o systeiiia iiigl~z de aprendizagem, e dessa coti- tingencia, nasceram a i escriias de etigcnharia na hiierica do Norte.

A organização <!a A~trcrir<;tl Society of Civil Engineerr, an 1851, deu pela primeira ver á ~)rufi:sáo do engenheiro americano, iima corporaqão de classe.

1iirtor.caiiic-iite, a eiigeiiliari~ ciiriùe-sc eni dois ranios: &iilitac e Civil. r\. rrigenharia niilitar era a arte de cni~~tr i i i r C %ar engqihos :ililitares, obras de ataque e de rl<.fri?. I>ivi<ir-se ainda hoje em en- prnliaria militar, projiriaiiieritc r!iia. r ctig~riliar'n naval. A engenha- tia civil, fni aisini cliatnatla. por<loe ios edificios publicas, cznaes e estradas, sem fins militares, cciiiiçC;irai;i a w p r civis.

A ev~rli i~~ão da nitiiariicn pi-c~rliiz i t u engenheiro mecanico. Da dc:culierta da electriii<la(li I : a!!lilicaqãn. nasceti o enjienbeiro i,lcctrici>ta. Eiiiiini, cr,iiirirrri<~ ;i <.~[iei.i:ilizacão e progresso do genero humano, apparrcerarii i > s pngenlieitiis <Ie minas. <!e estradas de ferro, hydraulicos, iitidustriaes, sanitarios. urlianistas, etc. r\ modertia defi- riiçáo dada á engenharia é ":i arte nii scienria pela qual as proprie- <i.ades i i ieunica dus tirateiiaes sáo trntisformailas. para iitilidade d o Iioiiicni, cni rstrocturai P machinicmoi".

S.iilire a Hjdrauliia, a sriencia <h applica<áo do escinrnetito dos Il<~:iirl<i~ era. na ai?tigui<l;idc. utiia nr.tP etilpirica e tratava. qu;iii que exrlosii.atnantc. da maneira ile ron<!uzir as aguas. 'Todcis os tnba- Iliii.; rlerscs tetilpos forain exeçutaclos srgiind<~ as regras ditadas pela

SAO PAULO, BERÇO DA ENGENFIARIA N.ZCIONAL 65

nadic$o. w o i s da descoberta de Archiinedes e que naxeu a hy- draulica racional, proseguida e applicada por Simão Stevin, mathe- rnatico d o principe de Oratige e engenheiro das % a s da Holbnda. Baseado nos estudos de Pascal, Bramah, e m Londres, inventou a preiiw. tiydraulica ti11 1796, porem os progressos mais sensiveis da hydrculia racinnal e expeiimmtal tiveram lugar no século XVIII, pur Bernuuilli e tio principio do século X1X por Buat, Prony e Petit.

Sobre niiiifls, a não ser as exploraç& quasi que superficiaas, ciijos vcstigios exicteni cni Chypre, na Ttalia, na Espanha. na Gallia e Gerniania, realizn<los pelos egypcios, phenicios, gregus, carthagi- n e r a e, finalincnte, pelos romanos; e a prironira dc carváo na Bd- g i a , Ingl í ter~a , Frniiqa e Allemanha desde o século XVI, sómeiite no sértilo X I X . graças ao eiiiprega d o ferro, da electricidade e do trnnsportr íacil. i, que, esta esjrciali<lade da engenharia, veio cons- tituir uma liora prriiissio.

A iI.íec<i>tic(a - Steviii no s6culo XVI com a descoberta do parallclograniiiia (Ia.: forsai, deu inicio a unia época fecunda iia his- toria da Fl;t:itica. .-\ Uinnrriica, crpnrla por (;alileu, reccbeu d e Iuewton ronçi<!ei-;ii.cl iiirretiientu, porque interpretando as leis d? Ke- plcr (rrioviiiiriiri, <li,.. . l i t ros) creou a iiiecaiiica celeste, cujos estu- dos forain prosi:guidos ltur Lapiace. A rnewnica applicada ás conç- britcqóes, é obra. tanilreiii, quasi que s i i realizada no século passado.

Pelo cxposto, s i ) existiatri, antes tle 1770, a çngenharia militar e civil, liniit~itdo-se mibas a construir e<lificios. obras de defesa e ahrlue, c:lnaes, estia<la.ç de rírdageiii, <liques, ponlcb- c aqueductoa, navios, z a fazer agrirnetisura e Eadagraplua. Pedese eira4iftcat or etigenháros de então, rni trPs dirisfies: iiiilitar e naval, agrimensores e ;ircliitcctos.

1.iiiz XV, ~t.giiiiilo Uacliclct ( I ) , iiisiituiu os "erigeiiheiros geo- gr:iplim" para i:izirrni as cartas civis r iiiilitarcs, Icvaritareni as plantas dos caiiipos de batalha, etç. Este diccionarista define enge- nli~i7-o da segiiirite fortiia: Sabio que conduz e dirige os trabalhos da Brir coirh n l~i i l io dos sciencius applicndas; e sobre orchitecto, diz: Artista ~ U C faz OS flhmjs dum edificio e dirige sua co~rstrucção. Pou- cai 1 ~ 1 ~ o f i s s 6 ~ s exigeri: conhecimeritos táo \,ariados. Um architeito deve ciotihecer 0 <iiseiiho, a arte das constriicfóes, a geoz~retz-ia, a ijer;]~i<-tivo ", etc,

(ijrrEa de lacerda ( 2 ) affirma: "Cupatus dos carpinteiros e dos pcdrl'iro.? : r,iiji<-<idrir: collslrzdctor (Ic archi, iliije, superior, e trk-

i!! i '. ; : ; : : .a ,< < ,.,. , : c , ! r . i . - . - . ,< ,!,., B . . , , r :t, !*, ,.t ,drr .s,-;c,,c?, .a,n,*re.v a , . s ,.<.:o , I r I*;;,

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66 ARMANDO D E ARRUDA PEREIRA

ton, carpinteiro, em grego, E sob o titulo engenheiro: O f f i c id que sabe a architectura md>tw e dirigir os trabalhos para o ataque e d e e s a &J Pr"Cas, dos c<tmpos, ar construcçóes civis ou nouihras", etc. . . . .

Investiguemoj um pouco a histnria da Geoiiietria, sua evolução, sua utilidade. Pelo que se a b c esta sciencia - a que estuda as pro- priedades da extensão ou do espaço limitado - foi introduzida na Grecia por Thales (639-548 A. C . ) c<rni a il~eoria dos triangulos se- melhantes. Sei dixipulo r'ythagoras (580 A. C.) estatieleceu o qua- drado da hy~iothenusa, as proprirria<ies do circulo e da esphera, mas o desenvdvimento dessa sciencia data de Platáo (430-347 A. C.), m m o methodo analytico. A seguir vieram Pcrseus, Euciides, a es- cola de Alex3ndria e. finalmente, cotii Archiniedes a g w m t r i a at- tingiu seu apogeu na antiguidade. Hipparco (150 A. C . ) inventa a trigonotnetria rectilinea e espherica e apparecetn lwo os grandes geo- nletras ?heqdnsio (100 A. C.), Menelaus I A. . Plotomeu (125 A. D.). h p u , .%renus, l i i oc l~s e Prr>clus.

Fm 1100 crk-se . em Rolonla, a mais a t i t i p universidade. A de Paris data (1- 1150. e a de Salanianca de 1230.

No s&ulo XVI o estudo da g-emneti-ia tonia novo impul~o. Viçte, inventando a -4lgehra coiii[~lek~ n nirtliodo analytico de Pla- tão. Seguerri-se os trabalhos de I<q,ler (1565-1631). Descartes (1596-1650). Paxnl (IhZ:l-IC62). Hiiyglieni i 1629-1695), Bar- rows, Euler (1707-1783), Camot. Poiicelct. Rertrarid e os de Cha- des rro .*ti XiX e, C m nossos dias. os de Beitrami e Piincaré.~

No tomo 4." de seu diccionarin de 1753. Luiz Moreri, assim fala da geometria: nencia qwe ? m e i o 6 medir Ia srtperf: 'cie 6 ia matrria en fod0.r sus dimensiones, I<irgl<ra. iilirhura y nltui-íz. Distingue-se In gemnetria eit theoria .v en pratica." 11. S . de Montferrier (3) a des- creve: (de gê, terra, e. netrnn, medida) sci~i irc gé~lérale de l'etenduc.

A origetri da geoirietria data da origeni dos povos. &sde a mais remota antiguidade encontramos frrqiientemrnte a iutelligrncia hu- mana de ~ O S S ? (le alg~!r~tas verdades rilatliernnticas, producto necessx- rio dos seus priniei~ros deserivolvim~ritos. F~5tas vcrdarles. eritretanto. ein numero iniiito pcqumo, erani rclnti~~as soiiieiile ás necessidades lna!eriaes do htiniem: a partilha i. a iiietliqái~ das pri~priedades, os li- mites das Iierdades, a figura e a <liineiisáo doi materiaes d e construc- são, taes foram. ;nr~jritcstai;clme!~tr, r>s ol>jecri:-os <Ioridr ellas foraiii dcd~izi<las.

SAO r A U L 0 , RERÇO DA ENGENHARIA NACIONAL 67

Antonio de Moraes Silva, (4) "Geoitietria.. . aiifiga: a que não empregava o calculo analytico, tiias tão somente a synthese á maneira de Ihclirles".

A Geometria ilesrriptiva, obra (10 geriio creador de Monge, des- de a sua origem é zoliretutlo <i~stinada a duas sciciicias praticas es- peciaes: A estereotumia e a coristrucqão civil. A csterrotomia ensi- na a dividir scientificamente, regularniente, o s materiaes de cons- trucção, madeiras, W r a s , cantarias etc. Ciiales, o sabio jesuita na sua Histoire de Ia Geoix.etrie, ediFão 1889, pagina 189, sobre geo- metria d w i p t i r a traz isto: - . . . &ta belia crcaç5o que foi logo appiicada á geonietr:a pratica e ás arfes que della dqiendeni, consti- tuiu realnieiite a tiiporin geral, visto que ella reduziii a um pequeno nuirierc <Ir regras al>~tractas e invariaveis, e tami~etii i s conctrucgóes fareis e seinprc r a c t a s , toclas as operaqõm geometricas que possaiii se al>~e.c#iiitar >iii l'rrpar-o dus Pedras, ;Clodeiraiiio~to, l ' e r s~cc f i i a , Fo~fijicoc<io, C;ri<>nio>~ica, ctc. que anteriormente 56 eram exautados por meiir de processos incoherentes entre si, incertos, e frequentenieri- te poiico rigorriso."

I$. Sontict ( 5 ) ensina: - "C.eoiiie:ria descrilitiva - "Raiiiri das rna:lieniatic;i xpplica<las que !:m jmr o1)jcrirr a reprcsentaçáii dos roq l r i e a r ~ i o i i i ~ ã o graphica dos problemas de Geometria no espaço. Teni por a p p l i ~ a ~ í w s principaes o preparo das p~drar , o mm- deira~iienln, o soiirl~rca,lo, a firrsl>ectiz,n, n gnaiiioiiin, n ~ s b o ~ o dn.r cxirtns geugraphicns, ctc.

Cnnsidera<ln sob o poritu de vista de sua applicação, esta parte da Scieiicia i. riiuiio antiga, porquc illa coiiyreenrlr a arte do tra- SO, praticada desde lia s k i l < i s pelos apporelhaJores e pe io carpiii- teiros; e iião P para d u ~ i d a r que desde os tempos remotos, os nrrhi- tertos tenham iitiliwdo a lirigiiageiii gi-aphiw para exprimir suas idéas aos operario; cncanregados de executai-as. &arninada quanto aos seus irietliodos. ella nSo e taniliem tão nnva como possa parecer. A i d k de pi-ojectar as mrpos sobre um plano horizontal e sobre utii pl;uro vertical é tão natural, que deve ter sido appli- cada lias teurias de trabalho desde tempo immemorial. O methodo das ,projeccóes foi eniprrgado de iiiodo corrente por Frézier, engenliei- ro do rei. na olira i!ititulada "Theorie et pratique de Ia coupe des pierres ei <les liois" q>ul>licatia em Strasburgo eni 1737.

1 : t i rlcicriptlia tal qual foi creada por Rli<iiigc, c 6 f i j i eiisi~iatl:i 1xx ellc iia Izrolc de Méz ier~s . e era olijecto <lc niys- t < , i ~ ' i , :..iti<, c>. <811iii;ics ,!o ri,rl>ii de riiyi.iilin-i:,. I'i!lilicameiite só foi

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68 ARMANDO D E ARRUDA PEREIRA

ensinada erii 1795 pelo proprio Monge na Ecole Normale, creada por uma lei d o 9 Brumario, anno 111- (30 de Outubro 1794). pão tendo entretanto subsistido niais do que 4 mwes. &te ensino foi introdu- zido pouco depois na E'colc Polytechniqur tendo perdurada até nos-

\ EUS dias". O valor da Geometria apparece ainda na arte de construir.

Diz H, Sonrict, na sua obra já citada sob titulo - Architectiira: ! "Considerada mmo arte, a architectura cotiquanto não realde e m

<!efinitivo sináo o gosto e a imaginaçáo, prcii<le-se contudo á Geo- nietria pelas leis da symetria que regem a regra geral, ?Ias propor- qóes que a ohseração dos melhores iiiodelos indica as diversas par- tes e pelo desenho por priiicipaes ornamentos".

Vejamo; agora n quc :.e passcu !!o ? i r > i i o Era-ii r<.iiii relação a cngeriliaria desde os tcn~pos coloniars.

Pelo que averiguamos. a primeira ver que enconiranim algu- ma refercncia a eiigeriheiros foi eni ducuniento datado de 1765, e pelo que se depreen<lr do mesmo. tanto em nossa te?-ra como na Me- tropole, nessa &[ma, iiiuito raros eram os ctigenheiros portuguezes. A Universidade de Lisbiia. foi fundada cni 1289, traiisferida para Coinibra, yor 11. Wiii:z mi 1.308.

NI, s&culo X\I , I5 pelos 1416, o infante r). Henrique fundou em .seu proprio palacio resiiirnrial dr Sagrcs. ;ilérii ri~iln observatorio astronomim, o ~irinit ir0 erii Portugal, uma cscola de Mathematica, h í au l i~ i , I t n n i a i. Cosniographia. Nessa es- cola de Sapres iorni:iraiii-sc os graili<lis iiave,rradores <lu século XV.

Em 1431, V. JcGo instituiu na IJniversida<le de 1.i~boa as ca- deiras de aritlunetica, geoiiictria c aitrnnomia. Luiz Augusto Rebello. ria T i a , (7, confa que Tf. João 711 iiicidoii a âca&m% p m t 3 k h r a erii 1537 e chamou da França, Italia, .'.llemanlia, Flandrrs e Espanha os iilestres mais conceituados. O pritiieiro ct~rso de artes foi lido por Diogo de Gouveia. Liiiz Alvares Cabral. Nicolan Groiichy e o dr. Jlordaln. Na pagina 240 diz que <i carrleal n. G n r i q u e conseguiu crcar a Universidade de Evora mt 1558, instituindo

I a cadeira d e matheniatica por srr t<via .rc%e~icia in~portanfe no bem 1 rnmmuni do reino, a iinvcgoção e no ornomenlo da unizrersidade. Era, i entretanto. (Ias cadeiras existentes lima d:r menm remaitierarias.

O lente recrhia a,pcnas 50 nlil reues por anno. Informa (pie em 1551 i havia ern Lisltoa 34 mestres priinarins, senilo 7 destes mestres d e

p-amtiiatica e 2 Inestras. 1 1 aulas (Ie dansa, al6m do en5ino parti- ; oular e 4 de esgrinia. Eiri 1556 apr~~idúrwf lcr o !aliin 90 nioços fi-

dalgos, e cursavam as rscol;is ?I . I C i i i 16'20 <-i>titnra a capital 60 ineç- p~

( 6 ) Dirtiiiiii.ri>i. ,??r I : r i l l , ' i ~ i . : . ~ i i , ~ - : .:i;',.;, , S . ~ r l i ~ : n dc I"P.3

, 1 , . ! O , , ! , " .< , , , l : , . ' . l i! ,- Y i . , i i . i,>">,, \

SAO P i U L O , BERCO DA ENGENHARIA NACIONAL 69

t res de primeiras letras, 6 de dansa e 7 de esgrinia. aléni de 70 de canto.

Como vemos, parece que até ahi, nada houve relativamente a ar te do engenheiro a pão ser a parte que se refere a c m s t m c ~ á o nau- tica, aulas d e matheinatica e talvez a agrimensura, porque como é d o conhecimento de todos, o s primeiros agrimensores foram pilotos d e navios.

1752 foi reforniacla a Universidade e creada a cadeira de Sciencias Naturaes. Encontramos ainda que em 1762 62, José chama a Portugal o grande rriilitar e technico allemáo, Conde de L:ppe, pa- ra levaqitar um systema de fortificaqóes e organizar o exercito, don- de SI pode concluir qiie mesmo em Portugal, a engenharia militar necessitava de auxilio estrangeiro.

Foi ,na Italia e na F~ l i anha onde as fortificaçóes firerani seus prinieiros progressos. Segundo H. Sonnet a scieucia das fortifica- ~ 6 e s foi trazida para a Rraiiqa em 1594 ,por Brrard de Bar-le-Jhc, o rngetilieiro de l k n r i q u ~ TV c Luiz XIII, e ayrfeigoa<la pelo Ca- vnlheiro Wviile crti 1íi29, e pelo Conde Pagan em 1645. Entretanto, é ao celebre \'aulian, 1655-,1700, e ao sa i discipulo Corniontaigne 1713-1745 que clln <leve setis rriaiorcs aperfeiçoanieritos e a itiipor- tancia nttingida.

