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acidente do trabalho
1. responsabilidade civil
2. acidente do trabalho
3. questões atuais
• Relevância social (proteção do trabalhador)
• Relevância econômica (previdência social e
atividade empresarial)
• Justiça e Processo do Trabalho aplicando
regras de direito material civil.
• Obrigação de reparar o dano: neminem
laedere.
introdução
Brasil é o quarto do mundo em acidentes de trabalho
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que
ocorrem, anualmente, 270 milhões de acidentes de trabalho
no mundo. Quase 1% desse total resulta em óbitos. Uma
realidade que supera em muito baixas militares e civis em
conflitos recentes como as guerras da Bósnia e do Kosovo.
Nessa espécie de epidemia assustadora, o Brasil figura em
quarto lugar, atrás de Rússia, Estados Unidos e China, em
ordem crescente. A Previdência Social tem gastado
cerca de mais de R$ 10,7 bilhões com o pagamento de
auxílios doença, acidente e aposentadorias por
invalidez, com quase 3.000 mortes causadas em virtude
de atividades laborais no país. Os dados não envolvem
servidores públicos e autônomos. Mesmo assim preocupa e
traz uma estatística macabra: sete mortes por dia, em
média.
Teorias (fontes da obrigação de
reparar)
• Responsabilidade civil subjetiva
• Responsabilidade civil objetiva
responsabilidade civil
• Culpa / Risco
• Dano
• Nexo causal
Elementos da Responsabilidade Civil
• Caso fortuito e de força maior
• Culpa exclusiva da vítima
• Culpa de terceiro
Excludentes da Responsabilidade Civil
Danos materiais
• 948, 949 e 950 do CC
Danos não materiais
• Morais e estéticos
• Cumulatividade
• Dano in re ipsa
Critérios de fixação dos danos
Dano Moral sobre Invalidez
Valor Condenação N.º Processo Assunto
R$ 140.000,00 171000-80.2005.5.15.0089 Dores Braços Ombros e Coluna Bancário
R$ 120.000,00 128700-37.2005.5.15.0111 Trab Ind Quím (Prob Resp + Feridas)
R$ 80.000,00 503-2005-072-15-00-0 Bancário com Hérnia Discal + Lombalgia
R$ 50.000,00 337-2005-100-15-00-6 Cortador de Cana (Inutilização Ombro)
R$ 50.000,00 2551-2006-025-15-00-6 Bancário DORT
Valor Condenação N.º Processo Assunto
R$ 1.000.000,00 RR 13100-62.2006.5.06.0020 Func. P.Açucar Queimaduras
R$ 550.000,00 RR 1022400-33.2004.5.09.0015 Eletricista Amputação por Choque
R$ 68.400,00 RR 120385-22.2005.5.12.0008 Perda do Braço
R$ 10.000,00 RR 65400-16.2006.5.17.0013 Perda do Baço
R$ 5.700,00 RR 194600-12.2005.5.04.0292 Mão Mutilada
TRT 15ª Região
TST
Dano Moral por Morte
Valor Condenação N.º Processo Assunto
R$ 837.234,10 64700-05.2008.5.15.0020 Operário preso em esteira de produção
R$ 300.000,00 01568-2007-146-15-00-6 Atropelado na lavoura por trator
R$ 300.000,00 0922-2006-121-15-00-8 Acidente motorista da Petrobrás
R$ 190.000,00 0591-2006-114-15-00-8 Acidente motorista de ônibus
R$ 150.000,00 01712-2007-033-15-00-0 Operário despenca do 5º andar de prédio
Valor Condenação N.º Processo Assunto
R$ 500.000,00 AIRR 708-2006-065-03-40.8 Acidente Fatal
R$ 200.000,00 RR 122200-23.2007.5.03.0012 Capotagem com carro de Construtora
R$ 150.000,00 RR 716600-74.2007.5.09.0021 Motorista Morto em Acid. Elétrico
R$ 150.000,00 RR 86800-81.2004.5.04.0122 Operário soterrado por laje
R$ 80.000,00 RR 120740-23.2007-134-03-40.0 Funcionário da Blink Segurança
R$ 50.000,00 RR 980/2005-109-08-00-5 Funcionário esmagado por toras
TRT 15ª Região
TST
acidente do trabalho
• Ocorrência de evento no exercício do trabalho que provoque lesão corporal ou perturbação funcionalque acarrete morte, perda ou redução, permanente ou não, da capacidade para o trabalho.
• Equipara-se ao acidente do trabalho a doença profissional e a doença do trabalho.
• Inclui-se questões psicológicas ou psiquiátricas.
PREVENÇÃO: obrigação legal.
• Obrigação da empresa (NR 1, 157, 158 CLT):
- Adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
- Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança.
