1 35º congresso - 2014 são sebastião/sp novembro de 2014 planejamento, execução e...
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35º Congresso - 2014
São Sebastião/SPNovembro de 2014
Planejamento, Execução e Transparência do Orçamento
Ricardo Rocha de Azevedo
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George Osborne - Chancellor of the Exchequer (Orçamento de 2014)
Alistair Darling - Chancellor of the Exchequer (Orçamento de 2010)
’Budget day’ – Inglaterra
1974-1979 1983-1989
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’Budget day’ – Brasil
Prefeitura de Porto Alegre (Entrega do PLOA 2015) Prefeito: José Fortunati
Foto: Ricardo Giusti/PMPA
Ministra Miriam Belchior - Entrega do PLOA 2015 ao presidente do Congresso, senador
Renan Calheiros - Foto: Geraldo Magela
Prefeitura de São Bernardo do Campo (Entrega do PLOA 2015) Prefeito: Luiz
Marinho Foto: Oscar Jupiraci
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Evolução do orçamento - fases recentes
1988
Constituição Federal
2000
LRF
Primeiros ciclos de planejamento com o formato atual (PPA/LDO/LOA)
1964
Lei 4.320
Fase pós-constitucional
2005
A STN passa a normatizar o conteúdo da LDO e do PPA por portarias federais
Publicação das primeiras versões do manual do TCE-SP sobre planejamento
1988-2001
Pri
nci
pais
mar
cos
Cic
los
Evo
luçã
o
2002-2005 2006-2009 2010-2013
Fase orçamentária tradicional
Ciclos orçamentários com cobrança eletrônica pelos órgãos de controle externo
2008
Publicação da NBC TSP 16.3 – Planejamento
A LRF define o conteúdo mínimo do PPA e da LDO
A Constituição cria o formato do ciclo de planejamento vigente (PPA / LDO / LOA)
A Lei 4320 cria a formatação atual da Lei OrçamentáriaAnual (LOA)
O CFC publica uma norma contábil sobre o planejamento público sob o enfoque contábil
1998
EC 19/98
A EC 19/98 inclui o conceito de eficiência no art. 37
Fase de adequação
Fase inicial do orçamento por resultados
2014-2017
3º ciclo da fase de orçamento por resultadosFonte: AZEVEDO & AQUINO (2014)
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Reflexão:
orçamento inicialX
alterações no orçamento
...como está o planejamento dos municípios hoje?
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Planejamento fiscalResultado Primário
até 100.000 habitantes N=3212
Resultado Primário
até 1.000.000 habitantes N=239
Resultado Nominal
até 100.000 habitantes N=1354
Resultado Nominal
até 1.000.000 habitantes N=139
Ano: 2012 Meta prevista ÷ executada
Educação
até 100.000 habitantes N=2906
Urbanismo
até 100.000 habitantes N=2863
Saúde
até 100.000 habitantes N=2904
Encargos
até 100.000 habitantes N=2462
ERR
Decorre de subestimação na receita?
ERR
Planejamento por funçãoAno: 2012 Despesa empenhada ÷ despesa fixada
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Execução do orçamento acima da previsão inicial (2012)
Média do Brasil: 13,3%
2007 2008 2009 2010 2011 2012N 4092 3841 3949 3731 3364 3145Até 100.000 hab 3827 94% 3592 94% 3689 93% 3476 93% 3123 93% 2906 92%
até 20% 3099 81% 2460 68% 3020 82% 2679 77% 2478 79% 2218 71%de 20% a 40% 644 17% 947 26% 596 16% 684 20% 571 18% 590 19%de 40% a 80% 79 2% 173 5% 72 2% 107 3% 71 2% 86 3%Acima de 80% 5 0% 12 0% 1 0% 6 0% 3 0% 12 0%
Acima de 100.000 hab 265 6% 249 6% 260 7% 255 7% 241 7% 239 8%até 20% 224 85% 193 78% 205 79% 201 79% 196 81% 189 79%
de 20% a 40% 31 12% 50 20% 50 19% 50 20% 39 20% 44 23%de 40% a 80% 10 4% 5 2% 5 2% 4 2% 6 15% 6 14%Acima de 80% 0 0% 1 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Média 12.0% 16.1% 11.8% 13.5% 12.9% 13.8%Mín 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%Máx 99.8% 125.3% 85.2% 192.1% 128.4% 182.0%DP 10.7% 13.4% 10.4% 11.8% 10.9% 12.4%Metodologia adotada: a tabela apresenta o percentual de execução do orçamento acima da previsão inicial
até 100.000 habitantes N=2906
Acima de 80% !!
