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16° TÍTULO: ANÁLISE COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS VENTILATÓRIAS E HEMODINÂMICAS ENTRE JOGADORES DE FUTEVÔLEI E CORREDORES DE RUA. TÍTULO: CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA: SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): IAGO NUNES AGUILLAR AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): ALEXANDRE GALVÃO DA SILVA, DÉBORA DIAS FERRARETO MOURA ROCCO ORIENTADOR(ES):

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16°

TÍTULO: ANÁLISE COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS VENTILATÓRIAS E HEMODINÂMICAS ENTREJOGADORES DE FUTEVÔLEI E CORREDORES DE RUA.TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDEÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIAINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): IAGO NUNES AGUILLARAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ALEXANDRE GALVÃO DA SILVA, DÉBORA DIAS FERRARETO MOURA ROCCOORIENTADOR(ES):

RESUMO

O futevôlei é um esporte tipicamente brasileiro onde são exploradas diversas

capacidades físicas. Sabe-se que a prática esportiva é uma forma não farmacológica

da promoção da qualidade de vida, com isso, este estudo vem contribuir com

análises sobre praticantes de futevôlei. Objetivo: Avaliar variáveis antropométricas e

fisiológicas de jogadores de futevôlei nas praias de Santos. Metodologia: Foram

avaliados 15 jogadores do gênero masculino idade entre 18 e 40 anos e com

frequência semanal de no mínimo 3 vezes. Realizamos análises antropométricas

(peso, altura, perimetria, dobras cutâneas e índice de massa corporal) e fisiológicas

através do teste ergoespirométrico. As variáveis antropométricas foram organizadas

em planilha de excell e nesta fizemos média, desvio padrão e depois no programa

STATISTIC 9.0 comparamos os grupos através de ANOVA 1 way. Para os dados

referentes ao teste ergoespirométrico utilizamos o mesmo programa e aplicamos

ANOVA 2 way. Foram considerados diferentes estatisticamente os resultados de

p<0,05.Observamos que os jogadores de Futevôlei apresentaram menor consumo

máximo de oxigênio e menor pressão parcial de dióxido de carbono em comparação

aos atletas de corrida rua demonstrando assim uma menor capacidade aeróbia. O

grupo futevôlei teve um limiar anaeróbio precoce em comparação ao grupo

corredores o que demonstra a passagem de um estado aeróbio para um

metabolismo misto ocorreu de forma precoce assim resultando ser um esporte de

predomínio metabólico glicolítico. Podemos concluir que os jogadores de futevôlei e

os corredores de rua apresentam diferenças importantes entre as variáveis

cardiorrespiratórias e hemodinâmicas, refletindo diretamente em seu desempenho

aeróbio.

1. INTRODUÇÃO

O Futevôlei é um esporte tipicamente brasileiro, criado no Rio de Janeiro (RJ)

pelo ex-jogador Octávio de Morais. Em 1965 na Rua Bolívar em Copacabana, para

burlar a proibição policial de se jogar futebol na praia, Octávio resolveu jogar em uma

quadra de vôlei com rede e campo delimitado, o que era permitido. Foram surgindo

então regras do novo esporte. No início jogavam cinco de cada lado. Depois

apareceram as ''duplas'' e até mesmo um jogador de cada lado. Sendo difundido por

todo o país e praticado em muitas praias Brasileiras. (Confederação Brasileira de

Futevôlei)

É importante ressaltarmos que, as praias são intensamente utilizadas para o

lazer e recreação, possuindo grande importância ambiental e socioeconômica, isso

ocorre no Brasil e no mundo (POLETTE et al. 2000). Destacam-se entre as atividades

físicas que podem ser realizadas ao ar livre, as atividades praticadas na areia, que

incluem o handball de areia, futevôlei, vôlei de praia e o beach soccer, consideradas

atividades que estimulam o potencial aeróbio e anaeróbio, agilidade, força muscular e

elasticidade (UTSCH, GUERRA, PORCARO, 2009).

1.1. As capacidades motoras e a prática do futevôlei

As capacidades motoras são componentes do rendimento físico, utilizamos

estas para realizar os mais diversos movimentos durante a nossa vida. Podemos

classificá-las como, resistência, força, flexibilidade, agilidade e velocidade.