I<itialmciit?. etii 1777-1816. reinado de D. a i a funda-se a Keal Academia de Sciencias. destinada a instntcqâo da Keal l la r i - nha P<irtugueza.

0 I I U I I I ~ I ~ nciiiia rcfcrido, isto 6 , oiide liela primeira vez eiicoiitramos rcicreiicia a oige~~iteiros, é unw carta cscrilita d o Ri<:, de Jancro , rnl 23 de Agosto de 1765, pelo Sr. Conde de Cunha. Vice-rei ao sr. Cnp. General D. Luiz Antonio de Souza. Go- vernadix de S. Paulo. Tem o numero 22 e figura no Vol. XIV dos "Documentos I~iteressantes".

"Illtuo. c Eumo. Sr. - Recebi a carta particular de V. &, de quatro de f\yast:> escripta etn Santos, e me deixa com a consolação de saber que V. EUU. ficava com perfeita saude. - Pela mesma vejo que V. Excia. tinha já visitado por duas vezes as fortalezas d o iiiej-

mo ~ o r i o de Santos, e que as não achou coni bastante f o r p no caso que lhe seján precisas, e iatnheni, que necessitão de muytas despezas $'ara sc: fazerem cuiiio Iié devido: mos que por não ter Engei11ieiro.r s r ?ri(, Iaiijberi~ Ira iiapo~sibilidnde de //te fazer a2giín.r pequetua ohrm dc que ha Inu).or necrssidnd?. V. F.x. me participa o sobredito para que eu Ilir l'nssa dar algiiiii rernedio, .wbre que devo dizer-lhe que cia nic rirho >to nirsirto estado, conio V. Ex. preze~iciou com ~izidytur Fortt~l<.:as, ~ I ~ ~ c r ' r ~ ~ ~ ~ n < i o r , c x o r i nprihu?ri sú Engeizhciro, que nir re- .q~ile r.rIos o!,rox, c u t - 1 ~ ~ f c ~ , l ! o 1)1<??1 rio^^^ ~ I I C pt!cfia (L +niiziv~a Luz

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70 ARMANDO DE ARRUDA PEREIRA

do emportatite Arte de Engenhekc, p.elo qite vou obrando nesta par- te o pouco que entendo, e V . Ex. estou certo, que praticará o mesmo mandando r m p e r a r , accrescentar ou diminuir o que mais acertado ihe parecer: Sobre o que peço a V. Eu<., que en todas ou qualquer fortificação que nessa marinha houver, ou novamente se levantar, lhe não ponha os canhóes á 'barlia, inai sim com parapeitos que brm cubrão, a guarnição, e com grossura de dezesseis palmos, FIO menos, feitos, estes de terra, como V. &. vio nos que mandey fazer na for- taleza de Santa Cruz, porem no caso que de Lisboa nte uenhão os Engenheiros tenho pedido niandarey hum a V. Ex. para o que possa servir no que V. L.. lhe ordenar. Cb Castelhanos não são no R. (irande prezentemerite ern menor quantidade conio a V. Ex. rlisce- rão, mas sitn vay crescendo o sou .!lumero ,e os preparativos para guerra: pelo que nns devetnos acautelar por todo o pt. no que tra- balho incessantemente. A Condessa rle Cunha ag radse a V. Ex. a iriercC r]. na iiiesnia Carta lhe fez, r eu, infinitamente obrigado; por tatitos iiiutiroi confeçarey sempri a V. h. o quanto lhe sou deve- dor, e lhe I>esia me d ê rnuytaç occazions de n servir. m, gde. a V. Ex. nis, ans. Kyo de Jaiiro. a 23 de Agosto <le 1765. Mto. fiel amigo. r criailn ilr V. Ex. C'nirdc dc Clriihn." ( 8 )

'E11ii 4 ,te Tkzenilii-,, r!- 1810. piir Carta 1:c.ria. fiirirloo-se no Rio <Ir Janeiro n ~Icadeniia Xlilitar.

Eni A'fnrqo de 1?(35 o ( ~ o v c i i i ~ ~ ai? IYr<ii,iiicia de S. Paulo, creoii iinia cscoia <!c eiigeiilieiros çoiiii;tictiirçs I I P rqtrada- rlue Te (lenotni- ilou Iiistitliro 'I'opogr;~[ihicei extiiit<>, , , , ir I.ei eiii 1849. E,ni 14 (le J a ~ tieiro de 1839. a .4ca<lcmia \lil;tni ~>: t~?i i i i a ser &rola %lilita=, e a 9 (Ir Março de 1842 o Ilccreto n. 140 anililiiili r i plano de ensino estenden- dae &fiffi(ivmnntte aos mgrrheiros clCís. E0uve no+a reforma da Escola 3lilit:ir em 1858, sciiilo rita de i!olira!Ia etri Escoln hlilitar e de ~ipplicnqão. Escola Militar Prel,;ir:i!iiria do Itio Granil: do S111 e l<;scola Cetitral. B l a foi destitiada ao erisiiio das mathematicas e sciencias physicas e naturais, e dciiiais materias proprias da Etig-e- nharia Civil, ficarido ,entretatito, suborditiada ao Ministerio da Guerra, liela razão que os niilitarm contiiiuaram a ~s t t ida r nessa cscob uma parte do seu curso. Depois de 70, Pedra TI reniodrlou

SAO PAULO, BERÇO DA ENGENHARIA NACIONAL 71

o ensino technico chamando .para isso o construcpr mecanico da Ca- sa Gouin. Richard Gustave.

A lei n." 2261, de 24 de Maio de 1873, autorizou o Governo a promwer a reforma d e onde resultou - pela separação dos mrsos militares dos civis - a c r e a ~ ã o da b o l a Polytechnica.

C) Decreto n." 5600, de 25 de A'bril de 1874, crea definitiva- mente essa escola, que, presentemente, conta 57 annos de existencia.

Pela ordem chronologica vem o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, fundado em 24 d e Dezembro d e 1880.

Em Maio de 1892, pela I x i n.'26, foi o governo paulista autorizado a crear urna Ezcala de Agricultura e outra de Engçnharia e, uni anno depois, eni 24 rle Agosto de 1893, peb Lei n." V,, creava o Ins- tituto llolyteclinico que foi, finalmente, inaugura& em 15 de Fe- vereiro d e 1894 com n m de Escola Polyteclinia de São Paulo. Em 8 de Dezeiiibro de 1'XM o Congresso Nacional a recotilicce o f - ficiilniente.

No "Mackenzie College", eni 18%, foi aberto um College Cour- se para o ensino de engeilllaria sul] a fiscaliusáo <Ia Unirersida<le de Nova York, o qual, ~>cl<i drrreto ti.' 4659-A, de 10 <lc I:iiii,ir,, (I r : 192.3, o rrluipaiaiii aos r~taklecinicntos congetieres.

FGII 15 iIç I'evereirci de 1917 G futidado c? Itistitnto de Lng-e- nharia de S. Pauio r , rtii 16 de Maio de 1929, a Sociedade Brasi- leira dc I3ngenheiros.

Até aqui esiu<latiios, succintamente, a evolução da engenharia desde épocas reiriotas até os nossos dias. Salientamos a rieccssidade iinpt.exindive1 da Georiirtria para o h t i i desempenho da profissáo de engenheiro no sémln X V I I I ; e, em ordem chrotiologiça, descre- vemos o cyclo evolutivo do ensino da engenharia no Brasil.

Ps ra attingir a fitialidade deste trabalho passaremos a ler al- gutis documentos sobre o que se verificou am S. Paulo nos annos de 1770, 1771 e 1772.

"lievereiidissiriio Scnlior: - f io niui Kevcrendo Sr. k'adre I'rnvincial, Frei 1gn;icio de Santa Rita Quintani- II>:i. tciihn re,prczeiitado a grande falta que lia de pe5soas lialiei na Geuinetria c ainda daquelas que tenhão desta grande Arte algttnia liiz. porque as occazioii-i se niulti- plicn, para qiie ?à,> ricc~.s?nrios estes homens, tenho cor-

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72 ARMANDO DE ARRUDA PEREIRA

rido ao arbitro de procurar o estabelecimento de huma Ca- deira de Geometria em a Religião de V. Rcverendisima. rogando por serviso de S. Magwtade a toda a Meza Ikfinitwia queira conceder ao Religiozo que houver de ler todos os pnvilegios e predicados de que costumão go- zar os mtros Mestres da Faculdade de Filosofia e Theo- logia que se achão estabelecidas, pam que com esta graça se possa compensar o trabalho assaz grande de ensinar It~*rna noao Arte com explendor e utilidade do publico, e porque já tenho afixado os Editaes e passado as or- dens -?arias para todas as pessoas que se quizerem emtniir e os Militares mais capazes concurrão a aprqder, e n.50 duvido Iiaja de ser csta Cadrira permanente, Su- plico a Vossa Reverendissiiiias queirão conceder os pre- viiegim referidos, ao Revercndo Padre Fr. Jozé do Amor nivino, que está noniwdo para este eniprego, no cazo que o dito Religiozo seja juntamente da aprovayão de V. Reverendissima e do seu agrado condescenda com esta niinha vontade em beneficio do Renl Serviqo e do Bettt Publico, segurança e defenco dmtri E.tarl%. Eni tudo po- rei tia prezenqa de 9. hfagestade qur Deos <;uardc para qtie sendo servido maride confirniar os mesmos previlc- gios e lhe seja prezente o grande zclo cuni que Vossa Re- veretidissinia se <listitipiie, fiçati<lu co pela parte que tiie toca sumamente obrigado a Vossa ICcvereiidissimas e a toda a sua exetnplarissittia Religiatii, que lkos Nosso Senhor contrrve muitos annos. S. Pai~lo. 26 de Novem- bro de 1770. - IT. b k Ai7torii» de Souaa --gvffies.

%. Mes. (ia Meza Definitoria da I'rovincia de Sto. Ant. dos Keforii~ados.

.. .,. . BANDO PARA S E ABRIR H1!!3í.4 AUI,A DE GEO-

MET:RIA. NESTA c.1nAw i "Dom Luiz Antonio de Soura ftc.. - Porqu%nto

teriho mandado afixar editaes ci>iii data de 23 de Ja- neiro deste prezente antro, declarari<li> quc no m z de Agos- to proximo passado se havia de alirir Aula de Geumetria, e pelo mesnio Edita1 convidava a todos os tluc qiiizessem applicar a esta utilissima A'rte se yuzessem proinptm nas quatro especies de contas, ein ordem a ficarettr habeis para aprendcrem a da. Faiiildade, pronietendo aos q. a ella se applicassem q. seriáo prcniiado c attendidos etii tudn o qur se offerece.:ce e i e llies fnriáo todas as honra-, e iniercGs

SAO Pl\CI.O, BERÇO DA ENGENHARIA NACIONAL 73

q. S. Mage. q. Deos Ge. fosse servido conceder, e p r q . hé passado o tempo e está ,para se abrir a referida Aula, tão ulil no Bem Publico como o defença destes Estados; Faço saber a todos os moradores desta cidade e sua capitania q. eu detennino q. irremessivelmente se abra a d. A.ula e que nella entrem todos as militare em qiiem se drscobrir agi- lihile, para se applicar a esta Alrte, como tambem todos os &tud.es e pessoas conhecidamente curioza, aos quaes mncedo o privilegio de q. não serão chamados, e allis- tacios soldados pagos contra a sua votitade, e pelo c0ntr.O a todo a&le que faltar em cumprir esta niinha detcmii- tia<.ío logo eni continentr se lhe sentará praça, por se ron- cirlr~ar cririio vadio. inittil á Kepublica e desl>rczador do serv." de sua Mag.. E para quç chegue a noticia de todos riiatidei lançar este bando a t q u e de caixas pelas ruas des- ta cidade, e depois de registado nos livros da secreta. des- tc rf lv . , se afi.xará ria porta da Caza da minha resid.. W(lo ncsta Cide. de S. Paulo a 17 de setl~ro. de 1771. , \ I hí~~iins l'intn da Sylva mretar. do &v. o ies escrever. - I i . 1.uiz f\nt<inio de SOUM."

I Não ~iodeiiios deixar de coristatar o largo deçcartinio de IX

Luiz Antonio rle Souza, seu espiritri pratico e progressista, p rquc nessa éjmca. c:uiio fizemos ver linhas atraz, o ensino da Geometria, mesmo nos grarida centros de cultura da Europa ainda comtituia uma raridade. O edita1 que vamos ler a seguir mostrará mais uma vez a insistencia do plitãQ g w a m d w $e 6 ; Emb e a aversão dcs seus moradores eni se instruirei11 na nova e tZo util Arte.

EDITAL AVI7kXTW QUE QCLM N A 0 S E M m R I U ü L A R NA AULA ]>E CXOhhlBTRIA ESTNNI>O NO CAZO DE

l~AZ1?=LO, SISRA' RECjRUTArn

'''(1 Illmo. e &mo. Sr. General iiianda fazer publi- co por este Eilital q. senda, mandado langar Bando no dia - 20 do mez proximu passado, ordenando que todos os i%- tiidantes e pessms ionhrcirlamte. niriozas entrasseni na A~ila q se hxv:a de abrir i,.' ensino da Geometria, sob pala de se sentar praqa de sold." pago aos q. não cum- jxis-rln com essa drztennimqam, até o prerente i n ( h se não tem listado pcssoa algua. eçtando propiiiquo o tem- po <'rn q. se 11ia de abrir a referida Aiila: Ordena o mes- itio Sriili»r (1. :li& o dia dez do corrciite se v50 listar to-

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74 ARMANDO DE ARRUDA PEREIRA

dos perante o Rdo. Pe. Me. F r . JozC do Amor Divino &que, com pena de que se msse dia se não acharem to- dos listados, se executar com as rebeldes o q. determinm o referido Senhor no mencianado Bando. E para q. che- gue a noticia de toda; manda se afixe este edita1 pelos cantos das ruas desta Cide. de S. Paulo a 2 de 8br. de 1771 - Thomaz Pinto da Sylva. :1

Todas estas transcrips6es foram tiradas dos "i&cu~iientos In- teressantes". Nada mais encmitrainos snlire a a k r t u r a ou não da i dita Aula, paiorem, o que é facto, é que o leiite foi nomeado e a prova 3 está num ternio de Vereanqa da C-tnara de S. T'aulo ?ue reza o seguinte :

"Aos rintç e dois dias dn mcr rlc Janeira de 1772 nesta Cirlade de S. k'aiil<t em as caias da Caniara dclla vieram os officiaes iln iiiesma Joáo I>ias tie Cerqueira, c UImingos Fernandes 1.inia e o prorurarlor J&é Joa- quim de Alrrieida e o juiz ordiiiario Vrancisro Xivier dos Santos p : i r ~ effeito ,!r ;>i,ii.i~Jençiarciii tudo rx que ixrten-

I c 2

cesse ao bwii coii:riium: icii<la, ahi ir despacharam al- i gtirws ~ '< . t i~õcs para nIr:ir:i; <Ir li<-cri$as. e iuntalncllte sL' (ibrirr Mirro carla do i'roi'iiiciol do Cirriliu cri1 resposta de 1

5 oiitra que lhe escrPi-<.ii cyta Carirara, na rliial dizia, qu* ,! <ieteririi>~nvn l ~ n t c dr .li-:~,s, oltciidoiiio ao Óevi comn!ui~i, , . e serviro de Sim Mii.i:cxtiid~, rrii que í tüo iirtcressodo; e por n i o Iiaver mais que clespaciiar Iiouieratn suz vereaii- 1 p por acab-ada de que pala cnoitai- fiz este te- em qne assignarain. Eii. J n h Ali-rs ria Silva escrivão que o es- crevi na impcdimentn rl i j escrii-áo rla Camara - Santos - Cc.rqucira-Litna - :\I~wida."

. . ,.. ,

D i n t p dos tcriiios desta acta de i-ercaiiqa, mencionarido urna carta d o I'adre Provincial do Carriio, detcriiiiiiando um lente de Ar- tes para al tc~ider ao bewi ron6wiunr c rcrz~igos de sua :l.lagc~tade, es- tamns cretiles de qiie ternos diante de nós urna confirinal;Xo de que existiu eni 1771-72 u cnsitio <Ir. (;rriiiretria eni nossa S. Friulo. Essa aula, síi lar~ileria ve r~nr solrrc a geonictria elementar, sol>re a deicrip- tira. plana, esliheric:~ e t i < > -l>;!<;<> r <iuein sal,<. ?i iiiesriiii a eiix-liili;i- na. Certatiieiite nãrj ter5 sido iic atiulytir:i c traiirrt~iiileiite, ixirqiie não sií ileir~, rd i txS se v r r i f i o i qiiv ou cani!i<latos ikviani prc.par:ir- se $Ias qt~<rtro io,z/ar, conii, taniI~,ni iiorrjue os conheciiiirritu dos alutri- 1

nns daqiiella época ii%o clirgavaiii ai: ~nriit:, (I? po<!er eiiipregar alge- bra 1. cnlrlilo (liffeiciicinl t, iliti-g;:i!.