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até 100.000 habitantes N=2908
2007 2008 2009 2010 2011 2012N 4094 3843 3949 3735 3365 3148Até 100.000 hab 3829 94% 3592 93% 3689 93% 3478 93% 3123 93% 2908 92%
até 20% 1814 47% 1434 37% 1667 44% 1339 35% 1475 39% 1413 37%de 20% a 40% 1715 45% 1855 48% 1730 45% 1823 48% 1387 36% 1280 33%de 40% a 80% 275 7% 276 7% 276 7% 298 8% 239 6% 196 5%Acima de 80% 25 1% 27 1% 16 0% 18 0% 22 1% 19 0%
Acima de 100.000 hab 265 6% 251 7% 260 7% 257 7% 242 7% 240 8%até 20% 146 55% 121 46% 118 45% 117 44% 124 47% 121 46%
de 20% a 40% 95 36% 100 38% 121 46% 113 43% 90 34% 97 37%de 40% a 80% 23 9% 28 11% 19 7% 24 9% 28 11% 21 8%Acima de 80% 1 0% 2 1% 2 1% 3 1% 0 0% 1 0%
Média 23,4% 24,9% 23,6% 25,1% 23,7% 23,5%Mín 0% 1,1% 2,0% 4,1% 0,00% 0,00%Máx 200,0% 200,0% 200,0% 197,5% 198,5% 196,9%DP 14,9% 14,5% 13,40% 13,3% 14,7% 15,1%
Média do Brasil: 25%
Alterações entre as funções de governo em relação ao inicial
Acima de 100% !!
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Precisão das receitas...a realidade dos pequenos municípios
FPM
ICM
SIP
VAAno: 2012 – Municípios até 100.000 habitantes
IPTU
ISS
ITBI
Controle e informação (+)(-)
N=2807
N=2809
N=4121
N=2846
N=2844
N=2840
Transferências Constitucionais Receitas própriasMáxima Precisão(em torno de 1,0)
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Precisão das receitas...não é diferente da realidade dos maiores
FPM
ICM
SIP
VAAno: 2012 – Municípios entre 100.000 e 1.000.000 habitantes
IPTU
ISS
ITBI
Controle e informação
N=227
N=227
N=237
N=227
N=227
(+)(-)N=227
Transferências Constitucionais Receitas próprias
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Quem elabora o planejamento nos pequenos municípios de SP
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Participação popular e Legislativa nospequenos municípios de SP
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...discussão apresentada:orçamento inicial
Xalterações posteriores no orçamento
O orçamento inicial (Lei inicial do orçamento) deve ser preciso?
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Orçamento inicial Alterações na LOA
• Participação popular (art. 44 Estatuto das Cidades)
• Audiências públicas (art. 48 LRF)
• Aprovação pelo Legislativo(CF; Lei 4320/64)
• Transparência / publicidade(CF, art. 37)
•Alterações por decreto
•Quase sempre sem audiências públicas
• Possui publicidade reduzida se comparada à LOA inicial
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(...) estas alterações deverão percorrer os mesmos caminhos da sua elaboração inicial, ou seja, deverá haver a transparência e discussão com a sociedade através de audiências públicas encaminhando-as à Câmara Municipal para a ampla discussão e aprovação (...)
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‘Possíveis’ causas...
Legislativo (falta de conhecimento
técnico e existência de
alianças com o Executivo*)
Baixo enforcement por
parte dos Tribunais *
Conselhos sociais não exercem
influência sobre o orçamento *
Ineficiência na implantação da Lei 4.320/64 (e
não na lei!)
Baixos incentivos para um
orçamento preciso
Falta de capacitação *
Existência de limites genéricos
no PLOA
Falta da existência de
controle interno
Modelo atual de planejamento
possui problemas(PPA, LDO, LOA)
Falta de sistemas de informação de
custos
Falta de um setor exclusivo para o planejamento
Existência de incrementalismo*, que beneficia a
ineficiência
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Possíveis consequências..
