zygmunt bauman fundamentos socioantropológicos do direito
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Zygmunt BaumanFundamentos Socioantropológicos do Direito
Biografia• Nasceu dia 19 de
novembro de 1925, em Poznan na Polônia
• Após a invasão nazista na Polônia, foi para a União Soviética
• Começou os estudos na Universidade de Varsóvia, mas em 1968 teve de deixar o pais novamente por se opor.
• Passou por vários países, se estabelecendo na Inglaterra, assumindo o cargo de professor na Universidade de Leeds.
• Ganhou em 1989 o premio Amalfi por seu livro Modernidade e Holocausto, em 1998 o premio Adorno pela totalidade de sua obra.
• Hoje é professor emérito das Universidades de Varsóvia e Leeds.
1. Contextualização2. Emancipação3. Individualidade4. Tempo e espaço5. Trabalho6. Comunidade
Modernidade Líquida
Globalização: as consequências humanas
• Paradoxo• Grandes
incorporações• Cidades• Consequências• Conclusão
Em Busca da Política• O comportamento político das pessoas perante o
medo e a individualidade: como isso afeta a máquina social.
• “As crenças não precisam ser coerentes para que se acredite nelas”:
- A questão da liberdade. - Tendemos a crer que pouco podemos mudar.• Se a liberdade foi conquistada, como explicar que
entre os louros da vitória não esteja a capacidade humana de imaginar um mundo melhor e de fazer algo para concretizá-lo?
• As perguntas dificilmente estão erradas, as respostas é que devem estar.
• Uma das teses principais da obra é a de que o aumento da liberdade individual pode coincidir com o aumento da impotência coletiva.
• Questões pessoais não se tornam públicas apenas por estarem em exibição pública... O que pode nos unir?
• A sociabilidade e suas “explosões espetaculares”.
• Imprescindibilidade da ágora.• Movimentos de sociabilidade comprometidos
com a mudança para erradicar a auto-apologia da rendição do liberalismo.
Tempo e Espaço• Comunidade como um passado longínquo, um
resquício de utopia.• Cidade: conjunto de pessoas sem afinidade, que
abusam do consumo imediato e utilizam “máscaras” pois não expõe seu verdadeiro “eu”.
• Quando o consumidor vai às compras, realiza uma viagem no espaço e no tempo.
• Patologia do espaço público: decadência da arte do diálogo, substituição do engajamento e mútuo comprometimento pelas técnicas de evasão.
• Modernidade: aumento do espaço e diminuição do tempo.
• Modernidade Pesada x Modernidade Leve• Espaço virtual: a urgência de ir a outro lugar.• Poder Líquido.• Vida instantânea. A viagem infinita de
múltiplas possibilidades a serem realizadas numa fração de tempo.
• O amanhã é extremamente efêmero e irreal, sendo usado para passar credibilidade e esperança para as pessoas. O homem é sustentado por dois pilares entre o passado e o futuro. Viver na modernidade líquida implica em assumir responsabilidades e viver o momento.
Trabalho• Para dominar o futuro, é preciso ter os pés bem plantados
no presente.• O progresso se sustenta na autoconfiança em si mesmo e
no desenvolvimento. A modernidade líquida é um desafio e uma necessidade perpétua.
• O tempo é escasso e instantâneo, por isso o progresso precisa ser usufruído com rapidez.
• Relação do trabalho: estado sólido x movimento curto.• A ascensão do trabalho: o capitalismo pesado.• O capitalismo leve.• Procrastinação x Satisfação.• A Flexibilidade rege os novos tempos.
Comunidade• A comunidade ideal.• Patriotismo x Nacionalismo.• Comunidade de semelhança (nós).• Cloakroom.• A conquista da liberdade de ação e
pensamento: a busca contínua de realização e auto-afirmação.
• O tempo nos conflitos do “eu” e do “nós” que há na liberdade.
• Bauman é um crítico dos governos neoliberais atuais
• Estes promovem e estimulas as forças de mercado,ao mesmo tempo que abdicam da responsabilidade de promover o bem social
• O Estado torna-se impotente apoiado pelo credo de que “não há outra alternativa”
• Filiado ao partido comunista,Bauman acredita ser o socialismo necessário como nunca fora antes no mundo
• Definindo-o como: “uma faca afiada prensada contra as flagrantes injustiças da sociedade
• Entrevista:http://www.youtube.com/watch?v=FOeCu4-kmA0
O que atraiu Bauman para a sociologia?
“ O que me seduziu foi a esperança de ampliar a extenção e a
potência da liberdade dos atores sociais, oferecendo a eles um melhor insight na organização
social na qual desempenham suas tarefas da vida e que eles co-produzem.A sociedade é para mim uma crítica da realidade
social”.
