1ª sessao
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Aula de Teoria da EducacaoTRANSCRIPT
Disciplina – Teoria da EducaçãoProfessor - António Guedes
Novembro 2008
Escola Superior de Educação do Porto - IPP
REALIDADE E VERDADE
1. A realidade como entendê-la? Do senso comum à filosofia
O que nos diz a experiência imediata…
• a noção de realidade é extremamente ampla e polissémica;• é inseparável daquele que a apreende: a realidade é sempre realidade para alguém.
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• não haverá nunca uma perspectiva única, intemporal e definitiva sobre a realidade, porque ela pressupõe sempre aquele que a interroga, isto é , o próprio homem;
• a realidade é para cada um de nós, um processo que acompanha toda a nossa experiência - como tal ela é diversa e plural;
• não existe a realidade em si… a realidade é sempre uma interpretação nossa;
• a realidade, para cada um de nós, depende do modo como a interrogamos e da linguagem em que a exprimimos;
• a realidade é uma questão sempre em aberto; mas é uma questão inevitável à qual só podemos renunciar se desistirmos de viver.
Uma conclusão possível:
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Um Discurso sobre as Ciências Paradigma da racionalidade da ciência moderna
(a partir do séc.XVI...ruptura com o paradigma aristotélico-ptolomaico )
Domínio das Ciências Naturais (modelo global de racionalidade científica moderno - totalitário) Fronteiras bem demarcadas Delimita duas formas de não conhecimento (senso-comum e os estudos humanísticos)
Protagonistas do novo paradigma (luta contra todas as formas de dogmatismo e de autoridade) Copérnico - teoria heliocêntrica Kepler - leis sobre as órbitas dos planetas Galileu - lei da queda dos corpos Newton - grande síntese da ordem cósmica …..e na consciência filosófica que lhes confere Bacon e Descartes
Marcos do paradigma dominante racionalidade científica moderna
desconfiança das evidências (senso - comum) total separação entre a natureza e o ser humano a importância do método científico a importância das matemáticas (pela sua precisão e
rigor) (conhecer é quantificar; redução da complexidade -
conhecer significa dividir) Conhecimento causal que aspira à formulação de
leis mundo/máquina - mecanicismo
Tal como foi possível descobrir as leis da natureza seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade
Precursores: Bacon, Vico e Montesquieu
Emergência das Ciências Sociais - séc XIX (positivismo) Duas posições emergem: 1ª - aplicar às ciências sociais os princípios
epistemológicos e metodológicos das ciências naturais - sujeitas ao jugo positivista
2ª- reivindicar um estatuto epistemológico e metodológico próprios com base na especificidade do ser humano
Obstáculos: 1. as ciências sociais não dispõem de teorias
explicativas que lhes permitam abstrair do real para depois encontrar de modo metodologicamente controlado a prova adequada;
2. não podem produzir previsões fiáveis porque os seres humanos modificam o seu comportamento;
3. os fenómenos sociais são de natureza subjectiva e como tal, não se deixam captar pela objectividade do comportamento;
4. o cientista social não pode libertar-se dos valores que enformam a sua prática - daí não poder ser objectivo
A CRISE DO PARADIGMA DOMINANTE
período de revolução científica que se iniciou com Einstein e a mecânica quântica;
colapsaram as distinções básicas em que assentava o paradigma dominante;
Se Einstein relativizou o rigor das leis de Newton no domínio da astrofísica, a mecânica quântica fê-lo no domínio da microfísica;
Heisenberg e Bohr demonstram que não é possível observar ou medir um objecto sem interferir nele - princípio de incerteza de Heisenberg
Daí que... só possamos aspirar a resultados aproximados e
por isso as leis da física só são probabilísticas; a distinção sujeito/objecto é muito mais complexa,
perde os seus contornos dicotómicos e assume a forma de continuum;
Também é questionado o rigor da matemática investigações de Godel (é possível decifrar proposições indecídiveis; proposições que não se podem demonstrar nem refutar)
As leis têm assim um carácter probabilístico, aproximativo e provisório bem expresso no princípio de falsificabilidade de Popper. A noção de lei tem vindo a ser parcial e sucessivamente substituída pelas noções de sistema, estrutura, modelo e pela noção de progresso.
Colapsaram as ideias de autonomia da ciência e do desinteresse do conhecimento científico perante a industrialização da ciência a partir da década de 30 e 40.
