10 - o modelo de solow

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O MODELO DE SOLOW Prof.: Christian Vonbun 1

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Page 1: 10 - O Modelo de Solow

O MODELO DE SOLOWProf.: Christian Vonbun

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Page 2: 10 - O Modelo de Solow

Bibliografia

• Referências:• Obrigatória:

• Blanchard, Olivier (2011). Macroeconomia – 5ª Edição. Ed. Pearson. São Paulo: 600p. ISBN: 978-85-7605-707-9.

• Vasconcellos, M.A.S. e LOPES, L.M. Manual de Macroeconomia – Básico e Intermediário. 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 2008. ISBN: 978-85-2245-057-2.

• Recomendada:• Jones, Charles (2000). Introduçao A Teoria Do Crescimento

Economico. Ed. Campus, 192p. ISBN: 8535205446

• Mankiw, N. Gregory. Princípios de Macroeconomia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

• Dornbusch, R. Stanley Fischer (1991). Macroeconomia – 5ª Edição. Makron Books.

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Page 3: 10 - O Modelo de Solow

O crescimento de longo prazo

• Vimos, até agora, um instrumental para lidar com as flutuações macroeconômicas de curto prazo.

• Nosso horizonte era de meses, trimestres, raramente passando de um a dois anos.

• Agora, vamos voltar nossas atenções ao que leva as sociedades a terem economias que crescem ao longo das décadas.

• Vamos analisar algumas causas do crescimento econômico, aquilo que explica porque há países ricos e países menos ricos.

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Page 4: 10 - O Modelo de Solow

Evolução do PIB real Brasileiro

-2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

Produto interno bruto (PIB) a preços constantes de 1980 índice - IBGE

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Page 5: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow

• O modelo de Solow é um modelo de crescimento econômico de longo prazo. Logo, ele despreza as flutuações econômicas com as quais estávamos nos preocupando até agora, e foca no desenvolvimento.

• O Modelo de Solow atribui o crescimento econômico à acumulação de capital, ao crescimento da força de trabalho (crescimento da população) e ao desenvolvimento tecnológico.

• O Modelo de Solow é um dos mais importantes modelos de crescimento econômico, e é capaz de da boa intuição sobre o processo de crescimento de longo prazo.

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Page 6: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo

• Consideremos a função de produção neoclássica com retornos constantes de escala:

� = �(�, �)

• Onde:

• Y = produto

• K = estoque de capital

• N = quantidade de trabalho (homens-hora) disponível

• A função tem retornos constantes de escala quando:� = �(�, �)

• Para λ > 0.

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Page 7: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo

• Podemos reescrever a função anterior em termos “per capita” se:

=�

�; � =

�• Então:

= �(�)

• Onde:

� � = �(�

�, 1)

• Lembrando que a função de produção neoclássica é crescente em K e L, mas apresenta retornos marginais decrescentes, teremos f(k) côncava.

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Page 8: 10 - O Modelo de Solow

A Função de Produção Neoclássica

y

k

y=f(k)

y1y0

ko k1

y2

k2

O formato côncavo da função de produção

neoclássica reflete o fato

de que ao se elevar a

quantidade de capital per capita eleva-se a

produção, contudo, isto

ocorre a taxas decrescentes. Isto é o

incremento diminui à

medida em que k se

eleva.

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Page 9: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow

• Sejam:

• c = consumo por trabalhador (c = C/N)

• i’ = investimento por trabalhador (i’ = sy, pois S = I)

• s = propensão marginal a poupar

• Teremos que: = � + �′

� = − �� → � = − � → � = 1 − � → � = − �

• Da primeira equação: − � = �′

�� = �

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Page 10: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow

• Se:�� = �

• e

= �(�)

• Então:�′ = � ∙ �(�)

• Supondo que δ é a taxa constante de depreciação de capital per capita, teremos que a depreciação total (DT) por período é:

�� = ��

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Page 11: 10 - O Modelo de Solow

Produto e investimento

k

y=f(k)

i’=sf(k)

A poupança (que é igual

ao investimento) é uma

fração s do produto.

Mesmo sendo menor, ao variarmos k, o

investimento apresenta

uma curva côncava, tal

qual o produto.

i’, δk

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Page 12: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow

• Portanto, a variação do capital per capita é:

∆� = �� − ��

∆� = ��(�) − ��

• No (muito) longo prazo, o modelo vai convergir ao equilíbrio e vamos atingir o chamado “Estado Estacionário”, onde a acumulação de capital per capita será zero.

• Logo, teremos que ∆k = 0.

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Page 13: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow: Estado Estacionário

• Se ∆k = 0, podemos substituir na equação:

∆� = 0 = ��(�) − ��

�� � = ��

• Este é o equilíbrio no modelo de Solow, quando o investimento for igual à depreciação, não há crescimento do produto por trabalhador (à uma dada tecnologia) nem do capital por trabalhador.

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Page 14: 10 - O Modelo de Solow

O Modelo de Solow: Estado Estacionário

k

i’=sf(k)i’*=δk

k*

δk

Representação do

equilíbrio de longo prazo

no Modelo de Solow. O crescimento do produto

per capita e do capital per

capita é zero quando o

investimento for igual à depreciação, isto é,

teremos investimento de

reposição.

i’, δk

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Page 15: 10 - O Modelo de Solow

Escolhendo o Estado Estacionário

• Ainda que a economia convirja ao Estado Estacionário (E.E.), há mais de um E.E. possível.

• Isto se dá porque há um E.E. para cada taxa de poupança. Quão maior a taxa de poupança, maior o E.E. e mais rica a sociedade quando se chegar no E.E.

• Logo, variando a taxa de poupança podemos chegar a diferentes níveis de riqueza de equilíbrio.