(MARQUES; OLIVEIRA, 2001). O exercício físico é capaz de aprimorar essas

habilidades motoras.

Na prática do futevôlei são exploradas algumas dessas capacidades motoras,

sabendo-se que podem ser treinadas e aperfeiçoadas com o tempo refletindo

diretamente na melhora do desempenho. Podemos considerar de grande importância

para o desenvolvimento do esporte, a força, a agilidade, velocidade, bem como a

resistência.

O jogador precisa exercer força muscular e velocidade em alta intensidade,

tendo em vista a movimentação em quadra é rápida e requer grande agilidade. São

necessários diversos arranques em sentidos multidirecionais assim como frenagens

bruscas. O equilíbrio também entra nesse contexto como forma de controle corporal

para os movimentos executados em diferentes ângulos e com graus de dificuldades

variados. A propulsão nesse esporte é utilizada a todo o momento tanto para o

ataque quanto para a defesa.

Além disso, requer uma ampla visão de jogo. Segundo SCHMIDT, 1993, a

capacidade de reação a estímulos externos, conhecida como velocidade de reação

motora ou tempo de reação (TR), é o intervalo de tempo entre o momento da

apresentação do sinal externo e o início da resposta muscular apropriada.

Corroborando, ANDRADE et. al, (2005) descreve, o tempo de reação é um fator de

grande importância no desempenho esportivo, pois em qualquer situação de uma

partida ou jogo, os atletas devem estar sempre prontos a tomar decisões rápidas e

precisas.

Ressaltamos o papel da areia no aumento da sobrecarga durante o jogo, o que

deve ser considerado na elaboração dos programas de preparação do atleta

(McARDLE, KATCH, KATCH, 1998)

Estímulos exteroceptivos, são utilizados constantemente como, por exemplo, a

percepção da direção e velocidade do vento que pode vir a influenciar a trajetória da

bola. Assim a atenção do jogador é fundamental, porém aliado aos estímulos

proprioceptivos fazem com que a modalidade tenha um alto nível de exigência

muscular.

O domínio das técnicas e fundamentos é de extrema importância possibilitando

assim a prática de maneira mais eficiente. Um iniciante encontra muita dificuldade em

conciliar situações dinâmicas com movimentos finos de extrema precisão e técnica,

diferentemente de um jogador profissional (expert) que consegue realizar as tarefas

sem muito esforço devido à prática constante e o grande número de repetições,

segundo RÉ, DE ROSE e BOHME (2004), este desempenho caracteriza-se pela

combinação de fatores multivariados e interdependentes dos quais se destacam as

capacidades físicas, técnica, tática e psicológica.

A modalidade entra também no contexto de sociabilidade onde muitos

praticantes ingressam no meio esportivo pelas relações interpessoais. Segundo

ROSADAS (1989), o esporte proporciona vários benefícios nos domínios cognitivos,

psicomotor e afetivo-social. Segundo, JUNCKEN (1987), diz que o esporte pode

proporcionar uma melhora na participação social, pois pode levá-lo a uma condição

física mais satisfatória, um comportamento mais socializado, seguro e motivado.

O Futevôlei é uma modalidade em que o indivíduo tem que conciliar um bom

condicionamento físico, sabendo que usará uma resistência anaeróbia muito grande

para arranques, mas também em partidas de longa duração e rallys sua resistência

aeróbia será de suma importância.

Com o decorrer da prática além de melhoras física e técnicas os praticantes

precisam e desenvolvem uma evolução cognitiva, principalmente na relação de

tomada de decisão em situações balísticas, onde á todo momento ele precisa fazer

análises de posicionamento do adversário, do companheiro e dele próprio, calcular a

força necessária aplicada para cada ataque e defesa, antever jogadas, se deslocar de

forma mais eficiente e mais produtiva, ou seja, seu pensamento se torna mais rápido

e a evolução é constante. Essa melhora não será usada apenas para prática da

modalidade e sim para o longo de sua vida.

A literatura é escassa a respeito dessa modalidade, tipicamente brasileira, e

pode contribuir para a promoção da saúde, com isso nosso estudo vem colaborar

com dados de análises antropométricas e avaliações fisiológicas desses

atletas/praticantes de futevôlei.

1. OBJETIVO

Comparar a capacidade cardiorrespiratória e as variáveis hemodinâmicas entre

os jogadores futevôlei e corredores de rua.