Actualmente assiste-se à industrialização da ciência com os inerentes compromissos
desta com os centros de poder económico, social e político… as relações de poder entre cientistas tornaram-se mais autoritárias e
desiguais;
O Paradigma Emergente 1 - Todo o conhecimento científico-natural é
científico-social a distinção dicotómica ciências naturais e ciências
sociais deixa de ter sentido; todas estas teorias introduzem na matéria os
conceitos de historicidade e de processo, de liberdade, de auto-determinação e até de consciência que antes o homem e a mulher tinham reservado para si;
conhecimento não dualista que funde as distinções tais como natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria...
...
O Paradigma Emergente 2 - Todo o conhecimento é local e total é hoje reconhecido que a excessiva parcelização e
disciplinarização do saber faz do cientista um ignorante especializado;
a fragmentação pós-moderna não é disciplinar mas temática. Os temas são galerias por onde os conhecimentos progridem ao encontro uns dos outros;
a ciência do paradigma emergente é tradutora na medida em que incentiva os conceitos e teorias desenvolvidas localmente a emigrarem para outros lugares diferentes do seu contexto de origem ;
conhecimento imetódico só possível mediante transgressão metodológica que se repercute nos estilos e géneros literários que presidem à escrita científica;
o seu estilo é uma configuração de estilos segundo o critério e a imaginação do cientista - tolerância discursiva.
O Paradigma Emergente Todo o conhecimento é auto-conhecimento o carácter autobiográfico e auto referencial da
ciência é plenamente assumido; a ciência do paradigma emergente é mais
contemplativa do que activa; a dimensão estética tem sido reconhecida por
cientistas e filósofos; a criação científica assume-se como próxima da
criação literária ou artística. ...
O Paradigma Emergente 4 - Todo o conhecimento científico visa
constituir-- se como senso-comum a ciência moderna produz conhecimentos e desconhecimentos. Se faz
do cientista um ignorante especializado, faz do cidadão comum um ignorante generalizado;
ao contrário, a ciência pós-moderna sabe que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional; só a configuração de todas é racional;
na ciência moderna a ruptura epistemológica simboliza o salto qualitativo do conhecimento do senso-comum para o conhecimento científico; na ciência pós moderna o salto mais importante é o que é dado do conhecimento científico para o senso comum.;
a ciência pós-moderna ao sensocomunizar-se não despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o conhecimento se deve traduzir em auto-conhecimento, o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida.
O desenvolvimento da ciência: continuidade ou ruptura…
Gaston Bachelard: a ruptura
Karl Popper: a aproximação à verdade
Thomas Kuhn: as revoluções científicas
Lakatos: os programas de investigação
Paul Feyerabend: o anarquismo epistemológico
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KARL POPPERCiência e hipótese - validade e verificabilidade das hipóteses
Popper defendeu que:
um enunciado universal não pode ser verificado definitivamente por meio da experiência, porque isso exigiria que se observassem todos os casos existentes, os que existiram e os que poderão vir a existir.
Em contrapartida, os enunciados universais podem ser refutados ou falsificados.
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KARL POPPERIndução
Formulação de enunciados universais, que procedem da observação de alguns casos mas que se referem a todos os casos.
O raciocínio indutivo não é válido, do ponto de vista lógico, porque uma conclusão geral é tirada de uma premissa particular, isto é, o que se afirma na conclusão é mais do que aquilo que está contido nas premissas, facto que pode originar que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa sem que por isso se verifique uma contradição.
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Crítica de Popper à indução:
A indução não confere ao conhecimento nem necessidade lógica nem validade universal, pelo que a ciência não é mais do que um conhecimento conjectural; O número de observações particulares não nos permite generalizar a todos os casos. Em vez de indução, Popper propõe que se fale em conjecturação e em vez de verificação propõe falsificabilidade.
Uma teoria só poderá ser considerada científica se não der ocasião à refutação - refutação em vez de verificação.
Uma teoria é uma hipótese, uma tentativa de compreender o mundo, daí que não possa ser verificada mas sim corroborada – isto é, que tenha resistido aos testes mais severos e não tenha sido substituída por uma teoria rival.
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A hipótese falsificadora
Popper recusa a indução porque: - uma nova observação pode refutar as conclusões anteriores; - a lógica indutiva implica a verificação da verdade das teorias;
A solução do problema da indução encontrada por Popper consiste na deslocação do problema - não se parte da observação mas das teorias - e na substituição da lógica indutiva pela lógica dedutiva
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Popper propõe:
- não partir da observação mas da teoria; - substituir a lógica indutiva pela dedutiva.