A liquidez na obra de Bauman
• Refere-se a fluidez,à impermanência do nosso existir. A vida muda rapidamente, e não dá tempo para assimilar nada.
• As relações se estabelecem com extraordinária fluidez,que se movem e escorrem sem muitos obstáculos ,marcadadas pela ausência de peso,em constante e frenético movimento.
Vida Líquida • O que é a vida líquida?• O que é a sociedade líquido
moderna?• Vida precária,repletas de
incertezas,com uma sucessão de reinícios
• Livrar-se das coisas tem mais prioridade que adquiri-las.
• Tudo torna-se descartável e efêmero, seja nos relacionamentos profissionais ou afetivos.
• Predomina-se o desapego em meio à incerteza.
• Sociedade marcada por um aprendizado rápido e por um esquecimento veloz.
Amor Líquido • Os casais são o reflexo da
sociedade,por mais que tentem fugir desse ideal
• Impermanência afetiva• Sensação de “bolsos
vazios”,estamos mais propensos à relações descartáveis
• Busca incessante por um relacionamento ideal
• Fuga das agruras necessárias de um relacionamento,buscando novas pessoas e relações
• Sensação de “bolsos vazios”,estamos mais propensos à relações descartáveis.
• Busca incessante por um relacionamento ideal.
• Fuga das agruras necessárias de um relacionamento,buscando novas pessoas e relações.
• “a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum”.
Tempos Líquidos• A vida líquido-moderna
e seus medos.• A humanidade em
movimento.• Estado, Democracia e a
administração dos medos.
• Fora de alcance juntos.• Utopia na era da
incerteza.
A ética é possível num de consumidores?• O indivíduo que ama a ele mesmo é capaz de
amar os outros • O comportamento ético ideal é imparcial,
neutro• Os princípios humanos são inconstantes e se
definem de acordo com a situação momentânea
• Bauman afirma que a ética sempre está presente nas nossas decisões
• A ética é possível no mundo de consumidores
Capitalismo parasitário• Bauman define o indivíduo atual como sendo o
indivíduo pós-moderno• Passamos a lidar com o ser humano como sendo
um objeto descartável• O capitalismo parasitário se reproduz baseado na
insegurança social e na crença do alcance da felicidade na compra de bens
• O consumismo serve de valvula de escape para os desgostos do cotidiano
• Segundo Bauman, o homem pós-moderno nunca consegue alcançar a felicidade prometida pelo sistema publicitário no ato de consumo de bens materiais
VIDA PARA CONSUMO: A TRANSFORMAÇÃO DAS PESSOAS EM MERCADORIA
- Linha de argumentação;
- Sociedade de produtores (Modernidade) -> Sociedade baseada nas relações sociais e produção dominadas pelo consumo;
- Relações “sólidas” -> Relações “líquidas”;
- “Líquido” é o termo-chave;
- Características fundamentais da sociedade contemporânea;
- Fluidez domina instituições e relações sociais;
- Estabilidade e segurança -> Transitoriedade e efemeridade;
- Crítica ao consumismo;
- Ânsia social do “querer”;
- Destaque negativo deste problema social;
- Eterna busca pela satisfação de desejos insaciáveis;
- Sociedade submetida ao fracasso;- Consumo “líquido” passa a ser usado
para o atendimento de desejos, ao invés de necessidades
- Desejos que “forçam” os indivíduos à busca de certa estabilidade, à partir da fluidez existente na sociedade;
- Todos acabam se tornando, paralelamente, vendedor e produto;
- A auto-mercantilização levará o sujeito à inclusão;
- “Consumismo” é visto como um tipo de arranjo e a principal força propulsora social;
- Junção de vontades e desejos mútuos e rotineiros;
- Compreensão da transformação sutil e perversa da sociedade contemporânea;
- Introdução: 3 casos;
- Ponto em comum: cidadãos são forçados a promover determinada mercadoria atraente (indiretamente escondida nas próprias pessoas);
- Sujeitos que promovem os produtos / os próprios produtos desejáveis;
- Necessidade de manter o trabalho de forma impecável, de forma a atrair o olhar dos compradores;
- Perfil do novo empregado;
- Vida de consumo -> vida de aprendizado e esquecimento rápidos;
- Definida na noção do movimento humano;
- “Subjetividade” dos consumidores;
- Descrição adquire a forma de uma lista de compras;
- Materialização da verdade interior -> Idealização dos traços materiais “objetificados” conforme escolhas do consumidor;
- “Consumismo” -> arranjo social que resulta de vontades e desejos humanos rotineiros;
- Principal força propulsora e operativa social;
- Força que coordena a reprodução do sistema e a integração da sociedade;
- Formação de indivíduos;
- Papel importante na auto-identificação individual e geral;
- Seleção das políticas de vida dos indivíduos;
- Consumo assume o papel-chave, em substituição do trabalho;
- Stephen Bertman: cultura “agorista” e cultura “apressada”;
- Consumismo líquido-moderno;
- Renegociação do significado do tempo;
- Michael Maffesoli: tempo “pontilhista”, marcado por rupturas;
- Vida, individual ou social, como uma sucessão de presentes e momentos com intensidades diversas;
- Vida “agorista” tende a ser “apressada”;
- Impulso de adquirir e juntar;
- Necessidade de descartar e substituir.