,F 1 1

SXO PAULO, BERÇO DA ENGENHARIA NACIONAL 75

Parece não haver duvida de que ha 160 annos brotava nesta ci- dade de S. Paulo o germen do ensino da Engenharia no Brasil. Quem não fosse geonietra não podia canstruir, e isto é uuna verdade antiga, já ~~roclamada por PiatZo, que, referindo-çe ao Creador, usou e s t a palavras: l?eu?. o eternn geiimetra. constructar rlo Lrniverso.. .

I'ara tilíiiar mais evidmtc a iniprtancia da (koitietria, prncura- nin, um rclhri iliccionariu de 1753 -E1 gráii diccionario Historico ó iIliscellrinen curiosa de In Historia Su,pdn y Profana, do fra~iceji I-~<ir &l.ioreri, tra(1iizirlo por h Joseph de Miravel y Gsadevante - 1 ' . ' 2iriviros .J)e!our~iei - Paris 'l'onm I pag. 671. A~rcliitecto - ". . . ha de .~nl>er esc-rihir ? dibnjar. y estar enseiiado en la Geo~~ietria, 1r1rii alqfir~o >iocióit de Oplico, d~ 1a nrithrrlctica; de la Hislo>-iti , , ".

i% l i 5 3 a 177i nao deve ter havido graiidr mortificação nos re- quisi to~ <Ia pnifiisZo rir \rchitecto que conio rinios. rra eiii suinnia, qiiillo em que se :eruiiiiri a cxigeniiaria da época.

Seriamos i:ijil:;tui -i não assigrialasseiiioi antes de ti.riiiiiiar. mas estanii>s i e r t w (I? que ~>?la idéa de todos os que tanto nie honram corii siia.; anmveis [iresr:!qaF, já occorreu, o frictu d r encontrarmos ligatlos ao e<isiiii, primitivo da rriscnliaria i i i i nosua terra. iliii 110-

nlcni ~iertcri<-r.n!i~ a riirsiiia classe clei;w aùnegaclos servitli,rcs rle I kus, qur t;i~iil~ciii , .mt i i i> l ' i<iric'~<ii. fiiratii os que c;itccliizaraiii e iiistriiirani. ttazciidn-ui liora a cis:liz:iç%o, os iiossus infelizes irmãos das seilvas: - r . José cio .?iiinr iliviiio. r) primeiro lente de Veometria em S. Paulo

Ck ti~ilr> cluaiito cit:inios estuilando o e~olui r do cnsirio e da prolissão ilii cngenliciro ciii outros 1,aizes; da iiewssidadc rle co i i l i~e r getirnctrin pai-a poder cti~iitruir no cbculo XVIII. e sobrc a initalla- são dc aulas r i r gçomrtria ein S ; P a d c ~ não não +tw'ce!de&r de mm- tatar que aie111 da niatliciiiatica elei~iciitar. em a (knrrictria uma das scirricias itiaii iicccssaiia-. e. talvez. a unica nerr\snria eiii 17í0. para r~iic -e l~u~lesse ex<7iici- a p r ~ f i s i i o dc engenheiro.

.\crcrlitaiiios tt:-!i, ~lLirionitrad<i e, porisso, reivinr!icaiii<is para S. Paulo a primazia, a gloria, de ter feito a primeira tentativa de erisitio da engenharia tio Brasil.

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Remlniscencias de Porto Feliz Vicaite Thewrdo Lessa

(Socio effectii-o)

l'ela leircir~i vez iiqitri Porto Feliz a l~>r>gos intervallos 1917, 1922, 1931.

'.';iiii<i .::C. <i,iii;i: <iiia- r rze i . i i i i i iliii rnriih ]il-iniririjs <-iiidaclos i r : i t I I I r i . ETZ a Iiora rio crçi*usc\i!ci, que convidaia a iiieditnr. E meditei na epopéa do sé- culo S V I I traçada pelos lixulista d r antatiho, quando dali se aba- lavam a <lcvassai os sert6rs ile Malto-Gros~o. Iam eni I~nsca de aven- t u r a <- ile ouro c <lianiantes. Erani as ~iionções c&lct>res que o pintor paulista .4lmei<la Jiinior iniinortalizoii na tela. ISraiii t-imheni expe- di&-~ <:ominerciaes, partiii<in as car:r;.nnn? em di\zersns ktd& qtte íksHattt +r ~ n + c l in pniilisla até ;i sua foz. Lei.avaiii c»riisigo os ;iroductw do iiiiii?ilri cii ilirnilo qiie ]>ermiitavan~ piir metae- preciosos.

Ik> Tit-t& deili~av:itii liara o cau<la!i~sn Parniiá e dahi eii~l>ica\.am pelo rio Parrlo até i i iarail<iiiru de Cnmapuan, de onde faziam Iwl- rleaçáo para o Cnxim i o 'I'aquary, <leste ultimo iam ter pelo Pa- ragiiay :lo SXo Lniiicti~o e ],r,r fim rio C:t]yabá, até a localidade drste nome.

U!iia viagrrn cvdoiida. <lizei~i ns rlironicas. Iemi-a ate dois anilos. I Iavia niuito a <~rifreriiar: rirnosas Ik-iirlea~òes de iim rio para oiitro, trans{,osiç5o de cachoeiras. febres pallistres, indioi. selvagens, ani- niaes I>ravios, difficuldades ? m conta. Iarn os nrisa<loi banrleirnnles e4~~scc~l~ri11d~~~ tw\.as f r r r ; ~ ~ r i :~tro<luzir~~lo IIC!II;L< a c i~ i I i za~50 .

,\ ;iirrtiii-:i dos rios Pasaiiá r I'ara~aay ao cuiiiniercio rias tia. çóes fzci!it<>u o interiaiiibiri ent re o Rio de Jx~neiro e Cuyalii e poz f i r m u :i; iii<,tiçiir-, <i*: I'orto I:<!liz a b1:itto-t;rosso. O ectaklrcitrirnto da colonia militar de ltai>iir2 r a escolhn <li, porto de Pii:ic:calw, roliio l)c~i!t,n (Ir r~i!I%a!-qix P tor?~rci!i~cnto para a nova m,l<,81ia, foram r., "1- ti11131 c < , I ~ w c l a i k i :i ,> ~i,ii iri i<rciii ,I<, Porto I:cliz.

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78 VICENTE THEMUDO LESA

O professor João Vieira d e Almeida, f a l a d o a respd;to das mongóes de Por to Feliz, assim se expressa: "Estas viagens flu- "iaes a CuyaM continuaram até pelo m n o de 1836, mais o u menos. em que terminaram, ou porque as febres intermitentes dizimassem as tripulaqões ou porque se abriram communicaçóes ma:s faceis e niais rnpi<Ias pelo rio da Prata. IL9t:is conii~iunicaçóes se tornaram mais Irequetitadas depois qiie os ~>aqtt<:tes a val>or sulcarain as aguas d o Paraná e do Pnraguay, i i~ i tando defiititii-ameiiit as mongóes hist6ricas."

A ~ t u ~ l n i e n t e u coiiii~iercio de fila:to-Grosso lielo Rio da Prata entrou eiii franco d~c l in :o coin ;r itiaugurngko da I'.sti-:ida de Ferro N,oioSte dri Brasil. Mais faciliiiente scri-e para isso o porto de Saritos. &r 1920 tive ensejo de travar conhecimento coni o vasto territorio niatogrossetise c coni os rios Parani e Paragiiay. penetran- do CorilIlibá, na fronteira boliviaiia. Qitáo differente dos @empos dos biavos ,q,irineiros que levaram tiiezes e aniini ria íastidiosa pere- prinacãol poucu; dias ritigiiei qtix$i a Iiiesrna tra!.rssia, gragas

. i i .

ao sécu!o de progrezso eiii que vivei~las. No tempo das monsões, Porto Feliz acudia pelo seu primitivo

noiiie <Ic Araritagiiaha, q u i Slatiii- assim interpreta: "Sitio onde a' araras pousam para coriier". Dc (cito, araras e outros passaros de bico vinham ali I~l iscar » Iapedi) arenoso e salitrado. Joáo &fende.; lastinw a n~uilanFa do ntirne iius seguintes ternios: "Em ver- dade, pouco critmio mostrou, erii 13 <!e- outuliro dr 17Q7, quem tirori ao lugar o iiiido tiosiic ,2,raritagiial>a para =iiI,stituil< ~relii de Porto l:eliz, seiii ciiil>argo di. ter sidu l i i > i relliric t c i r i l ) ~ ~ para os explo- radorec e negociantes, o inicio e o terino de grandes riscos e fadi- gas, nas viagens de itla e volta coiit <lestiiio aos sertões de hfatto- Grosso e Goy-ar"

Etri iioa hora foi inaugurado, ?i11 1920. tio porto geral, o tno- numento c<:llin~eniorntiri, do arrojailn ftito daqurlles pioneiros da civiliza~50.

Solida iiiIlralha guarnecida de Iarapeitu <lá inicio á escadaria que, do nivel de uni largo, desce pn? niuitos nretros até as ribas do Ti&, eEcada que é attenuada por iiiuitos pitamares, eitt l an~os suc- cessivns, toriiando rriais facil o accesso. Era entjr, secretario de es- tado o dr. Candidc lIi,t!a, illuslrc filho de Porto Feliz. e as cente- nas de mnti>s que ~i issc foram gastos, por certo. não tiveram ni6u eiiiprego.

h j~oucos nletTu'i iin local ,Ia ~p?rti<la dai exl~ediçóes, ergue-se @ B.

Ii«je ristuia rol~itii~ta :osca ei:i iiijo lic<le,tal sc lê: " tkului partiii i; 8.

a nli,iiCh p;ira O i~itciicir do I j i ; i c i l l i i i stculo XVII". RZa:s alklino, i.

REMINISCENCIAS DE PORTO FELIZ

-.E subjugando o olvido através das idades. Violador dos sertões, plantador d e cidades, I k n t r o do coração da Wtria viverás."

Ao alto da columna, destaca-se uma esphera armillar, dentro da qual arde u im laiiipada, coriiplemento <Ia illuminaçáo que segue pela ~wirraiica do rio.

Jkveria ser, yortni, riáo unia fraca l q a d a qual se inostra ali, nias um foco intenso a indicar o local de tão assignalada tradi,-óes.

O rio ali expandese. volvendo-se em curvas de agiias \.iras. Mais elevn~io <leveria ter si<lo então o nirel seu nquelles rlias.

1la aitiila algiiiiias tegteirinnhas do passado. Annoso pé de rua- rucaia, tendo a base calgada <!e tijolos para conserval+, poderia di- zer alguma cousa das ultimas mongíies. Parte de um batelão, que por muitos annos serviu de codio numa fazenda, é, agora, exposto nutn galpão protegido por ririia rede de arame.

Quandrl ali estive ~icla vez primeira, esta1.a exposto aos ciirio- 60s e etitáo i~icdi-ilie <i dianictro consi(kravel, de uni tronw sb, e nel- le mesmo penetrei, translmrtando-me em espirito ás éras em que O

fluvial whiculo da civiliza$áo deslisava movimentado pelo grav.de escoa(louro paulista. Pena é que nenhuma placa ali affixada expli- que a<> forasteiro o papel u m dia acsignalado ao rehiculo forini;.a. vel. G o viandante que prosegue ao longe da montank d o rio ate o Engenho Central caminho maravilhado acompanhando o alpestre pa- redáo quc lhe fica a carallciro, em eniinencia consi<feravel. rio qual , . i ~ 111rani as araras iiicar.

A certo trrcliii a 1;ieilatle wtholica abriu na penetlia uitm grtta de I<ourdes. onde «s devotos se rêiir prostar a cada instante. Eni frente, qual adarre de castd,lo nu forlaleza, uma plataforma de ti- riiento a!.nraclÕ foi r r ~ i i ' d a sobre r> rio, que dali pode ser devidamen- te aprecia(lo. Certaiiiente o trccho do nioriirmento i gruta é o passeio rriais pitoresco da velha Araritaguaba. Sente-se o mortal anniquilado ante a formidavel i~rolle que lhe fica sribranceira. 1% outro lado, ernlial- ga-o a veneranda tradiqáo d o denodo dos aventureiros do século XVII. Finalmente, lia, a eloquencia silencioca do Te tê . Scm Ingua- gem nem fala, suas a s a s amorosas váo remrdarido a epopéa do passarln.

Fava (lar iiiii:i i,li.a rlti Porto Feliz :ititigo. do terrilio dos capi- t 5 i ~ - i i i < i r e s . ruiii!,!-c re[~roí!llzir iiiria sceiia <Ia parti& das iiioiiii,e,. I)csrri,i.ra E.qtr.s:.iii I x â o Tl<iurroiil. i i r r i d i ~ s 1,eiieiiii:ritol foi~dailori;

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80 V I C W E THEMUW LESSA

desta casa, no KU curioso livro HercuIe~ FIor~nct, citando o tezte- munho de autorid.dcs. Ouçam8 uma d a a s , o dr. (jesario Mona Junior: "Dcotnminada a Cpaa de niongão semtio, o c a p i t i d r

! ordenava o recrutamento dos tripulantes; organizado o quadro, ti- nham estes aMorizaçâ0 para tirar das lojas o que precisassam, a te uma certa quantia. Junto ao porto chamarlo geral, havia uin vasto ranclio iio qual eram guardadas as canoas e b~telóes, sendo este$ de grande capacidade, a i y n s comportavam quinhentas arrobas de car- ~ 1 . Chegado o dia, affiuia ao porto enorme multidão de povo. Os carnaradas se dividiam em pilotos, subi, iotos, proeiros, remadores ou cargueiros; destes muitos ni» iiispiravam confiança pelo que eram conduzidos acorrentados para ai canoas. O ~ p i t ã + m ó r e to- das as pessoas gradas da freguezia ali se achavani. O sacerdote tam bem comparecia. Os rfrnadures levacitaram os remos eni forma de cruz, o padre revestido das sagrarlas iiisignias procidia a bençãa da monção. 'Tiros, salvas, estrugim. os ares. Ck iiavegantes entoavam uma canção tristeme.tite monotoni c as canoas se afastavam, dei- xando niuitos coraç6es de mãe a estalar de cuidados, muitos olhos rasos d e l a g r i m s , muitos labios a niurmurai.rm oraçks a Virgem Mãe dos Homeijs pelo feliz e prc>mpti> regressr? dos viajantes."

Por via re? o cxinio p o ~ a Vi\eiitr d e Carva!ho celebrou a Partida <Ia Af\lr>tiqáo, pntsia de rjur i!cstacarnoc ní seguintes frag- nientm :

"Lil-as, as toscas náus <le 1,orda ra;lejaiitc, Xa flor das aguas, n á ~ s de estreitos rim qziietos: Eil-as, prestes a alxir para o sertão distante, I'xii m & ~ ik Ki~j,-ia. ,, serr 1-60 inamos.

d'Lo largo eiiifim! Clarins c busirias atrmiii. E as canilas, nn luz da niziiihã cor cle insa, Pairam por uiu monient,) cni ]>:eno rio; aproam i'ara o srriZo. E roriipe :i marcl$a i-aRarosa.

I~ inge . i,;, solidãi> do catnl>o uridooo e ierde, (i rio serii~titeia. ICni cada contor<;áo hlnis se afasta. l i a fugir . licuco a pouco se ,pcrdc ?:o inajcst~isí,, r;i,o«, iiifiiiito sertão. . .

REMINISCENCIAS DE PORTO FELIZ a

O malogrado poeta Bapti6ta CcpeElos, em Os Bandsirartes, uUm descreve a expedição :

I.

"Abre-se como um I+, a manhã vaporosa.. . Aos poucos vão surgindo, em vago lineamento, As montanhas. além, num fundo cor de rora, Qu? ourela a fimbria azul do claro finnamento.

621-os que vão partir: é chegado o momento, E cada embarcação parece uma ave ansiosa, Sacudindo á caricia amoravei do vento A vela que espaneja ufana e aventurosa!

Eil-os que váo partir, os ousados paulistas Rasgando nos sert6ei uni sulco de bravura I: <l~sfraldando n o ar o pendáo da c~n<~uis ta !

E serena, no céu, eirtre as nevoas espessas, &srp a luz da manhi, como a bêngão <Ia Altiira, Niiril,anclo-lhes de gloria as altivas cakqasf"

Entre os antigos nioradores de Porto Feliz ronta* o paulista ,\li.ares Maihaili~, liabil cirurgião e vehemente parlainentar. Foi de- 11iitadrr geral c711 t r t s legislaturas e presidente do Rio Grande do Sul. Bateu-se com d~i iod<i na campanha da maioridade. Sua filha unica desposou-se com o viajante. e scientista Hercules Florence, que dei- xou graade d e s c e t h i a ,

Não é sern interesse niencioiiar a entrada do 4jrinieico piano n:i villa q w era naquelles tcniias, acontsendo o evento registrado chistosaiiiente por Alvare Machado e tal documenta. é reidado ~ ~ e i o historiador pernambucano dr. Pereira da Costa em sua En- cyclopediuna Brasileira. Por ser original, reproduzirei essa pa g i m : "Ainda pelos annos de 1820 a conducção de um piano para qiialquer cidade do imterior não era uma questáo de nonada, tal a rlifficuldaile dus nieios de transporte. Por esse tempo, a villa & Porto Feliz, em S. Paulo, foi dotada com um dessw instrumentos, ciiião o primeiro que a!i chegava, ao irienos utii dm poucos que paç- sava a ~xissuir. O <lia da chegada do piano a Porto Feliz, ou yor ou- tra, o da sua entrada oolennrr, fui iirn dia dc vcrdadrira festa popular. Para dar u n a Idéa ligeira desse facto, hasta a tratiscr+ção do se. guinte e curioso assrritu, escrilito v l o proprio punho CIO lootavel e espirituoso ciriirgi5,i 1:raiicisco ;\lvarrs Machado de Vasconcellos, iiome a s m cunlir,:i,ln c rril>rita<lo: "A'o dia 2 de Alaio (1820),

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82 VICENTE TIJEMUDO LESSA

ter*-feira, pelas onze horas chegilu a esta villa o forte piano. Já pela manhã o povo concorria em rebliço, e, transmalhado pelas ruas em que devia chegar, já se apuravam as paciencias quando ali chegou, um sifaia que annunciava a chegada. Deram-se as ordens, todos guar- daram seus lugares, todos ficaram attentos. Appareceu o primeiro ohjecto. Wra unia besta russa quc vinha carregada com viveres e couro para alwrracar o piano nu caso de chuva; iurlo era muito 7.3- Iii~tioso e pesado.