• Considere o gráfico na página seguinte. Temos duas taxas de poupança: s1 < s2.

• Note que a economia vai produzir, investir e deter mais capital per capita quando a taxa de poupança for maior.

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Page 16: 10 - O Modelo de Solow

Escolhendo o Estado Estacionário

i’=s1f(k)i’*=δk*(s1)

δk

i’=s2f(k)i’*=δk*(s2)

k*(s1) k*(s2)k

A uma maior taxa de

poupança s2 > s1 a

economia é mais rica

em termos per capita, no Estado

Estacionário. Isto

porque uma maior taxa

de poupança eleva os investimentos e

permite que se chegue

a um maior estoque de capital.

i’, δk

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Page 17: 10 - O Modelo de Solow

A Regra de Ouro

• A Regra de ouro da acumulação de capital é uma regra de escolha da poupança agregada, de modo que a economia atinja o maior nível de consumo em E.E. possível. Obtém-se maximizando o consumo de E.E.:

• Note que o consumo per capita é: � = − �

• Note também que, em E.E.:�� � = ��

• Substituindo:�∗ � = ∗ − ��∗

�∗ � = �[�∗(�) ] − ��∗(�)

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Page 18: 10 - O Modelo de Solow

A Regra de Ouro

• Para obtermos a taxa de poupança da Regra de Ouro, devemos maximizar k, variando s.

• Para isso, devemos derivar a expressão abaixo com relação a s e igualar a zero:

�∗ � = �[�∗(�) ] − ��∗(�)

!�∗ �

!�=

!�[�∗(�) ]

!� −

! ��∗(�)

!�

!�[�∗(�) ]

!�= δ

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Page 19: 10 - O Modelo de Solow

A Regra de Ouro

• Graficamente, teremos:

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k

i’=sf(k)

i’*=δk

k* (Gold)

δk

i’, δky=f(k)

y*=f(k*)

c*

f’(k)=δ

O consumo será máximo

quando a inclinação da função de produção for

igual à taxa de

depreciação. O Capital

per capita (e a taxa de poupança necessária para

se chegar a esse capital

per capita) constituem na

regra de ouro.

Page 20: 10 - O Modelo de Solow

Crescimento Populacional

• Havendo crescimento da população, a variação do estoque de capital per capita também depende da taxa de crescimento populacional:

∆� = �′ − �� − #�

∆� = �� � − �� − #�

∆� = �� � − �(� + #)

• Note que o aumento do crescimento populacional desloca o E.E. para a esquerda (pois eleva a inclinação da reta):

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Page 21: 10 - O Modelo de Solow

Crescimento Populacional

i’, δk

i’=sf(k)i’=δk*(n1)

k* (n1)

(n1+δ)k(n2+δ)k

O aumento da taxa de crescimento populacional de n1

para n2 (onde n1< n2) aumenta

a inclinação da reta (n1+δ), logo, reduz o estoque de

capital per capita (e o produto

per capita) no Estado

Estacionário. i’=δk*(n2)

k* (n2)

k

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Page 22: 10 - O Modelo de Solow

Aumento da taxa de depreciação

i’, δk

i’=sf(k)i’=δk*(δ1)

k* (n1)

(n+δ1)k(n+δ2)k

O efeito anterior é o mesmo efeito que o de um aumento da

depreciação.

O aumento da taxa de depreciação de δ1 para δ2

(onde δ1< δ2) aumenta a

inclinação da reta (n+δ1), logo,

reduz o estoque de capital per capita (e o produto per capita)

no Estado Estacionário.

i’=δk*(δ2)

k* (n2)

k

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Page 23: 10 - O Modelo de Solow

Contabilidade do Crescimento

• Consideremos a função de produção:

� = �(�, �, �)

• Onde:

• Y = produto

• K = estoque de capital

• N = mão de obra

• T = Tecnologia

• F apresenta retornos constantes de escala

• Consideremos que alterações na tecnologia impactam igualmente o produto marginal de K e N, então:

� = � ∙ �(�, �)

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Page 24: 10 - O Modelo de Solow

Contabilidade do Crescimento

� = � ∙ �(�, �)

• F é a função de produção neoclássica.

• Tomando o diferencial total da equação anterior, teremos:

$� =!�

!�$� + � ∙

!�

!�$� + �

!�

!�$�

$� = �(�, �) ∙ $� + � ∙!�

!�$� + �

!�

!�$�

• Definindo:

•%&

%'= �'

•%&

%(= �(

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Page 25: 10 - O Modelo de Solow

Contabilidade do Crescimento

• Lembrando que, no modelo néoclássico o salário é igual à produtividade marginal do trabalho:

) = * ∙ *+,�

• Como P = 1 (por hipótese) e PmgN = FN, teremos que:

-( =� ∙ �( ∙ �

• Onde SN é a participação da remuneração do trabalho na renda total.

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Page 26: 10 - O Modelo de Solow

Contabilidade do Crescimento

• Similarmente:

-' =� ∙ �' ∙ �

• Onde SK é a participação da remuneração do capital na renda total.

• Como só há capital e trabalho, SN + SK = 1.

• Obtemos a expressão abaixo:

$� = � �, � ∙ $� + -' ∙�$�

�+ -( ∙

�$�

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Page 27: 10 - O Modelo de Solow

Contabilidade do Crescimento

• Dividindo a última expressão por Y, obtemos:

$�

�= $� + -(

$�

�+ -'

$�

• Obtemos que a variação do produto depende de:

• Incremento na tecnologia: dT

• Taxa de crescimento da mão de obra: dN/N

• Taxa de acumulação de capital (investimento): dK/K

• Conhecidas as taxas de crescimento do capital de da população, o incremento do produto residual é explicado por dT, conhecido como o Resíduo de Solow.

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