ENSAIOS SOBRE O CONCEITO DE CULTURA- Escrita em 1975;
- Revisão crítica do conceito de cultura presente nas ciências culturais;
- Percorre-se um longo período da Grécia Antiga ao Pós-Estruturalismo;
- 3 ensaios distintos;
- Análise das principais correntes de pensamento que abordam o significado de cultura na sociedade;
- Proposta de integração e alinhamento dos fenômenos e manifestações culturais no campo da práxis;
- Possibilitar aos homens a transformação do mundo em que vivem.
Comunidade: a busca por segurança no mundo atual• Liberdade x Segurança.• Procura pelo reconhecimento.• Insegurança proveniente da sociedade:
desregulamentada, plural, flexível, competitiva, cheia de incertezas.
• Solução para a insegurança: segurança adquirida por equipamentos e afastamentos.
• Como chegamos aqui? SECESSÃO DOS BEM SUCEDIDOS (distanciamento dos afortunados). Ricos não precisam da comunidade.
• Comunitarismo é para os fracos, indivíduos de jure, submissos e derrotados. Indivíduos de fato, vencedores, fortes, livres, praticam o individualismo.
• Sociedade meritocrática: dinheiro, fama, ter e poder. TUDO é válido para se destacar.
DOIS TIPOS DE COMUNIDADEComunidade Estética
• Sociedade do mérito e do privilégio.
• Ídolos: esportistas, topmodels e artistas.
• Se firma na manutenção das diferenças.
• IMPACTO MÁXIMO e OBSOLESCÊNCIA IMEDIATA.
• Não tem responsabilidades éticas nem compromissos a longo prazo: VÍNCULOS SEM CONSEQUENCIAS.
Comunidade Ética
• “compartilhamento fraterno”
• Direitos previdenciários contra os riscos oferecidos pela vida.
• Garantias de certeza, segurança e proteção.
• Durabilidade de compromissos, direitos e obrigações.
• Abandono da “justiça social” e substituição pelos “direitos humanos”.
• Justiça requer redistribuição e reconhecimento.
• Excesso de opções = LIBERDADE.• Junto com o direito à diferença vem o direito
à indiferença. • Insegurança impede de se ter uma
humanidade comum. • Projeto comunitário aumenta a condição que,
idealmente, procura corrigir. Solução: 1- igualdade de recursos
2- seguro coletivo
Confiança e medo na sociedade
• Complexidade urbana torna os indivíduos em seres aterrorizados por medos reais e imaginário; sujeitos sós e inseguros.
• Sofrimento e medo originados da precariedade e efemeridade do corpo humano diante da supramacia da Natureza.
• Organização social em torno da busca por proteção e segurança.
• Supressão da importância da comunidade = seres individualistas, com medos e incertezas.
• Supervalorização do indivíduo → fragilidade e vulnerabilidade.
• Perigos modernos dão a impressão de que o caos está instaurado. Única alternativa é se proteger com equipamentos de segurança.
• “Classes perigosas” → underclass.
• Tolerância zero. • Problemas coletivos se manifestam na
individualidade. • Cidade = estranhos convivendo juntos → fonte de
incertezas e medo. • Espaços fugidios, do medo. Ex: Condomínios. →
revelam a “mixofobia”. Busca por “ilhas de semelhança” em um “mar de diversidades”.
• Realidade urbana: MIXOFOBIA E MIXOFILIA simultaneamente.
• “ Será possível suprimir o medo suprimindo igualmente o tédio?”
• Pluralidade de problemas e sensações na cidade: necessidade de respeito às comunidades.
• Conclusão: deve-se contribuir para aumentar a mixofilia e diminuir a mixofobia.
• Sociedade humana se distingue de um rebanho de animais pelo sentimento de compaixão e dos cuidados prestados aos inválidos. Tais sentimentos devem ser levados para além dos muros de nossas casas.