Porque o conhecimento é uma descoberta progressiva; o erro é um factor dinâmico de progresso; as teorias são conjecturas que durarão mais ou menos tempo até serem completamente ou parcialmente refutadas.
O sucesso de uma teoria, ou conjectura ou hipótese não é garantido pela verificação mas pela corroboração.
“Escolhemos uma teoria que melhor se aguenta na competição com as outras teorias; aquela que por selecção natural demonstra ser mais apta a sobreviver”
A lógica da descoberta científica
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Para Popper a ciência não é mais do que uma eliminação indefinida de erros. Convida os seus pares a procurarem nas suas próprias teorias, o erro, a falha, o improvável em vez de quererem a todo o custo legitimar a própria teoria.
A descoberta do erro ao instruir-nos sobre a nossa própria ignorância abre ao mesmo tempo o caminho de um novo conhecimento
“O método da ciência consiste em procurar factos que a refutem. É a isso que chamamos testar uma teoria - procurar nela uma falha”
(Karl Popper)
As teorias, como os organismos, não têm a eternidade garantida: a procura dos erros permite descobrir a teoria que tem mais probabilidade de sobreviver.
É sempre possível demonstrar que qualquer teoria bem definida está errada mas nunca se pode provar que está certa.
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Conclusão:
criticismo - procura da contradição e eliminação de erros eliminação de erros - conduz ao progresso da verossimilitude que constitui a
aproximação da verdade falsificabilidade - critério para determinar o carácter empírico de um sistema de
proposições; Teoria corroborada - é aquela que, num dado momento, mais se aproxima da verdade;
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Em ciência, o método das conjecturas e refutações é a expressão crítica do método da tentativa e erro. Consiste em propor teorias arrojadas, cujos erros se procuram demonstrar e em aceitá-las provisoriamente, quando não é possível anulá-las ou refutá-las.
A eliminação do erro conduz ao progresso do conhecimento, em sentido objectivo, ao progresso da verosimilitude que constitui o progresso da verdade.
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Método crítico - permite distinguir as teorias científicas das que não são
1ª fase propor soluções inadequadas; reflectir porque razão não serve; leva à proposta de uma solução nova. Popper enfatiza a importância da
criatividade, da imaginação nesta fase.
2ª fase discussão pública da nova solução de forma a que possa ser criticada pelos
outros; a teoria será temporariamente aceite se resistir à discussão pública, à crítica. a teoria é aceite.
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Devemos tentar provar o mais possível que estamos errados. Esta é a única maneira de progredir.
“O que faz o homem de ciência não é a posse de conhecimentos, de verdades irrefutáveis mas a busca obstinada e audaciosamente crítica da verdade”.
Karl Popper, “La logique de la découverte scientique”Conclusão: a epistemologia de Popper é falibilista porque situa o critério de cientificidadede uma teoria na possibilidade de a invalidar ou refutar.As teorias mais válidas nunca são teorias verdadeiras mas teorias que ainda nãosão falsas. Uma teoria nunca pode ser ser verificada e demonstrada. Pode ser é corroborada e para isso tem que resistir às tentativas mais severas defalsificabilidade e portanto será aceite provisoriamente pela comunidade científicaque deverá mantê-la permanentemente à prova.
No entanto...
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Gaston Bachelard
Bachelard utiliza a categoria filosófica de ruptura para assinalar uma dupla
descontinuidade:
descontinuidade entre o senso comum e o conhecimento científico.
O objecto científico “não é da ordem do dado mas da ordem do construído”; é o resultado de profundas rectificações; “a opinião pensa mal, ela não pensa, traduz necessidades em conhecimentos”.
A ruptura entre senso comum e conhecimento científico é tão nítida que os dois tipos de conhecimento não tem a mesma filosofia:
o empirismo é a filosofia que convém ao senso comum; o racionalismo é a filosofia que convém ao conhecimento científico
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Gaston Bachelard
descontinuidade histórica manifesta-se no novo espírito científico e na importância atribuída à categoria do não.
As ciências contemporâneas não têm nada a ver com as ciências do
passado, afirmando-se pela recusa, pela descontinuidade, pelo não. A ciência avança através de rupturas e isso “pressupõe revoluções e não evoluções”.
“Quando se apresenta à cultura científica, o espírito nunca é jovem.
É mesmo velho, porque tem a idade dos seus preconceitos”.