Incentivos para a adoção de estratégias* no
orçamento
Diminuição da Transparência
Diminuição do controle externo e social
Diminuição da negociação entre as
Secretarias e órgãos no momento adequado
Aumento do endividamento
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• Descrédito!(...) as necessidades de reforma (no orçamento) se justificam também pelo atual momento de descrédito que o orçamento público tem atravessado, onde tem havido uma supervalorização da fase da execução orçamentária, em detrimento da fase de elaboração orçamentária.
(REZENDE & CUNHA, 2013)
equilíbrio previsibilidade
compreensão
vitalidade democrática
4 qualidades básicas do orçamento para se obter credibilidade
Possíveis consequências..
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“(...) estão convivendo dois “Brasis” em conflito: há o Brasil do planejamento, que faz PPA, que pensa aonde quer chegar, que delineia programas com objetivos, indicadores de desempenho, metas físicas; e há o Brasil pré-constitucional, que trabalha estritamente na Lei 4.320, que não tem PPA de fato, pois sua lógica é orçamentária apenas e o orçamento é, de certo modo, transposto para o PPA ou este é só uma peça de boas intenções (...)
(...) em geral o PPA é uma soma de quatro orçamentos, basicamente. O município faz orçamentos para quatro anos, junta tudo e chama de PPA...
(Peres, 2010)
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Santos (2011) concluiu que o modelo anterior do PPA não contribuiu para o planejamento das ações do Estado de forma estratégica; não viabilizou a ação pública adequadamente; e não conseguiu acompanhar de maneira satisfatória o cumprimento das metas estabelecidas para as ações do governo.
SANTOS, Eugênio Andrade Vilela dos. O Confronto entre o Planejamento Governamental e o PPA. Diálogos para o Desenvolvimento. A reinvenção do planejamento governamental no Brasil. Organizador: José Celso Cardoso Jr. Brasília Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011. p. 307-336. Brasília, 2011.
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Novo modelo de planejamento“O período entre 2000 e 2011 representou um marco para o planejamento governamental ao compreender três Planos Plurianuais (PPAs) comprometidos com questões como a responsabilização pelo gasto público, a organização, a gestão e a transparência da ação governamental”
http://www.planejamento.gov.br
(...) em que pese a relevância dos avanços obtidos, a experiência de implementação do PPA evidenciou algumas fragilidades conceituais e estruturais do modelo (...)
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Novo modelo de planejamento
“... O sentido geral das mudanças é o da busca por um caráter mais estratégico para o Plano (...)
http://www.planejamento.gov.br
“As categorias a partir das quais o Plano se organiza foram redesenhadas. O binômio “Programa-Ação”, que estruturava tanto os planos plurianuais como os orçamentos, dá lugar a Programas Temáticos, Objetivos e Iniciativas, tornando-se a Ação uma categoria exclusiva dos orçamentos. “
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Questão:
A (simples) troca do modelo atual de elaboração do planejamento traria melhora nos resultados
para os municípios?
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Resumo do que foi discutido:
• A imprecisão no orçamento inicial é alta, tanto nas receitas quanto nas despesas.
• Já existe outro modelo de planejamento, que a União, alguns estados e municípios já adotam.
• O modelo atual é relativamente recente (3º ciclo apenas).
• O planejamento dos municípios geralmente é centralizado.
• Ineficiências nos controles, sobretudo o legislativo.
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COMISSÃO DE PLANEJAMENTO
Art. 1º - Fica instituída a Comissão de Planejamento Orçamentário do Município de Pitangueiras sob a Coordenação Geral da Secretaria Municipal de Fazenda para elaborar e acompanhar os instrumentos de Planejamento do Município, compreendidos o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei orçamentária Anual.
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COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES
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COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES
Município
Governo Central
GovernosEstaduais
Informações
PDF, XML
...de forma tempestiva...
Prestações de contas
XML, txt, XBRL, etc.