O mal-estar na pós-modernidade• Modernidade• Momento sólido que se iniciou em 1500• Crença na transformação do mundo através da
ciência e da racionalidade• Maturidade no século XIX e declínio no início do
século XX• Crença na razão e de que o mundo e a história
estariam caminhando para alguma coisa• Indivíduos esclarecidos e autônomos• Caracterizada por um alto investimento em
racionalidade, organização e segurança
Pós-modernidade• O termo surgiu a partir da década de 80• O filósofo francês Jean-François Lyotard definiu a pós-
modernidade como “a recusa de narrativas longas sobre as coisas”
• Perspectiva diante da vida e hábitat pós-moderno• É um momento líquido, iniciado no pós-guerra do século
XX• Estado cada vez menor e enxuto, como uma “empresa
ineficiente”• Não há crenças. O pós-moderno não vê nada além do vazio• É esclarecido e autônomo, mas não sabe o que fazer com
isso, pois os modernos perderam suas referências• Na religião pós-moderna, cada um tem o seu deus
• A pós-modernidade é caracterizada por um alto investimento em liberdade
• Foi um processo que foi fruto dos lugares onde a Modernidade se instalou de forma mais plena
• O pós-moderno possui um desejo de ser amado incondicionalmente
• Tudo na vida pós-moderna (e antes dela) é condicionado
Consciência pós-moderna• É antes de tudo a consciência do fracasso• Despertar maldito de um sonho colorido para um
pesadelo• Sonho de um mundo simétrico à nossa capacidade
de organização e vontades• Talvez seja um momento de esperança• A consciência pós-moderna se instala no ser
humano antes de tudo como mal-estar• Retomada de certas coisas• Ideia de que você deve ser eficaz e ágil em todas
as coisas o tempo todo. Se não, estará perdido
• A modernidade foi marcada pela troca de um mundo em que o sistema de valor não funcionava mais em nome de um sistema que produzia segurança no mundo.
• A própria modernidade produziu a consciência pós-moderna
• Indivíduos pós-modernos não conseguem acreditar em nada por muito tempo;
• O mal-estar consiste em parte na insatisfação das utopias
• A velocidade exigida pela vida pós-moderna impede os indivíduos de se estabilizarem e de se aterem às coisas
A pureza• Ideal presente em todas as culturas e em todas as
épocas, variando somente os conceitos de “puro” e “impuro”
• Ideal e visão de ordem, das coisas em seus devidos lugares e em nenhum outro
• “Sujeira” como elemento que desafia os moldes de organização das sociedades
• Hábito que torna a reflexão redundante• Esforço para manter as coisas como são• Exemplo icônico da busca pela pureza : o Holocausto• Mercado organizado em torno da procura do
consumidor
O estranho• Aquele que deve colocar em questão tudo o que
parece ser inquestionável• Não possui status dentro do grupo• Não se encaixam nos mapas cognitivo, moral ou
estético do mundoAlternativas utilizadas contra os estranhos na guerra contra a sujeira:• Estratégia antropofágica, da assimilação• Estratégia antropoêmica, da exclusão
• Turistas e vagabundos são a metáfora da vida contemporânea
• A liberdade para os turistas é a de poder viajar; para os vagabundos, é ter um lar e fixar-se em um local
• Opções abertas• Estar dentro e fora da história e dos locais ao mesmo
tempo• Conectar e desconectar• Arte contemporânea como um movimento utilizado
para derrubar paradigmas e a construir uma nova obra de arte primitiva
• A verdade como certas atitudes que tomamos e que acima de tudo, esperamos que o outro tome também
O mal-estar • Nasce da liberdade.• Tudo “cansa” e nada satisfaz• Procura infinita por prazeres momentâneos que
preencham o vazio inteiror• Segurança sem liberdade é escravidão• Liberdade sem segurança é caos• Incapacidade de planejamento; tudo deve ser feito
rapidamente para que mais coisas possam ser concluídas; os indivíduos são “empurrados” à frente pelo próprio sistema
• Talvez a humanidade não queira ser tão livre
• “Vontade de liberdade”, mas não se sabe o que fazer com ela
• A redução da liberdade dos excluídos nada acrescenta a liberdade dos livres
• A liberdade do livre requer a liberdade de todos
• Quanto maior a liberdade individual, menor a segurança; a segurança é algo com que não podemos mais contar, segundo Bauman.
Amanda BadaróCaio RebellatoFelipe Beltrami
Gabriel LealGabriela LagosLetícia ThoméLucas Dalmolin
Mariana FontaniveMatheus Rios