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ISBN 978-85-7846-455-4
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL DA UEL: INTERVENÇÕES LÚDICAS COM CRIANÇAS
DE 3 E 5 ANOS
Maria Angélica da Silva de Sá[email protected]
Marta Osana Rodrigues [email protected]
Taína da Silva [email protected]
Thaís [email protected]
Marta Regina Furlan de Oliveira [email protected]
Universidade Estadual de LondrinaEixo 1: Formação e ação docente.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral relatar a importância do estágio supervisionado na educação infantil e a contribuição do mesmo para formação docente. Este estudo contribui para nossas perspectivas de concretizar a teoria vista em sala de aula com a vivência realizada durante o estágio obrigatório do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Londrina - UEL, elaborado mediante pesquisa qualitativa com aplicação e investigação de campo. Como metodologia, além do estudo bibliográfico sobre a importância do estágio, o trabalho foi desenvolvido com crianças de 3 a 5 anos no Centro de Educação Infantil CEI-HU da cidade de Londrina, Paraná. Os resultados obtidos demonstram a necessidade de explorar ambientes externos, realizando principalmente atividades lúdicas, atividades direcionadas com o uso da arte e brincadeiras em diálogo as diferentes habilidades e potencialidades das crianças desta faixa etária.
Palavras-chave: Estágio; Educação Infantil; Lúdico.
Introdução
A realização do estágio obrigatório na Educação Infantil do curso de
Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi desenvolvido no Centro
de Educação Infantil HU, localizado na cidade de Londrina-Paraná. Durante o
estágio tivemos a oportunidade de passar por todas as turmas do CEI que são seis
no total do EI 1 ao EI 6, com crianças de 0 a 6 anos, o que nos possibilitou conhecer
as particularidades de cada faixa etária e das práticas educativas das professoras.
Após este rodízio optamos pelos níveis EI4 e EI 5 que envolve crianças entre 3 e 5
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anos para o trabalho de elaboração e intervenção de propostas relacionadas as
brincadeiras e ludicidade.
Desse modo, o presente texto tem como objetivo geral relatar a
importância do estágio supervisionado na educação infantil e a contribuição do
mesmo para formação docente. Este estudo contribui para nossas perspectivas de
concretizar a teoria vista em sala de aula com a vivência realizada durante o estágio
obrigatório do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Londrina - UEL,
elaborado mediante pesquisa qualitativa com aplicação e investigação de campo;
tendo como proposta a intervenção com crianças entre 3 e 5 anos.
A proposta de intervenção foi dialogada juntamente com a proposta
maior apresentada pela supervisora de estágio, no sentido de explorar os potenciais
cognitivos, físicos e psicomotores das crianças, por intermédio de propostas lúdicas
e interativas. Assim, a proposta foi diferenciada, com o uso da arte, música, teatro,
pintura e jogos, porém articulada aos conteúdos trabalhados em sala de aula pela
professora regente. Antes de cada observação foram realizadas reuniões entre as
estagiárias e sempre que possível juntamente com a professora orientadora de
estágio, momento esse que trocamos informações sobre as observações e as
futuras intervenções. Com isso, ao final das observações em sala ressaltamos a
necessidade que as intervenções deveriam contemplar atividades que envolvesse,
principalmente, a ludicidade, a corporeidade e exploração do espaço extra sala.
Diante disso, nas intervenções foram propostas atividades com o
uso de material diversificado e a exploração de variados ambientes da instituição,
principalmente áreas externas, com atividades capazes de estimular a criatividade,
autonomia, habilidades motoras e cognitivas das crianças.
Os resultados obtidos demonstram a necessidade de explorar
ambientes externos, realizando principalmente atividades lúdicas, atividades
direcionadas com o uso da arte e brincadeiras em diálogo as diferentes habilidades
e potencialidades das crianças desta faixa etária.