Prestações de contas (AUDESP, SISTN, SIOPS, SIOPE, SICONFI, etc.)Necessidade: compartilhamento de informações
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COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES Total de Receitas dos municípios em 2012
TransferênciasConstitucionai
se Legais
ICMS 73.799.739.757,11 19,32% 49,24%FPM 57.784.193.057,40 15,13%FUNDEB 43.690.789.006,76 11,44%IPVA 12.760.832.496,10 3,34%
Receitas Próprias
ISS 39.789.518.435,14 10,42% 23,84%IPTU 19.222.835.040,63 5,03%Multas e Juros de Mora 4.789.416.354,62 1,25%Contribuições ao RPPS 6.070.930.491,50 1,59%Serviços 8.050.844.598,00 2,11%Receitas Patrimoniais 13.125.927.114,74 3,44%
Fundo a fundo
SUS 29.946.280.968,78 7,84% 10,12%FNDE 6.954.816.945,56 1,82%FNAS 1.763.561.297,49 0,46%
Outras
Contribuições 10.951.462.141,47 2,87% 16,80%Compensações financeiras 7.570.639.223,66 1,98%Transferências de Capital 12.642.971.689,56 3,31%Outras Receitas 32.995.136.177,15 9% Total 381.909.894.795,67 100,00% 100,00%
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Receita do ICMShttps://www10.fazenda.sp.gov.br/DIPAM/ConsultaIndice/DipamFiltroConsultaIndice.aspx
Ano Base
Valor Adicionado
(R$)
Var.% VA
População Var.% Pop.
Receita Tributária
(R$)
Var.% R.T.
Área Cultivada
(ha)
Var.% A.C.
Área Inundada
km2
Var.% Inun.
Índice Área
Proteção
Var.% A.P.
Índice Participação
Var.% I .PAR.
2012 3.917.312.989 15,49 208.662 0,00 95.084.415 -2,15 76.451,53 3,12 0,02 0,00 0,000000 0,00 0,44273553 0,66
2011 3.391.776.794 3,58 208.662 0,00 97.176.626 21,50 74.136,30 0,00 0,02 0,00 0,000000 0,00 0,43982574 -0,86
2010 3.274.414.336 15,50 208.662 14,35 79.984.041 23,19 74.136,30 0,00 0,02 0,00 0,000000 0,00 0,44364229 -0,27
2009 2.834.990.238 1,47 182.471 0,00 64.929.217 2,52 74.136,30 0,00 0,02 0,00 0,000000 0,00 0,44485930 2,08
2008 2.794.024.895 23,60 182.471 0,00 63.333.946 15,07 74.136,30 -3,40 0,02 0,00 0,000000 0,00 0,43580610 6,47
2007 2.260.515.346 100,00 182.471 100,00 55.039.786 100,00 76.748,20 100,00 0,02 100,00 0,000000 0,00 0,40933580 100,00
No exemplo acima, extraído de um município, vemos que entre 2011 e 2012 o índice variou + 0,66%.
COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES
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Receita do ICMSCaso do Estado do Paraná...
COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES
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Como melhorar o planejamento dos municípios?
Pergunta de 1 milhão!!
Sugestões?
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REFERÊNCIASAZEVEDO, R.R. AQUINO, A.C.B. O Estado Atual do Planejamento em Municípios de Pequeno Porte. Anais do Congresso ENANPAD 2014. Rio de Janeiro: 2014.
AZEVEDO,R.R. Imprecisão na estimação orçamentária dos municípios brasileiros. 2014. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014.
SUGIURA, P.M.U. Orçamento Público: Uma visão transparente. São Paulo: IOB Folhamatic, 2014.
FILHO, J.E.B. Orçamento Aplicado ao Setor Público: linguagem simples e objetiva. 2. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2013.
NUNES, S. P. P. Os 10 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal e o Projeto de Lei de Qualidade Fiscal. Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro. Cadernos da Controladoria, 2010.
REZENDE, F.; CUNHA, A. A reforma esquecida: Orçamento, Gestão Pública e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2013.
SOF, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Manual Técnico de Orçamento - MTO 2015. Acesso em novembro/2014. Disponível em: < http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/manual-tecnico/mto_2015_1a_edicao-150514.pdf >
TCE-SP. Manual básico Lei Orçamentária Anual – LOA. São Paulo: 2009.
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35º Congresso - 2014
São Sebastião/SPNovembro de 2014
Planejamento, Execução e Transparência do Orçamento
Ricardo Rocha de Azevedo