2. METODOLOGIA

Foram avaliados 15 jogadores (com frequência semanal de no mínimo 3 vezes

na semana) de futevôlei do gênero masculino, com idade entre 18 a 40 anos. Assim

como 10 corredores de rua com a mesma frequência semanal e idades. O estudo

foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Santa Cecília número 1.549.408.

Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Critérios de exclusão: indivíduos com doenças endocrinológicas ou

cardiovasculares e indivíduos, que por limitações ortopédicas, não puderem realizar

o teste cardiopulmonar.

Todos os atletas foram avaliados clinicamente no Laboratório de Fisiologia do

Exercício e Saúde (LAFES), da Universidade Santa Cecília, e a avaliação da

capacidade cardiorrespiratória, foi realizada no TotalCor do Grupo AMIL/UNITED em

São Paulo.

Para as análises estatísticas foi utilizado a análise de variância de 1 caminho

(One-way, ANOVA) no programa Statistic 9.0.

2.1. Avaliações Antropométricas

Foram analisadas as seguintes variáveis antropométricas: Peso, Altura, cálculo

do índice de massa corporal (IMC), Perímetros corporais e Dobras Cutâneas.

Parâmetros Antropométricos:

Peso: O peso corporal (kg) foi aferido com a utilização de uma balança digital

Filizola®, com capacidade máxima de 150 kg com graduações de 100 em 100

gramas, estando os participantes da pesquisa descalços e com roupas leves.

.Altura: A altura (m) foi determinada por meio de um estadiômetro, graduado em

centímetro e com barra de madeira vertical e fixa, com esquadro móvel, para

posicionamento sobre a cabeça do indivíduo, estando os mesmos descalços, com

os pés unidos, em posição ereta, olhando para frente. Índice de Massa Corpórea:

Foi avaliado pelo “Índice de Quetelet” ou Índice de Massa Corpórea (IMC), que é

definido como o peso do indivíduo (kg) dividido pela sua altura (m) elevada ao

quadrado IMC= peso (kg)/altura2(m). Perímetros corporais utilizou-se uma fita

métrica com precisão de 0,1 cm. O indivíduo manteve-se de pé e as medidas foram

feitas sobre a pele nua. Foi medida as circunferências do braço, do antebraço, do

tórax, da cintura, do abdômen, do quadril, da coxa e da panturrilha. Na avaliação das

circunferências corporais, foam realizadas três mediações e calculou-se a média

destas. Gordura corporal foi realizada com protocolo de sete dobras cutâneas

proposto por Polock. Esse protocolo propõe a avaliação das dobras triciptal,

subescapular, axilar média, supra-ilíaca, abdominal, coxa e peitoral. Para tal

avaliação utilizou-se o compasso de dobras cutâneas da marca Sanny, com

precisão de 0,1 mm. Também foram realizadas três vezes e calculada a média

aritmética.

2.2. Avaliação ergoespirométrica

A avaliação da capacidade física de pico foi realizada através da medida direta

do consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2pico).

Simultaneamente ao teste de esforço, o indivíduo foi conectado a um

ergoespirômetro computadorizado (SensorMedics - Vmax Series modelo Vmax 229

Pulmonary Function/Cardiopulmonary Exercise Testing Instrument), através de um

sistema de sensor onde a ventilação pulmonar (VE) foi medida a cada expiração.

Através de sensores de oxigênio (O2) e de dióxido de carbono (CO2) foram analisadas

as concentrações de O2 e CO2, respectivamente a cada ciclo respiratório. A partir das

análises da VE e das concentrações dos gases expirados, foram computados o VO2 e

a produção de CO2.

Foi considerado como VO2 pico o consumo de oxigênio obtido no pico do

exercício, quando o indivíduo não conseguia mais manter a velocidade na esteira

rolante, portanto, quando o indivíduo estava em exaustão.

2.2.1. Determinação do limiar anaeróbio e do ponto de compensação respiratória

Além da determinação da capacidade funcional máxima do participante, foi

determinado o limiar anaeróbio (LA) e o ponto de compensação respiratória (PCR)

(SKINNER JS 1980) que serão utilizados para a prescrição da intensidade de

treinamento físico.