Campo de Estágio e sua Importância na formação inicial do professor
A dimensão prática na formação dos educadores revela um
complemento da formação inicial, desta forma, o estágio supervisionado, bem
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estruturado torna-se ferramenta de uma práxis na formação plena dos futuros
profissionais educacionais. O estágio na educação infantil vem contribuir para que os
alunos articulem a teoria estudada em sala, com a realidade cotidiana da escola e,
garanta durante a formação inicial docente o aporte teórico-prático para elaboração,
intervenção em conformidade com a aprendizagem e desenvolvimento das crianças
pequenas. .
Felício e Oliveira (2008, p.221) descrevem
É nessa visão de unidade entre a formação e o trabalho que se instaura o início da formação prática do futuro professor na possibilidade de edificar a sua identidade a partir de um conceito de alternância (MALGLAIVE, 1997), que se concretiza à medida que, no período de formação, é possível transitar, a partir do estágio curricular, por entre dois espaços fisicamente distintos e delimitados: A Universidade e as Escolas da Educação Básica.
Segundo Tardif (apud FELÍCIO; OLIVEIRA 2008, p.220) existem três
concepções de práticas pedagógicas descritas a seguir
A primeira que considera a prática enquanto arte; a segunda enquanto técnica e; finalmente, a terceira concepção, (...) que considera a prática educativa enquanto interação que privilegia o desenvolvimento de uma consciência profundamente social, uma vez que os educadores, em sua ação,não trabalham com coisas e nem com objetos, mas com os seus semelhantes dotados, também, de liberdade.
Diante disso, o estágio supervisionado é um período essencial na
formação dos educadores na qual o aluno sai da sala de aula e se depara com a
realidade escolar e seu ambiente heterogêneo, contato com profissionais da
educação e a dinâmica da escola, diversas culturas, diferentes realidades sociais,
diferentes agrupamentos familiares, etc. que contribuem para que ocorra o processo
de ensino e aprendizagem da formação acadêmica preparando para assumir uma
postura de um educador profissional.
Nesse mesmo sentido BORSSOI (2008, p.4) relata
Acredita-se que o estágio precisa caminhar nesse rumo, ou seja, numa visão dialética onde professores/orientadores e alunos/acadêmicos possam argumentar, discutir,refletir e dialogar as prática vivenciadas na escola.(...)Portanto é através desses confrontos que acontece a troca de experiências e onde o professor refleti sua prática pedagógica.
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O estágio se concretiza articulado com a fundamentação teórica na
qual proporcionará ao futuro professor também uma ação- reflexão diante do
cotidiano escolar. Diante disso, as observações, orientações e discussões durante o
estágio fortalecem e direcionam para uma prática pedagógica reflexiva contribuindo
fortemente para a formação dos futuros educadores.
Brincando com as crianças de 3 a 5 anos: da elaboração à intervenção pedagógica
O universo da criança é formado pela espontaneidade, imaginação,
pelas diferentes linguagens corporal, gestual, artística, musical, pela fantasia. O
brincar está presente nesse universo da criança e é fonte de aprendizagem e
desenvolvimento. Por meio do brincar de faz de conta as crianças potencializam a
sua criatividade e a imaginação, fazem representações do seu cotidiano, permite
simbolizar suas angústias e medos dando sentido a sua vida.
Brincar faz parte da infância e deve ser levado a sério por
professores que trabalham com a educação infantil, é no brincar que a criança se
constitui enquanto sujeito, se desenvolvendo social e cognitivamente. O brincar
possibilita que a mesma crie seu próprio repertório e possa expressar suas fantasias
e consiga fazer relação com a realidade. O brincar também é um direito assegurado
no nosso ordenamento jurídico garantindo e consta nos regulamentos e diretrizes da
educação infantil.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. RCNEI (1998, p.28)
Desse modo, é importante contemplar o lúdico na educação infantil,
porém não apenas voltado à diversão e passatempo, mas com intencionalidade que
se faz parte integrante e importante no processo de ensino-aprendizagem. Na
atividade do brincar que a criança tem liberdade para expressar sua curiosidade,
pensamento, linguagem, habilidades motoras e constituir-se social e afetivamente
como sujeito.