- Instruir (treinar) os empregados.
- Vigiar e punir quando necessário.
- Inclusive, estender aos terceirizados.
PREVENÇÃO: obrigação legal.
• Integrantes da SESMT (serviço especializado
em engenharia de segurança e medicina do trabalho)
(NR 4):- Aplicar conhecimento para reduzir ou eliminar os
riscos e, quando não possível, orientar o uso de EPI´s(NR6);
- São aqueles que têm controle da situação fática docotidiano do trabalhador.
PREVENÇÃO: obrigação legal.
• Integrantes CIPA:
- Observar e relatar condições de risco nos ambientes detrabalho;
- Solicitar medidas e orientar o trabalhador (CIPA –SESMT)
- Se empregador discorda pode ser convocado oMinistério do Trabalho.
- Respondem penalmente por omissão e respondemmesmo no cumprimento de ordem de superiorhierárquico que seja manifestamente irregular.
• Artigo 7º CF.
• Negligência (deixar de proteger a
saúde/segurança individual ou coletiva do
trabalhador).
• Culpa in vigilando (deixar de fiscalizar ocumprimento de regras de segurança).
CULPA no acidente do trabalho
• Responsabilidade objetiva por ato de
terceiro (artigos 932 e 933 do CC)
• Inversão do ônus da prova (princípio da
aptidão da prova – quem pode produzir
mais facilmente a prova).
• Aplicação da teoria do risco, baseado no
risco empresarial ou mesmo no risco
criado (artigo 927 do CC).
Teoria do Risco?
Enunciado 37. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
NO ACIDENTE DE TRABALHO. ATIVIDADE DE RISCO.
Aplica-se o art. 927, parágrafo único, do Código Civil
nos acidentes do trabalho. O art. 7º, XXVIII, da
Constituição da República, não constitui óbice à
aplicação desse dispositivo legal, visto que seu caput
garante a inclusão de outros direitos que visem à
melhoria da condição social dos trabalhadores
(EUNCIADO da ANAMATRA)
TRT 15ª
Decisão N° 058164/2011-PATR . Recurso Ordinário
Relator(a): LUÍS CARLOS C M SOTERO DA SILVA
EMENTA
ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO
MATERIAL E MORAL. COMPROVAÇÃO DA CULPA
EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INDEVIDA. A comprovação da
culpa exclusiva da vítima pelo acidente do trabalho exime
a empregadora de qualquer responsabilidade, tendo em
vista a inexistência de nexo causal entre as atividades
desenvolvidas pelo empregado e o acidente. Ausente esse
pressuposto, não há que se falar em indenização por
danos materiais ou morais.
Dessa feita, entendo - acompanhando a evolução
doutrinária sobre o tema - que, nos casos em que a
atividade da empresa implique naturalmente risco aos
trabalhadores, é objetiva a responsabilidade do empregador
pelos danos causados, vez que oriundos do meio ambiente
do trabalho, dispensando, por isso mesmo, comprovação
de dolo ou culpa.
Diz-se, na hipótese, “risco natural” porque ínsito à atividade
empresária regular, ou seja, atividade lícita, até mesmo
autorizada pelo Poder Público. Aliás, nessa hipótese, a
licitude da atividade do empregador é irrelevante, posto que
o fundamento da sua responsabilidade não é o dolo, a má-
fé, a culpa, mas o implemento ou incremento do risco, ainda
que autorizado por lei.
TRT 15ª
Decisão N° 035146/2011-PATR .
Recurso Ordinário
Relator(a): EDMUNDO FRAGA LOPES
EMENTA
ACIDENTE DE TRABALHO. RISCO DA ATIVIDADE.
INDENIZAÇÃO MORAL. CABIMENTO. Tratando-se de
acidente típico de trabalho, cujo infortúnio pode ocorrer a
qualquer momento, o empregador responde objetivamente
pela lesão, por assumir o risco do empreendimento.
Inteligência dos artigos. 7º, XXII, da CF; 927, parágrafo
único, do Código Civil c/c 2º, caput, da CLT.
Decisão N° 065463/2011-PATR. Recurso Ordinário
Relator(a): EDMUNDO FRAGA LOPES
EMENTA
DANO MORAL. ACIDENTE DE TRABALHO. SEQUELAS.
NEXO DE CAUSALIDADE COMPROVADO.
PROCEDÊNCIA. Comprovado o nexo de causalidade
entre a doença e o acidente ocorrido no trabalho, é cabível
a reparação por danos morais, mesmo que a empresa não
tenha concorrido para o infortúnio, haja vista o risco da
própria atividade. Inteligência dos artigos. 7º, XXII, da CF;
927, parágrafo único, do Código Civil c/c 2º, caput, da CLT
TRT 15ª
TST (AIRR - 48800-56.2008.5.02.0080, 26/06/2012)
Recorrente : BRASKEM S.A.