"Avistou-se o desejatlo andor. Vinha carregado l n r trinta e oito africanos de Cfliiié. que ~Iiiliain cantandri. coin duas bandeiras oriiadas de flores; rcpicararn os S ~ T I < I S e <lesar-regaram-sc as ron- queiras que foram resl,ondirlas pclc, Ti<-o e dois hiiiheiros que inar- rhavani vagarosamente na rertasiarda. Deçrerani ir íiiar:u c por iitn itistinto inachirial disseram os rargiieiios a unia voz: "Chegou n piano" e o priro, enthu-iasiiiailo (le ;ilcg-ria. iepctiu : "L%egou o pin- tiii, chegou o

"IC'pcrca niemoravel e que t digiia de anniwrsario e p r isso formamqs este assento para a nieilioria dos ~ i ~ l d o u r o s nesta villa de Nmsa Senhora Mãe dns Hotnens rle Piorto Feliz. E por ser vcrdade a i - s i ~ n m i o i rrós três, iiiteiiilciitirs dai ,ii..iidad<:; iii:ercsiaiiles. Tci ie l i ,~ - Stiusa - Vasconcellns."

Ji Ia se i.50 111 antros, por coitlci<lencia roiiipletadns no dia em que terrriinei estas linhas.

Memorial descriptivo das fea tas commemorativas d o qua r to cemtenario d o aportamerito

d a fróta d e Mar t im Afforiso de Sousa ao porto d e Cananéa e da part ida da bandeira d e Pe ro Lobo

12 de Aposto de 1531. 1.O de Setembro de 1531

Intfres.;aiido-tios vii,aiiierite pela cormnemoraqán desses factos historicos que, fatalmente, repercuitiriam ern todo o territorio rla Pa- Iria, cliamaiirlo a attenção do Brasil para a pequenina e pobre cidade de Carianéa, -- cscrei.eraiii»i varias cartas e dirigiramos ruppellos, aas nosos amigos, naqitella ridade, no decurso do aiino de 1929. rme- k n d o cm risposta. lialavras chrias i!e piith~usiasnios. lmrém rcrela. ,li>rns rle iiiti;i i~icr~iliilidarlc cctii par!

Allegai,atti todos, que a extretria pobreza iI;i localidarle ç de todos nos, faria com que viessemos a passar por vexames, expondo nossa terra ao ridiculo, perante os que a visitaisrni por essa occasiáo.

A nada tios curvamos. c ao desinteresse doi \.ellios amigos q>pu- zernos tocla a resistcncia, iiáo desaniniando uiri só instante e reiteirari- do-ihes us nossos ideaes, niais tarde dirigimos unia representaçáo á Catnara, parti'ndo liara aqu~l la cidadc a 13 de .Qosto de 1930, onde Cizemoq utiia cotifer?ticia nos salóe.~ do Jury. cotiferrncia essa pre- si<lirla ;>tlri iii:~grw iiin~icti:i<i,) <Ia ciiitiarci. <Ir A<lcrsoii Perdigai, Noritrirn - ~ ~ - ~ ~ .

Já eritã<i niodificnrk~ a opitiiáo p r a l , tivcitins a feliri<lacle dr re- crl,!rr cr,minoiiicaç5o de que :r Caniara havia recoli,ido auxiliar-tios. c o i i c ~ ~ ~ i l s n ( i ~ R !>(ijililii<ái~ c111 qtte f o s s ~ m OS i~r~, )os to~ nccrescidos de 111aii í v,. riiiilci iii~iilo dc rcwi\-a rlcctitiado n e<-r fini.

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84 MEMORIAL DESCRIPTIVO

Cnastando como parte mais importppte do prvgramma a akrtu- ?a de uma expsi$?io de pmductos do municipio, insibimoi com a m- tão prefeito municipal, ar. Antonio Ceaar de Oliveira, para que re- formasse o predio do Mercado, afim de aclaptal-o para a mesma.

Esse trabalho, de facto, foi iniciado immediatamente, com os r~oucos recursos de que dispunhamos.

Ck melhores elenientos, velhos atiiigos e vcreadores, apesar disso tudo, não descarisarani enl pedir-nus ainda por esse tcmpo, para desis- tirmos de tudo ou solicitarmos uni auxilio ao governo do Fstado. cem o que, diziam elles, fracassariam os mssms esforços.

Com inaudita difficuldade conseguimos deinorel-os de semelhan- te teotamen, pois achavamos que, embora modestamentp, poder:amos fazer algo contando apenas com os :ic;sos rrrnrsos e corri o auxilio do povo.

Diswmos-lhes mais: que de nossa p r t e náo recuariamos um só passo e embora sós, saberiamos cuiiiprir noso dever para wni a terra que nos servira de k r ~ o .

Tendo entáo conto iinico allia<lo o preic:ito tiiiinicipal. appeila- mos para os cananeenses rcsidentw mrsta C3pitnl. que nos prmet - tiam ailxiliar.

Eitavamos nesse pé, quando o ii~ovitnetiti> politico veio mudar a face das cousas.

A refornia do prédio destinado á cxposiqáo, ficára em inicio. Em meio a grande confusã«, uni moqo ineupriente, morador

ali, foi nonieado para o cargo de prefeito, ficaiiílri a çidaclc entregue ao abandono e as ruas trarisformarari?-<e rni wrdadeiro niattagal; as rendas da caniara <lcclii;aram e r1esap:~areczram ; ac importancias exis- tentes rni caixa, fora111 c<~risurni~las srm o tnenor critrrio.

Por isio, al,e%r <Ia tiiellior I~i,a ~otirailc, ~ii:igiieiii mais TEnsou na redizaçãc das festividades.

Neni rriwrnii assiiir prrrlianio* a* eEperan+ls, pi-txiirando tra-

MEMORIAL DESCRIPTIVO 85

balhar perante o governo e tentando todos os meios para levar o 80. cego á CananSa, quando vimos á frente do governo da cidade. um hcanem de valor, o dr. Nino Cavagm engenheiro di residemte.

h dle, em g.rande parte, devemos o realce das festas, pelo amor e carinho wi qne das mesmas se desempenhou.

Bob mezrs antes da data pefixada ]>ara sua realização, as- suniia o dr. Nino Cavagna o cargo de prefeito. Procuramos interes- MI-n no assuunpto.

Não havia \tempo a perder. Foi então, que iniciamas a publica- $?+» ~ l e artigos liela iirbprensa da Capital.

Rcalizatnos iiiiia conferencia no Instituto Historico appeliando para o mesmo, sendo nomeada uma commissáo afim de auxiliar-nos.

Consultamos o grande mestre, dr. Affonso de Taunay. que im- niediatamente se promptificou n ajudar-nos, fazendo os dizeres para trss placas de branze.

1)irigindo-n<is ainda ao sr. Secretario da Educação. J3r. An- tonio de Alniei<la Rrado tivemos a suprema f~licidade de ser attm- diclo. proniettcndo-nos S. &a. mandar fundir por conta do Estado. aò referidas placas, rias officinls da Eiscola Profissional.

Faltava-nos apenas a importancia para acquisiçáo do bronze. Embora com sacrificios, insistimos com amigos e vinte e quatro

horas depois, estava o material nas officinas, para o que concorreram decisivamente o erudito dr. Affonso de Taunay e o Instituto His- torico e Ge-ofi-ralihico <le São Pmlo.

Com o I>oiici> de que f k p m h m o s , matiüanios ainda confeccio- nar iima I>anrleira das cun<litistas e diversas placas para a praça e nras, pois a nosso pedido, çoncordára o prefeito em triudar-lhe os nonies, liga.ii<lri-os ;i historia da cidade.

A Conil,:iriliia ile Na;a\.egagão Pereira Carneiro, attendendo ain- da ao pzdido do dr. Nino Cavagma, prefeito municipal, resolvera as- sociar-se aos festejos, fazendo com que o vapor "Pirahy" partisse de Saiitos no dia 10 de Agosto e perinanecesse no purto de Gnanéa at6 o fim das festas.

Tlirigimr~ convites á imprensa e aos membros do Governo, sen- do himt-ados coiii a rtilireseiitagáo de Sua Em., o sr. dr. Secretario .ia ICrliiraçRn.

I',,i- sii:t ia. ZI si. rir. Af fuxu de Tauna?, conwguia do Roreriii> ilo Est:irI~n~ a cxycdiq.ii, rle tinia ordeni para que todas as ri!l,artic:,iis ~-tiiliIiiris liatcasceni a IwniJrirn nacirinal nos dias 12 de :\xo-lci i 1 . " < I ? Sct<viil>ro. P qiie ricsses < I as sc fizesse111 prelpc- !;,ieç i i : i i cscti!a; i,iiiilicas do F.sta<lo. ioljrz as referidas datas.

I;l l i . i ~n ' l ,~~ i , - . rir., <lia 12 tnt-ia iiiii:~ c<inferciiziri, peranle i , povo

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86 I lEhfORIAL DESCRIPTIVO

I I

e membros do governo, que se realizou á porta do Palacio da ci- dade, com numeroa assistencia e grande solennidade.

! Partido das comrniss5cs. - Pelo trem das 10 horas, partiam

! desta Capital para Santos, os d r s José Torres de Oliveira e Ed- niunilo Krug. l,rqsicle~rte e inernliro <lo Itistituto flistoricii; '4. Pauliiio de Alme:ck representante rlo SI. Sec:etari(> ria Ed«cs@~, ; i\fii>iisr, Si,liiiiidt il"'0 k t a d o de S. Pairio" e outras pcisoas grailas.

Pelas 10 lioias, o paquete "l'irah?" deisava Santos, IevaiiAo nii- Ilierosus passageiros, ruino i cidade de Catia116a. 1ks;a viagciri nieiiio- rarel, rliz niellior o seguinte trabalhii -- 1Ciiui . r < i i i < i laisto>-ir0 - çscrilrtn por occasiãn rlo 4." centenario de SZu \-irente:

":\s comiiiriiinra~iies annunciaílas Iara o <lia de Ii(ije acordam eiii nosso espirito uiii i l c s i~s r ~ ~ < i t ~ ~ r n t o ç iii<,li.itlaiei-. na i r f i a ii<>s hoiiieri:..

Ci;ico mczts r dias s2o passacloi. . . Sob uni céii colierto de plutiil,e;ic nuieiis, rumando para o

iitlaiitico uni ~>r<~ii:tiir~o Iiatcu, - l>riliiriiii riii seu t;ima.iho, grande oii sua riiiscào - siiigraiza airowriicllti iif.lo cati:iI (ia Ibiirra. . .

Nem a ameasa do teropo, nerii a fragilidade da embarcação, ar- refeciam o cnthiis astiio daquelles qk~c p.?rtia'n, nlhcq volta(los par;i :L> praia?, coraçór. palpitando pela I'atria.

E serlxai;clii iiclo rstu:rrio t i i i i ' i r a , tra~aiiiio 110 espelho das apias urna estciin <Ic vhpunia;. <li-iaiici;ii.a~se o i,alj<r. deixando Irara tiaz, os ariiinzenr 0;is Ikicas. eiii :ieiii:it!.la <!ri Si t l . . .

Gínidd a nuitc tombou, viiitç iriillias aléiri corria a nave.. . Longe.. . r<>~iipendo as trér:is, fniscaca iio ciiiio de uma ilhota

n Iliz beiiiilita dc uni pharol, guiaii<ln r i i naiegairtri. Era a Qiieiiiiada Grande. Aos balanços <lescori>pa-;satiiis clii i-apur, r<colliia~n-se os passa-

yciros iis caliiiics. i 1 ris palestras cesiai-aili ~ > u i ~ c u a jmiiro oitriti<lu-sc sónicnte o tna- I rulhar da3 ragas, o 11-epidar das tiiachiiiai e de rluaiiclri rtn quando, as ! ~)"ncadas sonóras sineta fie bordij. . .

E o surlneste reitian2e cantava nas enxarcizis. emquartto o barco, I ; colno uni fogoso pinete. palgaii(lri as ,!rii!ae <li . esiiieral<las, a\.aiiçava, -- I cada vez mais. cida vez iiiais. . . 1 Como tini ponto vnyo, a Imniliiirdi,. muito lonpc iirára n peque-

iio pliarol. E seguindo a iiiesnia irótn. ilois Iml;iciiii fliictiiant:~ per- passai-::ni ao larp'), perdcndii-íe <li.;hii!i.

hlEMOKIAI. DESCRIPTIVO 87

Vagaroso e Iiurnilde, nobreniente marchava o co~re io da costa, desafiando a corrente das aguas e o sopro da ventania.

Ainda na orla do Oriente náo se debu-xára o riso d'alba e já no cimo d e utn colitario baluarte, - doce como uma estrella, tremelu- zia rias trevas o luniiriiso ~ h a r o l do Bom Abrigo - a legendaria ilha dos iiiystcriosm tliesuiiros dos piratas, seio de Abrabáo, onde aportára V~spticio e etri ciijo reirianso haviatti, ha quatro seculos, adormecido as caraicllas de hlartini A f lori'o e os I>rigues dos infieis.. .

S u m c611 agora lirnpido, de ridente e clara niarlrugada, sesplan- rlecia a coiistellaq%o rlo Cruzeiro e nas pr7ria.6 cio Occaso, entre cor- tinas prateadas se í~cultai-a a lua. . .

d * * AIaiihi ilc .\go.t,r. . . lii.caiiriti c i c;l<is<' CX>LII<, i l j ~ m de espuri~a qur I> terra1 levara,

viiej;rvatii gnii<~lõcs. l'ara al@iii; elncrgiiidi> rlas aguas, dcstacavaiii-w das «ridas :L ilhó-

!a , l r ~ ikstiltiri ,, o i~cí:e,l<i da i,'iguciia, lia!i<lii~ pela luz. . . iZ Sudoeste. avançanrlo praias do Cardoso. rrecto cciiilr, um

gigante, oihr,, alicrti~s para u largo mar, a T'orits <I,, IÍrdr5o recordara o iii:irco qiiitiheiitista aili chantado conir, syn~hol,i rin liosse portugucza.

I<asgaticIi~ iiin sii!c<i veiwle \ia linha esbraiiquiçada rias praias, para n frciite. se n i ~ s apresrritavn <I rio <Ia Cananéa, lior onde cntrára < > her- gantirn dr Ik ro ;\tines.

Era ;: tirsra <lulcissinia. em que o sol ronlper1,iu a linha do hori- zorite, finilii-iaia de ouro os caprichosos recortes do Itapitanguy e os thrsoureiro.. alirindo as azas de ago, abatidonaiani as baixa<las do Castilho. alsanrlo o vi>u pelos ares.

F>itoresra ~iiseada ilo Boiri .Sbrigo, iriilieliido por l~raços vi- gorosos, unia ratiim dirigia-se p x a hordo.

Eram os ltraticos. rudes hijrneiis do mar, que constantcrnente affroiitavam as iras oceanicas.

S&z ( r telr,qrapliii das ma<-hinas, rlespertatid<i os pascagriros. 1.: as he!ic~s, trepidando, f'erein as aguss, riluquanto o vaporzi-

nlici, <Iescrevendu caprichosa curva, apróa para o canal. I k !I'/. no lon~l~adilho, a caravana illustre, piirtadora da sriuda-

C % ~ ' I U C 1n.tituto Ilistoriro de São rauIo niiinilava á Icgcndaria : r I e a r o ioriiiidaircl, q u c se lhe (lesdobra

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88 MEMORIAL DESCRIPTIVO

diante dos olhos. renieniorando pontos h i s to r iw , que a pouco e pou- co vão surgindo. . .

iAoui. é o ~romontor io do Itacurussá; ali. o ponta1 da Trincheira - - 7 - ~ , .

em que Ruy Moschera assestára os seus canh& contra u m navio francer; acolá, a espia do Candairó, de onde o Ehcharel nas longas horas de meditações, investigaido o mar deserto, na esperança d e di- w l g a r uma vela salvadora, reciiràava coni saudades as guitarras de E'vora c as ,>raias de Portural . . . - . -

E contornando o pnnial, a deslizar sereno, eni um mar agora tranquillo cnmn um lago. avanca « "'Pirahy", o ipcqueliino h r c o da Pereira Carneirr~. para o porto <Ia Iiistorica cidade de Catianka, onde o Destino levára aos 12 de Agosto <!e 1531. a frota do almirante il- lustrr, b e r p das Ixindeiras paulistas, [~rinwgei~ita da.? povoaqÓes vi- centinas. . .