O LA foi determinado no minuto em que o indivíduo apresentou valores

mínimos de equivalente ventilatório de O2 (VE/VO2) e pressão parcial de oxigênio no

final da expiração (PetO2), antes que estes parâmetros iniciassem um aumento

progressivo, e incremento não linear do valor de razão de troca respiratória (RER).

O PCR foi determinado no minuto em que o indivíduo apresentou valor mínimo

de equivalente ventilatório de CO2 (VE/VCO2), antes que este parâmetro iniciasse um

aumento progressivo, e o valor máximo de pressão parcial de CO2 no final da

expiração (PetCO2), antes que iniciasse uma queda progressiva nesta resposta.

2.3. Análise estatística

As variáveis antropométricas foram organizadas em planilha de excell e nesta

fizemos média, desvio padrão e depois no programa STATISTIC 9.0

comparamos os grupos através de ANOVA 1 way. Para os dados referentes ao

teste ergoespirométrico utilizamos o mesmo programa e aplicamos ANOVA 2

way. Foram considerados diferentes estatisticamente os resultados de p<0,05.

3. Resultados e Discussão

Os esportes passaram por mudanças assim que a ciência proporcionou

conhecer as características inerentes a sua prática, potencializando treinamentos e

descobrindo o predomínio metabólico e as respostas fisiológicas dos atletas. O

Futevôlei esporte criado há apenas 50 anos ainda não teve um olhar por parte dos

pesquisadores. Este trabalho vem auxiliar e desvendar o perfil metabólico dos

atletas a fim de contribuir para a melhoria do esporte com periodizações mais

precisas. A comparação foi feita com corredores de rua tendo em vista que o perfil

metabólico desses atletas já foi amplamente documentado na literatura e estes

sendo referência de excelência na capacidade aeróbia (PORTAL et al. 2004).

A composição corporal é um importante indicador de aptidão física e da

saúde geral dos atletas, o seu estudo é importante para fracionar e quantificar os

principais tecidos que compõem a massa ou o peso corporal o conhecimento deste

perfil em praticantes de atividade física e atletas permite a estimativa dos diferentes

componentes do organismo, facilitando as observações das modificações causadas

pelo exercício físico, pela dieta, pelo crescimento e pelo envelhecimento

(BUSCARIOLO et al. 2008; PAVOL et al. 2013).

A tabela 1 apresenta os resultados referentes à comparação entre os grupos

nas seguintes variáveis: Idade, Peso, estatura, índice de massa corporal (IMC) e

percentual de gordura (%), onde não foram observadas diferenças significativas, o

que equipara os grupos do ponto de vista de sua composição corporal. Porem pode-

se perceber que apesar da não significância atletas de Futevôlei apresentaram

maior percentual de gordura, este percentual refere-se aos depósitos lipídicos

depositados abaixo do tecido cutâneo (gordura subcutânea), o que sugere que

atletas de Futevôlei tendem a estocar mais gordura, talvez pelo componente

metabólico e gasto energético inerente a esta modalidade.

TABELA 1: CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

O consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) pode ser definido como o

maior volume de oxigênio por unidade de tempo que um individuo consegue captar,

transportar e utilizar respirando o ar atmosférico durante o exercício, sendo

alcançado quando se atingem níveis máximos de débito cardíaco (DC) e extração

periférica de oxigênio, e não conseguindo ultrapassá-lo com maior carga de trabalho

muscular esta variante repercute a capacidade funcional e é usualmente utilizado

como índice de aptidão física e performance, nenhum outro parâmetro é tão preciso

ou reproduzível. (BARROS NETO, 1996; MYERS, 1996). Para a mensuração do

VO2 máximo e das demais variáveis ventilatórias foi realizado o teste cardiopulmonar

ou ergoespirometria, metodologia padrão ouro que com base nas variáveis e

índices ventilatórios e hemodinâmicos é possível acompanhar precisamente os

mecanismos fisiológicos envolvidos nas respostas ao esforço, como a troca de

gases e análises eletrocardiográficas detectando assim a mudança de metabolismo

do oxidativo com predomínio energético lipídico e alta concentração de oxigênio até

o metabolismo glicolítico com utilização de carboidratos e os sistemas fosfagênicos,

este método avalia a capacidade funcional de forma direta e com isto elimina o erro

muitas vezes superior a 20% que decorre da aplicação de fórmulas preditivas e de

um desvio padrão de ±12bpm obtivida através do teste ergométrico convencional

(ARAÚJO, 1998; YAZBEK et al. 1998). Os atletas de Futevôlei apresentaram menor

VO2 máximo em comparação aos atletas de corrida rua (Gráfico 1), demonstrando

assim uma menor capacidade aeróbia, ou seja, seu eficiência frente ao exercício foi

diminuída.