“É necessário, pois, aceitar uma verdadeira ruptura entre senso comum e conhecimento científico”
Gaston Bachelard
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Gaston Bachelard
obstáculo epistemológico - algo que impede ou desvirtua a produção do conhecimento científico; “resistências intelectuais que bloqueiam a produção de conhecimento científico”.
Bachelard propõe uma nova filosofia capaz de repensar a novidade científica
contemporânea, uma filosofia do novo espírito científico. Esta, tal como a ciência actual, deve dizer não à sua forma tradicional, aos pressupostos das filosofias nocturnas. Deve ser uma filosofia aberta, diurna, susceptível de repensar a evolução do conhecimento científico. Seria uma filosofia «à margem e contra as filosofias anteriores», uma filosofia do não.
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Por isso, esta nova filosofia deve:
arruinar todo o utilitarismo; uma filosofia do não que afaste a tentação pela satisfação íntima pelo interesse comum;
desviar o espírito do real para o artificial. Elevar o espírito do imediato concreto para a abstracção, para o racional, para o humano, para o construído.
“Não existe real antes ou fora da ciência. O real é o real cientificamente construído”Esc
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Temos que considerar três aspectos fundamentais na Epistemologia de Bachelard:
1º - O primado teórico do erro. «Não há verdades primeiras, mas erros primeiros. A verdade só ganha sentido ao fim de uma polémica, uma verdade sob um fundo de erro, tal é a forma do pensamento científico.»
2º - As intuições são úteis para serem destruídas. Às intuições sensíveis Bachelard contrapõe as intuições racionais. «Em todas as circunstâncias o imediato deve dar lugar ao construído; todo o dado deve ser reencontrado como resultado».
3º - Compreendemos o real à medida que a necessidade o organiza. «O pensamento vai ao real, não parte dele».
G. Canguilhem, Sobre uma Epistemologia Concordatória.
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O ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO DE
PAUL FEYERABEND
A posição de Paul Feyerabend é desconcertante para quem pretende encontrar
muita ordem e grande rigor metodológico na produção do conhecimento
científico. A obra “provocatória” do autor intitula-se precisamente Contra o
Método e a sua posição é conhecida pelo nome de anarquismo epistemológico.
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O ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO DE
PAUL FEYERABEND
Eis algumas teses mais significativas do professor de Física e epistemólogo austríaco, nascido em1924:
1. Há que abandonar a ideia segundo a qual as regras ingénuas e simplistas propostas pelos epistemólogos podem dar conta, com precisão, dos caminhos labirínticos que conhece o desenvolvimento científico;
2. A história das revoluções científicas é sempre mais rica de conteúdo, mais variada e mais engenhosa do que imaginaram os historiadores das ciências e os epistemólogos;
3. Não existe, em rigor, um método científico, pelo menos como ele costuma ser apresentado: com princípios firmes, imutáveis e veiculantes para todos os investigadores;
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O ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO DE
PAUL FEYERABEND
4. Foi a violação dos métodos convencionais que permitiu, na maior parte dos casos, o progresso científico. Foi o que se passou com a revolução coperniciana; foi também assim que surgiu a teoria atómica moderna, a teoria cibernética, a teoria dos quanta e muitas outras;
5. Há circunstâncias nas quais é aconselhável introduzir, elaborar e testar hipóteses ad hoc, mesmo contra resultados bem estabelecidos e universalmente aceites.
Do Vivido ao Pensado, Porto Editora, p.227-228
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Thomas Kuhn
Paradigma Ciência Normal Enigmas Anomalia Crise Ciência extraordinária Conservadores e renovadores Incomensurabilidade paradigmática
A teoria epistemológica de Lakatos tem como principal objectivo ultrapassar as teorias falsificacionistas. Lakatos considera que em qualquer programa de investigação científica, existe sempre um núcleo duro que está protegido de possíveis falsificações e não poderá ser alterado. É a partir deste núcleo, constituído por um conjunto de teorias provisórias – hipóteses - que surge um conjunto de outras hipóteses - cintura protectora de hipóteses auxiliares - susceptíveis de refutação.
Os cientistas iniciam o seu programa de pesquisa, procurando formular novas proposições, novas hipóteses, novas experiências, com o objectivo de enriquecer as teorias que constituem o núcleo duro - este procedimento designa-se por heurística positiva. No entanto, estes cientistas comprometem-se ao longo destas investigações, a não introduzir quaisquer alterações no núcleo duro - é aquilo a que Lakatos chama por heuristica negativa.
Sentido(s) do saber, Porto Editora, p.291.
LAKATOS - OS PROGRAMAS DE INVESTIGAÇÃO
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