* * :%

i\. bordo, uma sceiia historica $c passa. . . Coniov~lora alegria sc genera!isa pelo, presentes, que. reunidos

á pr ta olh,os voltarlos á elevada verga, em respeitoso silencio, assis- tem nesse instante o desfraldar d<i alvi-ruliro paviih5o das Conquis- tas. trrmulando aos trrrae-, niinu :i1iiithei,~e ile li17 e einprestandc i peqileriina t u r e a s~lennida<le iii2jij->!5,i-? ile sua nrrl>re ~nissão, em- quanto a cida<lezita hurnililr i c i a i :~to?trati.lh ru crist;, r10 harnric<r ç d o alto d a tiirr,: de um atitig<i t c i ~ i ~ ~ l o . os s i n ~ raiitaiii. acordand<> na lembrança <Ia gente a chenati:i <!a esqitailra ilr Ilartim Affons;~. ás ~lraias rarianeetises. . . "

Bio 11 de Agosto. - PeI:i- 7 liriras. akançêi-amos a ilha do h n ~ Abrigo. onilc, receliirloc os prutici,s <Ia barra, itiimeiliatam~titr se poz <I i.:q>or etii ni:ircha par:, i > ,,o:-!o Uuiii Al~rigi~i.

A's 8 linras, traiispiinhaiiioi ii ~x>,ital da 'Trincheira, sendo eiitZo derfraldada TIO mastro de pri>a ;i lintirleira das conqitistas.

MEMORIAL DESCRIPTIVO

Reinava a bordo uma alegria extranha! Todos os passageiros correram á coheita do navio, afim de assistirem á chegada, quando um forte apito annunçiou aos presentes o apparecimento das pri- meiras casas, que surgiam ao longe, sobre a barranca verde-emra.

'Ouvindo-o, movimentade a yopula@o da cidade, qw, rapk damente al>rrixiiiia-se do porto de desembarque e das ruas da bei- ra-mar.

Poucos momentos depois, achava-se o "Pirahy" atracado ao cáes, sendo invadido pelas autoridades e numerosas pessoas, desembar- cando os passageiros, que foram ericaniinliados para o Hotel Miramar.

Visitamos a cidade, que se achava muito limpa, com a s mas capinadas c a praça dividida etii graciosos caritriros formailos corri a propria grama.

L*. uiii dos sambaquis proxiiiios havia-se retirado graiide por- ção de cascas de Ixrhigao, coni <lu,? !, dr. h'ino Cavagria maiidára forrar os wiriiiihns. dantio assim uni aspecto agratiavel ao local.

A o centro do largo erguia-se o modesto ol>elisco feito de accordo coni a planta <jiie gentiliiiente offcrecCra o illustre engenheiro archi- te<.!<,, dr. José Maria das Neves, rlcsta Capital.

Nesse mesmo dia collocavaiiios as duas primeiras placas iic bron- ze. unia das quaes era eiiciniada pelo escudo da cidade.

Ao lado Uu pcqucnr) m«niimcnto viam-se dois canhóes antigos, leriihra~ido n, tcmjns colcniaes.

Nriit Ii2ii : i [ti: t i i ~ l ; i :i ci<la<li- i. i i i n i i leve iiiilicio ilr oriiatiieiitaç5o. !\pc~i;i i ., :itiilr,a <I;,. riia.<. ;i extiiiccão rjcis riiiliosoi 111111.(33 e I<.-

:I?,>.; (>ilarci i pintura <Ir i<><loi os pi-cdiou, i> rlt~e j i era siifficientr e :l~.~v,l:i;-:i ., I i i i n ioiita<li. , l n ;iol~iil;~;iii <,i,> ciilirol-rer I,arê tii<lo que se . . <l<..:.j:!,:t. l '< l : t< Il,~!~;,., c , ~ ~ l , ~ ~ ! ~ < ; , ~ ~ ~ i ~ l c:tn l , # { G l [ ~ < ~ q i l ~ l l ~ lartrl,x, qrlsf- ~ A V : I I V c?, c-~~,~' :~~l:~,los Y ~ ~ ~ ~ C S l m ~ t o , (I;, l n l~ia c rsI~cci:~ln>e~~t, , ;L Iegerl- <;;!I~~;I l ' d . < l t : ~ . l rg,~li iq, . j ~ t ~ l t , , :,,I I T I C I Y I < > c l , ~ C:in:l:iir<5.

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.;I troitc de 11 d e .4gnsto. - í? rrst(.i do dia se passira iciii niais no\-jrladcs, até qur 1 x 1 ~ ~ 23 horas. quaiicfo a pripulação ili\,ia reco- lher-se, obperou-se jiistaiiiente o contrario. >>ir-se-ia um vertladeiro niilagre, resultniite d e um appello dirigido aoi cananeemes.

Etnquanto o f refeito híunicip;il ;i irçtite de alguris hntiicns or- aiiiciitava a lirat;a extend~:iil<i linlias <Ir bari<lril-olas r calh;~rdetis,

ci,lloi-aii<li, ,l,:iliiieiins e i t i r s t r n ,>i>{>uiaqáo, por iiia vcz, esli:ilhnva-se ~>elns ru:i.;, iarreiiiio as frentes ile suas c;isa :, arrastaiido paltrieiras, levarriaiirlu arcos d i triurnpli~i.

Siiiguciri parecia sentir cniiknçij. :>i,i.: iiessa faina miiitos dellcs ;!iii:ili~ii.ccrat~~, ~ciiii<> ili. i io tn i cc < i i:il<riisr roiii que ca<in i t ~ i i pro- i-iiravn cxcc<ler-l,c, < l ~ s e j a n d ~ i!~:i~ii:i!;ii - v ao i-:zinlio tia <il;i:iiiienta- <.iri <ia parte qrir Ilir :<!cava.

[ , e l a s '4 liora-: lirrci~aiiir;i~e, i t ~ i i ; , , - - ~ n ti.i.~<í ?,e iiiii :iri, dc ca- ,,!,ir> a-iigt~aiaii*iri n )>nS.F3RCill i l :~ nliia tioitc.

I hc h<,ta eiii Iho1.a O i i i e s i i i i j tiii>. ;i :iiiniliici:ii- a granifr ellhenié- , . , r c I . i I . si<l.? o!iiil:~rc- i~icis rssa iioiti riiemr!ravel.

Quando os I~rimeiri>s alhorer: <!;i alirora ciitiirçaranl a tingir o i~.r;~<,.i!e, r i i t i i i l <P iitiia salva de '1 t ' i i n i c r - iiriiiiciros accnrdes .. > . r i a philartiiciii'ca 'b.-;i!. qn? eiii ali.i,i:l,!:i l,;~.~.w,i! ;I ;~ewc>?rc" lr>rla. as iiins :I;, ci(1aiIc.

L ) ; ~ 12 rir, Agosto. - Foi graiiiic 3 -iirpric:i iic tolos, qiiaiido ao ea~,;rcrxl l,:~ra 2 5 rt~a; n o t a r : ~ n ~ a <>~~igii!:tl!<lacle , I ; , c~n7i2n1eilta~?o <Ias "lf'.,l,n':.

:\ Iqi,niln;i:i ciiia<lezita, com<) :i ii,ni\;i i lu i ,i, vestc ~,:~i:i a fes- ta iiul,clai, al,rcsentaya-se mliertl di. flx,tes. (Ir palmeiras e baridei- ras tiiulticnrcs, d&x& f-tk -Mf. jynb ac& el>eiiSU1. o pau i - l~,;,,, ~<ili,l~i;::ii. !\c :,ia% trati~inrrr!.rrali?-ic ?,ri !oriq>s imsqlles ~r ,n ibr i~~s , 1>i la I)!-ufuiáo de jnlnwi'.:!?, c,~.ins íl-<i!irlc.: <e llllialll num irr,ladeiro aliiaq<~, dando a ir1i.a de un? grantl,. a x o de triumpho.

.\os 111ho~ dos asscnn:I!~;:va-se o humilde villarejo a unia <idarlv encantada, clessnc rle ijur .aci icr:i,ii as histerias d a , , \ l i 1 v L ' I I I ~ Xoitc'.".

( 1 o s - Reunida n l>,~ln~lvCti lia pr:,qa .\i:i:iir~i!i-ir Uar- roin, i cc!i,l~,rnrla a i i i i . ; ~ ~ r:itii~inl. , < ' r i i::!slri ii-i;iiluiiii ~ \ g i a . \-igario <::: l>ai-r,c~i~,,

,y,,r<,li eisa occisiáii a I>a~ii!a irli-al. qiie ze ixliil,lii de uiii- fi,,,iii. ljrx,icu, f:,ct<i i i i x i i i i di ~píi.:-<,i i i i ; i (~'or~,.~i!v~i<i~t , > < > r ! T ~ O ~ < I S po-

. . . i;;:, t c . , , ! L l ç ~ , ~ . i i . l ~ ~ ~ ~ c ~ ~ t : i ~ : i :. v : ,n !:a::! x~uitio. il,.!lci r 1 ~ -

,vIbtc,:t,a a v , , t ~ ~ ~ . ~ l r ~JII, r ~ i ; ~ <c : L < . . ' , . ' : ! , ~ I I I fehtividit,l~\. ~ l c u i ; i i i o <, , , , ~ s ; ~ ~ , > 6.riiiiiils.. < , i . i . I : Rr?ini<las

que. ~ ' o r Decreto <lesse dia passarant a deriomitiar-ie "Martim Af- fonsi,", npresi!ltararn-sr iicssa occn.iiá<, nnifortiiizados á seineihan- $a das alumnai da 15-cula Niiriiial <Ia C:rl>:t:il. 6 , que iriiliressionou agradavelniente.

~llaesfro L;i!i<ardo Roi<rdut. - h s [estas aiionsinas de Cana- néa i:ritiiarani pela [alta d e recursos pccuniarioi r nisst, r epous a grai~clr in~l><irtniicin <i~ic t i uciicl<> lciad;i. ;i v f f ~ i t o corit ri",

I>rillio janiais nprtciarlo ria localidade. I'ui unia c<~ninieiiioraq:io genitiiiamente popular, á ella se asso-

<-ial.<lii rlcir>t:i~l:i:,irnte eletlii i:t<is cxtra~ilin.; i locali~la<le, cotiiii o esti- i i i : i< l i i rliai,$:ri, ;i. lbtl,~ar,!o I h ~ ~ ~ r , i n t , ~ I I ? , I?'?,, \< ' I 310 illt~iitq de ljrc. ])alar a coriioraç5n rnusic~l para tijdrx os actos cniiin dr prestar o seu valitisu c»~icur:o i, ~olciiiiida~ies eiii luii\iii- i Virgem dos Saieyaiite-. <!ti? cnii~tituiatii piirtir <lu prugrariiiiin das f e s t a affon. sinas. cririi>loz o Hyiiiiir~ (10s Ha~ideiriintes, letra de Paulirio de h l - iiieiil:i, par t ;~ i ' io 1,::i.a C:aii;iiiSn algiiiis dias antes. ;ici,ml,anhado do sr Jiis; !:r:i~içn. i!~ie " ~ ~ ' i t i i ci,iicr>rrcu Inra n f i i l iili,rriaç.ii> <I« Iiro- ::r;tliliu;i ~ A C : C L I I ; \ , I S I .

'!'ii<lr,. c< i i i i~> iizeiiios it.iitir, srrii attender aos sacrificios da via- gcn1.

i!ir~i~q-ll<~nciio iio rJhciisro. - r\'' 14 horas. grande era a niasca i*>:'u'i~r agli>iiir-rn<Ia ria yr:içri <la Matriz.

! 1 ok!isco. ro l i~r to de flores, continha as duas placas <le Iironze, c i i i o texto <:>ti aqsirti rcdigiilu:

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92 MEMORIAL DESCRIPTIVO

Todos os alumnos formaram em volta do obelisco, precedidos pek b n & d e musica já então sob a regencia d o maestro Bourdot.

A =onvite do prefeito niunicipni, aproxiniaram-se os membros das comissões , convidando o governador da cidade a senhorita Aida de Alrneida, para dcscol>rir as p l ~ i s . o que foi feito coni toda a so- lennidade perante os representantes do Governo do Estada, membros do 1.nstituto Historico, re.presentantc5 da iml~reiisa e de niunicipios vizinhos.

Nesse moiiicnto foi tocado o Hyiiino Nacioiial. findo o qual foi dada a palavra ao Dr. Antotiio Paulino de Nmeida, em nome da ci- dade de Canaiiéa.

.4 seguir. eni lella allocuq50 si>l>t.c n <lata, <liscursou o dr. Ed- iiiuiido ICrug, reliresentarite d o 1,nstituio Historico de S. Paulo.

Falaram aitida os srs. Josino Carneiro. rili nome da mocidade catuiieense e Fidencio do Valle.

Pela banda <Ie riiusica loi rxecotadii pela primeira vez o "Hyni- no d<is F3andeiraii!cs". <:antatio p o ~ ~ l i n i ; dc trcrciirai vozrs. , \ I prrninailri r > aito, <Li,rigirairi ,c ,,i prescriies para :i% I*~cola- Keiiiiiilns, onde f<irniii os,m~,iii!>r<>c (I:,, ~ i ~ ~ i i i i i i ~ ~ < ~ c ~ saudntliis por tini dos aliiiiini>s. rlesrilr-olri~idii--r ;iiti<ln nili Iniir:<, programoia cscolai-. dcl13is do que ri.gic-snini~i !,;ira a iii;i(:i $ 1 ; ~ hl;itrií i i r i nio:?irnto eni que. ,li. pssagi.tii 1,zra ,, Sul. V,~~:L,X w,l,re i , <iI,i.li-:o I I J ~ I . . aviáu dn ,cc<:,,,<l<,~''. l ~ ~ , c : , , j ~ l , ~ ,,.rr:, ,>.; ;,,.,,:,t. < I t > , I : . \ , c , , , , , ,,O!I<~!X+ 5ol,rc os f < , s t i : j i ~ s .

>{I;.>IORIAL DESCRIPTIVO 93

19 Itoras. -. Nos salões da municipalidade realizavase sessão mag- na, presldilla pelo dr. José Torres de Oliveira, que ap0s brilhante Uk proviso dá a palavra ao dr. Paul:no de Aimeida, membro do Imti- tuto. que recorda os factos mais importantes da historia de Cananéa.

Encerrada a memia, pelas 21 horas, dirigiram-se os membros das coiiiniissóes e prssoas gradas, para o cáes n~unicipal, onde em- barideirado em arco e profusamente illuminado se achava o paquete "Piraby", sendo reccbi<los no portal0 pelo agente da niesrna. Sr. Pau- lo F'aiva e por toda a officialidade á frente da qual o seu coiriman- Jante. capitão Guilherme Ferreira.

I~itro<luzidos a Iwrdo, deu-se logo começo ao grande Ixilr com qu? iquzlla Conipanliia se associava ás ioleniii~lades, sendo, a se- guir, offerecida uma lauta mesa de doces aos coiividados. Em bel- lissiiiia allocução, fez-se ouvir o nimmandante (Aiilherme, que du- rante longo tempo prendeu o attenqão dos presentes, rememorando os f e i t o (b marinha portugueza e dos resultados da exola de Sa- gres, sendo ao terniitiar vivamente applaudido. E m resposta. orou ainda em nome da cidade, o dr. Paulino de Alrneida, discorrendo s+ t r e a iinpirtaricia da tiacegasão t. o valor dos marinheiros lusimtanos, roncl~uintlo por enaltecer o concurso prestado 65 f m k por aqueila C<inipanhia r lernntat~da :iin brinde ao Conde I'crrira Carneiro.

~~

Assim terminavain as cerimonias daquelle dia, permaneceii<lo a vidade feerirrimrnte illiiniinada. ecpe4almente o rnonunieiitu a cujo ::,,!o continuavn desfrai(1ada a I~ndei i -a das conrliiiitas.

i 1.3. - ' ~ g i l i o na exrclli;5il dn ]irojil.aninin traq:ido, ricstc riia realiznva .;c no >lote1 ,Iliraniar o Iknqiii.te offerrci<l<i !,elo I r . N:rio (~';ivn;!i:i. g~>ierii;i~Ior da cirlrtde.

'I'nrlos n; r.nrt6e.i (10 "incriit"', ci>iiio !,,>ta intcressniite. cratii en- C : I ~ I , I S I , ~ S I,>>I~ I,,!):! ! , l?~~t~~c1a)~l l ix rr1n1 vi:,!as ,Ia ri<la,lc <;ir <I<: 111:ares Ili'!< llic~>s.

L", I , I i ! a i : :i,c,lln<i<., Ci ,li, 3\<..,i~(.< de

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94 MEMORIAI. DESCRIPTIVO

cores aacionaes serviam 8 mesa, tendo disciirsado por essa occisiáo, e m nome do prefeito municipal, o dr. Paulirio de fllntcida, offerecen- do o banquete e levaiitando uni liriride dc Iionra ao dr. Laudo de Cainargo. Iiiterventor Federal e111 S3n F'aulii. repres<n+arlo eni todos o s actos pe!i~ cal>. 1:riirDsto bI. Siniiirs. jiiii: $ 1 ~ paz tio i.xcrcicio d<: cirgo de jiiiz (Ie ai-ei:o rla coi7iarc;i. .\<r3ili~reiido. fali>i> o dr. Jus6 Torres de Cllii-,:ira. ~ielos preserites: o rer. ~ iadre Agia, ievantando u n ~ brinilc 5 ridade de G n a n k a ; u sr. C)rozinibo Carneiro, brindando o rhefr do C;ovrrno I'rovisoriii; o <!r. Fa'rnurido liriig, saudands a miillii:r caiiaiiccrise tia pessoa das si.iilroritas ~>reseti,:ei; a senliorita Aiila de Alrncida, aFradeceiido eni nome d:ii tr:e;mas.