Gráfico 1 – Comportamento do Consumo Máximo de Oxigênio entre os grupos.

*O grupo Futevôlei obteve o VO2Máx menor que o grupo Corredores.

O Gráfico 2 demonstra o equivalente ventilatório de CO2 (VE/VCO2), que

representa a necessidade ventilatória para eliminar uma determinada quantidade de

CO2 produzida pelos tecidos em atividade (WASSERMAN et al. 1994), o grupo

Futevôlei obteve maior Ve/VCO2 em comparação ao grupo Corredores,

demonstrando assim uma produção mais rápida de CO2 pelo organismo o que

repercute em uma capacidade aeróbia não sustentada e rápida fadiga.

Ml/kg

/min

Gráfico 1

*

Gráfico 2

L/minn

Gráfico 2- Comportamento do equivalente ventilatório de CO2 entre os grupos.

*O grupo Futevôlei obteve o Ve/VCO2 maior que o grupo Corredores.

A pressão parcial de dióxido de carbono no final da expiração (PetCo2) é um

índice não invasivo que é considerado um bom indicador para avaliar a relação

ventilação/perfusão que tem grande correlação com o débito cardíaco e o fluxo

sanguíneo pulmonar (ROCCO et al. 2012). Os atletas de futevôlei obtiveram menor

PetCO2 em comparação ao grupo corredores (Gráfico 3) o que demonstra uma

menor eficiência cardiovascular frente ao exercício em comparação aos corredores.

Gráfico 3 – Comportamento da pressão parcial de dióxido de carbono no final da

expiração entre os grupos.

*O grupo Futevôlei obteve o PetCO2 menor que o grupo Corredores.

O Limiar anaeróbio (LA) é um índice que reflete satisfatoriamente a aptidão

física, e que pode ser empregado tanto na prática clínica quanto na avaliação e

treinamento de atletas. O LA analisado em um exercício de cargas progressivas é

analisado a partir da qual a ventilação e a produção de gás carbônico aumentam

desproporcionalmente, elevando o quociente respiratório de trocas gasosas

expresso pela razão entre CO2 produzido e o O2 consumido (BARROS NETO, 1996).

O Gráfico 4 , demonstra que grupo Futevôlei teve um LA precoce em comparação

ao grupo corredores o que demonstra a passagem de um estado aeróbio para um

metabolismo misto ocorreu de forma precoce assim resultando ser um esporte de

predomínio metabólico glicolítico. Atletas de modalidades de grande exigência

Gráfico 3

mmHg

Pressão Parcial de Dióxido de Carbono

aeróbica, como no caso do pedestrianismo, tendem a apresentar o seu LA a

percentuais superiores a 80 ou 85% de sua potência aeróbia máxima (REYBROUCK

et al. 1983; ARAÚJO, 1998).

Gráfico 4 – Comportamento do Limiar Anaeróbio entre os grupos. O grupo Futevôlei

obteve o Limiar anaeróbio menor que o grupo Corredores.

A prescrição de programas de treinamento para diferentes modalidades

esportivas requer um amplo conhecimento da especificidade de cada uma delas

(CYRINO et al. 2002). Fica a sugestão para montagem de periodizações e

planejamentos de atletas que Futevôlei que iniciem a preparação básica com um

componente aeróbio maior afim aumenta a sua capacidade aeróbia que é de

fundamental importância para a prática esportiva e se mostrou prejudicada e na fase

específica focar em treinamentos com componentes metabólicos anaeróbios tendo

em vista o metabolismo identificado nos atletas dessa modalidade através do

presente estudo.

4. Conclusão

Podemos concluir que os jogadores de futevôlei e os corredores de rua

apresentam diferenças importantes entre as variáveis cardiorrespiratórias e

hemodinâmicas, refletindo diretamente em seu desempenho aeróbio.

Limiar Anaeróbio Ventilatório

Corredores

Gráfico 4

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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