Recorrida : CENTRAL DE MANUTENÇÃO DE CAMAÇARI S.A. – CEMAN
Recorrido : PAULO INÁCIO DOS SANTOS
De outra parte, no que diz respeito à apontada violação direta do art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, observa-se que a Eg. Turma do TST ratificou a aplicação da -responsabilidade objetiva disposta no parágrafo único do art. 927 do Código Civil em face da atividade de risco assumida pela reclamada-.
Com efeito, a responsabilidade subjetiva a que alude o art. 7°, incisoXXVIII, da Constituição Federal, não se apresenta como critérioabsoluto para aferição da responsabilidade civil do empregador nosacidentes do trabalho, porquanto o caput do dispositivoconstitucional em referência prevê expressamente a possibilidadede ampliação do rol de direitos previstos em seus incisos,observada a condição de que a alteração vise à melhoria dacondição social dos trabalhadores urbanos e rurais.
À luz dessas premissas, a doutrina e a jurisprudência vêm entendendoque o art.7°, XXVIII, da Constituição Federal, ao consagrar a teoriada responsabilidade subjetiva, por dolo ou culpa do empregador,não obsta a aplicação, ainda que excepcional, da responsabilidadeobjetiva a que alude o art. 927, parágrafo único, do Código Civil de2002, nas hipóteses em que as atividades desenvolvidas peloempregador, por sua própria natureza, implicarem riscoacentuado à integridade física e psíquica do trabalhador.
• RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Na norma constitucional está positivada, como garantia mínima, a responsabilidade subjetiva de o empregador indenizar o dano que causar mediante comprovada culpa ou dolo (art. 7º, XXVIII), e, no Código Civil, a responsabilidade objetiva, na qual não se faz necessária tal comprovação, pois fundada na teoria do risco da atividade econômica (art. 927, parágrafo único). In casu, resta incontroverso que o de cujus laborava em atividade de risco (montagem de torres de telefonia celular), e, ao despencar de uma altura de 18 metros, veio a falecer. Importante ressaltar que a presunção de que ele teria se esquecido de travar o equipamento de segurança não se mostra suficiente para romper a relação de causalidade entre as condições de trabalho e o acidente. Em sendo a responsabilidade do empregador objetiva, porque não teria ocorrido a morte se não houvesse, in casu, o risco inerente ao trabalho, basta a constatação do dano e do nexo de causalidade com o labor (acidente ocorrido durante o labor e em razão do labor). Logo, razoável reconhecer o dano moral decorrente do infortúnio, devendo-se aplicar à lide o disposto no art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Recurso de revista conhecido e provido. Processo: RR - 2035800-60.2005.5.09.0016 Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 29/06/2012.
• Aplicação da CLT?
• Aplicação do CC?
• Início da contagem do prazo?
Prescrição
TRT 15ª
Decisão N° 032321/2011-PATR .
Recurso Ordinário
Relator(a): JOSÉ PITAS
EMENTA
PRESCRIÇÃO - ACIDENTE DE TRABALHO - CF/88 x
DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DO FATO Na forma da
Súmula n. 278 do STJ, o 'dies a quo' do prazo
prescricional, relativo a acidente de trabalho, deve ser o da
data do inequívoco conhecimento do fato. E o prazo
aplicável à espécie deverá observar a data da ocorrência
do fato, ou seja, se anterior ou posterior à EC n. 45/2004,
aplicando-se o prazo previsto no Código Civil ou na CF/88.
PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DOENÇA
OCUPACIONAL EQUIPARADA. REGRA DE TRANSIÇÃO. Consoante
posicionamento pacífico na Corte Superior, a prescrição trabalhista
(inciso XXIX, do artigo 7º, da Constituição Federal) se aplica apenas na
hipótese do acidente ou ciência da lesão ter ocorrido após a Emenda
Constitucional nº 45/2004. Ocorrida a lesão antes deste marco, aplica-
se o prazo prescricional previsto pelo Código Civil, no inciso V,
parágrafo terceiro, do artigo 206, observada a regra de transição
prevista pelo artigo 2028, deste mesmo diploma legal. Em outros
termos, os prazos prescricionais do Código Civil de 1916 serão
mantidos se, à época da entrada em vigor do Código de 2002, tiver
decorrido mais da metade do prazo prescricional; caso não tenha
havido o transcurso de mais da metade do prazo prescricional
vintenário de que trata o artigo 177 do antigo diploma legal, aplicar-se-á
a regra do artigo 206, que prevê o prazo de três anos para o
ajuizamento de demanda, contado da data da entrada em vigor do
Código Civil de 2002. Decisão N° 022719/2011-PATR
PRESCRIÇÃO. AÇÃO ACIDENTÁRIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. REGÊNCIA PELA LEI CIVIL. INAPLICABILIDADE DO ART. 7º, XXIX,
CF. Decisão N° 024832/2011-PATR .