13 1io~~z.r - I:e-& c:culni. ii.:idz> !ficar iiiiia I>artii:a de I M ~ sr-holl drrpoi~ ria qiiai. preccilidos pria Inii! i di- inuiica, desfilaran~ os aiunirir?< I ~ i a . i:,:!< da i.i<iar!i, :;;,%ri.r!ei;rli>-ie il?.-Ea hora 30 nov<i riiil~iac.~tiirriti> ,!a< itircl:in,i, quv x m i r n ~ non>.c< ligaiios ;i sua historin.

Ar, sei-c111 a s placas a l : ~ I I I r ! siil>re a ra?5o da ri i i rn iioiiicriclatura e siiii Iigaciio i li:<:<>i~ia rle C:a?iaiiCa. cabeti- <!<i zn ,Ir. l'orrcs , \c Oliveira, discí,:i-:r . i ) l i ~ % ' , I iiacliarri. i\l.irtiiii A f - f o i i ~ o {ir hiiiija r (>E JJanile~l.ii~~li-. i ~ j < l - i : l i i i l i i> f c ~ i : i i i i i!:.ili;5 ,i3 3::

t i x i p<wro tlp ~li.5i~iii!~:i-<iiir. 5 I'izq:, In \i:!:. i c !L aritr<a ri in Hiirrii I \ n i ! I ; ! I : 1 t I I . J < , ? i , L I 1 : i11

I~~iltiiiiiido !\.-iigr. . < > l i r i P e ~ n I.i>l>c~: l'niiiiri,i < l i Alincirln, sol~rc Tris- t2<, de l.)li.:t6i:, I . ,#~x,. f,,ncla<l,,r (I;, ,;.l::,lc, !'?., Lolm (I,-. ,Alcofr.~-

. . rnrl,,. -<- i i pi-fii!cii<, i~iagisir-o<!ii.

hCEMORlAL DESCKIPTIVO 95

feitura, tios salóes da municipli~lade, sendo então encerradas as com- mernora$óes.

Dia 14. - Foi ainda occu.pado em passeios e visita: pelos iuga- rcs Iiistoricos.

IJici 1.5 - Ff f~ure a iqinriente festa em louvor de N. S. dos Nni-~~ai i tec . ( ;:ti,lor rm que íoi ci,ilocarla a imagem lembrara ain- da a chcgada da armada de Maitiiii Affonso ao Bom Abrigo.

S a parte pos!crior trazia uiii salva-vidas c nas partes lateraei duas lindas ancora. rcprescntando ;i esperaliqa. Via-se á frente a Flor de 13iz, i)nil~nlizniidu a realeza. tiido cni fundti azul e prata, em- quatit;) sobre as o~idas eslialhavaiii-si x- iiiu3, as caravellas e uiri galcão. Ao cciitrn. ir gI<,l,o t-rri-(!-r cnrta<li, l i c l i iiliha dai 'ror<lezilha', solire o qual nssentan a lniageiii (Ia Virgem

A's 2'0 lioias. .i :~ripiilaçái~ <Ia ci,larlc. precedida iia batida de iniisi- v.. tliíiyc-<r i!a~.< a re"iii<-iic:a <lo i r . I-;i:.,- de Iloiira, onde sc acliava I ~ i , r : ~ ! t ~ ~ l : i ~ l ~ ~ (li-. I ' : i ~ i l i r i t ~ <Ir Ait~iciO:~. rliiv ilcssn ~n.cas i5~ f i i i i;iiiiln~lo pelos >i. \ ~ i l < ) l ~ i i ~ (:csai de Olii-eira e ci.1. Juirrria! F ~ a g a .

J)r:sa i i i a r i i~ i r i cnrrrraiani-*e as ferias afforiiiriac, regres.wri<!o as ~ o l l l l l :o I;:! ~sit.iii11te. !,aite, iwio I<ilxira (1,. Igua?e. !>a;t<. plo paii:~r'c "l'irati'-", co:i.ií;aridl? ?c iin i:~~aliiladc iilietiai <i <ir. pau- ? . ! l .?'::,i~i'ln

l'elti (Ir. . \ f íoi! i > i7rtiiiiiilt fiii diitril,iiida ao; anii'ns. r,>iiio Ii<,nle- I i I . , 1 . n çc~ i~ i i : t e

C A N t ; Á o . . .\:i i;iitii,a vida cirann 1: . .

, ? . ; i i i pc~r esta r idail , . . , ~ I , ~ J I V ~ . . r?cjr l>r:iia1?2

( ' , ' : l i periiiiiie ,Ir iaiiilni!~.

IL.LLx - a i i ~ á o r!.ili>rida, T-ii :i C O ~ I I ~ I I Z nltiito ii sú, I ? I ~ I frente! i Illia &inl)ri<la, I\' !)eira do Caiidair6.

Quent r l v i x ; ~ t e t ~ I~orizontc:, Leva crn siia iiostn1gi.i ( ' I 1, ?I<!? ? L , v , , , , &I:, ,I,. I ! ; ,

i 1 . \ ; , ~ ? I ~ , ~ ~ : L ~ - , I ,i ; : i>;,!li:,

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'35 MEMORIAL DESCRIPTIVO

Cuiionia - 1 isto Gwol

I.' de Scic~iibro. - Tcvo lugar nesta da:& a comeniorasáo da partida da Inndeira de I'ero l a l m Pinlieiro, consiitiiidu a mes- nw. erii alvorada pela mrporaçáo musical, salva cle 21 tiros e, á s 13 horas. collocaqão ,Ia terceira e iiltinia placa de bronze, que tomou a face sul do obelisco, com o mtiiparecimento dos alumnos e grande massa poliular, sendo prt~tiunciados varios discursos.

J%sa placa traz os seguintes dizeres:

i-- . . I

.\' nuitc, 110s snlóes 'da rriuniri~~alidade, Iiouvr irtiia sessão solen- iie, 11rcsi(Ii<l:~ l>elo juiz' s~il~siiiiitc~, cal,. r 51. Sirtiiirs, s<.iirio [lado n palavr:~ ;icr rlr. Paulino de .hlineida, rliie Icu uin tralslho .;o- t~ re n Iiist<>t.ia < I ? (i.iriii13i.a. seguiri<li>-:e aniii>z<lo baile que sc pri,l«ngoii ate nlins horas (I:, i i i n i I r i i ~ ~ i ~ l : i . cticeri-ando-ie rritá<i as fcstivi<iades, airi- da pur esta occasiáo riim n p iese i i ç~~los oífi<-i:ic? ilo l,a<luete "F'irahy" que se achava alicirra<i<> n o porto.

MEMORIAL DESCRIPTIVO 97

Naquella cidade, cumrnularan~ de gentileza a todos os membros das commissóes, entre outras as seguintes pessoas de real destaque social: srs. dr. Nino Cavagna, prefeito municipal, cel. Juvenal da Sil- va Fraga, cap. Ernesto Martins Simões, Paulo Porfirio Paiva, Fraw cisco de Assis Paiva, Alberto m a r t e Cannas, Joáo da Silva Fraga, &polinario de Araujo, Leodonio Gomes de Moura, Antonio Cesar de Oliveira, Antonio da Silva Fraga, Joaquim M. Simóes, Antonio Ferreira Santiago, Emiliano Matheus de Almeida, Antonio PuMio do Valle, Josino Carneiro, Orozimbo Carneiro, Frederico T,m<les da Veiga, Joaquim Eraga, Isaac Villdva de Almeida, Andrelino de Oli- veira, Fidencio A. do Valk, Joáo Delfino de Oliveira, Ejnesto C. Mendes e Isaias de Moura.

Ao concluir não podemos deisar spm registro especial o deci- sivo apoio que em todos nionientih rios foi prestado pelo Instituto Historico e Ceqraphico de S. l'aulu, nus pessoas não só de ceu dig- no preSíd&te, dr. Torres $e Oliveira, como dos iiiustrados conso- cios srs. dr. .4ffonso d'E. Tauiiay que, sohre tudo, forneceu os di- zeres para as placas, e Nicolau Emarte Silva, os quaes não poiiparam esforços liara o hrilharitisino <Ias coiiimemoraçí,ei em Cknani.a r hem assini do prof. Aprigio Gonzaga, director da Fscola &'rofissioml Masculina, que tão carinhosametite se dedicou á fundiqáo das lindas placas que perpetuarão o arotitetirnento evocador dessa grandc pa- zina rle nossa IIistoria.

S5o Paulo, 10 <Ir Setemhro de I931

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Elogio historico, dos aocios faUaidos durante o anno soeial de 1931, pro- nunciado, na sesséo magna de 1.0 de Novembro, pelo orador official, sr. Spenoer Varnpré

P I : ? i i i il<)l<>:i,-,i i i < i i Jeciirreu o aiino que ora !:ticcrrnrlii>s. :\ l l<>:-

! te, ii:i inina incaiisarcl dr ceifar entre os nic:hoier. L~I~JOII deva..ta!~- (ln ríini o ali:itigc fatitlicti iiiiiitos que ennolirccrrnm os rioscri, nii.

1 iiai;, c aqui ileixaratri, com as refulgencias de seu talento. tima lern hrnr1ç:i iiicxtingliivcl. E agora que a grande sombra de Paz Ihcs en. i.olt<~ii os corpos, Iioçsaiiioi, ao nietios, retnertiorar <i que fiziralii J prln i i i I t i i i : i hiiiii:iria c 1,rln grnrirlc l'atrin riiiiiriiiiiii.

i j ( O i U I 1 1 AI1:NIES

2 ;d

<jii(mi coiiliweu o dr. Jo5o de Cerqueira Meiiries, iallecido nos 7 de Uutuliro, terá guardado a ieinlirança de um cspirito fáo jieiitil como o seu coraqáo, anhos nobres nos impulsos, deniocraticos, cháos, prolu~idnmente Iirimams. Oriundo de velho tronco senhorial dz Ba- hia, pois tiascera eni Satitii .4111aro, riquslir Estnclo. veio a faliecer

:i aos 7') aiin<is, del>i~is ilc niii;i \.ida 150 f < ~ u n , i a ~ p ~ l o trnlniho, quantii

i ç~inol,i-cci<l;i ~ i e l i ~ idears que a :iiiiiiiaraii~. Porl<! dizer-se que São l'aiilr, llic ioi segurirlir tr)rráo. .4 rio.sa ' ~ c ~ i l < l a < l e <Ir Direito, m-

i criniii <I<! tantas Klorins, <~~/,IC~III<JLI-II lxi L.CII:O~U a11110 de 1875, e <lcsrl~ ciit.iri iii;iriifcstuu arluella i.!:ir:i i!:telli-r!icin c ;iquelle illlimiiiado çcii- ** tiiiicli?~~. cluc for:ini coiiio #>i Oois Ii<iloy iiior:ics <Ia sua i ida. .kttrallii~-

1 o a 1~‘lili,.:1. e ~ lc~~~utn i ih~ Ii!iiii;ii.ial scrviu na iiltiiiia e i in priiultiriia ie~i-li'li~r:is <Ia iiiot1nrclii;i. niililnrirlii no I'artirlo (Otiseri-aili,r. Lxer.

! crli .i :ii:iy:-tr:itiii-:i. tfrl i:I<> - i < l i > ! n / z ~l!linii-i]>it! elii Sui-oc?li:r e L)<:sc;il- i

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1W SPENCER VAMPRB

vado. Depois abraçou a advocacia, e se distinguiu entre os niais pro- bos e os mais ilhstres causidicos paulistanos.

Bxreveu uma interessante monograpliia sobre As Ordens Re- ligiozas do Brasil, e deixou muito do seu coração, repartido aos pe- daqos, nos pareceres e arrazoados jiirirlicos com que encheu a vida 'alioriosa. Deixou, tarnbeni, unia Iiiographia de htonserilior Paola I?i,ilrigiies, si)l> o {i~i i<lor~yi i i i~ (1c Orriicio <l'A!,ila,

Pae d e Arthur Cerqueira hluiids, o delicado evocador das Fi. (Jilrar Antiga.r, todo se revia, enihevecido, nas letras dr, filho. E foi urii dos mais bellos esyertaciilos intellectuars de S. Paulo, ver a jo- vem rergontea, tão cedo fenecida, ciiroscar-4e ao tronco antigo que agora tombou.

ANTuiNIO D I N O DA COST.1 BL'ENO

Outro jurista. melhor direi, outro mestre cle direito. que lia de ser sempre recordado com profunda emoção, é o dr. Antonio Dirio da Costa Bueno, ex-~)rofessor e ex-dirwtor da I'aclil<lade de Direito ,de S . f'aulo.

Kaicirlo rm I'ir:<lanionhangaIn, aos 15 dr I~h~zrmhro ,Ie 1854, t . iailri-ido xos 27 ile rei-erriro < I < > çnrrente anrio. desilolirou l a rp i s - sitiia iiirueiicia iritellectiial e rnnral. Tendo exercida a Rresidencia .Ir> Estado de S . Paulo, emliora 110r <:irto ~>~r i r~ r lo , c a I'residrilcia i ! , , Srriaílo <: il:i ( 'i~nirni~s5o Ih'rvctr>l-i < l i> I':irti<li~ 1<c~~11l~licari~~, c111 tiirlos c:scs liostos deiiiunstrou a iiiais ngiirla visão dos factos poli- ticos, o culuilihrio d<r verdadeiro t:st;<<lista. r essa cultura superior, kwmatla l e i + a t t k n n f l t r iim imrhci-'mcrrh, T e o tornava irrevalicavel.

Iia sua qtiieta cidade natal. a ,Itie dciiicoii seniprs ferviiroso culto, frequentnu a escola de hlatiorl Cunha Matto?, e depois o Col- legio Piiidanioiiliatigaliensc, dn profissi,r &liguei José Cardoso. Fei. tos os prrliaratorios veio tiiatricular-.;r na Facul<lade dr Direito de S . Paulo, onde se diplomou eiii 18.75. No anrio seguitite, defendia theses e recebia a horia e a capello. Delegado d r policia, promotor da Capital, juiz de direito ~ubstituto, Ic~tte sulistit~ito eni 1883, e ca- thedratico eni 1887. por .t<>dos <is cariiitihos qiie percorreu, deixoti refulgentes traços de setp raros talentos.

Velho ~stu<iioio dos rlassii:os I:itini>s, niiirl:~ <liiasi ari obuinùrar- se tia rriorte. acordava pela niadriigarl:i. accendia a larnl,a<la estudio- sa. e relia us niaririiiis rscriprtorcs rln latiiiirlsde. Si acrr-scentarnios <pie lia e relia os grandes tiiestr~s <l<r ilircitii t- da l~liilnsol,hia, trrrrnos retratado, emlrii-a pallidr~mclite. a iiiiiiirnsa =abe<lnria l i ir coiri rile iios roiibou a iiiorte.

Mestre elegntlte no dizer, seguro nas explanaçóes, sem grandes surtos oratorios, liias com firmeza doutrinaria admiravel, todas as vezes que interpunha o seu parecer, ou que prelecionava ma cathe- dra, fazia refleciir os discipul<is, que todos Ih'o eramos até a hora extrema.

Retracemos, em duas palavras, a sua actividade politica. Tendo militado rio Parti<lo Conservador, ao sobrcvir a Repulilica, remlheu- se i viil:i ,iriinila. M:i, <rç lideres ropiihlicano~ não lioiliaiii (lispen- sar-llie a collalioraqão. Eleito deputado federal lielo terceiro ilistric- to, assuriiiu, rlir;iois. na I'resirlencia Campos Salles. a Secretaria du Iiitcriur de S. I'aulo, ciir<utleiido a Cesario R'lotta. Rcclcito dcynitailo fedrrai. fez parte da Commissão do Codigo Civil, de que foi relator. Rieleito ainda iima'vez. já então na Presidencia Campos Salles. foi lider da niaif~ria, - iiuliia pliase r,arlatrientar de intensa agita+. 'I'errniiindo o maridato de de~iiitailo federal, foi eleito senador estadual, e, na pre- sirlencia i!n Senado, exercru, de 27 dr Ahril de 1927 a 14 de Jiilhn des- se :ilirio. a pr<,siilencia (10 Estado de S. Paulo, ti:i vaga !>?Ia riioite do dr. Carios ile Claillpos.

I l '>Sí : VIJ:lR.\ COLTC? DE ~ ! . ~ . ! ~ ~ . ' ~ I 4 I I . i l ? 5 ' S! ~ l ~ R I ? ~ ~ I C ~

0 dr . Ji,ii. Vieira Criut,, de ~lagalliáes Soliriniio, ialicci<li~ ar5 3 de Janeiro, ticsta cidade, se distitigiiiu como jornalista e conio advo- ga<lo. Nascido i ~ r i Juiz de F6ra. aos 6 de Junho de 1876, era filho do <Ir l ,e r , l~~l<lo ,\llii.r~o <:rriito <le Ma~al l i ies c <Ir (loiia Zuliiiir;i Ferrei- ra Alv<:~ ('rioto < I i . hlagalliács. Iiiiciairrlo-re, ainila csti~~laritc, i in vida jortiaiistica. cnliio ririsur do "Diario Oflicial", passoir para a redac.

rto "t:mm:- T V &e $ L . I'aelo", i d r it direc$áo 4e C ~ i r t ~ Rikeifo, e depriis de Exloartlo Ilradn c Affoiiso 41-inm, escrevendo apreciadas chronicas sol> o piriu<lonymo de "Faliricio I'ierrot". Foi tanibeni re- dactor da "C\.aze:a". fundada por Adolplio Araujo, e hoje sob a direc- são de Casper I,il>cro, a que lhe soube emprestar scintillaiite impulso.