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No que se refere ao estágio, vemos que durante a realização do
mesmo pudemos perceber que a educação infantil é o espaço para se trabalhar com
o lúdico, sendo a brincadeira uma das possibilidades emancipatórias para o ensino e
mediação lúdica com crianças. Assim, as crianças brincam e jogam contribuindo
para o seu aprendizado e desenvolvimento.
Para tanto, elaborou-se cinco intervenções para ampliar
oportunidades lúdicas, jogos e brincadeiras de extrema relevância para o
desenvolvimento cognitivo, sociabilidade, afetivo das crianças. As ideias foram
sendo percebidas à medida que o estágio foi caminhando e fomos tendo mais
contato com as crianças, podendo verificar a necessidade pelo brincar, a presença
da diversão nas atividades feitas, as crianças elaboram cenas e problematizam
essas com regras elaboradas por eles mesmos, no brincar encontram vazão para
expressar seus sentimentos e constroem seus primeiros traços de personalidade.
A primeira intervenção foi a proposta de uma contação de história
intitulada O grande rabanete, de Tatiana Belinky. A partir das primeiras observações
percebemos a necessidade de trabalhar com a questão da ludicidade por meio da
contação de história sendo um recurso pouco utilizado pelas professoras. Visto que
a questão do lúdico permeia o mundo infantil e contribui para seu desenvolvimento
integral também propomos explorar outros ambientes, como a sala de teatro, uma
vez que a maior parte das atividades orientadas são realizadas em sala de aula.
Houve a preparação da sala para receber as crianças, com montagem de cenário,
organização do espaço para que todos se acomodarem. Antes que as crianças
fossem conduzidos para a sala de teatro, foi proposto a elaboração das máscaras
pelos mesmos, colorindo rostos de animais (rato, gato, cachorro) para que
pudessem participar da encenação. Em seguida, as crianças foram conduzidas para
a sala de teatro contando uma música utilizada no cotidiano da sala, que eles já
conheciam. A contação de história se deu de maneira misteriosa, e cativante, visto
que as crianças tinham a necessidade de estarem atentos no contexto para que
pudessem participar no momento correto da fala da contadora. Finalizamos com a
problematização da história: sobre a participação coletiva, que eles mais gostaram e
se identificaram com a história ou com os personagens, evidenciando a necessidade
da valorização do outro no contexto grupal.
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A segunda intervenção deu continuidade a história do Grande
Rabanete, decidimos propor uma atividade que envolvesse a produção manual de
uma escultura, pois entendemos a importância de trabalhar o artístico para fins de
desenvolvimento da criatividade, sensibilidade e compreensão do processo criativo,
uma vez que notamos uma dependência e alienação das crianças frente ao
capitalismo exacerbado. Portanto, decidimos realizar com as crianças suas próprias
massas de modelar para serem utilizadas na obra de arte, os ingredientes- farinha
de trigo, óleo, vinagre, sal, suco em pó-, para confecção da massa de modelar
artesanal foram divididos em pequenos recipientes dispostos em uma mesa com
fácil acesso às crianças. Depois de pronta encaminhamos para a realização das
esculturas, primando pela produção livre de cada uma delas, sem a imposição de
padrões de formas verossímeis. Finalizamos com a montagem da exposição das
obras de arte com a identificação das crianças produtoras da arte o grande
rabanete, a fim de que outros colegas da escola pudessem apreciar.