Embora existam argumentos doutrinários ponderáveis em sentido contrário, a
posição mais acertada é a que reconhece que a prescrição da pretensão
indenizatória decorrente de acidente laboral é aquela disciplinada pela lei civil,
mesmo para as causas ajuizadas ou remetidas à Justiça do Trabalho após a
vigência da Emenda nº 45/2004. A transposição da competência para julgar as
causas acidentárias não alterou a natureza jurídica da questão fática conflituosa,
tratando-se, ainda, de pretensão indenizatória por ato ilícito, praticado com dolo
ou culpa pelo empregador. O bem da vida perseguido pelo reclamante, em ações
de infortúnio, não pertence à categoria de créditos resultantes das relações de
trabalho (art. 7º, XXIX, CF); ao revés, constitui indenização por reparação civil,
não havendo que se falar em crédito laboral stricto sensu. Na seara justrabalhista,
a incidência de prazo prescricional diverso daquele fixado pelo art. 7º, XXIX, da
Lei Maior não é novidade, como sempre ocorreu, exemplificativamente, com o
interregno trintenário para a cobrança das parcelas do FGTS, observadas, para
tanto, as disposições legais de regência (art. 23, § 5º, Lei nº 8.036/90). Exata,
portanto, a correspondência da pretensão indenizatório-acidentária à figura
modulada no art. 206, § 3º, V, do Diploma Comum vigente (ou no art. 177 do
CC1916), tratando-se, em última e definitiva análise, de reparação civil por ato
faltoso do empregador. São, assim, os da lei civil os prazos de prescrição da
pretensão indenizatória decorrente de acidente do trabalho, observadas as
disposições do art. 2.028, CC2002.
Ação Regressiva do INSS?
• O INSS está se articulando para efetivamente agir regressivamente para obter das empresas a recuperação do que gastou com o trabalhador acidentado?
• Veja o que está acontecendo! O advogado é essencial para evitar o sucesso das ações do INSS!
Hoje temos mais 1,8 mil processos tramitando nas Justiças Federais, visando recuperar a monta de R$ 200 milhões (segundo dados do Coordenador-Geral para recuperação de créditos da PGF).
Ainda segundo o mesmo o INSS tem obtido êxito em 70% das ações!
RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DE
TRABALHO. CULPA DO EMPREGADOR.
“Em caso de acidente decorrente de negligência quanto à adoção
das normas de segurança do trabalho indicadas para a proteção
individual coletiva, os responsáveis respondem em ação regressiva
perante a Previdência Social.” “O fato de a responsabilidade da
Previdência por acidente de trabalho ser objetiva apenas significa
que independe de prova da culpa do empregador a obtenção da
indenização por parte do trabalhador acidentado, contudo não
significa que a Previdência esteja impedida de reaver as
despesas suportadas quando se provar culpa do empregador
pelo acidente.” “O risco que deve ser repartido entre a sociedade,
no caso de acidente de trabalho, não se inclui o ato ilícito praticado
por terceiro, empregadores, ou não.” Recurso não conhecido.
(REsp 506.881/SC, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 14/10/2003, DJ 17/11/2003, p. 364)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO REGRESSIVA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA CULPA DO DEMANDADO. SÚMULA 7/STJ. RECURSO INCAPAZ DE INFIRMAR OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Não viola o art. 535 do CPC, tampouco nega a prestação jurisdicional, o acórdão que adota fundamentação suficiente para decidir integralmente a controvérsia.
2. O julgamento do recurso especial, para fins de atribuir a responsabilidade ao agente público causador do dano, em sede de ação regressiva, pressupõe, necessariamente, o reexame dos aspectos fáticos da lide – especificamente para caracterizar sua culpa ou dolo –, atividade cognitiva inviável nesta via recursal (Súmula 7/STJ).
3. O Tribunal de origem, analisando o contexto fático-probatório constante dos autos, entendeu que não foi devidamente comprovada a culpa do demandado em sede de ação regressiva, o qual não faltou com os meios de segurança necessários para evitar o acidente de trabalho, de maneira que não haveria como responsabilizá-lo pelos danos causados à vítima. Desse modo, o afastamento das referidas conclusões insertas no acórdão recorrido pressupõe, necessariamente, o reexame dos aspectos fáticos da lide –especificamente para caracterizar a culpa do MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO -, atividade cognitiva inviável na via do recurso especial, em atenção à orientação firmada na Súmula 7/STJ.
4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 829.478/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/11/2008, DJe 03/12/2008)