CARLOS REIS

()tiasi siiiiultanesiiietite fallecerani iiesh cidade dois reilios com- batciites 113s itttas I I ~ i~~tclligcncia: - - <> (li-. ' 2 ~ ~ 1 0 s Kcis e I I sr. liugm~in IJi>llcndrr. Katural, i> primeiro, do Rio de Jiseirri. e i, segilrido rlc I h n - qticrqur, na Franca, i c rlcslxdirani d<i niuiirlo quasi ria rnesrria idade, +ctiiiitn e rirli r scteiita e rlois annos, depois de intenso r iecutido lalrutar.

I i i l~lon~ou se o dr. Carlos Reis, a principio, pela Escola Normal (se S. I'aulc:. c . i!epois, 1iei:r Facddarle de Diriitrv, niaritindo siliil>re ;i

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I P? SPFXCER V \\IF'RR

mais alta ,reputação entre condiscipulos e mestres. Por largw anno, exercitou o afanoso professorado - a priticipio em Lorena, depois no Instituto de Artifices desta Cidade e ainda na Escola Normal, de 1887 a 1897.

Do magisterio se r~colheu á burocracia, tendo se aposentado como director da Secretaria do Interior. Ta~iil>rm gozou de larga itifluencia no., rirclilns maçonicos, aos rluaes pertenceu ininterruptan~ente desrle 25 rle Setembro de 1876, em que se iniciou na "Loja Sete de Setetn- bsn".

I3ugenio Ilolleiicler. nasii~ir, ar8s de Rlnrq<i de 1859, se tor- tiiiu brasileiro pclo rc,raçZo. Fxn iapiinry-, para oiide veio de sua terra riatal, se caiou cotn d. Maria Dias de Altiicirla. e desde então se radicou de tal iorma a sua nora patria. que fui iim dos seus niais iticaiisaveis proliapnr1i:tas. " L R hles'ag!.r de Saitit Paul", jorrial re- riigido e111 fraticcz, I~tii<l:ido ein 1889 e qiic se publiccu at4 Julho de 1924, foi uni eíficiente iiistriimento dessa proliaganrla, toda votada á ~rielhor aprorin~açáo do Brasil i. dn Franqa. Fiigrnio Hollendcr f i i i tioia figura tradicioiiai de S. Paiilo. conhecedor proft ir?d~ de nos- <a historia dr ciijiii ~l~?ciimetitris c curiosi~la<lrs se fez apaixonadu rullmionador.

FR\?u)<:ISCO :II.l-i:S D.1 I IPORl':\ n. \ l iJ l( iS>\ JOR.

11% 28 de Alar(<,, deixou cste niuiido o coronel dr. Francisco Alves da Cunlia Iiortn B a r h a Jsriior, na idade de setenta annos. Xatliral da cidade <Iç Saliará, rni Afinas Getaes, diplomou-w pela Faiiilílade de Direito rle S. I'aiilo, e ~tiilitou na ~>oliticn. tendo occulia- ilo ~luratite três Iegi~lilt~isas C I > I I S ~ C U ~ ~ Y ~ C o u r g o de vereador mutii- cipal de S. Paiilo.

Esturlioso tnorlesto, seguia com o maior carin!io os nossos tra- lialhos. e cm cada oiii < I ? ti& deixou im[iereci,.eI :au<lade.

Incspi:radanirnte, coiri.~dolorosissinia surprrsa. >ir,: c h q u u o re. l:i!i> <!a morte do dr. n t ~ n i o rir Xoraes Barro . i:nlii-r figura de fio- iiietii e de advogn,lr~. Naccirlri ciii I'irncicalu, eiii 5 <Ir J~tllii, ile 1870. filho rlo saudoso (Ir. 3la.ioel <Ir, XLi~rae~ Irarror, fez ali os prinieiros e. titdos na escola do ~>adrc I~~niies e no <:ollegio I'iiacicabano, fiitida- rio por hliss \Valts. Pr<><ey~liti iio ''CoIlr,qio í.'ir!tn .i Sricncia"

ELOGIO HISTORICO 1DS

Campitias, e nos Collegios Morton e Moretzohn, nesta Capital. Em 1887, se matriculou na Faculdade de Direito de S. Paulo, onde se forniou a 26 de Setembro de 1891. Torna então á terra natal, onde vae advogar com o dr. Franciuco Morato e o dr. Manoel da Silveira Corrra, e redigir a "Gazeta de Piracicaba", a que empresta a na- tural cornbativirlaclr de seu espirito. Ein 1894, estaiamio a revolução de Guiiiercinrlo Saraiva, parte para Itararé, 6 frente de voluntarios pauliqtas, com o posto de capitão. Em 1898, eleito deptttado esta- dual. desenipetiha com brilho o mandato, que lhe é renovado, de- pai?. por mais iy~~a t ro vezes. 'l'oma parte activa na campanha ciG- 1ist:i. I>atetirlii-sc liela caiididatura d~ Ruy Barbosa. Foi uni espirho cultci e si~iceru. varão digno de remeiiiorar-se entre os que illiistra- rx r i a sua +oca.

O dr. João Cnelho C;oiiies Ribeiro fallcceu rio Rio de Janeiro ,,os ieteiitn c dois annms <\c idade h l i n ~ i r o ~ wtirinhn-neto de Exiristo rla Veiga. cli~plotiinii-se pe!ri 12acul<[ade ile Direito de S. Paul<i. Pro- aiiotor p~~b i i co crn Haqieritiy. juiz de direiti, etii Kio Bonito e eni S. José dos Pinliars. i i<i Paran:i, i i i terron~~eii a carreira de rn:~gistrado ~ m r a fazer-se acli.ogadu. Kesta cidade, t e r ~ o u ariiias cimi os mais fa- ii~o.i>i ~iiisidicos duriinte <lozc annas Nonieado pelo dr. Lauro Mul- Icr 1>1irri<,ir« olficial rlo Secretaria I>it>lir>thecarir> do hlinisterio dn E i t c i~ i t r , ;ilji>~eiitnrn-se iii..+te riosto. e se dctlicava de novo aos seus e ~ t l i d o liisti,ricos i de direito constitucional. onde grangeou aiitori- dade-. quaiidn a Parca lhe cortou o f io [Ia vida.

Finalnieiite, senhores ,cntre aquelles que a tiiorte arrrbatoii, con- sign:a,e a do socio correyotidente Almirante I<riiesto de Vascon- celhii, m a das mais illustres figuras da Marinlia Portugiieza. Gew gra!~t~o <le notsuel i-alur, serviu fia cotiiniissáo que (leliniitou as ab.iias entre I'ortugal e T.sli:inl~~ pelos rios Tejo e Guadiana. Coiii Hrito Caprllo lez parte <Ia coiiimissão cartographica de Amgola, v rtim

outros traçoii nuiiierwos tralm.llios de cart~prapliia colotiial. J.eiitc I;,i;cola Naval, Secretario da S<iciedarlc de Geograpliia rlr Li-lna.

e <ia lical Sociçrl2rlr de (:e«grapliia iI<i Lonrlres, ti,iiiou parte eiii iiiis- rliplnri~aticas de sru Paiz, e sempre se houve com a iiiaior clari-

-:i<!enria e ~>atriotisni«. Assim, ?(!i cleleyndi, de I'iiitirgal ;til Cotlyres- .,, !I<. II:i':i, t < . i i< l< , <Iiíeti<li<Io os i!! t~i?ss~s ~<>~tr~:'i~<.zes ,,:I ,]~le-t:ícl

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104 SPENCER VAMPRE

das fronteiras do Tirnor, e depois a posse das ilhas Celagens. Ainda trabalhou w la ratificaqáo de fronteiras em Loanda.

O Instituto Historico e Geographico de S. Paulo lamenta a per- da de tão insignes consocios. Recolhe os seus nomes, com veneração e respeito, e os guarda carinhosamente, em lembrança do que fizeram pela civilização e pela cultura huniarias.

Oxalá, nesta hora decisiva para os nossos desticus, possa a mão da Morte puupar as nossas fileiras. E possam os vivos, animados de novo ideal, consagra-ze de novo, com indefesa tenacidade, aos al- tos objertivos que teni feito drsta Casa uni teniplo de patriotismo e de fé.

RELATORIOS APRESENTADOS PELA DIRECTORIA CORRESPONDENTES AOS ANNOS DE

1 9 3 1 E 1932

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R E L A T O R I O DOS TRABALHOS E OCCORRENCIAS SOCIAES DO ANNO DE 1931, APRESENTADO PELA DIRE- CTORIA EM SESSAO DE 20 DE FEVEREIRO DE 1932.

Etii ruiiipri~iic~ito ao diqmsitivo nu 5 du artigo 10 ile iioisor E~tatutos, teiiios a honra de apresentar aos prezados consocios o Re- 1:itorio dos t ra l~~l l ios e iricui iviic.ias siiciací do anno priixiliio i i r i<I i>.

h Dirictoria do Instituto não soffreu modificação algiima du- rante i, anno d e 1931, apeiar das s u ~ e s s i v a s licenças ao Sr. Coronel Pmlro Dias de Campos, nosso 1." Secretario. De accbrdo com os Es- tatutos assuniiu o seu cargo o sr. h. Plinio Ayrosa, 2 . O Secretario, e

-i o deste, ora um, ora outro, dos supplentes. Pode assim desempenhar- C P caI>:~lrrietite de seus conipromissos.

'I'o<los os sei-iiq«s aiiectos á Secretaria 'for;iiii niniiti<li>s ri:iiri,- wniente em dia.

]>tirante o anno <r Sr. 2.' serrrtario conseguiu <>i-~:iiiiznr trirlo arihivo <Ia Scrrrt:iria, pondo-o eni coiidi~i>es <Ir ser consultailii com

toda a facilida<le. Consta esse axhjvo de cerca de 20 v<iltin~cs, assim iIc.;rii:iiinailos : Correspondeiicia I-~cehidn ; Corieil>i>ii<leii<~in cxpcdi-

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108 RELATORIO DO ANNO DE 1931

da; Relatorios e Pareceres, e Avulsos. Esses pape:s resumem toda, a vida social do nosso Instituto.

A Secretaria de~envolveu tambem inbenso trabalho relativa- mente ao preparo das festejos comtiieinorativos do IV.' Centena- rio de São Vicente. Expediu dczeiias de officios e respondeu a avitltado niinirro ile consulta^. d r todos os pontos do F ~ t a d o .

Elniiim, i> exl~e<lie~ite, e! i<li.iitciiii.nte extraoriliriario deste aniio foi attcndido rn i~i a iiiaxima prrsteza r efficiencia.

'4 'l'hesouraria iiiantere-se, ijuaii até » fim ido anno a cargo d o nosso antigo Thr~oiireiro D r !o;$ de Paula Leite de Barrts . Acliatnos inutil insistir sol~re o valor da cooperaçáo de nosso iilus- trr surin benemerito. Ikveiiios coiisigiiar aqui. coin o maior desra- neciineiito e coiii a ~iiais proiuiida aduiiração, u gc,to nobilissiiiio do nh-. I'aula Leite, (loaii<lo ao Iristitiito a itiii>ortaiicia ile cei-ca tle . . . 12:000$iKMl, valor do deficit existente, e caiifado pela falta dse re- celiinento das modestas subvenções, estadual e niunicilial.

AtP a t a ii;ita tiáo coiixguiu a l 'hcsouaria recckr as referi- das suhienqões, curre~poniler~tes nos ailnoc I 1930 c 1931

O I>r I'auln Leite. por niotii-o <!e saúde. foi obrigado a, pro- visoriameiite, deixar o seu cargo, ,<s.iiniiii-r> itit~riiiaiiieiite, o Sr . I'rc~iderite. qiir até hojc o dcsvni;>rrilu.

IGii vista das ilili:ci~i(lnrles iiriaiiii:ir;ic. r> Sr. 'l'heioureiro in- terino totiioii ~ a r i a s ~~ruvi<ietirias. caliarei ile n'squrar o equiliL brio entir a receita e despesa. Assini é qiie, entre outras, resolveu dispensar os kerviços do nosso antigo zrela<li~r Sr . Benedicto .Angelo de Oliveira, iiáo riiais ceder us ntissas salóes ás rrcirtladcs que aqui se reuniam, e a não publicar o x~olunie de nossa lievista.

Para custear as despesas decorrentes da impressão do volume n." 28 <Ia lievista foi tanibeni a Thesotiraria olirigada a dispor de 10 tihilos da Uivida Publica, do 1-alor nominal de 1 :000$OiX) cada uma. No bakncete, t m annexo, encontraráu nossos consocios, maio- res informes sobre o movimento deste deliartametito.

.' C<>iii.r iiiiiiiili:iiii<ii <.i11 1lvI;itiirio :iiili,lirir. <.st:i a 13ihliotliec? do

Iiistituto, aliesar de sua inst:illac;;iii iiioclcst:~. eni concii(i>es de ser coiisiiit:i<la pelos irs . coii~«cius. O 5i.n fichario c 4 rigorocatrirntc eiii dia. acliatiiliiie i ; i rntalti!:arl:ii a< ~ I t i I e v i s i c - c,cl,i<las.

RELATORIO DO ANNO DE 1931 109

O archivo, que jazia abandonado desde a fundação do Insti- tuto, teve durante o anno a felicidade de encontrar na pessoa de nosso prezado coneocio Sr . Nicolau Duarte e Silva, o seu organizador.

Ha varios mezes que esse operoso consocio trabalha activainrnte i ir, tonil>ametitri <Ias mi'lhares de peças enrontratlas cni completa de- sordem. Basta, para se ter uina idéa do trabalho que está seriiln de- cenvolritlo, considerar, que sómente na classe-joriiaes - existem cerca de vinte mil exeniplares diversos. Innumeros são os docuincn- tos Iiistoricos, r e t r a t a , gravuras etc., que deverão ser fichados e guardn<los coiircnientenieiite, para facilidade ile conslilta. A Lhirec- toria, Icvatiilo eni conta náo só a boa vontade do Sr. Nicolau Ihiar- te e Silva, como a i~nportancia do servi~o. resolveri destinar a an- tiga sala das sessfies liara a iiistallaç5o do archivo. Foram toniadas inrias proi-idencias. ape'ar da carencia de recursos financeiros, e- tando certa a IXrectoria que os seus esforços serào largamente mm- pet~sarlix ~ ~ : l o cri<iiriir Ixncficiu que o archivo ~ i r c ~ t a r á aas srs. conscxios.

Corisi<leratirIo que airida ~ s t á o por 'er organizados o i serviços !IP catnlogayão , I < , ~iiiiia malipntliecn e de nocso peqiieiio niuseu, i a r i a I>ir?rtiiri:i, .:i! :,rojcct« de rcfurma dos Estatutos, que wrá, riii t,i~erc. al>rese~ita<lo a assenibléa, algumas suggestnes wpazci de pertiiittir tamiicr~i a sua organizaçáo.

Como já dissenioi, as coii<iições financeiras do Instituto, pri- vado dai pequenas sui~~ençóes ofiiciacs, não permittiram que se pu- IJicasse o volume correspnndeiite a este anno, e que seria o B." de nossa collecçáo. Para esse volume tem o Sr. Redactor da Revista, niaterial de grande valor, co~iviritlo salientar os 12 novos Gpitiilos ,Ia historia de 'lbulraté, que nos foram vnv'a<los j r lo illiistre socio corresliondente, h. Felix Clcisard Filho, uin ilos niais proiuiidos ciinheredores da historia das villas e aldeas d o Valle do Wrahyb , c iarias conferencias produzirias dui-ante as sessões ordiriarias (Se ~iosio Iristitiito. . .

. \ l>ós n resoluçáo t<,ina<la ciii, 1927, a que j i nos i-i.feiinioi em I<dati,r:o :iiitriir?~-. O Qtiadro Social est i pcrfrilal~iriit<~ ciii o r ~ l ~ r n . !>lirarite i , nrilio ioi .rn:iielii;eiite :iiic~iii,rita<ln :i rlasw i!? -cicios

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110 RELATORIO DO ANNO DE 1931

effectivos, com a acceitação de novos e di~tintissimos cnnfrades. A leitura que o sr. secretario fará da lista geral dos socios, permittirá a apreciação perfeita do estado actrial de iiosso Quadro Social.

Ih ran te todo anno social forani realizadas as sessões regimen- ties, (luas extraordinarias e a sessão magm para ser lido o elogio dos socios fallecidos. Ar sesi«cs extraordinarias foram cnnvocadas. uiria para se miiirnernurar a passageiii do primeiro centenario do riasl.'nierito de Alvaips de Aze\cclo, e a outra para ie ouvir a lei- tura ilc uiii tralialli- do iimsci cotisricio ! Ar~iiando de Arruda Pereir21. A nossa vida social durante o alirio c#irrcu, grasas a barr vontaclc de todoi, rrn plena norninli~lade.

-4 Di~ectr,ria, r,.rifcr!ri*, j2 rcl:!triu cii-Liiiii.-tcincLinla~i~ente eni sessõr. ordinaria:, tornou, rrri iionie :lo Iristitrito. parte activa iius festci<ir realiu<lus c111 a eili 1931. por <~cc;lsião da Imssa- geiii d ~ ) l V D ceiiteiiario d» aportaniciito da frota de blartirn Affon- o :i 1i;iliia ilqui~llzi cirlailç litorariea.