A terceira proposta de intervenção deu-se pela importância de
trabalhar as formas, cores e quantidades envolvendo as crianças por meio de
experimentação artística possibilitando as diversas formas de expressões e
linguagem. Neste contexto, propomos a utilização do solário para a realização da
pintura e do carimbo com as formas geométricas. Separamos diversos materiais do
dia a dia na qual as formas geométricas estão presentes, fizemos um diálogo com
as crianças sobre as formas, indagando se conheciam e a relação com os objetos
do cotidiano. A atividade foi realizada ao som de músicas infantis do grupo Palavra
Cantada para animar o desenvolver da proposta. Encerramos com a
problematização das formas, propondo a elaboração de um desenho partindo de
uma forma inicial e da
A quarta intervenção foi elaborada partindo da necessidade de que
as brincadeiras e jogos corporais são importantes para o desenvolvimento motor na
infância, que por meio da exploração de sua corporeidade as crianças reconhecem o
seu corpo, movimentos e gestos. Desta forma, propomos quatro atividades em
sequência formando um circuito, cada atividade visa trabalhar um tipo de estratégia
de movimento corporal, além de envolver o trabalho em equipe, atenção, percepção
e o raciocínio lógico. Foi realizada primeiramente a organização do espaço com os
materiais das brincadeiras de maneira a estruturar um circuito em que as crianças
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pudessem realizar em um período de tempo. As crianças foram levadas para o pátio
e apresentamos as atividades e suas regras. Ao som da música do grupo Palavra
Cantada, as crianças puderam realizar as atividades propostas pelo circuito,
passando por situações envolvidas por: bambolês; cama de gato; arremesso de
bola, futebol de pano.
Concluindo a sequência de intervenções efetuadas, proporcionamos
às crianças um momento de contação de histórias, em que apresentamos o conto da
“Galinha Preta”, escrito por Martina Schlossmacher. Primeiramente visamos a
exploração dos espaços externos a sala de aula, portanto preparamos a
ambientação no pátio da escola, utilizamos de recursos representativos para compor
a contação, colocando luvas nas mãos para simbolizar as galinhas, sabonetes para
os ovos. Em seguida posicionamos os alunos de três níveis etários para que
apreciasse este momento. Esta história aborda uma temática extremamente
relevante: a diferença, tendo em vista que as classes desta escola têm perfis
plenamente heterogêneo, possibilitando a problematização ao fim da intervenção.
Relato das intervenções lúdicas com as criançasA primeira intervenção foi a realização de uma contação de história
intitulada O grande rabanete na qual as crianças também participaram da mesma
com suas máscaras personalizadas por elas mesmas. Anteriormente a contação
conversamos com as crianças sobre quem tinha animais de estimação e como era
os sons desses animais, as crianças falam sobre seus bichinhos e imitavam os sons
e outros diziam que não tinham animais de estimação ou que tinha morrido.
Em seguida entregamos as máscaras para que elas colorirem
livremente, os primeiros a terminarem colocamos as máscaras no seus rostos e eles
foram imediatamente ao espelho. As reações foram de alegria e começaram a imitar
os bichos (cachorro, gato e rato) e a dançar na sala ficam muito animados.
Figura 1 e 2: Dramatizando a História O Grande Rabanete
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Fonte: acervo pessoal das estagiárias
Logo após a confecção das máscaras levamos as crianças cantando
e em fila até a sala de teatro, um espaço lúdico organizado pela coordenadora da
instituição, porém pouco utilizado. Para a contação da história fizemos algumas
modificações no contexto para que ficasse mais atraente às crianças, que
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participaram e gostaram bastante desta atividade, por terem feito parte do teatro-
história interpretando os personagens. As crianças participaram com entusiasmo da
contação e no final muitas tiveram a curiosidade de ver o grande rabanete que era
uma bola bem grande encapada com papel colorido.
A segunda intervenção que aconteceu no dia seguinte tendo em
vista a memória de curto prazo das crianças e para que a atividade não perdesse o
sentido para as mesmas. Com a intenção de fazer atividades relacionadas utilizando
o mesmo tema, mas com propostas diferentes, propusemos que elaborassem uma
escultura com o tema do grande rabanete, e a confecção da massinha de modelar
que iriam utilizar, explorando os sentidos por meio das texturas, cores aromas dos
ingredientes utilizados. Elas escolheram as cores que queriam e fomos ajudando e
orientando a fazerem as massinhas, momento este que observamos algumas
diferenças de perfis, em que alguns alunos manusearam a mistura com facilidade e
sem receios, outros, no entanto, passaram por um processo de aceitação frente a
textura gosmenta da mistura, possibilitando o contato dos alunos com novas
texturas, e experiências táteis adversas do que é tido como comum.