1)ei.e o Iiiititutii au »r. Antntiio Paiiiirio de Nnirida, iiossu il- Itist~e ion~or io , o siiccesso <Ias ;,rovi<ler;cias tornadas.

O sr. Presidente. acornpanhailo de vario; socios, foi a Camnéa asiktinde, ali, a i d a s as soletirii<lades. iticlusire á inaugiiração d e um moniiniri?t,> ci>iiiniznior?tiirn, no i [ : in l i r~i niinqta 1iiii;i krlli~sirnn plar:i < I ? liroiize, offertn (lo Institiitri

Coube ao Dir. Affonso Tatinny a iiicu~!il~ericia de redigir o texto gravario ria placa. E' intitil dizer que este nosso consocio se deçeni- ~!wlhori do encargo ~~ril~iaiitissini:in~~~~fi!.

A's altas autoridades de Caiiariia, <111e, coni tanto carinho, re- crheratii os represetitantcs do Iiistiiuto, ii sr. Prçsid'eiite mandou que se officiass?, apbs as f e L i r i ~ . l ~ < l ~ ~ ç , a~i.iili.i.eiitIii w extraorclitla- rias h ~ i i i i c ~ i ~ e i i s qiie rim prcstai-~itir. -

f EK'l'E'NrZliT<! l nl:: S . i O \:I CF,>,"r;E

.'i' I)il-icicii-i:i Iiis!iiut<i cuiiii,liiido t,bi,iar :i, necess;ii-ias rlei:i.ini {:ara a r,iiit!i<:iin c~.iliiiiieiii<~iãc;ii, dir TV." ci~,itcirar:o r i r São Vi- ,.'\-11tc. w ~ I ~ . , o ! I iin1;1 C I : , . I I ~ ~ + ~ c,n~!>~~is,,:t ,, c,,>~~~!,s,-t:i (10s 5t;gui~~tc; C ~ I I -

RELATORIO DO ANNO DE 1931 111 I

sacias: Ms. Torres de Oliveira, Affqnso de Carvalho, Affonso Taninay. Eurico de Gles, Renato Gziimaráes, Alberto Penteado, Spen- cer Vatnpré, Kicarrlo Sevcro, Rocca Dordal e Plinio Ayroça, para resolvereni sobre <i assuiiipto. Após varias reunióes, que infelizmente não foratn assistidas por todos, ficou assentado que o Instituto, em vista da situação politica do Estado e das difficuliades financei- ras do tiioinento, faria realizar uma série de coiiferencias, sobre themas approvados pela corniiiissãa, eni sua séde social, e provi- denciaria, junto ao Governo Federal, para que fossem emittidas uma série de sellos postaes e uma série de nioedas, ambas comine- morativas d o 1V.' centenario de São Vicente. Diante da impxsi- bilidade de attendcr a todos os srs. consocios, rrn optimas condi- qõcs de realisnr ninfereiicias viceritlnas, a comrnissáu, por sua niaia-

! ria. fez a escolha do;. confereiicistas. A lista desses conferencistas foi l i ia , a l . 8 ~ judiciosas cotisidcrac$ws. cni sessão otdiriaria do 111s- tititto.

Feitos a s ronrites aos <lign<is consocios escnlhidos, alguns. por mntivo cle forqa m:iior. exmuram-se, sendo eiit5o. !ocr>. itilr:titiii- do;. Eni Novenihri, cstava definitivamente organizado u quadro dos or?,lorc:. Er:i cile cr,ni~~ost« dix Srs.: Drs. Riardi , Sevcro. Ai- friiiso 'I;iiitiay. Alir<iilo Ellis Jliriior, Ctc. Eugenio de Castro, Pailre I:iota (;entil, José Carlos de Macrdo Soare., Affonso de Carra- Ihii e !:rariri~<j rlc, .\i-sis C-arrnlho Franco. Ao (Guverno Fedrral foiniii <.ririail<>i. cnili o nitxili<i raliosissirrio do L)'r. !\ffonc<i 'I';LII- na?, t ~ ~ I i > s OS clesenhos e rqirodiicção de quadros historicos. qtie o Institritr: j;;lgc+i: rni~ecc<!oles de scretn apreiritzilri, ria c<iiiicrçio rios sello. c tiioedac,

I\' ~n<,tlirla ,lti<, esias l>ro~iclencias craiii toiii;irI;is, a. Direciiirin rx!>e<li:i larga copia rle nfficicis, ci>nvidaii<lo todm os In-titiit<,s I l i>- toriros do Brasil a assistireni aos festejos vicentinos e p~diiido que e I scss6es iiiagrias cm que fosse cornmernuraila a gr:itiríi: <lata ~iaiioti;il. A,lxisai ida carrncia de tetnpc c de recursos iiiatrriacu, est i c c , ta n Direct«ria de que fez o quanto lhe era possivd fazer para <111,: O Institiito llistririro estrjn selnprc' a frente de todai n i c,>ii,ini~iiii,raqiiP' qne se ~ > r c ~ j ~ c t â n l .

11 .i . . .i rliic siia : i c ~ & "nu fosse dcivia<i;i ~ io r solicitaçáo de iiio-

mr.rit~t. !<:ir>li-eu t:iriil>riri a ç<>rntiiissão qiic o Instituto, datidu citiii- i a :,cu a apl>rc>vail;>, não tr>iii:iria parte nriii-a ctii i l , ~ : ' ~ +p<. r outr;-c nint~ifest:tçríec de rolirrtlri~latlr~. qirer ~iarticiil?- I : r i . r iiinral iieiitr i c aiioc;n~-c a toilai cl!;i- c r i l l ~ :i > ~ I : ~ X ~ > I T : ~. in~-cri~Ia~lc~.

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112 RELATORIO DO ANNO D E 1931

Esta Abia medida permittirá por c a t o que a nossa contribui- ção aos grandes festejos projectados em todo o Estado, seja serena, cuidadosa e efficiente, poia as nossas aitcn$óes não seráo desvia- das do pmgramma que nos propuzemos realirar.

CONCLUSAO

Sáo estas, srs. consocios, as informações mais importantes que temos a relatar. Si drsejardes maiores detalhec, ou novos dados, sobre a vida social de nosso I'nstituto, podereis consultar as naasas actas, onde estão registrados todos os aspectos de iiossa actividade durante o anno de 1931.

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RELATORIO DO ANNO DE 1931 113

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RELATORIO DOS TRABALHOS E OCCORRENCIAS SOCIAES NO ANNO DE 1932, APRESENTADO PELA DIRE- CTORIA EM SESSAO DE 5 DE MAIO DE 1933

r conwc70s

Etn compririicntn 30 (Iisposto no art. 21 § 5 , rle nossos Estam-

!; tos, tetnos a honra de apresentar aos dignos consocios o Relatorio dos factos ocorrirlos durante o anno findo, e relativo á administração do Instituto.

DIIt I5CTOlll A

A Directoria, citjo matidato terminou com o nosso anno social de 1932, nianteve-se sempre, em franca actividade, proourando dar todo o ~lesenvolviniento possirel aos tralralhos <lo Instituto.

i SECRETARIA

A secretaria, como nus annos atiteriore?, esta em dia coni to- dos os srrviqos que lhe .tio affectos. não existindo papel a l y m que depericia de clesjiacho ou encaniinhaniento. :,

(.bs clois secrctarios, coin suas attribuiçDes perfeitamente n ta - l>elecidas, têni-se m~nt ido consiaiiter~gnte na séde social para at. teniler a<:s S T E ~ ~ ~ f i s o c i o s tkxn cunio aS pessois extranhas que nos visit;iiii. 0 livro <I? aclas, rigorosaniente maíltido em orcietn. attesta I>ctri r > eiiorço do :r. 2 . O sesreta$o.

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116 RELATORIO DO ANNO DE 1932

r.

O Dr. A. Vautier, beni conbesido pelo seu extremado am6r a esta casa, prestou B Thesouraria grandm serviços. Todos os reci- bos de mensalidades e joiaq tem sido preparzdos e envia~los ao Ban- co Commercio e Industria com perfeiva pontualida<le. O resultado de varias medidas financeiras arluptadas pela Dirertoria. e postas ein pratica pelo sr. Thesoureiro, j i pcrrnittiu, sein auxilio qualquer dos

1 !

poderes publicas, que firesseinos a impressão do roliime 29 de nossi &vista, e que mantivessenioi eni f~incciotianir:nto os varios departa- iiientos d o Instituto. O balanceie que vae annexo d a r i aos srs. con- socios perfeito conhecimento doc trahalhos c estado da Thesoura- I ria. Está ali bem claro que, apezar <Ias perturl>aqi.es politias e do estado de guerra em que São i'aulo se inatiteve durante tres me- ies, pôde o Instituto cliegar ao f im ilu anni:i social cnm o saldo de h. 3 :541@00 que se destina especialmente ao custeio da iiiipres- são do volume 2 9 . O da Revista.

Fstc ilepartametito. já organizadc em arinos anterii~res. niante- ve-se durante todo arintl á dispnsiqáo ilos s r 5 cnnsc~ios. p attendeu a não ]>equenn numero de consuleiit~c iliiistres que. coin autoriza- ção da Dirmtoria, puderam con.illtar livros e maplias com grande proveito.

A' generosirlade de varios consac'iis, d e n t o o5 qmes q u e r e m destacar o Ih. Fxlniundo Krug, e a perfeita harmonia que temoa niantido com S»cieda<les congeiirres, <leveiiios o eiiri~~uesimento no- tavcl tle nosso acervo de livros, iix~lrpas e revistas.

F o i iniciada ta~i i l>~ni a wtali,gação systcmatica das cartas geo- grapliicas o que 1)erni:ttiri facil consulta a vniioso documentos car- tographicos. que até agora se mantinham (luasi inaccecsiveis aos sn. coiismios.

Confiado p.m Iv,a hora ao iinsw, 2." Secretario, o Museu e o Arcliivu <lo Institiitri teráo aEorn <Irfiiiitiva e p r f e i t a organzaqão. Poucos dos srs. cnns&ios ~x><lcm avaliar o qn~aiito il? e; for~o. tempo e hoa vontade estão exigindo esses ttalraihos. AcciimuÍados durante 37 aiinni papeis arrhivndo* rlc t<?ria ;i rs>wçi:. s i i njiora se está pto-

REI.ATORIO DO ANNO DE 1932 117

cedendo ao tomhmento de quanto pos:uimos. As collecçóes de jor. naes é talvez a mais rica de São Paulo, mas jania:s fôra ordenada e menos ainda catalogada. C m satisfaqão vê a IArectoria que o sr . 2.0 Secretario trahalha com afinco para vencer a immenra desor- dem que reinava, nias sente-se tatiibeni entristecida porque os seus recursos financeiros não pertiiittem cooperar com o digno archivis- ta, dando-lhe os mnveis, modestissiirios embora, para alojar os va- liosi>s volumes de jornaes, revistas e documeiitos de toda especie.

Cuii~pre notar ainda que, devido aos esforços do 2 . O Secretario. fora111 recolhidoi aos archivos, todos os papeis, nianifestos, e objec- tos qiie se relacionani coiii CI mriviniento armado de 9 de julho de 1932.

n rxn tempo ol>l>ortuiir> c»nhecer.'io os srs. coiisocios valor des- sa iniciotira

Coiiio t Iwr ilcniais ~ab ido , coi~be ao In-titiito dar brilho defi- n i t i o e empolgaiite ás rr>riinienioraqóes do IV." centenario viceiitino.

O cri! piograiriiiia frii cutiiprid« inteiramcnte roi110 fica hetn c . l ; i i i , i i o i:,,iiiiiie L<!.' (Ic nossa Revista, dedica<lo a esuai carnme- inorz~óec

REVISTA

;lpesar <I? iii,rsas graiirles (lifficuidades fiiiaticeiras, desampa- racl<is corno citamos. totaliiieiite. de qiialquer auxilio dos Poderes FuI:!icoç, cfoweguinm inkisr ii irripressáct rio votuiile 29.3 corres- lion:lcnte a 19.32. r que <Icntr<i ile ~>oiico estará lias iiiá<is de iiosso: coiiucios. Par;: ii i,oli?ine 30. temos já grande cr~pia de trahalhos De nrcôrdo coni nossas iiecessidades, reiolveu a Directoria estate- I K C ~ ,]>reçns para os varios volumes da Revista que possuimo6 em stocks, preqos modiios, pelos quaes os srs. consocios e pessoas ex- traiilias ~iorler:ío os adquirir do Sr. Thesoureiro. Dessa fqrtiia fi- carain siisliensas as doações de volumes atrawdos, salvp para as so- c:eiln<les <, bibliotheras qur riiatlt<.ni !irrinuta ile piilrlira<;ízs coninosro

Oigaiiizacir~ de ha ni~iito. iira ctii ntiiiexn i rrlaq5o geral <le tios- sos ~orios ai6 .3l de ikzeriibi-n de 1932. para ei-atne dos interessad~>s.

r , i." Sc~retariii «rg:inizoii coni todo i-iiidado essa relaqáo por iliias íoriiin.: ~ i i i ~ lwr < r í I $ ~ i alphalxtica. e outra por orrletii

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RELATORIO DO ANNO DE 1932 i

RELATORIO DO ANNO D E 1932

7 socios benemeritos 31 " honorarios 76 " effectivos

- I .i6

IIOVJMEN'I'O A.RhI:IDC) l)E 9 T),E JIJLHO

VIllA SOC!:?!.

Iniciada a 25 de janeiro. dccorrcu iior~n;iii~iejite a vida social, com excqi$ão do tempo qiic duro11 a guerra de 1932.

I Eis, srs. consocios. o que no, parece digno de relato. Quaesquer i oiitros esclarecimentos serão dados cnin .i niaior Loa rnntade e

! prçsteza.

I .I i l IKECTORIA

I

. .

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DIRECTORIA E COMMISSOES PERMANENTES

D I R E C T O R I A

....... PREFLDENTE P E R P E T U O Jnri Tnrres de Oliveira

. . . . . . . . . . . . . . VICE-PRESIDENTE hiioiiso José d e Carvaiho

........ PRIMEIRO SECRETARIO Pliiiio hlarsucs da Si:va Arrosa

........ SEGCXDO SECRETARIO SicoIzÍc(~ Ouarte Silva

PRISIEIRO T H W O V R E I R O . . . . . . n r t h i ~ r Vautier

. . . . . . SEGCNDO TIIESOI'REIRO !,,io Eaptista dr. Campos Aguirra

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O R \ D O R !"-i Soares de Mello

DE R E G V ~ , , ~ ~ { E N T O S E KS T.. \il,TTo.\ E DF. AVALIAÇAO DE O F F E R - TAS E DONATIVOS: - i;ranci.c,> d,: Saies Collet e Silva. Arthur \-;iiitirr. José Carlos dr Ala!' l>a Nnatlrira.

D E SYNDICANCIA E AT>MISSAO l>i( SOCIOS: - Aiionso José dc ~ ; ~ ~ ~ ~ l l ~ ~ , Ricardi, Gti~nb!et6~ii Dauei*, Aritiiiiio de Novaes Mouráo.

DE REDACCAO DA " R E V I S T I " : - Plinio Marques da Silva Ayrosa, .. ?;icoláo Duarte Silva, Ilacio Pires Correia.

D E HISTORIA: - i2fforiiu d'llscragriiille T;iiiiiag, Djalma Fnrjaz. J09C Soares de Melto.

D E GEOGRAPHIA: - Rirardo Sevrro, Alipio 1.emc dc Oliveira, Aifredo Ei!ir Junior.

D E CONT,\S: - Marccll<r de Toledo l'iza. .%rniar,do de Arruda Pereira. 103% Baptirta de Ca~-@s .\giiirra.

I N D I C E

Pnc. C.4l'ITLLOS 11.1 (~i:Ol;RAFIIIA P H I S I C A -!c p.\c~,!>

(,CotistituigZo gcol'%ica-ttiiiierd~~ica. Orogiaphia. HJrograpliia.

i l i r r?) - .lJf.~...r.. :I. de !:,,:iros . . . . . . . . . . . 5

SA(> PACLO. HEKCO T)A EPIGENHARIA KACIONAL - Ar- . . i.iai,ilu <ir I i ,!<i 1'8-r-< iro . . . . . . . . . . 61,

K I ~ ~ I I N I ? C E N ( ' I \ S i)!< PORTO Fl:I.IZ - Viri.ilIc Tiiciri~iiin Lrssa 77

JIE\liOr\l.kI. I I I ~ S ~ I I I P ' I ' I V O DAS FESTAS CO>IMEIIOR!\TI-

t 7 1 l> í> 4." 1F:hT." DO AIPORTAhlENTO DA FROTA I > E

3T.4KTIXl -\I:i:OSS(.~ AO POKI.0 IIE CANANff.4 F: D.4 PAK-

Til)..\ 1 h . j 1~.\X1~l?11?:\ 1112 PEl iO LOBO - ,1. I'. (lc A/iijciiiii R3 F.I.OGIV H I S ~ O R I C O I ~ O S s o 8 c I n s FILLECIL)«S DCRANTE

O lih7NO SOCI.ZT. - Speiicer T<<irnprJ . . . . . . . . . 99 RF;I..4TORIOS I):\ DIRECTORIA . . . . . . . . . . . 105