A resposta das crianças foi muito satisfatória, visto que todos
participaram e conseguiram fazer tanto a massinha. Algumas crianças pediram
ajuda pois não suportavam mexer a massinha e só começaram a pegar a massinha
depois que estava pronta. No momento da realização da escultura levamos
rabanetes para que eles conhecessem, deixamos livres para que as crianças
pegaram, cheiravam os rabanetes algumas disseram que já tinham comidos outras
que ainda não.
Algumas crianças utilizaram os rabanetes para fazerem parte da sua
escultura, ficaram bem felizes com o resultado de suas esculturas e ao final
montamos uma exposição na sala de teatro para que todos pudessem prestigiar
seus trabalhos, com nome de cada criança em sua escultura.
Figura 03: Modelando o Rabanete
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Fonte: acervo pessoal das estagiárias
A terceira intervenção rendeu muita bagunça saudável, tintas espalhadas
pelas mãos, rostos, chão, inclusive no TNT como fora proposto, inúmeras formas
carimbadas de acordo com o comando passado nos momentos de condução. As
expressões artísticas e corporais das crianças foram extremamente marcantes nesta
atividade, a percepção e sensibilidade diante das formas marcou positivamente a
aplicação desta atividade. A proposta do desenho ao fim da intervenção surtiu
resultado tremendamente positivo, visto que obtivemos produções munidas de muita
criatividade. Inclusive, a livre expressão de registrar suas mãos com tinta no tecido
foi visto como expressão natural dessa fase da criança como sendo formas de
linguagem e expressão corporal.
Figura 04: Expressões Artísticas e Corporais
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Fonte: acervo pessoal das estagiárias
Para a quarta intervenção organizamos um circuito, visando valorizar
o trabalho em grupo, estimular o raciocínio lógico, a atenção, habilidades motoras e
o uso de estratégias. Para tanto, essa atividade foi organizada da seguinte forma; no
início colocamos dois bambolês no chão, a criança entrava no primeiro bambolê em
seguida pegava o de trás passava para frente, entrava nesse da frente pegava o de
trás e passava para frente e assim por diante, até ter acesso a próxima atividade,
intitulada cama de gato -uma grande metragem de elástico, transpassada em um
brinquedo contido no pátio da escola-, formando um emaranhado para que as
crianças pudessem atravessá-lo-, na saída chegavam ao arremesso com a bola no
TNT recortado que foi utilizado na atividade das formas e carimbos, voltavam onde
estava o restante das crianças e no final o futebol de pano, que as crianças
realizavam juntas com a colaboração e o trabalho em conjunto para conseguir fazer
o gol sem deixar a bola cair de cima do pano.
As crianças gostaram muito do circuito de atividades
desempenharam bem todas as atividades e se alegraram muito com o futebol de
pano, repetiram o circuito mais de uma vez e quiseram ficar brincando com a futebol
de pano ou passando na gama de gato.
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Figura 5: Circuito de Atividades
Fonte: acervo pessoal das estagiárias
A quinta e última intervenção foi de grande valia, possibilitou que nós
estagiárias ainda que em turmas diferentes, oportunizamos uma intervenção em
conjunto, nos permitindo uma troca de experiência de grande valia, uma vez que
conseguimos socializar nossas práticas com mais de uma turma da escola,
proporcionando para mais crianças uma vivência diferenciada das vividas no
cotidiano.
Os recursos utilizados para contar a história tornaram possíveis a
atenção e descontração necessária para compreensão e entendimento dos alunos.
Esta intervenção possibilitou aos alunos um mergulho no mundo do faz de conta,
instigando os mesmo a fazerem relações com o dia a dia, levando-os a reflexão
acerca da valorização do outro e sua relevância na composição da sociedade, de
maneira lúdica e apropriada para a faixa etária.
Considerações finais
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Ao final do processo de observação e intervenção no campo de
aplicação das práticas pedagógicas, compreendemos a relevância do estágio
obrigatório para a obtenção do êxito na formação acadêmica inicial. Uma vez que
este nos permite refletir, analisar e viabilizar as práticas do que nos fora transmitido
em sala de aula, permitindo unir teoria e prática.
Tais vivências nos proporcionaram crescimentos nas amplas áreas
do nosso desenvolvimento, dentre eles o profissional, inclusive no amadurecimento
do olhar pedagógico não somente perante os alunos, mas também sobre as nossas
relações sociais no ambiente educacional.
Assim como destaca Guerra (s/d, p.6)
Com a preocupação de superar essa dissociação no estágio, é preciso pensar num projeto coletivo de trabalho, desenvolvido de forma articulada, de construção de conhecimento através da ação concreta que possibilite preparar o futuro profissional para compreender as estruturas de ensino e os determinantes mais profundo de sua prática.
Pautados nesta visão construtiva, grade curricular do curso superior
ao aderir o Estágio viabiliza uma formação de qualidade, uma vez que a teoria
atrelada com a prática acrescenta cargas positivas a serem carregadas pelos
docentes em seus fazeres profissionais. Ao experienciarmos o que é ser um
professor nos acresce uma vez mais a admiração e respeito por esta profissão, de
ações penosas, contudo recompensas concretas quando se desenvolve um trabalho
de plena dedicação, assemelhando-se com comparação que faz Rubem Alves
(1980) ao relacionar os Educadores com Jequitibás, sendo estes munidos de
história, pautados em uma fortaleza que são suas raízes, e tornam-se únicos por
serem grandes, marcantes e transformadores do meio que os cerca.
Considerando os relatos anteriores, destacamos a necessidade de
ampliar as práticas pedagógicas nas instituições de Educação Infantil, que se
encontram corrompidas por práticas sem intencionalidade e repetitivas, visto que
apenas um período é destinado para atividades direcionadas, que na instituição em
questão se dá no período matutino, o que prejudica as crianças que frequentam a
instituição apenas no horário vespertino. Práticas estas que denigrem a
característica pedagógica das instituições de ensino infantil, viabilizando a presença
do ócio dando vazão para a concepção da existência de um ambiente para que as
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crianças possam brincar simplesmente, sem motivações e direcionamentos
apropriados.
Podemos concluir que a contribuição do estágio como trabalho de
campo não beneficia apenas o graduando em pedagogia, mas colabora para a troca
de experiências entre o educando e ao educador regente. Esta troca traz novas
perspectivas e possibilita ao educando ter contato com práticas construtivas e outras
nem tanto, e com esse impasse discernir e se apropriar do que pode lhe constituir
como profissional pedagogo em sua plenitude.
ReferênciasALVES, Rubem. Conversas Com Quem Gosta De Ensinar. Cortez Editora. Editora Autores Associados,1980, Guarulhos-SP.
BORSSOI, Berenici Lurdes.O estágio na formação docente: da teoria a prática, ação-reflexão.In:1ºSIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO:XX SEMANA DE PEDAGOGIA.,2008,Cascavel,Paraná.
BRASIL,Ministério da Educação e do Desporto.Referencial Curricular Nacional para educação infantil,1998.
FELÍCIO,Helena Maria dos Santos;OLIVEIRA,Ronaldo Alexandre de.A formação prática de professores no estágio curricular.Educar,n.32,p.215-232,2008.GUERRA, Miriam Darlete Seade. Reflexões Sobre Um Processo Vivido Em Estágio Supervisionado: Dos Limites Ás Possibilidades. Universidade Federal De Mato Grosso do Sul (UFMS), s/a.
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